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Apostila TD
Apostila TD
TECNOLOGIA
DE
DISPOSITIVOS
1.1 . CONCEITO
Dispositivo é todo acessório complementar de uma máquina, ferramenta ou processo
de produção, destinado a permitir a realização de uma operação dentro dos requisitos de
Qualidade e Produtividade, assim como o aperfeiçoamento de uma operação realizada sempre
visando o aumento da Produtividade e melhoria da Qualidade, tambem é função dos
dispositivos a melhoria das condições de segurança da operação, visando a proteção dos
operadores e equipamentos.
b-) Como o lote é de 500 peças, superior ao lote do ponto de equilíbrio, podemos
afirmar que haverá um ganho na utilização do dispositivo. Podemos ver mais
claramente essa situação analisando-se o gráfico abaixo:
Custo Peça = CDISP / Lote + COP
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Exemplo:
S = R$ 750,00 S = (K x T) + (T / N)
K = 15% desejado 750,00 = (K x 1200,00) + (1200,00 / 2)
T = R$ 1200,00 750,00 - 600,00 = 1200,00 K
N = 2 anos então K = 0,125 ou 12,5%
1.4. CLASSIFICAÇÃO
Um dispositivo será classificado de acordo com sua utilização, pode ser ferramenta,
utensílio, componente, acessório, etc. Para simplificar nosso estudo, vamos classifica-los em
duas categorias: dispositivos universais e dispositivos não convencionais.
Apostila de Tecnologia de Dispositivos Página 6
1.4.1 DISPOSITIVOS UNIVERSAIS
São aqueles que, devido à sua grande utilização, já foram padronizados ou
normalizados; são dispositivos que não requerem projeto específico para uso, e podem
ser encontrados à venda. São as ferramentas, utensílios e dispositivos tipo morsa,
placas de torno, pinças, grampos, etc.
A primeira providência a ser feita com a peça é colocá-la em uma posição definida, no
dispositivo para que possamos realizar as operações necessárias, um posicionamento bem feito vai
possibilitar uma operação dentro do esperado, já um posicionamento feito de maneira incorreta pode
representar uma “peça morta”.
Podemos definir o posicionamento de uma peça como sendo a colocação da mesma numa
posição definida em relação ao sistema de referência adotado, sem que haja necessidade de efetuar-
se ajustes nesse posicionamento, e podendo o mesmo ser repetido inúmeras vezes dentro das
necessidades da operação.
Para exemplificar, imaginemos o posicionamento de um aluno dentro de uma sala de aula, isso
poderá ser feito através de coordenadas partindo das paredes e do solo, assim, um determinado aluno
poderá ter uma posição definida na sala atribuindo-se valores a essas coordenadas, 3 metros da
parede lateral esquerda, 5 metros da parede frontal, no nível do solo. Para termos um posicionamento
mais correto deveríamos acrescentar mais algumas informações, como: sentado, de frente para o
quadro, mãos sobre a carteira, etc. Todas essas informações vão possibilitar a repetição da posição
desse aluno sempre que necessário. Portanto consideremos que o posicionamento é perfeito quando a
repetibilidade da posição desejada é feita dentro do esperado.
Adotamos o sistema de referência de acordo com o tipo de operação a ser realizada, em uma
usinagem, podemos considerar o sistema de referência como sendo o “work envelop” da máquina. Já
em uma operação de manipulação podemos considerar o “work envelop” do manipulador e em alguns
casos de transporte, o sistema de referência pode ser o prédio ou uma unidade fabril. WORK
ENVELOP é o volume descrito pelo percurso da ferramenta em uma máquina, por exemplo em uma
fresadora, é a distância máxima atingida pela ferramenta nos sentidos longitudinal e transversal e na
altura da mesma. Em uma operação de frezamento devemos tomar como referencial esse work
envelop, fazendo com que as peças fiquem posicionadas dentro do campo de ação da máquina.
No exemplo acima, o sistema de referência adotado foi a sala de aula, já se quisermos
posicionar o aluno na escola, bastará informarmos a sala e o prédio que ele se encontra, outras
informações de posicionamento, como se ele está sentado ou não, são irrelevantes ao caso. Da
mesma forma que se quisermos saber a posição de alguém em viagem pelo país, bastará informar o
Estado e a Cidade que ele se encontra para completar a informação, ou seja, a escolha do sistema de
referência a ser adotado está relacionada com o tipo de operação a ser feita, a precisão necessária e o
nível de informações que satisfarão a repetibilidade do posicionamento dentro de um regime de
produção seriada.
O estudo do posicionamento deve levar em consideração que a operação seja feita de forma
rápida e segura evitando-se a possibilidade de termos várias posições para a mesma peça no
dispositivo, pois apesar da importância do posicionamento da peça na qualidade da operação, ele
sozinho não agrega valor ao produto, somente agrega custo.
Alguns autores utilizam 12 graus de liberdade x, -x, y, -y, z, -z, xy, -xy, xz, -xz, yz, -yz.
2.2.1 LOCAR
Chamamos de locação o posicionamento da peça segundo os eixos : x, y, z.
– SEMI LOCAÇÃO
Posicionar em relação à um eixo.
Utilizamos a semi locação, por exemplo, quando vamos realizar operações de
desbaste ou fresamento em peças onde somente é importante a dimensão da altura da
mesma.
– LOCAÇÃO
Posicionar em relação à dois eixos.
Na fabricação de um furo passante ou um canal, as medidas importantes são
somente duas, posicionamento do furo em dois eixos, ou posicionamento do rasgo e
profundidade do mesmo, nesses casos bastará o posicionamento de dois eixos para
realizarmos o posicionamento da peça.
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- LOCAÇÃO PLENA
Posicionar em relação aos três eixos.
A operação de um furo cego, necessita além do posicionamento dos eixos do
furo, uma cota para a profundidade do mesmo, acarretando no posicionamento em três
eixos.
2.2.2 CENTRAR
Quando posicionamos a peça em relação aos planos : xy, xz, yz, chamamos de
Centragem.
Normalmente, o posicionamento dos planos é feito em conjunto com os eixos,
somente operações específicas, como torneamento, requerem posicionamento em
relação a planos e não a eixos.
– SEMI CENTRAGEM
Posicionar em relação à um plano.
Não é comum a utilização de somente um plano de posicionamento.
– CENTRAGEM
Posicionar em relação à dois planos.
Nas operações de torneamento, citadas acima, é feita a centragem da peça na
placa, ou seja, é feito o posicionamento da peça em relação a dois planos.
– CENTRAGEM PLENA
Posicionar em relação aos três planos.
Teremos a necessidade da centragem plena, ou seja, em relação aos três
planos em operações complexas ou em peças com superfícies irregulares.
A escolha do grau de liberdade da peça e consequentemente dos eixos e planos
que vamos posicioná-la, depende da peça e da operação que será realizada. Uma
mesma peça pode ter graus de liberdade diferentes dependendo da operação que será
feita.
Adiante veremos alguns exemplos de peças e operações e seus respectivos
graus de liberdade.
2.2.3 HIPERLOCAÇÃO
A importância de escolhermos corretamente os graus de liberdade faz com que
tenhamos uma otimização no projeto do posicionador, se tivermos menos
posicionadores que o necessário, ou colocarmos erradamente, teremos dificuldade na
produção seriada da peça, também a colocação excessiva de posicionadores pode
trazer uma hiperlocação, que ocorre quando fazemos a utilização de um número
excessivo de eixos ou planos de posicionamento, conforme o exemplo abaixo. Portanto
devemos sempre ter o número exato de posicionadores e nos eixos e planos
determinados.
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Exemplos de hiperlocação:
Exemplo 1:
Neste caso temos apoio em quatro pontos, o que não garante posicionamento é
a possível instabilidade, pois poderei ter apenas três pontos apoiados e se alternando,
o que gera dúvida.
Exemplo 2:
Peça a ser fabricada
No caso da peça ser fabricada com máxima tolerância da cota A, a peça será
posicionada pela superfície inferior de A, e se for fabricada com mínima tolerância da
cota B, ela será posicionada pela superfície inferior de B, gerando dúvidas de
posicionamento:
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0 ,3
10± 0 , 2
6±
B X
- Análise Detalhada:
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2.3.4. ANÁLISE DOS DETALHES DE REFERÊNCIA
É necessário a análise dos detalhes da peça, os quais sejam referências para o
posicionamento da peça.
Uma última análise deve ser feita quanto aos detalhes que necessitam de um
posicionamento específico, como rasgos, entalhes, etc. Normalmente essa análise é
feita para a definição do posicionamento nos planos de referência.
Três pinos restringem cinco Cinco pinos restringem oito Seis pinos restringem nove
graus de liberdade. Somente graus de liberdade. Duplas graus de liberdade. Todas as
uma superfície está definida. superfícies estão definidas. superfícies estão definidas.
2.3.7. EXERCÍCIOS DE ANÁLISE DE GRAUS DE LIBERDADE:
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07 – Operações: Fazer os dois furos, dois rasgos passantes e dois rebaixos em operações
independentes, objetivos: realizar todos os estudos de graus de liberdade, superfície de referêrencia
ideal e alternativas.
POSICIONADOR AUXILIAR
1 Apoio
Apoio decomposto
(Balancim de dois
X
Z
1261
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1266
1268
1272
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1273
1273
A função de qualquer dispositivo de sujeição é aplicar e manter força em uma peça, suficiente
para resistir a todas as forças de operação, sem que haja alteração na posição da peça em relação ao
referêncial adotado e sem que haja deformações permanentes na peça provocado pela força de
sujeição.
Temos vários tipos de componentes mecânicos para sujeição dos quais podemos observar
alguns exemplos como o parafuso, que é um componente simples, utilizando um plano inclinado que
transmite uma força através da transformação do movimento rotativo em um movimento axial; o
excêntrico que redireciona o movimento rotativo da manivela em um movimento linear fazendo uso da
distância radial variável do ponto de pivô para o ponto de contato; a cunha, que aumenta e muda a
direção de uma força linear por meio de um plano inclinado; o acoplamento de pino de madeira, que
aumenta e muda a direção de uma força linear utilizando os mesmos princípios do excêntrico; a
alavanca, que transmite e normalmente aumenta uma força girando uma barra sobre um ponto de giro;
o pinhão e cremalheira que transfere e aumenta o movimento rotativo de uma engrenagem pinhão em
um movimento linear da cremalheira. Estes métodos são combinados frequentemente.
O projeto do sujeitador, baseado tanto na simplicidade quanto na utilidade, afeta diretamente os
custos totais do produto e permite uma otimização da produção, melhores qualidades do acabamento
da superfície, e melhoria na vida das ferramentas.
A seleção do sujeitador é baseada na análise da peça, da operação e das quantidades a serem
produzidas.
P onde;
P = f (operação)
Fat = Fop (força resistiva)
então:
Fop
Fat = P . µ = Fop horiz
Fat P = Fop
µ
Reação
µ
Exemplo:
Supondo que:
Fop=100kgf e µ=0,1
µ (dados de tabela, varia de 0,05 a 0,15)
Então:P = 1000 kgf
Preciso de uma força P=1000 kgf para sujeitar uma peça, e na mesma peça ainda posso
ter n variáveis que poderão alterar a força de operação e consequentemente a força
necessária para sujeição.
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Considerações de estudo:
- Se uma das duas forças, Fat ou Fop, for maior que a outra, haverá movimentação da
peça no dispositivo.
- Devido as variações da Fop durante a operação, a força P vai se alterar também, e
precisa-se controlar isso.
- O ideal é conseguir uma força de sujeição que “reaja” às forças da operação,
transformando a força P de ativa em reativa, com isso ganha-se em produtividade,
desempenho e qualidade da sujeição.
- Para tal deve-se analisar o sentido das forças atuantes na operação e assim definir
onde colocar “anteparos” (apoios e batentes).
- Após encontrar-se a força P reativa, escolhe-se o mecanismo que possa aplicar essa
força P na peça.
- A Força (P) deve atuar dentro do regime de deformação elástica do material para não
causar danos permanentes na peça.
- UNILATERAL - BILATERAL
P
P
P P/2 P/2
P P/2 P/2
P P/2 P/2
- CENTRADA - AUTOMÁTICA
Fop
P P P.b = peso . a
P = a . peso
P b
P P
P = a (Peso +Fop)
b
b
P
a
Peso da peça
- PNEUMÁTICA
Atuação de pistões pneumáticos como elemento de sujeição, vem crescendo a
cada ano, devido à facilidade de uso e ao baixo custo dos seus componentes. Trata-se
do sistema mais utilizados nas automatizações.
- HIDRÁULICA
A atuação de sistemas hidráulicos em sujeições estava restrito em seu uso
devido ao alto custo de instalação de bombas, utilização de componentes não
adequados que provocavam vazamentos e outros problemas nos circuitos hidráulicos.
Com o surgimento de micro pistões e sistemas mais simples como bombas portáteis,
está havendo um aumento no uso de hidráulica para sujeição, principalmente em
centros de usinagem, máquinas CNC, e FMS (Flexible Manufacturing Sistems).
- MOTOR ELÉTRICO
Tem utilização mais restrita, pois necessitam de controles tipo CLP / CNC para
seu uso. Como exemplo de uso temos os motores elétricos de passo e servo motor,
largamente utilizados na robótica, manipuladores e em elementos terminais de robos.
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- MAGNÉTICA
Também exerce pressão mas não diretamente sobre o elemento, mas criando
um campo magnético para prender a peça no dispositivo. É utilizada em mesas de
sujeição de retíficas planas tangenciais e transporte de peças, tem como restrição o uso
em materiais não metálicos.
- VÁCUO
Utilizado em dispositivos para transporte de placas de vidro, papel e outros
materiais planos não porosos. Não pode ser utilizado em superfícies irregulares devido
à dificuldade de formação de vácuo.
Em uma sujeição caso ocorra perda de ar, o sistema compensa soltando força
de vácuo (pressão contrária) dentro de limites.
- GRAVIDADE
Usa-se o próprio peso da peça para manter o posicionamento. A utilização se dá
principalmente para transporte e em equipamentos pesados.
- CONGELAMENTO
Trata-se de uma tecnologia recente. Consiste na sujeição da peça pelo
congelamento uma fina camada líquida (água ou gel) inserida entre a superfície de
contato da peça com o dispositivo, fazendo com que a peça se mantenha na posição
correta durante a sua usinagem. A sua utilização se dá principalmente para materiais
delicados como lentes de contato, lâmpadas, ou peças de tamanho reduzido.
- RÍGIDA
Quando os elementos que sujeitam a peça permanecem imóveis durante a
operação, não havendo nesse sistema nada que possa compensar uma perda de
pressão/força na peça, o que pode resultar em peça solta.
Exemplo: Parafusos de sujeição, Excêntricos, Cunhas, Rampa Frontal, Grampos.
- ELÁSTICA
Os elementos de sujeição podem mover-se durante a operação, compensando
eventuais perdas de carga e mantendo inalterada a força de sujeição, não perdendo
assim o posicionamento da peça. É utilizada em sistemas de alta força de usinagem,
que podem gerar movimentos involuntátios devido a essa forças.
Exemplo: Cilindros pneumáticos e hidráulicos, Molas, Motor elétrico, sistema magnético.
3.6.1. FUSOS
Funcionamento: a cada 360º de giro em torno de seu eixo, temos 1 passo sendo
gerado em movimento linear. Tendo um passo de 2,5 mm (distância entre os dois filetes
da rosca), para atingir um curso de 10 mm, precisaremos de 4 giros em seu eixo.
São elementos de sujeição muito utilizados em dispositivos simples, devido ao
baixo custo e a fácil obtenção, são elementos normalizados e de especificação fácil.
Tem como desvantagens o fato de usarem chaves soltas (nos dispositivos mais
simples) e de serem muito lentos para a utilização em cursos grandes.
Para minimizar o problema de lentidão em cursos grandes, devemos especificar
parafusos com passo de rosca maior, ou com múltiplas entradas, nesse caso teremos
um prejuízo na retenção da força de sujeição. Também podemos rever o projeto do
dispositivo, reduzindo a necessidade de cursos grandes.
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C) Cálculo do Excêntrico:
a) Sem atrito
Q = Q0
Pe = Q0 l
P = l
Q0 e
b) Formulação:
Curso = R – r
r1 = curso x 360º / θ
r1 = (R– r) 360º / θ
a = r1 /2 π (passo periférico)
c) Com Atrito:
tg α = a/r
sen α = e/r onde e = r senα
cos α = h/r onde h = r cosα
Relação de Transmissão sem considerar o atrito
R2 = P2 + (Q + Pµ1)2
P
R
Q’ = -e + µ1 h + µ2 d / 2
P l
Relação de Transmissão da
força de liberação.
R= P 2 + (Q + Pµ 1 ) 2
onde Q = 3 Q0
Pe = Q0 l ⇒ Pe = Q l ⇒ Q = 3 Pe
3 l
Pe 2,06
R= P 2 + (3 + Pµ 1 ) 2 R = P 1 + (3 + 0,18 ) 2
l 100
e
R = P 1 + (3 + µ 1 ) 2 R = P 1,06
l
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∴R = 1,03 x P temos que R=P com erro de 3%.
Ql = Pe + Pµ1h + Rµ2 d / 2
Ql = Pe + Pµ1h + Pµ2 d / 2
Q = e + µ1h + µ2 d/2
Relação de transmissão da força de sujeição
P l
f) Autotravamento = Q’= 0
Pe = Pµ1 h + Pµ2 d / 2
e = µ1 h + µ2 d / 2 Segurança = zero
Si =µ1 h + µ2 d / 2 Coeficiente de segurança contra
e auto liberação 1,5 ≤ Si ≤ 2,0
g) Dados / Exercícios:
curso necessário = 6mm
µ1 = 0,18
µ2 = 0,05
d = 12mm
l = 100mm
ro = 13mm
a = ro = 13 = 2,07 mm
2π 2π
tg α = a , e = r1 sen α, h = r1 cos α
ro
P = l
Qo e
Ql = P.e + P.µ1.h + P.µ2.d / 2
R = 1,03 x P para µ1 = 0,18 e l = 100mm
P= l .
Q e + µ1.h + 1,03.µ2 .d / 2
Q’ = -e + µ1 . h + 1,03. µ2 .d / 2
P l
Rendimento = P / Q
P / Q0
Si = µ1 .h + µ2 .d / 2 De acordo com os dados antriores Si = 1,867
e
Obs.: Caso Si não atenda ao especificado, alterar q, curso, R (raio maior). Somente modificar m1 e m2
em último recurso.
Excêntrico de acionamento
simples
Excêntrico de acionamento
duplo
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F) Excêntricos de sujeição Circular/Espiral - quanto ao tipo de construção:
Tipo Disco
Tipo Eixo
Tipo Garfo
2
Desde que ƒ seja pequeno, o ƒ é muito menor e
pode ser desconsiderado, de modo que
P = F1(2ƒ cos α – sen α)
Para valores pequenos de α, 2f cos α é maior do
que sen α, e uma força é necessária para extrair a cunha.
O travamento da cunha será obtido com um ângulo tal que
a força P seja zero.
Quando α é maior, cos α diminui e sen α aumenta,
reduz-se o travamento até ocorrer a autoliberação da
cunha. Nesses casos pode-se aumentar o atrito para obter
o travamento esperado.
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Práticas para Ângulos de Cunha. O ângulo α deve ter uma tangente menor
que duas vezes o valor do coeficiente de atrito, se a cunha deve permanecer
firmemente. Se o ângulo for pequeno, a força P para remover a cunha torna-se muito
grande. Para um coeficiente de atrito de 0.15, o α da Eq.(1) é de aproximadamente 16º.
Com um ângulo de inclinação maior que 16º, a cunha tenderá a autoliberação, também
na presença de óleo e de outras condições de escorregamento, ƒ pode cair abaixo de
0.1, e nesses casos um ângulo menor que 10º é requerido. Na prática trabalha-se com
um ângulo de inclinação em torno de 7º. A eficácia da sujeição da cunha não pode ser
exatamente predeterminada, porque o coeficiente de atrito é difícil de avaliar. Ele
depende de variáveis da superfície da cunha, tais como a presença de óleo ou de
fluidos de corte e do acabamento e da dureza de sua superfície.
Cunhas com ângulos maiores podem ser usados se um dispositivo de sujeição
auxiliar for adequado, como mostrado na figura abaixo
- Morsas auto centrantes de 3 pontos tem o seu uso mais restrito, pode vir a ser uma
opção quando não se conhece a qualidade da superfície da peça a ser posicionada, ou
numa peça assimétrica. Numa das faces possui um plano de contato e na outra um
prisma. Como na morsa de 4 pontos, temos o movimento simultaneo das roscas
esquerda / direita, porém, em passos diferentes, caso contrário uma das linhas de
simetria não será garantida. Segue abaixo o desenho esquemático de um sistema de
morsa auto centrantes de 3 pontos e seu cáculo para usinagem do prisma:
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⊄ em X
a
θ
c
⊄ emY
Sen θ = a - passo RD = 2,5
c - passo RE = 3,0
Sen θ = 2,5
3,0
Rosca Direita Rosca Esquerda Sen θ = 0,833
(RD) (RE) θ = 56,5 º
Morsa Auto Centrante tipo cone Morsa Auto Centrante tipo rampa frontal dupla
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Morsa Auto Centrante Duplo Excêntrico Morsa Auto Centrante Dupla Cunha
Grampo Vertical Grampo Horizontal Grampo tensor / esticador Grampo tipo torpedo
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W . l1 = P . l2 P = l1 . W P = l1 . W
P = l1 . W l2 l2
l2 P≡W P>W
P<W
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3.6.7. PLACAS
Sistemas de sujeição muito utilizados pela praticidade e fácil obtenção. Dois
tipos principais:
- Placa de 4 castanhas;
- Placa de 3 castanhas
- PLACA DE 4 CASTANHAS
Possuem 4 castanhas acionadas individualmente por meio de sistema de rosca.
É utilizada para sujeição de peças assimétricas em trabalhos de manutenção ou
fabricação de peças unitárias, não é prática para uso em produção seriada visto que o
ajuste de cada castanha é individual.
Castanhas reguláveis
individualmente por fuso roscado
- PLACA DE 3 CASTANHAS
Possuem 3 castanhas acionadas conjuntamente por meio de rosca,
acionamento manual ou por acionamento pneumático ou hidráulico. São sistemas auto-
centrantes de 2 eixos, e devido a sua característica de localizar o centro da peça
rapidamente são muito utilizadas em operações de torneamento e retificação de peças
cilíndricas.
As placas hidráulicas são muito utilizadas em operações em equipamentos
CNC, podendo ser acionadas automaticamente mediante um comando do programa.
Conseguem altas forças de sujeição possibilitando o trabalho dentro da potência
máxima dos equipamentos.
As placas pneumáticas são mais utilizadas em automações.
Apostila de Tecnologia de Dispositivos Página 47
A utilização de castanhas duras, para materiais brutos e castanhas moles,
usinadas de acordo com o centro de giro do fuso da máquina, usadas para operações
de acabamento, conferem uma boa precisão de posicionamento.
Algumas placas, utilizadas em operações de retífica, podem atingir precisão de
posicionamento de 0,01 a 0,005mm e repetibilidade de até 0,013mm.
3.6.8. PINÇAS
Apostila de Tecnologia de Dispositivos Página 49
Podem ter acionamento manual, hidráulico ou pneumático. São utilizadas como
elementos de sujeição auto-centrantes de 2 eixos, com boa precisão de posicionamento
e repetibildade, sendo utilizadas intensamente em operações de retífica e tornos
automáticos e copiadores.
Devido a variedade de esforços mecânicos que a pinça está sujeita, uma
característica principal para a sua qualidade final e durabilidade está no tratamento
térmico que ela recebe em sua fabricação, o qual deve garantir elevado limite de fadiga,
elasticidade e aumento no efeito mola.
Tem utilização em função dos diâmetros pequenos que consegue sujeitar, até
cerca de 50 mm. Porém são muito rápidas, eliminando tempos mortos de sujeição.
O poder de transmissão de força é pequeno, podendo ser aumentado inserindo-
se um sistema hidráulico, porém necessita-se de projetro especial.
Sua maior limitação, no entanto, é devido a necessidade de utilizarmos uma
pinça para cada diâmetro a ser sujeitado, pois devemos ter um contato total do plano
formado pelo diâmetro interno da pinça com o plano formado pelo diâmetro externo da
peça (vide desenho). Caso isso não ocorra, teremos o problema de contato em 6
pontos, no caso de diâmetros de peça maior a pinça ou contato de 3 pontos no caso de
diâmetro de peça menor que a pinça. Devido a esta característica de sujeição a pinça
trabalha preferencialmente com peças acabadas ou semiacabadas.
- Erros de sujeição que podem ocorrer caso o diâmetro da pinça seja maior ou
menor que a medida especificada:
Pinça Estacionária
- Pinça Push-out:
- Pinça Draw-in
- Neste modelo, a pinça é puxada no mandril por uma barra roscada. Esta ação
força a superficie cônica da pinça contra a tampa cônica frontal, fazendo com que a
pinça se feche e prenda firmemente o material.
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3.7. ELEMENTOS ELÁSTICOS DE SUJEIÇÃO
Formado pelos sistemas:
- Pneumático;
- Hidráulico;
- Molas e Elastômeros.
- SISTEMAS PNEUMÁTICOS
Tem utilização crescente em dispositivos, devido a facilidade e rapidez de
operação, padronização dos itens, versatilidade no uso devido a ampla linha de
produtos disponíveis no mercado e a possibilidade de combinação com outros
componentes mecânicos e eletro-eletrônicos permitindo a automação dos dispositivos.
São facilmente adaptados para a sujeição de peças e utilizados para forças de
sujeição menores em dispositivos leves.
- SISTEMAS HIDRÁULICOS
Reúne a vantagem da utilização dos sistemas pneumáticos, com o fato de
poder gerar grandes forças de sujeição com maior precisão. A criação de uma linha
específica de elementos de sujeição acionados por força hidráulica (ex. grampos de
sujeição hidráulicos) e a fabricação de micro cilíndros hidráulicos tem facilitado a
aplicação como elementos de sujeição. Tem como desvantagem, em relação `a
pneumática o fato de necessitar de sistema gerador de pressão hidráulica (bombas),
normalmente sistemas individuais por dispositivo, com custo elevado.
São muito utilizados em equipamentos CNC devido às forças de sujeição
obtidas, à confiabilidade na manutenção da força e a rapidez de acionamento, podendo
ser acionado diretamente pelo CNC através de comando no programa.
- MOLAS E ELASTÔMEROS
São elementos elásticos de sujeição por terem uma grande capacidade de
deformação elástica. Não são elementos geradores de força, sendo necessário seu uso
em conjunto com elementos rígidos de sujeição, funcionam também como elementos
equalizadores de força.
- ELEMENTOS EQUALIZADORES
São elementos utilizados para distribuir ou limitar a força aplicada em uma peça,
normalmente são elementos elásticos, tipo borracha, plastiprene, molas, fluídos, etc.
Esta é uma forma muito utilizada de Quando é necessária uma divisão muito precisa
lingueta, e frequentemente usada na em pregam-se no lugar da lingueta, ferrolho. O
periferia externa de discos divisores. disco divisor deve ser coberto, neste caso.
- Travamento por pinos de travamento
Os pinos de travamento são executados das mais variadas formas, porém não
oferece solução conveniente devido sua pouca praticidade e perda de tempo na produção.
Pinos cilíndricos provocam erros no posicionamento (vide capítulo de posicionamento).
Apresenta-se em dois tipos:
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Trava de puxar
Trava de alavanca
4.1. EXTRAÇÃO
Pode ser automática ou de acionamento manual.
- AUTOMÁTICA
Independe da ação do operador, é mais rápida possibilitando uma maior
produtividade, deve ser aplicada sempre que possível. É utilizada em dispositivos
automáticos ou manuais.
- ACIONAMENTO MANUAL
Depende do comando do operador para ser acionada e permitir a extração da
peça, normalmente tem um custo inicial menor que a extração automática, sendo por
esse motivo muito utilizada na indústria, também é aplicada em operações onde são
necessário medições ou retardo antes da extração.
- Exemplos de Extratores:
ACHERKAN N.; PUSH V.; IGNATYEV I.; KUDINOV V. Machine tool design, General editor N.
Acherkan, D.Sc., Translated Nicholas Weinstein, Vol. 3, Editora Mir Publishers, Moscou 1969, pg. 209-
236.
MABIE, Hmilton H. OCVIRK, F. W. Mecanismos. Livros técnicos e científicos Editora S.A., 1980.
(cames e divisores)
Sites:
www.plattburnerd.com
www.selltis.com.br
www.tagtechnology.com.br