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Disciplina: Pontes – Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL

Universidade do Sul de Santa Catarina


Curso de Graduação em Engenharia Civil
Disciplina: Pontes

Eng. André Labanowski Jr., M.Sc.

Eng. André Labanowski Júnior, M.Sc. 1


Disciplina: Pontes – Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL

Capítulo 1
Introdução
As pontes têm por finalidade dar continuidade à via na qual se
insere, através da transposição de um obstáculo, que pode ser líquido,
natural ou artificial. Quando o obstáculo a ser transposto não é
constituído de água, passa a ser denominado viaduto.
Quando a ponte é empregada para vencer um curso d´água, em
vão de até 10 metros, a mesma é denominada pontilhão e é geralmente
constituída por uma laje maciça. Em geral, os pontilhões apresentam
alto custo por metro quadrado.

1.1 Elementos Estruturais

Sob o ponto de vista funcional, as pontes podem ser divididas em


superestrutura, mesoestrutura e infraestrutura, conforme Fig. (1.1).
A superestrutura tem por finalidade receber diretamente as cargas
provenientes do tráfego e transmiti-las à mesoestrutura, que
geralmente é composta por pilares, encontros e aparelhos de apoio. Já a
infraestrutura tem por finalidade transmitir os esforços recebidos da
mesoestrutura para as fundações.
Freqüentemente fazem parte de obras de pontes, obras
complementares de acesso à mesma, proteção dos pilares contra
choques de embarcações, etc.

Mesoestrutura

Infraestrutura

Figura 1.1: Principais partes constituintes de uma ponte.

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A seguir apresentam-se os elementos estruturais da


superestrutura, mesoestrutura e infraestrutura.

1.1.1 Superestrutura

- Barreiras e defensas metálicas: são destinadas a conter


veículos na pista, oferecendo maior segurança para motoristas
e pedestres. As barreiras são constituídas de concreto,
resultando em elementos rígidos enquanto que as defensas
metálicas são constituídas por lâminas de aço, resultando em
elementos deformáveis, conforme ilustração na Fig. (1.2).

Jersey metálica

Figura 1.2: Barreira e defensa metálica.

- Passeios: Elementos destinados à passagem de pedestres.


Podem ser dispostos ao nível da pista ou em nível mais
elevado. Em ambos os casos é necessária a utilização de
barreiras ou defensas metálicas, apesar das mesmas não serem
usualmente empregadas quando os passeios estão dispostos
em nível mais elevado, sendo utilizado somente guarda-rodas,
conforme Fig. (1.3), que não garantem segurança aos
pedestres e motoristas.

Guarda-corpo

Barreira
Passeio Passeio
elevado Guarda-rodas
30

Pingadeira
Dreno
(a) (b)
Figura 1.3: Passeio: (a) ao mesmo nível da pista e (b) em nível elevado.

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- Guarda-corpos: Tem por finalidade proteger os pedestres e


são dispostos na lateral das pontes, quando as mesmas
possuem passeio, conforme Fig. (1.3).

- Lajes: As lajes constituem o suporte do tabuleiro. São


denominadas centrais quando seus bordos estão apoiados em
vigas e em balanço quando um de seus bordos está engastado
na viga e outro está livre, conforme Fig. (1.4).

Lajes em balanço Acesso


Lajes centrais
Alas
Longarinas Longarinas
Cortinas
Transversinas
Transversinas

(a) (b)
Figura 1.4: Seção (a) transversal e (b) longitudinal de uma ponte.

- Longarinas: Também denominadas vigas principais, recebem


as cargas provenientes da superestrutura (ver Fig. (1.4)).
Podem se apresentar como vigas isostáticas (com ou sem
balanço) ou hiperestáticas (vigas contínuas), de seção aberta
ou fechada (celular), sendo esta última classificação
apresentada no item (1.2.5).

- Transversinas: Tem por objetivo enrijecer o tabuleiro,


absorver por flexão os esforços de torção a que as longarinas
estão submetidas, e, quando ligada às lajes, servir de suporte
para as mesmas (Fig. (1.4)). Quando se trata de obras
constituídas de 03 ou mais vigas principais, desempenham
papel importante no funcionamento da superestrutura como
grelha.

- Alas: São placas engastadas à superestrutura com a finalidade


de conter lateralmente os aterros de acesso (ver Fig. (1.4)).

- Cortinas: Tem por finalidade conter longitudinalmente o aterro


de acesso e receber as cargas provenientes das lajes. São
também denominadas transversinas de acesso (ver Fig. (1.4)).

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1.1.2 Mesoestrutura

- Aparelhos de apoio: São utilizadas freqüentemente as


articulações de concreto (Freyssinet), consideradas apoios fixos
(impede deslocamento vertical e horizontal), ou neopreme
(constituído por chapas de aço e borracha), considerados
apoios móveis (impede somente o deslocamento vertical),
conforme Fig. (1.5).

Aço δ
Concreto

Pilar Pilar

(a) (b)
Figura 1.5: Aparelhos de apoio: (a) Freyssinet e (b) neopreme.

- Pilares: Podem ter, ou não, viga horizontal unindo os pilares,


formando, desta forma, um pórtico plano. Quando há viga
horizontal constituindo então um sistema de pórtico plano, a
mesoestrutura torna-se mais rígida, o que implicará em
menores valores de deslocamento e deformações. Quando não
há, a mesoestrutura torna-se mais flexível, pois os pilares
trabalham de forma independente. Nestes elementos é
importante a verificação dos efeitos de flambagem.

- Encontros: Tem a finalidade de conter os aterros de acesso da


ponte e servir de apoio ao tabuleiro, conforme se pode
observar na Fig. (1.6). São utilizados em casos em que há
instabilidade do aterro de acesso.

Aterro Encontro

Figura 1.6: Encontro.

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1.1.3 Infraestrutura

- Fundações superficiais: são utilizadas quando as camadas


resistentes do solo estão muito próximas à superfície. Podem
ser utilizados blocos ou sapatas, conforme Fig. (1.7).

(a) (b)
Figura 1.7: Fundações superficiais: (a) blocos (em concreto simples) e
(b) sapatas (em concreto armado).

- Fundações profundas: são utilizadas quando as camadas


resistentes encontram-se a grandes profundidades. Podem ser
utilizadas estacas ou tubulões, conforme Fig. (1.8).

Bloco de
concreto
armado

Estacas

Fuste
Base

(a) (b)
Figura 1.8: Fundações profundas: (a) em estacas e (b) em tubulão.

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1.2 Classificação

A classificação das pontes pode ser realizada segundo diversos


critérios, conforme apresentado a seguir.

1.2.1 Quanto à finalidade:


- Pontes Rodoviárias;
- Pontes Ferroviárias;
- Pontes Rodo-Ferroviárias;
- Passarelas, destinada ao tráfego de pedestres.

1.2.2 Quanto ao sistema construtivo:


- Moldadas no local;
- Total ou parcialmente pré-moldadas;
- Balanços progressivos;
- Aduelas.

1.2.3 Quanto ao tipo de material empregado:


- Concreto armado ou protendido, sendo esse empregado para
vencer grandes vãos;
- Aço;
- Madeira, geralmente empregada em pontes de vão inferior a 15
metros e são, normalmente, obras provisórias, em função de
sua pequena vida útil;
- Mista (concreto/aço ou concreto/madeira).

1.2.4 Quanto à travessia


- Normais: o eixo da ponte está disposto perpendicularmente em
relação ao curso do rio;
- Esconsas: o eixo da ponte está disposto perpendicularmente
em relação ao curso do rio. A esconsidade é quantificada por α,
que corresponde ao ângulo formado entre o eixo da ponte e o
eixo perpendicular ao curso do rio.

(a) (b)
Figura 1.9: Pontes (a) normais e (b) esconsas.

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1.2.5 Quanto ao sistema estrutural principal:

- Pontes em Laje: Seu sistema estrutural principal é a própria


laje, conforme Fig. (1.10), e são geralmente empregadas para
vencer pequenos vãos ou quando, por restrição em relação à
vazão do curso d´água (que impõe uma limitação quanto à
altura da estrutura), não sendo possível o emprego de vigas
principais.

(a)

(b)
Figura 1.10: Pontes em laje: (a) seção transversal e (b) longitudinal.

- Pontes em Viga: Seu sistema estrutural principal é composto


por vigas longitudinais e transversais. Pela forma da seção
transversal, podem ainda ser classificadas em seção celular ou
de seção aberta, conforme Fig. (1.11).

(a) (b)
Figura 1.11: Pontes em vigas: (a) de seção aberta e (b) celular.

- Pontes em Arco: Neste, a forma do arco é projetado de tal


forma que os carregamentos provenientes da superestrutura
sejam transmitidos aos apoios através de esforços axiais de
compressão, ou seja, a mesma é projetada de maneira a evitar
qualquer momento fletor e esforço cortante. O projeto também
deve levar em consideração efeito de flambagem das colunas,
que podem reduzir sensivelmente seus valores de tensões
admissíveis em peças esbeltas. Na Fig. (1.12) pode-se observar
alguns exemplos usuais de pontes em arco.

(a) (b)
Figura 1.12: Pontes em arco: (a) convencional e (b) atirantado.

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- Pontes Pênseis: Seus elementos são geralmente constituídos


de estruturas metálicas, exceto as superfícies do tabuleiro e as
fundações, onde é empregado concreto armado. O concreto
armado pode também ser utilizado nas torres principais (Fig.
(1.13)). Ao contrário das pontes em arco, neste caso os
carregamentos provenientes do tabuleiro são transferidos à
torre através de esforços axiais de tração. Com a finalidade de
se controlar movimentos aerodinâmicos e limitar
deslocamentos relativos no tabuleiro, o cabo principal é
enrijecido por treliças. Devido à baixa rigidez da ponte pênsil
enrijecida, deve-se considerar efeitos de instabilidade
aerodinâmicas, que se mostraram importantes com o colapso
da ponte Tacoma Narrows, em 1940 nos Estados Unidos (para
assistir ao colapso desta, basta acessar o seguinte endereço:
http://www.eng.uab.edu/cee/reu_nsf99/tacoma.htm). Outro
efeito de suma importância é a corrosão.

Penduais verticais

Viga de enrigecimento
Bloco de
ancoragem
Figura 1.13: Pontes pênseis: estruturas típicas.

- Pontes Estaiadas: Nas pontes estaiadas problemas de


instabilidade aerodinâmica não são significativos. Consistem de
um sistema de vigas principais, que são apoiados nos encontros
e nos pilares, e de um conjunto de cabos retilíneos (estais)
inclinados que fornecem sustentação ao tabuleiro, conforme
Fig. (1.14).

(a) (b)

(c)
Figura 1.14: Disposições típicas das pontes estaiadas: (a) leque, (b)
harpa e (c) leque modificado.

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Capítulo 2
Elementos necessários para a
elaboração do projeto
O projeto inicia-se com a identificação da finalidade da ponte, que
irá definir características geométricas da mesma, assim como os
carregamentos que as pontes deverão suportar.
Além destes elementos, o projeto ainda deve levar em
consideração elementos geotécnicos, hidrológicos e topográficos,
apresentados a seguir.

2.1 Elementos Hidrológicos

São considerados necessários os seguintes elementos


hidrológicos:
- Dados suficientes para a determinação da seção de vazão
necessária com indicação da declividade do espelho d´água na
região da obra e indicação sobre a velocidade máxima no local;
- Observação sobre a erosão das margens e dos leitos e
depósitos de materiais nas margens;
- Níveis de máxima cheia (NMC) e máxima estiagem (NME), além
da cota do nível d´água normal;
Deve-se também fazer levantamento da existência ou não de
pontes na mesma região do rio, com indicação do número de vãos, seus
respectivos comprimentos, etc. Ao se projetar uma ponte ao lado de
outra, já existente, deve-se adotar a mesma modulação de vãos da
existente para que os pilares fiquem alinhados, evitando-se uma
redução da seção de vazão do rio ou ainda a obstrução da navegação no
mesmo.

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2.2 Elementos Geométricos

Os elementos geométricos contemplam:


- Características da via: classe da ponte, acostamento, faixas de
segurança, passeios, etc., que são estabelecidos pelo órgão ao
qual a jurisdição da rodovia pertence (DER, DNER, etc.);
- Cotas do Greide e traçado em planta;
- Gabaritos especificados pelas normas de projetos de estradas,
no que diz respeito às dimensões da via, velocidade diretriz,
raio mínimo das curvas, etc. Deve-se também levar em
consideração os gabaritos de navegação do rio (largura e
tirante de ar) a partir do NMC, conforme Tabela (2.1), com a
finalidade de manter a navegação no local.

Navegação Altura (m) Largura (m)


Chatas 4,0 10,0
Maior porte 12,0 40,0
Transoceânica 55,0 250,0
Tabela 2.1: Altura, a partir do NMC, e largura
de acordo com o gabarito de navegação do rio.

2.3 Elementos Geotécnicos

No que diz respeito aos elementos geotécnicos são considerados:


- Descrição do equipamento utilizado;
- Sondagens de reconhecimento do sub-solo com indicações
sobre as camadas de solo atravessadas e nível d´água
observado;
- Planta de locação dos furos de sondagem em relação ao eixo
locado;
- Número de golpes SPT (N): corresponde ao número de golpes
aplicados ao amostrador para o mesmo penetrar 30 cm no solo,
após os 15cm iniciais. É utilizado para o cálculo da capacidade
de suporte do solo, conforme se pode observar na Tabela (2.2).

Classificação Tensão admissível


do solo (kgf/cm2)
Areia N/3
Argila N/5
Argila-arenosa N/4
Tabela 2.2: Valores das tensões admissíveis
do solo pelo ensaio SPT.

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2.4 Elementos Topográficos


Neste, os seguintes dados devem ser fornecidos:
- Planta topográfica do terreno: deve abranger ao menos trinta
metros além de cada extremidade do provável comprimento da
ponte e ter no mínimo trinta metros de largura. As curvas de
níveis deverão ser apresentadas de metro em metro e conter
indicação do eixo locado e indicação de esconsidade;
- Perfil longitudinal da estrada: deve ser obtido por levantamento
de vinte em vinte metros e deve prolongar-se pelo menos trinta
metros além de cada extremidade da obra. Nos trechos
submersos o levantamento deve ser realizado a cada cinco
metros (batimetria do rio).

2.5 Ações a considerar

Para o dimensionamento das pontes deve-se levar em


consideração toda e qualquer ação que acarrete em solicitação de algum
elemento estrutural das mesmas. Estas são classificadas em:
- Ações permanentes;
- Ações acidentais;
- Ações excepcionais.

2.5.1 Ações permanentes

É toda ação constante ao longo da vida útil da ponte tal como as


cargas provenientes do peso próprio dos elementos estruturais, do
empuxo de terra e de água, forças de protensão, etc.

• Peso da pavimentação: é atribuído γ = 24kN/m3, além de uma


carga adicional, referente ao recapeamento, de 2kN/m2 aplicada
sobre o tabuleiro, que pode ser dispensada pelo proprietário da obra.

• Peso dos elementos estruturais: No caso dos elementos


estruturais de concreto é atribuído peso específico γ = 24kN/m3 para
o concreto simples e γ = 25kN/m3 para o concreto armado. Deve-se
também levar em consideração o peso proveniente de outros
elementos, tais como, barreiras, guarda-corpos, guarda-rodas, etc.

• Empuxos de terra: atuam normalmente nos encontros, alas e


cortinas e pode ser determinado segundo as teorias de Rankine e
Coulomb. De acordo com a teoria de Rankine, a variação da pressão

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horizontal proveniente do empuxo de terra, conforme Fig. (2.1a), é


tal que
ph = λa × γ × z, (2.1)
onde γ corresponde ao peso específico saturado e λa ao coeficiente de
empuxo ativo do solo, calculado a partir do valor do ângulo de atrito
interno φ, ou seja,
λa = tg2[45° - (φ/2)]. (2.2)
Desta forma, o empuxo resultante Er do solo é dado por
Er = λa × γ × H2/2, (2.3)
onde H representa a altura da camada de solo que solicita o
elemento estrutural.

γ z γ z
H ph (z) H λa p

(a) (b)
Figura 2.1: (a) Empuxos de terra e (b) consideração
de sobrecarga sobre o terreno como pressão uniforme.

É importante lembrar que, em terrenos estratificados, deve-se


levar em consideração a variação de γ e φ em cada camada de solo
considerada.
Nos casos em que há uma sobrecarga p sobre o terreno, esta é
substituída por um peso equivalente de aterro, acarretando em uma
pressão uniforme adicional de valor λa × p, conforme ilustrado na
Fig(2.1b).
Estas fórmulas não se aplicam aos solos coesivos. É aconselhável
não levar em consideração o efeito favorável da coesão, adotando-se
um valor adequado para o ângulo de atrito interno φ. Este valor deve
ser inferior a 30° e deve-se adotar valor de peso específico do solo
superior a 18kN/m3.

• Forças de Fluência e retração do concreto: deve-se atender ao


disposto na seção 11 da NBR 6118:2003.

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• Forças de protensão: seus efeitos deverão ser verificados atuando


com as ações permanentes e também as ações permanentes
combinadas com as ações acidentais (ver seção 11 da NBR
6118:2003).

• Recalques de fundação: nos casos em que se constata a


possibilidade de recalques apreciáveis nas fundações, decorrentes
dos tipos de solo existentes e da fundação adotada no projeto, deve-
se realizar a verificação de seus efeitos na estrutura.

• Variação de temperatura: pode-se considerar variação de


temperatura da ordem de 15°C.

2.5.2 Ações acidentais

É toda ação que ocorre aleatoriamente sobre a ponte. Abaixo se


apresentam algumas delas.

• Trens-tipo: corresponde a um sistema de cargas representativos


dos valores característicos dos carregamentos provenientes do
tráfego rodoviário e ferroviário, ao qual a estrutura está submetida.
A Norma NBR 7188 – Carga Móvel em Ponte Rodoviária e Passarela
de Pedestre, fixa o trem-tipo para fins de dimensionamento como o
apresentado na Fig. (2.2).
As pontes podem ser de três tipos: classe 12, classe 30 e classe
45. Esta classificação é definida através de diversas características,
tais como: velocidade diretriz, raio mínimo, rampa máxima, largura
da pista, distância de visibilidade, etc. A Norma NBR 7188 define
para cada classe da rodovia um trem-tipo que servirá para o cálculo
dos esforços da ponte ou viaduto. No caso das classes 12, 30 e 45 os
trens-tipo são baseados em um veículo de peso total de 12tf, 30tf e
45tf, respectivamente. Pode-se, na Tabela (2.1), observar as
características dos trens-tipo para estas classes.

6,0m 6,0m

0,5m 0,5m

3,0m 2,0m 3,0m 2,0m

0,5m 0,5m
1,5m 3,0m 1,5m 1,5m 1,5m 1,5m 1,5m

(a) (b)

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Figura 2.2: Características geométricas do trem-tipo: (a) classe 12 e


(b) classes 30 e 45.
Os trens-tipo caracterizam-se por cargas concentradas
provenientes das rodas dos veículos e cargas distribuídas p aplicadas
em toda pista de rolamento, exceto na área ocupada pelo veículo.
No caso dos passeios a carga móvel é caracterizada por carga
distribuída p = 5kN/m2 que não deve ser majorada pelo coeficiente
de impacto.

Elementos Classe 12 Classe 30 Classe 45


Quantidade de eixos 2 3 3
Peso total do veículo 12tf/120kN 30tf/300kN 45tf/450kN
Peso de cada roda dianteira 2tf/20kN 5,0tf/50kN 7,5tf/75kN
Peso de cada roda traseira 4tf/40kN 5,0tf/50kN 7,5tf/75kN
Largura de contato de cada
0,2m 0,4m 0,5m
roda dianteira
Largura de contato de cada
0,3m 0,4m 0,5m
roda traseira
Comprimento de contato de
0,2m 0,2m 0,2m
cada roda
Distância entre eixos 3,0m 1,5m 1,5m
Distância entre rodas do
2,0m 2,0m 2,0m
mesmo eixo
Tabela 2.1: Características dos trens-tipo.

• Impacto lateral: os guarda-rodas e barreiras devem ser verificados


em relação a uma carga lateral concentrada de valor 60kN, que é
aplicada sobre sua aresta superior. Neste caso não é aplicado
coeficiente de impacto.

• Impacto vertical: ao se deslocarem sobre a superestrutura da


ponte, as cargas verticais dos trens-tipo provocam solicitações
diferentes se comparados às provocadas por cargas estáticas. A
mudança de posição das cargas faz com que a superestrutura
execute movimentos, provocando vibrações na mesma. Para levar
este efeito em consideração pode-se recorrer a teoria da dinâmica
das estruturas ou majorarem-se os esforços estáticos através de um
coeficiente de impacto ϕ, que no caso de pontes rodoviárias é
calculado por:
ϕ = 1,4 – 0,007 ×  ≥ 1,00 (2.4)
onde  representa o comprimento do vão. Observa-se que o
coeficiente de impacto ϕ é linearmente decrescente em relação ao

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vão, e pode assumir um valores entre 1,0 (para vãos superiores a 57


metros) e 1,4 aproximadamente.
No caso de vãos isolados, vigas contínuas de vãos iguais (com ou
sem articulações)  corresponde ao próprio vão isolado ou ao vão da
viga contínua. Em se tratando de vãos desiguais, cuja diferença não
ultrapasse 30%, pode-se adotar  como sendo o vão médio. No caso
de dúvidas é recomendável se adotar o vão de menor valor, que
corresponderá a um valor de coeficiente de impacto maior, ou seja, a
favor da segurança.
Devido a problemas dinâmicos (vibrações livres), em se tratando
de vigas em balanço, é recomendável adotar o próprio comprimento
em balanço. Também pelo mesmo motivo, no caso das lajes, é
recomendável adotar  como seu menor vão.
Para pontes ferroviárias o coeficiente de impacto, de valor superior
ao das pontes rodoviárias, é dado por
ϕ = 0,001 × [1600 – 60 ()½+ 2,25 × ] ≥ 1,20 (2.5)
Nas fundações e nos aterros, devem ser desconsiderados os
efeitos de impacto devido às dissipações dos efeitos dinâmicos. Este
também não deve ser considerado nos passeios.

• Força centrífuga: deve ser considerada em pontes em curva e atua


sobre a superfície de rolamento com valor determinado como uma
parcela do peso do trem-tipo. Em pontes de raio r inferior a 300
metros adota-se 25% do valor do peso do trem tipo, já incluídos
neste o coeficiente de impacto. Já nos casos em que o raio é superior
a 300 metros emprega-se (75/r)% do valor do mesmo.

• Força longitudinal: é provocada pela frenagem e pela aceleração


dos veículos sobre as pontes. Basicamente estas são absorvidas pela
ponte através do atrito, que gera uma força F = µP, onde µ
representa o coeficiente de atrito. Observa-se que F é uma fração do
peso P da carga móvel. Atingido este valor o veículo passa a deslizar
sobre a pista, mantendo a força de atrito constante. No caso de
pontes rodoviárias a Norma fixa a força longitudinal, que é aplicada
sobre a superfície do tabuleiro, em 30% do peso do veículo (µ =
0,30) ou 5% do carregamento do tabuleiro com a carga uniforme,
sendo adotado o maior destes valores.

• Vento: incide transversalmente sobre a ponte e a carga móvel,


sendo seu efeito avaliado por pressão por unidade de área. Em casos
especiais as cargas provenientes do vento podem ser determinadas

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através de ensaios em túnel de vento, ou através de programas


baseados no Método dos Elementos Finitos.

• Cargas de construção: devem ser levadas em consideração


especialmente as provenientes de equipamentos e decorrentes do
método construtivo adotado.

• Pressão da água em movimento: atua sobre os pilares e


fundações e é calculada por p = k × va2, onde va corresponde a
velocidade da água em metros por segundo, p a pressão atuante em
kN/m2 e k ao fator de forma. Para pilares circulares adota-se
k = 0,34 e para pilares retangulares adota-se k = 0,71 quando a
correnteza incide com ângulo de 90° sobre os pilares e k = 0,54
quando a correnteza incide com ângulo de 45°, sendo interpolado
para ângulos de incidência intermediários. A pressão p deve ser
considerada atuando sobre a projeção dos pilares em uma superfície
perpendicular a correnteza.

2.5.3 Ações excepcionais

É toda ação cuja probabilidade de ocorrência é pequena, tal como


choque de veículos ou embarcações em elementos da ponte, abalos
sísmicos quando pertinente, enchentes, entre outros.

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Capítulo 3
Dimensionamento da Superestrutura
A determinação da solução estrutural para um determinado projeto é
realizada em função de uma análise das condições locais da obra
(disponibilidade de material, acesso, etc.) e aspectos econômicos.
Determinada a solução estrutural busca-se otimizar os vãos ou
proporções da obra através de cálculos comparativos variando-se os mesmos
para então fazer o dimensionamento.
Neste Capítulo apresentam-se os procedimentos para a determinação
dos esforços solicitantes dos elementos da superestrutura e seus respectivos
dimensionamentos, para o caso de uma ponte em concreto armado composta
de 2 vigas principais.

3.1 Métodos para o cálculo dos esforços nas lajes

As lajes das pontes em concreto armado ou protendido podem ser


ligadas de diversas maneiras aos demais elementos constituintes da
superestrutura, o que irá depender da solução estrutural adotada.
Em geral as lajes são empregadas em forma de faixas, na qual uma
dimensão é predominante, podendo esta estar em balanço ou
simplesmente apoiada.
A seguir apresentam-se métodos elásticos para a determinação dos
esforços atuantes na laje, tal como o Método das Superfícies de
Influência e o Método de Rüsch, que são baseados na teoria de
placas finas (Kirchhof-Love).

3.1.1 Método das Superfícies de Influência

Este método, desenvolvido por A. Pucher, é análogo ao Método das


Linhas de Influência, no qual determinam-se as linhas de influência em
estruturas reticulares (estruturas de barras e vigas) devido a uma carga
unitária aplicada em um ponto da mesma. No caso do Método das Superfícies
de Influência, busca-se determinar, através de superfícies de influência, os
efeitos (tal como momento fletor, esforço cortante, etc.), também produzidos
por uma carga unitária, atuantes na placa. Na Fig. (3.1) observa-se a
superfície de influência de uma laje com os contornos simplesmente apoiados,
devido a um momento fletor Mx aplicado no centro.

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Figura 3.1: Superfícies de influência devido ao momento Mx. Fonte: Jayme Mason –
Pontes em Concreto Armado e Protendido, 1977.

Embora este método seja simples e geral, os trabalhos numéricos


envolvidos para a determinação do esforço mais desfavorável, são muito
dispendiosos, pois é necessário verificar as superfícies de influência em
diversos pontos da placa. Desta forma é recomendável a utilização de outros
métodos, tal como o Método de Rüsch, apresentado a seguir.

3.1.2 Método de Rüsch

A partir do Método das Superfícies de Influência e para as cargas


devidas ao tráfego, fixadas pela norma alemã DIN-1072, Rüsch
obteve os diagramas de cobrimento de momentos fletores em lajes
retangulares, com diversas relações de vão e condições de contorno
(apoio simples, engaste perfeito ou bordo livre), e organizou estes
dados em tabelas.
Em função do trem-tipo da norma alemã ser igual ao adotado pelas
normas brasileiras, pode-se utilizar este procedimento para o
dimensionamento de pontes no Brasil.
Entretanto, as normas brasileiras de cargas móveis rodoviárias fixam
uma área de contato retangular das rodas com a pista enquanto que
a norma alemã fixa superfície de contato quadrada, sendo necessário
a realização de alguns procedimentos para a utilização das tabelas de
Rüsch.
Sendo b a largura de contato de cada roda, que depende da classe do
trem-tipo, e o comprimento de contato independente da classe igual
a 20cm, então o lado de um quadrado, de área equivalente à área
retangular da norma brasileira, é dado por:

b’ = (20 × b)½. (3.1)

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A determinação da tabela a ser utilizada é feita de acordo com a relação


de vãos, as condições de contorno e a direção de tráfego. As condições de
contorno de bordo livre são representadas por --------, as de engaste por
==== enquanto que as de apoio simples por _____.
Em seguida obtém-se os parâmetros ML, MP e MP’ da tabela de Rüsch, de
acordo com os seguintes parâmetros:
- A relação entre o vão e a distância entre rodas de mesmo eixo;
- A relação entre a projeção t da área de contato a 45° na linha neutra
da laje, conforme Figura (3.2), e a distância entre rodas de mesmo
eixo.

b'

45 ° 45 ° Pavimento

f
Laje

h
t = b' + 2f + h
Figura 3.2: Determinação do parâmetro t.

A partir dos coeficientes obtidos na tabela pode-se calcular o momento


devido às cargas móveis, obtido através da fórmula:

M = ϕ × ( P × ML + p × MP + p’ × MP’), (3.2)

onde ϕ corresponde ao coeficiente de impacto, p é a carga uniforme na frente


e atrás do veículo, p’ é a carga uniforme nas laterais do veículo e P é a carga
de uma roda do trem-tipo. Vale ressaltar que a norma NBR 7188 estendeu a
carga p para as laterais do veículo, passando p’ a corresponder à carga
distribuída sobre os passeios não majorada pelo coeficiente de impacto, de
maneira que

M = ϕ × [ P × ML + p × (MP + MP’)]. (3.3)

Para cargas uniformemente distribuídas g sobre toda a laje, as


tabelas de Rüsch também fornecem os valores dos momentos nas
direções x e y, através da fórmula

M = k × g × lx2, (3.4)

onde k é um coeficiente obtido na tabela adotada e lx o vão da laje.

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3.2 Cálculo dos esforços nas lajes em balanço

Para as lajes em balanço, a tabela de número 98 de Rüsch fornece os


coeficientes relacionados aos momentos atuantes nas seções R, M e E,
conforme ilustração na Fig. (3.3).

b/2 l x /2 l x /2

Seção A

Seção B
lx
Figura 3.3: Seções das lajes em balanço R, M e E, onde são fornecidos
os coeficientes da tabela de Rüsch para o cálculo dos momentos.

Exemplo 3.1: Considere o projeto da ponte apresentado na Fig. (3.4).


As características desta ponte são: classe 30, resistência do concreto fck =
20MPa e aço CA-50 com cobrimento d’ = 3cm.
Para a determinação dos momentos de dimensionamento é necessário o
cálculo dos momentos provenientes das cargas permanentes, da carga
acidental (carga de 60kN aplicado no topo da barreira) e das cargas móveis,
para então se fazer a superposição destes.

1000
40 460 460 40
14,2
87
20

20
8

160 40 120 140


10
180

200
20

20 560

Figura 3.4: Seção transversal da ponte de seção aberta, composta de duas vigas
principais.
• Momentos provenientes das cargas permanentes (g): Neste são
efetuados os cálculos dos momentos provenientes do peso próprio dos
elementos constituintes da ponte, atribuindo-se ao peso específico do

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concreto armado γ = 25kN/m2 e para o asfalto γ = 24kN/m2. Para o


cálculo dos momentos, divide-se a laje de bordo da ponte em
geometrias cujo centro de gravidade e sua área são de fácil
determinação. Este momentos, segundo a norma, devem ser
calculados para as seções B, M e E.
Desta forma tem-se que os valores das cargas são obtidos pelo produto da
área da seção transversal de cada elemento pelo seu peso específico. Após a
determinação do braço de alavanca destas cargas, em relação ao eixo em
consideração, são obtidos os momentos provocados por cada elemento.
Finalmente o braço de alavanca da carga total é obtido pela divisão do
somatório de momentos pelo somatório das cargas. Este corresponde ao centro
de gravidade de todos os elementos, em relação à seção em consideração.
Como notação dos momentos calculados adotar-se-á a seguinte notação: o
primeiro sub-índice indica o eixo de atuação do momento (x ou y), o segundo a
seção onde o momento está sendo calculado (A, B, R, M ou E) e o terceiro sub-
índice corresponde ao tipo de carregamento (g corresponde à carga
permanente, p à acidental e q à carga móvel).
Na Tab. (3.1) observa-se o cálculo do momento atuante na seção B,
conforme Fig. (3.5), de valor M-xBg = 1,9785 kNm/m.
17,5 5 Seção B

17,5
47

2
25

3
4
35

6
8

Figura 3.5: Elementos que produzem momento na seção B.

Momento
El. Carga (kN/m) Braço (m)
(kNm/m)
1 0,175×0,47×25=2,0562 0,40-0,175/2 =0,3125 0,6426
2 0,05×0,47×25/2=0,2938 0,175+2×0,05/3=0,2083 0,0612
3 0,225×0,25×25=1,4062 0,40-0,225/2=0,2875 0,4043
4 0,175×0,25×25/2=0,5469 2×0,175/3=0,1167 0,0638
5 0,35×0,40×25=3,5000 0,40/2=0,2000 0,7000
6 0,08×0,40×25/2=0,4000 2×0,40/3=0,2667 0,1067
Total 8,2031 1,9785/8,2031=0,2412 1,9785
Tabela 3.1 – Cálculo do momento M-xBg.

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Na Fig. (3.6) observa-se os elementos que provocam momento devido ao


peso próprio na seção M e na Tabela (3.2) observa-se o cálculo dos momentos
atuantes na seção M, de valor M-xMg =13,6221kNm/m.
Seção B Seção M

1 ao 6

8,2031 kNm/m

2
5
i = 2% 7
8
24,12

20
9

10

6,25
100

Figura 3.5: Elementos que produzem momento na seção M.

Momento
El. Carga (kN/m) Braço (m)
(kNm/m)
1 ao 6 8,2031 0,2412+1,00= 1,2412 10,1817
7 1,00×0,020×24/2=0,2400 1,00/3=0,3333 0,0800
8 1,00×0,05×24=1,2000 1,00/2=0,5000 0,6000
9 1,00×0,20×25=5,0000 1,00/2=0,5000 2,5000
10 1,00×0,0625×25/2=0,7812 1,00/3=0,3333 0,2604
Total 15,4244 13,6221/15,4244=0,8832 13,6221
Tabela 3.2 – Cálculo do momento M-xMg.
Na Tabela (3.3) observa-se o cálculo dos momentos atuantes na
seção E, de valor M-xEg =28,5814 kNm/m, conforme Fig. (3.6).
Seção B Seção M Seção E

15,4244 kNm/m
1,2

i = 2% 11
12
7

88,32
26,25

1 ao 10 13

14
3,57

100 60 20

Figura 3.6: Elementos que produzem momento na seção E.

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Momento
El. Carga (kN/m) Braço (m)
(kNm/m)
1 ao 10 15,4244 0,8832+0,80= 1,6832 25,9616
11 0,60×0,0120×24/2=0,0864 0,60/3+0,20=0,4000 0,0346
12 0,60×0,0700×24=1,0080 0,60/2+0,20=0,5000 0,5040
13 0,60×0,2625×25=3,9375 0,60/2+0,20=0,5000 1,9688
14 0,60×0,0375×25/2=0,2812 0,60/3+0,20=0,4000 0,1125
Total 20,7375 28,5814/20,7375=1,3782 28,5814
Tabela 3.3 – Cálculo do momento M-xEg.
• Momentos provenientes da carga acidental (p): conforme a Norma
NBR7188 (itens 4.5 ao 4.8), os guarda-rodas e as barreiras, centrais
ou extremos, são verificados os momentos atuantes nas seções A, B,
M e E, provenientes de uma carga concentrada de intensidade 60kN
aplicada em sua aresta superior. Sobre esta carga não deve ser
acrescido o coeficiente de impacto.
O momento atuante na n-ésima seção é calculado pela divisão dos
momentos resultantes desta carga, obtido pelo produto da altura do
guarda-rodas ou barreiras pela carga horizontal, pela largura
resistente ou colaborante.
Com isso obtém-se:

M-xAp = M-xBp = 0,87×60/(0,87) = 60,00kNm/m. (3.5)


M-xMp = 0,87×60/(0,87+1,00) = 27,91kNm/m. (3.6)
M-xEp = 0,87×60/(0,87+1,00+0,80) = 19,55kNm/m. (3.7)

• Momentos provenientes das cargas móveis (q): A partir das condições


de contorno atuantes na laje de bordo, ou seja, um bordo engastado e
outro livre, e o sentido do tráfego (direção y), observa-se que a tabela
de Rüsch a ser utilizada é a de número 98 (páginas 71 e 72).
Neste exemplo o coeficiente de impacto, lembrando-se que o vão
teórico de vigas em balanço é 2 × , é dado por

ϕ = 1,4 – 0,007 × 
= 1,4 – 0,007 × 2 × 1,60
= 1,3776 ≥ 1,00. (3.8)

Para o trem-tipo classe 30, tem-se que a distância entre rodas do


mesmo eixo é a = 2,0m e b = 40cm. Observa-se que os resultados
apresentados por Rusch consideram uma área de contato de roda de
seção quadrada. Sendo retangular a área de contato especificada pela
norma brasileira, deve-se calcular a área de um quadrado de seção
equivalente ao que é normatizado no Brasil. Com isso, pode-se
concluir que a largura deste quadrado é dado por:

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½
b’ = (20 × b)
½
= (20 × 40)
= 28,28cm. (3.9)
O cálculo de t é realizado na seção mais desfavorável, ou seja, onde
os valores da espessura da laje e do pavimento são menores, que
corresponde à situação das rodas encostadas na barreira. Desta forma
deve-se obter estes valores na seção que passa pelo centro da roda
(seção R), obtendo-se então

f = 5cm + 2% de 20cm = 5,40cm (3.10)


h = 20cm + (20 × 10/160) = 21,25cm (3.11)
t = b’ + 2 × f + h
= 28,28 + 2 × 5,40 + 21,25 = 60,33cm (3.12)

Desta forma, os parâmetros de entrada nas tabelas de Rüsch são

lx/a = 1,60/2,0 = 0,80 (3.13)


t/a = 0,6033/2,0 = 0,302 (3.14)

Segundo a tabela de Rüsch número 98 (página 71) os coeficientes


ML, p e p’, para os momentos M-xEq e M+yRq, são os mostrados na Tabela
(3.4):

M-xEq M+yRq M-xEq M+yRq


Para
Para
lx/a t/a t/a todo
todo t/a
t/a
... 0,25 0,50 ... ... 0,25 0,50 ... p p’ p p’
... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...
0,75 ... 0,87 0,80 ... ... 0,300 0,160 ... - - - -
1,00 ... 1,18 1,10 ... ... 0,360 0,220 ... 0,05 - - -
... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...
Tabela 3.4 – Tabela de Rüsch número 98 (página 71).
Interpolando-se linearmente os valores dos coeficientes para M-xEq,
uma vez que os mesmos não estão disponíveis para coeficientes
lx/a = 0,80 e t/a = 0,303, obtém-se:

- para t/a = 0,302 e lx/a = 0,75:

0,50 - 0,25 0,80 - 0,87


0,302 - 0,25 X ML - 0,87

ML = (0,302 - 0,25)×(0,80 - 0,87)/(0,50 - 0,25) + 0,87 = 0,8555. (3.15)

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- para t/a = 0,302 e lx/a = 1,00:

0,50 - 0,25 1,10 - 1,18


0,302 - 0,25 X ML - 1,18

ML = (0,302-0,25)×(1,10-1,18)/(0,50-0,25)+1,18 = 1,1635. (3.16)


- para t/a = 0,302 e lx/a = 0,80:

1,00 - 0,75 1,1635 - 0,8552


0,80 - 0,75 X ML - 0,8555

ML = (0,80-0,75)×(1,1635-0,8552)/(1,00-0,75)+ 0,8555 = 0,9171. (3.17)

Pode-se observar na tabela que o valor de MP’ é nulo, o que não


ocorre com MP. Desta forma tem-se para t/a = 0,302 e lx/a = 0,80:

1,00 - 0,75 0,05 - 0,00


0,80 - 0,75 X ML - 0,00

MP = (0,80 - 0,75)×(0,05)/(1,00 - 0,75) = 0,01. (3.18)

Para a classe 30 tem-se que o peso transferido por cada roda é


P = 50kN e a carga de passeio é p = 5kN/m2. Substituindo então os
valores dos coeficientes na Eq. (3.3), obtém-se finalmente o valor de
momento devido às cargas móveis na seção E, ou seja,

M-xEq = ϕ × [ P × ML + p × (MP + MP’)]


= 1,3776 × [50kN × 0,9171 + 5kN/m2 × 0,01]
= 63,24kNm/m (3.19)

Fazendo-se o mesmo procedimentos para o momento M+yRq


(página 71) obtém-se:

ML = 0,283,
MP = 0,00,
MP’ = 0,00 e
M+yRq = 19,50 kNm/m (3.20)

Da mesma forma, conforme Tabela (3.5), cujos valores foram


obtidos na Tabela de Rüsch número 98 (página 72), tem-se M+xMq, M+yMq e M-
xMq:
• Para M+xMq: ML = 0,0709, MP = 0,00 e MP’ = 0,002, o que permite
concluir que
M+xMq = 4,90 kNm/m (3.21)
• Para M+yMq: ML = 0,0986, MP = 0,00 e MP’ = 0,00. Desta forma,
M+yMq = 6,79 kNm/m (3.22)

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• Para M-xMq: ML = 0,2629, MP = 0,0012 e MP’ = 0,00. Com isso,


obtém-se
M-xMq = 18,12 kNm/m (3.23)

M+xMq M+yMq M+xMq M+yMq


P/ todo
lx/a t/a t/a P/ todo t/a
t/a
... 0,25 0,50 ... ... 0,25 0,50 ... p p’ p p’
... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...
0,75 ... 0,075 0,038 ... ... 0,103 0,060 ... - - - -
1,00 ... 0,094 0,051 ... ... 0,125 0,085 ... - 0,01 - -
... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...
- -
M xMq M xMq
lx/a t/a P/ todo t/a
... 0,25 0,50 ... p p’
... ... ... ... ... ... ...
0,75 ... 0,263 0,200 ... - -
1,00 ... 0,328 0,263 ... 0,06 -
... ... ... ... ... ... ...
Tabela 3.5 – Tabela de Rüsch número 98 (página 72).

3.3 Dimensionamento das lajes

No Estado Limite Último (ELU), para a combinação de ações em


situações normais tem-se que o momento de dimensionamento será
calculado por

Md = 1,35 × Mg + 1,50 × Mp (3.23)


ou
Md = 1,35 × Mg + 1,50 × Mq (3.24)
adotando-se o de maior valor, uma vez que os momentos devidos às
cargas acidental e móvel não devem ser sobrepostos.
A Tabela (3.6) exibe os valores de momento de cálculo para este
exemplo.
O processo de dimensionamento inicia-se com o cálculo de km, dado por:

km = bw × d2/MD, (3.25)
onde bw corresponde à largura da seção a ser dimensionada, adotando-se
100cm para as lajes, e d é a altura útil da laje. Nesta fórmula bw e d devem
estar em cm e MD em Nm/m.

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Carga Carga Carga Momento de


Seção Mom. Permanente Acidental Móvel Dimensionamento
(kN.m/m) (kN.m/m) (kN.m/m) (kN.m/m)
A M-xA ------- 60,000 ------- 1,5×60,000 = 90,000
1,35×1,979 +1,5×60,000
B M-xB 1,979 60,000 -------
= 92,670
1,35×28,581+1,5×63,690
E M-xE 28,581 19,551 63,240
= 133,444
1,35×13,622+1,5×27,914
M-xM 13,622 27,914 18,117
= 60,262
M
M+xM ------- ------- 4,898 1,5×4,932 = 7,346
M+yM ------- ------- 6,794 1,5×6,842 = 10,191
R M+yR ------- ------- 19,498 1,5×19,636 = 29,246
Tabela 3.6 – Momentos de dimensionamento.
Em seguida obtém-se o valor de ka através das tabelas para o
dimensionamento de seções retangulares, que depende do valor da resistência
característica do concreto (fck), do tipo de aço empregado e do valor de km.
Também nesta tabela deve-se verificar o valor de ky, que nos casos em
que é inferior a kylim a seção é sub-armada, caso contrário é super-armada,
sendo necessário se utilizar armadura dupla.
A área de armadura As é então calculada por

As = ka × MD/d. (3.26)
que não deve ser inferior a armadura mínima Asmin = ρwmin × bw × h, onde ρwmin
depende da resistência característica do concreto.
A seguir apresenta-se o procedimento de dimensionamento para as
seções do exemplo anterior, cujos dados são: fck = 20MPa, aço CA-50 com
cobrimento d’ = 3cm.

• Seção A:

M-xAD = 90000Nm/m
h = 40cm
d = h – d’ = 40,00cm - 3cm = 37,00cm
km = bwd2/MD = 100 × 37,002/90000 = 1,52
Da tabela em anexo, para fck = 20MPa e aço CA-50, vem que

km ka
1,5525 0,002371
1,3376 0,002383

Interpolando-se os valores de ka, obtém-se

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1,5525 - 1,3376 0,002371 - 0,002383


1,52 - 1,3376 X ka - 0,002383

ka = (1,52 - 1,3376)×(0,002371 - 0,002383)/(1,5525 - 1,3376) + (3.33)


0,002383 = 0,002373.
Com isso, a área de armadura na seção A, devido ao momento M-xAD,
será dada por:
As = ka × MD/d = 0,002373 × 90000/37,00 = 5,77 cm2/m.
Asmin = 0,15% × bw × h = 0,15% × 100 × 40,00 = 6,00 cm2/m.
As < Asmin, logo As = 6,00 cm2/m.

• Seção B:

M-xBD = 92670Nm/m
h = 20cm
d = h – d’ = 20,00cm - 3cm = 17,00cm
km = bwd2/MD = 100 × 17,002/92670 = 0,312
Da tabela em anexo, para fck = 20MPa e aço CA-50, vem que

km ka
0,3144 0,002722
0,3064 0,002738

Interpolando-se os valores de ka, obtém-se

0,3144 - 0,3064 0,002722 - 0,002738


0,312 - 0,3064 X ka - 0,002738

ka = (0,312 - 0,3064)×(0,002722 - 0,002738)/(0,3144 - 0,3064) + (3.32)


0,002738 = 0,002727.

Com isso, a área de armadura na seção B, devido ao momento M-xBD,


será dada por:
As = ka × MD/d = 0,002727 × 92670/17,00 = 14,87 cm2/m.

• Seção E:

M-xED = 133440Nm/m
h = 30cm
d = h – d’ = 30cm - 3cm = 27cm
km = bwd2/MD = 100 × 272/133440 = 0,5463
Da tabela em anexo, para fck = 20MPa e aço CA-50, vem que:

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km ka
0,5529 0,002500
0,5232 0,002514

Interpolando-se os valores de ka, obtém-se

0,5529 - 0,5232 0,002500 - 0,002514


0,5463 - 0,5232 X
ka - 0,002514
ka = (0,5463 - 0,5232)×(0,002500 - 0,002514)/(0,5529 - 0,5232) + (3.27)
0,002514 = 0,002503.

Com isso, a área de armadura será dada por:


As = ka × MD/d = 0,002503 × 133440/27 = 12,37 cm2/m.

• Seção M:

M-xMD = 60262Nm/m
h = 20cm + 100×10/160 = 26,25cm
d = h – d’ = 26,25cm - 3cm = 23,25cm
km = bwd2/MD = 100 × 23,252/60262 = 0,8970
Da tabela em anexo, para fck = 20MPa e aço CA-50, vem que:

km ka
0,9511 0,002421
0,8692 0,002434

Interpolando-se os valores de ka, obtém-se

0,9511 - 0,8692 0,002421 - 0,002434


0,8970 - 0,8692 X ka - 0,002434

ka = (0,8970 - 0,8692)×(0,002421 - 0,002434)/(0,9511 - 0,8692) + (3.28)


0,002434 = 0,002430.

Com isso, a área de armadura na seção M, devido ao momento M-xMD,


será dada por:
As = ka × MD/d = 0,002430 × 60262/23,25 = 6,30 cm2/m.

M+xMD = 7346Nm/m
h = 26,25cm
d = h – d’ = 26,25cm - 3cm = 23,25cm
km = bwd2/MD = 100 × 23,252/7346 = 7,36. Como o valor máximo de
km na tabela para aço CA-50 é de 1,5525, adota-se o maior valor de ka da
tabela, ou seja,

Eng. André Labanowski Júnior, M.Sc. 30


Disciplina: Pontes – Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL

ka = 0,002371. (3.29)

Com isso, a área de armadura na seção M, devido ao momento


+
M xMD, será dada por:
As = ka × MD/d = 0,002371 × 7346/23,25 = 0,749 cm2/m.
Asmin = 0,15% × bw × h = 0,15% × 100 × 26,25 = 3,94 cm2/m.
As < Asmin, logo As = 3,94 cm2/m.

M+yMD = 10191Nm/m
h = 26,25cm
d = h – d’ = 26,25cm – 3cm – 1cm = 22,25cm. Obs.: O 1cm
corresponde ao fato de já haver armadura na direção x.
km = bwd2/MD = 100 × 22,252/10191 = 4,86. Como o valor máximo
de na tabela de km para aço CA-50 é de 1,5525, adota-se o maior valor de ka,
ou seja,

ka = 0,002371. (3.30)

Com isso, a área de armadura na seção M, devido ao momento


M+yMD, será dada por:
As = ka × MD/d = 0,002371 × 10191/22,25 = 1,09 cm2/m.
As < Asmin, logo As = 3,94 cm2/m.

• Seção R:

M+yRD = 29246Nm/m
h = 20cm + 20×10/160 = 21,25cm
d = h – d’ = 21,25cm - 3cm = 18,25cm
km = bwd2/MD = 100 × 18,252/29246 = 1,14
Da tabela em anexo, para fck = 20MPa e aço CA-50, vem que

km ka
1,1765 0,002396
1,0512 0,002408

Interpolando-se os valores de ka, obtém-se

1,1765 - 1,0512 0,002396 - 0,002408


1,14 - 1,0512 X ka - 0,002408

Eng. André Labanowski Júnior, M.Sc. 31


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ka = (1,14 - 1,0512)×(0,002396 - 0,002408)/(1,1765 - 1,0512) + (3.31)


0,002408 = 0,002400.

Com isso, a área de armadura na seção M, devido ao momento M-xMD,


será dada por:
As = ka × MD/d = 0,002400 × 29246/18,25 = 3,85 cm2/m.
Asmin = 0,15% × bw × h = 0,15% × 100 × 21,25 = 3,19 cm2/m.
As > Asmin, logo As = 3,85 cm2/m.
3.2.2 Verificação à fadiga

Para o exemplo apresentado, observa-se que as seções que apresentam


momentos devido às cargas permanentes são as seguintes: E, M e R. Para
estas seções a verificação da fadiga é apresentada a seguir. Para a armadura
negativa na seção B não há influência das cargas móveis, apenas o impacto
eventual de um veículo, não sendo necessária, portanto, a avaliação da fadiga
na mesma.

• Seção E: AS = 12,37cm 2 /m; bw = 100cm; d = 27cm; α = 10.

M E max = M xEg

+ 0,80 × M xEq

= 28,58 + 0,80 × 63, 24 = 79,17KNm/m , (3.41)
M E min = M −
xEg = 28,58KNm/m , (3.42)
A posição da linha neutra é dada por

α × As  2 × bw × d  10 ×12,37  2 ×100 × 27 
x=  1 + − 1 =  1+
 − 1 = 7,029cm . (3.43)
bw  α × As  100  10 ×12,37 

Com isso as tensões máxima e mínima são dadas, respectivamente, por

M E max 79,17 ×103


σ E max = = = 259,57MPa e
 x  7,029  (3.44)
As  d −  12,37  27 − 
 3  3 
M E min 28,58 ×103
σ E min = = = 93,70MPa .
 x  7,029  (3.45)
As  d −  12, 37  27 − 
 3  3 

Pode-se concluir então que a variação de tensão nesta seção será da


ordem de

∆σ E = σ E max − σ E min = 259,57 − 93, 70 = 165,87MPa , (3.46)

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A tensão resistente para barras retas é calculada por


∆f sk 150MPa
∆f sd = = = 130, 43MPa . Neste caso é necessário aumentar a área de
γ fat 1,15
armadura, pois a tensão atuante é maior que a resistente.

Adotando-se As = 16,03cm 2 /m , tem-se que a nova linha neutra é dada por

α × As  2 × bw × d  10 × 16, 03  2 × 100 × 27 
x=  1 + − 1 =  1 + − 1 = 7,84cm (3.47)
bw  α × As  100  10 × 16, 03 
e a variação de tensão atuante por

( M E max − M E min ) ( 79,17 − 28,58 ) × 103


∆σ E = σ E max − σ E min = = = 129,90MPa ,
 x  7,84  (3.48)
As  d −  16, 03  27 − 
 3  3 
que corresponde a um valor menor do que o resistente. Considera-se então a
seção E verificada quanto à fadiga.

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3.3 Dimensionamento das Transversinas

Para o dimensionamento das transversinas, tem-se que a Norma NB2/61


recomenda que esta seja calculada como simplesmente apoiada sobre as
longarinas, e que suas extremidades sejam armadas para momento negativo
igual a um terço do valor máximo do momento positivo encontrado.

3.3.1 Cargas permanentes

As cargas permanentes compreendem o peso próprio da transversina e


as reações provenientes das lajes. Desta forma, teremos uma carga distribuída
por unidade de metro e, no caso de uma viga bi-apoiada, temos que os valores
máximos de esforço cortante e momento fletor serão, respectivamente, os
seguintes:
g × l2
M g max = e (3.58)
8
g ×l
Vg max = . (3.59)
2

3.3.2 Cargas móveis

0,5m

3,0m 2,0m

0,5m
1,5m 1,5m 1,5m 1,5m
Figura 3.7 – Trem-tipo
Para o cálculo dos esforços provenientes das cargas móveis, a Norma
7188 estabelece que a carga pontual referente ao trem-tipo é dada por
Fq = 3 × ϕ × P , (3.60)
conforme Fig. (3.7). Com isso, o esforço cortante e momento fletor máximo
são dados por:

M q max = Fq
(l − 2) e (3.61)
2
Vq max = Fq
( 2 × l − 2) . (3.62)
l

Exemplo 3.2: Para o projeto apresentado, dimensione as tranversinas


adotando-se resistência do concreto fck = 20Mpa, aço CA-50 com cobrimento

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d’ = 3cm e trem-tipo classe 30. Este exemplo consta da obra do Prof. Wilson
Spernau, da disciplina de Pontes do Curso de Eng. Civil da UFSC.

1000
40 460 460 40

14,2
87
20
8

20
140 40 120 160

10
180

180
20

20 600
30

20 120 240 120 20


150

30 480

225 50

500 500 500

• Cargas permanentes:

Para o cálculo dos esforços referentes às cargas permanentes, é


necessário determinar primeiramente a carga g atuante sobre a laje, devido
ao peso próprio do pavimento, da laje e das mísulas, calculados por
( 0, 05 + 0, 02 ×1,80 ) + 0,142 5, 6 × 4,8 × 24
g pvto = = 2, 74kN/m 2 (3.63)
2 5, 6 × 4,8
0, 2 × 5, 6 × 4,8 × 25
glaje = = 5, 00kN/m 2 (3.64)
5, 6 × 4,8
 4 γ
g mísula = lm × hm  lx + l y − lm  concreto
 3  Árealaje
(3.65)
 4  25
g mísula = 1, 2 × 0,1 4,8 + 5, 6 − 1, 2  = 0,98kN/m 2
 3  5, 6 × 4,8
g = g pvto + g laje + g mísula
(3.66)
g = 2, 74 + 5, 00 + 0,98 = 8, 72kN/m 2

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Transversina

20
30

560
80
150

20

20 480 480

Figura 3.8 – Determinação das cargas atuantes na tranversina.

O cálculo das reações das duas lajes é então dado por


 ( 0,8 + 5, 6 ) 2, 4 8, 72 
Glaje = 2 ×   = 23,91kN/m (3.67)
 2 5, 6 
e o peso próprio da alma da transversina dado por

Galma = 0, 2 × 1,8 × 25kN/m3 = 9, 00kN/m . (3.68)

Tem-se desta forma que a carga total atuante sobre a transversina, por
unidade de metro, é

g = 23,91 + 9, 00 = 32,91kN/m . (3.69)

Pode-se agora determinar os valores máximos de esforço cortante e momento


fletor:

g × l 2 32,91× 6,0 2
M g max = = = 148,10kN.m e (3.70)
8 8
g × l 32,91× 6, 0
Vg max = = = 98, 74kN . (3.71)
2 2

• Cargas móveis:

Primeiramente é necessário calcular o coeficiente de impacto, ou seja,


ϕ = 1, 4 − 0, 007 × l = 1, 4 − 0, 007 × 6, 0 = 1,358 , (3.72)
A carga pontual referente ao trem-tipo é então dada por
Fq = 3 × ϕ × P = 3 ×1,358 × 50 = 203, 7kN , (3.73)
e os esforços cortante e momento fletor máximos são dados por:

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M q max = Fq
( l − 2 ) = 203, 7 ( 6, 0 − 2, 0 ) = 407, 4kN.m e (3.74)
2 2
( 2 × l − 2) ( 2 × 6, 0 − 2, 0 )
Vq max = Fq = 203, 7 = 339,5kN . (3.75)
6, 0 6, 0

• Dimensionamento à flexão:

1. Momento Positivo:

O momento positivo de dimensionamento é dado por:


M + d = 1,35M g max + 1,5M q max
(3.76)
M + d = 1,35 ×148,10 + 1, 5 × 407, 40 = 811, 04kN.m.

Para o dimensionamento deve-se verificar a posição da linha neutra x .


Nos casos em que a linha neutra está sobre a mesa, pode-se dimensionar a
armadura positiva como uma viga retangular de largura b f , correspondente a
largura da mesa, e altura útil d . Isto é constatado quando M + d < M d lim , onde o
momento limite da mesa é dado por
 hf 
M d lim = 0,85 ⋅ f cd ⋅ b f ⋅ h f  d −  , (3.77)
 2 
onde h f corresponde a altura da mesa.
Para verificação à fadiga, podem ocorrer duas hipóteses: a posição da
linha neutra x é menor ou igual a altura da mesa h f e neste caso
Ms
σS = , onde
 x (3.78)
As  d − 
 3
n × As  2 × bf × d 
x=  1+ − 1 , (3.79)
b f  n × As 

ou então a linha neutra x é maior do que h f , sendo então as tensões
calculadas por:
M s (d − x)
σS = n , onde (3.80)
J
0,5 ⋅ b f ⋅ h 2f + n ⋅ As ⋅ d
x= e (3.81)
b f ⋅ h f + n ⋅ As
2
b f ⋅ h3f  h  2
J= + b f ⋅ h f  x − f  + n ⋅ As ( d − x ) . (3.82)
12  2 

Para o presente exemplo, tem-se que a largura da mesa é

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1 1
b f = bw + lo =0,20+ 6,0=1,4m (3.83)
5 5
e a espessura da mesa h f = 0, 25m . Observa-se ainda que a altura útil é dada
por
d = h − d , = 1,80 − 0,03=1,77m .
(3.84)
Pode-se agora determinar o momento limite para a mesa totalmente
comprimida, ou seja,

 hf 
M d lim = 0,85 ⋅ f cd ⋅ b f ⋅ h f  d − 
 2 
. (3.85)
20 × 106  0, 25 
M d lim = 0,85 ⋅ ⋅ 1, 4 ⋅ 0, 25  1, 77 −  = 6, 52MN.m
1,5  2 

Como M + d < M d lim , pode-se dimensionar a armadura positiva como uma viga
retangular de largura b f e altura útil d :

bf ⋅ d 2 140 ⋅177 2
km = = = 5, 41 . (3.86)
Md 811040N.m

Como o valor máximo de km na tabela para aço CA-50 é de 1,5525,


adota-se o maior valor de ka da tabela, ou seja, ka = 0, 002371 . A área de
armadura será dada por:

ka M d 0, 002371 ⋅ 811040
As = = = 10,86 cm 2 /m. . (3.87)
d 177
As min = 0,15% ⋅ bw ⋅ h = 0,15% ⋅ 20 ⋅ 180 = 5, 40 cm 2 /m ≤ As (3.88)

A seguir é realizada a verificação à fadiga. Teremos que os momentos


máximos e mínimos serão, respectivamente,
+
M max = M g+ + Ψ ⋅ M q+ = 148,1 + 0, 7 ⋅ 407, 4 = 433, 28kN.m (3.89)
+
M min = M g+ = 148,1kN.m (3.90)
Supondo x ≤ h f , teremos,

n × As 2 × bf × d 
x=  1+ − 1
bf n × As 
 
(3.91)
10 ×10,86  2 ×140 ×177 
x=  1 + − 1 = 15,81cm < h f (OK)
140  10 ×10,86 

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M max
+
433, 28kN.m/m
+
σ max = = = 232,32MPa
 x −4  0,158  (3.92)
As  d −  10,86 ⋅10 1, 77 − 
 3  3 
M min
+
148,1kN.m/m
+
σ min = = = 79, 41MPa
 x −4  0,158  (3.93)
As  d −  10,86 ⋅10  1, 77 − 
 3  3 
Desta forma, a variação de tensão atuante é
∆σ + = σ max
+ +
− σ min = 232,32 − 79, 41 = 152,91MPa , (3.94)
∆f 150MPa
e a tensão resistente é calculada por ∆f sd = sk = = 130, 43MPa . Verifica-
γ fat 1,15
se, portanto, que é necessário aumentar a área de armadura. Adotando-se
7φ16 (As =14cm 2 ) , obtém-se ∆σ = 180,93 − 61,84 = 119, 09MPa < ∆f sd , sendo
atendida, portanto, a verificação à fadiga.

2. Momento Negativo:

Cálculo do momento negativo de dimensionamento:


M d+ 811, 04
M d− == =270,35kN.m (3.95)
3 3
bf ⋅ d 2 20 ⋅177 2
km = = = 2, 31 . (3.96)
Md 270350N.m/m
Novamente adota-se ka = 0,002371 . A área de armadura será dada por:
k M 0, 002371 ⋅ 270350
As = a d = = 3, 62 cm 2 . (3.97)
d 177
As min = 5, 40 cm 2 > As → 3φ16 ( As =6,00cm 2 ) (3.98)
Para a verificação à fadiga teremos que os momentos atuantes serão

+
M max 433, 28
M −
max = = =144,43kN.m (3.99)
3 3
+
M min 148,1
M min =

= = 49,37kN.m (3.100)
3 3
e as tensões atuantes,
n × As  2 × bw × d 
x=  1 + − 1

bw  n × As 
(3.101)
10 × 6, 00  2 × 20 × 177 
x=  1 + − 1 = 29, 73cm
20  10 × 6, 00 

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− M max 144, 43kN.m/m


σ max = = = 144, 06MPa
 x −4  0, 297cm  (3.102)
As  d −  6, 00 ⋅10  1, 77 − 
 3  3 
− M min 49,37kN.m/m
σ min = = = 49, 24MPa
 x −4  0, 297cm  (3.103)
As  d −  6, 00 ⋅ 10 1, 77 − 
 3  3 
Pode-se concluir que avariação da tensão será

∆σ = σ −
max −σ −
min = 144, 06 − 49, 24 = 94,82MPa , sendo, portanto, inferior à variação
de tensão resistente ∆f sd .

• Dimensionamento/Verificação ao esforço cortante:

Conforme a NBR 6118/03 (item 17.3.2.1), esta verificação é satisfeita


nos casos em que
 f 
VSd < VRd 2 = 0, 27 1 − ck  f cd bw d (3.104)
 250 
VSd < VRd 3 = Vc + Vsw (3.105)
onde
VSd = 1,35Vg max + 1,5Vq max (3.106)
é a força cortante solicitante de cálculo, VRd 2 é a força cortante de cálculo,
relativa à ruína das diagonais comprimidas do concreto e VRd 3 = Vc + Vsw é a força
cortante resistente de cálculo, relativa à ruína por tração diagonal. Nesta
última equação, Vc é a parcela de força cortante absorvidas por mecanismos
complementares ao de treliça e Vsw a parcela absorvida pela armadura
transversal.
Na flexão simples,
Vc = 0, 6 f ctd bw d , (3.107)
no qual
0, 213 f ck2
f ctd = . (3.108)
γc
A armadura transversal é então calculada por
s ⋅ Vsw
Asw = , (3.109)
0,9 ⋅ d ⋅ f ywd ( senα + cos α )
onde s corresponde ao espaçamento entre elementos da armadura transversal
Asw , medido segundo o eixo longitudinal da peça, e 45 ≤ α ≤ 90 o ângulo de
inclinação da armadura transversal em relação ao eixo longitudinal da peça.
No presente exemplo temos:
VSd = 1,35 ⋅ 98, 74 + 1, 5 ⋅ 339,5 = 642, 5kN = 0,64MN . (3.110)
A força cortante de cálculo é dada por
 f   20  20
VRd 2 = 0, 27  1 − ck  f cd bw d = 0, 27 1 −  0, 20 ⋅1, 77 = 1, 26MN > Vsd (3.111)
 250   250  1, 4

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e a parcela de força cortante absorvidas por mecanismos complementares ao


de treliça, dada por
0, 213 202
Vc = 0, 6 f ctd bw d = 0,6 0, 2 ⋅ 1, 77 = 0, 24MN . (3.112)
1, 4
Com isso tomando-se VSd = VRd 3 = Vc + Vsw , tem-se
Vsw = VSd − Vc = 0, 64 − 0, 24 = 0, 4MN . (3.113)
Adotando-se α = 90 , teremos que a área de armadura, por metro, ou seja


s = 1, 00m , é dada por


s ⋅ Vsw 1, 00 ⋅ 0, 4
Asw = =
0,9 ⋅ d ⋅ f ywd ( senα + cos α ) 0,9 ⋅ 1, 77 ⋅ 500 sen90 + cos 90
1,15
( ), (3.114)

Asw = 0, 000578m 2 /m = 5, 78cm 2 /m


A armadura mínima é dada por
Asw min = 0,15 ⋅ bw = 0,15 ⋅ 20 = 3, 00cm 2 /m < Asw . (3.115)
Resta fazer a verificação à fadiga. Neste exemplo, teremos que os
valores máximo e mínimo, correspondentes às combinações
freqüente e quase freqüente, respectivamente, são dados por
Vs max = Vg + Ψ ⋅Vq = 98, 74 + 0, 7 ⋅ 339,5 = 336,39kN (3.116)

Vs min = Vg = 98, 74kN (3.117)


Admitindo-se a proporcionalidade das tensões:
σ s max Vs max V 500 0,336
= ⇒ σ s max = f ywd s max = = 228, 26MPa (3.118)
f ywd VSd VSd 1,15 0, 64

σ s min Vs min V 500 0, 099


= ⇒ σ s min = f ywd s min = = 67, 26MPa (3.119)
f ywd VSd VSd 1,15 0, 64
Com isso a variação de tensões será
∆σ s = σ s max − σ s min = 228, 26 − 67, 26 = 161, 00MPa , superior ao permitido
150
∆f sd = = 130, 40MPa . A determinação da área de armadura para atender ao
1,15
critério de fadiga, é um procedimento simples, uma vez que as tensões, os
esforços cortantes e a armadura transversal são lineares entre si. Desta forma
∆σ s 161, 0
Asw = Asw = 5, 78 = 7,13cm 2 /m (3.120)
∆f sd 130, 4

• Cálculo da armadura de pele:

Asp = 0,10 ⋅ bw = 0,10 ⋅ 20 = 2, 00cm 2 /m/face. . (3.121)

Eng. André Labanowski Júnior, M.Sc. 41


Disciplina: Pontes – Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL

3.5 Dimensionamento das Longarinas

No caso da ponte de duas vigas principais, de seção aberta, permite-se


desprezar os efeitos de redistribuição dos esforços provenientes das
transversinas, assim como a rigidez torcional entre as longarinas e as lajes.

3.5.1 Cargas permanentes

Para o exemplo apresentado, tem-se que as cargas permanentes serão


divididas em 4 parcelas, conforme apresentado na Fig. (3.9):
• QE : carga concentrada sobre as extremidades em balanço
compreendendo as alas, cortina, mísulas da laje central, viga de
reforço da cortina e aterro incidente sobre a mesma;
• QA : carga concentrada sobre os apoios compreendendo o peso
próprio das transversinas de apoio, mísula da laje central e
alargamento da longarina;
• g vb : carga distribuída sobre o vão em balanço associada à
pingadeira, laje em balanço e central, longarina, pavimentação,
barreira e mísula da laje central;
• g vc : carga distribuída sobre o vão central associada aos elementos
apresentados no item anterior, além do peso próprio da mísula da
laje central e as transversinas presentes no vão central das
longarinas.

QA QA
QE QE

gvc
gvb gvb

Figura 3.9 – Cargas atuantes na longarina.

Eng. André Labanowski Júnior, M.Sc. 42


Disciplina: Pontes – Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL

Exemplo: de acordo com o projeto abaixo, determine as cargas atuantes nas


longarinas, e a partir destes calcule os esforços solicitantes.
1000
40 460 460 40

14,2
87
20

20
8
160 40 120 140

10
180

200
20

20 560
30

20 120 300 120 20


150

30 540

225 50

560 560 560

Figura 3.10 – Projeto para dimensionamento das longarinas.

• Determinação de QE :

E
Ala
30

20
Cortina
20
150

30 Viga de
reforço 1000
225 50

Figura 3.11 – Determinação de QE .

 2, 25 ×1,5  kN
Ala = 1,8 ( 2, 25 + 0,30 ) −  × 0, 2 × 25 3 = 14, 51kN.
 2  m
10,0 kN
Cortina = 0, 2 × 1,8 × × 25 3 = 45, 00kN.
2 m
 0
10,  kN
Viga de reforço = 0, 2 × 0,3 ×  − 0, 2  × 25 3 = 7, 20kN.
 2  m
kN  10, 0 
Pressão do solo sobre a viga de reforço = h × γ solo × Acontato = 1, 6 ×18 3
× 0, 3 ×  − 0, 2  = 41, 47kN.
m  2 

Eng. André Labanowski Júnior, M.Sc. 43


Disciplina: Pontes – Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL

 h × lm  l f  h × lm2   0,1×1, 2  5, 2  0,1×1, 2 


2
Mísula da laje central =   − lm + γ =
 c   − 1, 2  +  25 = 3,30kN.
 2 2  3   2  2  3 
Com isso,
QE = 14,51 + 45, 00 + 7, 20 + 41, 47 + 3,30 = 111, 48kN . (3.5.1)

• Determinação de QA :

 5, 6  kN
Transversina de apoio = 0, 2 ×1,5 ×  − 0, 2  × 25 3 = 19,50kN.
 2  m
 h × lm  l f  h × lm2   0,1×1, 2  5, 2 2
 0,1×1, 2 
Mísula da laje central = 2   − lm  + γc = 2   − 1, 2  +  25 = 6, 60kN.
 2 2  3   2  2  3 
Com isso,
QA = 19,50 + 6, 60 = 26,10kN . (3.5.2)

• Determinação de g vb :

0, 08 × 0, 40 kN
Pingadeira = × 25 3 = 0, 40kN/m.
2 m
 0,10 ×1, 60  kN
Laje em balanço =  0, 20 × 2, 00 +  × 25 3 = 12, 00kN/m.
 2  m
kN
Laje central = 0, 20 × 2, 60 × 25 = 13, 00kN/m.
m3
kN
Longarinas = 0, 40 × 1,80 × 25 = 18, 00kN/m.
m3
 ( 0,142 − 0, 05 ) × 4, 6  kN
Pavimentação =  0, 05 × 4, 60 +  × 24 3 = 10, 60kN/m.
 2  m

0,10 × 1, 20 kN
Mísula da laje central = × 25 3 = 1,50kN/m.
2 m
 0, 225 + 0,175 ( 0, 40 + 0, 225 ) × 0, 25  kN
Barreira =  × 0, 47 + + 0,15 × 0, 40  × 25 3 = 5,80kN/m.
 2 2  m

Com isso,
g vb = 0, 40 + 12, 00 + 13, 00 + 18,00 + 10, 60 + 1,50 + 5,8 = 61,30kN/m . (3.5.3)

Eng. André Labanowski Júnior, M.Sc. 44


Disciplina: Pontes – Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL

• Determinação de g vc : Para o cálculo de g vc , basta adicionarmos à g vb o


peso das transversinas e mísulas da laje distribuídos no vão central da
longarina.
 3,30 
3  0, 2 × 1,5 × 2, 6 + 2 × 
25  kN
Mísula da laje central =  × 25 3 = 3,50kN/m.
22, 4 m
Com isso,
g vc = 61,30 + 3,50 = 64,80kN/m . (3.5.4)

3.5.4 Determinação dos Esforços devido às cargas permanentes.

Para a determinação dos momentos devido às cargas permanentes, deve-


se primeiramente dividir a seção longitudinal das longarinas em seções, às
quais serão avaliados os momentos.
M
S 0 S1 S 2 S3 S4 S5 S6 S7 S8 S9
V
1,8 1,8 2,0 2,24 2,24 2,24 2,24 2,24
5,6 22,4 5,6

Figura 3.12 – Seções para a determinação dos momentos.

Conforme apresentado anteriormente, tem-se que as cargas permanentes


são as apresentadas na Fig. (3.13).

QE = 111,48kN Q A = 26,10kN Q A = 26,10kN QE = 111,48kN

gvc = 64,80kN/m
gvb=61,30kN/m gvb=61,30kN/m

Figura 3.13 – Resumo das cargas permanentes.

Pode-se agora determinar o valor das reações de apoio, ou seja,


 5, 6  5, 6  
∑M S9
= 0 ⇒ 111, 48(5, 6 − 28) + 61,30 × 5, 6 
 2 
−  22, 4 +  + 22, 4 R3
2  
22, 42
−64,80 × − 26,1× 22, 4 = 0 ∴ R3 = 1.206,62kN (3.5.5)
2

Eng. André Labanowski Júnior, M.Sc. 45


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• Seção S 0 : na seção S 0 , contata-se facilmente que V0 = −111, 48kN e M 0 = 0 .

• Seção S1 :

V1 = −111, 48kN − 61,30kN/m 2 × 1,8m= − 221,82kN e, (3.5.6)


2
1,8
M 1 = −111, 48kN ×1,8 − 61,30kN/m 2 × = − 299,97kN.m (3.5.7)
2
• Seção S 2 :

V2 = −111, 48kN − 61,30kN/m 2 × 3, 6m= − 332,16kN e, (3.5.8)


2
3, 6
M 2 = −111, 48kN × 3,6 − 61,30kN/m 2 × = − 798,55kN.m (3.5.9)
2
• Seção S3 :

V3E = −111, 48kN − 61,30kN/m 2 × 5, 6m= − 479,36kN , (3.5.10)


D
V = 1.206,62 − 111, 48 − 61,30 × 5, 6 − 26,1=725,76kN e,
3 (3.5.11)
5, 62
M 3 = −111, 48kN × 5,6 − 61,30kN/m 2 × = − 1.585, 47kN.m (3.5.12)
2
• Seção S 4 :

V4 = 1.206,62 − 111, 48 − 61,30 × 5, 6 − 26,1 − 64,80 × 2, 24 = 580, 61kN e, (3.5.13)


 5, 6 
M 4 = 1.206,62 × 2,24 − 111, 48 × ( 5,6+2,24 ) − 61,30 × 5, 6  + 2, 24  −
 2 
2
2, 24
−26,1× 2,24 − 64,80 × = − 122,34kN.m (3.5.14)
2
• Seção S5 :

V5 = 1.206,62 − 111, 48 − 61, 30 × 5, 6 − 26,1 − 64,80 × 4, 48 = 435, 46kN e, (3.5.15)


 5, 6 
M 5 = 1.206,62 × 4,48 − 111, 48 × ( 5,6+4,48) − 61,30 × 5, 6  + 4, 48  −
 2 
2
4, 48
−26,1× 4,48 − 64,80 × =1.015,95kN.m (3.5.16)
2
• Seção S 6 :

V6 = 1.206,62 − 111, 48 − 61, 30 × 5, 6 − 26,1 − 64,80 × 6,72 = 290,30kN e, (3.5.17)


 5, 6 
M 6 = 1.206,62 × 6,72 − 111, 48 × ( 5,6+6,72 ) − 61,30 × 5, 6  + 6,72  −
 2 
2
6, 72
−26,1× 6,72 − 64,80 × = − 1.828,50kN.m (3.5.18)
2

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• Seção S 7 :

V7 = 1.206,62 − 111, 48 − 61,30 × 5, 6 − 26,1 − 64,80 × 8, 96 = 145,15kN e, (3.5.19)


 5, 6 
M 7 = 1.206,62 × 8,96 − 111, 48 × ( 5,6+8,96 ) − 61, 30 × 5, 6  + 8,96  −
 2 
2
8,96
−26,1× 8,96 − 64,80 × =2.316, 21kN.m (3.5.20)
2
• Seção S8 :

V8 = 1.206,62 − 111, 48 − 61,30 × 5, 6 − 26,1 − 64,80 ×11, 2 = 0 e, (3.5.21)


 5, 6 
M 8 = 1.206,62 ×11,2 − 111, 48 × ( 5,6+11,2 ) − 61,30 × 5, 6  + 11,2  −
 2 
2
11, 2
−26,1×11,2 − 64,80 × =2.478, 78kN.m (3.5.22)
2

Nas Figs. (3.14) e (3.15), observam-se os diagramas de momento fletor e


esforço cortante, respectivamente.

Figura 3.14 - Diagrama de Momento Fletor devido às cargas permanentes na


parte simétrica.

Eng. André Labanowski Júnior, M.Sc. 47


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Figura 3.15 - Diagrama de Esforço Cortante devido às cargas permanentes na


parte simétrica.

3.5.5 Determinação dos Esforços devido às cargas móveis.

Primeiramente deve-se determinar as cargas móveis atuantes nas


longarinas. Por simplicidade, no valor das cargas móveis ( P ) é descontado o
valor da carga de passeio (distribuída por unidade de área), obtendo-se o ter
tipo homogeneizado.
Com isso, teremos para o trem-tipo da classe 30, de área 3m × 6m = 18m 2
e peso 300kN , uma carga resultante proveniente da carga de passeio de
18m 2 × 5kN / m 2 = 90kN . Descontando-se do peso do veículo o valor desta carga
resultante, tem-se 300kN-90kN=210kN , que distribuídos sobre as 6 rodas
resultam em uma carga pontual P = 210kN/6=35kN . Fazendo-se o mesmo
procedimento para o trem-tipo da classe 45 encontra-se
P = (450kN − 90kN)/6=60kN .
Deve-se agora posicionar o trem-tipo na seção transversal, de
maneira a provocar os maiores valores de esforços a serem transmitidos
para as longarinas. Deve-se observar na Fig. (3.16), que a situação mais

Eng. André Labanowski Júnior, M.Sc. 48


Disciplina: Pontes – Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL

desfavorável corresponde ao trem-tipo encostado na barreira e a carga de


passeio aplicada em apenas uma das lajes de bordo e na laje central.

P = 35kN P = 35kN
200

p = 5kN/m 2

A B

160 40 520

180 560

Figura 3.16 – Disposição mais desfavorável do trem-tipo e da carga de passeio


na seção transversal da ponte.

Com isso, a reação atuante no ponto A, devido à carga pontual P e à


carga distribuída de passeio p, podem ser calculadas, respectivamente, por:

∑M B
= 0 ⇒ (5, 2 + 7, 2) × 35kN − 5, 6 × PL = 0 ⇒ PL = 77,50kN , (3.5.23)
7, 42
∑ M B = 0 ⇒ 5kN/m2 × 2
− 5, 6 × pL = 0 ⇒ pL = 24, 45kN/m (3.5.24)

Basta agora determinar o coeficiente de impacto, ou seja,


 2 × 5, 6 + 22, 4 + 2 × 5, 6 
ϕ = 1, 4 − 0, 007 × l = 1, 4 − 0, 007   × = 1, 296 (3.5.25)
 3 
Desta forma PL = 77,50kN ×1, 296 = 100,44kN e pL = 24, 45kN/m ×1, 296 = 31,68kN/m .

Neste caso deve-se determinar para cada seção a ser dimensionada, os


esforços mais desfavoráveis provenientes das cargas móveis, que podem
ocupar quaisquer posições ao longo da viga principal. Neste caso pode-se
determinar para diversas posições do trem-tipo os esforços solicitantes em
uma seção qualquer. Entretanto, este é um procedimento dispendioso, sendo
mais adequado adotar-se o método de Linhas de Influência (LI).
Neste caso, a situação mais desfavorável é obtida a partir do diagrama de
esforços de interesse (esforço cortante ou momento fletor) provocado por uma
carga concentrada unitária, que percorre a estrutura.

Eng. André Labanowski Júnior, M.Sc. 49


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O valor do efeito produzido por cargas concentradas Fi , a partir da


definição da linha de influência, é dada por ηi Fi . Pelo princípio da superposição
de efeitos, quando atuarem todas as cargas, teremos que o esforço atuante é
dado por ∑
ηi Fi . Já no caso de cargas distribuídas, tem-se que o efeito é dado
por q × Área do diagrama em questão .

Para uma viga bi-apoiada com balanços, observa-se que as linhas de


influência para determinação dos diagramas de esforço cortante e momento
fletor são os apresentados nas Figs. (3.17) e (3.18).
1
x M
Si

a V

LIV
- A
η(x)
-a
- η(x)
LIM
A
Figura 3.17 – Linhas de Influência para a carga situada no balanço da viga
contínua.

Eng. André Labanowski Júnior, M.Sc. 50


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1
x M
Si

a V b
lb lc lb

Carga na viga em balanço à esquerda:


1
x Pelo eq.: V = (lb -x)/lc M = aRa -(lb+a-x)
M
Si
V
Ra= 1+(l b -x)/l c Rb= (l b -x)/lc

Carga na viga central à esquerda de S:


1
x Pelo eq.: V = (lb -x)/lc M = aRa -(lb+a-x)
M
Si
V
Ra = 1-(x-lb )/lc Rb= (x-lb )/lc

Carga na viga central à direita de S:


x 1
V Pelo eq.: V = 1-Rb M = bRb -[x-(l b+a)]
M Si

Ra = 1-(x-lb )/lc Rb= (x-lb )/lc

Carga na viga em balanço à direita:


x 1
V Pelo eq.: V = 1-Rb M = bRb -[x-(l b+a)]
M Si

Ra= [x-(lb +lc )]/lc Rb= 1+[x-(lb +lc )]/lc

b/l c
l b /l c +
+ LIV
- -
-a/l c -lb /lc

b /lc
-alb /lc
- -
LIM
+

ab/l c

Figura 3.18 – Linhas de Influência para a carga situada no vão central da viga
contínua.

Eng. André Labanowski Júnior, M.Sc. 51


Disciplina: Pontes – Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL

Exemplo: para o exemplo apresentado na Fig. (3.10), determinar o diagrama de


esforço cortante e momento fletor proveniente das cargas móveis.

• Seção S1 : Neste caso a posição mais desfavorável será com o trem-tipo


encostado na extremidade em balanço da longarina, conforme Fig. (3.19).

1,5m

PL = 100,44kN

pL = 31,68kN/m

1
x
S1
a=1,8
lb

LIV
-
η=−1,0
η=−1,8
- η=−0,3
LIM
Figura 3.19 – Linhas de Influência para a seção 1.

Os esforços atuantes são os seguintes:


Vq+1 = 0 , (3.5.26)
V = 2 × 100,44 × ( −1) + 31, 68 × 1,8m × ( −1)= − 257,90kN

q1 (3.5.27)
M +
q1 =0 (3.5.28)
1,8m × ( −1,8 )
M q−1 = 100,44 × ( −1,8 − 0,3) + 31, 68 × = − 262, 24kN.m (3.5.29)
2

Eng. André Labanowski Júnior, M.Sc. 52


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• Seção S 2 : Neste caso a posição mais desfavorável será com o trem-tipo


encostado na extremidade em balanço da longarina, conforme Fig. (3.20).

1,5m 1,5m

PL = 100,44kN

pL = 31,68kN/m

1
x
S2

a=3,6
lb

LIV
-
η=−1,0
η=−3,6
η=−2,1
- η=−0,6
LIM
Figura 3.20 – Linhas de Influência para a seção 2.

Os esforços atuantes são os seguintes:


Vq+2 = 0 , (3.5.30)
Vq−2 = 3 × 100,44 × ( −1) + 31, 68 × 3,6m × ( −1) = − 415,37kN (3.5.31)
M +
q2 =0 (3.5.32)
3,6m × ( −3,6 )
M q−2 = 100,44 × ( −3,6 − 2,1 − 0,6 ) + 31, 68 × = − 838, 06kN.m (3.5.33)
2

Eng. André Labanowski Júnior, M.Sc. 53


Disciplina: Pontes – Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL

• Seção S3 à Esquerda do Apoio: Neste caso a posição mais desfavorável será


com o trem-tipo encostado no bordo em balanço da longarina, conforme
mostra a Fig. (3.21).

1,5m 1,5m

PL = 100,44kN

pL = 31,68kN/m

1
x
S3

lb

LIV
-
η=−1,0

η=−5,6
η=−4,1
η=−2,6
-
LIM
Figura 3.21 – Linhas de Influência para a seção 3 à esquerda do apoio.

Os esforços atuantes são os seguintes:


Vq+3 E = 0 , (3.5.34)
V −
q3 E = 3 × 100,44 × ( −1) + 31, 68 × 5,6m × ( −1) = − 478, 73kN (3.5.35)
M +
q 3E =0 (3.5.36)
5,6m × ( −5,6 )
M q−3 E = 100,44 × ( −5,6 − 4,1 − 2,6 ) + 31, 68 × = − 1.732,15kN.m (3.5.37)
2

Eng. André Labanowski Júnior, M.Sc. 54


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• Seção S3 à Direita: Neste caso, a posição mais desfavorável depende do


esforço a ser calculado (esforço cortante ou momento fletor, positivo ou
negativo), conforme Fig. (3.22).
1
x
S 3 a=0

l b =5,6m b=l c =22,4m l b=5,6m

1,5m 1,5m PL = 100,44kN


pL = 31,68kN/m
+
V
PL = 100,44kN 1,5m 1,5m

-
V pL = 31,68kN/m

b/l c =1 η=0,925
η=0,85

lb /lc =0,25
+
+ LIV
-
η=−0,116 -lb /lc =-0,25
η=−0,183

1,5m 1,5m PL = 100,44kN


-
M pL = 31,68kN/m

b /lc =-5,6
η=−4,1
η=−2,6
-
LIM

Figura 3.22 – Linhas de Influência para a seção 3 à direita.

Os esforços atuantes são os seguintes:


 0, 25 × 5, 6m 1, 0 × 22, 4m 
Vq+3 D = 31, 68  +  + 100,44 (1,0+0,925+0,85 ) =655, 71kN , (3.5.38)
 2 2 
 0, 25 × 5, 6 
Vq−3 D = 31, 68   + 100,44 ( 0,25+0,183+0,116 ) = − 77,32kN , (3.5.39)
 2 
M q+3 D = 0 , (3.5.40)
 5,6m × 5,6 
M q−3 D = 31, 68 ×   +100,44 × ( 5,6+4,1+2,6 ) = − 1732,15kN.m . (3.5.41)
 2 

Eng. André Labanowski Júnior, M.Sc. 55


Disciplina: Pontes – Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL

• Seção S 4 : Neste caso, a posição mais desfavorável depende do esforço a


ser calculado (esforço cortante ou momento fletor, positivo ou negativo),
conforme Fig. (3.23).
x
S4

a = 2,24m b = 20,16m

l b=5,6m l c =22,4m l b=5,6m

1,5m 1,5m PL = 100,44kN


pL = 31,68kN/m pL = 31,68kN/m
V+
PL = 100,44kN 1,5m 1,5m

-
V pL = 31,68kN/m pL = 31,68kN/m

η=0,825
b/lc =0,9 η=0,75

lb /lc =0,25
+
+ LIV
-
-a/lc =-0,1 -
η=−0,116
η=−0,183 -lb /lc =-0,25

1,5m 1,5m P = 100,44kN


L pL = 31,68kN/m
+
M
1,5m 1,5m PL = 100,44kN pL = 31,68kN/m
-
M pL = 31,68kN/m

b /l c=-5,04
η=−3,96
η=−2,34
- -al b /l c=-0,56
- LIM
+
η=1,716
ab/l c =2,016
η=1,866
Figura 3.23 – Linhas de Influência para a seção 4.

Os esforços atuantes são os seguintes:


 0, 25 × 5, 6m 0,9 × 20,16m 
Vq+4 = 31, 68  +  + 100,44 ( 0,9+0,825+0,75 ) =558,17kN , (3.5.42)
 2 2 
 0,1× 2, 24m 0, 25 × 5, 6m 
Vq−4 = 31, 68  +  + 100,44 ( 0,25+0,183+0,116 ) = − 80,87kN , (3.5.43)
 2 2 
22, 4 m × 2, 016
M q+4 = 31, 68 × + 100,44 ( 2,016+1,866+1,716 ) =1277,57kN.m , (3.5.44)
2
 5, 04 0,56 
M q−4 = 31, 68 × 5, 6m  +  + 100,44 ( 5,04+3,69+2,34 ) = − 1608,61kN.m . (3.5.45)
 2 2 

Eng. André Labanowski Júnior, M.Sc. 56


Disciplina: Pontes – Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL

• Seção S5 : Neste caso, a posição mais desfavorável depende do esforço a


ser calculado (esforço cortante ou momento fletor, positivo ou negativo),
conforme Fig. (3.24).
1
x
S5
a = 4,48m b = 17,92m

l b =5,6m l c=22,4m l b =5,6m

1,5m 1,5m PL = 100,44kN


p L = 31,68kN/m pL = 31,68kN/m
+
V
PL = 100,44kN 1,5m 1,5m

-
V pL = 31,68kN/m pL = 31,68kN/m

η=0,725
b/l c =0,8 η=0,65
lb /lc =0,25
+ +
- LIV
-a/lc =-0,2 -
η=−0,116
η=−0,183 -lb /lc =-0,25

1,5m 1,5m PL = 100,44kN pL = 31,68kN/m


+
M
1,5m 1,5m PL = 100,44kN pL = 31,68kN/m
-
M pL = 31,68kN/m

-bl b /l c =-4,48 η=−3,28


η=−2,08
- -alb /lc =-1,12
- LIM
+
η=2,984
ab/lc =3,584 η=3,284

Figura 3.24 – Linhas de Influência para a seção 5.

Os esforços atuantes são os seguintes:


 0, 25 × 5, 6m 0,8 ×17,92m 
Vq+5 = 31, 68  +  + 100,44 ( 0,8+0,725+0,65 ) =467, 72kN , (3.5.46)
 2 2 
 0, 20 × 4, 48m 0, 25 × 5, 6m 
Vq−5 = 31, 68  +  + 100,44 ( 0,25+0,183+0,116 ) = − 89,10kN , (3.5.47)
 2 2 
22, 40m × 3, 584
M q+5 = 31, 68 × + 100,44 ( 3,584+3,284+2,984 ) =2261, 20kN.m , (3.5.48)
2
 4, 48 1,12 
M q−5 = 31, 68 × 5, 6m  +  + 100,44 ( 4,48+3,28+2,08 ) = − 1485, 07kN.m . (3.5.49)
 2 2 

Eng. André Labanowski Júnior, M.Sc. 57


Disciplina: Pontes – Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL

• Seção S 6 : Neste caso, a posição mais desfavorável depende do esforço a


ser calculado (esforço cortante ou momento fletor, positivo ou negativo),
conforme Fig. (3.25).
1
x
S6
a = 6,72m b = 15,68m

l b =5,6m l c =22,4m l b =5,6m

1,5m 1,5m PL = 100,44kN


pL = 31,68kN/m pL = 31,68kN/m
V+
1,5m 1,5m PL = 100,44kN
-
V pL = 31,68kN/m pL = 31,68kN/m

b/lc =0,7 η=0,625


η=0,55
lb /lc =0,25
+ +
- LIV
-
η=0,15 -a/lc =-0,3 η=−0,116
η=0,225 η=−0,183 -lb /lc =-0,25

1,5m 1,5m PL = 100,44kN p = 31,68kN/m


+ L
M
1,5m 1,5m PL = 100,44kN p L = 31,68kN/m
-
M pL = 31,68kN/m

-blb /lc =-3,92 η=−2,87


η=−1,82 -al b /lc =-1,68
-
- LIM
+

η=3,804
ab/l c =4,704 η=4,254

Figura 3.25 – Linhas de Influência para a seção 6.

Os esforços atuantes são os seguintes:


 0, 25 × 5, 6m 0, 7 ×15, 68m 
Vq+6 = 31, 68  +  + 100,44 ( 0,7+0,625+0,55 ) =384,36kN , (3.5.50)
 2 2 
 0,30 × 6, 72m 0, 25 × 5, 6m 
Vq−6 = 31, 68  +  + 100,44 ( 0,3+0,225+0,15 ) = − 121, 91kN , (3.5.51)
 2 2 
22, 40 m × 4, 704
M q+6 = 31, 68 × + 100,44 ( 4,704+4,254+3,804 ) =2950,87kN.m , (3.5.52)
2
 3,92 1, 68 
M q−6 = 31, 68 × 5, 6m  +  + 100,44 ( 3,92+2,87+1,82 ) = − 1361, 53kN.m . (3.5.53)
 2 2 

Eng. André Labanowski Júnior, M.Sc. 58


Disciplina: Pontes – Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL

• Seção S 7 : Neste caso, a posição mais desfavorável depende do esforço a


ser calculado (esforço cortante ou momento fletor, positivo ou negativo),
conforme Fig. (3.26).
1
x
S7
a = 8,96m b = 13,44m

l b =5,6m l c =22,4m l b=5,6m

1,5m 1,5m PL = 100,44kN


pL = 31,68kN/m pL = 31,68kN/m
V+
1,5m 1,5m PL = 100,44kN
pL = 31,68kN/m
-
V pL = 31,68kN/m

η=0,525
b/lc =0,6 η=0,45
lb /lc =0,25
+ +
- LIV
η=−0,116 -
η=0,25 -a/lc =-0,4 η=−0,183
η=0,325 -lb /lc =-0,25

1,5m 1,5m PL = 100,44kN


pL = 31,68kN/m
+
M
1,5m 1,5m PL = 100,44kN
pL = 31,68kN/m
-
M pL = 31,68kN/m

-bl b /lc =-3,36 η=−2,46 -alb /lc =-2,24


η=−1,56
- -
LIM
+

η=4,476 η=4,776
ab/l c =5,376

Figura 3.26 – Linhas de Influência para a seção 7.

Os esforços atuantes são os seguintes:


 0, 25 × 5, 6m 0, 6 ×13, 44m 
Vq+7 = 31, 68  +  + 100,44 ( 0,6+0,525+0,45) =308,10kN , (3.5.54)
 2 2 
 0, 40 × 8,96m 0, 25 × 5, 6m 
Vq−7 = 31, 68  +  + 100,44 ( 0,4+0,325+0,25 ) = − 176,88kN , (3.5.55)
 2 2 
22, 40m × 5,376
M q+7 = 31, 68 × + 100,44 ( 4,476+5,376+4,776 ) =3376, 73kN.m , (3.5.56)
2
 3, 36 2, 24 
M q−7 = 31, 68 × 5, 6m  +  + 100,44 ( 3,36+2,46+1,56 ) = − 1237,99kN.m . (3.5.57)
 2 2 

Eng. André Labanowski Júnior, M.Sc. 59


Disciplina: Pontes – Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL

• Seção S8 : Neste caso, a posição mais desfavorável depende do esforço a


ser calculado (esforço cortante ou momento fletor, positivo ou negativo),
conforme Fig. (3.27).
1
x
S8
a = 11,20m b = 11,20m

l b =5,6m l c=22,4m l b =5,6m

1,5m 1,5m PL = 100,44kN


pL = 31,68kN/m pL = 31,68kN/m
+
V
1,5m 1,5m PL = 100,44kN
pL = 31,68kN/m
-
V pL = 31,68kN/m

η=0,425
b/lc =0,5 η=0,35
lb /lc =0,25
+ +
LIV
- η=−0,116 -
-a/l c = -0,5 η=−0,183 -lb /lc =-0,25
η=0,35
η=0,425

1,5m 1,5m PL = 100,44kN


pL = 31,68kN/m
+
M
1,5m 1,5m PL = 100,44kN
p = 31,68kN/m
-
M pL = 31,68kN/m

-bl b /lc =-2,8 η=−2,05 -alb /lc =-2,8


η=−1,30
- -
LIM
+

η=4,85 η=4,85
ab/l c =5,6

Figura 3.27 – Linhas de Influência para a seção 8.

Os esforços atuantes são os seguintes:


 0, 25 × 5, 6m 0, 5 ×11, 2m 
Vq+8 = 31,68  +  + 100,44 ( 0,5+0,425+0,35 ) =238,94kN , (3.5.58)
 2 2 
 0,50 ×11, 2m 0, 25 × 5, 6m 
Vq−8 = 31, 68  +  + 100,44 ( 0,5+0,425+0,35 ) = − 238, 94kN , (3.5.59)
 2 2 
22, 4 m × 5, 6
M q+8 = 31, 68 × + 100,44 ( 4,85+5,0+4,85 ) =3342,91kN.m , (3.5.60)
2
 2,8 2,8 
M q−8 = 31, 68 × 5, 6m  +  + 100,44 ( 2,8+2,05+1,3) = − 1114, 45kN.m . (3.5.61)
 2 2 

Eng. André Labanowski Júnior, M.Sc. 60


Disciplina: Pontes – Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL

Nas tabelas abaixo se apresenta um resumo dos esforços atuantes nas


seções, provenientes das cargas permanentes e móveis. Também são
apresentados os momentos e esforços cortantes de dimensionamento.
O cálculo dos momentos de dimensionamento, no estado limite último, é
realizado da seguinte maneira:
• M sd = 1,35M sg + 1,50M sq nos casos em que os esforços são favoráveis;
• M sd = 1,35M sg + 1, 00 M sq nos casos em que os esforços são desfavoráveis.
O mesmo procedimento é realizado para a determinação dos esforços
cortantes de dimensionamento.

Seção M g (kN.m) M q+ (kN.m) M q− (kN.m) M D+ (kN.m) M D− (kN.m)


S0 - - - - -
S1 -299,97 - -262,24 - -798,32
S2 -798,55 - -838,06 - -2335,13
E D
S ,S
3 3 -1585,47 - -1732,15 - -4738,61
S4 -120,53 1277,57 -1608,61 1795,82 -2575,63
S5 1018,86 2261,20 -1485,07 4767,26 -1208,74
S6 1832,72 2950,87 -1361,53 6900,48 -209,58
S7 2321,03 3376,73 -1237,99 8198,49 -
S8 2483,80 3522,40 -1114,45 8367,50 -
Tabela 3.5.1 – Determinação da envoltória de momentos fletores.
Seção Vg (kN) Vq+ (kN) Vq− (kN) VD+ (kN) VD− (kN)
S0 -111,48 - -100,44 - -301,16
S1 -221,82 - -257,9 - -686,31
S2 -332,16 - -415,37 - -1071,47
E -479,36 -478,73
S 3 - - -1365,23
D 726,66 655,71 -77,32
S 3 1964,56 -
S4 581,32 558,17 -80,87 1622,04 -
S5 435,99 467,72 -89,10 1290,17 -
S6 290, 66 384,36 -121,91 968,93 -
S7 145,33 308,10 -176,88 658,35 -199,99
S8 - 238,94 -238,94 358,41 -238,41
Tabela 3.5.2 – Determinação da envoltória de esforços cortantes.

O dimensionamento à flexão e ao esforço cortante, assim como a


verificação à fadiga é realizado conforme apresentado para as transversinas.

Eng. André Labanowski Júnior, M.Sc. 61

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