Você está na página 1de 6

Referência de Preços e Custos

O SINAPI é indicado como fonte oficial de referência de preços de insumos e de custos


de composições de serviços pelo Decreto 7.983/2013 e pela Lei 13.303/2016, no caso de
construção civil em geral, exceto os serviços e obras de infraestrutura de transporte.

O Decreto 7.983/2013 estabelece regras e critérios para elaboração do orçamento de


referência de obras e serviços de engenharia, contratados e executados com recursos
orçamentários da União. Já a Lei 13.303/2016 dispõe sobre o estatuto jurídico das
empresas públicas, das sociedades de economia mista e de suas subsidiárias.

O Decreto 7.983/2013 ainda estabelece as atribuições da Caixa e do Instituto Brasileiro


de Geografia e Estatística (IBGE) na gestão do SINAPI, sendo a Caixa responsável por
toda a base técnica de engenharia (especificação de insumos, composições de serviços e
orçamentos de referência) e pelo processamento de dados e publicação dos relatórios de
preços e custos, enquanto o IBGE atua na realização da pesquisa mensal de preço,
tratamento dos dados, formação e divulgação dos índices.

Para o desenvolvimento e atualização do SINAPI, a Caixa conta, além da parceria com o


IBGE, com o apoio da Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia
(FDTE), instituição sem fins lucrativos formada por docentes e pesquisadores da Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), com contrato renovado para atuar
no processo de aferição das composições de serviços até 2023, reforçando, assim, o
compromisso em manter o SINAPI atualizado continuamente.

Importante esclarecer que o SINAPI não é uma tabela que vincula a adoção de seus
valores ao desenvolvimento ou análise de orçamento de obras públicas, mas uma
referência devidamente caracterizada em documentação técnica, com divulgação pública,
que possibilita ao usuário realizar o uso consciente e adequado de suas informações.

Os Art. 6o e 8o do Decreto 7.983/2013 reforçam esse entendimento ao permitir a


utilização de outras fontes no caso de inviabilidade de uso das referências disponíveis no
SINAPI ou mesmo ao informar que podem ser adotadas especificidades locais ou de
projeto na elaboração de composições de custo unitário, demonstrando a pertinência dos
ajustes em relatório técnico elaborado por profissional habilitado.

Destaca-se, ainda, a participação fundamental dos usuários do SINAPI em consultas


públicas realizadas no processo de aferição, etapa prévia à publicação dos Cadernos
Técnicos, oportunidade que os especialistas e usuários têm para contribuir para o
aprimoramento dos trabalhos desenvolvidos pela FDTE/Caixa.

Relatórios de Insumos e Composições


Os Relatórios de Insumos e Composições são disponibilizados mensalmente, por Unidade
da Federação e a partir do Sumário de Publicações, em pastas compactadas com arquivos
nos formatos PDF e XLS, abrangendo insumos de materiais, mão de obra, equipamentos
e composições, que representam os serviços mais frequentes na construção civil.
As referências com preços para os insumos e custos para as composições do SINAPI são
apresentadas com Encargos Sociais Desonerado e Não Desonerado.

Para o uso adequado das referências é importante o conhecimento das composições na


sua forma analítica, da origem do preço dos insumos e dos critérios de quantificação dos
serviços que se encontram disponíveis nos Cadernos Técnicos dos grupos de serviços,
obtidos a partir do Sumário de Publicações.

Quanto à origem do preço, é oportuno observar nos relatórios as seguintes notações: (C)
preço do insumo coletado pelo IBGE, (CR) preço obtido por meio do coeficiente de
representatividade do insumo – metodologia de família homogênea adotada no SINAPI
– ou (AS) atribuído com base no preço do insumo para a localidade de São Paulo.

A utilização de preço de insumo com legenda (AS) em orçamento é decisão do


orçamentista ou analista da operação, que deve verificar se é adequado para a localidade
em que se orça a obra, verificando, ainda, a relevância do insumo no custo do orçamento.

Nas pastas compactadas, além dos relatórios de preços e custos (sintéticos e analíticos),
constam o Catálogo de Composições Analíticas e a Nota ou Errata, caso seja necessário
prestar informações adicionais aos usuários em relação à referência mensal.

No Catálogo de Composições, exclusivamente em Excel, constam duas abas, uma


denominada “com custo”, em que constam todas as composições relacionadas nos
relatórios de composições de serviços sintético e analítico, e a outra denominada “sem
custo”, em que constam composições aferidas, mas que na sua formação existe algum
item sem preço coletado, não permitindo que seja gerado para essas composições o custo
total. A divulgação das composições “sem custo” visa permitir ao usuário do SINAPI
optar por utilizar a referência que teve seus itens aferidos e coeficientes estabelecidos,
realizando pesquisa de preços apenas para os itens que não constam no relatório de
insumos.

Havendo dúvida quanto às características do insumo utilizado na composição de serviço,


o usuário deve recorrer à Ficha de Especificações Técnica.

Para os meses de referência anteriores a abril de 2017 não estão disponíveis os relatórios
de composições analíticas na pasta com os demais relatórios do mês. Como
alternativa Neste caso, para conhecer os itens de formação de cada composição (insumos,
composições auxiliares e seus respectivos coeficientes) deve-se utilizar o Catálogo de
Composições Analíticas, disponíveis de janeiro de 2014 a agosto de 2015 em PDF e de
setembro de 2015 a maio de 2018 em XLS.

Nas referências do SINAPI não é adotado nenhum percentual de BDI ou custo com
transporte, devendo o usuário adicionar no orçamento conforme caso específico.

Podem ser solicitados à gepad02@caixa.gov.br os relatórios de preços de insumos ou de


custos de composições cujos meses de referência não constam nos links relacionados
ao Sumário de Publicações.
Insumos
Os insumos do SINAPI estão em permanente manutenção pela Caixa e IBGE, visando
manter as descrições atualizadas e adequadas, além de possibilitar a criação de novos
insumos e a desativação de insumos obsoletos, resultado da evolução dos processos
construtivos, conforme são atualizadas as composições de serviços do SINAPI.

Cada insumo tem uma Ficha de Especificação Técnica na qual constam descritas suas
características, auxiliando os usuários na utilização dessas referências técnicas. As
alterações realizadas nos insumos são indicadas em um relatório de Manutenção de
Insumos.

Os preços dos insumos informados nos relatórios são os coletados pelo IBGE, mensal ou
periodicamente, para o estabelecimento do coeficiente de representatividade,
posteriormente submetido aos cálculos estatísticos previstos na metodologia adotada pelo
IBGE que possibilita o envio à Caixa dos preços medianos.

Quando o IBGE não obtém informações suficientes nos locais previamente cadastrados
para a coleta mensal em determinada localidade, o preço para o insumo é atribuído. Isso
permite que o SINAPI disponha de preço e custo de referência nos relatórios para todas
as localidades. Como a origem do preço é elemento importante para a decisão do usuário
do SINAPI quanto à utilização do preço divulgado, o relatório informa para cada insumo
se o preço foi coletado pelo IBGE (C), obtido por meio do coeficiente de
representatividade (CR) ou atribuído com base no preço do insumo para a localidade de
São Paulo (AS).

Os preços dos insumos de mão de obra divulgados já consideram os Encargos Sociais


Desonerados ou Não Desonerados para horista e mensalista, estabelecidos conforme
Metodologias e Conceitos aplicados no SINAPI, cujo percentual consta no cabeçalho de
cada relatório.

A Caixa obtém os preços dos insumos de CAP (Concreto Asfáltico de Concreto)


na ANP(Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). Com o objetivo
de oferecer referência de preço mais completa, a Caixa adiciona ao valor divulgado pela
ANP o obtido como ICMS, conforme percentuais pesquisados e informados em Nota.

Os insumos que possuem em sua descrição a indicação “Coletado Caixa” têm,


excepcionalmente, preços pesquisados pela Caixa, inclusive os necessários para se obter
os Encargos Complementares.

Composições
As composições de serviço do SINAPI estão em permanente manutenção pela Caixa, com
a finalidade de que correspondam às práticas atuais de engenharia observadas,
preferencialmente, em canteiro de obra. Os ajustes e aprimoramentos realizados são
relacionados em Manutenção de Composições.
As composições aferidas dispõem de Cadernos Técnicos (Sumário de Publicações)
contendo os itens considerados para cada serviço, suas características, os critérios
adotados para quantificação na aferição, além de normas e bibliografia pertinentes. São
identificadas, no final de sua descrição, pelo texto “AF” seguido pelo mês e ano de
aferição.

As composições não aferidas, ainda disponíveis no SINAPI, foram cedidas à Caixa por
diversas instituições até os anos 90, sem informações quanto às especificações ou
metodologias empregadas, o que impossibilita o desenvolvimento de Cadernos Técnicos,
contando, exclusivamente, com a descrição da composição e de seus itens de formação.

A utilização de determinada composição deve ser precedida do conhecimento de suas


características indicadas no Caderno Técnico ou, se este não existir, dos itens de sua
formação. Recomenda-se observar a data da última atualização, além da constituição do
custo da composição, pois pode conter insumo com as seguintes origens de preço:
coletado pelo IBGE (C), obtido por meio do coeficiente de representatividade (CR) ou
atribuído com base no preço do insumo para a localidade de São Paulo (AS).

A adoção do custo de composição com insumo com origem de preço atribuído São Paulo
é uma decisão do usuário, que deve analisar a necessidade de proceder ajustes conforme
a realidade para o local da obra.

Encargos Sociais e Complementares


Os preços dos insumos de mão de obra do SINAPI são acrescidos dos custos com
Encargos Sociais. A metodologia adotada pelo SINAPI leva em conta os custos incidentes
sobre a folha de pagamentos de salários, em decorrência do que estabelece a Consolidação
das Leis do Trabalho (CLT), a Constituição Federal de 1988, outras leis específicas e as
convenções coletivas de trabalho. O cálculo dos percentuais que incidem sobre os
insumos de mão de obra é realizado para cada capital brasileira, atualizado anualmente,
e considera dados regionais como rotatividade, feriados locais e quantidade de dias de
chuva para apuração do mais próximo da realidade.

Desde abril/2013, devido à Lei nº 12.844/2013 (que trata da desoneração da folha de


pagamentos), a Caixa disponibiliza, além dos preços de insumos e custo de composições
com Encargos Sociais Não Desonerados (com contribuição para o INSS de 20% sobre
folha de pagamento), preços e custos com Encargos Sociais Desonerados (sem a
contribuição de 20%). Mais informações podem ser obtidas em Metodologias e
Conceitos, Encargos Sociais – Percentuais de Incidência e Encargos Sociais - Memória
de Cálculo.

A partir de junho/2014, foram incorporados os Encargos Complementares, adotando-se


composições de serviço que na sua formação, além do item mão de obra (com preço com
os Encargos Sociais), constam itens relativos aos custos de alimentação, transporte
urbano, equipamentos de proteção individual, ferramentas, exames médicos e seguros
obrigatórios. Esses custos complementares são provenientes de exigências estabelecidas
nas convenções coletivas, obtidos através de pesquisas de mercado e materializados na
forma de insumos e composições auxiliares específicas. As premissas e a memória de
cálculo das composições de Encargos Complementares constam em Metodologias e
Conceitos.
Orçamentos de Referência
Com o objetivo de oferecer referências de custos para algumas tipologias mais recorrentes
de projetos submetidos à Caixa, são disponibilizados orçamentos estimativos que
empregam insumos e composições do SINAPI, elaborados a partir de projetos
hipotéticos.
Os Orçamentos de Referência disponíveis estão relacionados no Sumário de Publicações,
abrangendo tipologias em Edificação, Pavimentação e Saneamento. Para cada orçamento
consta a descrição do projeto, as principais especificações e a representação gráfica
necessária à compreensão de seus elementos. São mantidos de modo a disponibilizar,
mensalmente, o custo por característica física do projeto, denominado Valor Unitário de
Referência (VUR), para as 27 localidades de preços e custos do SINAPI. Como exemplo,
para edificações utiliza-se o custo por m².
Os custos dos Orçamentos de Referência são impactados pela variação de preços que
resultam das coletas mensais para insumos representativos, implantação de coeficientes
de representatividade para insumos representados (revisados em coletas extensivas
periódicas), manutenção contínua nas especificações de insumos, aferição de
composições de serviço e manutenção das especificações dos projetos.
A utilização das informações contidas nos Orçamentos de Referência é uma decisão do
usuário. Para tanto, esse deve conhecer a documentação técnica disponibilizada
no Sumário de Publicações, ou seja, como são produzidos e o que é considerado, quando
também decide quanto aos ajustes técnicos e adaptações que o seu caso particular
necessita, inclusive quanto à origem de preço que impactam nos insumos e nas
composições adotadas no orçamento, principalmente as com legenda AS.
O histórico de alterações nos Orçamentos de Referência pode ser conhecido
em Manutenção de Orçamentos.

Convênios e Acordos
Os preços de insumos e custos de composições são disponibilizados gratuitamente a partir
do Sumário de Publicações, mas também podem ser obtidos por conveniados diretamente
no SIPCI, sistema desenvolvido inicialmente para uso pelos empregados da Caixa e que
contém as referências técnicas do SINAPI.

O acesso ao SIPCI possibilita às instituições conveniadas criar bancos próprios de


insumos e composições, vinculados ou não ao Banco Nacional de Insumos e Referencial
de Composições (mantidos pela Caixa para gerar as referências divulgadas pelo SINAPI),
cadastrar orçamentos e gerar relatórios com preços de insumos e custos de composições,
sintéticos ou analíticos, para qualquer data-base disponível.

A Instituição Pública interessada em ter acesso ao SIPCI pode formalizar Convênio com
a Caixa arcando com o reembolso dos custos correspondentes, conforme tabela, e
enviando para gepad02@caixa.gov.br mensagem com a documentação necessária para
convênio, conforme orientações disponíveis em Modelos e Custos com Convênio.

A Caixa pode analisar contrapartida proposta por instituição pública para firmar acordo
de cooperação, sem o reembolso dos custos envolvidos no caso de convênio,
encaminhada por mensagem à gepad02@caixa.gov.br.
Acesso ao sistema SINAPI para usuário conveniado: clique aqui.
Treinamento
Usuários de instituição conveniada para acesso ao SIPCI têm a opção de realizar
treinamento à distância sem custo, utilizando o material disponibilizado
em Treinamento à Distância.

Para realizar os exercícios do treinamento é recomendado utilizar o ambiente de


treinamento do SIPCI, devendo ser o acesso a esse ambiente solicitado pelo gestor do
convênio à gepad02@caixa.gov.br informando o nome e o número do PIS dos usuários
que farão o treinamento.

A utilização do ambiente de treinamento permite que as referências técnicas criadas


durante o treinamento possam ser excluídas, o que não ocorre com as referências criadas
no banco próprio da instituição, que podem apenas ser desativadas, mantendo esses
dados desnecessários no banco.

As instituições que não têm convênio ou outros interessados em obter mais detalhes em
relação ao SIPCI podem utilizar o treinamento (parte teórica), mas não poderão realizar
os exercícios, pois não é possível conceder acesso ao SIPCI.

Nota: Algumas funcionalidades do SIPCI funcionam plenamente apenas no navegador


“Internet Explorer”.

Você também pode gostar