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Civilizações Mesoamericanas
Introdução:
1 – A Trajetória do Homem:
1.2 – A Mesoamérica:
2 – Contribuição da Arqueologia:
Como será possível notar mais adiante no texto, boa parte dos baixo-
relevos Olmecas, bem como de suas pinturas rupestres são provenientes
do atual Estado de Guerrero, no México, uma região próxima ao Oceano
Pacífico e, sendo assim, na costa oposta àquela onde se desenvolveu a
chamada Zona Metropolitana Olmeca. Essa constatação faz com que
muitos Arqueólogos tendam a considerar Guerrero como o ponto de origem
da civilização Olmeca, entretanto, esta hipótese é muito pouco confiável,
visto que não há nenhum vestígio de grandes construções Olmecas (como
há na Zona Metropolitana) e nem tão pouco a Arqueologia daquele estado é
desenvolvida o bastante para precisar a antiguidade dos vestígios Olmecas
encontrados, sendo assim este texto, bem como a maior parte dos
pesquisadores, considera que o centro da civilização Olmeca tenha sido
realmente a Zona Metropolitana. Entretanto, a apresentação desta hipótese
só faz engrandecer o trabalho apresentando uma maior gama de
possibilidades ao leitor.
Depois de sua fase expansionista inicial, San Lorenzo (mais uma vez
excluídas Potrero Nuevo e Tenochtitlán) estagnou-se. Num dado momento
parece que todos os esforços financeiros que inicialmente estiveram
voltados para a expansão e conquista de outras regiões haviam se
transformado em esforços religiosos e culturais, sendo que, à partir do ano
1000 a.C, as oferendas e o embelezamento de La Venta pareciam ser as
únicas coisas a importar para a casta governante Olmeca.
Todo o século X a.C. foi marcado por uma certa desmilitarização
Olmeca, o que pode ter ocasionado uma das duas seguintes coisas:
1ª) Frente aos pesados tributos que seus governantes lhes impunham
e frente a um nítido desinteresse destes em relação a sua cidade, em
detrimento de seu recente interesse em sua bela capital espiritual (La
Venta); a isso somadas a facilidade da desmilitarização constante e a
revolta devido aos privilégios da casta governante em relação às demais
pessoas. Os Olmecas de San Lorenzo teriam se revoltado e, insurgidos,
derrotado a casta governante de modo a quebrar todo o sistema que se
havia estabelecido até então. O centro cerimonial teria sido queimado e
abandonado e os poucos sobreviventes da casta governante teriam ido se
refugiar em La Venta (ou ainda, seriam justamente os que estivessem em
La Venta durante a insurreição). Depois da deposição dos governantes, os
clãs teriam passado a viver por conta própria em seus respectivos vilarejos
e San Lorenzo teria deixado de ser um centro cerimonial Olmeca, ficando
abandonado.
2ª) As guerras de expansão e conquista realizadas nos séculos XI e
XII a.C. teriam expulsado vários povos de suas terras. Muitos dos membros
dessas populações foram exterminados nas batalhas, outros foram
escravizados ou assimilados pelos Olmecas e continuaram vivendo onde
viviam, mas sob a tutela Olmeca. No entanto, muito deveriam ter fugido e se
refugiado em comunidades fora dos pântanos da Zona Metropolitana. Esses
indivíduos teriam criado toda uma cultura de ódio àqueles que lhes
expulsaram das terras onde a água é abundante e a colheita é fértil e,
depois de cerca de 150 anos, ao verem o enfraquecimento de seus
inimigos, resolveram se vingar. Realizaram um ataque maciço à capital
daquele povo visando acabar com suas estrutura de poder. O ataque pode
ter-lhes custado a vida de milhares de pessoas (sempre é difícil realizar um
cerco, ainda mais quando não se tem tecnologia de cerco) e, sendo assim,
não lhes foi possível conquistar o centro cerimonial derrotado (além disso,
os Olmecas sobreviventes podem ter ateado fogo em San Lorenzo para
evitar que suas coisas caíssem nas mão dos inimigos). Esses povos teriam
se enfraquecido definitivamente com esse (ou esses) ataque e, sendo
assim, nos anos seguintes teriam sido exterminados (ou conquistados)
pelos Olmecas em seu renovado ímpeto expansionista.
Qualquer uma das duas versões pode ser verdadeira, mas o fato é
que por volta do ano 900 a.C. San Lorenzo foi totalmente abandonada
depois de sérios sinais de batalha. A cidade ficou abandonada por cerca de
trezentos anos e, nesse período foi, repetidas vezes, depredada. As
estátuas de San Lorenzo (inclusive as Cabeças Colossais) têm marcas de
buracos feitos com um nítido intuito vandalizador, não com o intuito de
saque para a construção de outras coisas. Estátuas decapitadas e
desmembradas, construções postas abaixo, afrescos e baixos-relevos
riscados... Marcas da revolta de alguém contra a casta dominante Olmeca
de San Lorenzo. Ícones brilhantes da arte Olmeca foram totalmente
perdidos com esse vandalismo, dentre eles o mais impressionante era
realmente uma estátua de braços e cabeça articuláveis, uma maravilha da
arte e da engenharia Olmecas.
Depois da destruição do centro cerimonial de San Lorenzo, as
populações dos vilarejos periféricos permaneceram habitando onde
estavam, o que leva a crer que a primeira hipótese para a destruição do
sítio é a mais provável, visto que os habitantes, revoltados, iriam
freqüentemente demonstrar mais um pouco de sua ira contra os antigos
símbolos do poder que lhes oprimia. Além disso, caso tivesse havido um
ataque externo maciço, as populações certamente ficariam receosas acerca
de outro ataque e, sendo assim, se retirariam, buscando o abrigo de outro
centro cerimonial Olmeca.
No período que vai de 600 a 450 a.C., como já foi referido, a cultura
Olmeca, radicada em La Venta, estava em franca expansão. A nova elite já
estava totalmente reconstituída da destruição de San Lorenzo, em 900 a.C.
e a gora estava pronta para reunificar o povo Olmeca. Depois de feito isso,
os Olmecas não pararam, seu poderio só fazia crescer e, sendo assim;
agora com o advento do apoio populacional de Tres Zapotes, Potrero Nuevo
e Tenochtitlán; partiram rumo à conquista de novas terras. Essas conquistas
levaram a civilização Olmeca a se estender por uma área muito vasta, áreas
esta que, como já afirmei anteriormente, viria a se transformar (a grosso
modo) no que hoje conhecemos como Mesoamérica.
5.1 – A Religião:
5.1.1 – O Panteão:
5.1.3 – Bebê-Jaguar:
5.1.4 – Xipe-Totec:
5.1.5 – Huehueteotl:
Este era outro Deus muito semelhante a Xipe-Totec, seu culto ainda
existia no período Asteca, mas diferentemente do anterior, este já estava
quase esquecido, sendo adorado apenas por uns poucos sacerdotes. Era o
Deus antigo do Fogo. Aquele que (segundo a mitologia Asteca) fora
superado quando Huitzilopochtli, se tornara o Sol.
Seu culto tam,bem data de muito antes da chegada dos Astecas ao
México, mas a principal “evidência” que alguns Arqueólogos vêem para o
seu culto no período Olmeca é o fato de que algumas estátuas teria
sobrancelhas em forma de labaredas, o que indicaria um culto ao Deus do
Fogo. Entretanto, uma interpretação menos passional de tais estátuas diria
que, ao invés de labaredas aquelas sobrancelhas estariam em forma de
plumas, ou ainda de sobrancelhas de Jaguar.
5.1.9 – Deus-Pássaro:
5.1.10 – Quetzalcoatl:
5.4 – Tecnologias:
Uma das coisas que mais nos pasma quando estudamos civilizações
passadas é imaginar o grau de organização que possuíam, mesmo sem
terem sistemas de comunicação que lhes permitissem organizar Impérios
como os que são possíveis hoje em dia. As Pirâmides do Egito são, para
muitos, um mistério devido ao grande brilhantismo com o que foram
executadas. As Linhas de Nazca não ficam atrás, tão pouco as grandes
construções da América Pré-Colombiana, desde as Pirâmides Mexicanas,
até fortalezas nas montanhas, como Macchu Picchu.
Os Olmecas também impressionam por muitos de seus avanços. Não
nos restou muito de sua civilização, é verdade. É verdade também que do
pouco que nos restou, a PEMEX tratou de destruir muito. Mesmo assim
sabemos que edificaram ao menos uma Pirâmide (em La Venta) e que
tornaram possível a existência de uma maravilha arquitetônica como o platô
sobre o qual foi edificado o centro cerimonial de San Lorenzo.
No entanto, os Olmecas foram mais brilhantes por coisas menores.
Como já mencionei, talvez tenham sido os pioneiros na descoberta da
agricultura do milho. Além disso, provavelmente são os criadores doa arte
da cinzelagem Mexicana, arte essa que se tornou a maior de todas as
características dos povos da Mesoamérica. Mas houve mais: como já firmei,
devido a esculturas nos é possível saber que conheciam aniamis marinho
como o golfinho, para isso, certamente necessitavam de embarcações
capazes de realizar ao menos a navegação de cabotagem (aquela que
contorna acosta sem se afastar muito, em geral utilizada para a pescarai e
transporte de indivíduos até ilhas próximas do continente). Suas
construções e, talvez suas próprias ideologias influenciaram os Zapotecas
que vieram a habitar nos vales de Oaxaca, mais precisamente em Monte
Alban (é interessante notar que a cidade, ou centro cerimonial, de Monte
Alban se localiza no topo de uma montanha, mas é totalmente plana, isso
porque o topo da montanha foi aplainado (literalmente cortado fora) pelos
Zapotecas que, provavelmente, herdaram as tecnologias utilizadas pelos
Olmecas para realizar a construção do platô artificial de San Lorenzo).
Além de tecnologias arquitetônicas, é interessante notar tecnologias
mais abstratas, idéias, como, por exemplo, o calendário. É possível que o
calendário tido como Maia seja na verdade Olmeca. Há pelo menos dois
sítios Olmecas onde existem registros de datas do calendário Maia,
entretanto, uma coisa intriga os Arqueólogos: as datas indicam períodos de
tempo muito mais recentes do que a Arqueologia comprova que a idade do
sítio era. Segundo alguns isso pode indicar que as datas tenham sido
gravadas posteriormente à extinção da civilização Olmeca. No entanto, para
outros, isso pode significar que o marco zero do calendário Olmeca fosse
diferente e, mais antigo que o do calendário Maia (que remontava a agosto
de 3114 a.C., suposta data ou da criação do homem, ou ainda do
surgimento dos Maias). Dessa forma, os Maias teriam herdado o calendário
Olmeca e modificado-o de acordo com suas próprias tradições.
Supor a existência de um calendário implica em muitas coisas, desde
uma melhor preparação para os eventos da natureza (como a mudança das
estações), até coisas mais abstratas, como uma forma de escrita e algum
tipo de Astronomia, além de, no caso dos povos Mesoamericanos, possíveis
formas de predizer o futuro, visto que, entre os Maias, por exemplo, o
calendário servia para marcar dias nefastos e dias bons.
Para a elaboração de um calendário é imperativo que se disponha de
meios para observar os astros e que se tenha uma perfeita noção da
passagem das estações, isso porque, sem esses conceitos, não se pode
delimitar a passagem do tempo em ciclos que se repetem, formando um
calendário. A escrita é, por sua vez, indispensável à elaboração de um
calendário porque sem ela não seria possível registrar as tabelas que
decorrem da análise da passagem do tempo e, sendo assim, em
pouquíssimo tempo esse conhecimento seria totalmente deturpado até ser
perdido por completo. Mais um item que pode vir a contribuir para a
situação das origens do calendário Maia na civilização Olmeca se refere ao
fato (arqueologicamente comprovado) de que o calendário de 260 dias, que
funcionava junto com o de 365, havia sido copiado da civilização Zapoteca
que, como vimos, nasceu sob a influência Olmeca (os registros mais antigos
indicam que os Zapotecas teriam começado a contar o tempo com seu
calendário por volta do ano 600 a.C., justamente na mesma época em que
se iniciou a expansão Olmeca de La Venta. No mínimo curioso, não é?)
A existência de uma escrita Olmeca é uma especulação também não
comprovada, no entanto, há um indício que me parece muito forte no
sentido de comprovar que ela existia, além de outros indícios de menor
impacto. Boa parte das esculturas Olmecas tem algum tipo de desenho
initelegível gravado em alguma parte. Até mesmo algumas das famosas
Cabeças Colossais possuem espécies de hieróglifos em seus capacetes (ou
turbantes). Talvez isso indicasse alguma forma de identificação das figuras
e, sendo assim, de escrita, visto que o objetivo da escrita é tornar possível a
outros compreender o que alguém que não está presente quis dizer (ou
disse) em algum determinado momento, por exemplo, no caso de tais
peças, a escrita serviria para que fosse possível identificar o que ou quem
está retratado na peça.
Indícios menores da utilização da escrita por esta civilização podem
ser obtidos através de uma simples abstração: alguns dos símbolos
encontrados em baixos-relevos Olmecas eram, na época da conquista,
parte dos símbolos hieroglíficos dos Astecas. Isso pode significar várias
coisas, desde uma mera coincidência, até o fato de os Astecas terem
encontrado tais símbolos e, por acharem-nos bonitos (ou de alguma forma
significativos), terem-nos incluído em seu alfabeto. Porém, há também a
inegável possibilidade de que tais símbolos já tivessem um significado
cognitivo (de escrita) definido na época Olmeca e que estes significados,
bem como os símbolos, tenham resistido ao tempo e perdurado até a época
Asteca.
5.4.2 – O Comércio:
7 – Bibliografia: