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SOBRE O AUTOR
SUMÁRIO
Ponto 1 ...................................................................................................................... 7
1.1. Introdução ......................................................................................................................... 7
1.2. A Lei nº 12.153/2009 e o Microssistema dos Juizados Especiais .............................. 7
1.3. Princípios do Microssistema dos Juizados Especiais ................................................... 8
1.4. O que é importante decorar sobre o art. 1º ................................................................ 10
Ponto 2 ..................................................................................................................... 11
2.1. A competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública ..................................... 11
2.2. Valor da causa e litisconsórcio ativo e razões do veto ao §3º do art. 2º.................. 12
2.3. Menor complexidade da causa e prova pericial .......................................................... 13
2.4. Causas versando sobre direitos difusos e coletivos.................................................... 14
2.5. Causas versando sobre anulação de atos administrativos ......................................... 15
2.6. Causas versando sobre sanções disciplinares .............................................................. 15
2.7. Causas versando sobre imóveis das empresas públicas ............................................. 16
2.8. Competência absoluta dos Juizados Especiais da Fazenda Pública ......................... 16
2.9. Conflitos de competência envolvendo Juizados Especiais da Fazenda Pública..... 17
2.10. Assertivas corretas cobradas em concursos públicos .............................................. 18
2.11. O que é importante decorar sobre o art. 2º .............................................................. 19
Ponto 3 ..................................................................................................................... 21
3.1. Tutela provisória nos Juizados Especiais da Fazenda Pública.................................. 21
3.2. Vedações à concessão de liminares contra a Fazenda Pública ................................. 21
3.3. Assertiva correta cobrada em concurso público ........................................................ 22
3.4. O que é importante decorar sobre o art. 3º ................................................................ 22
Ponto 4 .................................................................................................................... 24
4.1. Recurso contra a sentença nos Juizados Especiais da Fazenda Pública .................. 24
4.2. Efeitos do recurso contra a sentença nos Juizados Especiais da Fazenda Pública 25
4.3. Embargos de Declaração nos Juizados Especiais da Fazenda Pública.................... 25
4.4. Recurso contra tutelas provisórias nos Juizados Especiais da Fazenda Pública .... 26
4.5. Recurso Especial nos Juizados Especiais da Fazenda Pública ................................. 27
Ponto 1
Art. 1º Os Juizados Especiais da Fazenda Pública, órgãos da justiça comum e integrantes
do Sistema dos Juizados Especiais, serão criados pela União, no Distrito Federal e nos
Territórios, e pelos Estados, para conciliação, processo, julgamento e execução, nas
causas de sua competência.
Parágrafo único. O sistema dos Juizados Especiais dos Estados e do Distrito Federal é
formado pelos Juizados Especiais Cíveis, Juizados Especiais Criminais e Juizados
Especiais da Fazenda Pública.
1.1. Introdução
O presente livro tem o propósito de facilitar o estudo da Lei dos Juizados Especiais
da Fazenda Pública para concursos públicos. Trata-se de uma lei importante,
especialmente para os concursos da advocacia pública, uma vez que os Juizados fazem
parte cada vez mais da rotina de atuação dos advogados públicos.
Cada um dos artigos da Lei nº 12.153/2009 recebeu comentários individualizados,
que abrangem doutrina e jurisprudência, bem como um tópico contendo um resumo do
que é importante decorar sobre cada dispositivo.
Ponto 2
Art. 2º É de competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública processar, conciliar
e julgar causas cíveis de interesse dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos
Municípios, até o valor de 60 (sessenta) salários mínimos.
§ 1º Não se incluem na competência do Juizado Especial da Fazenda Pública:
I – as ações de mandado de segurança, de desapropriação, de divisão e demarcação,
populares, por improbidade administrativa, execuções fiscais e as demandas sobre
direitos ou interesses difusos e coletivos;
II – as causas sobre bens imóveis dos Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios,
autarquias e fundações públicas a eles vinculadas;
III – as causas que tenham como objeto a impugnação da pena de demissão imposta a
servidores públicos civis ou sanções disciplinares aplicadas a militares.
§ 2º Quando a pretensão versar sobre obrigações vincendas, para fins de competência
do Juizado Especial, a soma de 12 (doze) parcelas vincendas e de eventuais parcelas
vencidas não poderá exceder o valor referido no caput deste artigo.
§ 3º (VETADO)
§ 4º No foro onde estiver instalado Juizado Especial da Fazenda Pública, a sua
competência é absoluta.
Os Juizados Especiais foram criados com o propósito de julgar com mais celeridade
causas de menor complexidade, as quais muitas vezes geram demandas em massa. Por
esse motivo, as três leis que formam o sistema processual dos juizados limitaram os valores
das causas que podem ser julgadas.
Para as causas do Juizado Especial Cível, o art. 3º da Lei nº 9.099/95 fixou o valor
máximo de 40 salários mínimos.
Por sua vez, para os Juizados Especiais Federais, o art. 3º da Lei nº 10.259/2001
fixou o valor máximo de 60 salários mínimos, o mesmo fixado para os Juizados Especiais
da Fazenda Pública, nos termos do art. 2º da Lei nº 12.153/2009.
Caso a demanda envolva obrigações futuras, o valor da soma de 12 prestações
vincendas e das vencidas não poderá superar 60 salários mínimos
Por fim, vale ressaltar que a fixação do valor da causa nos Juizados Especiais seguirá
as regras previstas nos arts. 291 a 293 do CPC, por não haver regra específica nas leis dos
juizados. É possível, inclusive, que o réu impugne o valor da causa nesse procedimento,
nos termos do art. 293 do CPC.
enfermo" (REsp 1.409.706/MG, Primeira Turma, Rel. Min. Benedito Gonçalves, DJe
21/11/13). Isso mesmo sem o Ministério Público ser mencionado no art. 5º, I, da Lei nº
12.153/2009 como legitimado ativo perante os Juizados Especiais.
O art. 3º, §1º, inciso III, da Lei dos Juizados Especiais Federais expressamente
afasta da competência desses juizados o julgamento de causas que objetivem a anulação
ou o cancelamento de ato administrativo federal, salvo o de natureza previdenciária e o de
lançamento fiscal.
Entretanto, a norma mencionada não foi reproduzida na Lei dos Juizados Especiais
da Fazenda Pública. Essa omissão eloquente do legislador leva à conclusão de que os
Juizados Especiais da Fazenda Pública são absolutamente competentes para julgar a
anulação ou o cancelamento de atos administrativos estaduais, distritais, municipais,
autárquicos, fundacionais e de empresas públicas.
Essa competência somente será afastada se: I- o ato administrativo impugnado levar
a causa a ter valor superior a 60 salários mínimos (art. 2º, caput); II- o ato administrativo
impugnado for relacionado a bens imóveis, ressalvados, como será visto adiante, os das
empresas públicas (art. 2º, §1º, II); ou III- o ato administrativo impugnado for de demissão
imposta a servidores civis ou sanção disciplinar aplicada a militares (art. 2º, §1º, III).
Como visto acima, os Juizados Especiais da Fazenda Pública são competentes para
julgar a anulação ou o cancelamento de atos administrativos. Nesse contexto, estão
abrangidos nessa competência também os atos administrativos que impõem sanções
disciplinares.
O art. 2º, §1º, II, da Lei nº 12.153/2009 afasta da competência dos Juizados
Especiais da Fazenda Pública o julgamento de causas relativas a bens imóveis dos Estados,
Distrito Federal, Territórios e Municípios, autarquias e fundações públicas a eles
vinculadas.
No entanto, o dispositivo mencionado silencia quanto às causas relativas a bens
imóveis das empresas públicas dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos
Municípios. Como o art. 5º, II, da Lei nº 12.153/2009 expressamente elenca como sujeito
passivo dos Juizados Especiais da Fazenda Pública as empresas públicas, cabe concluir
que esses juizados são absolutamente competentes para julgar as causas relativas a bens
imóveis dessas entidades.
Conforme dispõe o art. 2º, §4º, da Lei nº 12.153/2009, a competência dos Juizados
Especiais da Fazenda Pública é absoluta. Essa regra diverge daquela prevista para os
Juizados Especiais Cíveis, cuja competência é relativa e depende da escolha do autor
quanto ao procedimento a ser adotado (comum ou dos juizados), nos termos do art. 3º,
§3º, da Lei nº 9.099/95.
Juizados Federais, quanto aqueles que funcionam nas varas comuns da mesma Seção
Judiciária estão vinculados ao respectivo Tribunal Regional Federal (RE 590.409/RJ, Rel.
Min. Ricardo Lewandowski, j. 26.8.2009, Dje 28.10.2009).
No mesmo sentido, o Superior Tribunal de Justiça possui a súmula nº 428, que
dispõe que: “Compete ao Tribunal Regional Federal decidir os conflitos de competência
entre juizado especial federal e juízo federal da mesma seção judiciária”.
O mesmo raciocínio deve ser aplicado em relação aos Juizados Especiais da
Fazenda Pública, uma vez que eles integram a organização judiciária dos Tribunais de
Justiça. Portanto, o conflito de competência entre Juizado da Fazenda Pública e Juiz
Estadual de primeiro grau compete ao Tribunal de Justiça ao qual ambos encontram-se
vinculados.
Por sua vez, o conflito de competência entre varas de um mesmo Juizado Especial
da Fazenda Pública será julgado pela própria Turma Recursal.
O Juizado Especial da Fazenda Pública tem competência absoluta para julgar causas
de até 60 salários mínimos.
Caso a causa envolva prestações futuras, o valor da soma de 12 prestações
vincendas e das vencidas não poderá superar 60 salários mínimos.
Em caso de litisconsórcio ativo facultativo nos Juizados Especiais, o STJ entende
que o valor da causa deve ser considerado individualmente por autor, não
importando se a soma ultrapassa 60 salários mínimos.
A necessidade de produção de prova pericial não afasta a competência dos Juizados
Especiais da Fazenda Pública.
O STJ entende que os Juizados Especiais da Fazenda Pública podem julgar causas
individuais que versem sobre direitos difusos e coletivos, sendo vedadas apenas as
ações coletivas que busquem resguardar esses direitos.
O Juizado Especial da Fazenda Pública é absolutamente incompetente para julgar:
I- as ações de mandado de segurança, de desapropriação, de divisão e demarcação,
populares, por improbidade administrativa, execuções fiscais e as demandas sobre
direitos ou interesses difusos e coletivos; II- as causas sobre bens imóveis dos
Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios, autarquias e fundações públicas
a eles vinculadas; III- as causas que tenham como objeto a impugnação da pena de
demissão imposta a servidores públicos civis ou sanções disciplinares aplicadas a
militares.
O Juizado Especial da Fazenda Pública pode julgar causas que tenham como objeto
a anulação ou o cancelamento de atos administrativos, ao contrário dos Juizados
Especiais Federais.
O Juizado Especial da Fazenda Pública pode julgar causas que tenham como objeto
a anulação ou o cancelamento de sanções disciplinares impostas a servidores
públicos civis que não envolvam a pena de demissão, mas não pode julgar causas
que envolvam quaisquer sanções disciplinares aplicadas a militares.
O Juizado Especial da Fazenda Pública pode julgar causas referentes a bens imóveis
das empresas públicas estaduais, distritais e municipais, em razão da conjungação
dos arts 2º, §1º, II, e 5º, II, da Lei nº 12.153/2009.
Ponto 3
Art. 3º O juiz poderá, de ofício ou a requerimento das partes, deferir quaisquer
providências cautelares e antecipatórias no curso do processo, para evitar dano de difícil
ou de incerta reparação.
Ponto 4
Art. 4º Exceto nos casos do art. 3º, somente será admitido recurso contra a sentença.
forma, sendo o recurso inominado interposto contra sentença que extingue a demanda
sem resolução de mérito, caberá a retratação do juiz (Enunciado nº 520 do FPPC).
Vale ressaltar que, conforme dispõe o art. 7º da Lei nº 12.153/2009, conforme será
visto adiante, não há prazos diferenciados para a Fazenda Pública no procedimento dos
Juizados Especiais. Por esse motivo, o prazo para a interposição de agravo de instrumento
contra decisão que versa sobre tutela provisória no Juizado Especial da Fazenda Pública
será de 15 dias, nos termos do art. 1.003, §5º, do CPC.
Também é importante mencionar que o agravo de instrumento é um recurso que
deve ser interposto perante o Tribunal competente, de acordo com o art. 1.016 do CPC.
No caso dos Juizados Especiais da Fazenda Pública, o agravo de instrumento deverá ser
interposto perante a Turma Recursal competente (art. 17 da Lei nº 12.153/2009).
Conforme decidido pelo STF, as Turmas Recursais são órgãos recursais ordinários
de última instância, de forma que os juízes dos Juizados Especiais estão a elas vinculados
no que concerne ao reexame de seus julgados. Portanto, em homenagem aos princípios
da primazia da simplificação do processo judicial e da razoável duração do processo,
deverá a Turma Recursal julgar o mandado de segurança impetrado contra decisão de juiz
vinculado ao Juizado Especial (RE 586.789/PR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Data de
Julgamento: 16/11/2011, DJe: 27/02/2012).
Vale ressaltar que, caso seja denegada a segurança pela Turma Recursal, não será
cabível a impetração de recurso ordinário, tendo em vista que esse órgão não configura
um Tribunal, não se enquadrando na hipótese prevista no art. 105, II, “b”, da CF.
Ponto 5
Art. 5º Podem ser partes no Juizado Especial da Fazenda Pública:
I – como autores, as pessoas físicas e as microempresas e empresas de pequeno porte,
assim definidas na Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006;
II – como réus, os Estados, o Distrito Federal, os Territórios e os Municípios, bem como
autarquias, fundações e empresas públicas a eles vinculadas.
Vale notar que o rol dos legitimados ativos previsto no art. 5º da Lei nº 12.153/2009
diverge daquele previsto no art. 8º, §1º, da Lei nº 9.099/95. Nos Juizados Especiais Cíveis,
também possuem legitimidade ativa as pessoas jurídicas qualificadas como Organização
da Sociedade Civil de Interesse Público e as sociedades de crédito ao microempreendedor.
Entendemos que não há qualquer omissão normativa na Lei nº 12.153/2009 que
permita aplicação subsidiária do art. 8º, §1º, da Lei nº 9.099/95. O art. 5º da Lei nº
12.153/2009 regulou exaustivamente a matéria. Inclusive, esse foi o argumento utilizado
pelo STJ (REsp 1.372.034/RO) para afastar a vedação do art. 8º, caput, da Lei nº 9.099/95
e permitir que o incapaz atue no polo ativo nos Juizados Especiais da Fazenda Pública,
como será visto adiante.
Ademais, como mencionado, o art. 5º, I, da Lei nº 12.153/2009 exclui da
legitimidade das pessoas jurídicas que não sejam micro ou pequenas empresas no âmbito
dos Juizados da Fazenda Pública.
Entretanto, é importante ressaltar que há autores que divergem desse
entendimento, como Leonardo Carneiro da Cunha (2018, p. 781), e consideram que o rol
ampliado do art. 8º, §1º, da Lei nº 9.099/95 é aplicável aos Juizados Especiais da Fazenda
Pública.
Em provas objetivas de concursos públicos, o ideal é adotar o que está expresso no
art. 5º da Lei nº 12.153/2009.
Essa situação especial julgada pelo STJ diz respeito a demandas individuais em que
o Ministério Público e a Defensoria Pública atuam como substitutos processuais. Como é
cediço, a substituição processual ocorre quando o ordenamento jurídico permite que
alguém defenda direito alheio em nome próprio. Dessa forma, não há burla à disposição
do art. 5º, I, da Lei nº 12.153/2009, uma vez que o substituto processual estará pleiteando
perante o Juizado Especial um direito de uma pessoa física.
O art. 5º, II, da Lei nº 12.153/2009 confere legitimidade passiva nos Juizados
Especiais da Fazenda Pública apenas para os Estados, o Distrito Federal, os Territórios e
os Municípios, bem como autarquias, fundações e empresas públicas a eles vinculadas.
Como o dispositivo foi taxativo ao elencar os legitimados, deve-se entender que
não podem figurar no polo passivo das demandas perante esses Juizados Especiais as
sociedades de economia mista, à semelhança do que ocorre no âmbito da Justiça Federal
(art. 109, I, da CF), em que pese ser a Justiça Estadual competente para julgar demandas
envolvendo essas entidades.
Ponto 6
Art. 6º Quanto às citações e intimações, aplicam-se as disposições contidas na Lei nº
5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Código de Processo Civil.
Art. 7º Não haverá prazo diferenciado para a prática de qualquer ato processual pelas
pessoas jurídicas de direito público, inclusive a interposição de recursos, devendo a
citação para a audiência de conciliação ser efetuada com antecedência mínima de 30
(trinta) dias.
Conforme dispõe o art. 183 do CPC, os prazos processuais da Fazenda Pública são
contados em dobro para a prática de quaisquer atos processuais. Essa regra, no entanto,
não tem aplicação aos Juizados Especiais da Fazenda Pública em razão da especificidade
da norma do art. 7º da Lei nº 12.153/2009.
Vale ressaltar, por outro lado, que o próprio art. 7º da Lei nº 12.153/2009 estabelece
que a citação para a audiência de conciliação deve ser efetuada com antecedência mínima
de 30 dias.
No que tange aos prazos recursais, como visto, o Recurso Inominado contra a
sentença deverá ser interposto em 10 dias; os Embargos de Declaração, em 5 dias; e o
Agravo de Instrumento contra decisões versando sobre tutelas provisórias, em 15 dias.
“Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, para
a prática de qualquer ato processual, inclusive para a interposição de
recursos, computar-se-ão somente os dias úteis”.
Ponto 7
Art. 8º Os representantes judiciais dos réus presentes à audiência poderão conciliar,
transigir ou desistir nos processos da competência dos Juizados Especiais, nos termos e
nas hipóteses previstas na lei do respectivo ente da Federação.
Um dos princípios que regem o procedimento dos Juizados Especiais, nos termos
do art. 2º da Lei nº 9.099/95 é a preferência pela conciliação ou transação. Esse princípio
está refletido no art. 8º da Lei nº 12.153/2009, que permite que os representantes judiciais
das entidades rés conciliem, transijam ou mesmo desistam nos processos do Juizado
Especial da Fazenda Pública. A menção à desistência diz respeito a eventuais pedidos
contrapostos formulados pelo ente público, uma vez que a Fazenda Pública não tem
legitimidade ativa perante os Juizados Especiais.
É importante ressaltar que o interesse público é indisponível, de modo que os
representantes da Fazenda Pública somente podem conciliar, transigir ou desistir se
houver lei do respectivo ente da Federação prevendo as hipóteses em que isso poderá
ocorrer.
No que tange aos negócios jurídicos processuais, já está pacificado o entendimento
de que a Fazenda Pública pode celebrá-los, nos termos do Enunciado nº 256 do FPPC e
do Enunciado nº 17 da I Jornada de Direito Processual Civil do Conselho da Justiça
Federal. Nesse contexto, deve-se entender que também é possível a realização de negócios
processuais (arts. 190 e 191 do CPC) no âmbito dos Juizados Especiais, desde que
observados os princípios ínsitos a esse procedimento e garantido o controle judicial,
conforme dispõe o Enunciado nº 413 do FPPC.
Ponto 8
Art. 9º A entidade ré deverá fornecer ao Juizado a documentação de que disponha para
o esclarecimento da causa, apresentando-a até a instalação da audiência de conciliação.
Art. 10. Para efetuar o exame técnico necessário à conciliação ou ao julgamento da causa,
o juiz nomeará pessoa habilitada, que apresentará o laudo até 5 (cinco) dias antes da
audiência.
dos Juizados Especiais, deverá ser aplicado, no que for compatível, o disposto nos arts.
464 a 480 do CPC.
Ponto 9
Art. 11. Nas causas de que trata esta Lei, não haverá reexame necessário.
Ponto 10
Art. 12. O cumprimento do acordo ou da sentença, com trânsito em julgado, que
imponham obrigação de fazer, não fazer ou entrega de coisa certa, será efetuado
mediante ofício do juiz à autoridade citada para a causa, com cópia da sentença ou do
acordo.
Art. 13. Tratando-se de obrigação de pagar quantia certa, após o trânsito em julgado da
decisão, o pagamento será efetuado:
I – no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, contado da entrega da requisição do juiz à
autoridade citada para a causa, independentemente de precatório, na hipótese do § 3º do
art. 100 da Constituição Federal; ou
II – mediante precatório, caso o montante da condenação exceda o valor definido como
obrigação de pequeno valor.
§ 1º Desatendida a requisição judicial, o juiz, imediatamente, determinará o sequestro do
numerário suficiente ao cumprimento da decisão, dispensada a audiência da Fazenda
Pública.
§ 2º As obrigações definidas como de pequeno valor a serem pagas independentemente
de precatório terão como limite o que for estabelecido na lei do respectivo ente da
Federação.
§ 3º Até que se dê a publicação das leis de que trata o § 2º, os valores serão:
I – 40 (quarenta) salários mínimos, quanto aos Estados e ao Distrito Federal;
II – 30 (trinta) salários mínimos, quanto aos Municípios.
§ 4º São vedados o fracionamento, a repartição ou a quebra do valor da execução, de
modo que o pagamento se faça, em parte, na forma estabelecida no inciso I do caput e,
em parte, mediante expedição de precatório, bem como a expedição de precatório
complementar ou suplementar do valor pago.
Não sendo cabível mais recurso contra a decisão de mérito nos Juizados Especiais
da Fazenda Pública, seja pela ausência da interposição de recurso voluntário ou pelo
esgotamento dos recursos cabíveis, haverá o trânsito em julgado da decisão. Nesse caso,
a decisão formará coisa julgada matéria, com todos os efeitos previstos no art. 502 do
CPC.
Como é cediço, o meio de impugnar a coisa julgada é a ação rescisória, disciplinada
nos arts. 966 a 975 do CPC. No entanto, a Lei nº 12.153/2009 não mencionou essa ação,
o que torna aplicável, de forma subsidiária, a Lei nº 9.099/95, a qual, em seu art. 59, afirma
não ser admissível a ação rescisória nas causas sujeitas ao procedimento dos Juizados
Especiais.
Nesse contexto, em razão dos princípios que regem o procedimento dos Juizados
Especiais e da menor complexidade das causas a ele sujeitas, não será possível impugnar
as decisões de mérito definitivas por meio de ação rescisória no âmbito dos Juizados da
Fazenda Pública.
Como já visto, apenas podem ser julgadas pelos Juizados Especiais da Fazenda
Pública as causas que não superem o valor de 60 salários mínimos. Entretanto, com as
correções monetárias, a incidência de juros de mora e a eventual imposição de astreintes,
é possível que a condenação venha a superar o valor de alçada.
Nesse contexto, na edição nº 89 do Jurisprudência em Teses do STJ, foi divulgada
a seguinte tese:
Dessa maneira, o que importa é que o valor de 60 salários mínimos seja observado
no momento da propositura da ação, mas nada veda que esse valor seja superado no
momento da execução da decisão favorável ao autor.
Uma vez transitada em julgado a decisão de mérito ou o acordo firmado pelas partes
no âmbito dos Juizados Especiais, será o momento de cumprimento das obrigações
impostas. Se ao ente público for imposta obrigação de fazer, não fazer ou entrega de coisa
certa, não será necessária a observância do procedimento relativo aos precatórios.
Dessa forma, o cumprimento da sentença ou do acordo será feito mediante simples
ofício do juiz à autoridade citada para a causa, nos termos do art. 12 da Lei nº 12.153/2009.
Caso a obrigação não seja cumprida, será possível a imposição de multas.
Conforme previsto no art. 100, §3º, da CF e no art. 12, §2º, da Lei nº 12.153/2009,
o regime dos precatórios não se aplica às obrigações definidas em lei como de pequeno
valor. Enquanto não houver a fixação legal da quantia que cada ente federativo considera
como pequeno valor, os valores aplicáveis serão aqueles previstos no art. 87 do ADCT e
no art. 13, §3º, da Lei nº 12.153/2009: I- 40 salários mínimos para os Estados; e II- 30
salários mínimos para os Municípios.
Vale ressaltar que, de acordo com o art. 100, §8º, da CF e o art. 13, §4º, da Lei nº
12.153/2009, é vedado o fracionamento do valor de um precatório para que parte desse
valor possa ser pago mediante requisição de pequeno valor. Isso impede que haja burla da
regra dos precatórios. No entanto, é facultado à parte renunciar à parcela da obrigação que
supera o limite para pagamento mediante RPV, de acordo com o art. 12, §5º, da Lei nº
12.153/2009.
Caso a obrigação definida na sentença ou no acordo não supere os valores
mencionados no art. 87 do ADCT ou haja renúncia ao valor excedente, o pagamento deve
ser realizado no prazo de 60 dias, a contar da entrega requisição do juiz (art. 13, I, da Lei
nº 12.153/2009).
Não sendo atendida a requisição, será possível o sequestro dos valores das contas
do ente público, independentemente de audiência da Fazenda Pública (art. 13, §1º, da Lei
nº 12.153/2009. Por outro lado, se a requisição for cumprida, a parte beneficiária poderá
levantar os valores sem necessidade de alvará (art. 13, §6º, da Lei nº 12.153/2009). Se o
saque for feito por meio de procurador, é necessário que ele ocorra na agência destinatária
do depósito, mediante procuração específica, com firma reconhecida, da qual constem o
valor originalmente depositado e sua procedência (art. 13, §7º, da Lei nº 12.153/2009).
alimentícia que não se enquadrem nesse caso mencionado, serão pagos com preferência
sobre os precatórios comuns. Cumpre asseverar que, dentro de cada uma das classes, os
pagamentos serão realizados de acordo com a ordem cronológica de apresentação.
Não cabe ação rescisória em face das decisões definitivas de mérito proferidas no
âmbito dos Juizados Especiais da Fazenda Pública.
O Juizado Especial da Fazenda Pública tem competência para executar eus próprios
julgados, independentemente da quantia a ser executada, desde que tenha sido
observado o valor de 60 salários mínimos na ocasião da propositura da ação.
Se ao ente público for imposta obrigação de fazer, não fazer ou entrega de coisa
certa, não será necessária a observância do procedimento relativo aos precatórios e
o cumprimento da sentença ou do acordo será feito mediante simples ofício do juiz
à autoridade citada para a causa.
A obrigação sujeita a requisição de pequeno valor deve ser cumprida no prazo de
60 dias a contar do recebimento da requisição. Se a requisição não for atendida, o
juiz determinará o sequestro da quantia necessária.
Ponto 11
Art. 14. Os Juizados Especiais da Fazenda Pública serão instalados pelos Tribunais de
Justiça dos Estados e do Distrito Federal.
Parágrafo único. Poderão ser instalados Juizados Especiais Adjuntos, cabendo ao
Tribunal designar a Vara onde funcionará.
Art. 15. Serão designados, na forma da legislação dos Estados e do Distrito Federal,
conciliadores e juízes leigos dos Juizados Especiais da Fazenda Pública, observadas as
atribuições previstas nos arts. 22, 37 e 40 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995.
§ 1º Os conciliadores e juízes leigos são auxiliares da Justiça, recrutados, os primeiros,
preferentemente, entre os bacharéis em Direito, e os segundos, entre advogados com
mais de 2 (dois) anos de experiência.
§ 2º Os juízes leigos ficarão impedidos de exercer a advocacia perante todos os Juizados
Especiais da Fazenda Pública instalados em território nacional, enquanto no
desempenho de suas funções.
A conciliação nos Juizados Especiais da Fazenda Pública pode ser realizada tanto
por juízes leigos como por conciliadores.
O conciliador: pode atuar apenas na condução da audiência de conciliação; não
precisa ser advogado e será preferencialmente bacharel em Direito; e fica impedido
de exercer a advocacia nos juízos em que desempenha suas funções.
O juiz leigo: pode atuar na conciliação e também na instrução e julgamento da
causa, ficando sua decisão sujeita a homologação do Juiz togado; deve ser advogado
com mais de 2 anos de experiência; e fica impedido de exercer a advocacia perante
todos os Juizados Especiais da Fazenda Pública no Brasil.
O conciliador pode ouvir depoimentos das partes e das testemunhas, sendo
facultado ao juiz, em caso de não obtenção da conciliação, aproveitar os atos
praticados pelo conciliador e dispensar novos depoimentos para a instrução da
causa.
Ponto 12
Art. 17. As Turmas Recursais do Sistema dos Juizados Especiais são compostas por
juízes em exercício no primeiro grau de jurisdição, na forma da legislação dos Estados e
do Distrito Federal, com mandato de 2 (dois) anos, e integradas, preferencialmente, por
juízes do Sistema dos Juizados Especiais.
§ 1º A designação dos juízes das Turmas Recursais obedecerá aos critérios de antiguidade
e merecimento.
§ 2º Não será permitida a recondução, salvo quando não houver outro juiz na sede da
Turma Recursal.
A Turma Recursal é o órgão competente para a revisão das decisões dos juízes que
compõem o Juizado Especial da Fazenda Pública. Não se trata de um Tribunal
propriamente dito, uma vez que a Turma Recursal não está arrolada entre os órgãos do
Poder Judiciário previstos no art. 92 da CF, além de ser formada por juízes do primeiro
grau de jurisdição.
A quantidade de Turmas Recursais e de juízes que as comporão depende da decisão
de cada um dos Tribunais de Justiça, uma vez que não houve fixação na lei. O art. 17 da
Lei nº 12.153/2009 fixou apenas os critérios para a escolha dos juízes, que devem ser,
preferencialmente, juízes do Sistema dos Juizados Especiais (mesmo que não da Fazenda
Pública), designados por critérios de antiguidade e merecimento (§1º).
É importante ressaltar que o mandato dos juízes da Turma Recursal nos Juizados
Especiais da Fazenda Pública é de apenas 2 anos (art. 17, caput), vedada a recondução,
salvo se não houver outro juiz na sede da Turma (§2º).
A Turma Recursal não é um Tribunal, por não estar está arrolada entre os órgãos
do Poder Judiciário previstos no art. 92 da CF, além de ser formada por juízes do
primeiro grau de jurisdição.
O mandato dos juízes designados para compor a Turma Recursal é de 2 anos, não
cabendo recondução, salvo se não houver outro juiz no juízo sede da Turma.
Ponto 13
Art. 18. Caberá pedido de uniformização de interpretação de lei quando houver
divergência entre decisões proferidas por Turmas Recursais sobre questões de direito
material.
§ 1º O pedido fundado em divergência entre Turmas do mesmo Estado será julgado em
reunião conjunta das Turmas em conflito, sob a presidência de desembargador indicado
pelo Tribunal de Justiça.
§ 2º No caso do § 1º, a reunião de juízes domiciliados em cidades diversas poderá ser
feita por meio eletrônico.
§ 3º Quando as Turmas de diferentes Estados derem a lei federal interpretações
divergentes, ou quando a decisão proferida estiver em contrariedade com súmula do
Superior Tribunal de Justiça, o pedido será por este julgado.
Art. 19. Quando a orientação acolhida pelas Turmas de Uniformização de que trata o §
1º do art. 18 contrariar súmula do Superior Tribunal de Justiça, a parte interessada poderá
provocar a manifestação deste, que dirimirá a divergência.
§ 1º Eventuais pedidos de uniformização fundados em questões idênticas e recebidos
subsequentemente em quaisquer das Turmas Recursais ficarão retidos nos autos,
aguardando pronunciamento do Superior Tribunal de Justiça.
§ 2º Nos casos do caput deste artigo e do § 3º do art. 18, presente a plausibilidade do
direito invocado e havendo fundado receio de dano de difícil reparação, poderá o relator
conceder, de ofício ou a requerimento do interessado, medida liminar determinando a
suspensão dos processos nos quais a controvérsia esteja estabelecida.
§ 3º Se necessário, o relator pedirá informações ao Presidente da Turma Recursal ou
Presidente da Turma de Uniformização e, nos casos previstos em lei, ouvirá o Ministério
Público, no prazo de 5 (cinco) dias.
§ 4º (VETADO)
§ 5º Decorridos os prazos referidos nos §§ 3º e 4º, o relator incluirá o pedido em pauta
na sessão, com preferência sobre todos os demais feitos, ressalvados os processos com
réus presos, os habeas corpus e os mandados de segurança.
§ 6º Publicado o acórdão respectivo, os pedidos retidos referidos no § 1º serão
apreciados pelas Turmas Recursais, que poderão exercer juízo de retratação ou os
declararão prejudicados, se veicularem tese não acolhida pelo Superior Tribunal de
Justiça.
eletrônico (art. 18, §§1º 2º, da Lei nº 12.153/2009). Nessa hipótese, a reunião das Turmas
ocorrerá sob a presidência de desembargador indicado pelo Tribunal de Justiça.
Por outro lado, se a divergência sobre a interpretação de lei federal ocorrer entre
Turmas Recursais de diferentes Estados, caberá ao Superior Tribunal de Justiça julgar o
pedido de uniformização (art. 18, §3º, da Lei nº 12.153/2009).
Também será competente o Superior Tribunal de Justiça para julgar o pedido de
uniformização quando a decisão proferida estiver em contrariedade com súmula dessa
Corte Superior. Nessa situação, não é necessário que haja decisões de mais de uma Turma
Recursal. Basta que a decisão de uma Turma contrarie uma súmula do STJ para que seja
cabível o pedido de uniformização contra o acórdão.
Nesses dois caso de competência do STJ, será possível a concessão, de ofício ou a
requerimento do interessado, medida liminar determinando a suspensão dos processos
nos quais a controvérsia esteja estabelecida, quando presentes a plausibilidade do direito e
o risco de dano de difícil reparação (art. 19, §2º, da Lei nº 12.153/2009).
É importante mencionar que não é cabível pedido de uniformização ao STJ contra
acórdão de Turma Recursal do Juizado Especial da Fazenda Pública sob a alegação de que
a decisão contraria orientação fixada em precedentes do STJ (Rcl 22.033/SC, Rel. Min.
Mauro Campbell Marques, julgado em 8/4/2015, DJe 16/4/2015).
Ponto 14
Art. 20. Os Tribunais de Justiça, o Superior Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal
Federal, no âmbito de suas competências, expedirão normas regulamentando os
procedimentos a serem adotados para o processamento e o julgamento do pedido de
uniformização e do recurso extraordinário.
Art. 21. O recurso extraordinário, para os efeitos desta Lei, será processado e julgado
segundo o estabelecido no art. 19, além da observância das normas do Regimento.
Art. 22. Os Juizados Especiais da Fazenda Pública serão instalados no prazo de até 2
(dois) anos da vigência desta Lei, podendo haver o aproveitamento total ou parcial das
estruturas das atuais Varas da Fazenda Pública.
Art. 23. Os Tribunais de Justiça poderão limitar, por até 5 (cinco) anos, a partir da entrada
em vigor desta Lei, a competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública, atendendo
à necessidade da organização dos serviços judiciários e administrativos.
Art. 24. Não serão remetidas aos Juizados Especiais da Fazenda Pública as demandas
ajuizadas até a data de sua instalação, assim como as ajuizadas fora do Juizado Especial
por força do disposto no art. 23.
Art. 25. Competirá aos Tribunais de Justiça prestar o suporte administrativo necessário
ao funcionamento dos Juizados Especiais.
Art. 26. O disposto no art. 16 aplica-se aos Juizados Especiais Federais instituídos pela
Lei nº 10.259, de 12 de julho de 2001.
Art. 27. Aplica-se subsidiariamente o disposto nas Leis nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973
– Código de Processo Civil, 9.099, de 26 de setembro de 1995, e 10.259, de 12 de julho
de 2001.
Art. 28. Esta Lei entra em vigor após decorridos 6 (seis) meses de sua publicação oficial.
Ponto 15
Não cabe ação rescisória em face das decisões definitivas de mérito proferidas no
âmbito dos Juizados Especiais da Fazenda Pública.
O Juizado Especial da Fazenda Pública tem competência para executar eus próprios
julgados, independentemente da quantia a ser executada, desde que tenha sido
observado o valor de 60 salários mínimos na ocasião da propositura da ação.
Se ao ente público for imposta obrigação de fazer, não fazer ou entrega de coisa
certa, não será necessária a observância do procedimento relativo aos precatórios e
o cumprimento da sentença ou do acordo será feito mediante simples ofício do juiz
à autoridade citada para a causa.
A obrigação sujeita a requisição de pequeno valor deve ser cumprida no prazo de
60 dias a contar do recebimento da requisição. Se a requisição não for atendida, o
juiz determinará o sequestro da quantia necessária.
É vedado o fracionamento do valor do precatório para que parte dele se enquadre
nos limites da requisição de pequeno valor, o que não impede que a parte renuncie
ao valor excedente.
Os entes federativos podem fixar valores próprios para as obrigações de pequeno
valor, respeitado, como limite mínimo, o teto do RGPS.
A obrigação que supere os valores aplicáveis à RPV estão sujeitas à expedição de
precatório, de acordo com o regime previsto no art. 100 da CF.
A conciliação nos Juizados Especiais da Fazenda Pública pode ser realizada tanto
por juízes leigos como por conciliadores.
O conciliador: pode atuar apenas na condução da audiência de conciliação; não
precisa ser advogado e será preferencialmente bacharel em Direito; e fica impedido
de exercer a advocacia nos juízos em que desempenha suas funções.
O juiz leigo: pode atuar na conciliação e também na instrução e julgamento da
causa, ficando sua decisão sujeita a homologação do Juiz togado; deve ser advogado
com mais de 2 anos de experiência; e fica impedido de exercer a advocacia perante
todos os Juizados Especiais da Fazenda Pública no Brasil.
Bibliografia
CUNHA, Leonardo Carneiro da. A Fazenda Pública em juízo. 15. ed. rev., atual. e ampl. -
Rio de Janeiro: Forense, 2018.