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SAT, FAP, RAT, NTEP, PPP,

LTCAT, CBO, FAE e eSocial

ENG. ALEXANDROS LEONIDAS ARAVANIS


Siglas e razão do FAP
• RAT: Risco Acidente de Trabalho

• FAP: Fator Acidentário de Prevenção

• CAT: Comunicado de Acidente de Trabalho

• CNAE: Classificação Nacional da Atividade Econômica

• CID-10: Classificação Internacional das Doenças

• NTEP: Nexo Técnico Epidemiológico

• B91: Doença Ocupacional

• B92: Invalidez Permanente

• B93: Morte por Acidente de Trabalho

• B94: Acidente de trabalho

• Benefícios da Legislação Previdenciária;

• Previdência avalia a segurança ocupacional a partir dos


índices que geram o FAP

• FAP pode amortizar em até 50% as alíquotas do RAT ou


duplicar as mesmas.
GILRAT ou RAT
Os valores percentuais incidentes sobre a remuneração total são conhecidos como RAT e está previsto no Art. 22 da Lei no.8.212 que
dispõe sobre a organização da seguridade social, e dá outras providências. O objetivo do RAT é onerar mais o empregador que explora as
atividades que oferecem maior risco a saúde e a integridade física de seus funcionários. Isso seria como uma justiça tributária: o
empregador que mais onera a previdência social deverá contribuir com uma alíquota maior para custear o pagamento destes benefícios
previdenciários.

Desta forma, o RAT é um valor fixo que está relacionado à CNAE - subclasse. É de responsabilidade da empresa realizar o enquadramento
da atividade preponderante em seu respectivo CNAE. Segundo os §§ 3º, 4º e 5º do Art. 202 do Decreto no.3.048/1999, a atividade que
ocupa, na empresa, o maior número de segurados, empregados e trabalhadores avulsos deve ser considerada como atividade econômica
preponderante. A atividade econômica da empresa e os respectivos riscos de acidentes do trabalho compõe a relação de atividades
preponderantes e correspondentes graus de risco, prevista no Anexo V do referido Decreto, competindo à Secretaria da Receita Federal do
Brasil revê-lo a qualquer tempo.

Assim, o RAT será o mesmo para as empresas que possuem a mesma CNAE - subclasse, desde que as atividades
exercidas pelos colaboradores não ensejam à aposentadoria especial, como aqueles que estão sujeitos à condições
insalubres; deste modo, irá haver acréscimos percentuais às alíquotas do RAT. As alíquotas podem ser maiores se as
atividades exercidas pelos colaboradores estejam sob condições insalubres e devido a isso os assegurados ensejam a
concessão de aposentadoria especial. Esses valores podem ser de doze, nove e seis pontos percentuais respectivamente
para aposentadorias de quinze, vinte ou vinte e cinco anos, caso que necessite o financiamento de aposentadoria especial
FAE.

Até o fim de 2009, o valor das alíquotas de contribuição por empresa era calculado pela multiplicação de sua folha de
pagamentos pelos algarismos percentuais, de 1%, 2% ou 3%, definida para cada uma das 1.301 atividades econômicas da
Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE). A partir de janeiro de 2010, a forma de cálculo passou
a contar com mais um multiplicador: o Fator Acidentário de Prevenção
FAP

O Fator Acidentário de Prevenção - FAP é um índice aplicado sobre a contribuição GIIL-RAT, que tanto
pode resultar em aumento como diminuição da respectiva contribuição.
O FAP consiste num multiplicador variável num intervalo contínuo de cinquenta centésimos (0,50) a dois
inteiros (2,00), desprezando-se as demais casas decimais, a ser aplicado à respectiva alíquota.

O FAP trata-se de uma flexibilização do RAT, que poderá vir a reduzir custos mensais nas diferentes
unidades da empresa, dependendo do desempenho de cada unidade, o valor da alíquota varia conforme a
quantidade, a gravidade e o custo das ocorrências acidentárias em cada empresa. Portanto, com o FAP, as
unidades de empresas com maior freqüência de acidentes e acidentes mais graves em uma CNAE -
subclasse passarão a contribuir com um valor maior, enquanto as empresas com menor acidentalidade
terão uma redução no valor de contribuição. Gestão do FAP é essencial para o atual mundo globalizado,
onde a competitividade é cada vez maior em diversos setores e a redução dos custos uma medida necessária
para atribuir preços menores ao produto final.
Classificação Internacional de Doenças (CID)
A classificação de doenças é um instrumento que foi criado para agrupar as doenças segundo
suas características comuns, servindo para finalidades estatísticas de descrição e análise
quanto a distribuição das doenças em uma população sujeita a fatores de riscos específicos. É
uma sistematização das doenças, sintomas, sinais e motivos de consultas.
O CID-10 em sua décima revisão classifica as doenças de acordo com os agentes etiológicos
e fatores de risco de natureza ocupacional. Os agentes físicos, químicos e biológicos cujo
qual o trabalhador está exposto possuem diversos enquadramentos de doenças nesta
classificação que foi elaborada a partir de dados estatísticos.
Com o desenvolvimento da CID os médicos peritos do INSS passaram a poder enquadrar as
doenças como sendo de causa ocupacional sem a necessidade de emissão do CAT. No
Quadro II pode-se analisar alguns exemplos de doenças respiratórias, grupo X da CID-10,
ocasionadas pela exposição ocupacional ao agente químico asbesto. Este enquadramento se
encontra no anexo II, lista B, do decreto no6957 de 9 de setembro de 2009. [21]
NTEP e Condições especiais em que o trabalho é executado

O combate a subnotificação das doenças profissionais fez com que Conselho Nacional da Previdência Social, em 2004,
criasse uma nova metodologia que reconhecesse melhor as doenças profissionais, chamando de NTEP. Essa metodologia
foi desenvolvida pela Previdência Social com força na Lei no 11.430/2006 e com o Decreto no 6.042/2007, e estabeleceu
que toda vez que houvesse incidência epidemiológica elevada de uma determinada doença relacionado ao fator de risco
específico de uma determinada atividade econômica, haveria o enquadramento dessa doença como sendo de natureza
acidentária.
Desta forma, o enquadramento permitido pelo Decreto no 6.042/2007 e pelo atual Decreto no 6.957/2009, em seu Anexo II,
Lista C, esta relatado que um trabalhador que labora em uma determinada CNAE, com alta incidência de doenças da CID,
o caso será enquadrado como de doença profissional. Estas relações, além da lista normal das doenças profissionais e do
trabalho, permitem estabelecer atualmente 2.691 correlações entre CID e CNAE.
Em caso excepcional, constatando-se que a doença não está incluída na relação constante do Anexo II, resultará em
condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente, assim, a previdência social deve
equipará-la a acidente do trabalho. Neste caso conclui-se que mesmo não havendo correlação CID e CNAE, mas o perito
constatou que a doença é fruto das condições especiais em que o trabalho é realizado haverá um nexo técnico por doença
equiparada ao trabalho.
Casos B91, B92, B93 e B94

CID-10 CNAE NTEP

B91, B92,
CAT
B93 e B94

Doenças fruto de
condições
especiais do
trabalho
RAT Ajustado
Índice de
Gravidade

B91, B92, B93, Índice de


FAP
B94 Frequência

Índice de Custo

FAP RAT RAT ajustado

Folha de
RAT ajustado SAT
Pagamento
FAP – Índice de Gravidade

Equação 2

Sigla Significado
Ig Índice de gravidade
B91 Número de benefícios auxílio doença por acidente
B92 Número de benefícios por invalidez
B93 Número de benefícios por morte
B94 Número de benefícios auxílio-acidente
Nm Número médio de vínculos
FAP – Índice de Frequência

Equação 1

Siglas Significado
if Índice de freqüência
CAT Número de acidentes registrados em cada empresa
Nm Número médio de vínculos
B91 Número de benefícios auxílio doença por acidente
B92 Número de benefícios por invalidez
B93 Número de benefícios por morte
B94 Número de benefícios auxílio-acidente
FAP – Índice de Custo

Equação 3

Sigla Significado

Ic Índice de custo

Vb Valor total de benefícios

V Valor total de remuneração paga pelo estabelecimento aos segurados


FAP – Geração do Multiplicador

Pg Percentil de Gravidade

Pf Percentil de Frequência

Pc Percentil de Custo

IC Índice Composto

IC < 1 IC > 1
(Bonus) (Malus)
PPP
A instrução normativa n o 99/INSS/DC estabelece que o documento para fazer o
requerimento da aposentadoria especial é o PPP para periodos trabalhados a partir de
2004.

O PPP é um documento com o histórico laboral do trabalhador que reúne informações


administrativas, registros ambientais e resultados da monitoração biológica de todo
período que o trabalhador exerceu suas atividades.

Registros ambientais e resultados da monitoração biológica mantidos na empresa por 20


anos após o desligamento do trabalhador.

O PPP poderá ser substituído por PPRA, LTCAT, ASO, PCMAT e PCMSO.
O documento PPP é individualizado.
PPP
O PPP é obrigatório a emissão para empregados que laborem expostos a agentes nocivos
como ag. Químicos, físicos e biológicos. Ainda que não presente os requisitos para
concessão da aposentadoria especial.

Deve ser comprovada a eficácia dos EPIs, EPCs e medididas adimistrativas para retirar a
aposentadoria especial .

O PPP é assinado pelo representante legal da empresa com carimbo.

O PPP deve ser oferecido ao funcionário no momento da recisão de contrato.

O PPP deve ser sempre atualizado referente a mudanças nas exposições de riscos e
informações referentes as atividades.

Os responsáveis técnicos pelos registros ambientais e monitoramento biológico só poderá


ser médico ou Engenheiro de Segurança do Trabalho
PPP
PPP
Constitui crime divulgar o PPP para terceiros a não ser se for exigido por órgãos públicos.
Constitui crime falsificar o PPP.

O PPP pode ser solicitado pelo empregado, perícia médica previdenciária e autoridades
competentes.
PPP
LTCAT: Laudo Técnico de Condições
Ambientais do Trabalho
Antigamente somente o médico do trabalho era responsável pela aferição e medição das condições
ambientais no local de trabalho. A lei 6514 inclui essa responsabilidade para o Engenheiro do
Trabalho.

O LTCAT tem finalidade previdenciária para concessão de aposentadoria especial. Portanto não
se deve confundir com o laudo técnico de periculosidade ou insalubridade para avaliação e
caracterização das condições especiais previstas na aposentadoria especial.

Laudos de insalubridade e periculosidade são para esfera trabalhista e não previdenciária.

Laudos previdenciários dependem da definição básica de nocividade e permanência.

Nocividade: Relativa aos agentes físicos, químicos e biológicos ou associação de agentes capaz de
causar danos a integridade física dos trabalhadores baseados nos anexos e decretos
previdenciários.
LTCAT: Laudo Técnico de Condições
Ambientais do Trabalho
Permanência é o modo permanente, não ocasional e nem intermitente. Indissociável da prestação
de serviço.

Formulário PPP emitido com base no LTCAT para concessão de aposentadoria especial.

Recolhimento da FAE.

Para aposentadoria Especial: Atividades do anexo IV do decreto 3048 que ultrapassam os limites
de tolerância estabelecidos na NR-15.

Para Insalubridade: Atividades estabelecidas na NR-15 que ultrapassam o limites de tolerância


estabelecidos na norma.

Os procedimentos de avaliação devem estar de acordo com a NHO, Fundacentro,


LTCAT: Laudo Técnico de Condições
Ambientais do Trabalho
O LTCAT, dede que fundamentado por Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho,
fundamentarão o preenchimento do formulário de reconhecimento dos períodos laborados em
condições especiais: PPRA, PGR, PCMAT, PCMSO e LTCAT.

As avaliações dos agentes nocivos presentes no anexo IV do decreto 3048 de 1999, pode ser
qualitativa ou quantitativa. Na avaliação qualitativa dá-se pela presença dos agentes no
ambiente de trabalho conforme os anexos 6, 13 e 13-A e 14 da NR-15. Na quantitativa a
nocividade ocorre quando se ultrapassa os limites de tolerância estabelecidos nos anexos 1, 2, 3, 4
(revogado p/ insalubridade e AE), 8, 9 (revogado p/ AE), 11 e 12.

As avaliações qualitativas deverão:


1. Circunstâncias da exposição
2. Fontes de risco e a possibilidade de liberação
3. Meios de contato ou a exposição dos trabalhadores pelas vias de absorção
4. Intensidade, frequência e duração de exposição.
LTCAT: Informações
Deverá conter as seguintes informações:
1. Identificação da Empresa
2. Individual ou coletivo
3. Setor e função
4. Descrição da Atividade
5. Descrição dos Agentes
6. Localização das fontes geradoras
7. Via e periodicidade de Exposição dos Agentes nocivos
8. Metodologia de Avaliação (NHO)
9. Descrição das Tecnologias de proteção coletiva e individual e medidas administrativas
10. Conclusão

Obs: PPRA vs LTCAT

O PPRA não precisa ser assinado por Médico do Trabalho ou Engenheiro de Segurança do
Trabalho. O PPRA não precisa de conclusão. O PPRA estabelece sua própria metodologia para
alguns agentes físicos e o LTCAT é conforme a NHO.
LTCAT: Temporalidade
Contemporâneo: Período em que o funcionário trabalhou na empresa.

Extemporâneo: Fora do período de Laboro. O período extemporâneo é válido somente se não houver
mudança de leiaute, substituição de máquinas ou equipamentos, adoção ou alteração de tecnologia
de proteção coletiva e alcance dos níveis de ação estabelecidos nos subitens 9.3.6 da NR-9.
LTCAT coletivo ou individual
LTCAT coletivo: Avaliação dos locais de trabalho e das condições de trabalho. Registro dos agentes
nocivos e a conclusão quanto a exposição ocupacional de todos os trabalhadores da empresa. Para
validar o posto de trabalho deve contemplar aqueles mencionados no LTCAT para validação da
aposentadoria especial.

LTCAT Individual: Laudo que se refere exclusivamente ao requerente. Deve constar autorização
escrita da empresa para executar o levantamento a partir da perícia e horário, data e local. Assim
é válido para aposentadoria especial.

Não são aceitos os laudos:


1. Elaborados ou solicitados pelo próprio segurado.
2. Relativo a atividades diversa, exceto quando realizados no mesmo setor e submetidos aos
mesmo modos e aos mesmos agentes nocivos.
3. Relativos aos equipamentos do setor similar.
4. Realizado em localidade diversa daquela em que houve o exercício da atividade.
5. Realizado em empresa diversa daquela em que o segurando trabalhou ou trabalha.
LTCAT documentos aceitos

Laudos emitidos pela justiça do trabalho.


Laudos elaborados pela fundacentro.

PPRA, PCMSO, PGR ePCMAT.

Desde que atendam as informações básicas do LTCAT


LTCAT ruído

O STF em sede de recurso extraordinário com agravo ARE 664.335 considerou que nos casos de
exposição do segurado ao agente nocivo ruído acima dos limites de tolerância estabelecidos na
NR-15 a declaração do empregador no âmbito do PPP da eficácia do EPI não descaracteriza a
aposentadoria especial. Exceto se comprovada eficácia no LTCAT.
LTCAT os agentes nocivos
Constam no anexo IV do decreto 3048

“O que determina o direito ao benefício é a exposição do trabalhador ao agente nocivo


presente no ambiente de trabalho e no processo produtivo, em nível de concentração
superior aos limites de tolerância estabelecidos. (Redação dada pelo Decreto, nº 3.265,
de 1999)
O rol de agentes nocivos é exaustivo, enquanto que as atividades listadas, nas quais
pode haver a exposição, é exemplificativa. (Redação dada pelo Decreto, nº 3.265, de
1999)”
LTCAT agentes nocivos
LTCAT agentes nocivos
LTCAT agentes nocivos
LTCAT agentes nocivos
LTCAT agentes nocivos
LTCAT agentes nocivos
LTCAT agentes nocivos
LTCAT agentes nocivos
LTCAT agentes nocivos
LTCAT agentes nocivos
LTCAT agentes nocivos
LTCAT agentes nocivos
LTCAT para agentes cancerígenos
Os agentes nocivos reconhecidamente cancerígenos do grupo 1 da lista nacional de agentes
cancerígenos para humanos LINACH que possuem CAS e que constem no anexo IV do decreto 3049
a utilização do EPC ou EPI não elide a exposição aos agentes comprovadamente cancerígenos
mesmo se considerados eficazes. Consta na Portaria Interministerial TEM/MS/MPS de 2014
LTCAT modelo
LTCAT modelo
LTCAT modelo
LTCAT modelo
eSocial
Sistema de registro, elaborado pelo Governo Federal, para facilitar a
administração de informações relativas aos trabalhadores. De forma padronizada e
simplificada, o novo eSocial empresarial vai reduzir custos e tempo da área contábil
das empresas na hora de executar 15 obrigações fiscais, previdenciárias e trabalhistas.
Todas as informações coletadas pelas empresas vão compor um banco de dados
único, administrado pelo Governo Federal, que abrangerá mais de 40 milhões de
trabalhadores e contará com a participação de mais de 8 milhões de empresas, além
de 80 mil escritórios de contabilidade.
Na prática, as empresas terão que enviar periodicamente, em meio digital, as
informações para a plataforma do eSocial. Todos esses dados, na verdade, já são
registrados, atualmente, em algum meio, como papel e outras plataformas online. No
entanto, com a entrada em operação do novo sistema, o caminho será único. Todos
esses dados, obrigatoriamente, serão enviados ao Governo Federal, exclusivamente,
por meio do eSocial Empresas.
eSocial
Informações Gerais Sobre os Eventos de Saúde e Segurança do Trabalhador
Dentre as obrigações que serão unificadas no eSocial, estão diversas informações relativas à
Segurança e Saúde no Trabalho (SST), em especial aquelas obrigatórias no Perfil
Profissiográfico Previdenciário (PPP), o cumprimento de algumas Normas
Regulamentadoras (NR) e algumas legislações específicas, que serão incorporadas.
O programa está diretamente ligado com o órgão fiscalizador, que é a Receita Federal. O
desafio maior das empresas é garantir a veracidade das informações prestadas, evitando
possíveis autuações resultantes de imprecisões, ou seja, de um PPRA, LTCAT e PCMSO.
Os arquivos serão transmitidos via certificado de assinatura digital, que serão exigidos,
conforme manual de orientação do eSocial. Essas informações obrigatórias serão enviadas
ao eSocial através de eventos que possuem leiautes específicos e precisam ser preenchidos
com precisão. Assim forma-se o Registro de Eventos do Trabalhador (RET). O cadastro de
cada evento segue uma lógica cronológica, para que a história do trabalhador dentro da
empresa faça sentido.
eSocial
Informações Gerais Sobre os Eventos de Saúde e Segurança do Trabalhador
Dentre as obrigações que serão unificadas no eSocial, estão diversas informações relativas à
Segurança e Saúde no Trabalho (SST), em especial aquelas obrigatórias no Perfil
Profissiográfico Previdenciário (PPP), o cumprimento de algumas Normas
Regulamentadoras (NR) e algumas legislações específicas, que serão incorporadas.
O programa está diretamente ligado com o órgão fiscalizador, que é a Receita Federal. O
desafio maior das empresas é garantir a veracidade das informações prestadas, evitando
possíveis autuações resultantes de imprecisões, ou seja, de um PPRA, LTCAT e PCMSO.
Os arquivos serão transmitidos via certificado de assinatura digital, que serão exigidos,
conforme manual de orientação do eSocial. Essas informações obrigatórias serão enviadas
ao eSocial através de eventos que possuem leiautes específicos e precisam ser preenchidos
com precisão. Assim forma-se o Registro de Eventos do Trabalhador (RET). O cadastro de
cada evento segue uma lógica cronológica, para que a história do trabalhador dentro da
empresa faça sentido.
eSocial
Evento S-1060 – Tabela de Ambientes de Trabalho:

Será descrito, para a criação de uma tabela a ser usada pelo empregador/contribuinte em
eventos posteriores, os ambientes existentes na empresa e os fatores de risco a ele associados
(utilizar tabela 23), atribuindo-se um código a este ambiente. Neste momento, não haverá
vinculação de qualquer trabalhador, sendo uma informação geral, que será utilizada em
momento posterior. A atribuição de um código para cada ambiente evitará a redundância das
informações, evitando que seja exigida a descrição do ambiente para cada trabalhador.

Neste evento serão descritos todos os ambientes de trabalho do empregador/contribuinte/órgão


público, em que seus trabalhadores exerçam atividades. As informações desses ambientes
serão utilizadas para o preenchimento do evento “S-2240 – Condições Ambientais de Trabalho
– Fatores de Risco” nos quais cada trabalhador será vinculado ao(s) ambiente(s) do
empregador/contribuinte/órgão público em que exerce suas atividades e do evento “S-2210 –
Comunicação de Acidente de Trabalho”.
eSocial
Evento S-1060 – Tabela de Ambientes de Trabalho:

A definição dos ambientes de trabalho e suas delimitações são de responsabilidade do


empregador/contribuinte/órgão público, devendo a descrição ser objetiva e permitir a
identificação das fontes geradoras, possíveis trajetórias e medidas de controle dos riscos. As
medidas de controle não incluem os EPIs, que serão informados em campo próprio do evento
S-2240.

Tratando-se de ambiente de trabalho localizado no exterior, essa condição deve constar na


descrição do ambiente.

“1 – Estabelecimento do próprio empregador”: Hipótese em que o ambiente descrito esteja em


estabelecimento do próprio empregador/contribuinte/órgão público;
“2 - Estabelecimento de terceiros”: Hipótese em que o ambiente de trabalho se encontra
localizado em estabelecimento de terceiro em virtude de relação de cessão de mão de obra, ou
seja, lotações tributárias dos tipos 03 a 09 da Tabela 10;
eSocial Tabela 23
eSocial Tabela 23
eSocial Tabela 23
eSocial Tabela 23
eSocial
Por fim, importante destacar que a tabela 23 é bastante ampla, haja vista sua
finalidade de promover o monitoramento efetivo do ambiente de trabalho e da
exposição a fatores de risco. Entretanto, tal tabela inclui todos os agentes nocivos
arrolados no anexo IV do RPS, e nas Normas Regulamentadoras que disciplinam o
pagamento do adicional de insalubridade e periculosidade, permitindo a perfeita
correlação entre os fatores de risco e o direito a tais adicionais e/ou reconhecimento
da exposição da exposição a condições especiais de trabalho para fins de
aposentadoria Especial e o respectivo custeio.
eSocial

Evento S-2220 – Monitoramento da Saúde do Trabalhador:


Neste evento será feito o acompanhamento da saúde do trabalhador durante o seu contrato
de trabalho, com as informações relativas aos atestados de saúde ocupacional (ASO) e seus
exames complementares. Tais informações correspondem àquelas exigidas no Perfil
Profissiográfico Previdenciário – PPP e no Programa de Controle Médico e Saúde
Ocupacional (PCMSO).

Detalha todos os exames complementares que devem ser realizados pelo empregado, seja
durante a admissão, demissão ou eventos periódicos. Antes, isso era feito utilizando o código
TUSS. Mas como ele possui muitos códigos e nem todos se aplicam ao contexto empresarial,
as informações foram simplificadas na Tabela 27 – que possui 1.400 códigos e se restringe
apenas à área ocupacional. Esses novos códigos serão utilizados para preenchimento do
evento S-2220 (Monitoramento da Saúde do Trabalhador).
eSocial
eSocial
Evento S-2240 – Condições Ambientais do Trabalho – Fatores de Risco:
Serão prestadas as informações da exposição do trabalhador aos fatores de risco, conforme
Tabela 23. A empresa deverá vincular os trabalhadores a cada ambiente em que exercem
atividades (códigos do evento S-1060) e identificar os fatores de risco aos quais o trabalhador
está exposto. Deverá também ser declarada a existência de Equipamentos de Proteção
Coletiva (EPCs) instalados, bem como os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs)
disponibilizados. A informação relativa aos EPIs não substitui a obrigatoriedade do registro
de entrega destes equipamentos conforme disposição normativa. Para cada fator de risco
informado o empregador/contribuinte/órgão público deve declarar se as exposições acarretam
a obrigação de pagamento dos adicionais de insalubridade, periculosidade e/ou ensejam o
pagamento do adicional previsto na legislação para o custeio da aposentadoria especial.
Ressalta-se que os agentes químicos, físicos e biológicos listados na Tabela 23 poderão estar
sujeitos a avaliações quantitativas para mensuração de sua concentração ou intensidade. Há
que se destacar que, caso em determinado ambiente a exposição a um agente não seja
reconhecida como fator de risco à saúde dos trabalhadores, por meio da avaliação técnica das
condições e da forma de exposição na etapa de reconhecimento de riscos, a avaliação
quantitativa correspondente será dispensada. Por exemplo, setores de área administrativa
que não possuem fontes geradoras de ruído excessivo, onde há reconhecimento apenas de
ruído ambiente.
eSocial
A tabela 28 contem uma lista de todas as possíveis atividades perigosas, insalubres ou especiais
a que um empregado pode ser exposto nos mais diversos ambientes de trabalho. Auxilia no
preenchimento do evento S-2240 (Condições Ambientais do Trabalho) e tem como principal
objetivo fornecer insumos ao Governo Federal para concessão dos benefícios envolvendo cada um
desses casos.
Vale lembrar que mesmo na ausência da atividade na tabela, o trabalhador ainda tem direito aos
adicionais ou à aposentadoria especial. De acordo com a legislação, a simples exposição a fatores
de risco acima do limite de tolerância pode gerar tais benefícios, independente de qual seja a
atividade desenvolvida pela pessoa.
eSocial
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Evento S-2245 – Treinamentos, Capacitações, Exercícios Simulados e Outras
anotações:
Serão prestadas informações sobre os treinamentos, capacitações e exercícios simulados
realizados, bem como informações dos trabalhadores autorizados a realizar intervenções em
instalações elétricas e em máquinas e equipamentos, conforme Tabela 29. Para facilitar a
identificação da referência normativa, os dois primeiros dígitos do código correspondente se
referem à Norma Regulamentadora que dispõe sobre a realização do treinamento,
capacitação, exercício simulado ou informações relativas a trabalhadores autorizados.
eSocial
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S-2210 – Comunicação de Acidente de Trabalho

Conceito do evento: evento a ser utilizado para comunicar acidente de trabalho pelo
empregador/contribuinte/órgão público, ainda que não haja afastamento do trabalhador de suas
atividades laborais. Quem está obrigado: O empregador, o Órgão Gestor de Mão de Obra, a
parte concedente de estágio, o sindicato de trabalhadores avulsos e órgãos públicos em relação
aos seus empregados e servidores vinculados ao Regime Geral de Previdência Social - RGPS.
No caso de servidores vinculados ao Regime Próprio de Previdência Social - RPPS o envio da
informação é facultativo. Prazo de envio: a comunicação do acidente de trabalho deve ser
registrada até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato.
Pré-requisitos: envio dos eventos S-1060 – Tabela de Ambientes de Trabalho, S-2200 -
Cadastramento Inicial do Vínculo e Admissão/Ingresso de Trabalhador e S-2300 -
Trabalhadores Sem Vínculo Emprego/Estatutário – Início.
CBO (Classificação Brasileira de Ocupações)

A Classificação Brasileira de Ocupações - CBO, instituída por portaria ministerial nº. 397, de 9
de outubro de 2002, tem por finalidade a identificação das ocupações no mercado de trabalho,
para fins classificatórios junto aos registros administrativos e domiciliares. Os efeitos de
uniformização pretendida pela Classificação Brasileira de Ocupações são de ordem
administrativa e não se estendem as relações de trabalho. Já a regulamentação da profissão,
diferentemente da CBO é realizada por meio de lei, cuja apreciação é feita pelo Congresso
Nacional, por meio de seus Deputados e Senadores , e levada à sanção do Presidente da
República.
Todas as empresas que admitam seus trabalhadores em determinados loteamentos terão um
CBO para cada função. Muitos PPRAs possuem suas funções a partir dos CBOs onde são
realizadas as análises de riscos físicos, químicos, biológicos e ergonômicos. Os conceitos de
CBO, CAT, LTCAT, PPRA, PCMSO, NTEP, FAP, RAT, CNAE, PCMAT ,ASO e PPP.

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