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MANUAL DO ESTUDANTE
Um curso do Seminário Internacional
de Miami.
Resumo do Conteúdo do Curso: Este curso está dividido em oito (8) lições. As duas
primeiras lições contêm definições de terminologia freqüentemente utilizada nesse curso. As
lições três a oito dão uma explicação dos princípios usados na interpretação, apresentam
alguns métodos de estudo bíblico, e nelas são dados exemplos de como fazer uma exegese da
Bíblia e um exemplo de como realizar um estudo de uma passagem bíblica. Os princípios do
círculo hermenêutico, os métodos de estudo bíblico e o exemplo de como fazer exegese são
organizados usando as mesmas categorias.
Objetivos do Curso. Existem pelo menos cinco objetivos gerais para os cursos do
MINTS, que dizem respeito aos estudantes:
1. Participação em um grupo de aprendizagem;
2. Compreensão dos materiais do curso;
3. Familiarização com a bibliografia sobre a interpretação bíblica;
4. Desenvolvimento de ferramentas e habilidades para a interpretação bíblica;
5. Retenção do ensinamento e a prática em um ministério real.
Estes objetivos serão avaliados durante o curso.
1. Estímulo ao aluno por sua participação. Por cada hora que o aluno assiste, será
atribuído um ponto (quinze pontos). Se o estudante assistiu todas as aulas receberá um ponto
extra (16 de 15).
2. Tarefas. Por cada tarefa cumprida do manual do estudante nas diferentes lições do
curso, o professor dará ao estudante 3 pontos por aula (12 pontos). Se o aluno cumpre com
todas as tarefas a tempo pode receber três pontos extra ao final para chegar ao máximo 15
pontos.
3. Leituras Obrigatórias. Os alunos do programa de Licenciatura lerão 300 páginas e
devem entregar uma ficha de leitura de três páginas. Os alunos do programa de Mestrado
lerão 600 páginas e deverão entregar uma ficha de leitura de cinco páginas (20 pontos).
4. Projeto especial do aluno. O estudante terá de preparar um estudo bíblico de um
texto da Escritura segundo o formato dado no apêndice 1 (30 pontos). Essa é a tarefa da seção
4.
5. Exame final. O aluno demonstrará seu conhecimento dos conceitos e conteúdos dos
materiais do curso (20 pontos).
Observações Finais. O curso pode ser usado para pregações; estudos bíblico;
devocionais, para o público de todas as idades; mensagens por cassete, para rádio, para a
televisão, para a Internet, para página eletrônica, para matéria de imprensa; para escrever um
livro e para qualquer forma de comunicação da mensagem bíblica.
LIÇÃO 1
REFLEXÕES SOBRE O ESTUDO BÍBLICO
INTRODUÇÃO
I. DIAGNÓSTICO 1
1. Por que era errado que Satanás questione Eva acerca do que Deus havia dito?
a) Não é errado questionar o que a Biblia diz, já que a Bíblia foi escrita por homens.
b) Porque a Palavra de Deus foi revelado por Deus e deve ser crida e obedecida.
II. DIAGNÓSTICO 2:
T. J. Bach: “Onde Deus tem colocado um ponto, não mudes para um sinal de
interrogação”.
F.F. Bruce: “A (Bíblia) nunca teve como propósito de ser um livro para eruditos e
especialistas. Desde o princípio tinha como propósito ser um livro para todos e isso é o que na
realidade ela continua sendo”.
João Calvino: “Posto que Deus não fala cada dia desde o céu e que não há mais que
as Escrituras nas quais Ele tem desejado que sua verdade fosse publicada e conhecida até o
fim, e obtêm o mesmo crédito e autoridade entre os crentes... como se as houvessem escutado
pronunciadas pelo próprio Deus”. (Instituição da Religião Cristã, 1.7.1).
John Gerstner: “Se Deus (ou um que tem o poder de Deus), propõe que a Bíblia é a
Palavra de Deus, que pessoa em sã consciência pode duvidar ou questioná-lo? (Handout
Theology, 6.7).
John Gerstner: “Se a Bíblia é a Palavra de Deus, obviamente não pode ter nenhum
erro, em nenhuma parte, em seus textos originais” (Handout Theology, 6.8).
John Gerstner: “Os seres humanos podem e devem orar segundo a Palavra de Deus.
Mas somente Deus pode convencê-los de sua Palavra ” (Mt 16.17; Jo 10.45).
John Gerstner: “Não crerás no que a Bíblia diz se não crer mal que és” (Handout
Theology, 7,7).
Cornélio Hegeman: “Os erros não estão na Bíblia mas nas nossas intenções”.
Theodore Letis: “Hoje em dia estes textos sagrados não deveriam ter nem o aroma do
Oriente Próximo; deveriam estar prontos para falar em linguagem comum e corrente que não
ofereça nenhuma janela ao transcendente, nem uma estrada à consciência religiosa que
animava a essas comunidades que compunham, perseveravam e transmitiam esses materiais
como uma verdade sagrada. Por esta razão, atualmente temos Bíblias que tem sido projetadas
a medida das situações modernas, principalmente por fins de mercado, mas sempre com a
idéia da necessidade de comunicar”.
C.S. Lewis: “Um livro sagrado rejeitado é como um rei despojado de seu trono”.
Martinho Lutero: “Estudo a minha Bíblia do mesmo modo que colho maçãs.
Primeiramente, chacoalho a árvore toda, de forma que os frutos maduros caiam. Depois,
chacoalho cada galho, e quando já chacoalhei todos os galhos, chacoalho cada ramo e cada
ramificação. Então, olho embaixo de cada folha”.
Martinho Lutero: “A Palavra deve prevalecer, porque Deus não pode mentir; o céu e
a terra devem ficar em ruínas antes que a letra mais insignificante ou título de Sua Palavra
fiquem sem cumprimento” (What Luther Says, 1. 68).
Martinho Lutero: “A Bíblia está viva, ela fala comigo; tem pés, ela me persegue; tem
mãos, ela me agarra”.
J. Gresham Machen: “Que devemos pensar então sobre a Bíblia? Eu sustento que os
escritores da Bíblia depois de terem sido preparados para a sua tarefa pelo ordenamento
providencial de toda a sua vida, receberam, além de tudo isso, uma direção sobrenatural e
bendita e o impulso do Espírito Santo de Deus para prevenir os erros que aparecem em outros
livros e que o livro resultante, A Bíblia é em todas as suas partes a Palavra de Deus,
completamente verdade no que diz e completamente autoritária em seus mandamentos”.
San Justin Mártir: “Quando escuta as palavras dos profetas como se fossem suas
próprias palavras, não se deve pensar que são pronunciadas por homens inspirados, mas pela
divina Palavra de quem os inspira”.
A.W. Tozer: “No desenvolvimento de seus processos redentores o Deus imutável faz
uso completo de mudanças, e através de uma sucessão de mudanças chega por fim ao
permanente. A antiga aliança, como algo provisório, foi abolido, e a nova e eterna aliança
tomou seu lugar. A lei, o altar, o sacerdócio, tudo era temporal e sujeito a mudanças; agora a
lei eterna de Deus está guardada para sempre na parte vivente e sensível da qual está
composta a alma. Aqui vemos que Deus usa a mudança como um humilde servidor para
bendizer toda a sua casa redimida, mas ele está fora da lei de mutação e qualquer mudança
que ocorra no universo não afeta a Ele.
Voltaire: “Se quiséssemos destruir a religião cristã, primeiro, que tudo devemos
destruir a crença do homem na Bíblia”.
CONCLUSAO
“Se Deus fala pela Bíblia, cada filho de Deus tem o direito de conhecer o que Deus tem dito
nos manuscritos dos textos bíblicos”.
INTRODUÇÃO
1
R.C. Sproul, Grace Unknown, p. 55.
Cremos que a Sagrada Escritura contém perfeitamente a vontade de Deus e,
suficientemente, ensina tudo o que o homem deve crer para ser salvo. Nela, Deus descreveu
por extenso toda a maneira de servi-lo. Por isso, não é lícito aos homens, mesmo que fossem
apóstolos “ou um anjo vindo do céu”, conforme diz o apóstolo Paulo (Gl 1.8), ensinar outra
doutrina senão aquela da Sagrada Escritura. É proibido acrescentar algo à Palavra de Deus
ou tirar algo dela (Dt 12.32; Ap 22.18-19). Assim se mostra claramente que sua doutrina é
perfeitíssima, e em todos os sentidos, completa. Não se pode escritos de homens à Escritura
divinas, por mais santos que tenham sido os autores. Nem se pode igualar à verdade de Deus
costumes, popularidade, antiguidade, sucessão de tempos ou de pessoas, ou concílios,
decretos e resoluções. Pois a verdade está acima de tudo, e todos os homens são mentirosos
(Sl 116.11) e “mais leves que a vaidade” (Sl 62.9).Por isso rejeitamos, de todo o coração,
tudo que não está de acordo com essa regra infalível, conforme os apóstolos nos ensinaram:
“Provai os espíritos, se procedem de Deus (1 Jo 4.1); e, “Se alguém vem ter convosco e não
traz esta doutrina, não o recebais em casa” (2 Jo 10).
2 Tm 3.16-17; I Pe 1.10-12; Pv 30.6; Gl 3.15; Ap 22.18-19; 1 Tm 1.3; Gl. 1.8,11;1 Co
15.2; At. 26.22; Rm 15.4; At 18.28; Dt 12.32; 1 Pe 4.10-11; Lc 11.13; At 20.27; Jo 4.25;
15.15; 1 Tm 1.13; Cl 2.8; At 4.19; Jo 3.13-31; 1 Jo 2.19; Hb 8.9; 2 Pe 2.17-19; Mt 15.3; Mc
7.7; Is 1.12; Sl 62.9; 2 Tm 2.14; Mc 17.5; Is 8.20; 1 Co 2.4; 3.11; Sl 12.6; Dt 4.5-6; Ef 4.5; 1
Jo 4.1; 2Jo 10.
G GRAMÁTICAL
Princípio: a Bíblia é um livro que consiste
de palavras com significação e regras de A Bíblia diz o que diz. A interpretação não
gramática que tem sentido e lógica (Mt. pode contradizer o que o texto diz.
5:18).
H HISTÓRICO
Princípio: a interpretação bíblica deve História de Redenção
estar de acordo com a história da redenção 1. Criação
e a história humana. 2. Queda
A Bíblia é a História de redenção: 3. Restauração
criação, queda, restauração em Cristo 4. Glorificação no céu
e a glorificação (Gn 3.15; Ap 12.13)
J JUDAICO
Princípio: Temos de entender a religião e a
cultura dos judeus para entender o
contexto da Bíblia.
K KOINE Na atualização da linguagem da Bíblia
O grego Koine é o grego da gente comum. deve-se preservar o sentido literal do texto
original.
Princípio: Na interpretação e na tradução O Koine é muito simples. A Bíblia deve ser
bíblica temos de nos comunicar na língua traduzida numa maneira simples e não
do povo. complicada.
LL PLENITUDE DO ESPÍRITO
Princípio: Para crer na Bíblia, deve-se Antes de interpretar a Palavra de Deus
estar cheio e iluminado pelo Espírito devemos falar com Deus.
Santo (Mt 16.17; Jo 20.27).
M MÚLTIPLO TESTEMUNHO Nenhuma doutrina está baseada em uma só
Princípio: A verdade bíblica é verificada passagem ou em só versículo. Os profetas
pelo testemunho de duas ou mais testificam sobre a Lei e a Lei afirma aos
testemunhas (Dt 17.6; 19.15; 1 Tm 5.19) profetas. As epístolas confirmam os
ensinamentos dos evangelhos e vice-versa.
N NECESSIDADE
Há uma urgência para interpretar a A necessidade mais urgente para a
Bíblia fielmente (Mc 16.15-16). A humanidade está relacionada com a sua
vida espiritual depende da Palavra de submissão ao reino de Deus e seu destino
Deus. eterno. A fé redentora vem por ouvir e crer
Deve-se viver segundo a Palavra de na Palavra de Deus.
Deus (Dt 6.6-7; 8.3; Sl1; Mt 4.4). A
Palavra é normativa.
O ORGÂNICO
Princípio: A Bíblia é verdadeira em Advertência contra aquele que tirar algo da
todos os seus aspectos. É um só escrito Palavra de Deus (Dt 4.2; 12.32; Ap 2.18:19
(Lc 24.25; At 24.14)
A Bíblia é uma totalidade; uma
unidade que não pode ser quebrada (Jo
10.35)
O círculo hermenêutico
DEUS
GLÓRIA REVELAÇÃO
CONTEXTO BÍBLIA
CORAÇÃO EVANGELHO
IGREJA
CONCLUSÃO
PERGUNTAS
INTRODUÇÃO
O ponto de partida é a chave para a interpretação. E isso deve estar claro quanto os
seus pressupostos. Nosso ponto de partida é o conhecimento do Deus verdadeiro, Deus o Pai,
Filho e Espírito Santo.
Para comunicar o evangelho bíblico é necessário que Deus abra as portas do
entendimento e que coloquemos em prática para que sejamos transformados para servi-lo e
adorá-lo. Há pelos menos oito dimensões vitais na interpretação da Bíblia e na comunicação
do Evangelho.
1. Hermenêutica e Deus
2. Hermenêutica e a revelação de Deus
3. Hermenêutica e a Bíblia
4. Hermenêutica e o Evangelho
5. Hermenêutica e a Igreja
6. Hermenêutica e o coração humano
7. Hermenêutica e o evangelho no contexto humano
8. Hermenêutica e a glória de Deus.
I. HERMENÊUTICA E DEUS
Para interpretar a Bíblia como Palavra deve-se conhecer o autor da Palavra de Deus. O
autor da palavra de Deus é o próprio Deus. Deus Pai, Filho e Espírito Santo.
A interpretação correta da Bíblia glorificará somente a Deus (Mt 4.10). A interpretação
equivocada nega ao verdadeiro Deus (Mt 4.4). A tentação de Jesus e os conflitos que ele teve
com os líderes religiosos mostram essa dinâmica. As interpretações de Jesus sobre a Bíblia
sempre estavam em conflito com as interpretações dos líderes religiosos, não crentes. Os que
o rejeitaram como Filho de Deus, rejeitam ao Pai do Filho de Deus. Não se pode separar o
Deus verdadeiro da verdadeira interpretação da Palavra de Deus.
Na teologia sistemática, o estudo do conhecimento de Deus é a “teologia própria”.
Esta área da teologia estuda o conhecimento sobre a natureza, as obras, os nomes e a
revelação de Deus. A revelação de Deus é a maneira pela qual Ele se faz conhecer.
Além dos atributos, características, nomes e obras de Deus, o texto bíblico pode
mencionar o que não é de Deus, ou seja, a idolatria. Por exemplo, o primeiro mandamento
diz: “Não terás outros deuses diante de mim”. O nome usado para “deuses” é elohim. Elohim
é plural e também é usado para definir o Deus verdadeiro (Gn 1.1) A diferença é que há um
elohim verdadeiro e um elohim falso.
Os filhos de Deus são conhecidos por crer na Palavra. Jesus disse: “Aquele que
pertence a Deus ouve o que Deus diz. Vocês não ouvem porque não pertencem a Deus”
(NVI).
Uma Testemunha de Jeová ou um mórmon começa sua interpretação da Bíblia em
erro. O TJ inicia com a ideia de que o Filho de Deus não é eterno e não é Deus.
Automaticamente, ao negar o eterno Filho de Deus nega que Deus, seja Pai eterno. Um pai
eterno sem um filho eterno não é pai eterno. Os mórmons crêem na pré-existência da alma
humana, mas não crêem que o Filho de Deus seja eterno. Assim pois, como os TJ estão
servindo a um ídolo.
Se Deus não se revela, não podemos conhecê-lo. Só Deus pode revelar-se. Ele não
pode revelar-se equivocadamente. A revelação de Deus corresponde a seus atributos,
incluindo a perfeição. Ele deve revelar-se perfeitamente. E a maneira como Deus decidiu se
revelar é por mandamentos que são escriturados.
Os autores humanos da Bíblia são inspirados por Deus (2 Tm 3.16; 2 Pe 1.21). O
próprio Deus que inspirou a Bíblia é quem ilumina ao crente para crer e entender a Palavra de
Deus (Mt 16.17).
Explícita e implicitamente, o autor divino se revela no texto bíblico. Nós somos
recipientes da revelação de Deus. Pela revelação geral Deus se faz conhecer a todo homem
por meio de sua obra: a criação, a providência de Deus, a história humana, as experiências
comunitárias e pessoais e pela iluminação da mente humana. A revelação especial de Deus é
por meio de teofanias, pela Bíblia, pela pessoa de Jesus e pela presença do Espírito Santo.
A Bíblia é a revelação especial de Deus escrita. Este meio escrito deve ser examinado
segundo o que foi escrito pelos autores humanos, examinando os antigos manuscritos usados,
identificando o método de tradução das diferentes versões da Bíblia e por conhecer o sentido
do idioma usado.
Na história da igreja têm surgido dois níveis de estudos “críticos”. Temos a alta crítica e
a baixa crítica. Ambas são importantes. A alta crítica examina a motivação dos autores
bíblicos e examina o propósito literário. Eles falam da intencionalidade e propósito do texto
bíblico. A baixa crítica examina os manuscritos antigos quanto aos autores; como foram
transmitidos àqueles a quem foram escritos.
1. Revelação Especial
3. Em que idioma foi escrito o texto original? Você pode discernir alguma diferença
entre o texto original e a tradução do texto que você está usando?
O estudante tem de ter estudado os idiomas originais para responder essas perguntas,
tais como hebraico e grego, para fazer comparações.
2
Fernández, Biblias Castellanas en el Exilio.
Durante o século 20 surgiu a inquietação de que havia manuscritos gregos mais antigos
que o Textus Receptus. No ano de 1978, a primeira edição completa da Nova Versão
Internacional foi publicada em inglês.3 Nos anos 90, a edição espanhola do Antigo
Testamento foi apresentada (1999).
A Igreja Católica Romana usa a versão A Bíblia de Jerusalém (1975) entre outras: A
Santa Bíblia: Edições Paulinas (1964); Edição Popular das Sagradas Escrituras (Herder,
1964); e o Novo Testamento, por Felipe Fuenterrabía (1964). A Sociedade Bíblica Unida
também tem a versão Deus Fala Hoje com livros apócrifos.
Há uma variedade de Bíblias contextualizadas e versões parafraseadas. A mais usada é a
versão Deus Fala Hoje publica pela Sociedade Bíblica Unida. Estudantes da Bíblia também
usam a versão Deus Chega ao Homem (1966) e O Mais Importante é o Amor (1972).
Em termos práticos, há duas diferenças significativas entre a Reina Valera e a Nova
Versão Internacional: a) a inclusão e exclusão de alguns textos bíblicos; e b) a interpretação
literal e a interpretação de equivalência dinâmica. Vamos considerar a primeira distinção
agora e tratar da segunda depois.
O argumento dos eruditos para ambas “escolas de interpretação” é que sua coleção de
manuscritos é o mais antigo. Entretanto, com os novos descobrimentos, sempre fica a dúvida
de que há outros manuscritos mais antigos por se descobrir. A lei da antiguidade é uma
consideração importante, mas não é algo absoluto nem certo. Para o Antigo Testamento, o
descobrimento dos rolos do Mar Morto, mais a tradução Septuaginta (LXX) do hebraico para
o grego estabeleceu um texto padrão para o Antigo Testamento. Para o Novo Testamento
temos milhares de escritos e temos de estudá-los para apresentar o que a maioria dos
manuscritos confiáveis tem em comum.
É importante manter intacto os textos recebidos e interpretar as Escrituras com as
Escrituras. Em geral, a Reina Valera inclui textos que estão no Textus Receptus mas que não
estão na coleção de Alexandria, a coleção de manuscritos usados na tradução da Nova Versão
Internacional (NVI). A NVI tem o costume de por os textos sob discussão na margem do
texto. Como podemos estar certos de que os textos sob discussão são parte da Palavra de
Deus? Temos de comparar as Escrituras com as Escrituras. São muitos os textos sob
discussão? A lista das discrepâncias preparadas por Bruce Metzger da Sociedade Bíblica
Unida é relativamente breve.4
Para o estudo da Bíblia, a tradução da Bíblia em várias versões tem sido estimulante.
Sempre é bom comparar as versões para ver se há uma maneira melhor de traduzir o texto
3
NIV Study Bible, “preface.”
4
Metzger, 1975.
original. Não há razão para excluir evidências dos novos estudos e não considerar as reflexões
dos textos. O estudo sério e honesto do texto bíblico é parte da interpretação bíblica.
Todavia, a introdução de novas traduções entre as igrejas evangélicas tem causado
confusão. É mais difícil memorizar textos quando há muitas traduções, as leituras
congregacionais são mais difíceis de realizar. A igreja é invadida por traduções privadas, sem
considerar o caráter ecumênico e histórico da igreja. A mesma crítica é válida para
reformulação das traduções dos credos e hinos tradicionais da igreja. 5
Para promover a liberdade de consciência em relação ao estudo da Palavra e para
manter a ordem na liturgia da Igreja é recomendável usar uma variedade de versões bíblicas
para o estudo, ensino e pregação da Palavra e usar uma só versão para o culto da congregação.
Para a tradução da Bíblia em idiomas que ainda não tem uma tradução é importante
reconhecer uma versão autorizada. Caso não exista essa versão, cada intérprete vai traduzir de
acordo com a sua opinião. Também, deve traduzir das línguas originais para os idiomas
comuns. Os leitores têm o direito de conhecer o que dizem os textos originais. O perigo do
uso do método equivalente dinâmico é que o receptor não estaria em contato com o texto em
contato com o texto revelado, mas com a interpretação do texto revelado. Facilmente a
tradução chega a ser a palavra de homem, ao invés de ser a Palavra de Deus. Ao mesmo
tempo, os tradutores devem associar corretamente a linguagem bíblica com a linguagem
contemporânea. Sempre há que recordar que o grego Koiné do NT era a linguagem do povo.
Quando uma linguagem de uma tradução literal do Koiné chega a ser uma linguagem cultural
e liturgicamente de elite, deve-se traduzir o Koiné de novo, na língua do povo.
a) Literal
A tradução literal do texto comunica a forma, o conteúdo e o contexto do texto como
foi escrito. A forma gramatical de uma palavra deve ser preservada o máximo possível que a
linguagem do receptor permita. O conteúdo ou o significado da palavra é preservado para
permitir ao receptor conhecer o que foi revelado na Bíblia. O contexto muitas vezes dá a
ênfase do texto. Não há razão para descontextualizar a tradução. Como é popularmente dito, o
texto sem o contexto é um pretexto.
O método literal é usado pela Reina Valera
5
Ryken, 2002.
b) Equivalência dinâmica
A tradução em equivalência dinâmica presta mais atenção ao conteúdo do texto que a
forma como foi traduzido. Se um conceito não existe no contexto do leitor receptor, não há a
possibilidade de introduzir o novo contexto a algo distante da cultura. Por um lado, o receptor
receberá uma mensagem compreensível, mas por outro lado, o receptor depende da
interpretação humana e não é permitido crescer em conhecer algo novo e diferente. O
contexto do leitor receptor determina a leitura.
O método de equivalência dinâmica é usado pela NVI.
c) Paráfrase
Uma paráfrase não de preocupa em manter a forma gramatical dos manuscritos
bíblicos, mas uma interpretação do conteúdo do texto é dada para que o ouvinte possa
entender a mensagem. A paráfrase funciona como um comentário do texto bíblico.
d) Contextualização
Uma tradução contextualizada usa a Bíblia para promover uma missão extra-
bíblica.Por exemplo, há versões marxistas, feministas, carismáticas ou outras cosmovisões.
6
Em português, temos também, as versões: Almeida Revista e Atualizada e Almeida Revista e Corrigida. Essas
são as mais usadas.
1. Em que época histórica ocorre o texto?
a) Primitiva (? – 1200 a C)
b) Patriarcas (1200 – 1500)
c) Êxodo (1500-1400)
d) Conquista (1400- 1390)
e) Juízes (1390 – 1050)
f) Reino Unido (1050-930)
g) Reino Dividido (930-720)
h) Exílio (720 – 530)
i) Restauração (530 - 400)
j) Período intertestamentário (400-0)
k) Vida de Jesus (0- 33)
l) Igreja Primitiva (33- primeiro século)
As datas dos eventos históricos são aproximadas. Uma razão para isso é o uso de vários
calendários. Por exemplo, hoje em dia, o mundo de língua inglesa e espanhola usa o
calendário romano. O calendário romano designou um ano específico para o nascimento de
Jesus (ano 0). Os eruditos bíblicos nos informam que é mais provável que Jesus nasceu no ano
4 (a C). Mas isso não muda a historicidade do evento do nascimento de Jesus. Estamos
seguros que Jesus viveu 33 anos e que seus últimos três anos foram de ministério. O
ministério de Jesus é documentado segundo o calendário cerimonial do povo de Deus e
também comprovado pelos eventos históricos na vida dos judeus e romanos.
O estudante da Bíblia presta muita atenção a historicidade da Bíblia. Se as narrativas,
profecias e os ensinamentos bíblicos não correspondem a realidade da história, estamos
estudando um livro mítico e subjetivo à interpretação do autor original e ao intérprete.
HISTÓRIA/CRONOLOGIA
DATA
EVENTO HISTÓRICO ESCRITURA APROXIMADA
Nascimento de Jesus Lucas 2:1-20 4-0 aC
Jesus visita o templo Lucas 2: 41-52 9-12 dC
Ministério público de Jesus Evangelhos 29-33 dC
A cruz e a ressurreição Evangelhos 33 dC
Pentecostes Atos 2 33 dC
Morte de Estevão Atos 6 35 dC
Conversão de Paulo Atos 9 36 dC
Pedro aceita os gentios Atos 10 40 dC
Primeira viagem missionária de Paulo Atos 13-14 48-49 dC
Reunião de Jerusalém Atos 15 49-50 dC
Segunda viagem missionária de Paulo Atos 15-18 50-53 dC
Terceira viagem missionária de Paulo Atos 18-21 53-57 dC
Viagem de Paulo a Roma Atos 27-28 59 dC
Paulo encarcerado em Roma Atos 28 60-63 dC
As epístolas de João I, II, III de João 80-95 dC
O apocalipse de João Apocalipse 90-96 dC
Morte de João 96-100 dC
a) Costumes
b) Religião
c) Política
d) Economia
e) Família
f) Filosofia
g) Papel da pessoa
INFLUÊNCIA DA CULTURA
RELIGIÃO
Deve colocar o texto bíblico em seu gênero de livro. Note-se que todos os gêneros de
livros são históricos. De modo algum a Bíblia pode ser considerada como mito.
Os livros da Bíblia são canônicos. Cada Bíblia tem sido identificado como Palavra de
Deus pelo testemunho dos profetas e apóstolos; por seu conteúdo consistente com todas as
Escrituras; e por seu uso nas igrejas apostólicas. A Bíblia é uma literatura especial, sendo
Deus o seu autor principal. Na Bíblia encontramos a perspectiva de Deus em relação a história
humana e as experiências pessoais.
A história e as experiências são interpretadas pelos ensinamentos e profecias. Pois
deve-se conhecer a história e as experiências e saber como usar os ensinos e as profecias. O
texto deve ser colocado em seu contexto (história, cultura, gramática).
7
Mariano Avila, “Descripción de las Metodologías Hermenéuticas.” Teología Bíblica del Antiguo Testamento, MINTS,
2000, p. 2.
8
Mario Llerena, Manual de Estilo, p. 284.
9
Llerena, p. 285.
10
Llerena, p. 287.
11
Llerena, p. 291.
12
Llenera, p. 291.
f) Metáfora: “A figura de linguagem na qual uma palavra ou frase que descreve um
tipo de objeto ou ideia é usada para referir-se a objetos e idéias de natureza totalmente
distintas”.13
“O SENHOR ruge de Sião e troveja de Jerusalém...”
g) Metonímia: “o uso do nome de uma coisa pela outra, sempre e quando existe
associação”.14 “Casa de Azael” (Am 1.4), é o palácio real.
h) Personificação: “É atribuir qualidades humanas a coisas não humanas”. A justiça e a
paz se beijaram”. (Salmo 85).
i) Polaridade: “É uma expressão que o todo se dá a entender mediante a menção de
seus extremos”. (Chávez, 70) “Derrubarei a casa de inverno junto com a casa de verão”. (Am
3.15).
j) Repetição: a repetição busca um efeito de ênfase por repetir palavras ou de fórmulas
de palavras. “Louvai a Deus...” “Ai de vós”.
k) Símile: comparação em que usa “como”.
10. Como o texto se relaciona com a estrutura literária do livro no qual está inserido?
Identifique a estrutura literária do livro.
A Bíblia existe para comunicar o evangelho do Senhor Jesus Cristo. Estudar o texto
bíblico e não ver o conteúdo referente ao evangelho que se encontra no texto é fazer uma má
leitura da Bíblia.
1. Que mensagem do evangelho você quer que as pessoas escutem por meio desta
passagem?
Você deve formular como o evangelho é expresso, explicitamente ou implicitamente
pelo texto e propor como comunicar isso a outros.
2. Que ação você gostaria de ver na prática como resultado de escutar essa
passagem?
Identifique essa ação.
5. Como você pode ajudar ao ouvinte para que leve esta mensagem a outros?
Identifique a resposta desejada para o ouvinte.
6. Faça um resumo sobre como você gostaria que o ouvinte pusesse em prática o que
aprendeu.
V. HERMENÊUTICA E A IGREJA
Antes de uma pessoa interpretar a Bíblia, a igreja tem sido usada para receber a Bíblia,
traduzi-la, transmiti-la, defendê-la e viver de acordo com ela.
1. Qual versão da Bíblia é usada em sua igreja?
Há igrejas que têm uma versão oficial. Outra igrejas usam a versão mais disponível.
2. Sua igreja tem uma doutrina quanto à inspiração da Bíblia? Esta doutrina está
escrita em um credo ou em um documento da igreja?
Uma boa confissão ou credo da igreja reconhece a autoridade máxima da Palavra de
Deus (veja o artigo 7 da Confissão Belga).
a) O coração de Deus
4. Faça seu próprio resumo do que você sabe sobre o coração de Deus e da
comunicação com o texto bíblico.
Faça seu próprio resumo.
5. Faça uma lista dos pedidos de oração que você tem para conhecer melhor o
coração de Deus.
6. Que informação você tem sobre o propósito que o autor humano tem quando
escreveu o texto?
O autor humano do texto bíblico tem seu próprio propósito para escrever. Deus usa a
situação e as idéias do autor humano para se comunicar com os crentes.
9. Você tem preparado seu coração em oração antes do estudo do texto bíblico? Por
quais coisas você ora ao estudar o texto bíblico?
Deve falar com o Autor da Palavra: Deus.
10. Quanto tempo está destinando para interpretar a Palavra? O que o tempo e a
preparação que você tem dedicado diz acerca da importância do que você quer estudar?
O estudo da Palavra requer usar o tempo com qualidade. Se deixarmos o estudo em
último lugar, para quando estivermos cansados e prontos para dormir, não devemos esperar
grandes resultados.
12. É necessário enfrentar e resolver o pecado em sua vida antes de estudar o texto?
É importante ser honesto e transparente com Deus. Ele já conhece seus pensamentos,
ações e transgressões de omissão. Então antes de estudar, confesse seus pecados.
14. Sua igreja tem uma posição doutrinária a respeito do texto em estudo?
Anote as doutrinas de sua igreja que estão relacionadas com o texto em estudo
a) Católica Romana
Tradicional
Teologia da libertação
Carismática
b) Protestante
Reformado
Arminiano
Pentecostal
Neo-carismática
Liberal
c) Outra
17. Relate brevemente o que aprendeu do texto bíblico e as mudanças de opinião que
teve enquanto o estudava.
O comunicador deve auto-examinar-se para ver se a Palavra está mudando suas
atitudes e ações.
18. O texto bíblico tem mudado a sua vida, ações e suas relações?
Além de sua transformação de atitude e ação; de que forma o ensino do texto bíblico
pode transformar suas relações na vida?
1. Física
Aqui se fala da saúde física do ouvinte. Deve-se anotar disfunções e enfermidades.
2. Emocional
Por razões internas ou externas o ouvinte pode estar sofrendo emocionalmente.
3. Mental
A saúde está relacionada com a operação da memória, racionalidade, emoções,
consciência, vontade e fé.
4. Espiritual
Há crentes em Cristo e não crentes. Os crentes vivem segundo a presença do Espírito
Santo. O crente ora a Deus para que interprete segundo a vontade de Deus.
8. Relação matrimonial
A Palavra de Deus tem uma norma muito alta para a vida matrimonial: O marido deve
amar sua esposa como Cristo amou a sua Igreja. Qual é o status familiar desse intérprete.
12. Vocação
O desemprego afeta ao intérprete e ao ouvinte. A abundância ou escassez dinheiro nos
afetam.
16. Idioma
Muitos ouvintes têm uma língua materna, enquanto que a Bíblia é lida e comunicada
em sua segunda língua.
3. Se Deus é glorificado por meio do texto, como isso lhe ajuda a amá-lo mais?
O grande mandamento é amar a Deus sobre todas as coisas e ao teu próximo como a si
mesmo. O que no texto mostra esse amor?
4. Se Deus é glorificado por meio do texto, como isso lhe ajuda a servi-lo melhor?
Como o texto mostra que Deus está trabalhando?
6. Em resposta ao texto sob estudo, quais são os louvores que devo dar a Deus?
Mencione-as.
8. Em resposta ao texto sob estudo, quais são suas ações de graça para Deus?
Mencione-as.
9. Em resposta ao texto sob estudo, quais são suas petições para Deus?
Mencione-as.
10. Em resposta ao texto sob estudo, quais são suas petições para outras pessoas?
Mencione-as.
CONCLUSÃO
O círculo hermenêutico é importante para uma interpretação integral da Bíblia. O
início, o propósito e o resultado é teocêntrico. Deve começar, continuar e concluir em Deus.
Deve-se respeitar a maneira como Deus tem se tem revelado. A revelação geral e a revelação
especial não estão em conflito mas se confirmam. A Bíblia, como parte da revelação especial,
é um livro especial inspirado por Deus e escrito por homens, usando a gramática e idéias
humana situados em contextos humanos, usando a gramática e idéias humanas situado em
contexto humano. Deve-se conhecer todas as dimensões do texto bíblico e do intérprete da
Bíblia. A Bíblia fala sobre a boa notícia de salvação por fé em Cristo Jesus. Este evangelho
deve ser explicado do ponto de vista bíblico, aplicado ao coração humano e aplicado no
contexto humano. O Evangelho vai transformar os eleitos à imagem de Deus. Ao cumprir
isso, Deus será glorificado no cumprimento de seu propósito e vontade.
PERGUNTAS
1. Quais são os 4 métodos que se usam para traduzir a Bíblia? Dê uma breve
explicação de cada um.
4. Quais são algumas características da cultura que se deve levar em conta ao estudar o
texto bíblico?
10. Aponte as 8 partes do círculo hermenêutico. Você está de acordo com esta maneira
de interpretar a Bìblia?
LIÇÃO QUATRO
EXERCÍCIOS DE EXEGESE
INTRODUÇÃO
Usando os princípios de interpretação bíblica apresentados na lição 3, faremos um
estudo de Marcos 16: 15-16:
“E disse-lhes: "Vão pelo mundo todo e preguem o evangelho a todas as pessoas.
Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado”.
I. EXEGESE E DEUS
Deus é quem dita esta mensagem. Na expressão “E disse-lhes” é Jesus Cristo que está
falando. Pois, o texto bíblico está relacionado diretamente com Deus. Temos de tratar o texto
da maneira como o relacionamos com Deus. Ele é parte da Palavra de Deus.
Ele disse (quem é ele?). Sua identificação principal encontramos no livro de Marcos.
b) Filho do homem
2.10. Pois para que saibam que o Filho do homem tem autoridade na terra para perdoar
pecados (disse ao paralítico)...
2.28. Portanto o Filho do Homem é Senhor e Senhor do Sábado.
8.31. Então, começou ele a ensinar-lhes que era necessário que o Filho do Homem
sofresse muitas coisas...
8.38. Porque qualquer que, nesta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim
e das minhas palavras, também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier na
glória de seu Pai com os santos anjos.
9.9. Ao descerem do monte, ordenou-lhes Jesus que não divulgassem as coisas que
tinham visto, até o dia em que o Filho do Homem ressuscitasse dentre os mortos.
9.12. Então, ele lhes disse: Elias, vindo primeiro, restaurará todas as coisas; como,
pois, está escrito sobre o Filho do Homem que sofrerá muito e será aviltado?
9.31. porque ensinava os seus discípulos e lhes dizia: O Filho do Homem será entregue
nas mãos dos homens, e o matarão; mas, três dias depois da sua morte, ressuscitará.
10.33. Eis que subimos para Jerusalém, e o Filho do Homem será entregue aos
principais sacerdotes e aos escribas...
10.45. “Porque o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a
sua vida por resgate de muitos”.
13.26. “Então se verá o Filho do Homem, vindo sobre as nuvens com poder e glória”.
14.21. “Pois o Filho do Homem vai, como está escrito a seu respeito; mas ai daquele
por intermédio de quem o Filho do Homem está sendo traído! Melhor lhe fora não haver
nascido!
14.41. “Veio pela terceira vez e lhes disse: Ainda dormis. Chegou a hora; o Filho do
Homem está sendo entregue nas mãos dos pecadores”.
14.62. “E Jesus lhe disse: Eu sou e vereis o Filho do Homem sentado a direita do
Todo-poderoso, e vindo com as nuvens do céu”.
Em Marcos 16.15-16, Jesus Cristo, o Filho de Deus, o Filho do Homem, nos fala.
15
Os que seguem o texto Receptus, tais como Calvino, Lutero, os reformadores do século XVI; os puritanos do
século XVII até XVIII, usaram o Texto Receptus. Com a formulação do Texto Majoritário, o texto crítico do
século 19 (Westcott e Hort, texto em grego), cada geração tem recebido varias versões de leituras de manuscritos
antigos. O Texto Receptus porém mudou muito pouco. João Calvino, Martinho Lutero, Charles Spurgeon usaram
o Texto Receptus. Bruce Metzger, William Lane, William Hendricksen usam o texto crítico. Os estudantes
devem considerar ambas posições.
1. Que versão da Bíblia está sendo usada?
Entre as muitas versões que existem, vamos considerar as contribuições da Reina
Valera (RV: 1960) e a Nova Versão Internacional (NVI). A RV inclui os versículos 9-20 de
Marcos 16 enquanto que a NVI expressa dúvida que este versículos sejam escritos por Marcos
e não o incluem no texto original. [Todavia, por não estar certo, a NVI traduz esta porção e
põe uma nota explicativa].
3. Identifique as palavras chaves e lhes dê uma definição bíblica. Essas palavras são
usadas com um sentido diferente em outro contexto bíblico?
Indo: Particípio aoristo, passado. Singular. Masculino.
Mundo: o mundo conhecido.
Pregai: 2 pessoa do Plural. Indicativo aoristo. Ativo. Imperativo. Declarar, anunciar.
Criatura: pode ser criação.
Toda: inclusivo.
6. Qual é a informação histórica relacionada com o texto e que pode afetar seu
significado?
A grande pergunta é se esse texto é parte do livro original. Há pelo menos quatro
maneiras de considerar este texto:
a) é parte do livro original
b) As evidências externas não são conclusivas mas o conteúdo é bíblico
c) Não é parte do livro original mas o conteúdo é bíblico
d) Não é parte do livro original e o conteúdo é anti-bíblico.
As opções (a) e (b) são as opções mais sérias. Não duvido de que haja versões
completas e incompletas do livro de Marcos. Estou de acordo com a Reina Valera e com a
NVI que mantém Marcos 16.9-20 dentro do texto, com uma explicação sobre a ausência
destes versículos em alguns manuscritos antigos. Pode-se considerar estes versículos como
parte da Palavra de Deus.
10. Como se relaciona o texto em estudo com o propósito geral de toda a Bíblia?
A pregação do evangelho a todo o mundo é parte da essência da mensagem bíblica.
Deus é único criador (Gn 1.1). A humanidade caiu em pecado e em rebelião contra Deus (Gn
3.1-7). Deus prometeu redenção por enviar um libertador ungido, o Messias (Gn 3.15). Jesus,
o Filho de Deus e Filho do Homem é o libertador para os que crêem nele (Mc 1.1). Esta boa
nova deve ser pregada por todo o mundo (Mc 16.15).
11. Como o texto se relaciona com o tema principal do livro bíblico no qual se
encontra?
O tema principal do livro de Marcos é identificado em Marcos 1.1 “Princípio do
Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus”. O começo do evangelho, a boa notícia sobre a
salvação pela fé em Jesus Cristo é apresentada em Marcos como:
A. Introdução (1.1): apresentação do tema do livro.
B. Preparação (1:1-13): Preâmbulo ao ministério de Jesus:
1. Profecias de Isaías e preparação por João;
2. Batismo por João;
3. Tentação de Jesus.
A introdução do Evangelho de Marcos ao ministério de Jesus é muito breve. Não há
menção da genealogia, nem a história de Jesus em Belém e Nazaré. Marcos faz um resumo
sobre João, o batismo com água e a tentação e, então, começa a descrever as ações e poder de
Jesus. Marcos está escrevendo aos romanos e aos gentios, pois não fala muito dos judeus, sua
lei, o templo e sua história.
C. Ministério na Galiléia (1.1-9.50)
A maior parte do livro de Marcos é sobre o ministério de Jesus fora da Judéia e
Jerusalém. Jesus é missionário que sai da cidade e vai ao campo. Ali no campo missionário,
ele viaja com os seus discípulos, cura os enfermos e repreende os demônios. Ele mostra sua
compaixão pelas multidões, ensinando-lhes e alimentando-lhes. Em todas as suas ações de
poder ele mostra que é Filho de Deus.
D. Ministério na Pereia (10.1-52)
Jesus é o mestre de ética, sem comparação. Ensina sobre o divórcio e as riquezas.
Mostra compaixão a Bartimeu e identifica o seu lema: “Porque o Filho do Homem não veio
para ser servido, mas para servir e dar vida em resgate de muitos” (10.45).
E. Ministério em Jerusalém (11.1-15.47)
A crucificação de Jesus é o enfoque principal do evangelho. Na cruz Jesus morreu
pelos pecadores e recebeu o castigo divino em nosso lugar (1.9-11; 10.38; 14.36; 15.34). A
rebelião e a depravação moral da raça humana, dos líderes, dos religiosos, são claramente
mostradas no fiasco do juízo e crucificação de Jesus. O Rei dos Judeus se torna o Rei dos reis,
e sua mensagem será praticada em todo o mundo. Ele que foi rejeitado pelos judeus e
condenado pelos romanos, agora vem para reinar sobre o povo de Deus e estabelecer seu
reinado por todo o mundo.
F. Ministério depois da ressurreição (16.1-13)
Jesus aparece primeiro aos excluídos, as mulheres, aos que estão fora de Jerusalém e
finalmente aos onze discípulos. A ressurreição não é só para os de Jerusalém, mas para
pessoas com necessidades. Novamente, há uma ênfase no poder de Jesus sobre os demônios
(16.9).
G. Ministério da Grande Comissão (16.14-20)
A relação entre Marcos 16.14-20 e o livro e temas principais de Marcos são
numerosos: 1) a conclusão de Marcos (16.14-20) concorda com a introdução (1.1). 2) Marcos
apresenta que o ministério de Jesus não é somente para os judeus em Jerusalém mas para
todas as pessoas em comum, inclusive os que estavam fora de Jerusalém. O evangelho é para
todo mundo (16.15). 3) Jesus tem poder sobre Satanás e os demônios (16.17-18). 4) Jesus é o
Filho de Deus e este Deus está com o seu povo (16:20).
12. Como o texto se relaciona o com a estrutura literária do livro bíblico no qual se
encontra?
Como cada um dos quatro evangelhos, Marcos termina com a ressurreição e a grande
comissão.
13. O texto tem a sua própria estrutura literária?
A estrutura literária é semelhante aos demais evangelhos.
17. Faça um resumo da informação específica que você relaciona com o texto bíblico
em estudo.
1. Que mensagem do evangelho você deseja que as pessoas escutem por meio desta
passagem?
Devemos comunicar com clareza que há um só caminho para ser salvo, crendo em
Cristo Jesus como Salvador. Devemos anunciar que só há salvação por meio da fé em Cristo.
2. Que ação você gostaria de ver em prática como resultado do escutar esta
passagem?
Nossa oração e esperança é para os que escutam o evangelho creiam no Salvador.
5. Como você pode ajudar o ouvinte para que leve esta mensagem a outros?
Na pregação diga a eles que vão e preguem!
6. Faça um resumo de como você gostaria que ouvinte pusesse em prática o que tem
aprendido.
O ouvinte cristão pratica a grande comissão e ensina a outros a fazer o mesmo.
V. EXEGESE E A IGREJA
2. Há uma diferença na leitura do texto da versão que sua igreja usa e as demais
versões?
Sim. Se o texto não é parte da Bíblia, devemos reconsiderar seu uso. Porém, as
evidências externas (antiguidade do manuscrito, se foi acrescentado ou tirado) não são certas.
Temos de avaliar estes textos segundo eles mesmos (evidência interna). A mensagem destes
textos é consistente com outros textos semelhantes (a Grande Comissão no final de Mateus,
Lucas e João?) Creio que sim.
a) O coração de Deus
1. Você tem preparado seu coração em oração antes do estudo do texto bíblico? Por
quais coisas orou?
Devo reconhecer que não tenho orado. Devo recordar isso.
4. Você necessita enfrentar e resolver o pecado em sua vida antes de estudar o texto?
A falta de oração antes de começar o estudo, mostra a minha arrogância humana.
6. A sua igreja tem uma posição doutrinal a respeito deste texto em estudo?
Sim, nossa igreja aceita a inclusão de Marcos 16:15-16 no cânon bíblico.
7. Você conhece as diferentes interpretações do texto?
Sim, a igreja permite o uso de várias traduções do texto (Reina Valera, Nova Versão
Internacional).
9. O que você aprendeu do texto que está estudando? Relate brevemente as mudanças
de opinião ou de parecer que tem tido enquanto estudava.
A mudança mais radical tem sido reconhecer que o evangelho deve ser pregado por
todo o mundo e a cada pessoa.
13. Ao estudar a passagem bíblica, como o seu coração tem sido transformado?
Meu coração foi mudado por examinar o texto bíblico.
14. Quais são seus pedidos de oração para que seu coração esteja preparado para
apresentar a mensagem?
Que Deus me use para o cumprimento desta comissão. Que Deus intensifique minha
capacidade de oração.
1. Você está de acordo com a interpretação do autor sobre a inclusão de Marcos 16.15-
16 na Bíblia? Expresse a posição dos que dizem que Marcos 16.15-16 não está na Bíblia.
3. Há grupos que usam Marcos 16.15-16 para dizer que se alguém não é batizado não
é salvo. Qual seria sua resposta?
5. A qual gênero literário pertence Marcos 16.15-16? Por que é importante identificar
o gênero literário corretamente para interpretar o texto?
9. Você está de acordo que Deus é glorificado “quando os ouvintes não crêem em
Jesus Cristo e são condenados” tal como é dito em Marcos 16.15-16?
10. Se Marcos 16.15-16 não é parte da Bíblia original, ele faz falta?
LIÇÃO CINCO
MÉTODOS DE ESTUDOS BÍBLICOS
INTRODUÇÃO
Qual é a distinção entre a hermenêutica, a exegese e outros métodos de estudos?
Primeiro, as três estão associadas, cada uma é uma dimensão do estudo do texto bíblico. A
hermenêutica são os princípios de interpretação: a exegese é a aplicação dos princípios de
interpretação e os métodos de estudo são sistema de ensino para organizar e apresentar a
informação do texto.
Neste curso, apresentaremos oito métodos de estudos que corresponde aos oito
princípios do círculo hermenêutico.
I. MÉTODO TEOLÓGICO
MÉTODO TEOLÓGICO
Relação do texto com Deus o Pai
Relação do texto com Deus o Filho
Relação do texto com Deus o Espírito
Identificação de ídolos
MÉTODO CRÍTICO
Identificação dos autores do texto bíblico
Identificação dos receptores originais do texto
Identificação da família de manuscritos usados
Compreensão das diferenças que há entre as famílias de manuscritos
Versão Bíblica
Método de tradução usado (literal, equivalência dinâmica, paráfrase, contextualizada)
Idioma do texto
Idioma usado na interpretação
Texto:
MÉTODO INDUTIVO
Textos de referência:
1.1
1.2 (etc).
MÉTODO LITERÁRIO
Identifique o gênero da passagem e do texto
Identifique o tema do livro e o subtema da passagem onde está o texto
Observe se há o uso de figuras de linguagem.
Outro propósito do estudo de Marcos é ajudar ao estudante a ser analítico, pensar por
si mesmo usando os dados bíblicos e seu conhecimento das boas novas de Jesus Cristo. Para
analisar o conteúdo de uma passagem PODE-SE usar o sistema dialético, esse, porém, não é o
único sistema lógico para analisar um texto.
A dialética usa o sistema lógico de tese, antítese e síntese. A tese é a hipótese de seu
ponto de vista ou argumento. A antítese é a posição contrária à tese. A síntese é a resposta da
tese frente a antítese. Vou acrescentar uma dimensão a mais: o sincretismo. O sincretismo é a
coexistência da tese e da antítese. É uma síntese sem solução.
O termo “dialético” não é muito conhecido entre os estudantes evangélicos e isso, por
causa da sua associação com o niilismo de Nietzsche e com o materialismo. Todavia, nem
Frederico Nietzsche nem Carl Marx são os autores desse sistema filosófico de lógica. Deus é
o Logos, o princípio e o fim da lógica. É a causa primeira, o provedor soberano e o propósito
final. O Logos é conhecido em Jesus Cristo (João 1.1) e rendemos todos os nossos
pensamentos e idéias a Ele.
Em termos bíblicos, a dialética pode ser descrita assim:
V. MÉTODO DOUTRINÁRIO
CONCLUSÃO
Escolha um texto da Bíblia e faça um estudo pessoal usando a folha de estudo. Para
esse exercício é recomendável usar a folha e por espaços entre as linhas para responder
usando a própria folha.
FOLHA DE ESTUDO DE UMA PASSAGEM BÍBLICA
Texto: Título:
MÉTODO TEOLÓGICO
Relação do texto com Deus o Pai, Deus o Filho, e Deus o Espírito Santo.
Identificação de ídolos.
MÉTODO CRÍTICO
Identificação dos autores do texto bíblico
Identificação dos receptores originais do texto
Identificação da família de manuscritos usados
Compreensão das diferenças que há entre as famílias de manuscritos
Versão Bíblica
Método de tradução usado (literal, equivalência dinâmica, paráfrase, contextualizada)
Idioma do texto
Idioma usado na interpretação
MÉTODO INDUTIVO
Textos de referência:
1.1.
1.2. (etc.)
MÉTODO ANALÍTICO
Verdade Mentira Evangelho Idolatria(s)
MÉTODO DOUTRINÁRIO
Qual é a posição da igreja sobre os ensinos neste texto?
Há declarações confessionais ou de credos sobre este texto?
METODO EXISTENCIAL/PESSOAL
Que importância tem seu estudo da Bíblia em sua relação com Deus?
Que importância tem seu estudo da Bíblia em sua relação com os outros?
Que importância tem seu estudo da Bíblia em sua relação consigo mesmo?
Qual é o seu hábito para ler a Bíblia?
Qual é o seu hábito para lembrar o que a Bíblia diz?
METODO CONTEXTUALIZADO
Qual é a condição social; quais as necessidades e possíveis problemas dos ouvintes?
Como a mensagem do texto se aplica à necessidade dos ouvintes?
METODO DEVOCIONAL
Oração e ação
Adoração
Confissão de pecados
Pedidos especiais
Ação de graças
Ensinamentos
1.
2.
3.
LIÇÃO SETE
ESTUDO DE UMA PASSAGEM BÍBLICA
Faça um estudo de uma passagem bíblica de Joel, usando o método demonstrado nessa
seção.
LIÇÃO 7
PREPARAÇÃO DE UMA MENSAGEM BÍBLICA
Agora estamos preparados para escrever sua mensagem usando o texto bíblico.
Recomenda-se a seguinte estrutura.
Leitura da passagem bíblica. O texto bíblico que será explicado em detalhe.
INTRODUÇÃO
1. Inicie com uma ilustração
2. Apresente o tema do texto
3. Prossiga para o primeiro ensinamento
ENSINO # 1
1. Introdução breve
2. Definição bíblica
3. Explicação bíblica
4. Ilustrações bíblicas
5. Aplicações (como por em prática o aprendizado)
6. Prossiga para o próximo ponto
ENSINO # 2
1. Introdução breve
2. Definição bíblica
3. Explicação bíblica
4. Ilustrações
5. Aplicações (como por em prática o aprendizado)
6. Prossiga para o próximo ponto
ENSINO # 3
1. Introdução breve
2. Definição bíblica
3. Explicação bíblica
4. Ilustrações
5. Aplicações (como por em prática o aprendizado)
6. Prossiga para a conclusão
CONCLUSÃO
1. Breve resumo
2. Ilustração final
3. Chamado novamente ao evangelho
INTRODUÇÃO
1) Breve Introdução
A autoridade máxima sobre as coisas de Deus é o próprio Deus. Deus nos fala através
da Palavra e agora nos fala por meio da Grande Comissão.
2) Definição Bíblica
O imperativo na grande comissão segundo Marcos é pregar. Devemos pregar a todo o
mundo e a cada pessoa. Para obedecer a Deus, devemos colaborar nesta tarefa.
3) Explicação Bíblica
A realidade sobre a vida eterna, a salvação do homem e a glória de Deus são
sumamente importantes. Deus escolheu a pregação como o instrumento para anunciar a todos
como ser salvo.
Jesus pregou e agora exorta a seus discípulos a continuar essa tarefa. Pregar é anunciar
e explicar biblicamente o evangelho a outros. Deus chama a irmãos para pregar em sua igreja.
Estes pregadores preparam os membros para que sejam fiéis testemunhas de Cristo em todas
as áreas da vida.
4) Ilustrações
Por obediência a Cristo, o evangelho deve ser pregado. Meu pai, um pregador
holandês, começou seu ministério em 1940. Neste ano, ele e seu amigo estavam trabalhando
em uma igreja na fronteira com a Alemanha. A Segunda Guerra Mundial estava apenas
começando. Um dos planos diabólicos dos nazistas era a exterminação dos judeus. Meu pai
fazia parte de um plano para esconder os judeus, mas eles, os judeus foram capturados pelos
nazistas e foram enviados para a morte nos campos de concentração na Alemanha enquanto
que meu pai e seu amigo foram presos. Os nazistas mataram o amigo de meu pai com uma
bala na cabeça e soltaram meu pai. Meu pai passou os cinco anos da guerra escondido, mas
seguiu pregando o evangelho na casa de amigos. A pregação é uma ordem de Deus e não deve
ser interrompida.
6. Prossiga a conclusão
Na grande comissão vemos o coração e a vontade de Deus. Nosso propósito é definido
pelo propósito de Deus revelado na Grande Comissão.
1. Breve introdução
A globalização é uma realidade. Agora mais do que nunca, somos uma comunidade
internacional. O evangelho tem sido global desde o início.
2. Definição bíblica
A globalização ou universalismo cristão é que Deus é soberano por todo o universo.
Cada parte do mundo pertence a Deus.
3. Explicação bíblica
A criação o mostra, Ele é o dono. A queda é universal também, por isso, a redenção em
Cristo DEVE ser universal. O remédio corresponde à necessidade. Por último, a glorificação
na nova terra e no novo céu será universal e completa.
4. Ilustrações
Por exemplo, o programa do MINTS tem uma perspectiva global. Pela ordem do
Senhor, podemos ir a todas as nações e a todas as pessoas do mundo. Não é uma tarefa fácil.
Em fevereiro de 2005, Eliézer Gonzáles, professor do MINTS, estava em Maracaibo,
Venezuela, junto com o Pr. Wilfredo Vásquez. De repente alguns ladrões o atacaram em um
semáforo, perto do aeroporto e roubaram o carro, a mala de roupas de Eliezer, seu celular,
passaporte, câmera e visto para ir a Índia. A secretaria da igreja, junto com o filho do pastor,
ligou para o celular que os ladrões haviam roubado. Eles os evangelizaram e lhes falaram da
obra missionária e pastoral dos irmãos roubados. Primeiro, os ladrões quiseram receber
dinheiro em troca do passaporte e visto, mas por fim, decidiram devolver o carro, o
passaporte, o visto e algumas roupas de Eliézer. Devemos evangelizar a todas as pessoas em
todos os tempos e em todo o mundo.
1. Breve introdução
A grande comissão é muito ampla. Devemos pregar o evangelho a toda criatura e em
todo mundo. A grande comissão é também exclusiva. Só há salvação quando se crer em Cristo
Jesus.
2. Definição Bíblica
Jesus é o único Salvador (Jo 14.6; At 4.12). A fé em Cristo é a única maneira de
receber a salvação (Ef 2.8). A salvação é só pela graça de Deus (Rm 1.16).
3. Explicação Bíblica
A verdade que a salvação é só pela fé, é anunciada por Jesus. Jesus fala das
conseqüências de não crer nele. As conseqüências são tão absolutas como a mensagem.
4. Ilustrações
Uma maneira de entender o que está acontecendo pelo Tsunami na Ásia, as guerras no
Oriente Médio, a fome e a Aids na África, é considerar que estas áreas no mundo, são os
menos alcançados pelo evangelho (Mission Frontiers, Fev. 2005). Pode ser que Deus esteja
rompendo as barreiras para o avanço do evangelho? Creio que sim. Ao mesmo tempo
devemos considerar as razões pelas quais os cristãos não têm conseguido alcançar tais
regiões. Pensa-se nas cruzadas, na inquisição romana, no colonialismo europeu, nas guerras
mundiais, no imperialismo americano e na libertinagem protestante ecumênica. De todo
modo, devemos pregar o evangelho de arrependimento e a graça de Deus em Cristo, a todos e
em todos os lugares.
6. Conclusão
Devemos dar graças a Deus pela salvação que ele providenciou. Sobretudo, temos de
louvar e glorificar a Deus por sua misericórdia para conosco.
CONCLUSÃO
Breve resumo. O tema do texto é que Jesus deu a ordem para anunciar a boa nova do
único caminho de salvação que existe. Por essa razão e importante pregar para toda criatura e
em todos os lugares. Apesar da rejeição, da rebeldia humana e da perseguição que há,
devemos pregar o evangelho em todas as situações. Como os discípulos, estaremos em oração
pedindo a Deus que nos use para cumprir a grande comissão.
TAREFA
BÍBLIAS
Bíblia Hebraica Stuttgartensia. México: Sociedade Bíblica Unida
Septuaginta. México: Sociedade Bíblica Unida
Nestlé-Aland, Novun Testamentun Graece (Novo Testamento Grego). México:
Sociedade Bíblica Unida
The Greek New Testament. London: Trinitarian Bible Society. O Novo Testamento em
Grego. http://www.users.cs.york.ac.uk/~fisher/gnt/chapters.ht
COMENTÁRIOS16
João Calvino. Comentários de Calvino. Grand Rapids: Livros Desafios. Uma
interpretação gramatical-histórica com um enfoque eclesiástico. Disponível em
www.graciasoberana.com (livros) e http://iglesiareformada.com (Biblioteca)
Comentário Bíblico do Novo Continente. Miami. UNILIT, 1992. Uma série de
comentários úteis para investigar a Bíblia.
E.F. Harrison. Comentário Bíblico Moody. El Paso Casa Batista.
Willian Hendriksen e Simon Kistemaker. Comentário do Novo Testamento. Grand.
Rapids. Livros Desafio. Série de comentários dos mestres da Bíblia de Calvin Seminary
Theological e Reformed Theological Seminary. É uma mina de informação bíblica, teológica
e devocional.
Matthew Henry. Comentário da Bíblia. Miami: UNILIT, 1999. Uma interpretação
devocional. O comentário do puritano inglês, Matthew Henry, originalmente escrito em
inglês, tem sido usado por muitos pastores e mestres. A ênfase é Cristocêntrica e devocional.
É recomendável que os novos estudantes da Bíblia comecem com este comentário. Há várias
versões e traduções ao espanhol. Esta edição é “um extrato da substância das suas aplicações
a cada passagem” (p. 5).
Comentários de Martinho Lutero (Romanos Gálatas) www.graciasoberana.com. São
excelentes leituras de um dos eruditos mais importantes da igreja cristã.
Charles F. Pfiefer (red.). Comentário Bíblico Moody. (El Paso, Casa Batista, 1993. Um
bom Comentário para todo o Velho Testamento. É milenarista em toda a sua interpretação de
profecia.
16
NT – Os livros citados pelo autor, são, em grande parte, facilmente encontrados em português. Uma rápida
pesquisa na internet revelará isso.
CONCORDÂNCIAS
Moises Chavez. Dicionário de Hebraico Bíblico. Editorial Mundo Hispano, 1992.
Alfonso Lockward. Novo Dicionário da Bíblia. (Miami, UNILIT, 1992). Definições de
conceitos e lugares, nomes e palavras da Bíblia, compilado pelo erudito dominicano, Alfonso
Lockward.
A.T. Robertson. Comentário do Texto Bíblico. Barcelona Editorial CLIE. Um estudo
minucioso do texto bíblico.
James Strong. Nova Concordância Strong Exaustiva. Amazon.com: Editorial CLIE.
Uma das concordâncias mais exaustivas incluindo a lista de todas as palavras chaves da
Bíblia, e, ainda referências às suas raízes no grego e hebraico.
W. Vine. Dicionário Expositivo de Palavras do Novo Testamento. Barcelona, CLIE.
Vine apresenta estudos excelentes da etimologia de palavras chaves do NT. É uma referência
básica para fazer exegese do texto bíblico.
EXEGESE
Gordon Fee. Exegese do Novo Testamento. Miami. Editorial Vida, 1992. Há uma
tendência subjetiva.
Jamieson – Fausset-Brown, Comentário exegético e explicativo da Bíblia. 2 Vol. El
Paso. Casa Batista.
HISTÓRIA DA BÍBLIA
Gonzalo, Baéz Camargo. Breve história do cânon bíblico. México. CUPSA, 1980.
Fernandez. Bíblias Castellanas no Exílio. Miami: Caribe. Uma excelente história das
Bíblias castellanas.
INTERNET
http://iglesiaeformada.com/biblioteca.html. Esta página oferece uma biblioteca
completíssima de todos os livros mais importantes da Teologia Reformada. Excelentes
recursos para pesquisa e estudo.
www.graciasoberana.com. Bons recursos reformados.
www.mints.edu. Os cursos de Ismael Quintero, Rute; Cornélio Hegeman,
Hermenêutica, Joel, Marcos, Filemon e Eric Pennings, Neemias.
TEOLOGIA BÍBLICA
Walter A. Elwell e Robert Yarbrough. Encontro com o Novo Testamento. Miami.
Editorial Caribe. Uma breve introdução da Bíblia muito bem apresentada para estudantes e
mestres.
Everett S. Harrison. Introdução ao Novo Testamento. Grand Rapids: Livros Desafio.
Uma excelente revisão da Literatura clássica sobre o Novo Testamento. O Estudo deste livro é
útil para conhecer a teologia do Novo Testamento.
R. K. Harrison. Introdução ao Antigo Testamento. Um estudo profundo e acadêmico
do Antigo Testamento.
W. S.Lasor, D.A. Hubbard e F.W. Bush. Panorama do Antigo Testamento. Grand
Rapids: Livros Desafio.
Edward Young. Uma introdução ao Antigo Testamento. Grand Rapids: TELL, 1981.
Uma perspectiva conservadora.
TAREFA
Em cada área mencionada na lição busque e escreva dois sites na internet onde você
possa estudar.
APÊNDICE 1
PAUTAS PARA A EXEGESE
Estudo literário
8. Como o texto se relaciona com o propósito geral da Bíblia?
9. Como o texto se relaciona com o tema principal do livro bíblico no qual se
encontra?
10. Como o texto se relaciona com a estrutura literária do livro bíblico no qual se
encontra?
11. O texto tem sua própria estrutura literária?
a) Paralelismos
b) Repetições
c) Usos especiais de palavras.
12. O que o texto diz?
13. No texto pode ser encontrada alguma associação com Cristo?
14. Que mensagem a passagem contém relacionada com o Evangelho?
V. HERMENÊUTICA E A IGREJA
a) O coração de Deus
1. Como se mostra o coração de Deus no evangelho?
2. Como o coração de Deus é mostrado no texto em estudo?
3. Por que é importante que os sentimentos do coração de Deus sejam transmitidos ao
comunicador, aos ouvintes e aos que ainda não ouviram?
4. Faça seu próprio resumo do que você sabe sobre o coração de Deus e da
comunicação com o texto bíblico.
5. Faça uma lista dos pedidos de oração que você tem para conhecer melhor o coração
de Deus.
CONCLUSÃO
Agora você está preparado para escrever sua mensagem usando o texto bíblico.
Recomenda-se a seguinte estrutura.
INTRODUÇÃO
1. Inicie com uma ilustração
2. Apresente o tema do texto
3. Prossiga para o primeiro ensinamento
ENSINO # 1
1. Introdução breve
2. Definição bíblica
3. Explicação bíblica
4. Ilustrações bíblicas
5. Aplicações (como por em prática o aprendizado)
6. Prossiga para o próximo ponto
ENSINO # 2
1. Introdução breve
2. Definição bíblica
3. Explicação bíblica
4. Ilustrações
5. Aplicações (como por em prática o aprendizado)
6. Prossiga para o próximo ponto
ENSINO # 3
1. Introdução breve
2. Definição bíblica
3. Explicação bíblica
4. Ilustrações
5. Aplicações (como por em prática o aprendizado)
6. Prossiga para a conclusão
CONCLUSÃO
1. Breve resumo
2. Ilustração final
3. Chamado novamente ao evangelho
BIBLIOGRAFIA
B.
1. a
2. b. A Bíblia é
3. b. Do explícito até o implícito
4. b. É a palavra de Deus
5. a
C.
Tema #1 Deve-se distinguir entre a Bíblia como a Palavra de Deus e a Bíblia como
coleção de idéias humanas sobre Deus.
Tema #2. A Bíblia contém informações culturais, porém é mais que um livro
condicionado a seu tempo e cultura. A dimensão supracultural da Bíblia é o desenvolvimento
da história da redenção. A Bíblia é a História, fundada em eventos reais. A Bíblia é a história
da salvação que Deus oferece pela obra de Jesus Cristo.
Tema #3. O direito de opinar não garante a sua veracidade. Deus tem a sua própria
opinião expressa na Bíblia. A Bíblia deve ser interpretada pela própria Bíblia, a Palavra de
Deus define a si própria.
NOTA SOBRE O AUTOR: CORNELIUS (NEAL) HEGEMAN