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INTRODUÇÃO AO ESTUDO BÍBLICO

Por: Dr. Cornélio Hegeman


Mestre em Divindades (Calvin Theological. Grand. Rapids: USA)
Ph.D em Pensamento Cristão (American University of Biblical Studies. Atlanta, USA)
Doutor em Ministérios (Westminster Theological Seminary, Philadelphia, USA)
Doutor em Teologia “Honoris Causa”
Universidade Nacional Evangélica. Santo Domingo, RD

MANUAL DO ESTUDANTE
Um curso do Seminário Internacional
de Miami.

Miami International Seminary,


14401 Old Cutler Road.
Miami, FL 33158
305-238-1589
e-mail: hegjkm@aol.com
web site, www.mints.edu
ÍNDICE

CONFERÊNCIA DE 8 LIÇÕES (8 HORAS)


INTRODUÇÃO
REFLEXÕES SOBRE O ESTUDO BÍBLICO
INTRODUÇÃO
LIÇÃO 1 I. DIAGNÓSTICO 1
II. DIAGNÓSTICO 2
III. TERMOS BÁSICOS
IV. COMENTÁRIOS DE OUTROS
CONCLUSÃO
TAREFAS
INTRODUÇÃO AOS PRINCÍPIOS DE INTERPRETAÇÃO
INTRODUÇÃO
LIÇÃO 2 I. SOLA ESCRITURA: O CONCEITO PROTESTANTE
II. ALFABETIZAÇÃO HERMENÊUTICA
CONCLUSÃO
TAREFAS
DESENVOLVIMENTO DO CÍRCULO HERMENÊUTICO
INTRODUÇÃO
CÍRCULO HERMENÊUTICO
I. HERMENÊUTICA E DEUS
II. HERMENÊUTICA E A REVELAÇÃO DE DEUS
LIÇÃO 3 III. HERMENÊUTICA E A BÍBLIA
IV. HERMENÊUTICA E O EVANGELHO
V. HERMENÊUTICA E A IGREJA
VI. HERMENÊUTICA E O CORAÇÃO
VII. HERMENÊUTICA E O CONTEXTO
VIII. HERMENÊUTICA E A GLÓRIA DE DEUS
CONCLUSÃO
TAREFAS
EXERCÍCIO DE EXEGESE
INTRODUÇÃO
I. EXEGESE E DEUS
II. EXEGESE E A REVELAÇÃO DE DEUS
III. EXEGESE E A BÍBLIA
IV. EXEGESE E O EVANGELHO
LIÇÃO 4 V. EXEGESE E A IGREJA
VI. EXEGESE E O CORAÇÃO HUMANO
VII. EXEGESE E O CONTEXTO HUMANO
VIII. EXEGESE E A GLÓRIA DE DEUS
CONCLUSÃO
TAREFAS
MÉTODOS DE ESTUDO BÍBLICO
INTRODUÇÃO
I. MÉTODO TEOLÓGICO
II. MÉTODO CRÍTICO
LIÇÃO 5 III. MÉTODO INDUTIVO E LITERÁRIO
IV. MÉTODO ANALÍTICO
V. MÉTODO DOUTRINÁRIO
VI. MÉTODO EXISTENCIAL/PESSOAL
VII. MÉTODO CONTEXTUALIZADO
VIII.MÉTODO DEVOCIONAL
CONCLUSÃO
TAREFAS
LIÇÃO 6 ESTUDO DE UMA PASSAGEM BÍBLICA
PREPARAÇÃO EXEGÉTICA DE UMA MENSAGEM
INTRODUÇÃO
LIÇÃO 7 I. ESTRUTURA
I. UM EXEMPLO
CONCLUSÃO
TAREFAS
LIÇÃO 8 FERRAMENTAS PARA A INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
BIBLIOGRAFIA
APÊNDICE 1 PAUTAS PARA A EXEGESE
APÊNDICE 2 MANUAL DO PROFESSOR
INTRODUÇÃO

Propósito do Curso. O Curso Introdução ao Estudo Bíblico é uma apresentação dos


princípios, alguns métodos e da prática da interpretação bíblica. O estudante fará uma revisão
dos materiais de estudo com a finalidade de melhorar seus próprios princípios, atitudes e
métodos de interpretação bíblica.

Resumo do Conteúdo do Curso: Este curso está dividido em oito (8) lições. As duas
primeiras lições contêm definições de terminologia freqüentemente utilizada nesse curso. As
lições três a oito dão uma explicação dos princípios usados na interpretação, apresentam
alguns métodos de estudo bíblico, e nelas são dados exemplos de como fazer uma exegese da
Bíblia e um exemplo de como realizar um estudo de uma passagem bíblica. Os princípios do
círculo hermenêutico, os métodos de estudo bíblico e o exemplo de como fazer exegese são
organizados usando as mesmas categorias.

Materiais para o Curso. Além do manual do estudante (Introdução ao Estudo


Bíblico) é recomendável que o aluno obtenha uma cópia do texto do texto de R.C. Sproul,
Como estudar e interpretar a Bíblia (Editora Cultura Cristã). Os estudantes terão acesso à
biblioteca digital do MIINTS.

Objetivos do Curso. Existem pelo menos cinco objetivos gerais para os cursos do
MINTS, que dizem respeito aos estudantes:
1. Participação em um grupo de aprendizagem;
2. Compreensão dos materiais do curso;
3. Familiarização com a bibliografia sobre a interpretação bíblica;
4. Desenvolvimento de ferramentas e habilidades para a interpretação bíblica;
5. Retenção do ensinamento e a prática em um ministério real.
Estes objetivos serão avaliados durante o curso.

Metodologia do Curso: O professor deverá explicar os métodos de ensino que serão


usados no curso na seção de orientação.
Estrutura do Curso: 15 horas de aula; 15 horas de tarefa ou consignações e
preparação para a prova; 30 horas para um projeto especial e 20 horas para leitura extra-
classe.

Requisitos do curso: É necessário incluir no currículo os objetivos mencionados


anteriormente como parte dos requisitos do curso:
1. O aluno deverá assistir a 15 horas/aula.
2. O aluno cumprirá com as suas tarefas ao final das lições;
3. O aluno deverá familiarizar-se com as leituras relacionadas com o tema;
4. O aluno participará em um projeto especial;
5. Para a conclusão do curso, o aluno deverá submeter-se ao exame final;

Avaliação do Curso: É importante avaliar cada aspecto do curso. O MINTS sugere os


seguintes itens de avaliação:

1. Estímulo ao aluno por sua participação. Por cada hora que o aluno assiste, será
atribuído um ponto (quinze pontos). Se o estudante assistiu todas as aulas receberá um ponto
extra (16 de 15).
2. Tarefas. Por cada tarefa cumprida do manual do estudante nas diferentes lições do
curso, o professor dará ao estudante 3 pontos por aula (12 pontos). Se o aluno cumpre com
todas as tarefas a tempo pode receber três pontos extra ao final para chegar ao máximo 15
pontos.
3. Leituras Obrigatórias. Os alunos do programa de Licenciatura lerão 300 páginas e
devem entregar uma ficha de leitura de três páginas. Os alunos do programa de Mestrado
lerão 600 páginas e deverão entregar uma ficha de leitura de cinco páginas (20 pontos).
4. Projeto especial do aluno. O estudante terá de preparar um estudo bíblico de um
texto da Escritura segundo o formato dado no apêndice 1 (30 pontos). Essa é a tarefa da seção
4.
5. Exame final. O aluno demonstrará seu conhecimento dos conceitos e conteúdos dos
materiais do curso (20 pontos).

Nome Nível de Freqüência Tarefas Leituras Projeto Exame Nota


Estudo (15%) (15%) (20%) Especial (20%) Final
(30%)
Benefícios do Curso. O estudante aprenderá todos os princípios básicos para a
interpretação bíblica com o objetivo de melhorar sua própria interpretação.

Observações Finais. O curso pode ser usado para pregações; estudos bíblico;
devocionais, para o público de todas as idades; mensagens por cassete, para rádio, para a
televisão, para a Internet, para página eletrônica, para matéria de imprensa; para escrever um
livro e para qualquer forma de comunicação da mensagem bíblica.
LIÇÃO 1
REFLEXÕES SOBRE O ESTUDO BÍBLICO

INTRODUÇÃO

Antes de definir e explicar os termos e os conceitos relacionados com a interpretação


bíblica vamos avaliar qual é o nível de entendimento do aluno sobre esse tema.

I. DIAGNÓSTICO 1

1. Por que era errado que Satanás questione Eva acerca do que Deus havia dito?
a) Não é errado questionar o que a Biblia diz, já que a Bíblia foi escrita por homens.
b) Porque a Palavra de Deus foi revelado por Deus e deve ser crida e obedecida.

2. Por que a primeira tentação de Satanás a Jesus foi uma interpretação


equivocada?
a) Porque Deus pode transformar pedras em pão, portanto deve fazê-lo.
b) Porque “está escrito: Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que
procede da boca de Deus”.

3. Por que a segunda tentação de Satanás a Jesus foi uma interpretação


equivocada?
a) Porque podemos confiar no poder dos anjos para ajudar a obedecer Satanás
b) Porque “Também está escrito: Não tentarás ao Senhor, teu Deus”.

4. Por que a terceira tentação de Satanás a Jesus foi uma interpretação


equivocada?
a) Porque a glória das nações pode ser usada para adorar a Satanás.
b) Porque “Está escrito: Ao Senhor, teu Deus adorarás, e só a ele darás culto”.

5. Como se interpreta o Salmo 8.4 e Hebreus 2.6?


a) O homem é a coroa da criação de Deus.
b) Jesus é o Filho do Homem e o Senhor da criação
6. Como se interpreta Hebreus 5.5?
a) Que Cristo chegou a ser Filho de Deus.
b) Este é o cumprimento do Salmo 2.7, que o Cristo é Filho de Deus, Rei e Sumo
Sacerdote?

7. Como se interpreta Mateus 5.17?


a) A Lei do Antigo Testamento não se aplica aos cristãos.
b) A Lei e a profecia do Antigo Testamento serão cumpridas no Evangelho.

8. Como se interpreta 1 Coríntios 14.39?


a) Todo cristão deve falar em línguas.
b) Não impeçam o falar em línguas desconhecidas e preocupem-se em profetizar em
sua própria língua.

9. Como se interpreta 1 Timóteo 2.12?


a) As mulheres não devem falar, orar ou falar na igreja.
b) O pecado original não deve se repetir.

10. Como se interpreta Atos 1.7?


a) A Bíblia nos dará detalhes de tempo para a segunda vinda de Cristo.
b) Não temos de nos preocupar em saber quando a segunda vinda acontecerá, mas dar
testemunho do Cristo ressuscitado para nos preparar para a segunda vinda.

II. DIAGNÓSTICO 2:

Escolha a melhor alternativa

1. A distinção entre a hermenêutica e exegese é:


a) A hermenêutica ensina os princípios de interpretação e a exegese ensina como
colocar em prática aos princípios básicos de interpretação do texto.
b) A exegese ensina os princípios de interpretação e a hermenêutica ensina como
colocar em prática aos princípios básicos de interpretação do texto
c) Não há diferença entre a exegese e a hermenêutica.
2. O circulo hermenêutico é:
a) Uma interpretação circular sobre a Bíblia
b) Uma interpretação teológica sobre a Bíblia
c) Não conheço este círculo

3 Dê a sua opinião se concorda ou discorda sobre a frase: “Todo o povo de Deus


tem o direito de conhecer o que diz os manuscritos antigos da Bíblia”.
a) Sim, a Bíblia é revelada para ser conhecida em todas as línguas e para todos os
povos.
b) Não, os manuscritos antigos devem ser estudados pelos eruditos bíblicos e não são
acessíveis a pessoas comuns.
c) Não sei, desconheço as cópias dos manuscritos em hebraico ou grego para ver sua
importância.

4. Os erros de interpretação que há em sua versão da Bíblia vem de:


a) Deus. Mesmo que Deus seja perfeito e não possa errar, usou os autores humanos
que podem errar.
b) Os tradutores. Sendo que são os primeiros interpretes dos manuscritos originais, os
erros nas versões se originaram das suas interpretações.
c) Não tenho nenhuma idéia, nunca pensei nisso.

5. A verdade bíblica será conhecida por:


a) os eruditos bíblicos
b) os líderes das igrejas
c) os crentes iluminados pelo Espírito Santo

5. Verdadeiro, Falso ou não sei

“O texto sem o contexto é um pretexto”


a) Verdadeiro
b) Falso
c) Não sei

“A consciência é a autoridade máxima na interpretação da Bíblia”.


a) Verdadeiro
b) Falso
c) Não sei

“A Bíblia é explicada a partir do implícito para o explícito”.


a) Verdadeiro
b) Falso
c) Não sei

“A Bíblia é uma coleção de idéias inspiradas em Deus e a história da salvação”.


a) Verdadeiro
b) Falso
c) Não sei

“A Bíblia deve ser interpretada segundo seu gênero literário”.


a) Verdadeiro
b) Falso
c) Não sei

Temas para dialogar:

Tema#1. A Bíblia é a Palavra de Deus


Tema#2. A Bíblia está condicionada a seu tempo
Tema#3. Cada pessoa tem o direito a sua própria opinião sobre a Bíblia.

III. TERMOS BÁSICOS

A fim de manter um alto nível de comunicação entre os estudantes e o material


didático é necessário identificar os termos básicos. A apresentação está em ordem alfabética:

Contexto. A situação humana. A combinação de todas as relações humanas.

Coração. A essência do ser humano; sua personalidade.


Deus. Ser supremo: Deus, O Pai, Filho e Espírito Santo.

Escrituras. A Bíblia. Os 66 livros do Antigo e Novo Testamento. A Palavra de


Deus.

Evangelho. A boa notícia de salvação pela fé na pessoa e na obra de redenção de


Jesus Cristo, o Filho de Deus.

Exegese. A aplicação dos princípios bíblicos de interpretação.

Hermenêutica. Os princípios da interpretação.

Interpretação. Esclarecer e dar significado ao objeto em estudo.

Métodos de estudo. A organização e a implementação de sistemas pedagógicos para estudar e


ensinar o texto.

Pregação. O anúncio da boa notícia e a denúncia do pecado.

Revelação. É abrir, manifestar e “tirar o véu” em relação ao conhecimento.

Revelação especial. Comunicação do conhecimento de Deus a seu povo por meio da


Palavra, por seu Filho e pelo Espírito Santo.

Revelação Geral. Comunicação do conhecimento de Deus a todos os povos por meio da


criação, da providência de Deus, da história humana, das experiências
comuns e pessoais, e pela iluminação da mente humana.

IV. REFLEXÕES DE DIFERENTES PESSOAS

T. J. Bach: “Onde Deus tem colocado um ponto, não mudes para um sinal de
interrogação”.
F.F. Bruce: “A (Bíblia) nunca teve como propósito de ser um livro para eruditos e
especialistas. Desde o princípio tinha como propósito ser um livro para todos e isso é o que na
realidade ela continua sendo”.

João Calvino: “Posto que Deus não fala cada dia desde o céu e que não há mais que
as Escrituras nas quais Ele tem desejado que sua verdade fosse publicada e conhecida até o
fim, e obtêm o mesmo crédito e autoridade entre os crentes... como se as houvessem escutado
pronunciadas pelo próprio Deus”. (Instituição da Religião Cristã, 1.7.1).

Sinclair Ferguson: “Primeiro, há evidência no Antigo Testamento de uma


autoconsciência canonizada, um reconhecimento de que o que está escrito tem sido dado por
Deus... Segundo existe, no Novo Testamento, o claro reconhecimento do cânon dado na forma
divina que agora conhecemos como Antigo Testamento... O uso no Novo Testamento da
Palavra Escrituras e expressões tais como “a lei e os profetas”, “está escrito”, “Deus disse” e
“a Escritura diz” ilustram este fato de maneira abundante. Terceiro, existe no Novo
Testamento uma consciência entre os autores... que a autoridade de seus próprios escritos,
estão no mesmo nível que os do Antigo Testamento e que o conteúdo da revelação... é em
certo sentido, superior a este, não em termos de inspiração, mas na clareza e em progresso da
revelação registrada.

John Gerstner: “Se Deus (ou um que tem o poder de Deus), propõe que a Bíblia é a
Palavra de Deus, que pessoa em sã consciência pode duvidar ou questioná-lo? (Handout
Theology, 6.7).

John Gerstner: “Se a Bíblia é a Palavra de Deus, obviamente não pode ter nenhum
erro, em nenhuma parte, em seus textos originais” (Handout Theology, 6.8).

John Gerstner: “Os seres humanos podem e devem orar segundo a Palavra de Deus.
Mas somente Deus pode convencê-los de sua Palavra ” (Mt 16.17; Jo 10.45).

John Gerstner: “Não crerás no que a Bíblia diz se não crer mal que és” (Handout
Theology, 7,7).

Cornélio Hegeman: “Os erros não estão na Bíblia mas nas nossas intenções”.
Theodore Letis: “Hoje em dia estes textos sagrados não deveriam ter nem o aroma do
Oriente Próximo; deveriam estar prontos para falar em linguagem comum e corrente que não
ofereça nenhuma janela ao transcendente, nem uma estrada à consciência religiosa que
animava a essas comunidades que compunham, perseveravam e transmitiam esses materiais
como uma verdade sagrada. Por esta razão, atualmente temos Bíblias que tem sido projetadas
a medida das situações modernas, principalmente por fins de mercado, mas sempre com a
idéia da necessidade de comunicar”.

C.S. Lewis: “Um livro sagrado rejeitado é como um rei despojado de seu trono”.

Martinho Lutero: “Estudo a minha Bíblia do mesmo modo que colho maçãs.
Primeiramente, chacoalho a árvore toda, de forma que os frutos maduros caiam. Depois,
chacoalho cada galho, e quando já chacoalhei todos os galhos, chacoalho cada ramo e cada
ramificação. Então, olho embaixo de cada folha”.

Martinho Lutero: “A Palavra deve prevalecer, porque Deus não pode mentir; o céu e
a terra devem ficar em ruínas antes que a letra mais insignificante ou título de Sua Palavra
fiquem sem cumprimento” (What Luther Says, 1. 68).

Martinho Lutero: “O Espírito Santo é o Escritor e o Orador mais claro no céu e na


terra. Portanto, Suas palavras não podem ter mais que um significado e o sentido mais óbvio.
Ao que chamamos de sentido literal ou natural. Todavia, as coisas mais significadas podem ir
mais além de Seu sentido claro; e em Sua palavra clara podem significar algo mais além e
diferente, e essa coisa significa outra e isso é mais que um assunto de palavras e linguagens.
Pois é verdade que todas as coisas foram das Escrituras, já que toda a obra de Deus e suas
criaturas são sinais e palavras viventes de Deus como dizia Santo Agostinho dizia e todos os
professores o declaram. Mas não devemos dizer que a Escritura ou a Palavra de Deus tenham
mais que um significado” (What Luther says, 1:90-91).

Martinho Lutero: “A Bíblia está viva, ela fala comigo; tem pés, ela me persegue; tem
mãos, ela me agarra”.
J. Gresham Machen: “Que devemos pensar então sobre a Bíblia? Eu sustento que os
escritores da Bíblia depois de terem sido preparados para a sua tarefa pelo ordenamento
providencial de toda a sua vida, receberam, além de tudo isso, uma direção sobrenatural e
bendita e o impulso do Espírito Santo de Deus para prevenir os erros que aparecem em outros
livros e que o livro resultante, A Bíblia é em todas as suas partes a Palavra de Deus,
completamente verdade no que diz e completamente autoritária em seus mandamentos”.

San Justin Mártir: “Quando escuta as palavras dos profetas como se fossem suas
próprias palavras, não se deve pensar que são pronunciadas por homens inspirados, mas pela
divina Palavra de quem os inspira”.

Philip Mauro: “Reconhece-se amplamente que o texto usado como a Versão


Autorizada representa um texto da qual se sabe que tem sido extensamente utilizado
(possivelmente em todas as partes) a partir do século II (as versões latinas antigas de
Peschitta, confirmadas pelas citações patrísticas proporcionam uma prova contundente disso).
Por outro lado, não se sabe se os dois códigos dos quais estamos falando representam somente
cópias de um original mal feito e que se piorou ao ser copiado.

J.I Packer: “O problema da autoridade é o problema fundamental que a igreja cristã


deve enfrentar. Isso sucede porque o cristianismo se baseia na verdade: ou seja, no conteúdo
da revelação divina... A fé em Jesus Cristo é possível só onde se conhece a verdade sobre
Ele”.

A.W. Tozer: “No desenvolvimento de seus processos redentores o Deus imutável faz
uso completo de mudanças, e através de uma sucessão de mudanças chega por fim ao
permanente. A antiga aliança, como algo provisório, foi abolido, e a nova e eterna aliança
tomou seu lugar. A lei, o altar, o sacerdócio, tudo era temporal e sujeito a mudanças; agora a
lei eterna de Deus está guardada para sempre na parte vivente e sensível da qual está
composta a alma. Aqui vemos que Deus usa a mudança como um humilde servidor para
bendizer toda a sua casa redimida, mas ele está fora da lei de mutação e qualquer mudança
que ocorra no universo não afeta a Ele.

Voltaire: “Se quiséssemos destruir a religião cristã, primeiro, que tudo devemos
destruir a crença do homem na Bíblia”.
CONCLUSAO

Os princípios da interpretação da Bíblia devem ser identificados, explicados,


verificados e aplicados. A segunda seção vai nos ajudar organizar aos muitos princípios que
há.
PERGUNTAS
A ideia da tarefa é ajudar o estudante a compreender claramente as definições básicas
do curso:

1.Como a Bíblia deve ser interpretada?

2. O que significa a palavra “interpretação”?

3. Qual a diferença entre a hermenêutica e a exegese?

4. Quem é Deus? Que evidência há para provar que há um Deus?

5. O que é a revelação? Por que a revelação é importante?

6. O que é o evangelho? Como o Evangelho está relacionado com a interpretação da


Bíblia?

7. Como se descreve o coração?

8. O que é o contexto do texto?

9. O que é a glória de Deus?

10. Qual das reflexões anteriores eu mais gostei? Por que?


LIÇÃO 2
INTRODUÇÃO AOS PRINCÍPIOS DE INTERPRETAÇÃO

“Se Deus fala pela Bíblia, cada filho de Deus tem o direito de conhecer o que Deus tem dito
nos manuscritos dos textos bíblicos”.

INTRODUÇÃO

Hermenêutica se “relaciona etimologicamente com Hermes, um deus grego. Hermes


era o mensageiro dos deuses, equivalente ao deus romano Mercúrio... a hermenêutica escreve
o processo mediante a qual tratamos de entender a mensagem”1.
A Hermenêutica bíblica é o estudo dos princípios de interpretação bíblica. A exegese é a
aplicação dos princípios de interpretação do texto. O método de estudo bíblico é a
organização pedagógica do estudo do texto ou uma passagem.
Sua hermenêutica depende do conceito da Palavra de Deus. Se a Bíblia é a Palavra de
Deus escrita, então temos de conhecer esse Deus e saber como a Bíblia foi escrita e de que
maneira os autores humanos foram inspirados. Se a Bíblia é simplesmente um livro religioso
escritos por distintos autores humanos, segundo suas próprias idéias próprias ou coletivas,
escrito em seu contexto de antigüidade para antigüidade então, esta idéia influenciará sua
perspectiva sobre a Bíblia. Se é assim, melhor estudar arqueologia e história antiga do que
hermenêutica.

I. SOLA ESCRITURA: UM CONCEITO PROTESTANTE

O conceito protestante do Sola Escritura é uma dinâmica libertadora para a


interpretação bíblica. O Sola Escritura afirma que a Bíblia é a autoridade máxima de
autoridade máxima para a interpretação. A autoridade máxima não é a Igreja, nem o Estado, e
não depende da interpretação individual, mas a Bíblia deve interpretar a Bíblia. A Palavra de
Deus é sua própria intérprete. Temos de interpretar a Palavra com a Palavra. A Bíblia é a
melhor e máxima intérprete da Bíblia.
Os protestantes estavam cansados com as manipulações da interpretação bíblica pela
igreja tradicional. O artigo 7 das Confissão Bíblica (1561) escrito pelo mártir, Guido de Brés,
disse:

1
R.C. Sproul, Grace Unknown, p. 55.
Cremos que a Sagrada Escritura contém perfeitamente a vontade de Deus e,
suficientemente, ensina tudo o que o homem deve crer para ser salvo. Nela, Deus descreveu
por extenso toda a maneira de servi-lo. Por isso, não é lícito aos homens, mesmo que fossem
apóstolos “ou um anjo vindo do céu”, conforme diz o apóstolo Paulo (Gl 1.8), ensinar outra
doutrina senão aquela da Sagrada Escritura. É proibido acrescentar algo à Palavra de Deus
ou tirar algo dela (Dt 12.32; Ap 22.18-19). Assim se mostra claramente que sua doutrina é
perfeitíssima, e em todos os sentidos, completa. Não se pode escritos de homens à Escritura
divinas, por mais santos que tenham sido os autores. Nem se pode igualar à verdade de Deus
costumes, popularidade, antiguidade, sucessão de tempos ou de pessoas, ou concílios,
decretos e resoluções. Pois a verdade está acima de tudo, e todos os homens são mentirosos
(Sl 116.11) e “mais leves que a vaidade” (Sl 62.9).Por isso rejeitamos, de todo o coração,
tudo que não está de acordo com essa regra infalível, conforme os apóstolos nos ensinaram:
“Provai os espíritos, se procedem de Deus (1 Jo 4.1); e, “Se alguém vem ter convosco e não
traz esta doutrina, não o recebais em casa” (2 Jo 10).
2 Tm 3.16-17; I Pe 1.10-12; Pv 30.6; Gl 3.15; Ap 22.18-19; 1 Tm 1.3; Gl. 1.8,11;1 Co
15.2; At. 26.22; Rm 15.4; At 18.28; Dt 12.32; 1 Pe 4.10-11; Lc 11.13; At 20.27; Jo 4.25;
15.15; 1 Tm 1.13; Cl 2.8; At 4.19; Jo 3.13-31; 1 Jo 2.19; Hb 8.9; 2 Pe 2.17-19; Mt 15.3; Mc
7.7; Is 1.12; Sl 62.9; 2 Tm 2.14; Mc 17.5; Is 8.20; 1 Co 2.4; 3.11; Sl 12.6; Dt 4.5-6; Ef 4.5; 1
Jo 4.1; 2Jo 10.

II. ALFABETIZAÇÃO HERMENÊUTICA

Para organizar as nossas idéias, implementaremos um método simples para identificar,


definir, explicar os conceitos básicos sobre hermenêutica. Usamos a ALFABETIZAÇÃO
HERMENÊUTICA: Uma organização dos conceitos em forma de alfabeto.

CONCEITOS DE HERMENÊUTICA IMPLICAÇÕES


A ABSOLUTO Há três alternativas em relação a
Princípio: Na interpretação bíblica deve-se interpretação bíblica:
chegar às conclusões certas em relação ao a) verdadeiro
que se está ensinando. b) falso
 Deus é absoluto, não muda (Ml 3.6). c) não sei
 A revelação de Deus é absoluta (Dt Há situações quando a resposta “não sei” é
29.29). a mais bíblica.
 Não há contradições na revelação de
Deus. As contradições estão no nosso Qual é a diferença entre os mistérios, os
uso da revelação de Deus. paradoxos e as contradições?
Nossas contradições são expressas em: 1. mistério: algo não revelado
1. Tradução: p.e. o uso de “oxalá” em 2 2. paradoxo: uma aparente contradição que
Co 11.1. O grego não usa o nome de não é
Ala. 2 Co 15.54, a Reina Valera fala de 3. contradição: dois pontos absolutamente
“corpo animal” quando o grego diz diferentes.
“corpo natural”.
2. Transmissão do texto: Imposição dos
capítulos, versículos e títulos. Há
algumas diferenças entre as coleções
de manuscritos.
3. Interpretação do texto: aqui há muitas
diferenças
4. Recepção do texto. Há erros em
entender o que a Bíblia diz.
5. Comunicação do texto. Nem todos os
que comunicam a Palavra de Deus o
fazem corretamente. Nossa
interpretação é sujeita ao juízo da
Palavra.
6. Prática do texto: Todas as práticas da
Palavra estão sujeitas à Palavra.

B BÍBLICO Por exemplo, quando Marcos apresenta seu


 Princípio: A Escritura se interpreta a si escrito sobre o ministério de Cristo ele
mesma (Sacra Scriptura sui interpres) começa com as afirmações dos profetas
 O AT interpreta o NT e o NT ao AT Isaías e Malaquias (Mc. 1:2-3).
(Mt 5.17; Lc 24.25)
 A Bíblia é o maior comentário da Jesus disse que não veio para destruir a lei e
Bíblia (Sola Escritura) os profetas, mas para cumprí-los (Mt. 5:17).
 Os apóstolos interpretam o AT e os
evangelhos (Jo 15.20; Ef 2.20) Apocalipse tem mais de 400 referências ao
(interpretação progressiva) Antigo Testamento.

C CRISTOCÊNTRICO Cada parte da Bíblia pode ser associada


Princípio: A revelação escrita de Deus é com Cristo. Por exemplo, as leis são
interpretada à luz da revelação pessoal de cumpridas em Cristo. As cerimônias
Deus (Hb 1.1-2) religiosas encontram seu significado na
 As Escrituras falam de Cristo (Jo 5.39) pessoa e nas obras de Cristo. As profecias
 Cristo realiza as Escrituras (Jo. 5.47; sobre a salvação e o fim do mundo são
Mt 5.17; Lc 24.44) cumpridas em Cristo. As bênçãos e as
maldições do pacto são ganhas e pagas na
cruz de Cristo.

D DIDÁTICO A História da Bíblia é interpretada pelas


 Princípio: A Bíblia existe para ensinar doutrinas da Bíblia e não ao reverso.
(Sl 119.105; Rm 15,4)

E DO EXPLÍCITO PARA O IMPLÍCITO
Princípio: A interpretação bíblica começa
com o explícito. As seitas prestam muita atenção aos
 A partir do claro para o que não está versículos difíceis da Bíblia. Eles começam
claro (Sl 119.105). com aquilo que não está claro.
 A partir do conhecido para o não
conhecido;

F FIEL Há diferentes práticas quanto ao aluno, o


Princípio: As diferentes interpretações dia de descanso e o batismo na água e Jesus
devem ser fiéis aos ensinamentos bíblicos. e os apóstolos permitiram diferenças de
 Não engana (Rm 3.4; Tt 1.2) interpretações sempre e quando não
 Fiel aos originais (Ap 22.19) houvesse contradição ao evangelho da graça
 Fiel a si mesmo (Sl 12.6; Pv 30.5; Mt (Rm 14). Jamais se pode acrescentar a uma
24.35). obra humana ou uma cerimônia religiosa a
fé para ser salvo (Gl 1.8).

G GRAMÁTICAL
Princípio: a Bíblia é um livro que consiste
de palavras com significação e regras de A Bíblia diz o que diz. A interpretação não
gramática que tem sentido e lógica (Mt. pode contradizer o que o texto diz.
5:18).

H HISTÓRICO
Princípio: a interpretação bíblica deve História de Redenção
estar de acordo com a história da redenção 1. Criação
e a história humana. 2. Queda
 A Bíblia é a História de redenção: 3. Restauração
criação, queda, restauração em Cristo 4. Glorificação no céu
e a glorificação (Gn 3.15; Ap 12.13)

I INSPIRADO Cada palavra, oração e estrutura gramatical


Princípio: Toda escritura é inspirada por é parte da inspiração da mensagem. Não há
Deus (2 Tm 3.16; 2 Pe 1.20-21) outra maneira de determinar o significado
teopnuestos da mensagem.

J JUDAICO
Princípio: Temos de entender a religião e a
cultura dos judeus para entender o
contexto da Bíblia.
K KOINE Na atualização da linguagem da Bíblia
O grego Koine é o grego da gente comum. deve-se preservar o sentido literal do texto
original.
Princípio: Na interpretação e na tradução O Koine é muito simples. A Bíblia deve ser
bíblica temos de nos comunicar na língua traduzida numa maneira simples e não
do povo. complicada.

L LITERARIA (sensus literaris) Se interpretarmos a hipérbole de Jesus de


Princípio: Deve-se interpretar a Bíblia uma maneira legal, vamos ter muitos cegos
segundo o gênero. (Mt 5.29).
 Também deve ser lida como um livro

LL PLENITUDE DO ESPÍRITO
Princípio: Para crer na Bíblia, deve-se Antes de interpretar a Palavra de Deus
estar cheio e iluminado pelo Espírito devemos falar com Deus.
Santo (Mt 16.17; Jo 20.27).
M MÚLTIPLO TESTEMUNHO Nenhuma doutrina está baseada em uma só
Princípio: A verdade bíblica é verificada passagem ou em só versículo. Os profetas
pelo testemunho de duas ou mais testificam sobre a Lei e a Lei afirma aos
testemunhas (Dt 17.6; 19.15; 1 Tm 5.19) profetas. As epístolas confirmam os
ensinamentos dos evangelhos e vice-versa.

N NECESSIDADE
 Há uma urgência para interpretar a A necessidade mais urgente para a
Bíblia fielmente (Mc 16.15-16). A humanidade está relacionada com a sua
vida espiritual depende da Palavra de submissão ao reino de Deus e seu destino
Deus. eterno. A fé redentora vem por ouvir e crer
 Deve-se viver segundo a Palavra de na Palavra de Deus.
Deus (Dt 6.6-7; 8.3; Sl1; Mt 4.4). A
Palavra é normativa.

O ORGÂNICO
 Princípio: A Bíblia é verdadeira em Advertência contra aquele que tirar algo da
todos os seus aspectos. É um só escrito Palavra de Deus (Dt 4.2; 12.32; Ap 2.18:19
(Lc 24.25; At 24.14)
 A Bíblia é uma totalidade; uma
unidade que não pode ser quebrada (Jo
10.35)

P PALAVRA DE DEUS (Verbum Dei) A interpretação da Palavra de Deus é


Princípio: A Bíblia é um instrumento de confirmada pela mesma Palavra escrita.
Deus para falar conosco.

R REVELADO (revelato) Existe a revelação de Deus, pela criação, a


Princípio: A interpretação da Bíblia deve providência e a história, que é para todos os
levar a serio que Deus tem revelado em povos. A revelação especial por meio de
sua Palavra para se comunicar com o Seu Jesus Cristo, da Bíblia e do Espírito Santo,
povo. comunica especialmente ao povo de Deus.

S SOLA ESCRIPTURA A arrogância humana é vista nas traduções


 A autoridade máxima para a de novas versões e nas interpretações
consciência, a igreja e a sociedade. bíblicas que submetem a Bíblia a vontade
 Princípio: a interpretação bíblica deve da Igreja, a grupos especiais ou ao mercado
submeter-se à própria Palavra. de vendas.

T TRANSFORMADORA A regeneração, a fé (Rm 10.17), o


Princípio: A leitura da Palavra de Deus e a avivamento (Sl 119.107) e todo o fruto e os
crença no evangelho transformará aos dons do Espírito vem por receber a Palavra
crentes (Rm 10.17). de Deus.

U ÚNICO A Bíblia é diferente de todos os livros


Não há outra Palavra de Deus como a religiosos. A Bíblia é a perspectiva de Deus
Bíblia (Ap. 22.19) sobre si mesmo e sobre os homens,
enquanto que os demais livros são reflexões
dos homens sobre Deus.
V VERDADE A única verdade absoluta e segura é a
A verdade é tudo o que corresponde a verdade definida por Deus. Deus é verdade
pessoa, a obra, a palavra e a vontade de e toda a verdade deve corresponder a sua
Deus. (Jo 17:17). revelação.

III. CÍRCULO HERMENÊUTICO


A interpretação da Palavra de Deus deve iniciar com a fé no verdadeiro Deus. Deus para
fazer-se conhecido, se revela. Há uma revelação geral para todos os povos e há uma revelação
especial para o povo de Deus. A Bíblia é parte da revelação especial de Deus, é a revelação de
Deus escrita. O tema principal da Bíblia é o evangelho do reino de Deus: a boa notícia sobre a
salvação que há em Cristo Jesus (Mc 1.14-15). O evangelho é pregado e anunciado ao homem
(Mc 16.15-16). O evangelho transforma o coração do ser humano. Esta transformação é
notável no arrependimento do pecado humano e pela fé em Cristo Jesus para a salvação (Mt
4.17). O coração transformado influencia o contexto humano. O contexto humano é a rede de
todas as relações pessoais e sociais. O evangelho deve ser pregado em todo o mundo, a cada
pessoa, incluindo os pobres. (Lc 4.18; Mc 16.15). Deus é glorificado quando o homem e a
sociedade são transformados pelo evangelho bíblico e o homem louva o Deus verdadeiro.
Quando o intérprete começa o círculo hermenêutico por outro ponto, que não seja Deus,
este pressuposto será glorificado, e não Deus. Por exemplo, quando as pessoas falam de
receber revelações de Deus e não consultam a Bíblia, mas aplicam estas revelações
diretamente ao coração humano, conseqüentemente, a revelação, e não Deus, irá ser
glorificado. Na teologia de libertação o intérprete entre no circulo hermenêutico pelo contexto
humano.O ponto de partida da teologia da libertação é a opressão do pobre. A Bíblia, o
evangelho e até Deus é interpretado segundo a condição dos pobres. A pobreza é glorificada, e
não a vontade de Deus em relação ao ser pobre e a pobreza social.

O círculo hermenêutico

DEUS

GLÓRIA REVELAÇÃO

CONTEXTO BÍBLIA

CORAÇÃO EVANGELHO
IGREJA

CONCLUSÃO

Há muitos princípios de interpretação que se deve levar em conta ao estudar a Bíblia.


Deve-se, porém, organizar esses princípios. Com esta finalidade, a próxima lição
desenvolverá o círculo hermenêutico.

PERGUNTAS

Escreva 10 dos princípios bíblicos e dê um exemplo de cada um segundo a Bíblia.


LIÇÃO 3
DESENVOLVIMENTO DO CÍRCULO HERMENÊUTICO
“O intérprete da Bíblia deve dizer o que a Bíblia diz”

INTRODUÇÃO

O ponto de partida é a chave para a interpretação. E isso deve estar claro quanto os
seus pressupostos. Nosso ponto de partida é o conhecimento do Deus verdadeiro, Deus o Pai,
Filho e Espírito Santo.
Para comunicar o evangelho bíblico é necessário que Deus abra as portas do
entendimento e que coloquemos em prática para que sejamos transformados para servi-lo e
adorá-lo. Há pelos menos oito dimensões vitais na interpretação da Bíblia e na comunicação
do Evangelho.
1. Hermenêutica e Deus
2. Hermenêutica e a revelação de Deus
3. Hermenêutica e a Bíblia
4. Hermenêutica e o Evangelho
5. Hermenêutica e a Igreja
6. Hermenêutica e o coração humano
7. Hermenêutica e o evangelho no contexto humano
8. Hermenêutica e a glória de Deus.

I. HERMENÊUTICA E DEUS

Para interpretar a Bíblia como Palavra deve-se conhecer o autor da Palavra de Deus. O
autor da palavra de Deus é o próprio Deus. Deus Pai, Filho e Espírito Santo.
A interpretação correta da Bíblia glorificará somente a Deus (Mt 4.10). A interpretação
equivocada nega ao verdadeiro Deus (Mt 4.4). A tentação de Jesus e os conflitos que ele teve
com os líderes religiosos mostram essa dinâmica. As interpretações de Jesus sobre a Bíblia
sempre estavam em conflito com as interpretações dos líderes religiosos, não crentes. Os que
o rejeitaram como Filho de Deus, rejeitam ao Pai do Filho de Deus. Não se pode separar o
Deus verdadeiro da verdadeira interpretação da Palavra de Deus.
Na teologia sistemática, o estudo do conhecimento de Deus é a “teologia própria”.
Esta área da teologia estuda o conhecimento sobre a natureza, as obras, os nomes e a
revelação de Deus. A revelação de Deus é a maneira pela qual Ele se faz conhecer.
Além dos atributos, características, nomes e obras de Deus, o texto bíblico pode
mencionar o que não é de Deus, ou seja, a idolatria. Por exemplo, o primeiro mandamento
diz: “Não terás outros deuses diante de mim”. O nome usado para “deuses” é elohim. Elohim
é plural e também é usado para definir o Deus verdadeiro (Gn 1.1) A diferença é que há um
elohim verdadeiro e um elohim falso.
Os filhos de Deus são conhecidos por crer na Palavra. Jesus disse: “Aquele que
pertence a Deus ouve o que Deus diz. Vocês não ouvem porque não pertencem a Deus”
(NVI).
Uma Testemunha de Jeová ou um mórmon começa sua interpretação da Bíblia em
erro. O TJ inicia com a ideia de que o Filho de Deus não é eterno e não é Deus.
Automaticamente, ao negar o eterno Filho de Deus nega que Deus, seja Pai eterno. Um pai
eterno sem um filho eterno não é pai eterno. Os mórmons crêem na pré-existência da alma
humana, mas não crêem que o Filho de Deus seja eterno. Assim pois, como os TJ estão
servindo a um ídolo.

II. HERMENÊUTICA E A REVELAÇÃO DE DEUS

Se Deus não se revela, não podemos conhecê-lo. Só Deus pode revelar-se. Ele não
pode revelar-se equivocadamente. A revelação de Deus corresponde a seus atributos,
incluindo a perfeição. Ele deve revelar-se perfeitamente. E a maneira como Deus decidiu se
revelar é por mandamentos que são escriturados.
Os autores humanos da Bíblia são inspirados por Deus (2 Tm 3.16; 2 Pe 1.21). O
próprio Deus que inspirou a Bíblia é quem ilumina ao crente para crer e entender a Palavra de
Deus (Mt 16.17).
Explícita e implicitamente, o autor divino se revela no texto bíblico. Nós somos
recipientes da revelação de Deus. Pela revelação geral Deus se faz conhecer a todo homem
por meio de sua obra: a criação, a providência de Deus, a história humana, as experiências
comunitárias e pessoais e pela iluminação da mente humana. A revelação especial de Deus é
por meio de teofanias, pela Bíblia, pela pessoa de Jesus e pela presença do Espírito Santo.
A Bíblia é a revelação especial de Deus escrita. Este meio escrito deve ser examinado
segundo o que foi escrito pelos autores humanos, examinando os antigos manuscritos usados,
identificando o método de tradução das diferentes versões da Bíblia e por conhecer o sentido
do idioma usado.
Na história da igreja têm surgido dois níveis de estudos “críticos”. Temos a alta crítica e
a baixa crítica. Ambas são importantes. A alta crítica examina a motivação dos autores
bíblicos e examina o propósito literário. Eles falam da intencionalidade e propósito do texto
bíblico. A baixa crítica examina os manuscritos antigos quanto aos autores; como foram
transmitidos àqueles a quem foram escritos.

1. Revelação Especial

A) Introdução geral à informação bíblica

1. Como o texto chegou até nós?


A Bíblia chegou até nós por um longo processo. Deus inspirou os autores humanos na
escrita. Os escritos foram editados, copiados e transmitidos para nós. Os comentários bíblicos
dão muita atenção a identificar o autor humano e a razão que ele tinha para escrever.

2. Quem é o autor humano do texto bíblico? Como descobrimos isso?


Se a Bíblia menciona o autor, esta informação então nos é importante. Se a Bíblia
mantem silencio quanto ao aoutor, o intérprete deve manter silêncio. O que é revelado e o que
não-revelado; os dois devem ser interpretados.

3. Em que idioma foi escrito o texto original? Você pode discernir alguma diferença
entre o texto original e a tradução do texto que você está usando?
O estudante tem de ter estudado os idiomas originais para responder essas perguntas,
tais como hebraico e grego, para fazer comparações.

4. Quais são os manuscritos originais mais antigos?


A versão mais popular usado pelos evangélicos e a Reina Valera [no Brasil a João
Ferreira de Almeida], revisada em 1909, 1960, 1977 e 1995. A Reina Valera Atualizada (1989)
tornou a linguagem das Escrituras mais contemporânea. A Reina Valera usa o Textus Receptus,
a coleção de manuscritos gregos, considerados pelos protestantes históricos como a coleção
autorizada. 2

2
Fernández, Biblias Castellanas en el Exilio.
Durante o século 20 surgiu a inquietação de que havia manuscritos gregos mais antigos
que o Textus Receptus. No ano de 1978, a primeira edição completa da Nova Versão
Internacional foi publicada em inglês.3 Nos anos 90, a edição espanhola do Antigo
Testamento foi apresentada (1999).
A Igreja Católica Romana usa a versão A Bíblia de Jerusalém (1975) entre outras: A
Santa Bíblia: Edições Paulinas (1964); Edição Popular das Sagradas Escrituras (Herder,
1964); e o Novo Testamento, por Felipe Fuenterrabía (1964). A Sociedade Bíblica Unida
também tem a versão Deus Fala Hoje com livros apócrifos.
Há uma variedade de Bíblias contextualizadas e versões parafraseadas. A mais usada é a
versão Deus Fala Hoje publica pela Sociedade Bíblica Unida. Estudantes da Bíblia também
usam a versão Deus Chega ao Homem (1966) e O Mais Importante é o Amor (1972).
Em termos práticos, há duas diferenças significativas entre a Reina Valera e a Nova
Versão Internacional: a) a inclusão e exclusão de alguns textos bíblicos; e b) a interpretação
literal e a interpretação de equivalência dinâmica. Vamos considerar a primeira distinção
agora e tratar da segunda depois.
O argumento dos eruditos para ambas “escolas de interpretação” é que sua coleção de
manuscritos é o mais antigo. Entretanto, com os novos descobrimentos, sempre fica a dúvida
de que há outros manuscritos mais antigos por se descobrir. A lei da antiguidade é uma
consideração importante, mas não é algo absoluto nem certo. Para o Antigo Testamento, o
descobrimento dos rolos do Mar Morto, mais a tradução Septuaginta (LXX) do hebraico para
o grego estabeleceu um texto padrão para o Antigo Testamento. Para o Novo Testamento
temos milhares de escritos e temos de estudá-los para apresentar o que a maioria dos
manuscritos confiáveis tem em comum.
É importante manter intacto os textos recebidos e interpretar as Escrituras com as
Escrituras. Em geral, a Reina Valera inclui textos que estão no Textus Receptus mas que não
estão na coleção de Alexandria, a coleção de manuscritos usados na tradução da Nova Versão
Internacional (NVI). A NVI tem o costume de por os textos sob discussão na margem do
texto. Como podemos estar certos de que os textos sob discussão são parte da Palavra de
Deus? Temos de comparar as Escrituras com as Escrituras. São muitos os textos sob
discussão? A lista das discrepâncias preparadas por Bruce Metzger da Sociedade Bíblica
Unida é relativamente breve.4
Para o estudo da Bíblia, a tradução da Bíblia em várias versões tem sido estimulante.
Sempre é bom comparar as versões para ver se há uma maneira melhor de traduzir o texto
3
NIV Study Bible, “preface.”
4
Metzger, 1975.
original. Não há razão para excluir evidências dos novos estudos e não considerar as reflexões
dos textos. O estudo sério e honesto do texto bíblico é parte da interpretação bíblica.
Todavia, a introdução de novas traduções entre as igrejas evangélicas tem causado
confusão. É mais difícil memorizar textos quando há muitas traduções, as leituras
congregacionais são mais difíceis de realizar. A igreja é invadida por traduções privadas, sem
considerar o caráter ecumênico e histórico da igreja. A mesma crítica é válida para
reformulação das traduções dos credos e hinos tradicionais da igreja. 5
Para promover a liberdade de consciência em relação ao estudo da Palavra e para
manter a ordem na liturgia da Igreja é recomendável usar uma variedade de versões bíblicas
para o estudo, ensino e pregação da Palavra e usar uma só versão para o culto da congregação.
Para a tradução da Bíblia em idiomas que ainda não tem uma tradução é importante
reconhecer uma versão autorizada. Caso não exista essa versão, cada intérprete vai traduzir de
acordo com a sua opinião. Também, deve traduzir das línguas originais para os idiomas
comuns. Os leitores têm o direito de conhecer o que dizem os textos originais. O perigo do
uso do método equivalente dinâmico é que o receptor não estaria em contato com o texto em
contato com o texto revelado, mas com a interpretação do texto revelado. Facilmente a
tradução chega a ser a palavra de homem, ao invés de ser a Palavra de Deus. Ao mesmo
tempo, os tradutores devem associar corretamente a linguagem bíblica com a linguagem
contemporânea. Sempre há que recordar que o grego Koiné do NT era a linguagem do povo.
Quando uma linguagem de uma tradução literal do Koiné chega a ser uma linguagem cultural
e liturgicamente de elite, deve-se traduzir o Koiné de novo, na língua do povo.

5. Qual foi o método de tradução usado em sua versão?

a) Literal
A tradução literal do texto comunica a forma, o conteúdo e o contexto do texto como
foi escrito. A forma gramatical de uma palavra deve ser preservada o máximo possível que a
linguagem do receptor permita. O conteúdo ou o significado da palavra é preservado para
permitir ao receptor conhecer o que foi revelado na Bíblia. O contexto muitas vezes dá a
ênfase do texto. Não há razão para descontextualizar a tradução. Como é popularmente dito, o
texto sem o contexto é um pretexto.
O método literal é usado pela Reina Valera

5
Ryken, 2002.
b) Equivalência dinâmica
A tradução em equivalência dinâmica presta mais atenção ao conteúdo do texto que a
forma como foi traduzido. Se um conceito não existe no contexto do leitor receptor, não há a
possibilidade de introduzir o novo contexto a algo distante da cultura. Por um lado, o receptor
receberá uma mensagem compreensível, mas por outro lado, o receptor depende da
interpretação humana e não é permitido crescer em conhecer algo novo e diferente. O
contexto do leitor receptor determina a leitura.
O método de equivalência dinâmica é usado pela NVI.

c) Paráfrase
Uma paráfrase não de preocupa em manter a forma gramatical dos manuscritos
bíblicos, mas uma interpretação do conteúdo do texto é dada para que o ouvinte possa
entender a mensagem. A paráfrase funciona como um comentário do texto bíblico.

d) Contextualização
Uma tradução contextualizada usa a Bíblia para promover uma missão extra-
bíblica.Por exemplo, há versões marxistas, feministas, carismáticas ou outras cosmovisões.

6. Há uma diferença da tradução desse texto bíblico em outras versões? Anote-as.

É um bom exercício comparar a tradução em várias versões do texto bíblico. As


seguintes versões podem ser levadas em consideração:
a) Versão Reina Valera
b) Nova Versão Internacional
c) Versão Popular
d) A Bíblia de Jerusalém
e) Outra6

2. A Revelação Geral Associada com a Bíblia

A revelação geral inclui a história, a cultura e a religião da época em que o texto


bíblico foi escrito e recebido.

6
Em português, temos também, as versões: Almeida Revista e Atualizada e Almeida Revista e Corrigida. Essas
são as mais usadas.
1. Em que época histórica ocorre o texto?
a) Primitiva (? – 1200 a C)
b) Patriarcas (1200 – 1500)
c) Êxodo (1500-1400)
d) Conquista (1400- 1390)
e) Juízes (1390 – 1050)
f) Reino Unido (1050-930)
g) Reino Dividido (930-720)
h) Exílio (720 – 530)
i) Restauração (530 - 400)
j) Período intertestamentário (400-0)
k) Vida de Jesus (0- 33)
l) Igreja Primitiva (33- primeiro século)

As datas dos eventos históricos são aproximadas. Uma razão para isso é o uso de vários
calendários. Por exemplo, hoje em dia, o mundo de língua inglesa e espanhola usa o
calendário romano. O calendário romano designou um ano específico para o nascimento de
Jesus (ano 0). Os eruditos bíblicos nos informam que é mais provável que Jesus nasceu no ano
4 (a C). Mas isso não muda a historicidade do evento do nascimento de Jesus. Estamos
seguros que Jesus viveu 33 anos e que seus últimos três anos foram de ministério. O
ministério de Jesus é documentado segundo o calendário cerimonial do povo de Deus e
também comprovado pelos eventos históricos na vida dos judeus e romanos.
O estudante da Bíblia presta muita atenção a historicidade da Bíblia. Se as narrativas,
profecias e os ensinamentos bíblicos não correspondem a realidade da história, estamos
estudando um livro mítico e subjetivo à interpretação do autor original e ao intérprete.

HISTÓRIA/CRONOLOGIA

DATA
EVENTO HISTÓRICO ESCRITURA APROXIMADA
Nascimento de Jesus Lucas 2:1-20 4-0 aC
Jesus visita o templo Lucas 2: 41-52 9-12 dC
Ministério público de Jesus Evangelhos 29-33 dC
A cruz e a ressurreição Evangelhos 33 dC
Pentecostes Atos 2 33 dC
Morte de Estevão Atos 6 35 dC
Conversão de Paulo Atos 9 36 dC
Pedro aceita os gentios Atos 10 40 dC
Primeira viagem missionária de Paulo Atos 13-14 48-49 dC
Reunião de Jerusalém Atos 15 49-50 dC
Segunda viagem missionária de Paulo Atos 15-18 50-53 dC
Terceira viagem missionária de Paulo Atos 18-21 53-57 dC
Viagem de Paulo a Roma Atos 27-28 59 dC
Paulo encarcerado em Roma Atos 28 60-63 dC
As epístolas de João I, II, III de João 80-95 dC
O apocalipse de João Apocalipse 90-96 dC
Morte de João 96-100 dC

2. Quais eram as características da cultura nessa época histórica?

a) Costumes
b) Religião
c) Política
d) Economia
e) Família
f) Filosofia
g) Papel da pessoa

Vejamos cada um delas nos quadros que seguem.

INFLUÊNCIA DA CULTURA

CULTURA GRECO- CULTURA DOS ENSINOS BÍBLICOS


ROMANA JUDEUS RELACIONADOS
COM A CULTURA
Classe Classe de governo Classe rica João o Batista (Lucas 3)
Social Classe militar Classe religiosa Jesus (Mt. 6)
Classe de escravos Classe dos trabalhadores Paulo (Filemon)
Classe de escravos
Comércio Associações Agricultura Jesus falou sobre os
Exportação Classe mercantil impostos e as práticas do
Muitos impostos comércio
Os gentios em culturas
pagãs estavam
relacionado com a
idolatria (Paulo em Éfeso)
Comida Comia-se todo o tipo de Comida limpa e Jesus declara a comida
comida contaminada limpa (Mc 7.15-23)
Atos 15 e Romanos 14
falam sobre a comida.
Comunicação Por meio dos oficiais Por meio das sinagogas O ministério de Jesus foi
realizado no campo e nas
sinagogas. Os apóstolos
usavam o sistema legal
dos romanos para
promover o evangelho.
Família Ética pagã (politizada, Supremacia da linhagem Relação de Jesus com
por exemplo: Herodes). hebraica. Maria, seus irmãos e
irmãs (Mc 6.3).
Família de Deus (Mc
3.15)
Idioma Grego Coiné Aramaico e Hebraico Novo Testamento escrito
na língua do povo e não
em um idioma de elite.
Justiça Lei Romana Tradição religiosa e Jesus foi condenado e
César é Senhor social crucificado injustamente.
O justo morreu pelos
injustos (Rm 1.16-17;
3.10-23).
Povoamento População dos judeus – 700.000 judeus na Mc. 3.35: “Porque todo
4 milhões, 7% da Palestina aquele que faz a vontade
sociedade romana. de Deus, esse é meu
irmão, minha irmã e
minha mãe”.
Rm 9.6. “Porque nem
todos os que descendem
de Israel são israelitas”.
Gl 6.16. “e a todos os que
andam conforme essa
regra, paz e misericórdia
seja a eles e ao Israel de
Deus”.
Política Domínio Romano Sob o domínio de Roma “Meu reino não é deste
mundo”.
Religião 1. Religiões Judaísmo Cristianismo
 De Mistério
 Gnósticos
 Politeísmo grego
Adoração do imperador
2. Filosofias
 Epicurismo: o prazer
é o meu maior bem
 Estoicismo. Seu
dever é determinado
pela razão
impessoal.
 Cínico. A vida é
simples e há que
rejeitar o comum.
 Cépticos. Tudo é
relativo e absurdo.
Transporte Bom transporte pelo Palestina era mui O transporte facilitou as
mundo conhecido cêntrica. viagens missionárias e a
expansão espontânea da
Igreja.

RELIGIÃO

Dimensão Religiosa Judaísmo Cristianismo


Lugar de adoração Sinagoga, templo Congregação, Assembléia
reconstruído por Herodes
Liderança Fariseus, saduceus, rabi, Efésios 4.11: apóstolos,
sacerdotes, anciãos profetas, evangelistas,
pastores e mestres.
1 Tm 3: Anciãos e diáconos
Escritos Antigo Testamento
(hebraico) Torá, Talmud,
Midrash, Apócrifa, Antigo Antigo e Novo Testamentos
Testamento (grego-
septuaginta), Targum
Festas religiosas 1. Páscoa – Festa dos pães 1. Ceia do Senhor
asmos 2. Pentecostes
2. Pentecostes, 50 dias 3. Ano novo
depois da Páscoa 4. Sexta-feira santa
3. As trombetas, dia 5. Dia de Ação de Graças
primeiro do sétimo mês, 6. Dia da Reforma
começo do ano civil. 7. Dias de Oração
4. O dia da expiação. Sete
dias depois, o sumo
sacerdote confessava o
pecado do povo com o
sangue do sacrifício.
5. A festa dos tabernáculos.
Começa dois dias depois
do Dia da Expiação.
Comemorava a entrada
na terra prometida.
6. A Festa das Luzes.
Limpeza do templo sob a
liderança dos macabeus.
7. A festa de Purim.
Celebrar a libertação no
tempo de Ester
Doutrina de Deus o Pai Monoteista Monoteísta ou Trindade, um
em três.
Doutrina do Messias Está por vir O Messias já veio em Cristo
Doutrina do Espírito Santo Espírito do Pai Terceira pessoa da Trindade
Salvação Obedecer a Lei de Deus Ter fé em Cristo
Doutrina do homem O homem é integral Velho homem/novo homem
Ética A lei A lei e o Evangelho
Ordenanças Circuncisão, Sábado e festas Batismo e Santa Ceia
Povo de Deus Determinado pelo sangue e Determinado pela fé em
pelo pacto Cristo e ser membro do pacto
Relação entre o povo de Esperando a vinda do Evangelizadores do Mundo
Deus e o mundo Messias esperando a Segunda Vinda
do Senhor.
Espiritualidade Piedade de obediência e Viver pela presença e pelo
sofrimento poder do Espírito Santo
Milagres Fariseus o afirmavam e os Evangélicos o afirmam,
saduceus negavam liberais e cesionistas o negam
Anjos Fariseus o afirmavam e os Evangélicos sim, liberais não
saduceus negavam
Ressurreição Fariseus o afirmavam e os De Jesus e de todos os
saduceus negavam mortos. Evangélicos sim,
liberais não.
Céu Fariseus o afirmavam e os Evangélicos sim, liberais não
saduceus negavam
Dia do Juízo Fariseus o afirmavam e os Evangélicos sim, liberais não
saduceus negavam

III. HERMENÊUTICA E A BÍBLIA

O propósito da Hermenêutica e da exegese é abrir as Escrituras para encontrar a


mensagem que os textos bíblicos contêm. Afirmamos que toda a Escritura é inspirada e é a
Palavra de Deus. A inspiração orgânica das Escrituras significa que tanto o conteúdo como a
forma da Bíblia estão intrinsecamente relacionados com a mensagem. O método histórico-
gramatical para a interpretação da Bíblia leva a sério o que diz o texto e em qual contexto foi
escrito o texto. Sem entrar nos detalhes da escolástica, podemos abordar a Bíblia e o texto
bíblico das seguintes formas:

a) Informação específica acerca do texto bíblico em estudo

1. Em que Testamento se encontra a passagem? Que diferença faz?


Ao usar o Antigo Testamento deve-se estar consciente como a passagem do Velho
Testamento cumpriu-se pelo ministério e ensinamento de Jesus (Mt 517).

2. Há referência ou relação do texto com outros textos na Bíblia?


Temos de interpretar a Bíblia com a Bíblia.Uma maneira efetiva para fazer isso é
comparar o texto com outros textos. Notamos, às vezes, que outros autores usam o texto para
outros fins didáticos. Isso é legitimo sempre e quando o sentido original não é contradito.

3. O que diz o texto bíblico no idioma original?


Usando uma Bíblia em hebraico ou em grego, escreva o texto. Pode usar uma Bìblia
interlinear.

4. Qual é a interpretação literal do texto bíblico?


Escreva uma tradução literal do texto bíblico

5. Identifique as palavras chaves e dê uma definição bíblica.


As palavras se usam num sentido diferentes em outro contexto?
Escreva as palavras chaves e busque uma definição em um dicionário bíblico.

6. O texto bíblico é parte de que gênero literário?


a) Legal. A Lei (Pentateuco); história, documentos legais, profecias.
b) Profecia. Os profetas maiores: histórias e profecias; os profetas menores: histórias e
profecias.
c) História. Livros Históricos: narrações de eventos reais
d) Poesia. Salmos, Cantares
e) Sapienciais. Jó, Provérbios e Eclesiastes.
f) Evangelhos: histórias e ensinamentos
g) Epístolas: literatura doutrinal e ética.
h) Atos: História da Igreja
i) Apocalipse: literatura apocalíptica e profética, porções do livro de Daniel, Isaías,
Ezequiel, vários profetas menores e todo o Apocalipse.

Deve colocar o texto bíblico em seu gênero de livro. Note-se que todos os gêneros de
livros são históricos. De modo algum a Bíblia pode ser considerada como mito.
Os livros da Bíblia são canônicos. Cada Bíblia tem sido identificado como Palavra de
Deus pelo testemunho dos profetas e apóstolos; por seu conteúdo consistente com todas as
Escrituras; e por seu uso nas igrejas apostólicas. A Bíblia é uma literatura especial, sendo
Deus o seu autor principal. Na Bíblia encontramos a perspectiva de Deus em relação a história
humana e as experiências pessoais.
A história e as experiências são interpretadas pelos ensinamentos e profecias. Pois
deve-se conhecer a história e as experiências e saber como usar os ensinos e as profecias. O
texto deve ser colocado em seu contexto (história, cultura, gramática).

7. Figuras literárias7 estão sendo usadas no texto bíblico? Identifique-as.


Cada gênero literário tem sua própria maneira de ser interpretada. Vamos considerar os
mais usados.
a) Alegoria: “é uma narração metafórica em que o desenvolvimento e os personagens
8
representam simbolicamente alguma idéia ou ensino subjacente”. Exemplo: Cântico dos
Cânticos é uma narração do amor entre o amado e sua amada, uma representação de Cristo e
sua igreja.
b) Alusão: “Dizer algo não diretamente mas, através de uma personagem ou episódio
da mitologia, da literatura, ou a história”. 9 Exemplo: o uso do termo Babilônia (cultura anti-
cristã), dragão (Satanás).
c) Antítese: “a justaposição dos elementos contrastantes”.10 “A vara e a correção dão
sabedoria, mas o moço mimado será a vergonha de sua mãe”.
d) Hipérbole: “O exagero de pensamento” para ensinar uma verdade. 11 “Portanto se o
teu olho direito te faz cair, arranque-o de ti, porque é melhor perder um de seus membros, do
que ser lançado teu corpo inteiro para o inferno” (Mt. 5: 29) A cobiça deve ser mortificada
imediatamente para não viver com os resultados desse pecado.
e) Inversão (grego: khiasma). É a inversão da estrutura da segunda de duas cláusulas
ou frases paralelas”.12 Pv 11.20.

7
Mariano Avila, “Descripción de las Metodologías Hermenéuticas.” Teología Bíblica del Antiguo Testamento, MINTS,
2000, p. 2.
8
Mario Llerena, Manual de Estilo, p. 284.
9
Llerena, p. 285.
10
Llerena, p. 287.
11
Llerena, p. 291.
12
Llenera, p. 291.
f) Metáfora: “A figura de linguagem na qual uma palavra ou frase que descreve um
tipo de objeto ou ideia é usada para referir-se a objetos e idéias de natureza totalmente
distintas”.13
“O SENHOR ruge de Sião e troveja de Jerusalém...”
g) Metonímia: “o uso do nome de uma coisa pela outra, sempre e quando existe
associação”.14 “Casa de Azael” (Am 1.4), é o palácio real.
h) Personificação: “É atribuir qualidades humanas a coisas não humanas”. A justiça e a
paz se beijaram”. (Salmo 85).
i) Polaridade: “É uma expressão que o todo se dá a entender mediante a menção de
seus extremos”. (Chávez, 70) “Derrubarei a casa de inverno junto com a casa de verão”. (Am
3.15).
j) Repetição: a repetição busca um efeito de ênfase por repetir palavras ou de fórmulas
de palavras. “Louvai a Deus...” “Ai de vós”.
k) Símile: comparação em que usa “como”.

b) Estudo literário do texto

8. Como o texto em estudo se relaciona com o propósito geral da Bíblia?


Deve-se justificar a inclusão do texto na Bíblia.
9. Como o texto se relaciona com o tema principal do livro bíblico no qual ele se
encontra?
Identifique o tema do livro.

10. Como o texto se relaciona com a estrutura literária do livro no qual está inserido?
Identifique a estrutura literária do livro.

11. O texto bíblico tem sua própria estrutura literária?


Observe se há paralelismos, repetições e usos especiais de palavras.

12. O que diz o texto bíblico?


Agora, com suas próprias palavras, expresse o que o texto bíblico diz.

13. No texto pode ser encontrada alguma associação com Cristo?


13
Avila, citando “modelos de comunicación,” de Moisés Chávez, p. 63.
14
Chávez, p. 65.
Identifique a Cristologia no texto, seja ela explícita ou implícita.

14. Que mensagem relacionada com o Evangelho essa passagem tem?


O Evangelho é crer em Cristo para salvação a arrepender-se dos pecados.

IV. HERMENÊUTICA E O EVANGELHO

A Bíblia existe para comunicar o evangelho do Senhor Jesus Cristo. Estudar o texto
bíblico e não ver o conteúdo referente ao evangelho que se encontra no texto é fazer uma má
leitura da Bíblia.

a) Definição do evangelho contido no texto bíblico

1. Como a mensagem de salvação está refletida no texto?


O evangelho é a mensagem de salvação em Cristo. Ela tem dois aspectos: o
arrependimento de pecados e crer em Jesus.

2. Como encontramos Cristo no texto?


A relação pode ser explícita ou implícita.

3. Qual é a necessidade humana do evangelho relacionada com o texto?


O texto mostra a necessidade humana?

4. O texto faz referência a fé salvadora?


A fé salvadora é a fé em Cristo. É um fruto do Espírito Santo. O texto reivindica a fé?

5. O texto mostra a necessidade de arrependimento?


O arrependimento é mudança de direção e voltar-se para Deus.

6. Como o texto se relaciona com as pessoas que recebem o evangelho?


O evangelho, a boa notícia de salvação, deve ser recebida pelos ouvintes.

7. Como você poderia apresentar o evangelho a partir deste texto bíblico?


O texto pode dar idéias sobre a salvação em Cristo.
8. Resuma como o evangelho é apresentado neste texto bíblico.
Faça seu próprio resumo.

b) Como colocar o Evangelho em prática através deste texto bíblico

1. Que mensagem do evangelho você quer que as pessoas escutem por meio desta
passagem?
Você deve formular como o evangelho é expresso, explicitamente ou implicitamente
pelo texto e propor como comunicar isso a outros.

2. Que ação você gostaria de ver na prática como resultado de escutar essa
passagem?
Identifique essa ação.

3. Como sua vida foi transformada através do evangelho desta passagem?


Reflita se o texto tem influenciado a sua atitude e conhecimento.

4. Como você gostaria que a mensagem do evangelho contida nesta passagem


transformará a vida dos ouvintes?
Se o texto tocou você é possível que tenha a mesma influência sobre outras pessoas,
mas se o texto não surtiu efeito em você será difícil transmitir a importância do texto para
outras pessoas.

5. Como você pode ajudar ao ouvinte para que leve esta mensagem a outros?
Identifique a resposta desejada para o ouvinte.

6. Faça um resumo sobre como você gostaria que o ouvinte pusesse em prática o que
aprendeu.

V. HERMENÊUTICA E A IGREJA

Antes de uma pessoa interpretar a Bíblia, a igreja tem sido usada para receber a Bíblia,
traduzi-la, transmiti-la, defendê-la e viver de acordo com ela.
1. Qual versão da Bíblia é usada em sua igreja?
Há igrejas que têm uma versão oficial. Outra igrejas usam a versão mais disponível.

2. Sua igreja tem uma doutrina quanto à inspiração da Bíblia? Esta doutrina está
escrita em um credo ou em um documento da igreja?
Uma boa confissão ou credo da igreja reconhece a autoridade máxima da Palavra de
Deus (veja o artigo 7 da Confissão Belga).

3. Como a Bíblia é usada no ministério de sua igreja?


A mensagem do texto que está sob consideração é apresentada no ministério de
evangelismo, ensino, pregação, aconselhamento e missão da sua igreja?

4. O que a sua igreja faz se você não interpreta bem a Bíblia?


Em uma igreja liberal, todos os membros e líderes podem ter sua própria interpretação
da Bíblia. Em uma igreja legalista, todos os membros e líderes devem amoldar-se à doutrina
da igreja, ou serão expulsos. Na Igreja Bíblia, os membros e os líderes se submetem ao ensino
e a prática bíblica, e se alguém não for fiel, entram em um processo de disciplina.

VI. HERMENÊUTICA E O CORAÇÃO


Existem pelo menos quatro níveis de comunicação de coração a coração quando se
transmite o evangelho. Primeiro mostra-se o coração de Deus. Segundo, a comunicação do
Evangelho muda o coração do comunicador original, o autor. Terceiro, o coração do ouvinte é
desafiado e transformado pela graça de Deus e finalmente o coração daqueles com quem o
ouvinte se comunicará será influenciado.

a) O coração de Deus

1. Como se mostra o coração de Deus no evangelho?


O coração de Deus é a sua paixão, sua motivação, sua vontade. O coração de Deus é
claramente revelado na Grande Comissão e no Grande Mandamento. A Grande Comissão é
para evangelizar e discipular por todo o mundo e a cada pessoa. O Grande Mandamento é a
regra de ouro: de amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.
2. Como o coração de Deus é mostrado no texto em estudo?
Há algo no texto que mostra a grande Comissão e o Grande Mandamento?

3. Por que é importante que os sentimentos do coração de Deus sejam transmitidos ao


comunicador, aos ouvintes e aos que ainda não ouviram?
Temos de perguntar: “Por que este texto está na Bíblia e que relação ele tem com o
Evangelho?

4. Faça seu próprio resumo do que você sabe sobre o coração de Deus e da
comunicação com o texto bíblico.
Faça seu próprio resumo.

5. Faça uma lista dos pedidos de oração que você tem para conhecer melhor o
coração de Deus.

b) O coração do autor humano do texto

6. Que informação você tem sobre o propósito que o autor humano tem quando
escreveu o texto?
O autor humano do texto bíblico tem seu próprio propósito para escrever. Deus usa a
situação e as idéias do autor humano para se comunicar com os crentes.

7. O autor do texto tem um ofício especial e por isso está escrevendo?


Um apóstolo vai escrever com um propósito. O historiador tem outro propósito. Cada
autor tem uma história pessoal, uma vocação e ministério na igreja.

8. Há alguma maneira de determinar que o autor humano recebeu essa mensagem de


Deus?
Às vezes, no princípio do livro, se diz: “Esta é a Palavra do Senhor que veio a Oséias”.
O profeta está consciente de que ele deve receber a Palavra de Deus para comunicar esta
palavra aos demais. Há escritos, tais como os salmos, onde a inspiração divina se vê no
conteúdo dos escritos.
Pela canonização das Escrituras, os pais da Igreja identificaram os livros considerados
inspirados por Deus.
c) O coração do intérprete

9. Você tem preparado seu coração em oração antes do estudo do texto bíblico? Por
quais coisas você ora ao estudar o texto bíblico?
Deve falar com o Autor da Palavra: Deus.

10. Quanto tempo está destinando para interpretar a Palavra? O que o tempo e a
preparação que você tem dedicado diz acerca da importância do que você quer estudar?
O estudo da Palavra requer usar o tempo com qualidade. Se deixarmos o estudo em
último lugar, para quando estivermos cansados e prontos para dormir, não devemos esperar
grandes resultados.

11. Quais as preocupações trazem o estudo bíblico?


Identifique algumas preocupações ao estudar o texto.

12. É necessário enfrentar e resolver o pecado em sua vida antes de estudar o texto?
É importante ser honesto e transparente com Deus. Ele já conhece seus pensamentos,
ações e transgressões de omissão. Então antes de estudar, confesse seus pecados.

13. Quais são os pressupostos teológicos que o estudo do texto traz?


Identifique algumas perguntas teológicas sobre o texto.

14. Sua igreja tem uma posição doutrinária a respeito do texto em estudo?
Anote as doutrinas de sua igreja que estão relacionadas com o texto em estudo
a) Católica Romana
Tradicional
Teologia da libertação
Carismática
b) Protestante
Reformado
Arminiano
Pentecostal
Neo-carismática
Liberal
c) Outra

15. Você conhece as diferentes interpretações do texto?


Para isso, seria bom consultar vários comentários. Anote as diferentes interpretações.

16. Por que deseja compartilhar a mensagem do texto aos ouvintes?


Identifique suas motivações para compartilhar este texto com outros.

17. Relate brevemente o que aprendeu do texto bíblico e as mudanças de opinião que
teve enquanto o estudava.
O comunicador deve auto-examinar-se para ver se a Palavra está mudando suas
atitudes e ações.

18. O texto bíblico tem mudado a sua vida, ações e suas relações?
Além de sua transformação de atitude e ação; de que forma o ensino do texto bíblico
pode transformar suas relações na vida?

VII. HERMENÊUTICA E O CONTEXTO


O contexto do ouvinte da Palavra de Deus é complexo. Envolve todas as relações
pessoais e sociais de sua vida. Descreva brevemente como se pode relacionar o texto em
estudo com o contexto dos ouvintes.

a) A condição e necessidade no contexto pessoal

1. Física
Aqui se fala da saúde física do ouvinte. Deve-se anotar disfunções e enfermidades.

2. Emocional
Por razões internas ou externas o ouvinte pode estar sofrendo emocionalmente.

3. Mental
A saúde está relacionada com a operação da memória, racionalidade, emoções,
consciência, vontade e fé.
4. Espiritual
Há crentes em Cristo e não crentes. Os crentes vivem segundo a presença do Espírito
Santo. O crente ora a Deus para que interprete segundo a vontade de Deus.

b) A Condição e necessidades no contexto familiar.

5. Relação com seus pais


O quinto mandamento fala de obedecer a seu pai e sua mãe. Como está a relação do
interprete com seus pais e com as autoridades?

6. Relação com os irmãos


Os irmãos biológicos estão entre os próximos. Deve-se amar a seu próximo. Como
está a relação entre o intérprete e seus familiares?

7. Estado civil (solteiro/casado/separado/divorciado/viúvo)


A Bíblia fala sobre a ética de ser solteiro, casado ou separado. Qual e o statur do
intérprete? É um status legal?

8. Relação matrimonial
A Palavra de Deus tem uma norma muito alta para a vida matrimonial: O marido deve
amar sua esposa como Cristo amou a sua Igreja. Qual é o status familiar desse intérprete.

9. Relação com a família


Boas relações com a família é importante para a extensão do Reino de Deus.

c) A condição e as necessidades no contexto social

10. Posição familiar


A Bíblia diz que o que não atende às necessidades familiares é pior que um pagão (I
Tm. 5:8).

11. Nível educacional


O nível de educação influenciará na forma que o intérprete ou o ouvinte irá entender a
mensagem da Bíblia.

12. Vocação
O desemprego afeta ao intérprete e ao ouvinte. A abundância ou escassez dinheiro nos
afetam.

13. Saúde física


Existem preocupações na área da saúde física.

14. Nível de renda


As pessoas se preocupam com a renda. A Bíblia fala sobre a ajuda diaconal.

15. Grupo Étnico


Há grupos que se sentem superiores e outros inferiores. Deve-se relacionar e comparar
os valores culturais aos valores bíblicos.

16. Idioma
Muitos ouvintes têm uma língua materna, enquanto que a Bíblia é lida e comunicada
em sua segunda língua.

17. Situação legal


Há cristãos que vivem ilegalmente, não tem documentos. Existem temas de direitos
humanos.

18. Situação judicial


Existem cristãos presos e perseguidos. Isso vai influenciar a interpretação do texto
bíblico. Os intérpretes vão notar como o evangelho é para os pobres.

19. Situação religiosa


O ouvinte é cristão e não-cristão? Que mensagem o texto em estudo tem para os
cristãos e não cristãos?

d) A condição e as necessidades no contexto eclesiástico


20. Relação com a Igreja
O intérprete ou o ouvinte é membro de uma igreja evangélica?

21. Situação em relação à membresia.


O ouvinte está em plena comunhão com a Igreja?

22. Participação na liderança


Qual cargo que o intérprete ocupa na Igreja? O que a Bíblia fala sobre esta
responsabilidade.

23. Atividades de evangelização


O ouvinte está discipulando outras pessoas? Quais são as condições e necessidades
dessas pessoas?

e) A condição e as necessidades no contexto de ministério e missões

24. Relação com os não cristãos


A Bíblia fala do testemunho do crente para os não crentes.

25. Participação no ministério cristão


Como o ouvinte está servindo o Senhor?

26. Costumes para ler a Bìblia


Cada intérprete tem costumes diferentes para ler a Bíblia. Alguns lêem a Bíblia de
manhã, outros depois de comer, e outros de noite, antes de dormir. Há pessoas que não lêem a
Bíblia mas escutam a leitura de outros. Há pessoas que só escutam a leitura da Bíblia na
igreja.

27. Hábitos para recordar o que a Bíblia diz


1. Memorização
2. Recitação da Bíblia no culto
3. Cantar canções bíblicas
4. Ter placas de versículos bíblicos em casa ou no escritório
5. Usar meios de comunicação para ler a Bíblia.

VIII. HERMENÊUTICA E A GLÓRIA DE DEUS

1. Como Deus é glorificado na mensagem do texto sob estudo?


Há algo no texto que lhe dê razão para louvar a Deus?

2. Há interpretações do texto sob consideração que roubam a glória de Deus?


Isso foi o que Satanás fez na tentação de Jesus. Satanás usou a Bíblia, mas a usou para
contradizer a Deus e não para adorá-lo e servi-lo. E como se pode ter certeza que Deus vai ser
glorificado pelo texto? Por interpretar o texto com outros textos e com o contexto. Deus se
glorifica pelo cumprimento de Sua Palavra.

3. Se Deus é glorificado por meio do texto, como isso lhe ajuda a amá-lo mais?
O grande mandamento é amar a Deus sobre todas as coisas e ao teu próximo como a si
mesmo. O que no texto mostra esse amor?

4. Se Deus é glorificado por meio do texto, como isso lhe ajuda a servi-lo melhor?
Como o texto mostra que Deus está trabalhando?

5. Se Deus é glorificado por meio do texto, como isso ajuda a adorá-lo?


Há razões para louvar, dar graças, interceder e fazer pedidos a Deus?

6. Em resposta ao texto sob estudo, quais são os louvores que devo dar a Deus?
Mencione-as.

7. Em resposta ao texto sob estudo, quais são suas confissões de pecado?


Mencione-as.

8. Em resposta ao texto sob estudo, quais são suas ações de graça para Deus?
Mencione-as.

9. Em resposta ao texto sob estudo, quais são suas petições para Deus?
Mencione-as.
10. Em resposta ao texto sob estudo, quais são suas petições para outras pessoas?
Mencione-as.

CONCLUSÃO
O círculo hermenêutico é importante para uma interpretação integral da Bíblia. O
início, o propósito e o resultado é teocêntrico. Deve começar, continuar e concluir em Deus.
Deve-se respeitar a maneira como Deus tem se tem revelado. A revelação geral e a revelação
especial não estão em conflito mas se confirmam. A Bíblia, como parte da revelação especial,
é um livro especial inspirado por Deus e escrito por homens, usando a gramática e idéias
humana situados em contextos humanos, usando a gramática e idéias humanas situado em
contexto humano. Deve-se conhecer todas as dimensões do texto bíblico e do intérprete da
Bíblia. A Bíblia fala sobre a boa notícia de salvação por fé em Cristo Jesus. Este evangelho
deve ser explicado do ponto de vista bíblico, aplicado ao coração humano e aplicado no
contexto humano. O Evangelho vai transformar os eleitos à imagem de Deus. Ao cumprir
isso, Deus será glorificado no cumprimento de seu propósito e vontade.
PERGUNTAS

1. Quais são os 4 métodos que se usam para traduzir a Bíblia? Dê uma breve
explicação de cada um.

2. Mencione os 8 gêneros literários e de um exemplo de cada um.

3. Aponte 5 figuras de linguagem e dê um exemplo para cada uma.

4. Quais são algumas características da cultura que se deve levar em conta ao estudar o
texto bíblico?

5. Como a Bíblia define o que é o Evangelho?

6. Sua igreja tem uma doutrina sobre como interpretar a Bíblia?

7. Quais são os 4 níveis de comunicação de coração a coração. Dê um exemplo de


cada nível.

8. O autor menciona 5 tipos de contextos. Dê um exemplo para cada um.

9. De que maneira podemos roubar a glória de Deus quanto a nossa interpretação da


Bíblia?

10. Aponte as 8 partes do círculo hermenêutico. Você está de acordo com esta maneira
de interpretar a Bìblia?
LIÇÃO QUATRO
EXERCÍCIOS DE EXEGESE

INTRODUÇÃO
Usando os princípios de interpretação bíblica apresentados na lição 3, faremos um
estudo de Marcos 16: 15-16:
“E disse-lhes: "Vão pelo mundo todo e preguem o evangelho a todas as pessoas.
Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado”.

I. EXEGESE E DEUS
Deus é quem dita esta mensagem. Na expressão “E disse-lhes” é Jesus Cristo que está
falando. Pois, o texto bíblico está relacionado diretamente com Deus. Temos de tratar o texto
da maneira como o relacionamos com Deus. Ele é parte da Palavra de Deus.
Ele disse (quem é ele?). Sua identificação principal encontramos no livro de Marcos.

a) Ele é o Filho de Deus.


1.1. Testemunho de Marcos: “Princípio do evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus”.
1.11. Testemunho do Pai no batismo: “Tu és meu filho amado em quem me
comprazo”.
3.11. Testemunho dos demônios: “E os espíritos imundos ... diziam: Tu és o Filho de
Deus”.
5.7. Mais testemunhos de demônios: “Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus
Altíssimo?
9.7. Testemunho do Pai na transfiguração: “Este é o meu filho amado, a Ele ouvi”
13.32. Testemunho de Jesus: “Mas sobre aquele dia, ninguém sabe, nem os anjos do
céu, nem o Filho, mas somente o Pai”.
15.39. Testemunho do Centurião: “Verdadeiramente este homem era o Filho de Deus”.

b) Filho do homem
2.10. Pois para que saibam que o Filho do homem tem autoridade na terra para perdoar
pecados (disse ao paralítico)...
2.28. Portanto o Filho do Homem é Senhor e Senhor do Sábado.
8.31. Então, começou ele a ensinar-lhes que era necessário que o Filho do Homem
sofresse muitas coisas...
8.38. Porque qualquer que, nesta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim
e das minhas palavras, também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier na
glória de seu Pai com os santos anjos.
9.9. Ao descerem do monte, ordenou-lhes Jesus que não divulgassem as coisas que
tinham visto, até o dia em que o Filho do Homem ressuscitasse dentre os mortos.
9.12. Então, ele lhes disse: Elias, vindo primeiro, restaurará todas as coisas; como,
pois, está escrito sobre o Filho do Homem que sofrerá muito e será aviltado?
9.31. porque ensinava os seus discípulos e lhes dizia: O Filho do Homem será entregue
nas mãos dos homens, e o matarão; mas, três dias depois da sua morte, ressuscitará.
10.33. Eis que subimos para Jerusalém, e o Filho do Homem será entregue aos
principais sacerdotes e aos escribas...
10.45. “Porque o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a
sua vida por resgate de muitos”.
13.26. “Então se verá o Filho do Homem, vindo sobre as nuvens com poder e glória”.
14.21. “Pois o Filho do Homem vai, como está escrito a seu respeito; mas ai daquele
por intermédio de quem o Filho do Homem está sendo traído! Melhor lhe fora não haver
nascido!
14.41. “Veio pela terceira vez e lhes disse: Ainda dormis. Chegou a hora; o Filho do
Homem está sendo entregue nas mãos dos pecadores”.
14.62. “E Jesus lhe disse: Eu sou e vereis o Filho do Homem sentado a direita do
Todo-poderoso, e vindo com as nuvens do céu”.

Em Marcos 16.15-16, Jesus Cristo, o Filho de Deus, o Filho do Homem, nos fala.

II. EXEGESE E A REVELAÇÃO DE DEUS

Marcos 16.15-16 é parte da revelação da Palavra de Deus? A coleção de manuscritos


do Textus Receptus usado por Reina Valera tem Marcos 16.9-20 enquanto que o Código
Alexandrino, usado pela Nova Versão Internacional diz que os manuscritos mais antigos não
têm estes textos.
Há evidências externas ao conteúdo do texto bíblico sob investigação que deve ser
considerado. O argumento segundo a antigüidade dos manuscritos é uma consideração muito
importante, mas não determinante. Tampouco é determinante a idéia que os textos antigos
geralmente são mais curtos que os textos recentes.
Vários dos manuscritos autênticos têm estes textos. Escritores do século IV os
mencionam. No Concilio de Cartago em 397, todo o livro de Marcos foi aceito como parte do
cânon bíblico.15
Na verdade, as evidências externas não são absolutas nem certas. Deve-se respeitar as
diferenças de critérios que existem e é importante examinar cada tese. As evidências internas
da Palavra de Deus são mais conclusivas.
Minha posição é o seguinte:
1. Aceito a canonização de todo o livro de Marcos, segundo a decisão de Cartago
(397). Minha pressuposição é que o capítulo 16 completo foi aceito no século IV.
2. Afirmo que poderia ter sido ser a conclusão do livro depois dos capítulos 1-16.18. A
autenticidade do documento não depende do tempo de conclusão, mas de sua inspiração,
conteúdo bíblico-teológico e reconhecimento apostólico.
3. As evidências internas mostram que Marcos 16:9-20 é bíblico em seu conteúdo,
gênero literário e teológico. O conteúdo da grande comissão concorda com as outras citações
(Mt 28.19-20; Lucas 24.46-49; João 20.21-23; Atos 1.8). Como parte da tradição dos
evangelhos, a conclusão da grande comissão e ascensão é lógica. A teologia sobre o
evangelho (1.1; 1.14), a pregação (1.14, 38; 2.2; 6.12), o batismo com águas (1.4-8), a bênção
e maldição relacionado com a fé em Cristo (2.4, 17; 4.8, 39, 40; 8.29; 9.37, 45; 10.15), os
sinais (2.9; 5.8, 34. 41; 7.29; 34) e ascensão é consistente com seu desenvolvimento por todo
o livro de Marcos.
Por isso, podemos crer, ensinar e comunicar que Marcos 16.15-16 é Palavra de Deus, é
parte da revelação especial de Deus. Aprecio a tradução da NVI ou outras que usam a família
de manuscritos que têm a versão abreviada de Marcos 16, que o incluem na versão da Bíblia
com uma nota de rodapé que diz que nem todos os manuscritos antigos têm a versão mais
longa.

III. EXEGESE E A BÍBLIA

a) Introdução geral à informação bíblica

15
Os que seguem o texto Receptus, tais como Calvino, Lutero, os reformadores do século XVI; os puritanos do
século XVII até XVIII, usaram o Texto Receptus. Com a formulação do Texto Majoritário, o texto crítico do
século 19 (Westcott e Hort, texto em grego), cada geração tem recebido varias versões de leituras de manuscritos
antigos. O Texto Receptus porém mudou muito pouco. João Calvino, Martinho Lutero, Charles Spurgeon usaram
o Texto Receptus. Bruce Metzger, William Lane, William Hendricksen usam o texto crítico. Os estudantes
devem considerar ambas posições.
1. Que versão da Bíblia está sendo usada?
Entre as muitas versões que existem, vamos considerar as contribuições da Reina
Valera (RV: 1960) e a Nova Versão Internacional (NVI). A RV inclui os versículos 9-20 de
Marcos 16 enquanto que a NVI expressa dúvida que este versículos sejam escritos por Marcos
e não o incluem no texto original. [Todavia, por não estar certo, a NVI traduz esta porção e
põe uma nota explicativa].

2. Qual foi o método da tradução utilizado em sua versão bíblica?


a) Literal.
A RV diz “E lhes disse: Ide por todo mundo e pregai o evangelho a toda criatura”.
b) Equivalência dinâmica
A NVI diz: “E disse-lhes: "Vão pelo mundo todo e preguem o evangelho a todas as
pessoas.”.
c) Paráfrase

3. Há alguma diferença com a tradução desse texto bíblico em outras versões?


Anote-as.
Nota-se a diferença entre o antigo e “Ide” e o contemporâneo “Vão”.
Existe uma diferença entre “pregar” e “anunciar”, pregar é mais específico. No grego é
utilizado o termo “keruxate” de “kerusso”.
Ambas versões usam o termo “criatura” (a autor está se referindo à versão em
espanhol. Em português a NIV usa a expressão “todas as pessoas – Nota do tradutor), quando
o grego fala sobre “criação” (ktisei de ktisis”) Nenhum dos evangelhos usa “criatura”. Marcos
menciona Ktisis como criação em 10.6 e 13.19.

4. Em quais dos testamentos encontra a passagem? Que diferença faz?


A passagem está no Novo Testamento. O texto é parte da Grande Comissão do Senhor
Jesus Cristo.

5. Que tipo de texto é o livro bíblico?


O texto é parte dos evangelhos. Os temas dos evangelhos, anunciados no princípio do
Novo Testamento são:
Mateus: Jesus Cristo é Rei e o Israelita verdadeiro (Mt 1.1)
Marcos: Jesus Cristo o Filho de Deus (Marcos 1.1)
Lucas: Jesus Cristo é histórico, o Filho do Homem (Lucas 1.1-4)
João: Jesus é Deus (Jo 1.1)

6. Em que época histórica ocorre o texto?


O livro de Marcos fala da vida de Jesus. Segundo o calendário romano, Jesus realizou
seu ministério no ano 30 até 33. Há controvérsias quanto às ordens das datas, mas o ministério
foi realizado em 3 anos.
A ressurreição de Jesus é algo histórico, há muitas provas sobre a ressurreição corporal
de Jesus Cristo.

APARIÇÕES DO JESUS RESSURRETO

Eventos Tempo Mt Mc Lc Jo At. I Cor.


A Tumba Domingo de 28.1-10 16.1-8 24.1-12 20.1-9
manhã
A Maria Domingo de 16.9-11 20.11-18
Madalena manhã
Dois Domingo ao 24.13-32
viajantes no meio dia
caminho de
Emaús
A Pedro em Durante o 24.34 15.5
Jerusalém dia de
Domingo
Dez Domingo a 16.14 24.36-43 20.19-25
discípulos no noite
cenáculo
Onze Uma semana 20. 26-31 15.5
discípulos no mais tarde
cenáculo
Sete Um dia pela 21.1-23
discípulos no manhã
Mar da
Galiléia
Onze Mais tarde 28.16-20 16.15-18
discípulos
num monte
na Galiléia
A mais de Mais tarde 15.6
500 pessoas
A Tiago Mais tarde 15.7
Monte das 40 dias 24.44-49 1.3-8
Oliveiras depois da
ressurreição

7. O texto pertence ao seguinte gênero literário:


O gênero literário é narrativo histórico e doutrina/ensino, o qual é comum para os
quatro evangelhos. Como os demais evangelhos, a Grande Comissão é a conclusão do livro.
Os evangelhos têm uma introdução, um preâmbulo ao ministério de Jesus, o ministério de
Jesus, a semana da paixão, a crucificação, a ressurreição, a ressurreição, a grande comissão e
a ascensão.

8. Quais eram as características da cultura nessa época histórica?


Os judeus e romanos não crentes tinham que responder à ressurreição de Jesus. Os
judeus o rejeitavam e os romanos o negaram (Mt. 28:11-15).

9. Quem era o autor do texto? Explique.


Segundo o testemunho dos pais da igreja (ex.: Papias 140 d.C) Marcos é o autor.
Segundo o testemunho dos pais, Marcos recebeu todo o conteúdo do Apóstolo Pedro.

10. Resuma em um breve parágrafo os dados bíblicos gerais que identificou.


Anote o que você aprendeu.

b) Informação específica sobre o texto bíblico em estudo.

1. O que diz o texto na linguagem original?


Kai eiπev autois πopeuφevtes eis tov cosmos aπanta keruxate to
E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai euangelion asa to kitsei (evangelho a toda
criatura).

2. Qual é a interpretação literal do texto?


E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura.

3. Identifique as palavras chaves e lhes dê uma definição bíblica. Essas palavras são
usadas com um sentido diferente em outro contexto bíblico?
Indo: Particípio aoristo, passado. Singular. Masculino.
Mundo: o mundo conhecido.
Pregai: 2 pessoa do Plural. Indicativo aoristo. Ativo. Imperativo. Declarar, anunciar.
Criatura: pode ser criação.
Toda: inclusivo.

4. O texto usa figuras de linguagem? identifique-as.


Não há figuras de linguagem, a declaração é imperativa.

5. Quais fatores religiosos são tratados neste texto?


Jesus havia ressuscitado, os crentes foram perseguidos, o evangelho iria se expandir
por todo o mundo.

6. Qual é a informação histórica relacionada com o texto e que pode afetar seu
significado?
A grande pergunta é se esse texto é parte do livro original. Há pelo menos quatro
maneiras de considerar este texto:
a) é parte do livro original
b) As evidências externas não são conclusivas mas o conteúdo é bíblico
c) Não é parte do livro original mas o conteúdo é bíblico
d) Não é parte do livro original e o conteúdo é anti-bíblico.
As opções (a) e (b) são as opções mais sérias. Não duvido de que haja versões
completas e incompletas do livro de Marcos. Estou de acordo com a Reina Valera e com a
NVI que mantém Marcos 16.9-20 dentro do texto, com uma explicação sobre a ausência
destes versículos em alguns manuscritos antigos. Pode-se considerar estes versículos como
parte da Palavra de Deus.

7. Quais associações culturais com o texto poderiam afetar seu significado?


Os não cristãos tem expressado sua dúvida sobre a ressurreição de Cristo, a veracidade
de suas palavras e a importância sobre a Grande Comissão.
8. Que problema é tratado no texto?
Especificamente, o versículo 15 fala da urgência de pregar o evangelho de Cristo Jesus
a todas as pessoas. O versículo 16 diz, se as pessoas crerem no Salvador, serão salvas, mas se
não crerem serão condenadas.

9. Quais significados lhes dão as passagens bíblicas relacionadas ao texto em estudo?


Vamos considerar o que Marcos menciona sobre as palavras e conceitos básicos do
texto.

10. Como se relaciona o texto em estudo com o propósito geral de toda a Bíblia?
A pregação do evangelho a todo o mundo é parte da essência da mensagem bíblica.
Deus é único criador (Gn 1.1). A humanidade caiu em pecado e em rebelião contra Deus (Gn
3.1-7). Deus prometeu redenção por enviar um libertador ungido, o Messias (Gn 3.15). Jesus,
o Filho de Deus e Filho do Homem é o libertador para os que crêem nele (Mc 1.1). Esta boa
nova deve ser pregada por todo o mundo (Mc 16.15).

11. Como o texto se relaciona com o tema principal do livro bíblico no qual se
encontra?
O tema principal do livro de Marcos é identificado em Marcos 1.1 “Princípio do
Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus”. O começo do evangelho, a boa notícia sobre a
salvação pela fé em Jesus Cristo é apresentada em Marcos como:
A. Introdução (1.1): apresentação do tema do livro.
B. Preparação (1:1-13): Preâmbulo ao ministério de Jesus:
1. Profecias de Isaías e preparação por João;
2. Batismo por João;
3. Tentação de Jesus.
A introdução do Evangelho de Marcos ao ministério de Jesus é muito breve. Não há
menção da genealogia, nem a história de Jesus em Belém e Nazaré. Marcos faz um resumo
sobre João, o batismo com água e a tentação e, então, começa a descrever as ações e poder de
Jesus. Marcos está escrevendo aos romanos e aos gentios, pois não fala muito dos judeus, sua
lei, o templo e sua história.
C. Ministério na Galiléia (1.1-9.50)
A maior parte do livro de Marcos é sobre o ministério de Jesus fora da Judéia e
Jerusalém. Jesus é missionário que sai da cidade e vai ao campo. Ali no campo missionário,
ele viaja com os seus discípulos, cura os enfermos e repreende os demônios. Ele mostra sua
compaixão pelas multidões, ensinando-lhes e alimentando-lhes. Em todas as suas ações de
poder ele mostra que é Filho de Deus.
D. Ministério na Pereia (10.1-52)
Jesus é o mestre de ética, sem comparação. Ensina sobre o divórcio e as riquezas.
Mostra compaixão a Bartimeu e identifica o seu lema: “Porque o Filho do Homem não veio
para ser servido, mas para servir e dar vida em resgate de muitos” (10.45).
E. Ministério em Jerusalém (11.1-15.47)
A crucificação de Jesus é o enfoque principal do evangelho. Na cruz Jesus morreu
pelos pecadores e recebeu o castigo divino em nosso lugar (1.9-11; 10.38; 14.36; 15.34). A
rebelião e a depravação moral da raça humana, dos líderes, dos religiosos, são claramente
mostradas no fiasco do juízo e crucificação de Jesus. O Rei dos Judeus se torna o Rei dos reis,
e sua mensagem será praticada em todo o mundo. Ele que foi rejeitado pelos judeus e
condenado pelos romanos, agora vem para reinar sobre o povo de Deus e estabelecer seu
reinado por todo o mundo.
F. Ministério depois da ressurreição (16.1-13)
Jesus aparece primeiro aos excluídos, as mulheres, aos que estão fora de Jerusalém e
finalmente aos onze discípulos. A ressurreição não é só para os de Jerusalém, mas para
pessoas com necessidades. Novamente, há uma ênfase no poder de Jesus sobre os demônios
(16.9).
G. Ministério da Grande Comissão (16.14-20)
A relação entre Marcos 16.14-20 e o livro e temas principais de Marcos são
numerosos: 1) a conclusão de Marcos (16.14-20) concorda com a introdução (1.1). 2) Marcos
apresenta que o ministério de Jesus não é somente para os judeus em Jerusalém mas para
todas as pessoas em comum, inclusive os que estavam fora de Jerusalém. O evangelho é para
todo mundo (16.15). 3) Jesus tem poder sobre Satanás e os demônios (16.17-18). 4) Jesus é o
Filho de Deus e este Deus está com o seu povo (16:20).

12. Como o texto se relaciona o com a estrutura literária do livro bíblico no qual se
encontra?
Como cada um dos quatro evangelhos, Marcos termina com a ressurreição e a grande
comissão.
13. O texto tem a sua própria estrutura literária?
A estrutura literária é semelhante aos demais evangelhos.

14. O que o texto diz?


O texto contém a última ordem de Jesus a seus discípulos. A ênfase está no
universalismo do Evangelho: A boa nova de Jesus Cristo, Filho de Deus, deve ser anunciado
para todo o mundo e todas as pessoas.

15. Encontra alguma associação com Cristo no texto?


Cristo é quem fala, Cristo é quem manda, e Cristo estará com todos aqueles que estão
dispostos a cumprir as suas ordens.

16. Que mensagem relacionada com o evangelho contém a passagem?


A passagem menciona o evangelho. O Evangelho é que deve ser pregado.

17. Faça um resumo da informação específica que você relaciona com o texto bíblico
em estudo.

IV. EXEGESE E O EVANGELHO


A Bíblia existe para comunicar o evangelho do Senhor Jesus Cristo. Estudar o texto
bíblico e não ver o conteúdo referente ao evangelho que se encontra no texto é ter a vista
curta.
a) Definição do evangelho contido no texto bíblico.

1. Como se reflete a mensagem de salvação no texto?


A mensagem de salvação deve ser pregada por todo mundo e a todas as pessoas.

2. Como Cristo é relacionado com o texto?


Cristo é quem fala, Cristo é quem manda e estará com todos aqueles que estão
dispostos a cumprir suas ordens.

3. Qual é a necessidade humana do evangelho relacionada com o texto?


O fato que os discípulos devem ser enviados significa que eles não podem fazê-lo por
conta própria. Há uma necessidade de ser enviado. Há uma necessidade de obedecer a Grande
Comissão.

4. O texto faz referência à fé salvadora?


Sim, para ser salvo precisa crer em Cristo.

5. O texto mostra a necessidade de arrependimento?


Mesmo que a palavra “arrependimento” não seja mencionada, por implicação, os que
não crêem no Salvador não estão arrependidos.

6. Como o texto se relaciona com as pessoas que recebem o evangelho?


O texto mostra duas respostas: crer e não crer. Não há outra categoria.

b) Como você poderia apresentar o evangelho a partir deste texto bíblico?

1. Resuma como se mostra o evangelho nesse texto bíblico.


O evangelho deve ser anunciado. Uma razão para anunciar o evangelho é que todas as
pessoas, por serem filhos de Adão e Eva, não crêem por si mesmos. Crer em Cristo é a única
forma de sair do estado de condenação.

c. Como por em prática o evangelho através deste texto bíblico?

1. Que mensagem do evangelho você deseja que as pessoas escutem por meio desta
passagem?
Devemos comunicar com clareza que há um só caminho para ser salvo, crendo em
Cristo Jesus como Salvador. Devemos anunciar que só há salvação por meio da fé em Cristo.

2. Que ação você gostaria de ver em prática como resultado do escutar esta
passagem?
Nossa oração e esperança é para os que escutam o evangelho creiam no Salvador.

3. Como a sua vida foi transformada através da mensagem do evangelho nesta


passagem?
Estou impressionado que o evangelho deva ser anunciado a cada pessoa do mundo. O
Senhor não disse: “Ide a cada Igreja e pregai aos cristãos”, mas nos diz que devemos ir ao
mundo pregar o evangelho a cada criatura.

4. Como você gostaria que a mensagem do evangelho contida nesta passagem


transformasse a vida dos ouvintes?
Além dos ouvintes crêem no Senhor que eles também anunciem o evangelho a outros.

5. Como você pode ajudar o ouvinte para que leve esta mensagem a outros?
Na pregação diga a eles que vão e preguem!

6. Faça um resumo de como você gostaria que ouvinte pusesse em prática o que tem
aprendido.
O ouvinte cristão pratica a grande comissão e ensina a outros a fazer o mesmo.

V. EXEGESE E A IGREJA

1. Qual versão da Bíblia é usada em sua igreja?


Se sua igreja usa a Nova Versão Internacional (NVI) a nota de referência para os
versículos 9-20 do capítulo 16, diz: “Os manuscritos mais antigos e outros testemunhos da
antiguidade não incluem Marcos 16.9-20. Em lugar desta passagem, alguns manuscritos
incluem uma conclusão mais breve”.

2. Há uma diferença na leitura do texto da versão que sua igreja usa e as demais
versões?
Sim. Se o texto não é parte da Bíblia, devemos reconsiderar seu uso. Porém, as
evidências externas (antiguidade do manuscrito, se foi acrescentado ou tirado) não são certas.
Temos de avaliar estes textos segundo eles mesmos (evidência interna). A mensagem destes
textos é consistente com outros textos semelhantes (a Grande Comissão no final de Mateus,
Lucas e João?) Creio que sim.

3. Quanto à mensagem do texto em consideração, sua igreja tem uma doutrina


relacionada com ele? Essa doutrina está escrita em um credo ou em um documento da
igreja?
Que decisão sua igreja tomou quando às versões bíblicas que se usam nos cultos?

5. A mensagem do texto em consideração é reproduzida no ministério de evangelismo,


ensino, pregação, aconselhamento e missão de sua igreja?
Como os ministério da igreja usam Marcos 16.15-16?

VI. EXEGESE E O CORAÇÃO


Existem pelo menos quatro níveis de comunicação de coração a coração quando se
transmite o evangelho. Primeiro, mostra-se o coração de Deus. Segundo, a comunicação do
evangelho muda o coração do intérprete. Terceiro, o coração do ouvinte é desafiado e
transformado pela graça de Deus e finalmente o coração daqueles com os quais o ouvinte se
comunicará será influenciado.

a) O coração de Deus

1. Como o coração de Deus é mostrado no Evangelho?


O evangelho é a boa notícia de salvação de Jesus Cristo. O coração de Deus se mostra
em sua exigência de confiar em Cristo para salvação e no arrependimento de nossos pecados.

2. Como se mostra o coração de Deus no texto em estudo?


O coração, ou as intenções de Deus são notáveis. É URGENTE que o evangelho seja
anunciado a todos.

3. Por que é importante que os sentimentos do coração de Deus sejam transmitidos ao


comunicador, aos ouvintes e aos que ainda não ouviram?
A grande comissão é uma ordem, escrita no imperativo. Obedecer a este mandato trará
a glória para Deus e bênçãos a todos os cristãos.

4. Resuma o que você sabe a respeito do coração de Deus e da comunicação do texto


bíblico.
Conheço o que é o coração de Deus por meio da Bíblia e a interpretação pela fé em
Cristo.
5. Faça uma lista dos pedidos de oração que você tenha para chegar a conhecer
melhor o coração de Deus.
Ser fiel em crer em Cristo.
Ser fiel em anunciar o evangelho a todo mundo e a cada pessoa.
Treinar a outros para fazer o mesmo.

b) O coração do intérprete e comunicador

1. Você tem preparado seu coração em oração antes do estudo do texto bíblico? Por
quais coisas orou?
Devo reconhecer que não tenho orado. Devo recordar isso.

2. Quanto tempo tem destinado a preparar a sua mensagem? O que o tempo e a


preparação que você tem dedicado diz sobre a importância do que deseja comunicar?
Prefiro usar horas da manhã para estudar a Palavra. Assim a mente e espírito estão
menos preocupados.

3. Quais preocupações você traz ao estudo do texto?


Uma pergunta era se Marcos 16: 15-16 é parte do cânon bíblico.

4. Você necessita enfrentar e resolver o pecado em sua vida antes de estudar o texto?
A falta de oração antes de começar o estudo, mostra a minha arrogância humana.

5. Quais são as pressuposições teológicas que você traz ao estudo do texto?


Como se tem mencionado, venho com algumas dúvidas críticas quanto a inclusão
desta parte de Marcos na Bíblia.

6. A sua igreja tem uma posição doutrinal a respeito deste texto em estudo?
Sim, nossa igreja aceita a inclusão de Marcos 16:15-16 no cânon bíblico.
7. Você conhece as diferentes interpretações do texto?
Sim, a igreja permite o uso de várias traduções do texto (Reina Valera, Nova Versão
Internacional).

8. Por que você deseja comunicar a mensagem do texto aos ouvintes?


Primeiro creio que Marcos 16:15-16 é parte deste livro. A continuação de temas
doutrinários (o evangelho, a pregação, a salvação pela fé em Cristo) e a estrutura literária me
convence que a grande comissão e ascensão segundo Marcos são bíblicas. Além disso, a
mensagem é urgente.

9. O que você aprendeu do texto que está estudando? Relate brevemente as mudanças
de opinião ou de parecer que tem tido enquanto estudava.
A mudança mais radical tem sido reconhecer que o evangelho deve ser pregado por
todo o mundo e a cada pessoa.

10. O texto tem mudado a sua vida, suas ações e relações?


Sim, estou mais convencido que Marcos 16:15-16 é parte do cânon bíblico. Em vez de
argumentar a partir do não conhecido (antigüidade de manuscritos) é melhor comparar
Marcos 16:15-16 com o resto do livro de Marcos.

11. Quais mudanças você gostaria de ver no ouvinte?


Que o ouvinte obedeça a grande comissão.

12. Você está pondo em prática aquilo que tem ensinado?


Pela graça de Deus, estou ensinando o evangelho em 15 nações.

13. Ao estudar a passagem bíblica, como o seu coração tem sido transformado?
Meu coração foi mudado por examinar o texto bíblico.

14. Quais são seus pedidos de oração para que seu coração esteja preparado para
apresentar a mensagem?
Que Deus me use para o cumprimento desta comissão. Que Deus intensifique minha
capacidade de oração.

c) O coração do ouvinte (se vai pregar ou ensinar este texto a outros)

1. Você tem orado pelo ouvinte e por resultados específicos?


Meu costume é de orar antes de comunicar a mensagem a outros. Devo estar mais
consciente de orar e falar com Deus enquanto estou estudando a Palavra.
2. Por quais mudanças específicas na vida do ouvinte você tem orado?
Para que os ouvintes vejam a universalidade da ordem mais a exclusividade da
salvação pela fé em Cristo.

3. O que você sabe do ouvinte?


Normalmente estou ensinando a estudantes de Teologia.

4. Você conhece com qual tipo de pecado o ouvinte tem lutado?


Cada cristão deve confiar mais no Senhor e ser mais fiel a Palavra de Deus.

5. Você sabe com quais os desafios que o ouvinte vem?


Um dos desafios do estudante é não tomar tempo suficiente para estudar a Palavra de
Deus.

6. Onde se reunirão e como isso afeta em sua mensagem?


Se reúnem em uma classe com outros cristãos. Entre eles há muita afirmação do
evangelho.

7. Por que seus ouvintes o estão escutando?


Os estudantes são líderes em sua igreja. Eles se sentem responsáveis pela interpretação
que dão à Palavra.

8. Qual é a condição espiritual do coração do ouvinte?


Como líderes nas igrejas, devem ser cheios do Espírito Santo e da Palavra de Deus.

9. Quais problemas pessoais são apresentados pelo ouvinte?


Os estudantes como seres humanos, podem chegar cheios de incertezas, mas pela
graça de Deus, pela fé em Cristo Jesus e o poder do Espírito Santo eles devem submeter-se a
sua Palavra.

10. Qual a situação social do ouvinte?


Muitos dos estudantes são de classe social menos favorecida, mas isso não deve afetar
a sua habilidade de estudar. Também há estudantes de classe média e, às vezes, há também
estudantes de classe alta. Cada estudante e ouvinte, segundo os talentos e recursos que Deus
tem dado, tem a mesma responsabilidade de cumprir a grande comissão.

11. Com que assuntos teológicos o ouvinte chega em mente?


Isso depende do estudante, mas sabemos que as dúvidas devem ser esclarecidas por
crer e obedecer a Palavra de Deus.

12. Que mudanças são necessárias na vida do estudante e do ouvinte?


Sempre se pode crescer na fé e obediência.

13. Mediante a comunicação do Evangelho qual é forma de transformar o coração do


ouvintes?.

Por estudar a Palavra e por pregar esta mensagem e outros.

14. Quais são seus pedidos de oração para o coração do ouvinte?


Tal como os discípulos, que o nosso coração seja cheio do Espírito Santo.

VII. EXEGESE E O CONTEXTO DO LEITOR OU O OUVINTE QUE


RECEBE A MENSAGEM

O contexto do ouvinte é complexo. Envolve todas as relações sociais de sua vida.


Descreva brevemente como se pode relacionar o texto em estudo com o contexto do ouvinte.

a) A condição e as necessidades no contexto pessoal:


1. Física
2. Emocional
3. Mental
4. Espiritual
b) A condição e as necessidades no contexto familiar
1. Relação com o pai
2. Relação com a mãe
3. Relação com os irmãos
4. Estado civil (solteiro/casado/separado/divorciado/viúvo)
5. Relação matrimonial
6. Relação com a família extensa
c) A condição e as necessidades no contexto social
1. Posição familiar
2. Nível educacional
3. Vocação
4. Saúde física
5. Nível econômico
6. Grupo étnico
7. Idioma
8. Situação legal
9. Situação judicial
10. Situação religiosa
d) A condição e as necessidades no contexto eclesiástico
1. Relação com a sua igreja
2. Situação de membresia
3. Participação na liderança
4. Atividades de evangelização
e) A condição e as necessidades no contexto do ministério e missões
1. Relação com os não convertidos
2. Participação no ministério cristão
3. Resuma o que tem aprendido do contexto e mostre como isso influenciará a
comunicação da mensagem do evangelho.

VIII. EXEGESE E A GLÓRIA DE DEUS


Deus será glorificado segundo a Grande Comissão escrita em Marcos 16:15-16. Deus
é glorificado por:
1. Quando a grande comissão é aceita pela fé.
2. Quando o evangelho é pregado a toda criatura e em todos os lugares.
3. Quando os ouvintes crêem em Jesus Cristo para salvação eterna.
4. Quando os ouvintes são batizados com água.
5. Quando os ouvintes não crêem em Jesus Cristo e são condenados para sempre.
6. Quando todas as interpretações que negam a mensagem de Marcos 16.15-16 são
expostas como falsas.
CONCLUSÃO

Dedicamos um tempo considerável para examinar a autenticidade do texto em estudo.


Nossa conclusão é que Marcos 16:9-20 é parte da Palavra de Deus.
A Grande comissão segundo o livro de Marcos é uma extensão da mensagem que é
introduzida no princípio do livro (1:1-14). Aí é introduzida a teologia do evangelho, a
pregação, a liderança e o amor de Deus mostrado a todas as pessoas em todos os lugares.
Há muito trabalho pela frente para pregar o evangelho à nossa geração. Temos
glorificado a Deus por ser obediente a esta comissão?
PERGUNTAS

1. Você está de acordo com a interpretação do autor sobre a inclusão de Marcos 16.15-
16 na Bíblia? Expresse a posição dos que dizem que Marcos 16.15-16 não está na Bíblia.

2. O que mais se pode dizer sobre Deus, segundo Marcos 16.15-16?

3. Há grupos que usam Marcos 16.15-16 para dizer que se alguém não é batizado não
é salvo. Qual seria sua resposta?

4. Há diferença de tradução de Marcos 16.15-16 nas versões Reina Valera e Nova


Versão Internacional? Quais são? Faz alguma diferença?

5. A qual gênero literário pertence Marcos 16.15-16? Por que é importante identificar
o gênero literário corretamente para interpretar o texto?

6. De qual problema humano trata Marcos 16.15-16?

7. Que mudanças você gostaria de ver no leitor ou ouvinte de Marcos 16.15-16?

8. Como o texto de Marcos 16.15-16 pode influenciar o contexto do leitor e do


ouvinte?

9. Você está de acordo que Deus é glorificado “quando os ouvintes não crêem em
Jesus Cristo e são condenados” tal como é dito em Marcos 16.15-16?

10. Se Marcos 16.15-16 não é parte da Bíblia original, ele faz falta?
LIÇÃO CINCO
MÉTODOS DE ESTUDOS BÍBLICOS

INTRODUÇÃO
Qual é a distinção entre a hermenêutica, a exegese e outros métodos de estudos?
Primeiro, as três estão associadas, cada uma é uma dimensão do estudo do texto bíblico. A
hermenêutica são os princípios de interpretação: a exegese é a aplicação dos princípios de
interpretação e os métodos de estudo são sistema de ensino para organizar e apresentar a
informação do texto.
Neste curso, apresentaremos oito métodos de estudos que corresponde aos oito
princípios do círculo hermenêutico.

CÍRCULO HERMENÊUTICO MÉTODOS DE ESTUDIO BÍBLICO


DEUS MÉTODO TEOLÓGICO
REVELAÇÃO MÉTODO CRÍTICO
BÍBLIA MÉTODOS INDUTIVO, EXPOSITIVO E
LITERÁRIO
EVANGELHO MÉTODO ANALÍTICO
IGREJA MÉTODO DOUTRINÁRIO
CORAÇÃO MÉTODO PESSOAL
CONTEXTO MÉTODO CONTEXTUALIZADO
GLÓRIA DE DEUS MÉTODO DEVOCIONAL

I. MÉTODO TEOLÓGICO

O método teológico corresponde ao principio número um do círculo hermenêutico; ele


lida com a interpretação e Deus.
No método teológico identifica-se a relação de Deus com o texto bíblico. Sabemos que
o texto bíblico é inspirado (2 Tm 3.16). O que o texto diz sobre Deus o Pai, Deus o Filho e
Deus o Espírito Santo? Há referência sobre a idolatria?

MÉTODO TEOLÓGICO
Relação do texto com Deus o Pai
Relação do texto com Deus o Filho
Relação do texto com Deus o Espírito
Identificação de ídolos

II. MÉTODO CRÍTICO

No estudo da Bíblia há uma análise crítica do propósito e do conteúdo do texto bíblico.


A “alta crítica” e a “baixa crítica” são usadas para estudar as origens dos manuscritos antigos.
A “alta crítica” refere-se ao estudo das motivações, propósitos e autenticidade do texto
bíblico. A “baixa crítica” examina as condições dos manuscritos antigos.
Em nossa consideração do método crítico vamos examinar o instrumento da revelação
especial, a autenticidade e composição do texto bíblico.

MÉTODO CRÍTICO
Identificação dos autores do texto bíblico
Identificação dos receptores originais do texto
Identificação da família de manuscritos usados
Compreensão das diferenças que há entre as famílias de manuscritos
Versão Bíblica
Método de tradução usado (literal, equivalência dinâmica, paráfrase, contextualizada)
Idioma do texto
Idioma usado na interpretação

III.A. MÉTODO INDUTIVO

O estudante iniciará o estudo fazendo um repasse indutivo da passagem. O estudo


indutivo permite ao estudante contemplar as particularidades do texto antes de considerar as
doutrinas gerais.
A primeira etapa é fazer é fazer uma lista de todos os textos de referência. Os textos de
referências encontram-se nas Bíblias de estudos ou em uma coluna ao lado da passagem. O
aluno pode anotar seus próprios textos relacionados com a passagem. Leia cada versículo em
voz alta. ESCUTE a Palavra. A COMPARAÇÃO da passagem em investigação com outras
referências e versões bíblicas é importante. Anote as diferenças depois do versículo de
referência.
O segundo passo é considerar os dados importantes: palavras chaves, anotações
gramaticais, métodos de tradução, gênero literário, informação sobre o autor e leitores
originais, o contexto cultural e a história relacionada com a passagem. Não é necessário
anotar informação em cada categoria, só o que é importante para a interpretação do texto.

Texto:
MÉTODO INDUTIVO
Textos de referência:
1.1
1.2 (etc).

Explicações de dados importantes:


 Palavras importantes
 Anotações gramaticais
 Método de tradução
 Gênero literário
 Autor e ouvintes originais
 Contexto cultural
 Contexto histórico
 Contexto bíblico
 Título e tema da passagem

III.B. MÉTODO EXPOSITIVO

O método expositivo consiste em interpretar uma passagem, versículo por versículo. O


estudante escreve o que cada versículo ou porção da passagem transmite. Também a história,
a gramática, gênero literário ou outros dados são considerados na interpretação.

III.C. MÉTODO LITERÁRIO

Devemos identificar o gênero literário. O método literário leva em consideração a


estrutura temática e literária da passagem em consideração. Observe se há o uso de figuras de
linguagem. O intérprete deve conhecer o tema e a estrutura literária do livro onde está o texto.
É sempre bom ler a passagem e formular seu próprio esboço temático da passagem em relação
com o tema do livro.

MÉTODO LITERÁRIO
Identifique o gênero da passagem e do texto
Identifique o tema do livro e o subtema da passagem onde está o texto
Observe se há o uso de figuras de linguagem.

IV. MÉTODO ANALÍTICO

Outro propósito do estudo de Marcos é ajudar ao estudante a ser analítico, pensar por
si mesmo usando os dados bíblicos e seu conhecimento das boas novas de Jesus Cristo. Para
analisar o conteúdo de uma passagem PODE-SE usar o sistema dialético, esse, porém, não é o
único sistema lógico para analisar um texto.
A dialética usa o sistema lógico de tese, antítese e síntese. A tese é a hipótese de seu
ponto de vista ou argumento. A antítese é a posição contrária à tese. A síntese é a resposta da
tese frente a antítese. Vou acrescentar uma dimensão a mais: o sincretismo. O sincretismo é a
coexistência da tese e da antítese. É uma síntese sem solução.
O termo “dialético” não é muito conhecido entre os estudantes evangélicos e isso, por
causa da sua associação com o niilismo de Nietzsche e com o materialismo. Todavia, nem
Frederico Nietzsche nem Carl Marx são os autores desse sistema filosófico de lógica. Deus é
o Logos, o princípio e o fim da lógica. É a causa primeira, o provedor soberano e o propósito
final. O Logos é conhecido em Jesus Cristo (João 1.1) e rendemos todos os nossos
pensamentos e idéias a Ele.
Em termos bíblicos, a dialética pode ser descrita assim:

TESE ANTÍTESE SÍNTESE SINCRETISMO


Verdade Mentira Evangelho Idolatria
Proposição Contradição Resolução Resolução parcial

A verdade é tudo o que corresponde a revelação de Deus. Deus é a verdade e a fonte


de toda a verdade. A verdade de Deus é revelada a todas as pessoas de uma forma geral
(revelação geral). Essa revelação vem por muitos meios tais como é visto em leis naturais da
criação, pelos valores na cultura, por eventos históricos ou por experiências pessoais. Deus
também se manifesta a seu povo, isso é conhecido como revelação geral de Deus. A revelação
especial de Deus vem por meio de Jesus Cristo, pela Bíblia e pela teofania especial de Deus.
A mentira é tudo aquilo que é oposto a verdade. No começo da história da
humanidade, lemos como a mentira é manifestada. Aprendemos de Gn. 3 que Satanás é o pai
de toda a mentira, ele usa o engano para confundir os seres humanos. A posição de Satanás, a
mentira contradiz a Palavra de Deus e as suas ordens. Só um Deus soberano pode nos livrar
de suas mentiras e das suas conseqüências.
A libertação da mentira e suas conseqüências á a boa nova (evangelho) de salvação em
Cristo Jesus. O Evangelho é a resposta da verdade frente à mentira. O Evangelho nos dá uma
resposta fiel a vontade do Pai consistente com a salvação de Cristo e em harmonia com a
Palavra inspirada pelo Espírito Santo.
A idolatria surge quando uma aparência da verdade e a prática da mentira são toleradas
em um sistema. É quando o evangelho é rejeitado.

V. MÉTODO DOUTRINÁRIO

O método doutrinário é dedutivo ao invés de indutivo. A doutrina já está estabelecida e


o leitor a encontra no texto bíblico. Por exemplo, o termo Trindade não é usado na Bíblia, mas
há textos que falam da pessoa e obra de Deus o Pai, Deus o Filho e Deus o Espírito Santo (Mt
28.19-20).
No método doutrinário nos preocupamos com a doutrina que nossa igreja ou
denominação crer. Estas doutrinas são encontradas em seus credos e artigos de fé.

VI. MÉTODO EXISTENCIAL/PESSOAL


Qual é a maneira pessoal para estudar a Bíblia? Você ler a Bíblia pela manhã? Ou pela
noite? Antes de comer? Depois de comer? Com sua família? Em grupos de estudos bíblicos?
Durante o culto? Você memoriza a Bíblia regularmente? Tem o hábito de cantar salmos?

VII. MÉTODO CONTEXTUALIZADO


A interpretação da Bíblia deve ser aplicada ao contexto dos leitores e ouvintes. Jesus
disse: “O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres”.
Quem são os pobres? Temos uma necessidade em particular? Jesus disse que devemos pregar
a toda criatura (Mc 16.15). Em que contexto estamos recebendo a Palavra de Deus?

VIII. MÉTODO DEVOCIONAL


O estudante considerará como responder espiritualmente ao conteúdo da passagem.
Com o método devocional o estudante primeiramente se dirige a Deus em oração e depois
usando o conhecimento do estudo da passagem, aponta as verdades bíblicas que vem da
passagem para ensinar a outros.
A oração é falar com Deus, usando o conteúdo da passagem se pode falar com ele. Na
oração há: adoração, confissão de pecados, pedidos especiais e ações de graças. Repito, é
importante usar o conteúdo do texto para orar a Deus. Assim como Deus nos fala pela
Palavra, em oração apresentamos a Palavra a Deus. Isto é parte do círculo hermenêutico: Deus
pela Palavra, ao cristão, pela interpretação e comunicação, para oração e ação.
Os ensinos são verdades e declarações que surgem do texto. Devemos reconhecer a
mensagem de Deus no texto. É crucial dizer o que diz o texto.
Os ensinos têm subpontos para esclarecer e mostrar as implicações evangélicas do
texto.
Os ensinos levarão em conta a revelação do texto com o Evangelho (ver lição 3: “A
hermenêutica do Evangelho e hermenêutica do coração”). Identifique o coração de Deus, o
coração do comunicador e o coração do ouvinte.
Ao terminar seu estudo do texto, poderá dizer: “assim diz o Senhor”. Glória a Deus!

CONCLUSÃO

Os métodos de estudo bíblicos nos ajudam a responder as seguintes perguntas:


1. O que o texto diz sobre Deus?
2. Como o texto foi revelado?
3. Qual versão e tradução da Bíblia apresenta melhor o texto bíblico?
4. Qual é a mensagem do Evangelho no texto?
5. Como a igreja tem interpretado o texto?
6. Como o texto tem transformado o coração do intérprete?
7. Que aplicação tem o texto para o contexto dos ouvintes?
8. Como o texto glorifica a Deus?
TAREFA

Escolha um texto da Bíblia e faça um estudo pessoal usando a folha de estudo. Para
esse exercício é recomendável usar a folha e por espaços entre as linhas para responder
usando a própria folha.
FOLHA DE ESTUDO DE UMA PASSAGEM BÍBLICA
Texto: Título:
MÉTODO TEOLÓGICO
Relação do texto com Deus o Pai, Deus o Filho, e Deus o Espírito Santo.
Identificação de ídolos.
MÉTODO CRÍTICO
Identificação dos autores do texto bíblico
Identificação dos receptores originais do texto
Identificação da família de manuscritos usados
Compreensão das diferenças que há entre as famílias de manuscritos
Versão Bíblica
Método de tradução usado (literal, equivalência dinâmica, paráfrase, contextualizada)
Idioma do texto
Idioma usado na interpretação
MÉTODO INDUTIVO
Textos de referência:
1.1.
1.2. (etc.)

Explicações de dados importantes:


 palavras importantes
 anotações gramaticais
 método de tradução
 gênero literário
 o autor e os ouvintes originais
 contexto cultural
 contexto histórico
 contexto bíblico
 título e tema da passagem
MÉTODO EXPOSITIVO
Observações sobre cada versículo
MÉTODO LITERÁRIO (formule uma estrutura temática da passagem)
Identifique o gênero da passagem e texto
Identifique o tema do livro e subtema da passagem onde está o texto
Observe se há o uso de figuras de linguagem

MÉTODO ANALÍTICO
Verdade Mentira Evangelho Idolatria(s)

MÉTODO DOUTRINÁRIO
Qual é a posição da igreja sobre os ensinos neste texto?
Há declarações confessionais ou de credos sobre este texto?
METODO EXISTENCIAL/PESSOAL
Que importância tem seu estudo da Bíblia em sua relação com Deus?
Que importância tem seu estudo da Bíblia em sua relação com os outros?
Que importância tem seu estudo da Bíblia em sua relação consigo mesmo?
Qual é o seu hábito para ler a Bíblia?
Qual é o seu hábito para lembrar o que a Bíblia diz?
METODO CONTEXTUALIZADO
Qual é a condição social; quais as necessidades e possíveis problemas dos ouvintes?
Como a mensagem do texto se aplica à necessidade dos ouvintes?
METODO DEVOCIONAL
Oração e ação
Adoração
Confissão de pecados
Pedidos especiais
Ação de graças
Ensinamentos
1.
2.
3.

LIÇÃO SETE
ESTUDO DE UMA PASSAGEM BÍBLICA

FOLHA DE ESTUDOS DE UMA PASSAGEM BÍBLICA

Texto: Joel 1:1-3 Título: Joel, o recipiente da Palavra de Deus


MÉTODO TEOLÓGICO:
Como se identifica ao Deus verdadeiro em Joel 1.1. (Yahvé). É um Deus que fala e atua
segundo sua santidade, justiça e compaixão.
MÉTODO CRÍTICO:
Não há variação significante nos manuscritos e na tradução do texto. Muitas diferenças
surgem quando se trata do tempo em que o texto foi escrito. Refere-se a uma praga de
gafanhotos no século 9? A invasão do século 8? Ou a invasão da Babilônia no século 6?
MÉTODO INDUTIVO:
Textos de referência
Dt. 4:9 – “Tenham cuidado! Prestem atenção e não esqueçam as coisas que os teus olhos
tem visto, nem as apartem de seu coração enquanto viver e os fará saber a seus filhos e
netos”.
Dt. 6:7 – “tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarão assentados em tua casa, andando
pelo caminho, ao deitar-te e ao levantar-te.”
Dt. 32 – “... Recorda os dias de antemão as épocas passadas. Peça a teu pai que o diga, no
caminhar peça que o explique”.
Sl. 78:1-3. – “Povo meu, atende os meus ensinamentos, dê ouvidos as palavras de minha
boca... Não a esconderemos de seus descendentes: falaremos a geração vindoura do poder
de Deus e de suas proezas e das maravilhas que fez”.
Atos 2:39 – “Com efeito, a promessa é para vós outros, para os seus filhos e para ainda os
que estão longe, isto é para quantos o nosso Deus chamar”.
Explicações de dados importantes:
 Palavras importantes: Palavra Senhor (Yaveh) (Joel, o Senhor é Deus), Petuel , pai de
Joel, anciãos (líderes do povo ou os pais que transmitiam a sabedoria de uma geração a
outra, filhos (biológicos), narrai (imperativo)
 Anotações gramaticais. Imperativos: ouçam, prestem atenção, narrai.
 Métodos de tradução: RV= Literal, NVI= equivalência dinâmica. Diferença? Em vez de
pais (RV), antepassados (NVI).
 Gênero literário: narração histórica e profecia
 O autor e os ouvintes originais: Joel, século antes de Cristo, antes do primeiro cativeiro
 Contexto cultural- Uma invasão de gafanhotos
 Contexto histórico – Antes da destruição de Jerusalém
 Contexto Bíblico – Um tempo em que as pessoas e seus líderes devem arrepender-se
 Título e tema da passagem: Joel: o recipiente da Palavra de Deus.
MÉTODO EXPOSITIVO (Observação sobre cada versículo)
1.1. Joel recebe a Palavra de Deus, ele é um profeta verdadeiro, sendo que ele recebe a
Palavra de Deus e não apresenta sua opinião como a Palavra de Deus.
1.2. O profeta chama aos líderes e ao povo (NVI, habitantes; RV, moradores) a levar a
sério o que está se passando (uma invasão de gafanhotos).
1.3. O que os anciãos e os pais aprenderam deve ser comunicado a outras gerações. Por
isso a profecia foi escrita.
MÉTODO LITERÁRIO (Formule uma estrutura temática da passagem)
O verso 1 é uma introdução. É muito breve e não presta muita atenção na pessoa de
Joel, nem na sua posição no povo de Deus. Ele é uma pessoa histórica sendo que tem um
Pai (Petuel).
1.1-2 é a introdução a primeira mensagem do total de 4: 1:2-20; 2:1-17; 2:18-32 (ou
2:18-27); 3:1-21. (Stuart, pp. 226-227)
MÉTODO ANALÍTICO
Verdade: Mentira Evangelho Idolatria
O verdadeiro profeta Qualquer pessoa Todos os cristãos Falar contra a Bíblia
recebe a Palavra de pode ser profeta podem ser profetas, mesmo sendo
Deus. sendo testemunhas cristão.
de Cristo e de suas
obras.
MÉTODO DOUTRINÁRIO:
A igreja aceita o livro de Joel como parte do Cânon.
A igreja recebe a profecia de Joel como autêntica.
A igreja também tem anciãos (presbíteros no NT) para receber a Palavra de Deus.
A igreja reconhece sua função profética para a igreja e a sociedade.
A igreja deve responder aos desastres nacionais em oração e arrependimento.
MÉTODO PESSOAL:
Temos tido experiências que precisam de uma explicação teológica e bíblica.
MÉTODO DEVOCIONAL
Oração e ação:
Adoração: Adorado seja Deus quem nos fala!
Confissão de pecados: Confesso que nem sempre ouço a Palavra de Deus.
Pedidos especiais: Ajuda-me Senhor, a ouvir a Tua Palavra, por meio da Bíblia, sobre o que
está passando na igreja, em minha vida e no mundo.
Ação de graças: Dou graças a Deus que nos fala em meio a situações difíceis.
Ensinamentos:
Título: A Palavra de Deus é para nós e nossos filhos
1. A Palavra de Deus porque vem de Deus
a) A palavra de Deus deve ser revelada por Deus
b) O profeta verdadeiro representa a Palavra de Deus, não sua própria palavra.
2. A Palavra de Deus nos fala de nossa situação alarmante
a) O uso do imperativo (3 vezes) mostra que há uma emergência nacional
b) Parte do remédio é escutar a Palavra de Deus e comunicá-la aos demais.
3. A Palavra de Deus será comunicada de geração em geração
a) Esta profecia não é somente para os que sofreram a invasão dos gafanhotos, mas
são princípios para os dias de hoje. Por isso a mensagem deve ser pregada de uma geração a
outra.
Anotações adicionais sobre um estudo exegético
1. A hermenêutica e Deus. O Deus identificado em 1.1 é Yahvé (Ex. 3.14). O nome de
Joel é “Yahvé é Deus” Este Deus tem a capacidade de comunicar-se com seu povo sobre
uma emergência regional e nacional.
2. A hermenêutica e a revelação. Joel recebe uma profecia, ou seja, uma mensagem
da parte de Deus. A profecia não é particular, mas comunitária e de uma geração para outra.
Há uma mensagem para nós nesta profecia.
3. A hermenêutica e a Bíblia. A profecia de Joel é parte dos profetas menores, ou seja,
das profecias mais curtas.
4. A hermenêutica e o evangelho. O evangelho é expressado fortemente. Deus chama
o seu povo ao arrependimento, para que evitem a plena ira de Deus expressada na invasão
dos gafanhotos.
5. A hermenêutica e o coração humano. O uso dos imperativos alarmantes é para
penetrar a consciência do povo de Deus. O uso dos argumentos racionais de considerar o
acontecimento atual e as coisas que já passaram na história é uma apelação à memória
coletiva do povo e à sua razão.
6. A hermenêutica e o contexto. O texto não dá data. As referências a Jerusalém e
Judéia, a menção dos inimigos do povo de Deus, e a semelhança com outros profetas pré-
exílicos nos ajudam a concluir que a mais antiga seria o reinado de Joás (Young) e a mais
recente é antes do exílio da Judéia (Boice, Calvino)
7. A interpretação e a glória de Deus. Deus é glorificado em revelar sua vontade ao
povo de Deus e chamar-lhes a escutar a esta mensagem tão importante.
Anotações adicionais dos comentários
James M. Boice. The Minor Prophets. Vol. 1 (Grand. Rapids: Zondervan, 1983. Um
comentário devocional e expositivo.
João Calvino. Calvin’ s Commentary. Joel, Amos and Obediah. Vol.2 (Grand Rapids:
Baker Book House, 1998. Uma interpretação gramatical e Histórica, Joel, uma profecia
para a igreja.
F. Delitzsch. Biblical Commentary on the Old Testament. The Twelve Minor Prophets.
Vol.1. (Grand. Rapids: W. B. Eerdmans, 1967). Bom uso do hebraico e excelente
conhecimento de História e Cultura.
Matthew Henry. Comentário da Bíblia. Miami: UNILIT, 1999. Uma interpretação
devocional.
Alfonso Lockward. Novo Dicionário da Bíblia (Miami, UNILIT, 1992)
Charles F. Pfiefer (red.). Comentário Bíblico Moody. (El Paso, Casa Batista, 1993. Um
bom Comentário para todo o Velho Testamento. É milenarista em toda a sua interpretação
de profecia.
Douglas Stuart, Hoseah-Jonah, Word Biblical Comentary (Waco: Word, 1987) Um
comentário em inglês. Boa Exegese.
Edward Young. Uma Introdução ao Antigo Testamento. (Grand Rapids: TELL, 1981).
Uma perspectiva conservadora.
A Santa Bíblia. Nova Versão Internacional. (Miami, Sociedade Bíblica Internacional,
1999.
A Santa Bíblia. Reina Valera. México. Sociedade Bíblica Unida, 1986.
The NIV Study Bible. Grand Rapids: Zondervans, 1985.
TAREFA

Faça um estudo de uma passagem bíblica de Joel, usando o método demonstrado nessa
seção.
LIÇÃO 7
PREPARAÇÃO DE UMA MENSAGEM BÍBLICA

I. UMA ESTRUTURA PARA UMA PREPARAÇÃO DE UMA MENSAGEM


BÍBLICA

Agora estamos preparados para escrever sua mensagem usando o texto bíblico.
Recomenda-se a seguinte estrutura.
Leitura da passagem bíblica. O texto bíblico que será explicado em detalhe.

INTRODUÇÃO
1. Inicie com uma ilustração
2. Apresente o tema do texto
3. Prossiga para o primeiro ensinamento

ENSINO # 1
1. Introdução breve
2. Definição bíblica
3. Explicação bíblica
4. Ilustrações bíblicas
5. Aplicações (como por em prática o aprendizado)
6. Prossiga para o próximo ponto

ENSINO # 2
1. Introdução breve
2. Definição bíblica
3. Explicação bíblica
4. Ilustrações
5. Aplicações (como por em prática o aprendizado)
6. Prossiga para o próximo ponto

ENSINO # 3
1. Introdução breve
2. Definição bíblica
3. Explicação bíblica
4. Ilustrações
5. Aplicações (como por em prática o aprendizado)
6. Prossiga para a conclusão

CONCLUSÃO
1. Breve resumo
2. Ilustração final
3. Chamado novamente ao evangelho

II. UM EXEMPLO PARA UMA MENSAGEM BÍBLICA

Recomenda-se a seguinte estrutura para a preparação de uma mensagem.


1. Leitura da passagem bíblica
(Mc. 16.14-20).
2. Texto bíblico que será explicado em detalhe
Mc. 16.15-16
3. Resumo dos principais ensinos que podem ser anunciado como “assim diz o
Senhor”.
1. A pregação do evangelho é comissionada por Jesus Cristo.
2. A pregação do evangelho é para toda as pessoas e por todo o mundo.
3. A pregação do evangelho apresenta a Cristo como único caminho de
salvação.

INTRODUÇÃO

1. Comece com uma ilustração.


O livro de Marcos começa com Jesus pregando na Galiléia (1.14). Jesus identificou a
pregação como parte de sua missão (1.38). Ele pregou e ensinou nas sinagogas (1.21) e nas
casas (2.2). Suas pregações foram recebidas pela fé e também rejeitadas. Apesar do
assassinato de João Batista e das muitas perseguições, o evangelho foi pregado.
Na segunda semana de março, dia 05, um criminoso chamado Brian Nichols, escapou
de uma sala de audiência em Atlanta, USA. Ele roubou uma pistola de um guarda, matou o
juiz, o promotor, um policial e o dono de um carro que ele roubou. Por fim seqüestrou uma
mãe solteira, chamada Ashley Smith, que ficou cativa durante 9 horas. Ela usou a situação
para evangelizar e testificar a Nichols. Leu uma parte do livro “Uma vida com propósitos” de
Rick Warren, para falar com Nichols sobre a sua vida. “Mesmo como prisioneiro, pude falar
de Cristo a outros prisioneiros” disse ela. Ela havia sofrido pelo assassinato de seu marido,
fazia 4 anos e disse a Nichols que não queria deixar sua filha de 4 anos sem pai. Por fim,
Nichols permitiu que ela fosse buscar sua filha e ela chamou a polícia. Nichols se entregou
tranqüilamente. Devemos evangelizar a todas as pessoas, em qualquer situação e por todo o
mundo.

2. Apresente o tema do texto.


O tema do texto é que Jesus deu a ordem para anunciar a boa nova de salvação para
toda a criatura e em todos os lugares.

3. Prossiga o primeiro ensino


ENSINO #1. A PREGAÇÃO DO EVANGELHO É COMISSIONADA (NOS É
DADA) POR JESUS CRISTO.

1) Breve Introdução
A autoridade máxima sobre as coisas de Deus é o próprio Deus. Deus nos fala através
da Palavra e agora nos fala por meio da Grande Comissão.

2) Definição Bíblica
O imperativo na grande comissão segundo Marcos é pregar. Devemos pregar a todo o
mundo e a cada pessoa. Para obedecer a Deus, devemos colaborar nesta tarefa.

3) Explicação Bíblica
A realidade sobre a vida eterna, a salvação do homem e a glória de Deus são
sumamente importantes. Deus escolheu a pregação como o instrumento para anunciar a todos
como ser salvo.
Jesus pregou e agora exorta a seus discípulos a continuar essa tarefa. Pregar é anunciar
e explicar biblicamente o evangelho a outros. Deus chama a irmãos para pregar em sua igreja.
Estes pregadores preparam os membros para que sejam fiéis testemunhas de Cristo em todas
as áreas da vida.
4) Ilustrações
Por obediência a Cristo, o evangelho deve ser pregado. Meu pai, um pregador
holandês, começou seu ministério em 1940. Neste ano, ele e seu amigo estavam trabalhando
em uma igreja na fronteira com a Alemanha. A Segunda Guerra Mundial estava apenas
começando. Um dos planos diabólicos dos nazistas era a exterminação dos judeus. Meu pai
fazia parte de um plano para esconder os judeus, mas eles, os judeus foram capturados pelos
nazistas e foram enviados para a morte nos campos de concentração na Alemanha enquanto
que meu pai e seu amigo foram presos. Os nazistas mataram o amigo de meu pai com uma
bala na cabeça e soltaram meu pai. Meu pai passou os cinco anos da guerra escondido, mas
seguiu pregando o evangelho na casa de amigos. A pregação é uma ordem de Deus e não deve
ser interrompida.

5) Aplicações (como por em prático o que tem aprendido)


A ordem de pregar tem pelo menos duas implicações: 1) Cada crente deve submeter-se
a pregação fiel da Palavra de Deus; 2) Cada crente deve anunciar o evangelho do reino de
Deus em todas as situações da vida. Estamos em uma igreja onde se prega a verdade bíblica e
evangélica? Estou em oração para ser usado por Deus para anunciar o evangelho em cada
situação?

6. Prossiga a conclusão
Na grande comissão vemos o coração e a vontade de Deus. Nosso propósito é definido
pelo propósito de Deus revelado na Grande Comissão.

ENSINO # 2. A PREGAÇÃO DO EVANGELHO É PARA TODAS AS PESSOAS


E POR TODO O MUNDO

1. Breve introdução
A globalização é uma realidade. Agora mais do que nunca, somos uma comunidade
internacional. O evangelho tem sido global desde o início.

2. Definição bíblica
A globalização ou universalismo cristão é que Deus é soberano por todo o universo.
Cada parte do mundo pertence a Deus.
3. Explicação bíblica
A criação o mostra, Ele é o dono. A queda é universal também, por isso, a redenção em
Cristo DEVE ser universal. O remédio corresponde à necessidade. Por último, a glorificação
na nova terra e no novo céu será universal e completa.

4. Ilustrações
Por exemplo, o programa do MINTS tem uma perspectiva global. Pela ordem do
Senhor, podemos ir a todas as nações e a todas as pessoas do mundo. Não é uma tarefa fácil.
Em fevereiro de 2005, Eliézer Gonzáles, professor do MINTS, estava em Maracaibo,
Venezuela, junto com o Pr. Wilfredo Vásquez. De repente alguns ladrões o atacaram em um
semáforo, perto do aeroporto e roubaram o carro, a mala de roupas de Eliezer, seu celular,
passaporte, câmera e visto para ir a Índia. A secretaria da igreja, junto com o filho do pastor,
ligou para o celular que os ladrões haviam roubado. Eles os evangelizaram e lhes falaram da
obra missionária e pastoral dos irmãos roubados. Primeiro, os ladrões quiseram receber
dinheiro em troca do passaporte e visto, mas por fim, decidiram devolver o carro, o
passaporte, o visto e algumas roupas de Eliézer. Devemos evangelizar a todas as pessoas em
todos os tempos e em todo o mundo.

5. Aplicações (como por em prática o que tem aprendido)


Como cristãos estamos abertos a “ir ao mundo pregar o evangelho”? Ou de antemão
pomos limites aonde desejamos ministrar? Identifique os limites que você tem colocado. Peça
perdão a Deus e o poder do Espírito Santo para testificar a todas as pessoas.

6. Prossiga ao próximo ponto


O universalismo do evangelho é balanceado por seu exclusivismo. Só pela fé em
Cristo há salvação.

ENSINO # 3 A PREGAÇÃO DO EVANGELHO APRESENTA A CRISTO


COMO ÚNICO CAMINHO DE SALVAÇÃO

1. Breve introdução
A grande comissão é muito ampla. Devemos pregar o evangelho a toda criatura e em
todo mundo. A grande comissão é também exclusiva. Só há salvação quando se crer em Cristo
Jesus.
2. Definição Bíblica
Jesus é o único Salvador (Jo 14.6; At 4.12). A fé em Cristo é a única maneira de
receber a salvação (Ef 2.8). A salvação é só pela graça de Deus (Rm 1.16).

3. Explicação Bíblica
A verdade que a salvação é só pela fé, é anunciada por Jesus. Jesus fala das
conseqüências de não crer nele. As conseqüências são tão absolutas como a mensagem.

4. Ilustrações
Uma maneira de entender o que está acontecendo pelo Tsunami na Ásia, as guerras no
Oriente Médio, a fome e a Aids na África, é considerar que estas áreas no mundo, são os
menos alcançados pelo evangelho (Mission Frontiers, Fev. 2005). Pode ser que Deus esteja
rompendo as barreiras para o avanço do evangelho? Creio que sim. Ao mesmo tempo
devemos considerar as razões pelas quais os cristãos não têm conseguido alcançar tais
regiões. Pensa-se nas cruzadas, na inquisição romana, no colonialismo europeu, nas guerras
mundiais, no imperialismo americano e na libertinagem protestante ecumênica. De todo
modo, devemos pregar o evangelho de arrependimento e a graça de Deus em Cristo, a todos e
em todos os lugares.

5. Aplicações (como por em prática o que tem aprendido)


Devemos ser parte de uma igreja que crer em Jesus, o único caminho para a salvação.
Por meio de tal igreja, devemos evangelizar o mundo. Se a sua igreja não tem uma missão
entre os povos menos alcançados pelo evangelho, você deve orar para que Deus lhe use para
tais propósitos. Às vezes, os membros das nossas igrejas são enviados a diferentes partes do
mundo ou através do trabalho, os membros estão em contato com pessoas de outras partes do
mundo. Temos de ter uma visão e uma missão global para o evangelho.

6. Conclusão
Devemos dar graças a Deus pela salvação que ele providenciou. Sobretudo, temos de
louvar e glorificar a Deus por sua misericórdia para conosco.

CONCLUSÃO
Breve resumo. O tema do texto é que Jesus deu a ordem para anunciar a boa nova do
único caminho de salvação que existe. Por essa razão e importante pregar para toda criatura e
em todos os lugares. Apesar da rejeição, da rebeldia humana e da perseguição que há,
devemos pregar o evangelho em todas as situações. Como os discípulos, estaremos em oração
pedindo a Deus que nos use para cumprir a grande comissão.
TAREFA

Escolha uma passagem de Marcos. Faça um esboço usando a estrutura apresentada


nessa lição.
LIÇÃO 8
FERRAMENTAS PARA O ESTUDO BÍBLICO

BÍBLIAS
Bíblia Hebraica Stuttgartensia. México: Sociedade Bíblica Unida
Septuaginta. México: Sociedade Bíblica Unida
Nestlé-Aland, Novun Testamentun Graece (Novo Testamento Grego). México:
Sociedade Bíblica Unida
The Greek New Testament. London: Trinitarian Bible Society. O Novo Testamento em
Grego. http://www.users.cs.york.ac.uk/~fisher/gnt/chapters.ht

COMENTÁRIOS16
João Calvino. Comentários de Calvino. Grand Rapids: Livros Desafios. Uma
interpretação gramatical-histórica com um enfoque eclesiástico. Disponível em
www.graciasoberana.com (livros) e http://iglesiareformada.com (Biblioteca)
Comentário Bíblico do Novo Continente. Miami. UNILIT, 1992. Uma série de
comentários úteis para investigar a Bíblia.
E.F. Harrison. Comentário Bíblico Moody. El Paso Casa Batista.
Willian Hendriksen e Simon Kistemaker. Comentário do Novo Testamento. Grand.
Rapids. Livros Desafio. Série de comentários dos mestres da Bíblia de Calvin Seminary
Theological e Reformed Theological Seminary. É uma mina de informação bíblica, teológica
e devocional.
Matthew Henry. Comentário da Bíblia. Miami: UNILIT, 1999. Uma interpretação
devocional. O comentário do puritano inglês, Matthew Henry, originalmente escrito em
inglês, tem sido usado por muitos pastores e mestres. A ênfase é Cristocêntrica e devocional.
É recomendável que os novos estudantes da Bíblia comecem com este comentário. Há várias
versões e traduções ao espanhol. Esta edição é “um extrato da substância das suas aplicações
a cada passagem” (p. 5).
Comentários de Martinho Lutero (Romanos Gálatas) www.graciasoberana.com. São
excelentes leituras de um dos eruditos mais importantes da igreja cristã.
Charles F. Pfiefer (red.). Comentário Bíblico Moody. (El Paso, Casa Batista, 1993. Um
bom Comentário para todo o Velho Testamento. É milenarista em toda a sua interpretação de
profecia.
16
NT – Os livros citados pelo autor, são, em grande parte, facilmente encontrados em português. Uma rápida
pesquisa na internet revelará isso.
CONCORDÂNCIAS
Moises Chavez. Dicionário de Hebraico Bíblico. Editorial Mundo Hispano, 1992.
Alfonso Lockward. Novo Dicionário da Bíblia. (Miami, UNILIT, 1992). Definições de
conceitos e lugares, nomes e palavras da Bíblia, compilado pelo erudito dominicano, Alfonso
Lockward.
A.T. Robertson. Comentário do Texto Bíblico. Barcelona Editorial CLIE. Um estudo
minucioso do texto bíblico.
James Strong. Nova Concordância Strong Exaustiva. Amazon.com: Editorial CLIE.
Uma das concordâncias mais exaustivas incluindo a lista de todas as palavras chaves da
Bíblia, e, ainda referências às suas raízes no grego e hebraico.
W. Vine. Dicionário Expositivo de Palavras do Novo Testamento. Barcelona, CLIE.
Vine apresenta estudos excelentes da etimologia de palavras chaves do NT. É uma referência
básica para fazer exegese do texto bíblico.

EXEGESE
Gordon Fee. Exegese do Novo Testamento. Miami. Editorial Vida, 1992. Há uma
tendência subjetiva.
Jamieson – Fausset-Brown, Comentário exegético e explicativo da Bíblia. 2 Vol. El
Paso. Casa Batista.

ESTUDO E HERMENÊUTICA BÍBLICA


Mariano Ávila. “Descrição das Metodologias Hermenêuticas”. Teologia Bíblica do
Velho Testamento, MINTS. 2000. Excelente introdução de como interpretar o Antigo
Testamento.
Louis Berkhof. Princípios da Interpretação Bíblica. Grand Rapids: TELL, 1990. Bom
para conhecer a história da interpretação bíblica.
Tomás de Fuente. Chaves da Interpretação Bíblica. El Paso. Casa Batista, 1985.
Sólida Fonte.
Donald Demarray. Compêndio de interpretação bíblica. UNILIT, 1989. Um estudo
excelente do conhecimento básico da Bíblia.
José Martinez. Hermenêutica Bíblica. Barcelona. CLIE, 1985. Texto básico.
Carol Smith. O Guia Essencial da Bíblia. Lake Mary: Casa Creación, 2002. Um breve
reusmo.
R.C. Sproul. Como estudar e interpretar a Bíblia. Miami: UNILIT, 1996. Excelente
estudo dos princípios de interpretação bíblica.
R. A. Torry. Como estudar a Bíblia. São José, Costa Rica: Caribe, 1961. Uma
introdução bem breve sobre a interpretação da Bíblia.
Merril Unger. Novo Manual Bíblico de Unger. Grand Rapids: Portavoz, 1998. Uma
referência sólida.

HISTÓRIA DA BÍBLIA
Gonzalo, Baéz Camargo. Breve história do cânon bíblico. México. CUPSA, 1980.
Fernandez. Bíblias Castellanas no Exílio. Miami: Caribe. Uma excelente história das
Bíblias castellanas.

INTERNET
http://iglesiaeformada.com/biblioteca.html. Esta página oferece uma biblioteca
completíssima de todos os livros mais importantes da Teologia Reformada. Excelentes
recursos para pesquisa e estudo.
www.graciasoberana.com. Bons recursos reformados.
www.mints.edu. Os cursos de Ismael Quintero, Rute; Cornélio Hegeman,
Hermenêutica, Joel, Marcos, Filemon e Eric Pennings, Neemias.

TEOLOGIA BÍBLICA
Walter A. Elwell e Robert Yarbrough. Encontro com o Novo Testamento. Miami.
Editorial Caribe. Uma breve introdução da Bíblia muito bem apresentada para estudantes e
mestres.
Everett S. Harrison. Introdução ao Novo Testamento. Grand Rapids: Livros Desafio.
Uma excelente revisão da Literatura clássica sobre o Novo Testamento. O Estudo deste livro é
útil para conhecer a teologia do Novo Testamento.
R. K. Harrison. Introdução ao Antigo Testamento. Um estudo profundo e acadêmico
do Antigo Testamento.
W. S.Lasor, D.A. Hubbard e F.W. Bush. Panorama do Antigo Testamento. Grand
Rapids: Livros Desafio.
Edward Young. Uma introdução ao Antigo Testamento. Grand Rapids: TELL, 1981.
Uma perspectiva conservadora.
TAREFA

Em cada área mencionada na lição busque e escreva dois sites na internet onde você
possa estudar.
APÊNDICE 1
PAUTAS PARA A EXEGESE

ABRINDO O CONHECIMENTO DE DEUS, O MEIO DE REVELAÇÃO, AS


ESCRITURAS, O EVANGELHO, A IGREJA, O CORAÇÃO, O CONTEXTO E A GLÓRIA
DE DEUS.
Para comunicar o evangelho, é necessário que Deus abra as portas do entendimento da
Palavra de Deus, e que o colocamos em prática para que sejamos transformados para servi-lo
e adora-lo. Há certas dimensões vitais na pregação do Evangelho:
I. O conhecimento de Deus.
II. O meio da revelação.
III. A revelação de Deus por meio da Bíblia.
IV. A direção de Deus na apresentação do evangelho.
V. O ministério da igreja.
VI. A iluminação de Deus no coração do homem.
VII. A prática do Evangelho no contexto do homem.
VIII. A glorificação a Deus em crer e viver a verdade do texto.

I. HERMENÊUTICA E O CONHECIMENTO DE DEUS

1. O que o texto diz sobre Deus Pai, Filho e Espírito Santo?


2. Como Deus é identificado no texto?
3. Quais nomes de Deus são usados no texto?
4. Quais são os atributos ou características de Deus mencionados no texto?
5. Quais são as obras de Deus mencionadas no texto?
6. Há a identificação de idolatria?

II. HERMENÊUTICA E O MEDIO DE REVELAÇÃO

Introdução geral à informação bíblica


1. Como o texto chegou até nós? Quem eram o autor e os ouvintes originais?
2. Que versão da Bíblia você está usando?
3. Qual foi o método de tradução usado em sua versão bíblica?
a) Literal
b) Equivalência dinâmica;
c) Paráfrase
d) Contextualização
4. Há alguma diferença coma tradução desse texto bíblico em outras versões?
a) Reina Valera, 1960
b) Nova Versão Internacional
c) Versão Popular
d) Bíblia de Jerusalém
e) Outra
5. Em que época histórica esse texto ocorreu?
a) Primitiva (?-1200 aC)
b) Patriarcas (1200-1500 aC)
c) Êxodo (1500-1400 aC)
d) Conquista (1400-1390 aC)
e) Juízes (1390-1050 aC)
f) Reino Unido (1050-930 aC)
g) Reino Dividido (930-720 aC)
h) Exílio (720-530 aC)
i) Restauração (530-400)
j) Período Inter-testamentário (400-0)
k) Vida de Jesus (0-33)
l) Igreja Primitiva (33-primeiro século).
6. Quais são as características da cultura nessa época histórica?
a) Costumes
b) Religião
c) Política
d) Economia
e) Família
f) Filosofia
g) Papel das pessoas
7. Quem é o autor humano do texto bíblico? Como você sabe?
8. Em que idioma o texto original foi escrito? Você pode discernir alguma diferença
entre o texto original e a tradução do texto que você está usando?
III. HERMENÊUTICA E A BÍBLIA

Informação específica acerca do texto bíblico em estudo


1. Em que Testamento a passagem se encontra? Que diferença isso faz?
2. Há referência ou relação do texto com outros textos da Bíblia?
3. O que diz o texto bíblico no idioma original?
4. Qual a interpretação literal do texto bíblico?
5. Identifique as palavras chaves e dê uma definição bíblica. As palavras são usadas
com um sentido diferente em outro contexto bíblico?
6. O texto bíblico é parte do qual gênero literário?
a) Legal
b) Profecia
c) História
d) Poesia
e) Sapiencial
f) Evangelhos
g) Epístolas
h) Apocalipse
7. Figuras literárias são usadas no texto bíblico? Identifique-as.
a) Alegoria
b) Alusão
c) Antítese
d) Hipérbole
e) Inversão
f) Metáfora
g) Metonímia
h) Personificação
i) Polaridade
j) Repetição
k) Símile

Estudo literário
8. Como o texto se relaciona com o propósito geral da Bíblia?
9. Como o texto se relaciona com o tema principal do livro bíblico no qual se
encontra?
10. Como o texto se relaciona com a estrutura literária do livro bíblico no qual se
encontra?
11. O texto tem sua própria estrutura literária?
a) Paralelismos
b) Repetições
c) Usos especiais de palavras.
12. O que o texto diz?
13. No texto pode ser encontrada alguma associação com Cristo?
14. Que mensagem a passagem contém relacionada com o Evangelho?

IV. HERMENÊUTICA E O EVANGELHO


A Bíblia existe para transmitir o evangelho do Senhor Jesus. Estudar o texto bíblico e
não ver o conteúdo referente ao Evangelho que se encontra no texto é fazer uma péssima
leitura da Bíblia. Martinho Lutero dizia a seus alunos que podia ver Cristo em cada página da
Bíblia. Cristo disse que as Escrituras testificavam dele.

a) Definição do Evangelho contido no texto bíblico


1. Como a mensagem de salvação está refletida no texto?
2. Como encontramos Cristo no texto?
3. Qual é a necessidade humana do evangelho relacionada com o texto?
4. O texto faz referência à fé salvadora?
5. O texto mostra a necessidade de arrependimento?
6. Como se relaciona o texto com as pessoas que recebem o evangelho?
7. Como você poderia apresentar o evangelho a partir desse texto bíblico?
8. Resuma como o Evangelho é apresentado através deste texto bíblico.

b) Como por em prática o evangelho através deste texto bíblico?


9. Que mensagem do evangelho que você deseja que as pessoas escutem por meio
desta passagem?
10. Que atitudes você gostaria de ver em prática como resultado de escutar esta
passagem?
11. Como a sua vida foi transformada através da mensagem do evangelho nesta
passagem?
12. Como você gostaria que a mensagem do evangelho contida nesta passagem
transformasse a vida dos ouvintes?
13. Como você pode ajudar o ouvinte para que leve esta mensagem a outros?
14. Faça um resumo sobre como você gostaria que o ouvinte pusesse em prática o que
aprendeu.

V. HERMENÊUTICA E A IGREJA

1. Qual versão da Bíblia é usada em sua igreja?


2. Sua igreja tem uma doutrina quanto à inspiração da Bíblia? Esta doutrina está
escrita em um credo ou em um documento da igreja?
3. Como a Bíblia é usada no ministério de sua igreja?
4. O que a sua igreja faz se você não interpreta bem a Bíblia?

VI. HERMENÊUTICA E O CORAÇÃO

a) O coração de Deus
1. Como se mostra o coração de Deus no evangelho?
2. Como o coração de Deus é mostrado no texto em estudo?
3. Por que é importante que os sentimentos do coração de Deus sejam transmitidos ao
comunicador, aos ouvintes e aos que ainda não ouviram?
4. Faça seu próprio resumo do que você sabe sobre o coração de Deus e da
comunicação com o texto bíblico.
5. Faça uma lista dos pedidos de oração que você tem para conhecer melhor o coração
de Deus.

b) O coração do autor humano do texto


6. Que informação você tem sobre o propósito que o autor humano tem quando
escreveu o texto?
7. O autor do texto tem um ofício especial e por isso está escrevendo?
8. Há alguma maneira de determinar que o autor humano recebeu essa mensagem de
Deus?
c) O coração do intérprete
9. Você tem preparado seu coração em oração antes do estudo do texto bíblico? Por
quais coisas você ora ao estudar o texto bíblico?
10. Quanto tempo está destinando para interpretar a Palavra? O que o tempo e a
preparação que você tem dedicado diz acerca da importância do que você quer estudar?
11. Quais as preocupações trazem o estudo bíblico?
12. É necessário enfrentar e resolver o pecado em sua vida antes de estudar o texto?
13. Quais são os pressupostos teológicos que o estudo do texto traz?
14. Sua igreja tem uma posição doutrinária a respeito do texto em estudo?
15. Você conhece as diferentes interpretações do texto?
16. Por que deseja compartilhar a mensagem do texto aos ouvintes?
17. Relate brevemente o que aprendeu do texto bíblico e as mudanças de opinião que
teve enquanto o estudava.
18. O texto bíblico tem mudado a sua vida, ações e suas relações?
19. Que mudanças você gostaria de ver nos ouvintes?
20. Você está pondo em prática o que está ensinando?
21. Explique como o seu coração foi transformado pelo estudo da passagem bíblica.
22. Quais são seus pedidos de oração para que se coração esteja preparado para
apresentar a mensagem?

c) O coração do ouvinte (se vai pregar ou ensinar este texto a outros)


23. Você tem orado pelo ouvinte e por resultados específicos?
24. Por quais mudanças específicas na vida do ouvinte você tem orado?
25. O que você sabe do ouvinte?
26. Você conhece com qual tipo de pecado o ouvinte tem lutado?
27. Você sabe com quais os desafios que o ouvinte vem?
28. Onde se reunirão e como isso afeta em sua mensagem?
29. Por que seus ouvintes o estão escutando?
30. Qual é a condição espiritual do coração do ouvinte?
31. Quais problemas pessoais são apresentados pelo ouvinte?
32. Qual a situação social do ouvinte?
33. Com que assuntos teológicos o ouvinte chega em mente?
34. Que mudanças são necessárias na vida do estudante e do ouvinte?
35. Resuma de que forma você está tentando transformar o coração do ouvintes
mediante a comunicação do Evangelho.
36. Quais são seus pedidos de oração para o coração do ouvinte?

VII. HERMENÊUTICA E O CONTEXTO

a) A condição e necessidade no contexto pessoal


1. Física
2. Emocional
3. Mental
4. Espiritual

b) A Condição e necessidades no contexto familiar.


5. Relação com seus pais
6. Relação com os irmãos
7. Estado civil (solteiro/casado/separado/divorciado/viúvo)
8. Relação matrimonial
9. Relação com a família

c) A condição e as necessidades no contexto social


10. Posição familiar
11. Nível educacional
12. Vocação
13. Saúde física
14. Nível de renda
15. Grupo Étnico
16. Idioma
17. Situação legal
18. Situação judicial
19. Situação religiosa

d) A condição e as necessidades no contexto eclesiástico


20. Relação com a Igreja
21. Situação em relação à membresia.
22. Participação na liderança
23. Atividades de evangelização

e) A condição e as necessidades no contexto de ministério e missões


24. Relação com os não cristãos
25. Participação no ministério cristão
26. Resuma o que aprendeu do contexto e mostre como influenciará a sua
comunicação da mensagem do Evangelho.

VIII. HERMENÊUTICA E A GLÓRIA DE DEUS

1. Como Deus é glorificado na mensagem do texto sob estudo?


2. Quais interpretações do texto roubam a glória de Deus?
3. Se Deus é glorificado por meio do texto, como isso lhe ajuda a amá-lo mais?
4. Se Deus é glorificado por meio do texto, como isso lhe ajuda a servi-lo melhor?
5. Se Deus é glorificado por meio do texto, como isso ajuda a adorá-lo?
6. Em resposta ao texto sob estudo, quais são os louvores que devo dar a Deus?
7. Em resposta ao texto sob estudo, quais são suas confissões de pecado?
8. Em resposta ao texto sob estudo, quais são suas ações de graça para Deus?
9. Em resposta ao texto sob estudo, quais são suas petições para Deus?
10. Em resposta ao texto sob estudo, quais são suas petições por outras pessoas?

CONCLUSÃO
Agora você está preparado para escrever sua mensagem usando o texto bíblico.
Recomenda-se a seguinte estrutura.

Leitura da passagem bíblica. O texto bíblico que será explicado em detalhe.

INTRODUÇÃO
1. Inicie com uma ilustração
2. Apresente o tema do texto
3. Prossiga para o primeiro ensinamento

ENSINO # 1
1. Introdução breve
2. Definição bíblica
3. Explicação bíblica
4. Ilustrações bíblicas
5. Aplicações (como por em prática o aprendizado)
6. Prossiga para o próximo ponto

ENSINO # 2
1. Introdução breve
2. Definição bíblica
3. Explicação bíblica
4. Ilustrações
5. Aplicações (como por em prática o aprendizado)
6. Prossiga para o próximo ponto

ENSINO # 3
1. Introdução breve
2. Definição bíblica
3. Explicação bíblica
4. Ilustrações
5. Aplicações (como por em prática o aprendizado)
6. Prossiga para a conclusão

CONCLUSÃO
1. Breve resumo
2. Ilustração final
3. Chamado novamente ao evangelho
BIBLIOGRAFIA

Mariano Ávila. Descrição das Metodologias Hermenêuticas. Teologia Bíblica do


Velho Testamento, MINTS, 2000.
James M. Boice. The Minor Prophets. Vol. 1 Grand. Rapids: Zondervan, 1983.
Juan Calvino. Calvin’ s Commentary. Joel, Amos and Obediah. Vol.2 (Grand Rapids.
Backer Book House, 1998.
Juan Calvino. Institutas da Religião Cristã. Grand Rapids: Livros Desafios
F. Delitzsch. Biblical Commentary on the Old Testament. The Twelve Minor Prophets.
Vol.1. (Grand. Rapids: W. B. Eerdmans, 1967).
John Gestner. Hand Out Theology. Orlando. Ligonier Ministries.
Matthew Henry. Comentário da Bíblia. Miami: UNILIT, 1999.
Alfonso Lockward. Novo Dicionário da Bíblia. (Miami, UNILIT, 1992)
Mario Llerena. Manual de Estilo. Miami UNILIT, 1996.
Charles F. Pfiefer (red.). Comentário Bíblico Moody. El Paso, Casa Batista, 1993
R. C. Sproul. Grace Unknown. Grand Rapids. Baker Book House.
R. C. Sproul. Como estudar e interpretar a Bíblia. Miami: UNILIT, 1996
Douglas Stuart. Hoseah-Jonah, Word Biblical Commentary. Waco: Word, 1987.
Edward Young. Uma Introdução ao Antigo Testamento. Grand Rapids: TELL, 1981.
What Luthers says. Downers Grove: IVP.
APÊNDICE 2
ATIVIDADES PARA AS QUATRO CLASSES DE ORIENTAÇÃO

AS QUATRO ULAS DE DUAS HORAS CADA UMA


AULA UM Chegar à aula com as tarefas das lições 1, 2 de Sproul e seções 1 e 2 do
módulo de Hegeman escrito em seu caderno. Faça uma revisão.
AULA DOIS Preparação e revisão das lições 3, 4 de Sproul e lições 3 e 4 de
Hegeman
AULA TRÊS Preparação e revisão das lições 5 e 6 de Sproul e lições 5 e 6 de
Hegeman.
O estudante deverá levar o projeto especial para a classe para ser
revisado por outros estudantes e visto pelo professor.
AULA QUATRO Preparação e revisão das lições 7, 8 de Sproul e lições 7 e 8 de
Hegeman.
Fazer o Exame Final
Entrega do projeto especial ao professor
Entrega da ficha de leitura ao professor.
GABARITO DO QUESTIONÁRIO
A.
1. a
2. b
3. a
4. b
5. c

B.
1. a
2. b. A Bíblia é
3. b. Do explícito até o implícito
4. b. É a palavra de Deus
5. a

C.
Tema #1 Deve-se distinguir entre a Bíblia como a Palavra de Deus e a Bíblia como
coleção de idéias humanas sobre Deus.
Tema #2. A Bíblia contém informações culturais, porém é mais que um livro
condicionado a seu tempo e cultura. A dimensão supracultural da Bíblia é o desenvolvimento
da história da redenção. A Bíblia é a História, fundada em eventos reais. A Bíblia é a história
da salvação que Deus oferece pela obra de Jesus Cristo.
Tema #3. O direito de opinar não garante a sua veracidade. Deus tem a sua própria
opinião expressa na Bíblia. A Bíblia deve ser interpretada pela própria Bíblia, a Palavra de
Deus define a si própria.
NOTA SOBRE O AUTOR: CORNELIUS (NEAL) HEGEMAN

Dados pessoais: Nascido em 11 de Outubro de 1951, em Sioux Center, Iowa. Casado


com Sandra (Slotegraaf) Hegeman. Pai de Jonathan (1982), Katrina (1983) y Melinda (l987).
Pastor ordenado em Cape Coral Trinity Reformed Church da United Reformed Churches in
North America. Missionário com a Missão Mundial da Igreja Cristã Reformada e na
Republica Dominicana (1980-1993); Pastor em Cornerstone United Reformed Church,
London, Canadá (1993-1995). Diretor de Ligonier Ministries Inc. no Canadá (1995-1998);
Decano Acadêmico de FLET, Decano Acadêmico, Coordenador do programa de doutorado e
Coordenador do programa hispânico com o Seminário Internacional de Miami – MINTS
(2000-até o presente). Reside em Miami, Flórida, EUA.
Graduações: Licenciatura em Artes (Wilfrid Laurier University, Waterloo, 1975);
Licenciatura em Educação Religiosa (Reformed Bible College, Grand Rapids, Michigan
(1978); Mestrado em Divindades, Calvin Theological Seminary, Grand Rapids (1980);
Doutorado em Ministério, Westminster Theological Seminary, Philadelphia (1985);
Doutorado em Ministério, Miami International Seminaty (MINTS); Doutorado em Teologia
(honoris causa). Universidade Evangélica Nacional de Santo Domingo, República
Dominicana (1996); Ph.D em Pensamento Cristão, American University of Biblical Studies,
Atlanta, Geórgia (2002).
Autor de:
Church Ministry Among Marginal Peoples (Tese de Doutorado) Philadelphia:
Westminster Theological Seminary, 1985.
Iglesia Dulce: Uma história da Igreja Cristã Reformada na República Dominicana,
Santo Domingo. Editorial Educativo, 1989.
Manual de Misiología. Santo Domingo. Editorial Educativa, 1989.
Desde Lutero até a República Dominicana. Santo Domingo: Editorial Educativo,
1992; (traduzido para o português).
Filosofia da Educação Cristã, Santo Domingo: UNEV, 1992; (traduzido ao
português).
Defending Truth in Pluralistic Society. Guelph.: Ligonier Ministries, 1997.
Times of Revival. Guelph. Ligonier Ministries of Canada, 1997.
Study of Prayer Based on Genesis. Guelph. Ligonier Ministries of Canada. 1997
(traduzido para o espanhol).
Doctrine of God. Guelph. Ligonier Ministries of Canada. 1997.
Mission to the people and Church Maintenance: The Origin and Development of
Presbiterian and Reformed Missions in the Caribean and Latin America (1528-1916) (tese de
doutorado), 2002 (traduzido ao português e espanhol).
Desde a Espanhola até a República Dominicana. MINTS: Miami, 2002.
Cristologia. MINTS, 2003; (Traduzido ao Criolo Haitiano, inglês, russo, ucraniano e
português).
Apologética Integral. Bogotá, Miami: MINTS, 2003; (traduzido ao Criolo Haitiano,
inglês, russo, ucraniano e português).
Filosofia da Educação Cristã: Bogotá, Camaguey, MINTS, 2003.
Apologética Dialética. Bogotá, Camagüey, Miami. MINTS, 2003.
Ethnic Disfranchisement: The History of the Christian Reformed Church in the
Dominican Republic (l980-1990). Miami, MINTS, 2004 (traduzido ao espanhol).
Marcos, Camagüey, Miami: MINTS, 2005 (traduzido ao inglês, russo e espanhol).
Hechos. Miami. MINTS, 2005.
Panorama de la Educación Ministerial. Bogotá, Brasil, Camagüey, Miami. MINTS.
2005.
The Prophecy of Joel. Bogotá, Camagüey, Miami. MINTS, 2005. (traduzido ao
espanhol, russo).
Philemon. Barranquilla, Bogotá. Camagüey, Miami. MINTS, 2005. (traduzido para o
espanhol, russo, ucraniano).
Philosophy and Principles Global Theological Education, Miami. MINTS, 2005.
Practical Hermeneutics. Bogotá, Brasil, Camagüey, Miami. MINTS, 2006 (traduzido
para o criolo haitiano, português, espanhol, russo e ucraniano).
Introducción a la Misiologia. Barranquilla, Miami. MINTS, 2006.
Como Escribir un curso de teología para educación continuada a distancia. 2006.
(traduzido para o inglês, espanhol e ucraniano).
¿Quién es el hombre? Miami. MINTS, 2006.
Sirviendo a estos mis hermanos más pequeños. Miami. MINTS, 2008. (traduzido para
o espanhol)
I Peter. Miami. MINTS, 2008. (traduzido para o espanhol).
II Peter. Miami. MINTS, 2008.
I Timothy. Miami. MINTS, 2008. (traduzido para o espanhol e português).
II Timothy. Miami. MINTS, 2008. (traduzido para o espanhol).
Ephesians. Miami. MINTS, 2008 (traduzido para o espanhol).
Titus. Miami. MINTS, 2009.
I Thessalonians. Miami, MINTS. 2009.
II Thessalonians. Miami, MINTS. 2009.
Evangelical Synthesis for the Southern Americas. A Case for Evangelical Pietism.
MINTS. Miami, 2009. (traduzido para o espanhol).
Ministry Evaluation. Miami. MINTS, 2010. (traduzido para o espanhol).
The book of Revelation. Miami. MINTS, 2011 (traduzido para o espanhol).
El crecimiento libre del Cuerpo de Cristo. MINTS, 2012 (traduzido para o inglês).
Introduction to the New Testament. (ed.) MINTS, 2012.
Cristo santifica la cultura. Miami. MINTS, 2013 (traduzido para o inglês).
Introduction to a Biblical Missiology. Miami. MINTS. 2013. (traduzido para o
espanhol).

Sites: Em inglês (www.mints.edu/downloads);


Em espanhol e português (http://www.mintsespanol.com)

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