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"Qualquer ideia que contrarie os interesses dos animais, ou seja, que os

reconheça como propriedade ou como meios para nossos fins, é contrária aos
Direitos Animais." - Sociedade Vegana
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Manifesto
No mundo de hoje, mais que em qualquer época anterior, os valores da
paz, da não-violência, da justiça e da igualdade de direitos inspiram
grande parte dos seres humanos. Ainda que a violência, a guerra, a
injustiça e a desigualdade persistam, elas são cada vez menos vistas
como a ordem natural das coisas, e cada vez mais denunciadas como
violações de diretos fundamentais dos indivíduos. Entretanto, os seres
humanos clamam pela não-violência, pela paz, solidariedade e direitos
dos menos favorecidos, sem se darem conta de sua contribuição para a
persistência desses males.
Gandhi ensinou que “devemos ser a mudança que queremos ver no mundo”. Não se pode pedir por não-
violência, paz e justiça, e, ao mesmo tempo, promover a violência e a injustiça. Uma das formas mais graves e
generalizadas de violência e injustiça é aquela à qual submetemos os animais não-humanos. Nesse sentido,
não se pode falar em transformações positivas reais sem falar em veganismo.
O veganismo é uma filosofia, uma concepção ética e um modo de vida, pautados sobre o fundamento dos
direitos animais, ou seja, o reconhecimento de que os animais, sendo seres sencientes, devem ser incluídos em
nossa comunidade moral e ter seus interesses respeitados.
São interesses dos animais:

 a continuidade de sua própria vida;


 a liberdade e autonomia para buscar os meios para sua sobrevivência e seu bem-estar; e,
 não serem utilizados como recursos ou meios para fins humanos, tendo sua existência propósito em si
mesma.

A todos esses interesses correspondem direitos, os quais são violados quando animais são submetidos à
exploração e à condição de propriedade. O respeito aos direitos animais somente ocorrerá com o fim de sua
apropriação e exploração. Por isso, o veganismo propõe a abolição do consumo de todos os produtos e
atividades que implicam exploração animal:

 alimentação: consumo de carne de quaisquer animais, vertebrados ou invertebrados, ovos, leite, gelatina,
mel, cochonilha, etc.;
 vestuário: uso de couro e outras peles, lã, penas, plumas, seda, etc.;
 entretenimento: zoológicos e aquários, circos com animais, rodeios, touradas, corridas de animais, feiras e
exposições de animais, rinhas, vaquejadas, farras-do-boi, cavalgadas, esportes que utilizam animais, etc.;
 trabalho animal: tração e transporte, cão-guia, cão farejador, cão policial, cão segurança, etc.;
 experimentação animal: procedimentos científicos ou didáticos, testes de segurança ou de qualidade de
produtos diversos;
 caça e pesca;
 comércio de animais domésticos, exóticos ou silvestres;
 utilização de animais em rituais religiosos;
 outras formas de exploração animal.

Nos sistemas e estilos de vida hoje predominantes ocorre um favorecimento das espécies animais com as
quais as pessoas se identificam, havendo rejeição, indiferença ou desprezo pelas espécies com as quais não
ocorre essa identificação. Dessa forma, atribui-se valor à vida animal de acordo com preferências pessoais. Se
se gosta de cães, chimpanzés e mamíferos marinhos, então suas vidas têm algum reconhecimento; se, vacas,
galinhas e porcos são animais que não geram empatia, sua submissão ao jugo humano é tida como legítima,
assim como os benefícios advindos de sua exploração.
Chamamos especismo a discriminação contra espécie, tão arbitrária e irracional quanto o racismo e o sexismo,
entre outras. O veganismo é a única forma coerente de combate ao especismo.
Assim como a sociedade não tolera o racismo e o sexismo, nossa luta é para que ela também não tolere o
especismo. O veganismo, ao tratar do respeito aos direitos de seres sensíveis e conscientes, afirma que sua
adoção não deve ser vista como questão de opção pessoal, mas de obrigação moral.
Cada organismo animal é um indivíduo, e como indivíduo tem seus direitos. Seu valor independe da espécie à
qual ele pertence, se rara ou abundante, útil para algum propósito humano, ou não. Sua existência possui valor
em igual medida e se justifica por si mesma.
O veganismo deve ser amplamente praticado e jamais vinculado a outras filosofias, ideias e crenças que não
sejam a dos direitos animais. Ele não deve ser um modo de vida restrito a uma pequena parcela da população
ou identificada com uma certa “tribo”. Manter o veganismo atrelado a outras práticas e ideias é condená-lo a
permanecer em um círculo restrito de pessoas.
Ainda que o veganismo dependa da iniciativa de cada indivíduo, apenas a sua prática por toda a humanidade
irá assegurar que os animais tenham seus direitos respeitados. Ademais, como em toda grande mudança, a
transição para esse modo de vida não é algo que se faça sozinho. O indivíduo que realiza essa escolha, em
geral busca o auxílio de outras pessoas ou informações que já estejam disponíveis. Nesse sentido, se pode
entender a necessidade da existência de pessoas que estejam dispostas a compartilhar suas experiências,
divulgar o veganismo e disponibilizar informações que sejam confiáveis.
O trabalho de divulgação do veganismo, do vegetarianismo e dos direitos animais consiste em esclarecer sobre
esse princípio e modo de vida, notadamente o que se refere à nutrição, à dieta vegetariana e à abolição da
exploração animal. A Sociedade Vegana promoverá o veganismo com base em informações confiáveis e bem
fundamentadas, de modo a desfazer mitos, informações pseudocientíficas e falsificações históricas.
Os direitos animais são a base do veganismo. Não é possível falar em um, sem citar o outro. Os demais
tópicos, como nutrição, benefícios à saúde e questões sócio-ambientais, são assuntos subsidiários que
contribuem para sustentar e argumentar em favor do veganismo.
Qualquer indivíduo ou organização que se proponha a falar em direitos animais deve fazê-lo tomando como
base apenas os interesses fundamentais desses animais. Não é aceitável que se busque simplesmente
regulamentar, disciplinar ou justificar a exploração animal. Isso não atende aos interesses dos animais e
certamente não pode ser sustentado por uma pessoa que adote o veganismo.
Da mesma forma, é importante que esclarecimentos sejam feitos com relação ao vegetarianismo: não é uma
filosofia, nem um modo de vida. O vegetarianismo é exclusivamente uma corrente dietética que exclui da
alimentação os ingredientes de origem animal, mesmo que sejam subprodutos e derivados que não resultaram
diretamente na morte imediata do animal. Pessoas que consomem peixes, ovos, leite, mel ou outros produtos
de origem animal não são genuinamente vegetarianas.
Entende-se que o abandono repentino de todos os produtos de origem animal da dieta não seja uma prática
comum e que a maior parte dos vegetarianos atravesse um período de transição, no qual alguns itens são
abandonados, enquanto outros permanecem. No entanto, sabe-se que nem todos os que abandonam alguns
produtos de origem animal se tornarão vegetarianos, podendo mesmo aumentar o consumo dos produtos de
origem animal que permaneceram na dieta. Dessa forma, esses hábitos alimentares híbridos podem
representar até mesmo um incremento na exploração animal.
Do mesmo modo, pode-se enganar a si mesmo crendo que o consumo de produtos de origem animal obtidos
de forma considerada mais aceitável, “ética” ou “humanitária” não apresenta problemas; pode-se querer
defender que assim está-se levando uma vida compatível com o bem-estar desses animais. Procedendo dessa
maneira, não se contribui para o bem-estar animal, apenas se promove sua exploração, tornando-a mais
aceitável aos olhos do grande público. A única forma de consumo verdadeiramente consciente e ético é a que
não inclui produtos de origem animal.
O veganismo e os direitos animais podem ser consistentemente defendidos tendo como base a ética, a razão
pura e argumentos cientificamente fundamentados. Sua difusão deve ser feita através de uma educação capaz
de estimular o rompimento de paradigmas, com mensagens claras e objetivas. Eis o principal propósito da
Sociedade Vegana.
14 de março de 2010, data de fundação da Sociedade Vegana, uma sociedade de caráter pacifista e não-
violento, criada fundamentalmente para divulgação dos direitos animais e do modo de vida vegano.
Sociedade Vegana

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© Sociedade Vegana

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