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Cadastro e Classificação

de Materiais

Professor: João H. Bagetti


Disciplina: Gerencia de Materiais
Introdução
Definição: Cadastro de materiais nada mais é que classificar.
A classificação compreende a especificação, codificação e
catalogação de todos os materiais necessários à produção,
venda, consumo como também movimentação dos bens e
serviços de uma empresa.
Vantagens:
 Fornecer uma linguagem única;
 Facilitar qualquer tipo de controle;
 Melhoria na programação de compras;
 Fácil aplicação em sistemas computacionais;
 Otimiza o grau de informação e flexibilidade.
Critérios para classificação
 Abrangência: Deve tratar de uma gama de
características em vez de reunir apenas
materiais para serem classificados.

 Flexibilidade: Deve permitir diversos tipos de


classificação.

 Praticidade: A classificação deve ser direta e


simples.
Tipos de classificação
Por Demanda:

 Materiais de estoque: São materiais que devem existir


em estoque e para os quais deve existir alguns
parâmetros de ressuprimento.
 Quanto a aplicação;
 Quanto ao valor do consumo anual;
 Quanto a importância operacional;

 Materiais de não estoque: São materiais de demanda


imprevisível para os quais não são definidos
parâmetros de ressuprimento.
Materiais de estoque
Quanto a aplicação
 Materiais produtivos: material ligado ao processo de
fabricação.
 Matérias primas: materiais básicos e insumos que
constituem os itens iniciais.
 Produtos em fabricação: são os materiais que estão
sendo processados ao longo do processo produtivo.
 Produtos acabados: produtos já prontos.
 Materiais de manutenção: materiais aplicados em
manutenção.
 Materiais improdutivos: materiais não incorporados ao
produto.
 Materiais de consumo geral: materiais de consumo,
aplicados em diversos setores da empresa.
Materiais de estoque
Quanto ao valor de consumo anual
 Materiais A: materiais de grande valor de consumo;

 Materiais B: materiais de médio valor de consumo;

 Materiais C: materiais de baixo valor de consumo.

(classificação ABC)
Quanto a importância Operacional
 Materiais X: materiais de aplicação não importante,
com similares na empresa;

 Materiais Y: materiais de média importância vital


para a empresa, com ou sem similar;

 Materiais Z: materiais de importância vital, sem


similar e que acarreta paralisação na produção.
Classificação de materiais

Materiais não
de estoque
A

Tipo de Demanda* Valor do


B
consumo anual

Materiais C
de estoque

Importância
Y
operacional

Z
Classificação ABC
 A curva ABC, 80-20, baseia-se no teorema do
economista e sociólogo Vilfrido Pareto. No século
XIX, na Itália, num estudo sobre renda e riqueza,
ele observou que uma pequena parcela da
população, 20%, concentrava 80% da riqueza.

 A curva ABC é um método de classificação utilizado


para separar os itens de maior importância, que
são em menor número, normalmente.
Classificação ABC - Método
Relação de materiais e
consumo

Material Preço Consumo Valor consumo


unitário anual (und) anual

A R$ 25,00 200,00 R$ 5.000,00

B R$ 16,00 5000,00 R$ 80.000,00


C R$ 50,00 10,00 R$ 500,00
D R$ 100,00 100,00 R$ 10.000,00

E R$ 0,15 200000,00 R$ 30.000,00

F R$ 0,01 100000,00 R$ 1.000,00

G R$ 8,00 1000,00 R$ 8.000,00

H R$ 2,00 20000,00 R$ 40.000,00

I R$ 70,00 10,00 R$ 700,00

J R$ 5,00 60,00 R$ 300,00


Classificação ABC - Método
Ordenar em escala decrescente de valor
Valor consumo % sobre o custo
Custo anual anual
Material anual acumulado
(decrescente) acumulado

45,58
B R$ 80.000,00 R$ 80.000,00
68,38
H R$ 40.000,00 R$ 120.000,00
E R$ 30.000,00 R$ 150.000,00 85,47

D R$ 10.000,00 R$ 160.000,00 91,17

G R$ 8.000,00 R$ 168.000,00 95,73

A R$ 5.000,00 R$ 173.000,00 98,58

F R$ 1.000,00 R$ 174.000,00 99,15

I R$ 700,00 R$ 174.700,00 99,54

C R$ 500,00 R$ 175.200,00 99,83

J R$ 300,00 R$ 175.500,00 100,00


Classificação ABC - Método
Parâmetro estipulado
% sobre o custo
Material anual acumulado

45,58
A
B
68,38
H

E 85,47

D 91,17 B
G 95,73

A 98,58

F 99,15

I 99,54 C
C 99,83

J 100,00
Tipos de classificação
 Materiais críticos: São materiais cuja demanda não
é previsível e a decisão de estocar tem como base o
risco. Por serem sobressalentes vitais de
equipamentos produtivos, devem permanecer
estocados até sua utilização, não estando,
portanto, sujeitos ao controle de obsolescência.
Tipos de classificação
 Perecibilidade: Podem ser perecíveis e não perecíveis.

Ex. de perecíveis:
 Ação higroscópica*: ex -sal , cal virgem;
 Tempo: ex -alimentos, remédios;
 Instáveis: ex -ácidos, óxido de etileno;
 Voláteis**: ex -amoníaco, éter;
 Contaminação da água: ex -óleo para transformadores;
 Contaminação por partículas sólidas: ex -graxas;
 Gravidade: ex -eixos de grande comprimento;
 Colisão: ex –vidro, cristais;
 Temperatura: ex-vedantes de borracha;
 Ação da luz: ex -filmes fotográficos;
 Atmosfera: ex –ferro, fósforo, sais;
 Animais: ex -grãos, madeira.
Tipos de classificação
 Periculosidade: gases, combustíveis, produtos
químicos.

 Possibilidade de fazer ou comprar: Esta classificação


visa determinar quais os materiais que poderão ser
recondicionados, fabricados internamente ou
comprados.
1. Fazer internamente: fabricados na empresa;
2. Comprar: adquiridos no mercado;
3. Decisão de comprar ou fazer: sujeito à análise;
4. Recondicionar: materiais passíveis de recuperação
Tipos de classificação
 Tipos de estocagem:

1. Permanente: materiais que necessita de ressuprimento


constantes.

2. Temporária: materiais de utilização imediata e sem


ressuprimento, materiais de não estoque.

 Dificuldade de aquisição: Quanto à dificuldade de aquisição


os materiais podem ser classificados em:

1. F – fácil aquisição

2. D – difícil aquisição
Tipos de Classificação
 Mercado fornecedor:

1. Mercado nacional: materiais fabricados no


próprio país;

2. Mercado estrangeiro: materiais fabricados fora


do país;

3. Materiais em processo de nacionalização:


materiais aos quais estão desenvolvendo
fornecedores nacionais, ou similares.
Especificação de materiais
 Definição: É a definição dos requisitos globais, tanto
gerais como mínimos, que devem obedecer aos materiais,
tendo em vista a qualidade e a segurança deles.
 Objetivo: tornar o material único.
 Estrutura e formação da especificação:
• Nome básico;
• Nome modificador;
• Características físicas;
• Medidas;
• Características de fabricação;
• Cuidados com relação ao manuseio;
• Embalagem.
Especificação de materiais
 Tipos padronizados de especificação:
 Conforme amostra: utilizado quando há dificuldade em
detalhar as características do material;
 Por padrão e características físicas: quando os materiais
possuem normas técnicas (ABNT);
 Por composição química: quando há exigência de teor
predeterminado para os componentes químicos do material.
Ex:sulfato, amônia, para análise, solução 10% H2S;
 Por marca de fábrica: utilizada quando se deseja garantir a
qualidade do material, aceitando-se a marca como padrão;
 Conforme desenho: utilizado quando a forma e as
características do material são complexas, não havendo
possibilidade de especificação.
Codificação
É a maneira pela qual as empresas buscam ordenar de
forma racional, metódica e clara a diversidade dos materiais,
ou seja, classificar os produtos através de caracteres, sejam
eles numéricos ou alfanuméricos, para facilitar principalmente
a utilização e a localização.

Objetivos:
a) Facilitar a Comunicação interna na empresa no que se refere a
materiais e compras;
b) Evitar a duplicidade de itens no estoque;
c) Permitir as atividades de gestão de estoques e compras;
d) Facilitar a padronização de materiais;
e) Facilitar o controle contábil dos estoques.
Tipos e sistemas de codificação
Tipos: Arbitrária e lógica
A codificação de seqüência arbitrária, refere-se àquela em
que da-se uma ordem conforme for a sua necessidade;
A codificação lógica, consiste em obter-se um padrão de
identificação para os materiais.

Sistemas de codificação:
Alfabética;
Alfanumérica;
Numérica.
Códigos lógicos
Em geral, os planos de codificação lógicos seguem um
mesmo princípio, dividindo os materiais em grupos e
classes:
 Grupo: designa a família, o agrupamento de materiais,
com numeração de 01 a 99;
 Classe: identifica os materiais pertencentes à família
do grupo, numerando-se de 01 a 99;
 Número identificador: individualiza-se o material,
sendo a numeração de 001 a 999;
 Dígito de controle: para os sistemas mecanizados é
necessária a criação de um dígito de controle para
assegurar confiabilidade de identificação do sistema.
 Tipos: Codificação decimal; Federal Supply
Classification (FSC) e Chambre Syndicale de la Sidérurgie
Française (CSSF).
Codificação decimal
Este tipo de codificação divide o universo dos materiais
em grandes grupos, de acordo com o campo de emprego,
numerando-os de 01 a 99. Os grupos são divididos em
subclasses (por tipo de equipamento, tipo de material),
numerando-os de 001 a 999. Finalmente, utiliza-se uma
seqüência de três dígitos (001 a 999) para identificar o item
em sua subclasse.

Exemplo: Um produto é separado em sua classe


(higiênico) com o número 20. A sua subclasse
(sabonete) é determinada pelo número 005 e o seu item
(marca) diante da subclasse recebe o número 173, dessa
maneira o seu código fica sendo: 20.005.173
Federal Supply classification
O ‘FSC’ classifica, descreve e numera uniformemente todos
os itens do suprimento, de modo que, desde os órgãos dos EUA,
onde foi criado, até outros países onde foi distribuído, possam
ser identificados. Sua estrutura é composta por 11 dígitos,
conforme a figura:
00 00 0000000

Classe de Material
Número Identificador
Os dois primeiros números definem o grupo de materiais,
junto dos dois números seguintes formam a classe do material;
Número identificador: os 3 números primeiros identificam o
local de utilização, os 4 últimos referem-se a seqüência de
identificação do produto, sendo que o último número será o dígito
verificador.
CSSF
CSSF (Chambre Syndicale de la Sidérurgie Française)
Sistema de codificação francês com 8 dígitos e análise
mista.
É necessário adotar-se uma classificação de materiais
normalizados e específicos.

CÓDIGO DE
BARRAS
Tipos de códigos de barras
EAN-13 - identifica o país de origem do produto, a empresa e o
produto por ela produzido. O último dígito serve para o controle da
composição total do código e é obtido através de cálculo algoritmo.

A B C D
7 8 9 1 2 3 4 5 6 7 8 9 5
País Empresa Produto D.C.
3 dígitos 6,5 ou 4 dígitos 3, 4 ou 5 dígitos elaborados dígito de
concedido concedidos pela EAN pela empresa para identificar controle
pela EAN (789 BRASIL cada item (cálculo
= Brasil) algorítmo)
Tipos de códigos de barras
A versão EAN-8 é utilizada somente em embalagens que não têm
espaço útil suficiente para a aplicação do EAN-13. Esse código indica
o país, o produto e tem um dígito de controle, dispensando o número
da empresa.

A B C
7 8 9 1 2 3 4 2
País Produto D.C.
3 dígitos 4 dígitos concedidos pela EAN dígito de controle (cálculo
concedidos BRASIL algorítmo)
pela EAN
Tipos de códigos de barras
EAN.UCC-14: Destinado à marcação de caixas de papelão,
fardos, contêineres e unidades de despacho em geral.
•No atacado, pode ser utilizado na passagem
pelo check-out. O EAN.UCC-14 é caracterizado por
14 dígitos. Para elaborá-lo, a empresa deverá
utilizar a mesma numeração do EAN-13 ou EAN-8
(identificadores dos produtos unitários),
acrescentando a Variante Logística (VL). A VL é um
número que precede o prefixo do Brasil (789), e
tem por finalidade identificar a quantidade de
unidades de consumo existentes na unidade de
despacho.
A B C
1 7 8 9 0 0 0 0 1 0 0 0 1 1
1 dígito: Número EAN-13 ou EAN-8 da unidade Dígito de Controle (obtido
Variante de consumo, sem o dígito de controle através de cálculo algorítmo)
Logística
(VL)
Tipos de códigos de barras
O UCC/EAN-128 pode ser aplicado em unidades de
distribuição, permitindo a identificação do número de lote, série,
data de fabricação, validade, textos livres e outros dados.

•A utilização do UCC/EAN-128 é múltipla, podendo ser aplicado na


logística e automação de vários setores produtivos e comerciais, como o
ramo alimentício, farmacêutico, vestuário e de papel, entre outros. Além
disso, pode ser usado na distribuição, armazenamento, inventários e
gestão de estoque, proporcionando agilidade na captura de informações,
com menor margem de erros.
QR Code

http://www.qrcode.com/en/
QR Code
 O QR Code é basicamente um novo código de
barras em 2D (o antigo código trabalha com
apenas uma dimensão, a horizontal, e o QR
Code utiliza códigos com informações tanto
no plano horizontal como na vertical).
 O código foi criado pela empresa japonesa

Denso-Wave, em 1994, e foi desenvolvido


inicialmente para a indústria de automóveis
japonesa, para ajudar a catalogar as peças
dos carros na linha de produção.
http://www.techtudo.com.br acessado em março 2017
QR Code
 Qual a diferença entre o QR Code e o código de barras
comum?
 A primeira diferença é a representação gráfica de ambos. O
código de barras é uma série de faixas escuras e claras,
acompanhadas de uma numeração. Essa combinação só
pode ser lida por um scanner que emite um raio vermelho. O
aparelho lê a informação e a transfere para um computador,
que converte tudo em números e, baseado no código e nas
informações cadastradas em um banco de dados, nos
apresenta informações que podem ser entendidas por nós.
 Já o QR Code é constituído de uma série de códigos e
caracteres decodificados em uma imagem quadrada,
dispondo de uma alta capacidade para armazenar dados.
http://www.techtudo.com.br acessado em março 2017
Catalogação do Material

Especificação
+
Codificação
=
Catalogação

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