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APOSTILA CONDIÇÕES
ECONÔMICAS DE CORTE
Componente curricular: Processos de Fabricação I
Professor: João Henrique Bagetti
Joaçaba, 2016
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Tanto os movimentos passivos como ativos são importantes, pois a sua associação
resulta no tempo total do processo de usinagem. Aos movimentos são associados direções,
sentidos, velocidades e percursos.
(1)
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Onde:
Vc – velocidade de corte [m/min];
d – diâmetro da ferramenta ou peça [mm];
n – rotação [rpm].
1.3 Cálculo da velocidade de avanço
Em, operações do tipo aplainamento é dada diretamente em quantidade de
deslocamento por curso. Em operações como torneamento, é o produto do avanço, pela
rotação da ferramenta.
(2)
f – avanço [mm/volta];
Vf – velocidade de avanço [mm/min].
Outras grandezas de avanço:
Avanço (f) – percurso de avanço em cada volta ou em cada curso da
ferramenta;
Avanço por gume (fz) – é o percurso de avanço por gume em cada volta ou
curso da ferramenta, medido na direção do avanço;
f (3)
fz=
z
Onde: z é o número de gumes da ferramenta.
Obs.: A fórmula 3 é bastante utilizada quando trabalhamos com fresamento.
1.4 Cálculo do tempo de corte
O tempo de corte (tc) resume a totalidade dos tempos ativos. Para o torneamento pode ser
calculado por:
(4)
Onde:
lf – percurso de avanço [mm].
(5)
Onde: K e x são constantes do material e podem ser determinadas por:
5
(6)
Participação indireta:
6. Preparo da máquina;
7. Remoção para troca da peça;
8. Ajuste e colocação da nova ferramenta.
Estas fases em termos de tempo para cálculo serão denominadas:
tt = tempo total de usinagem para uma peça
tc = tempo de corte (etapa 3)
ts = tempo secundário (etapas 1 e 5 )
ta = tempo de aproximação e afastamento (etapas 2 e 4 )
6
(8)
Onde:
Nt = número de trocas de ferramenta para usinagem do lote;
Z – número de peças do lote.
Seja “T” a vida de uma ferramenta, e Zt o número de peças usinadas durante a vida de
1 ferramenta têm-se:
(9)
T
Notem que na equação 9, que Zt = , se isolarmos o Nt da equação 9 teremos:
tc
tc (10)
N t =Z . −1
T
Substituindo a equação 10 na equação 8 teremos:
Z . tc
tp
t t=t c +t s +t a+ +
Z ( )
T
Z
−1
. t ft
t t 1
( )
t t=t c +t s +t a+ p + c − . t ft
Z T Z
t p tc 1
t t=t c +t s +t a+ + .t ft − . t ft
Z T Z
Reescrevendo:
t p t ft t c (11)
t t=t c +t s +t a+ ± + .t
Z Z T ft
t2
t1
Então podemos escrever que o tempo total é:
t t=t c +t 1+t 2 (12)
Onde:
tc = tempo de corte;
t1 = é o tempo improdutivo (colocação, retirada e inspeção da peça, substituição da
ferramenta e preparo da máquina) é CONSTANTE em relação a vc;
t2 = é o tempo relacionado à troca de ferramenta e aumenta com vc.
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(14)
(15)
Onde:
lf = percurso de avanço;
Vf = Velocidade de Avanço (m/min);
Vc = Velocidade de Corte (m/min);
f = Avanço (mm/volta);
d = Diâmetro da peça (mm).
(16)
(18)
(19)
Isolando a vcmxp:
9
(20)
E ainda, substituindo Vcmxp na Equação de Taylor (5), obtemos o T mxp que é a vida da
ferramenta para a máxima produção:
(21)
Pode-se então, obter a Vcmxp para um processo sabendo-se apenas o tempo de troca da
ferramenta e os coeficientes x e k da fórmula de Taylor.
Nota: o tempo de troca de ferramenta pode ser medido in loco, os coeficientes podem
ser obtidos de tabelas ou calculados através de ensaios.
3.3 Cálculo dos custos de Produção
Os custos de produção podem ser divididos em duas categorias:
Onde:
Kp – Custo de produção por peça;
Kus – Custo da mão de obra de usinagem;
Kuf – Custo das ferramentas de usinagem (depreciação, troca, afiação, etc);
Kum – Custo da máquina (depreciação, manutenção, espaço ocupado, energia consumida, etc).
10
(23)
Onde:
tt = Tempo total (min.) de confecção por peça;
Sh = Salários e encargos do operador por hora.
Para obter o custo da ferramenta por usinagem (Kuf) utiliza-se a equação 23:
(24)
Onde:
Kft = Custo da ferramenta por vida;
Zt = Nº de peças usinadas por vida T da ferramenta
Entretanto, observa-se que é necessário calcular o custo por vida da ferramenta (K ft),
conforme equação 24.
(25)
Onde:
Nfp = vida média do porta-ferramentas, em quantidade de arestas de corte, até sua possível
inutilização;
Vsi = custo de aquisição do porta-ferramenta;
Ns = número de arestas de corte do inserto intercambiável;
Kpi = custo de aquisição da pastilha intercambiável.
Custo da máquina (depreciação, manutenção, espaço ocupado, energia consumida, etc.), pode
ser calculado pela equação 25.
(26)
(27)
Onde:
11
(28)
(18)
(29)
C2
C1 C3
O que pode ser simplificado para:
(30)
Em (30)
(31)
(32)
Assim como foi realizada com a equação do tempo total para a obtenção da velocidade
de máxima produção (vcmxp), para a velocidade de mínimo custo (vco), deriva-se a equação 31
do custo por peça pela velocidade corte e iguala-se a zero:
(33)
(34)
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Segundo autores (Vilela, 1989), o custo de trabalhar na Vcmxp só é alto demais quando
a ferramenta é muito cara. Caso contrário, o custo por peça na V cmxp não difere muito
do custo na Vco , bastando então, a determinação da Vcmxp.
Escolha da Vc dentro do IME:
vcmxp é sempre maior que vco, que pode ser comprovado pela relação:
(35)
Nota: Essa relação sempre será maior que 1. Entretanto, é importante estimar os
custos quando se trabalha com velocidade máxima de produção, ou mesmo o tempo quando
se utiliza a velocidade de mínimo custo. Isso porque a velocidade de mínimo custo é
relacionada ao menor desgaste da ferramenta, muitas vezes o maior desgaste significa menor
tempo e maior produtividade, o que irá compensar o maior custo com ferramentas.
4 Referências
Exemplo – Suponha que seja necessário fabricar um lote de eixos de aço ABNT
1045 de 44 mm de diâmetro, com 300 mm de comprimento, através de processos de
usinagem, partindo de barras cilíndricas com Ø50 mm São testados dois regimes de
corte para um passe de desbaste:
(i) Velocidade de corte = 200 m/min; profundidade de corte = 1,0 mm e avanço = 0,4
mm/rotação; vida de 90 min com 53 peças usinadas por aresta.
(ii) Velocidade de corte de 250 m/min profundidade de corte = 1,0 mm e avanço = 0,4
mm/rotação. Vida de 56 min com 41 peças usinadas por aresta.
apresentam formato triangular, podendo ser utilizadas dos dois lados em um porta-ferramenta
(6 arestas) de pastilha intercambiável.
Sendo o custo de R$ 30,00 o homem-hora, e custo de máquina de R$ 40,00 por
hora.
a) Calcule os coeficientes de Taylor. Resposta: x = 2,1505 e k = 8x106
b) Determine a velocidade de corte para máxima produção e a velocidade econômica de
corte, sabendo que o tempo gasto pelo operador na troca de ferramenta é de 2,5 min e de
preparação da máquina e secundário é de 4 min. Resposta: vcmxp= 992m/min e vco =
686m/min
c) Calcule o a vida “T” e o tempo de corte para as velocidades de máxima produção e de
mínimo custo. tcmxp=0,342 min e Tmxp=2,87 min; tcco=0,495 min e Tco = 6,36 min
d) Calcule o custo por peça Kp, para as velocidades e tempos calculados nos itens b e c.
Kpmxp =R$ 1,79/pç e Kco=R$ 1,43/pç
e) Calcule o custo por peça Kp, para as velocidades Vc=200 m/min e Vc=250 m/min.
Kp200=R$2,19/pç e Kp250=R$ 1,86/pç
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LISTA DE EXERCÍCIOS
Questão 1 – Suponha que seja necessário fabricar um lote de eixos de aço ABNT 1045 de 21
mm de diâmetro, com 200 mm de comprimento, através de processos de usinagem, partindo
de barras cilíndricas com Ø25 mm São testados dois regimes de corte desbaste:
1. Velocidade de corte = 120 m/min; profundidade de corte = 1,0 mm e avanço =
0,4 mm/rotação; vida de 30 min com 48 peças usinadas por aresta.
2. Velocidade de corte de 150 m/min profundidade de corte = 1,0 mm e avanço =
0,4 mm/rotação. Vida de 20 min com 40 peças usinadas por aresta.
Nesta operação, são utilizadas pastilhas de metal duro, a um custo unitário de R$
18,00, com custo do suporte de R$500 e vida do suporte de 2500 arestas. As pastilhas
apresentam formato triangular, podendo ser utilizadas dos dois lados em um porta-ferramenta
(6 arestas) de pastilha intercambiável.
Sendo o custo de R$ 24,00 o homem-hora, e custo de máquina de R$ 36,00 por hora.
a) Calcule os coeficientes de Taylor. Resposta: x = 1,817 e k = 1,78x105
b) Determine a velocidade de corte para máxima produção e a velocidade
econômica de corte, sabendo que o tempo gasto pelo operador na troca de
ferramenta é de 2,5 min e de preparação da máquina e secundário é de 4 min.
Resposta: Vcmxp= 524 m/min e Vco = 333 m/min
Questão 2 - Na furação de furos cegos em carcaças de embreagem, as ferramentas
convencionais de aço rápido foram substituídas por ferramentas de aço-rápido revestido com
nitreto de titânio. Experimentalmente foram determinadas as condições de desgaste destas
ferramentas para um avanço de 0,1 mm/rot, e para estas condições foram obtidos os seguintes
dados: vc1 = 25m/min; T1 = 20 min e Z1 = 20 peças e vc2 = 55 m/min; T2 = 6,8 min e Z2 = .
14 peças
a) Determine as constantes da equação de Taylor. Resposta: x = 1,4524 e k =
2144,85
b) Calcule a velocidade de máxima produção e a vida para essa velocidade e o
tempo de corte para essa condição. Resposta: vcmxp= 339 m/min e Tmxp =
0,4524 e tc = 0,07 min.
c) Verifique a velocidade de corte para o mínimo custo (vco), bem como a vida da
ferramenta para o mínimo custo (To) e o tempo de usinagem da peça (tc).
Resposta: vco= 327 m/min; To = 0,47 min e tc = 0,08 min
d) Sendo os custos de uma broca de R$ 2,50, quais os custos de furação por peça
na produção para velocidade do item b e do item c. Resposta: Kp = R$ 2,07
para Vco e Kp = R$ 2,05 para Vmxp
e) Calcule o custo para as velocidades e vidas das ferramentas em foram usinados
os dois lotes e compare com a projeção de custos do item d. Resposta: Kp =
R$ 2,81 para Vc=25m/min e Kp = R$ 2,35 para Vc=55 m/min.
DADOS ADICIONAIS Øbroca = 8mm, com 50 reafiações até a sua inutilização; Prof.
total de furação por peça (l) = 100 mm/ peça. Sh = R$ 20,00, Sm = R$ 35,00, tempo de
troca de ferramenta de 1 min e tempo de preparação por peça de 2 min .
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