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Escrevente Técnico Judiciário

SUMÁRIO

Português - Prof. Carlos Zambeli . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5


Direito Penal - Prof. Joerberth Nunes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 133
Direito Processual Penal - Prof. Joerberth Nunes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 157
Direito Processual Civil - Prof. Giuliano Tamagno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 245
Direito Constitucional - Prof. André Vieira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 339
Direito Constitucional - Profª Alessandra Vieira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 383
Direito Constitucional - Prof. Cristiano de Souza . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 411
Direito Administrativo - Prof. Cristiano de Souza . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 427
Atualidades - Prof. Cássio Albernaz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 457
Normas da Corregedoria Geral da Justiça - SP - Prof. Giuliano Tamagno . . . . . . . . . . . . . . . . . 565
Matemática - Prof. Dudan . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 591
Informática - Prof. Márcio Hunecke . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 733
Raciocínio Lógico - Prof. Edgar Abreu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 887

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Português

Identificação da Ideia Central

Professor: Carlos Zambeli

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Identificação da Ideia Central

Trata-se de realizar “compreensão” de textos, ou seja, estabelecer relações com os


componentes envolvidos em dado enunciado, a fim de que se estabeleçam a apreensão e a
compreensão por parte do leitor.

Interpretar x Compreender

INTERPRETAR é COMPREENDER é
•• Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, •• Intelecção, entendimento, percepção
inferir. do que está escrito.
•• APARECE ASSIM NA PROVA •• APARECE ASSIM NA PROVA
•• Através do texto, infere-se que... •• é sugerido pelo autor que
•• É possível deduzir que... •• De acordo com o texto, é correta ou
•• O autor permite concluir que errada a afirmação
•• Qual é a intenção do autor ao afirmar •• O narrador afirma
que

Procedimentos

Enunciados Possíveis
“Qual é a ideia central do texto?”
“O texto se volta, principalmente, para”

Observação de
1. Fonte bibliográfica;
2. Autor;
3. Título;
4. Identificação do “tópico frasal”;
5. Identificação de termos de aparecimento frequente (comprovação do tópico);
6. Procura, nas alternativas, das palavras-chave destacadas no texto.

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EXEMPLIFICANDO
Banho de mar é energizante?
Embora não existam comprovações científicas, muitos especialistas acreditam que os banhos
de mar tragam benefícios à saúde. “A água marinha, composta por mais de 80 elementos
químicos, alivia principalmente as tensões musculares, graças à presença de sódio em sua
composição, por isso pode ser considerada energizante”, afirma a terapeuta Magnólia Prado de
Araújo, da Clínica Kyron Advanced Medical Center, de São Paulo. “Além disso, as ondas do mar
fazem uma massagem no corpo que estimula a circulação sanguínea periférica e isso provoca
aumento da oxigenação das células”, diz Magnólia.
Existe até um tratamento, chamado talassoterapia (do grego thalasso, que significa mar), surgido
em meados do século IX na Grécia, que usa a água do mar como seu principal ingrediente.
Graças à presença de cálcio, zinco, silício e magnésio, a água do mar é usada para tratar doenças
como artrite, osteoporose e reumatismo. Já o sal marinho, rico em cloreto de sódio, potássio e
magnésio, tem propriedades cicatrizantes e antissépticas. Todo esse conhecimento, no entanto,
carece de embasamento científico. “Não conheço nenhum trabalho que trate desse tema com
seriedade, mas intuitivamente creio que o banho de mar gera uma sensação de melhora e
bem-estar”, diz a química Rosalinda Montoni, do Instituto Oceanográfico da USP.
Revista Vida Simples.

1. Fonte bibliográfica: revista periódica de circulação nacional. O próprio nome da revista –


Vida Simples – indica o ponto de vista dos artigos nela veiculados.
2. O fato de o texto não ser assinado permite-nos concluir que se trata de um EDITORIAL
(texto opinativo) ou de uma NOTÍCIA (texto informativo).
3. O fato de o título do texto ser uma pergunta permite-nos concluir que o texto constitui-se
em uma resposta (geralmente, nos primeiros períodos).
4. Identificação do tópico frasal: percebido, via de regra, no 1º e no 2º períodos, por meio das
palavras-chave (expressões substantivas e verbais): não existam / comprovações científicas /
especialistas acreditam / banhos de mar / benefícios à saúde.
5. Identificação de termos cujo aparecimento frequente denuncia determinado enfoque
do assunto: água marinha / alivia tensões musculares / pode ser considerada energizante /
terapeuta / ondas do mar / estimula a circulação sanguínea / aumento da oxigenação das células
/ talassoterapia / água do mar / tratar doenças / conhecimento / carece de embasamento
científico.

1. Qual é a ideia central do texto acima?


a) Os depoimentos científicos sobre as propriedades terapêuticas do banho de mar são
contraditórios.
b) Molhar-se com água salgada é energizante, mas há necessidade de cuidados com infecções.
c) O banho de mar tem uma série de propriedades terapêuticas, que não têm comprovação
científica.
d) Os trabalhos científicos sobre as propriedades medicinais do banho de mar têm publicações
respeitadas no meio científico.
e) A água do mar é composta por vários elementos químicos e bactérias que atuam no sistema
nervoso.

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Conclusão
1. Ideia central = palavra-chave 1º e 2º períodos.

2. Comprovação = campo lexical.

3. Resposta correta = a mais completa


(alternativa com maior número de palavras-chave destacadas no texto).

Campo Lexical

Conjunto de palavras que pertencem a uma mesma área de conhecimento.


Exemplo:
•• Medicina: estetoscópio, cirurgia, esterilização, medicação
•• Concurso, prova, gabarito, resultado, candidato, gabarito

EXEMPLIFICANDO
Trecho do discurso do primeiro-ministro britânico, Tony Blair, pronunciado quando da
declaração de guerra ao regime Talibã.
“Essa atrocidade (o atentado de 11/09, em NY) foi um ataque contra todos nós, contra pessoas
de todas e nenhuma religião. Sabemos que a Al-Qaeda ameaça a Europa, incluindo a Grã-
Bretanha, e qualquer nação que não compartilhe de seu fanatismo. Foi um ataque à vida e aos
meios de vida. As empresa aéreas, o turismo e outras indústrias foram afetadas, e a confiança
econômica sofreu, afetando empregos e negócios britânicos. Nossa prosperidade e padrão de
vida requerem uma resposta aos ataques terroristas.”

2. Nessa declaração, destacaram-se principalmente os interesses de ordem


a) moral.
b) militar.
c) jurídica.
d) religiosa.
e) econômica.

Gabarito: 1. C 2. E

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Português

Estratégia Linguística

Que que é isso?


Genericamente, estratégias textuais, linguísticas e discursivas seriam "táticas", "escolhas" do
falante/ escritor com relação ao modo como ele se utiliza da linguagem. 
As estratégias textuais dizem respeito especificamente à construção do texto – oral ou escrito
–, considerando que o texto é uma tessitura de linguagem que se enquadra em determinada
esfera e gênero, que detém sentido para o falante e para o interlocutor, e que depende de
certas características (como coesão e coerência) para ser adequadamente construído e
apropriadamente chamado de texto.
As estratégias linguísticas estão mais diretamente ligadas à linguagem em sua acepção
estruturalista/formalista: léxico, sintaxe, prosódia. As estratégias discursivas dizem respeito à
linguagem enquanto discurso, ou seja, interação, envolvendo sujeitos, contexto, condições de
produção.

(Gazeta do Povo, online. 05.03.2009)

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1. Palavras Desconhecidas = Paráfrases e Campo Semântico

Paráfrase é a reescritura do texto, mantendo-se o mesmo significado, sem prejuízo do sentido


original.
A paráfrase pode ser construída por várias formas:
•• substituição de locuções por palavras;
•• uso de sinônimos;
•• mudança de discurso direto por indireto e vice-versa;
•• conversão da voz ativa para a passiva;
•• emprego de antonomásias ou perífrases (Machado de Assis = O bruxo do Cosme Velho; o
povo lusitano = portugueses).

EXEMPLIFICANDO

1. Como o “interior” é uma região mais ampla e tem população rarefeita, a expressão “se
dissemina” está sendo empregada com o sentido de “se atenua”, “se dissolve”.
Como regra, a epidemia começa nos grandes centros e se dissemina pelo interior. A incidência
nem sempre é crescente; a mudança de fatores ambientais pode interferir em sua escalada.
( ) Certo ( ) Errado

Epidemia: manifestação muito numerosa de qualquer fato ou conduta; proliferação


generalizada.
Disseminar: espalhar(-se), difundir(-se), propagar(-se).

2. Supondo que a palavra “eclético” seja desconhecida para o leitor, a melhor estratégia de que
ele pode valer-se para tentar detectar o seu significado será
O sucesso deveu-se ao caráter eclético de sua administração. Pouco se lhe dava que lhe
exigissem sua opinião. Sua atitude consistia sempre em tomar uma posição escolhida entre as
diversas formas de conduta ou opinião manifestadas por seus assessores.
a) aproximá-la de outras palavras da língua portuguesa que tenham a mesma terminação
como “político” e “dinâmico”.
b) considerá-la como qualificação de profissionais que atuam na administração de alguma
empresa.
c) associá-la às palavras “sucesso” e “caráter”, de forma a desvendar o seu sentido correto,
“que ofusca, que obscurece os demais”.
d) observar o contexto sintático em que ela ocorre, ou seja, trata-se de um adjunto adnominal.
e) atentar para a paráfrase feita no segundo período.

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2. Observação de palavras de cunho categórico: Advérbios & Artigos

3. Seria mantida a coerência entre as ideias do texto caso o segundo período sintático fosse
introduzido com a expressão Desse modo, em lugar de “De modo geral”
Na verdade, o que hoje definimos como democracia só foi possível em sociedades de tipo
capitalista, mas não necessariamente de mercado. De modo geral, a democratização das
sociedades impõe limites ao mercado, assim como desigualdades sociais em geral não
contribuem para a fixação de uma tradição democrática.
( ) Certo ( ) Errado

4. Por meio da afirmativa destacada, o autor


Os ecos da Revolução do Porto haviam chegado ao Brasil e bastaram algumas semanas para
inflamar os ânimos dos brasileiros e portugueses que cercavam a corte. Na manhã de 26 de
fevereiro, uma multidão exigia a presença do rei no centro do Rio de Janeiro e a assinatura
da Constituição liberal. Ao ouvir as notícias, a alguns quilômetros dali, D. João mandou fechar
todas as janelas do palácio São Cristóvão, como fazia em noites de trovoadas.
a) exprime uma opinião pessoal taxativa a respeito da atitude do rei diante da iminência da
Revolução do Porto.
b) critica de modo inflexível a atitude do rei, que, acuado, passa o poder para as mãos do
filho. de modo inflexível – loc. adverbial
c) demonstra que o rei era dono de uma personalidade intempestiva, que se assemelhava a
uma chuva forte.
d) sugere, de modo indireto, que o rei havia se alarmado com a informação recebida.
e) utiliza-se de ironia para induzir o leitor à conclusão de que seria mais do que justo depor o
rei. mais do que justo – expressão adverbial

5. Do fragmento Foi o outro grande poeta chileno, infere-se que houve apenas dois grandes
poetas no Chile.
Há cem anos nasceu o poeta mais popular de língua espanhola, com uma obra cuja força
lírica supera todos os seus defeitos. Sem dúvida, há um “problema Pablo Neruda”. Foi o outro
grande poeta chileno, seu contemporâneo Nicanor Parra (depois de passar toda uma longa vida
injustamente à sombra de Neruda), quem o formulou com maliciosa concisão.
( ) Certo ( ) Errado

6. Assinale a opção correta.


Mas, como toda novidade, a nanociência está assustando. Afinal, um material com
características incríveis poderia também causar danos incalculáveis ao homem ou ao meio
ambiente. No mês passado, um grupo de ativistas americanos tirou a roupa para protestar
contra calças nanotecnológicas que seriam superpoluentes.
a) Coisas novas costumam provocar medo nas pessoas.
b) Produtos criados pela nanotecnologia só apresentam pontos positivos.
c) Os danos ao meio ambiente são provocados pela nanotecnologia.
d) Os ativistas mostraram que as calças nanotecnológicas provocam poluição.

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3. Marcadores Linguísticos
•• expressões que indicam soma ou alternância: não só... mas também, ou, etc.;
•• expressões de acréscimo, de progressão, de continuidade ou de inclusão: até, além disso,
desde, etc.;
•• preposições: até (inclusão ou limite), com (companhia ou matéria), de (diversas relações:
tempo, lugar, causa, etc.), desde (tempo, lugar, etc.), entre (intervalo, relação, etc.), para
(lugar, destinatário, etc.), etc.;
•• Exemplos matemáticos: lançado do alto / lançado para o alto; números de 12 a 25 /
números entre 12 e 25.

EXEMPLIFICANDO
7. Assinale a alternativa que encontra suporte no texto.
Profetas do possível
Até que ponto é possível prever o futuro? Desde a Antiguidade, o desafio de antecipar o dia de
amanhã tem sido o ganha-pão dos bruxos, dos místicos e dos adivinhos. Ainda hoje, quando
o planeta passa por mudanças cada vez mais rápidas e imprevisíveis, há quem acredite que 
é possível dominar as incertezas da existência por  meio das cartas do tarô e da posição dos
astros. Esse tipo de profecia nada tem a ver com a Ciência. Os cientistas também apontam seus
olhos para o futuro, todavia de uma maneira diferente. Eles avaliam o estágio do  saber de
sua própria época para projetar as descobertas que se podem esperar. Observam a natureza
para reinventá-la a serviço do homem.
Superinteressante
a) O articulador “até” indica o limite de previsibilidade do futuro.
b) A partir da Antiguidade, prever a sorte passou a ser a ocupação de místicos de toda ordem.
c) Profecias e Ciência são absolutamente incompatíveis.
d) Além das cartas de tarô e da posição dos astros, os crédulos atuais buscam saber o futuro
por meio da consulta a bruxos.
e) Os cientistas não só observam a natureza – como o fazem os místicos –, mas também
buscam moldá-la às necessidades humanas, considerando o estágio atual do conhecimento.
Gabarito: 1. E 2. E 3. E 4. D 5. C 6. A 7. E

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Estratégia linguística 2 (agora vai)

1. Observação de palavras de cunho categórico:

•• Tempos verbais
•• Expressões restritivas
•• Expressões totalizantes
•• Expressões enfáticas

Tempos Verbais

1. É irrelevante que entrem na faculdade, que ganhem muito ou pouco dinheiro, que sejam bem-
sucedidos na profissão.
O emprego das formas verbais grifadas acima denota
Os pais de hoje costumam dizer que importante é que os filhos sejam felizes. É uma tendência
que se impôs ao influxo das teses libertárias dos anos 1960. É irrelevante que entrem na
faculdade, que ganhem muito ou pouco dinheiro, que sejam bem-sucedidos na profissão.
O que espero, eis a resposta correta, é que sejam felizes. Ora, felicidade é coisa grandiosa. É
esperar, no mínimo, que o filho sinta prazer nas pequenas coisas da vida. Se não for suficiente,
que consiga cumprir todos os desejos e ambições que venha a abrigar. Se ainda for pouco, que
atinja o enlevo místico dos santos. Não dá para preencher caderno de encargos mais cruel para
a pobre criança.
a) hipótese passível de realização.
b) fato real e definido no tempo.
c) condição de realização de um fato.
d) finalidade das ações apontadas no segmento.
e) temporalidade que situa as ações no passado.

2. Provoca-se incoerência textual e perde-se a noção de continuidade da ação ao se substituir a


expressão verbal vem produzindo por tem produzido.
Na verdade, a integração da economia mundial — apontada pelas nações ricas e seus prepostos
como alternativa única — vem produzindo, de um lado, a globalização da pobreza e, de outro,
uma acumulação de capitais jamais vista na história, o que permite aos grandes grupos
empresariais e financeiros atuar em escala mundial, maximizando oportunidades e lucros.
( ) Certo ( ) Errado

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Expressões Restritivas

3. Depreende-se da argumentação do texto que o autor considera as instituições como as únicas


“características fixas” aceitáveis de “democracia”.
Na verdade, o que hoje definimos como democracia só foi possível em sociedades de tipo ca-
pitalista, mas não necessariamente de mercado. De modo geral, a democratização das socie-
dades impõe limites ao mercado, assim como desigualdades sociais em geral não contribuem
para a fixação de uma tradição democrática. Penso que temos de refletir um pouco a respeito
do que significa democracia. Para mim, não se trata de um regime com características fixas,
mas de um processo que, apesar de constituir formas institucionais, não se esgota nelas. [...]
Renato Lessa. Democracia em debate. In: Revista Cult, n.º 137, ano 12, jul./2009, p. 57 (com
adaptações).

( ) Certo ( ) Errado

4. Considerado corretamente o trecho, o segmento grifado em A colonização do imaginário não


busca nem uma coisa nem outra deve ser assim entendido:
Posterior, e mais recente, foi a tentativa, por parte de alguns historiadores, de abandonar uma
visão eurocêntrica da “conquista” da América, dedicando-se a retraçá-la a partir do ponto de
vista dos “vencidos”, enquanto outros continuaram a reconstituir histórias da instalação de
sociedades europeias em solo americano. Antropólogos, por sua vez, buscaram nos documentos
produzidos no período colonial informações sobre os mundos indígenas demolidos pela
colonização. A colonização do imaginário não busca nem uma coisa nem outra.
(Adaptado de PERRONE-MOISÉS, Beatriz, Prefácio à edição brasileira de GRUZINSKI, Serge, A
colonização do imaginário: sociedades indígenas e ocidentalização no México espanhol (séculos XVI-
XVIII)).

a) não tenta investigar nem o eurocentrismo, como o faria um historiador, nem a presença
das sociedades europeias em solo americano, como o faria um antropólogo.
b) não quer reconstituir nada do que ocorreu em solo americano, visto que recentemente
certos historiadores, ao contrário de outros, tentam contar a história do descobrimento da
América do modo como foi visto pelos nativos.
c) não pretende retraçar nenhum perfil − dos vencidos ou dos vencedores − nem a trajetória
dos europeus na conquista da América.
d) não busca continuar a tradição de pesquisar a estrutura dos mundos indígenas e do mundo
europeu, nem mesmo o universo dos colonizadores da América.
e) não se concentra nem na construção de uma sociedade europeia na colônia − quer
observada do ponto de vista do colonizador, quer do ponto de vista dos nativos −, nem no
resgate dos mundos indígenas.

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Expressões Totalizantes

5. De acordo com o texto, no tratamento da questão da biodiversidade no Planeta,


A biodiversidade diz respeito tanto a genes, espécies, ecossistemas como a funções e coloca
problemas de gestão muito diferenciados. É carregada de normas de valor. Proteger a
biodiversidade pode significar:
•• a eliminação da ação humana, como é a proposta da ecologia radical;
•• a proteção das populações cujos sistemas de produção e de cultura repousam num dado
ecossistema;
•• a defesa dos interesses comerciais de firmas que utilizam a biodiversidade como matéria
prima, para produzir mercadorias.
a) o principal desafio é conhecer todos os problemas dos ecossistemas.
b) os direitos e os interesses comerciais dos produtores devem ser defendidos,
independentemente do equilíbrio ecológico.
c) deve-se valorizar o equilíbrio do ambiente, ignorando-se os conflitos gerados pelo uso da
terra e de seus recursos.
d) o enfoque ecológico é mais importante do que o social, pois as necessidades das populações
não devem constituir preocupação para ninguém.
e) há diferentes visões em jogo, tanto as que consideram aspectos ecológicos, quanto as que
levam em conta aspectos sociais e econômicos.

6. A argumentação do texto desenvolve-se no sentido de se compreender a razão por que


Quando alguém ouve que existem tantas espécies de plantas no mundo, a primeira reação
poderia ser: certamente, com todas essas espécies silvestres na Terra, qualquer área com um
clima favorável deve ter tido espécies em número mais do que suficiente para fornecer muitos
candidatos ao desenvolvimento agrícola.
Mas então verificamos que a grande maioria das plantas selvagens não é adequada por
motivos óbvios: elas servem apenas como madeira, não produzem frutas comestíveis e suas
folhas e raízes também não servem como alimento. Das 200.000 espécies de plantas selvagens,
somente alguns milhares são comidos por humanos e apenas algumas centenas dessas são mais
ou menos domesticadas. Dessas várias centenas de culturas, a maioria fornece suplementos
secundários para nossa dieta e não teriam sido suficientes para sustentar o surgimento de
civilizações. Apenas uma dúzia de espécies representa mais de 80% do total mundial anual
de todas as culturas no mundo moderno. Essas exceções são os cereais trigo, milho, arroz,
cevada e sorgo; o legume soja; as raízes e os tubérculos batata, mandioca e batata-doce; fontes
de açúcar como a cana-de-açúcar e a beterraba; e a fruta banana. Somente os cultivos de
cereais respondem atualmente por mais da metade das calorias consumidas pelas populações
humanas do mundo.
Com tão poucas culturas importantes, todas elas domesticadas milhares de anos atrás, é menos
surpreendente que muitas áreas no mundo não tenham nenhuma planta selvagem de grande
potencial. Nossa incapacidade de domesticar uma única planta nova que produza alimento nos
tempos modernos sugere que os antigos podem ter explorado praticamente todas as plantas
selvagens aproveitáveis e domesticado aquelas que valiam a pena.
(Jared Diamond. Armas, germes e aço)

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a) existiria uma dúzia de exceções dentre todas as espécies de plantas selvagens que seriam
monopólio das grandes civilizações.
b) tão poucas dentre as 200.000 espécies de plantas selvagens são utilizadas como alimento
pelos homens em todo o planeta.
c) algumas áreas da Terra mostraram-se mais propícias ao desenvolvimento agrícola, que
teria possibilitado o surgimento de civilizações.
d) a maior parte das plantas é utilizada apenas como madeira pelos homens e não lhes fornece
alimento com suas frutas e raízes.
e) tantas áreas no mundo não possuem nenhuma planta selvagem de grande potencial para
permitir um maior desenvolvimento de sua população.

Expressões Enfáticas
7. A afirmativa correta, em relação ao texto, é
Será a felicidade necessária?
Felicidade é uma palavra pesada. Alegria é leve, mas felicidade é pesada. Diante da pergunta
"Você é feliz?", dois fardos são lançados às costas do inquirido. O primeiro é procurar uma
definição para felicidade, o que equivale a rastrear uma escala que pode ir da simples satisfação
de gozar de boa saúde até a conquista da bem-aventurança. O segundo é examinar-se, em
busca de uma resposta.
Nesse processo, depara-se com armadilhas. Caso se tenha ganhado um aumento no emprego
no dia anterior, o mundo parecerá belo e justo; caso se esteja com dor de dente, parecerá feio
e perverso. Mas a dor de dente vai passar, assim como a euforia pelo aumento de salário, e se
há algo imprescindível, na difícil conceituação de felicidade, é o caráter de permanência. Uma
resposta consequente exige colocar na balança a experiência passada, o estado presente e a
expectativa futura. Dá trabalho, e a conclusão pode não ser clara.
Os pais de hoje costumam dizer que importante é que os filhos sejam felizes. É uma tendência
que se impôs ao influxo das teses libertárias dos anos 1960. É irrelevante que entrem na
faculdade, que ganhem muito ou pouco dinheiro, que sejam bem-sucedidos na profissão.
O que espero, eis a resposta correta, é que sejam felizes. Ora, felicidade é coisa grandiosa. É
esperar, no mínimo, que o filho sinta prazer nas pequenas coisas da vida. Se não for suficiente,
que consiga cumprir todos os desejos e ambições que venha a abrigar. Se ainda for pouco, que
atinja o enlevo místico dos santos. Não dá para preencher caderno de encargos mais cruel para
a pobre criança.
(Trecho do artigo de Roberto Pompeu de Toledo. Veja. 24 de março de 2010, p. 142)
a) A expectativa de muitos, ao colocarem a felicidade acima de quaisquer outras situações da
vida diária, leva à frustração diante dos pequenos sucessos que são regularmente obtidos,
como, por exemplo, no emprego.
b) Sentir-se alegre por haver conquistado algo pode significar a mais completa felicidade, se
houver uma determinação, aprendida desde a infância, de sentir-se feliz com as pequenas
coisas da vida.
c) As dificuldades que em geral são encontradas na rotina diária levam à percepção de que a
alegria é um sentimento muitas vezes superior àquilo que se supõe, habitualmente, tratar-
se de felicidade absoluta.

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d) A possibilidade de que mais pessoas venham a sentir-se felizes decorre de uma educação
voltada para a simplicidade de vida, sem esperar grandes realizações, que acabam levando
apenas a frustrações.
e) Uma resposta provável à questão colocada como título do texto remete à constatação de
que felicidade é um estado difícil de ser alcançado, a partir da própria complexidade de
conceituação daquilo que se acredita ser a felicidade.

Geralmente, a alternativa correta (ou a mais viável) é construída por meio de palavras e de
expressões “abertas”, isto é, que apontam para “possibilidades”, “hipóteses”: provavelmente,
é possível, futuro do pretérito do indicativo, modo subjuntivo, futuro do pretérito (-ria) etc.

EXEMPLIFICANDO

8. Acerca do texto, são feitas as seguintes afirmações:


No Brasil colonial, os portugueses e suas autoridades evitaram a concentração de escravos de
uma mesma etnia nas propriedades e nos navios negreiros.
Essa política, a multiplicidade linguística dos negros e as hostilidades recíprocas que trouxeram
da África dificultaram a formação de grupos solidários que retivessem o patrimônio cultural
africano, incluindo-se aí a preservação das línguas.
Porém alguns senhores aceitaram as práticas culturais africanas – e indígenas – como um mal
necessário à manutenção dos escravos. Pelo imperativo de convertê-los ao catolicismo, alguns
clérigos aprenderam as línguas africanas [...]. Outras pessoas, por se envolverem com o tráfico
negreiro [...], devem igualmente ter-se familiarizado com as línguas dos negros.
I – os portugueses impediram totalmente a concentração de escravos da mesma etnia nas
propriedades e nos navios negreiros.
II – a política dos portugueses foi ineficiente, pois apenas a multiplicidade cultural dos negros,
de fato, impediu a formação de núcleos solidários.
III – Apesar do empenho dos portugueses, a cultura africana teve penetração entre alguns
senhores e clérigos. Cada um, é bem verdade, tinha objetivos específicos para tanto.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.

9. Considere as afirmações feitas acerca do texto:


Macaco Esperto
Chimpanzés, bonobos e gorilas possuem uma função cerebral relacionada à fala que se pensava
exclusiva do ser humano. Isso sugere que a evolução da estrutura cerebral da fala começou
antes de primatas e humanos tomarem caminhos distintos na linha da evolução. O mais perto
que os primatas chegaram foi gesticular com a mão direita ao emitir grunhidos.

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I – de acordo com o segundo período, a evolução da estrutura cerebral da fala está diretamente
relacionada ao fato de esta ser atribuída tão somente aos humanos.
II – os seres cujos caminhos tornaram-se distintos durante o processo evolutivo possuem
ambos função cerebral relacionada à fala.
III – a estrutura cerebral dos primatas e dos humanos, em relação à fala, teria um ponto em
comum.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.

Gabarito: 1. A 2. E 3. E 4. E 5. E 6. C 7. E 8. C 9. D

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Português

Inferência

Que que é isso?


INFERÊNCIA – ideias implícitas, sugeridas, que podem ser depreendidas a partir da leitura do
texto, de certas palavras ou expressões contidas na frase.
Enunciados – “Infere-se”, Deduz-se”, “Depreende-se”,
Uma inferência incorreta é conhecida como uma falácia.

Observe a seguinte frase:


Fiz faculdade, mas aprendi algumas coisas.

O autor transmite 2 informações de maneira explícita:


a) que ele frequentou um curso superior;
b) que ele aprendeu algumas coisas.

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Ao ligar as duas informações por meio de “mas”, comunica também, de modo implícito, sua
crítica ao ensino superior, pois a frase transmite a ideia de que nas faculdades não se aprende
muita coisa.
Além das informações explicitamente enunciadas, existem outras que se encontram
subentendidas ou pressupostas. Para realizar uma leitura eficiente, o leitor deve captar tanto
os dados explícitos quanto os implícitos.

1. “O tempo continua ensolarado”,


Comunica-se, de maneira explícita, que, no momento da fala, faz sol, mas, ao mesmo tempo, o
verbo “continuar” permite inferir que, antes, já fazia sol.

2. “Pedro deixou de fumar”


Afirma-se explicitamente que, no momento da fala, Pedro não fuma. O verbo “deixar”, todavia,
transmite a informação implícita de que Pedro fumava antes.

1. A leitura atenta da charge só não nos permite depreender que


a) é possível interpretar a fala de Stock de duas maneiras.
b) Wood revela ter-se comportado ilicitamente.
c) há vinte anos, a sociedade era mais permissiva.
d) as atividades de Wood eram limitadas.
e) levando-se em conta os padrões morais de nossa sociedade, uma das formas de entender a
fala de Stock provoca riso no leitor.

2. Observe a frase que segue:


É preciso construir mísseis nucleares para defender o Ocidente de um ataque norte-coreano.
Sobre ela, são feitas as seguintes afirmações:
I – O conteúdo explícito afirma que há necessidade da construção de mísseis, com a finalidade
de defesa contra o ataque norte-coreano.
II – O pressuposto, isto é, o dado que não se põe em discussão é o de que os norte-coreanos
pretendem atacar o Ocidente.
III – O pressuposto, isto é, o dado que não se põe em discussão é o de que a negociação com os
norte-coreanos é o único meio de dissuadi-los de um ataque ao Ocidente.

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Inferência – Português – Prof. Carlos Zambeli

Quais estão corretas?


a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e III.
d) Apenas I e II.
e) I, II e III.

Inferência Verbal X Não-verbal

Os pressupostos são marcados, nas frases, por meio de vários indicadores linguísticos como
a) certos advérbios:
Os convidados ainda não chegaram à recepção.

Pressuposto: Os convidados já deviam ter chegado ou os convidados chegarão mais tarde.

b) certos verbos:
O desvio de verbas tornou-se público.

Pressuposto: O desvio não era público antes.

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c) as orações adjetivas explicativas (isoladas por vírgulas):
Os políticos, que só querem defender seus interesses, ignoram o povo.

Pressuposto: Todos os políticos defendem tão somente seus interesses.

d) expressões adjetivas:
Os partidos “de fachada” acabarão com a democracia no Brasil.

Pressuposto: Existem partidos “de fachada” no Brasil.

Costuma-se acreditar que , quando se relatam dados da realidade, não pode haver nisso
subjetividade alguma e que relatos desse tipo merecem a nossa confiança porque são reflexos
da neutralidade do produtor do texto e de sua preocupação com a verdade objetiva dos fatos.
Mas não é bem assim. Mesmo relatando dados objetivos, o produtor do texto pode ser
tendencioso e ele, mesmo sem estar mentindo, insinua seu julgamento pessoal pela seleção
dos fatos que está reproduzindo ou pelo destaque maior que confere a certos pormenores. A
essa escolha dos fatos e à ênfase atribuída acertos tipos de pormenores dá-se o nome de viés.

3. Infere-se do texto que


a) o ato de informar pode ser manipulado em função da defesa de interesses pessoais de
quem escreve.
b) a ausência de viés compromete a carga de veracidade de dados da realidade.
c) a atitude de neutralidade é meio indispensável para a boa aceitação de uma notícia.
d) o escritor tendencioso põe em risco sua posição perante o público.
e) o bom escritor tem em mira a verdade objetiva dos fatos. 

4. Infere-se ainda o texto que


a) uma mensagem será tanto mais aceita quanto maior for a imparcialidade do escritor.
b) o escritor, fingindo neutralidade, será mais capaz de interessar o leitor.
c) o interesse da leitura centraliza-se na análise dos pormenores relatados.
d) o viés introduz uma nota de humor na transmissão de uma mensagem.
e) o leitor deve procurar reconhecer todo tipo de viés naquilo que lê.

Gabarito: 1. C 2. D 3. A 4. A

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Português

ANÁLISE DE ALTERNATIVAS/ITENS

COMPREENSÃO DE TEXTOS

Estabelecimento de relações entre os componentes envolvidos em dado enunciado. Assinalar


a resposta correta consiste em encontrar, no texto, as afirmações feitas nas alternativas, e vice-
versa.

PROCEDIMENTOS DE APREENSÃO DO TEXTO


1. Leitura da fonte bibliográfica;
2. leitura do título;
3. leitura do enunciado;
4. leitura das afirmativas;
5. destaque das palavras-chave das afirmativas;
6. procura, no texto, das palavras-chave destacadas nas alternativas.

Será a felicidade necessária? (2)


Felicidade é uma palavra pesada. Alegria é leve, mas felicidade é pesada. Diante da
pergunta "Você é feliz?", dois fardos são lançados às costas do inquirido. O primeiro é
procurar uma definição para felicidade, o que equivale a rastrear uma escala que pode ir
da simples satisfação de gozar de boa saúde até a conquista da bem-aventurança. O
segundo é examinar-se, em busca de uma resposta.
Nesse processo, depara-se com armadilhas. Caso se tenha ganhado um aumento no
emprego no dia anterior, o mundo parecerá belo e justo; caso se esteja com dor de dente,
parecerá feio e perverso. Mas a dor de dente vai passar, assim como a euforia pelo aumento
de salário, e se há algo imprescindível, na difícil conceituação de felicidade, é o caráter de
(6) permanência. Uma resposta consequente exige colocar na balança a experiência passada,
o estado presente e a expectativa futura. Dá trabalho, e a conclusão pode não ser clara.
Os pais de hoje costumam dizer que importante é que os filhos sejam felizes. É uma
tendência que se impôs ao influxo das teses libertárias dos anos 1960. É irrelevante que
entrem na faculdade, que ganhem muito ou pouco dinheiro, que sejam bem-sucedidos na
profissão. O que espero, eis a resposta correta, é que sejam felizes. Ora, felicidade é coisa
grandiosa. É esperar, no mínimo, que o filho sinta prazer nas pequenas coisas da vida. Se
não for suficiente, que consiga cumprir todos os desejos e ambições que venha a abrigar.
Se ainda for pouco, que atinja o enlevo místico dos santos. Não dá para preencher caderno
de encargos mais cruel para a pobre criança.
(Trecho do artigo de Roberto Pompeu de Toledo. Veja. 24 de março de 2010, p. 142) (1)

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(1) Observação da fonte bibliográfica: o conhecimento prévio de quem escreveu o texto
constitui-se numa estratégia de compreensão, visto que facilita a identificação da intenção
textual. Ao reconhecermos o autor do texto – Roberto Pompeu de Toledo, importante jornalista
brasileiro, cuja trajetória se marca pelo fato de escrever matérias especiais para importantes
veículos e comunicação – bem como o veículo de publicação – Veja –, podemos afirmar que se
trata de um artigo.
(2) Observação do título: o título pode constituir o menor resumo possível de um texto. Por
meio dele, certas vezes, identificamos a ideia central do texto, sendo possível, pois, descartar
afirmações feitas em determinadas alternativas. O título em questão – Será a felicidade
necessária? –, somado ao fato de nomear um artigo, permite-nos inferir que o texto será uma
resposta a tal questionamento, a qual evidenciará o ponto de vista do autor.

1. De acordo com o texto, (3)


•• Devido à expressão “De acordo com”, podemos afirmar que se trata, tão somente, de
compreender o texto.
•• Outras expressões possíveis: “Segundo o texto”, “Conforme o texto”, “Encontra suporte no
texto”, ...
Assim sendo,
Compreensão do texto: RESPOSTA CORRETA = paráfrase MAIS COMPLETA daquilo que foi
afirmado no texto.
Paráfrase: versão de um texto, geralmente mais extensa e explicativa, cujo objetivo é torná-lo
mais fácil ao entendimento.

1. De acordo com o texto,


a) a realização pessoal que geralmente faz parte da vida humana, como o sucesso no trabalho,
costuma ser percebida como sinal de plena felicidade.
b) as atribuições sofridas podem comprometer o sentimento de felicidade, pois superam os
benefícios de conquistas eventuais.
c) o sentimento de felicidade é relativo, porque pode vir atrelado a circunstâncias diversas da
vida, ao mesmo tempo que deve apresentar constância.
d) as condições da vida moderna tornam quase impossível a alguma pessoa sentir-se feliz,
devido às rotineiras situações da vida.
e) muitos pais se mostram despreparados para fazer com que seus filhos planejem sua vida
no sentido de que sejam, realmente, pessoas felizes.

Convite à Filosofia
Quando acompanhamos a história das ideias éticas, desde a Antiguidade clássica até nossos
dias, podemos perceber que, em seu centro, encontra-se o problema da violência e dos meios
para evitá-la, diminuí-la, controlá-la.
Diferentes formações sociais e culturais instituíram conjuntos de valores éticos como padrões
de conduta, de relações intersubjetivas e interpessoais, de comportamentos sociais que
pudessem garantir a integridade física e psíquica de seus membros e a conservação do grupo
social.

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Português – Análise de Alternativas/Itens – Prof. Carlos Zambeli

Evidentemente, as várias culturas e sociedades não definiram nem definem a violência da


mesma maneira, mas, ao contrário, dão-lhe conteúdos diferentes, segundo os tempos e os
lugares. No entanto, malgrado as diferenças, certos aspectos da violência são percebidos da
mesma maneira, formando o fundo comum contra o qual os valores éticos são erguidos.
Marilena Chauí. In: Internet: <www2.uol.com.br/aprendiz> (com adaptações).

Julgue o item a seguir.


Conclui-se a partir da leitura do texto que, apesar de diferenças culturais e sociais, é por
meio dos valores éticos estabelecidos em cada sociedade que se conserva o grupo social e se
protegem seus membros contra a violência.
( x ) Certo ( ) Errado
2º parágrafo

Conclusão
Resposta correta = a mais completa (alternativa com maior número de palavras-chave
encontradas no texto).
Optar pela alternativa mais completa, quando duas parecerem corretas.

EXEMPLIFICANDO
Centenas de cães e gatos são colocados para adoção mensalmente em Porto Alegre.
Cerca de 450 animais de estimação, entre cães e gatos, aguardam um novo dono em Porto
Alegre. Trata-se do contingente de animais perdidos, abandonados ou nascidos nas ruas
e entregues ao Gabea (Grupo de Apoio ao Bem-Estar Animal) e ao CCZ (Centro de Controle
de Zoonose), órgão ligado à Secretaria Municipal de Saúde. Destes, cerca de 120 animais são
adotados. Os outros continuam na espera por um lar.
O Sul. (adaptado)

Conforme o texto,
a) em Porto Alegre, cães e gatos são abandonados pelos seus donos. (3)
b) animais de estimação, entre eles cães e gatos nascidos nas ruas, são entregues ao Gabea.
(4)
c) um contingente de animais de estimação – entre eles cães e gatos – nasce nas ruas,
perdem-se de seus donos ou são por eles abandonados nas ruas de Porto Alegre. (6)
d) o CCZ propicia a adoção dos animais abandonados nas ruas de Porto Alegre. (4)
e) 120 animais de estimação são adotados mensalmente em Porto Alegre. (3)

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ANÁLISE DE ALTERNATIVAS/ITENS
Parte II

ERROS COMUNS COMPREENSÃO DE TEXTOS


O primeiro passo para acertar é entender o que está sendo pedido no enunciado e o que dizem
as alternativas ou itens. Algumas questões dão "pistas" no próprio enunciado. Assim sendo, é
fundamental "decodificar" os verbos que nele e nas alternativas se encontram.
Alguns verbos utilizados nos enunciados
•• Afirmar: certificar, comprovar, declarar.
•• Explicar: expor, justificar, expressar, significar.
•• Caracterizar: distinguir, destacar as particularidades.
•• Consistir: ser, equivaler, traduzir-se por (determinada coisa), ser feito, formado ou
composto de.
•• Associar: estabelecer uma correspondência entre duas coisas, unir-se, agregar.
•• Justificar: provar, demonstrar, argumentar, explicar.
•• Comparar: relacionar (coisas animadas ou inanimadas, concretas ou abstratas, da mesma
natureza ou que apresentem similitudes) para procurar as relações de semelhança ou de
disparidade que entre elas existam; aproximar dois ou mais itens de espécie ou de natureza
diferente, mostrando entre eles um ponto de analogia ou semelhança.
•• Relacionar: fazer comparação, conexão, ligação.
•• Definir: revelar, estabelecer limites, indicar a significação precisa de, retratar, conceituar,
explicar o significado.
•• Diferenciar: fazer ou estabelecer distinção entre, reconhecer as diferenças.
•• Identificar: distinguir os traços característicos de; reconhecer; permitir a identificação,
tornar conhecido.
•• Classificar: distribuir em classes e nos respectivos grupos, de acordo com um sistema ou
método de classificação; determinar a classe, ordem, família, gênero e espécie; pôr em
determinada ordem, arrumar (coleções, documentos etc.).
•• Referir-se: fazer menção, reportar-se, aludir-se.
•• Determinar: precisar, indicar (algo) a partir de uma análise, de uma medida, de uma
avaliação; definir.
•• Citar: transcrever, referir ou mencionar como autoridade ou exemplo ou em apoio do que
se afirma.
•• Indicar: fazer com que, por meio de gestos, sinais, símbolos, algo ou alguém seja visto;
assinalar, designar, mostrar.
•• Deduzir: concluir (algo) pelo raciocínio; inferir.
•• Inferir: concluir, deduzir.
•• Equivaler: ser idêntico no peso, na força, no valor etc.
•• Propor: submeter (algo) à apreciação (de alguém); oferecer como opção; apresentar,
sugerir.
•• Depreender: alcançar clareza intelectual a respeito de; entender, perceber, compreender;
tirar por conclusão, chegar à conclusão de; inferir, deduzir.
•• Aludir: fazer rápida menção a; referir-se.
(Fonte: dicionário Houaiss)

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Português – Análise de Alternativas/Itens – Prof. Carlos Zambeli

ERROS COMUNS COMPREENSÃO DE TEXTOS

EXTRAPOLAÇÃO
Ocorre quando o leitor sai do contexto, acrescentando ideias que não estão no texto,
normalmente porque já conhecia o assunto devido à sua bagagem cultural.

PRECONCEITOS

EXEMPLIFICANDO
8Canudo pela Internet
O ensino a distância avança e já existem mais de 30 mil cursos oferecidos na rede, de graduação
e pós-graduação até economia doméstica.
Passados nove anos de sua graduação em filosofia, a professora Ida Thon, 54 anos, enfiou na
cabeça que deveria voltar a estudar. Por conta do trabalho no Museu Nacional do Calçado,
na cidade gaúcha de Novo Hamburgo, onde mora, resolveu ter noções de museologia. Mas
para isso deveria contornar uma enorme dificuldade: o curso mais próximo ficava a 1.200
quilômetros de distância, em São Paulo.

1. Assinale a alternativa cuja afirmação não encontra suporte no texto.


a) A solução encontrada por Ida lançou mão das novas tecnologias educacionais.
b) O problema enfrentado por Ida, bem como a solução por ela encontrada, faz parte da
realidade de muitas pessoas no Brasil.
c) A Educação a Distância já é uma realidade brasileira.
d) O ensino oferecido pela web abrange uma vasta gama de possibilidades, buscando atender
a variadas tendências intelectuais.
e) Os cursos oferecidos pela web não podem ser considerados de grande importância, tendo
em vista não contemplarem a modalidade presencial e abordarem tão somente aspectos
triviais do conhecimento.

REDUÇÃO
É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um ou outro aspecto, esquecendo-se de
que o texto é um conjunto de ideias.

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EXEMPLIFICANDO

Bichos para a Saúde


Está nas livrarias a obra O poder curativo dos bichos. Os autores, Marty Becker e Daniel Morton,
descrevem casos bem-sucedidos de pessoas que derrotaram doenças ou aprenderam a viver
melhor graças à ajuda de algum animalzinho. Cães, gatos e cavalos estão entre os bichos
citados.
(ISTO É)

2. De acordo com o texto,


a) pessoas que têm animais de estimação são menos afeitas a contrair doenças.
b) a convivência entre seres humanos e animais pode contribuir para a cura de males físicos
daqueles.
c) indivíduos que têm cães e gatos levam uma existência mais prazerosa.
d) apenas cães, gatos e cavalos são capazes de auxiliar o ser humano durante uma
enfermidade.
e) pessoas bem-sucedidas costumam ter animais de estimação.
(A) EXTRAPOLAÇÃO: contrair doenças ≠ derrotar doenças.
(C) REDUÇÃO: cães e gatos < animalzinho.
(D) REDUÇÃO: cães, gatos e cavalos < animalzinho.
(E) EXTRAPOLAÇÃO: pessoas bem-sucedidas > casos bem-sucedidos de pessoas que derrotaram
doenças.

CONTRADIÇÃO
É comum as alternativas apresentarem ideias contrárias às do texto, fazendo o candidato
chegar a conclusões equivocadas, de modo a errar a questão.
Só contradiga o autor se isso for solicitado no comando da questão.
Exemplo: “Indique a alternativa que apresenta ideia contrária à do texto”.

EXEMPLIFICANDO
O que podemos experimentar de mais belo é o mistério. Ele é a fonte de toda a arte e ciência
verdadeira. Aquele que for alheio a essa emoção, aquele que não se detém a admirar as colinas,
sentindo-se cheio de surpresa, esse já está, por assim dizer, morto e tem os olhos extintos. O
que fez nascer a religião foi essa vivência do misterioso – embora mesclado de terror. Saber
que existe algo insondável, sentir a presença de algo profundamente racional e radiantemente
belo, algo que compreenderemos apenas em forma muito rudimentar – é esta a experiência
que constitui a atitude genuinamente religiosa. Neste sentido, e unicamente neste sentido,
pertenço aos homens profundamente religiosos.
(Albert Einstein – Como vejo o mundo)

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Português – Análise de Alternativas/Itens – Prof. Carlos Zambeli

3. O texto afirma que a experiência do mistério é um elemento importante para a arte, não para a
ciência.

( x ) Certo ( ) Errado

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Português

Compreensão Gramatical do Texto

Estabelecimento de relações entre os aspectos semânticos e gramaticais envolvidos em dado


anunciado.
Procedimentos

1. Leitura do enunciado e das alternativas;

2. identificação do aspecto gramatical apontado no enunciado e/ou na alternativa

3. Aplicação das técnicas de compreensão, inferência e vocabulário.


Os Pais de hoje constumam dizer que importante é que os filhos sejam felizes. [...] É irrelevante
que entrem na faculdade, que ganhem muito ou pouco dinheiro, que sejam bem-sucedidos
na profissão. O que espero, eis a resposta correta, é que sejam felizes. Ora felicdade é coisa
grandiosa. É esperar, no mínimo, que o filho sinta prazer nas pequenas coisas da vida. Se não
for suficiente, que consiga cumprir todos os desejos e ambições que venham a abrigar. Se ainda
for pouco, que atinja o enlevo místico dos santos. Não dá para preencher caderno de encargos
mais cruel para a pobre criança
ORA:
Advérbio = nesta ocasião; AGORA; A lei, ora apresentada, proíbe a venda de armas.
Conjunção = Ou... ou...: Ora ria, ora chorava. / Entretanto, mas: Eu ofereci ajuda; ora, orgulhosa
como é, nem aceitou.
Interjeição = manifesta surpresa, ironia, irritação etc.

1. O que espero, eis a resposta correta, é que sejam felizes. Ora, felicidade é coisa grandiosa. Com
a palavra grifada, o autor
a) retoma o mesmo sentido do que foi anteriormente afirmado.
b) exprime reserva em relação à opinião exposta na afirmativa anterior.
c) coloca uma alternativa possível para a afirmativa feita anteriormente.
d) determina uma situação em que se realiza a probabilidade antes considerada.
e) estabelece algumas condições necessárias para a efetivação do que se afirma.

2. Por que, enfim, tantas reservas em relação ao consumo? O primeiro foco de explicação para essa
antipatia reside no fato de que nossa economia fechada sempre encurralou os consumidores
no país. A falta de um leque efetivo de opções de compra tem deixado os consumidores à

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mercê dos produtores no Brasil. Não por acaso, os apologistas do consumo entre nós têm
sido basicamente aqueles que podem exercer seu inchado poder de compra sem tomar
conhecimento das fronteiras nacionais. O resto da população, mantida em situação vulnerável,
ignora os benefícios de uma economia baseada no consumo.
A expressão “Não por acaso”, ao iniciar o período, indica
a) justificativa.
b) ênfase.
c) indagação.
d) concessão.
e) finalidade.

3. (FCC) A Companhia das Índias Orientais − a primeira grande companhia de ações do mundo,
criada em 1602 − foi a mãe das multinacionais contemporâneas.
O segmento isolado pelos travessões constitui, no contexto, comentário que
a) busca restringir o âmbito de ação de uma antiga empresa de comércio.
b) especifica as qualidades empresariais de uma companhia de comércio.
c) contém informações de sentido explicativo, referentes à empresa citada.
d) enumera as razões do sucesso atribuído a essa antiga empresa.
e) enfatiza, pela repetição, as vantagens oferecidas pela empresa.

4. (FCC) A gênese da música do Rio Grande do Sul também pode ser vista como reflexo dessa
multiplicidade de referências. Há influências diretas do continente europeu, e isso se mistura à
valiosa contribuição do canto e do batuque africano, mesmo tendo sido perseguido, vigiado,
quase segregado.
O segmento destacado deve ser entendido, considerando-se o contexto, como
a) uma condição favorável à permanência da música popular de origem africana.
b) uma observação que valoriza a persistente contribuição africana para a música brasileira.
c) restrição ao sentido do que vem sendo exposto sobre a música popular brasileira.
d) a causa que justifica a permanência da música de origem africana no Brasil.
e) as consequências da presença dos escravos e sua influência na música popular brasileira.

5. A média universal do Índice de Desenvolvimento Humano aumentou 18% desde 1990. Mas
a melhora estatística está longe de animar os autores do Relatório de 2010. [...] O cenário
apresentado pelo Relatório não é animador. [...] Os padrões de produção e consumo atuais são
considerados inadequados. Embora não queira apresentar receitas prontas, o Relatório traça
caminhos possíveis. Entre eles, o reconhecimento da ação pública na regulação da economia
para proteger grupos mais vulneráveis. Outro aspecto ressaltado é a necessidade de considerar
pobreza, crescimento e desigualdade como temas interligados. "Crescimento rápido não
deve ser o único objetivo político, porque ignora a distribuição do rendimento e negligencia a
sustentabilidade do crescimento", informa o texto.
O trecho colocado entre aspas indica que se trata de
a) comentário pessoal do autor do texto sobre dados do Relatório.
a) insistência na correção dos dados apresentados pelo Relatório.
c) repetição desnecessária de informação já citada no texto.

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Português – Compreensão Gramatical do Texto – Prof. Carlos Zambeli

d) transcrição exata do que consta no texto do Relatório de 2010.


e) resumo do assunto principal constante do Relatório de 2010.

6. O sonho de voar alimenta o imaginário do homem desde que ele surgiu sobre a Terra. A inveja
dos pássaros e as lendas de homens alados, como Dédalo e Ícaro (considerado o primeiro mártir
da aviação), levaram a um sem-número de experiências, a maioria fatal.
(considerado o primeiro mártir da aviação) Os parênteses isolam
a) citação fiel de outro autor.
b) comentário explicativo.
c) informação repetitiva.
d) retificação necessária.
e) enumeração de fatos.

5. (FCC) Diariamente tomamos decisões (comprar uma gravata, vender um apartamento, demitir
um funcionário, poupar para uma viagem, ter um filho, derrubar ou plantar uma árvore),
ponderando custos e benefícios.
O segmento entre parênteses constitui
a) transcrição de um diálogo, que altera o foco principal do que vem sendo exposto.
b) constatação de situações habituais, com o mesmo valor de mercado, vivenciadas pelas
pessoas.
c) reprodução exata das palavras do jornalista americano citado no texto, referentes à rotina
diária das pessoas.
d) interrupção intencional do desenvolvimento das ideias, para acrescentar informações
alheias ao assunto abordado.
e) sequência explicativa, que enumera as eventuais decisões que podem ser tomadas
diariamente pelas pessoas.

Gabarito: 1. b 2. a 3. c 4. b 5. d 6. b 7. e

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Português

Denotação X Conotação

O signo linguístico (a palavra) é constituído pelo significante – parte perceptível, constituída de


sons – e pelo significado (conteúdo) – a parte inteligível, o conceito. Por isto, numa palavra que
ouvimos, percebemos um conjunto de sons (o significante), que nos faz lembrar um conceito (o
significado).
Denotação: resultado da união entre o significante e o significado, ou entre o plano da
expressão e o plano do conteúdo.
Conotação: resultado do acréscimo de outros significados paralelos ao significado de base da
palavra, isto é, outro plano de conteúdo pode ser combinado com o plano da expressão. Esse
outro plano de conteúdo reveste-se de impressões, valores afetivos e sociais, negativos ou
positivos, reações psíquicas que um signo evoca.
Assim,
Denotação é a significação objetiva da palavra – valor referencial; é a palavra em "estado de
dicionário”
Conotação é a significação subjetiva da palavra; ocorre quando a palavra evoca outras
realidades devido às associações que ela provoca.

DENOTAÇÃO CONOTAÇÃO
palavra com significação restrita palavra com significação ampla
palavra com sentido comum do dicionário palavra cujos sentidos extrapolam o sentido comum
palavra usada de modo automatizado palavra usada de modo criativo
linguagem comum linguagem rica e expressiva

EXEMPLIFICANDO
Para exemplificar esses dois conceitos, eis a palavra cão:
sentido denotativo quando designar o animal mamífero quadrúpede canino;
sentido conotativo quando expressar o desprezo que desperta em nós uma pessoa de mau
caráter ou extremamente servil.
(Othon M.Garcia)

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Um detalhe!
As aspas podem indicar que uma palavra está sendo empregada diferentemente do
seu sentido do dicionário!
Eu sempre “namorei” meus livros!
A “bateria” do meu filho não termina nunca! Esse menino não dorme.

Música “Dois rios”, de Samuel Rosa, Lô Borges e Nando Reis.


“O sol é o pé e a mão
O sol é a mãe e o pai
Dissolve a escuridão
O sol se põe se vai
E após se pôr
O sol renasce no Japão”

1. Assinale o segmento em que NÃO foram usadas palavras em sentido figurado.


a) Lendo o futuro no passado dos políticos.
b) As fontes é que iam beber em seus ouvidos.
c) Eram 75 linhas que jorravam na máquina de escrever com regularidade mecânica.
d) Antes do meio-dia, a tarefa estava pronta.
e) Era capaz de cortar palavras com a elegância de um golpe de florete.

2. Marque a alternativa cuja frase apresenta palavra(s) empregada(s) em sentido conotativo:


a) O homem procura novos caminhos na tentativa de fixar suas raízes.
b) “Mas lá, no ano dois mil, tudo pode acontecer. Hoje, não.”
c) “... os planejadores fizeram dele a meta e o ponto de partida.”
d) “Pode estabelecer regras que conduzam a um viver tranquilo ...”
e) “Evidentemente, (...) as transformações serão mais rápidas.”

Sinônimos X Antônimos

A semântica é a parte da linguística que estuda o significado das palavras, a parte significativa
do discurso. Cada palavra tem seu significado específico, porém podemos estabelecer relações
entre os significados das palavras, assemelhando-as umas às outras ou diferenciando-as
segundo seus significados.

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Conotação e Denotação – Português – Prof. Carlos Zambeli

Sinônimos
Palavras que possuem significados iguais ou semelhantes.

A bruxa prendeu os irmãos.

A feiticeira prendeu os irmãos.

Porém os sinônimos podem ser


•• perfeitos: significado absolutamente igual, o que não é muito frequente.
Ex.: morte = falecimento / idoso = ancião
•• imperfeitos: o significado das palavras é apenas semelhante.
Ex.: belo - formoso/ adorar – amar / fobia - receio

Antônimos
Palavras que possuem significados opostos, contrários. Pode originar-se do acréscimo de
um prefixo de sentido oposto ou negativo.
Exemplos: 
mal X bem
ausência X presença
fraco X forte
claro X escuro
subir X descer
cheio X vazio
possível X impossível
simpático X antipático

3. A palavra que pode substituir, sem prejuízo do sentido, “obviamente”, é


Julgo que os homens que fazem a política externa do Brasil, no Itamaraty, são excessivamente
pragmáticos. Tiveram sempre vida fácil, vêm da elite brasileira e nunca participaram, eles
próprios, em combates contra a ditadura, contra o colonialismo. Obviamente não têm a
sensibilidade de muitos outros países ou diplomatas que conheço.
a) Necessariamente
b) Realmente
c) Justificadamente
d) Evidentemente
e) Comprovadamente

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4. O texto se estrutura a partir de antíteses, ou seja, emprego de palavras ou expressões de sentido
contrário. O par de palavras ou expressões que não apresentam no texto essa propriedade
antitética é
Toda saudade é a presença da ausência
de alguém, de algum lugar, de algo enfim
Súbito o não toma forma de sim
como se a escuridão se pusesse a luzir
Da própria ausência de luz
o clarão se produz,
o sol na solidão.
Toda saudade é um capuz transparente
que veda e ao mesmo tempo traz a visão do que não se pode ver
porque se deixou pra trás
mas que se guardou no coração.
(Gilberto Gil)

a) presença / ausência
b) não / sim
c) ausência de luz / clarão
d) sol / solidão
e) que veda / traz a visão

Gabarito: 1. D 2. A 3. D 4. D

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Português

Elementos Referenciais

Estabelecem uma relação de sentido no texto, formando um elo coesivo entre o que está
dentro do texto e fora dele também. À retomada feita para trás dá-se o nome de anáfora e a
referência feita para a frente recebe o nome de catáfora.
Observe:

1. Carlos mora com a tia. Ele faz faculdade de Direito.


Ele – retomada de Carlos = anáfora.

2. Carlos ganhou um cachorro. O cachorro chama-se Lulu.


“Um cachorro”, informação para a frente = “o cachorro” = catáfora.

Mecanismos

1. REPETIÇÃO
“Oito pessoas morreram (cinco passageiros de uma mesma família e dois tripulantes, além
de uma mulher que teve ataque cardíaco) na queda de um avião bimotor Aero Commander,
da empresa J. Caetano, da cidade de Maringá (PR). O avião prefixo PTI-EE caiu sobre quatro
sobrados da Rua Andaquara.”
A palavra AVIÃO foi repetida, principalmente por ele ter sido o veículo envolvido no acidente,
que é a notícia propriamente dita.

2. REPETIÇÃO PARCIAL
“Estavam no avião o empresário Silvio Name Júnior [...] Gabriela Gimenes Ribeiro e o marido
dela, João Izidoro de Andrade. Andrade é conhecido na região como um dos maiores
compradores de cabeças de gado do Sul do país.”
Na retomada de nomes de pessoas, a repetição parcial é o mais comum mecanismo coesivo.
Costuma-se, uma vez citado o nome completo de alguém, repetir somente o seu sobrenome.

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1. A sequência em negrito (globalização do olho da rua. É a globalização do bico. É a globalização
do dane-se.) caracteriza a globalização a partir da desestruturação do mundo do trabalho. Do
ponto de vista dos recursos da linguagem é correto afirmar que, no contexto, ocorre uma
a) gradação, com a suavização das dificuldades.
b) contradição, entre os modos de sobrevivência do desempregado.
c) ênfase, com a intensificação da afirmativa inicial.
d) retificação, pela correção gradual das informações iniciais.

e) exemplificação, pelo relato de situações específicas.

3. ELIPSE
É a omissão de um termo que pode ser facilmente deduzido pelo contexto.
“Três pessoas que estavam nas casas atingidas pelo avião ficaram feridas. Elas não sofreram
ferimentos graves. Apenas escoriações e queimaduras.”
Na verdade, foram omitidos, no trecho sublinhado, o sujeito (As três pessoas) e um verbo
(sofreram): (As três pessoas sofreram apenas escoriações e queimaduras).

2. Aproveitei os feriados da semana passada para curtir algumas releituras que há muito vinha
adiando. [...] Com chuva, o Rio é uma cidade como outra qualquer: não se tem muita coisa a
fazer. [...] O melhor mesmo é aproveitar o tempo ― que de repente fica enorme e custa a passar
― revisitar os primeiros deslumbramentos, buscando no passado um aumento de pressão nas
caldeiras fatigadas que poderão me levar adiante. [...] Leituras antigas, de um tempo em que
estava longe a ideia de um dia escrever um livro. Bem verdade que, às vezes, vinha a tentação
de botar para fora alguma coisa.
I – As expressões “releituras”, “revisitar” e “Leituras antigas” deixam claro que os livros que o
narrador pretende ler já foram obras lidas por ele no passado.
II – Nas expressões “há muito” e “Bem verdade”, pode-se depreender a elipse do substantivo
“tempo” e do verbo flexionado “É”.
III – É possível inferir uma relação de causa e consequência entre as orações conectadas pelos
dois-pontos.
Quais afirmativas estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) I, II e III.

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Português – Elementos Referenciais – Prof. Carlos Zambeli

4. PRONOMES
A função gramatical do pronome é justamente a de substituir ou acompanhar um nome. Ele
pode, ainda, retomar toda uma frase ou toda a ideia contida em um parágrafo ou no texto todo.
“Estavam no avião Márcio Artur Lerro Ribeiro, seus filhos Márcio Rocha Ribeiro Neto e Gabriela
Gimenes Ribeiro; e o marido dela, João Izidoro de Andrade.”

O pronome possessivo seus retoma Márcio Artur Lerro Ribeiro; o pronome pessoal (d)ela
retoma Gabriela Gimenes Ribeiro.

3. “... que lhe permitem que veja a origem de todos os seres e de todas as coisas para que possa
transmiti-las aos ouvintes”.
Em transmiti-las, -las é pronome que substitui
a) a origem de todos os seres.
b) todas as coisas.
c) aos ouvintes.
d) todos os seres.

Pronomes Demonstrativos
ESSE = assunto antecedente.
“A seca é presença marcante no Sul. Esse fenômeno é atribuído a ‘El Niña’.”

ESTE = assunto posterior.


“O problema é este: não há possibilidade de reposição das peças.”

ESTE = antecedente mais próximo


AQUELE = antecedente mais distante
“Jogaram Inter e Grêmio: este perdeu; aquele ganhou.”

4. "Um relatório da Associação Nacional de Jornais revelou que, nos últimos doze meses, foram
registrados no Brasil 31 casos de violação à liberdade de imprensa. Destes, dezesseis são
decorrentes de sentença judicial - em geral, proferida por juízes de primeira instância.”
Nesse segmento do texto, o pronome demonstrativo sublinhado se refere a
a) relatórios.
b) jornais.
c) meses.
d) casos.
e) atentados.

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5. ADVÉRBIOS
Palavras que exprimem circunstâncias, principalmente as de lugar, tempo, modo, causa...
“Em São Paulo, não houve problemas. Lá, os operários não aderiram à greve.”

5. Considere as afirmativas que seguem.


I. O advérbio já, indicativo de tempo, atribui à frase o sentido de mudança.
II. Entende-se pela frase da charge que a população de idosos atingiu um patamar inédito no
país.
III. Observando a imagem, tem-se que a fila de velhinhos esperando um lugar no banco sugere
o aumento de idosos no país.
Está correto o que se afirma em
a) I apenas.
b) II apenas.
c) I e II apenas.
d) II e III apenas.
e) I, II e III.

6. EPÍTETOS
Palavras ou grupos de palavras que, ao mesmo tempo que se referem a um elemento do texto,
qualificam-no.

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Português – Elementos Referenciais – Prof. Carlos Zambeli

“Edson Arantes de Nascimento gostou do desempenho do Brasil. Para o ex-Ministro dos


Esportes, a seleção...”

6. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) é o melhor exemplo de que a reforma do Poder Judiciário
não está estagnada. Dez anos atrás, época em que ainda se discutia a criação do conselho, ao
qual cabia o epíteto “órgão de controle externo do Judiciário”, a existência de um órgão nesses
moldes, para controlar a atuação do Poder Judiciário, gerava polêmica.
O vocábulo “epíteto” introduz uma expressão que qualifica e explica a função do CNJ.
( ) Certo ( ) Errado

7. NOMES DEVERBAIS
São derivados de verbos e retomam a ação expressa por eles. Servem, ainda, como um resumo
dos argumentos já utilizados.
“Uma fila de centenas de veículos paralisou o trânsito da Avenida Assis Brasil, como sinal de
protesto contra o aumento dos impostos. A paralisação foi a maneira encontrada...”

7. Assinale a alternativa cuja frase apresenta uma retomada deverbal.


a) E naquela casinha que eu havia feito, naquela habitação simples, ficava meu reino.
b) Mas como foi o negócio da Fazenda do Taquaral, lugar em que se escondiam os corruptores?
c) Ao comprar o sítio do Mané Labrego, realizou um grande sonho; tal compra redundaria em
sua independência.
d) O que ele quer lá, na fazenda Grota Funda?

Gabarito: 1. C 2. E 3. B 4. D 5. E 6. Certo 7. C

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Mecanismos

PRIORIDADE-RELEVÂNCIA
Ex.: Em primeiro lugar, Antes de mais nada, Primeiramente, Finalmente...

SEMELHANÇA, COMPARAÇÃO, CONFORMIDADE


Ex.: igualmente, da mesma forma, de acordo com, segundo, conforme, tal qual, tanto quanto,
como, assim como...
O PAVÃO
Eu considerei a glória de um pavão ostentando o esplendor de suas cores; é um luxo imperial.
Mas andei lendo livros, e descobri que aquelas cores todas não existem na pena do pavão.
Não há pigmentos. O que há são minúsculas bolhas d’água em que a luz se fragmenta como
em um prisma. O pavão é um arco-íris de plumas. Eu considerei que este é o luxo do grande
artista, atingir o máximo de matizes com um mínimo de elementos. De água e luz ele faz seu
esplendor; seu grande mistério é a simplicidade. Considerei, por fim, que assim é o amor, oh!
minha amada; de tudo que suscita e esplende e estremece e delira em mim existem apenas
meus olhos recebendo a luz de teu olhar. Ele me cobre de glória e me faz magnífico.
Rubem Braga

1. No trecho da crônica de Rubem Braga, os elementos coesivos produzem a textualidade que


sustenta o desenvolvimento de uma determinada temática. Com base nos princípios linguísticos
da coesão e da coerência, pode-se afirmar que
a) na passagem, “Mas andei lendo livros”, o emprego do gerúndio indica uma relação de
proporcionalidade.
b) o pronome demonstrativo “este” (Eu considerei que este é o luxo do grande artista, atingir o
máximo de matizes com um mínimo de elementos.) exemplifica um caso de coesão anafórica,
pois seu referente textual vem expresso no parágrafo seguinte.
c) o articulador temporal “por fim” (Considerei, por fim, que assim é o amor, oh! minha amada)
assinala, no desenvolvimento do texto, a ordem segundo a qual o assunto está sendo abordado.
d) a expressão “Oh! minha amada” é um termo resumitivo que articula a coerência entre a
beleza do pavão e a simplicidade do amor.
e) o pronome pessoal “ele”(existem apenas meus olhos recebendo a luz de teu olhar. Ele me
cobre de glória e me faz magnífico.), na progressão textual, faz uma referência ambígua a
“pavão”.

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2. “Por outro lado, sua eficiência macroeconômica deixa muito a desejar, menos pela incapacidade
das instituições do que pela persistência de incentivos adversos ao crescimento.”
Em “do que pela”, a eliminação de “do” prejudica a correção sintática do período.
( ) Certo ( ) Errado

CONDIÇÃO, HIPÓTESE
Ex.: se, caso, desde que...

ADIÇÃO, CONTINUAÇÃO
Ex.: Além disso, ainda por cima, também, não só...mas também ...

DÚVIDA
Ex.: talvez, provavelmente, possivelmente...

CERTEZA, ÊNFASE
Ex.: certamente, inquestionavelmente, sem dúvida, inegavelmente, com certeza...

FINALIDADE
Ex.: a fim de, com o propósito de, para que...

3. Em ...fruto não só do novo acesso da população ao automóvel, mas também da necessidade


de maior número de viagens..., os termos em destaque estabelecem relação de
a) explicação.
b) oposição.
c) alternância.
d) conclusão.
e) adição.

4. O trecho em que a preposição em negrito introduz a mesma noção da preposição destacada


em “Na luta para melhorar” é
a) O jogador com o boné correu.
b) A equipe de que falo é aquela.
c) A busca por recordes move o atleta.
d) A atitude do diretor foi contra a comissão.
e) Ele andou até a casa do treinador.

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ESCLARECIMENTO
Ex.: por exemplo, isto é, quer dizer...

RESUMO, CONCLUSÃO
Ex.: em suma, em síntese, enfim, portanto, dessa forma, dessa maneira, logo, então...

CAUSA, CONSEQUÊNCIA, EXPLICAÇÃO


Ex.: por conseguinte, por isso, por causa de, em virtude de, assim, porque, pois, já que, uma vez
que, visto que, de tal forma que...

CONTRASTE, OPOSIÇÃO, RESTRIÇÃO, RESSALVA


Ex.: pelo contrário, salvo, exceto, mas, contudo, todavia, entretanto, no entanto, embora,
apesar de, ainda que, mesmo que, se bem que...

5. “Machado pode ser considerado, no contexto histórico em que surgiu, um espanto e um


milagre, mas o que me encanta de forma mais particular é o fato de que ele estava, o tempo
todo, pregando peças nos leitores e nele mesmo.”
Foi assim que o mais importante crítico literário do mundo, o norte-americano Harold Bloom,
77, classificou Machado de Assis quando elencou, em Gênio — Os 100 Autores Mais Criativos
da História da Literatura, os melhores escritores do mundo segundo seus critérios e gosto
particular.
No segundo parágrafo do texto, a conjunção portanto poderia substituir o termo “assim”, sem
prejuízo para a coesão e a coerência textuais.
( ) Certo ( ) Errado

6. Mariza saiu de casa atrasada e perdeu o ônibus. As duas orações do período estão unidas pela
palavra “e”, que, além de indicar adição, introduz a ideia de
a) Oposição.
b) Condição.
c) Consequência.
d) Comparação.
e) União.

7. “A ação da polícia ocorre em um ambiente de incertezas, ou seja, o policial, quando sai para a
rua, não sabe o que vai encontrar diretamente;”.
A expressão sublinhada indica a presença de uma

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Português – Elementos Referenciais – Prof. Carlos Zambeli

a) retificação.
b) conclusão.
c) oposição.
d) explicação.
e) enumeração.

8. No anúncio publicitário, a substituição do elemento coesivo “para” pelo elemento coesivo


“porque” evidencia

a) a importância da liberdade como causa e não como finalidade.


b) a concepção de que a liberdade aumenta à proporção que lutamos por ela.
c) uma reflexão sobre a busca de liberdade como a principal finalidade da vida.
d) a liberdade como uma consequência de uma ação planejada com fins definidos.
e) a necessidade de compreender a liberdade como uma consequência de objetivos claros

Gabarito: 1. C 2. Errado 3. E 4. C 5. Errado 6. C 7. D 8. A

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Português

Polissemia e Figuras de Linguagem

Polissemia

Polissemia significa (poli = muitos; semia = significado) “muitos sentidos”. Contudo, assim que
se insere no contexto, a palavra perde seu caráter polissêmico e assume significado específico,
isto é, significado contextual.
Os vários significados de uma palavra, em geral, têm um traço em comum. A cada um deles dá-
se o nome de acepção.
•• A cabeça une-se ao tronco pelo pescoço.

•• Ele é o cabeça da rebelião.

•• Edgar Abreu tem boa cabeça.

Contexto!
O contexto determina a acepção de dada palavra polissêmica. Palavras como “flor”, “cabeça”,
“linha”, “ponto”, “pena”, entre outras, assumem, em variados contextos, novas acepções.

CONTEXTO ACEPÇÃO
Adoro flor vermelha! parte de uma planta
“Última flor do Lácio” descendente
Vagava à flor da água. superfície
Ela é uma flor de pessoa. amável
Ele não é flor que se cheire. indigno, falso
Está na flor da idade. juventude

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1. O efeito de sentido da charge é provocado pela combinação de informações visuais e recursos
linguísticos. No contexto da ilustração, a frase proferida recorre à
a) polissemia, ou seja, aos múltiplos sentidos da expressão “rede social” para transmitir a
ideia que pretende veicular.
b) ironia para conferir um novo significado ao termo “outra coisa”.
c) homonímia para opor, a partir do advérbio de lugar, o espaço da população pobre e o
espaço da população rica.
d) personificação para opor o mundo real pobre ao mundo virtual rico.
e) antonímia para comparar a rede mundial de computadores com a rede caseira de descanso
da família.

Exemplos:
•• Edgar ocupa um alto posto na Casa. = cargo

•• Abasteci o carro no posto da estrada. = posto de gasolina.

•• Os eventos eram de graça. = gratuitos

•• Aquela mulher era uma graça. = beleza.

•• Os fiéis agradecem a graça recebida. = auxílio divino

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Polissemia e Figuras de Linguagem – Português – Prof. Carlos Zambeli

Figuras De Linguagem

São recursos que tornam mais expressivas as mensagens. Subdividem-se em


•• figuras de som,
•• figuras de construção,
•• figuras de pensamento,
•• figuras de palavras.

Algumas Figuras de

Som
Aliteração: consiste na repetição ordenada de mesmos sons consonantais.
•• “Esperando, parada, pregada na pedra do porto.”

•• “Que o teu afeto me afetou é fato agora faça-me um favor...”

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Onomatópéia: consiste na reprodução de um som ou ruído natural.
•• “Não se ouvia mais que o plic-plic-plic da agulha no pano.” (Machado de Assis)

Construção
Elipse: consiste na omissão de um termo facilmente identificável pelo contexto.
•• “Em nossa vida, apenas desencontros.”

•• No curso, aprovações e mais aprovações!

Zeugma: consiste na elipse de um termo que já apareceu antes.


•• Ele prefere cinema; eu, teatro. (omissão de prefiro)

Pleonasmo: consiste numa redundância cuja finalidade é reforçar a mensagem.


•• “E rir meu riso e derramar meu pranto.”

•• O resultado da eleição, é importante anunciá-lo logo.

O pleonasmo vicioso – ao contrário do literário – é indesejável.


•• hemorragia de sangue.

2. Pleonasmo é uma figura de linguagem que tem como marca a repetição de palavras ou de
expressões, aparentemente desnecessárias, para enfatizar uma ideia. No entanto, alguns
pleonasmos são considerados “vícios de linguagem” por informarem uma obviedade e não
desempenharem função expressiva no enunciado. Considerando essa afirmação, assinale a
alternativa em que há exemplo de pleonasmo vicioso.
a) “E então abriu a torneira: a água espalhou-se”
b) “O jeito era ir comprar um pão na padaria.”
c) “Matá-la, não ia; não, não faria isso.”
d) “Traíra é duro de morrer, nunca vi um peixe assim.”
e) “Tirou para fora os outros peixes: lambaris, chorões, piaus...”

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Polissemia e Figuras de Linguagem – Português – Prof. Carlos Zambeli

Pensamento
Antítese: consiste na   aproximação de termos contrários, de palavras que se opõem pelo
sentido.
“Nasce o Sol, e não dura mais que um dia
Depois da Luz se segue à noite escura
Em tristes sombras morre a formosura
Em contínuas tristezas, a alegria.”

•• “Já estou cheio de me sentir vazio.” (Renato Russo)

Ironia: apresenta um termo em sentido oposto ao usual; efeito crítico ou humorístico.


•• “A excelente dona Inácia era mestra na arte de judiar crianças”.

3. No trecho "...dão um jeito de mudar o mínimo para continuar mandando o máximo", a figura
de linguagem presente é chamada
a) Metáfora.
b) Hipérbole.
c) Hipérbato.
d) Anáfora.
e) Antítese.

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Hipérbato: inversão ou deslocamento de palavras ou orações dentro de um período.
"Ouviram do Ipiranga as margens plácidas

De um povo heroico o brado retumbante."

Anáfora: repetição de uma ou mais palavras no início de frases ou versos consecutivos.


“Tende piedade, Senhor, de todas mulheres
Quem ninguém mais merece tanto amor
Que ninguém mais deseja tanto a poesia
Que ninguém mais precisa de tanta alegria.”
(Vinícius de Moraes)

Eufemismo: consiste na tentativa de suavizar expressão grosseira ou desagradável.


•• “Quando a indesejada das gentes chegar” (morte).”

•• “O problema não é você, sou eu.”

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Polissemia e Figuras de Linguagem – Português – Prof. Carlos Zambeli

Hipérbole: consiste em exagerar uma ideia com finalidade enfática.


•• “Pela lente do amor/Vejo tudo crescer/Vejo a vida mil vezes melhor”. (Gilberto Gil)

•• “Roseana Sarney (PMDB) aproveitou ontem o clima de campanha, na posse do secretariado,


para anunciar um mar de promessas.”

Prosopopeia ou personificação: consiste em atribuir a seres inanimados qualidades ou


características que são próprias de seres animados.

Em um belo céu de anil,


os urubus, fazendo ronda,
discutem, em mesa redonda,
os destinos do Brasil.

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Palavras
Metáfora: A metáfora implica, pois, uma comparação em que o conectivo comparativo fica
subentendido.
“Meninas são bruxas e fadas,
Palhaço é um homem todo pintado de piadas!
Céu azul é o telhado do mundo inteiro,
Sonho é uma coisa que fica dentro do meu travesseiro!”
(Teatro Mágico)

Catacrese: Na falta de um termo específico para designar conceito ou objeto, toma-se outro
por empréstimo. Devido ao uso contínuo, não mais se percebe que ele está sendo empregado
em sentido figurado.
•• O pé da mesa estava quebrado.

•• Não deixe de colocar dois dentes de alho na comida.

•• Quando embarquei no avião, fui dominado pelo o medo.

•• A cabeça do prego está torta.

Gabarito: 1. A 2. E 3. E

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Português

Tipologia Textual

O que é isso?
É a forma como um texto se apresenta. As tipologias existentes são: narração, descrição,
dissertação, exposição, argumentação, informação e injunção.

Narração
Modalidade na qual se contam um ou mais fatos – fictício ou não - que ocorreram em
determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Há uma relação de anterioridade
e posterioridade. O tempo verbal predominante é o passado.
Exemplo:
COMPRAR REVISTA
Parou, hesitante; em frente à banca de jornais. Examinou as capas das revistas, uma por uma.
Tirou do bolso o recorte, consultou-o. Não, não estava incluída na relação de títulos, levantada
por ordem alfabética. Mas quem sabe havia relação suplementar, feita na véspera? Na dúvida,
achou conveniente estudar a cara do jornaleiro. Era a mesma de sempre. Mas a talvez ocultasse
alguma coisa, sob a aparência habitual. O jornaleiro olhou para ele, sem transmitir informação
especial no olhar, além do reconhecimento do freguês. Peço? Perguntou a si mesmo. Ou é
melhor sondar a barra?”
Carlos Drummond de Andrade

A primeira vez que vi o mar eu não estava sozinho. Estava no meio de um bando enorme de
meninos. Nós tínhamos viajado para ver o mar. No meio de nós havia apenas um menino que
já o tinha visto. Ele nos contava que havia três espécies de mar: o mar mesmo, a maré, que é
menor que o mar, e a marola, que é menor que a maré. Logo a gente fazia ideia de um lago
enorme e duas lagoas. Mas o menino explicava que não. O mar entrava pela maré e a maré
entrava pela marola. A marola vinha e voltava. A maré enchia e vazava. O mar às vezes tinha
espuma e às vezes não tinha. Isso perturbava ainda mais a imagem. Três lagoas mexendo,
esvaziando e enchendo, com uns rios no meio, às vezes uma porção de espumas, tudo isso
muito salgado, azul, com ventos.
Fomos ver o mar. Era de manhã, fazia sol. De repente houve um grito: o mar! Era qualquer
coisa de largo, de inesperado. Estava bem verde perto da terra, e mais longe estava azul. Nós
todos gritamos, numa gritaria infernal, e saímos correndo para o lado do mar. As ondas batiam
nas pedras e jogavam espuma que brilhava ao sol. Ondas grandes, cheias, que explodiam com
barulho. Ficamos ali parados, com a respiração apressada, vendo o mar...
(Fragmento de crônica de Rubem Braga, Mar, Santos, julho, 1938)

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1. O texto é construído por meio de
a) perfeito encadeamento entre os dois parágrafos: as explicações sobre o mar, no primeiro,
harmonizam-se com sua visão extasiada, no segundo.
b) violenta ruptura entre os dois parágrafos: o primeiro alonga-se em explicações sobre o mar
que não têm qualquer relação com o que é narrado no segundo.
c) procedimentos narrativos diversos correspondentes aos dois parágrafos: no primeiro, o
narrador é o autor da crônica; no segundo, ele dá voz ao menino que já vira o mar.
d) contraste entre os dois parágrafos: as frustradas explicações sobre o mar para quem nunca
o vira, no primeiro, são seguidas pela arrebatada visão do mar, no segundo.
e) inversão entre a ordem dos acontecimentos em relação aos dois parágrafos: o que é
narrado no primeiro só teria ocorrido depois do que se narra no segundo.

Descrição

É a modalidade na qual se apontam as características que compõem determinado objeto,


pessoa, ambiente ou paisagem. A classe de palavras mais utilizada nessa produção é o adjetivo.
Exemplos:
“Sua estatura era alta, e seu corpo, esbelto. A pele morena refletia o sol dos trópicos. Os olhos
negros e amendoados espalhavam a luz interior de sua alegria de viver e jovialidade. Os traços
bem desenhados compunham uma fisionomia calma, que mais parecia uma pintura.”

Quase todo mundo conhece os riscos de se ter os documentos usados de forma indevida por
outra pessoa, depois de tê-los perdido ou de ter sido vítima de assalto. Mas um sistema que
começou a ser implantado na Bahia pode resolver o problema em todo o país. A tecnologia
usada atualmente para a emissão de carteiras de identidade na Bahia pode evitar esse tipo de
transtorno. A foto digital, impressa no documento, dificulta adulterações. A principal novidade
do sistema é o envio imediato das impressões digitais, por computador, para o banco de dados
da Polícia Federal em Brasília. Dessa forma, elas podem ser comparadas com as de outros
brasileiros e estrangeiros cadastrados. Se tudo estiver em ordem, o documento é entregue em
cinco dias. Ao ser retirada a carteira, as digitais são conferidas novamente.
Internet: <www.g1.globo.com> (com adaptações).

2. O texto, predominantemente descritivo, apresenta detalhes do funcionamento do sistema de


identificação que deve ser implantado em todo o Brasil.
( ) Certo ( ) Errado

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Tipologia Textual – Português – Prof. Carlos Zambeli

Dissertação

A dissertação é um texto que analisa, interpreta, explica e avalia dados da realidade. Esse tipo
textual requer um pouco de reflexão, pois as opiniões sobre os fatos e a postura crítica em
relação ao que se discute têm grande importância.
O texto dissertativo é temático, pois trata de análises e interpretações; o tempo explorado é
o presente no seu valor atemporal; é constituído por uma introdução onde o assunto a ser
discutido é apresentado, seguido por uma argumentação que caracteriza o ponto de vista do
autor sobre o assunto em evidência e, por último, sua conclusão.

Redes sociais: o uso exige cautela


Uma característica inerente às sociedades humanas é sempre buscar novas maneiras de se
comunicar: cartas, telegramas e telefonemas são apenas alguns dos vários exemplos de meios
comunicativos que o homem desenvolveu com base nessa perspectiva. E, atualmente, o mais
recente e talvez o mais fascinante desses meios, são as redes virtuais, consagradas pelo uso,
que se tornam cada vez mais comuns...

Exposição

Apresenta informações sobre assuntos, expõe ideias, explica e avalia e reflete Não faz defesa
de uma ideia, pois tal procedimento é característico do texto dissertativo. O texto expositivo
apenas revela ideias sobre um determinado assunto. Por meio da mescla entre texto expositivo
e narrativo, obtém-se o que conhecemos por relato.
Ex.: aula, relato de experiências, etc.

Em todo o continente americano, a colonização europeia teve efeito devastador. Atingidos pelas
armas, e mais ainda pelas epidemias e por políticas de sujeição e transformação que afetavam
os mínimos aspectos de suas vidas, os povos indígenas trataram de criar sentido em meio à
devastação. Nas primeiras décadas do século XVII, índios norte-americanos comparavam a uma
demolição aquilo que os missionários jesuítas viam como “transformação de suas vidas pagãs e
bárbaras em uma vida civilizada e cristã.”

Argumentação

Modalidade na qual se expõem ideias gerais, seguidas da apresentação de argumentos que


as defendam e comprovem, persuadam o leitor, convencendo-o de aceitar uma ideia imposta
pelo texto. É o tipo textual mais presente em manifestos e cartas abertas, e quando também
mostra fatos para embasar a argumentação, se torna um texto dissertativo-argumentativo.

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“Perguntamo-nos qual é o valor da vida humana.Alguns setores da sociedade acreditam que
a vida do criminoso não tem o mesmo valor da vida das pessoas honestas. O problema é que
o criminoso pensa do mesmo modo: se a vida dele não vale nada, por que a vida do dono da
carteira deve ter algum valor? Se provavelmente estará morto antes dos trinta anos de idade
(como várias pesquisas comprovam), por que se preocupar em não matar o proprietário do
automóvel que ele vai roubar?”
Andréa Buoro et al. Violência urbana – dilemas e desafios. São Paulo: Atual, 1999, p. 26 (com
adaptações).

O riso é tão universal como a seriedade; ele abarca a totalidade do universo, toda a sociedade,
a história, a concepção de mundo. É uma verdade que se diz sobre o mundo, que se estende a
todas as coisas e à qual nada escapa. É, de alguma maneira, o aspecto festivo do mundo inteiro,
em todos os seus níveis, uma espécie de segunda revelação do mundo.

3. Embora o texto seja essencialmente argumentativo, seu autor se vale de estruturas narrativas
para reforçar suas opiniões.
( ) Certo ( ) Errado

Informação
O texto informativo corresponde aquelas manifestações textuais cujo emissor (escritor) expõe
brevemente um tema, fatos ou circunstâncias a um receptor (leitor). Em outras palavras,
representam as produções textuais objetivas, normalmente em prosa, com linguagem clara e
direta (linguagem denotativa), que tem como objetivo principal transmitir informação sobre
algo, isento de duplas interpretações.
Assim, os textos informativos, diferente dos poéticos ou literários (que utilizam da linguagem
conotativa), servem para conhecer de maneira breve informações sobre determinado tema,
apresentando dados e referências, sem interferência de subjetividade, desde sentimentos,
sensações, apreciações do autor ou opiniões. O autor dos textos informativos é um transmissor
que se preocupa em relatar informações da maneira mais objetiva e verossímil.

Injuntivo/Instrucional
Indica como realizar uma ação. Também é utilizado para predizer acontecimentos e
comportamentos. Utiliza linguagem objetiva e simples. Os verbos são, na sua maioria,
empregados no modo imperativo, porém nota-se também o uso do infinitivo e o uso do futuro
do presente do modo indicativo.
Ex.: Previsões do tempo, receitas culinárias, manuais, leis, bula de remédio, convenções, regras
e eventos.

Gabarito: 1. D 2. E 3. E

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Português

Gênero Textual

É o nome que se dá às diferentes formas de linguagem empregadas nos textos. Estas formas
podem ser mais formais ou mais informais, e até se mesclarem em um mesmo texto, porém
este será nomeado com o gênero que prevalecer!
Os gêneros textuais estão intimamente ligados à nossa situação cotidiana. Eles existem como
mecanismo de organização das atividades sociocomunicativas do dia a dia. Sendo assim,
gêneros textuais são tipos especificos de textos de qualquer natureza, literários ou não-
literários, cujas modalidades discursivas são como formas de organizar a linguagem.

Editorial

É um tipo de texto utilizado na imprensa, especialmente em jornais e revistas, que tem por
objetivo informar, mas sem obrigação de ser neutro, indiferente.
A objetividade e imparcialidade não são características dessa tipologia textual, já que o redator
demonstra a opinião do jornal sobre o assunto narrado.
Os acontecimentos são relatados sob a subjetividade do repórter, de maneira que evidencie
a posição da empresa que está por trás do canal de comunicação, pois os editoriais não são
assinados por ninguém.
Assim, podemos dizer que o editorial é um texto mais opinativo do que informativo.
Ele possui um fato e uma opinião. O fato informa o que aconteceu e a opinião transmite a
interpretação do que aconteceu.

O alto preço do etanol


A imagem de modernidade e inovação que o Brasil projetou internacionalmente em razão do
uso combustível do etanol é incompatível com as condições desumanas a que são submetidos
de modo geral os cortadores de cana, que têm uma vida útil de trabalho comparável à dos
escravos, como indica pesquisa da Unesp divulgada hoje pela Folha.[...]
Folha de São Paulo

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1. O título do texto refere-se
a) ao reflexo do custo da terceirização da colheita da cana no preço do etanol.
b) aos problemas ambientais resultantes da expansão da cultura de cana.
c) aos preços não competitivos do etanol brasileiro no mercado internacional.
d) às precárias condições de trabalho dos trabalhadores rurais na colheita da cana.
e) ao aumento dos lucros obtidos pelos empresários que investem na produção da cana.

2. Podemos citar como características do editorial


a) Imparcialidade na informação;
b) Excesso de narração;
c) Objetividade na informação
d) Dissertativo, crítico e informativo no desenvolvimento do texto
e) poético, rítmico e emocional.

Artigos

São os mais comuns. São textos autorais – assinados –, cuja opinião é de inteira responsabilidade
de quem o escreveu. Seu objetivo é o de persuadir o leitor.
É um texto dissertativo que apresenta argumentos sobre o assunto abordado, portanto, o
escritor além de expor seu ponto de vista, deve sustentá-lo através de informações coerentes e
admissíveis.

3. Leia o texto e considere as afirmações.


“Antes de mais nada, acho que querer ser milionário não é um bom objetivo na vida. Meu único
conselho é: ache aquilo que você realmente ama fazer. Exerça atividade pela qual você tem
paixão. É dessa forma que temos as melhores chances de sucesso. Se você faz algo de que não
gosta, dificilmente será bom. Não há sentido em ter uma profissão somente pelo dinheiro.”
DELL, Michael. O Mago do Computador. In: Veja

I – Depreende-se, pela leitura do texto, que querer ser milionário é ruim, pois esse desejo
impossibilita o homem de amar o trabalho.
II – Para o autor, as chances de sucesso em uma profissão dependem da paixão com que ela é
exercida.
III – É consenso atribuir-se o sucesso à paixão pela atividade que se realiza.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e III.
e) Apenas II e III.

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Gêneros Textuais – Português – Prof. Carlos Zambeli

Notícias

Podemos perfeitamente identificar características narrativas, o fato ocorrido que se deu


em um determinado momento e em um determinado lugar, envolvendo determinadas
personagens. Características do lugar, bem como dos personagens envolvidos são, muitas
vezes, minuciosamente descritos. São autorais, apesar de nem sempre serem assinadas. Seu
objetivo é tão somente o de informar, não o de convencer.

Obra-prima de Leonardo da Vinci e uma das mais admiradas telas jamais pintadas, devido, em
parte, ao sorriso enigmático da moça retratada, a “Mona Lisa” está se deteriorando. O grito de
alarme foi dado pelo Museu do Louvre, em Paris, que anunciou que o quadro passará por uma
detalhada avaliação técnica com o objetivo de determinar o porquê do estrago. O fino suporte
de madeira sobre o qual o retrato foi pintado sofreu uma deformação desde que especialistas
em conservação examinaram a pintura pela última vez, diz o Museu do Louvre numa declaração
por escrito.
Fonte: http://www.italiaoggi.com.br (acessado em 13/11/07)

Crônica
Fotografia do cotidiano, realizada por olhos particulares. Geralmente, o cronista apropria-se de
um fato atual do cotidiano, para, posteriormente, tecer críticas ao status quo, baseadas quase
exclusivamente em seu ponto de vista. A linguagem desse tipo de texto é predominantemente
coloquial.

Características da crônica
•• Narração curta;
•• Descreve fatos da vida cotidiana;
•• Pode ter caráter humorístico, crítico, satírico e/ou irônico;
•• Possui personagens comuns;
•• Segue um tempo cronológico determinado;
•• Uso da oralidade na escrita e do coloquialismo na fala das personagens;
•• Linguagem simples.

Dia desses resolvi fazer um teste proposto por um site da internet. O nome do teste era
tentador: “O que Freud diria de você”. Uau. Respondi a todas as perguntas e o resultado foi o
seguinte: “Os acontecimentos da sua infância a marcaram até os doze anos, depois disso você
buscou conhecimento intelectual para seu amadurecimento”. Perfeito! Foi exatamente o que
aconteceu comigo. Fiquei radiante: eu havia realizado uma consulta paranormal com o pai da
psicanálise, e ele acertou na mosca.
MEDEIROS, M. Doidas e Santas. Porto Alegre, 2008 (adaptado).

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4. Quanto às influências que a internet pode exercer sobre os usuários, a autora expressa uma
reação irônica no trecho “Fiquei radiante: eu havia realizado uma consulta paranormal com o
pai da psicanálise”.
( ) Certo ( ) Errado

Ensaio
É um texto literário breve, situado entre o poético e o didático, expondo ideias, críticas e
reflexões éticas e filosóficas a respeito de certo tema. É menos formal. Consiste também
na defesa de um ponto de vista pessoal e subjetivo sobre um tema (humanístico, filosófico,
político, social, cultural, moral, comportamental, literário, religioso, etc.), sem que se paute em
formalidades.
O ensaio assume a forma livre e assistemática sem um estilo definido. Por essa razão, um
filósofo espanhol o definiu como "a ciência sem prova explícita".

“Entre os primatas, o aumento da densidade populacional não conduz necessariamente


à violência desenfreada. Diante da redução do espaço físico, criamos leis mais fortes para
controlar os impulsos individuais e impedir a barbárie. Tal estratégia de sobrevivência tem
lógica evolucionista: descendemos de ancestrais que tiveram sucesso na defesa da integridade
de seus grupos; os incapazes de fazê-lo não deixaram descendentes. Definitivamente, não
somos como os ratos.”
Dráuzio Varella.

5. Como a escolha de estruturas gramaticais pode evidenciar informações pressupostas e


significações implícitas, o emprego da forma verbal em primeira pessoa — “criamos” — autoriza
a inferência de que os seres humanos pertencem à ordem dos primatas.
( ) Certo ( ) Errado

Texto Literário
É uma construção textual de acordo com as normas da literatura, com objetivos e
características próprias, como linguagem elaborada de forma a causar emoções no leitor. Uma
das características distintivas dos textos literário é a sua  função poética, em que é possível
constatar ritmo e musicalidade, organização específica das palavras e um elevado nível de
criatividade.

Madrugada na aldeia
Madrugada na aldeia nervosa, com as glicínias escorrendo orvalho, os figos prateados de
orvalho, as uvas multiplicadas em orvalho, as últimas uvas miraculosas.
O silêncio está sentado pelos corredores, encostado às paredes grossas, de sentinela.
E em cada quarto os cobertores peludos envolvem o sono: poderosos animais benfazejos,
encarnados e negros.

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Gêneros Textuais – Português – Prof. Carlos Zambeli

Antes que um sol luarento dissolva as frias vidraças, e o calor da cozinha perfume a casa
com lembrança das árvores ardendo, a velhinha do leite de cabra desce as pedras da rua
antiquíssima, antiquíssima, e o pescador oferece aos recém-acordados os translúcidos peixes,
que ainda se movem, procurando o rio.
(Cecília Meireles. Mar absoluto, in Poesia completa.

6. Considere as afirmativas seguintes:


I – O assunto do poema reflete simplicidade de vida, coerentemente com o título.
II – Predominam nos versos elementos descritivos da realidade.
III – Há no poema clara oposição entre o frio silencioso da madrugada e o sol que surge e traz o
calor do dia.
Está correto o que consta em
a) I, II e III.
b) I, apenas.
c) III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I e II, apenas.

Peça Publicitária

Modo específico de apresentar informação sobre produto, marca, empresa, ideia ou política,
visando a influenciar a atitude de uma audiência em relação a uma causa, posição ou atuação.
A propaganda comercial é chamada, também, de publicidade. Ao contrário da busca de
imparcialidade na comunicação, a propaganda apresenta informações com o objetivo principal
de influenciar o leitor ou ouvinte. Para tal, frequentemente, apresenta os fatos seletivamente
(possibilitando a mentira por omissão) para encorajar determinadas conclusões, ou usa
mensagens exageradas para produzir uma resposta emocional e não racional à informação
apresentada Costuma ser estruturado por meio de frases curtas e em ordem direta, utilizando
elementos não verbais para reforçar a mensagem.

7. O anúncio publicitário a seguir é uma campanha de um adoçante, que tem como seu slogan a
frase “Mude sua embalagem”.
A palavra “embalagem”, presente no slogan da campanha, é altamente expressiva e substitui a
palavra
a) vida.
b) corpo.
c) jeito.
d) história.
e) postura.

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Piada

Dito ou pequena história espirituosa e/ou engraçada.

8. “Dois amigos conversam quando passa uma mulher e cumprimenta um deles, que fala:
Eu devo muito a essa mulher...
Por quê? Ela é sua protetora?
Não, ela é a costureira da minha esposa.”
Na piada acima, o efeito de humor
a) deve-se, principalmente, à situação constrangedora em que ficou um dos amigos quando a
mulher o cumprimentou.
b) constrói-se pela resposta inesperada de um dos amigos, revelando que não havia entendido
o teor da pergunta do outro.
c) é provocado pela associação entre uma mulher e minha esposa, sugerindo ilegítimo
relacionamento amoroso.
d) firma-se no aproveitamento de distintos sentidos de uma mesma expressão linguística,
devo muito.
e) é produzido prioritariamente pela pergunta do amigo, em que se nota o emprego malicioso
da expressão sua protetora.

Gráficos e Tabelas

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Gêneros Textuais – Português – Prof. Carlos Zambeli

9. Analisando as informações contidas no gráfico, é correto afirmar que


a) a taxa de analfabetismo entre as pessoas de 15 anos ou mais manteve-se a mesma em
todas as regiões do país desde 2000.
b) o número de analfabetos entre as pessoas de 15 anos ou mais diminuiu entre a população
brasileira em geral nas últimas décadas.
c) a região Centro-oeste é a que vem apresentando, nos últimos vinte anos, o menor número
de analfabetos entre as pessoas de 15 anos ou mais.
d) em comparação com o ano de 1991, pode-se dizer que, no Nordeste, em 2010, o número
de analfabetos entre as pessoas de 15 anos ou mais aumentou.

Charge
É um estilo de ilustração que tem por finalidade satirizar algum acontecimento atual com
uma ou mais personagens envolvidas. A palavra é de origem francesa e significa carga, ou
seja, exagera traços do caráter de alguém ou de algo para torná-lo burlesco. Apesar de ser
confundida com cartum, é considerada totalmente diferente: ao contrário da charge, que tece
uma crítica contundente, o cartum retrata situações mais corriqueiras da sociedade. Mais do
que um simples desenho, a charge é uma crítica político-social mediante o artista expressa
graficamente sua visão sobre determinadas situações cotidianas por meio do humor e da sátira.

10. A relação entre o conjunto da charge e a frase “Brasil tem 25 milhões de telefones celulares”
fica clara porque a imagem e a fala do personagem sugerem o(a)
a) sentimento de vigilância permanente.
b) aperfeiçoamento dos aparelhos celulares.
c) inadequação do uso do telefone.
d) popularização do acesso à telefonia móvel.
e) facilidade de comunicação entre as pessoas.

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QUADRINHOS

Hipergênero, que agrega diferentes outros gêneros, cada um com suas peculiaridades.

11. A mãe identifica no discurso do menino


a) contradição
b) crueldade
c) tristeza
d) generosidade
e) acerto

Gabarito: 1. D 2. D 3. B 4. C 5. C 6. E 7. B 8. D 9. B 10. D 11. A

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Português

Confronto e Reconhecimento de Frases Corretas e Incorretas

Análise de períodos considerando-se:


•• Coesão
•• Coerência
•• Clareza
•• Correção

Coesão
A coesão textual refere-se à microestrutura de um texto. Ela ocorre por meio de relações
semânticas e gramaticais.
No caso de textos que utilizam linguagem verbal e não verbal (publicidade, por exemplo), a
coesão ocorre também por meio da utilização de
•• cores
•• formas geométricas
•• fontes
•• logomarcas
•• etc

Nessa peça, a Jovem Pan busca vender sua cobertura da Copa do


Mundo de futebol, mas em nenhum momento usa essa palavra.
Contudo, os elementos coesivos remetem a esse esporte.

Moldura = bolas
de futebol

Cantos =
local de
escanteio +
bola

Fontes ≈ ideograma oriental Vermelho = alusão ao Oriente

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O pai e seu filhinho de 5 anos caminham por uma calçada.
Repentinamente, o garoto vê uma sorveteria e fala:
– Pai, eu já sarei do resfriado, né?
– Você não vai tomar sorvete! – responde o pai.

A resposta do pai não corresponde coesivamente à pergunta do filho, mas nem por isso é
incoerente. Depreende-se que o pai conhecia o objetivo do filho.

Anáfora
Retoma algo que já foi dito antes!
Edgar é um excelente professor. Ele trabalha aqui na Casa do Concurseiro, ensinando
Conhecimentos Bancários. Essa matéria é muito relevante para concursos nacionais.

Catáfora
O termo ou expressão que faz referência a um termo subsequente, estabelecendo com ele uma
relação não autônoma, portanto, dependente. 
A Tereza olhou-o e disse: – Edgar, você está cansado?

Coerência

Na situação comunicativa, é o que dá sentido ao texto.

Fatores de Coerência
•• encadeamento
•• conhecimento da linguagem utilizada
•• equilíbrio entre o número de informações novas e a reiteração delas
•• possibilidade de inferência
•• aceitabilidade
•• intertextualidade

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Português – Confronto e Reconhecimento de Frases Corretas e Incorretas – Prof. Carlos Zambeli

http://www.wbrasil.com.br/wcampanhas/index.asp – Acesso em 22 nda agosto de 2005 – uso didático da peça

Fonte: http://www.meioemensagem.com.br/projmmdir/home_portfolio.jsp - Acesso em 17 de setembro de 2005


- uso didático da peça.

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É fácil de notar se quando falta coerência a um texto.

“Havia um menino muito magro que vendia amendoins numa esquina de uma das avenidas de
São Paulo. Ele era tão fraquinho, que mal podia carregar a cesta em que estavam os pacotinhos
de amendoim. Um dia, na esquina em que ficava, um motorista, que vinha em alta velocidade,
perdeu a direção. O carro capotou e ficou de rodas para o ar. O menino não pensou duas vezes.
Correu para o carro e tirou de lá o motorista, que era um homem corpulento. Carregou o até a
calçada, parou um carro e levou o homem para o hospital. Assim, salvou lhe a vida.”
(Platão & Fiorin)

Vícios De Linguagem

São palavras ou construções que deturpam, desvirtuam, ou dificultam a manifestação do


pensamento, seja pelo desconhecimento das normas cultas, seja pelo descuido do emissor.

BARBARISMO
Desvio na grafia, na pronúncia ou na flexão de uma palavra. Divide-se em
Cacografia – má grafia ou má flexão de uma palavra: flexa – em vez de flecha / deteu – em vez
de deteve.
Cacoépia – erro de pronúncia: marvado – em vez de malvado.
Silabada – erro de pronúncia quanto à acentuação tônica das palavras: púdico – em vez de
pudico / rúbrica – em vez de rubrica.
Estrangeirismo – emprego desnecessário de palavras estrangeiras, quando elas já foram
aportuguesadas: stress – em vez de estresse.

SOLECISMO
É qualquer erro de sintaxe. Pode ser
•• de concordância: Haviam muitos erros – em vez de Havia ...
•• de regência: Assistimos o filme – em vez de Assistimos ao filme.
•• de colocação: Escreverei-te logo – em vez de Escrever-te-ei...

AMBIGUIDADE OU ANFIBOLOGIA
Duplo sentido que ocorre em função da má construção da frase:
Carlos disse ao colega que seu irmão morreu. (irmão de quem?)

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Português – Confronto e Reconhecimento de Frases Corretas e Incorretas – Prof. Carlos Zambeli

ECO
Repetição de uma vogal formando rima:
O irmão do alemão prendeu a mão no fogão.

CACOFONIA
Som estranho que surge da união de sílabas diferentes, pela proximidade de duas palavras:
Ela tinha dezoito anos. (latinha)

NEOLOGISMO (palavra nova)


É o emprego de palavras que não passaram ainda para o corpo do idioma:
Devido ao apoiamento ao projeto, deram início às obras.

GERUNDISMO
Locução verbal na qual o verbo principal apresenta-se no gerúndio. Seu uso no português
brasileiro é recente, é considerado por muitos como vício de linguagem, uma vez que seu uso é
demasiadamente impreciso:
“A senhora pode estar respondendo algumas perguntas?”

“Nós vamos estar repassando o problema para a equipe técnica.”

“A senhora vai estar pagando uma taxa de reparo....”

1. Está clara e correta a redação do seguinte comentário sobre o texto:


a) Peter Burke não compartilha com a tese que os românticos viam o fenômeno da invenção
como um atributo de apenas gênios isolados.
b) Na visão de um historiador, não há feito isolado, como invenção absoluta, que
independessem de outros fatos concorrentes a ela.
c) Embora aparentemente se oponha quanto ao sentido, tradição e invenção se mesclam
como um fator de progresso extremamente inventivo.
d) Não há dúvida quanto a períodos históricos aonde ocorra especial desenvolvimento
inventivo, sejam nas artes, sejam na tecnologia.
e) Faz parte do senso comum acreditar, ainda hoje, que toda e qualquer grande invenção
decorre do talento pessoal de um gênio.

Gabarito: 1. E

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Português

Funções da Linguagem

São várias as funções da linguagem, dependendo da intenção do falante e das circunstâncias


em que ocorre a comunicação. A adequada utilização dessas funções permitirá que ocorra o
perfeito entendimento da mensagem pretendida.

6
contexto
5
referente
1 4
emissor, 7 receptor
destinador canal de comunicação ou
ou remetente destinatário
3
mensagem

2
código

O linguista russo Roman Jakobson caracterizou seis funções da linguagem. Cada uma delas está
estreitamente ligada a um dos seis elementos que compõem o ato de comunicação.

Referente
FUNÇÃO REFERENCIAL

Mensagem
FUNÇÃO POÉTICA
Emissor Receptor
FUNÇÃO FUNÇÃO
EXPRESSIVA Canal de Comunicação CONATIVA
FUNÇÃO FÁTICA

Código
FUNÇÃO METALINGUÍSTICA

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Emissor: o que emite a mensagem.
Receptor: o que recebe a mensagem.
Mensagem: o conjunto de informações transmitidas.
Código: a combinação de signos utilizados na transmissão de uma mensagem. A comunicação
só se concretizará, se o receptor souber decodificar a mensagem.
Canal de Comunicação: veículo por meio do qual a mensagem é transmitida (TV, rádio, jornal,
revista...)
Contexto: a situação a que a mensagem se refere, também chamado de referente.
O emissor, ao transmitir uma mensagem, sempre tem um objetivo: informar algo, ou
demonstrar seus sentimentos, ou convencer alguém a fazer algo, etc; consequentemente, a
linguagem passa a ter uma função, que são as seguintes:
•• Função Referencial
•• Função Metalinguística
•• Função Conativa
•• Função Fática
•• Função Emotiva
•• Função Poética
Numa mensagem, é muito difícil encontrarmos uma única dessas funções isolada. O que ocorre,
normalmente, é a superposição de várias delas.
Função referencial – busca transmitir informações objetivas, a fim de informar o receptor.
Predomina nos textos de caráter científico, didático e jornalístico.
Exemplo: Pesquisas já demonstraram que o universo vocabular de nossos estudantes, mesmo
de nível universitário, é pobre.

Função emotiva ou expressiva – exterioriza emoções, opiniões, avaliações, utilizando a 1ª


pessoa (eu). Aparece nas cartas, na poesia lírica, nas músicas sentimentais, nas opiniões e
avaliações. Predomina o elemento emocional sobre o lógico.
Exemplo: Tendo passado já sete dias sem a ver, se acentuava vivamente em mim o desejo de
estar outra vez com ela, beber-lhe o olhar e o sorriso, sentir-lhe o timbre da voz ou a graça dos
gestos.
(Cyro dos Anjos – “Abdias”)

Função conativa ou apelativa – visa a influir no comportamento do receptor, persuadi-


lo, seduzi-lo. Utiliza vocativo, verbos no imperativo e ocorre, principalmente, em textos de
propaganda.
Exemplo: O filtro “purex” é indispensável para a saúde de sua família. Procure hoje mesmo o
nosso revendedor autorizado.

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Funções da Linguagem – Português – Prof. Carlos Zambeli

Função fática – tem por objetivo prolongar o contato com o receptor. Utiliza interjeições,
repetições, expressões sem valor semântico e, quando escrita, faz uso de recursos gráficos
como diferentes tipos de letras e variadas diagramações. É usada na linguagem coloquial,
especialmente nos diálogos.

•• POIS É...
•• ENTÃO... É melhor você
•• É FOGO. começar a ler
•• Ô. o Estadão.
•• NEM FALE.

Função poética – privilegia o imprevisto, a inovação, a criatividade. Produz no leitor ou no


ouvinte surpresa e prazer estético. Predomina na poesia, mas pode aparecer em textos
publicitários, jornalísticos, nas crônicas, etc. Nela, aparecem as figuras de linguagem, a
conotação.
Exemplo:
“De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento”
Vinícius de Moraes

Função metalinguística – quando a linguagem procura explicar a si mesma, definindo ou


analisando o próprio código que utiliza. É empregada nos textos em que se explica o uso da
palavra, como nos dicionários, nos poemas que falam da própria poesia, nas canções que falam
de outras canções ou de como se fazem canções.
Exemplo: Literatura é ficção, é a forma de expressão mediante a qual o artista recria a realidade.

EXEMPLIFICANDO
O princípio de que o Estado necessita de instrumentos para agir com rapidez em situações
de emergência está inscrito no arcabouço jurídico brasileiro desde a primeira Constituição,
de 1824, dois anos após a Independência, ainda no Império. A figura do decreto-lei, sempre
à disposição do Poder Executivo, ficou marcada no regime militar, quando a caneta dos
generais foi acionada a torto e a direito, ao largo do Congresso, cujos poderes eram sufocados
pela ditadura. Com a redemocratização, sacramentada pela Constituição de 1988, sepultou-
se o decreto-lei, mas não o seu espírito, reencarnado na medida provisória. Não se discute
a importância de o Poder Executivo contar com dispositivos legais que permitam ao governo
baixar normas, sem o crivo imediato do Congresso, que preencham os requisitos da “relevância
e urgência”. O problema está na dosagem, que, se exagerada, como ocorre atualmente, sufoca
o Poder Legislativo.
O Globo, 19/3/2008 ( com adaptações)

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1. A função da linguagem predominante no texto é
a) metalinguística.
b) poética.
c) expressiva.
d) apelativa.
e) referencial.

2. Há correspondência entre ELEMENTO do processo de comunicação e FUNÇÃO da linguagem


em
a) emissor – poética.
b) destinatário – emotiva.
c) contexto – referencial.
d) código – fática.
e) canal – metalinguística.

3. O texto abaixo utiliza uma linguagem emotiva, que pode ser comprovada especialmente na
opção pela subjetividade voltada para o narrador.
“Então, aproveite bem o seu dia. Extraia dele todos os bons sentimentos possíveis. Não deixe
nada para depois. Diga o que tem para dizer. Demonstre. Seja você mesmo. Não guarde lixo
dentro de casa. Nem jogue seu lixo no ambiente. Não cultive amarguras e sofrimentos. Prefira
o sorriso. Dê risada de tudo, de si mesmo. Não adie alegrias nem contentamentos nem sabores
bons. Seja feliz. Hoje. Amanhã é uma ilusão. Ontem é uma lembrança. Só existe o hoje.”
( ) Certo ( ) Errado

4. HISTÓRIA MANJADA
GALÃ CANASTRÃO
TIROS E PERSEGUIÇÕES
EFEITOS GRATUITOS
MAIS TIROS E PERSEGUIÇÕES
FINAL PREVISÍVEL
Conheça outro jeito de fazer cinema.
Cine Conhecimento.
No canal PLUS.
Além de exibir filmes de diversos países, o programa traz análises, comentários, curiosidades e
detalhes da produção. Não perca! Tem sempre um bom filme para você!
(Revista Monet)

Pelos sentidos e pelas estruturas linguísticas do texto, é correto concluir que o emprego de
“Conheça” e “Não perca” indica que a função da linguagem predominante no texto é a
a) metalinguística.
b) poética.
c) conativa.
d) expressiva.

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Funções da Linguagem – Português – Prof. Carlos Zambeli

5. No slogan CELULAR: Não Fale no Trânsito, uma característica da função conativa da linguagem
é
a) a objetividade da informação transmitida.
b) a manutenção da sintonia entre a STTU e o público-alvo.
c) o esclarecimento da linguagem pela própria linguagem
d) o emprego do verbo no modo imperativo

6. Entre os recursos expressivos empregados no texto, destaca-se a


Cidade Grande
Que beleza, Montes Claros.
Como cresceu Montes Claros.
Quanta indústria em Montes Claros.
Montes Claros cresceu tanto,
prima-rica do Rio de Janeiro,
que já tem cinco favelas
por enquanto, e mais promete.
(Carlos Drummond de Andrade)

a) metalinguagem, que consiste em fazer a linguagem referir-se à própria linguagem.


b) intertextualidade, na qual o texto retoma e reelabora outros textos.
c) ironia, que consiste em se dizer o contrário do que se pensa, com intenção crítica.
d) denotação, caracterizada pelo uso das palavras em seu sentido próprio e objetivo.
e) prosopopeia, que consiste em personificar coisas inanimadas, atribuindo-lhes vida.

Gabarito: 1. E 2. C 3. E 4. D 5. E 6. C

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Português

Variação Linguística

Tanto a língua escrita quanto a oral apresentam variações condicionadas por diversos fatores:
regionais, sociais, intelectuais etc.
A língua escrita obedece a normas gramaticais e será sempre diferente da língua oral, mais
espontânea, solta, livre, visto que acompanhada de mímica e entonação, que preenchem
importantes papéis significativos. Mais sujeita a falhas, a linguagem empregada coloquialmente
difere substancialmente do padrão culto.

1. A Linguagem Culta Formal ou Padrão

É aquela ensinada nas escolas e serve de veículo às ciências em que se apresenta com
terminologia especial. Caracteriza-se pela obediência às normas gramaticais. Mais comumente
usada na linguagem escrita e literária, reflete prestígio social e cultural. É mais artificial, mais
estável, menos sujeita a variações.

2. A Linguagem Culta Informal ou Coloquial

É aquela usada espontânea e fluentemente pelo povo. Mostra-se quase sempre rebelde
à norma gramatical e é carregada de vícios de linguagem (solecismo - erros de regência e
concordância; barbarismo - erros de pronúncia, grafia e flexão; ambiguidade; cacofonia;
pleonasmo), expressões vulgares, gírias e preferência pela coordenação, que ressalta o caráter
oral e popular da língua.

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1. Com frequência, a transgressão à norma culta constitui uma marca do registro coloquial da
língua. Nesses casos, parece existir, de um lado, a norma culta e, de outro, a “norma” coloquial
– e esta muitas vezes se impõe socialmente, em detrimento da primeira. Um exemplo de
transgressão à norma culta acontece numa das alternativas abaixo. Assinale-a.
a) Nós éramos cinco e brigávamos muito…
b) estrada lamacenta que o governo não conservava…
c) Miguel fazia muita falta, embora cada um de nós trouxesse na pele a marca de sua
autoridade.
d) Você assustou ele falando alto.
e) Se um de nós ia para o colégio, os outros ficavam tristes.

3. Linguagem Popular ou Vulgar


Existe uma linguagem popular ou vulgar, segundo Dino Preti, “ligada aos grupos extremamente
incultos, aos analfabetos”, aos que têm pouco ou nenhum contato com a instrução formal. Na
linguagem vulgar, multiplicam-se estruturas como “nóis vai, ele fica”, “eu di um beijo nela”,
“Vamo i no mercado”, “Tu vai í cum nóis”.
Saudosa Maloca
Peguemo todas nossas coisas
E fumo pro meio da rua
Preciá a demolição
Que tristeza que nóis sentia
Cada tauba que caía
Duía no coração
Mato Grosso quis gritá
Mais em cima eu falei:
Os home tá c’a razão,
Nóis arranja otro lugá.
Só se conformemo quando o Joca falô:
“Deus dá o frio conforme o cobertô”.
BARBOSA, Adoniran. In: Demônios da Garoa - Trem das 11. CD 903179209-2, Continental-Warner Music Brasil,
1995.

2. Considere as afirmações.
I – A letra de “Saudosa Maloca” pode ser considerada como realização de uma “linguagem
artística” do poeta, estabelecida com base na sobreposição de elementos do uso popular ao
uso culto.
II – Uma dessas sobreposições é o emprego do pronome oblíquo de terceira pessoa “se” em
lugar de “nos” (Só se conformemo), diferentemente do que prescreve a norma culta.
III – A letra de “Saudosa Maloca” apresenta linguagem inovadora, visto que, sem abandonar a
linguagem formal, dirige-se diretamente ao leitor.
Estão corretas
a) apenas I.
b) apenas II.

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Português – Variação Linguística – Prof. Carlos Zambeli

c) apenas III.
d) apenas I e II.
e) I, II e III.

4. Gíria
A gíria relaciona-se ao cotidiano de certos grupos sociais. Esses grupos utilizam a gíria como
meio de expressão do cotidiano, para que as mensagens sejam decodificadas apenas pelo
próprio grupo. Assim, a gíria é criada por determinados segmentos da comunidade social que
divulgam o palavreado para outros grupos até chegar à mídia. Os meios de comunicação de
massa, como a televisão e o rádio, propagam os novos vocábulos; às vezes, também inventam
alguns. A gíria que circula pode acabar incorporada pela língua oficial, permanecer no
vocabulário de pequenos grupos ou cair em desuso.

3. Nas orações a seguir, as gírias sublinhadas podem ser substituídas por sinônimos.
“… e beijava tudo que era mulher que passasse dando sopa.”
“… o Papa de araque…”
“… numa homenagem também aos salgueirenses que, no Carnaval de 1967, entraram pelo
cano.”
Indique que opção equivale, do ponto de vista do sentido, a essas expressões.
a) distraidamente, falso, saíram-se mal.
b) reclamando, falso, obstruíram-se.
c) distraidamente, esperto, saíram-se vitoriosos.
d) reclamando, falso, deram-se mal.
e) distraidamente, esperto, obstruíram-se.

5. Linguagem Regional
Regionalismos ou falares locais são variações geográficas do uso da língua padrão, quanto
às construções gramaticais, empregos de certas palavras e expressões e do ponto de vista
fonológico. Há, no Brasil, por exemplo, falares amazônico, nordestino, baiano, fluminense,
mineiro, sulino.
Leia o texto a seguir e responda à questão.
“Explico ao senhor: o diabo vige dentro do homem, os crespos do homem — ou é o homem
arruinado, ou o homem dos avessos. Solto, por si, cidadão, é que não tem diabo nenhum.
Nenhum! — é o que digo. O senhor aprova? Me declare tudo, franco — é alta mercê que me
faz: e pedir posso, encarecido. Este caso — por estúrdio que me vejam — é de minha certa
importância. Tomara não fosse... Mas, não diga que o senhor, assisado e instruído, que acredita
na pessoa dele?! Não? Lhe agradeço! Sua alta opinião compõe minha valia. Já sabia, esperava
por ela — já o campo!
Ah, a gente, na velhice, carece de ter uma aragem de descanso. Lhe agradeço. Tem diabo
nenhum. Nem espírito. Nunca vi. Alguém devia de ver, então era eu mesmo, este vosso
servidor. Fosse lhe contar... Bem, o diabo regula seu estado preto, nas criaturas, nas mulheres,

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nos homens. Até: nas crianças — eu digo. Pois não é o ditado: “menino — trem do diabo”? E
nos usos, nas plantas, nas águas, na terra, no vento... Estrumes... O diabo na rua, no meio do
redemunho... “
(Guimarães Rosa. Grande Sertão: Veredas.)

4. O texto de Guimarães Rosa mostra uma forma peculiar de escrita, denunciada pelos recursos
linguísticos empregados pelo escritor. Entre as características do texto, está
a) o emprego da linguagem culta, na voz do narrador, e o da linguagem regional, na voz da
personagem.
b) a recriação da fala regional no vocabulário, na sintaxe e na melodia da frase.
c) o emprego da linguagem regional predominantemente no campo do vocabulário.
d) a apresentação da língua do sertão fiel à fala do sertanejo.
e) o uso da linguagem culta, sem regionalismos, mas com novas construções sintáticas e
rítmicas.

6. Linguagem das Mídias Eletrônicas


São dois os principais motivos da simplificação e da abreviação de palavras entre quem usa
a internet e costuma mandar mensagens: o primeiro, a facilidade de se escrever de modo
simplificado, e o segundo, a pressa. Esta, por sua vez, está ligada a outras duas razões: a
economia e o desejo de reproduzir virtualmente o ritmo de uma conversa oral.

Boa tarde, amigão,


Como vc está interessado em trabalhar nesta empresa, e somente poderá o fazer por meio
de concurso público, deve acessar o link Concursos, em www.fepese.org.br. Assim, tu tens
informação não apenas a respeito do concurso da CASAN, mas tb de outros que aquela
fundação coordena.
Abraços.
Manoel

5. Assinale a alternativa correta, quanto a esse tipo de correspondência.


a) Nesse tipo de correspondência o termo “amigão” é permitido, desde que realmente haja
amizade entre quem a envia e quem a recebe.
b) Nesse tipo de correspondência, são aceitáveis abreviaturas como vc e tb, comuns em
e-mails entre amigos.
c) Está correto o emprego de pessoas gramaticais diferentes: vc (você) está interessado e tu
tens; considerar isso erro gramatical é preconceito linguístico.
d) Em “somente poderá o fazer” há erro no emprego do pronome oblíquo; a correspondência
empresarial, mesmo sob a forma eletrônica, obedece à norma culta da língua.

Gabarito: 1. D 2. D 3. A 4. B 5. D

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Português

Sintaxe do período

Coordenativas: Ligam orações independentes, ou seja, que possuem sentido completo.

1. Aditivas: Expressam ideia de adição, soma, acréscimo.


São elas: e, nem,não só... mas também, mas ainda, etc.
•• “A alegria evita mil males e prolonga a vida.” (Shakespeare)

•• “No banquete da vida a amizade é o pão, e o amor é o vinho”

•• Não avisaram sobre o feriado, nem cancelaram as aulas.

2. Adversativas: Expressam ideia de oposição, contraste.


São elas: mas, porém, todavia, contudo, no entanto, entretanto, não obstante, etc.

•• “O que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons.” (Martin Luther
King)

•• “Todos caem; apenas os fracos, porém, continuam no chão.” (Bob Marley)

3. Alternativas: Expressam ideia de alternância ou exclusão.


São elas; ou, ou... ou, ora... ora, quer... quer, etc.
•• “Toda ação humana, quer se torne positiva, quer negativa, precisa depender de
motivação.” (Dalai Lama)

•• Ora estuda com disposição, ora dorme em cima das apostilas.

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4. Conclusivas: Expressam ideia de conclusão ou uma ideia consequente do que se disse
antes. São elas: logo, portanto, por isso, por conseguinte, assim, de modo que, em vista
disso então, pois (depois do verbo) etc.

•• Apaixonou-se; deve, pois, sofrer em breve.

•• “Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se
chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente
viver.” (Dalai Lama)

5. Explicativas: A segunda oração dá a explicação sobre a razão do que se afirmou na primeira


oração. São elas: pois, porque, que.

•• “Não faças da tua vida um rascunho, pois poderás não ter tempo de passá-la a limpo.”
(Mario Quintana)

•• “Prepara, que agora é a hora do show das poderosas.” (Chico Buarque #sqn)

•• Edgar devia estar nervoso, porque não parava de gritar na aula.

Subordinativas: ligam orações dependentes, de sentido incompleto, a uma oração principal


que lhe completa o sentido. Podem ser adverbiais, substantivas e adjetivas; neste caso,
estudaremos as conjunções que introduzem as orações subordinadas adverbiais.

1. Causais: Expressam ideia de causa, motivo ou a razão do fato expresso na oração principal.
São elas: porque, porquanto, posto que, visto que, já que, uma vez que, como, etc.

•• “Choramos ao nascer porque chegamos a este imenso cenário de dementes.” (Willian


Shakespeare)

•• “Que eu possa me dizer do amor (que tive): que não seja imortal, posto que é chama.
Mas que seja infinito enquanto dure.” (Vinicius de Morais)

2. Comparativas: Estabelecem uma comparação com o elemento da oração principal. São


elas: como, que (precedido de “mais”, de “menos”, de “tão”), etc.

•• “Como arroz e feijão, é feita de grão em grão nossa felicidade.” (Teatro Mágico)

•• “Esses padres conhecem mais pecados do que a gente...” (Mario Quintana)

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Sintaxe do Período – Português – Prof. Carlos Zambeli

3. Condicionais: Expressam ideia de condição ou hipótese para que o fato da oração principal
aconteça. São elas: se, caso, exceto se, a menos que, salvo se, contanto que, desde que,
etc.
“Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres, enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...” (Mario Quintana)

•• “A preguiça é a mãe do progresso. Se o homem não tivesse preguiça de caminhar, não teria
inventado a roda..” (Mario Quintana)

4. Consecutivas: Expressam ideia de consequência ou efeito do fato expresso na oração


principal. São elas: que (precedido de termo que indica intensidade: tão, tal, tanto, etc.), de
modo que, de sorte que, de maneira que, etc.

“O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.” (Fernando Pessoa)

•• A gente é tão cúmplice um do outro que nem precisa se olhar!

5. Conformativas: Expressam ideia de conformidade ou acordo em relação a um fato expresso


na oração principal. São elas: conforme, segundo, consoante, como.

•• “Os homens estimam-vos conforme a vossa utilidade, sem terem em conta o vosso
valor” (Balzac)

•• Como tínhamos imaginado, a Casa do Concurseiro sempre é a melhor opção.

6. Concessivas: Expressam ideia de que algo que se esperava que acontecesse, contrariamente
às expectativas, não acontece. São elas: embora, conquanto, ainda que, se bem que,
mesmo que, apesar de que, etc.

•• “A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida.” (Vinicius de
Moraes)

•• “É sempre amor, mesmo que mude. É sempre amor, mesmo que alguém esqueça o que
passou.” (Bidê ou balde)

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7. Finais: Expressam ideia de finalidade. São elas: a fim de que, para que, que, etc.

“Para ser grande, sê inteiro; nada teu exagera ou exclui;


Sê todo em cada coisa; põe quanto és
No mínimo que fazes;
Assim em cada lago, a lua toda
Brilha porque alta vive.” (Fernando Pessoa)

•• As pessoas devem estudar para que seus sonhos se realizem.

8. Proporcionais: Expressam ideia de proporção, simultaneidade. São elas: à medida que, à


proporção que, ao passo que, etc.

•• Ao passo que o tempo corre, mais nervoso vamos ficando.

9. Integrantes: Introduzem uma oração que integra ou completa o sentido do que foi expresso
na oração principal. São elas: que, se.

•• “Mas o carcará foi dizer à rosa que a luz dos cristais vem da lua nova e do girassol.”
(Natiruts)

•• “Eu não quero que você esqueça que eu gosto muito de você” (Natiruts)

10. Temporais: expressam anterioridade, simultaneidade, posteridade relativas ao que vem


expresso na oração principal. São elas: quando, enquanto, assim que, desde que, logo que,
depois que, antes que, sempre que, etc.

•• “Quando o inverno chegar, eu quero estar junto a ti .” (Tim Maia)

•• “Só enquanto eu respirar, vou me lembrar de você.” (Teatro Mágico)

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Português

Ortografia

Os Porquês

1. Por que
Por qual motivo / Por qual razão / O motivo pelo qual / Pela qual

•• Por que não me disse a verdade?

•• Gostaria de saber por que não me disse a verdade.

•• As causas por que discuti com ele são sérias demais.

2. por quê = por que


Mas sempre bate em algum sinal de pontuação!

•• Você não veio por quê?

•• Não sei por quê.

•• Por quê? Você sabe bem por quê!

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3. porque = pois
•• Ele foi embora, porque foi demitido daqui.

•• Não vá, porque você é útil aqui.

4. porquê = substantivo
Usado com artigos, pronomes adjetivos ou numerais.

•• Ele sabe o porquê de tudo isso.

Este porquê é um substantivo.

Quantos porquês existem na Língua Portuguesa?

Existem quatro porquês.

HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS

Homônimos
Vocábulos que se pronunciam da mesma forma, e que diferem no sentido.
•• Homônimos perfeitos: vocábulos com pronúncia e grafia idênticas (homófonos e
homógrafos).
São: 3ª p. p. do verbo ser.
•• Eles são inteligentes.

São: sadio.
•• O menino, felizmente, está são.

São: forma reduzida de santo.


•• São José é meu santo protetor.

Eu cedo essa cadeira para minha professora!

Eu nunca acordo cedo!

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Ortografia – Português – Prof. Carlos Zambeli

•• Homônimos imperfeitos: vocábulos com pronúncia igual (homófonos), mas com grafia
diferente (heterógrafos).
Cessão: ato de ceder, cedência
Seção : corte, subdivisão, parte de um todo
Sessão: Espaço de tempo em que se realiza uma reunião

Parônimos
Vocábulos ou expressões que apresentam semelhança de grafia e pronúncia, mas que diferem
no sentido.
Cavaleiro: homem a cavalo
Cavalheiro: homem gentil

Acender: pôr fogo a


Ascender: elevar-se, subir

Acessório: pertences de qualquer instrumento; que não é principal


Assessório: diz respeito a assistente, adjunto ou assessor

Caçado: apanhado na caça


Cassado: anulado

Censo: recenseamento
Senso: juízo

Cerra: do verbo cerrar (fechar)


Serra: instrumento cortante; montanha; do v. serrar (cortar)

Descrição: ato de descrever


Discrição: qualidade de discreto

Descriminar: inocentar
Discriminar: distinguir, diferenciar

Emergir: sair de onde estava mergulhado


Imergir: mergulhar

Emigração: ato de emigrar


Imigração: ato de imigrar

Eminente: excelente
Iminente: sobranceiro; que está por acontecer

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Empossar: dar posse
Empoçar: formar poça

Espectador: o que observa um ato


Expectador: o que tem expectativa

Flagrante: evidente
Fragrante: perfumado

Incipiente: que está em começo, iniciante


Insipiente: ignorante

Mandado: ordem judicial


Mandato: período de permanência em cargo

Ratificar: confirmar
Retificar: corrigir

Tacha: tipo de prego; defeito; mancha moralTaxa - imposto


Tachar: censurar, notar defeito em; pôr prego emTaxar - determinar a taxa de

Tráfego: trânsito
Tráfico: negócio ilícito

Acento: inflexão de voz, tom de voz, acento


Assento: base, lugar de sentar-se

Concerto: sessão musical; harmonia


Conserto: remendo, reparação

Deferir: atender, conceder


Diferir: ser diferente, distinguir, divergir, discordar

Acerca de: Sobre, a respeito de.


Falarei acerca de vocês.
A cerca de: A uma distância aproximada de.
Mora a cerca de dez quadras do centro da cidade.
Há cerca de: Faz aproximadamente.
Trabalha há cerca de cinco anos

Ao encontro de: a favor, para junto de. Ir ao encontro dos anseios do povo.
De encontro a: contra. As medidas vêm de encontro aos interesses do povo.

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Português

Classes de Palavras (Morfologia)/Flexão Nominal e Verbal

A morfologia está agrupada em dez classes, denominadas classes de palavras ou classes


gramaticais.
São elas: Substantivo, Artigo, Adjetivo, Numeral, Pronome, Verbo, Advérbio, Preposição,
Conjunção e Interjeição.

Substantivo (nome)
Tudo o que existe é ser e cada ser tem um nome. Substantivo é a classe gramatical de palavras
variáveis, as quais denominam os seres. Além de objetos, pessoas e fenômenos, os substantivos
também nomeiam:
•• lugares: Brasil, Rio de Janeiro...
•• sentimentos: amor, ciúmes ...
•• estados: alegria, fome...
•• qualidades: agilidade, sinceridade...
•• ações: corrida, leitura...

Destaque zambeliano
Concretos:
os que indicam elementos reais ou imaginários com existência própria, independentes
dois sentimentos ou julgamentos do ser humano.
•• Deus, fada, espírito, mesa, pedra.

Abstratos:
os que nomeiam entes que só existem na consciência humana, indicam atos,
qualidades e sentimentos.
•• vida (estado), beleza (qualidade), felicidade (sentimento), esforço (ação).

•• Dor, saudade, beijo, pontapé, chute, resolução, resposta

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Sobrecomuns
Quando um só gênero se refere a homem ou mulher.a criança, o monstro, a vítima, o
anjo.
Comuns de dois gêneros
Quando uma só forma existe para se referir a indivíduos dos dois sexos.
•• o artista, a artista, o dentista, a dentista...

Artigo

Artigo é a palavra que, vindo antes de um substantivo, indica se ele está sendo empregado de
maneira definida ou indefinida. Além disso, o artigo indica, ao mesmo tempo, o gênero e o
número dos substantivos.

Detalhe zambeliano 1
Substantivação!
•• Os milhões foram desviados dos cofres públicos.

•• Não aceito um não de você.

Detalhe zambeliano 2
Artigo facultativo diante de nomes próprios.
•• Cláudia não veio. / A Cláudia não veio.

Detalhe zambeliano 3
Artigo facultativo diante dos pronomes possessivos.
•• Nossa banca é fácil.

•• A Nossa banca é fácil.

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Emprego das Classes de Palavras/Morfologia – Português – Prof. Carlos Zambeli

Adjetivo

Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou característica do ser e se "encaixa"


diretamente ao lado de um substantivo.
•• O querido médico nunca chega no horário!

•• O aluno concurseiro estuda com o melhor curso.

Morfossintaxe do Adjetivo:
O adjetivo exerce sempre funções sintáticas relativas aos substantivos, atuando como adjunto
adnominal ou como predicativo (do sujeito ou do objeto).

Detalhe zambeliano!
•• Os concurseiros dedicados estudam comigo.

•• Os concurseiros são dedicados.

Locução adjetiva
•• Carne de porco (suína)
•• Curso de tarde (vespertino)
•• Energia do vento (eólica)
•• Arsenal de guerra (bélico)

Pronome

Pessoais
•• a 1ª pessoa: aquele que fala (eu, nós), o locutor;
•• a 2ª pessoa: aquele com quem se fala (tu, vós) o locutário;
•• a 3ª pessoa: aquele de quem se fala (ele, ela, eles, elas), o assunto ou referente.
As palavras EU, TU, ELE, NÓS, VÓS, ELES são pronomes pessoais. São denominados desta forma
por terem a característica de substituírem os nomes, ou seja, os substantivos.

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•• Vou imprimir uma apostila da Casa do concurseiro para dar no dia da inscrição da Ana.

•• Vou imprimir uma apostila da Casa do concurseiro para dar no dia da inscrição dela.

Os pronomes pessoais classificam-se em retos e oblíquos, de acordo com a função que


desempenham na oração.
RETOS: assumem na oração as funções de sujeito ou predicativo do sujeito.
OBLÍQUOS: assumem as funções de complementos, como o objeto direto, o objeto indireto, o
agente da passiva, o complemento nominal.

“Não sei, apenas cativou-me. Então, tu tornas-te eternamente responsável por aquilo que
cativa. Tu podes ser igual a todos outros no mundo, mas para mim serás único.”

Indefinidos
Algum material pode me ajudar. (afirmativo)
Material algum pode me ajudar. (negativo).
Outros pronomes indefinidos:
tudo, todo (toda, todos, todas), algo, alguém, algum (alguma, alguns, algumas), nada, ninguém,
nenhum (nenhuma, nenhuns, nenhumas), certo (certa, certos, certas), qualquer (quaisquer), o
mesmo (a mesma, os mesmos, as mesmas),outrem, outro (outra, outros, outras), cada, vários
(várias).

Demonstrativos
Este, esta, isto – perto do falante.
ESPAÇO � Esse, essa, isso – perto do ouvinte.
Aquele, aquela, aquilo – longe dos dois.
Este, esta, isto – presente/futuro
TEMPO � Esse, essa, isso – passado breve
Aquele, aquela, aquilo – passado distante
Este, esta, isto – vai ser dito
DISCURSO �
Esse, essa, isso – já foi dito
RETOMADA
Edgar e Zambeli são dois dos professores da Casa do Concurseiro. Este é ensina Português;
aquele, Matemática.

Possessivos
•• Aqui está a minha carteira. Cadê a sua?

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Emprego das Classes de Palavras/Morfologia – Português – Prof. Carlos Zambeli

Verbos

As formas nominais do verbo são o gerúndio, infinitivo e particípio. Não apresentam flexão de
tempo e modo, perdendo desta maneira algumas das características principais dos verbos.

Tempo e Modo
As marcas de tempo verbal situam o evento do qual se fala com relação ao momento em que se
fala. Em português, usamos três tempos verbais: presente, passado e futuro.
Os modos verbais, relacionados aos tempos verbais, destinam-se a atribuir expressões
de certeza, de possibilidade, de hipótese ou de ordem ao nosso discurso. Essas formas são
indicativo, subjuntivo e imperativo.
O modo indicativo possui seis tempos verbais: presente; pretérito perfeito, pretérito imperfeito
e pretérito mais-que-perfeito; futuro do presente e futuro do pretérito.
O modo subjuntivo divide-se em três tempos verbais: presente, pretérito imperfeito e futuro.
O modo imperativo apresenta-se no presente e pode ser afirmativo ou negativo.

Advérbio

É a classe gramatical das palavras que modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio.
É a palavra invariável que indica as circunstâncias em que ocorre a ação verbal.

•• Ela reflete muito sobre acordar cedo!

•• Ela nunca pensa muito pouco!

•• Ela é muito charmosa.

O advérbio pode ser representado por duas ou mais palavras: locução adverbial (à direita,
à esquerda, à frente, à vontade, em vão, por acaso, frente a frente, de maneira alguma, de
manhã, de súbito, de propósito, de repente...)
•• Lugar: longe, junto, acima, atrás…
•• Tempo: breve, cedo, já, dentro, ainda…
•• Modo: bem, mal, melhor, pior, devagar, (usa, muitas vezes, o sufixo-mente).
•• Negação: não, tampouco, absolutamente…
•• Dúvida: quiçá, talvez, provavelmente, possivelmente…
•• Intensidade: muito, pouco, bastante, mais, demais, tão…
•• Afirmação: sim, certamente, realmente, efetivamente…

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Preposição
Preposição é uma palavra invariável que liga dois elementos da oração, subordinando o segundo
ao primeiro, ou seja, o regente e o regido.
Regência verbal: Entregamos aos alunos nossas apostilas no site.

Regência nominal: Somos favoráveis ao debate.

Zambeli, quais são as preposições?


a – ante – até – após – com – contra – de – desde – em – entre – para – per – perante –
por – sem – sob – sobre – trás.

•• Lugar: Estivemos em Londres.


•• Origem: Essas uvas vieram da Argentina.
•• Causa: Ele morreu, por cair de um guindaste.
•• Assunto: Conversamos muito sobre política.
•• Meio: Fui de bicicleta ontem.
•• Posse: O carro é de Edison.
•• Matéria: Comprei pão de leite.
•• Oposição: Corinthians contra Palmeiras.
•• Conteúdo: Esse copo é de vinho.
•• Fim ou finalidade: Ele veio para ficar.
•• Instrumento: Você escreveu a lápis.
•• Companhia: Sairemos com amigos.
•• Modo: nas próximas eleições votarei em branco.

Conjunções
Conjunção é a palavra invariável que liga duas orações ou dois termos semelhantes
de uma mesma oração.
As conjunções podem ser classificadas em coordenativas e subordinativas
•• Edgar tropeçou e torceu o pé.

•• Espero que você seja estudiosa.

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Emprego das Classes de Palavras/Morfologia – Português – Prof. Carlos Zambeli

No primeiro caso temos duas orações independentes, já que separadamente elas têm sentido
completo: período é composto por coordenação.
No segundo caso, uma oração depende sintaticamente da outra. O verbo “espero” fica sem
sentido se não há complemento.
Coordenadas – aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas, explicativas.
Subordinadas – concessivas, conformativas, causais, consecutivas, comparativas, condicionais,
temporais, finais, proporcionais.

Curiosidade
Das conjunções adversativas, "mas" deve ser empregada sempre no início da oração:
as outras (porém, todavia, contudo, etc.) podem vir no início ou no meio.
Ninguém respondeu a pergunta, mas os alunos sabiam a resposta.

Ninguém respondeu a pergunta; os alunos, porém, sabiam a resposta

Numeral
Cardinais: indicam contagem, medida. É o número básico. Ex.: cinco, dois, duzentos mil
Ordinais: indicam a ordem ou lugar do ser numa série dada. Ex.: primeiro, segundo, centésimo
Fracionários: indicam parte de um inteiro, ou seja, a divisão. Ex.: meio, terço, três quintos
Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação dos seres, indicando quantas vezes a
quantidade foi aumentada. Ex.: dobro, triplo, quíntuplo, etc.

Interjeição

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Classifique a classe gramatical das palavras destacadas (substantivo, adjetivo, advérbio)
A cerveja que desce redondo.

A cerveja que eu bebo gelada.

André Vieira é um professor exigente.

O bom da aula é o ensinamento que fica para nós.

Carlos está no meio da sala.

Leu meia página da matéria.

Aquelas jovens são meio nervosas.

Ela estuda muito.

Não faltam pessoas bonitas aqui.

O bonito desta janela é o visual.

Vi um bonito filme brasileiro.

O brasileiro não desiste nunca.

A população brasileira reclama muito de tudo.

O crescimento populacional está diminuindo no Brasil.


Número de matrimônios cresce, mas gaúchos estão entre os que menos casam no país.

Classifique as palavras destacadas, usando este código


1. numeral
2. artigo indefinido
a) ( ) Um dia farei um concurso fácil!
b) ( ) Tu queres uma ou duas provas de Português?
c) ( ) Uma aluna apenas é capaz de enviar os emails.
d) ( ) Zambeli só conseguiu fazer uma prova?
e) ( ) Não tenho muitas canetas. Então pegue só uma para você!
f) ( ) Ontem uma professora procurou por você.
g) ( ) Escrevi um artigo extenso para o jornal!
h) ( ) você tem apenas um namorado né?

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Emprego das Classes de Palavras/Morfologia – Português – Prof. Carlos Zambeli

Preencha as lacunas com os pronomes demonstrativos adequados:


a) A grande verdade é ___________: foi o Zambeli o mentor do plano.
b) Embora tenha sido o melhor plano, ele nunca admitiu _________ fato.
c) Ninguém conseguiu provar sua culpa, diante _____________, o júri teve de absolvê-lo.
d) Assisti à aula de Português aqui no curso. Uma aula _________ é indispensável para mim!
e) Por que você nunca lava _________ mãos?
f) Ana, traga ____________ material que está aí do seu lado.
g) Ana, ajude-me a carregar _______ sacolas aqui.

Classifique a classe gramatical das palavras numeradas no texto extraído do jornal


Zero Hora.
Ciência mostra que estar só pode trazer benefícios, mas também prejudicar a saúde física e
mental
As (1) pessoas preferem sofrer a ficar sozinhas e desconectadas(2), mesmo que por poucos
minutos. Foi isso(3) que mostrou um recente(4) estudo realizado por pesquisadores(5) da
Universidade de(6) Virginia, nos Estados Unidos, e publicado este(7) mês na revista científica(8)
"Science". Colocados sozinhos em uma sala(9), os voluntários do experimento deveriam passar
15 minutos sem fazer(10) nada, longe de seus(11) celulares e qualquer outro estímulo, imersos
em seus pensamentos. Mas(12), caso quisessem, bastava apertar um botão(13) e tomariam
um choque(14) elétrico(15).
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
14.
15.

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Português

Concordância Verbal

Regra geral
O verbo concorda com o núcleo do sujeito em número e pessoa.
“A renúncia progressiva dos instintos parece ser um dos fundamentos do desenvolvimento da
civilização humana.” (Freud)
Os concurseiros dedicados adoram esta matéria nas provas.
•• As alunas dedicadas estudaram esse assunto complicado ontem.

1. Se
a) Pronome apassivador – o verbo (VTD ou VTDI) concordará com o sujeito passivo.
•• Compraram-se alguns salgadinhos para a festa.
•• Estuda-se esse assunto na aula.
•• Exigem-se referências do candidato.
•• Emplacam-se os carros novos em três dias.
•• Entregou-se um brinde aos alunos durante o intervalo.

b) Índice de indeterminação do sujeito – o verbo


•• (VL, VI ou VTI) não terá sujeito claro! Terá um sujeito indeterminado.
•• Não se confia em pessoas que não estudam.
•• Necessita-se, no decorrer do curso, de uma boa revisão.
•• Assistiu-se a todas as cenas da novela no capítulo final.

2. Pronome de tratamento
O verbo fica sempre na 3ª pessoa (= ele/eles).
•• Vossa Excelência merece nossa estima. Sua obra é reconhecida por todos.

www.acasadoconcurseiro.com.br 105
3. Haver
No sentido de “existir ou ocorrer” ou indicando “tempo” ficará na terceira pessoa do singular. É
impessoal, ou seja, não possui sujeito.
•• Nesta sala, há bons e maus alunos.
•• Avisaram agora que a sala está desarrumada porque houve um simulado antes.
•• Há pessoas que não valorizam a vida.
•• Deve haver aprovações desde curso.
•• Devem existir aprovações desde curso.

4. Fazer
Quando indica “tempo”, “temperatura” ou “fenômenos da natureza”, também é impessoal e
deverá ficar na terceira pessoa do singular.
•• Faz 3 dias que vi essa aula no site do curso.
•• Fez 35 graus em Recife!
•• Faz frio na serra gaúcha.
•• Deve fazer 15 dias já que enviei o material.

5. Expressões partitivas ou fracionárias


Verbo no singular ou no plural (parte de, uma porção de, o grosso de, metade de, a maioria de,
a maior parte de, grande parte de...)
•• A maioria das pessoas aceita/ aceitam os problemas sociais.
•• Um terço dos candidatos errou/ erraram aquela questão.

6. Mais de um
O verbo permanece no singular:
•• Mais de um aluno da Casa passou neste concurso.

Se expressão aparecer repetida ou associada a um verbo que exprime reciprocidade, o verbo


deverá ficar no plural:
•• Mais de um deputado, mais de um vereador reclamaram dessa campanha.
•• Mais de um jogador se abraçaram após a partida.

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Concordância Verbal e Nominal – Português – Prof. Carlos Zambeli

7. Que x Quem
QUE: se o sujeito for o pronome relativo que, o verbo concorda com o antecedente do pronome
relativo.
•• Fui eu que falei. (eu falei) Fomos nós que falamos. (nós falamos)

QUEM: se o sujeito for o pronome relativo quem, o verbo ficará na terceira pessoa do singular
ou concordará com o antecedente do pronome (pouco usado).
•• Fui eu quem falei/ falou. Fomos nós quem falamos/falou.

1. É preciso que se _________ os acertos do preço e se ___________ as regras para não _____
mal-entendidos. ( faça- façam/ fixe- fixem/ existir – existirem)

2. Não ________ confusões no casamento. (poderia haver - poderiam haver)

3. _________de convidados indesejados. (Trata-se - Tratam-se)

4. As madrinhas acreditam que _______convidados interessantes, mas sabem que _______


alguns casados. (exista- existam / podem haver- pode haver)

5. ______vários dias que não se ________casamentos aqui; ________ alguma coisa estranha
no local. (faz- fazem/ realiza - realizam/ deve haver- devem haver)

6. Não ______ emoções que ______esse momento. (existe - existem/ traduza-traduzam)

7. ______ problemas durante o Buffet. (aconteceu – aconteceram)

8. Quando se _____ de casamentos, onde se _______trajes especiais, não _____ tantos


custos para os convidados.(trata- tratam/ exige- exigem/ deve haver- devem haver)

9. _____ às 22h a janta, mas quase não______ convidados.


(Iniciou-se- Iniciaram-se/ havia- haviam)

10. No Facebook, ______fotos bizarras e ______muitas informações inúteis. (publica-se -


publicam-se/ compartilha-se - compartilham-se)

11. Convém que se ______nos problemas do casamento e que não se ____ partido da sogra.
(pense – pensem / tome – tomem)

12. Naquele dia, _____________37º C na festa. (fez - fizeram)

www.acasadoconcurseiro.com.br 107
13. __________aos bêbados todo auxílio. (prestou-se - prestaram–se)

14. Não se ____ boas festas de casamento como antigamente. (faz –fazem)

15. No Sul, _______ invernos de congelar. (faz - fazem)

16. É preciso que se ____ aos vídeos e que se ______ os recados.


(assista – assistam / leia – leiam)

17. Convém que se ________ às ordens da sogra e que se _________ os prometidos. (obedeça
– obedeçam / cumpra – cumpram)

18. As acusações do ex-namorado _____ os convidados às lágrimas. (levou / levaram)

19. Uma pesquisa de psicólogos especializados _______ que a maioria dos casamentos não se
_______ depois de 2 anos. (revelou / revelaram – mantém / mantêm)

20. A maior parte dos maridos _____ pela esposa durante as partidas de futebol.
(é provocada / são provocados)

21. Mais de uma esposa ___________ dos maridos. (reclama – reclamam)

Concordância Nominal

Regra geral
Os artigos, os pronomes, os numerais e os adjetivos concordam com o substantivo a que eles
se referem.

Casos especiais
Adjetivo + substantivos de gênero diferente: concordância com o termo mais próximo.
•• Aquele professor ensina complicadas regras e conteúdos.
complicados conteúdos e regras.
•• Notei caídas as camisas e os prendedores.
•• Notei caída a camisa e os prendedores.
•• Notei caído o prendedor e a camisa.

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Concordância Verbal e Nominal – Português – Prof. Carlos Zambeli

Substantivos de gêneros diferentes + adjetivo: concordância com o termo mais próximo ou uso
do masculino plural.
•• A Casa do Concurseiro anunciou a professora e o funcionário homenageado.
•• A Casa do Concurseiro anunciou a professora e o funcionário homenageados.
•• A Casa do Concurseiro anunciou o funcionário e a professora homenageada.

3. Anexo
•• Seguem anexos os valores do orçamento.
•• As receitas anexas devem conter comprovante.

4. Obrigado – adjetivo
•• “Muito obrigada”, disse a nova funcionária pública!

5. Só
•• “O impossível é só questão de opinião e disso os loucos sabem, só os loucos sabem.”
(Chorão)
•• “Eu estava só, sozinho! Mais solitário que um paulistano, que um canastrão na hora
que cai o pano”
•• “Bateu de frente é só tiro, porrada e bomba.” (Valesca Popozuda)

Observação!
A locução adverbial a sós é invariável.

6. Bastante
Adjetivo = vários, muitos
Advérbio = muito, suficiente
•• Entregaram bastantes problemas nesta repartição.
•• Trabalhei bastante.
•• Tenho bastantes razões para estudar na Casa do Concurseiro!

www.acasadoconcurseiro.com.br 109
7. TODO, TODA – qualquer
•• TODO O , TODA A – inteiro
•• “Todo verbo é livre para ser direto ou indireto.” (Teatro Mágico)
•• Todo o investimento deve ser aplicado nesta empresa.

8. É bom, é necessário, é proibido, é permitido


Com determinante = variável
Sem determinante = invariável
•• Vitamina C é bom para saúde.
•• É necessária aquela dica na véspera da prova.
•• Neste local, é proibido entrada de pessoas estranhas.
•• Neste local, é proibida a entrada de pessoas estranhas.

9. Meio
Adjetivo = metade
Advérbio = mais ou menos
•• Comprei meio quilo de picanha.
•• Isso pesa meia tonelada.
•• O clima estava meio tenso.
•• Ana estava meio chateada.

10. Menos e Alerta


Sempre invariáveis
•• Meus professores estão sempre alerta.
•• Tayane tem menos bonecas que sua amiga.

110 www.acasadoconcurseiro.com.br
Concordância Verbal e Nominal – Português – Prof. Carlos Zambeli

1. Complete as lacunas com a opção mais adequada:


a) É _________ (proibido OU proibida) conversa durante a aula.
b) É _________ (proibido OU proibida) a conversa durante a aula.
c) Não é ______ (permitido OU permitida) a afixação de propagandas.
d) Saída a qualquer hora, neste curso, não é _____ (permitido OU permitida).
e) No curso, bebida não é _____ (permitido OU permitida).
f) Crise econômica não é ____ (bom OU boa) para o governo.
g) Bebeu um litro e ________ (meio OU meia) de cachaça.
h) Respondeu tudo com __________ (meio OU meias) palavras.
i) Minha colega ficou ___________ (meio OU meia) angustiada.
j) Ana estava ___________ (meio OU meia) estressada depois da prova.
k) Nesta turma há alunos _________ (meio OU meios) irrequietos.
l) Eles comeram ______________ (bastante OU bastantes).
m) Os alunos saíram da prova _________ (bastante OU bastantes) cansados.
n) Já temos provas _______ (bastante OU bastantes) para incriminá-lo.
o) Os alunos ficam _____ (só OU sós).

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Português

Regência Verbal e Nominal

Transitivos Diretos – exigem um complemento sem preposição, chamado de objeto direto.


•• O carro atropelou um pedestre.

Transitivos Indiretos – exigem um complemento preposicionado, chamado de objeto indireto.


•• Concordo com o professor Zambeli.

Transitivos Direto e Indireto – exigem um objeto direto e um objeto indireto.


•• Escrevi uma carta ao presidente!

DICA ZAMBELIANA

•• as preposições essenciais são: a, ante, após, com, contra, de, desde, em, entre,
para, perante, por, sem, sob, sobre, trás.
•• No caso de você hesitar em classificar em verbo como transitivo direto ou
indireto,lembre-se de que SÓ os diretos têm passiva.
•• É bom lembrar que os pronomes oblíquos O, A, OS, AS funcionam como objeto
direto.

Regência de Alguns Verbos

1. Agradecer – VTDI: OD – coisa; OI – pessoa prep. (A)


•• Agradeceu a preferência aos fregueses!

2. Aspirar
a) respirar, cheirar – é VTD.

•• Não aspire essa poeira.

b) desejar, pretender – é VTI.

•• Não aspiro A esse cargo!

Observação: não aceita lhe: não aspiro a ele.

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3. Assistir
a) ver – é VTI.
•• Só a menina estava perto e assistiu a tudo estarrecida.

b) ajudar – é VTD.
•• Assistindo a criatura que morria, perdeu-lhe o ódio!

4. Agradar
a) ser agradável, contentar – é VTI.
•• O governo estadual tomou medidas que agradaram à população.

b) fazer carinho – é VTD.


•• Quando a mãe agradou o filho, nós nos emocionamos.

5. Esquecer/lembrar
a) quando desacompanhados de pronome oblíquo, são VTD
•• Esqueci aqueles cadernos.

•• Lembramos o problema.

b) quando acompanhado de pronome oblíquo, são VTI


•• Tu te esqueceste do compromisso.

•• Lembro-me daquela triste história!

6. Implicar
a) acarretar, causar – é VTD.
•• Várias crendices implicam comportamentos e gestos especiais para a passagem do ano.

b) embirrar, ter implicância. É VTI.


•• Implicas pouco com teus colegas, né?

114 www.acasadoconcurseiro.com.br
Regência Verbal e Nominal – Português – Prof. Carlos Zambeli

7. Pagar/perdoar
a) Paga-se o que se deve. Perdoa-se alguma coisa.
•• O prefeito paga suas contas. Só perdoou a briga porque eram amigas!

b) Paga-se a quem se deve. Perdoa-se a alguém.


•• Paguei o pão ao padeiro! (VTDI)

8. Preferir
Prefere-se A a B ( não "mais A do que B”)
•• Prefiro leite a café.

9. Atender
a) VTD – quando se refere a pessoas
•• Atendemos os clientes!

b) VTI- quando se refere a pessoas ou “coisas”


•• Atenda ao telefone! Atendemos aos clientes!

10. Obedecer/ desobedecer


VTI = prep. A
•• Obedeço ao professor.

11. Responder
VTI = responde-se A alguma coisa.
•• Você já respondeu ao meu bilhete?

12. Informar
•• Informou os colegas DE/SOBRE sua decisão.

•• Informou aos colegas sua decisão.

13. Querer
a) VTD = no sentido de “desejar”
•• “ Eu quero uma casa no campo...”

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b) VTI = no sentido de “ gostar de, amar, querer bem”
•• Ele quer a seus colegas.

14. Chegar/ ir
VI – não precisa de complemento; ao significarem deslocamento de um lugar a outro, por meio
de movimento próprio, são regidos pela preposição "a".
•• Cheguei ao colégio!

15. Visar
a) VTD – quando significa “mirar”
•• O caçador visou a testa do animal!

b) VTI – quando significar “ pretender, almejar, ter por objetivo”


•• Visamos ao bem da nação!

c) VTD- quando significa “assinar”


•• O cônsul visou nosso passaporte.

Regência Nominal
É o nome da relação existente entre um substantivo, adjetivo ou advérbio transitivos e seu
respectivo complemento nominal. Essa relação é sempre intermediada por uma preposição.
Deve-se considerar que muitos nomes seguem exatamente a mesma regência dos verbos
correspondentes. Conhecer o regime de um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime
dos nomes cognatos.
Por exemplo, obedecer e os nomes correspondentes: todos regem complementos introduzidos
pela preposição a:
Obedecer a algo/a alguém; obediência a algo/a alguém; obediente a algo/a alguém;
obedientemente a algo/a alguém.

admiração a, por horror a


atentado a, contra impaciência com
aversão a, para, por medo a, de
bacharel em, doutor em obediência a
capacidade de, para ojeriza a, por
devoção a, para com, por proeminência sobre
dúvida acerca de, em, sobre respeito a, com, para com, por

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Português

Colocação Pronominal

Número Pessoa Pronomes Retos Pronomes Oblíquos


Primeira Eu Me, mim, comigo
Singular Segunda Tu Te, ti, contigo
Terceira Ele / Ela Se, si, consigo, o, a, lhe
Primeria Nós Nos, conosco
Segunda Vós Vos, convosco
Plural
Se, si, consigo, os, as,
Terceira Eles / Elas
lhes

Emprego

Pronomes retos (morfologia) exercem a função de sujeito (sintática).


Pronomes oblíquos (morfologia) exercem a função de complemento.
Eu o ajudo, ele lhe oferece uma água!

2) Formas de tratamento
a) o, a, os, as, quando precedidos de verbos que terminam em –r, -s, -z, assumem a forma lo,
la, los, las,e os verbos perdem aquelas terminações.
Queria vendê-la para o Pedro Kuhn.
b) o, a, os, as,  quando precedidos de verbos que terminam em  –m, -ão, -õe,  assumem a
forma no, na, nos, nas.
André Vieira e Pedro Kuhn enviaram-nas aos alunos.
c) O/A X Lhe
A Casa do Concurseiro enviou a apostila aos alunos nesta semana.

www.acasadoconcurseiro.com.br 117
Colocação

É o emprego dos pronomes oblíquos átonos (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes) em
relação ao verbo na frase.
Os pronomes átonos podem ocupar 3 posições: antes do verbo (próclise), no meio do verbo
(mesóclise) e depois do verbo (ênclise).

PRÓCLISE
a) Com palavras ou expressões negativas: não, nunca, jamais, nada, ninguém, nem, de modo
algum.
Nada me emociona.
Ninguém te viu, Edgar.

b) Com conjunções subordinativas: quando, se, porque, que, conforme, embora, logo, que,
caso...
Quando me perguntaram, respondi que te amava!
Se lhe enviarem o bilhete, avise que nos lembramos dela.

c) Advérbios
Aqui se estuda de verdade.
Sempre me esforcei para passar no concurso.
Se houver vírgula depois do advérbio, a próclise não existirá mais.
Aqui, estuda-se muito!

d) Pronomes 
Alguém me perguntou isso? (indefinido)
A questão que te tirou do concurso foi anulada!!! (relativo)
Aquilo me emocionou muito. (demonstrativo)

e) Em frases exclamativas ou optativas (que exprimem desejo).


Deus o abençoe.
Macacos me mordam!

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Português – Colocação Pronominal – Prof. Carlos Zambeli.

f) Com verbo no gerúndio antecedido de preposição EM.


Em se plantando tudo dá.
Em se tratando de concurso, A Casa do Concurseiro é referência!

MESÓCLISE
Usada quando o verbo estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito.
Convidar-me-ão para a festa.
Entregá-lo-ia a você, se tivesse tempo.
Dar-te-ei a apostila de Português do Zambeli.

ÊNCLISE
Com o verbo no início da frase.
Entregaram-me as apostilas do curso.
Com o verbo no imperativo afirmativo.
Edgar, retire-se daqui!

COLOCAÇÃO PRONOMINAL NAS LOCUÇÕES VERBAIS

Locuções verbais são formadas por um verbo auxiliar + infinitivo, gerúndio ou particípio.

AUX + PARTICÍPIO:
O pronome deve ficar depois do verbo auxiliar. Se houver palavra atrativa, o pronome deverá
ficar antes do verbo auxiliar.
Havia-lhe contado aquele segredo.
Não lhe havia enviado os cheques.
Tenho-lhe contado a verdade.
Não lhe tenho contado a verdade.

AUX + GERÚNDIO OU INFINITIVO:


Se não houver palavra atrativa, o pronome oblíquo virá depois do verbo auxiliar ou do verbo
principal.

www.acasadoconcurseiro.com.br 119
Infinitivo
Quero-lhe dizer o que aconteceu.Quero dizer-lhe o que aconteceu.

Gerúndio
Estou lhe dizendo a verdade.
Ia escrevendo-lhe o e-mail.
Se houver palavra atrativa, o pronome oblíquo virá antes do verbo auxiliar ou depois do
verbo principal.
Infinitivo 
Não lhe vou dizer aquela história.
Não quero dizer-lhe meu nome.
Gerúndio 
Não lhe ia dizendo a verdade.
Não ia dizendo-lhe a verdade.
Vou-lhe confessar. Estou-lhe telefonando.
Vou confessar-lhe. Estou telefonando-lhe.

Não lhe vou falar. Não lhe estou perguntando.


Não vou lhe falar. Não estou lhe perguntando.
Não vou falar-lhe. Não estou perguntando-lhe.

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Português – Colocação Pronominal – Prof. Carlos Zambeli.

Exercício (verdadeiro ou falso) 13. ( ) Ninguém podia ajudar-nos naquela


hora.
1. ( ) Vamos, amigos, cheguem-se aos bons.
14. ( ) Algumas haviam-nos contado a
verdade.
2. ( ) O torneio iniciar-se-á no próximo
Domingo.
15. ( ) Todos se estão entendendo bem.
3. ( ) Amanhã dizer-te-ei todas as novidades.
16. ( ) As meninas não tinham nos convidado
para sair.
4. ( ) Os alunos nos surpreendem com suas
respostas.

5. ( ) Os amigos chegaram e me esperam lá


fora.

6. ( ) O torneio iniciará-se no próximo


domingo.

7. ( ) Tinha oferecido-lhes as explicações,


saíram felizes.

8. ( ) Este casamento não deve realizar-se.

9. ( ) Para não falar- lhe, resolveu sair cedo.

10. ( ) É possível que o leitor não nos creia.

11. ( ) A turma quer-lhe fazer uma surpresa.

12. ( ) A turma havia convidado-o para sair.

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Português

Crase

Eles foram à praia no fim de semana (A prep. + A artigo)


A aluna à qual me refiro é estudiosa (A prep. + A do pronome relativo A Qual)
A minha blusa é semelhante à de Maria (A prep. + A pronome demonstrativo)
Ele fez referência àquele aluno (A prep. + A pronome demonstrativo Aquele).

Ocorre crase

1. Substitua a palavra feminina por outra masculina correlata; em surgindo a combinação AO,
haverá crase.
•• Eles foram à praia.
•• O menino não obedeceu à professora.
•• Sou indiferente às críticas!

2. Substitua os demonstrativos Aqueles(s), Aquela(s), Aquilo por A este(s), A esta(s), A isto;


mantendo-se a lógica, haverá crase.
•• Ele fez referência àquele aluno.
•• Aquele: Refiro-me àquele rapaz.
•• Aquela: Dei as flores àquela moça!
•• Aquilo: Refiro-me àquilo que me contastes

3. Nas locuções prepositivas, conjuntivas e adverbiais.


à frente de; à espera de; à procura de; à noite; à tarde; à esquerda; à direita; às vezes; às pressas;
à medida que; à proporção que; à toa; à vontade, etc.
•• Pagamos a vista / à vista.
•• Tranquei a chave / à chave.
•• Estudaremos a sombra / à sombra.

www.acasadoconcurseiro.com.br 123
4. Na indicação de horas determinadas: deve-se substituir a hora pela expressão “meio-dia”;
se aparecer AO antes de “meio-dia”, devemos colocar o acento, indicativo de crase no A.
•• Ele saiu às duas horas e vinte minutos. (ao meio dia)
•• Ele está aqui desde as duas horas. (o meio-dia).

5. Antes de nome próprio de lugares, deve-se colocar o verbo VOLTAR; se dissermos VOLTO
DA, haverá acento indicativo de crase; se dissermos VOLTO DE, não ocorrerá o acento.
•• Vou à Bahia. (volto da). Vou a São Paulo (volto de).

Observação:
Se o nome do lugar estiver acompanhado
de uma característica (adjunto
adnominal), o acento será obrigatório.

•• Vou a Portugal. Vou à Portugal das grandes navegações.

6. Crase com os Pronomes Relativos A Qual, As Quais


A ocorrência da crase com os pronomes relativos a qual e as quais depende do verbo. Se o
verbo que rege esses pronomes exigir a preposição "a", haverá crase.
•• São regras às quais todos os funcionários devem obedecer.
•• Esta foi a conclusão à qual Pedro Kuhn chegou.
•• A novela à qual assisto passa também na internet.

7. Crase com o Pronome Demonstrativo "a“


•• Minha crise é ligada à dos meus irmãos
•• Suas lutas não se comparam as dos jovens de hoje.
•• As frases são semelhantes às da minha ex-namorada.

8. Se a palavra "distância" estiver determinada, especificada, o "a" deve ser acentuado.


Observe:
•• A cidade fica à distância de 70 km daqui (determinada).
•• A cidade fica a grande distância daqui (não-determinada).

124 www.acasadoconcurseiro.com.br
Crase – Português – Prof. Carlos Zambeli

Crase Opcional

1. Antes de nomes próprios femininos.


•• Entreguei o presente a Ana (ou à Ana).

2. Depois da preposição ATÉ.


•• Fui até a escola. (ou até à escola).

3. Antes de pronomes possessivos femininos adjetivos no singular.


•• Fiz alusão a minha amiga (ou à minha amiga). Mas não fiz à sua.

Não ocorre crase

1. Antes de palavras masculinas.


•• Ele saiu a pé.
•• Barco a vapor.

2. Antes de verbos.
•• Estou disposto a colaborar com ele.
•• Produtos a partir de R$ 1,99.

3. Antes de artigo indefinido.


•• Fomos a uma lanchonete no centro.

4. Depois de preposição diferente de A


•• Eles foram para a praia.
•• Ficaram perante a torcida após o gol.

5. Antes de alguns pronomes


•• Passamos os dados do projeto a ela.
•• Eles podem ir a qualquer restaurante.
•• Refiro-me a esta aluna.
•• A pessoa a quem me dirigi estava atrapalhada.
•• O restaurante a cuja dona me referi é ótimo.

www.acasadoconcurseiro.com.br 125
6. Quando o A estiver no singular e a palavra a que ele se refere estiver no plural.
•• Refiro-me a pessoas que são competentes.
•• Entregaram tudo a secretárias do curso.

7. Em locuções formadas pela mesma palavra.


•• Tomei o remédio gota a gota.
•• A vítima ficou cara a cara com o ladrão.

Utilize o acento indicativo de crase quando necessário.


a) Chegamos a ideia de que a regra não se refere a pessoas jovens.
b) A todo momento, damos sinais de que nos apegamos a vida.
c) Ela elevou-se as alturas.
d) Os alunos davam valor as normas da escola.
e) As duas horas as pegaríamos a frente da escola.
f) Ele veio a negócios e precisa falar a respeito daquele assunto.
g) Foi a Bahia, depois a São Paulo e a Porto Alegre.
h) Eles tinham a mão as provas que eram necessárias.
i) Graças a vontade de um companheiro de trabalho, reformulamos a agenda da semana.
j) Refiro-me a irmã do colega e as cunhadas, mas nada sei sobre a mãe dele.
k) Aderiu a turma a qual todos aderem.
l) A classe a qual pertenço é a única que não fará a visita aquela praia.
m) Não podemos ignorar as catástrofes do mundo e deixar a humanidade entregue a própria
sorte.
n) Somos favoráveis as orientações dos professores.
o) O ser humano é levado a luta que tem por meta a resolução das questões relativas a
sobrevivência.
p) Sou a favor da preservação das baleias.
q) Fique a espera do chefe, pois ele chegará as 14h.
r) A situação a que me refiro tornou-se complexa, sujeita a variadas interpretações.
s) Após as 18h, iremos a procura de auxilio.
t) Devido a falta de quorum, suspendeu-se a sessão.
u) As candidatas as quais foram oferecidas as bolsas devem apresentar-se até a data marcada.

126 www.acasadoconcurseiro.com.br
Crase – Português – Prof. Carlos Zambeli

v) Dedicou-se a uma atividade beneficente, relacionada a continuidade do auxílio as camadas


mais pobres da população.
w) Se você for a Europa, visite os lugares a que o material turístico faz referência.
x) Em relação a matéria dada, dê especial atenção aquele caso em que aparece a crase.
y) Estaremos atendendo de segunda a sexta, das 8h as 19h.
z) A pessoa a quem me refiro dedica-se a arte da cerâmica.

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Português

Pontuação

Emprego da Vírgula

Na ordem direta da oração (sujeito + verbo + complemento(s) + adjunto adverbial), NÃO use
vírgula entre os termos. Isso só ocorrerá ao deslocarem-se o predicativo ou o adjunto adverbial.
•• As pessoas desta turma enviaram as dicas de Português aos colegas no domingo.

•• As pessoas desta turma enviaram aos colegas as dicas de Português no domingo.

Dica Zambeliana = Não se separam por vírgulas


•• predicado de sujeito = Restam, dúvidas sobre a matéria!

•• objeto de verbo = Informei, ao grupo, o sério problema.

•• adjunto adnominal de nome = A prova, do concurso, estava acessível!

Entre os termos da oração

1. Para separar itens de uma série. (Enumeração)

•• Na páscoa, preciso comer também alface, rúcula, brócolis, cenoura, tomate, chocolate!

•• Tempo é um recurso raro, valioso e não renovável.

2. Para assinalar supressão de um verbo.


•• Ele vê filmes no youtube; eu, no cinema.

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3. Para separar o adjunto adverbial deslocado.

•• "O preço que se paga, às vezes, é alto demais…"

•• No próximo domingo, farei meu concurso!

•• O tomate, em razão da sua abundância, vem caindo de preço.

Observação: Se o adjunto adverbial for pequeno, a utilização da vírgula não é necessária, a não
ser que se queira enfatizar a informação nele contida.
•• Ontem comemoramos o seu aniversário.

4. Para separar o aposto.

•• Sempre dei dois conselhos: viva muito e seja feliz!

•• São Paulo, considerada a metrópole brasileira, possui um trânsito caótico.

5. Para separar o vocativo.

•• Colega, você pode me emprestar esta caneta?

6. Para separar expressões explicativas, retificativas, continuativas, conclusivas ou enfáticas


(aliás, além disso, com efeito, enfim, isto é, em suma, ou seja, ou melhor, por exemplo,
etc.).

•• As indústrias não querem abrir mão de suas vantagens, isto é, não querem abrir mão
dos lucros altos.

•• Preciso estudar, ou seja, adeus final de semana.

Entre as orações
1. Para separar orações coordenadas assindéticas.

•• ”Não me falta cadeira, não me falta sofá, só falta você sentada na sala, só falta você
estar.” (Arnaldo Antunes)

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Pontuação – Português – Prof. Carlos Zambeli

2. As orações coordenadas devem sempre ser separadas por vírgula. Orações coordenadas
são as que indicam adição (e, nem, mas também), alternância (ou, ou ... ou, ora ... ora),
adversidade (mas, porém, contudo...), conclusão (logo, portanto...) e explicação (porque,
pois).

•• Todos os alunos gostarão dessa dica, no entanto não há chances de ser cobrada na
prova.

3. Para separar orações coordenadas sindéticas ligadas por “e”, desde que os sujeitos sejam
diferentes.
•• As pessoas assistiam ao protestos pacificamente, e a polícia respeitava a todos.

•• Os sentimentos podem mudar com o tempo e as pessoas não entendem isso!

4. Para separar orações adverbiais, especialmente quando forem longas.


•• Em determinado momento, ele ficou bastante estressado, porque não encontrava vaga
para estacionar.

5. Para separar orações adverbiais antepostas à principal ou intercaladas, tanto desenvolvidas


quanto reduzidas.
•• Como pretendia retirar-se logo, aproximou-se da porta.

•• Nossas intenções, conforme todos podem comprovar, são as melhores.

6. Orações Subordinadas Adjetivas


Podem ser:
a) Restritivas: Delimitam o sentido do substantivo antecedente (sem vírgula). Encerram uma
qualidade que não é inerente ao substantivo.

•• As frutas que apodreceram foram descartadas no lixo.

•• Os protestos que ocorreram em 2013 podem voltar!

•• As rosas que são vermelhas embelezam o planeta.

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b) Explicativas: Explicações ou afirmações adicionais ao antecedente já definido plenamente
(com vírgula). Encerram uma qualidade inerente ao substantivo.

•• A telefonia móvel, que facilitou a vida do homem moderno, provocou também


situações constrangedoras.

•• Os cachorros, que são peludos, devem ser bem tratados neste canil.

•• As rosas, que são perfumadas, embelezam o planeta.

Emprego do Ponto-e-Vírgula

1. Para separar orações que contenham várias enumerações já separadas por vírgula ou que
encerrem comparações e contrastes.
•• Os jogadores estavam suados, nervosos, procurando a vitória; os espectadores
gritavam, incentivavam o time, exigiam resultados; o treinador angustiava-se, projetava
substituições.

2. Para separar orações em que as conjunções adversativas ou conclusivas estejam deslocadas.


•• As pessoas educadas, todavia, não suportaram aquela atitude.

•• Considere-se, portanto, livre deste compromisso.

•• Esperava encontrar todos os conteúdos na prova; enxerguei, porém, apenas alguns

3. Para alongar a pausa de conjunções adversativas (mas, porém, contudo, todavia, entretanto,
etc.), substituindo, assim, a vírgula.
•• Gostaria de estudar hoje; todavia, só chegarei perto dos livros amanhã.

Emprego dos Dois-Pontos


1. Para anunciar uma citação.
•• Lembrando um poema de Vinícius de Moraes: "Tristeza não tem fim, Felicidade sim."
2. Para anunciar uma enumeração, um aposto, uma explicação, uma consequência ou um
esclarecimento.
•• Sempre tive três grandes amigos: Edgar, Pedro e Sérgio.

•• Não há motivo para preocupações: tudo já está resolvido.

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Direito Penal

Professor: Joerberth Nunes

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Direito Processual Penal

TÍTULO X
DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA

CAPÍTULO I Crimes assimilados ao de moeda falsa


DA MOEDA FALSA Art. 290. Formar cédula, nota ou bilhete
representativo de moeda com fragmentos de
Moeda Falsa cédulas, notas ou bilhetes verdadeiros; suprimir,
Art. 289. Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, em nota, cédula ou bilhete recolhidos, para o
moeda metálica ou papel-moeda de curso legal fim de restituí-los à circulação, sinal indicativo
no país ou no estrangeiro: de sua inutilização; restituir à circulação
cédula, nota ou bilhete em tais condições, ou já
Pena – reclusão, de três a doze anos, e multa. recolhidos para o fim de inutilização:
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem, por Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa.
conta própria ou alheia, importa ou exporta,
adquire, vende, troca, cede, empresta, Parágrafo único. O máximo da reclusão
guarda ou introduz na circulação moeda é elevado a doze anos e multa, se o crime
falsa. é cometido por funcionário que trabalha
na repartição onde o dinheiro se achava
§ 2º Quem, tendo recebido de boa-fé, como recolhido, ou nela tem fácil ingresso, em
verdadeira, moeda falsa ou alterada, a razão do cargo. (Vide Lei nº 7.209, de
restitui à circulação, depois de conhecer a 11.7.1984)
falsidade, é punido com detenção, de seis
meses a dois anos, e multa. Petrechos para falsificação de moeda

§ 3º É punido com reclusão, de três a Art. 291. Fabricar, adquirir, fornecer, a título
quinze anos, e multa, o funcionário público oneroso ou gratuito, possuir ou guardar
ou diretor, gerente, ou fiscal de banco de maquinismo, aparelho, instrumento ou
emissão que fabrica, emite ou autoriza a qualquer objeto especialmente destinado à
fabricação ou emissão: falsificação de moeda:

I – de moeda com título ou peso inferior ao Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa.
determinado em lei; Emissão de título ao portador sem permissão
II – de papel-moeda em quantidade supe- legal
rior à autorizada. Art. 292. Emitir, sem permissão legal, nota,
§ 4º Nas mesmas penas incorre quem bilhete, ficha, vale ou título que contenha
desvia e faz circular moeda, cuja circulação promessa de pagamento em dinheiro ao
não estava ainda autorizada. portador ou a que falte indicação do nome da
pessoa a quem deva ser pago:

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Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa. II – importa, exporta, adquire, vende, troca,
cede, empresta, guarda, fornece ou restitui
Parágrafo único. Quem recebe ou utiliza à circulação selo falsificado destinado a
como dinheiro qualquer dos documentos controle tributário; (Incluído pela Lei nº
referidos neste artigo incorre na pena de 11.035, de 2004)
detenção, de quinze dias a três meses, ou
multa. III – importa, exporta, adquire, vende,
expõe à venda, mantém em depósito,
guarda, troca, cede, empresta, fornece,
porta ou, de qualquer forma, utiliza em
CAPÍTULO II proveito próprio ou alheio, no exercício de
DA FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS atividade comercial ou industrial, produto
PAPÉIS PÚBLICOS ou mercadoria: (Incluído pela Lei nº 11.035,
de 2004)
Falsificação de papéis públicos
a) em que tenha sido aplicado selo que se
Art. 293. Falsificar, fabricando-os ou alterando- destine a controle tributário, falsificado;
os: (Incluído pela Lei nº 11.035, de 2004)
I – selo destinado a controle tributário, b) sem selo oficial, nos casos em que
papel selado ou qualquer papel de emissão a legislação tributária determina a
legal destinado à arrecadação de tributo; obrigatoriedade de sua aplicação. (Incluído
(Redação dada pela Lei nº 11.035, de 2004) pela Lei nº 11.035, de 2004)
II – papel de crédito público que não seja § 2º Suprimir, em qualquer desses papéis,
moeda de curso legal; quando legítimos, com o fim de torná-los
novamente utilizáveis, carimbo ou sinal
III – vale postal; indicativo de sua inutilização:
IV – cautela de penhor, caderneta de Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.
depósito de caixa econômica ou de outro
estabelecimento mantido por entidade de § 3º Incorre na mesma pena quem usa,
direito público; depois de alterado, qualquer dos papéis a
que se refere o parágrafo anterior.
V – talão, recibo, guia, alvará ou qualquer
outro documento relativo a arrecadação § 4º Quem usa ou restitui à circulação,
de rendas públicas ou a depósito ou caução embora recibo de boa-fé, qualquer dos
por que o poder público seja responsável; papéis falsificados ou alterados, a que se
referem este artigo e o seu § 2º, depois de
VI – bilhete, passe ou conhecimento de conhecer a falsidade ou alteração, incorre
empresa de transporte administrada pela na pena de detenção, de seis meses a dois
União, por Estado ou por Município: anos, ou multa.
Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa. § 5º Equipara-se a atividade comercial,
§ 1º Incorre na mesma pena quem: para os fins do inciso III do § 1o, qualquer
(Redação dada pela Lei nº 11.035, de 2004) forma de comércio irregular ou clandestino,
inclusive o exercido em vias, praças
I – usa, guarda, possui ou detém qualquer ou outros logradouros públicos e em
dos papéis falsificados a que se refere este residências. (Incluído pela Lei nº 11.035, de
artigo; (Incluído pela Lei nº 11.035, de 2004) 2004)

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Direito processual Penal – Crimes Contra a Fé Pública – Prof. Joerberth Nunes

Petrechos de falsificação Falsificação de documento público


Art. 294. Fabricar, adquirir, fornecer, possuir Art. 297. Falsificar, no todo ou em parte,
ou guardar objeto especialmente destinado à documento público, ou alterar documento
falsificação de qualquer dos papéis referidos no público verdadeiro:
artigo anterior:
Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa.
Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.
§ 1º Se o agente é funcionário público, e
Art. 295. Se o agente é funcionário público, comete o crime prevalecendo-se do cargo,
e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.
aumenta-se a pena de sexta parte.
§ 2º Para os efeitos penais, equiparam-
se a documento público o emanado de
entidade paraestatal, o título ao portador
CAPÍTULO III ou transmissível por endosso, as ações de
sociedade comercial, os livros mercantis e o
DA FALSIDADE DOCUMENTAL
testamento particular.
Falsificação do selo ou sinal público § 3º Nas mesmas penas incorre quem insere
Art. 296. Falsificar, fabricando-os ou alterando- ou faz inserir: (Incluído pela Lei nº 9.983, de
os: 2000)

I – selo público destinado a autenticar I – na folha de pagamento ou em documento


atos oficiais da União, de Estado ou de de informações que seja destinado a fazer
Município; prova perante a previdência social, pessoa
que não possua a qualidade de segurado
II – selo ou sinal atribuído por lei a entidade obrigatório; (Incluído pela Lei nº 9.983, de
de direito público, ou a autoridade, ou sinal 2000)
público de tabelião:
II – na Carteira de Trabalho e Previdência
Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa. Social do empregado ou em documento que
deva produzir efeito perante a previdência
§ 1º Incorre nas mesmas penas:
social, declaração falsa ou diversa da que
I – quem faz uso do selo ou sinal falsificado; deveria ter sido escrita; (Incluído pela Lei nº
9.983, de 2000)
II – quem utiliza indevidamente o selo ou
sinal verdadeiro em prejuízo de outrem ou III – em documento contábil ou em
em proveito próprio ou alheio. qualquer outro documento relacionado
com as obrigações da empresa perante
III – quem altera, falsifica ou faz uso a previdência social, declaração falsa
indevido de marcas, logotipos, siglas ou ou diversa da que deveria ter constado.
quaisquer outros símbolos utilizados ou (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
identificadores de órgãos ou entidades da
Administração Pública. (Incluído pela Lei nº § 4º Nas mesmas penas incorre quem omite,
9.983, de 2000) nos documentos mencionados no § 3o,
nome do segurado e seus dados pessoais,
§ 2º Se o agente é funcionário público, e a remuneração, a vigência do contrato
comete o crime prevalecendo-se do cargo, de trabalho ou de prestação de serviços.
aumenta-se a pena de sexta parte. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

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Falsificação de documento particular (Redação Falsidade material de atestado ou certidão
dada pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
§ 1º Falsificar, no todo ou em parte, atestado
Art. 298. Falsificar, no todo ou em parte, ou certidão, ou alterar o teor de certidão
documento particular ou alterar documento ou de atestado verdadeiro, para prova de
particular verdadeiro: fato ou circunstância que habilite alguém
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa. a obter cargo público, isenção de ônus ou
de serviço de caráter público, ou qualquer
Falsificação de cartão (Incluído pela Lei nº outra vantagem:
12.737, de 2012) Vigência
Pena – detenção, de três meses a dois anos.
Parágrafo único. Para fins do disposto no
caput, equipara-se a documento particular § 2º Se o crime é praticado com o fim de
o cartão de crédito ou débito. (Incluído pela lucro, aplica-se, além da pena privativa de
Lei nº 12.737, de 2012) Vigência liberdade, a de multa.
Falsidade ideológica Falsidade de atestado médico
Art. 299. Omitir, em documento público ou Art. 302. Dar o médico, no exercício da sua
particular, declaração que dele devia constar, ou profissão, atestado falso:
nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou
diversa da que devia ser escrita, com o fim de Pena – detenção, de um mês a um ano.
prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a Parágrafo único. Se o crime é cometido com
verdade sobre fato juridicamente relevante: o fim de lucro, aplica-se também multa.
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa, se Reprodução ou adulteração de selo ou peça
o documento é público, e reclusão de um a três filatélica
anos, e multa, se o documento é particular.
Art. 303. Reproduzir ou alterar selo ou peça
Parágrafo único. Se o agente é funcionário filatélica que tenha valor para coleção, salvo
público, e comete o crime prevalecendo-se quando a reprodução ou a alteração está
do cargo, ou se a falsificação ou alteração é visivelmente anotada na face ou no verso do
de assentamento de registro civil, aumenta- selo ou peça:
se a pena de sexta parte.
Pena – detenção, de um a três anos, e multa.
Falso reconhecimento de firma ou letra
Parágrafo único. Na mesma pena incorre
Art. 300. Reconhecer, como verdadeira, no quem, para fins de comércio, faz uso do selo
exercício de função pública, firma ou letra que ou peça filatélica.
o não seja:
Uso de documento falso
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa, se
o documento é público; e de um a três anos, e Art. 304. Fazer uso de qualquer dos papéis
multa, se o documento é particular. falsificados ou alterados, a que se referem os
arts. 297 a 302:
Certidão ou atestado ideologicamente falso
Pena – a cominada à falsificação ou à alteração.
Art. 301. Atestar ou certificar falsamente, em
razão de função pública, fato ou circunstância Supressão de documento
que habilite alguém a obter cargo público,
isenção de ônus ou de serviço de caráter Art. 305. Destruir, suprimir ou ocultar, em
público, ou qualquer outra vantagem: benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo
alheio, documento público ou particular
Pena – detenção, de dois meses a um ano. verdadeiro, de que não podia dispor:

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Direito processual Penal – Crimes Contra a Fé Pública – Prof. Joerberth Nunes

Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o Fraude de lei sobre estrangeiro
documento é público, e reclusão, de um a cinco
anos, e multa, se o documento é particular. Art. 309. Usar o estrangeiro, para entrar ou
permanecer no território nacional, nome que
não é o seu:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
CAPÍTULO IV
DE OUTRAS FALSIDADES Parágrafo único. Atribuir a estrangeiro falsa
qualidade para promover-lhe a entrada em
Falsificação do sinal empregado no contraste de território nacional: (Incluído pela Lei nº
metal precioso ou na fiscalização alfandegária, 9.426, de 1996)
ou para outros fins
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Art. 306. Falsificar, fabricando-o ou alterando-o, (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
marca ou sinal empregado pelo poder
Art. 310. Prestar-se a figurar como proprietário
público no contraste de metal precioso ou na
ou possuidor de ação, título ou valor
fiscalização alfandegária, ou usar marca ou sinal
pertencente a estrangeiro, nos casos em que a
dessa natureza, falsificado por outrem:
este é vedada por lei a propriedade ou a posse
Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa. de tais bens: (Redação dada pela Lei nº 9.426,
de 1996)
Parágrafo único. Se a marca ou sinal
falsificado é o que usa a autoridade pública Pena – detenção, de seis meses a três anos,
para o fim de fiscalização sanitária, ou e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de
para autenticar ou encerrar determinados 1996)
objetos, ou comprovar o cumprimento de
Adulteração de sinal identificador de
formalidade legal:
veículo automotor (Redação dada pela Lei
Pena – reclusão ou detenção, de um a três anos, nº 9.426, de 1996)
e multa.
Art. 311. Adulterar ou remarcar número de
Falsa identidade chassi ou qualquer sinal identificador de
veículo automotor, de seu componente ou
Art. 307. Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa equipamento: (Redação dada pela Lei nº 9.426,
identidade para obter vantagem, em proveito de 1996)
próprio ou alheio, ou para causar dano a
outrem: Pena – reclusão, de três a seis anos, e multa.
(Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou
multa, se o fato não constitui elemento de crime § 1º Se o agente comete o crime no exercício
mais grave. da função pública ou em razão dela, a pena
é aumentada de um terço. (Incluído pela
Art. 308. Usar, como próprio, passaporte, título Lei nº 9.426, de 1996)
de eleitor, caderneta de reservista ou qualquer
documento de identidade alheia ou ceder a § 2º Incorre nas mesmas penas o funcionário
outrem, para que dele se utilize, documento público que contribui para o licenciamento
dessa natureza, próprio ou de terceiro: ou registro do veículo remarcado ou
adulterado, fornecendo indevidamente
Pena – detenção, de quatro meses a dois anos, material ou informação oficial. (Incluído
e multa, se o fato não constitui elemento de pela Lei nº 9.426, de 1996)
crime mais grave.

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CAPÍTULO V IV – exame ou processo seletivo previstos
(Incluído pela Lei nº 12.550 de 2011) em lei: (Incluído pela Lei nº 12.550 de 2011)

DAS FRAUDES EM CERTAMES DE Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e


multa. (Incluído pela Lei nº 12.550 de 2011)
INTERESSE PÚBLICO
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem
(Incluído pela Lei nº 12.550 de 2011) permite ou facilita, por qualquer meio,
Fraudes em certames de interesse público o acesso de pessoas não autorizadas
(Incluído pela Lei nº 12.550 de 2011) às informações mencionadas no caput.
(Incluído pela Lei nº 12.550 de 2011)
Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente,
com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou § 2º Se da ação ou omissão resulta dano à
de comprometer a credibilidade do certame, administração pública: (Incluído pela LLei nº
conteúdo sigiloso de: (Incluído pela Lei nº 12.550 de 2011)
12.550 de 2011) Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos,
I – concurso público; (Incluído pela Lei nº e multa. (Incluído pela Lei nº 12.550 de
12.550 de 2011) 2011)

II – avaliação ou exame públicos; (Incluído § 3º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se


pela Lei nº 12.550 de 2011) o fato é cometido por funcionário público.
(Incluído pelaLei nº 12.550 de 2011)
III – processo seletivo para ingresso no
ensino superior; ou (Incluído pela Lei nº
12.550 de 2011)

MATERIAL COMPLEMENTAR

DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA : ARTS. 297 A 311-A, CP


( principais tipos penais)

1. Art. 297, CP: Falsificação de documento público


•• crime comum
•• sujeito passivo: o Estado e o terceiro que sofre com a falsificação
•• bem jurídico: a fé pública
•• núcleo do tipo: “falsificar” (contrafação) documento público ou “alterar” documento
público verdadeiro
•• requisitos do falso documental: alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante
(immutatio veritatis); imitação da verdade (immitatio veritais); potencialidade de dano
( falsum punitur licet nemini damun inferret); dolo (animus fallendi)
•• falsidade material
•• objeto material: documento emanado de entidades públicas : Ex.: RG, CNH, etc.

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Direito processual Penal – Crimes Contra a Fé Pública – Prof. Joerberth Nunes

•• consumação: com a falsificação


•• admite a tentativa
•• par. 1º: causa de aumento de pena
•• par. 2º: norma penal explicativa
•• par. 3º: forma equiparada. Afasta, neste caso, o art.299, CP
•• par. 4º: forma equiparada

2. Art. 298, CP: Falsificação de documento particular


•• crime comum
•• sujeito passivo: o Estado e a pessoa prejudicada com a falsificação
•• bem jurídico: a fé pública
•• elementos objetivos de tipo: documento particular é todo aquele que não se insere na
definição de documento público
•• consumação: com a falsificação, independente de resultado naturalístico, eis tratar-se de
crime formal
•• admite a forma tentada
•• classificação: crime doloso, comum, forma livre, unissubjetivo, formal ou de consumação
antecipada, instantâneo, plurissubistente

3. Art. 299, CP: Falsidade ideológica


•• crime comum
•• sujeito passivo : o Estado e, também, a pessoa prejudicada com a falsificação
•• bem jurídico :a fé pública
•• núcleo do tipo : “omitir” declaração que devia constar ou “inserir ou fazer inserir”
declaração falsa diversa da que deveria ser escrita. No que tange ao objeto material, pode
ser tanto documento público, quanto documento particular.
•• requisitos da falsidade ideológica : mudança da verdade, imitação da verdade,
potencialidade de dano, dolo
•• dolo específico
•• falsidade intelectual
•• consumação : com a omissão ou inclusão da declaração falsa, seja de forma direta ou de
forma indireta pelo agente
•• admite a forma tentada
•• causa de aumento de pena : preceito secundário da norma (pena)
•• classificação : comum, tipo misto alternativo, forma livre, unissubjetivo, formal ou
de consumação antecipada, instantâneo, purissubsistente (na conduta “omitir” é
unissubsistente)

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4. Art. 301, CP: Certidão ou atestado ideologicamente falso
•• afasta, neste caso, a incidência do art. 299, CP
•• par. 1º: não confundir com o art. 297, CP

5. Art. 302, CP: Falsidade de atestado médico


•• crime próprio
•• em sendo médico que exerce função pública e assim age, responderá o agente pelo art.
301, CP. SE o sujeito ativo for um dentista ou qualquer outro profissional incide, neste caso,
no art. 299, CP
•• par. único : forma qualificada

6. Art. 304, CP: Uso de documento Falso


•• crime remetido
•• súmula 17 do STJ
•• concurso com o art. 297, 298, 299, CP : há entendimento de que o agente responderá
pela falsidade, sendo o uso um post factum impunível. (majoritára) Há, no entanto, quem
entenda, responderá o agente, neste caso, pelo art. 304, CP, em razão do princípio da
consunção.

7. Art. 307, CP: falsa identidade


•• o agente atribui a si dados falsos (ex.: nome, filiação, estado civil, etc) visando vantagem
para si ou outrem.
•• princípio da subsidiariedade : pena

8. Art. 308, CP:


•• é uma espécie de falsa identidade.

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Direito Penal

TÍTULO XI Art. 313 Apropriar-se de dinheiro ou qualquer


utilidade que, no exercício do cargo, recebeu
Dos Crimes Contra a Administração por erro de outrem:
Pública Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Inserção de dados falsos em sistema de
informações
CAPÍTULO I Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário
DOS CRIMES PRATICADOS POR autorizado, a inserção de dados falsos, alterar
FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A ou excluir indevidamente dados corretos nos
sistemas informatizados ou bancos de dados
ADMINISTRAÇÃO EM GERAL da Administração Pública com o fim de obter
Peculato vantagem indevida para si ou para outrem ou
para ausar dano:
Art. 312. Apropriar-se o funcionário público de
dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e
público ou particular, de que tem a posse multa.
em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito Modificação ou alteração não autorizada de
próprio ou alheio: sistema de informações
Pena – reclusão, de dois a doze anos, e multa. Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário,
§ 1º Aplica-se a mesma pena, se o sistema de informações ou programa de
funcionário público, embora não tendo a informática sem autorização ou solicitação de
posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, autoridade competente:
ou concorre para que seja subtraído, em Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois)
proveito próprio ou alheio, valendo-se de anos, e multa.
facilidade que lhe proporciona a qualidade
de funcionário. Parágrafo único. As penas são aumentadas
de um terço até a metade se da
Peculato culposo modificação ou alteração resulta dano
para a Administração Pública ou para o
§ 2º Se o funcionário concorre culposamente
administrado.
para o crime de outrem:
Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou
Pena – detenção, de três meses a um ano.
documento
§ 3º No caso do parágrafo anterior, a
reparação do dano, se precede à sentença Art. 314. Extraviar livro oficial ou qualquer
irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é documento, de que tem a guarda em razão
posterior, reduz de metade a pena imposta. do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou
parcialmente:
Peculato mediante erro de outrem
Pena – reclusão, de um a quatro anos, se o fato
não constitui crime mais grave.

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Emprego irregular de verbas ou rendas públicas infração de dever funcional, cedendo a
pedido ou influência de outrem:
Art. 315. Dar às verbas ou rendas públicas
aplicação diversa da estabelecida em lei: Pena – detenção, de três meses a um ano, ou
multa.
Pena – detenção, de um a três meses, ou multa.
Facilitação de contrabando ou descaminho
Concussão
Art. 318. Facilitar, com infração de dever
Art. 316. Exigir, para si ou para outrem, direta funcional, a prática de contrabando ou
ou indiretamente, ainda que fora da função descaminho (art. 334):
ou antes de assumi-la, mas em razão dela,
vantagem indevida: Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e
multa.
Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa.
Prevaricação
Excesso de exação
Art. 319. Retardar ou deixar de praticar,
§ 1º Se o funcionário exige tributo ou indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo
contribuição social que sabe ou deveria contra disposição expressa de lei, para satisfazer
saber indevido, ou, quando devido, interesse ou sentimento pessoal:
emprega na cobrança meio vexatório ou
gravoso, que a lei não autoriza: Pena – detenção, de três meses a um ano, e
multa.
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e
multa. Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária
e/ou agente público, de cumprir seu dever de
§ 2º Se o funcionário desvia, em proveito vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico,
próprio ou de outrem, o que recebeu de rádio ou similar, que permita a comunicação
indevidamente para recolher aos cofres com outros presos ou com o ambiente externo:
públicos:
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
Pena – reclusão, de dois a doze anos, e multa.
Condescendência criminosa
Corrupção passiva
Art. 320. Deixar o funcionário, por indulgência,
Art. 317. Solicitar ou receber, para si ou para de responsabilizar subordinado que cometeu
outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora infração no exercício do cargo ou, quando
da função ou antes de assumi-la, mas em razão lhe falte competência, não levar o fato ao
dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa conhecimento da autoridade competente:
de tal vantagem:
Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
multa.
Advocacia administrativa
§ 1º A pena é aumentada de um terço,
se, em consequência da vantagem ou Art. 321. Patrocinar, direta ou indiretamente,
promessa, o funcionário retarda ou deixa de interesse privado perante a administração
praticar qualquer ato de ofício ou o pratica pública, valendo-se da qualidade de funcionário:
infringindo dever funcional.
Pena – detenção, de um a três meses, ou multa.
§ 2º Se o funcionário pratica, deixa de
praticar ou retarda ato de ofício, com Parágrafo único. Se o interesse é ilegítimo:

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Pena – detenção, de três meses a um ano, além qualquer outra forma, o acesso de pessoas
da multa. não autorizadas a sistemas de informações
ou banco de dados da Administração
Violência arbitrária Pública;
Art. 322. Praticar violência, no exercício de II – se utiliza, indevidamente, do acesso
função ou a pretexto de exercê-la: restrito.
Pena – detenção, de seis meses a três anos, § 2º Se da ação ou omissão resulta dano à
além da pena correspondente à violência. Administração Pública ou a outrem:
Abandono de função Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos,
e multa.
Art. 323. Abandonar cargo público, fora dos
casos permitidos em lei: Violação do sigilo de proposta de concorrência

Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou Art. 326. Devassar o sigilo de proposta de
multa. concorrência pública, ou proporcionar a terceiro
o ensejo de devassá-lo:
§ 1º Se do fato resulta prejuízo público:
Pena – Detenção, de três meses a um ano, e
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.
multa.
Funcionário público
§ 2º Se o fato ocorre em lugar compreendido
na faixa de fronteira: Art. 327. Considera-se funcionário público,
para os efeitos penais, quem, embora
Pena – detenção, de um a três anos, e multa. transitoriamente ou sem remuneração, exerce
Exercício funcional ilegalmente antecipado ou cargo, emprego ou função pública.
prolongado § 1º Equipara-se a funcionário público
quem exerce cargo, emprego ou função em
Art. 324. Entrar no exercício de função pública entidade paraestatal, e quem trabalha para
antes de satisfeitas as exigências legais, ou empresa prestadora de serviço contratada
continuar a exercê-la, sem autorização, depois ou conveniada para a execução de atividade
de saber oficialmente que foi exonerado, típica da Administração Pública.
removido, substituído ou suspenso:
§ 2º A pena será aumentada da terça parte
Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou quando os autores dos crimes previstos
multa. neste Capítulo forem ocupantes de cargos
Violação de sigilo funcional em comissão ou de função de direção ou
assessoramento de órgão da administração
Art. 325. Revelar fato de que tem ciência em direta, sociedade de economia mista,
razão do cargo e que deva permanecer em empresa pública ou fundação instituída
segredo, ou facilitar-lhe a revelação: pelo poder público.
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou
multa, se o fato não constitui crime mais grave.
CAPÍTULO II
§ 1º Nas mesmas penas deste artigo incorre DOS CRIMES PRATICADOS
quem:
POR PARTICULAR CONTRA A
I – permite ou facilita, mediante atribuição, ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
fornecimento e empréstimo de senha ou

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Usurpação de função pública Parágrafo único. A pena é aumentada
da metade, se o agente alega ou insinua
Art. 328. Usurpar o exercício de função pública: que a vantagem é também destinada ao
Pena – detenção, de três meses a dois anos, e funcionário.
multa. Corrupção ativa
Parágrafo único. Se do fato o agente aufere Art. 333. Oferecer ou prometer vantagem
vantagem: indevida a funcionário público, para determiná-
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, e lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício:
multa. Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e
Resistência multa.

Art. 329. Opor-se à execução de ato legal, Parágrafo único. A pena é aumentada de
mediante violência ou ameaça a funcionário um terço, se, em razão da vantagem ou
competente para executá-lo ou a quem lhe promessa, o funcionário retarda ou omite
esteja prestando auxílio: ato de ofício, ou o pratica infringindo dever
funcional.
Pena – detenção, de dois meses a dois anos.
Descaminho
§ 1º Se o ato, em razão da resistência, não
se executa: Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o
pagamento de direito ou imposto devido
Pena – reclusão, de um a três anos. pela entrada, pela saída ou pelo consumo de
§ 2º As penas deste artigo são aplicáveis sem mercadoria.
prejuízo das correspondentes à violência. Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
Desobediência § 1º Incorre na mesma pena quem:
Art. 330. Desobedecer a ordem legal de I – pratica navegação de cabotagem, fora
funcionário público: dos casos permitidos em lei;
Pena – detenção, de quinze dias a seis meses, e II – pratica fato assimilado, em lei especial,
multa. a descaminho;
Desacato III – vende, expõe à venda, mantém em
Art. 331. Desacatar funcionário público no depósito ou, de qualquer forma, utiliza em
exercício da função ou em razão dela: proveito próprio ou alheio, no exercício
de atividade comercial ou industrial,
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou mercadoria de procedência estrangeira
multa. que introduziu clandestinamente no País
ou importou fraudulentamente ou que
Tráfico de Influência sabe ser produto de introdução clandestina
Art. 332. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para no território nacional ou de importação
si ou para outrem, vantagem ou promessa de fraudulenta por parte de outrem;
vantagem, a pretexto de influir em ato praticado IV – adquire, recebe ou oculta, em proveito
por funcionário público no exercício da função: próprio ou alheio, no exercício de atividade
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e comercial ou industrial, mercadoria de
multa. procedência estrangeira, desacompanhada

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de documentação legal ou acompanhada § 3º A pena aplica-se em dobro se o crime


de documentos que sabe serem falsos. de contrabando é praticado em transporte
aéreo, marítimo ou fluvial.
§ 2º Equipara-se às atividades comerciais,
para os efeitos deste artigo, qualquer Impedimento, perturbação ou fraude de
forma de comércio irregular ou clandestino concorrência
de mercadorias estrangeiras, inclusive o
exercido em residências. Art. 335. Impedir, perturbar ou fraudar
concorrência pública ou venda em hasta pública,
§ 3º A pena aplica-se em dobro se o crime promovida pela administração federal, estadual
de descaminho é praticado em transporte ou municipal, ou por entidade paraestatal;
aéreo, marítimo ou fluvial. afastar ou procurar afastar concorrente ou
licitante, por meio de violência, grave ameaça,
Contrabando fraude ou oferecimento de vantagem:
Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria Pena – detenção, de seis meses a dois anos,
proibida: ou multa, além da pena correspondente à
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 ( cinco) anos. violência.

§ 1º Incorre na mesma pena quem: Parágrafo único. Incorre na mesma pena


quem se abstém de concorrer ou licitar, em
I – pratica fato assimilado, em lei especial, a razão da vantagem oferecida.
contrabando;
Inutilização de edital ou de sinal
II – importa ou exporta clandestinamente
mercadoria que dependa de registro, Art. 336. Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar
análise ou autorização de órgão público ou conspurcar edital afixado por ordem de
competente; funcionário público; violar ou inutilizar selo ou
sinal empregado, por determinação legal ou por
III – reinsere no território nacional ordem de funcionário público, para identificar
mercadoria brasileira destinada à ou cerrar qualquer objeto:
exportação;
Pena – detenção, de um mês a um ano, ou
IV – vende, expõe à venda, mantém em multa.
depósito ou, de qualquer forma, utiliza em
proveito próprio ou alheio, no exercício Subtração ou inutilização de livro ou
de atividade comercial ou industrial, documento
mercadoria proibida pela lei brasileira; Art. 337. Subtrair, ou inutilizar, total ou
V – adquire, recebe ou oculta, em proveito parcialmente, livro oficial, processo ou
próprio ou alheio, no exercício de atividade documento confiado à custódia de funcionário,
comercial ou industrial, mercadoria proibida em razão de ofício, ou de particular em serviço
pela lei brasileira. público:

§ 2º Equipara-se às atividades comerciais, Pena – reclusão, de dois a cinco anos, se o fato


para os efeitos deste artigo, qualquer não constitui crime mais grave.
forma de comércio irregular ou clandestino Sonegação de contribuição previdenciária
de mercadorias estrangeiras, inclusive o
exercido em residências. Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição
social previdenciária e qualquer acessório,
mediante as seguintes condutas:

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I – omitir de folha de pagamento da empresa e nos mesmos índices do reajuste dos
ou de documento de informações previsto benefícios da previdência social.
pela legislação previdenciária segurados
empregado, empresário, trabalhador
avulso ou trabalhador autônomo ou a este
equiparado que lhe prestem serviços; CAPÍTULO II-A
DOS CRIMES PRATICADOS
II – deixar de lançar mensalmente nos títulos
próprios da contabilidade da empresa as POR PARTICULAR CONTRA A
quantias descontadas dos segurados ou as ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
devidas pelo empregador ou pelo tomador ESTRANGEIRA
de serviços;
Corrupção ativa em transação comercial
III – omitir, total ou parcialmente, receitas internacional
ou lucros auferidos, remunerações pagas
ou creditadas e demais fatos geradores de Art. 337-B. Prometer, oferecer ou dar, direta ou
contribuições sociais previdenciárias: indiretamente, vantagem indevida a funcionário
público estrangeiro, ou a terceira pessoa, para
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato
multa. de ofício relacionado à transação comercial
§ 1º É extinta a punibilidade se o agente, internacional:
espontaneamente, declara e confessa as Pena – reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e
contribuições, importâncias ou valores e multa.
presta as informações devidas à previdência
social, na forma definida em lei ou Parágrafo único. A pena é aumentada de
regulamento, antes do início da ação fiscal. 1/3 (um terço), se, em razão da vantagem
ou promessa, o funcionário público
§ 2º É facultado ao juiz deixar de aplicar a estrangeiro retarda ou omite o ato de ofício,
pena ou aplicar somente a de multa se o ou o pratica infringindo dever funcional.
agente for primário e de bons antecedentes,
desde que: Tráfico de influência em transação comercial
internacional
I – (VETADO) A
Art. 337-C. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para
II – o valor das contribuições devidas, si ou para outrem, direta ou indiretamente,
inclusive acessórios, seja igual ou inferior vantagem ou promessa de vantagem a pretexto
àquele estabelecido pela previdência de influir em ato praticado por funcionário
social, administrativamente, como sendo público estrangeiro no exercício de suas
o mínimo para o ajuizamento de suas funções, relacionado a transação comercial
execuções fiscais. internacional:
§ 3º Se o empregador não é pessoa jurídica Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e
e sua folha de pagamento mensal não multa.
ultrapassa R$ 1.510,00 (um mil, quinhentos
Parágrafo único. A pena é aumentada
e dez reais), o juiz poderá reduzir a pena de
da metade, se o agente alega ou insinua
um terço até a metade ou aplicar apenas a
que a vantagem é também destinada a
de multa.
funcionário estrangeiro.
§ 4º O valor a que se refere o parágrafo
Funcionário público estrangeiro
anterior será reajustado nas mesmas datas

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Direito Penal – Crimes Contra a Administração Pública – Prof. Joerberth Nunes

Art. 337-D. Considera-se funcionário público Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.
estrangeiro, para os efeitos penais, quem, ainda
que transitoriamente ou sem remuneração, Autoacusação falsa
exerce cargo, emprego ou função pública Art. 341. Acusar-se, perante a autoridade, de
em entidades estatais ou em representações crime inexistente ou praticado por outrem:
diplomáticas de país estrangeiro.
Pena – detenção, de três meses a dois anos, ou
Parágrafo único. Equipara-se a funcionário multa.
público estrangeiro quem exerce cargo,
emprego ou função em empresas Falso testemunho ou falsa perícia
controladas, diretamente ou indiretamente, Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou
pelo Poder Público de país estrangeiro ou calar a verdade como testemunha, perito,
em organizações públicas internacionais. contador, tradutor ou intérprete em processo
judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou
em juízo arbitral:
CAPÍTULO III Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e
DOS CRIMES CONTRA A multa.
ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA § 1º As penas aumentam-se de um sexto a
um terço, se o crime é praticado mediante
Reingresso de estrangeiro expulso
suborno ou se cometido com o fim de
Art. 338. Reingressar no território nacional o obter prova destinada a produzir efeito em
estrangeiro que dele foi expulso: processo penal, ou em processo civil em
que for parte entidade da administração
Pena – reclusão, de um a quatro anos, sem pública direta ou indireta.
prejuízo de nova expulsão após o cumprimento
da pena. § 2º O fato deixa de ser punível se, antes
da sentença no processo em que ocorreu
Denunciação caluniosa o ilícito, o agente se retrata ou declara a
Art. 339. Dar causa à instauração de investigação verdade.
policial, de processo judicial, instauração de Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro
investigação administrativa, inquérito civil ou ou qualquer outra vantagem a testemunha,
ação de improbidade administrativa contra perito, contador, tradutor ou intérprete, para
alguém, imputando-lhe crime de que o sabe fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade
inocente: em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou
Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa. interpretação:

§ 1º A pena é aumentada de sexta parte, Pena – reclusão, de três a quatro anos, e multa.
se o agente se serve de anonimato ou de Parágrafo único. As penas aumentam-se de
nome suposto. um sexto a um terço, se o crime é cometido
§ 2º A pena é diminuída de metade, se a com o fim de obter prova destinada a
imputação é de prática de contravenção. produzir efeito em processo penal ou em
processo civil em que for parte entidade da
Comunicação falsa de crime ou de contravenção administração pública direta ou indireta.
Art. 340. Provocar a ação de autoridade, Coação no curso do processo
comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de
contravenção que sabe não se ter verificado:

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Art. 344. Usar de violência ou grave ameaça, § 1º Se ao crime não é cominada pena de
com o fim de favorecer interesse próprio ou reclusão:
alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer
outra pessoa que funciona ou é chamada Pena – detenção, de quinze dias a três meses, e
a intervir em processo judicial, policial ou multa.
administrativo, ou em juízo arbitral: § 2º Se quem presta o auxílio é ascendente,
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa, descendente, cônjuge ou irmão do
além da pena correspondente à violência. criminoso, fica isento de pena.

Exercício arbitrário das próprias razões Favorecimento real

Art. 345. Fazer justiça pelas próprias mãos, para Art. 349. Prestar a criminoso, fora dos casos de
satisfazer pretensão, embora legítima, salvo coautoria ou de receptação, auxílio destinado a
quando a lei o permite: tornar seguro o proveito do crime:

Pena – detenção, de quinze dias a um mês, Pena – detenção, de um a seis meses, e multa.
ou multa, além da pena correspondente à Art. 349-A. Ingressar, promover, intermediar,
violência. auxiliar ou facilitar a entrada de aparelho
Parágrafo único. Se não há emprego de telefônico de comunicação móvel, de
violência, somente se procede mediante rádio ou similar, sem autorização legal, em
queixa. estabelecimento prisional.

Art. 346. Tirar, suprimir, destruir ou danificar Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
coisa própria, que se acha em poder de terceiro Exercício arbitrário ou abuso de poder
por determinação judicial ou convenção:
Art. 350. Ordenar ou executar medida privativa
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e de liberdade individual, sem as formalidades
multa. legais ou com abuso de poder:
Fraude processual Pena – detenção, de um mês a um ano.
Art. 347. Inovar artificiosamente, na pendência Parágrafo único. Na mesma pena incorre o
de processo civil ou administrativo, o estado funcionário que:
de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de
induzir a erro o juiz ou o perito: I – ilegalmente recebe e recolhe alguém a
prisão, ou a estabelecimento destinado a
Pena – detenção, de três meses a dois anos, e execução de pena privativa de liberdade ou
multa. de medida de segurança;
Parágrafo único. Se a inovação se destina II – prolonga a execução de pena ou de
a produzir efeito em processo penal, ainda medida de segurança, deixando de expedir
que não iniciado, as penas aplicam-se em em tempo oportuno ou de executar
dobro. imediatamente a ordem de liberdade;
Favorecimento pessoal III – submete pessoa que está sob sua guarda
Art. 348. Auxiliar a subtrair-se à ação de ou custódia a vexame ou a constrangimento
autoridade pública autor de crime a que é não autorizado em lei;
cominada pena de reclusão: IV – efetua, com abuso de poder, qualquer
Pena – detenção, de um a seis meses, e multa. diligência.

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Fuga de pessoa presa ou submetida a medida Patrocínio infiel


de segurança
Art. 355. Trair, na qualidade de advogado ou
Art. 351. Promover ou facilitar a fuga de pessoa procurador, o dever profissional, prejudicando
legalmente presa ou submetida a medida de interesse, cujo patrocínio, em juízo, lhe é
segurança detentiva: confiado:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos. Pena – detenção, de seis meses a três anos, e
multa.
§ 1º Se o crime é praticado a mão armada,
ou por mais de uma pessoa, ou mediante Patrocínio simultâneo ou tergiversação
arrombamento, a pena é de reclusão, de
dois a seis anos. Parágrafo único. Incorre na pena deste
artigo o advogado ou procurador judicial
§ 2º Se há emprego de violência contra que defende na mesma causa, simultânea
pessoa, aplica-se também a pena ou sucessivamente, partes contrárias.
correspondente à violência.
Sonegação de papel ou objeto de valor
§ 3º A pena é de reclusão, de um a quatro probatório
anos, se o crime é praticado por pessoa sob
cuja custódia ou guarda está o preso ou o Art. 356. Inutilizar, total ou parcialmente, ou
internado. deixar de restituir autos, documento ou objeto
de valor probatório, que recebeu na qualidade
§ 4º No caso de culpa do funcionário de advogado ou procurador:
incumbido da custódia ou guarda, aplica-
se a pena de detenção, de três meses a um Pena – detenção, de seis meses a três anos, e
ano, ou multa. multa.

Evasão mediante violência contra a pessoa Exploração de prestígio

Art. 352. Evadir-se ou tentar evadir-se o Art. 357. Solicitar ou receber dinheiro ou
preso ou o indivíduo submetido a medida de qualquer outra utilidade, a pretexto de influir
segurança detentiva, usando de violência contra em juiz, jurado, órgão do Ministério Público,
a pessoa: funcionário de justiça, perito, tradutor,
intérprete ou testemunha:
Pena – detenção, de três meses a um ano, além
da pena correspondente à violência. Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa.

Arrebatamento de preso Parágrafo único. As penas aumentam-se de


um terço, se o agente alega ou insinua que
Art. 353. Arrebatar preso, a fim de maltratá- o dinheiro ou utilidade também se destina a
lo, do poder de quem o tenha sob custódia ou qualquer das pessoas referidas neste artigo.
guarda:
Violência ou fraude em arrematação judicial
Pena – reclusão, de um a quatro anos, além da
pena correspondente à violência. Art. 358. Impedir, perturbar ou fraudar
arrematação judicial; afastar ou procurar afastar
Motim de presos concorrente ou licitante, por meio de violência,
grave ameaça, fraude ou oferecimento de
Art. 354. Amotinarem-se presos, perturbando a vantagem:
ordem ou disciplina da prisão:
Pena – detenção, de dois meses a um ano,
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, além da pena correspondente à
além da pena correspondente à violência. violência.

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Desobediência a decisão judicial sobre perda financeiro ou, caso reste parcela a ser paga no
ou suspensão de direito exercício seguinte, que não tenha contrapartida
suficiente de disponibilidade de caixa:
Art. 359. Exercer função, atividade, direito,
autoridade ou múnus, de que foi suspenso ou Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
privado por decisão judicial: Ordenação de despesa não autorizada
Pena – detenção, de três meses a dois anos, ou Art. 359-D. Ordenar despesa não autorizada por
multa. lei:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
CAPÍTULO IV Prestação de garantia graciosa
DOS CRIMES CONTRA AS FINANÇAS
Art. 359-E. Prestar garantia em operação de
PÚBLICAS crédito sem que tenha sido constituída contra
garantia em valor igual ou superior ao valor da
Contratação de operação de crédito
garantia prestada, na forma da lei:
Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
operação de crédito, interno ou externo, sem
prévia autorização legislativa: Não cancelamento de restos a pagar
Pena – reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos. Art. 359-F. Deixar de ordenar, de autorizar ou
de promover o cancelamento do montante de
Parágrafo único. Incide na mesma pena
restos a pagar inscrito em valor superior ao
quem ordena, autoriza ou realiza operação
permitido em lei:
de crédito, interno ou externo:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
I – com inobservância de limite, condição
anos.
ou montante estabelecido em lei ou em
resolução do Senado Federal; Aumento de despesa total com pessoal no
último ano do mandato ou legislatura
II – quando o montante da dívida
consolidada ultrapassa o limite máximo Art. 359-G. Ordenar, autorizar ou executar ato
autorizado por lei. que acarrete aumento de despesa total com
pessoal, nos cento e oitenta dias anteriores ao
Inscrição de despesas não empenhadas em
final do mandato ou da legislatura:
restos a pagar
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
Art. 359-B. Ordenar ou autorizar a inscrição em
restos a pagar, de despesa que não tenha sido Oferta pública ou colocação de títulos no
previamente empenhada ou que exceda limite mercado
estabelecido em lei:
Art. 359-H. Ordenar, autorizar ou promover
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) a oferta pública ou a colocação no mercado
anos. financeiro de títulos da dívida pública sem
que tenham sido criados por lei ou sem que
Assunção de obrigação no último ano do estejam registrados em sistema centralizado de
mandato ou legislatura liquidação e de custódia:
Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
de obrigação, nos dois últimos quadrimestres
do último ano do mandato ou legislatura, cuja
despesa não possa ser paga no mesmo exercício

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MATERIAL COMPLEMENTAR

CRIMES CONTRA A ADMINSTRAÇÃO PÚBLICA

1. Art. 312 , CP : Peculato (IMPORTANTE)


•• Espécies: caput: peculato-apropriação e peculato-desvio
•• Parágrafo 1º : peculato-furto
•• crime material
•• admite tentativa
•• cabe o arrependimento posterior, nos termos do art. 16, CP e após o recebimento da
denúncia cabe a atenuante genérica do art. 65, III, b, CP.
•• admite a forma culposa : art. 312, parágrafo 2º, CP
•• art. 312, parágrafo 3º, CP : reparação no dano (não aplica-se, neste caso, o art. 16, CP,
eis que temos regra especial, sendo uma forma de extinção da punibilidade, conforme o
citado dispositivo legal, 1ª parte)
•• apesar de ser um crime próprio, o terceiro que não é funcionário público, responde pelo
tipo penal, consoante art. 30, CP.
2. Art. 313, CP: Peculato mediante erro de outrem (IMPORTANTE)
•• -“peculato-estelionato”
•• - o agente apropria-se de bem de terceiro por erro da vítima
•• - não confundir com art. 171, CP, caso o agente crie o erro em desfavor da referida vítima
3. Art. 313-A, CP : Inserção de dados falsos em sistemas de informações
•• sujeito ativo : somente o funcionário autorizado
4. Art. 314, CP : Extravio, sonegação de livro ou documento oficial (IMPORTANTE)
•• princípio da subsidiariedade expressa
•• art. 3º, I, lei 8137/90 : princípio da especialidade
5. Art. 316 : concussão (IMPORTANTE)
•• núcleo do tipo : “exigir”
•• crime formal
•• qualquer vantagem, não necessariamente patrimonial
•• cabe arrependimento posterior (art. 16, CP)
•• em tese, admite-se a tentativa.
•• art. 3º, II, lei 8137/90 : princípio da especialidade
6. Art. 317, CP : corrupção passiva (IMPORTANTE)
•• núcleo do tipo : “solicitar” ou “receber” ou “aceitar promessa”
•• crime formal
•• crime próprio
•• objeto material : vantagem indevida
•• exceção à teoria monista da ação : art. 29, CP (art. 333, CP)

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•• parágrafo 2º : corrupção passiva privilegiada
•• não confundir com art. 333, CP
•• art. 3º, II, lei 8137/90 : princípio da especialidade
7. Art. 318, CP : facilitação de contrabando ou descaminho (IMPORTANTE)
•• exceção à teoria monista : art. 29, CP (art. 334, CP e art. 334-A, CP)
•• sujeito ativo : somente o funcionário público que agir com infração do dever funcional
•• crime próprio
8. Art. 319, CP : prevaricação (IMPORTANTE)
•• dolo de fazer ou deixar de fazer alguma coisa com o objetivo de satisfazer sentimento ou
interesse pessoal
•• consuma-se com a omissão
•• crime próprio
•• nas condutas omisssivas, não se admite a tentativa, enquanto nas condutas comissivas, é
perfeitamente possível.
•• não confundir com os crimes dos arts. 317, parágrafo 2º, CP e art. 320, CP
9. Art. 320, CP : Condescendência Criminosa (IMPORTANTE)
•• crime próprio
•• não confundir com prevaricação, art. 319, CP
•• elemento subjetivo do tipo : por indulgência
10. Art. 321, CP : Advocacia Administrativa (IMPORTANTE)
•• crime próprio
•• núcleo do tipo : “patrocinar” : favorecer, advogar interesse perante a administração pública
•• art. 3º, III, lei 8137/90 : princípio da especialidade
11. Art. 327, CP : conceito legal de funcionário público (IMPORTANTE)
•• conceito mais amplo do que o conceito de funcionário público no Direito Administrativo
•• crimes funcionais próprios : a ausência da qualidade de funcionário público torna o fato
atípico : art. 319, CP; art. 320, CP
•• crimes funcionais impróprios : a ausência da qualidade de funcionário público não torna
o fato atípico : art. Art. 312, CP, o qual pode ser art. 168, CP,uma vez não sendo o autor
funcionário público
12. Art. 328, CP: Usurpação de Função Pública
•• núcleo do tipo : apoderar-se
•• os crimes do capítulo II são de particulares contra a Administração Pública
•• parágrafo único : forma qualificada
13. Art. 329, CP : Resistência (IMPORTANTE)
•• deve ser mediante grave ameaça ou violência
•• crime formal
•• sujeito passivo : Estado, funcionário público que executa o ato ou o terceiro que o auxilia
•• resistência passiva : art. 330, CP

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Direito Penal – Crimes Contra a Administração Pública – Prof. Joerberth Nunes

•• parágrafo 2º, CP : concurso de crimes com o crime de lesões leves, graves ou gravíssimas ou
homicídio; a simples ameaça, se este for o meio executório restará absorvida.
14. Art. 330, CP : Desobediência
•• ordem legal;
•• pode ser omissivo ou comissivo
15. Art. 331, CP : Desacato (IMPORTANTE)
•• é desacatar funcionário público em razão de sua função, ainda que fora dela, porém devido
à função
•• pode ser por meio de qualquer ato;
•• deve ser na presença do funcionário público, sob pena de ser outro crime, nos termos do
art. 138, 139, 140, c/c art. 141, II, CP
16. Art. 332, CP : Tráfico de Influência (IMPORTANTE)
•• crime formal
•• objeto material : qualquer vantagem ou promessa de vantagem
•• diferenciar do art. 357, CP
17. Art. 333, CP : Corrupção ativa (IMPORTANTE)
•• núcleo do tipo : “oferecer” ou “prometer”
•• crime formal
•• não confundir com o crime do art. 317, CP
18. Art. 334, CP : Descaminho
•• descaminho : iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido na
entrada ou saída de mercadoria permitida
•• princípio da insignificância
19. Art. 334-A, CP : Contrabando
•• contrabando : ingressou exportação no país de mercadoria ilegal
20. Art. 337-A : sonegação de contribuição previdenciária (IMPORTANTE)
•• suprimir : eliminar; reduzir : diminuir
•• parágrafo 2º : perdão judicial
21. Art. 339, CP : Denunciação Caluniosa
•• atribuir a alguém (determinado) a prática de um crime. No que à contravenção, vide art.
339, parágrafo 2º, CP

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•• imputação de fato preciso e determinado
22. Art. 340, CP :Falsa Comunicação de Crime ou Contravenção
•• o agente comunica falsamente a prática de crime ou contravenção, sem, no entanto,
atribuir a terceiro determinado
23. Art. 341, CP : Auto-Acusação Falsa
•• núcleo do tipo : atribuir a si a autoria de crime inexistente ou praticado por terceiro
•• pode haver concurso de crimes com o art. 339, CP
24. Art. 342, CP : Falso Testemunho ou Falsa Perícia
•• núcleo do tipo : “fazer afirmação falsa”, “negar” ou “calar a verdade” (reticência)
•• crime de mão própria
•• ver parágrafo 1º e parágrafo 2º (retratação, como forma de extinção da punibilidade, art.
107, CP)
•• não confundir com o crime do art. 138, CP
25. Art. 343, CP : Suborno
•• se for contra perito, contador, tradutor ou intérprete oficial, haverá o crime do art. 333, CP,
eis que se trata de funcionários públicos
•• objeto material : dinheiro ou qualquer vantagem
26. Art. 344, CP : Coação no curso do Processo
•• meios de execução : violência ou grave ameaça
27. Art. 348, CP : Favorecimento Pessoal
•• ver parágrafos
28. Art. 349, CP : Favorecimento Real
•• não confundir com art. 180, CP
29. Art. 350, CP : Exercício Arbitrário ou Abuso de Poder :
•• diferenciar do crime de Abuso de Autoridade da lei 4898/65
30. Art. 359-A a H : Crimes contra as Finanças Públicas
•• leitura atenta (IMPORTANTE)

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Direito Processual Penal

Professor: Joerberth Nunes

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Direito Processual Penal

Sujeitos Processuais

Título VIII Art. 253. Nos juízos coletivos, não poderão


servir no mesmo processo os juízes que forem
DO JUIZ, DO MINISTÉRIO PÚBLICO, entre si parentes, consangüíneos ou afins,
em linha reta ou colateral até o terceiro grau,
DO ACUSADO E DEFENSOR, DOS
inclusive.
ASSISTENTES E AUXILIARES DA
JUSTIÇA Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não
o fizer, poderá ser recusado por qualquer das
partes:
I – se for amigo íntimo ou inimigo capital de
CAPÍTULO I qualquer deles;
DO JUIZ
II – se ele, seu cônjuge, ascendente ou
Art. 251. Ao juiz incumbirá prover à regularidade descendente, estiver respondendo a
do processo e manter a ordem no curso processo por fato análogo, sobre cujo
dos respectivos atos, podendo, para tal fim, caráter criminoso haja controvérsia;
requisitar a força pública.
III – se ele, seu cônjuge, ou parente,
Art. 252. O juiz não poderá exercer jurisdição no consangüíneo, ou afim, até o terceiro grau,
processo em que: inclusive, sustentar demanda ou responder
a processo que tenha de ser julgado por
I – tiver funcionado seu cônjuge ou parente, qualquer das partes;
consangüíneo ou afim, em linha reta ou
colateral até o terceiro grau, inclusive, como IV – se tiver aconselhado qualquer das
defensor ou advogado, órgão do Ministério partes;
Público, autoridade policial, auxiliar da
V – se for credor ou devedor, tutor ou
justiça ou perito;
curador, de qualquer das partes;
II – ele próprio houver desempenhado
Vl – se for sócio, acionista ou administrador
qualquer dessas funções ou servido como
de sociedade interessada no processo.
testemunha;
Art. 255. O impedimento ou suspeição decor-
III – tiver funcionado como juiz de outra
rente de parentesco por afinidade cessará pela
instância, pronunciando-se, de fato ou de
dissolução do casamento que Ihe tiver dado
direito, sobre a questão;
causa, salvo sobrevindo descendentes; mas,
IV – ele próprio ou seu cônjuge ou parente, ainda que dissolvido o casamento sem descen-
consangüíneo ou afim em linha reta ou dentes, não funcionará como juiz o sogro, o pa-
colateral até o terceiro grau, inclusive, for drasto, o cunhado, o genro ou enteado de quem
parte ou diretamente interessado no feito. for parte no processo.

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Art. 256. A suspeição não poderá ser Art. 261. Nenhum acusado, ainda que ausente
declarada nem reconhecida, quando a parte ou foragido, será processado ou julgado sem
injuriar o juiz ou de propósito der motivo defensor.
para criá-la.
Parágrafo único. A defesa técnica,
quando realizada por defensor público ou
CAPÍTULO II dativo, será sempre exercida através de
manifestação fundamentada. 
DO MINISTÉRIO PÚBLICO
Art. 262. Ao acusado menor dar-se-á curador.
Art. 257. Ao Ministério Público cabe: (
Art. 263. Se o acusado não o tiver, ser-lhe-á
I - promover, privativamente, a ação penal nomeado defensor pelo juiz, ressalvado o seu
pública, na forma estabelecida neste direito de, a todo tempo, nomear outro de sua
Código; e confiança, ou a si mesmo defender-se, caso
II - fiscalizar a execução da lei.  tenha habilitação.

Art. 258. Os órgãos do Ministério Público Parágrafo único. O acusado, que não for
não funcionarão nos processos em que o juiz pobre, será obrigado a pagar os honorários
ou qualquer das partes for seu cônjuge, ou do defensor dativo, arbitrados pelo juiz.
parente, consangüíneo ou afim, em linha reta Art. 264. Salvo motivo relevante, os advogados
ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, e e solicitadores serão obrigados, sob pena de
a eles se estendem, no que Ihes for aplicável, multa de cem a quinhentos mil-réis, a prestar
as prescrições relativas à suspeição e aos seu patrocínio aos acusados, quando nomeados
impedimentos dos juízes. pelo Juiz.
Art. 265. O defensor não poderá abandonar
o processo senão por motivo imperioso,
CAPÍTULO III comunicado previamente o juiz, sob pena de
DO ACUSADO E SEU DEFENSOR multa de 10 (dez) a 100 (cem) salários mínimos,
sem prejuízo das demais sanções cabíveis. 
Art. 259. A impossibilidade de identificação
do acusado com o seu verdadeiro nome ou § 1º A audiência poderá ser adiada se, por
outros qualificativos não retardará a ação penal, motivo justificado, o defensor não puder
quando certa a identidade física. A qualquer comparecer. 
tempo, no curso do processo, do julgamento § 2º Incumbe ao defensor provar o
ou da execução da sentença, se for descoberta impedimento até a abertura da audiência.
a sua qualificação, far-se-á a retificação, por Não o fazendo, o juiz não determinará
termo, nos autos, sem prejuízo da validade dos o adiamento de ato algum do processo,
atos precedentes. devendo nomear defensor substituto, ainda
Art. 260. Se o acusado não atender à intimação que provisoriamente ou só para o efeito do
para o interrogatório, reconhecimento ou ato.
qualquer outro ato que, sem ele, não possa ser Art. 266. A constituição de defensor independe-
realizado, a autoridade poderá mandar conduzi- rá de instrumento de mandato, se o acusado o
lo à sua presença. indicar por ocasião do interrogatório.
Parágrafo único. O mandado conterá, além Art. 267. Nos termos do art. 252, não funciona-
da ordem de condução, os requisitos men- rão como defensores os parentes do juiz.
cionados no art. 352, no que Ihe for aplicá-
vel.

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Direito Processual Penal – Sujeitos Processuais – Prof. Joerberth Nunes

CAPÍTULO IV CAPÍTULO VI
DOS ASSISTENTES DOS PERITOS E INTÉRPRETES
Art. 268. Em todos os termos da ação pública, Art. 275. O perito, ainda quando não oficial,
poderá intervir, como assistente do Ministério estará sujeito à disciplina judiciária.
Público, o ofendido ou seu representante legal,
ou, na falta, qualquer das pessoas mencionadas Art. 276. As partes não intervirão na nomeação
no Art. 31. do perito.

Art. 269. O assistente será admitido enquanto Art. 277. O perito nomeado pela autoridade
não passar em julgado a sentença e receberá a será obrigado a aceitar o encargo, sob pena
causa no estado em que se achar. de multa de cem a quinhentos mil-réis, salvo
escusa atendível.
Art. 270. O co-réu no mesmo processo não
poderá intervir como assistente do Ministério Parágrafo único. Incorrerá na mesma multa
Público. o perito que, sem justa causa, provada
imediatamente:
Art. 271. Ao assistente será permitido propor
meios de prova, requerer perguntas às a) deixar de acudir à intimação ou ao
testemunhas, aditar o libelo e os articulados, chamado da autoridade;
participar do debate oral e arrazoar os recursos b) não comparecer no dia e local designados
interpostos pelo Ministério Público, ou por ele para o exame;
próprio, nos casos dos arts. 584, § 1º, e 598.
c) não der o laudo, ou concorrer para
§ 1º O juiz, ouvido o Ministério Público, que a perícia não seja feita, nos prazos
decidirá acerca da realização das provas estabelecidos.
propostas pelo assistente.
Art. 278. No caso de não-comparecimento do
§ 2º O processo prosseguirá independen- perito, sem justa causa, a autoridade poderá
temente de nova intimação do assistente, determinar a sua condução.
quando este, intimado, deixar de compare-
cer a qualquer dos atos da instrução ou do Art. 279. Não poderão ser peritos:
julgamento, sem motivo de força maior de- I – os que estiverem sujeitos à interdição de
vidamente comprovado. direito mencionada nos ns. I e IV do art. 69
Art. 272. O Ministério Público será ouvido do Código Penal;
previamente sobre a admissão do assistente. II – os que tiverem prestado depoimento no
Art. 273. Do despacho que admitir, ou não, processo ou opinado anteriormente sobre o
o assistente, não caberá recurso, devendo, objeto da perícia;
entretanto, constar dos autos o pedido e a III – os analfabetos e os menores de 21
decisão. anos.
Art. 280. É extensivo aos peritos, no que Ihes for
aplicável, o disposto sobre suspeição dos juízes.
CAPÍTULO V
DOS FUNCIONÁRIOS DA JUSTIÇA Art. 281. Os intérpretes são, para todos os
efeitos, equiparados aos peritos.
Art. 274. As prescrições sobre suspeição
dos juízes estendem-se aos serventuários e
funcionários da justiça, no que Ihes for aplicável.

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Material Complementar
1. PRINCÍPIO DO IMPULSO OFICIAL: ART. 251, CPP;
2. DAS CAUSAS DE IMPEDIMENTO DOS JUÍZES: ART. 252, CPP
2.1. relação entre o juiz e o objeto da causa
3. DAS CAUSAS DE SUSPEIÇÃO: ART. 254, CPP
3.1. relação entre o juiz e a matéria em debate
3.2. parentesco consanguíneo e por afinidade: arts. 1591, 1592, 1595, CPC
4.. JUÍZOS COLETIVOS. ART. 253, CPP
5. CAUSAS DE MANUTENÇÃO OU CESSAÇÃO DO IMPEDIMENTO OU SUSPEIÇÃO: ART. 255,
CPP
6. ANIMOSIDADE POR MÁ-FÉ DA PARTE: ART. 256, CPP
7. FUNÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO: ART. 257, CPP E ART. 129, CF
8. CAUSAS DE IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO: ART. 257, CPP
9. ACUSADO E SEU DEFENSOR: ART. 259 A 267, CPP
10. INDISPONIBILIDADE DO DIREITO DE DEFESA: ART. 261, CPP
11. PRINCÍPIO DA NÃO AUTOINCRIMINAÇÃO: ART. 260, CPP
12. ASSISTENTE DA ACUSAÇÃO: ART. 268 A 273, CPP
13. ASSISTÊNCIA DO CORRÉU: ART. 270,CPP
14. ATRIBUIÇÕES DO ASSISTENTE: ART. 271, CPP
15. DA OITIVA DO MINISTÉRIO PÚBLICO E A ADMISSÃO DO ASSISTENTE: ART. 272, CPP
16. DA DECISÃO DO JUIZ NA HABILITAÇÃO DO ASSISTENTE
17. DOS FUNCIONÁRIOS DA JUSTIÇA: ART. 274, CPP: DA DESNECESSIDADE DO ARTIGO, EIS QUE,
SEGUNDO A DOUTRINA, ESTES FUNCIONÁRIOS ATOS DECISÓRIOS.
18. PERITOS E INTÉRPRETES: ART. 275 A 281, CPP
19. PERITO: É A PESSOA QUE POSSUI ESPECIALIDADE EM DETERMINADO ASSUNTO, O QUAL
SERVE COMO AUXILIAR DA JUSTIÇA.
20. INTÉRPRETE: É A PESSOA QUE SERVE COMO AUXILIAR DA JUSTIÇA DE IDIOMAS E OUTRA
DFORMAS DE COMUNICAÇÃO, NA BUSCA DE RELAÇÃO ENTRE O OUVIDO, O JUIZ E ÁS
PARTES.
21. SUSPEIÇÃO DOS PERITOS E INTÉRPRETES: ART. 280, CPP E ART. 281, CPP
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Direito Penal Direito Processual Penal

Código Penal Código de Processo Penal

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Direito Processual Penal

Citação e Intimação

Título X III – o fim para que é feita a citação, com


todas as especificações;
DAS CITAÇÕES E INTIMAÇÕES IV – o juízo do lugar, o dia e a hora em que o
réu deverá comparecer.

CAPÍTULO I Art. 355. A precatória será devolvida ao juiz


deprecante, independentemente de traslado,
DAS CITAÇÕES depois de lançado o "cumpra-se" e de feita a
Art. 351. A citação inicial far-se-á por mandado, citação por mandado do juiz deprecado.
quando o réu estiver no território sujeito à § 1º Verificado que o réu se encontra em
jurisdição do juiz que a houver ordenado. território sujeito à jurisdição de outro juiz,
Art. 352. O mandado de citação indicará: a este remeterá o juiz deprecado os autos
para efetivação da diligência, desde que
I – o nome do juiz; haja tempo para fazer-se a citação.
II – o nome do querelante nas ações § 2º Certificado pelo oficial de justiça
iniciadas por queixa; que o réu se oculta para não ser citado, a
precatória será imediatamente devolvida,
III – o nome do réu, ou, se for desconhecido,
para o fim previsto no art. 362.
os seus sinais característicos;
Art. 356. Se houver urgência, a precatória, que
IV – a residência do réu, se for conhecida;
conterá em resumo os requisitos enumerados
V – o fim para que é feita a citação; no art. 354, poderá ser expedida por via
telegráfica, depois de reconhecida a firma do
VI – o juízo e o lugar, o dia e a hora em que o juiz, o que a estação expedidora mencionará.
réu deverá comparecer;
Art. 357. São requisitos da citação por mandado:
VII – a subscrição do escrivão e a rubrica do
juiz. I – leitura do mandado ao citando pelo
oficial e entrega da contrafé, na qual se
Art. 353. Quando o réu estiver fora do território mencionarão dia e hora da citação;
da jurisdição do juiz processante, será citado
mediante precatória. II – declaração do oficial, na certidão, da
entrega da contrafé, e sua aceitação ou
Art. 354. A precatória indicará: recusa.
I – o juiz deprecado e o juiz deprecante; Art. 358. A citação do militar far-se-á por
II – a sede da jurisdição de um e de outro; intermédio do chefe do respectivo serviço.

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Art. 359. O dia designado para funcionário sua residência e profissão, se constarem do
público comparecer em juízo, como acusado, processo;
será notificado assim a ele como ao chefe de
sua repartição. III – o fim para que é feita a citação;

Art. 360. Se o réu estiver preso, será IV – o juízo e o dia, a hora e o lugar em que
pessoalmente citado. o réu deverá comparecer;

Art. 361. Se o réu não for encontrado, será V – o prazo, que será contado do dia da
citado por edital, com o prazo de 15 (quinze) publicação do edital na imprensa, se houver,
dias. ou da sua afixação.

Art. 362. Verificando que o réu se oculta para Parágrafo único. O edital será afixado à
não ser citado, o oficial de justiça certificará porta do edifício onde funcionar o juízo
a ocorrência e procederá à citação com hora e será publicado pela imprensa, onde
certa, na forma estabelecida nos arts. 227 a houver, devendo a afixação ser certificada
229 da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - pelo oficial que a tiver feito e a publicação
Código de Processo Civil. provada por exemplar do jornal ou certidão
do escrivão, da qual conste a página do
Parágrafo único. Completada a citação com jornal com a data da publicação.
hora certa, se o acusado não comparecer,
ser-lhe-á nomeado defensor dativo. Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não
comparecer, nem constituir advogado, ficarão
Art. 363. O processo terá completada a sua suspensos o processo e o curso do prazo
formação quando realizada a citação do prescricional, podendo o juiz determinar a
acusado. produção antecipada das provas consideradas
urgentes e, se for o caso, decretar prisão
I – (revogado); preventiva, nos termos do disposto no art. 312.
II – (revogado). § 1º (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).
§ 1º Não sendo encontrado o acusado, será § 2º (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).
procedida a citação por edital.
Art. 367. O processo seguirá sem a presença do
§ 2º (VETADO) acusado que, citado ou intimado pessoalmente
§ 3º (VETADO) para qualquer ato, deixar de comparecer sem
motivo justificado, ou, no caso de mudança de
§ 4º Comparecendo o acusado citado por residência, não comunicar o novo endereço ao
edital, em qualquer tempo, o processo juízo.
observará o disposto nos arts. 394 e
seguintes deste Código. Art. 368. Estando o acusado no estrangeiro,
em lugar sabido, será citado mediante carta
Art. 364. No caso do artigo anterior, no I, o rogatória, suspendendo-se o curso do prazo de
prazo será fixado pelo juiz entre 15 (quinze) e 90 prescrição até o seu cumprimento.
(noventa) dias, de acordo com as circunstâncias,
e, no caso de no II, o prazo será de trinta dias. Art. 369. As citações que houverem de ser
feitas em legações estrangeiras serão efetuadas
Art. 365. O edital de citação indicará: mediante carta rogatória. (Redação dada pela
I – o nome do juiz que a determinar; Lei nº 9.271, de 17.4.1996)

II – o nome do réu, ou, se não for conhecido,


os seus sinais característicos, bem como

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Direito Processual Penal – Citação e Intimação – Prof. Joerberth Nunes

CAPÍTULO II § 3º A intimação pessoal, feita pelo escrivão,


DAS INTIMAÇÕES dispensará a aplicação a que alude o § 1º.
§ 4º A intimação do Ministério Público e do
Art. 370. Nas intimações dos acusados, das defensor nomeado será pessoal.
testemunhas e demais pessoas que devam
tomar conhecimento de qualquer ato, será Art. 371. Será admissível a intimação por
observado, no que for aplicável, o disposto no despacho na petição em que for requerida,
Capítulo anterior. observado o disposto no art. 357.
§ 1º A intimação do defensor constituído, do Art. 372. Adiada, por qualquer motivo, a
advogado do querelante e do assistente far- instrução criminal, o juiz marcará desde logo, na
se-á por publicação no órgão incumbido da presença das partes e testemunhas, dia e hora
publicidade dos atos judiciais da comarca, para seu prosseguimento, do que se lavrará
incluindo, sob pena de nulidade, o nome do termo nos autos.
acusado.
§ 2º Caso não haja órgão de publicação
dos atos judiciais na comarca, a intimação
far-se-á diretamente pelo escrivão, por
mandado, ou via postal com comprovante
de recebimento, ou por qualquer outro
meio idôneo.

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MATERIAL COMPLEMENTAR

1. Diferença entre citação, intimação e notificação;


2. Citação: art. 351 a 369, CPP;
3. Citação inicial: (regra): art. 351, CPP
4. Requisitos intrínsecos da citação pessoal por mandado:art. 352, CPP
5. Requisitos extrínsecos da citação pessoal por mandado: art. 357, CPP
6. Citação por carta precatória:art. 353, CPP
7. Requisitos da carta precatória de citação: art. 353, CPP;
8. Cumprimento da carta precatória: art. 355 e parágrafos, CPP
9. Citação do militar: art. 358, CPP
10. Citação de réu preso: art. 360, CPP
11. Citação por edital: art. 361, 365, 366, CPP
12. Citação por hora certa: art. 362, CPP
13. Citação por carta rogatória: art. 369, CPP
14. Notificação de funcionário público e ao chefe da repartição: art. 0359, CPP
15. Intimação: arts. 370 a 372, CPP
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Direito Penal Direito Processual Penal

Código Penal Código de Processo Penal

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Direito Processual Penal

Procedimento Comum e Ordinário

LIVRO II § 3º Nos processos de competência do


Tribunal do Júri, o procedimento observará
Dos Processos em Espécie as disposições estabelecidas nos arts. 406 a
497 deste Código.
§ 4º As disposições dos arts. 395 a 398
TÍTULO I deste Código aplicam-se a todos os
procedimentos penais de primeiro grau,
Do Processo Comum ainda que não regulados neste Código.
§ 5º Aplicam-se subsidiariamente
aos procedimentos especial, sumário
CAPÍTULO I e sumaríssimo as disposições do
procedimento ordinário.
DA INSTRUÇÃO CRIMINAL
Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada
Art. 394. O procedimento será comum ou quando:
especial.
I – for manifestamente inepta;
§ 1º O procedimento comum será ordinário,
sumário ou sumaríssimo: II – faltar pressuposto processual ou
condição para o exercício da ação penal; ou
I – ordinário, quando tiver por objeto crime
cuja sanção máxima cominada for igual ou III – faltar justa causa para o exercício da
superior a 4 (quatro) anos de pena privativa ação penal.
de liberdade; Parágrafo único. (Revogado).
II – sumário, quando tiver por objeto crime Art. 396. Nos procedimentos ordinário e
cuja sanção máxima cominada seja inferior sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz,
a 4 (quatro) anos de pena privativa de se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e
liberdade; ordenará a citação do acusado para responder à
III – sumaríssimo, para as infrações penais acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.
de menor potencial ofensivo, na forma da Parágrafo único. No caso de citação por
lei. edital, o prazo para a defesa começará a
§ 2º Aplica-se a todos os processos o fluir a partir do comparecimento pessoal do
procedimento comum, salvo disposições em acusado ou do defensor constituído.
contrário deste Código ou de lei especial. Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá argüir
preliminares e alegar tudo o que interesse à sua

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defesa, oferecer documentos e justificações, arroladas pela acusação e pela defesa, nesta
especificar as provas pretendidas e arrolar ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste
testemunhas, qualificando-as e requerendo sua Código, bem como aos esclarecimentos dos
intimação, quando necessário. peritos, às acareações e ao reconhecimento de
pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida,
§ 1º A exceção será processada em o acusado. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de
apartado, nos termos dos arts. 95 a 112 2008).
deste Código.
§ 1º As provas serão produzidas numa
§ 2º Não apresentada a resposta no prazo só audiência, podendo o juiz indeferir as
legal, ou se o acusado, citado, não constituir consideradas irrelevantes, impertinentes ou
defensor, o juiz nomeará defensor para protelatórias.
oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos
por 10 (dez) dias. § 2º Os esclarecimentos dos peritos
dependerão de prévio requerimento das
Art. 397. Após o cumprimento do disposto partes.
no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o
juiz deverá absolver sumariamente o acusado Art. 401. Na instrução poderão ser inquiridas até
quando verificar: 8 (oito) testemunhas arroladas pela acusação e
8 (oito) pela defesa.
I – a existência manifesta de causa
excludente da ilicitude do fato; § 1º Nesse número não se compreendem
as que não prestem compromisso e as
II – a existência manifesta de causa referidas.
excludente da culpabilidade do agente,
salvo inimputabilidade; § 2º A parte poderá desistir da inquirição
de qualquer das testemunhas arroladas,
III – que o fato narrado evidentemente não ressalvado o disposto no art. 209 deste
constitui crime; ou Código.
IV – extinta a punibilidade do agente. Art. 402. Produzidas as provas, ao final da
Art. 398. (Revogado pela Lei nº 11.719, de audiência, o Ministério Público, o querelante
2008). e o assistente e, a seguir, o acusado poderão
requerer diligências cuja necessidade se
Art. 399. Recebida a denúncia ou queixa, o origine de circunstâncias ou fatos apurados na
juiz designará dia e hora para a audiência, instrução.
ordenando a intimação do acusado, de seu
defensor, do Ministério Público e, se for o caso, Art. 403. Não havendo requerimento de
do querelante e do assistente. diligências, ou sendo indeferido, serão
oferecidas alegações finais orais por 20 (vinte)
§ 1º O acusado preso será requisitado minutos, respectivamente, pela acusação e
para comparecer ao interrogatório, pela defesa, prorrogáveis por mais 10 (dez),
devendo o poder público providenciar sua proferindo o juiz, a seguir, sentença.
apresentação.
§ 1º Havendo mais de um acusado, o tempo
§ 2º O juiz que presidiu a instrução deverá previsto para a defesa de cada um será
proferir a sentença. individual.
Art. 400. Na audiência de instrução e julgamento, § 2º Ao assistente do Ministério Público,
a ser realizada no prazo máximo de 60 (sessenta) após a manifestação desse, serão
dias, proceder-se-á à tomada de declarações concedidos 10 (dez) minutos, prorrogando-
do ofendido, à inquirição das testemunhas

168 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Penal – Procedimento Comum e Ordinário – Prof. Joerberth Nunes

se por igual período o tempo de Art. 405. Do ocorrido em audiência será lavrado
manifestação da defesa. termo em livro próprio, assinado pelo juiz e
pelas partes, contendo breve resumo dos fatos
§ 3º O juiz poderá, considerada a relevantes nela ocorridos.
complexidade do caso ou o número de
acusados, conceder às partes o prazo § 1º Sempre que possível, o registro dos
de 5 (cinco) dias sucessivamente para a depoimentos do investigado, indiciado,
apresentação de memoriais. Nesse caso, ofendido e testemunhas será feito pelos
terá o prazo de 10 (dez) dias para proferir a meios ou recursos de gravação magnética,
sentença. estenotipia, digital ou técnica similar,
inclusive audiovisual, destinada a obter
Art. 404. Ordenado diligência considerada maior fidelidade das informações.
imprescindível, de ofício ou a requerimento
da parte, a audiência será concluída sem as § 2º No caso de registro por meio
alegações finais. audiovisual, será encaminhado às partes
cópia do registro original, sem necessidade
Parágrafo único. Realizada, em seguida, de transcrição.
a diligência determinada, as partes
apresentarão, no prazo sucessivo de 5
(cinco) dias, suas alegações finais, por
memorial, e, no prazo de 10 (dez) dias, o
juiz proferirá a sentença.

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MATERIAL COMPLEMENTAR:

1. Procedimento:
•• conceito: é o meio pelo qual o processo desenvolve-se. É sinônimo de rito.
2. Espécies: Art. 394 e par. 1º, CPP

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Direito Penal Direito Processual Penal

Código Penal Código de Processo Penal

3. Como reconhecer o procedimento a ser seguido ?


1º ver se é infração penal de menor potencial ofensivo: rito sumaríssimo: lei nº 9099/1995
2º não o sendo, ver se possui rito especial
3º não havendo rito especial, se a pena máxima cominada for inferior a 4 anos, será rio sumário
4º não hevendo rito especial, se a pena máxima fou igual ou superior a 4 anos será rito ordinário
•• Ver exceções à regra.
4. Rito comum ordinário: art. 395 a 405, CPP

5. Causas de rejeição da denúncia ou queixa-crime: art.395, CPP

6. Prazo para a resposta à acusação e exceções: art. 396 e parágrafos

7. Da não apresentação de defesa pelo réu citado: art. 396, par. 2º, CPP

170 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Penal – Procedimento Comum e Ordinário – Prof. Joerberth Nunes

8. Absolvição Sumária: art. 397, CPP

9. Audiência de instrução e julgamento: princípio da concentração de atos processuais: art.


400, CPP

10. Número de testemunhas: art. 401 e parágrafos, CPP

11. Pedido de diligências na audiência de instrução e julgamento: art. 402, CPP

12. Alegações finais orais ou escritas (memoriais): art. 403 e parágrafos

13. Sentença final: art. 403, par. 3º, CPP.

14. Pedido de diligências, se deferido, e, após memoriais: art. 404, CPP.

www.acasadoconcurseiro.com.br 171
Direito Processual Penal

PROCEDIMENTO COMUM SUMÁRIO

CAPÍTULO V § 2º Ao assistente do Ministério Público,


DO PROCESSO SUMÁRIO após a manifestação deste, serão concedidos
10 (dez) minutos, prorrogando-se por igual
Art. 531. Na audiência de instrução e período o tempo de manifestação da defesa
julgamento, a ser realizada no prazo máximo Art. 535. Nenhum ato será adiado, salvo quando
de 30 (trinta) dias, proceder-se-á à tomada imprescindível a prova faltante, determinando
de declarações do ofendido, se possível, o juiz a condução coercitiva de quem deva
à inquirição das testemunhas arroladas comparecer.
pela acusação e pela defesa, nesta ordem,
ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, § 1º Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008.
bem como aos esclarecimentos dos peritos, às
acareações e ao reconhecimento de pessoas e § 2º Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008.
coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado Art. 536. A testemunha que comparecer será
e procedendo-se, finalmente, ao debate. inquirida, independentemente da suspensão
Art. 532. Na instrução, poderão ser inquiridas da audiência, observada em qualquer caso a
até 5 (cinco) testemunhas arroladas pela ordem estabelecida no art. 531 deste Código.
acusação e 5 (cinco) pela defesa. Art. 537. Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008
Art. 533. Aplica-se ao procedimento sumário Art. 538. Nas infrações penais de menor poten-
o disposto nos parágrafos do art. 400 deste cial ofensivo, quando o juizado especial criminal
Código. encaminhar ao juízo comum as peças existentes
§ 1º Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008. para a adoção de outro procedimento, obser-
var-se-á o procedimento sumário previsto neste
§ 2º Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008. Capítulo.
§ 3º Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008. § 1º Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008.
§ 4º Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008. § 2º Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008.
Art. 534. As alegações finais serão orais, § 3º Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008.
concedendo-se a palavra, respectivamente, à
acusação e à defesa, pelo prazo de 20 (vinte) § 4º Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008.
minutos, prorrogáveis por mais 10 (dez), Art. 539. Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008.
proferindo o juiz, a seguir, sentença.
Art. 540. Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008.
§ 1º Havendo mais de um acusado, o tempo
previsto para a defesa de cada um será
individual.

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MATERIAL COMPLEMENTAR

1. CONCEITO: É uma espécie de procedimento comum estabelecido no art. 531 ao art. 540 do
CPP

2. OBSERVAÇÃO: A principal diferença em relação ao rito comum ordinário é que o


procedimento sumário é para os crimes com pena máxima inferior a 4 ( quatro) anos, bem
como o número de testemunhas a serem arrolados pelas partes e o prazo para a audiência
de instrução e julgamento.

174 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Penal

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos e secreto, com mandato de quatro anos e
Territórios, e os Estados criarão: competência para, na forma da lei, celebrar
casamentos, verificar, de ofício ou em face
I – juizados especiais, providos por juízes de impugnação apresentada, o processo
togados, ou togados e leigos, competentes de habilitação e exercer atribuições
para a conciliação, o julgamento e a conciliatórias, sem caráter jurisdicional,
execução de causas cíveis de menor além de outras previstas na legislação.
complexidade e infrações penais de
menor potencial ofensivo, mediante § 1º Lei federal disporá sobre a criação de
os procedimentos oral e sumariíssimo, juizados especiais no âmbito da Justiça
permitidos, nas hipóteses previstas em lei, Federal.
a transação e o julgamento de recursos por
turmas de juízes de primeiro grau; § 2º As custas e emolumentos serão
destinados exclusivamente ao custeio dos
II – justiça de paz, remunerada, composta de serviços afetos às atividades específicas da
cidadãos eleitos pelo voto direto, universal Justiça.

Lei nº 9.099/1995

Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido Art. 62. O processo perante o Juizado Especial
por juízes togados ou togados e leigos, tem orientar-se-á pelos critérios da oralidade,
competência para a conciliação, o julgamento informalidade, economia processual e
e a execução das infrações penais de menor celeridade, objetivando, sempre que possível,
potencial ofensivo, respeitadas as regras de a reparação dos danos sofridos pela vítima e a
conexão e continência. aplicação de pena não privativa de liberdade.
Parágrafo único. Na reunião de processos, Seção I
perante o juízo comum ou o tribunal do DA COMPETÊNCIA E DOS ATOS
júri, decorrentes da aplicação das regras
de conexão e continência, observar-se- PROCESSUAIS
ão os institutos da transação penal e da
Art. 63. A competência do Juizado será
composição dos danos civis.
determinada pelo lugar em que foi praticada a
Art. 61. Consideram-se infrações penais de infração penal.
menor potencial ofensivo, para os efeitos desta
Art. 64. Os atos processuais serão públicos e
Lei, as contravenções penais e os crimes a que a
poderão realizar-se em horário noturno e em
lei comine pena máxima não superior a 2 (dois)
anos, cumulada ou não com multa.

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qualquer dia da semana, conforme dispuserem Seção II
as normas de organização judiciária. DA FASE PRELIMINAR
Art. 65. Os atos processuais serão válidos
sempre que preencherem as finalidades para Art. 69. A autoridade policial que tomar
as quais foram realizados, atendidos os critérios conhecimento da ocorrência lavrará
indicados no art. 62 desta Lei. termo circunstanciado e o encaminhará
imediatamente ao Juizado, com o autor do fato
§ 1º Não se pronunciará qualquer nulidade e a vítima, providenciando-se as requisições dos
sem que tenha havido prejuízo. exames periciais necessários.
§ 2º A prática de atos processuais em outras Parágrafo único. Ao autor do fato que, após
comarcas poderá ser solicitada por qualquer a lavratura do termo, for imediatamente
meio hábil de comunicação. encaminhado ao juizado ou assumir o
compromisso de a ele comparecer, não se
§ 3º Serão objeto de registro escrito imporá prisão em flagrante, nem se exigirá
exclusivamente os atos havidos por fiança. Em caso de violência doméstica, o
essenciais. Os atos realizados em audiência juiz poderá determinar, como medida de
de instrução e julgamento poderão ser cautela, seu afastamento do lar, domicílio
gravados em fita magnética ou equivalente. ou local de convivência com a vítima.
Art. 66. A citação será pessoal e far-se-á no Art. 70. Comparecendo o autor do fato e
próprio Juizado, sempre que possível, ou por a vítima, e não sendo possível a realização
mandado. imediata da audiência preliminar, será
Parágrafo único. Não encontrado o acusado designada data próxima, da qual ambos sairão
para ser citado, o Juiz encaminhará as peças cientes.
existentes ao Juízo comum para adoção do Art. 71. Na falta do comparecimento de qualquer
procedimento previsto em lei. dos envolvidos, a Secretaria providenciará sua
Art. 67. A intimação far-se-á por correspondência, intimação e, se for o caso, a do responsável civil,
com aviso de recebimento pessoal ou, tratando- na forma dos arts. 67 e 68 desta Lei.
se de pessoa jurídica ou firma individual, Art. 72. Na audiência preliminar, presente o
mediante entrega ao encarregado da recepção, representante do Ministério Público, o autor
que será obrigatoriamente identificado, do fato e a vítima e, se possível, o responsável
ou, sendo necessário, por oficial de justiça, civil, acompanhados por seus advogados, o Juiz
independentemente de mandado ou carta esclarecerá sobre a possibilidade da composição
precatória, ou ainda por qualquer meio idôneo dos danos e da aceitação da proposta de
de comunicação. aplicação imediata de pena não privativa de
Parágrafo único. Dos atos praticados liberdade.
em audiência considerar-se-ão desde Art. 73. A conciliação será conduzida pelo Juiz
logo cientes as partes, os interessados e ou por conciliador sob sua orientação.
defensores.
Parágrafo único. Os conciliadores são
Art. 68. Do ato de intimação do autor do auxiliares da Justiça, recrutados, na
fato e do mandado de citação do acusado, forma da lei local, preferentemente entre
constará a necessidade de seu comparecimento bacharéis em Direito, excluídos os que
acompanhado de advogado, com a advertência exerçam funções na administração da
de que, na sua falta, ser-lhe-á designado Justiça Criminal.
defensor público.

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Direito Processual Penal – Procedimento Comum Sumaríssimo (Lei nº 9.099/1995) – Prof. Joerberth Nunes

Art. 74. A composição dos danos civis será § 3º Aceita a proposta pelo autor da infração
reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz e seu defensor, será submetida à apreciação
mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de do Juiz.
título a ser executado no juízo civil competente.
§ 4º Acolhendo a proposta do Ministério
Parágrafo único. Tratando-se de ação penal Público aceita pelo autor da infração, o
de iniciativa privada ou de ação penal Juiz aplicará a pena restritiva de direitos ou
pública condicionada à representação, o multa, que não importará em reincidência,
acordo homologado acarreta a renúncia ao sendo registrada apenas para impedir
direito de queixa ou representação. novamente o mesmo benefício no prazo de
cinco anos.
Art. 75. Não obtida a composição dos danos
civis, será dada imediatamente ao ofendido § 5º Da sentença prevista no parágrafo
a oportunidade de exercer o direito de anterior caberá a apelação referida no art.
representação verbal, que será reduzida a 82 desta Lei.
termo.
§ 6º A imposição da sanção de que trata o
Parágrafo único. O não oferecimento da § 4º deste artigo não constará de certidão
representação na audiência preliminar não de antecedentes criminais, salvo para os
implica decadência do direito, que poderá fins previstos no mesmo dispositivo, e não
ser exercido no prazo previsto em lei. terá efeitos civis, cabendo aos interessados
propor ação cabível no juízo cível.
Art. 76. Havendo representação ou tratando-se
de crime de ação penal pública incondicionada, Seção III
não sendo caso de arquivamento, o Ministério DO PROCEDIMENTO SUMARIÍSSIMO
Público poderá propor a aplicação imediata
de pena restritiva de direitos ou multas, a ser Art. 77. Na ação penal de iniciativa pública,
especificada na proposta. quando não houver aplicação de pena,
§ 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a pela ausência do autor do fato, ou pela não
única aplicável, o Juiz poderá reduzi-la até a ocorrência da hipótese prevista no art. 76
metade. desta Lei, o Ministério Público oferecerá ao
Juiz, de imediato, denúncia oral, se não houver
§ 2º Não se admitirá a proposta se ficar necessidade de diligências imprescindíveis.
comprovado:
§ 1º Para o oferecimento da denúncia,
I – ter sido o autor da infração condenado, que será elaborada com base no termo de
pela prática de crime, à pena privativa de ocorrência referido no art. 69 desta Lei, com
liberdade, por sentença definitiva; dispensa do inquérito policial, prescindir-
se-á do exame do corpo de delito quando a
II – ter sido o agente beneficiado materialidade do crime estiver aferida por
anteriormente, no prazo de cinco anos, pela boletim médico ou prova equivalente.
aplicação de pena restritiva ou multa, nos
termos deste artigo; § 2º Se a complexidade ou circunstâncias
do caso não permitirem a formulação da
III – não indicarem os antecedentes, a denúncia, o Ministério Público poderá
conduta social e a personalidade do agente, requerer ao Juiz o encaminhamento das
bem como os motivos e as circunstâncias, peças existentes, na forma do parágrafo
ser necessária e suficiente a adoção da único do art. 66 desta Lei.
medida.
§ 3º Na ação penal de iniciativa do ofendido
poderá ser oferecida queixa oral, cabendo

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ao Juiz verificar se a complexidade e as § 1º Todas as provas serão produzidas
circunstâncias do caso determinam a na audiência de instrução e julgamento,
adoção das providências previstas no podendo o Juiz limitar ou excluir as que
parágrafo único do art. 66 desta Lei. considerar excessivas, impertinentes ou
protelatórias.
Art. 78. Oferecida a denúncia ou queixa,
será reduzida a termo, entregando-se cópia § 2º De todo o ocorrido na audiência será
ao acusado, que com ela ficará citado e lavrado termo, assinado pelo Juiz e pelas
imediatamente cientificado da designação partes, contendo breve resumo dos fatos
de dia e hora para a audiência de instrução e relevantes ocorridos em audiência e a
julgamento, da qual também tomarão ciência sentença.
o Ministério Público, o ofendido, o responsável
civil e seus advogados. § 3º A sentença, dispensado o relatório,
mencionará os elementos de convicção do
§ 1º Se o acusado não estiver presente, Juiz.
será citado na forma dos arts. 66 e 68 desta
Lei e cientificado da data da audiência de Art. 82. Da decisão de rejeição da denúncia
instrução e julgamento, devendo a ela ou queixa e da sentença caberá apelação, que
trazer suas testemunhas ou apresentar poderá ser julgada por turma composta de
requerimento para intimação, no mínimo três Juízes em exercício no primeiro grau de
cinco dias antes de sua realização. jurisdição, reunidos na sede do Juizado.

§ 2º Não estando presentes o ofendido § 1º A apelação será interposta no prazo


e o responsável civil, serão intimados de dez dias, contados da ciência da
nos termos do art. 67 desta Lei para sentença pelo Ministério Público, pelo
comparecerem à audiência de instrução e réu e seu defensor, por petição escrita,
julgamento. da qual constarão as razões e o pedido do
recorrente.
§ 3º As testemunhas arroladas serão
intimadas na forma prevista no art. 67 desta § 2º O recorrido será intimado para oferecer
Lei. resposta escrita no prazo de dez dias.

Art. 79. No dia e hora designados para a § 3º As partes poderão requerer a


audiência de instrução e julgamento, se na fase transcrição da gravação da fita magnética a
preliminar não tiver havido possibilidade de que alude o § 3º do art. 65 desta Lei.
tentativa de conciliação e de oferecimento de § 4º As partes serão intimadas da data da
proposta pelo Ministério Público, proceder-se-á sessão de julgamento pela imprensa.
nos termos dos arts. 72, 73, 74 e 75 desta Lei.
§ 5º Se a sentença for confirmada pelos
Art. 80. Nenhum ato será adiado, determinando próprios fundamentos, a súmula do
o Juiz, quando imprescindível, a condução julgamento servirá de acórdão.
coercitiva de quem deva comparecer.
Art. 83. Caberão embargos de declaração
Art. 81. Aberta a audiência, será dada a palavra quando, em sentença ou acórdão, houver
ao defensor para responder à acusação, após obscuridade, contradição, omissão ou dúvida.
o que o Juiz receberá, ou não, a denúncia ou
queixa; havendo recebimento, serão ouvidas a § 1º Os embargos de declaração serão
vítima e as testemunhas de acusação e defesa, opostos por escrito ou oralmente, no
interrogando-se a seguir o acusado, se presente, prazo de cinco dias, contados da ciência da
passando-se imediatamente aos debates orais e decisão.
à prolação da sentença.

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Direito Processual Penal – Procedimento Comum Sumaríssimo (Lei nº 9.099/1995) – Prof. Joerberth Nunes

§ 2º Quando opostos contra sentença, os a suspensão do processo, por dois a quatro


embargos de declaração suspenderão o anos, desde que o acusado não esteja sendo
prazo para o recurso. processado ou não tenha sido condenado por
outro crime, presentes os demais requisitos que
§ 3º Os erros materiais podem ser corrigidos autorizariam a suspensão condicional da pena
de ofício. (art. 77 do Código Penal).
Seção IV § 1º Aceita a proposta pelo acusado e
DA EXECUÇÃO seu defensor, na presença do Juiz, este,
recebendo a denúncia, poderá suspender o
Art. 84. Aplicada exclusivamente pena de multa, processo, submetendo o acusado a período
seu cumprimento far-se-á mediante pagamento de prova, sob as seguintes condições:
na Secretaria do Juizado.
I – reparação do dano, salvo impossibilidade
Parágrafo único. Efetuado o pagamento, de fazê-lo;
o Juiz declarará extinta a punibilidade,
determinando que a condenação não fique II – proibição de freqüentar determinados
constando dos registros criminais, exceto lugares;
para fins de requisição judicial. III – proibição de ausentar-se da comarca
Art. 85. Não efetuado o pagamento de multa, onde reside, sem autorização do Juiz;
será feita a conversão em pena privativa da IV – comparecimento pessoal e obrigatório
liberdade, ou restritiva de direitos, nos termos a juízo, mensalmente, para informar e
previstos em lei. justificar suas atividades.
Art. 86. A execução das penas privativas de § 2º O Juiz poderá especificar outras
liberdade e restritivas de direitos, ou de multa condições a que fica subordinada a
cumulada com estas, será processada perante o suspensão, desde que adequadas ao fato e
órgão competente, nos termos da lei. à situação pessoal do acusado.
Seção V § 3º A suspensão será revogada se, no
DAS DESPESAS PROCESSUAIS curso do prazo, o beneficiário vier a ser
processado por outro crime ou não efetuar,
Art. 87. Nos casos de homologação do acordo sem motivo justificado, a reparação do
civil e aplicação de pena restritiva de direitos dano.
ou multa (arts. 74 e 76, § 4º), as despesas
processuais serão reduzidas, conforme dispuser § 4º A suspensão poderá ser revogada se
lei estadual. o acusado vier a ser processado, no curso
do prazo, por contravenção, ou descumprir
Seção VI qualquer outra condição imposta.
DISPOSIÇÕES FINAIS § 5º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz
declarará extinta a punibilidade.
Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal
e da legislação especial, dependerá de § 6º Não correrá a prescrição durante o
representação a ação penal relativa aos crimes prazo de suspensão do processo.
de lesões corporais leves e lesões culposas.
§ 7º Se o acusado não aceitar a proposta
Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima prevista neste artigo, o processo prosseguirá
cominada for igual ou inferior a um ano, em seus ulteriores termos.
abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério
Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor

www.acasadoconcurseiro.com.br 179
Art. 90. As disposições desta Lei não se aplicam Art. 94. Os serviços de cartório poderão ser
aos processos penais cuja instrução já estiver prestados, e as audiências realizadas fora da
iniciada. sede da Comarca, em bairros ou cidades a
ela pertencentes, ocupando instalações de
Art. 90-A. As disposições desta Lei não se prédios públicos, de acordo com audiências
aplicam no âmbito da Justiça Militar. previamente anunciadas.
Art. 91. Nos casos em que esta Lei passa a exigir Art. 95. Os Estados, Distrito Federal e Territórios
representação para a propositura da ação penal criarão e instalarão os Juizados Especiais no
pública, o ofendido ou seu representante legal prazo de seis meses, a contar da vigência desta
será intimado para oferecê-la no prazo de trinta Lei.
dias, sob pena de decadência.
Parágrafo único. No prazo de 6 (seis)
Art. 92. Aplicam-se subsidiariamente as meses, contado da publicação desta Lei,
disposições dos Códigos Penal e de Processo serão criados e instalados os Juizados
Penal, no que não forem incompatíveis com Especiais Itinerantes, que deverão dirimir,
esta Lei. prioritariamente, os conflitos existentes
nas áreas rurais ou nos locais de menor
concentração populacional. (Redação dada
pela Lei nº 12.726, de 2012)
CAPÍTULO IV
DISPOSIÇÕES FINAIS COMUNS Art. 96. Esta Lei entra em vigor no prazo de
sessenta dias após a sua publicação.
Art. 93. Lei Estadual disporá sobre o Sistema
de Juizados Especiais Cíveis e Criminais, sua
organização, composição e competência.

MATERIAL COMPLEMENTAR

1. Conceito: é um dos tipos de procedimento comum.


2. Linha do processo :
3. Esquema dos procedimentos:
4. Linha do procedimento sumaríssimo :
5. Conceito de infração penal de menor potencial ofensivo: art. 61, lei nº 9099 de 1995
6. Princípios do JECRIM: art. 62, lei nº 9099 de 1995
7. Competência do JECRIM: art. 63, lei nº 9099 de 1995
8. Nulidades no JECRIM: art. 65, lei nº 9099 de 1995
9. Citação no JECRIM: art. 66, lei nº 9099 de 1995
10. Intimação no JECRIM: arts. 68 e 69, lei nº 9099 de 1995
11. Termo Circunstanciado e prisão em flagrante nas infrações de menor potencial ofensivo:
art. 69, lei nº 9099 de 1995
12. Audiência preliminar: arts. 70 a 78, lei nº 9099 de 1995
13. Audiência de Instrução e Julgamento: art. 81, lei nº 9099 de 1995
14. Composição dos danos civis: art. 74, lei nº 9099 de 1995

180 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Penal – Procedimento Comum Sumaríssimo (Lei nº 9.099/1995) – Prof. Joerberth Nunes

15. Transação penal: art. 76, lei nº 9099 de 1995


16. Oferecimento da denúncia ou queixa-crime: art. 77 e 78, lei nº 9099 de 1995
17. Citação: art. 78, lei nº 9099 de 1995
18. Recursos: arts. 82 e 83, lei nº 9099 de 1995
19. Suspensão condicional do processo: art. 89, lei nº 9099 de 1995
20. Outras regras: arts. 90 e seguintes, lei nº 9099 de 1995

Linha do Processo

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Direito Processual Penal
Direito Penal

Código Penal Código de Processo Penal

Espécies de Procedimentos

ORDINÁRIO

COMUM SUMÁRIO

SUMARÍSSIMO
PROCEDIMENTOS

ESPECIAL

www.acasadoconcurseiro.com.br 181
Procedimento Sumaríssimo Lei nº 9.095/1995
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Art. 61 Art. 69 Art. 74 Art. 76 Art. 77/78 Art.78


Art. 81 Art. 82

Audiência Preliminar

182 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Penal

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem XXXVIII – é reconhecida a instituição do
distinção de qualquer natureza, garantindo- júri, com a organização que lhe der a lei,
se aos brasileiros e aos estrangeiros assegurados:
residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à a) a plenitude de defesa;
segurança e à propriedade, nos termos b) o sigilo das votações;
seguintes:
.... c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos
crimes dolosos contra a vida;

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL

CAPÍTULO II § 2º A acusação deverá arrolar testemunhas,


DO PROCEDIMENTO RELATIVO AOS até o máximo de 8 (oito), na denúncia ou na
queixa.
PROCESSOS DA COMPETÊNCIA DO
TRIBUNAL DO JÚRI § 3º Na resposta, o acusado poderá argüir
preliminares e alegar tudo que interesse
Seção I a sua defesa, oferecer documentos
e justificações, especificar as provas
DA ACUSAÇÃO E DA INSTRUÇÃO pretendidas e arrolar testemunhas, até
PRELIMINAR o máximo de 8 (oito), qualificando-as
e requerendo sua intimação, quando
Art. 406. O juiz, ao receber a denúncia ou a
necessário.
queixa, ordenará a citação do acusado para
responder a acusação, por escrito, no prazo de Art. 407. As exceções serão processadas em
10 (dez) dias. apartado, nos termos dos arts. 95 a 112 deste
Código.
§ 1º O prazo previsto no caput deste
artigo será contado a partir do efetivo Art. 408. Não apresentada a resposta no prazo
cumprimento do mandado ou do legal, o juiz nomeará defensor para oferecê-la
comparecimento, em juízo, do acusado ou em até 10 (dez) dias, concedendo-lhe vista dos
de defensor constituído, no caso de citação autos.
inválida ou por edital.

www.acasadoconcurseiro.com.br 183
Art. 409. Apresentada a defesa, o juiz ouvirá § 8º A testemunha que comparecer
o Ministério Público ou o querelante sobre será inquirida, independentemente da
preliminares e documentos, em 5 (cinco) dias. suspensão da audiência, observada em
qualquer caso a ordem estabelecida no
Art. 410. O juiz determinará a inquirição das caput deste artigo.
testemunhas e a realização das diligências
requeridas pelas partes, no prazo máximo de 10 § 9º Encerrados os debates, o juiz proferirá
(dez) dias. a sua decisão, ou o fará em 10 (dez) dias,
ordenando que os autos para isso lhe sejam
Art. 411. Na audiência de instrução, proceder- conclusos.
se-á à tomada de declarações do ofendido, se
possível, à inquirição das testemunhas arroladas Art. 412. O procedimento será concluído no
pela acusação e pela defesa, nesta ordem, prazo máximo de 90 (noventa) dias.
bem como aos esclarecimentos dos peritos, às
acareações e ao reconhecimento de pessoas e Seção II
coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado DA PRONÚNCIA, DA IMPRONÚNCIA E
e procedendo-se o debate. DA ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA
§ 1º Os esclarecimentos dos peritos
Art. 413. O juiz, fundamentadamente,
dependerão de prévio requerimento e de
pronunciará o acusado, se convencido da
deferimento pelo juiz.
materialidade do fato e da existência de indícios
§ 2º As provas serão produzidas em uma suficientes de autoria ou de participação.
só audiência, podendo o juiz indeferir as
§ 1º A fundamentação da pronúncia limitar-
consideradas irrelevantes, impertinentes ou
se-á à indicação da materialidade do fato
protelatórias.
e da existência de indícios suficientes de
§ 3º Encerrada a instrução probatória, autoria ou de participação, devendo o
observar-se-á, se for o caso, o disposto no juiz declarar o dispositivo legal em que
art. 384 deste Código. julgar incurso o acusado e especificar as
circunstâncias qualificadoras e as causas de
§ 4º As alegações serão orais, concedendo- aumento de pena.
se a palavra, respectivamente, à acusação e
à defesa, pelo prazo de 20 (vinte) minutos, § 2º Se o crime for afiançável, o juiz
prorrogáveis por mais 10 (dez). arbitrará o valor da fiança para a concessão
ou manutenção da liberdade provisória.
§ 5º Havendo mais de 1 (um) acusado, o
tempo previsto para a acusação e a defesa § 3º O juiz decidirá, motivadamente, no caso
de cada um deles será individual. de manutenção, revogação ou substituição
da prisão ou medida restritiva de liberdade
§ 6º Ao assistente do Ministério Público, anteriormente decretada e, tratando-se
após a manifestação deste, serão de acusado solto, sobre a necessidade
concedidos 10 (dez) minutos, prorrogando- da decretação da prisão ou imposição de
se por igual período o tempo de quaisquer das medidas previstas no Título
manifestação da defesa. IX do Livro I deste Código.
§ 7º Nenhum ato será adiado, salvo Art. 414. Não se convencendo da materialidade
quando imprescindível à prova faltante, do fato ou da existência de indícios
determinando o juiz a condução coercitiva suficientes de autoria ou de participação, o
de quem deva comparecer. juiz, fundamentadamente, impronunciará o
acusado.

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Direito Processual Penal – Procedimento Especial do Tribunal do Júri – Prof. Joerberth Nunes

Parágrafo único. Enquanto não ocorrer de crime diverso dos referidos no § 1º do art.
a extinção da punibilidade, poderá ser 74 deste Código e não for competente para
formulada nova denúncia ou queixa se o julgamento, remeterá os autos ao juiz que o
houver prova nova. (Incluído pela Lei nº seja. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
11.689, de 2008)
Parágrafo único. Remetidos os autos do
Art. 415. O juiz, fundamentadamente, absolverá processo a outro juiz, à disposição deste
desde logo o acusado, quando: (Redação dada ficará o acusado preso. (Incluído pela Lei nº
pela Lei nº 11.689, de 2008) 11.689, de 2008)
I – provada a inexistência do fato; (Redação Art. 420. A intimação da decisão de pronúncia
dada pela Lei nº 11.689, de 2008) será feita: (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
2008)
II – provado não ser ele autor ou partícipe
do fato; (Redação dada pela Lei nº 11.689, I – pessoalmente ao acusado, ao defensor
de 2008) nomeado e ao Ministério Público; (Incluído
pela Lei nº 11.689, de 2008)
III – o fato não constituir infração penal;
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) II – ao defensor constituído, ao querelante
e ao assistente do Ministério Público, na
IV – demonstrada causa de isenção de pena forma do disposto no § 1º do art. 370 deste
ou de exclusão do crime. (Redação dada Código. (Incluído pela Lei nº 11.689, de
pela Lei nº 11.689, de 2008) 2008)
Parágrafo único. Não se aplica o disposto Parágrafo único. Será intimado por edital
no inciso IV do caput deste artigo ao caso o acusado solto que não for encontrado.
de inimputabilidade prevista no caput do (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
art. 26 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 – Código Penal, salvo Art. 421. Preclusa a decisão de pronúncia, os
quando esta for a única tese defensiva. autos serão encaminhados ao juiz presidente
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) do Tribunal do Júri. (Redação dada pela Lei nº
11.689, de 2008)
Art. 416. Contra a sentença de impronúncia
ou de absolvição sumária caberá apelação. § 1º Ainda que preclusa a decisão de
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) pronúncia, havendo circunstância
superveniente que altere a classificação do
Art. 417. Se houver indícios de autoria ou de crime, o juiz ordenará a remessa dos autos
participação de outras pessoas não incluídas na ao Ministério Público. (Incluído pela Lei nº
acusação, o juiz, ao pronunciar ou impronunciar 11.689, de 2008)
o acusado, determinará o retorno dos autos
ao Ministério Público, por 15 (quinze) dias, § 2º Em seguida, os autos serão conclusos
aplicável, no que couber, o art. 80 deste Código. ao juiz para decisão. (Incluído pela Lei nº
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) 11.689, de 2008)
Art. 418. O juiz poderá dar ao fato definição
jurídica diversa da constante da acusação,
embora o acusado fique sujeito a pena mais
grave. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
2008)
Art. 419. Quando o juiz se convencer, em
discordância com a acusação, da existência

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Seção III Seção IV
DA PREPARAÇÃO DO PROCESSO DO ALISTAMENTO DOS JURADOS
PARA JULGAMENTO EM PLENÁRIO (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
2008)
Art. 425. Anualmente, serão alistados
Art. 422. Ao receber os autos, o presidente do pelo presidente do Tribunal do Júri de 800
Tribunal do Júri determinará a intimação do (oitocentos) a 1.500 (um mil e quinhentos)
órgão do Ministério Público ou do querelante, jurados nas comarcas de mais de 1.000.000
no caso de queixa, e do defensor, para, no (um milhão) de habitantes, de 300 (trezentos)
prazo de 5 (cinco) dias, apresentarem rol de a 700 (setecentos) nas comarcas de mais de
testemunhas que irão depor em plenário, 100.000 (cem mil) habitantes e de 80 (oitenta)
até o máximo de 5 (cinco), oportunidade em a 400 (quatrocentos) nas comarcas de menor
que poderão juntar documentos e requerer população. (Redação dada pela Lei nº 11.689,
diligência. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de de 2008)
2008) § 1º Nas comarcas onde for necessário,
Art. 423. Deliberando sobre os requerimentos poderá ser aumentado o número de jurados
de provas a serem produzidas ou exibidas no e, ainda, organizada lista de suplentes,
plenário do júri, e adotadas as providências depositadas as cédulas em urna especial,
devidas, o juiz presidente: (Redação dada pela com as cautelas mencionadas na parte final
Lei nº 11.689, de 2008) do § 3º do art. 426 deste Código. (Incluído
pela Lei nº 11.689, de 2008)
I – ordenará as diligências necessárias para
sanar qualquer nulidade ou esclarecer fato § 2º O juiz presidente requisitará às
que interesse ao julgamento da causa; autoridades locais, associações de classe
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) e de bairro, entidades associativas e
culturais, instituições de ensino em geral,
II – fará relatório sucinto do processo, universidades, sindicatos, repartições
determinando sua inclusão em pauta da públicas e outros núcleos comunitários
reunião do Tribunal do Júri. (Incluído pela a indicação de pessoas que reúnam as
Lei nº 11.689, de 2008) condições para exercer a função de jurado.
Art. 424. Quando a lei local de organização (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
judiciária não atribuir ao presidente do Tribunal Art. 426. A lista geral dos jurados, com indicação
do Júri o preparo para julgamento, o juiz das respectivas profissões, será publicada pela
competente remeter-lhe-á os autos do processo imprensa até o dia 10 de outubro de cada
preparado até 5 (cinco) dias antes do sorteio a ano e divulgada em editais afixados à porta
que se refere o art. 433 deste Código. (Redação do Tribunal do Júri. (Redação dada pela Lei nº
dada pela Lei nº 11.689, de 2008) 11.689, de 2008)
Parágrafo único. Deverão ser remetidos, § 1º A lista poderá ser alterada, de ofício ou
também, os processos preparados até o mediante reclamação de qualquer do povo
encerramento da reunião, para a realização ao juiz presidente até o dia 10 de novembro,
de julgamento. (Redação dada pela Lei nº data de sua publicação definitiva. (Incluído
11.689, de 2008) pela Lei nº 11.689, de 2008)
§ 2º Juntamente com a lista, serão
transcritos os arts. 436 a 446 deste Código.
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

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Direito Processual Penal – Procedimento Especial do Tribunal do Júri – Prof. Joerberth Nunes

§ 3º Os nomes e endereços dos alistados, § 3º Será ouvido o juiz presidente, quando


em cartões iguais, após serem verificados a medida não tiver sido por ele solicitada.
na presença do Ministério Público, de (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
advogado indicado pela Seção local da
Ordem dos Advogados do Brasil e de § 4º Na pendência de recurso contra a
defensor indicado pelas Defensorias decisão de pronúncia ou quando efetivado
Públicas competentes, permanecerão o julgamento, não se admitirá o pedido
guardados em urna fechada a chave, sob de desaforamento, salvo, nesta última
a responsabilidade do juiz presidente. hipótese, quanto a fato ocorrido durante ou
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) após a realização de julgamento anulado.
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
§ 4º O jurado que tiver integrado o Conselho
de Sentença nos 12 (doze) meses que Art. 428. O desaforamento também poderá
antecederem à publicação da lista geral fica ser determinado, em razão do comprovado
dela excluído. (Incluído pela Lei nº 11.689, excesso de serviço, ouvidos o juiz presidente e
de 2008) a parte contrária, se o julgamento não puder ser
realizado no prazo de 6 (seis) meses, contado
§ 5º Anualmente, a lista geral de jurados do trânsito em julgado da decisão de pronúncia.
será, obrigatoriamente, completada. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
§ 1º Para a contagem do prazo referido
Seção V neste artigo, não se computará o tempo de
DO DESAFORAMENTO adiamentos, diligências ou incidentes de
interesse da defesa. (Incluído pela Lei nº
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 11.689, de 2008)
2008)
§ 2º Não havendo excesso de serviço
Art. 427. Se o interesse da ordem pública ou existência de processos aguardando
o reclamar ou houver dúvida sobre a julgamento em quantidade que ultrapasse
imparcialidade do júri ou a segurança pessoal a possibilidade de apreciação pelo Tribunal
do acusado, o Tribunal, a requerimento do do Júri, nas reuniões periódicas previstas
Ministério Público, do assistente, do querelante para o exercício, o acusado poderá requerer
ou do acusado ou mediante representação ao Tribunal que determine a imediata
do juiz competente, poderá determinar o realização do julgamento. (Incluído pela Lei
desaforamento do julgamento para outra nº 11.689, de 2008)
comarca da mesma região, onde não existam
aqueles motivos, preferindo-se as mais Seção VI
próximas. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de DA ORGANIZAÇÃO DA PAUTA
2008) (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
§ 1º O pedido de desaforamento será Art. 429. Salvo motivo relevante que autorize
distribuído imediatamente e terá alteração na ordem dos julgamentos, terão
preferência de julgamento na Câmara ou preferência: (Redação dada pela Lei nº 11.689,
Turma competente. (Incluído pela Lei nº de 2008)
11.689, de 2008)
I – os acusados presos; (Incluído pela Lei nº
§ 2º Sendo relevantes os motivos 11.689, de 2008)
alegados, o relator poderá determinar,
fundamentadamente, a suspensão do II – dentre os acusados presos, aqueles
julgamento pelo júri. (Incluído pela Lei nº que estiverem há mais tempo na prisão;
11.689, de 2008) (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

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III – em igualdade de condições, os § 1º O sorteio será realizado entre o 15º
precedentemente pronunciados. (Incluído (décimo quinto) e o 10º (décimo) dia útil
pela Lei nº 11.689, de 2008) antecedente à instalação da reunião.
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
§ 1º Antes do dia designado para o primeiro
julgamento da reunião periódica, será § 2º A audiência de sorteio não será adiada
afixada na porta do edifício do Tribunal do pelo não comparecimento das partes.
Júri a lista dos processos a serem julgados, (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
obedecida a ordem prevista no caput deste
artigo. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de § 3º O jurado não sorteado poderá ter o seu
2008) nome novamente incluído para as reuniões
futuras. (Incluído pela Lei nº 11.689, de
§ 2º O juiz presidente reservará datas na 2008)
mesma reunião periódica para a inclusão
de processo que tiver o julgamento adiado. Art. 434. Os jurados sorteados serão convocados
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) pelo correio ou por qualquer outro meio hábil
para comparecer no dia e hora designados para
Art. 430. O assistente somente será admitido se a reunião, sob as penas da lei. (Redação dada
tiver requerido sua habilitação até 5 (cinco) dias pela Lei nº 11.689, de 2008)
antes da data da sessão na qual pretenda atuar.
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) Parágrafo único. No mesmo expediente de
convocação serão transcritos os arts. 436
Art. 431. Estando o processo em ordem, o
a 446 deste Código. (Incluído pela Lei nº
juiz presidente mandará intimar as partes, o
11.689, de 2008)
ofendido, se for possível, as testemunhas e os
peritos, quando houver requerimento, para a Art. 435. Serão afixados na porta do edifício
sessão de instrução e julgamento, observando, do Tribunal do Júri a relação dos jurados
no que couber, o disposto no art. 420 deste convocados, os nomes do acusado e dos
Código. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de procuradores das partes, além do dia, hora e
2008) local das sessões de instrução e julgamento.
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
Seção VII
DO SORTEIO E DA CONVOCAÇÃO Seção VIII
DOS JURADOS DA FUNÇÃO DO JURADO
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
Art. 432. Em seguida à organização da pauta, Art. 436. O serviço do júri é obrigatório. O
o juiz presidente determinará a intimação do alistamento compreenderá os cidadãos maiores
Ministério Público, da Ordem dos Advogados de 18 (dezoito) anos de notória idoneidade.
do Brasil e da Defensoria Pública para (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
acompanharem, em dia e hora designados, o
sorteio dos jurados que atuarão na reunião § 1º Nenhum cidadão poderá ser excluído
periódica. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de dos trabalhos do júri ou deixar de ser
2008) alistado em razão de cor ou etnia, raça,
credo, sexo, profissão, classe social ou
Art. 433. O sorteio, presidido pelo juiz, far- econômica, origem ou grau de instrução.
se-á a portas abertas, cabendo-lhe retirar as (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
cédulas até completar o número de 25 (vinte
e cinco) jurados, para a reunião periódica § 2º A recusa injustificada ao serviço do
ou extraordinária. (Redação dada pela Lei nº júri acarretará multa no valor de 1 (um)
11.689, de 2008) a 10 (dez) salários mínimos, a critério do

188 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Penal – Procedimento Especial do Tribunal do Júri – Prof. Joerberth Nunes

juiz, de acordo com a condição econômica § 1º Entende-se por serviço alternativo


do jurado. (Incluído pela Lei nº 11.689, de o exercício de atividades de caráter
2008) administrativo, assistencial, filantrópico ou
mesmo produtivo, no Poder Judiciário, na
Art. 437. Estão isentos do serviço do júri: Defensoria Pública, no Ministério Público
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) ou em entidade conveniada para esses fins.
I – o Presidente da República e os Ministros (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
de Estado; (Incluído pela Lei nº 11.689, de § 2º O juiz fixará o serviço alternativo
2008) atendendo aos princípios da
II – os Governadores e seus respectivos proporcionalidade e da razoabilidade.
Secretários; (Incluído pela Lei nº 11.689, de (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
2008) Art. 439. O exercício efetivo da função de
III – os membros do Congresso Nacional, jurado constituirá serviço público relevante e
das Assembléias Legislativas e das Câmaras estabelecerá presunção de idoneidade moral.
Distrital e Municipais; (Incluído pela Lei nº (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
11.689, de 2008) Art. 440. Constitui também direito do jurado, na
IV – os Prefeitos Municipais; (Incluído pela condição do art. 439 deste Código, preferência,
Lei nº 11.689, de 2008) em igualdade de condições, nas licitações
públicas e no provimento, mediante concurso,
V – os Magistrados e membros do Ministério de cargo ou função pública, bem como nos casos
Público e da Defensoria Pública; (Incluído de promoção funcional ou remoção voluntária.
pela Lei nº 11.689, de 2008) (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
VI – os servidores do Poder Judiciário, do Art. 441. Nenhum desconto será feito nos
Ministério Público e da Defensoria Pública; vencimentos ou salário do jurado sorteado que
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) comparecer à sessão do júri. (Redação dada
VII – as autoridades e os servidores da pela Lei nº 11.689, de 2008)
polícia e da segurança pública; (Incluído Art. 442. Ao jurado que, sem causa legítima,
pela Lei nº 11.689, de 2008) deixar de comparecer no dia marcado para a
VIII – os militares em serviço ativo; (Incluído sessão ou retirar-se antes de ser dispensado
pela Lei nº 11.689, de 2008) pelo presidente será aplicada multa de 1 (um)
a 10 (dez) salários mínimos, a critério do juiz,
IX – os cidadãos maiores de 70 (setenta) de acordo com a sua condição econômica.
anos que requeiram sua dispensa; (Incluído (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
pela Lei nº 11.689, de 2008)
Art. 443. Somente será aceita escusa fundada
X – aqueles que o requererem, em motivo relevante devidamente comprovado
demonstrando justo impedimento. e apresentada, ressalvadas as hipóteses de força
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) maior, até o momento da chamada dos jurados.
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
Art. 438. A recusa ao serviço do júri fundada
em convicção religiosa, filosófica ou política Art. 444. O jurado somente será dispensado por
importará no dever de prestar serviço decisão motivada do juiz presidente, consignada
alternativo, sob pena de suspensão dos direitos na ata dos trabalhos. (Redação dada pela Lei nº
políticos, enquanto não prestar o serviço 11.689, de 2008)
imposto. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
2008)

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Art. 445. O jurado, no exercício da função § 2º Aplicar-se-á aos jurados o disposto
ou a pretexto de exercê-la, será responsável sobre os impedimentos, a suspeição e as
criminalmente nos mesmos termos em que o incompatibilidades dos juízes togados.
são os juízes togados. (Redação dada pela Lei nº (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
11.689, de 2008)
Art. 449. Não poderá servir o jurado que:
Art. 446. Aos suplentes, quando convocados, (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
serão aplicáveis os dispositivos referentes às
dispensas, faltas e escusas e à equiparação de I – tiver funcionado em julgamento anterior
responsabilidade penal prevista no art. 445 do mesmo processo, independentemente
deste Código. (Redação dada pela Lei nº 11.689, da causa determinante do julgamento
de 2008) posterior; (Incluído pela Lei nº 11.689, de
2008)
Seção IX II – no caso do concurso de pessoas, houver
DA COMPOSIÇÃO DO TRIBUNAL DO integrado o Conselho de Sentença que
JÚRI E DA FORMAÇÃO DO CONSELHO julgou o outro acusado; (Incluído pela Lei nº
DE SENTENÇA 11.689, de 2008)
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) III – tiver manifestado prévia disposição
para condenar ou absolver o acusado.
Art. 447. O Tribunal do Júri é composto por 1 (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
(um) juiz togado, seu presidente e por 25 (vinte
e cinco) jurados que serão sorteados dentre Art. 450. Dos impedidos entre si por parentesco
os alistados, 7 (sete) dos quais constituirão ou relação de convivência, servirá o que houver
o Conselho de Sentença em cada sessão de sido sorteado em primeiro lugar. (Redação dada
julgamento. (Redação dada pela Lei nº 11.689, pela Lei nº 11.689, de 2008)
de 2008)
Art. 451. Os jurados excluídos por impedimento,
Art. 448. São impedidos de servir no mesmo suspeição ou incompatibilidade serão
Conselho: (Redação dada pela Lei nº 11.689, de considerados para a constituição do número
2008) legal exigível para a realização da sessão.
I – marido e mulher; (Incluído pela Lei nº (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
11.689, de 2008) Art. 452. O mesmo Conselho de Sentença
II – ascendente e descendente; (Incluído poderá conhecer de mais de um processo, no
pela Lei nº 11.689, de 2008) mesmo dia, se as partes o aceitarem, hipótese
em que seus integrantes deverão prestar
III – sogro e genro ou nora; (Incluído pela
novo compromisso. (Redação dada pela Lei nº
Lei nº 11.689, de 2008)
11.689, de 2008)
IV – irmãos e cunhados, durante o cunhadio;
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) Seção X
V – tio e sobrinho; (Incluído pela Lei nº DA REUNIÃO E DAS SESSÕES DO
11.689, de 2008) TRIBUNAL DO JÚRI
VI – padrasto, madrasta ou enteado. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
Art. 453. O Tribunal do Júri reunir-se-á para as
§ 1º O mesmo impedimento ocorrerá em sessões de instrução e julgamento nos períodos
relação às pessoas que mantenham união e na forma estabelecida pela lei local de
estável reconhecida como entidade familiar. organização judiciária. (Redação dada pela Lei
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) nº 11.689, de 2008)

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Art. 454. Até o momento de abertura dos § 2º Se o acusado preso não for conduzido,
trabalhos da sessão, o juiz presidente decidirá o julgamento será adiado para o primeiro
os casos de isenção e dispensa de jurados e o dia desimpedido da mesma reunião,
pedido de adiamento de julgamento, mandando salvo se houver pedido de dispensa de
consignar em ata as deliberações. (Redação comparecimento subscrito por ele e seu
dada pela Lei nº 11.689, de 2008) defensor. (Incluído pela Lei nº 11.689, de
Art. 455. Se o Ministério Público não 2008)
comparecer, o juiz presidente adiará o Art. 458. Se a testemunha, sem justa causa,
julgamento para o primeiro dia desimpedido deixar de comparecer, o juiz presidente, sem
da mesma reunião, cientificadas as partes e as prejuízo da ação penal pela desobediência,
testemunhas. (Redação dada pela Lei nº 11.689, aplicar-lhe-á a multa prevista no § 2º do art. 436
de 2008) deste Código. (Redação dada pela Lei nº 11.689,
Parágrafo único. Se a ausência não for de 2008)
justificada, o fato será imediatamente Art. 459. Aplicar-se-á às testemunhas a serviço
comunicado ao Procurador-Geral de Justiça do Tribunal do Júri o disposto no art. 441 deste
com a data designada para a nova sessão. Código. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) 2008)
Art. 456. Se a falta, sem escusa legítima, for do Art. 460. Antes de constituído o Conselho de
advogado do acusado, e se outro não for por Sentença, as testemunhas serão recolhidas
este constituído, o fato será imediatamente a lugar onde umas não possam ouvir os
comunicado ao presidente da seccional da depoimentos das outras. (Redação dada pela
Ordem dos Advogados do Brasil, com a data Lei nº 11.689, de 2008)
designada para a nova sessão. (Redação dada Art. 461. O julgamento não será adiado se a
pela Lei nº 11.689, de 2008) testemunha deixar de comparecer, salvo se uma
§ 1º Não havendo escusa legítima, o das partes tiver requerido a sua intimação por
julgamento será adiado somente uma vez, mandado, na oportunidade de que trata o art.
devendo o acusado ser julgado quando 422 deste Código, declarando não prescindir
chamado novamente. (Incluído pela Lei nº do depoimento e indicando a sua localização.
11.689, de 2008) (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
§ 2º Na hipótese do § 1º deste artigo, o § 1º Se, intimada, a testemunha não
juiz intimará a Defensoria Pública para o comparecer, o juiz presidente suspenderá
novo julgamento, que será adiado para o os trabalhos e mandará conduzi-la ou
primeiro dia desimpedido, observado o adiará o julgamento para o primeiro dia
prazo mínimo de 10 (dez) dias. (Incluído desimpedido, ordenando a sua condução.
pela Lei nº 11.689, de 2008) (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
Art. 457. O julgamento não será adiado pelo § 2º O julgamento será realizado mesmo
não comparecimento do acusado solto, do na hipótese de a testemunha não ser
assistente ou do advogado do querelante, que encontrada no local indicado, se assim for
tiver sido regularmente intimado. (Redação certificado por oficial de justiça. (Incluído
dada pela Lei nº 11.689, de 2008) pela Lei nº 11.689, de 2008)
§ 1º Os pedidos de adiamento e as Art. 462. Realizadas as diligências referidas nos
justificações de não comparecimento arts. 454 a 461 deste Código, o juiz presidente
deverão ser, salvo comprovado motivo de verificará se a urna contém as cédulas dos 25
força maior, previamente submetidos à (vinte e cinco) jurados sorteados, mandando
apreciação do juiz presidente do Tribunal do que o escrivão proceda à chamada deles.
Júri. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

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Art. 463. Comparecendo, pelo menos, 15 Art. 468. À medida que as cédulas forem
(quinze) jurados, o juiz presidente declarará sendo retiradas da urna, o juiz presidente as
instalados os trabalhos, anunciando o processo lerá, e a defesa e, depois dela, o Ministério
que será submetido a julgamento. (Redação Público poderão recusar os jurados sorteados,
dada pela Lei nº 11.689, de 2008) até 3 (três) cada parte, sem motivar a recusa.
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
§ 1º O oficial de justiça fará o pregão,
certificando a diligência nos autos. (Incluído Parágrafo único. O jurado recusado
pela Lei nº 11.689, de 2008) imotivadamente por qualquer das partes
será excluído daquela sessão de instrução e
§ 2º Os jurados excluídos por impedimento
julgamento, prosseguindo-se o sorteio para
ou suspeição serão computados para a
a composição do Conselho de Sentença
constituição do número legal. (Incluído pela
com os jurados remanescentes. (Incluído
Lei nº 11.689, de 2008)
pela Lei nº 11.689, de 2008)
Art. 464. Não havendo o número referido no
Art. 469. Se forem 2 (dois) ou mais os acusados,
art. 463 deste Código, proceder-se-á ao sorteio
as recusas poderão ser feitas por um só
de tantos suplentes quantos necessários, e
defensor. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
designar-se-á nova data para a sessão do júri.
2008)
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
§ 1º A separação dos julgamentos somente
Art. 465. Os nomes dos suplentes serão
ocorrerá se, em razão das recusas, não for
consignados em ata, remetendo-se o expediente
obtido o número mínimo de 7 (sete) jurados
de convocação, com observância do disposto
para compor o Conselho de Sentença.
nos arts. 434 e 435 deste Código. (Redação dada
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
pela Lei nº 11.689, de 2008)
Art. 466. Antes do sorteio dos membros § 2º Determinada a separação dos
do Conselho de Sentença, o juiz presidente julgamentos, será julgado em primeiro lugar
esclarecerá sobre os impedimentos, a suspeição o acusado a quem foi atribuída a autoria
e as incompatibilidades constantes dos arts. 448 do fato ou, em caso de co-autoria, aplicar-
e 449 deste Código. (Redação dada pela Lei nº se-á o critério de preferência disposto no
11.689, de 2008) art. 429 deste Código. (Incluído pela Lei nº
11.689, de 2008)
§ 1º O juiz presidente também advertirá
os jurados de que, uma vez sorteados, Art. 470. Desacolhida a argüição de
não poderão comunicar-se entre si e impedimento, de suspeição ou de
com outrem, nem manifestar sua opinião incompatibilidade contra o juiz presidente do
sobre o processo, sob pena de exclusão do Tribunal do Júri, órgão do Ministério Público,
Conselho e multa, na forma do § 2º do art. jurado ou qualquer funcionário, o julgamento
436 deste Código. (Redação dada pela Lei não será suspenso, devendo, entretanto,
nº 11.689, de 2008) constar da ata o seu fundamento e a decisão.
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
§ 2º A incomunicabilidade será certificada
nos autos pelo oficial de justiça. (Redação Art. 471. Se, em conseqüência do impedimento,
dada pela Lei nº 11.689, de 2008) suspeição, incompatibilidade, dispensa ou
recusa, não houver número para a formação
Art. 467. Verificando que se encontram na urna do Conselho, o julgamento será adiado para o
as cédulas relativas aos jurados presentes, o juiz primeiro dia desimpedido, após sorteados os
presidente sorteará 7 (sete) dentre eles para a suplentes, com observância do disposto no art.
formação do Conselho de Sentença. (Redação 464 deste Código. (Redação dada pela Lei nº
dada pela Lei nº 11.689, de 2008) 11.689, de 2008)

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Art. 472. Formado o Conselho de Sentença, o de pessoas e coisas e esclarecimento dos


presidente, levantando-se, e, com ele, todos os peritos, bem como a leitura de peças que se
presentes, fará aos jurados a seguinte exortação: refiram, exclusivamente, às provas colhidas
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) por carta precatória e às provas cautelares,
antecipadas ou não repetíveis. (Incluído
Em nome da lei, concito-vos a examinar pela Lei nº 11.689, de 2008)
esta causa com imparcialidade e a
proferir a vossa decisão de acordo com Art. 474. A seguir será o acusado interrogado,
a vossa consciência e os ditames da se estiver presente, na forma estabelecida no
justiça. Capítulo III do Título VII do Livro I deste Código,
com as alterações introduzidas nesta Seção.
Os jurados, nominalmente chamados (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
pelo presidente, responderão:
§ 1º O Ministério Público, o assistente,
Assim o prometo. o querelante e o defensor, nessa ordem,
Parágrafo único. O jurado, em seguida, poderão formular, diretamente, perguntas
receberá cópias da pronúncia ou, se for o ao acusado. (Redação dada pela Lei nº
caso, das decisões posteriores que julgaram 11.689, de 2008)
admissível a acusação e do relatório do § 2º Os jurados formularão perguntas por
processo. (Incluído pela Lei nº 11.689, de intermédio do juiz presidente. (Redação
2008) dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
Seção XI § 3º Não se permitirá o uso de algemas
DA INSTRUÇÃO EM PLENÁRIO no acusado durante o período em que
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) permanecer no plenário do júri, salvo se
absolutamente necessário à ordem dos
Art. 473. Prestado o compromisso pelos jurados, trabalhos, à segurança das testemunhas
será iniciada a instrução plenária quando o juiz ou à garantia da integridade física dos
presidente, o Ministério Público, o assistente, o presentes. (Incluído pela Lei nº 11.689, de
querelante e o defensor do acusado tomarão, 2008)
sucessiva e diretamente, as declarações
Art. 475. O registro dos depoimentos e do
do ofendido, se possível, e inquirirão as
interrogatório será feito pelos meios ou recursos
testemunhas arroladas pela acusação. (Redação
de gravação magnética, eletrônica, estenotipia
dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
ou técnica similar, destinada a obter maior
§ 1º Para a inquirição das testemunhas fidelidade e celeridade na colheita da prova.
arroladas pela defesa, o defensor do (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
acusado formulará as perguntas antes do
Parágrafo único. A transcrição do registro,
Ministério Público e do assistente, mantidos
após feita a degravação, constará dos autos.
no mais a ordem e os critérios estabelecidos
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
neste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.689, de
2008) Seção XII
§ 2º Os jurados poderão formular perguntas DOS DEBATES
ao ofendido e às testemunhas, por (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
intermédio do juiz presidente. (Incluído
pela Lei nº 11.689, de 2008) Art. 476. Encerrada a instrução, será concedida
a palavra ao Ministério Público, que fará a
§ 3º As partes e os jurados poderão acusação, nos limites da pronúncia ou das
requerer acareações, reconhecimento decisões posteriores que julgaram admissível

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a acusação, sustentando, se for o caso, a I – à decisão de pronúncia, às decisões
existência de circunstância agravante. (Redação posteriores que julgaram admissível a
dada pela Lei nº 11.689, de 2008) acusação ou à determinação do uso de
algemas como argumento de autoridade
§ 1º O assistente falará depois do Ministério que beneficiem ou prejudiquem o acusado;
Público. (Incluído pela Lei nº 11.689, de (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
2008)
II – ao silêncio do acusado ou à ausência de
§ 2º Tratando-se de ação penal de interrogatório por falta de requerimento,
iniciativa privada, falará em primeiro lugar em seu prejuízo. (Incluído pela Lei nº
o querelante e, em seguida, o Ministério 11.689, de 2008)
Público, salvo se este houver retomado a
titularidade da ação, na forma do art. 29 Art. 479. Durante o julgamento não será
deste Código. (Incluído pela Lei nº 11.689, permitida a leitura de documento ou a exibição
de 2008) de objeto que não tiver sido juntado aos autos
com a antecedência mínima de 3 (três) dias
§ 3º Finda a acusação, terá a palavra a úteis, dando-se ciência à outra parte. (Redação
defesa. (Incluído pela Lei nº 11.689, de dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
2008)
Parágrafo único. Compreende-se na
§ 4º A acusação poderá replicar e a defesa proibição deste artigo a leitura de jornais ou
treplicar, sendo admitida a reinquirição de qualquer outro escrito, bem como a exibição
testemunha já ouvida em plenário. (Incluído de vídeos, gravações, fotografias, laudos,
pela Lei nº 11.689, de 2008) quadros, croqui ou qualquer outro meio
Art. 477. O tempo destinado à acusação e à assemelhado, cujo conteúdo versar sobre
defesa será de uma hora e meia para cada, e a matéria de fato submetida à apreciação
de uma hora para a réplica e outro tanto para e julgamento dos jurados. (Incluído pela Lei
a tréplica. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de nº 11.689, de 2008)
2008) Art. 480. A acusação, a defesa e os jurados
§ 1º Havendo mais de um acusador ou poderão, a qualquer momento e por intermédio
mais de um defensor, combinarão entre si do juiz presidente, pedir ao orador que indique
a distribuição do tempo, que, na falta de a folha dos autos onde se encontra a peça
acordo, será dividido pelo juiz presidente, por ele lida ou citada, facultando-se, ainda,
de forma a não exceder o determinado aos jurados solicitar-lhe, pelo mesmo meio,
neste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.689, de o esclarecimento de fato por ele alegado.
2008) (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

§ 2º Havendo mais de 1 (um) acusado, o § 1º Concluídos os debates, o presidente


tempo para a acusação e a defesa será indagará dos jurados se estão habilitados
acrescido de 1 (uma) hora e elevado ao a julgar ou se necessitam de outros
dobro o da réplica e da tréplica, observado esclarecimentos. (Incluído pela Lei nº
o disposto no § 1º deste artigo. (Incluído 11.689, de 2008)
pela Lei nº 11.689, de 2008) § 2º Se houver dúvida sobre questão de
Art. 478. Durante os debates as partes fato, o presidente prestará esclarecimentos
não poderão, sob pena de nulidade, fazer à vista dos autos. (Incluído pela Lei nº
referências: (Redação dada pela Lei nº 11.689, 11.689, de 2008)
de 2008) § 3º Os jurados, nesta fase do procedimento,
terão acesso aos autos e aos instrumentos

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do crime se solicitarem ao juiz presidente. IV – se existe causa de diminuição de pena


(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) alegada pela defesa; (Incluído pela Lei nº
11.689, de 2008)
Art. 481. Se a verificação de qualquer
fato, reconhecida como essencial para o V – se existe circunstância qualificadora ou
julgamento da causa, não puder ser realizada causa de aumento de pena reconhecidas na
imediatamente, o juiz presidente dissolverá pronúncia ou em decisões posteriores que
o Conselho, ordenando a realização das julgaram admissível a acusação. (Incluído
diligências entendidas necessárias. (Redação pela Lei nº 11.689, de 2008)
dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
§ 1º A resposta negativa, de mais de 3 (três)
Parágrafo único. Se a diligência consistir jurados, a qualquer dos quesitos referidos
na produção de prova pericial, o juiz nos incisos I e II do caput deste artigo
presidente, desde logo, nomeará perito e encerra a votação e implica a absolvição do
formulará quesitos, facultando às partes acusado. (Incluído pela Lei nº 11.689, de
também formulá-los e indicar assistentes 2008)
técnicos, no prazo de 5 (cinco) dias.
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) § 2º Respondidos afirmativamente por mais
de 3 (três) jurados os quesitos relativos
Seção XIII aos incisos I e II do caput deste artigo será
DO QUESTIONÁRIO E SUA VOTAÇÃO formulado quesito com a seguinte redação:
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
O jurado absolve o acusado?
Art. 482. O Conselho de Sentença será
questionado sobre matéria de fato e se o § 3º Decidindo os jurados pela condenação,
acusado deve ser absolvido. (Redação dada pela o julgamento prossegue, devendo ser
Lei nº 11.689, de 2008) formulados quesitos sobre: (Incluído pela
Lei nº 11.689, de 2008)
Parágrafo único. Os quesitos serão redigidos
em proposições afirmativas, simples e I – causa de diminuição de pena alegada
distintas, de modo que cada um deles possa pela defesa; (Incluído pela Lei nº 11.689, de
ser respondido com suficiente clareza e 2008)
necessária precisão. Na sua elaboração, II – circunstância qualificadora ou causa
o presidente levará em conta os termos de aumento de pena, reconhecidas na
da pronúncia ou das decisões posteriores pronúncia ou em decisões posteriores que
que julgaram admissível a acusação, do julgaram admissível a acusação. (Incluído
interrogatório e das alegações das partes. pela Lei nº 11.689, de 2008)
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
§ 4º Sustentada a desclassificação da
Art. 483. Os quesitos serão formulados na infração para outra de competência do juiz
seguinte ordem, indagando sobre: (Redação singular, será formulado quesito a respeito,
dada pela Lei nº 11.689, de 2008) para ser respondido após o 2º (segundo)
I – a materialidade do fato; (Incluído pela ou 3º (terceiro) quesito, conforme o caso.
Lei nº 11.689, de 2008) (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

II – a autoria ou participação; (Incluído pela § 5º Sustentada a tese de ocorrência do


Lei nº 11.689, de 2008) crime na sua forma tentada ou havendo
divergência sobre a tipificação do delito,
III – se o acusado deve ser absolvido; sendo este da competência do Tribunal
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) do Júri, o juiz formulará quesito acerca

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destas questões, para ser respondido após Art. 488. Após a resposta, verificados os votos
o segundo quesito. (Incluído pela Lei nº e as cédulas não utilizadas, o presidente
11.689, de 2008) determinará que o escrivão registre no termo a
votação de cada quesito, bem como o resultado
§ 6º Havendo mais de um crime ou mais de do julgamento. (Redação dada pela Lei nº
um acusado, os quesitos serão formulados 11.689, de 2008)
em séries distintas. (Incluído pela Lei nº
11.689, de 2008) Parágrafo único. Do termo também
constará a conferência das cédulas não
Art. 484. A seguir, o presidente lerá os quesitos
utilizadas. (Incluído pela Lei nº 11.689, de
e indagará das partes se têm requerimento ou
2008)
reclamação a fazer, devendo qualquer deles,
bem como a decisão, constar da ata. (Redação Art. 489. As decisões do Tribunal do Júri serão
dada pela Lei nº 11.689, de 2008) tomadas por maioria de votos. (Redação dada
Parágrafo único. Ainda em plenário, o pela Lei nº 11.689, de 2008)
juiz presidente explicará aos jurados o Art. 490. Se a resposta a qualquer dos quesitos
significado de cada quesito. (Redação dada estiver em contradição com outra ou outras já
pela Lei nº 11.689, de 2008) dadas, o presidente, explicando aos jurados
Art. 485. Não havendo dúvida a ser esclarecida, em que consiste a contradição, submeterá
o juiz presidente, os jurados, o Ministério novamente à votação os quesitos a que se
Público, o assistente, o querelante, o defensor referirem tais respostas. (Redação dada pela Lei
do acusado, o escrivão e o oficial de justiça nº 11.689, de 2008)
dirigir-se-ão à sala especial a fim de ser Parágrafo único. Se, pela resposta dada
procedida a votação. (Redação dada pela Lei nº a um dos quesitos, o presidente verificar
11.689, de 2008) que ficam prejudicados os seguintes, assim
§ 1º Na falta de sala especial, o juiz o declarará, dando por finda a votação.
presidente determinará que o público se (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
retire, permanecendo somente as pessoas Art. 491. Encerrada a votação, será o termo a
mencionadas no caput deste artigo. que se refere o art. 488 deste Código assinado
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) pelo presidente, pelos jurados e pelas partes.
§ 2º O juiz presidente advertirá as partes (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
de que não será permitida qualquer
intervenção que possa perturbar a livre Seção XIV
manifestação do Conselho e fará retirar da DA SENTENÇA
sala quem se portar inconvenientemente. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
Art. 492. Em seguida, o presidente proferirá
Art. 486. Antes de proceder-se à votação de cada
sentença que: (Redação dada pela Lei nº 11.689,
quesito, o juiz presidente mandará distribuir aos
de 2008)
jurados pequenas cédulas, feitas de papel opaco
e facilmente dobráveis, contendo 7 (sete) delas I – no caso de condenação: (Redação dada
a palavra sim, 7 (sete) a palavra não. (Redação pela Lei nº 11.689, de 2008)
dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
a) fixará a pena-base; (Incluído pela Lei nº
Art. 487. Para assegurar o sigilo do voto, o 11.689, de 2008)
oficial de justiça recolherá em urnas separadas
as cédulas correspondentes aos votos e as não b) considerará as circunstâncias agravantes
utilizadas. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de ou atenuantes alegadas nos debates;
2008) (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

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c) imporá os aumentos ou diminuições da Seção XV


pena, em atenção às causas admitidas pelo DA ATA DOS TRABALHOS
júri; (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
d) observará as demais disposições do art.
387 deste Código; (Incluído pela Lei nº Art. 494. De cada sessão de julgamento o
11.689, de 2008) escrivão lavrará ata, assinada pelo presidente e
e) mandará o acusado recolher-se ou pelas partes. (Redação dada pela Lei nº 11.689,
recomendá-lo-á à prisão em que se de 2008)
encontra, se presentes os requisitos da Art. 495. A ata descreverá fielmente todas as
prisão preventiva; (Incluído pela Lei nº ocorrências, mencionando obrigatoriamente:
11.689, de 2008) (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
f) estabelecerá os efeitos genéricos e I – a data e a hora da instalação dos
específicos da condenação; (Incluído pela trabalhos; (Redação dada pela Lei nº
Lei nº 11.689, de 2008) 11.689, de 2008)
II – no caso de absolvição: (Redação dada
II – o magistrado que presidiu a sessão e os
pela Lei nº 11.689, de 2008)
jurados presentes; (Redação dada pela Lei
a) mandará colocar em liberdade o acusado nº 11.689, de 2008)
se por outro motivo não estiver preso;
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) III – os jurados que deixaram de
comparecer, com escusa ou sem ela, e as
b) revogará as medidas restritivas sanções aplicadas; (Redação dada pela Lei
provisoriamente decretadas; (Redação nº 11.689, de 2008)
dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
IV – o ofício ou requerimento de isenção ou
c) imporá, se for o caso, a medida de
dispensa; (Redação dada pela Lei nº 11.689,
segurança cabível. (Redação dada pela Lei
de 2008)
nº 11.689, de 2008)
§ 1º Se houver desclassificação da infração V – o sorteio dos jurados suplentes;
para outra, de competência do juiz singular, (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
ao presidente do Tribunal do Júri caberá VI – o adiamento da sessão, se houver
proferir sentença em seguida, aplicando- ocorrido, com a indicação do motivo;
se, quando o delito resultante da nova (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
tipificação for considerado pela lei como
VII – a abertura da sessão e a presença
infração penal de menor potencial ofensivo,
do Ministério Público, do querelante e do
o disposto nos arts. 69 e seguintes da Lei
assistente, se houver, e a do defensor do
nº 9.099, de 26 de setembro de 1995.
acusado; (Redação dada pela Lei nº 11.689,
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
de 2008)
§ 2º Em caso de desclassificação, o crime
conexo que não seja doloso contra a vida VIII – o pregão e a sanção imposta, no caso
será julgado pelo juiz presidente do Tribunal de não comparecimento; (Redação dada
do Júri, aplicando-se, no que couber, o pela Lei nº 11.689, de 2008)
disposto no § 1º deste artigo. (Redação IX – as testemunhas dispensadas de depor;
dada pela Lei nº 11.689, de 2008) (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
Art. 493. A sentença será lida em plenário pelo X – o recolhimento das testemunhas a
presidente antes de encerrada a sessão de lugar de onde umas não pudessem ouvir o
instrução e julgamento. (Redação dada pela Lei depoimento das outras; (Redação dada pela
nº 11.689, de 2008) Lei nº 11.689, de 2008)

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XI – a verificação das cédulas pelo juiz IV – resolver as questões incidentes que
presidente; (Redação dada pela Lei nº não dependam de pronunciamento do júri;
11.689, de 2008) (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
XII – a formação do Conselho de Sentença, V – nomear defensor ao acusado, quando
com o registro dos nomes dos jurados considerá-lo indefeso, podendo, neste caso,
sorteados e recusas; (Redação dada pela Lei dissolver o Conselho e designar novo dia
nº 11.689, de 2008) para o julgamento, com a nomeação ou a
constituição de novo defensor; (Redação
XIII – o compromisso e o interrogatório,
dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
com simples referência ao termo; (Redação
dada pela Lei nº 11.689, de 2008) VI – mandar retirar da sala o acusado que
dificultar a realização do julgamento, o qual
XIV – os debates e as alegações das partes
prosseguirá sem a sua presença; (Redação
com os respectivos fundamentos; (Redação
dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
VII – suspender a sessão pelo tempo
XV – os incidentes; (Redação dada pela Lei
indispensável à realização das diligências
nº 11.689, de 2008)
requeridas ou entendidas necessárias,
XVI – o julgamento da causa; (Redação dada mantida a incomunicabilidade dos jurados;
pela Lei nº 11.689, de 2008) (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
XVII – a publicidade dos atos da instrução VIII – interromper a sessão por tempo
plenária, das diligências e da sentença. razoável, para proferir sentença e para
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) repouso ou refeição dos jurados; (Redação
Art. 496. A falta da ata sujeitará o responsável a dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
sanções administrativa e penal. (Redação dada IX – decidir, de ofício, ouvidos o Ministério
pela Lei nº 11.689, de 2008) Público e a defesa, ou a requerimento de
qualquer destes, a argüição de extinção
Seção XVI de punibilidade; (Redação dada pela Lei nº
DAS ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE 11.689, de 2008)
DO TRIBUNAL DO JÚRI X – resolver as questões de direito suscitadas
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) no curso do julgamento; (Redação dada
pela Lei nº 11.689, de 2008)
Art. 497. São atribuições do juiz presidente do
Tribunal do Júri, além de outras expressamente XI – determinar, de ofício ou a requerimento
referidas neste Código: (Redação dada pela Lei das partes ou de qualquer jurado, as
nº 11.689, de 2008) diligências destinadas a sanar nulidade ou a
suprir falta que prejudique o esclarecimento
I – regular a polícia das sessões e prender os da verdade; (Redação dada pela Lei nº
desobedientes; (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
11.689, de 2008)
XII – regulamentar, durante os debates, a
II – requisitar o auxílio da força pública, intervenção de uma das partes, quando
que ficará sob sua exclusiva autoridade; a outra estiver com a palavra, podendo
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) conceder até 3 (três) minutos para cada
III – dirigir os debates, intervindo em aparte requerido, que serão acrescidos ao
caso de abuso, excesso de linguagem ou tempo desta última. (Incluído pela Lei nº
mediante requerimento de uma das partes; 11.689, de 2008)
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

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MATERIAL COMPLEMENTAR

1. Conceito: é um procedimento especial para o processo nos crimes dolosos contra a vida
(art. 121 a 128, CP).
2. Linha do processo comum ordinário
3. Tipos de Procedimento
4. Fundamentos: art. 406 a 497, CPP
5. 1ª fase: Judicium acusattionis: art. 406 a 421, CPP
6. 2ª fase: Judicium causae: art.422 a 497, CPP
7. Da resposta do réu: art. 406, CPP
8. Da manifestação da acusação: art.409, CPP
9. Da audiência de instrução: art. 411, CPP
10. Do prazo para encerramento da fase da acusação: art. 412, CPP
11. Da decisão de pronúncia :art. 413, CPP
12. Da decisão de impronúncia: art. 414, CPP
13. Da decisão de absolvição sumária: art.415, CPP
14. Da decisão de desclasificação: art. 419,CPP
15. Da intimação da decisão de pronúncia: art. 420, CPP
16. Da preparação do processo para o julgamento em plenário: arts. 422 e 423, CPP
17. Do Alistamento dos jurados: arts. 425 e 426, CPP
18. Do desfaoramento: arts.427 e 428, CPP
19. Da organização da Pauta :arts. 429 a 431, CPP
20. Do sorteio e convocação dos jurados: arts. 432 a 435, CPP (25 jurados)
21. da função do jurado: arts. 436 a art. 446, CPP (ver casos de isenção do serviço do júri)
22. Da composição do Tribunal do Júri: art. 447, CPP
23. Casos de impedimento de jurados: art. 448, CPP (ver outros casos em que não poderá servir
de jurado: art.49, CPP)
24. Da Reunião da Sessão do Tribunal do Júri: art. 453 a 472, CPP
25. Do Conselho de sentença: art. 463, CPP
26. Número mínimo de jurados para a sessão de instrução e julgamento :art. 463, CPP
27. Recusa dos jurados: art. 468, CPP
28. Da Instrução em Plenário: arts. 473 a 475, CPP
29. Dos debates: arts. 476 a 481, CPP
30. Dos quesitos e da sentença :arts. art. 482 a 490 e art. 492, CPP

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Linha do Processo

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Direito Processual Penal
Direito Penal

Código Penal Código de Processo Penal

Espécies de Procedimentos

ORDINÁRIO

COMUM SUMÁRIO

SUMARÍSSIMO
PROCEDIMENTOS

ESPECIAL

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Direito Processual Penal – Procedimento Especial do Tribunal do Júri – Prof. Joerberth Nunes

Linha do Processo do Tribunal do Júri

CRIME DECISÃO RECURSO

1ª Fase: Judicium Accusationis: Art. 406 a 421 C.P.P.

2ª Fase: Judicium Causae: Art. 422 a 497 C.P.P.

PLENÁRIO

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Direito Processual Penal

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

TÍTULO II são instituições nacionais permanentes e


regulares, organizadas com base na hierarquia
Dos Direitos e Garantias e na disciplina, sob a autoridade suprema do
Presidente da República, e destinam-se à defesa
Fundamentais
da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais
e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da
ordem.
CAPÍTULO I § 1º Lei complementar estabelecerá
DOS DIREITOS E DEVERES as normas gerais a serem adotadas na
INDIVIDUAIS E COLETIVOS organização, no preparo e no emprego das
Forças Armadas.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem
§ 2º Não caberá habeas-corpus em relação
distinção de qualquer natureza, garantindo-se
a punições disciplinares militares.
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade do direito à vida, § 3º Os membros das Forças Armadas são
à liberdade, à igualdade, à segurança e à denominados militares, aplicando-se-lhes,
propriedade, nos termos seguintes: além das que vierem a ser fixadas em lei,
as seguintes disposições: (Incluído pela
LXVIII – conceder-se-á habeas-corpus
Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
sempre que alguém sofrer ou se achar
ameaçado de sofrer violência ou coação em I – as patentes, com prerrogativas, direitos e
sua liberdade de locomoção, por ilegalidade deveres a elas inerentes, são conferidas pelo
ou abuso de poder; Presidente da República e asseguradas em
plenitude aos oficiais da ativa, da reserva ou
reformados, sendo-lhes privativos os títulos
TÍTULO V e postos militares e, juntamente com os
demais membros, o uso dos uniformes das
Da Defesa do Estado e Das Forças Armadas;
Instituições Democráticas II – o militar em atividade que tomar
posse em cargo ou emprego público
civil permanente, ressalvada a hipótese
prevista no art. 37, inciso XVI, alínea c, será
CAPÍTULO II transferido para a reserva, nos termos da
DAS FORÇAS ARMADAS lei;

Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela III – o militar da ativa que, de acordo com
Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, a lei, tomar posse em cargo, emprego ou

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função pública civil temporária, não eletiva, força de compromissos internacionais e de
ainda que da administração indireta, guerra.
ressalvada a hipótese prevista no art. 37,
inciso XVI, alínea "c", ficará agregado ao
respectivo quadro e somente poderá,
enquanto permanecer nessa situação, ser CAPÍTULO III
promovido por antiguidade, contando-se- DO PODER JUDICIÁRIO
lhe o tempo de serviço apenas para aquela
promoção e transferência para a reserva, Seção II
sendo depois de dois anos de afastamento, DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
contínuos ou não, transferido para a
reserva, nos termos da lei; Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-
se de onze Ministros, escolhidos dentre
IV – ao militar são proibidas a sindicalização
cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de
e a greve;
sessenta e cinco anos de idade, de notável saber
V – o militar, enquanto em serviço ativo, jurídico e reputação ilibada.
não pode estar filiado a partidos políticos;
Parágrafo único. Os Ministros do Supremo
VI – o oficial só perderá o posto e a patente Tribunal Federal serão nomeados pelo
se for julgado indigno do oficialato ou com Presidente da República, depois de
ele incompatível, por decisão de tribunal aprovada a escolha pela maioria absoluta
militar de caráter permanente, em tempo do Senado Federal.
de paz, ou de tribunal especial, em tempo
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal,
de guerra;
precipuamente, a guarda da Constituição,
VII – o oficial condenado na justiça comum cabendo-lhe:
ou militar a pena privativa de liberdade
I – processar e julgar, originariamente:
superior a dois anos, por sentença
transitada em julgado, será submetido ao a) a ação direta de inconstitucionalidade de
julgamento previsto no inciso anterior; lei ou ato normativo federal ou estadual e a
ação declaratória de constitucionalidade de
VIII – aplica-se aos militares o disposto no
lei ou ato normativo federal; (Redação dada
art. 7º, incisos VIII, XII, XVII, XVIII, XIX e XXV,
pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
e no art. 37, incisos XI, XIII, XIV e XV, bem
como, na forma da lei e com prevalência b) nas infrações penais comuns, o
da atividade militar, no art. 37, inciso XVI, Presidente da República, o Vice-Presidente,
alínea "c"; os membros do Congresso Nacional, seus
próprios Ministros e o Procurador-Geral da
IX – (Revogado pela Emenda Constitucional
República;
nº 41, de 19.12.2003)
c) nas infrações penais comuns e nos crimes
X – a lei disporá sobre o ingresso nas Forças
de responsabilidade, os Ministros de Estado
Armadas, os limites de idade, a estabilidade
e os Comandantes da Marinha, do Exército
e outras condições de transferência do
e da Aeronáutica, ressalvado o disposto
militar para a inatividade, os direitos, os
no art. 52, I, os membros dos Tribunais
deveres, a remuneração, as prerrogativas
Superiores, os do Tribunal de Contas da
e outras situações especiais dos militares,
União e os chefes de missão diplomática de
consideradas as peculiaridades de suas
caráter permanente; (Redação dada pela
atividades, inclusive aquelas cumpridas por
Emenda Constitucional nº 23, de 1999)

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d) o habeas-corpus, sendo paciente o) os conflitos de competência entre o


qualquer das pessoas referidas nas alíneas Superior Tribunal de Justiça e quaisquer
anteriores; o mandado de segurança e o tribunais, entre Tribunais Superiores, ou
"habeas-data" contra atos do Presidente entre estes e qualquer outro tribunal;
da República, das Mesas da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal, do Tribunal p) o pedido de medida cautelar das ações
de Contas da União, do Procurador-Geral da diretas de inconstitucionalidade;
República e do próprio Supremo Tribunal q) o mandado de injunção, quando a
Federal; elaboração da norma regulamentadora
e) o litígio entre Estado estrangeiro ou for atribuição do Presidente da República,
organismo internacional e a União, o do Congresso Nacional, da Câmara dos
Estado, o Distrito Federal ou o Território; Deputados, do Senado Federal, das
Mesas de uma dessas Casas Legislativas,
f) as causas e os conflitos entre a União e do Tribunal de Contas da União, de um
os Estados, a União e o Distrito Federal, ou dos Tribunais Superiores, ou do próprio
entre uns e outros, inclusive as respectivas Supremo Tribunal Federal;
entidades da administração indireta;
r) as ações contra o Conselho Nacional de
g) a extradição solicitada por Estado Justiça e contra o Conselho Nacional do
estrangeiro; Ministério Público; (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
h) (Revogado pela Emenda Constitucional
nº 45, de 2004) II – julgar, em recurso ordinário:
i) o habeas corpus, quando o coator for a) o habeas-corpus, o mandado de
Tribunal Superior ou quando o coator ou segurança, o "habeas-data" e o mandado
o paciente for autoridade ou funcionário de injunção decididos em única instância
cujos atos estejam sujeitos diretamente à pelos Tribunais Superiores, se denegatória
jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou a decisão;
se trate de crime sujeito à mesma jurisdição
em uma única instância; (Redação dada b) o crime político;
pela Emenda Constitucional nº 22, de 1999) III – julgar, mediante recurso extraordinário,
j) a revisão criminal e a ação rescisória de as causas decididas em única ou última
seus julgados; instância, quando a decisão recorrida:

l) a reclamação para a preservação de sua a) contrariar dispositivo desta Constituição;


competência e garantia da autoridade de b) declarar a inconstitucionalidade de
suas decisões; tratado ou lei federal;
m) a execução de sentença nas causas de c) julgar válida lei ou ato de governo local
sua competência originária, facultada a contestado em face desta Constituição.
delegação de atribuições para a prática de
atos processuais; d) julgar válida lei local contestada em
face de lei federal. (Incluída pela Emenda
n) a ação em que todos os membros da Constitucional nº 45, de 2004)
magistratura sejam direta ou indiretamente
interessados, e aquela em que mais da § 1º A argüição de descumprimento
metade dos membros do tribunal de de preceito fundamental, decorrente
origem estejam impedidos ou sejam direta desta Constituição, será apreciada pelo
ou indiretamente interessados; Supremo Tribunal Federal, na forma da

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lei. (Transformado do parágrafo único em IX – confederação sindical ou entidade de
§ 1º pela Emenda Constitucional nº 3, de classe de âmbito nacional.
17/03/93)
§ 1º O Procurador-Geral da República
§ 2º As decisões definitivas de mérito, deverá ser previamente ouvido nas ações
proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, de inconstitucionalidade e em todos os
nas ações diretas de inconstitucionalidade processos de competência do Supremo
e nas ações declaratórias de Tribunal Federal.
constitucionalidade produzirão eficácia
contra todos e efeito vinculante, § 2º Declarada a inconstitucionalidade por
relativamente aos demais órgãos do Poder omissão de medida para tornar efetiva
Judiciário e à administração pública direta norma constitucional, será dada ciência
e indireta, nas esferas federal, estadual e ao Poder competente para a adoção das
municipal. (Redação dada pela Emenda providências necessárias e, em se tratando
Constitucional nº 45, de 2004) de órgão administrativo, para fazê-lo em
trinta dias.
§ 3º No recurso extraordinário o recorrente
deverá demonstrar a repercussão geral das § 3º Quando o Supremo Tribunal Federal
questões constitucionais discutidas no caso, apreciar a inconstitucionalidade, em tese,
nos termos da lei, a fim de que o Tribunal de norma legal ou ato normativo, citará,
examine a admissão do recurso, somente previamente, o Advogado-Geral da União,
podendo recusá-lo pela manifestação de que defenderá o ato ou texto impugnado.
dois terços de seus membros. (Incluída pela § 4º (Revogado pela Emenda Constitucional
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) nº 45, de 2004)
Art. 103. Podem propor a ação direta de Seção III
inconstitucionalidade e a ação declaratória
de constitucionalidade: (Redação dada pela DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-
I – o Presidente da República; se de, no mínimo, trinta e três Ministros.

II – a Mesa do Senado Federal; Parágrafo único. Os Ministros do Superior


Tribunal de Justiça serão nomeados pelo
III – a Mesa da Câmara dos Deputados; Presidente da República, dentre brasileiros
IV – a Mesa de Assembléia Legislativa ou com mais de trinta e cinco e menos de
da Câmara Legislativa do Distrito Federal; sessenta e cinco anos, de notável saber
(Redação dada pela Emenda Constitucional jurídico e reputação ilibada, depois de
nº 45, de 2004) aprovada a escolha pela maioria absoluta
do Senado Federal, sendo: (Redação dada
V – o Governador de Estado ou do Distrito pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Federal; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004) I – um terço dentre juízes dos Tribunais
Regionais Federais e um terço dentre
VI – o Procurador-Geral da República; desembargadores dos Tribunais de Justiça,
indicados em lista tríplice elaborada pelo
VII – o Conselho Federal da Ordem dos próprio Tribunal;
Advogados do Brasil;
II – um terço, em partes iguais, dentre
VIII – partido político com representação no advogados e membros do Ministério Público
Congresso Nacional; Federal, Estadual, do Distrito Federal e

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Territórios, alternadamente, indicados na g) os conflitos de atribuições entre


forma do art. 94. autoridades administrativas e judiciárias
da União, ou entre autoridades judiciárias
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de de um Estado e administrativas de outro ou
Justiça: do Distrito Federal, ou entre as deste e da
I – processar e julgar, originariamente: União;

a) nos crimes comuns, os Governadores dos h) o mandado de injunção, quando a


Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos elaboração da norma regulamentadora for
de responsabilidade, os desembargadores atribuição de órgão, entidade ou autoridade
dos Tribunais de Justiça dos Estados e do federal, da administração direta ou indireta,
Distrito Federal, os membros dos Tribunais excetuados os casos de competência do
de Contas dos Estados e do Distrito Federal, Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da
os dos Tribunais Regionais Federais, dos Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça
Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, do Trabalho e da Justiça Federal;
os membros dos Conselhos ou Tribunais de i) a homologação de sentenças
Contas dos Municípios e os do Ministério estrangeiras e a concessão de exequatur
Público da União que oficiem perante às cartas rogatórias; (Incluída pela Emenda
tribunais; Constitucional nº 45, de 2004)
b) os mandados de segurança e os habeas II – julgar, em recurso ordinário:
data contra ato de Ministro de Estado, dos
Comandantes da Marinha, do Exército e a) os habeas-corpus decididos em única ou
da Aeronáutica ou do próprio Tribunal; última instância pelos Tribunais Regionais
(Redação dada pela Emenda Constitucional Federais ou pelos tribunais dos Estados,
nº 23, de 1999) do Distrito Federal e Territórios, quando a
decisão for denegatória;
c) os habeas corpus, quando o coator
ou paciente for qualquer das pessoas b) os mandados de segurança decididos em
mencionadas na alínea "a", ou quando o única instância pelos Tribunais Regionais
coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Federais ou pelos tribunais dos Estados,
Ministro de Estado ou Comandante da do Distrito Federal e Territórios, quando
Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, denegatória a decisão;
ressalvada a competência da Justiça
Eleitoral; (Redação dada pela Emenda c) as causas em que forem partes Estado
Constitucional nº 23, de 1999) estrangeiro ou organismo internacional, de
um lado, e, do outro, Município ou pessoa
d) os conflitos de competência entre residente ou domiciliada no País;
quaisquer tribunais, ressalvado o disposto
no art. 102, I, "o", bem como entre tribunal III – julgar, em recurso especial, as causas
e juízes a ele não vinculados e entre juízes decididas, em única ou última instância,
vinculados a tribunais diversos; pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos
tribunais dos Estados, do Distrito Federal e
e) as revisões criminais e as ações rescisórias Territórios, quando a decisão recorrida:
de seus julgados;
a) contrariar tratado ou lei federal, ou
f) a reclamação para a preservação de sua negar-lhes vigência;
competência e garantia da autoridade de
suas decisões; b) julgar válido ato de governo local
contestado em face de lei federal; (Redação

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dada pela Emenda Constitucional nº 45, de § 1º A lei disciplinará a remoção ou a
2004) permuta de juízes dos Tribunais Regionais
Federais e determinará sua jurisdição e
c) der a lei federal interpretação divergente sede. (Renumerado do parágrafo único,
da que lhe haja atribuído outro tribunal. pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Parágrafo único. Funcionarão junto ao § 2º Os Tribunais Regionais Federais
Superior Tribunal de Justiça: (Redação dada instalarão a justiça itinerante, com a
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) realização de audiências e demais funções
I – a Escola Nacional de Formação e da atividade jurisdicional, nos limites
Aperfeiçoamento de Magistrados, cabendo- territoriais da respectiva jurisdição,
lhe, dentre outras funções, regulamentar os servindo-se de equipamentos públicos
cursos oficiais para o ingresso e promoção e comunitários. (Incluído pela Emenda
na carreira; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Constitucional nº 45, de 2004) § 3º Os Tribunais Regionais Federais
II – o Conselho da Justiça Federal, cabendo- poderão funcionar descentralizadamente,
lhe exercer, na forma da lei, a supervisão constituindo Câmaras regionais, a fim de
administrativa e orçamentária da Justiça assegurar o pleno acesso do jurisdicionado
Federal de primeiro e segundo graus, à justiça em todas as fases do processo.
como órgão central do sistema e com (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45,
poderes correicionais, cujas decisões terão de 2004)
caráter vinculante. (Incluído pela Emenda Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais
Constitucional nº 45, de 2004) Federais:
Seção IV I – processar e julgar, originariamente:
DOS TRIBUNAIS REGIONAIS
a) os juízes federais da área de sua
FEDERAIS E DOS JUÍZES FEDERAIS jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e
da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns
Art. 106. São órgãos da Justiça Federal:
e de responsabilidade, e os membros do
I – os Tribunais Regionais Federais; Ministério Público da União, ressalvada a
competência da Justiça Eleitoral;
II – os Juízes Federais.
b) as revisões criminais e as ações rescisórias
Art. 107. Os Tribunais Regionais Federais de julgados seus ou dos juízes federais da
compõem-se de, no mínimo, sete juízes, região;
recrutados, quando possível, na respectiva
região e nomeados pelo Presidente da República c) os mandados de segurança e os "habeas-
dentre brasileiros com mais de trinta e menos data" contra ato do próprio Tribunal ou de
de sessenta e cinco anos, sendo: juiz federal;
I – um quinto dentre advogados com mais d) os habeas-corpus, quando a autoridade
de dez anos de efetiva atividade profissional coatora for juiz federal;
e membros do Ministério Público Federal
e) os conflitos de competência entre juízes
com mais de dez anos de carreira;
federais vinculados ao Tribunal;
II – os demais, mediante promoção de
II – julgar, em grau de recurso, as causas
juízes federais com mais de cinco anos de
decididas pelos juízes federais e pelos juízes
exercício, por antigüidade e merecimento,
alternadamente.

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estaduais no exercício da competência VIII – os mandados de segurança e os


federal da área de sua jurisdição. "habeas-data" contra ato de autoridade
federal, excetuados os casos de
Art. 109. Aos juízes federais compete processar competência dos tribunais federais;
e julgar:
IX – os crimes cometidos a bordo de navios
I – as causas em que a União, entidade ou aeronaves, ressalvada a competência da
autárquica ou empresa pública federal Justiça Militar;
forem interessadas na condição de autoras,
rés, assistentes ou oponentes, exceto as X – os crimes de ingresso ou permanência
de falência, as de acidentes de trabalho e irregular de estrangeiro, a execução de carta
as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do rogatória, após o "exequatur", e de sentença
Trabalho; estrangeira, após a homologação, as causas
referentes à nacionalidade, inclusive a
II – as causas entre Estado estrangeiro ou respectiva opção, e à naturalização;
organismo internacional e Município ou
pessoa domiciliada ou residente no País; XI – a disputa sobre direitos indígenas.
III – as causas fundadas em tratado ou § 1º As causas em que a União for autora
contrato da União com Estado estrangeiro serão aforadas na seção judiciária onde
ou organismo internacional; tiver domicílio a outra parte.
IV – os crimes políticos e as infrações penais § 2º As causas intentadas contra a União
praticadas em detrimento de bens, serviços poderão ser aforadas na seção judiciária
ou interesse da União ou de suas entidades em que for domiciliado o autor, naquela
autárquicas ou empresas públicas, onde houver ocorrido o ato ou fato que deu
excluídas as contravenções e ressalvada a origem à demanda ou onde esteja situada a
competência da Justiça Militar e da Justiça coisa, ou, ainda, no Distrito Federal.
Eleitoral;
§ 3º Serão processadas e julgadas na
V – os crimes previstos em tratado ou justiça estadual, no foro do domicílio dos
convenção internacional, quando, iniciada segurados ou beneficiários, as causas em
a execução no País, o resultado tenha ou que forem parte instituição de previdência
devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou social e segurado, sempre que a comarca
reciprocamente; não seja sede de vara do juízo federal, e,
se verificada essa condição, a lei poderá
V – A as causas relativas a direitos humanos permitir que outras causas sejam também
a que se refere o § 5º deste artigo; (Incluído processadas e julgadas pela justiça estadual.
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 4º Na hipótese do parágrafo anterior, o
VI – os crimes contra a organização do recurso cabível será sempre para o Tribunal
trabalho e, nos casos determinados por Regional Federal na área de jurisdição do
lei, contra o sistema financeiro e a ordem juiz de primeiro grau.
econômico-financeira;
§ 5º Nas hipóteses de grave violação de
VII – os habeas-corpus, em matéria direitos humanos, o Procurador-Geral da
criminal de sua competência ou quando República, com a finalidade de assegurar
o constrangimento provier de autoridade o cumprimento de obrigações decorrentes
cujos atos não estejam diretamente sujeitos de tratados internacionais de direitos
a outra jurisdição; humanos dos quais o Brasil seja parte,
poderá suscitar, perante o Superior Tribunal

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de Justiça, em qualquer fase do inquérito (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45,
ou processo, incidente de deslocamento de 2004)
de competência para a Justiça Federal.

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL

CAPÍTULO X II – aos Tribunais de Apelação, sempre


DO HABEAS CORPUS E SEU que os atos de violência ou coação
forem atribuídos aos governadores ou
PROCESSO interventores dos Estados ou Territórios e
ao prefeito do Distrito Federal, ou a seus
Art. 647. Dar-se-á habeas corpus sempre que
secretários, ou aos chefes de Polícia.
alguém sofrer ou se achar na iminência de sofrer
violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir § 1º A competência do juiz cessará sempre
e vir, salvo nos casos de punição disciplinar. que a violência ou coação provier de
autoridade judiciária de igual ou superior
Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal:
jurisdição.
I – quando não houver justa causa;
§ 2º Não cabe o habeas corpus contra a
II – quando alguém estiver preso por mais prisão administrativa, atual ou iminente,
tempo do que determina a lei; dos responsáveis por dinheiro ou valor
pertencente à Fazenda Pública, alcançados
III – quando quem ordenar a coação não ou omissos em fazer o seu recolhimento
tiver competência para fazê-lo; nos prazos legais, salvo se o pedido for
IV – quando houver cessado o motivo que acompanhado de prova de quitação ou
autorizou a coação; de depósito do alcance verificado, ou se a
prisão exceder o prazo legal.
V – quando não for alguém admitido a
prestar fiança, nos casos em que a lei a Art. 651. A concessão do habeas corpus
autoriza; não obstará, nem porá termo ao processo,
desde que este não esteja em conflito com os
VI – quando o processo for manifestamente fundamentos daquela.
nulo;
Art. 652. Se o habeas corpus for concedido
VII – quando extinta a punibilidade. em virtude de nulidade do processo, este será
renovado.
Art. 649. O juiz ou o tribunal, dentro dos limites
da sua jurisdição, fará passar imediatamente Art. 653. Ordenada a soltura do paciente em
a ordem impetrada, nos casos em que tenha virtude de habeas corpus, será condenada nas
cabimento, seja qual for a autoridade coatora. custas a autoridade que, por má-fé ou evidente
abuso de poder, tiver determinado a coação.
Art. 650. Competirá conhecer, originariamente,
do pedido de habeas corpus: Parágrafo único. Neste caso, será
remetida ao Ministério Público cópia das
I – ao Supremo Tribunal Federal, nos casos
peças necessárias para ser promovida a
previstos no Art. 101, I, g, da Constituição;
responsabilidade da autoridade.

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Art. 654. O habeas corpus poderá ser impetrado da lei, e o juiz providenciará para que o
por qualquer pessoa, em seu favor ou de paciente seja tirado da prisão e apresentado
outrem, bem como pelo Ministério Público. em juízo.
§ 1º A petição de habeas corpus conterá: Art. 657. Se o paciente estiver preso, nenhum
motivo escusará a sua apresentação, salvo:
a) o nome da pessoa que sofre ou está
ameaçada de sofrer violência ou coação e I – grave enfermidade do paciente;
o de quem exercer a violência, coação ou
ameaça; Il – não estar ele sob a guarda da pessoa a
quem se atribui a detenção;
b) a declaração da espécie de
constrangimento ou, em caso de simples III – se o comparecimento não tiver sido
ameaça de coação, as razões em que funda determinado pelo juiz ou pelo tribunal.
o seu temor; Parágrafo único. O juiz poderá ir ao local
c) a assinatura do impetrante, ou de em que o paciente se encontrar, se este
alguém a seu rogo, quando não souber ou não puder ser apresentado por motivo de
não puder escrever, e a designação das doença.
respectivas residências. Art. 658. O detentor declarará à ordem de quem
§ 2º Os juízes e os tribunais têm o paciente estiver preso.
competência para expedir de ofício ordem Art. 659. Se o juiz ou o tribunal verificar que
de habeas corpus, quando no curso de já cessou a violência ou coação ilegal, julgará
processo verificarem que alguém sofre ou prejudicado o pedido.
está na iminência de sofrer coação ilegal.
Art. 660. Efetuadas as diligências, e interrogado
Art. 655. O carcereiro ou o diretor da prisão, o paciente, o juiz decidirá, fundamentadamente,
o escrivão, o oficial de justiça ou a autoridade dentro de 24 (vinte e quatro) horas.
judiciária ou policial que embaraçar ou
procrastinar a expedição de ordem de habeas § 1º Se a decisão for favorável ao paciente,
corpus, as informações sobre a causa da prisão, será logo posto em liberdade, salvo se por
a condução e apresentação do paciente, ou outro motivo dever ser mantido na prisão.
a sua soltura, será multado na quantia de
§ 2º Se os documentos que instruírem
duzentos mil-réis a um conto de réis, sem
a petição evidenciarem a ilegalidade da
prejuízo das penas em que incorrer. As multas
coação, o juiz ou o tribunal ordenará que
serão impostas pelo juiz do tribunal que julgar
cesse imediatamente o constrangimento.
o habeas corpus, salvo quando se tratar de
autoridade judiciária, caso em que caberá ao § 3º Se a ilegalidade decorrer do fato de não
Supremo Tribunal Federal ou ao Tribunal de ter sido o paciente admitido a prestar fiança,
Apelação impor as multas. o juiz arbitrará o valor desta, que poderá
ser prestada perante ele, remetendo, neste
Art. 656. Recebida a petição de habeas
caso, à autoridade os respectivos autos,
corpus, o juiz, se julgar necessário, e estiver
para serem anexados aos do inquérito
preso o paciente, mandará que este Ihe seja
policial ou aos do processo judicial.
imediatamente apresentado em dia e hora que
designar. § 4º Se a ordem de habeas corpus for
concedida para evitar ameaça de violência
Parágrafo único. Em caso de desobediência,
ou coação ilegal, dar-se-á ao paciente salvo-
será expedido mandado de prisão contra
conduto assinado pelo juiz.
o detentor, que será processado na forma

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§ 5º Será incontinenti enviada cópia da Parágrafo único. A decisão será tomada
decisão à autoridade que tiver ordenado a por maioria de votos. Havendo empate,
prisão ou tiver o paciente à sua disposição, se o presidente não tiver tomado parte na
a fim de juntar-se aos autos do processo. votação, proferirá voto de desempate; no
caso contrário, prevalecerá a decisão mais
§ 6º Quando o paciente estiver preso em favorável ao paciente.
lugar que não seja o da sede do juízo ou
do tribunal que conceder a ordem, o alvará Art. 665. O secretário do tribunal lavrará
de soltura será expedido pelo telégrafo, a ordem que, assinada pelo presidente do
se houver, observadas as formalidades tribunal, câmara ou turma, será dirigida, por
estabelecidas no art. 289, parágrafo único, ofício ou telegrama, ao detentor, ao carcereiro
in fine, ou por via postal. ou autoridade que exercer ou ameaçar exercer
o constrangimento.
Art. 661. Em caso de competência originária
do Tribunal de Apelação, a petição de habeas Parágrafo único. A ordem transmitida por
corpus será apresentada ao secretário, que telegrama obedecerá ao disposto no art.
a enviará imediatamente ao presidente do 289, parágrafo único, in fine.
tribunal, ou da câmara criminal, ou da turma,
que estiver reunida, ou primeiro tiver de reunir- Art. 666. Os regimentos dos Tribunais
se. de Apelação estabelecerão as normas
complementares para o processo e julgamento
Art. 662. Se a petição contiver os requisitos do pedido de habeas corpus de sua competência
do art. 654, § 1o, o presidente, se necessário, originária.
requisitará da autoridade indicada como
coatora informações por escrito. Faltando, Art. 667. No processo e julgamento do habeas
porém, qualquer daqueles requisitos, o corpus de competência originária do Supremo
presidente mandará preenchê-lo, logo que Ihe Tribunal Federal, bem como nos de recurso
for apresentada a petição. das decisões de última ou única instância,
denegatórias de habeas corpus, observar-se-á,
Art. 663. As diligências do artigo anterior não no que Ihes for aplicável, o disposto nos artigos
serão ordenadas, se o presidente entender que anteriores, devendo o regimento interno do
o habeas corpus deva ser indeferido in limine. tribunal estabelecer as regras complementares.
Nesse caso, levará a petição ao tribunal, câmara
ou turma, para que delibere a respeito.
Art. 664. Recebidas as informações, ou
dispensadas, o habeas corpus será julgado na
primeira sessão, podendo, entretanto, adiar-se
o julgamento para a sessão seguinte.

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MATERIAL COMPLEMENTAR

1. CONCEITO: É UMA AÇÃO PENAL CONSTITUCIONAL COM RITO PRÓPRIO ONDE DESEJA-SE
PRESEVAR O DIREITO LIVRE LOCOMOÇÃO (DIREITO À LIBERDADE)
2. NATUREZA JURÍDICA: AÇÃO DE CONHECIMENTO
3. ESPÉCIES:
•• LIBERATÓRIO OU REPRESSIVO
•• PREVENTIVO
4. DIREITO LÍQUIDO E CERTO: ART. 5º,LXVIII, CF
5. HIPÓTESES DE CABIMENTO: ART. 647, CPP
6. COMPETÊNCIA PARA O PROCESSO E JULGAMENTO: ART. 650, CPP: VER ARTS. 102,
105, 108,109, CF E A COMPETÊNCIA DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA NAS CONSTITUIÇÕES
ESTADUAIS)
7. SUJEITO ATIVO E PASSIVO:
•• ATIVO: QUALQUER PESSOA (IMPETRANTE E PACIENTE)
•• PASSIVO: AUTORIDADE OU NÃO (IMPETRADO)
8. ART. 654,PAR. 1º,CPP: PETIÇÃO DO HABEAS CORPUS
9. PROCESSAMENTO: ART. 660 E PARÁGRAFOS AO ART. 665, CPP
10. IMPOSSIBILIDADE DE DILAÇÃO PROBATÓRIA E LEITURA DAS SÚMULAS DO STF

Linha do Processo
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Direito Processual Penal


Direito Penal

Código Penal Código de Processo Penal

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Direito Processual Penal

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

CAPÍTULO III e os Comandantes da Marinha, do Exército


e da Aeronáutica, ressalvado o disposto
DO PODER JUDICIÁRIO
no art. 52, I, os membros dos Tribunais
Superiores, os do Tribunal de Contas da
Seção II
União e os chefes de missão diplomática de
DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL caráter permanente; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 23, de 1999)
Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-
se de onze Ministros, escolhidos dentre d) o habeas-corpus, sendo paciente
cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de qualquer das pessoas referidas nas alíneas
sessenta e cinco anos de idade, de notável saber anteriores; o mandado de segurança e o
jurídico e reputação ilibada. habeas-data contra atos do Presidente
da República, das Mesas da Câmara dos
Parágrafo único. Os Ministros do Supremo
Deputados e do Senado Federal, do Tribunal
Tribunal Federal serão nomeados pelo
de Contas da União, do Procurador-Geral da
Presidente da República, depois de
República e do próprio Supremo Tribunal
aprovada a escolha pela maioria absoluta
Federal;
do Senado Federal.
e) o litígio entre Estado estrangeiro ou
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal,
organismo internacional e a União, o
precipuamente, a guarda da Constituição,
Estado, o Distrito Federal ou o Território;
cabendo-lhe:
f) as causas e os conflitos entre a União e
I – processar e julgar, originariamente:
os Estados, a União e o Distrito Federal, ou
a) a ação direta de inconstitucionalidade de entre uns e outros, inclusive as respectivas
lei ou ato normativo federal ou estadual e a entidades da administração indireta;
ação declaratória de constitucionalidade de
g) a extradição solicitada por Estado
lei ou ato normativo federal; (Redação dada
estrangeiro;
pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
h) (Revogado pela Emenda Constitucional
b) nas infrações penais comuns, o
nº 45, de 2004)
Presidente da República, o Vice-Presidente,
os membros do Congresso Nacional, seus i) o habeas corpus, quando o coator for
próprios Ministros e o Procurador-Geral da Tribunal Superior ou quando o coator ou
República; o paciente for autoridade ou funcionário
cujos atos estejam sujeitos diretamente à
c) nas infrações penais comuns e nos crimes
jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou
de responsabilidade, os Ministros de Estado
se trate de crime sujeito à mesma jurisdição

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em uma única instância; (Redação dada b) o crime político;
pela Emenda Constitucional nº 22, de 1999)
III – julgar, mediante recurso extraordinário,
j) a revisão criminal e a ação rescisória de as causas decididas em única ou última
seus julgados; instância, quando a decisão recorrida:
l) a reclamação para a preservação de sua a) contrariar dispositivo desta Constituição;
competência e garantia da autoridade de
suas decisões; b) declarar a inconstitucionalidade de
tratado ou lei federal;
m) a execução de sentença nas causas de
sua competência originária, facultada a c) julgar válida lei ou ato de governo local
delegação de atribuições para a prática de contestado em face desta Constituição.
atos processuais; d) julgar válida lei local contestada em
n) a ação em que todos os membros da face de lei federal. (Incluída pela Emenda
magistratura sejam direta ou indiretamente Constitucional nº 45, de 2004)
interessados, e aquela em que mais da § 1º A argüição de descumprimento
metade dos membros do tribunal de de preceito fundamental, decorrente
origem estejam impedidos ou sejam direta desta Constituição, será apreciada pelo
ou indiretamente interessados; Supremo Tribunal Federal, na forma da
o) os conflitos de competência entre o lei. (Transformado do parágrafo único em
Superior Tribunal de Justiça e quaisquer § 1º pela Emenda Constitucional nº 3, de
tribunais, entre Tribunais Superiores, ou 17/03/93)
entre estes e qualquer outro tribunal; § 2º As decisões definitivas de mérito,
p) o pedido de medida cautelar das ações proferidas pelo Supremo Tribunal Federal,
diretas de inconstitucionalidade; nas ações diretas de inconstitucionalidade
e nas ações declaratórias de
q) o mandado de injunção, quando a constitucionalidade produzirão eficácia
elaboração da norma regulamentadora contra todos e efeito vinculante,
for atribuição do Presidente da República, relativamente aos demais órgãos do Poder
do Congresso Nacional, da Câmara dos Judiciário e à administração pública direta
Deputados, do Senado Federal, das e indireta, nas esferas federal, estadual e
Mesas de uma dessas Casas Legislativas, municipal. (Redação dada pela Emenda
do Tribunal de Contas da União, de um Constitucional nº 45, de 2004)
dos Tribunais Superiores, ou do próprio
Supremo Tribunal Federal; § 3º No recurso extraordinário o recorrente
deverá demonstrar a repercussão geral das
r) as ações contra o Conselho Nacional de questões constitucionais discutidas no caso,
Justiça e contra o Conselho Nacional do nos termos da lei, a fim de que o Tribunal
Ministério Público; (Incluída pela Emenda examine a admissão do recurso, somente
Constitucional nº 45, de 2004) podendo recusá-lo pela manifestação de
dois terços de seus membros. (Incluída pela
II – julgar, em recurso ordinário: Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
a) o habeas-corpus, o mandado de Art. 103. Podem propor a ação direta de
segurança, o habeas-data e o mandado inconstitucionalidade e a ação declaratória
de injunção decididos em única instância de constitucionalidade: (Redação dada pela
pelos Tribunais Superiores, se denegatória Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
a decisão;

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Direito Processual Penal – Revisão Criminal – Prof. Joerberth Nunes

I – o Presidente da República; Seção III


II – a Mesa do Senado Federal; DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
III – a Mesa da Câmara dos Deputados; Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-
se de, no mínimo, trinta e três Ministros.
IV – a Mesa de Assembléia Legislativa ou
da Câmara Legislativa do Distrito Federal; Parágrafo único. Os Ministros do Superior
(Redação dada pela Emenda Constitucional Tribunal de Justiça serão nomeados pelo
nº 45, de 2004) Presidente da República, dentre brasileiros
com mais de trinta e cinco e menos de
V – o Governador de Estado ou do Distrito sessenta e cinco anos, de notável saber
Federal; (Redação dada pela Emenda jurídico e reputação ilibada, depois de
Constitucional nº 45, de 2004) aprovada a escolha pela maioria absoluta
VI – o Procurador-Geral da República; do Senado Federal, sendo: (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VII – o Conselho Federal da Ordem dos
Advogados do Brasil; I – um terço dentre juízes dos Tribunais
Regionais Federais e um terço dentre
VIII – partido político com representação no desembargadores dos Tribunais de Justiça,
Congresso Nacional; indicados em lista tríplice elaborada pelo
próprio Tribunal;
IX – confederação sindical ou entidade de
classe de âmbito nacional. II – um terço, em partes iguais, dentre
advogados e membros do Ministério Público
§ 1º O Procurador-Geral da República
Federal, Estadual, do Distrito Federal e
deverá ser previamente ouvido nas ações
Territórios, alternadamente, indicados na
de inconstitucionalidade e em todos os
forma do art. 94.
processos de competência do Supremo
Tribunal Federal. Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de
Justiça:
§ 2º Declarada a inconstitucionalidade por
omissão de medida para tornar efetiva I – processar e julgar, originariamente:
norma constitucional, será dada ciência
ao Poder competente para a adoção das a) nos crimes comuns, os Governadores dos
providências necessárias e, em se tratando Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos
de órgão administrativo, para fazê-lo em de responsabilidade, os desembargadores
trinta dias. dos Tribunais de Justiça dos Estados e do
Distrito Federal, os membros dos Tribunais
§ 3º Quando o Supremo Tribunal Federal de Contas dos Estados e do Distrito Federal,
apreciar a inconstitucionalidade, em tese, os dos Tribunais Regionais Federais, dos
de norma legal ou ato normativo, citará, Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho,
previamente, o Advogado-Geral da União, os membros dos Conselhos ou Tribunais de
que defenderá o ato ou texto impugnado. Contas dos Municípios e os do Ministério
Público da União que oficiem perante
§ 4º (Revogado pela Emenda Constitucional
tribunais;
nº 45, de 2004)
b) os mandados de segurança e os habeas
data contra ato de Ministro de Estado, dos
Comandantes da Marinha, do Exército e
da Aeronáutica ou do próprio Tribunal;

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(Redação dada pela Emenda Constitucional Estados, do Distrito Federal e Territórios,
nº 23, de 1999) quando a decisão for denegatória;
c) os habeas corpus, quando o coator b) os mandados de segurança decididos em
ou paciente for qualquer das pessoas única instância pelos Tribunais Regionais
mencionadas na alínea a, ou quando o Federais ou pelos tribunais dos Estados,
coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, do Distrito Federal e Territórios, quando
Ministro de Estado ou Comandante da denegatória a decisão;
Marinha, do Exército ou da Aeronáutica,
ressalvada a competência da Justiça c) as causas em que forem partes Estado
Eleitoral; (Redação dada pela Emenda estrangeiro ou organismo internacional, de
Constitucional nº 23, de 1999) um lado, e, do outro, Município ou pessoa
residente ou domiciliada no País;
d) os conflitos de competência entre
quaisquer tribunais, ressalvado o disposto III – julgar, em recurso especial, as causas
no art. 102, I, "o", bem como entre tribunal decididas, em única ou última instância,
e juízes a ele não vinculados e entre juízes pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos
vinculados a tribunais diversos; tribunais dos Estados, do Distrito Federal e
Territórios, quando a decisão recorrida:
e) as revisões criminais e as ações rescisórias
de seus julgados; a) contrariar tratado ou lei federal, ou
negar-lhes vigência;
f) a reclamação para a preservação de sua
competência e garantia da autoridade de b) julgar válido ato de governo local
suas decisões; contestado em face de lei federal; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 45, de
g) os conflitos de atribuições entre 2004)
autoridades administrativas e judiciárias
da União, ou entre autoridades judiciárias c) der a lei federal interpretação divergente
de um Estado e administrativas de outro ou da que lhe haja atribuído outro tribunal.
do Distrito Federal, ou entre as deste e da Parágrafo único. Funcionarão junto ao
União; Superior Tribunal de Justiça: (Redação dada
h) o mandado de injunção, quando a pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
elaboração da norma regulamentadora for I – a Escola Nacional de Formação e
atribuição de órgão, entidade ou autoridade Aperfeiçoamento de Magistrados, cabendo-
federal, da administração direta ou indireta, lhe, dentre outras funções, regulamentar os
excetuados os casos de competência do cursos oficiais para o ingresso e promoção
Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da na carreira; (Incluído pela Emenda
Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça Constitucional nº 45, de 2004)
do Trabalho e da Justiça Federal;
II – o Conselho da Justiça Federal, cabendo-
i) a homologação de sentenças lhe exercer, na forma da lei, a supervisão
estrangeiras e a concessão de exequatur administrativa e orçamentária da Justiça
às cartas rogatórias; (Incluída pela Emenda Federal de primeiro e segundo graus,
Constitucional nº 45, de 2004) como órgão central do sistema e com
II – julgar, em recurso ordinário: poderes correicionais, cujas decisões terão
caráter vinculante. (Incluído pela Emenda
a) os "habeas-corpus" decididos em Constitucional nº 45, de 2004)
única ou última instância pelos Tribunais
Regionais Federais ou pelos tribunais dos

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Direito Processual Penal – Revisão Criminal – Prof. Joerberth Nunes

Seção IV Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais


DOS TRIBUNAIS REGIONAIS Federais:
FEDERAIS E DOS JUÍZES FEDERAIS I – processar e julgar, originariamente:

Art. 106. São órgãos da Justiça Federal: a) os juízes federais da área de sua
jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e
I – os Tribunais Regionais Federais; da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns
II – os Juízes Federais. e de responsabilidade, e os membros do
Ministério Público da União, ressalvada a
Art. 107. Os Tribunais Regionais Federais competência da Justiça Eleitoral;
compõem-se de, no mínimo, sete juízes,
recrutados, quando possível, na respectiva b) as revisões criminais e as ações rescisórias
região e nomeados pelo Presidente da República de julgados seus ou dos juízes federais da
dentre brasileiros com mais de trinta e menos região;
de sessenta e cinco anos, sendo: c) os mandados de segurança e os habeas-
I – um quinto dentre advogados com mais data contra ato do próprio Tribunal ou de
de dez anos de efetiva atividade profissional juiz federal;
e membros do Ministério Público Federal d) os habeas-corpus, quando a autoridade
com mais de dez anos de carreira; coatora for juiz federal;
II – os demais, mediante promoção de e) os conflitos de competência entre juízes
juízes federais com mais de cinco anos de federais vinculados ao Tribunal;
exercício, por antigüidade e merecimento,
alternadamente. II – julgar, em grau de recurso, as causas
decididas pelos juízes federais e pelos juízes
§ 1º A lei disciplinará a remoção ou a estaduais no exercício da competência
permuta de juízes dos Tribunais Regionais federal da área de sua jurisdição.
Federais e determinará sua jurisdição e
sede. (Renumerado do parágrafo único,
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) CÓDIGO DE PROCESSO PENAL
§ 2º Os Tribunais Regionais Federais
instalarão a justiça itinerante, com a
realização de audiências e demais funções
da atividade jurisdicional, nos limites CAPÍTULO VII
territoriais da respectiva jurisdição, DA REVISÃO
servindo-se de equipamentos públicos
e comunitários. (Incluído pela Emenda Art. 621. A revisão dos processos findos será
Constitucional nº 45, de 2004) admitida:

§ 3º Os Tribunais Regionais Federais I – quando a sentença condenatória for


poderão funcionar descentralizadamente, contrária ao texto expresso da lei penal ou à
constituindo Câmaras regionais, a fim de evidência dos autos;
assegurar o pleno acesso do jurisdicionado
II – quando a sentença condenatória
à justiça em todas as fases do processo.
se fundar em depoimentos, exames ou
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45,
documentos comprovadamente falsos;
de 2004)
III – quando, após a sentença, se
descobrirem novas provas de inocência

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do condenado ou de circunstância que § 1º O requerimento será instruído com
determine ou autorize diminuição especial a certidão de haver passado em julgado
da pena. a sentença condenatória e com as peças
necessárias à comprovação dos fatos
Art. 622. A revisão poderá ser requerida em arguidos.
qualquer tempo, antes da extinção da pena ou
após. § 2º O relator poderá determinar que se
apensem os autos originais, se daí não
Parágrafo único. Não será admissível a advier dificuldade à execução normal da
reiteração do pedido, salvo se fundado em sentença.
novas provas.
§ 3º Se o relator julgar insuficientemente
Art. 623. A revisão poderá ser pedida pelo instruído o pedido e inconveniente ao
próprio réu ou por procurador legalmente interesse da justiça que se apensem os
habilitado ou, no caso de morte do réu, pelo autos originais, indeferi-lo-á in limine,
cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. dando recurso para as câmaras reunidas ou
Art. 624. As revisões criminais serão processadas para o tribunal, conforme o caso (art. 624,
e julgadas: parágrafo único).

I – pelo Supremo Tribunal Federal, quanto § 4º Interposto o recurso por petição e


às condenações por ele proferidas; independentemente de termo, o relator
apresentará o processo em mesa para o
II – pelo Tribunal Federal de Recursos, julgamento e o relatará, sem tomar parte na
Tribunais de Justiça ou de Alçada, nos discussão.
demais casos
§ 5º Se o requerimento não for indeferido
§ 1º No Supremo Tribunal Federal e no in limine, abrir-se-á vista dos autos ao
Tribunal Federal de Recursos o processo procurador-geral, que dará parecer no
e julgamento obedecerão ao que for prazo de dez dias. Em seguida, examinados
estabelecido no respectivo regimento os autos, sucessivamente, em igual prazo,
interno. pelo relator e revisor, julgar-se-á o pedido
na sessão que o presidente designar.
§ 2º Nos Tribunais de Justiça ou de Alçada,
o julgamento será efetuado pelas câmaras Art. 626. Julgando procedente a revisão, o
ou turmas criminais, reunidas em sessão tribunal poderá alterar a classificação da
conjunta, quando houver mais de uma, e, infração, absolver o réu, modificar a pena ou
no caso contrário, pelo tribunal pleno. anular o processo.
§ 3º Nos tribunais onde houver quatro ou Parágrafo único. De qualquer maneira, não
mais câmaras ou turmas criminais, poderão poderá ser agravada a pena imposta pela
ser constituídos dois ou mais grupos de decisão revista.
câmaras ou turmas para o julgamento de
revisão, obedecido o que for estabelecido Art. 627. A absolvição implicará o
no respectivo regimento interno. restabelecimento de todos os direitos perdidos
em virtude da condenação, devendo o tribunal,
Art. 625. O requerimento será distribuído a se for caso, impor a medida de segurança
um relator e a um revisor, devendo funcionar cabível.
como relator um desembargador que não tenha
pronunciado decisão em qualquer fase do Art. 628. Os regimentos internos dos Tribunais
processo. de Apelação estabelecerão as normas

220 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Penal – Revisão Criminal – Prof. Joerberth Nunes

complementares para o processo e julgamento § 2º A indenização não será devida:


das revisões criminais.
a) se o erro ou a injustiça da condenação
Art. 629. À vista da certidão do acórdão que proceder de ato ou falta imputável ao
cassar a sentença condenatória, o juiz mandará próprio impetrante, como a confissão ou a
juntá-la imediatamente aos autos, para inteiro ocultação de prova em seu poder;
cumprimento da decisão.
b) se a acusação houver sido meramente
Art. 630. O tribunal, se o interessado o requerer, privada.
poderá reconhecer o direito a uma justa
indenização pelos prejuízos sofridos. Art. 631. Quando, no curso da revisão, falecer a
pessoa, cuja condenação tiver de ser revista, o
§ 1º Por essa indenização, que será presidente do tribunal nomeará curador para a
liquidada no juízo cível, responderá a União, defesa.
se a condenação tiver sido proferida pela
justiça do Distrito Federal ou de Território,
ou o Estado, se o tiver sido pela respectiva
justiça.

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MATERIAL COMPLEMENTAR

1. CONCEITO: É UMA AÇÃO PENAL DE NATUREZA CONSTITUTIVA QUE SE VISA REVER, EM


REGRA, UMA DECISÃO JUDICIAL CONDENATÓRIA, COM O TRÂNSITO EM JULGADO. É DE
NATUREZA EXCLUSIVA DO RÉU.
2. ART. 61, CPP: HIPÓTESES DE CABIMENTO
3. ART. 622, CPP: TEMPO PARA AJUIZAMENTO E REITERAÇÃO DO PEDIDO
4. ART. 623, CPP: SUJEITO ATIVO
5. ÓRGÃO DE COMPETÊNCIA PARA O AJUIZAMENTO: ART. 624,CPP: É COMPETÊNCIA
ORIGINÁRIA DOS TRIBUNAIS ( VER ARTS. 102, 105, 108, CF)
6. ART. 625, CPP: PROCESSAMENTO DA REVISÃO CRIMINAL
7. ART. 626, CPP: TIPOS DE DECISÃO
8. ART. 627, CPP: EFEITOS DA ABSOLVIÇÃO
9. ART. 630,CPP: DO DIREITO DE INDENIAÇÃO
10. NATUREZA: AÇÃO AUTÔNOMA DE IMPUGNAÇÃO

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Direito Processual Penal

TÍTULO II § 2º A petição de interposição de recurso,


com o despacho do juiz, será, até o dia
Dos Recursos em Geral seguinte ao último do prazo, entregue
ao escrivão, que certificará no termo da
juntada a data da entrega.
§ 3º Interposto por termo o recurso, o
CAPÍTULO I escrivão, sob pena de suspensão por dez a
DISPOSIÇÕES GERAIS trinta dias, fará conclusos os autos ao juiz,
até o dia seguinte ao último do prazo.
Art. 574. Os recursos serão voluntários,
excetuando-se os seguintes casos, em que Art. 579. Salvo a hipótese de má-fé, a parte
deverão ser interpostos, de ofício, pelo juiz: não será prejudicada pela interposição de um
recurso por outro.
I – da sentença que conceder habeas
corpus; Parágrafo único. Se o juiz, desde logo,
reconhecer a impropriedade do recurso
II – da que absolver desde logo o réu com interposto pela parte, mandará processá-lo
fundamento na existência de circunstância de acordo com o rito do recurso cabível.
que exclua o crime ou isente o réu de pena,
nos termos do art. 411. Art. 580. No caso de concurso de agentes (Código
Penal, art. 25), a decisão do recurso interposto
Art. 575. Não serão prejudicados os recursos por um dos réus, se fundado em motivos que
que, por erro, falta ou omissão dos funcionários, não sejam de caráter exclusivamente pessoal,
não tiverem seguimento ou não forem aproveitará aos outros.
apresentados dentro do prazo.
Art. 576. O Ministério Público não poderá
desistir de recurso que haja interposto.
Art. 577. O recurso poderá ser interposto pelo
Ministério Público, ou pelo querelante, ou pelo
réu, seu procurador ou seu defensor.
Parágrafo único. Não se admitirá,
entretanto, recurso da parte que não tiver
interesse na reforma ou modificação da
decisão.
Art. 578. O recurso será interposto por
petição ou por termo nos autos, assinado pelo
recorrente ou por seu representante.
§ 1º Não sabendo ou não podendo o réu
assinar o nome, o termo será assinado por
alguém, a seu rogo, na presença de duas
testemunhas.

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MATERIAL COMPLEMENTAR:

1. CONCEITO DE RECURSO: É O DIREITO DE REVER UMA DECISÃO JUDICIAL PELA INSTÂNCIA


SUPERIOR DENTRO DOS REQUISITOS LEGAIS.
2. NATUREZA JURÍDICA: DIREITO DE AÇÃO
3. CARACTERÍSTICAS:
•• VOLUNTARIEDADE
•• TEMPESTIVIDADE
•• TAXATIVIDADE
4. EFEITOS ;
•• DEVOLUTIVO
•• SUSPENSIVO
5. ART. 574, CPP: RECURSO DE OFÍCIO OU DENOMINADO REEXAME NECESSÁRIO
6. ART. 576, CPP: PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE RECURSAL
7. ART. 577 E P.U., CPP: PRESSUPOSTO SUBJETIVO DE ADMISSIBILIDADE DOS RECURSOS:
INTERESSE RECURAL
8. ART. 578, CPP: PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE DOS RECURSOS
•• PRESSUPOSTOS OBJETIVOS:
•• CABIMENTO
•• ADEQUAÇÃO
•• TEMPESTIVIDADE
•• PRESSUPOSTOS SUBJTIVOS:
•• INTERESSE DA PARTE
•• LEGITIMIDADE
•• IMPEDIMENTOS AO PROCESSAMENTO DOS RECURSOS:
•• DESISTÊNCIA: O RÉU, POR MEIO DE SEU DEFENSOR, NÃO MAIS QUER DAR ANDAMENTO
AO RECURSO. NÃO OCORRE NO TOCANTE AO MP (ART. 576, CPP)
•• RENÚNCIA: ANTES DE AJUIZAR O RECURSO, PODE A PARTE INFORMAR QUE NÃO
DESEJA RECORRER.
•• DESERÇÃO: O RÉU NÃO PAGA AS CUSTAS DEVIDAS (ART. 806,PAR. 2º PARTE FINAL,CPP)
OU, SE FOR O CASO, NÃO FAZ O TRASLADO DEVIDO DE PEÇAS DOS REFERIDOS AUTOS
(ART. 601, PAR. 1º, CPP, AINDA QUE NÃO ESTEJA PREVISTO NESTE DISPOSITIVO LEGAL
A DESERÇÃO)
9. ART. 579, CPP: PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE RECURSAL
10. ART. 580, CPP: AMPLIAÇÃO DOS EFEITOS DOS RECURSOS A TODOS OS RÉUS, DESDE QUE
NÃO SE REFIRA A CONDIÇÕES DE CARÁTER PESSOAL

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Direito Processual Penal – Recursos em Geral – Prof. Joerberth Nunes

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Direito Processual Penal – Recursos em Espécie – Prof. Joeberth Nunes

Slides – Recursos Em Espécie.

Recursos em Espécie
Linha do Processo

Direito Processual Penal


Direito Penal

Código Penal Código de Processo Penal

Recursos em Espécie
TÍTULO II
Dos Recursos em Geral
CAPÍTULO II
DO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO
Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou
sentença:
I – que não receber a denúncia ou a queixa;
II – que concluir pela incompetência do juízo;
III – que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição;
IV – que pronunciar o réu; (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
V – que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança,
indeferir requerimento de prisão preventiva ou revogá-la, conceder
liberdade provisória ou relaxar a prisão em flagrante; (Redação dada
pela Lei nº 7.780, de 22.6.1989)

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Recursos em Espécie
VI – (Revogado pela Lei nº 11.689, de 2008)
VII – que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor;
VIII – que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a
punibilidade;
IX – que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra
causa extintiva da punibilidade;
X – que conceder ou negar a ordem de habeas corpus;
XI – que conceder, negar ou revogar a suspensão condicional da pena;
XII – que conceder, negar ou revogar livramento condicional;
XIII – que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte;
XIV – que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir;
XV – que denegar a apelação ou a julgar deserta;
XVI – que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão
prejudicial;

Recursos em Espécie
XVII – que decidir sobre a unificação de penas;
XVIII – que decidir o incidente de falsidade;
XIX – que decretar medida de segurança, depois de transitar a sentença em
julgado;
XX – que impuser medida de segurança por transgressão de outra;
XXI – que mantiver ou substituir a medida de segurança, nos casos do art. 774;
XXII – que revogar a medida de segurança;
XXIII – que deixar de revogar a medida de segurança, nos casos em que a lei
admita a revogação;
XXIV – que converter a multa em detenção ou em prisão simples.
Art. 582. Os recursos serão sempre para o Tribunal de Apelação, salvo nos casos
dos números V, X e XIV.
Parágrafo único. O recurso, no caso do no XIV, será para o presidente do
Tribunal de Apelação.

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Direito Processual Penal – Recursos em Espécie – Prof. Joeberth Nunes

Recursos em Espécie
Art. 583. Subirão nos próprios autos os recursos:
I – quando interpostos de oficio;
II – nos casos do art. 581, I, III, IV, VI, VIII e X;
III – quando o recurso não prejudicar o andamento do processo.
Parágrafo único. O recurso da pronúncia subirá em traslado, quando,
havendo dois ou mais réus, qualquer deles se conformar com a decisão ou
todos não tiverem sido ainda intimados da pronúncia.
Art. 584. Os recursos terão efeito suspensivo nos casos de perda da fiança, de
concessão de livramento condicional e dos ns. XV, XVII e XXIV do art. 581.
§ 1º Ao recurso interposto de sentença de impronúncia ou no caso do no
VIII do art. 581, aplicar-se-á o disposto nos arts. 596 e 598.
§ 2º O recurso da pronúncia suspenderá tão-somente o julgamento.
§ 3º O recurso do despacho que julgar quebrada a fiança suspenderá
unicamente o efeito de perda da metade do seu valor.

Recursos em Espécie
Art. 585. O réu não poderá recorrer da pronúncia senão depois
de preso, salvo se prestar fiança, nos casos em que a lei a admitir.
Art. 586. O recurso voluntário poderá ser interposto no prazo de cinco dias.
Parágrafo único. No caso do art. 581, XIV, o prazo será de vinte dias,
contado da data da publicação definitiva da lista de jurados.
Art. 587. Quando o recurso houver de subir por instrumento, a parte indicará,
no respectivo termo, ou em requerimento avulso, as peças dos autos de que
pretenda traslado.
Parágrafo único. O traslado será extraído, conferido e concertado no prazo
de cinco dias, e dele constarão sempre a decisão recorrida, a certidão de
sua intimação, se por outra forma não for possível verificar-se a
oportunidade do recurso, e o termo de interposição.

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Recursos em Espécie
Art. 588. Dentro de dois dias, contados da interposição do recurso,
ou do dia em que o escrivão, extraído o traslado, o fizer com vista ao
recorrente, este oferecerá as razões e, em seguida, será aberta vista ao
recorrido por igual prazo.
Parágrafo único. Se o recorrido for o réu, será intimado do prazo na pessoa
do defensor.
Art. 589. Com a resposta do recorrido ou sem ela, será o recurso concluso ao
juiz, que, dentro de dois dias, reformará ou sustentará o seu despacho,
mandando instruir o recurso com os traslados que lhe parecerem necessários.
Parágrafo único. Se o juiz reformar o despacho recorrido, a parte contrária,
por simples petição, poderá recorrer da nova decisão, se couber recurso,
não sendo mais lícito ao juiz modificá-la. Neste caso, independentemente
de novos arrazoados, subirá o recurso nos próprios autos ou em traslado.

Recursos em Espécie
Art. 590. Quando for impossível ao escrivão extrair o traslado no
prazo da lei, poderá o juiz prorrogá-lo até o dobro.
Art. 591. Os recursos serão apresentados ao juiz ou tribunal ad quem, dentro
de cinco dias da publicação da resposta do juiz a quo, ou entregues ao Correio
dentro do mesmo prazo.
Art. 592. Publicada a decisão do juiz ou do tribunal ad quem, deverão os autos
ser devolvidos, dentro de cinco dias, ao juiz a quo.
CAPÍTULO III
DA APELAÇÃO
Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias:
I – das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por
juiz singular;
II – das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por juiz
singular nos casos não previstos no Capítulo anterior;

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Direito Processual Penal – Recursos em Espécie – Prof. Joeberth Nunes

Recursos em Espécie
III – das decisões do Tribunal do Júri, quando:
a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia;
b) for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão
dos jurados;
c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de
segurança;
d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos.
§ 1º Se a sentença do juiz-presidente for contrária à lei expressa ou divergir
das respostas dos jurados aos quesitos, o tribunal ad quem fará a devida
retificação.
§ 2º Interposta a apelação com fundamento no no III, c, deste artigo, o
tribunal ad quem, se lhe der provimento, retificará a aplicação da pena ou
da medida de segurança.

Recursos em Espécie
§ 3º Se a apelação se fundar no no III, d, deste artigo, e o tribunal
ad quem se convencer de que a decisão dos jurados é manifestamente
contrária à prova dos autos, dar-lhe-á provimento para sujeitar o réu a
novo julgamento; não se admite, porém, pelo mesmo motivo, segunda
apelação.
§ 4º Quando cabível a apelação, não poderá ser usado o recurso em
sentido estrito, ainda que somente de parte da decisão se recorra.
Art. 594. (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).
Art. 595. (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 596. A apelação da sentença absolutória não impedirá que o réu seja
posto imediatamente em liberdade.
Parágrafo único. A apelação não suspenderá a execução da medida de
segurança aplicada provisoriamente.

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Recursos em Espécie
Art. 597. A apelação de sentença condenatória terá efeito suspensivo
salvo o disposto no art. 393, a aplicação provisória de interdições de direitos e
de medidas de segurança (arts. 374 e 378), e o caso de suspensão condicional
de pena.
Art. 598. Nos crimes de competência do Tribunal do Júri, ou do juiz singular, se
da sentença não for interposta apelação pelo Ministério Público no prazo
legal, o ofendido ou qualquer das pessoas enumeradas no art. 31, ainda que
não se tenha habilitado como assistente, poderá interpor apelação, que não
terá, porém, efeito suspensivo.
Parágrafo único. O prazo para interposição desse recurso será de quinze
dias e correrá do dia em que terminar o do Ministério Público.
Art. 599. As apelações poderão ser interpostas quer em relação a todo o
julgado, quer em relação a parte dele.

Recursos em Espécie
Art. 600. Assinado o termo de apelação, o apelante e, depois dele, o
apelado terão o prazo de oito dias cada um para oferecer razões, salvo nos
processos de contravenção, em que o prazo será de três dias.
§ 1º Se houver assistente, este arrazoará, no prazo de três dias, após o
Ministério Público.
§ 2º Se a ação penal for movida pela parte ofendida, o Ministério Público
terá vista dos autos, no prazo do parágrafo anterior.
§ 3º Quando forem dois ou mais os apelantes ou apelados, os prazos serão
comuns.
§ 4º Se o apelante declarar, na petição ou no termo, ao interpor a
apelação, que deseja arrazoar na superior instância serão os autos
remetidos ao tribunal ad quem onde será aberta vista às partes,
observados os prazos legais, notificadas as partes pela publicação oficial.

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Direito Processual Penal – Recursos em Espécie – Prof. Joeberth Nunes

Recursos em Espécie
Art. 601. Findos os prazos para razões, os autos serão remetidos à
instância superior, com as razões ou sem elas, no prazo de 5 (cinco) dias, salvo
no caso do art. 603, segunda parte, em que o prazo será de trinta dias.
§ 1º Se houver mais de um réu, e não houverem todos sido julgados, ou
não tiverem todos apelado, caberá ao apelante promover extração do
traslado dos autos, o qual deverá ser remetido à instância superior no
prazo de trinta dias, contado da data da entrega das últimas razões de
apelação, ou do vencimento do prazo para a apresentação das do apelado.
§ 2º As despesas do traslado correrão por conta de quem o solicitar, salvo
se o pedido for de réu pobre ou do Ministério Público.
Art. 602. Os autos serão, dentro dos prazos do artigo anterior, apresentados
ao tribunal ad quem ou entregues ao Correio, sob registro.

Recursos em Espécie
Art. 603. A apelação subirá nos autos originais e, a não ser no Distrito
Federal e nas comarcas que forem sede de Tribunal de Apelação, ficará em
cartório traslado dos termos essenciais do processo referidos no art. 564, III.
Arts. 604 a 606. (Revogados pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
CAPÍTULO IV
DO PROTESTO POR NOVO JÚRI
Art. 607. (Revogado pela Lei nº 11.689, de 2008)
Art. 608. (Revogado pela Lei nº 11.689, de 2008)
CAPÍTULO V
DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS RECURSOS EM SENTIDO ESTRITO
E DAS APELAÇÕES, NOS TRIBUNAIS DE APELAÇÃO
Art. 609. Os recursos, apelações e embargos serão julgados pelos Tribunais de
Justiça, câmaras ou turmas criminais, de acordo com a competência
estabelecida nas leis de organização judiciária.

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Recursos em Espécie
Parágrafo único. Quando não for unânime a decisão de segunda
instância, desfavorável ao réu, admitem-se embargos infringentes e de nulidade,
que poderão ser opostos dentro de 10 (dez) dias, a contar da publicação de
acórdão, na forma do art. 613. Se o desacordo for parcial, os embargos serão
restritos à matéria objeto de divergência
Art. 610. Nos recursos em sentido estrito, com exceção do de habeas corpus, e nas
apelações interpostas das sentenças em processo de contravenção ou de crime a que
a lei comine pena de detenção, os autos irão imediatamente com vista ao procurador-
geral pelo prazo de cinco dias, e, em seguida, passarão, por igual prazo, ao relator, que
pedirá designação de dia para o julgamento.
Parágrafo único. Anunciado o julgamento pelo presidente, e apregoadas as
partes, com a presença destas ou à sua revelia, o relator fará a exposição do feito
e, em seguida, o presidente concederá, pelo prazo de 10 (dez) minutos, a palavra
aos advogados ou às partes que a solicitarem e ao procurador-geral, quando o
requerer, por igual prazo.

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Art. 611. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 552, de 25.4.1969)
Art. 612. Os recursos de habeas corpus, designado o relator, serão julgados na
primeira sessão.
Art. 613. As apelações interpostas das sentenças proferidas em processos por crime a
que a lei comine pena de reclusão, deverão ser processadas e julgadas pela forma
estabelecida no Art. 610, com as seguintes modificações:
I – exarado o relatório nos autos, passarão estes ao revisor, que terá igual prazo
para o exame do processo e pedirá designação de dia para o julgamento;
II – os prazos serão ampliados ao dobro;
III – o tempo para os debates será de um quarto de hora.
Art. 614. No caso de impossibilidade de observância de qualquer dos prazos
marcados nos arts. 610 e 613, os motivos da demora serão declarados nos autos.
Art. 615. O tribunal decidirá por maioria de votos.

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Direito Processual Penal – Recursos em Espécie – Prof. Joeberth Nunes

Recursos em Espécie
§ 1º Havendo empate de votos no julgamento de recursos, se o
presidente do tribunal, câmara ou turma, não tiver tomado parte na votação,
proferirá o voto de desempate; no caso contrário, prevalecerá a decisão mais
favorável ao réu.
§ 2º O acórdão será apresentado à conferência na primeira sessão seguinte à do
julgamento, ou no prazo de duas sessões, pelo juiz incumbido de lavrá-lo.
Art. 616. No julgamento das apelações poderá o tribunal, câmara ou turma proceder
a novo interrogatório do acusado, reinquirir testemunhas ou determinar outras
diligências.
Art. 617. O tribunal, câmara ou turma atenderá nas suas decisões ao disposto nos
arts. 383, 386 e 387, no que for aplicável, não podendo, porém, ser agravada a pena,
quando somente o réu houver apelado da sentença.
Art. 618. Os regimentos dos Tribunais de Apelação estabelecerão as normas
complementares para o processo e julgamento dos recursos e apelações.

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CAPÍTULO VI
DOS EMBARGOS
Art. 619. Aos acórdãos proferidos pelos Tribunais de Apelação, câmaras ou turmas,
poderão ser opostos embargos de declaração, no prazo de dois dias contados da sua
publicação, quando houver na sentença ambiguidade, obscuridade, contradição ou
omissão.
Art. 620. Os embargos de declaração serão deduzidos em requerimento de que
constem os pontos em que o acórdão é ambíguo, obscuro, contraditório ou omisso.
§ 1º O requerimento será apresentado pelo relator e julgado,
independentemente de revisão, na primeira sessão.
§ 2º Se não preenchidas as condições enumeradas neste artigo, o relator
indeferirá desde logo o requerimento.
CAPÍTULO VII
DA REVISÃO
Art. 621. A revisão dos processos findos será admitida:

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Recursos em Espécie
I – quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da
lei penal ou à evidência dos autos;
II – quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos, exames ou
documentos comprovadamente falsos;
III – quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência do
condenado ou de circunstância que determine ou autorize diminuição especial da
pena.
Art. 622. A revisão poderá ser requerida em qualquer tempo, antes da extinção da
pena ou após.
Parágrafo único. Não será admissível a reiteração do pedido, salvo se fundado em
novas provas.
Art. 623. A revisão poderá ser pedida pelo próprio réu ou por procurador legalmente
habilitado ou, no caso de morte do réu, pelo cônjuge, ascendente, descendente ou
irmão.
Art. 624. As revisões criminais serão processadas e julgadas:

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I – pelo Supremo Tribunal Federal, quanto às condenações por ele
proferidas;
II – pelo Tribunal Federal de Recursos, Tribunais de Justiça ou de Alçada, nos
demais casos.
§ 1º No Supremo Tribunal Federal e no Tribunal Federal de Recursos o processo e
julgamento obedecerão ao que for estabelecido no respectivo regimento interno.
§ 2º Nos Tribunais de Justiça ou de Alçada, o julgamento será efetuado pelas
câmaras ou turmas criminais, reunidas em sessão conjunta, quando houver mais
de uma, e, no caso contrário, pelo tribunal pleno.
§ 3º Nos tribunais onde houver quatro ou mais câmaras ou turmas criminais,
poderão ser constituídos dois ou mais grupos de câmaras ou turmas para o
julgamento de revisão, obedecido o que for estabelecido no respectivo regimento
interno.

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Direito Processual Penal – Recursos em Espécie – Prof. Joeberth Nunes

Recursos em Espécie
Art. 625. O requerimento será distribuído a um relator e a um revisor,
devendo funcionar como relator um desembargador que não tenha pronunciado
decisão em qualquer fase do processo.
§ 1º O requerimento será instruído com a certidão de haver passado em julgado a
sentença condenatória e com as peças necessárias à comprovação dos fatos
arguidos.
§ 2º O relator poderá determinar que se apensem os autos originais, se daí não
advier dificuldade à execução normal da sentença.
§ 3º Se o relator julgar insuficientemente instruído o pedido e inconveniente ao
interesse da justiça que se apensem os autos originais, indeferi-lo-á in limine,
dando recurso para as câmaras reunidas ou para o tribunal, conforme o caso (art.
624, parágrafo único).
§ 4º Interposto o recurso por petição e independentemente de termo, o relator
apresentará o processo em mesa para o julgamento e o relatará, sem tomar parte
na discussão.

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§ 5º Se o requerimento não for indeferido in limine, abrir-se-á vista dos
autos ao procurador-geral, que dará parecer no prazo de dez dias. Em seguida,
examinados os autos, sucessivamente, em igual prazo, pelo relator e revisor,
julgar-se-á o pedido na sessão que o presidente designar.
Art. 626. Julgando procedente a revisão, o tribunal poderá alterar a classificação da
infração, absolver o réu, modificar a pena ou anular o processo.
Parágrafo único. De qualquer maneira, não poderá ser agravada a pena imposta
pela decisão revista.
Art. 627. A absolvição implicará o restabelecimento de todos os direitos perdidos em
virtude da condenação, devendo o tribunal, se for caso, impor a medida de segurança
cabível.
Art. 628. Os regimentos internos dos Tribunais de Apelação estabelecerão as normas
complementares para o processo e julgamento das revisões criminais.
Art. 629. À vista da certidão do acórdão que cassar a sentença condenatória, o juiz
mandará juntá-la imediatamente aos autos, para inteiro cumprimento da decisão.

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Recursos em Espécie
Art. 630. O tribunal, se o interessado o requerer, poderá reconhecer o
direito a uma justa indenização pelos prejuízos sofridos.
§ 1º Por essa indenização, que será liquidada no juízo cível, responderá a União, se
a condenação tiver sido proferida pela justiça do Distrito Federal ou de Território,
ou o Estado, se o tiver sido pela respectiva justiça.
§ 2º A indenização não será devida:
a) se o erro ou a injustiça da condenação proceder de ato ou falta imputável ao
próprio impetrante, como a confissão ou a ocultação de prova em seu poder;
b) se a acusação houver sido meramente privada.
Art. 631. Quando, no curso da revisão, falecer a pessoa, cuja condenação tiver de ser
revista, o presidente do tribunal nomeará curador para a defesa.
CAPÍTULO VIII
DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Arts. 632. a 636. Revogados pela Lei nº 3.396, de 2.6.1958:

Recursos em Espécie
Art. 637. O recurso extraordinário não tem efeito suspensivo, e uma vez
arrazoados pelo recorrido os autos do traslado, os originais baixarão à primeira
instância, para a execução da sentença.
Art. 638. O recurso extraordinário será processado e julgado no Supremo Tribunal
Federal na forma estabelecida pelo respectivo regimento interno.
CAPÍTULO IX
DA CARTA TESTEMUNHÁVEL
Art. 639. Dar-se-á carta testemunhável:
I – da decisão que denegar o recurso;
II – da que, admitindo embora o recurso, obstar à sua expedição e seguimento
para o juízo ad quem.
Art. 640. A carta testemunhável será requerida ao escrivão, ou ao secretário do
tribunal, conforme o caso, nas quarenta e oito horas seguintes ao despacho que
denegar o recurso, indicando o requerente as peças do processo que deverão ser
trasladadas.

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Direito Processual Penal – Recursos em Espécie – Prof. Joeberth Nunes

Recursos em Espécie
Art. 641. O escrivão, ou o secretário do tribunal, dará recibo da petição à
parte e, no prazo máximo de cinco dias, no caso de recurso no sentido estrito,
ou de sessenta dias, no caso de recurso extraordinário, fará entrega da carta,
devidamente conferida e concertada.
Art. 642. O escrivão, ou o secretário do tribunal, que se negar a dar o recibo,
ou deixar de entregar, sob qualquer pretexto, o instrumento, será suspenso
por trinta dias. O juiz, ou o presidente do Tribunal de Apelação, em face de
representação do testemunhante, imporá a pena e mandará que seja extraído
o instrumento, sob a mesma sanção, pelo substituto do escrivão ou do
secretário do tribunal. Se o testemunhante não for atendido, poderá reclamar
ao presidente do tribunal ad quem, que avocará os autos, para o efeito do
julgamento do recurso e imposição da pena.

Recursos em Espécie
Art. 643. Extraído e autuado o instrumento, observar-se-á o disposto
nos arts. 588 a 592, no caso de recurso em sentido estrito, ou o processo
estabelecido para o recurso extraordinário, se deste se tratar.
Art. 644. O tribunal, câmara ou turma a que competir o julgamento da carta,
se desta tomar conhecimento, mandará processar o recurso, ou, se estiver
suficientemente instruída, decidirá logo, de meritis.
Art. 645. O processo da carta testemunhável na instância superior seguirá o
processo do recurso denegado.
Art. 646. A carta testemunhável não terá efeito suspensivo.

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Direito Processual Penal

TÍTULO II
DOS PROCESSOS ESPECIAIS

CAPÍTULO VI
DO PROCESSO DE RESTAURAÇÃO DE AUTOS EXTRAVIADOS OU DESTRUÍDOS
Art. 541. Os autos originais de processo penal extraviados ou destruídos, em primeira ou segunda
instância, serão restaurados.
§ 1º Se existir e for exibida cópia autêntica ou certidão do processo, será uma ou outra
considerada como original.
§ 2º Na falta de cópia autêntica ou certidão do processo, o juiz mandará, de ofício, ou a
requerimento de qualquer das partes, que:
a) o escrivão certifique o estado do processo, segundo a sua lembrança, e reproduza o que
houver a respeito em seus protocolos e registros;
b) sejam requisitadas cópias do que constar a respeito no Instituto Médico-Legal, no Instituto
de Identificação e Estatística ou em estabelecimentos congêneres, repartições públicas,
penitenciárias ou cadeias;
c) as partes sejam citadas pessoalmente, ou, se não forem encontradas, por edital, com o prazo
de dez dias, para o processo de restauração dos autos.
§ 3º Proceder-se-á à restauração na primeira instância, ainda que os autos se tenham extraviado
na segunda.
Art. 542. No dia designado, as partes serão ouvidas, mencionando-se em termo circunstanciado os
pontos em que estiverem acordes e a exibição e a conferência das certidões e mais reproduções do
processo apresentadas e conferidas.
Art. 543. O juiz determinará as diligências necessárias para a restauração, observando-se o seguinte:
I – caso ainda não tenha sido proferida a sentença, reinquirir-se-ão as testemunhas podendo
ser substituídas as que tiverem falecido ou se encontrarem em lugar não sabido;
II – os exames periciais, quando possível, serão repetidos, e de preferência pelos mesmos
peritos;
III – a prova documental será reproduzida por meio de cópia autêntica ou, quando impossível,
por meio de testemunhas;

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IV – poderão também ser inquiridas sobre os atos do processo, que deverá ser restaurado, as
autoridades, os serventuários, os peritos e mais pessoas que tenham nele funcionado;
V – o Ministério Público e as partes poderão oferecer testemunhas e produzir documentos,
para provar o teor do processo extraviado ou destruído.
Art. 544. Realizadas as diligências que, salvo motivo de força maior, deverão concluir-se dentro de
vinte dias, serão os autos conclusos para julgamento.
Parágrafo único. No curso do processo, e depois de subirem os autos conclusos para sentença,
o juiz poderá, dentro em cinco dias, requisitar de autoridades ou de repartições todos os
esclarecimentos para a restauração.
Art. 545. Os selos e as taxas judiciárias, já pagos nos autos originais, não serão novamente cobrados.
Art. 546. Os causadores de extravio de autos responderão pelas custas, em dobro, sem prejuízo da
responsabilidade criminal.
Art. 547. Julgada a restauração, os autos respectivos valerão pelos originais.
Parágrafo único. Se no curso da restauração aparecerem os autos originais, nestes continuará o
processo, apensos a eles os autos da restauração.
Art. 548. Até à decisão que julgue restaurados os autos, a sentença condenatória em execução
continuará a produzir efeito, desde que conste da respectiva guia arquivada na cadeia ou na
penitenciária, onde o réu estiver cumprindo a pena, ou de registro que torne a sua existência
inequívoca.

TÍTULO II
Dos Processos Especiais

CAPÍTULO VI
DO PROCESSO DE RESTAURAÇÃO DE AUTOS EXTRAVIADOS OU DESTRUÍDOS
Art. 541. Os autos originais de processo penal extraviados ou destruídos, em primeira ou segunda
instância, serão restaurados.
§ 1º Se existir e for exibida cópia autêntica ou certidão do processo, será uma ou outra
considerada como original.
§ 2º Na falta de cópia autêntica ou certidão do processo, o juiz mandará, de ofício, ou a
requerimento de qualquer das partes, que:
a) o escrivão certifique o estado do processo, segundo a sua lembrança, e reproduza o que
houver a respeito em seus protocolos e registros;
b) sejam requisitadas cópias do que constar a respeito no Instituto Médico-Legal, no Instituto
de Identificação e Estatística ou em estabelecimentos congêneres, repartições públicas,
penitenciárias ou cadeias;

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Direito Processual Penal – Procedimento Especial – Prof. Joerberth Nunes

c) as partes sejam citadas pessoalmente, ou, se não forem encontradas, por edital, com o prazo
de dez dias, para o processo de restauração dos autos.
§ 3º Proceder-se-á à restauração na primeira instância, ainda que os autos se tenham extraviado
na segunda.
Art. 542. No dia designado, as partes serão ouvidas, mencionando-se em termo circunstanciado os
pontos em que estiverem acordes e a exibição e a conferência das certidões e mais reproduções do
processo apresentadas e conferidas.
Art. 543. O juiz determinará as diligências necessárias para a restauração, observando-se o
seguinte:
I – caso ainda não tenha sido proferida a sentença, reinquirir-se-ão as testemunhas podendo
ser substituídas as que tiverem falecido ou se encontrarem em lugar não sabido;
II – os exames periciais, quando possível, serão repetidos, e de preferência pelos mesmos
peritos;
III – a prova documental será reproduzida por meio de cópia autêntica ou, quando impossível,
por meio de testemunhas;
IV – poderão também ser inquiridas sobre os atos do processo, que deverá ser restaurado, as
autoridades, os serventuários, os peritos e mais pessoas que tenham nele funcionado;
V – o Ministério Público e as partes poderão oferecer testemunhas e produzir documentos,
para provar o teor do processo extraviado ou destruído.
Art. 544. Realizadas as diligências que, salvo motivo de força maior, deverão concluir-se dentro de
vinte dias, serão os autos conclusos para julgamento.
Parágrafo único. No curso do processo, e depois de subirem os autos conclusos para sentença,
o juiz poderá, dentro em cinco dias, requisitar de autoridades ou de repartições todos os
esclarecimentos para a restauração.
Art. 545. Os selos e as taxas judiciárias, já pagos nos autos originais, não serão novamente cobrados.
Art. 546. Os causadores de extravio de autos responderão pelas custas, em dobro, sem prejuízo da
responsabilidade criminal.
Art. 547. Julgada a restauração, os autos respectivos valerão pelos originais.
Parágrafo único. Se no curso da restauração aparecerem os autos originais, nestes continuará o
processo, apensos a eles os autos da restauração.
Art. 548. Até à decisão que julgue restaurados os autos, a sentença condenatória em execução
continuará a produzir efeito, desde que conste da respectiva guia arquivada na cadeia ou na
penitenciária, onde o réu estiver cumprindo a pena, ou de registro que torne a sua existência
inequívoca.

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Direito Processual Civil

Professor: Giuliano Tamagno

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Direito Processual Civil

Do Juiz
Arts. 125 a 138 do CPC

Características
O juiz é mero agente de um dos sujeitos processuais, que é o Estado; não participa dos interesses
contrapostos e, sim, comanda a atividade processual desinteressadamente e imparcialmente.
Ele não está no processo em nome próprio, mas na condição de órgão do Estado, que não se
coloca em pé de igualdade com as partes, nem atua em defesa de interesses próprios, e sim em
benefício geral.

DEVERES DOS JUÍZES do processo para praticar ato simulado ou


conseguir fim proibido por lei, o juiz proferirá
Art. 125. O juiz dirigirá o processo conforme as sentença que obste aos objetivos das partes.
disposições deste Código, competindo-lhe: Art. 130. Caberá ao juiz, de ofício ou a
I ‒ assegurar às partes igualdade de requerimento da parte, determinar as
tratamento; provas necessárias à instrução do processo,
indeferindo as diligências inúteis ou meramente
II ‒ velar pela rápida solução do litígio; protelatórias.
III ‒ prevenir ou reprimir qualquer ato Art. 131. O juiz apreciará livremente a prova,
contrário à dignidade da Justiça; atendendo aos fatos e circunstâncias constantes
IV ‒ tentar, a qualquer tempo, conciliar as dos autos, ainda que não alegados pelas partes;
partes. mas deverá indicar, na sentença, os motivos que
lhe formaram o convencimento.
Art. 126. O juiz não se exime de sentenciar ou
despachar alegando lacuna ou obscuridade da Art. 132. O juiz, titular ou substituto, que
lei. No julgamento da lide caber-lhe-á aplicar concluir a audiência julgará a lide, salvo se
as normas legais; não as havendo, recorrerá à estiver convocado, licenciado, afastado por
analogia, aos costumes e aos princípios gerais qualquer motivo, promovido ou aposentado,
de direito casos em que passará os autos ao seu sucessor.
Art. 127. O juiz só decidirá por equidade nos Parágrafo único. Em qualquer hipótese, o
casos previstos em lei. juiz que proferir a sentença, se entender
necessário, poderá mandar repetir as
Art. 128. O juiz decidirá a lide nos limites em provas já produzidas.
que foi proposta, sendo-lhe defeso conhecer de
questões, não suscitadas, a cujo respeito a lei Art. 133. Responderá por perdas e danos o juiz,
exige a iniciativa da parte. quando:
I ‒ no exercício de suas funções, proceder
Art. 129. Convencendo-se, pelas circunstâncias
com dolo ou fraude;
da causa, de que autor e réu se serviram

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II ‒ recusar, omitir ou retardar, sem justo parentes destes, em linha reta ou na
motivo, providência que deva ordenar de colateral até o terceiro grau;
ofício, ou a requerimento da parte. III ‒ herdeiro presuntivo, donatário ou
Parágrafo único. Reputar-se-ão verificadas empregador de alguma das partes;
as hipóteses previstas no nº II só depois IV ‒ receber dádivas antes ou depois de
que a parte, por intermédio do escrivão, iniciado o processo; aconselhar alguma
requerer ao juiz que determine a das partes acerca do objeto da causa,
providência e este não lhe atender o pedido ou subministrar meios para atender às
dentro de 10 (dez) dias. despesas do litígio;
V ‒ interessado no julgamento da causa em
DOS IMPEDIMENTOS favor de uma das partes.
E DA SUSPEIÇÃO Parágrafo único. Poderá ainda o juiz
declarar-se suspeito por motivo íntimo.
Art. 134. É defeso ao juiz exercer as suas funções
no processo contencioso ou voluntário: Art. 136. Quando dois ou mais juízes forem
parentes, consanguíneos ou afins, em linha reta
I ‒ de que for parte;
e no segundo grau na linha colateral, o primeiro,
II ‒ em que interveio como mandatário da parte, que conhecer da causa no tribunal, impede que
oficiou como perito, funcionou como órgão o outro participe do julgamento; caso em que o
do Ministério Público, ou prestou depoimento segundo se escusará, remetendo o processo ao
como testemunha; seu substituto legal.
III ‒ que conheceu em primeiro grau de Art. 137. Aplicam-se os motivos de impedimento
jurisdição, tendo-lhe proferido sentença ou e suspeição aos juízes de todos os tribunais. O
decisão; juiz que violar o dever de abstenção, ou não
IV ‒ quando nele estiver postulando, como se declarar suspeito, poderá ser recusado por
advogado da parte, o seu cônjuge ou qualquer qualquer das partes (art. 304).
parente seu, consanguíneo ou afim, em linha Art. 138. Aplicam-se também os motivos de
reta; ou na linha colateral até o segundo grau; impedimento e de suspeição:
V ‒ quando cônjuge, parente, consanguíneo ou I ‒ ao órgão do Ministério Público, quando
afim, de alguma das partes, em linha reta ou, na não for parte, e, sendo parte, nos casos
colateral, até o terceiro grau; previstos nos nºs I a IV do art. 135;
VI ‒ quando for órgão de direção ou de II ‒ ao serventuário de justiça;
administração de pessoa jurídica, parte na
III ‒ ao perito;
causa.
IV ‒ ao intérprete.
Parágrafo único. No caso do nº IV, o
impedimento só se verifica quando o § 1º A parte interessada deverá arguir o
advogado já estava exercendo o patrocínio impedimento ou a suspeição, em petição
da causa; é, porém, vedado ao advogado fundamentada e devidamente instruída, na
pleitear no processo, a fim de criar o primeira oportunidade em que lhe couber
impedimento do juiz. falar nos autos; o juiz mandará processar
o incidente em separado e sem suspensão
Art. 135. Reputa-se fundada a suspeição de
da causa, ouvindo o arguido no prazo de
parcialidade do juiz, quando:
5 (cinco) dias, facultando a prova quando
I ‒ amigo íntimo ou inimigo capital de necessária e julgando o pedido.
qualquer das partes;[
§ 2º Nos tribunais caberá ao relator
II ‒ alguma das partes for credora ou processar e julgar o incidente.
devedora do juiz, de seu cônjuge ou de

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Direito Processual Civil

Auxiliares da Justiça

O juízo é composto pelo juiz, detentor do poder jurisdicional, e pelos auxiliares da justiça que,
sob a direção e em conjunto com o magistrado, realizam a prestação jurisdicional, mediante
a necessária formação e desenvolvimento do processo. Os auxiliares da justiça, ou do juízo
consoante refere o art. 139 do Código de Processo Civil, são responsáveis, portanto, pelos
demais atos necessários ao desfecho da causa que não sejam de responsabilidade exclusiva do
juiz.
Art. 139. São auxiliares do juízo, além de outros, cujas atribuições são determinadas pelas normas
de organização judiciária, o escrivão, o oficial de justiça, o perito, o depositário, o administrador e o
intérprete.

DO SERVENTUÁRIO E DO OFICIAL DE JUSTIÇA


Art. 140. Em cada juízo haverá um ou mais ofícios de justiça, cujas atribuições são determinadas
pelas normas de organização judiciária.
Art. 141. Incumbe ao escrivão:
I – redigir, em forma legal, os ofícios, mandados, cartas precatórias e mais atos que pertencem
ao seu ofício;
II – executar as ordens judiciais, promovendo citações e intimações, bem como praticando
todos os demais atos, que Ihe forem atribuídos pelas normas de organização judiciária;
III – comparecer às audiências, ou, não podendo fazê-lo, designar para substituí-lo escrevente
juramentado, de preferência datilógrafo ou taquígrafo;
IV – ter, sob sua guarda e responsabilidade, os autos, não permitindo que saiam de cartório,
exceto:
a) quando tenham de subir à conclusão do juiz;
b) com vista aos procuradores, ao Ministério Público ou à Fazenda Pública;
c) quando devam ser remetidos ao contador ou ao partidor;
d) quando, modificando-se a competência, forem transferidos a outro juízo;
V – dar, independentemente de despacho, certidão de qualquer ato ou termo do processo,
observado o disposto no art. 155.

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Art. 142. No impedimento do escrivão, o juiz convocar-lhe-á o substituto, e, não o havendo,
nomeará pessoa idônea para o ato.
Excluindo-se o juiz, o escrivão é o mais importante dos elementos que compõe o juízo. Sua
função recebe o nome de Ofício de Justiça, consoante art. 140 do Código de Processo Civil.
O cartório é o estabelecimento por ele dirigido no qual podem servir outros funcionários
subalternos, como os escreventes, cuja função é regulada pelas normas de organização
judiciária.
As funções do escrivão são variadas, sendo algumas autônomas, como, por exemplo a
documentação, certificação, movimentação dos autos etc. e outras vinculadas à ordem judicial,
tais como as citações e as intimações. O art. 141 do Código de Processo Civil enumera suas
atribuições de forma não exaustiva, prevendo seu inciso II outras funções prescritas nas normas
da organização judiciária.

OFICIAL DE JUSTIÇA
Além da prática de atos internos, de responsabilidade do escrivão, faz-se indispensável a
existência do oficial de justiça, responsável pela execução dos procedimentos que tenham
repercussão externa ao juízo.Os oficiais de justiça são  os mensageiros e executores de ordens
judiciais.
Art. 143. Incumbe ao oficial de justiça:
I – fazer pessoalmente as citações, prisões, penhoras, arrestos e mais diligências próprias do
seu ofício, certificando no mandado o ocorrido, com menção de lugar, dia e hora. A diligência,
sempre que possível, realizar-se-á na presença de duas testemunhas;
II – executar as ordens do juiz a que estiver subordinado;
III – entregar, em cartório, o mandado, logo depois de cumprido;
IV – estar presente às audiências e coadjuvar o juiz na manutenção da ordem.
V – efetuar avaliações.
Art. 144. O escrivão e o oficial de justiça são civilmente responsáveis:
I – quando, sem justo motivo, se recusarem a cumprir, dentro do prazo, os atos que Ihes impõe
a lei, ou os que o juiz, a que estão subordinados, Ihes comete;
II – quando praticarem ato nulo com dolo ou culpa.

DO PERITO
Art. 145. Quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou científico, o juiz será
assistido por perito, segundo o disposto no art. 421.
§ 1º Os peritos serão escolhidos entre profissionais de nível universitário, devidamente inscritos
no órgão de classe competente, respeitado o disposto no Capítulo Vl, seção Vll, deste Código.

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Auxiliares da Justiça – Direito Processual Civil – Prof. Giuliano Tamagno

§ 2º Os peritos comprovarão sua especialidade na matéria sobre que deverão opinar, mediante
certidão do órgão profissional em que estiverem inscritos.
§ 3º Nas localidades onde não houver profissionais qualificados que preencham os requisitos
dos parágrafos anteriores, a indicação dos peritos será de livre escolha do juiz.
Art. 146. O perito tem o dever de cumprir o ofício, no prazo que Ihe assina a lei, empregando toda a
sua diligência; pode, todavia, escusar-se do encargo alegando motivo legítimo.
Parágrafo único. A escusa será apresentada dentro de 5 (cinco) dias, contados da intimação ou
do impedimento superveniente, sob pena de se reputar renunciado o direito a alegá-la (art.
423).
Art. 147. O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas, responderá pelos
prejuízos que causar à parte, ficará inabilitado, por 2 (dois) anos, a funcionar em outras perícias
e incorrerá na sanção que a lei penal estabelecer.
O perito é o profissional que, face aos seus conhecimentos técnicos e
científicos, é chamado para auxiliar o juiz no descobrimento da verdade sobre determinado
fato.
O perito é, portanto, pessoa estranha ao quadro de funcionários permanentes da justiça,
escolhido pelo juiz para atuar, mediante remuneração cujo ônus recai às partes na forma do
art. 33 do Código de Processo Civil (salvo nas hipóteses de assistência judiciária gratuita).

DO DEPOSITÁRIO E DO ADMINISTRADOR
Art. 148. A guarda e conservação de bens penhorados, arrestados, seqüestrados ou arrecadados
serão confiadas a depositário ou a administrador, não dispondo a lei de outro modo.
Art. 149. O depositário ou administrador perceberá, por seu trabalho, remuneração que o juiz
fixará, atendendo à situação dos bens, ao tempo do serviço e às dificuldades de sua execução.
Parágrafo único. O juiz poderá nomear, por indicação do depositário ou do administrador, um
ou mais prepostos.
Art. 150. O depositário ou o administrador responde pelos prejuízos que, por dolo ou culpa,
causar à parte, perdendo a remuneração que lhe foi arbitrada; mas tem o direito a haver o que
legitimamente despendeu no exercício do encargo.
O art. 148 do Código de Processo Civil determinou que a guarda e a conservação dos bens
penhorados, arrestados, sequestrados ou arrecadados serão confiados ao depositário ou
administrador, que deverá zelar por sua guarda e conservação, evitando que se extraviem ou se
deteriorem. Quando a natureza do bem exigir a continuidade de uma atividade, o depositário
assume papel de administrador na forma do artigo 677 do Diploma Processual Civil. Depositário,
portanto, possui uma função preponderantemente de guarda e conservação. Por sua vez, o
administrador, além das responsabilidades de depositário, tem a incumbência complementar
de manter em atividade e produção o estabelecimento penhorado.

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DO INTÉRPRETE
Art. 151. O juiz nomeará intérprete toda vez que o repute necessário para:
I – analisar documento de entendimento duvidoso, redigido em língua estrangeira;
II – verter em português as declarações das partes e das testemunhas que não conhecerem o
idioma nacional;
III – traduzir a linguagem mímica dos surdos-mudos, que não puderem transmitir a sua vontade
por escrito.
Art. 152. Não pode ser intérprete quem:
I – não tiver a livre administração dos seus bens;
II – for arrolado como testemunha ou serve como perito no processo;
III – estiver inabilitado ao exercício da profissão por sentença penal condenatória, enquanto
durar o seu efeito.
Art. 153. O intérprete, oficial ou não, é obrigado a prestar o seu ofício, aplicando-se-lhe o disposto
nos arts. 146 e 147.
Intérprete é o profissional que traduz para o vernáculo, de modo que todos os interessados no
pleito entendam, o que a parte, assistente, testemunha ou outra pessoa exprimiu no processo.
[32] Sua natureza é semelhante à do perito, pois auxilia o juiz quando este julgar necessário
e não possa fazê-lo ele próprio face a limitações de ordem técnica. O art. 151 do Código de
Processo Civil disciplina as três hipóteses de nomeação de intérprete.

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Direito Processual Civil

Atos Processuais

Forma é o conjunto de solenidades que se devem observar para que o ato jurídico seja
plenamente eficaz.
É através da forma que a declaração de vontade adquire realidade e se torna ato jurídico
processual.
Quanto à forma, os atos jurídicos em geral costumam ser classificados em solenes ou não
solenes.
Solenes são aqueles para os quais a lei prevê uma determinada forma como condição de
validade.
E não solenes, os atos de forma livre, isto é, que podem ser praticados independentemente de
qualquer solenidade e que se provam por quaisquer dos meios de convencimento admitidos
em direito.
Os atos processuais são solenes porque, via de regra, se subordinam à forma escrita, a termos
adequados, a lugares e tempo expressamente previstos em lei.
A regra geral é a forma livre dos atos (107 CC)
PRINCÍPIO IMPORTANTE: O princípio da instrumentalidade do processo instituído de forma
genérica no art. 244 do CPC preceitua que nenhuma nulidade seja declarada sem que exista um
efetivo prejuízo.
Para o Código, portanto, as formas que prescrevem são relevantes, mas sua inobservância não
é causa de nulidade, a não ser que dela tenha decorrido a não consecução da finalidade do ato.
Quando, todavia, o texto legal cominar, expressamente, a pena de nulidade para a inobservância
de determinada forma, como no caso das citações (art.247), não incide a regra liberal do art.
154, de maneira que o ato não produzirá eficácia jurídica, ainda que a ciência da in ius vocacio
tenha efetivamente chegado ao réu.
Art. 154. Os atos e termos processuais não dependem de forma determinada senão quando a lei
expressamente a exigir, reputando-se válidos os que, realizados de outro modo, Ihe preencham a
finalidade essencial.
Parágrafo único. Os tribunais, no âmbito da respectiva jurisdição, poderão disciplinar a prática
e a comunicação oficial dos atos processuais por meios eletrônicos, atendidos os requisitos de
autenticidade, integridade, validade jurídica e interoperabilidade da Infra-Estrutura de Chaves
Públicas Brasileira - ICP - Brasil.

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§ 2º Todos os atos e termos do processo podem ser produzidos, transmitidos, armazenados e
assinados por meio eletrônico, na forma da lei.

Art. 155. Os atos processuais são públicos. Correm, todavia, em segredo de justiça os processos:

I – em que o exigir o interesse público;

Il – que dizem respeito a casamento, filiação, separação dos cônjuges, conversão desta em
divórcio, alimentos e guarda de menores.

Parágrafo único. O direito de consultar os autos e de pedir certidões de seus atos é restrito
às partes e a seus procuradores. O terceiro, que demonstrar interesse jurídico, pode requerer
ao juiz certidão do dispositivo da sentença, bem como de inventário e partilha resultante do
desquite.

Art. 156. Em todos os atos e termos do processo é obrigatório o uso do vernáculo.

Art. 157. Só poderá ser junto aos autos documento redigido em língua estrangeira, quando
acompanhado de versão em vernáculo, firmada por tradutor juramentado.

Atos das partes são aqueles praticados por autor, réu, terceiros intervenientes e Ministério
Público, regra geral produzem efeitos imediatamente (cuidado com a desistência da ação, que
produz efeito só depois de homologada pelo juiz – 158 §Ú).

O principal ato da parte autora é a petição inicial, que rompe a inércia, provocando o judiciário
acerca de uma questão controvertida, esperando uma decisão estatal.

Nos atos do réu, destaca-se a defesa, denominada contestação, onde o réu deve arguir toda
matéria invocada a seu favor.

Dos Atos da Parte


Art. 158. Os atos das partes, consistentes em declarações unilaterais ou bilaterais de vontade,
produzem imediatamente a constituição, a modificação ou a extinção de direitos processuais.

Parágrafo único. A desistência da ação só produzirá efeito depois de homologada por sentença.

Art. 159. Salvo no Distrito Federal e nas Capitais dos Estados, todas as petições e documentos que
instruírem o processo, não constantes de registro público, serão sempre acompanhados de cópia,
datada e assinada por quem os oferecer.

§ 1º Depois de conferir a cópia, o escrivão ou chefe da secretaria irá formando autos


suplementares, dos quais constará a reprodução de todos os atos e termos do processo original.

§ 2º Os autos suplementares só sairão de cartório para conclusão ao juiz, na falta dos autos
originais.

Art. 160. Poderão as partes exigir recibo de petições, arrazoados, papéis e documentos que
entregarem em cartório.

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Processo Civil – Da forma dos Atos Processuais Atualizado – Prof. Giuliano Tamagno

Art. 161. É defeso lançar, nos autos, cotas marginais ou interlineares; o juiz mandará riscá-las,
impondo a quem as escrever multa correspondente à metade do salário mínimo vigente na sede do
juízo.

Os atos do juiz, apresentados no art. 162 do CPC, não são taxativos, sendo um rol exemplificativo,
ao passo que no curso do processo o juiz pode praticar outros atos como inspeção judicial,
inquirição de testemunha.

Sentença: antes da lei 11.232/2005 sentença era “ato pelo qual o juiz põe termo ao processo”
pois até então o processo se encerrava com a sentença. Hoje em dia, o conceito foi alterado, e
sentença é somente mais uma fase do processo sendo o seu conceito inscupido no =1º do art.
162 “sentença é o ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos arts. 267 e 269
desta lei” ou seja, a sentença não encerra mais o processo, pois com o advento do sincretismo
processual não se faz mais necessário um processo de execução de sentença, mas sim o
mero cumprimento da sentença em uma nova fase, dentro do mesmo processo, denominada
cumprimento de sentença. Ressalvo que o processo de execução ainda existe, mas se destina
basicamente a fazer a execução de títulos executivos extrajudiciais.

Ainda, sentença pode ser dividida em terminativa e definitiva.

Terminativa é aquela que não resolve o mérito do processo, aplicando o art. 267 do CPC,
produzindo a coisa julgada formal.

Definitiva é a sentença que resolve o mérito, aplicando o art. 269 do CPC, produzindo, por sua
vez, coisa julgada material.

Requisitos da sentença não são importantes por hora, devendo ser estudado em apartado.

Decisão interlocutória, prevista no Art. 162 §2º é um ato de cunho decisório, que o juiz se faz
valer para resolver alguma questão incidental.

Exemplo: o Advogado da parte autora requer a oitiva de uma testemunha, o juiz indefere o
pedido por entender já provado tal fato.

Tal ato é uma sentença? Obviamente que não. Tem cunho decisório? Sim, ele decidiu que não
ouvirá mais testemunhas, então é decisão interlocutória.

Por possuir cunho decisório, cabe recurso, denominado AGRAVO, previsto no art. 522 do CPC.

Nos Tribunais também há prolação de decisão interlocutória.

Macete: todo ato do juiz com conteúdo decisório que não se enquadre como sentença, é uma
decisao interlocutória.
DESPACHOS – tem a finalidade de dar andamento ao processo. Não cabe recurso.

DOS ATOS DO JUIZ


Art. 162. Os atos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos.

§ 1º Sentença é o ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos arts. 267 e 269
desta Lei.

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§ 2º Decisão interlocutória é o ato pelo qual o juiz, no curso do processo, resolve questão
incidente.

§ 3º São despachos todos os demais atos do juiz praticados no processo, de ofício ou a


requerimento da parte, a cujo respeito a lei não estabelece outra forma.

§ 4º Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, independem


de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando
necessários.

Art. 163. Recebe a denominação de acórdão o julgamento proferido pelos tribunais.

Art. 164. Os despachos, decisões, sentenças e acórdãos serão redigidos, datados e assinados
pelos juízes. Quando forem proferidos, verbalmente, o taquígrafo ou o datilógrafo os registrará,
submetendo-os aos juízes para revisão e assinatura.

Parágrafo único. A assinatura dos juízes, em todos os graus de jurisdição, pode ser feita
eletronicamente, na forma da lei.

Art. 165. As sentenças e acórdãos serão proferidos com observância do disposto no art. 458; as
demais decisões serão fundamentadas, ainda que de modo conciso.

DOS ATOS DO ESCRIVÃO OU DO CHEFE DE SECRETARIA


Art. 166. Ao receber a petição inicial de qualquer processo, o escrivão a autuará, mencionando o
juízo, a natureza do feito, o número de seu registro, os nomes das partes e a data do seu início; e
procederá do mesmo modo quanto aos volumes que se forem formando.

Art. 167. O escrivão numerará e rubricará todas as folhas dos autos, procedendo da mesma forma
quanto aos suplementares.

Parágrafo único. Às partes, aos advogados, aos órgãos do Ministério Público, aos peritos e às
testemunhas é facultado rubricar as folhas correspondentes aos atos em que intervieram.

Art. 168. Os termos de juntada, vista, conclusão e outros semelhantes constarão de notas datadas
e rubricadas pelo escrivão.

Art. 169. Os atos e termos do processo serão datilografados ou escritos com tinta escura e indelével,
assinando-os as pessoas que neles intervieram. Quando estas não puderem ou não quiserem firmá-
los, o escrivão certificará, nos autos, a ocorrência.

§ 1º É vedado usar abreviaturas.

§ 2º Quando se tratar de processo total ou parcialmente eletrônico, os atos processuais


praticados na presença do juiz poderão ser produzidos e armazenados de modo integralmente
digital em arquivo eletrônico inviolável, na forma da lei, mediante registro em termo que
será assinado digitalmente pelo juiz e pelo escrivão ou chefe de secretaria, bem como pelos
advogados das partes.

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Processo Civil – Da forma dos Atos Processuais Atualizado – Prof. Giuliano Tamagno

§ 3º No caso do § 2o deste artigo, eventuais contradições na transcrição deverão ser suscitadas


oralmente no momento da realização do ato, sob pena de preclusão, devendo o juiz decidir de
plano, registrando-se a alegação e a decisão no termo.

Art. 170. É lícito o uso da taquigrafia, da estenotipia, ou de outro método idôneo, em qualquer juízo
ou tribunal.

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Direito Processual Civil

Do Tempo e do Lugar dos Atos Processuais

DO TEMPO
Art. 172. Os atos processuais realizar-se-ão em dias úteis, das 6 (seis) às 20 (vinte) horas.
§ 1º Serão, todavia, concluídos depois das 20 (vinte) horas os atos iniciados antes, quando o
adiamento prejudicar a diligência ou causar grave dano.
§ 2º A citação e a penhora poderão, em casos excepcionais, e mediante autorização expressa
do juiz, realizar-se em domingos e feriados, ou nos dias úteis, fora do horário estabelecido neste
artigo, observado o disposto no art. 5º , inciso XI da Constituição Federal.
§ 3º Quando o ato tiver que ser praticado em determinado prazo, por meio de petição, esta
deverá ser apresentada no protocolo, dentro do horário de expediente, nos termos da lei de
organização judiciária local.
Art. 173. Durante as férias e nos feriados não se praticarão atos processuais.
Excetuam-se:
I – a produção antecipada de provas (art. 846);
II – a citação, a fim de evitar o perecimento de direito; e bem assim o arresto, o sequestro,
a penhora, a arrecadação, a busca e apreensão, o depósito, a prisão, a separação de corpos,
a abertura de testamento, os embargos de terceiro, a nunciação de obra nova e outros atos
análogos.
Parágrafo único. O prazo para a resposta do réu só começará a correr no primeiro dia útil
seguinte ao feriado ou às férias.
Art. 174. Processam-se durante as férias e não se suspendem pela superveniência delas:
I – os atos de jurisdição voluntária bem como os necessários à conservação de direitos, quando
possam ser prejudicados pelo adiamento;
II – as causas de alimentos provisionais, de dação ou remoção de tutores e curadores, bem
como as mencionadas no art. 275;
III – todas as causas que a lei federal determinar.
Art. 175. São feriados, para efeito forense, os domingos e os dias declarados por lei.

DO LUGAR
Art. 176. Os atos processuais realizam-se de ordinário na sede do juízo. Podem, todavia, efetuar-
se em outro lugar, em razão de deferência, de interesse da justiça, ou de obstáculo argüido pelo
interessado e acolhido pelo juiz.

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Direito Processual Civil

Prazos dos Atos Processuais

Prazo é o lapso de tempo que um ato processual pode ser validamente praticado. É delimitado
pelos termos inicial e final.
Para melhor didática, vamos classificar os prazos processuais quanto:
•• Origem;
•• Consequência processual;
•• Possibilidade de dilação.

Quanto à origem pode ser:

Legal: a lei determina que o prazo do Agravo de Instrumento é de 10 dias.


Judicial: juiz defere 10 dias para juntar um documento.

Quanto às consequências, podem ser próprios ou impróprios:

Próprios são aqueles destinados às partes para a prática de determinado ato. Uma vez não
observados, ensejam a perda da possibilidade (preclusão temporal).
Impróprios, são aqueles destinados ao juiz, que a não observância não representa nenhuma
sanção. Essa consequência fere a garantia da razoável duração do processo (art. 5º, LXXVII, CF).

Quanto à possibilidade de dilação, os prazos podem ser dilatórios ou


peremptórios.

Dilatórios são aqueles que podem ser ampliados ou reduzidos de acordo com a convenção das
partes. Por exemplo, prazo que o advogado continuará a representar o cliente após a revogação
(45), prazo de suspensão do processo por convenção das partes (art. 265, II).
Peremptórios são fixados em lei de forma imperativa, não permitem alteração, NEM COM A
CONCORDÂNCIA DO JUIZ. Por exemplo, prazo para contestar, recorrer.
ATENÇÃO: Qualquer que seja a natureza do prazo, o juiz pode prorrogá-lo por até 60 dias nas
comarcas onde for difícil o transporte (art. 182).
Em casos de calamidade, a prorrogação não tem limite (art. 182, parágrafo único).

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Curso dos prazos

Via de regra, todo prazo é contínuo, não se interrompendo nos feriados, mesmo os prolongados
como natal, semana santa e carnaval (art. 178).
O recesso e as férias (coletivas) do judiciário no fim do ano suspendem os prazos (art. 179).
Suspende-se também o curso do prazo por obstáculo criado pela parte (retirada indevida dos
autos de secretaria), pela morte de uma das partes, interdição, impedimento (art. 180).

Marco inicial dos prazos

Os prazos são contados excluindo o dia do começo e incluindo o dia do vencimento (art. 184),
sendo a INTIMAÇÃO o marco inicial do prazo (art. 240).
O prazo começa a fluir no primeiro dia útil subsequente ao dia da publicação.
Art. 241. Começa a correr o prazo:
I – quando a citação ou intimação for pelo correio, da data de juntada aos autos do aviso de
recebimento;
II – quando a citação ou intimação for por oficial de justiça, da data de juntada aos autos do
mandado cumprido;
III – quando houver vários réus, da data de juntada aos autos do último aviso de recebimento
ou mandado citatório cumprido;
IV – quando o ato se realizar em cumprimento de carta de ordem, precatória ou rogatória, da
data de sua juntada aos autos devidamente cumprida;
V – quando a citação for por edital, finda a dilação assinada pelo juiz.
Quando o último dia cair num final de semana, transfere-se o marco final para segunda-feira.

Prazos para a o MP, FP, e DP:

Computar-se-á em quadruplo o prazo para contestar, e em dobro para recorrer quando a parte
for a Fazenda Pública ou o Ministério Público (art. 188).
Entende-se por Fazenda Pública:
UNIÃO, ESTADO, DISTRITO FEDERAL, TERRITÓRIOS, MUNICÍPIOS, AUTARQUIAS E FUNDAÇÕES
PÚBLICAS.
Quanto à Defensoria Pública, todos os prazos serão em dobro (art. 5º, § 5º da Lei nº 1.060/1950
– Estados, e art. 89, I, Lei Complementar nº 80/1994 – União).

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Direito Processual Civil

Comunicação dos Atos Processuais

A comunicação dos atos processuais se dá através de carta rogatória, carta de ordem, carta
precatória, citação e intimação.
•• A carta rogatória é um instrumento jurídico de cooperação entre dois países. É similar à
carta precatória, mas se diferencia deste por ter caráter internacional. A carta rogatória tem
por objetivo a realização de atos e diligências processuais no exterior, como, por exemplo,
audição de testemunhas. Ela não possui fins executórios.
•• A carta precatória é um instrumento utilizado pela Justiça quando existem indivíduos em
comarcas diferentes. É o pedido que um juiz envia a outro de outra comarca. Assim, um
juiz deprecante envia carta precatória para o juiz deprecado para citar/intimar o réu ou
intimar testemunha a comparecer aos autos. É uma competência funcional horizontal, não
havendo hierarquia entre deprecante e deprecado.
•• A carta de ordem é um instrumento processual pelo qual uma autoridade judiciária
determina a outra hierarquicamente inferior a prática de determinado ato processual
necessário à continuação do processo que se encontra no tribunal. Ambas autoridades
judiciárias precisam ser obrigatoriamente do mesmo Tribunal e estado.
•• Citação: ato pelo qual o juiz chama à juízo o réu ou interessado a fim de se defender (213).
Pode ser pessoal ou através de representante e procurador, se o réu for incapaz. É ato
indispensável à relação processual que deve ser estabelecida: AUTOR – JUIZ – RÉU.

CITAÇÃO

O comparecimento espontâneo supre a falta de citação (art. 214, § 1º).


A citação pode ser ficta ou pessoal.
Ficta é quando o réu não é encontrado pessoalmente, mas há previsão legal para que se possa
presumir que ele terá ciência do processo (por exemplo, hora certa e edital).
Pessoal é quando o réu é encontrado diretamente.

Exceção à citação:

Art. 217. Não se fará, porém, a citação, salvo para evitar o perecimento do direito:
I ‒ a quem estiver assistindo a qualquer ato de culto religioso; (Inciso II renumerado pela Lei nº
8.952, de 13.12.1994)

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II ‒ ao cônjuge ou a qualquer parente do morto, consanguíneo ou afim, em linha reta, ou na
linha colateral em segundo grau, no dia do falecimento e nos 7 (sete) dias seguintes; (Inciso III
renumerado pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994);
III ‒ aos noivos, nos 3 (três) primeiros dias de bodas; (Inciso IV renumerado pela Lei nº 8.952,
de 13.12.1994);
IV ‒ aos doentes, enquanto grave o seu estado. (Inciso V renumerado pela Lei nº 8.952, de
13.12.1994);
O art. 221 do CPC prevê as seguintes modalidades de citação:
•• Por correio;
•• Por oficial de justiça;
•• por Edital;
•• por meio eletrônico.

Citação por correio:

É a forma mais rápida e eficaz das citações, já que pode ser feita em qualquer lugar do país.
Entretanto, a lei permite ao autor optar pela citação por mandado sempre que o desejar, sendo
que no seu silêncio far-se-á a citação por carta.
Importante dizer que a citação por correio não será admitida nas ações de estado; quando a
ré for pessoa incapaz; quando a ré for pessoa de direito público; nos processos de execução;
quando o réu residir em local não atendido pela entrega domiciliar de correspondência,
conforme disposição do art. 222 do CPC.
A carta será registrada e o funcionário deverá exigir que o destinatário assine o recibo. O prazo
para contestação terá início da juntada aos autos do aviso de recebimento cumprido.

Citação por oficial de justiça:

A citação por mandado é realizada por oficial de justiça, que deverá encontrar o réu, cientificá-
lo do mandado e emitir certidão sobre suas diligências.
O mandado de citação deverá preencher os requisitos do art. 225 do CPC.
Caso a diligência seja bem sucedida, o prazo para contestação começará a correr da juntada aos
autos do mandado cumprido, salvo quando existir vários réus, hipótese em que o prazo terá
início da juntada aos autos do último mandado cumprido (art. 241, III do CPC).
A citação será feita pelo próprio oficial do juízo quando o réu residir na mesma comarca ou
em comarca contígua, de fácil comunicação, e nas comarcas da mesma região metropolitana,
caso contrário, a citação far-se-á por carta precatória, espécie de citação por mandado, mas
realizada por oficial de justiça que não está subordinado ao juízo que a ordenou.

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Comunicação dos Atos Processuais – Direito Processual Civil – Prof. Giuliano Tamagno

Citação por hora certa:

A citação por hora certa só deve ser realizada em situações bens específicas, é ficta, pois será
entregue a uma pessoa próxima ao réu.
Esse tipo de citação só será realizada se o oficial, após procurado o réu por mais de três vezes
em seu domicílio ou residência, não o encontrar. Além disso é necessário que haja fundada
suspeita de que ele esteja ocultando-se para não ser citado (art. 227 do CPC). Tais requisitos
são cumulativos.
O oficial deverá informar, na certidão, as ocasiões em que procurou o réu e os motivos que o
levam a desconfiar da ocultação do citando.
O juiz analisará a desconfiança do oficial e, se entender que não é fundada, mandará realizar
novo ato citatório. Constatada a ocultação, o oficial intimará qualquer pessoa da família, ou,
em sua falta, um vizinho, comunicando que no dia seguinte voltará para efetuar a citação na
hora estipulada.
Nada impede que o oficial intime outra pessoa que tenha contato com o réu, tal como um
colega de trabalho.
No dia designado, o oficial volta ao local e, se o réu estiver presente, realiza a citação
diretamente (não será mais citação por hora certa). Do contrário, o oficial dará por feita a
citação, caso constate a ocultação.
Nesse caso, a contrafé será entregue a pessoa da família ou ao vizinho e será lavrada a certidão,
sendo necessário que o escrivão envie ao réu a carta dando-lhe ciência de todo o ocorrido.
A expedição da mencionada carta é indispensável para a validade da citação, porém não é
necessário que seja entregue ao destinatário.
A contagem do prazo para resposta começará a fluir da juntada aos autos do mandado de
citação, e não da expedição da carta. Se o prazo da resposta transcorrer in albis, o juiz nomeará
curador especial para dar continuidade ao processo.

Citação por edital:

A citação por edital é forma de citação ficta que se aperfeiçoa pela publicação de editais que,
por seu conhecimento geral, faz presumir que se tornem conhecidos pelo réu. Por essa razão, tal
forma de citação é usada em situações excepcionais como, por exemplo, quando desconhecido
ou incerto o réu; quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se encontrar; e nos
casos expressos em lei, conforme preleciona o art. 231 do CPC.
Para que se dê a citação por edital quando ignorado o local em que se encontrar o réu, é
necessário que o citando tenha sido procurado em todos os endereços que constam dos autos
e que não haja meios de localizá-lo.

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São requisitos da citação por edital, segundo o art. 232 CPC:
“I ‒ a afirmação do autor, ou a certidão do oficial, quanto às circunstâncias previstas nos incisos
I e II do artigo antecedente;
II ‒ a afixação do edital, na sede do juízo, certificada pelo escrivão;
III ‒ a publicação do edital no prazo máximo de 15 (quinze) dias, uma vez no órgão oficial e pelo
menos duas vezes em jornal local, onde houver;
IV ‒ a determinação, pelo juiz, do prazo, que variará entre 20 (vinte) e 60 (sessenta) dias,
correndo da data da primeira publicação;
V ‒ a advertência a que se refere o art. 285, segunda parte, se o litígio versar sobre direitos
disponíveis.”
O edital deverá conter o nome das partes, o ato que deve ser praticado pelo réu, o prazo para
sua realização e as consequências jurídicas de sua omissão.
Se o prazo para resposta transcorrer in albis, o juiz nomeará curador especial para dar
continuidade ao processo.

Intimação

Determina o art. 234 do CPC que “intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e
termos do processo, para que faça ou deixe de fazer alguma coisa”.
A intimação dos atos e termos processuais é necessária quando o interessado não toma ciência
diretamente, como ocorre com as decisões prolatadas em audiência, em que a parte já sai
intimada.
A intimação das partes é quase sempre feita na pessoa do advogado. Porém, há certos casos
em que a lei exige que a intimação seja feita pessoalmente, como acontece na intimação para
dar andamento ao processo, em 48 horas, sob pena de extinção do feito sem resolução do
mérito.
As intimações serão pessoais quando se tratar de decisão judicial para que a parte cumpra
determinado ato para qual não se exige capacidade postulatória, TAMBÉM É NECESSÁRIA A
INTIMAÇÃO PESSOAL NO CASO DO MP (246).

DAS COMUNICAÇÕES DOS ATOS

Art. 200. Os atos processuais serão cumpridos por ordem judicial ou requisitados por carta,
conforme hajam de realizar-se dentro ou fora dos limites territoriais da comarca.
Art. 201. Expedir-se-á carta de ordem se o juiz for subordinado ao tribunal de que ela emanar; carta
rogatória, quando dirigida à autoridade judiciária estrangeira; e carta precatória nos demais casos.

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DAS CARTAS

Art. 202. São requisitos essenciais da carta de ordem, da carta precatória e da carta rogatória:
I - a indicação dos juízes de origem e de cumprimento do ato;
II - o inteiro teor da petição, do despacho judicial e do instrumento do mandato conferido ao
advogado;
III - a menção do ato processual, que Ihe constitui o objeto;
IV - o encerramento com a assinatura do juiz.
§ 1o O juiz mandará trasladar, na carta, quaisquer outras peças, bem como instruí-la com mapa,
desenho ou gráfico, sempre que estes documentos devam ser examinados, na diligência, pelas
partes, peritos ou testemunhas.
§ 2o Quando o objeto da carta for exame pericial sobre documento, este será remetido em
original, ficando nos autos reprodução fotográfica.
§ 3º  A carta de ordem, carta precatória ou carta rogatória pode ser expedida por meio
eletrônico, situação em que a assinatura do juiz deverá ser eletrônica, na forma da lei.
Art. 203. Em todas as cartas declarará o juiz o prazo dentro do qual deverão ser cumpridas,
atendendo à facilidade das comunicações e à natureza da diligência.
Art. 204. A carta tem caráter itinerante; antes ou depois de Ihe ser ordenado o cumprimento,
poderá ser apresentada a juízo diverso do que dela consta, a fim de se praticar o ato.
Art. 205. Havendo urgência, transmitir-se-ão a carta de ordem e a carta precatória por telegrama,
radiograma ou telefone.
Art. 206. A carta de ordem e a carta precatória, por telegrama ou radiograma, conterão, em
resumo substancial, os requisitos  mencionados no art. 202, bem como a declaração, pela agência
expedidora, de estar reconhecida a assinatura do juiz.
Art. 207. O secretário do tribunal ou o escrivão do juízo deprecante transmitirá, por telefone, a
carta de ordem, ou a carta precatória ao juízo, em que houver de cumprir-se o ato, por intermédio
do escrivão do primeiro ofício da primeira vara, se houver na comarca mais de um ofício ou de uma
vara, observando, quanto aos requisitos, o disposto no artigo antecedente.
§ 1o O escrivão, no mesmo dia ou no dia útil imediato, telefonará ao secretário do tribunal ou ao
escrivão do juízo deprecante, lendo-lhe os termos da carta e solicitando-lhe que Iha confirme.
§ 2o Sendo confirmada, o escrivão submeterá a carta a despacho.
Art. 208. Executar-se-ão, de ofício, os atos requisitados por telegrama, radiograma ou telefone.
A parte depositará, contudo, na secretaria do tribunal ou no cartório do juízo deprecante, a
importância correspondente às despesas que serão feitas no juízo em     que houver de praticar-se
o ato.
Art. 209. O juiz recusará cumprimento à carta precatória, devolvendo-a com despacho motivado:
I - quando não estiver revestida dos requisitos legais;

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II - quando carecer de competência em razão da matéria ou da hierarquia;
III - quando tiver dúvida acerca de sua autenticidade.
Art. 210. A carta rogatória obedecerá, quanto à sua admissibilidade e modo de seu cumprimento,
ao disposto na convenção internacional; à falta desta, será remetida à autoridade judiciária
estrangeira, por via diplomática, depois de traduzida para a língua do país em que há de praticar-se
o ato.
Art. 211. A concessão de exeqüibilidade às cartas rogatórias das justiças estrangeiras obedecerá ao
disposto no Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal.
Art. 212. Cumprida a carta, será devolvida ao juízo de origem, no prazo de 10 (dez) dias,
independentemente de traslado, pagas as custas pela parte.

DAS CITAÇÕES

Art. 213. Citação é o ato pelo qual se chama a juízo o réu ou o interessado a fim de se defender.
Art. 214. Para a validade do processo é indispensável a citação inicial do réu.
§ 1o O comparecimento espontâneo do réu supre, entretanto, a falta de citação.
§ 2o Comparecendo o réu apenas para arguir a nulidade e sendo esta decretada, considerar-
se-á feita a citação na data em que ele ou seu advogado for intimado da decisão.
Art. 215 Far-se-á a citação pessoalmente ao réu, ao seu representante legal ou ao procurador
legalmente autorizado.
§ 1o Estando o réu ausente, a citação far-se-á na pessoa de seu mandatário, administrador,
feitor ou gerente, quando a ação se originar de atos por eles praticados.
§ 2o O locador que se ausentar do Brasil sem cientificar o locatário de que deixou na localidade,
onde estiver situado o imóvel, procurador com poderes para receber citação, será citado na
pessoa do administrador do imóvel encarregado do recebimento dos aluguéis.
Art. 216  A citação efetuar-se-á em qualquer lugar em que se encontre o réu.
Parágrafo único. O militar, em serviço ativo, será citado na unidade em que estiver servindo se
não for conhecida a sua residência ou nela não for encontrado.
Art. 217. Não se fará, porém, a citação, salvo para evitar o perecimento do direito:
I - a quem estiver assistindo a qualquer ato de culto religioso;
II - ao cônjuge ou a qualquer parente do morto, consangüíneo ou afim, em linha reta, ou na
linha colateral em segundo grau, no dia do falecimento e nos 7 (sete) dias seguintes;
III - aos noivos, nos 3 (três) primeiros dias de bodas;
IV - aos doentes, enquanto grave o seu estado.

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Art. 218. Também não se fará citação, quando se verificar que o réu é demente ou está
impossibilitado de recebê-la.
§ 1o O oficial de justiça passará certidão, descrevendo minuciosamente a ocorrência. O juiz
nomeará um médico, a fim de examinar o citando. O laudo será apresentado em 5 (cinco) dias.
§ 2o Reconhecida a impossibilidade, o juiz dará ao citando um curador, observando, quanto à
sua escolha, a preferência estabelecida na lei civil. A nomeação é restrita à causa.
§ 3o A citação será feita na pessoa do curador, a quem incumbirá a defesa do réu.
Art. 219. A citação válida torna prevento o juízo, induz litispendência e faz litigiosa a coisa; e, ainda
quando ordenada por juiz incompetente, constitui em mora o devedor e interrompe a prescrição.
§ 1o A interrupção da prescrição retroagirá à data da propositura da ação.
§ 2o   Incumbe à parte promover a citação do réu nos 10 (dez) dias subseqüentes ao despacho
que a ordenar, não ficando prejudicada pela demora imputável exclusivamente ao serviço
judiciário.
§ 3o   Não sendo citado o réu, o juiz prorrogará o prazo até o máximo de 90 (noventa) dias.
§ 4o Não se efetuando a citação nos prazos mencionados nos parágrafos antecedentes, haver-
se-á por não interrompida a prescrição.
§ 5º O juiz pronunciará, de ofício, a prescrição.
§ 6o Passada em julgado a sentença, a que se refere o parágrafo anterior, o escrivão comunicará
ao réu o resultado do julgamento.
Art. 220. O disposto no artigo anterior aplica-se a todos os prazos extintivos previstos na lei.
Art. 221. A citação far-se-á:
I - pelo correio;
II - por oficial de justiça;
III - por edital.
IV - por meio eletrônico, conforme regulado em lei própria.
Art. 222. A citação será feita pelo correio, para qualquer comarca do País, exceto:
a) nas ações de estado;
b) quando for ré pessoa incapaz;
c) quando for ré pessoa de direito público;
d) nos processos de execução;
e) quando o réu residir em local não atendido pela entrega domiciliar de correspondência;
f) quando o autor a requerer de outra forma.
Art. 223. Deferida a citação pelo correio, o escrivão ou chefe da secretaria remeterá ao citando
cópias da petição inicial e do despacho do juiz, expressamente consignada em seu inteiro teor a

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advertência a que se refere o art. 285, segunda parte, comunicando, ainda, o prazo para a resposta
e o juízo e cartório, com o respectivo endereço.
Parágrafo único. A carta será registrada para entrega ao citando, exigindo-lhe o carteiro, ao
fazer a entrega, que assine o recibo. Sendo o réu pessoa jurídica, será válida a entrega a pessoa
com poderes de gerência geral ou de administração.
Art. 224. Far-se-á a citação por meio de oficial de justiça nos casos ressalvados no art. 222, ou
quando frustrada a citação pelo correio.
Art. 225. O mandado, que o oficial de justiça tiver de cumprir, deverá conter:
I - os nomes do autor e do réu, bem como os respectivos domicílios ou residências;
II - o fim da citação, com todas as especificações constantes da petição inicial, bem como
a advertência a que se refere o art. 285, segunda parte, se o litígio versar sobre direitos
disponíveis;
III - a cominação, se houver;
IV - o dia, hora e lugar do comparecimento;
V - a cópia do despacho; 
VI - o prazo para defesa;
VII - a assinatura do escrivão e a declaração de que o subscreve por ordem do juiz.
Parágrafo único. O mandado poderá ser em breve relatório, quando o autor entregar em
cartório, com a petição inicial, tantas cópias desta quantos forem os réus; caso em que as
cópias, depois de conferidas com o original, farão parte integrante do mandado.
Art. 226. Incumbe ao oficial de justiça procurar o réu e, onde o encontrar, citá-lo:
I - lendo-lhe o mandado e entregando-lhe a contrafé;
II - portando por fé se recebeu ou recusou a contrafé;
III - obtendo a nota de ciente, ou certificando que o réu não a apôs no mandado.
Art. 227. Quando, por três vezes, o oficial de justiça houver procurado o réu em seu domicílio ou
residência, sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, intimar a qualquer pessoa da
família, ou em sua falta a qualquer vizinho, que, no dia imediato, voltará, a fim de efetuar a citação,
na hora que designar.
Art. 228. No dia e hora designados, o oficial de justiça, independentemente de novo despacho,
comparecerá ao domicílio ou residência do citando, a fim de realizar a diligência.
§ 1o Se o citando não estiver presente, o oficial de justiça procurará informar-se das razões da
ausência, dando por feita a citação, ainda que o citando se tenha ocultado em outra comarca.
§ 2o Da certidão da ocorrência, o oficial de justiça deixará contrafé com pessoa da família ou
com qualquer vizinho, conforme o caso, declarando-lhe o nome.
Art. 229. Feita a citação com hora certa, o escrivão enviará ao réu carta, telegrama ou radiograma,
dando-lhe de tudo ciência.

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Art. 230. Nas comarcas contíguas, de fácil comunicação, e nas que se situem na mesma região
metropolitana, o oficial de justiça poderá efetuar citações ou intimações em qualquer delas
Art. 231. Far-se-á a citação por edital:
I - quando desconhecido ou incerto o réu;
II - quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se encontrar;
III - nos casos expressos em lei.
§ 1o Considera-se inacessível, para efeito de citação por edital, o país que recusar o cumprimento
de carta rogatória.
§ 2o No caso de ser inacessível o lugar em que se encontrar o réu, a notícia de sua citação será
divulgada também pelo rádio, se na comarca houver emissora de radiodifusão.
Art. 232. São requisitos da citação por edital:
I - a afirmação do autor, ou a certidão do oficial, quanto às circunstâncias previstas nos ns. I e II
do artigo antecedente;
II - a afixação do edital, na sede do juízo, certificada pelo escrivão;
III - a publicação do edital no prazo máximo de 15 (quinze) dias, uma vez no órgão oficial e pelo
menos duas vezes em jornal local, onde houver;
IV - a determinação, pelo juiz, do prazo, que variará entre 20 (vinte) e 60 (sessenta) dias,
correndo da data da primeira publicação;
V - a advertência a que se refere o art. 285, segunda parte, se o litígio versar sobre direitos
disponíveis.
§ 1o Juntar-se-á aos autos um exemplar de cada publicação, bem como do anúncio,
de que trata o no II deste artigo.
§ 2o A publicação do edital será feita apenas no órgão oficial quando a parte for beneficiária da
Assistência Judiciária.
Art. 233. A parte que requerer a citação por edital, alegando dolosamente os requisitos do art. 231,
I e II, incorrerá em multa de 5 (cinco) vezes o salário mínimo vigente na sede do juízo.
Parágrafo único. A multa reverterá em benefício do citando.

DAS INTIMAÇÕES

Art. 234. Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e termos do processo, para
que faça ou deixe de fazer alguma coisa.
Art. 235. As intimações efetuam-se de ofício, em processos pendentes, salvo disposição em
contrário.

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Art. 236. No Distrito Federal e nas Capitais dos Estados e dos Territórios, consideram-se feitas as
intimações pela só publicação dos atos no órgão oficial.
§ 1o É indispensável, sob pena de nulidade, que da publicação constem os nomes das partes e
de seus advogados, suficientes para sua identificação.
§ 2o A intimação do Ministério Público, em qualquer caso será feita pessoalmente.
Art. 237. Nas demais comarcas aplicar-se-á o disposto no artigo antecedente, se houver órgão de
publicação dos atos oficiais; não o havendo, competirá ao escrivão intimar, de todos os atos do
processo, os advogados das partes:
I - pessoalmente, tendo domicílio na sede do juízo;
II - por carta registrada, com aviso de recebimento quando domiciliado fora do juízo.
Parágrafo único.  As intimações podem ser feitas de forma eletrônica, conforme regulado em
lei própria.
Art. 238. Não dispondo a lei de outro modo, as intimações serão feitas às partes, aos seus
representantes legais e aos advogados pelo correio ou, se presentes em cartório, diretamente pelo
escrivão ou chefe de secretaria.
Parágrafo único.  Presumem-se válidas as comunicações e intimações dirigidas ao endereço
residencial ou profissional declinado na inicial, contestação ou embargos, cumprindo às partes
atualizar o respectivo endereço sempre que houver modificação temporária ou definitiva.
Art. 239. Far-se-á a intimação por meio de oficial de justiça quando frustrada a realização pelo
correio.
Parágrafo único. A certidão de intimação deve conter:
I - a indicação do lugar e a descrição da pessoa intimada, mencionando, quando possível, o
número de sua carteira de identidade e o órgão que a expediu;
II - a declaração de entrega da contrafé;
III - a nota de ciente ou certidão de que o interessado não a apôs no mandado.
Art. 240. Salvo disposição em contrário, os prazos para as partes, para a Fazenda Pública e para o
Ministério Público contar-se-ão da intimação.
Parágrafo único. As intimações consideram-se realizadas no primeiro dia útil seguinte, se
tiverem ocorrido em dia em que não tenha havido expediente forense.
Art. 241. Começa a correr o prazo:
I - quando a citação ou intimação for pelo correio, da data de juntada aos autos do aviso de
recebimento;
II - quando a citação ou intimação for por oficial de justiça, da data de juntada aos autos do
mandado cumprido;
III - quando houver vários réus, da data de juntada aos autos do último aviso de recebimento
ou mandado citatório cumprido;

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IV - quando o ato se realizar em cumprimento de carta de ordem, precatória ou rogatória, da


data de sua juntada aos autos devidamente cumprida;
V - quando a citação for por edital, finda a dilação assinada pelo juiz.
Art. 242. O prazo para a interposição de recurso conta-se da data, em que os advogados são
intimados da decisão, da sentença ou do acórdão.
§ 1o Reputam-se intimados na audiência, quando nesta é publicada a decisão ou a sentença.
§ 2o Havendo antecipação da audiência, o juiz, de ofício ou a requerimento da parte, mandará
intimar pessoalmente os advogados para ciência da nova designação.

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Direito Processual Civil

Processo e Procedimento

Art. 270. Este Código regula o processo de conhecimento (Livro I), de execução (Livro II), cautelar
(Livro III) e os procedimentos especiais (Livro IV).
Art. 271. Aplica-se a todas as causas o procedimento comum, salvo disposição em contrário deste
Código ou de lei especial.
Art. 272. O procedimento comum é ordinário ou sumário.
Parágrafo único. O procedimento especial e o procedimento sumário regem-se pelas
disposições que Ihes são próprias, aplicando-se-lhes, subsidiariamente, as disposições gerais
do procedimento ordinário.
Art. 273. O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os efeitos
da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova inequívoca, se convença da
verossimilhança da alegação e:
I − haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação; ou
II − fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório do
réu.
§ 1º Na decisão que antecipar a tutela, o juiz indicará, de modo claro e preciso, as razões do seu
convencimento.
§ 2º Não se concederá a antecipação da tutela quando houver perigo de irreversibilidade do
provimento antecipado.
§ 3º A efetivação da tutela antecipada observará, no que couber e conforme sua natureza, as
normas previstas nos arts. 588, 461, §§ 4º e 5º, e 461-A.
§ 4º A tutela antecipada poderá ser revogada ou modificada a qualquer tempo, em decisão
fundamentada.
§ 5º Concedida ou não a antecipação da tutela, prosseguirá o processo até final julgamento.
§ 6º A tutela antecipada também poderá ser concedida quando um ou mais dos pedidos
cumulados, ou parcela deles, mostrar-se incontroverso.
§ 7º Se o autor, a título de antecipação de tutela, requerer providência de natureza cautelar,
poderá o juiz, quando presentes os respectivos pressupostos, deferir a medida cautelar em
caráter incidental do processo ajuizado.

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Direito Processual Civil

Do Procedimento Sumário

Art. 275. Observar-se-á o procedimento citando-se o réu com a antecedência mínima de


sumário: dez dias e sob advertência prevista no § 2º deste
artigo, determinando o comparecimento das
I − nas causas cujo valor não exceda a 60 partes. Sendo ré a Fazenda Pública, os prazos
(sessenta) vezes o valor do salário mínimo; contar-se-ão em dobro.
II − nas causas, qualquer que seja o valor: § 1º A conciliação será reduzida a termo e
a) de arrendamento rural e de parceria homologada por sentença, podendo o juiz
agrícola; ser auxiliado por conciliador.

b) de cobrança ao condômino de quaisquer § 2º Deixando injustificadamente o réu


quantias devidas ao condomínio; de comparecer à audiência, reputar-se-ão
verdadeiros os fatos alegados na petição
c) de ressarcimento por danos em prédio inicial (art. 319), salvo se o contrário resultar
urbano ou rústico; da prova dos autos, proferindo o juiz, desde
d) de ressarcimento por danos causados logo, a sentença.
em acidente de veículo de via terrestre; § 3º As partes comparecerão pessoalmente
e) de cobrança de seguro, relativamente à audiência, podendo fazer-se representar
aos danos causados em acidente de veículo, por preposto com poderes para transigir.
ressalvados os casos de processo de § 4º O juiz, na audiência, decidirá de plano
execução; a impugnação ao valor da causa ou a
f) de cobrança de honorários dos controvérsia sobre a natureza da demanda,
profissionais liberais, ressalvado o disposto determinando, se for o caso, a conversão do
em legislação especial; procedimento sumário em ordinário.

g) que versem sobre revogação de doação; § 5º A conversão também ocorrerá quando


houver necessidade de prova técnica de
h) nos demais casos previstos em lei. maior complexidade.
Parágrafo único. Este procedimento não Art. 278. Não obtida a conciliação, oferecerá o
será observado nas ações relativas ao réu, na própria audiência, resposta escrita ou
estado e à capacidade das pessoas. oral, acompanhada de documentos e rol de
testemunhas e, se requerer perícia, formulará
Art. 276. Na petição inicial, o autor apresentará seus quesitos desde logo, podendo indicar
o rol de testemunhas e, se requerer perícia, assistente técnico.
formulará quesitos, podendo indicar assistente
técnico. § 1º É lícito ao réu, na contestação, formular
pedido em seu favor, desde que fundado
Art. 277. O juiz designará a audiência de nos mesmos fatos referidos na inicial.
conciliação a ser realizada no prazo de trinta dias,

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§ 2º Havendo necessidade de produção de Art. 280. No procedimento sumário não são
prova oral e não ocorrendo qualquer das admissíveis a ação declaratória incidental e a
hipóteses previstas nos arts. 329 e 330, I e intervenção de terceiros, salvo a assistência, o
II, será designada audiência de instrução recurso de terceiro prejudicado e a intervenção
e julgamento para data próxima, não fundada em contrato de seguro.
excedente de trinta dias, salvo se houver
determinação de perícia. Art. 281. Findos a instrução e os debates orais,
o juiz proferirá sentença na própria audiência
Art. 279. Os atos probatórios realizados em ou no prazo de dez dias.
audiência poderão ser documentados mediante
taquigrafia, estenotipia ou outro método hábil
de documentação, fazendo-se a respectiva
transcrição se a determinar o juiz.
Parágrafo único. Nas comarcas ou varas
em que não for possível a taquigrafia,
a estenotipia ou outro método de
documentação, os depoimentos serão
reduzidos a termo, do qual constará apenas
o essencial.

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Direito Processual Civil

Do Procedimento Ordinário

DA PETIÇÃO INICIAL pelo réu, como verdadeiros, os fatos articulados


pelo autor.
DOS REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL Art. 285-A. Quando a matéria controvertida for
unicamente de direito e no juízo já houver sido
Art. 282. A petição inicial indicará:
proferida sentença de total improcedência em
I – o juiz ou tribunal, a que é dirigida; outros casos idênticos, poderá ser dispensada a
citação e proferida sentença, reproduzindo-se o
II – os nomes, prenomes, estado civil, teor da anteriormente prolatada. (Incluído pela
profissão, domicílio e residência do autor e Lei nº 11.277, de 2006)
do réu;
§ 1º Se o autor apelar, é facultado ao
III – o fato e os fundamentos jurídicos do juiz decidir, no prazo de 5 (cinco) dias,
pedido; não manter a sentença e determinar o
IV – o pedido, com as suas especificações; prosseguimento da ação. (Incluído pela Lei
nº 11.277, de 2006)
V – o valor da causa;
§ 2º Caso seja mantida a sentença, será
VI – as provas com que o autor pretende ordenada a citação do réu para responder
demonstrar a verdade dos fatos alegados; ao recurso. (Incluído pela Lei nº 11.277, de
2006)
VII – o requerimento para a citação do réu.
Art. 285-B. Nos litígios que tenham por objeto
Art. 283. A petição inicial será instruída com os
obrigações decorrentes de empréstimo,
documentos indispensáveis à propositura da
financiamento ou arrendamento mercantil,
ação.
o autor deverá discriminar na petição inicial,
Art. 284. Verificando o juiz que a petição dentre as obrigações contratuais, aquelas que
inicial não preenche os requisitos exigidos nos pretende controverter, quantificando o valor
arts. 282 e 283, ou que apresenta defeitos incontroverso.
e irregularidades capazes de dificultar o
Parágrafo único. O valor incontroverso
julgamento de mérito, determinará que o autor
deverá continuar sendo pago no tempo e
a emende, ou a complete, no prazo de 10 (dez)
modo contratados.
dias.
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a DO PEDIDO
diligência, o juiz indeferirá a petição inicial.
Art. 286. O pedido deve ser certo ou
Art. 285. Estando em termos a petição inicial, o determinado. É lícito, porém, formular pedido
juiz a despachará, ordenando a citação do réu, genérico:  
para responder; do mandado constará que, não
sendo contestada a ação, se presumirão aceitos

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I – nas ações universais, se não puder § 1º São requisitos de admissibilidade da
o autor individuar na petição os bens cumulação:
demandados;
I – que os pedidos sejam compatíveis entre
II – quando não for possível determinar, de si;
modo definitivo, as conseqüências do ato
ou do fato ilícito; II – que seja competente para conhecer
deles o mesmo juízo;
III – quando a determinação do valor da
condenação depender de ato que deva ser III – que seja adequado para todos os
praticado pelo réu. pedidos o tipo de procedimento.

Art. 287. Se o autor pedir que seja imposta ao § 2º Quando, para cada pedido,
réu a abstenção da prática de algum ato, tolerar corresponder tipo diverso de procedimento,
alguma atividade, prestar ato ou entregar coisa, admitir-se-á a cumulação, se o autor
poderá requerer cominação de pena pecuniária empregar o procedimento ordinário.
para o caso de descumprimento da sentença ou Art. 293. Os pedidos são interpretados
da decisão antecipatória de tutela (arts. 461, § restritivamente, compreendendo-se,
4º, e 461-A). entretanto, no principal os juros legais.
Art. 288. O pedido será alternativo, quando, Art. 294. Antes da citação, o autor poderá
pela natureza da obrigação, o devedor puder aditar o pedido, correndo à sua conta as custas
cumprir a prestação de mais de um modo. acrescidas em razão dessa iniciativa.
Parágrafo único. Quando, pela lei ou pelo
DO INDEFERIMENTO
contrato, a escolha couber ao devedor, o
juiz Ihe assegurará o direito de cumprir a DA PETIÇÃO INICIAL
prestação de um ou de outro modo, ainda
Art. 295. A petição inicial será indeferida:
que o autor não tenha formulado pedido
alternativo. I – quando for inepta;
Art. 289. É lícito formular mais de um pedido em II – quando a parte for manifestamente
ordem sucessiva, a fim de que o juiz conheça do ilegítima;
posterior, em não podendo acolher o anterior.
III – quando o autor carecer de interesse
Art. 290. Quando a obrigação consistir em processual;
prestações periódicas, considerar-se-ão elas
incluídas no pedido, independentemente de IV – quando o juiz verificar, desde logo, a
declaração expressa do autor; se o devedor, decadência ou a prescrição (art. 219, § 5º);
no curso do processo, deixar de pagá-las ou V – quando o tipo de procedimento,
de consigná-las, a sentença as incluirá na escolhido pelo autor, não corresponder à
condenação, enquanto durar a obrigação. natureza da causa, ou ao valor da ação; caso
Art. 291. Na obrigação indivisível com em que só não será indeferida, se puder
pluralidade de credores, aquele que não adaptar-se ao tipo de procedimento legal;
participou do processo receberá a sua parte, Vl – quando não atendidas as prescrições
deduzidas as despesas na proporção de seu dos arts. 39, parágrafo único, primeira
crédito. parte, e art. 284.
Art. 292. É permitida a cumulação, num único Parágrafo único. Considera-se inepta a
processo, contra o mesmo réu, de vários petição inicial quando:
pedidos, ainda que entre eles não haja conexão.

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I – Ihe faltar pedido ou causa de pedir;


II – da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;
III – o pedido for juridicamente impossível;
IV – contiver pedidos incompatíveis entre si.
Art. 296. Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de 48
(quarenta e oito) horas, reformar sua decisão.
Parágrafo único. Não sendo reformada a decisão, os autos serão imediatamente encaminhados
ao tribunal competente.

Andamento (caminho)
Petição é deferida (art. 285)

⟶Petição apresenta vícios sanáveis (art. 284)
Petição Inicial ⟶
⟶ Indefere a Petição Inicial (art. 295)
Sentença liminar de mérito (art. 285-A)

Indeferimento da Inicial (Arts. 295 e 296)


Cabe apelação, onde o juiz pode se retratar em 48h, não se retratando, envia ou autos
ao Tribunal
Se for parcial, cabe agravo.

Casos de indeferimento da Inicial


1º) Inépcia da inicial (art. 295)
2º) Parte manifestamente ilegítima
3º) Falta interesse processual
4º) Prescrição ou decadência
5º) procedimento errado e não é possível converter
6º) violação ao art. 39 CPC
7º) violação ao art. 284 CPC.

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DA RESPOSTA DO RÉU III – inépcia da petição inicial;
IV – perempção;
Art. 297. O réu poderá oferecer, no prazo de 15
(quinze) dias, em petição escrita, dirigida ao juiz V – litispendência;
da causa, contestação, exceção e reconvenção. Vl – coisa julgada;
Art. 298. Quando forem citados para a ação VII – conexão;
vários réus, o prazo para responder ser-lhes-á
comum, salvo o disposto no art. 191. Vlll – incapacidade da parte, defeito de
representação ou falta de autorização;
Parágrafo único. Se o autor desistir da ação
quanto a algum réu ainda não citado, o IX – convenção de arbitragem;
prazo para a resposta correrá da intimação X – carência de ação;
do despacho que deferir a desistência.
Xl – falta de caução ou de outra prestação,
Art. 299. A contestação e a reconvenção que a lei exige como preliminar.
serão oferecidas simultaneamente, em peças
§ 1º Verifica-se a litispendência ou a
autônomas; a exceção será processada em
coisa julgada, quando se reproduz ação
apenso aos autos principais.
anteriormente ajuizada.
DA CONTESTAÇÃO § 2º Uma ação é idêntica à outra quando
tem as mesmas partes, a mesma causa de
Art. 300. Compete ao réu alegar, na contestação,
pedir e o mesmo pedido.
toda a matéria de defesa, expondo as razões de
fato e de direito, com que impugna o pedido do § 3º Há litispendência, quando se repete
autor e especificando as provas que pretende ação, que está em curso; há coisa julgada,
produzir. quando se repete ação que já foi decidida
por sentença, de que não caiba recurso.
Art. 301. Compete-lhe, porém, antes de discutir
o mérito, alegar: § 4º Com exceção do compromisso arbitral,
o juiz conhecerá de ofício da matéria
I – inexistência ou nulidade da citação; enumerada neste artigo.
II – incompetência absoluta;

Contestação (Arts 300 a 303)


É a defesa propriamente dita.
Se divide em;

PRELIMINAR MÉRITO
↓ ↓
Art. 301 CPC Todo fato não impugnado é incontroverso.
Exceções:
Quando faltar documento essencial a Petição inicial
Quando for direito indisponível
Pelo conjunto da defesa o fato está impugnado.

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Art. 302. Cabe também ao réu manifestar-se III – por expressa autorização legal, puderem
precisamente sobre os fatos narrados na petição ser formuladas em qualquer tempo e juízo.
inicial. Presumem-se verdadeiros os fatos não
impugnados, salvo: DAS EXCEÇÕES
I – se não for admissível, a seu respeito, a Art. 304. É lícito a qualquer das partes argüir,
confissão; por meio de exceção, a incompetência (art.
112), o impedimento (art. 134) ou a suspeição
II – se a petição inicial não estiver (art. 135).
acompanhada do instrumento público que
a lei considerar da substância do ato; Art. 305. Este direito pode ser exercido em
qualquer tempo, ou grau de jurisdição, cabendo
III – se estiverem em contradição com a à parte oferecer exceção, no prazo de quinze
defesa, considerada em seu conjunto. (15) dias, contado do fato que ocasionou a
Parágrafo único. Esta regra, quanto ao ônus incompetência, o impedimento ou a suspeição.
da impugnação especificada dos fatos, não Parágrafo único. Na exceção de
se aplica ao advogado dativo, ao curador incompetência (art. 112 desta Lei), a petição
especial e ao órgão do Ministério Público. pode ser protocolizada no juízo de domicílio
Art. 303. Depois da contestação, só é lícito do réu, com requerimento de sua imediata
deduzir novas alegações quando: remessa ao juízo que determinou a citação. 

I – relativas a direito superveniente; Art. 306. Recebida a exceção, o processo


ficará suspenso (art. 265, III), até que seja
II – competir ao juiz conhecer delas de definitivamente julgada.
ofício;

Incidentes processuais (Arts. 304 a 306)

Impugnação ao valor da causa Quem faz? Réu.


Quando? Prazo de defesa.


Intima o autor para responder em 5 dias.

Exceção de incompetência Quem faz? Réu.


Quando? Prazo de defesa


Intima o autor para responder em 10 dias
Juiz decide em 10 dias

Exceção de suspeição Quem faz? Autor ou réu.


Exceção de impedimento � Quando? 15 dias a contar da ciência da suspeição.
Juiz pode reconhecer e passar ao substituto.
Pode não reconhecer e mandar ao Tribunal.

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DA INCOMPETÊNCIA Parágrafo único. Não pode o réu, em seu
próprio nome, reconvir ao autor, quando
Art. 307. O excipiente argüirá a incompetência este demandar em nome de outrem.
em petição fundamentada e devidamente
instruída, indicando o juízo para o qual declina. Art. 316. Oferecida a reconvenção, o autor
reconvindo será intimado, na pessoa do seu
Art. 308. Conclusos os autos, o juiz mandará procurador, para contestá-la no prazo de 15
processar a exceção, ouvindo o excepto dentro (quinze) dias.
em 10 (dez) dias e decidindo em igual prazo.
Art. 317. A desistência da ação, ou a existência
Art. 309. Havendo necessidade de prova de qualquer causa que a extinga, não obsta ao
testemunhal, o juiz designará audiência de prosseguimento da reconvenção.
instrução, decidindo dentro de 10 (dez) dias.
Art. 318. Julgar-se-ão na mesma sentença a
Art. 310. O juiz indeferirá a petição inicial ação e a reconvenção.
da exceção, quando manifestamente
improcedente. DA REVELIA
Art. 311. Julgada procedente a exceção, os Art. 319. Se o réu não contestar a ação, reputar-
autos serão remetidos ao juiz competente. se-ão verdadeiros os fatos afirmados pelo autor.

DO IMPEDIMENTO E DA SUSPEIÇÃO Art. 320. A revelia não induz, contudo, o efeito


mencionado no artigo antecedente:
Art. 312. A parte oferecerá a exceção de
impedimento ou de suspeição, especificando o I – se, havendo pluralidade de réus, algum
motivo da recusa (arts. 134 e 135). A petição, deles contestar a ação;
dirigida ao juiz da causa, poderá ser instruída II – se o litígio versar sobre direitos
com documentos em que o excipiente fundar a indisponíveis;
alegação e conterá o rol de testemunhas.
III – se a petição inicial não estiver
Art. 313. Despachando a petição, o juiz, se acompanhada do instrumento público, que
reconhecer o impedimento ou a suspeição, a lei considere indispensável à prova do ato.
ordenará a remessa dos autos ao seu substituto
legal; em caso contrário, dentro de 10 (dez) Art. 321. Ainda que ocorra revelia, o autor não
dias, dará as suas razões, acompanhadas de poderá alterar o pedido, ou a causa de pedir,
documentos e de rol de testemunhas, se houver, nem demandar declaração incidente, salvo
ordenando a remessa dos autos ao tribunal. promovendo nova citação do réu, a quem será
assegurado o direito de responder no prazo de
Art. 314. Verificando que a exceção não tem 15 (quinze) dias.
fundamento legal, o tribunal determinará o seu
arquivamento; no caso contrário condenará o Art. 322. Contra o revel que não tenha
juiz nas custas, mandando remeter os autos ao patrono nos autos, correrão os prazos
seu substituto legal. independentemente de intimação, a partir da
publicação de cada ato decisório. (Redação
DA RECONVENÇÃO dada pela Lei nº 11.280, de 2006)

Art. 315. O réu pode reconvir ao autor no Parágrafo único O revel poderá intervir no
mesmo processo, toda vez que a reconvenção processo em qualquer fase, recebendo-o no
seja conexa com a ação principal ou com o estado em que se encontrar. (Incluído pela Lei
fundamento da defesa. nº 11.280, de 2006)

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CAPÍTULO IV
DAS PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES
Art. 323. Findo o prazo para a resposta do réu, o escrivão fará a conclusão dos autos. O juiz, no
prazo de 10 (dez) dias, determinará, conforme o caso, as providências preliminares, que constam
das seções deste Capítulo.

Seção I
DO EFEITO DA REVELIA
Art. 324. Se o réu não contestar a ação, o juiz, verificando que não ocorreu o efeito da revelia,
mandará que o autor especifique as provas que pretenda produzir na audiência. (Redação dada
pela Lei nº 5.925, de 1º/10/1973)

Seção II
DA DECLARAÇÃO INCIDENTE
Art. 325. Contestando o réu o direito que constitui fundamento do pedido, o autor poderá requerer,
no prazo de 10 (dez) dias, que sobre ele o juiz profira sentença incidente, se da declaração da
existência ou da inexistência do direito depender, no todo ou em parte, o julgamento da lide (art.
5º).

Revelia (Arts. 319 a 322)


Ausência de contestação
Efeitos da revelia ⟶ Material ⟶ Presunção de veracidade dos fatos
Exceção: proibição de presunção
•• Direito Indisponível
•• Falta de documento essância na
Petição
•• Há litisconsórcio e 1 reu contestou

Processual ⟶ Não intimação dos atos processuais.


Se há procurador, ele é intimado.
Revel pode intervira qualquer momento
Pega o processo no estado em que se
encontra.

O JUÍZ NÃO É OBRIGADO A PRESUMIR A VERDADE.

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Produção de provas (Arts. 322 a 341)
Objeto das provas: FATOS
⟶ Autor = fato constitutivo de seu direito
A quem cabe provar (ônus) ⟶
Réu = fato impeditivo/modificativo/extintivo
do direito do autor.

Podemos considerar prova como o meio pelo qual se procura demonstrar que certos fatos,
expostos no processo, ocorreram conforme o descrito.

MEIOS DE PROVA
Os elementos trazidos ao processo para orientar o juiz na busca da verdade dos fatos são
chamados de meios de prova.
O Código de Processo Civil elenca como meios de prova o depoimento pessoal (Arts. 342
a 347), exibição de documentos ou coisa (Arts. 355 a 363), prova documental (Arts. 364
a 399), confissão (Arts. 348 a 354), prova testemunhal (Arts. 400 a 419), inspeção judicial
(Arts. 440 a 443) e prova pericial (Arts. 420 a 439).
Porém, os meios de provas citados pelo Código de Processo Civil não são os únicos
possíveis, como elucida o art. 332 do CPC:
“Art. 332. Todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não
especificados neste Código, são hábeis para provar a verdade dos fatos, em que se funda
a ação ou a defesa”.

ÔNUS DA PROVA
O ônus da prova é o encargo, atribuído pela lei a cada uma das partes, de demonstrar
a ocorrência dos fatos de seu próprio interesse para as decisões a serem proferidas no
processo
O art. 333 do Código de Processo Civil institui as regras gerais de caráter genérico sobre a
distribuição do encargo probatório as partes.
O instituto do ônus da prova possui três princípios prévios:
•• O juiz não pode deixar de proferir uma decisão;
•• As partes possuem a iniciativa da ação da prova, ou seja, possuem o encargo de
produzir as provas para o julgamento do juiz;
•• Princípio da persuasão racional, (deve se ater ao alegado e comprovado nos autos e
não segundo sua convicção pessoal).
Quanto ao ônus da prova, consideramos o fato provado independentemente de que
provou, pois cada parte deve provar os fatos relacionados com seu direito, sendo
indiferente a sua posição no processo.

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MOMENTOS DA PROVA
De modo geral, podemos considerar como três os momentos da prova:
REQUERIMENTO: A princípio a Petição Inicial (por parte do autor) e a Contestação (por
parte do réu);
DEFERIMENTO: No saneamento do processo o juiz decidirá sobre a realização de exame
pericial e deferirá as provas que deverão ser produzidas na audiência de instrução e
julgamento;
PRODUÇÃO: A prova oral é produzida na audiência de instrução e julgamento, porém
provas documentais, por exemplo, podem ser produzidas desde a Petição Inicial até o final
da instrução.

Depoimento Pessoal – previsto nos Arts. 342 à 347 do CPC


O depoimento é o ato pelo qual as partes comparecem em juízo para serem ouvidas pelo juiz.
Ressalvam-se o sigilo de certas profissões e a imputação de culpa sobre o depoente.
É determinado de ofício ou a pedido da parte contrária(arts. 342 e 343).
Se a parte for intimada à depor e não depor, presumir-se-ão verdadeiros o alegado contra ela
(art. 343 §1º e 2º).
Antes de ouvir as testemunhas o juiz ouve as partes, primeiro autor e depois o réu, de forma
que aquele que ainda não depôs não assista o depoimento do primeiro. (art. 344 CPC)
O depoimento pessoal é ato personalíssimo:
Art. 346. A parte responderá pessoalmente sobre os fatos articulados, não podendo servir-se de
escritos adrede preparados; o juiz Ihe permitirá, todavia, a consulta a notas breves, desde que
objetivem completar esclarecimentos.
O Advogado da parte que está sendo interrogada não pode lhe fazer perguntas.
Art. 347. A parte não é obrigada a depor de fatos:
I – criminosos ou torpes, que Ihe forem imputados;
II – a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar sigilo.
Parágrafo único. Esta disposição não se aplica às ações de filiação, de desquite e de anulação
de casamento.
Art. 342. O juiz pode, de ofício, em qualquer estado do processo, determinar o comparecimento
pessoal das partes, a fim de interrogá-las sobre os fatos da causa.
Art. 343. Quando o juiz não o determinar de ofício, compete a cada parte requerer o depoimento
pessoal da outra, a fim de interrogá-la na audiência de instrução e julgamento.

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§ 1º A parte será intimada pessoalmente, II – a finalidade da prova, indicando os fatos
constando do mandado que se presumirão que se relacionam com o documento ou a
confessados os fatos contra ela alegados, coisa;
caso não compareça ou, comparecendo, se III – as circunstâncias em que se funda o
recuse a depor. requerente para afirmar que o documento
§ 2º Se a parte intimada não comparecer, ou a coisa existe e se acha em poder da
ou comparecendo, se recusar a depor, o juiz parte contrária.
Ihe aplicará a pena de confissão. Art. 357. O requerido dará a sua resposta nos
Art. 344. A parte será interrogada na forma 5 (cinco) dias subseqüentes à sua intimação.
prescrita para a inquirição de testemunhas. Se afirmar que não possui o documento ou a
Parágrafo único. É defeso, a quem ainda coisa, o juiz permitirá que o requerente prove,
não depôs, assistir ao interrogatório da por qualquer meio, que a declaração não
outra parte. corresponde à verdade.

Art. 345. Quando a parte, sem motivo Art. 358. O juiz não admitirá a recusa:
justificado, deixar de responder ao que Ihe I – se o requerido tiver obrigação legal de
for perguntado, ou empregar evasivas, o exibir;
juiz, apreciando as demais circunstâncias e II – se o requerido aludiu ao documento
elementos de prova, declarará, na sentença, se ou à coisa, no processo, com o intuito de
houve recusa de depor. constituir prova;
Art. 346. A parte responderá pessoalmente III – se o documento, por seu conteúdo, for
sobre os fatos articulados, não podendo comum às partes.
servir-se de escritos adrede preparados; o
juiz Ihe permitirá, todavia, a consulta a notas Art. 359. Ao decidir o pedido, o juiz admitirá
breves, desde que objetivem completar como verdadeiros os fatos que, por meio do
esclarecimentos. documento ou da coisa, a parte pretendia
provar:
Art. 347. A parte não é obrigada a depor de
fatos: I – se o requerido não efetuar a exibição,
nem fizer qualquer declaração no prazo do
I – criminosos ou torpes, que Ihe forem art. 357;
imputados;
II – se a recusa for havida por ilegítima.
II – a cujo respeito, por estado ou profissão,
deva guardar sigilo. Art. 360. Quando o documento ou a coisa
estiver em poder de terceiro, o juiz mandará
Parágrafo único. Esta disposição não se citá-lo para responder no prazo de 10 (dez) dias.
aplica às ações de filiação, de desquite e de
anulação de casamento. Art. 361. Se o terceiro negar a obrigação de
exibir, ou a posse do documento ou da coisa,
DA EXIBIÇÃO o juiz designará audiência especial, tomando-
DE DOCUMENTO OU COISA lhe o depoimento, bem como o das partes e,
se necessário, de testemunhas; em seguida
Art. 355. O juiz pode ordenar que a parte exiba proferirá a sentença.
documento ou coisa, que se ache em seu poder.
Art. 362. Se o terceiro, sem justo motivo, se
Art. 356. O pedido formulado pela parte recusar a efetuar a exibição, o juiz lhe ordenará
conterá: que proceda ao respectivo depósito em cartório
I – a individuação, tão completa quanto ou noutro lugar designado, no prazo de 5 (cinco)
possível, do documento ou da coisa; dias, impondo ao requerente que o embolse das

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despesas que tiver; se o terceiro descumprir a bem como a seus parentes consangüíneos
ordem, o juiz expedirá mandado de apreensão, ou afins até o terceiro grau; ou lhes
requisitando, se necessário, força policial, tudo representar perigo de ação penal;
sem prejuízo da responsabilidade por crime de IV – se a exibição acarretar a divulgação
desobediência. de fatos, a cujo respeito, por estado ou
Art. 363. A parte e o terceiro se escusam de profissão, devam guardar segredo;
exibir, em juízo, o documento ou a coisa: V – se subsistirem outros motivos graves
I – se concernente a negócios da própria que, segundo o prudente arbítrio do juiz,
vida da família; justifiquem a recusa da exibição.
II – se a sua apresentação puder violar dever Parágrafo único. Se os motivos de que
de honra; tratam os ns. I a V disserem respeito só a
III – se a publicidade do documento uma parte do conteúdo do documento,
redundar em desonra à parte ou ao terceiro, da outra se extrairá uma suma para ser
apresentada em juízo.

Confissão “a rainha das provas”– prevista nos arts. 348 a 354 do CPC
É a admissão em juízo da verdade de um fato que beneficia a parte em contrário. (Art. 348)
Não se confunde com o reconhecimento da procedência do pedido (Art. 269, II)
Não se aplica em direito disponível, e pode ser aplicada pelo juiz no caso de negativa de
depoimento da parte devidamente intimada para tal ato.
Pode ser Espontânea ou provocada (Art. 349 do CPC).
A confissão não prejudica os litisconsortes (Art. 350).
É irretratável, salvo quando produzida com erro dolo ou coação (Art. 352).
Se o processo, estiver andando, a ação cabível é Anulatória, se já transitou em julgado,
ação rescisória. (Art. 352, I e II do CPC).

Art. 348. Há confissão, quando a parte admite a verdade de um fato, contrário ao seu interesse e
favorável ao adversário. A confissão é judicial ou extrajudicial.
Art. 349. A confissão judicial pode ser espontânea ou provocada. Da confissão espontânea, tanto
que requerida pela parte, se lavrará o respectivo termo nos autos; a confissão provocada constará
do depoimento pessoal prestado pela parte.
Parágrafo único. A confissão espontânea pode ser feita pela própria parte, ou por mandatário
com poderes especiais.
Art. 350. A confissão judicial faz prova contra o confitente, não prejudicando, todavia, os
litisconsortes.

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Parágrafo único. Nas ações que versarem trata este artigo; mas, uma vez iniciada,
sobre bens imóveis ou direitos sobre passa aos seus herdeiros.
imóveis alheios, a confissão de um cônjuge Art. 353. A confissão extrajudicial, feita por
não valerá sem a do outro. escrito à parte ou a quem a represente, tem
Art. 351. Não vale como confissão a admissão, a mesma eficácia probatória da judicial; feita
em juízo, de fatos relativos a direitos a terceiro, ou contida em testamento, será
indisponíveis. livremente apreciada pelo juiz.
Art. 352. A confissão, quando emanar de erro, Parágrafo único. Todavia, quando feita
dolo ou coação, pode ser revogada: verbalmente, só terá eficácia nos casos em
I – por ação anulatória, se pendente o que a lei não exija prova literal.
processo em que foi feita; Art. 354. A confissão é, de regra, indivisível, não
II – por ação rescisória, depois de transitada podendo a parte, que a quiser invocar como
em julgado a sentença, da qual constituir o prova, aceitá-la no tópico que a beneficiar
único fundamento. e rejeitá-la no que Ihe for desfavorável.
Cindir-se-á, todavia, quando o confitente Ihe
Parágrafo único. Cabe ao confitente o aduzir fatos novos, suscetíveis de constituir
direito de propor a ação, nos casos de que fundamento de defesa de direito material ou de
reconvenção.

Prova Documental – Prevista nos arts. 364 a 399 CPC.


Consiste na representação física de um fato.
Não precisa ser um documento escrito, pode ser uma foto, um vídeo, uma figura.
Quando a lei exigir documento público, nenhum outro poderá substituir (art. 366 do CPC).
O documento feito por oficial publico incompetente é válido desde que subscrito pelas
partes e tem eficácia de documento particular. (art. 367 do CPC)
No documento particular presume-se verdadeiro em relação à parte signatária, e não
perante terceiros (368), contestada a assinatura, cessa a fé, independente de arguição de
falsidade, cabendo o ônus da prova a parte que produziu o doc. (arts. 368 a 372 do CPC)

Prova Testemunhal – Art. 400 a 419 CPC


É sempre admissível , não dispondo a lei de modo diverso. (art. 400)
O juiz irá indeferir quando se tratar de:
•• já provados por documento ou confissão da parte;
•• que só por documento ou por exame pericial puderem ser provados.
Incapazes, impedidos e suspeitos não podem testemunhar (art. 405 do CPC).

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Os suspeito tem o seu valor de prova reduzido, por motivos de terem interesse no mérito
da ação (art. 405, § 3º) e seu depoimento é dispensado de compromisso (art. 415)
Incumbe às partes, no prazo que o juiz fixará ao designar a data da audiência, depositar
em cartório o rol de testemunhas, precisando-lhes o nome, profissão, residência e o local
de trabalho; omitindo-se o juiz, o rol será apresentado até 10 (dez) dias antes da audiência
(art. 407).
Só pode substituir a testemunha que:
a) falecer;
b) que, por enfermidade, não estiver em condições de depor;
c) que, tendo mudado de residência, não for encontrada pelo oficial de justiça.
São inquiridos em sua residência, ou onde exercem a sua função todos aqueles do (art. 411
do CPC)
O juiz inquirirá as testemunhas separada e sucessivamente; primeiro as do autor e depois
as do réu, providenciando de modo que uma não ouça o depoimento das outras. (art. 413
do CPC).
É lícito à parte contraditar a testemunha, argüindo-lhe a incapacidade, o impedimento ou a
suspeição. Se a testemunha negar os fatos que Ihe são imputados, a parte poderá provar a
contradita com documentos ou com testemunhas, até três, apresentada no ato e inquiridas
em separado. Sendo provados ou confessados os fatos, o juiz dispensará a testemunha, ou
Ihe tomará o depoimento, observando o disposto no art. 405, § 4º. (art. 414 do CPC)
O juiz pode ordenar, de ofício ou a requerimento da parte:
I – a inquirição de testemunhas referidas nas declarações da parte ou das testemunhas;
II – a acareação de duas ou mais testemunhas ou de alguma delas com a parte, quando,
sobre fato determinado, que possa influir na decisão da causa, divergirem as suas
declarações. (art. 418 do CPC)

Art. 400. A prova testemunhal é sempre admissível, não dispondo a lei de modo diverso. O juiz
indeferirá a inquirição de testemunhas sobre fatos:
I – já provados por documento ou confissão da parte;
II – que só por documento ou por exame pericial puderem ser provados.
Art. 401. A prova exclusivamente testemunhal só se admite nos contratos cujo valor não exceda o
décuplo do maior salário mínimo vigente no país, ao tempo em que foram celebrados.
Art. 402. Qualquer que seja o valor do contrato, é admissível a prova testemunhal, quando:
I – houver começo de prova por escrito, reputando-se tal o documento emanado da parte
contra quem se pretende utilizar o documento como prova;

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II – o credor não pode ou não podia, moral § 3º São suspeitos: 
ou materialmente, obter a prova escrita da I – o condenado por crime de falso
obrigação, em casos como o de parentesco, testemunho, havendo transitado em
depósito necessário ou hospedagem em julgado a sentença;
hotel.
II – o que, por seus costumes, não for digno
Art. 403. As normas estabelecidas nos dois de fé;
artigos antecedentes aplicam-se ao pagamento
e à remissão da dívida. III – o inimigo capital da parte, ou o seu
amigo íntimo;
Art. 404. É lícito à parte inocente provar com
testemunhas: IV – o que tiver interesse no litígio.
I – nos contratos simulados, a divergência § 4º Sendo estritamente necessário, o juiz
entre a vontade real e a vontade declarada; ouvirá testemunhas impedidas ou suspeitas;
mas os seus depoimentos serão prestados
II – nos contratos em geral, os vícios do independentemente de compromisso
consentimento. (art. 415) e o juiz Ihes atribuirá o valor que
Art. 405. Podem depor como testemunhas todas possam merecer.
as pessoas, exceto as incapazes, impedidas ou Art. 406. A testemunha não é obrigada a depor
suspeitas. de fatos:
§ 1º São incapazes: I – que Ihe acarretem grave dano, bem
I – o interdito por demência; como ao seu cônjuge e aos seus parentes
II – o que, acometido por enfermidade, consangüíneos ou afins, em linha reta, ou
ou debilidade mental, ao tempo em que na colateral em segundo grau;
ocorreram os fatos, não podia discerni-los; II – a cujo respeito, por estado ou profissão,
ou, ao tempo em que deve depor, não está deva guardar sigilo.
habilitado a transmitir as percepções; Art. 407. Incumbe às partes, no prazo que o
III – o menor de 16 (dezesseis) anos; juiz fixará ao designar a data da audiência,
IV – o cego e o surdo, quando a ciência do depositar em cartório o rol de testemunhas,
fato depender dos sentidos que Ihes faltam. precisando-lhes o nome, profissão, residência
e o local de trabalho; omitindo-se o juiz, o rol
§ 2º São impedidos: será apresentado até 10 (dez) dias antes da
I – o cônjuge, bem como o ascendente audiência.
e o descendente em qualquer grau, ou Parágrafo único. É lícito a cada parte
colateral, até o terceiro grau, de alguma das oferecer, no máximo, dez testemunhas;
partes, por consangüinidade ou afinidade, quando qualquer das partes oferecer mais
salvo se o exigir o interesse público, ou, de três testemunhas para a prova de cada
tratando-se de causa relativa ao estado da     fato, o juiz poderá dispensar as restantes.
pessoa, não se puder obter de outro modo
a prova, que o juiz repute necessária ao Art. 408. Depois de apresentado o rol, de que
julgamento do mérito; trata o artigo antecedente, a parte só pode
substituir a testemunha:
II – o que é parte na causa;
I – que falecer;
III – o que intervém em nome de uma
parte, como o tutor na causa do menor, o II – que, por enfermidade, não estiver em
representante legal da pessoa jurídica, o condições de depor;
juiz, o advogado e outros, que assistam ou III – que, tendo mudado de residência, não
tenham assistido as partes. for encontrada pelo oficial de justiça.

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Art. 409. Quando for arrolado como testemunha conselheiros dos Tribunais de Contas dos
o juiz da causa, este: Estados e do Distrito Federal;
I – declarar-se-á impedido, se tiver X – o embaixador de país que, por lei ou
conhecimento de fatos, que possam influir tratado, concede idêntica prerrogativa ao
na decisão; caso em que será defeso à agente diplomático do Brasil.
parte, que o incluiu no rol, desistir de seu Parágrafo único. O juiz solicitará à
depoimento; autoridade que designe dia, hora e local a
II – se nada souber, mandará excluir o seu fim de ser inquirida, remetendo-lhe cópia
nome. da petição inicial ou da defesa oferecida
Art. 410. As testemunhas depõem, na audiência pela parte, que arrolou como testemunha.
de instrução, perante o juiz da causa, exceto: Art. 412. A testemunha é intimada a comparecer
I – as que prestam depoimento à audiência, constando do mandado dia, hora
antecipadamente; e local, bem como os nomes das partes e a
natureza da causa. Se a testemunha deixar
II – as que são inquiridas por carta; de comparecer, sem motivo justificado, será
III – as que, por doença, ou outro motivo conduzida, respondendo pelas despesas do
relevante, estão impossibilitadas de adiamento.
comparecer em juízo (art. 336, parágrafo § 1º A parte pode comprometer-
único); se a levar à audiência a testemunha,
IV – as designadas no artigo seguinte. independentemente de intimação;
presumindo-se, caso não compareça, que
Art. 411. São inquiridos em sua residência, ou desistiu de ouvi-la.
onde exercem a sua função:
§ 2º Quando figurar no rol de testemunhas
I – o Presidente e o Vice-Presidente da funcionário público ou militar, o juiz o
República; requisitará ao chefe da repartição ou ao
II – o presidente do Senado e o da Câmara comando do corpo em que servir.
dos Deputados; § 3º A intimação poderá ser feita pelo
III – os ministros de Estado; correio, sob registro ou com entrega em
IV – os ministros do Supremo Tribunal mão própria, quando a testemunha tiver
Federal, do Superior Tribunal de Justiça, residência certa.
do Superior Tribunal Militar, do Tribunal Art. 413. O juiz inquirirá as testemunhas
Superior Eleitoral, do Tribunal Superior do separada e sucessivamente; primeiro as do
Trabalho e do Tribunal de Contas da União; autor e depois as do réu, providenciando de
V – o procurador-geral da República; modo que uma não ouça o depoimento das
outras.
Vl – os senadores e deputados federais;
Art. 414. Antes de depor, a testemunha será
Vll – os governadores dos Estados, dos qualificada, declarando o nome por inteiro,
Territórios e do Distrito Federal; a profissão, a residência e o estado civil, bem
Vlll – os deputados estaduais; como se tem relações de parentesco com a
parte, ou interesse no objeto do processo.
IX – os desembargadores dos Tribunais de
Justiça, os juízes dos Tribunais de Alçada, os § 1º É lícito à parte contraditar a
juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho testemunha, argüindo-lhe a incapacidade,
e dos Tribunais Regionais Eleitorais e os o impedimento ou a suspeição. Se a
testemunha negar os fatos que Ihe são
imputados, a parte poderá provar a

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contradita com documentos ou com método idôneo de documentação, será assinado
testemunhas, até três, apresentada no ato pelo juiz, pelo depoente e pelos procuradores,
e inquiridas em separado. Sendo provados facultando-se às partes a sua gravação.
ou confessados os fatos, o juiz dispensará a § 1º O depoimento será passado para a
testemunha, ou Ihe tomará o depoimento, versão datilográfica quando houver recurso
observando o disposto no art. 405, § 4º. da sentença ou noutros casos, quando o juiz
§ 2º A testemunha pode requerer ao juiz o determinar, de ofício ou a requerimento
que a escuse de depor, alegando os motivos da parte.
de que trata o art. 406; ouvidas as partes, o § 2º Tratando-se de processo eletrônico,
juiz decidirá de plano. observar-se-á o disposto nos §§ 2º e 3º do
Art. 415. Ao início da inquirição, a testemunha art. 169 desta Lei.
prestará o compromisso de dizer a verdade do Art. 418. O juiz pode ordenar, de ofício ou a
que souber e Ihe for perguntado. requerimento da parte:
Parágrafo único. O juiz advertirá à I – a inquirição de testemunhas referidas nas
testemunha que incorre em sanção penal declarações da parte ou das testemunhas;
quem faz a afirmação falsa, cala ou oculta
a verdade. II – a acareação de duas ou mais
testemunhas ou de alguma delas com a
Art. 416. O juiz interrogará a testemunha parte, quando, sobre fato determinado, que
sobre os fatos articulados, cabendo, primeiro à possa influir na decisão da causa, divergirem
parte, que a arrolou, e depois à parte contrária, as suas declarações.
formular perguntas tendentes a esclarecer ou
completar o depoimento. Art. 419. A testemunha pode requerer ao juiz
o pagamento da despesa que efetuou para
§ 1º As partes devem tratar as testemunhas comparecimento à audiência, devendo a parte
com urbanidade, não Ihes fazendo pagá-la logo que arbitrada, ou depositá-la em
perguntas ou considerações impertinentes, cartório dentro de 3 (três) dias.
capciosas ou vexatórias.
Parágrafo único. O depoimento prestado
§ 2º As perguntas que o juiz indeferir serão em juízo é considerado serviço público.
obrigatoriamente transcritas no termo, se a A testemunha, quando sujeita ao regime
parte o requerer. da legislação trabalhista, não sofre, por
Art. 417. O depoimento, datilografado ou comparecer à audiência, perda de salário
registrado por taquigrafia, estenotipia ou outro nem desconto no tempo de serviço.

Prova Pericial – Arts. 420 a 439 do CPC


É a prova destinada a levar ao juiz elementos instrutórios que dependam de conhecimento
especial de ordem técnica.
São provas produzidas por meio de exame, vistoria ou avaliação efetivada por perito
técnico, que pode ser acompanhado por assistentes nomeados pelas partes.

Art. 420. A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação.


Parágrafo único. O juiz indeferirá a perícia quando:

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I – a prova do fato não depender do dos quesitos aos autos dará o escrivão ciência à
conhecimento especial de técnico; parte contrária.
II – for desnecessária em vista de outras Art. 426. Compete ao juiz:
provas produzidas; I – indeferir quesitos impertinentes;
III – a verificação for impraticável. II – formular os que entender necessários
Art. 421. O juiz nomeará o perito, fixando de ao esclarecimento da causa.
imediato o prazo para a entrega do laudo. Art. 427. O juiz poderá dispensar prova pericial
§ 1º Incumbe às partes, dentro em 5 (cinco) quando as partes, na inicial e na contestação,
dias, contados da intimação do despacho de apresentarem sobre as questões de fato
nomeação do perito: pareceres técnicos ou documentos elucidativos
I – indicar o assistente técnico; que considerar suficientes

II – apresentar quesitos. Art. 428. Quando a prova tiver de realizar-se por


carta, poderá proceder-se à nomeação de perito
§ 2º Quando a natureza do fato o permitir, e indicação de assistentes técnicos no juízo, ao
a perícia poderá consistir apenas na qual se requisitar a perícia.
inquirição pelo juiz do perito e dos
assistentes, por ocasião da audiência de Art. 429. Para o desempenho de sua função,
instrução e julgamento a respeito das coisas podem o perito e os assistentes técnicos utilizar-
que houverem informalmente examinado se de todos os meios necessários, ouvindo
ou avaliado. testemunhas, obtendo informações, solicitando
documentos que estejam em poder de parte
Art. 422. O perito cumprirá escrupulosamente ou em repartições públicas, bem como instruir
o encargo que Ihe foi cometido, o laudo com plantas, desenhos, fotografias e
independentemente de termo de compromisso. outras quaisquer peças.
Os assistentes técnicos são de confiança da
parte, não sujeitos a impedimento ou suspeição. Art. 430. (Revogado pela Lei nº 8.455, de
24/8/1992)
Art. 423. O perito pode escusar-se (art. 146),
ou ser recusado por impedimento ou suspeição Art. 431. (Revogado pela Lei nº 8.455, de
(art. 138, III); ao aceitar a escusa ou julgar 24/8/1992))
procedente a impugnação, o juiz nomeará novo Art. 431-A. As partes terão ciência da data e
perito. local designados pelo juiz ou indicados pelo
Art. 424. O perito pode ser substituído quando: perito para ter início a produção da prova.

I – carecer de conhecimento técnico ou Art. 431-B. Tratando-se de perícia complexa,


científico; que abranja mais de uma área de conhecimento
especializado, o juiz poderá nomear mais de um
II – sem motivo legítimo, deixar de cumprir perito e a parte indicar mais de um assistente
o encargo no prazo que Ihe foi assinado. técnico.
Parágrafo único. No caso previsto no Art. 432. Se o perito, por motivo justificado, não
inciso II, o juiz comunicará a ocorrência puder apresentar o laudo dentro do prazo, o
à corporação profissional respectiva, juiz conceder-lhe-á, por uma vez, prorrogação,
podendo, ainda, impor multa ao perito, segundo o seu prudente arbítrio.
fixada tendo em vista o valor da causa e o
possível prejuízo decorrente do atraso no Parágrafo único.
processo. Art. 433. O perito apresentará o laudo em
Art. 425. Poderão as partes apresentar, durante cartório, no prazo fixado pelo juiz, pelo menos
a diligência, quesitos suplementares. Da juntada

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20 (vinte) dias antes da audiência de instrução e Art. 439. A segunda perícia rege-se pelas
julgamento. disposições estabelecidas para a primeira.
Parágrafo único. Os assistentes técnicos Parágrafo único. A segunda perícia não
oferecerão seus pareceres no prazo comum substitui a primeira, cabendo ao juiz
de 10 (dez) dias, após intimadas as partes apreciar livremente o valor de uma e outra.
da apresentação do laudo.
DA AUDIÊNCIA
Art. 434. Quando o exame tiver por objeto a DE MODO GERAL
autenticidade ou a falsidade de documento,
ou for de natureza médico-legal, o perito será Art. 444. A audiência será pública; nos casos
escolhido, de preferência, entre os técnicos de que trata o art. 155, realizar-se-á a portas
dos estabelecimentos oficiais especializados. fechadas.
O juiz autorizará a remessa dos autos, bem
como do material sujeito a exame, ao diretor do Art. 445. O juiz exerce o poder de polícia,
estabelecimento. competindo-lhe:

Parágrafo único. Quando o exame tiver I – manter a ordem e o decoro na audiência;


por objeto a autenticidade da letra e firma, II – ordenar que se retirem da sala
o perito poderá requisitar, para efeito de da audiência os que se comportarem
comparação, documentos existentes em inconvenientemente;
repartições públicas; na falta destes, poderá
III – requisitar, quando necessário, a força
requerer ao juiz que a pessoa, a quem se
policial.
atribuir a autoria do documento, lance em
folha de papel, por cópia, ou sob ditado, Art. 446. Compete ao juiz em especial:
dizeres diferentes, para fins de comparação. I – dirigir os trabalhos da audiência;
Art. 435. A parte, que desejar esclarecimento do II – proceder direta e pessoalmente à
perito e do assistente técnico, requererá ao juiz colheita das provas;
que mande intimá-lo a comparecer à audiência,
formulando desde logo as perguntas, sob forma III – exortar os advogados e o órgão do
de quesitos. Ministério Público a que discutam a causa
com elevação e urbanidade.
Parágrafo único. O perito e o assistente
técnico só estarão obrigados a prestar os Parágrafo único. Enquanto depuserem as
esclarecimentos a que se refere este artigo, partes, o perito, os assistentes técnicos e
quando intimados 5 (cinco) dias antes da as testemunhas, os advogados não podem
audiência. intervir ou apartear, sem licença do juiz.

Art. 436. O juiz não está adstrito ao laudo DA CONCILIAÇÃO


pericial, podendo formar a sua convicção com
outros elementos ou fatos provados nos autos. Art. 447. Quando o litígio versar sobre direitos
patrimoniais de caráter privado, o juiz, de ofício,
Art. 437. O juiz poderá determinar, de ofício determinará o comparecimento das partes ao
ou a requerimento da parte, a realização de início da audiência de instrução e julgamento.
nova perícia, quando a matéria não Ihe parecer
suficientemente esclarecida. Parágrafo único. Em causas relativas à
família, terá lugar igualmente a conciliação,
Art. 438. A segunda perícia tem por objeto
nos casos e para os fins em que a lei
os mesmos fatos sobre que recaiu a primeira
consente a transação.
e destina-se a corrigir eventual omissão ou
inexatidão dos resultados a que esta conduziu.

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Art. 448. Antes de iniciar a instrução, o juiz § 3º Quem der causa ao adiamento
tentará conciliar as partes. Chegando a acordo, responderá pelas despesas acrescidas.
o juiz mandará tomá-lo por termo. Art. 454. Finda a instrução, o juiz dará a palavra
Art. 449. O termo de conciliação, assinado pelas ao advogado do autor e ao do réu, bem como
partes e homologado pelo juiz, terá valor de ao órgão do Ministério Público, sucessivamente,
sentença. pelo prazo de 20 (vinte) minutos para cada um,
prorrogável por 10 (dez), a critério do juiz.
DA INSTRUÇÃO § 1º Havendo litisconsorte ou terceiro, o
E JULGAMENTO prazo, que formará com o da prorrogação
um só todo, dividir-se-á entre os do mesmo
Art. 450. No dia e hora designados, o juiz grupo, se não convencionarem de modo
declarará aberta a audiência, mandando diverso.
apregoar as partes e os seus respectivos
advogados. § 2º No caso previsto no art. 56, o opoente
sustentará as suas razões em primeiro lugar,
Art. 451. Ao iniciar a instrução, o juiz, ouvidas seguindo-se-lhe os opostos, cada qual pelo
as partes, fixará os pontos controvertidos sobre prazo de 20 (vinte) minutos.
que incidirá a prova.
§ 3º Quando a causa apresentar questões
Art. 452. As provas serão produzidas na complexas de fato ou de direito, o debate
audiência nesta ordem: oral poderá ser substituído por memoriais,
I – o perito e os assistentes técnicos caso em que o juiz designará dia e hora para
responderão aos quesitos de o seu oferecimento.
esclarecimentos, requeridos no prazo e na Art. 455. A audiência é una e contínua. Não
forma do art. 435; sendo possível concluir, num só dia, a instrução,
II – o juiz tomará os depoimentos pessoais, o debate e o julgamento, o juiz marcará o seu
primeiro do autor e depois do réu; prosseguimento para dia próximo.
Art. 456. Encerrado o debate ou oferecidos os
III – finalmente, serão inquiridas as
memoriais, o juiz proferirá a sentença desde
testemunhas arroladas pelo autor e pelo
logo ou no prazo de 10 (dez) dias.
réu.
Art. 457. O escrivão lavrará, sob ditado do juiz,
Adiamento: termo que conterá, em resumo, o ocorrido
na audiência, bem como, por extenso, os
Art. 453. A audiência poderá ser adiada: despachos e a sentença, se esta for proferida no
I – por convenção das partes, caso em que ato.
só será admissível uma vez; § 1º Quando o termo for datilografado, o
Il – se não puderem comparecer, por juiz Ihe rubricará as folhas, ordenando que
motivo justificado, o perito, as partes, as sejam encadernadas em volume próprio.
testemunhas ou os advogados. § 2º Subscreverão o termo o juiz, os
advogados, o órgão do Ministério Público e
§ 1º Incumbe ao advogado provar o
o escrivão.
impedimento até a abertura da audiência;
não o fazendo, o juiz procederá à instrução. § 3º O escrivão trasladará para os autos
cópia autêntica do termo de audiência.
§ 2º Pode ser dispensada pelo juiz a
produção das provas requeridas pela parte § 4º Tratando-se de processo eletrônico,
cujo advogado não compareceu à audiência. observar-se-á o disposto nos §§ 2º e 3º do
art. 169 desta Lei.

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SENTENÇA (Arts. 458 a 475)
Recentemente o legislador modificou o conceito de sentença contido no §1º do art. 162 do Código de
Processo Civil onde constava a seguinte redação: “Sentença é o ato pelo qual o juiz põe termo ao processo,
decidindo ou não o mérito da causa.”

A partir da Lei 11.232/2005 o conceito de sentença no processo civil passa a ser o seguinte: “Sentença é o ato
do juiz que implica alguma das situações previstas nos arts. 267 e 269 desta Lei.”

Art. 458. São requisitos essenciais da sentença:


I – o relatório, que conterá os nomes das partes, a suma do pedido e da resposta do réu, bem
como o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo;
II – os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito;
III – o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões, que as partes Ihe submeterem.
Art. 459. O juiz proferirá a sentença, acolhendo ou rejeitando, no todo ou em parte, o pedido
formulado pelo autor. Nos casos de extinção do processo sem julgamento do mérito, o juiz decidirá
em forma concisa.
Parágrafo único. Quando o autor tiver formulado pedido certo, é vedado ao juiz proferir
sentença ilíquida.

RELATÓRIO
Trata-se de síntese onde constará o registro das principais ocorrências durante a tramitação
do processo, tais como qualificação das partes; suma do pedido constante da petição
inicial; resposta do réu; parecer do Ministério Público, se for o caso; e os demais fatos
relevantes que ocorreram no processo.
Exceção: Art. 38 da Lei nº 9.099/1995, concernente aos juizados especiais cíveis.
Admite-se, também, a validade das decisões em que o magistrado se reporta ao relatório
feito em outra decisão do processo, desde que isso, igualmente, não gere nenhum prejuízo
às partes.
Trata-se de síntese onde constará o registro das principais ocorrências durante a tramitação
do processo, tais como qualificação das partes; suma do pedido constante da petição
inicial; resposta do réu; parecer do Ministério Público, se for o caso; e os demais fatos
relevantes que ocorreram no processo.
Exceção: Art. 38 da Lei nº 9.099/1995, concernente aos juizados especiais cíveis.
Admite-se, também, a validade das decisões em que o magistrado se reporta ao relatório
feito em outra decisão do processo, desde que isso, igualmente, não gere nenhum prejuízo
às partes.

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FUNDAMENTAÇÃO
Esta é uma garantia constitucional, insculpida no art. 93, IX da Carta Magna, onde
estabelece que toda decisão judicial deve ser motivada, sendo sua ausência penalizada
pela nulidade, pois trata-se de vício gravíssimo, que pode ser conhecido de ofício ou
através de ajuizamento de ação rescisória.
A exigência de motivação das decisões judiciais decorre da necessidade de as partes
conhecerem os motivos que levaram o magistrado a formar o seu convencimento diante
das provas produzidas na fase de instrução do processo.
Nesta etapa o magistrado resolve inicialmente as questões de fato postas que ainda não
foram resolvidas em momento pretérito.
Ainda, na fundamentação o magistrado deve analisar a constitucionalidade ou
inconstitucionalidade de ato normativo, por requerimento das partes ou de ofício, por
tratar-se de questão de direito, o que produzirá efeitos apenas entre as partes.
Por outro lado, é importante lembrar que o teor constante da fundamentação bem como
os motivos da sentença não faz coisa julgada, nos termos do art. 469 do CPC. Desta forma,
todo este conteúdo pode ser revisto em outros processos sem configurar litispendência.

DISPOSITIVO
Trata-se de elemento conclusivo e fundamental da sentença, em que o órgão jurisdicional
estabelece um preceito em resposta ao pedido formulado pelo autor da demanda. Não
existe sentença judicial sem dispositivo.
Diferentemente do relatório e da fundamentação o dispositivo é a parte da sentença
em que incide diretamente a coisa julgada e os respectivos efeitos, que serão tratados
posteriormente.
De acordo com o princípio da congruência, disposto no art. 460 da codificação processual
civil, o juiz não poderá proferir sentença, a favor do autor, de natureza diversa da pedida.
Art. 460. É defeso ao juiz proferir sentença, a favor do autor, de natureza diversa da pedida,
bem como condenar o réu em quantidade superior ou em objeto diverso do que Ihe foi
demandado.
Parágrafo único. A sentença deve ser certa, ainda quando decida relação jurídica
condicional.
Ultra petita é a decisão que concede algo além do que foi pedido pelo autor, ou seja, o juiz
excede os limites constantes da petição inicial.
Extra petita, pois neste caso o magistrado concede pretensão divergente do pedido não
formulado.
Citra petita é aquela que deixa de analisar o pedido formulado pelo autor na petição inicial,
ou seja, há uma omissão quanto ao exame da questão.

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Art. 461. Na ação que tenha por objeto o § 1º Tratando-se de entrega de coisa
cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, determinada pelo gênero e quantidade, o
o juiz concederá a tutela específica da obrigação credor a individualizará na petição inicial, se
ou, se procedente o pedido, determinará lhe couber a escolha; cabendo ao devedor
providências que assegurem o resultado prático escolher, este a entregará individualizada,
equivalente ao do adimplemento. no prazo fixado pelo juiz.
§ 1º A obrigação somente se converterá em § 2º Não cumprida a obrigação no prazo
perdas e danos se o autor o requerer ou se estabelecido, expedir-se-á em favor do
impossível a tutela específica ou a obtenção credor mandado de busca e apreensão ou
do resultado prático correspondente. de imissão na posse, conforme se tratar de
§ 2º A indenização por perdas e danos dar- coisa móvel ou imóvel.
se-á sem prejuízo da multa (art. 287). § 3º Aplica-se à ação prevista neste artigo o
§ 3º Sendo relevante o fundamento da disposto nos §§ 1º a 6º do art. 461.
demanda e havendo justificado receio de Art. 462. Se, depois da propositura da ação,
ineficácia do provimento final, é lícito ao algum fato constitutivo, modificativo ou
juiz conceder a tutela liminarmente ou extintivo do direito influir no julgamento da
mediante justificação prévia, citado o réu. lide, caberá ao juiz tomá-lo em consideração, de
A medida liminar poderá ser revogada ou ofício ou a requerimento da parte, no momento
modificada, a qualquer tempo, em decisão de proferir a sentença.
fundamentada.
Art. 463. Publicada a sentença, o juiz só poderá
§ 4º O juiz poderá, na hipótese do parágrafo alterá-la: I - para Ihe corrigir, de ofício ou a
anterior ou na sentença, impor multa diária requerimento da parte, inexatidões materiais,
ao réu, independentemente de pedido do ou Ihe retificar erros de cálculo;
autor, se for suficiente ou compatível com a
obrigação, fixando-lhe prazo razoável para o II – por meio de embargos de declaração.
cumprimento do preceito. Art. 464 REVOGADO
§ 5º Para a efetivação da tutela específica
ou a obtenção do resultado prático Art. 465 REVOGADO
equivalente, poderá o juiz, de ofício ou Art. 466. A sentença que condenar o réu no
a requerimento, determinar as medidas pagamento de uma prestação, consistente
necessárias, tais como a imposição de multa em dinheiro ou em coisa, valerá como título
por tempo de atraso, busca e apreensão, constitutivo de hipoteca judiciária, cuja inscrição
remoção de pessoas e coisas, desfazimento será ordenada pelo juiz na forma prescrita na
de obras e impedimento de atividade Lei de Registros Públicos.
nociva, se necessário com requisição de
força policial. Parágrafo único. A sentença condenatória
produz a hipoteca judiciária:
§ 6º O juiz poderá, de ofício, modificar o
valor ou a periodicidade da multa, caso I – embora a condenação seja genérica;
verifique que se tornou insuficiente ou II – pendente arresto de bens do devedor;
excessiva.
III – ainda quando o credor possa promover
Art. 461-A. Na ação que tenha por objeto a a execução provisória da sentença.
entrega de coisa, o juiz, ao conceder a tutela
Art. 466-A. Condenado o devedor a emitir
específica, fixará o prazo para o cumprimento
declaração de vontade, a sentença, uma vez
da obrigação.
transitada em julgado, produzirá todos os
efeitos da declaração não emitida.

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Art. 466-B. Se aquele que se comprometeu a concluir um contrato não cumprir a obrigação, a outra
parte, sendo isso possível e não excluído pelo título, poderá obter uma sentença que produza o
mesmo efeito do contrato a ser firmado.
Art. 466-C. Tratando-se de contrato que tenha por objeto a transferência da propriedade de coisa
determinada, ou de outro direito, a ação não será acolhida se a parte que a intentou não cumprir a
sua prestação, nem a oferecer, nos casos e formas legais, salvo se ainda não exigível.

Consiste a hipoteca judiciária em efeito secundário ou anexo da sentença ou acórdão que


condena a parte ao pagamento de uma prestação em dinheiro ou em coisa. Significa dizer:
a decisão constitui título suficiente para que o vencedor da demanda venha a ter contra
o vencido, e sobre seus bens imóveis e certos móveis, direito real de garantia, desde que
realizada a inscrição da hipoteca judiciária no cartório de registro de imóveis, que deve
ser ordenada pelo juiz através de expedição de mandado em atenção a requerimento de
especialização dos bens feito pela parte favorecida pela decisão condenatória. Por isso,
pode-se afirmar que não se exige, para a sua instituição, que a parte a requeira, nem
tampouco que o órgão jurisdicional sobre ela decida. Institui-se a hipoteca judiciária – e,
conseqüentemente, nasce para o vencedor a faculdade de fazê-la inscrever – ex vi legis,
pelo só fato da publicação da decisão do magistrado ou do Tribunal.

COISA JULGADA
Trata-se de garantia constitucional expressa no art. 5º XXXVI da Constituição da República,
onde o poder constituinte originário assegurou aos jurisdicionados a segurança jurídica
necessária à imutabilidade das decisões emanadas do Poder Judiciário, em que já não
caiba interposição de recurso.
A coisa julgada é a imutabilidade da parte dispositiva da sentença. Contudo, somente a
chamada coisa julgada material é amparada pelo manto da imutabilidade, haja vista que
quanto à coisa julgada formal ainda há possibilidade de rediscussão da matéria.
A coisa julgada formal é a imutabilidade da decisão judicial restrita aos limites do processo
em que foi proferida, em decorrência do esgotamento das vias recursais ou pelo decurso do
prazo, o que levará a impossibilidade de rediscussão da matéria dentro dos limites daquele
processo, a exemplo do indeferimento da petição inicial, onde o autor poderá ajuizar novo
procedimento posteriormente.
Por exemplo: “A” cobra indenização de “B”, mas o advogado de “A” não apresenta ao juiz
procuração para representá-lo no processo. O juiz profere sentença extinguindo o processo
“sem julgamento de mérito”. “A” não recorre no prazo previsto pela lei e a sentença transita
em julgado. A coisa julgada formal impede que o juiz modifique a sentença naquele mesmo
processo, se descobrir que a procuração havia sido apresentada ou se o advogado vier a
apresentá-la posteriormente. No entanto, providenciada a procuração, “A” pode iniciar um
novo processo para cobrar indenização de “B”.

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Já a coisa julgada material produz efeitos para além dos limites daquele processo em que
foi produzida a sentença, ou seja, a imutabilidade se opera dentro e fora do processo,
tornando-se inalterável.
Para tanto, deverão estar presentes quatro pressupostos: a decisão deve ser jurisdicional;
o provimento deverá versar sobre mérito da causa; o mérito deve ter sido analisado em
cognição exauriente; tenha havido a preclusão máxima. (transito em julgado)
Por exemplo, “A” cobra indenização de “B” por acidente de trânsito, mas no curso do
processo não consegue apresentar qualquer prova de que “B” seja culpado. O juiz julga o
pedido improcedente (nega a indenização pedida), “A” não recorre no prazo previsto pela
lei e a sentença transita em julgado. Assim, tem-se a coisa julgada material.

Art. 467. Denomina-se coisa julgada material poderá a parte pedir a revisão do que foi
a eficácia, que torna imutável e indiscutível a estatuído na sentença;
sentença, não mais sujeita a recurso ordinário
ou extraordinário. II – nos demais casos prescritos em lei.

Art. 468. A sentença, que julgar total ou Art. 472. A sentença faz coisa julgada às partes
parcialmente a lide, tem força de lei nos limites entre as quais é dada, não beneficiando, nem
da lide e das questões decididas. prejudicando terceiros. Nas causas relativas ao
estado de pessoa, se houverem sido citados no
Art. 469. Não fazem coisa julgada: processo, em litisconsórcio necessário, todos os
interessados, a sentença produz coisa julgada
I – os motivos, ainda que importantes para em relação a terceiros.
determinar o alcance da parte dispositiva
da sentença; Art. 473. É defeso à parte discutir, no curso
do processo, as questões já decididas, a cujo
Il – a verdade dos fatos, estabelecida como respeito se operou a preclusão.
fundamento da sentença;
Art. 474. Passada em julgado a sentença de
III – a apreciação da questão prejudicial, mérito, reputar-se-ão deduzidas e repelidas
decidida incidentemente no processo. todas as alegações e defesas, que a parte
Art. 470. Faz, todavia, coisa julgada a resolução poderia opor assim ao acolhimento como à
da questão prejudicial, se a parte o requerer rejeição do pedido.
(arts. 5º e 325), o juiz for competente em razão Art. 475. Está sujeita ao duplo grau de
da matéria e constituir pressuposto necessário jurisdição, não produzindo efeito senão depois
para o julgamento da lide. de confirmada pelo tribunal, a sentença:
Art. 471. Nenhum juiz decidirá novamente as I – proferida contra a União, o Estado,
questões já decididas, relativas à mesma lide, o Distrito Federal, o Município, e as
salvo: respectivas autarquias e fundações de
I – se, tratando-se de relação jurídica direito público;
continuativa, sobreveio modificação no II – que julgar procedentes, no todo ou em
estado de fato ou de direito; caso em que parte, os embargos à execução de dívida
ativa da Fazenda Pública (art. 585, VI).

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§ 1º Nos casos previstos neste artigo, o juiz ordenará a remessa dos autos ao tribunal, haja ou
não apelação; não o fazendo, deverá o presidente do tribunal avocá-los.
§ 2º Não se aplica o disposto neste artigo sempre que a condenação, ou o direito controvertido,
for de valor certo não excedente a 60 (sessenta) salários mínimos, bem como no caso de
procedência dos embargos do devedor na execução de dívida ativa do mesmo valor.
§ 3º Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em
jurisprudência do plenário do Supremo Tribunal Federal ou em súmula deste Tribunal ou do
tribunal superior competente.

Exceções à Coisa Julgada


A mais importante exceção à coisa julgada no processo civil é a ação rescisória, que permite
a modificação da sentença no prazo de dois anos após o trânsito em julgado, na hipótese de
ocorrência de problemas graves que possam ter impedido uma decisão adequada, como a
corrupção do juiz ou a ofensa à lei.
Também é tratada como exceção à coisa julgada é a possibilidade de modificar sentenças
que tratam de relações continuativas, como o pagamento de pensão alimentícia (art. 471,
inciso I, do Código de Processo Civil brasileiro).

Liquidação de Sentença
Antes de 2005 era um procedimento autonomo, comecava por uma peticao inicial e
acabava com uma sentenca.
Atualemente eh um simples incidente processual. Nao eh autonomo, mas sim um fase do
processo
SUMULA 344 STJ; A liquidacao por forma diversa da estabelecida na sentenca nao ofende
a coisa julgada’
Cabimento: (art. 475-A)

Art. 475-A. Quando a sentença não determinar o valor devido, procede-se à sua liquidação.
§ 1º Do requerimento de liquidação de sentença será a parte intimada, na pessoa de seu
advogado.
§ 2º A liquidação poderá ser requerida na pendência de recurso, processando-se em autos
apartados, no juízo de origem, cumprindo ao liquidante instruir o pedido com cópias das peças
processuais pertinentes.

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§ 3º Nos processos sob procedimento II – o exigir a natureza do objeto da
comum sumário, referidos no art. 275, liquidação.
inciso II, alíneas ‘d’ e ‘e’ desta Lei, é defesa
a sentença ilíquida, cumprindo ao juiz, se Art. 475-D. Requerida a liquidação por
for o caso, fixar de plano, a seu prudente arbitramento, o juiz nomeará o perito e fixará o
critério, o valor devido. prazo para a entrega do laudo.
Parágrafo único. Apresentado o laudo,
LIQUIDAÇÃO POR CÁLCULOS sobre o qual poderão as partes manifestar-
Art. 475-B. Quando a determinação do valor se no prazo de dez dias, o juiz proferirá
da condenação depender apenas de cálculo decisão ou designará, se necessário,
aritmético, o credor requererá o cumprimento audiência
da sentença, na forma do art. 475-J desta LIQUIDAÇÃO POR ARTIGOS
Lei, instruindo o pedido com a memória
discriminada e atualizada do cálculo. Art. 475-E. Far-se-á a liquidação por artigos,
§ 1º Quando a elaboração da memória do quando, para determinar o valor da condenação,
cálculo depender de dados existentes em houver necessidade de alegar e provar fato
poder do devedor ou de terceiro, o juiz, a novo.
requerimento do credor, poderá requisitá- Art. 475-F. Na liquidação por artigos, observar-
los, fixando prazo de até trinta dias para o se-á, no que couber, o procedimento comum
cumprimento da diligência. (art. 272).
§ 2º Se os dados não forem, Art. 475-G. É defeso, na liquidação, discutir
injustificadamente, apresentados pelo de novo a lide ou modificar a sentença que a
devedor, reputar-se-ão corretos os cálculos julgou.
apresentados pelo credor, e, se não o forem
pelo terceiro, configurar-se-á a situação Art. 475-H. Da decisão de liquidação caberá
prevista no art. 362. agravo de instrumento.

§ 3º Poderá o juiz valer-se do contador do DO CUMPRIMENTO


juízo, quando a memória apresentada pelo DA SENTENÇA
credor aparentemente exceder os limites da
decisão exeqüenda e, ainda, nos casos de Art. 475-I. O cumprimento da sentença far-se-á
assistência judiciária. conforme os arts. 461 e 461-A desta Lei ou,
tratando-se de obrigação por quantia certa, por
§ 4º Se o credor não concordar com os
execução, nos termos dos demais artigos deste
cálculos feitos nos termos do § 3º deste
Capítulo.
artigo, far-se-á a execução pelo valor
originariamente pretendido, mas a penhora § 1º É definitiva a execução da sentença
terá por base o valor encontrado pelo transitada em julgado e provisória quando
contador. se tratar de sentença impugnada mediante
recurso ao qual não foi atribuído efeito
Liquidação por Arbitramento suspensivo.
Art. 475-C. Far-se-á a liquidação por § 2º Quando na sentença houver uma parte
arbitramento quando: líquida e outra ilíquida, ao credor é lícito
promover simultaneamente a execução
I – determinado pela sentença ou
daquela e, em autos apartados, a liquidação
convencionado pelas partes;
desta.

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Art. 475-J. Caso o devedor, condenado ao prescrição, desde que superveniente à


pagamento de quantia certa ou já fixada em sentença.
liquidação, não o efetue no prazo de quinze
dias, o montante da condenação será acrescido § 1º Para efeito do disposto no inciso II do
de multa no percentual de dez por cento e, a caput deste artigo, considera-se também
requerimento do credor e observado o disposto inexigível o título judicial fundado em lei ou
no art. 614, inciso II, desta Lei, expedir-se-á ato normativo declarados inconstitucionais
mandado de penhora e avaliação. pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado
em aplicação ou interpretação da lei
§ 1º Do auto de penhora e de avaliação ou ato normativo tidas pelo Supremo
será de imediato intimado o executado, na Tribunal Federal como incompatíveis com a
pessoa de seu advogado (arts. 236 e 237), Constituição Federal.
ou, na falta deste, o seu representante legal,
ou pessoalmente, por mandado ou pelo § 2º Quando o executado alegar que o
correio, podendo oferecer impugnação, exeqüente, em excesso de execução, pleiteia
querendo, no prazo de quinze dias. quantia superior à resultante da sentença,
cumprir-lhe-á declarar de imediato o valor
§ 2º Caso o oficial de justiça não possa que entende correto, sob pena de rejeição
proceder à avaliação, por depender de liminar dessa impugnação.
conhecimentos especializados, o juiz, de
imediato, nomeará avaliador, assinando-lhe Art. 475-M. A impugnação não terá efeito
breve prazo para a entrega do laudo. suspensivo, podendo o juiz atribuir-lhe tal
efeito desde que relevantes seus fundamentos
§ 3º O exeqüente poderá, em seu requeri- e o prosseguimento da execução seja
mento, indicar desde logo os bens a serem manifestamente suscetível de causar ao
penhorados. executado grave dano de difícil ou incerta
reparação.
§ 4º Efetuado o pagamento parcial no prazo
previsto no caput deste artigo, a multa de § 1º Ainda que atribuído efeito suspensivo à
dez por cento incidirá sobre o restante. impugnação, é lícito ao exeqüente requerer
o prosseguimento da execução, oferecendo
§ 5º Não sendo requerida a execução e prestando caução suficiente e idônea,
no prazo de seis meses, o juiz mandará arbitrada pelo juiz e prestada nos próprios
arquivar os autos, sem prejuízo de seu autos.
desarquivamento a pedido da parte.
§ 2º Deferido efeito suspensivo, a impugna-
Art. 475-L. A impugnação somente poderá ção será instruída e decidida nos próprios
versar sobre: autos e, caso contrário, em autos aparta-
I – falta ou nulidade da citação, se o dos.
processo correu à revelia; § 3º A decisão que resolver a impugnação é
II – inexigibilidade do título; recorrível mediante agravo de instrumento,
salvo quando importar extinção da
III – penhora incorreta ou avaliação errônea; execução, caso em que caberá apelação.
IV – ilegitimidade das partes; Art. 475-N. São títulos executivos judiciais:
V – excesso de execução; I – a sentença proferida no processo civil
VI – qualquer causa impeditiva, modificativa que reconheça a existência de obrigação
ou extintiva da obrigação, como pagamento, de fazer, não fazer, entregar coisa ou pagar
novação, compensação, transação ou quantia;

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II – a sentença penal condenatória § 2º A caução a que se refere o inciso III do
transitada em julgado; caput deste artigo poderá ser dispensada:
III – a sentença homologatória de concilia- I – quando, nos casos de crédito de natureza
ção ou de transação, ainda que inclua maté- alimentar ou decorrente de ato ilícito, até o
ria não posta em juízo; limite de sessenta vezes o valor do salário-
mínimo, o exeqüente demonstrar situação
IV – a sentença arbitral; de necessidade;
V – o acordo extrajudicial, de qualquer II - nos casos de execução provisória em que
natureza, homologado judicialmente; penda agravo perante o Supremo Tribunal
VI – a sentença estrangeira, homologada Federal ou o Superior Tribunal de Justiça
pelo Superior Tribunal de Justiça; (art. 544), salvo quando da dispensa possa
VII – o formal e a certidão de partilha, manifestamente resultar risco de grave
exclusivamente em relação ao inventariante, dano, de difícil ou incerta reparação.
aos herdeiros e aos sucessores a título § 3º Ao requerer a execução provisória, o
singular ou universal. exequente instruirá a petição com cópias
Parágrafo único. Nos casos dos incisos II, IV autenticadas das seguintes peças do
e VI, o mandado inicial (art. 475-J) incluirá a processo, podendo o advogado declarar a
ordem de citação do devedor, no juízo cível, autenticidade, sob sua responsabilidade
para liquidação ou execução, conforme o pessoal: 
caso. I – sentença ou acórdão exeqüendo;
II – certidão de interposição do recurso não
EXECUÇÃO PROVISÓRIA dotado de efeito suspensivo;
Art. 475-O. A execução provisória da sentença III – procurações outorgadas pelas partes;
far-se-á, no que couber, do mesmo modo que a
IV – decisão de habilitação, se for o caso;
definitiva, observadas as seguintes normas:
V – facultativamente, outras peças proces-
I – corre por iniciativa, conta e responsabili-
suais que o exeqüente considere necessá-
dade do exeqüente, que se obriga, se a sen-
rias.
tença for reformada, a reparar os danos que
o executado haja sofrido; Art. 475-P. O cumprimento da sentença efetuar-
II – fica sem efeito, sobrevindo acórdão que se-á perante:
modifique ou anule a sentença objeto da I – os tribunais, nas causas de sua
execução, restituindo-se as partes ao estado competência originária;
anterior e liquidados eventuais prejuízos II – o juízo que processou a causa no
nos mesmos autos, por arbitramento; primeiro grau de jurisdição;
III – o levantamento de depósito em III – o juízo cível competente, quando se
dinheiro e a prática de atos que importem tratar de sentença penal condenatória,
alienação de propriedade ou dos quais de sentença arbitral ou de sentença
possa resultar grave dano ao executado estrangeira.
dependem de caução suficiente e idônea,
arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos Parágrafo único. No caso do inciso II do
próprios autos. caput deste artigo, o exeqüente poderá
optar pelo juízo do local onde se encontram
§ 1º No caso do inciso II do caput deste bens sujeitos à expropriação ou pelo do
artigo, se a sentença provisória for atual domicílio do executado, casos em
modificada ou anulada apenas em parte, que a remessa dos autos do processo será
somente nesta ficará sem efeito a execução. solicitada ao juízo de origem.

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Art. 475-Q. Quando a indenização por ato § 3º Se sobrevier modificação nas condições
ilícito incluir prestação de alimentos, o juiz, econômicas, poderá a parte requerer,
quanto a esta parte, poderá ordenar ao devedor conforme as circunstâncias, redução ou
constituição de capital, cuja renda assegure o aumento da prestação.
pagamento do valor mensal da pensão.
§ 4º Os alimentos podem ser fixados
§ 1º Este capital, representado por imóveis, tomando por base o salário-mínimo.
títulos da dívida pública ou aplicações
financeiras em banco oficial, será inalienável § 5º Cessada a obrigação de prestar
e impenhorável enquanto durar a obrigação alimentos, o juiz mandará liberar o capital,
do devedor. cessar o desconto em folha ou cancelar as
garantias prestadas.
§ 2º O juiz poderá substituir a constituição
do capital pela inclusão do beneficiário Art. 475-R. Aplicam-se subsidiariamente ao
da prestação em folha de pagamento de cumprimento da sentença, no que couber, as
entidade de direito público ou de empresa normas que regem o processo de execução de
de direito privado de notória capacidade título extrajudicial.
econômica, ou, a requerimento do devedor,
por fiança bancária ou garantia real, em
valor a ser arbitrado de imediato pelo juiz.

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Direito Processual Civil

Recursos em Espécie

Definições Gerais e Características (Arts. 496 a 512 CPC)

Definição:
São meios de impugnação de decisões judiciais voluntários, internos à relação processual
em que se forma o ato judicial atacado, aptos a obter deste a anulação, a reforma ou
aprimoramento.
Um dos meios através dos quais é possível requerer a revisão de determinado ato judicial.
É distinto de ação rescisória e habeas corpus, que são ações autônomas.

Características:

1. São interpostos na mesma relação jurídica; não cria um processo/ação nova. Isso os
diferencia do habeas corpus etc.
2. Natureza voluntária: decorre da vontade da parte insatisfeita. Recorrer da decisão é
um ônus da parte insatisfeita.
3. Para caracterizar recurso não é necessário que o órgão que irá reexaminar seja outro,
embora esta seja a regra.

Efeitos dos Recurso


Devolutivo
Devolver o exame da matéria julgada ao judiciário (órgão ad quem) consiste na remessa
ao órgão ad quem do conhecimento da matéria tratada pelo órgão a quo e impugnada no
recurso.
•• Só a matéria impugnada pode ser reexaminada pelo ad quem. “Tantum devolutum
quantum apellatum”
•• Fundamentos da matéria impugnada: há total liberdade. Pode-se analisar todos,
inclusive os que não foram alegados.

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Suspensivo
Impede a eficácia da decisão (os efeitos)
•• Consiste na qualidade atribuída aos recursos para a partir de determinado
momento, impedir a produção dos efeitos próprios da decisão (provimento)
impugnada.
•• Pode operar:
PELA LEI – a lei atribui efeito suspensivo a alguns recursos (é automático)
PELO JUIZ – em determinadas circunstancias o judiciário vai atribuir efeito suspensivo ao
recurso.

Requisitos Intrinsecos de Admissibilidade


a) Cabimento:
•• aptidão do ato judicial para sofrer a impugnação.
•• adequação do recurso interposto

b) Legitimidade recursal: (art. 499 do CPC)


•• Parte integrante da lide que sucumbiu
•• terceiro juridicamente nteressado
•• ministério público- tanto como parte ou fiscal da lei

c) Interesse recursal
Elementos:
•• Utilidade: de alguma forma o recurso será útil para o recorrente, ou seja, melhorar
na situação do recorrente
•• Necessidade: o recurso é o caminho apropriado para atingir esta melhora?

d) Inexistência de fato extintivo do direito de recorrer


RENÚNCIA: art. 502
•• é um negócio jurídico unilateral (não depende de aceitação do recorrido)
•• precisa ser expressa (através de petição dirigida ao juiz que proferiu a decisão)
•• atinge o recurso ainda não interposto (se já interpôs, perdeu o direito de recorrer)
•• efeito da renúncia: torna inadmissível o recurso.

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Do Recurso – Direito Processual Civil – Prof. Giuliano Tamagno

DESISTÊNCIA
•• É unilateral
•• atinge o recurso já interposto
•• pode ser:
•• Expressa: exterioração inequívoca de vontade- petição
•• Tácita: deixar de requerer
•• efeito: torna inadmissível o recurso

Requisitos Extrínsecos de Admissibilidade


a) Tempestividade: existe um prazo para interposição.
•• o recurso deve ser interposto no prazo previsto em lei, sob pena de preclusão.
•• o prazo depende do recurso. Maioria 15 dias. Art. 508
Termo inicial “a quo” de contagem: art 506
I – Ida data de audiência, se nela a decisão for proferida.
II – intimação das partes.
Contagem: art. 184, regras comuns. “Salvo disposição em contrário, computar-se-ão
os prazos, excluindo o dia do começo e incluindo o do vencimento.”

b) Regularidade formal: regra;


•• petição escrita
•• endereçada ao órgão que proferiu a decisão
Exceção: agravo. Art. 524 – agravo de instrumento é interposto junto ao órgão ad
quem.
•• identificação das partes art. 524, III
•• causa de pedir: fundamentação do recurso
•• pedido de reforma: é preciso especificar o pedido de acordo com sua pretensão.

c) preparo: é prévio, pagamento das despesas referentes ao processamento do recurso.


•• Preparo imediato: art. 511, o recorrente deve comprovar a realização do preparo
no ato de interposição do recurso.
•• Comprovar a realização no momento da interposição
•• se não realizar o preparo: DESERÇÃO

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Art. 511, § 2º; pagamento a menos; a parte será intimada a complementar no prazo de 5
dias.
Exceções:
•• Pessoa: Ministério público, união, beneficiário da justiça gratuita etc.
•• Espécie de recurso: embargo de declaração etc.

Art. 496. São cabíveis os seguintes recursos: como dia de início aquele em que transitar
(Redação dada pela Lei nº 8.038, de 25/5/1990) em julgado a decisão por maioria de votos.
I – apelação; Art. 499. O recurso pode ser interposto pela
parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo
II – agravo; (Redação dada pela Lei nº 8.950, Ministério Público.
de 13/12/1994)
§ 1º Cumpre ao terceiro demonstrar o nexo
III – embargos infringentes; de interdependência entre o seu interesse
IV – embargos de declaração; de intervir e a relação jurídica submetida à
apreciação judicial.
V – recurso ordinário;
§ 2º O Ministério Público tem legitimidade
Vl – recurso especial; (Incluído pela Lei nº para recorrer assim no processo em que é
8.038, de 25/5/1990) parte, como naqueles em que oficiou como
Vll – recurso extraordinário; (Incluído pela fiscal da lei.
Lei nº 8.038, de 25/5/1990) Art. 500. Cada parte interporá o recurso,
VIII – embargos de divergência em recurso independentemente, no prazo e observadas as
especial e em recurso extraordinário. exigências legais. Sendo, porém, vencidos autor
(Incluído pela Lei nº 8.950, de 13/12/1994) e réu, ao recurso interposto por qualquer deles
poderá aderir a outra parte. O recurso adesivo
Art. 497. O recurso extraordinário e o recurso fica subordinado ao recurso principal e se rege
especial não impedem a execução da sentença; pelas disposições seguintes:
a interposição do agravo de instrumento não
obsta o andamento do processo, ressalvado o I – será interposto perante a autoridade
disposto no art. 558 desta Lei. competente para admitir o recurso
principal, no prazo de que a parte dispõe
Art. 498. Quando o dispositivo do acórdão para responder;
contiver julgamento por maioria de votos e
julgamento unânime, e forem interpostos II – será admissível na apelação, nos
embargos infringentes, o prazo para embargos infringentes, no recurso
recurso extraordinário ou recurso especial, extraordinário e no recurso especial;
relativamente ao julgamento unânime, ficará III – não será conhecido, se houver
sobrestado até a intimação da decisão nos desistência do recurso principal, ou se for
embargos. ele declarado inadmissível ou deserto.
Parágrafo único. Quando não forem Parágrafo único. Ao recurso adesivo se
interpostos embargos infringentes, o prazo aplicam as mesmas regras do recurso
relativo à parte unânime da decisão terá

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independente, quanto às condições de Art. 508. Na apelação, nos embargos


admissibilidade, preparo e julgamento no infringentes, no recurso ordinário, no recurso
tribunal superior. especial, no recurso extraordinário e nos
embargos de divergência, o prazo para interpor
Art. 501. O recorrente poderá, a qualquer e para responder é de 15 (quinze) dias.
tempo, sem a anuência do recorrido ou dos
litisconsortes, desistir do recurso. Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº
6.314, de 16.12.1975)
Art. 502. A renúncia ao direito de recorrer
independe da aceitação da outra parte. Art. 509. O recurso interposto por um dos
litisconsortes a todos aproveita, salvo se
Art. 503. A parte, que aceitar expressa ou distintos ou opostos os seus interesses.
tacitamente a sentença ou a decisão, não
poderá recorrer. Parágrafo único. Havendo solidariedade
passiva, o recurso interposto por um
Parágrafo único. Considera-se aceitação devedor aproveitará aos outros, quando
tácita a prática, sem reserva alguma, de um as defesas opostas ao credor Ihes forem
ato incompatível com a vontade de recorrer. comuns.
Art. 504. Dos despachos não cabe recurso. Art. 510. Transitado em julgado o acórdão, o
Art. 505. A sentença pode ser impugnada no escrivão, ou secretário, independentemente de
todo ou em parte. despacho, providenciará a baixa dos autos ao
juízo de origem, no prazo de 5 (cinco) dias.
Art. 506. O prazo para a interposição do recurso,
aplicável em todos os casos o disposto no art. Art. 511. No ato de interposição do recurso, o
184 e seus parágrafos, contar-se-á da data: recorrente comprovará, quando exigido pela
legislação pertinente, o respectivo preparo,
I – da leitura da sentença em audiência; inclusive porte de remessa e de retorno, sob
pena de deserção.
II – da intimação às partes, quando a
sentença não for proferida em audiência; § 1º São dispensados de preparo os recursos
interpostos pelo Ministério Público, pela
III – da publicação do dispositivo do acórdão
União, pelos Estados e Municípios e
no órgão oficial.
respectivas autarquias, e pelos que gozam
Parágrafo único. No prazo para a de isenção legal.
interposição do recurso, a petição será
§ 2º A insuficiência no valor do preparo
protocolada em cartório ou segundo a
implicará deserção, se o recorrente,
norma de organização judiciária, ressalvado
intimado, não vier a supri-lo no prazo de
o disposto no § 2º do art. 525 desta Lei.
cinco dias.
Art. 507. Se, durante o prazo para a interposição
Art. 512. O julgamento proferido pelo tribunal
do recurso, sobrevier o falecimento da parte ou
substituirá a sentença ou a decisão recorrida no
de seu advogado, ou ocorrer motivo de força
que tiver sido objeto de recurso.
maior, que suspenda o curso do processo, será
tal prazo restituído em proveito da parte, do
herdeiro ou do sucessor, contra quem começará
a correr novamente depois da intimação.

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Apelação

O Recurso Padrão

CABIMENTO
contra sentença. Art. 513
Decisões que implicam os Arts 267 ou 269 do CPC.

A quem é dirigida?
Ao Juiz de 1º grau;

Objetivo:
A reforma ou invalidação da sentença;

Prazo:
15 dias – art. 508 CPC.

Efeitos:
Via de regra, devolutivo e Suspensivo – Art. 520 do CPC
Porque “ via de regra”? O efeito suspensivo é regra geral. Contudo, nas hipóteses dos
incisos I a VII do art. 520 do CPC, o recurso será ordinariamente recebido somente no
efeito devolutivo.

São elas:
I – homologar a divisão ou a demarcação;
II – condenar à prestação de alimentos;
IV – decidir o processo cautelar;
V – rejeitar liminarmente embargos à execução ou julgá-los improcedentes;
VI – julgar procedente o pedido de instituição de arbitragem.
VII – confirmar a antecipação dos efeitos da tutela;

Julgamento:
Tribunal de Justiça Estadual (para ações desta competência) o Tribunal Regional Federal
para ações de sua competência.

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Do Recurso – Direito Processual Civil – Prof. Giuliano Tamagno

EXCEÇÕES (1)
casos que preveem recurso próprio que não a apelação:
1º – Lei nº 9.099/1995: juizado especial, art 41: recurso inominado (turma recursal irá
analisar, e não o tribunal)
2º – Execuções fiscais: embargos infringentes. A própria lei estabelece os procedimentos.
SÚMULA IMPEDITIVA DE RECURSO (2) Art. 518, §1º do CPC
“o juiz não receberá a apelação se a sentença estiver em conformidade com súmula do STJ
ou STF.”
Objetivo é encerrar o processo, não prolongar em vão.

Art. 513. Da sentença caberá apelação (arts. sempre que possível prosseguirá o
267 e 269). julgamento da apelação
Art. 514. A apelação, interposta por petição Art. 516. Ficam também submetidas ao tribunal
dirigida ao juiz, conterá: as questões anteriores à sentença, ainda não
I – os nomes e a qualificação das partes; decididas.

II – os fundamentos de fato e de direito; Art. 517. As questões de fato, não propostas


no juízo inferior, poderão ser suscitadas na
III – o pedido de nova decisão. apelação, se a parte provar que deixou de fazê-
Art. 515. A apelação devolverá ao tribunal o lo por motivo de força maior.
conhecimento da matéria impugnada. Art. 518. Interposta a apelação, o juiz,
§ 1º Serão, porém, objeto de apreciação e declarando os efeitos em que a recebe, mandará
julgamento pelo tribunal todas as questões dar vista ao apelado para responder.
suscitadas e discutidas no processo, ainda § 1º O juiz não receberá o recurso de
que a sentença não as tenha julgado por apelação quando a sentença estiver em
inteiro. conformidade com súmula do Superior
§ 2º Quando o pedido ou a defesa tiver mais Tribunal de Justiça ou do Supremo Tribunal
de um fundamento e o juiz acolher apenas Federal.
um deles, a apelação devolverá ao tribunal § 2º Apresentada a resposta, é facultado
o conhecimento dos demais. ao juiz, em cinco dias, o reexame dos
§ 3º Nos casos de extinção do processo pressupostos de admissibilidade do recurso.
sem julgamento do mérito (art. 267), o Art. 519. Provando o apelante justo
tribunal pode julgar desde logo a lide, se impedimento, o juiz relevará a pena de deserção,
a causa versar questão exclusivamente de fixando-lhe prazo para efetuar o preparo.
direito e estiver em condições de imediato
julgamento. Parágrafo único. A decisão referida neste
artigo será irrecorrível, cabendo ao tribunal
§ 4º Constatando a ocorrência de nulidade apreciar-lhe a legitimidade.
sanável, o tribunal poderá determinar a
realização ou renovação do ato processual, Art. 520. A apelação será recebida em seu efeito
intimadas as partes; cumprida a diligência, devolutivo e suspensivo. Será, no entanto,

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recebida só no efeito devolutivo, quando VI – julgar procedente o pedido de
interposta de sentença que: instituição de arbitragem.
I – homologar a divisão ou a demarcação; II VII – confirmar a antecipação dos efeitos da
– condenar à prestação de alimentos; tutela;
III - (Revogado pela Lei nº 11.232, de 2005) Art. 521. Recebida a apelação em ambos os
efeitos, o juiz não poderá inovar no processo;
IV – decidir o processo cautelar; recebida só no efeito devolutivo, o apelado
V – rejeitar liminarmente embargos à poderá promover, desde logo, a execução
execução ou julgá-los improcedentes; provisória da sentença, extraindo a respectiva
carta.

DO AGRAVO
Conceito: Recurso cabível contra decisão interlocutória proferida no curso do processo.
Prazo: 10 dias a contra da intimação da decisão recorrida – cuidado com a exceção!
Efeito: Via de regra devolutivo, mas pode ser atribuído suspensivo.
Juízo de retratação: SIM
Modalidades: Instrumento, Retido e Interno.

DO AGRAVO RETIDO
Prazo: 10 dias. Artigo 522, CPC
Efeitos: Devolutivo – sua devolução é diferida e condicional, pois, ele só existe se houver
apelação e sua apelação for conhecida – seu julgamento fica subordinado à existência da
apelação e reiteração do pedido);
Juízo a quo: 1º grau. Juízo ad quem: 2º grau, mas, somente se houver apelação. Art. 524
CPC.
Interposição: 1º grau. Arts. 522 e 523 do CPC.
Objetivo: Evitar a preclusão. Cabe agravo retido sobre decisão interlocutória, todas as
vezes que não for cabível o agravo por instrumento. O agravo retido é independente de
preparo. Na Audiência de Instrução e Julgamento o agravo é retido e oral, devendo ser
proposto imediatamente.
O agravo retido possui esta denominação porque obedece a um regime de retenção e é
condicionado à apelação.
Após a sentença não faz sentido ter agravo retido, porque, este sobe junto com a apelação.

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DO AGRAVO DE INSTRUMENTO
Prazo: 10 dias.
Efeito: Devolutivo imediato.
Juízo a quo: 1º grau.
Juízo ad quem: Tribunal de Justiça, art. 524 CPC.
Efeito suspensivo: Não, em regra, exceto nos casos do 558 e nos casos que possam resultar
lesão grave e de difícil reparação à parte. Arts. 527, IIII do CPC e 558 do CPC.
É denominado agravo de instrumento porque é instruído com cópias dos documentos
obrigatórios e facultativos.
Problema: Todos acham que seu caso é urgente, assim, na prática, o agravo de instrumento
ficou como regra e o retido como exceção.

Em análise mais aprofundada existem 4 modalidades de AGRAVO


•• agravo retido: eficácia diferida;
•• agravo por instrumento: admissível contra decisão interlocutória de juiz de
primeira instância
•• agravo de instrumento: dirigido a Tribunal Superior (STF e STJ): cabível contra
decisão de não-admissão de recurso extraordinário ou especial;
•• agravo “interno”: cabível nas decisões monocráticas proferidas em segundo grau
de jurisdição ou em Tribunais Superiores (arts. 532, 545 e 557§1º CPC).

Art. 522. Das decisões interlocutórias caberá § 1º Não se conhecerá do agravo se a parte
agravo, no prazo de 10 (dez) dias, na forma não requerer expressamente, nas razões
retida, salvo quando se tratar de decisão ou na resposta da apelação, sua apreciação
suscetível de causar à parte lesão grave e pelo Tribunal.
de difícil reparação, bem como nos casos
de inadmissão da apelação e nos relativos § 2º Interposto o agravo, e ouvido o
aos efeitos em que a apelação é recebida, agravado no prazo de 10 (dez) dias, o juiz
quando será admitida a sua interposição por poderá reformar sua decisão.
instrumento. § 3º Das decisões interlocutórias proferidas
Parágrafo único. O agravo retido independe na audiência de instrução e julgamento
de preparo. caberá agravo na forma retida, devendo
ser interposto oral e imediatamente, bem
Art. 523. Na modalidade de agravo retido como constar do respectivo termo (art.
o agravante requererá que o tribunal dele 457), nele expostas sucintamente as razões
conheça, preliminarmente, por ocasião do do agravante.
julgamento da apelação.
§ 4º (Revogado pela Lei nº 11.187, de 2005)

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Art. 524. O agravo de instrumento será dirigido II – converterá o agravo de instrumento em
diretamente ao tribunal competente, através de agravo retido, salvo quando se tratar de
petição com os seguintes requisitos: decisão suscetível de causar à parte lesão
grave e de difícil reparação, bem como nos
I – a exposição do fato e do direito; casos de inadmissão da apelação e nos
II – as razões do pedido de reforma da relativos aos efeitos em que a apelação é
decisão; recebida, mandando remeter os autos ao
juiz da causa;
III – o nome e o endereço completo dos
advogados, constantes do processo. III – poderá atribuir efeito suspensivo ao
recurso (art. 558), ou deferir, em antecipação
Art. 525. A petição de agravo de instrumento de tutela, total ou parcialmente, a pretensão
será instruída: recursal, comunicando ao juiz sua decisão;
I – obrigatoriamente, com cópias da decisão IV – poderá requisitar informações ao juiz
agravada, da certidão da respectiva intima- da causa, que as prestará no prazo de 10
ção e das procurações outorgadas aos advo- (dez) dias;
gados do agravante e do agravado;
V – mandará intimar o agravado, na mesma
II – facultativamente, com outras peças que oportunidade, por ofício dirigido ao seu
o agravante entender úteis. advogado, sob registro e com aviso de
recebimento, para que responda no prazo
§ 1º Acompanhará a petição o comprovante
de 10 (dez) dias (art. 525, § 2º), facultando-
do pagamento das respectivas custas e
lhe juntar a documentação que entender
do porte de retorno, quando devidos,
conveniente, sendo que, nas comarcas sede
conforme tabela que será publicada pelos
de tribunal e naquelas em que o expediente
tribunais.
forense for divulgado no diário oficial, a
§ 2º No prazo do recurso, a petição será intimação far-se-á mediante publicação no
protocolada no tribunal, ou postada órgão oficial;
no correio sob registro com aviso de
VI – ultimadas as providências referidas
recebimento, ou, ainda, interposta por
nos incisos III a V do caput deste artigo,
outra forma prevista na lei local.
mandará ouvir o Ministério Público, se for o
Art. 526. O agravante, no prazo de 3 (três) dias, caso, para que se pronuncie no prazo de 10
requererá juntada, aos autos do processo de (dez) dias.
cópia da petição do agravo de instrumento e do
Parágrafo único. A decisão liminar, proferida
comprovante de sua interposição, assim como
nos casos dos incisos II e III do caput deste
a relação dos documentos que instruíram o
artigo, somente é passível de reforma no
recurso.
momento do julgamento do agravo, salvo
Parágrafo único. O não cumprimento se o próprio relator a reconsiderar.
do disposto neste artigo, desde que
Art. 528. Em prazo não superior a 30 (trinta)
argüido e provado pelo agravado, importa
dias da intimação do agravado, o relator pedirá
inadmissibilidade do agravo.
dia para julgamento.
Art. 527. Recebido o agravo de instrumento no
Art. 529. Se o juiz comunicar que reformou
tribunal, e distribuído incontinenti, o relator:
inteiramente a decisão, o relator considerará
I – negar-lhe-á seguimento, liminarmente, prejudicado o agravo.
nos casos do art. 557;

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Embargos Infringentes – Art. 530 a 534 do CPC

Objetivo
A prevalência do voto vencido na apelação.
São dirigidos ao relator do recurso de apelação.
Será julgado pelo mesmo tribunal que decidiu a apelação.
Contudo, por uma composição maior e diferente dos membros que decidiram a apelação.
O projeto do CPC de 1973 havia retirado o recurso, mas na revisão ele foi reincorporado,
voltando-se o sistema de 1939, herdado do direito português.
É recurso existente unicamente no sistema brasileiro, não encontrando similares no direito
comparado atualmente (nem em Portugal foi mantido).

Cabimento
Só é cabível:

1. se tiver havido reforma da sentença;


2. se a sentença reformada for de mérito;
3. se no tribunal também tiver havido análise do mérito;
4. em apelação ou ação rescisória – logo, não é cabível em julgamento de agravo de
instrumento, de agravo retido (pois nunca estará relacionado ao mérito da ação).
Sumula 293 STF veda o recurso quando o acórdão não unânime for do plenário dos
tribunais em que se houver decidido questão constitucional, para estes casos não se
poderia submeter ao julgamento pelo mesmo órgão.

Efeitos
Devolutivo: Só pode ser devolvida a matéria que foi objeto da divergência no julgamento
do recurso de apelação.
Suspensivo: possui mesmo sendo omisso o CPC; aplicação do art. 497; mas é limitado
tão somente ao objeto dos embargos infringentes (somente a parte não unânime; se
houver parte unânime esta transitará em julgado, exceto para os fins de recurso especial e
extraordinário – Art. 498)

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Procedimento
Prazo: 15 dias (Art. 508)
Contrarrazões: no prazo de 15 dias
Documentos: Pode ser acompanhado de documentos, desde que sejam novos (Art. 398)
Depende de preparo.
Requisitos formais iguais aos outros recursos (petição, razões, tempestividade,
legitimidade e interesse (parte sucumbente), cabimento etc)
Petição dirigida ao Relator (ou redator do acórdão vencedor – 556)
Corre nos próprios autos (e não em autos independentes como o agravo de instrumento)

Art. 530. Cabem embargos infringentes quando o acórdão não unânime houver reformado, em grau
de apelação, a sentença de mérito, ou houver julgado procedente ação rescisória. Se o desacordo
for parcial, os embargos serão restritos à matéria objeto da divergência.
Art. 531. Interpostos os embargos, abrir-se-á vista ao recorrido para contra-razões; após, o relator
do acórdão embargado apreciará a admissibilidade do recurso.
Art. 532. Da decisão que não admitir os embargos caberá agravo, em 5 (cinco) dias, para o órgão
competente para o julgamento do recurso.
Art. 533. Admitidos os embargos, serão processados e julgados conforme dispuser o regimento do
tribunal.
Art. 534. Caso a norma regimental determine a escolha de novo relator, esta recairá, se possível,
em juiz que não haja participado do julgamento anterior.

Embargos de Declaração – Arts. 535 a 538 CPC

Cabimento
Cabem embargos de declaração quando:1. houver, na sentença ou no acórdão, obscuridade
ou contradição.2. for omitido ponto sobre o qual devia pronunciar-se o juiz ou tribunal.
Decisão interlocutória: Cabem contra toda e qualquer decisão judicial omissa, inclusive
contra decisões interlocutórias.

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Prazo
Cinco (5) dias, não havendo previsão legal para contrarrazões.

Preparo
Não depende de preparo.

Encaminhamento
É dirigido ao prolator da decisão, da sentença ou do acórdão embargado.
Decisão: É o prolator da decisão, sentença ou acórdão que decidirá sobre os embargos.
Forma: escrita.
Sustentação oral: Não é admitida.
Pauta para julgamento: Não depende. Será sempre decidido na sessão imediatamente
seguinte à interposição, independentemente de pauta.

Art. 535. Cabem embargos de declaração quando:


I – houver, na sentença ou no acórdão, obscuridade ou contradição;
II – for omitido ponto sobre o qual devia pronunciar-se o juiz ou tribunal.
Art. 536. Os embargos serão opostos, no prazo de 5 (cinco) dias, em petição dirigida ao juiz ou
relator, com indicação do ponto obscuro, contraditório ou omisso, não estando sujeitos a preparo.
Art. 537. O juiz julgará os embargos em 5 (cinco) dias; nos tribunais, o relator apresentará os
embargos em mesa na sessão subseqüente, proferindo voto.
Art. 538. Os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição de outros recursos,
por qualquer das partes.
Parágrafo único. Quando manifestamente protelatórios os embargos, o juiz ou o tribunal,
declarando que o são, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente
de 1% (um por cento) sobre o valor da causa. Na reiteração de embargos protelatórios, a multa
é elevada a até 10% (dez por cento), ficando condicionada a interposição de qualquer outro
recurso ao depósito do valor respectivo.

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Recurso Ordinário – Art. 539 e 540 CPC

FINALIDADE
Permitir a reapreciação de decisões proferidas em ações de competência originária dos
Tribunais.

CABIMENTO
As ações de mandado de segurança, habeas data e mandado de injunção, quando julgadas
em única instância pelos Tribunais Superiores (STJ, TST e TSE) desafiam, normalmente,
recurso extraordinário para o STF, se atendidos os requisitos do Art. 102, III, da Constituição.
Se forem denegadas, haverá possibilidade de recurso ordinário para a Suprema Corte.
Nessas hipóteses, independente da matéria debatida no recurso (se constitucional ou
infraconstitucional) o caso é de recurso ordinário e não extraordinário

COMPETENCIA PARA JULGAR


Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição,
cabendo-lhe:
I – processar e julgar, originariamente:
II – julgar, em recurso ordinário:
a) o habeas-corpus, o mandado de segurança, o habeas-data e o mandado de
injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a
decisão;
b) o crime político;
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
II – julgar, em recurso ordinário:
a) os "habeas-corpus" decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais
Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a
decisão for denegatória;
b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais
Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando
denegatória a decisão;
c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de
um lado, e, do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País;
Decisão: o STJ decidirá o recurso, se originário de TJs o TRFs. Se o recurso for originário
de tribunais superiores (STJ, TRE ou TST), quem decide é o STF.

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Prazo: 15 dias. As contrarrazões têm o mesmo prazo.


Não depende de preparo.
Encaminhamento: É dirigido ao Presidente do Tribunal onde foi prolatado o acórdão
recorrido.
Forma: escrita
É possível a sustentação oral.
Também é possível o reexame de fatos e provas, porque abrange tanto a matéria fática
quanto a matéria de direito.
Não é necessário prequestionamento – que é exigido nos recursos especial e extraordinário.

DOS RECURSOS PARA O SUPREMO TRIBUNAL FEDERALE


O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Seção I
DOS RECURSOS ORDINÁRIOS
Art. 539. Serão julgados em recurso ordinário:
I – pelo Supremo Tribunal Federal, os mandados de segurança, os habeas data e os mandados
de injunção decididos em única instância pelos Tribunais superiores, quando denegatória a
decisão;
II – pelo Superior Tribunal de Justiça:
a) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais Federais
ou pelos Tribunais dos Estados e do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão;
b) as causas em que forem partes, de um lado, Estado estrangeiro ou organismo internacional
e, do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País.
Parágrafo único. Nas causas referidas no inciso II, alínea b, caberá agravo das decisões
interlocutórias.
Art. 540. Aos recursos mencionados no artigo anterior aplica-se, quanto aos requisitos de
admissibilidade e ao procedimento no juízo de origem, o disposto nos Capítulos II e III deste Título,
observando-se, no Supremo Tribunal Federal e no Superior Tribunal de Justiça, o disposto nos seus
regimentos internos.

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Recurso Especial e Recurso Extraordinário – Arts. 541 a 546 do CPC

Cabimento
Art. 496. São cabíveis os seguintes recursos:
VIII – embargos de divergência em recurso especial e em recurso extraordinário

Conceito
Recursos ordinários são aqueles que objetivam permitir que o tribunal reexamine a
matéria, pois não está conformado com a decisão que foi proferida. Serve para discutir a
justiça da decisão.
Recursos extraordinários latu sensu serve para impedir que as decisões judiciais contrariem
a Constituição Federal ou as leis federais, mantendo a uniformidade em todo o país. Quem
apresenta esse recurso não tem o condão de reexaminar a justiça da matéria, só cabem
quando preenchidas as condições da C.F

Requisitos Comuns a Todos Recursos


•• Legitimidade
•• Interesse
•• Regularidade formal
•• Inexistência de fato impeditivo e extintivo

Requisitos Específicos

Tempestividade

O recurso especial e o extraordinário devem ser apresentados no prazo de


15 dias. (atenção para o art. 188 e 191 CPC)
Sumula 418 STJ – É inadmissível o recurso especial interposto antes da
publicação do acórdão dos embargos de declaração, sem posterior
ratificação.
Se for o caso de recurso especial e extraordinário, deve interpor ambos simultaneamente,
sob pena de preclusão.

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Preparo

Tanto o recurso especial como o extraordinário exigem pagamento de


custas e porte de remessa e retorno.

Esgotamento Das Vias Ordinárias


Enquanto for admissivel algum recurso ordinário, é inadmissivel REsp eRExt
Súmula 281 STF: É inadmissível o recurso extraordinário, quando couber, na justiça de
origem, recurso ordinário da decisão impugnada.
E súmula 207 STJ.

Que Não Visem Rediscutir Matéria De Fato


Os recursos extraordinários são de fundamentação vinculada nos arts. 102, III e 105 III da
CF, não se prestam a corrigir injustiças decorrentes da apreciação de fatos.
Sumula 7 STJ : A pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso especial.
Outras sumulas sobre a matéria: sumula 5 STJ, sumula 279 STF, sumula 454 STF

Prequestionamento
Só cabem Resp e Rext de causas já decididas, disso advém duas consequencias:
Só cabe em ações judiciais, nunca administrativas.
É preciso que a questão a ser ventilada já tenha sido suscitada e decidida anteriormente.
Não há dispositivo legal que exija expressamente, mas a jurisprudência do STJ e do STF é
uníssona.
Sumula 98 do STJ avisa que caso a matéria tenha sido suscitada mas o julgador não se
manifestou, NÃO CABE RECURSO EXTRAORDINÁRIO, mas sim embargos de declaração, até
que a matéria seja julgada.

Prequestionamento Ficto (STF) e Real (STJ)


O STF exigi somente que seja interposto E.D, sem a necessária manifestação do julgador
sobre a matéria (sumula 356 STF)
O ponto omisso da decisão, sobre o qual não foram opostos embargos declaratórios, não
pode ser objeto de recurso extraordinário, por faltar o requisito do prequestionamento.
Já o STJ exige o prequestionamento efetivo (sumula 211 STJ)

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Repercussão Geral
A Emenda Constitucional 45 trouxe ao §3º do art. 102 da CF um novo requisito de
admissibilidade do Rext. – a repercussão geral.
Tal objetivo foi de reduzir o numero de recursos extraordinários, limitando-se a situações
que sejam relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico, que
transcendam os interesses daquelas partes
Somente o STF pode dizer se é o caso ou não de Rep. Geral, nunca em juízo de
admissibilidade.
O procedimento está no art. 323 a 325 do Regimento Interno do STF.
Diz a CF que a inexistência de repercussão geral deve ser reconhecida por pelo menos 8
(oito) ministros para que o Rext não seja admitido.

Procedimento de Interposição RESP ou REXT

Positivadas no Art. 541 do CPC


•• Prazo de 15 dias
•• Dirigida ao presidente ou vice-presidente do Tribunal a quo, quem fará o juízo de
admissibilidade.
•• Se for discutir matéria constitucional (STF) e legislação federal (STJ) deve ser
simultânea.
•• Petição deve conter exposição de fato e direito, cabimento, razões do pedido.
•• Recorrido é intimado para apresentar contrarrazões
•• Juízo de admissibilidade que, sendo positivo ou negativo, deve ser fundamentado.
(sumula 123 STJ)
•• Da não admissão cabe recurso de agravo (art. 544 CPC).
•• Caso sejam ambos admitidos, vai primeiro para apreciação do STJ e depois STF.

Art. 541. O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos previstos na Constituição Federal,
serão interpostos perante o presidente ou o vice-presidente do tribunal recorrido, em petições
distintas, que conterão:
I – a exposição do fato e do direito;
Il – a demonstração do cabimento do recurso interposto;
III – as razões do pedido de reforma da decisão recorrida.

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Parágrafo único. Quando o recurso fundar- § 3º No caso do parágrafo anterior, se


se em dissídio jurisprudencial, o recorrente o relator do recurso extraordinário, em
fará a prova da divergência mediante decisão irrecorrível, não o considerar
certidão, cópia autenticada ou pela prejudicial, devolverá os autos ao Superior
citação do repositório de jurisprudência, Tribunal de Justiça, para o julgamento do
oficial ou credenciado, inclusive em mídia recurso especial.
eletrônica, em que tiver sido publicada
a decisão divergente, ou ainda pela Art. 543-A. O Supremo Tribunal Federal, em
reprodução de julgado disponível na decisão irrecorrível, não conhecerá do recurso
Internet, com indicação da respectiva extraordinário, quando a questão constitucional
fonte, mencionando, em qualquer caso, nele versada não oferecer repercussão geral,
as circunstâncias que identifiquem ou nos termos deste artigo.
assemelhem os casos confrontados. § 1º Para efeito da repercussão geral,
Art. 542. Recebida a petição pela secretaria do será considerada a existência, ou não, de
tribunal, será intimado o recorrido, abrindo-se- questões relevantes do ponto de vista
lhe vista, para apresentar contra-razões. econômico, político, social ou jurídico, que
ultrapassem os interesses subjetivos da
§ 1º Findo esse prazo, serão os autos causa.
conclusos para admissão ou não do recurso,
no prazo de 15 (quinze) dias, em decisão § 2º O recorrente deverá demonstrar, em
fundamentada. preliminar do recurso, para apreciação
exclusiva do Supremo Tribunal Federal, a
§ 2º Os recursos extraordinário e especial existência da repercussão geral.
serão recebidos no efeito devolutivo.
§ 3º Haverá repercussão geral sempre que
§ 3º O recurso extraordinário, ou o recurso o recurso impugnar decisão contrária a
especial, quando interpostos contra súmula ou jurisprudência dominante do
decisão interlocutória em processo de Tribunal.
conhecimento, cautelar, ou embargos à
execução ficará retido nos autos e somente § 4º Se a Turma decidir pela existência
será processado se o reiterar a parte, no da repercussão geral por, no mínimo, 4
prazo para a interposição do recurso contra (quatro) votos, ficará dispensada a remessa
a decisão final, ou para as contra-razões. do recurso ao Plenário.

Art. 543. Admitidos ambos os recursos, os autos § 5º Negada a existência da repercussão


serão remetidos ao Superior Tribunal de Justiça. geral, a decisão valerá para todos os
recursos sobre matéria idêntica, que serão
§ 1º Concluído o julgamento do recurso indeferidos liminarmente, salvo revisão da
especial, serão os autos remetidos ao tese, tudo nos termos do Regimento Interno
Supremo Tribunal Federal, para apreciação do Supremo Tribunal Federal.
do recurso extraordinário, se este não
estiver prejudicado. § 6º O Relator poderá admitir, na análise
da repercussão geral, a manifestação
§ 2º Na hipótese de o relator do recurso de terceiros, subscrita por procurador
especial considerar que o recurso habilitado, nos termos do Regimento
extraordinário é prejudicial àquele, em Interno do Supremo Tribunal Federal.
decisão irrecorrível sobrestará o seu
julgamento e remeterá os autos ao Supremo § 7º A Súmula da decisão sobre a
Tribunal Federal, para o julgamento do repercussão geral constará de ata, que será
recurso extraordinário.

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publicada no Diário Oficial e valerá como recursos especiais até o pronunciamento
acórdão. definitivo do Superior Tribunal de Justiça.
Art. 543-B. Quando houver multiplicidade § 2º Não adotada a providência descrita
de recursos com fundamento em idêntica no § 1º deste artigo, o relator no Superior
controvérsia, a análise da repercussão geral será Tribunal de Justiça, ao identificar que sobre
processada nos termos do Regimento Interno a controvérsia já existe jurisprudência
do Supremo Tribunal Federal, observado o dominante ou que a matéria já está afeta ao
disposto neste artigo. colegiado, poderá determinar a suspensão,
nos tribunais de segunda instância, dos
§ 1º Caberá ao Tribunal de origem selecionar recursos nos quais a controvérsia esteja
um ou mais recursos representativos da estabelecida.
controvérsia e encaminhá-los ao Supremo
Tribunal Federal, sobrestando os demais até § 3º O relator poderá solicitar informações,
o pronunciamento definitivo da Corte. a serem prestadas no prazo de quinze
dias, aos tribunais federais ou estaduais a
§ 2º Negada a existência de repercussão respeito da controvérsia.
geral, os recursos sobrestados considerar-
se-ão automaticamente não admitidos. § 4º O relator, conforme dispuser o
regimento interno do Superior Tribunal
§ 3º Julgado o mérito do recurso de Justiça e considerando a relevância da
extraordinário, os recursos sobrestados matéria, poderá admitir manifestação de
serão apreciados pelos Tribunais, Turmas pessoas, órgãos ou entidades com interesse
de Uniformização ou Turmas Recursais, na controvérsia.
que poderão declará-los prejudicados ou
retratar-se. (Incluído pela Lei nº 11.418, de § 5º Recebidas as informações e, se for o
2006). caso, após cumprido o disposto no § 4º
deste artigo, terá vista o Ministério Público
§ 4º Mantida a decisão e admitido o recurso, pelo prazo de quinze dias.
poderá o Supremo Tribunal Federal, nos
termos do Regimento Interno, cassar ou § 6º Transcorrido o prazo para o Ministério
reformar, liminarmente, o acórdão contrário Público e remetida cópia do relatório aos
à orientação firmada. (Incluído pela Lei nº demais Ministros, o processo será incluído
11.418, de 2006). em pauta na seção ou na Corte Especial,
devendo ser julgado com preferência
§ 5º O Regimento Interno do Supremo sobre os demais feitos, ressalvados os que
Tribunal Federal disporá sobre as envolvam réu preso e os pedidos de habeas
atribuições dos Ministros, das Turmas e de corpus.
outros órgãos, na análise da repercussão
geral. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006). § 7º Publicado o acórdão do Superior
Tribunal de Justiça, os recursos especiais
Art. 543-C. Quando houver multiplicidade de sobrestados na origem:
recursos com fundamento em idêntica questão
de direito, o recurso especial será processado I – terão seguimento denegado na hipótese
nos termos deste artigo. de o acórdão recorrido coincidir com a
orientação do Superior Tribunal de Justiça;
§ 1º Caberá ao presidente do tribunal ou
de origem admitir um ou mais recursos
representativos da controvérsia, os quais II – serão novamente examinados pelo
serão encaminhados ao Superior Tribunal tribunal de origem na hipótese de o acórdão
de Justiça, ficando suspensos os demais

328 www.acasadoconcurseiro.com.br
Do Recurso – Direito Processual Civil – Prof. Giuliano Tamagno

recorrido divergir da orientação do Superior II – conhecer do agravo para:


Tribunal de Justiça.
a) negar-lhe provimento, se correta a
§ 8º Na hipótese prevista no inciso II do § 7º decisão que não admitiu o recurso;
deste artigo, mantida a decisão divergente
pelo tribunal de origem, far-se-á o exame b) negar seguimento ao recurso
de admissibilidade do recurso especial. manifestamente inadmissível, prejudicado
ou em confronto com súmula ou
§ 9º O Superior Tribunal de Justiça jurisprudência dominante no tribunal;
e os tribunais de segunda instância
regulamentarão, no âmbito de suas c) dar provimento ao recurso, se o acórdão
competências, os procedimentos relativos recorrido estiver em confronto com súmula
ao processamento e julgamento do recurso ou jurisprudência dominante no tribunal.
especial nos casos previstos neste artigo. Art. 545. Da decisão do relator que não conhecer
Art. 544. Não admitido o recurso extraordinário do agravo, negar-lhe provimento ou decidir,
ou o recurso especial, caberá agravo nos desde logo, o recurso não admitido na origem,
próprios autos, no prazo de 10 (dez) dias. caberá agravo, no prazo de 5 (cinco) dias, ao
órgão competente, observado o disposto nos §§
§ 1º O agravante deverá interpor um agravo 1º e 2º do art. 557.
para cada recurso não admitido.
Art. 546. É embargável a decisão da turma que:
§ 2º A petição de agravo será dirigida à
presidência do tribunal de origem, não I – em recurso especial, divergir do
dependendo do pagamento de custas e julgamento de outra turma, da seção ou do
despesas postais. O agravado será intimado, órgão especial;
de imediato, para no prazo de 10 (dez) dias Il – em recurso extraordinário, divergir do
oferecer resposta, podendo instruí-la com julgamento da outra turma ou do plenário.
cópias das peças que entender conveniente.
Em seguida, subirá o agravo ao tribunal Parágrafo único. Observar-se-á, no recurso
superior, onde será processado na forma de embargos, o procedimento estabelecido
regimental. no regimento interno.

§ 3º O agravado será intimado, de imediato, DA ORDEM DOS PROCESSOS


para no prazo de 10 (dez) dias oferecer NO TRIBUNAL
resposta. Em seguida, os autos serão
remetidos à superior instância, observando- Art. 547. Os autos remetidos ao tribunal serão
se o disposto no art. 543 deste Código e, no registrados no protocolo no dia de sua entrada,
que couber, na Lei no 11.672, de 8 de maio cabendo à secretaria verificar-lhes a numeração
de 2008. das folhas e ordená-los para distribuição.
§ 4º No Supremo Tribunal Federal e no Parágrafo único. Os serviços de protocolo
Superior Tribunal de Justiça, o julgamento poderão, a critério do tribunal, ser
do agravo obedecerá ao disposto no descentralizados, mediante delegação a
respectivo regimento interno, podendo o ofícios de justiça de primeiro grau.
relator:
Art. 548. Far-se-á a distribuição de acordo com
I – não conhecer do agravo manifestamente o regimento interno do tribunal, observando-se
inadmissível ou que não tenha atacado os princípios da publicidade, da alternatividade
especificamente os fundamentos da e do sorteio.
decisão agravada;

www.acasadoconcurseiro.com.br 329
Art. 549. Distribuídos, os autos subirão, no prazo Art. 554. Na sessão de julgamento, depois
de 48 (quarenta e oito) horas, à conclusão do de feita a exposição da causa pelo relator, o
relator, que, depois de estudá-los, os restituirá à presidente, se o recurso não for de embargos
secretaria com o seu "visto" . declaratórios ou de agravo de instrumento,
dará a palavra, sucessivamente, ao recorrente
Parágrafo único. O relator fará nos autos e ao recorrido, pelo prazo improrrogável de
uma exposição dos pontos controvertidos 15 (quinze) minutos para cada um, a fim de
sobre que versar o recurso. sustentarem as razões do recurso.
Art. 550. Os recursos interpostos nas causas de Art. 555. No julgamento de apelação ou de
procedimento sumário deverão ser julgados no agravo, a decisão será tomada, na câmara ou
tribunal, dentro de 40 (quarenta) dias. turma, pelo voto de 3 (três) juízes.
Art. 551. Tratando-se de apelação, de embargos § 1º Ocorrendo relevante questão de
infringentes e de ação rescisória, os autos serão direito, que faça conveniente prevenir
conclusos ao revisor. ou compor divergência entre câmaras ou
§ 1º Será revisor o juiz que se seguir turmas do tribunal, poderá o relator propor
ao relator na ordem descendente de seja o recurso julgado pelo órgão colegiado
antigüidade. que o regimento indicar; reconhecendo
o interesse público na assunção de
§ 2º O revisor aporá nos autos o seu "visto", competência, esse órgão colegiado julgará
cabendo-lhe pedir dia para julgamento. o recurso.
§ 3º Nos recursos interpostos nas causas de § 2º Não se considerando habilitado a
procedimentos sumários, de despejo e nos proferir imediatamente seu voto, a qualquer
casos de indeferimento liminar da petição juiz é facultado pedir vista do processo,
inicial, não haverá revisor. devendo devolvê-lo no prazo de 10 (dez)
Art. 552. Os autos serão, em seguida, dias, contados da data em que o recebeu;
apresentados ao presidente, que designará dia o julgamento prosseguirá na 1a (primeira)
para julgamento, mandando publicar a pauta no sessão ordinária subseqüente à devolução,
órgão oficial. dispensada nova publicação em pauta.

§ 1º Entre a data da publicação da pauta e a Art. 556. Proferidos os votos, o presidente


sessão de julgamento mediará, pelo menos, anunciará o resultado do julgamento,
o espaço de 48 (quarenta e oito) horas. designando para redigir o acórdão o relator, ou,
se este for vencido, o autor do primeiro voto
§ 2º Afixar-se-á a pauta na entrada da sala vencedor.
em que se realizar a sessão de julgamento.
Parágrafo único. Os votos, acórdãos
§ 3º Salvo caso de força maior, participará e demais atos processuais podem ser
do julgamento do recurso o juiz que houver registrados em arquivo eletrônico inviolável
lançado o "visto" nos autos. e assinados eletronicamente, na forma da
lei, devendo ser impressos para juntada
Art. 553. Nos embargos infringentes e na ação aos autos do processo quando este não for
rescisória, devolvidos os autos pelo relator, eletrônico.
a secretaria do tribunal expedirá cópias
autenticadas do relatório e as distribuirá Art. 557. O relator negará seguimento a recurso
entre os juízes que compuserem o tribunal manifestamente inadmissível, improcedente,
competente para o julgamento. prejudicado ou em confronto com súmula ou
com jurisprudência dominante do respectivo
tribunal,

330 www.acasadoconcurseiro.com.br
Do Recurso – Direito Processual Civil – Prof. Giuliano Tamagno

do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Art. 559. A apelação não será incluída em pauta
Superior. antes do agravo de instrumento interposto no
mesmo processo.
§ 1º-A Se a decisão recorrida estiver em
manifesto confronto com súmula ou com Parágrafo único. Se ambos os recursos
jurisprudência dominante do Supremo houverem de ser julgados na mesma sessão,
Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior, o terá precedência o agravo.
relator poderá dar provimento ao recurso.
Art. 560. Qualquer questão preliminar suscitada
§ 3º No caso do § 2º deste artigo, não no julgamento será decidida antes do mérito,
devolvidos os autos no prazo, nem solicitada deste não se conhecendo se incompatível com
expressamente sua prorrogação pelo juiz, o a decisão daquela.
presidente do órgão julgador requisitará o
processo e reabrirá o julgamento na sessão Parágrafo único. Versando a preliminar
ordinária subseqüente, com publicação em sobre nulidade suprível, o tribunal, havendo
pauta. necessidade, converterá o julgamento em
diligência, ordenando a remessa dos autos
§ 1º Da decisão caberá agravo, no prazo ao juiz, a fim de ser sanado o vício.
de cinco dias, ao órgão competente para
o julgamento do recurso, e, se não houver Art. 561. Rejeitada a preliminar, ou se com ela
retratação, o relator apresentará o processo for compatível a apreciação do mérito, seguir-
em mesa, proferindo voto; provido o se-ão a discussão e julgamento da matéria
agravo, o recurso terá seguimento. principal, pronunciando-se sobre esta os juízes
vencidos na preliminar.
§ 2º Quando manifestamente inadmissível
ou infundado o agravo, o tribunal Art. 562. Preferirá aos demais o recurso cujo
condenará o agravante a pagar ao agravado julgamento tenha sido iniciado.
multa entre um e dez por cento do valor Art. 563. Todo acórdão conterá ementa.
corrigido da causa, ficando a interposição
de qualquer outro recurso condicionada ao Art. 564. Lavrado o acórdão, serão as suas
depósito do respectivo valor. conclusões publicadas no órgão oficial dentro
de 10 (dez) dias.
Art. 558. O relator poderá, a requerimento do
agravante, nos casos de prisão civil, adjudicação, Art. 565. Desejando proferir sustentação oral,
remição de bens, levantamento de dinheiro poderão os advogados requerer que na sessão
sem caução idônea e em outros casos dos quais imediata seja o feito julgado em primeiro lugar,
possa resultar lesão grave e de difícil reparação, sem prejuízo das preferências legais.
sendo relevante a fundamentação, suspender o
Parágrafo único. Se tiverem subscrito o
cumprimento da decisão até o pronunciamento
requerimento os advogados de todos os
definitivo da turma ou câmara.
interessados, a preferência será concedida
Parágrafo único. Aplicar-se-á o disposto para a própria sessão.
neste artigo as hipóteses do art. 520.

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Direito Processual Penal

Juizado Especial Cível

•• Fundamento: Lei nº 9.099/1995. •• domicílio do autor ou do local do ato ou


•• Objetivo é conciliar, processar, julgar e fato, nas ações para reparação de dano
executar as causas de sua competência de qualquer natureza.
(Art. 1º).
•• Princípios:, Celeridade, Economia
processual Informalidade, Oralidade e SUJEITOS
Simplicidade.
•• Juiz Togado: Juiz de carreira aprovado
em concurso – juiz de 1º grau.
Da Competência: causas que; •• Juiz Leigo: auxiliares da Justiça
recrutado preferencialmente entre
•• Não exceda 40 salários mínimos. advogados com mais de cinco anos de
•• Competência do procedimento sumário experiência.
•• Despejo para uso próprio •• Conciliador: auxiliares da Justiça
•• Possessória recrutados preferencialmente entre os
•• Título executivos extrajudiciais bacharéis em Direito

NÃO é competente o JEC: ações de; NÃO PODERÃO SER PARTES


•• Natureza alimentar
•• Falimentar •• Incapaz
•• Fiscal •• Preso
•• Interesse da Fazenda Pública •• Pessoas Jurídicas de Direito Público,
•• Acidentes de trabalho •• Empresas Públicas da União,
•• Capacidade das pessoas •• Massa falida
•• Insolvente civil.
A minha ação é de um valor superior a 40
salários mínimos posso utilizar o JEC?
•• Competência para a distribuição da PODEM SER AUTORES
ação:
•• domicílio do réu ou, a critério do
•• Pessoa física
autor, do local onde aquele exerça
•• Microempresas
atividades profissionais ou econômicas
•• Empresas de pequeno porte
ou mantenha estabelecimento,
•• Organização da Sociedade Civil de
filial, agência, sucursal ou escritório;
Interesse Público
(universal)
•• Sociedades de crédito ao
•• do lugar onde a obrigação deva ser
microempreendedor
satisfeita;

www.acasadoconcurseiro.com.br 333
Preciso de Advogado? SENTENÇA
Existe intervenção de terceiro?
•• Requisitos: dispensado o relatório
•• Não se admite sentença ilíquida
•• É ineficaz a sentença que ultrapasse a
DOS ATOS PROCESSUAIS alçada
•• Juiz leigo produz faz o parecer o juiz
•• Públicos togado homologa (ou não)
•• Horário noturno •• Sentença homologatória não cabe
•• Instrumentalidade das formas recurso
•• Nulidades

RECURSO INOMINADO
DO PEDIDO
•• Prazo:
•• Petição inicial •• Efeito:
•• Pedido genérico •• Preparo:
•• Audiência de conciliação – 15 dias •• Destinatário:
•• Resposta do réu

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
CITAÇÃO
•• Casos de: obscuridade, contradição,
•• Correio ou Oficial de Justiça omissão ou dúvida.
•• Não se fará por edital •• Prazo: 5 dias
•• Forma: escrita ou oral
•• Efeito: suspende o prazo para
interposição de recurso
AUDIÊNCIA

•• CONCILIAÇÃO EXTINGUE-SE O PROCESSO


•• INSTRUÇÃO
•• JUÍZO ARBITRAL
•• autor deixar de comparecer a audiência
•• inadmissível o procedimento instituído
•• incompetência territorial;
PROVAS •• quando, falecido o autor, a habilitação
depender de sentença ou não se der no
•• Meios hábeis: todos moralmente prazo de trinta dias;
legítimos •• quando, falecido o réu, o autor não
•• Momento da prova: audiência de promover a citação dos sucessores no
instrução prazo de trinta dias da ciência do fato.
•• Nº de testemunhas: máximo 3 por parte
•• A prova oral não será reduzida a escrito NÃO DEPENDE de prévia intimação pessoal
•• A instrução poderá ser dirigida por Juiz das partes.
leigo.

334 www.acasadoconcurseiro.com.br
Juizado Especial Cível – Direito Processual Penal – Prof. Giuliano Tamagno

CUMPRIMENTO DE SENTENÇA Não encontrado o devedor ou inexistindo


bens penhoráveis, o processo será
imediatamente extinto, devolvendo-se os
Não cumprida voluntariamente a sentença documentos ao autor.
transitada em julgado, e tendo havido
solicitação do interessado, que poderá
ser verbal, proceder-se-á desde logo à
execução, dispensada nova citação. DAS DESPESAS
Assim como nas obrigações de entregar, de
fazer, ou de não fazer – juiz poderá cominar O acesso ao Juizado Especial independerá,
multa diária. em primeiro grau de jurisdição, do
pagamento de custas, taxas ou despesas.
A sentença de primeiro grau não condenará
EMBARGOS A EXECUÇÃO o vencido em custas e honorários de
advogado, ressalvados os casos de litigância
de má-fé. Em segundo grau, o recorrente,
a) falta ou nulidade da citação no vencido, pagará as custas e honorários
processo, se ele correu à revelia; de advogado, que serão fixados entre dez
b) manifesto excesso de execução; por cento e vinte por cento do valor de
c) erro de cálculo; condenação ou, não havendo condenação,
d) causa impeditiva, modificativa ou do valor corrigido da causa.
extintiva da obrigação, superveniente à
sentença.

EXECUÇÃO DE TÍTULO EXECUTIVO


EXTRAJUDICIAL

Efetuada a penhora, o devedor será


intimado a comparecer à audiência de
conciliação.
Na audiência, será buscado o meio mais
rápido e eficaz para a solução do litígio, se
possível com dispensa da alienação judicial,
devendo o conciliador propor, entre
outras medidas cabíveis, o pagamento do
débito a prazo ou a prestação, a dação em
pagamento ou a imediata adjudicação do
bem penhorado.
Não apresentados os embargos em
audiência, ou julgados improcedentes,
qualquer das partes poderá requerer ao
Juiz a adoção de uma das alternativas do
parágrafo anterior.

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Direito ProcessualPenal

Juizado Especial da Fazenda Pública

•• Fundamento: Lei nº 12.152/2009 •• RÉUS: os Estados, o Distrito Federal, os


•• Objetivo é conciliar, processar e julgar Territórios e os Municípios, bem como
as causas de interesse dos Estados, do autarquias, fundações e empresas pú-
Distrito Federal, dos Territórios e dos blicas a eles vinculadas.
Municípios
•• Alçada: causas até o valor de 60
(sessenta) salários mínimos. PRAZO
•• Competência: onde estiver instalado o
J.E.F.P. é ABSOLUTA
•• Fazenda pública não terá prazo diferen-
ciado
•• Entre a citação e a audiência de conci-
NÃ FAZEM PARTE DA COMPETÊNCIA liação tem um prazo mínimo de 30 dias
DO J.E.F.P. •• Não haverá reexame necessário

•• Ações de mandado de segurança,


•• Desapropriação CUMPRIMENTO DO ACORDO OU DA
•• Divisão SENTENÇA
•• Demarcação
•• Populares
•• Improbidade administrativa, •• OBRIGAÇÃO DE FAZER, NÃO FAZER OU
•• Execuções fiscais ENTREGA DE COISA CERTA, ofício do juiz
•• Demandas sobre direitos ou interesses à autoridade citada para a causa, com
difusos e coletivos; cópia da sentença ou do acordo.
•• Causas sobre bens imóveis da Fazenda
Pública, autarquias e fundações públi- OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA
cas CERTA
•• Impugnação da pena de demissão im-
posta a servidores públicos civis ou san- o pagamento será efetuado:
ções disciplinares aplicadas a militares.
•• no prazo máximo de 60 (sessenta) dias,
contado da entrega da requisição do
juiz à autoridade citada para a causa,
PARTES independentemente de precatório.
•• mediante precatório, caso o montante
•• AUTORES: as pessoas físicas e as micro- da condenação exceda o valor definido
empresas e empresas de pequeno por- como obrigação de pequeno valor.
te.

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Direito Constitucional

Artigos de 05 a 11 e 92 a 100

Professor: André Vieira

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Direito Constitucional

TÍTULO II
Dos Direitos e Garantias Fundamentais

CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
DESTINATÁRIOS DO ART. 5º:

I – homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;

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II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;

TORTURA – ART. 5º, III e LIII


III – ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;

DIREITO DE OPINIÃO
IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano
material, moral ou à imagem;

LIBERDADE DE CRENÇA RELIGIOSA

VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício


dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas
liturgias;
VII – é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades
civis e militares de internação coletiva;
VIII – ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção
filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e
recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

342 www.acasadoconcurseiro.com.br
Artigos 05 a 11 e 92 a 100 – Direito Constitucional – Prof. André Vieira

DIREITO DE EXPRESSÃO
IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,
independentemente de censura ou licença;

INVIOLABILIDADE DA INTIMIDADE, DA VIDA PRIVADA, DA HONRA E DA IMAGEM


X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o
direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;

INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO
XI – a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento
do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante
o dia, por determinação judicial;

DIA NOITE

SIGILO DE CORRESPONDÊNCIA E DE COMUNICAÇÃO

XII – é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das


comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma
que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;

XIII – é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações


profissionais que a lei estabelecer;
XIV – é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando
necessário ao exercício profissional;

LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO
XV – é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa,
nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;

DIREITO DE REUNIÃO E ASSOCIAÇÃO XV a XXI


XVI – todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente
convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;

www.acasadoconcurseiro.com.br 343
ASSOCIAÇÃO

XVII – é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
XVIII – a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de
autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;
XIX – as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades
suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
XX – ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;
XXI – as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para
representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;

PROPRIEDADE

XXII – é garantido o direito de propriedade;


XXIII – a propriedade atenderá a sua função social;
XXIV – a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou
utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro,
ressalvados os casos previstos nesta Constituição;
XXV – no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de
propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;
XXVI – a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela
família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua
atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;
A indenização deverá ser

Justa

Prévia

Em dinheiro

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PROPRIEDADE INTELECTUAL

XXVII – aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de


suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
XXVIII – são assegurados, nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e
voz humanas, inclusive nas atividades desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de
que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e
associativas;
XXIX – a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua
utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos
nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o
desenvolvimento tecnológico e econômico do País;

XXX – é garantido o direito de herança;


XXXI – a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em
benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei
pessoal do de cujus;
XXXII – o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;
XXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade
e do Estado;
XXXIV – são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou
abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento
de situações de interesse pessoal;

PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE JURISDICIONAL - ACESSO À JUSTIÇA


XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
XXXVI – a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
XXXVII – não haverá juízo ou tribunal de exceção;
XXXVIII – é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;

www.acasadoconcurseiro.com.br 345
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE - ANTERIORIDADE
XXXIX – não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;

PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DA LEI PENAL


XL – a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
XLI – a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;

CRIMES

XLII – a prática do racismo constitui crime INAFIANÇÁVEL e IMPRESCRITÍVEL, sujeito à pena


de reclusão, nos termos da lei;
XLIII – a lei considerará crimes INAFIANÇÁVEIS e INSUSCETÍVEIS DE GRAÇA OU ANISTIA
a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os
definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os
que, podendo evitá-los, se omitirem;
XLIV – constitui crime INAFIANÇÁVEL e IMPRESCRITÍVEL a ação de grupos armados, civis ou
militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;

CRIMES INAFIANÇÁVEL IMPRESCRITÍVEL INSUSCETÍVEIS


RACISMO
AGA
TORTURA
TRÁFICO
TERRORISMO
HEDIONDO

Considerações

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PENAS

XLV – nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o


dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores
e contra eles executadas, ATÉ O LIMITE DO VALOR DO PATRIMÔNIO TRANSFERIDO;

XLVI – a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:


a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;

XLVII – não haverá penas:


a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;

XLVIII – a pena será cumprida em ESTABELECIMENTOS DISTINTOS, de acordo com a


NATUREZA DO DELITO, a IDADE e o SEXO do apenado;

A CONSTITUIÇÃO FEDERAL

RECEPCIONA NÃO RECEPCIONA

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XLIX – é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;

IMAGEM FORTE! http://www.youtube.com/watch?v=_XDA6SRPnSQ

L – às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos
durante o período de amamentação;

EXTRADIÇÃO

LI – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum,


praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;
LII – não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;

Considerações

PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL – XXXVII e LIII


LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela AUTORIDADE COMPETENTE;

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PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL


LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

TEORIA DOS FRUTOS DA ÁRVORE ENVENENADA – FRUITS OF THE POISONOUS


TREE
LVI – são inadmissíveis, no processo, AS PROVAS OBTIDAS POR MEIOS ILÍCITOS;

PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA


LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal
condenatória;
LVIII – o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses
previstas em lei;

LIX – será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo
legal;
LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade
ou o interesse social o exigirem;

www.acasadoconcurseiro.com.br 349
PRESO

LXI – ninguém será PRESO senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada
de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime
propriamente militar, definidos em lei;

PRISÃO

LXII – a PRISÃO de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados


imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;

PRESO

LXIII – o PRESO será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado,
sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
LXIV – o PRESO tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu
interrogatório policial;

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PRISÃO

LXV – a PRISÃO ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;


LXVI – ninguém será levado à PRISÃO ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade
provisória, com ou sem fiança;
LXVII – não haverá PRISÃO civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento
voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;

REMÉDIOS CRIADOS PELA CF/1988

Legislativo

Executivo

Judiciário

REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS

LXVIII – conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de
sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não
amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade
ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
atribuições do Poder Público;
LXX – o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em
funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou
associados;

www.acasadoconcurseiro.com.br 351
LXXI – conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora
torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas
inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;
LXXII – conceder-se-á habeas data:
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante,
constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter
público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial
ou administrativo;
LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular
ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo
comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;

AJIG – Assistência Jurídica Integral e Gratuita


LXXIV – o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem
insuficiência de recursos;
LXXV – o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além
do tempo fixado na sentença;

CHEGOU A MINHA VEZ!!!

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LXXVI – são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:


a) o registro civil de nascimento;
b) a certidão de óbito;

LXXVII – são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos
necessários ao exercício da cidadania.

LXXVIII – a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do


processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.

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§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm APLICAÇÃO IMEDIATA.
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta CONSTITUIÇÃO NÃO EXCLUEM OUTROS
DECORRENTES DO REGIME E DOS PRINCÍPIOS POR ELA ADOTADOS, ou dos tratados
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.
§ 3º Os tratados e convenções internacionais SOBRE DIREITOS HUMANOS que forem
aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos
dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha
manifestado adesão.

Considerações

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CAPÍTULO II
DOS DIREITOS SOCIAIS
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia,
o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a
assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.

 PARA FICAR POR DENTRO – DIREITO A FELICIDADE – PEC 513/2010

http://www.migalhas.com.br/Quentes/17,MI115826,41046-PEC+determina+que
+direito+social+e+essencial+a+busca+da+felicidade
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,direito-a-felicidade,675592,0.htm

__________________________________________________________________

PS.: Temos lazer alimentação demais

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
DESTINATÁRIOS DO ART. 7º:

www.acasadoconcurseiro.com.br 355
(D – DOMÉSTICO / SP – SERVIDOR PÚBLICO)
I – ( D ) ( SP ) relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos
termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;
II – ( D ) ( SP ) seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
III – ( D ) ( SP ) fundo de garantia do tempo de serviço;
IV – ( D ) ( SP ) salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas
necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde,
lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe
preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
V – ( D ) ( SP ) piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;
VI – ( D ) ( SP ) irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;
VII – ( D ) ( SP ) garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem
remuneração variável;
VIII – ( D ) ( SP ) décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da
aposentadoria;
IX – ( D ) ( SP ) remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
X – ( D ) ( SP ) proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;
XI – ( D ) ( SP ) participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e,
excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;
XII – ( D ) ( SP ) salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda
nos termos da lei;
XIII – ( D ) ( SP ) duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta
e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante
acordo ou convenção coletiva de trabalho;
XIV – ( D ) ( SP ) jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de
revezamento, salvo negociação coletiva;
XV – ( D ) ( SP ) repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
XVI – ( D ) ( SP ) remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta
por cento à do normal;
XVII – ( D ) ( SP ) gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que
o salário normal;
XVIII – ( D ) ( SP ) licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de
cento e vinte dias;
XIX – ( D ) ( SP ) licença-paternidade, nos termos fixados em lei;

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XX – ( D ) ( SP ) proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos,


nos termos da lei;
XXI – ( D ) ( SP ) aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta
dias, nos termos da lei;
XXII – ( D ) ( SP ) redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde,
higiene e segurança;
XXIII – ( D ) ( SP ) adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas,
na forma da lei;
XXIV – ( D ) ( SP ) aposentadoria;
XXV – ( D ) ( SP ) assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco)
anos de idade em creches e pré-escolas;
XXVI – ( D ) ( SP ) reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;
XXVII – ( D ) ( SP ) proteção em face da automação, na forma da lei;
XXVIII – ( D ) ( SP ) seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a
indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
XXIX – ( D ) ( SP ) ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo
prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos
após a extinção do contrato de trabalho;
a) (Revogada).
b) (Revogada).
XXX – ( D ) ( SP ) proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de
admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
XXXI – ( D ) ( SP ) proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de
admissão do trabalhador portador de deficiência;
XXXII – ( D ) ( SP ) proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre
os profissionais respectivos;
XXXIII – ( D ) ( SP ) proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito
e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de
quatorze anos;
XXXIV – ( D ) ( SP ) igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício
permanente e o trabalhador avulso
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos
previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX,
XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a simplificação do
cumprimento das obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de
trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a
sua integração à previdência social.

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SEÇÃO II
DOS SERVIDORES PÚBLICOS

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios institui-rão, no âmbito de sua
competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração
pública direta, das autarquias e das fundações públicas. (Vide ADIn 2.135-4)
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios institui-rão conselho de
política de administração e remuneração de pessoal, integrado por servidores designados
pelos respectivos Poderes. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19 de 1998) (Vide
ADIn 2.135-4)
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV,
VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer
requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir.

IV - SALÁRIO mínimo fixado em lei...

VII - garantia de salário,

< 645,00
NUNCA INFERIOR AO MÍNIMO,
para os que percebem remuneração
variável;

VIII - DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO


com base na remuneração integral ou no
valor da aposentadoria;

IX - Trabalho NOTURNO superior à do diurno;

XII - SALÁRIO-FAMÍLIA pago em razão


do dependente do trabalhador de baixa
renda nos termos da lei;

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XIII - duração do trabalho normal não superior a OITO


HORAS diárias e quarenta e quatro semanais, facultada
a compensação de horários e a redução da jornada,
mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;

XV - REPOUSO SEMANAL remunerado,


preferencialmen-te aos domingos;

XVI - remuneração do SERVIÇO EXTRAORDINÁRIO


SUPERIOR, no mínimo, em cinqüenta por cento
à do normal;

XVII - gozo de FÉRIAS anuais remuneradas com, pelo


menos, um terço a mais do que o salário normal;

XVIII - LICENÇA À GESTANTE, sem prejuízo


do emprego e do salário, com a duração
LICENÇA

de cento e vinte dias;


XIX - LICENÇA-PATERNIDADE, nos termos
fixados em lei;

XX - PROTEÇÃO do mercado de TRABALHO DA MULHER,


mediante incentivos específicos, nos termos da lei;

XXII - REDUÇÃO DOS RISCOS INERENTES AO TRABALHO,


por meio de normas de saúde, higiene e segurança;

XXX - proibição de DIFERENÇA de salários, de exercício


de funções e de critério de admissão por motivo de sexo,
idade, cor ou estado civil;

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ANTES DA EC 72
SIDRA FLA
EMPREGADO DOMÉSTICO

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NÃO TEM DIREITO

EMPREGADO DOMÉSTICO

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Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
I – a lei não poderá exigir autorização
do Estado para a fundação de sindicato,
ressalvado o registro no órgão competente,
vedadas ao Poder Público a interferência e a
intervenção na organização sindical;
II – é vedada a criação de mais de uma
organização sindical, em qualquer grau,
representativa de categoria profissional
ou econômica, na mesma base territorial,
que será definida pelos trabalhadores ou
empregadores interessados, não podendo ser
inferior à área de um Município;
III – ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria,
inclusive em questões judiciais ou administrativas;
IV – a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional,
será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical
respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei;
V – ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;
VI – é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho;
VII – o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais;
VIII – é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a
cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o
final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de sindicatos rurais e de
colônias de pescadores, atendidas as condições que a lei estabelecer.

Considerações

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Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade
de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.
§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das
necessidades inadiáveis da comunidade.
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.

Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos
públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e
deliberação.

COLEGIADOS DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS

E OU E

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Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um representante
destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores.

Nas empresas de:

Assegurada

Finalidade

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ORGANOGRAMA DO PODER JUDICIÁRIO
Art. 101
11 Ministros

Art. 103-B
15 membros

Art. 104 a 105


33 Ministros
(no mínimo)
Art. 111 a 114 Art. 118 a 120 Art. 122 a 124
27 Ministros 7 membros 15 Ministros
(no mínimo) (vitalícios)

2o grau

Art. 125 §3 Art. 125 Lei 9.099/95 Lei 10.259/01 Art. 106 a 110 Art. 115 a 116 Art. 120 e 121
efetivo > 20 mil Juíz Est.: Juíz Fed.: 7 juízes 7 juízes 7 juízes
valor até 40 valor até 60 (no mínimo) (no mínimo)

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sal. mín sal. mín
1o grau

PODER JUDICIÁRIO

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Julgamento de Autoridades

Autoridade Tipo de Crime Tribunal Competente


Comum
Presidente da República
Responsabilidade
Comum
Vice-Presidente da República
Responsabilidade
Comum
Membros do Congresso Nacional
Responsabilidade
Comum
Ministros de Estado
Responsabilidade
Comum
Ministros do STF
Responsabilidade
Comum
Procurador-Geral da República
Responsabilidade
Comum
Advogado-Geral da União
Responsabilidade
Comum
Ministros dos Tribunais Superiores
Responsabilidade
Chefe de Missão Diplomática Comum
de caráter permanente Responsabilidade
Comum
Ministros do TCU
Responsabilidade
Comum
Membros dos TRT-TRE-TCE-TCM-TRF
Responsabilidade
Comum
Desembargadores
Responsabilidade
Comum
Juízes Federais
Responsabilidade
Comum
Governadores de Estado
Responsabilidade
Comum
Vice-Governador do Estado
Responsabilidade
Comum
Prefeitos
Responsabilidade
Comum
Procurador-Geral de Justiça
Responsabilidade
Comum
Deputados Estaduais
Responsabilidade

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CAPÍTULO III
DO PODER JUDICIÁRIO
SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:
I – o Supremo Tribunal Federal;
I – A o Conselho Nacional de Justiça;
II – o Superior Tribunal de Justiça;
III – os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
IV – os Tribunais e Juízes do Trabalho;
V – os Tribunais e Juízes Eleitorais;
VI – os Tribunais e Juízes Militares;
VII – os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.
§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais Superiores têm
sede na Capital Federal.
§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o território
nacional.

Cuidado!

(...) (...)
CNJ

(...) (...)
STF

(...) (...)
TRIBUNAIS SUPERIORES

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Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da
Magistratura, observados os seguintes princípios:
I – ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante concurso público
de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases,
exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-
se, nas nomeações, à ordem de classificação;

Cargo inicial

Ingresso

OAB

Requisitos

Prazo

II – promoção de entrância para entrância, alternadamente, por antiguidade e merecimento,


atendidas as seguintes normas:
a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes consecutivas ou cinco alternadas
em lista de merecimento;
b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de exercício na respectiva entrância e
integrar o juiz a primeira quinta parte da lista de antiguidade desta, salvo se não houver com
tais requisitos quem aceite o lugar vago;
c) aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos critérios objetivos de
produtividade e presteza no exercício da jurisdição e pela frequência e aproveitamento em
cursos oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento;
d) na apuração de antiguidade, o tribunal somente poderá recusar o juiz mais antigo pelo voto
fundamentado de dois terços de seus membros, conforme procedimento próprio, e assegurada
ampla defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação;
e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder além do prazo
legal, não podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despacho ou decisão;

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Entrância Instância


Promoção dos Magistrados

Forma de promoção

Critério

Promoção por antiguidade / recusa

Promoção por merecimento

Pressupostos Aferição do morecimento

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Classificação das Comarcas
O território do Rio Grande do Sul, para efeitos da administração da justiça, é dividido atualmente
em ____________ comarcas. Cada comarca pode abranger um ou mais municípios.

Entrância

Classificação dos Juízes

Entrância
para
entrância

Juíz
de
1 grau
o

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III – o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antiguidade e merecimento,
alternadamente, apurados na última ou única entrância;
IV – previsão de cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamento e promoção de magistrados,
constituindo etapa obrigatória do processo de vitaliciamento a participação em curso oficial ou
reconhecido por escola nacional de formação e aperfeiçoamento de magistrados;
V – o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores corresponderá a noventa e cinco por cento
do subsídio mensal fixado para os Ministros do Supremo Tribunal Federal e os subsídios dos
demais magistrados serão fixados em lei e escalonados, em nível federal e estadual, conforme
as respectivas categorias da estrutura judiciária nacional, não podendo a diferença entre uma e
outra ser superior a dez por cento ou inferior a cinco por cento, nem exceder a noventa e cinco
por cento do subsídio mensal dos Ministros dos Tribunais Superiores, obedecido, em qualquer
caso, o disposto nos arts. 37, XI, e 39, § 4º;

Subsídio

VI – a aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus dependentes observarão o disposto


no art. 40;
VII – o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo autorização do tribunal;

Residirá

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VIII – o ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado, por interesse público,
fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho
Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa;
VIII-A – a remoção a pedido ou a permuta de magistrados de comarca de igual entrância
atenderá, no que couber, ao disposto nas alíneas a, b, c e e do inciso II;
IX – todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas
as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às
próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do
direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;
X – as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sendo as
disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros;
XI – nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser constituído
órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício
das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno,
provendo-se metade das vagas por antiguidade e a outra metade por eleição pelo tribunal
pleno;
XII – a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado férias coletivas nos juízos
e tribunais de segundo grau, funcionando, nos dias em que não houver expediente forense
normal, juízes em plantão permanente;
XIII – o número de juízes na unidade jurisdicional será proporcional à efetiva demanda judicial
e à respectiva população;
XIV – os servidores receberão delegação para a prática de atos de administração e atos de
mero expediente sem caráter decisório;
XV – a distribuição de processos será imediata, em todos os graus de jurisdição.

Considerações

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Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do
Distrito Federal e Territórios será composto de membros, do Ministério Público, com mais de dez
anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez
anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação
das respectivas classes.
Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice, enviando-a ao Poder
Executivo, que, nos vinte dias subsequentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação.

Regra do Quinto Constitucional

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Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:
I – vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício,
dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver
vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado;
II – inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII;
III – irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153,
III, e 153, § 2º, I.
Parágrafo único. Aos juízes é vedado:
I – exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério;
II – receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;
III – dedicar-se à atividade político-partidária.
IV – receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas,
entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei;
V – exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do
afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração.

Institucionais

Garantias do
judiciário

Funcionais
ou de órgãos

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Art. 96. Compete privativamente:


I – aos tribunais:
a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com observância das
normas de processo e das garantias processuais das partes, dispondo sobre a competência e o
funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos;
b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes forem vinculados,
velando pelo exercício da atividade correicional respectiva;
c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de juiz de carreira da respectiva
jurisdição;
d) propor a criação de novas varas judiciárias;
e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, obedecido o disposto no art.
169, parágrafo único, os cargos necessários à administração da Justiça, exceto os de confiança
assim definidos em lei;
f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes e servidores que
lhes forem imediatamente vinculados;
II – ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça propor ao
Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 169:
a) a alteração do número de membros dos tribunais inferiores;
b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos que
lhes forem vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e dos juízes, inclusive
dos tribunais inferiores, onde houver;
c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores;
d) a alteração da organização e da divisão judiciárias;
III – aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito Federal e Territórios, bem
como os membros do Ministério Público, nos crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada
a competência da Justiça Eleitoral.

Considerações

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Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo
órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do
Poder Público.

Reserva de plenário

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Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão:


I – juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a
conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações
penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumariíssimo,
permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas
de juízes de primeiro grau;

Juizados especiais

II – justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos pelo voto direto, universal e
secreto, com mandato de quatro anos e competência para, na forma da lei, celebrar casamentos,
verificar, de ofício ou em face de impugnação apresentada, o processo de habilitação e exercer
atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras previstas na legislação.

Justiça de paz

§ 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no âmbito da Justiça Federal.
§ 2º As custas e emolumentos serão destinados exclusivamente ao custeio dos serviços afetos
às atividades específicas da Justiça.

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Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira.
§ 1º Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados
conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias.
§ 2º O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais interessados, compete:
I – no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores,
com a aprovação dos respectivos tribunais;
II – no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, aos Presidentes dos Tribunais
de Justiça, com a aprovação dos respectivos tribunais.
§ 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem as respectivas propostas orçamentárias
dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará,
para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei
orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do § 1º deste
artigo.
§ 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo forem encaminhadas em desacordo
com os limites estipulados na forma do § 1º, o Poder Executivo procederá aos ajustes
necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual.
§ 5º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de
despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de
diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos
suplementares ou especiais.

Proposta orçamentária

§ 1o

§ 2o

§ 3o

§ 4o

§ 5o

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Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais,
em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação
dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas
nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim.
§ 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários,
vencimentos, proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e
indenizações por morte ou por invalidez, fundadas em responsabilidade civil, em virtude de
sentença judicial transitada em julgado, e serão pagos com preferência sobre todos os demais
débitos, exceto sobre aqueles referidos no § 2º deste artigo.
§ 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares tenham 60 (sessenta) anos de idade
ou mais na data de expedição do precatório, ou sejam portadores de doença grave, definidos
na forma da lei, serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, até o valor
equivalente ao triplo do fixado em lei para os fins do disposto no § 3º deste artigo, admitido o
fracionamento para essa finalidade, sendo que o restante será pago na ordem cronológica de
apresentação do precatório.
§ 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição de precatórios não se aplica
aos pagamentos de obrigações definidas em leis como de pequeno valor que as Fazendas
referidas devam fazer em virtude de sentença judicial transitada em julgado.
§ 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por leis próprias, valores distintos às
entidades de direito público, segundo as diferentes capacidades econômicas, sendo o mínimo
igual ao valor do maior benefício do regime geral de previdência social.
§ 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba necessária
ao pagamento de seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de
precatórios judiciários apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do
exercício seguinte, quando terão seus valores atualizados monetariamente.
§ 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados diretamente ao Poder
Judiciário, cabendo ao Presidente do Tribunal que proferir a decisão exequenda determinar
o pagamento integral e autorizar, a requerimento do credor e exclusivamente para os casos
de preterimento de seu direito de precedência ou de não alocação orçamentária do valor
necessário à satisfação do seu débito, o sequestro da quantia respectiva.
§ 7º O Presidente do Tribunal competente que, por ato comissivo ou omissivo, retardar ou
tentar frustrar a liquidação regular de precatórios incorrerá em crime de responsabilidade e
responderá, também, perante o Conselho Nacional de Justiça.
§ 8º É vedada a expedição de precatórios complementares ou suplementares de valor pago, bem
como o fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução para fins de enquadramento
de parcela do total ao que dispõe o § 3º deste artigo.
§ 9º No momento da expedição dos precatórios, independentemente de regulamentação,
deles deverá ser abatido, a título de compensação, valor correspondente aos débitos líquidos
e certos, inscritos ou não em dívida ativa e constituídos contra o credor original pela Fazenda
Pública devedora, incluídas parcelas vincendas de parcelamentos, ressalvados aqueles cuja
execução esteja suspensa em virtude de contestação administrativa ou judicial.

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§ 10. Antes da expedição dos precatórios, o Tribunal solicitará à Fazenda Pública devedora, para
resposta em até 30 (trinta) dias, sob pena de perda do direito de abatimento, informação sobre
os débitos que preencham as condições estabelecidas no § 9º, para os fins nele previstos.
§ 11. É facultada ao credor, conforme estabelecido em lei da entidade federativa devedora,
a entrega de créditos em precatórios para compra de imóveis públicos do respectivo ente
federado.
§ 12. A partir da promulgação desta Emenda Constitucional, a atualização de valores de
requisitórios, após sua expedição, até o efetivo pagamento, independentemente de sua
natureza, será feita pelo índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança, e, para
fins de compensação da mora, incidirão juros simples no mesmo percentual de juros incidentes
sobre a caderneta de poupança, ficando excluída a incidência de juros compensatórios.
§ 13. O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus créditos em precatórios a terceiros,
independentemente da concordância do devedor, não se aplicando ao cessionário o disposto
nos §§ 2º e 3º.
§ 14. A cessão de precatórios somente produzirá efeitos após comunicação, por meio de petição
protocolizada, ao tribunal de origem e à entidade devedora.
§ 15. Sem prejuízo do disposto neste artigo, lei complementar a esta Constituição Federal
poderá estabelecer regime especial para pagamento de crédito de precatórios de Estados,
Distrito Federal e Municípios, dispondo sobre vinculações à receita corrente líquida e forma e
prazo de liquidação.
§ 16. A seu critério exclusivo e na forma de lei, a União poderá assumir débitos, oriundos de
precatórios, de Estados, Distrito Federal e Municípios, refinanciando-os diretamente.

Considerações

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Conceito

Ordem

Caráter alimentar

Condição

PRECATÓRIOS
Novos beneficiários

RPV

Habilitação

Preterição da ordem

Ato: Comissivo ou omissivo / quem responde

Tipo de crime

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Responderá também perante quem

Expedição de precatório complementar ou suplementar

Compensação de precatório

Solicitação a fazenda pública devedora


PRECATÓRIOS

Compra de imóveis públicos

Índice de atualização

Cessão de precatórios

Momento que produz efeitos

Refinanciamento de precatórios

Importante

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Direito Constitucional

Artigos 12 a 13

Professora: Alessandra Vieira

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Direito Constitucional

TÍTULO I
Dos Princípios Fundamentais
CAPÍTULO III
DA NACIONALIDADE
Art. 12. São brasileiros:

Conceito de Nacionalidade

Classes de Nacionalidade
1a Classe
2a Classe

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I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que
estes não estejam a serviço de seu país;
1a Classe

Considerações

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Artigos 12 a 13 − Direito Constitucional – Profa Alessandra Vieira

Nasceu Casal Particularidade Nacionalidade

Nasceu Casal Particularidade Nacionalidade

Nasceu Casal Particularidade Nacionalidade

www.acasadoconcurseiro.com.br 387
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles
esteja a serviço da República Federativa do Brasil;
1a Classe

Considerações

388 www.acasadoconcurseiro.com.br
Artigos 12 a 13 − Direito Constitucional – Profa Alessandra Vieira

Nasceu Casal Particularidade Nacionalidade

Nasceu Casal Particularidade Nacionalidade

Considerações

www.acasadoconcurseiro.com.br 389
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados
em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e
optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 54, de 2007)

etente
sileir a Comp
ção Bra
Reparti

OU
1a Classe

Considerações

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Considerações

Data Nascido Nacionalidade

Particularidade

www.acasadoconcurseiro.com.br 391
Mostrando que sabe

Nasceu Casal Particularidade Nacionalidade

Nasceu Casal Particularidade Nacionalidade

Nasceu Casal Particularidade Nacionalidade

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Nasceu Casal Particularidade Nacionalidade

Nasceu Casal Particularidade Nacionalidade


Nasceu Casal Particularidade Nacionalidade

Considerações
Nasceu Casal Particularidade Nacionalidade

Nasceu Casal Particularidade Nacionalidade

Nasceu Casal Particularidade Nacionalidade

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Espécies de Naturalização

TÁCITA
NATURALIZAÇÃO
EXPRESSA

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II - naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de
países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
2a Classe

Originários de países de língua portuguesa

Não originários de países de língua portuguesa

Requerimento

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b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil
há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a
nacionalidade brasileira.(Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
2a Classe

Requisitos

Requerimento

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Artigos 12 a 13 − Direito Constitucional – Profa Alessandra Vieira

§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor


de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta
Constituição.(Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)

Opções para o português se naturalizar:


Caso 1 Caso 2 Caso 3

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§ 2º - A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos
casos previstos nesta Constituição.

Diferenças entre o brasileiro nato e o brasileiro naturalizado:


Caso 1 Caso 2 Caso 3 Caso 4

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Caso 1 / Caso 2

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Caso 3 / Caso 4

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Artigos 12 a 13 − Direito Constitucional – Profa Alessandra Vieira

§ 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos:


I - de Presidente e Vice-Presidente da República;

II - de Presidente da Câmara dos Deputados;

III - de Presidente do Senado Federal;

IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;

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V - da carreira diplomática;

VI - de oficial das Forças Armadas.

VII - de Ministro de Estado da Defesa(Incluído pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)

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Artigos 12 a 13 − Direito Constitucional – Profa Alessandra Vieira

Considerações

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§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao
interesse nacional;

Perda

404 www.acasadoconcurseiro.com.br
Artigos 12 a 13 − Direito Constitucional – Profa Alessandra Vieira

II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: (Redação dada pela Emenda Constitucional
de Revisão nº 3, de 1994)

Perda

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a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; (Incluído pela Emenda
Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)

Dupla
nacionalidade

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b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado


estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos
civis; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)

*CASO RECENTE:Diego Costa optou pela seleção espanhola em detrimento à seleção do Brasil, na copa de 2014.

Dupla
nacionalidade

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Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil.
§ 1º - São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo
nacionais.

§ 2º - Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos próprios.

   

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Conceito de Direitos Políticos

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Direito Constitucional

Professor: Cristiano de Souza

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Direito Constitucional

DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO:
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (DISPOSIÇÕES GERAIS).
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

CAPÍTULO VII
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Seção I
DISPOSIÇÕES GERAIS

I – os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis


aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos
em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei;

Art. 37. A administração pública


direta e indireta de qualquer dos II – a investidura em cargo ou emprego público depende
Poderes da União, dos Estados, do de aprovação prévia em concurso público de provas
Distrito Federal e dos Municípios ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a
obedecerá aos princípios de legali- complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista
dade, impessoalidade, moralidade, em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão
publicidade e eficiência e, também, declarado em lei de livre nomeação e exoneração;
ao seguinte:
III – o prazo de validade do concurso público será de até
02 anos, prorrogável uma vez, por igual período;

IV – durante o prazo improrrogável previsto no edital


de convocação, aquele aprovado em concurso público
de provas ou de provas e títulos será convocado com
prioridade sobre novos concursados para assumir cargo
ou emprego, na carreira;

V – as funções de confiança, exercidas exclusivamente


por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em
comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira
nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em
lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e
assessoramento;

VI – é garantido ao servidor público civil o direito à livre


associação sindical

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VII – o direito de greve será exercido nos termos e nos
limites definidos em lei específica

VIII – a lei reservará percentual dos cargos e empregos


públicos para as pessoas portadoras de deficiência e
definirá os critérios de sua admissão;

IX – a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo


determinado para atender a necessidade temporária de
excepcional interesse público;
Art. 37. A administração pública
direta e indireta de qualquer dos
X – a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de
Poderes da União, dos Estados, do
que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados
Distrito Federal e dos Municípios
ou alterados por lei específica, observada a iniciativa
obedecerá aos princípios de legali-
privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual,
dade, impessoalidade, moralidade,
sempre na mesma data e sem distinção de índices;
publicidade e eficiência e, também,
ao seguinte:
XI – a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos,
funções e empregos públicos da:
– administração direta, autárquica e fundacional, dos
membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores
de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os
proventos, pensões ou outra espécie remuneratória,
percebidos cumulativamente ou não, incluídas as
vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não
poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos
Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se
como limite nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e
nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do
Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio
dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder
Legislativo e o subsídio dos Desembargadores do Tribunal
de Justiça, limitado a 90,25% do subsídio mensal, em
espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal,
no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos
membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos
Defensores Públicos;

XII – os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do


Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos
pelo Poder Executivo;
XIII – é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer
espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de
pessoal do serviço público;
XIV – os acréscimos pecuniários percebidos por servidor
público não serão computados nem acumulados para
fins de concessão de acréscimos ulteriores;

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XV – o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de


cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o
disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, §
4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;

Art. 37. A administração pública XVI – é vedada a acumulação remunerada de cargos


direta e indireta de qualquer dos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de
Poderes da União, dos Estados, do horários, observado em qualquer caso o disposto no
Distrito Federal e dos Municípios inciso XI:
obedecerá aos princípios de legali-
dade, impessoalidade, moralidade, a) a de dois cargos de professor;
publicidade e eficiência e, também,
ao seguinte: b) a de um cargo de professor com outro técnico ou
científico;
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais
de saúde, com profissões regulamentadas;

XVII – a proibição de acumular estende-se a empregos


e funções e abrange autarquias, fundações, empresas
públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias,
e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo
poder público;

XVIII – a administração fazendária e seus servidores fiscais


terão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição,
precedência sobre os demais setores administrativos, na
forma da lei;

XIX – somente por lei específica poderá ser criada


autarquia e autorizada a instituição de empresa pública,
de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo
à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de
sua atuação;

XX – depende de autorização legislativa, em cada caso,


a criação de subsidiárias das entidades mencionadas no
inciso anterior, assim como a participação de qualquer
delas em empresa privada;

XXI – ressalvados os casos especificados na legislação, as


obras, serviços, compras e alienações serão contratados
mediante processo de licitação pública que assegure
igualdade de condições a todos os concorrentes, com
cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento,
mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos
da lei, o qual somente permitirá as exigências de
qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia
do cumprimento das obrigações.

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XXII – as administrações tributárias da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais
ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores
de carreiras específicas, terão recursos prioritários
para a realização de suas atividades e atuarão de forma
integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros
e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio.

§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá
ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes,
símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.

§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade do ato e a punição da
autoridade responsável, nos termos da lei.

I – as reclamações relativas à prestação dos serviços


públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços
de atendimento ao usuário e a avaliação periódica,
externa e interna, da qualidade dos serviços;
II – o acesso dos usuários a registros administrativos e a
informações sobre atos de governo, observado o disposto
no art. 5º, X e XXXIII;
X – são invioláveis a intimidade, a vida privada,
§ 3º A lei disciplinará as formas a honra e a imagem das pessoas, assegurado
de participação do usuário o direito a indenização pelo dano material ou
na administração pública moral decorrente de sua violação;
direta e indireta, regulando
XXXIII – todos têm direito a receber dos
especialmente: órgãos públicos informações de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que
serão prestadas no prazo da lei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo
seja imprescindível à segurança da sociedade e
do Estado;
III – a disciplina da representação contra o exercício
negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na
administração pública.
§ 4º Os atos de improbidade administrativa importarão:
•• a suspensão dos direitos políticos,
•• a perda da função pública,
•• a indisponibilidade dos bens e
•• o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da
ação penal cabível.
§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente,
servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de
ressarcimento.
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços
públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

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§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo ou emprego da


administração direta e indireta que possibilite o acesso a informações privilegiadas.
§ 8º A autonomia gerencial,
orçamentária e financeira
dos órgãos e entidades da
administração direta e indireta I – o prazo de duração do contrato;
poderá ser ampliada mediante
contrato, a ser firmado entre II – os controles e critérios de avaliação de desempenho,
seus administradores e o direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
poder público, que tenha por
objeto a fixação de metas de III – a remuneração do pessoal."
desempenho para o órgão ou
entidade, cabendo à lei dispor
sobre:
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de economia mista,
e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral.
§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40
ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados
os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão
declarados em lei de livre nomeação e exoneração.
§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI do
caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado aos Estados e
ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e Lei
Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal
de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal
dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos
subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores.

I – tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou


distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;
II – investido no mandato de Prefeito, será afastado do
cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela
sua remuneração;
III – investido no mandato de Vereador, havendo
Art. 38. Ao servidor público da ad-
compatibilidade de horários, perceberá as vantagens
ministração direta, autárquica e
de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo
fundacional, no exercício de man-
da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo
dato eletivo, aplicam-se as seguin-
compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;
tes disposições:
IV – em qualquer caso que exija o afastamento para
o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço
será contado para todos os efeitos legais, exceto para
promoção por merecimento;
V – para efeito de benefício previdenciário, no caso de
afastamento, os valores serão determinados como se no
exercício estivesse.

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Direito Constitucional

DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO:
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (DOS SERVIDORES PÚBLICOS)

Seção II
DOS SERVIDORES PÚBLICOS
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua
competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública
direta, das autarquias e das fundações públicas. (Vide ADIN nº 2.135-4)
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho de política de
administração e remuneração de pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos
Poderes. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Vide ADIN nº 2.135-4)

I – a natureza, o grau de responsabilidade e


§ 1º A fixação dos padrões de vencimento a complexidade dos cargos componentes de
e dos demais componentes do sistema cada carreira;
remuneratório observará: II – os requisitos para a investidura;
III – as peculiaridades dos cargos.

§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a formação


e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um
dos requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de convênios ou
contratos entre os entes federados.
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII,
XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados
de admissão quando a natureza do cargo o exigir.

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
condição social:
IV – salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades
vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário,
higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder
aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
VII – garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;
VIII – décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;
IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
XII – salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da
lei;
XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais,
facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção
coletiva de trabalho;
XV – repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;

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XVI – remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do
normal;
XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário
normal;
XVIII – licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte
dias;
XIX – licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
XX – proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos
da lei;
XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e
segurança;
XXX – proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por
motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os


Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em
parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba
de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no
art. 37, X e XI.
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios poderá estabelecer a relação
entre a maior e a menor remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, o
disposto no art. 37, XI.
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão anualmente os valores do subsídio
e da remuneração dos cargos e empregos públicos.
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios disciplinará a aplicação
de recursos orçamentários provenientes da economia com despesas correntes em cada
órgão, autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade
e produtividade, treinamento e desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e
racionalização do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade.
§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira poderá ser fixada nos
termos do § 4º.
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter
contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e
inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e
o disposto neste artigo.

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Organização do Estado: Dos Servidores Públicos – Direito Constitucional – Prof. Cristiano de Souza

I – por invalidez permanente, sendo os proventos


proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se
decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional
ou doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei;
II – compulsoriamente, aos 70 anos de idade, com
proventos proporcionais ao tempo de contribuição;
§ 1º Os servidores abrangidos pelo III – voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo
regime de previdência de que trata de 10 anos de efetivo exercício no serviço público e 05
este artigo serão aposentados, anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria,
calculados os seus proventos a observadas as seguintes condições:
partir dos valores fixados na forma a) 60 anos de idade e 35 de contribuição, se homem, e 55
dos §§ 3º e 17: anos de idade e 30 de contribuição, se mulher;
Obs.: § 5º...(professor 55 anos de idade e 3º de
contribuição, se homem, e professora 50 anos de idade e
25 de contribuição, se mulher).
b) 65 anos de idade, se homem, e 60 anos de idade, se
mulher, com proventos proporcionais ao tempo de
contribuição.

§ 2º Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de sua concessão, não poderão


exceder a remuneração do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria
ou que serviu de referência para a concessão da pensão.
§ 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por ocasião da sua concessão, serão
consideradas as remunerações utilizadas como base para as contribuições do servidor aos
regimes de previdência de que tratam este artigo e o art. 201, na forma da lei.

§ 4º É vedada a adoção de requisitos e I – portadores de deficiência;


critérios diferenciados para a concessão de
aposentadoria aos abrangidos pelo regime II – que exerçam atividades de risco;
de que trata este artigo, ressalvados, nos III – cujas atividades sejam exercidas sob
termos definidos em leis complementares, condições especiais que prejudiquem a
os casos de servidores: saúde ou a integridade física.

§ 5º Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão reduzidos em 05 anos, em relação


ao disposto no § 1º, III, “a”, para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo
exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio.

Dica: LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996.


Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional
Art. 67. § 2º Para os efeitos do disposto no § 5º do art. 40 e no § 8º do art. 201 da Constituição
Federal, são consideradas funções de magistério as exercidas por professores e especialistas
em educação no desempenho de atividades educativas, quando exercidas em estabelecimento
de educação básica em seus diversos níveis e modalidades, incluídas, além do exercício da
docência, as de direção de unidade escolar e as de coordenação e assessoramento pedagógico.

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§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma desta
Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime de
previdência previsto neste artigo.

I – ao valor da totalidade dos proventos do


servidor (aposentado) falecido, até o limite
máximo estabelecido para os benefícios do
regime geral de previdência social de que
trata o art. 201, acrescido de 70% da parcela
excedente a este limite, caso aposentado à
data do óbito; ou
§ 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício
de pensão por morte, que será igual: II – ao valor da totalidade da remuneração
do servidor (ativo) no cargo efetivo em que
se deu o falecimento, até o limite máximo
estabelecido para os benefícios do regime
geral de previdência social de que trata o art.
201, acrescido de 70% da parcela excedente
a este limite, caso em atividade na data do
óbito.

Dica: Portaria MF nº 19, de 10 de janeiro de 2014.


Dispõe sobre o reajuste dos benefícios pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social
– INSS e dos demais valores constantes do Regulamento da Previdência Social – RPS.
Art. 2º A partir de 1º de janeiro de 2014, o salário-de-benefício e o salário-de-contribuição
não poderão ser inferiores a R$ 724,00 (setecentos e vinte e quatro reais), nem superiores
a R$ 4.390,24 (quatro mil, trezentos e noventa reais e vinte e quatro centavos).

§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente,


O VALOR REAL, conforme critérios estabelecidos em lei.

Dica: Fim da Paridade


O § 8º recebeu nova Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41/2003, colocando fim
a paridade entre ativos e inativos.
§ 8º Observado o disposto no art. 37, XI, os proventos de aposentadoria e as pensões
serão revistos na mesma proporção e na mesma data, sempre que se modificar a
remuneração dos servidores em atividade, sendo também estendidos aos aposentados
e aos pensionistas quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente concedidos
aos servidores em atividade, inclusive quando decorrentes da transformação ou
reclassificação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria ou que serviu
de referência para a concessão da pensão, na forma da lei. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 20, de 15/12/98)

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§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal será contado para efeito de


aposentadoria e o tempo de serviço correspondente para efeito de disponibilidade.
§ 10 A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuição
fictício.
§ 11. Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos proventos de inatividade, inclusive
quando decorrentes da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras
atividades sujeitas a contribuição para o regime geral de previdência social, e ao montante
resultante da adição de proventos de inatividade com remuneração de cargo acumulável na
forma desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração,
e de cargo eletivo.
§ 12. Além do disposto neste artigo, o regime de previdência dos servidores públicos titulares
de cargo efetivo observará, no que couber, os requisitos e critérios fixados para o regime geral
de previdência social.
§ 13. Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre
nomeação e exoneração bem como de outro cargo temporário ou de emprego público, aplica-
se o regime geral de previdência social.
§ 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, desde que instituam regime de
previdência complementar para os seus respectivos servidores titulares de cargo efetivo,
poderão fixar, para o valor das aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo regime
de que trata este artigo, o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de
previdência social de que trata o art. 201.
§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14 será instituído por lei de
iniciativa do respectivo Poder Executivo, observado o disposto no art. 202 e seus parágrafos,
no que couber, por intermédio de entidades fechadas de previdência complementar, de
natureza pública, que oferecerão aos respectivos participantes planos de benefícios somente
na modalidade de contribuição definida.
§ 16. Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto nos § 14 e 15 poderá ser
aplicado ao servidor que tiver ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de
instituição do correspondente regime de previdência complementar.
§ 17. Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do benefício previsto no §
3º serão devidamente atualizados, na forma da lei.
§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas
pelo regime de que trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os
benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual igual
ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos.

Dica: Portaria MF nº 19, de 10 de janeiro de 2014.


Dispõe sobre o reajuste dos benefícios pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social –
INSS e dos demais valores constantes do Regulamento da Previdência Social – RPS.
Art. 2º A partir de 1º de janeiro de 2014, o salário-de-benefício e o salário-de-contribuição
não poderão ser inferiores a R$ 724,00 (setecentos e vinte e quatro reais), nem superiores
a R$ 4.390,24 (quatro mil, trezentos e noventa reais e vinte e quatro centavos).

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§ 19. O servidor de que trata este artigo que tenha completado as exigências para aposentadoria
voluntária estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por permanecer em atividade fará jus a um
abono de permanência equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária até completar
as exigências para aposentadoria compulsória contidas no § 1º, II.
§ 20. Fica vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência social para os
servidores titulares de cargos efetivos, e de mais de uma unidade gestora do respectivo regime
em cada ente estatal, ressalvado o disposto no art. 142, § 3º, X.
§ 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá apenas sobre as parcelas de proventos
de aposentadoria e de pensão que superem o dobro do limite máximo estabelecido para os
benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201 desta Constituição,
quando o beneficiário, na forma da lei, for portador de doença incapacitante.

Dica: Regra do § 21.


A partir de 1º de janeiro de 2014, o maior salário-de-benefício será de R$ 4.390,24.
Dobro: R$ 4.390,24 x 2: R$ 8.780,48
•• Isenção apenas para os portadores de doença incapacitante.

Art. 41. São estáveis após 03 anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de
provimento efetivo em virtude de concurso público.

I – em virtude de sentença judicial transitada


em julgado;
II – mediante processo administrativo em
§ 1º O servidor público estável só perderá o
que lhe seja assegurada ampla defesa;
cargo:
III – mediante procedimento de avaliação
periódica de desempenho, na forma de lei
complementar, assegurada ampla defesa.

§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado,
e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a
indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração
proporcional ao tempo de serviço.
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em
disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado
aproveitamento em outro cargo.
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de
desempenho por comissão instituída para essa finalidade.

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Organização do Estado: Dos Servidores Públicos – Direito Constitucional – Prof. Cristiano de Souza

Dica: Caso Especial – Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei
complementar.
§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação
de cargos, empregos e funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a
admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da
administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder
público, só poderão ser feitas:
I – se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de
despesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes;
II – se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias, ressalvadas as
empresas públicas e as sociedades de economia mista.
§ 2º Decorrido o prazo estabelecido na lei complementar referida neste artigo para
a adaptação aos parâmetros ali previstos, serão imediatamente suspensos todos
os repasses de verbas federais ou estaduais aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios que não observarem os referidos limites.
§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante
o prazo fixado na lei complementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios adotarão as seguintes providências:
I – redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e
funções de confiança;
II – exoneração dos servidores não estáveis.
§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes para
assegurar o cumprimento da determinação da lei complementar referida neste artigo,
o servidor estável poderá perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada
um dos Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou unidade administrativa
objeto da redução de pessoal.
§ 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará jus a indenização
correspondente a um mês de remuneração por ano de serviço.
§ 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será considerado
extinto, vedada a criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou
assemelhadas pelo prazo de quatro anos.
§ 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedecidas na efetivação do
disposto no § 4º.

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Direito Administrativo

Professor: Cristiano de Souza

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Direito Administrativo

CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

DO PROCESSO LEGISLATIVO Art. 23. As leis complementares serão


aprovadas pela maioria absoluta dos membros
Art. 21. O processo legislativo compreende a da Assembleia Legislativa, observados os
elaboração de: demais termos da votação das leis ordinárias.
I – emenda à Constituição; Parágrafo único. Para os fins deste artigo,
consideram-se complementares:
II – lei complementar;
[...]
III – lei ordinária;
IV – decreto legislativo; 10. os Estatutos dos Servidores Civis e dos
Militares;
V – resolução.
[...]

LEI Nº 10.261, DE 28 DE OUTUBRO DE 1968

Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo

CAPÍTULO VII
DO DIREITO DE PETIÇÃO
Art. 239. É assegurado a qualquer pessoa, física Art. 240. Ao servidor é assegurado o direito
ou jurídica, independentemente de pagamento, de requerer ou representar, bem como,
o direito de petição contra ilegalidade ou abuso nos termos desta lei complementar, pedir
de poder e para defesa de direitos. (NR) reconsideração e recorrer de decisões, no
prazo de 30 (trinta) dias, salvo previsão legal
§ 1º Qualquer pessoa poderá reclamar específica. (NR) – redação dada pelo art. 1º, I da
sobre abuso, erro, omissão ou conduta Lei Complementar nº 942, de 6/6/2003.
incompatível no serviço público.(NR)
§ 2º Em nenhuma hipótese, a Administração
poderá recusar-se a protocolar, encaminhar
ou apreciar a petição, sob pena de
responsabilidade do agente. (NR)

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TÍTULO VI XII – cooperar e manter espírito de
solidariedade com os companheiros de
Dos Deveres, das Proibições e das trabalho,
Responsabilidades XIII – estar em dia com as leis, regulamentos,
regimentos, instruções e ordens de serviço
que digam respeito às suas funções; e
CAPÍTULO I XIV – proceder na vida pública e privada na
DOS DEVERES E DAS PROIBIÇÕES forma que dignifique a função pública.

Seção I Seção II
DOS DEVERES DAS PROIBIÇÕES
Art. 241. São deveres do funcionário: Art. 242 Ao funcionário é proibido:
I – ser assíduo e pontual; I – Revogado – revogado pelo art. 2º da Lei
II – cumprir as ordens superiores, Complementar nº 1.096, de 24/09/2009.
representando quando forem II – retirar, sem prévia permissão da
manifestamente ilegais; autoridade competente, qualquer
III – desempenhar com zelo e presteza os documento ou objeto existente na
trabalhos de que for incumbido; repartição;
IV – guardar sigilo sobre os assuntos III – entreter-se, durante as horas de
da repartição e, especialmente, sobre trabalho, em palestras, leituras ou outras
despachos, decisões ou providências; atividades estranhas ao serviço;
V – representar aos superiores sobre IV – deixar de comparecer ao serviço sem
todas as irregularidades de que tiver causa justificada;
conhecimento no exercício de suas funções;
V – tratar de interesses particulares na
VI – tratar com urbanidade as pessoas; (NR)
repartição;
VII – residir no local onde exerce o cargo ou,
onde autorizado; VI – promover manifestações de apreço ou
desapreço dentro da repartição, ou tornar-
VIII – providenciar para que esteja sempre se solidário com elas;
em ordem, no assentamento individual, a
sua declaração de família; VII – exercer comércio entre os
companheiros de serviço, promover ou
IX – zelar pela economia do material do
subscrever listas de donativos dentro da
Estado e pela conservação do que for
repartição; e
confiado à sua guarda ou utilização;
X – apresentar-se convenientemente VIII – empregar material do serviço público
trajado em serviço ou com uniforme em serviço particular.
determinado, quando for o caso; Art. 243. É proibido ainda, ao funcionário:
XI – atender prontamente, com preferência
sobre qualquer outro serviço, às requisições I – fazer contratos de natureza comercial e
de papéis, documentos, informações ou industrial com o Governo, por si, ou como
providências que lhe forem feitas pelas representante de outrem;
autoridades judiciárias ou administrativas, II – participar da gerência ou administração
para defesa do Estado, em Juízo; de empresas bancárias ou industriais, ou

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Direito Administrativo – Estatuto dos Funcionários Públicos Civis de SP – Prof. Cristiano de Souza

de sociedades comerciais, que mantenham estranha às funções ou para lograr, direta


relações comerciais ou administrativas ou indiretamente, qualquer proveito; e
com o Governo do Estado, sejam por este
subvencionadas ou estejam diretamente XII – fundar sindicato de funcionários ou
relacionadas com a finalidade da repartição deles fazer parte.
ou serviço em que esteja lotado; Parágrafo único. Não está compreendida
III – requerer ou promover a concessão de na proibição dos itens II e VI deste artigo, a
privilégios, garantias de juros ou outros participação do funcionário em sociedades
favores semelhantes, federais, estaduais ou em que o Estado seja acionista, bem assim
municipais, exceto privilégio de invenção na direção ou gerência de cooperativas e
própria; associações de classe, ou como seu sócio.

IV – exercer, mesmo fora das horas de Art. 244. É vedado ao funcionário trabalhar
trabalho, emprego ou função em empresas, sob as ordens imediatas de parentes, até
estabelecimentos ou instituições que segundo grau, salvo quando se tratar de função
tenham relações com o Governo, em de confiança e livre escolha, não podendo
matéria que se relacione com a finalidade exceder a 2 (dois) o número de auxiliares nessas
da repartição ou serviço em que esteja condições.
lotado;
V – aceitar representação de Estado
estrangeiro, sem autorização do Presidente CAPÍTULO II
da República; DAS RESPONSABILIDADES
VI – comerciar ou ter parte em sociedades Art. 245. O funcionário é responsável por
comerciais nas condições mencionadas todos os prejuízos que, nessa qualidade,
no item II deste artigo, podendo, em causar à Fazenda Estadual, por dolo ou culpa,
qualquer caso, ser acionista, quotista ou devidamente apurados.
comanditário;
Parágrafo único. Caracteriza-se especial-
VII – incitar greves ou a elas aderir, ou mente a responsabilidade:
praticar atos de sabotagem contra o serviço
público; I – pela sonegação de valores e objetos
confiados à sua guarda ou responsabilidade,
VIII – praticar a usura; ou por não prestar contas, ou por não as
tomar, na forma e no prazo estabelecidos
IX – constituir-se procurador de partes ou
nas leis, regulamentos, regimentos,
servir de intermediário perante qualquer
instruções e ordens de serviço;
repartição pública, exceto quando se tratar
de interesse de cônjuge ou parente até II – pelas faltas, danos, avarias e quaisquer
segundo grau; outros prejuízos que sofrerem os bens e os
materiais sob sua guarda, ou sujeitos a seu
X – receber estipêndios de firmas
exame ou fiscalização;
fornecedoras ou de entidades fiscalizadas,
no País, ou no estrangeiro, mesmo quando III – pela falta ou inexatidão das necessárias
estiver em missão referente à compra averbações nas notas de despacho, guias
de material ou fiscalização de qualquer e outros documentos da receita, ou que
natureza; tenham com eles relação; e
XI – valer-se de sua qualidade de IV – por qualquer erro de cálculo ou redução
funcionário para desempenhar atividade contra a Fazenda Estadual.

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Art. 246. O funcionário que adquirir materiais § 3º O processo administrativo só poderá
em desacordo com disposições legais e ser sobrestado para aguardar decisão
regulamentares, será responsabilizado pelo judicial por despacho motivado da
respectivo custo, sem prejuízo das penalidades autoridade competente para aplicar a pena.
disciplinares cabíveis, podendo-se proceder ao (NR) – §§ acrescentados pelo art. 2º, I da Lei
desconto no seu vencimento ou remuneração. Complementar nº 942, de 6/6/2003.
Art. 247. Nos casos de indenização à Fazenda
Estadual, o funcionário será obrigado a repor, de
uma só vez, a importância do prejuízo causado TÍTULO VII
em virtude de alcance, desfalque, remissão ou
omissão em efetuar recolhimento ou entrada Das Penalidades, Da Extinção Da
nos prazos legais. Punibilidade e Das Providências
Art. 248. Fora dos casos incluídos no artigo
Preliminares
anterior, a importância da indenização poderá
ser descontada do vencimento ou remuneração
não excedendo o desconto à 10ª (décima) parte
do valor destes.
CAPÍTULO I
DAS PENALIDADES E DE SUA
Parágrafo único. No caso do item IV do APLICAÇÃO
parágrafo único do art. 245, não tendo
havido má-fé, será aplicada a pena de Art. 251. São penas disciplinares:
repreensão e, na reincidência, a de
suspensão. I – repreensão;

Art. 249. Será igualmente responsabilizado o II – suspensão;


funcionário que, fora dos casos expressamente III – multa;
previstos nas leis, regulamentos ou regimentos,
cometer a pessoas estranhas às repartições, o IV – demissão;
desempenho de encargos que lhe competirem
ou aos seus subordinados. V – demissão a bem do serviço público; e

Art. 250. A responsabilidade administrativa não VI – cassação de aposentadoria ou


exime o funcionário da responsabilidade civil ou disponibilidade
criminal que no caso couber, nem o pagamento Art. 252. Na aplicação das penas disciplinares
da indenização a que ficar obrigado, na forma serão consideradas a natureza e a gravidade da
dos arts. 247 e 248, o exame da pena disciplinar infração e os danos que dela provierem para o
em que incorrer. serviço público.
§ 1º A responsabilidade administrativa é Art. 253. A pena de repreensão será aplicada
independente da civil e da criminal.(NR) por escrito, nos casos de indisciplina ou falta de
§ 2º Será reintegrado ao serviço público, no cumprimento dos deveres.
cargo que ocupava e com todos os direitos e Art. 254. A pena de suspensão, que não
vantagens devidas, o servidor absolvido pela excederá de 90 (noventa) dias, será aplicada em
Justiça, mediante simples comprovação do caso de falta grave ou de reincidência.
trânsito em julgado de decisão que negue a
existência de sua autoria ou do fato que deu § 1º O funcionário suspenso perderá todas
origem à sua demissão.(NR) as vantagens e direitos decorrentes do
exercício do cargo.

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Direito Administrativo – Estatuto dos Funcionários Públicos Civis de SP – Prof. Cristiano de Souza

§ 2º A autoridade que aplicar a pena que o faça dolosamente e com prejuízo para
de suspensão poderá converter essa o Estado ou particulares;
penalidade em multa, na base de 50%
(cinqüenta por cento) por dia de vencimento IV – praticar insubordinação grave;
ou remuneração, sendo o funcionário, nesse V – praticar, em serviço, ofensas físicas
caso, obrigado a permanecer em serviço. contra funcionários ou particulares, salvo se
Art. 255. A pena de multa será aplicada na em legítima defesa;
forma e nos casos expressamente previstos em VI – lesar o patrimônio ou os cofres públicos;
lei ou regulamento.
VII – receber ou solicitar propinas,
Art. 256. Será aplicada a pena de demissão nos comissões, presentes ou vantagens de
casos de: qualquer espécie, diretamente ou por
I – abandono de cargo; intermédio de outrem, ainda que fora de
suas funções mas em razão delas;
II – procedimento irregular, de natureza
grave; VIII – pedir, por empréstimo, dinheiro ou
quaisquer valores a pessoas que tratem de
III – ineficiência no serviço; interesses ou o tenham na repartição, ou
estejam sujeitos à sua fiscalização;
IV – aplicação indevida de dinheiros
públicos, e IX – exercer advocacia administrativa; e
V – ausência ao serviço, sem causa X – apresentar com dolo declaração falsa
justificável, por mais de 45 (quarenta e em matéria de salário-família, sem prejuízo
cinco) dias, interpoladamente, durante 1 da responsabilidade civil e de procedimento
(um) ano. criminal, que no caso couber.
§ 1º Considerar-se-á abandono de cargo, XI – praticar ato definido como crime
o não comparecimento do funcionário por hediondo, tortura, tráfico ilícito de
mais de (30) dias consecutivos ex-vi do art. entorpecentes e drogas afins e terrorismo;
63. (NR)
§ 2º A pena de demissão por ineficiência no XII – praticar ato definido como crime
serviço, só será aplicada quando verificada contra o Sistema Financeiro, ou de lavagem
a impossibilidade de readaptação. ou ocultação de bens, direitos ou valores;
(NR)
Art. 257. Será aplicada a pena de demissão a
bem do serviço público ao funcionário que: XIII – praticar ato definido em lei como de
improbidade.(NR) – incisos acrescentados
I – for convencido de incontinência pública pelo art. 2º, II da Lei Complementar nº 942,
e escandalosa e de vício de jogos proibidos; de 6/6/2003.
II – praticar ato definido como crime contra Art. 258. O ato que demitir o funcionário
a administração pública, a fé pública e mencionará sempre a disposição legal em que
a Fazenda Estadual, ou previsto nas leis se fundamenta.
relativas à segurança e à defesa nacional;
(NR) – redação dada pelo art. 1º, II da Lei Art. 259. Será aplicada a pena de cassação
Complementar nº 942, de 6/6/2003. de aposentadoria ou disponibilidade, se ficar
provado que o inativo:
III – revelar segredos de que tenha
conhecimento em razão do cargo, desde

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I – praticou, quando em atividade, falta III – da falta prevista em lei como infração
grave para a qual é cominada nesta lei a penal, no prazo de prescrição em abstrato
pena de demissão ou de demissão a bem do da pena criminal, se for superior a 5 (cinco)
serviço público; anos.
II – aceitou ilegalmente cargo ou função § 1º A prescrição começa a correr:
pública;
1. do dia em que a falta for cometida;
III – aceitou representação de Estado
estrangeiro sem prévia autorização do 2. do dia em que tenha cessado a
Presidente da República; e continuação ou a permanência, nas faltas
continuadas ou permanentes.
IV – praticou a usura em qualquer de suas
formas. § 2º Interrompem a prescrição a portaria
que instaura sindicância e a que instaura
Art. 260. Para aplicação das penalidades processo administrativo.
previstas no art. 251, são competentes:
§ 3º O lapso prescricional corresponde:
I – o Governador;
1. na hipótese de desclassificação da
II – os Secretários de Estado, o Procurador infração, ao da pena efetivamente aplicada;
Geral do Estado e os Superintendentes de
Autarquia; 2. na hipótese de mitigação ou atenuação,
ao da pena em tese cabível.
III – os Chefes de Gabinete, até a de
suspensão; § 4º A prescrição não corre:

IV – os Coordenadores, até a de suspensão 1. enquanto sobrestado o processo


limitada a 60 (sessenta) dias; e administrativo para aguardar decisão
judicial, na forma do § 3º do art. 250;
V – os Diretores de Departamento e Divisão,
até a de suspensão limitada a 30 (trinta) 2. enquanto insubsistente o vínculo
dias. funcional que venha a ser restabelecido.

Parágrafo único. Havendo mais de § 5º Extinta a punibilidade pela prescrição, a


um infrator e diversidade de sanções, autoridade julgadora determinará o registro
a competência será da autoridade do fato nos assentamentos individuais do
responsável pela imposição da penalidade servidor.
mais grave. (NR) – redação dada pelo art. § 6º A decisão que reconhecer a existência
1º, III da Lei Complementar nº 942, de de prescrição deverá desde logo determinar,
6/6/2003. quando for o caso, as providências
Art. 261. Extingue-se a punibilidade pela necessárias à apuração da responsabilidade
prescrição: pela sua ocorrência. (NR) – redação dada
pelo art. 1º, III da Lei Complementar nº 942,
I – da falta sujeita à pena de repreensão, de 6/6/2003.
suspensão ou multa, em 2 (dois) anos;
Art. 262. O funcionário que, sem justa causa,
II – da falta sujeita à pena de demissão, deixar de atender a qualquer exigência para cujo
de demissão a bem do serviço público cumprimento seja marcado prazo certo, terá
e de cassação da aposentadoria ou suspenso o pagamento de seu vencimento ou
disponibilidade, em 5 (cinco) anos; remuneração até que satisfaça essa exigência.

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Parágrafo único. Aplica-se aos aposentados I – afastamento preventivo do servidor,


ou em disponibilidade o disposto neste quando o recomendar a moralidade
artigo. administrativa ou a apuração do fato, sem
prejuízo de vencimentos ou vantagens, até
Art. 263. Deverão constar do assentamento 180 (cento e oitenta) dias, prorrogáveis uma
individual do funcionário todas as penas que lhe única vez por igual período;
forem impostas.
II – designação do servidor acusado para
o exercício de atividades exclusivamente
burocráticas até decisão final do
CAPÍTULO II procedimento;
DAS PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES
III – recolhimento de carteira funcional,
Art. 264. A autoridade que, por qualquer meio, distintivo, armas e algemas;
tiver conhecimento de irregularidade praticada IV – proibição do porte de armas;
por servidor é obrigada a adotar providências
visando à sua imediata apuração, sem prejuízo V – comparecimento obrigatório, em
das medidas urgentes que o caso exigir. periodicidade a ser estabelecida, para
tomar ciência dos atos do procedimento.
Art. 265. A autoridade realizará apuração
preliminar, de natureza simplesmente § 1º A autoridade que determinar a
investigativa, quando a infração não estiver instauração ou presidir sindicância
suficientemente caracterizada ou definida ou processo administrativo poderá
autoria. (NR) representar ao Chefe de Gabinete para
propor a aplicação das medidas previstas
§ 1º A apuração preliminar deverá ser neste artigo, bem como sua cessação ou
concluída no prazo de 30 (trinta) dias. (NR) alteração. (NR)
§ 2º Não concluída no prazo a apuração, § 2º O Chefe de Gabinete poderá, a qualquer
a autoridade deverá imediatamente momento, por despacho fundamentado,
encaminhar ao Chefe de Gabinete relatório fazer cessar ou alterar as medidas previstas
das diligências realizadas e definir o tempo neste artigo. (NR)- redação dada pelo art.
necessário para o término dos trabalhos. 1º, IV da  Lei Complementar nº 942, de
(NR) 6/6/2003.
§ 3º Ao concluir a apuração Art. 267. O período de afastamento preventivo
preliminar, a autoridade deverá opinar computa-se como de efetivo exercício, não
fundamentadamente pelo arquivamento sendo descontado da pena de suspensão
ou pela instauração de sindicância ou de eventualmente aplicada. (NR) – redação dada
processo administrativo. (NR) – redação pelo art. 1º, IV da Lei Complementar nº 942, de
dada pelo art. 1º, IV da Lei Complementar 6/6/2003.
nº 942, de 6/6/2003.
Art. 266. Determinada a instauração de
sindicância ou processo administrativo, ou
no seu curso, havendo conveniência para a
instrução ou para o serviço, poderá o Chefe
de Gabinete, por despacho fundamentado,
ordenar as seguintes providências: (NR)

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TÍTULO VIII Art. 273. Aplicam-se à sindicância as regras
previstas nesta lei complementar para o
Do Procedimento Disciplinar (NR) processo administrativo, com as seguintes
modificações:
I – a autoridade sindicante e cada acusado
poderão arrolar até 3 (três) testemunhas;
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS II – a sindicância deverá estar concluída no
prazo de 60 (sessenta) dias;
Art. 268. A apuração das infrações será
III – com o relatório, a sindicância será
feita mediante sindicância ou processo
enviada à autoridade competente para a
administrativo, assegurados o contraditório e a
decisão. (NR) – redação dada pelo artigo
ampla defesa. (NR) – redação dada pelo art. 1º,
1º, V da Lei Complementar nº 942, de
V da  Lei Complementar nº 942, de 6/6/2003.
6/6/2003.
Art. 269. Será instaurada sindicância quando
a falta disciplinar, por sua natureza, possa
determinar as penas de repreensão, suspensão
ou multa. (NR)- redação dada pelo artigo 1º, V CAPÍTULO III
da Lei Complementar nº 942, de 6/6/2003. DO PROCESSO ADMINISTRATIVO
Art. 270. Será obrigatório o processo (NR)
administrativo quando a falta disciplinar, por
Art. 274. São competentes para determinar
sua natureza, possa determinar as penas de
a instauração de processo administrativo as
demissão, de demissão a bem do serviço
autoridades enumeradas no art. 260, até o
público e de cassação de aposentadoria ou
inciso IV, inclusive. (NR)- redação dada pelo art.
disponibilidade. (NR) – redação dada pelo art.
1º, V da  Lei Complementar nº 942, de 6/6/2003.
1º, V da  Lei Complementar nº 942, de 6/6/2003.
Art. 275. Não poderá ser encarregado da
Art. 271. Os procedimentos disciplinares
apuração, nem atuar como secretário, amigo
punitivos serão realizados pela Procuradoria
íntimo ou inimigo, parente consangüíneo ou
Geral do Estado e presididos por Procurador do
afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro
Estado confirmado na carreira. (NR) – redação
grau inclusive, cônjuge, companheiro ou
dada pelo art. 1º, V da  Lei Complementar nº
qualquer integrante do núcleo familiar do
942, de 6/6/2003.
denunciante ou do acusado, bem assim o
subordinado deste. (NR) – redação dada pelo
art. 1º, V da Lei Complementar nº 942, de
CAPÍTULO II 6/6/2003.
DA SINDICÂNCIA Art. 276. A autoridade ou o funcionário
designado deverão comunicar, desde logo, à
Art. 272. São competentes para determinar autoridade competente, o impedimento que
a instauração de sindicância as autoridades houver. (NR) – redação dada pelo artigo 1º, V da 
enumeradas no art. 260. (NR) Lei Complementar nº 942, de 6/6/2003.
Parágrafo único Instaurada a sindicância, o Art. 277. O processo administrativo deverá ser
Procurador do Estado que a presidir comunicará instaurado por portaria, no prazo improrrogável
o fato ao órgão setorial de pessoal. (NR) – de 8 (oito) dias do recebimento da
redação dada pelo art 1º, V da Lei Complementar determinação, e concluído no de 90 (noventa)
nº 942, de 6/6/2003. dias da citação do acusado.(NR)

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§ 1º Da portaria deverão constar o nome e 6. advertência de que o processo será


a identificação do acusado, a infração que extinto se o acusado pedir exoneração
lhe é atribuída, com descrição sucinta dos até o interrogatório, quando se tratar
fatos, a indicação das normas infringidas e exclusivamente de abandono de cargo ou
a penalidade mais elevada em tese cabível. função, bem como inassiduidade.
(NR)
§ 2º A citação do acusado será feita
§ 2º Vencido o prazo, caso não concluído pessoalmente, no mínimo 2 (dois) dias
o processo, o Procurador do Estado que o antes do interrogatório, por intermédio
presidir deverá imediatamente encaminhar do respectivo superior hierárquico, ou
ao seu superior hierárquico relatório diretamente, onde possa ser encontrado.
indicando as providências faltantes e (NR)
o tempo necessário para término dos
trabalhos. (NR) § 3º Não sendo encontrado em seu local
de trabalho ou no endereço constante de
§ 3º O superior hierárquico dará ciência dos seu assentamento individual, furtando-se
fatos a que se refere o parágrafo anterior o acusado à citação ou ignorando-se seu
e das providências que houver adotado à paradeiro, a citação far-se-á por edital,
autoridade que determinou a instauração publicado uma vez no Diário Oficial do
do processo. (NR) – redação dada pelo Estado, no mínimo 10 (dez) dias antes do
artigo 1º, V da Lei Complementar nº 942, de interrogatório. (NR) – redação dada pelo
6/6/2003. artigo 1º, V da  Lei Complementar nº 942,
de 6/6/2003.
Art. 278. Autuada a portaria e demais peças
preexistentes, designará o presidente dia e hora Art. 279. Havendo denunciante, este deverá
para audiência de interrogatório, determinando prestar declarações, no interregno entre a data
a citação do acusado e a notificação do da citação e a fixada para o interrogatório do
denunciante, se houver. (NR) acusado, sendo notificado para tal fim. (NR)
§ 1º O mandado de citação deverá conter: § 1ºA oitiva do denunciante deverá ser
(NR) acompanhada pelo advogado do acusado,
próprio ou dativo. (NR)
1. cópia da portaria;
§ 2º O acusado não assistirá à inquirição
2. data, hora e local do interrogatório, que do denunciante; antes porém de ser
poderá ser acompanhado pelo advogado do interrogado, poderá ter ciência das
acusado; declarações que aquele houver prestado.
3. data, hora e local da oitiva do (NR) – redação dada pelo art. 1º, V da  Lei
denunciante, se houver, que deverá ser Complementar nº 942, de 6/6/2003.
acompanhada pelo advogado do acusado; Art. 280. Não comparecendo o acusado,
4. esclarecimento de que o acusado será será, por despacho, decretada sua revelia,
defendido por advogado dativo, caso não prosseguindo-se nos demais atos e termos do
constitua advogado próprio; processo. (NR) – redação dada pelo artigo 1º, V
da  Lei Complementar nº 942, de 6/6/2003.
5. informação de que o acusado poderá
arrolar testemunhas e requerer provas, no Art. 281. Ao acusado revel será nomeado
prazo de 3 (três) dias após a data designada advogado dativo. (NR) – redação dada pelo
para seu interrogatório; artigo 1º, V da  Lei Complementar nº 942, de
6/6/2003.

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Art. 282. O acusado poderá constituir advogado companheiro, irmão, sogro e cunhado, pai, mãe
que o representará em todos os atos e termos ou filho adotivo do acusado, exceto quando
do processo. (NR) não for possível, por outro modo, obter-
se ou integrar-se a prova do fato e de suas
§ 1º É faculdade do acusado tomar ciência circunstâncias. (NR)
ou assistir aos atos e termos do processo,
não sendo obrigatória qualquer notificação. § 1º Se o parentesco das pessoas referidas
(NR) for com o denunciante, ficam elas proibidas
de depor, observada a exceção deste artigo.
§ 2º O advogado será intimado por (NR)
publicação no Diário Oficial do Estado, de
que conste seu nome e número de inscrição § 2º Ao servidor que se recusar a depor,
na Ordem dos Advogados do Brasil, bem sem justa causa, será pela autoridade
como os dados necessários à identificação competente adotada a providência a que se
do procedimento. (NR) refere o art. 262., mediante comunicação
do presidente. (NR)
§ 3º Não tendo o acusado recursos
financeiros ou negando-se a constituir § 3º O servidor que tiver de depor como
advogado, o presidente nomeará advogado testemunha fora da sede de seu exercício,
dativo. (NR) terá direito a transporte e diárias na forma
da legislação em vigor, podendo ainda
§ 4º O acusado poderá, a qualquer tempo, expedir-se precatória para esse efeito à
constituir advogado para prosseguir na sua autoridade do domicílio do depoente. (NR)
defesa. (NR) – redação dada pelo art. 1º, V
da  Lei Complementar nº 942, de 6/6/2003. § 4º São proibidas de depor as pessoas que,
em razão de função, ministério, ofício ou
Art. 283. Comparecendo ou não o acusado profissão, devam guardar segredo, salvo
ao interrogatório, inicia-se o prazo de 3 (três) se, desobrigadas pela parte interessada,
dias para requerer a produção de provas, ou quiserem dar o seu testemunho. (NR)
apresentá-las. (NR)
Art. 286. A testemunha que morar em comarca
§ 1º O presidente e cada acusado poderão diversa poderá ser inquirida pela autoridade
arrolar até 5 (cinco) testemunhas. (NR) do lugar de sua residência, expedindo-se, para
§ 2º A prova de antecedentes do acusado esse fim, carta precatória, com prazo razoável,
será feita exclusivamente por documentos, intimada a defesa.
até as alegações finais. (NR) § 1º Deverá constar da precatória a
§ 3º Até a data do interrogatório,será síntese da imputação e os esclarecimentos
designada a audiência de instrução. pretendidos, bem como a advertência sobre
a necessidade da presença de advogado.
Art. 284. Na audiência de instrução, serão
ouvidas, pela ordem, as testemunhas arroladas § 2º A expedição da precatória não
pelo presidente e pelo acusado. (NR) suspenderá a instrução do procedimento.

Parágrafo único Tratando-se de servidor § 3º Findo o prazo marcado, o procedimento


público, seu comparecimento poderá ser poderá prosseguir até final decisão; a todo
solicitado ao respectivo superior imediato tempo, a precatória, uma vez devolvida,
com as indicações necessárias. (NR) será juntada aos autos. (NR)

Art. 285. A testemunha não poderá eximir-se Art. 287. As testemunhas arroladas pelo
de depor, salvo se for ascendente, descendente, acusado comparecerão à audiência designada
cônjuge, ainda que legalmente separado, independente de notificação.(NR)

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§ 1º Deverá ser notificada a testemunha relevante que justifique a permanência


cujo depoimento for relevante e que não dos autos na repartição, reconhecida pela
comparecer espontaneamente. (NR) autoridade em despacho motivado. (NR)
§ 2º Se a testemunha não for localizada, Art. 290. Somente poderão ser indeferidos pelo
a defesa poderá substituí-la, se quiser, presidente, mediante decisão fundamentada,
levando na mesma data designada para a os requerimentos de nenhum interesse para o
audiência outra testemunha, independente esclarecimento do fato, bem como as provas
de notificação. (NR) ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou
protelatórias. (NR)
Art. 288. Em qualquer fase do processo, poderá
o presidente, de ofício ou a requerimento Art. 291 Quando, no curso do procedimento,
da defesa, ordenar diligências que entenda surgirem fatos novos imputáveis ao acusado,
convenientes. poderá ser promovida a instauração de novo
§ 1º As informações necessárias à instrução procedimento para sua apuração, ou, caso
do processo serão solicitadas diretamente, conveniente, aditada a portaria, reabrindo-se
sem observância de vinculação hierárquica, oportunidade de defesa. (NR)
mediante ofício, do qual cópia será juntada Art. 292. Encerrada a fase probatória, dar-se-á
aos autos. vista dos autos à defesa, que poderá apresentar
§ 2º Sendo necessário o concurso de alegações finais, no prazo de 7 (sete) dias. (NR)
técnicos ou peritos oficiais, o presidente os Parágrafo único. Não apresentadas no
requisitará, observados os impedimentos prazo as alegações finais, o presidente
do artigo 275. (NR) designará advogado dativo, assinando-lhe
Art. 289. Durante a instrução, os autos do novo prazo. (NR)
procedimento administrativo permanecerão na Art. 293. O relatório deverá ser apresentado
repartição competente. (NR) no prazo de 10 (dez) dias, contados da
§ 1º Será concedida vista dos autos ao apresentação das alegações finais. (NR)
acusado, mediante simples solicitação, § 1º O relatório deverá descrever, em
sempre que não prejudicar o curso do relação a cada acusado, separadamente,
procedimento. (NR) as irregularidades imputadas, as provas
§ 2º A concessão de vista será obrigatória, colhidas e as razões de defesa, propondo
no prazo para manifestação do acusado ou a absolvição ou punição e indicando, nesse
para apresentação de recursos, mediante caso, a pena que entender cabível. (NR)
publicação no Diário Oficial do Estado.(NR) § 2º O relatório deverá conter, também, a
§ 3º Não corre o prazo senão depois da sugestão de quaisquer outras providências
publicação a que se refere o parágrafo de interesse do serviço público. (NR)
anterior e desde que os autos estejam Art. 294. Relatado, o processo será encaminhado
efetivamente disponíveis para vista. (NR) à autoridade que determinou sua instauração.
§ 4º Ao advogado é assegurado o direito (NR)
de retirar os autos da repartição, mediante Art. 295. Recebendo o processo relatado,
recibo, durante o prazo para manifestação a autoridade que houver determinado sua
de seu representado, salvo na hipótese de instauração deverá, no prazo de 20 (vinte)
prazo comum, de processo sob regime de dias, proferir o julgamento ou determinar a
segredo de justiça ou quando existirem realização de diligência, sempre que necessária
nos autos documentos originais de difícil ao esclarecimento de fatos. (NR)
restauração ou ocorrer circunstância

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Art. 296. Determinada a diligência, a autoridade Art. 303. As autoridades responsáveis pela
encarregada do processo administrativo terá condução do processo administrativo e do
prazo de 15 (quinze) dias para seu cumprimento, inquérito policial se auxiliarão para que os
abrindo vista à defesa para manifestar-se em 5 mesmos se concluam dentro dos prazos
(cinco) dias. (NR) respectivos. (NR)
Art. 297 Quando escaparem à sua alçada as Art. 304. Quando o ato atribuído ao funcionário
penalidades e providências que lhe parecerem for considerado criminoso, serão remetidas à
cabíveis, a autoridade que determinou a autoridade competente cópias autenticadas das
instauração do processo administrativo deverá peças essenciais do processo. (NR)
propô-las, justificadamente, dentro do prazo
para julgamento, à autoridade competente. Art. 305. Não será declarada a nulidade de
(NR) nenhum ato processual que não houver
influído na apuração da verdade substancial
Art. 298 A autoridade que proferir decisão ou diretamente na decisão do processo ou
determinará os atos dela decorrentes e as sindicância. (NR)
providências necessárias a sua execução. (NR)
Art. 306. É defeso fornecer à imprensa ou
Art. 299. As decisões serão sempre publicadas a outros meios de divulgação notas sobre
no Diário Oficial do Estado, dentro do prazo de os atos processuais, salvo no interesse da
8 (oito) dias, bem como averbadas no registro Administração, a juízo do Secretário de Estado
funcional do servidor. (NR) ou do Procurador Geral do Estado. (NR)
Art. 300. Terão forma processual resumida, Art. 307. Decorridos 5 (cinco) anos de efetivo
quando possível, todos os termos lavrados pelo exercício, contados do cumprimento da sanção
secretário, quais sejam: autuação, juntada, disciplinar, sem cometimento de nova infração,
conclusão, intimação, data de recebimento, não mais poderá aquela ser considerada em
bem como certidões e compromissos. (NR) prejuízo do infrator, inclusive para efeito de
§ 1º Toda e qualquer juntada aos autos se reincidência.(NR)
fará na ordem cronológica da apresentação,
Parágrafo único. A demissão e a demissão
rubricando o presidente as folhas
a bem do serviço público acarretam a
acrescidas. (NR)
incompatibilidade para nova investidura
§ 2º Todos os atos ou decisões, cujo original em cargo, função ou emprego público,
não conste do processo, nele deverão pelo prazo de 5 (cinco) e 10 (dez) anos,
figurar por cópia. (NR) respectivamente. (NR)
Art. 301. Constará sempre dos autos da
sindicância ou do processo a folha de serviço do
indiciado. (NR) CAPÍTULO IV
Art. 302 Quando ao funcionário se imputar DO PROCESSO POR ABANDONO
crime, praticado na esfera administrativa, a DO CARGO OU FUNÇÃO E POR
autoridade que determinou a instauração do
processo administrativo providenciará para
INASSIDUIDADE
que se instaure, simultaneamente, o inquérito Art. 308. Verificada a ocorrência de faltas ao
policial. (NR) serviço que caracterizem abandono de cargo
Parágrafo único. Quando se tratar de crime ou função, bem como inassiduidade, o superior
praticado fora da esfera administrativa, imediato comunicará o fato à autoridade
a autoridade policial dará ciência dele à competente para determinar a instauração de
autoridade administrativa. (NR) processo disciplinar, instruindo a representação

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com cópia da ficha funcional do servidor e Art. 313. Caberá pedido de reconsideração, que
atestados de freqüência. (NR) não poderá ser renovado, de decisão tomada
pelo Governador do Estado em única instância,
Art. 309. Não será instaurado processo para no prazo de 30 (trinta) dias. (NR)
apurar abandono de cargo ou função, bem
como inassiduidade, se o servidor tiver pedido Art. 314. Os recursos de que trata esta lei
exoneração. (NR) complementar não têm efeito suspensivo; os
que forem providos darão lugar às retificações
Art. 310. Extingue-se o processo instaurado necessárias, retroagindo seus efeitos à data do
exclusivamente para apurar abandono de ato punitivo. (NR)
cargo ou função, bem como inassiduidade, se o
indiciado pedir exoneração até a data designada
para o interrogatório, ou por ocasião deste. (NR)
Art. 311. A defesa só poderá versar sobre força CAPÍTULO VI
maior, coação ilegal ou motivo legalmente DA REVISÃO (NR)
justificável. (NR)
Art. 315. Admitir-se-á, a qualquer tempo, a
revisão de punição disciplinar de que não caiba
mais recurso, se surgirem fatos ou circunstâncias
CAPÍTULO V ainda não apreciados, ou vícios insanáveis de
DOS RECURSOS (NR) procedimento, que possam justificar redução
ou anulação da pena aplicada.(NR)
Art. 312. Caberá recurso, por uma única vez, da § 1º A simples alegação da injustiça da
decisão que aplicar penalidade. (NR) decisão não constitui fundamento do
§ 1º O prazo para recorrer é de 30 (trinta) pedido. (NR)
dias, contados da publicação da decisão § 2º Não será admitida reiteração de pedido
impugnada no Diário Oficial do Estado ou pelo mesmo fundamento. (NR)
da intimação pessoal do servidor, quando
for o caso. (NR) § 3º Os pedidos formulados em desacordo
com este artigo serão indeferidos. (NR)
§ 2º Do recurso deverá constar, além do
nome e qualificação do recorrente, a § 4º O ônus da prova cabe ao requerente.
exposição das razões de inconformismo. (NR)
(NR)
Art. 316. A pena imposta não poderá ser
§ 3º O recurso será apresentado à agravada pela revisão. (NR)
autoridade que aplicou a pena, que terá o
prazo de 10 (dez) dias para, motivadamente, Art. 317. A instauração de processo revisional
manter sua decisão ou reformá-la. (NR) poderá ser requerida fundamentadamente pelo
interessado ou, se falecido ou incapaz, por seu
§ 4º Mantida a decisão, ou reformada curador, cônjuge, companheiro, ascendente,
parcialmente, será imediatamente descendente ou irmão, sempre por intermédio
encaminhada a reexame pelo superior de advogado. (NR)
hierárquico. (NR)
Parágrafo único. O pedido será instruído
§ 5º O recurso será apreciado pela com as provas que o requerente possuir
autoridade competente ainda que ou com indicação daquelas que pretenda
incorretamente denominado ou produzir. (NR)
endereçado. (NR)

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Art. 318. A autoridade que aplicou a Parágrafo único. No processamento
penalidade, ou que a tiver confirmado em grau da revisão serão observadas as normas
de recurso, será competente para o exame da previstas nesta lei complementar para o
admissibilidade do pedido de revisão, bem processo administrativo. (NR)
como, caso deferido o processamento, para a
sua decisão final. (NR) Art. 321. A decisão que julgar procedente
a revisão poderá alterar a classificação da
Art. 319. Deferido o processamento da revisão, infração, absolver o punido, modificar a pena ou
será este realizado por Procurador de Estado anular o processo, restabelecendo os direitos
que não tenha funcionado no procedimento atingidos pela decisão reformada. (NR)
disciplinar de que resultou a punição do
requerente. Disposições Finais
Art. 320. Recebido o pedido, o presidente Art. 322. O dia 28 de outubro será consagrado
providenciará o apensamento dos autos ao “Funcionário Público Estadual”.
originais e notificará o requerente para, no prazo
de 8 (oito) dias, oferecer rol de testemunhas, ou Art. 323. Os prazos previstos neste Estatuto
requerer outras provas que pretenda produzir. serão todos contados por dias corridos.

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Direito Administrativo

Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429/1992).

O dever de punição dos atos de improbidade administrativa tem fundamento constitucional no


art. 37, § 4º, da CF/88, senão vejamos:

Art. 37, § 4º – Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos


políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao
erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

Consequentemente, a condenação por improbidade administrativa poderá implicar em


suspensão dos direitos políticos por força do art. 15, inciso IV, da Carta Maior.

Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos
casos de:
V – improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.

Mas foi somente em 1992, que o legislador regulamentou o texto constitucional com a
publicação da Lei nº 8.429/1992 dispondo sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos
nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na
administração pública direta, indireta ou fundacional a qual passamos a analisar a partir de
agora.

Anotações:

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Lei nº 8.429, de 2 de Junho de 1992.
Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de
enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou
função na administração pública direta, indireta ou fundacional e dá
outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a
seguinte lei:

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1º Os atos de improbidade praticados por qualquer AGENTE PÚBLICO, servidor ou não, contra
a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de
entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta
por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei.
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade
praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal
ou creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja
concorrido ou concorra com menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual,
limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição
dos cofres públicos.

Dica: Entidades ou Bens protegidos pela Lei:


•• administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território,
•• Empresa incorporada ao patrimônio público ou de
•• Entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais
de 50% do patrimônio ou da receita anual
•• contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal
ou creditício, de órgão público,
•• bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra
com menos de 50% do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a
sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.

Art. 2º Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades
mencionadas no artigo anterior.

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Art. 3º As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo
agente público (terceiro particular), induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou
dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.
Art. 4º Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obrigados a velar pela estrita
observância dos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade no trato dos
assuntos que lhe são afetos.

Dica: Cade o princípio da eficiência? R: esta lei é de 1992 e o princípio da eficiência foi
introduzido somente em 1998, com a EC nº 19 na CF/1988.

Art. 5º Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente
ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano.
Art. 6º No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro beneficiário os
bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio.
Art. 7º Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público OU ensejar
enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar
ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.
Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo recairá sobre bens que
assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do
enriquecimento ilícito.
Art. 8º O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente
está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança.

CAPÍTULO II
DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

QUADRO SISTEMÁTICO SOBRE OS ATOS DE IMPROBIDADE


Art. 7º Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento
ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministério
Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.
Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo recairá sobre bens que
assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do
enriquecimento ilícito.

Art. 5º Ocorrendo lesão ao


Art. 6º No caso de
patrimônio público por ação
enriquecimento ilícito, perderá
ou omissão, dolosa ou culposa,
o agente público ou terceiro
do agente ou de terceiro, dar-
beneficiário os bens ou valores
se-á o integral ressarcimento do
acrescidos ao seu patrimônio.
dano.

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Seção III
Seção I Seção II
Dos Atos de Improbidade
Dos Atos de Improbidade Dos Atos de Improbidade
Administrativa que Atentam
Administrativa que Importam Administrativa que Causam
Contra os Princípios da
Enriquecimento Ilícito Prejuízo ao Erário
Administração Pública
Art. 9º Constitui ato de Art. 10. Constitui ato de Art. 11. Constitui ato de
improbidade administrativa improbidade administrativa improbidade administrativa que
importando enriquecimento que causa lesão ao erário atenta contra os princípios da
ilícito auferir qualquer tipo de qualquer ação ou omissão, administração pública qualquer
vantagem patrimonial indevida dolosa ou culposa, que enseje ação ou omissão que viole
em razão do exercício de cargo, perda patrimonial, desvio, os deveres de honestidade,
mandato, função, emprego apropriação, malbaratamento imparcialidade, legalidade,
ou atividade nas entidades ou dilapidação dos bens e lealdade às instituições, e
mencionadas no art. 1º desta ou haveres das entidades notadamente:
lei, e notadamente: referidas no art. 1º desta lei, e
I – praticar ato visando
notadamente:
I – receber, para si ou fim proibido em lei ou
para outrem, dinheiro, I – facilitar ou concorrer regulamento ou diverso
bem móvel ou imóvel, ou por qualquer forma daquele previsto, na regra
qualquer outra vantagem para a incorporação ao de competência;
econômica, direta ou patrimônio particular, de
II – retardar ou deixar de
indireta, a título de pessoa física ou jurídica,
praticar, indevidamente,
comissão, percentagem, de bens, rendas, verbas
ato de ofício;
gratificação ou presente ou valores integrantes do
de quem tenha interesse, acervo patrimonial das III – revelar fato ou
direto ou indireto, que entidades mencionadas no circunstância de que tem
possa ser atingido ou art. 1º desta lei; ciência em razão das
amparado por ação ou atribuições e que deva
II – permitir ou concorrer
omissão decorrente das permanecer em segredo;
para que pessoa física
atribuições do agente IV – negar publicidade aos
ou jurídica privada utilize
público; atos oficiais;
bens, rendas, verbas ou
II – perceber vantagem valores integrantes do V – frustrar a licitude de
econômica, direta ou acervo patrimonial das concurso público;
indireta, para facilitar a entidades mencionadas
aquisição, permuta ou no art. 1º desta lei, VI – deixar de prestar
locação de bem móvel ou sem a observância das contas quando esteja
imóvel, ou a contratação formalidades legais ou obrigado a fazê-lo;
de serviços pelas entidades regulamentares aplicáveis VII – revelar ou
referidas no art. 1º por à espécie; permitir que chegue ao
preço superior ao valor de conhecimento de terceiro,
III – doar à pessoa física
mercado; antes da respectiva
ou jurídica bem como ao
III – perceber vantagem ente despersonalizado, divulgação oficial, teor
econômica, direta ou ainda que de fins de medida política ou
indireta, para facilitar a educativos ou assistências, econômica capaz de afetar
alienação, permuta ou bens, rendas, verbas ou o preço de mercadoria,
locação de bem público valores do patrimônio de bem ou serviço.
ou o fornecimento de qualquer das entidades
serviço por ente estatal por mencionadas no art. 1º
preço inferior ao valor de desta lei, sem observância
mercado; das formalidades legais e

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IV – utilizar, em obra ou regulamentares aplicáveis


serviço particular, veículos, à espécie;
máquinas, equipamentos
IV – permitir ou facilitar a
ou material de qualquer
alienação, permuta ou ou
natureza, de propriedade
à disposição de locação
qualquer das entidades
mencionadas no art. 1º de bem integrante do
desta lei, bem como o patrimônio de qualquer
trabalho de servidores das entidades referidas no
públicos, empregados ou art. 1º desta lei, ou ainda
terceiros contratados por a prestação de serviço
essas entidades; por parte delas, por preço
inferior ao de mercado;
V – receber vantagem
econômica de qualquer V – permitir ou facilitar
natureza, direta ou a aquisição, permuta ou
indireta, para tolerar a locação de bem ou serviço
exploração ou a prática por preço superior ao de
de jogos de azar, de mercado;
lenocínio, de narcotráfico, VI – realizar operação
de contrabando, de usura financeira sem observância
ou de qualquer outra das normas legais e
atividade ilícita, ou aceitar regulamentares ou aceitar
promessa de tal vantagem; garantia insuficiente ou
VI – receber vantagem inidônea;
econômica de qualquer
VII – conceder benefício
natureza, direta ou
administrativo ou fiscal
indireta, para fazer
sem a observância das
declaração falsa sobre
formalidades legais ou
medição ou avaliação em
regulamentares aplicáveis
obras públicas ou qualquer
outro serviço, ou sobre à espécie;
quantidade, peso, medida, VIII – frustrar a licitude
qualidade ou característica de processo licitatório
de mercadorias ou bens ou dispensá-lo
fornecidos a qualquer das indevidamente;
entidades mencionadas no
art. 1º desta lei; IX – ordenar ou permitir
a realização de despesas
VII – adquirir, para si não autorizadas em lei ou
ou para outrem, no regulamento;
exercício de mandato,
cargo, emprego ou função X – agir negligentemente
pública, bens de qualquer na arrecadação de tributo
natureza cujo valor seja ou renda, bem como
desproporcional à evolução no que diz respeito à
do patrimônio ou à renda conservação do patrimônio
do agente público; público;

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VIII – aceitar emprego, XI – liberar verba pública
comissão ou exercer sem a estrita observância
atividade de consultoria das normas pertinentes
ou assessoramento ou influir de qualquer
para pessoa física ou forma para a sua aplicação
jurídica que tenha irregular;
interesse suscetível de
ser atingido ou amparado
XII – permitir, facilitar ou
por ação ou omissão
concorrer para que terceiro
decorrente das atribuições
se enriqueça ilicitamente;
do agente público,
durante a atividade;
IX – perceber vantagem XIII – permitir que se
econômica para utilize, em obra ou serviço
intermediar a liberação ou particular, veículos,
aplicação de verba pública máquinas, equipamentos
de qualquer natureza; ou material de qualquer
natureza, de propriedade
X – receber vantagem
ou à disposição de
econômica de qualquer
qualquer das entidades
natureza, direta ou
mencionadas no art.
indiretamente, para omitir
1º desta lei, bem como
ato de ofício, providência
o trabalho de servidor
ou declaração a que esteja
público, empregados ou
obrigado;
terceiros contratados por
XI – incorporar, por essas entidades.
qualquer forma, ao
XIV – celebrar contrato
seu patrimônio bens,
ou outro instrumento
rendas, verbas ou valores
que tenha por objeto a
integrantes do acervo
prestação de serviços
patrimonial das entidades
públicos por meio da
mencionadas no art. 1º
gestão associada sem
desta lei;
observar as formalidades
XII – usar, em proveito previstas na lei;
próprio, bens, rendas,
XV – celebrar contrato de
verbas ou valores
rateio de consórcio público
integrantes do acervo
sem suficiente e prévia
patrimonial das entidades dotação orçamentária,
mencionadas no art. 1º ou sem observar as
desta lei. formalidades previstas na
lei.

PENAS Art. 12

I – na hipótese do art. 9 II – na hipótese do art. 10 III – na hipótese do art. 11

•• ressarcimento integral
•• ressarcimento integral do •• ressarcimento integral do
do dano, quando
dano, dano, se houver,
houver,

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•• perda dos bens ou valores


•• perda dos bens ou valores
acrescidos ilicitamente ao
acrescidos ilicitamente ao
patrimônio, se concorrer
patrimônio,
esta circunstância,

•• perda da função pública, •• perda da função pública, •• perda da função pública,

•• suspensão dos direitos •• suspensão dos direitos •• suspensão dos direitos


políticos de 8 a 10 anos, políticos de 5 a 8 anos, políticos de 3 a 5 anos,

•• pagamento de multa civil


•• pagamento de multa civil •• pagamento de multa civil
de até 100 vezes o valor
de até 03 vezes o valor do de até 02 vezes o valor do
da remuneração percebida
acréscimo patrimonial e dano e
pelo agente e

•• proibição de contratar com •• proibição de contratar com •• proibição de contratar com


o Poder Público ou receber o Poder Público ou receber o Poder Público ou receber
benefícios ou incentivos benefícios ou incentivos benefícios ou incentivos
fiscais ou creditícios, direta fiscais ou creditícios, direta fiscais ou creditícios, direta
ou indiretamente, ainda ou indiretamente, ainda ou indiretamente, ainda
que por intermédio de que por intermédio de que por intermédio de
pessoa jurídica da qual pessoa jurídica da qual pessoa jurídica da qual
seja sócio majoritário, pelo seja sócio majoritário, pelo seja sócio majoritário, pelo
prazo de 10 anos; prazo de 05 anos; prazo de 03 anos.

CAPÍTULO III
DAS PENAS
Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação
específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem
ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato:
I – na hipótese do art. 9º, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio,
ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da função pública, suspensão dos
direitos políticos de oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três vezes o valor do
acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos;
II – na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou valores acrescidos
ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão
dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do
dano e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais
ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual
seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos;

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III – na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver, perda da função pública,
suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento de multa civil de até cem vezes
o valor da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público ou
receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por
intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos.
Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta lei o juiz levará em conta a extensão do
dano causado, assim como o proveito patrimonial obtido pelo agente.

CAPÍTULO IV
DA DECLARAÇÃO DE BENS
Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de declaração
dos bens e valores que compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada no serviço de
pessoal competente.
§ 1º A declaração compreenderá imóveis, móveis, semoventes, dinheiro, títulos, ações, e
qualquer outra espécie de bens e valores patrimoniais, localizado no País ou no exterior, e,
quando for o caso, abrangerá os bens e valores patrimoniais do cônjuge ou companheiro, dos
filhos e de outras pessoas que vivam sob a dependência econômica do declarante, excluídos
apenas os objetos e utensílios de uso doméstico.
§ 2º A declaração de bens será anualmente atualizada e na data em que o agente público
deixar o exercício do mandato, cargo, emprego ou função.
§ 3º Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo de outras
sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar declaração dos bens, dentro do
prazo determinado, ou que a prestar falsa.
§ 4º O declarante, a seu critério, poderá entregar cópia da declaração anual de bens apresentada
à Delegacia da Receita Federal na conformidade da legislação do Imposto sobre a Renda e
proventos de qualquer natureza, com as necessárias atualizações, para suprir a exigência
contida no caput e no § 2º deste artigo.

CAPÍTULO V
DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO E DO PROCESSO JUDICIAL
Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que
seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.
§ 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e assinada, conterá a qualificação
do representante, as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que
tenha conhecimento.
§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em despacho fundamentado, se
esta não contiver as formalidades estabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição não impede a
representação ao Ministério Público, nos termos do art. 22 desta lei.

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§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade determinará a imediata apuração


dos fatos que, em se tratando de servidores federais, será processada na forma prevista nos
arts. 148 a 182 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990 (trata do Processo Disciplinar) e, em
se tratando de servidor militar, de acordo com os respectivos regulamentos disciplinares.
Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao Ministério Público e ao Tribunal ou
Conselho de Contas da existência de procedimento administrativo para apurar a prática de ato de
improbidade.
Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho de Contas poderá, a
requerimento, designar representante para acompanhar o procedimento administrativo.
Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão representará ao Ministério
Público ou à procuradoria do órgão para que requeira ao juízo competente a decretação do
sequestro dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano ao
patrimônio público.
§ 1º O pedido de sequestro será processado de acordo com o disposto nos arts. 822 e 825 do
Código de Processo Civil. (forma de Medida Cautelar)

Dica: CPC – Do Sequestro


Art. 822. O juiz, a requerimento da parte, pode decretar o sequestro:
I – de bens móveis, semoventes ou imóveis, quando Ihes for disputada a propriedade
ou a posse, havendo fundado receio de rixas ou danificações;
II – dos frutos e rendimentos do imóvel reivindicando, se o réu, depois de condenado
por sentença ainda sujeita a recurso, os dissipar;
III – dos bens do casal, nas ações de separação judicial e de anulação de casamento, se
o cônjuge os estiver dilapidando;
IV – nos demais casos expressos em lei.
Art. 823. Aplica-se ao sequestro, no que couber, o que este Código estatui acerca do
arresto.
Art. 824. Incumbe ao juiz nomear o depositário dos bens sequestrados. A escolha poderá,
todavia, recair:
I – em pessoa indicada, de comum acordo, pelas partes;
II – em uma das partes, desde que ofereça maiores garantias e preste caução idônea.
Art. 825. A entrega dos bens ao depositário far-se-á logo depois que este assinar o
compromisso.
Parágrafo único. Se houver resistência, o depositário solicitará ao juiz a requisição de
força policial.

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§ 2º Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de bens, contas
bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e dos
tratados internacionais.
Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo Ministério Público ou pela
pessoa jurídica interessada, dentro de 30 dias da efetivação da medida cautelar.

Dica: Medida Cautelar no Código de Processo Civil

Art. 806. Cabe à parte propor a ação, no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data da
efetivação da medida cautelar, quando esta for concedida em procedimento preparatório.

§ 1º É vedada a transação, acordo ou conciliação (TAC) nas ações de que trata o caput.
§ 2º A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as ações necessárias à complementação
do ressarcimento do patrimônio público.
§ 3º No caso de a ação principal ter sido proposta pelo Ministério Público, aplica-se, no que
couber, o disposto no § 3º do art. 6º da Lei nº 4.717, de 29 de junho de 1965.

Dica: Lei nº 4.717, de 29 de junho de 1965 – Regula a ação popular.

Art. 6º A ação será proposta contra as pessoas públicas ou privadas e as entidades


referidas no art. 1º, contra as autoridades, funcionários ou administradores que houverem
autorizado, aprovado, ratificado ou praticado o ato impugnado, ou que, por omissas,
tiverem dado oportunidade à lesão, e contra os beneficiários diretos do mesmo.

§ 3º A pessoas jurídica de direito público ou de direito privado, cujo ato seja objeto
de impugnação, poderá abster-se de contestar o pedido, ou poderá atuar ao lado
do autor, desde que isso se afigure útil ao interesse público, a juízo do respectivo
representante legal ou dirigente.

§ 4º O Ministério Público, se não intervir no processo como parte, atuará obrigatoriamente,


como fiscal da lei, sob pena de nulidade.
§ 5º A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações posteriormente
intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto.
§ 6º A ação será instruída com documentos ou justificação que contenham indícios suficientes
da existência do ato de improbidade ou com razões fundamentadas da impossibilidade
de apresentação de qualquer dessas provas, observada a legislação vigente, inclusive as
disposições inscritas nos arts. 16 a 18 do Código de Processo Civil.

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Dica: CPC – Da Responsabilidade das Partes por Dano Processual

Art. 16. Responde por perdas e danos aquele que pleitear de má-fé como autor, réu ou
interveniente.
Art. 17. Reputa-se litigante de má-fé aquele que:
I – deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso;
II – alterar a verdade dos fatos;
III – usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
IV – opuser resistência injustificada ao andamento do processo;
V – proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;
Vl – provocar incidentes manifestamente infundados.
VII – interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.
Art. 18. O juiz ou tribunal, de ofício ou a requerimento, condenará o litigante de má-
fé a pagar multa não excedente a um por cento sobre o valor da causa e a indenizar a
parte contrária dos prejuízos que esta sofreu, mais os honorários advocatícios e todas as
despesas que efetuou.
§ 1º Quando forem dois ou mais os litigantes de má-fé, o juiz condenará cada um na
proporção do seu respectivo interesse na causa, ou solidariamente aqueles que se
coligaram para lesar a parte contrária.
§ 2º O valor da indenização será desde logo fixado pelo juiz, em quantia não superior a
20% (vinte por cento) sobre o valor da causa, ou liquidado por arbitramento.

§ 7º Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do


requerido, para oferecer manifestação por escrito, que poderá ser instruída com documentos e
justificações, dentro do prazo de 15 dias.
§ 8º Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de 30 dias, em decisão fundamentada, rejeitará
a ação, se convencido da inexistência do ato de improbidade, da improcedência da ação ou da
inadequação da via eleita.
§ 9º Recebida a petição inicial, será o réu citado para apresentar contestação.
§ 10. Da decisão que receber a petição inicial, caberá agravo de instrumento (A.I.).
§ 11. Em qualquer fase do processo, reconhecida a inadequação da ação de improbidade, o juiz
extinguirá o processo sem julgamento do mérito.
§ 12. Aplica-se aos depoimentos ou inquirições realizadas nos processos regidos por esta Lei o
disposto no art. 221, caput e § 1º, do Código de Processo Penal.

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Dica: CPP – Art. 221. O Presidente e o Vice-Presidente da República, os senadores e
deputados federais, os ministros de Estado, os governadores de Estados e Territórios, os
secretários de Estado, os prefeitos do Distrito Federal e dos Municípios, os deputados às
Assembléias Legislativas Estaduais, os membros do Poder Judiciário, os ministros e juízes
dos Tribunais de Contas da União, dos Estados, do Distrito Federal, bem como os do
Tribunal Marítimo serão inquiridos em local, dia e hora previamente ajustados entre eles e
o juiz.
§ 1º O Presidente e o Vice-Presidente da República, os presidentes do Senado Federal, da
Câmara dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal poderão optar pela prestação de
depoimento por escrito, caso em que as perguntas, formuladas pelas partes e deferidas
pelo juiz, Ihes serão transmitidas por ofício.

Art. 18. A sentença que julgar procedente ação civil de reparação de dano ou decretar a perda dos
bens havidos ilicitamente determinará o pagamento ou a reversão dos bens, conforme o caso, em
favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito.

CAPÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES PENAIS
Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público ou terceiro
beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente.
Pena: detenção de seis a dez meses e multa.
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a indenizar o denunciado
pelos danos materiais, morais ou à imagem que houver provocado.
Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito
em julgado da sentença condenatória.
Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa competente poderá determinar o
afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da
remuneração, quando a medida se fizer necessária à instrução processual.
Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:
I – da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento;
II – da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou
Conselho de Contas.
Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta lei, o Ministério Público, de ofício, a requerimento
de autoridade administrativa ou mediante representação formulada de acordo com o disposto no
art. 14, poderá requisitar a instauração de inquérito policial ou procedimento administrativo.

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Direito Administrativo – Improbidade Administrativa – Prof. Cristiano de Souza

CAPÍTULO VII
DA PRESCRIÇÃO
Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser propostas:
I – até 05 anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão (CC) ou de
função de confiança (FC);
II – dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis
com demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego.

Dica: Lei nº 8.112/1990. Art. 142. A ação disciplinar prescreverá:

I – em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de


aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em comissão;
II – em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;
III – em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertência.
§ 1º O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se tornou conhecido.

Anotações:

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Atualidades

Professor: Cássio Albernaz

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Atualidades

O que é uma prova de Atualidades?

Corriqueiramente, concurseiros dos mais diversos níveis se deparam com essa pergunta e a
resposta não é tão óbvia quanto parece ser. A origem dessa confusão começa no conteúdo
dos próprios programas de provas das diferentes instituições organizadoras. As bancas
organizadoras possuem diferentes compreensões sobre o que vem a ser uma prova de
Atualidades. Portanto, a aprovação na prova de Atualidades começa por uma leitura atenta do
edital de prova e do seu conteúdo programático.
Apesar das dificuldades e das desconfianças que se possa ter com relação a este conteúdo
existem alguns terrenos seguros nos quais podemos nos debruçar. Para desvendar esses
“nós” devemos definir algumas prioridades. Inicialmente, é possível entender atualidades
como o domínio global de tópicos atuais e relevantes. Nesse sentido, domínio global significa
saber situar e se situar frente aos temas, algo diferente de “colecionar” e “decorar” fatos da
atualidade. A relevância de tais tópicos se dá em função da “agenda” de debates do momento
e do conteúdo programático do concurso que se vai realizar. Ou seja, nem tudo interessa para
uma prova de Atualidades.
Numa prova séria e bem feita de Atualidades (e pasmem elas existem!), o mundo das
celebridades, o vai e vem do mercado futebolístico, o cotidiano do noticiário policial, etc.,
têm pouco valor como conteúdo de prova. Assim, os fatos só passam a ser conteúdos de
prova quando possuem valor histórico, sociológico, e político para compreensão da realidade
presente e dos seus principais desafios.
Dessa forma, o conteúdo de prova refere-se as “atualidades” e seus fatos através de um
desencadeamento global de conhecimentos e noções que se relacionam ao contexto nacional
e ao internacional. Portanto, tal conteúdo tem como característica fundamental a interpretação
do fenômeno histórico político e social a partir de seus diferentes tópicos: política econômica;
política ambiental; política internacional; política educacional; política tecnológica; políticas
públicas; política energética; política governamental; aspectos da sociedade; bem como o
desencadeamento de relações entre esses conteúdos e os fatos da atualidade.
Desde já, chama-se a atenção para o fato de que o conteúdo de Atualidades é muito diferente
de outros conteúdos. Não existem fórmulas, macetes, atalhos, “musiquinhas”, ou qualquer
outro estratagema capaz de preparar um aluno para tal empreitada. O que existe é interesse
e leitura. O que esse material oferece então é o direcionamento para a prova. As chaves de
interpretação, modos de pensar e de relacionar os conteúdos serão fornecidos em aula. Assim,
colocamos à disposição textos e comentários para informação e reflexão prévia sobre os
principais tópicos de Atualidades.

Por que estudar Atualidades?


Para além da resposta óbvia: – para passar no concurso! O conteúdo de atualidades é hoje um
diferencial em tempos de concursos tão disputados, pois as médias de acertos são elevadas

www.acasadoconcurseiro.com.br 459
nas matérias mais tradicionais, como Português, Direitos, etc., os acertos no conteúdo de
Atualidades podem lançar o candidato posições à frente. Esse argumento ganha maior peso
porque a maioria dos concurseiros não sabe o que estudar e nem como estudar.
Para além desse fato, saber refletir sobre atualidades é um ato de conscientização política e
social, engajamento, e cidadania, por isso muitos concursos públicos exigem esse conhecimento
de forma orientada.
Dessa forma, pergunto aos concursandos: Por que não estudar atualidades?
Bons estudos!
Cássio Albernaz
http://www.facebook.com/cassioalbernaz

Conteúdo Programático: Questões relacionadas a fatos políticos, econômicos, sociais e


culturais, nacionais e internacionais, ocorridos a partir do primeiro semestre de 2014,
divulgados na mídia local e/ou nacional.
Banca: VUNESP

Clipping de Notícias:
Clipping é a seleção de notícias e artigos retirados de jornais, revistas, sites e demais veículos de
imprensa, como forma de reunir um conjunto de notícias a respeito de determinados assuntos.
A clipagem visa estabelecer uma lista de temas de interesse e seus respectivos conteúdos que
estão sendo publicados na imprensa.
Portanto, o clipping presta um serviço de pesquisa e organização de notícias a serem utilizadas
por assessores de imprensa, políticos, empresários, celebridades, estudantes, e a interesses
diversos, como nesse caso específico para organizar tópicos de estudos para concursos púbicos
relativos ao conteúdo de Atualidades.

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Atualidades – Prof. Cássio Albernaz

AULA 01

Davos põe Brics ‘no divã’: grupo perdeu brilho

O Globo – 23/01/2014

O Brics — nomeação que abrange Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, países que
marcaram o sucesso do mundo emergente — perdeu o brilho no Fórum Econômico Mundial de
Davos. Por causa da desaceleração destes países, alguns empresários já duvidam do futuro de
seus integrantes. É o fim do Brics? Economistas e um ministro ouvidos pelo GLOBO relativizaram
as críticas e avaliaram que cada nação terá de lidar com os próprios desafios. Jeffrey Sachs, da
Universidade de Columbia, em Nova York, reagiu assim: — Com certeza não são mais o que
eram, e o entusiasmo é menor. Mas tudo é exagerado aqui. Falam neste ano que o Brics acabou.
Mas é claro que não! — afirma, classificando a ideia como “visão de curto prazo” e apostando
que Brasil e os parceiros de Brics terão uma década de crescimento acelerado.
Ex-economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), o americano John Lipsky diz
que o declínio do Brics e a retração dos investidores são fatos consumados. Se estes países se
levantam ou não no longo prazo, afirma, dependerá das políticas que adotarem:
— Os mercados do Brics já tiveram declínio. Mas, no longo prazo, a questão será o desempenho
destes países, que enfrentam desafios diferentes — diz. — Ninguém chegou a uma conclusão
sobre todos os países emergentes.
Para ele, os investidores deixaram de ver o Brics como um bloco de oportunidades e estão
diferenciando os países.
— Isso não está acontecendo somente com o Brics, mas também com outros grandes mercados
emergentes.
Por sua vez, P. Chidambaram, ministro das Finanças da Índia — que teve o menor crescimento
em uma década (5%) e enfrenta problemas nas finanças públicas —, reagiu lembrando o avanço
das iniciativas capitaneadas pelo bloco.
— Por que isso tem que levar à conclusão de que países do Brics atingiram o seu limite?
Estamos avançando no trabalho para um criação de um banco do bloco. Acho que há bastante
compromisso no Brics (para avançar).

Corrupção no brasil preocupa


Chidambaram reconhece que seu país tem problemas estruturais, mas diz que muito da
desaceleração veio de fatores externos. Num debate ontem, ele previu que a Índia vai crescer
6% em 2014 e 2015 até atingir, “passo-a-passo”, o seu potencial de 8% ao ano.
A expectativa está afinada com a de Jeffrey Sachs, para quem o crescimento de Brasil, Rússia,
Índia e China vai ultrapassar a expansão dos países ricos “em vários pontos percentuais” nos
próximos dez anos. Em relação ao Brasil, ele se diz otimista, mas chama a atenção para os
problemas do país:

www.acasadoconcurseiro.com.br 461
— O Brasil tem uma economia diversificada e cada vez mais sofisticada, que exporta aviões.
Tem alta tecnologia, pessoas inteligentes e é uma economia muito grande com produtividade
alimentar e recursos naturais — lembrou. — Mas crescimento de 2% é, sim, baixo. As pessoas
estão insatisfeitas com a governança no Brasil. Foram às ruas (protestar), e o colapso de Eike
Batista foi uma grande coisa. Houve muito entusiasmo em relação à economia brasileira, que
não está se materializando.
Chocado com os escândalos de corrupção, ele afirmou esperar ouvir da presidente Dilma
Rousseff, que neste ano irá ao Fórum de Davos pela primeira vez, “a mensagem de que o Brasil
vai ser governado de forma correta e que em dez anos não haverá tantos ministros renunciando
por conta de corrupção”.
Lipsky também destacou o potencial do país e os desafios que tem de enfrentar.
— O crescimento é uma questão nos anos que virão. Depende também da economia global
— ponderou, frisando que o Brasil precisa elevar a qualidade da educação para melhorar a
produtividade.

Nelson Mandela de corpo inteiro

O mundo aclama, com razão, os frutos da sua revolução. Mas há quem tente esconder que
ela não foi feita só com flores
Publicado em Carta Capital de 02/01/2014 - Antônio Luiz M. C. Costa

Rolihlahla mandela nasceu em plena Primeira Guerra Mundial, recebeu o apelido inglês de
Nelson de sua primeira professora primária segundo o costume do tempo, mas ficou mais
conhecido de seus companheiros de luta como Madiba (nome de seu clã da etnia Xhosa) e do
povo sul-africano como Tata, “pai”. Pensou como marxista, combateu como revolucionário e
governou como reformista. Pode ser reivindicado como exemplo tanto pela esquerda radical
quanto pela pragmática, embora a lição a ser aprendida seja, mais razoavelmente, que qualquer
grau de sucesso depende da disposição de adaptar os meios e fins imediatos ao momento
histórico sem abandonar os princípios e os fins últimos.
Inaceitável é tentar expurgar da sua história os confrontos com a brutalidade do apartheid que
a marcaram, como se ele tivesse caído do céu em 1990 para trazer a paz e a fraternidade e
desde então seu país tivesse vivido feliz para sempre. Falsificações como a da revista Veja, uma
editora com 30% de capital do grupo sul-africano Naspers, que defendeu o apartheid até o
último suspiro, chamá-lo de “Guerreiro da Paz” na capa, enquanto seus blogueiros insistiam em
classificá-lo de terrorista, são parte da tentativa de cooptar uma vida revolucionária para fins
conservadores. Que atingiu o cúmulo do ridículo com argumentos em blogs, jornais ou na tevê
que Mandela seria contra as cotas raciais “petistas”: “Aos negros seria conveniente mirar-se
nos exemplos de igualdade e jamais lutar por cotas”, atreveu-se a escrever um néscio no Diário
da Manhã, de Goiânia, num artigo de opinião intitulado “O Legado de Mandela”.
Nem só colunistas obscuros de gazetas provincianas demonstraram ignorância abissal. Mais
impressionante, por partir de um jornal de grande circulação, foi o editorial do El País de 11 de
novembro, que criticou a presença no funeral de Raúl Castro e Robert Mugabe, “ditadores com
nada que ver com Mandela” (sic). Nada a ver teve Bush, que manteve Madiba e seu partido
na lista de terroristas obrigados a obter uma autorização especial para entrar nos EUA até julho

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Atualidades – Prof. Cássio Albernaz

de 2008. Ou o presidente português Cavaco Silva, que em 1987, quando primeiro-ministro,


fez Portugal votar na ONU contra uma resolução de apoio à luta contra o apartheid. Ou David
Cameron: ainda em 1989 tentava fazer lobby para reverter as sanções contra a segregação sul-
africana.
Madiba não foi um Cristo ao estilo masoquista e kitsch dos católicos tradicionalistas (sequer o
Jesus real o foi, mas essa é outra história). Embora tenha conduzido com sucesso uma transição
pacífica, ela só foi possível porque Mandela antes liderou e planejou a luta, inclusive armada,
contra o apartheid, com apoio quase solitário da União Soviética, China e Cuba, e porque,
enquanto estava na prisão, outros continuaram a lutar nas ruas em seu nome até obrigar o
regime branco a aceitá-lo como interlocutor, negociar e, ao final do processo, ceder-lhe o poder.
Quem quiser pode questionar suas escolhas éticas e políticas, mas sem elas Mandela não teria
sido quem foi, nem merecido as homenagens do mundo.
Uma vez no governo, não ignorou a realidade de colonização e segregação. Não fingiu que
o problema estava resolvido e brancos e negros haviam se tornado iguais por um passe de
mágica. Iniciou a construção dessa igualdade na prática, inclusive com cotas raciais. Empresas
grandes ou pequenas de todos os setores cumprem metas de participação de não brancos
(mestiços, indianos e orientais incluídos) na força de trabalho, gerência e propriedade do
capital. Universidades e faculdades também praticam a “discriminação positiva”.
Quando Mandela iniciou sua militância política, em 1943, defendia a independência do
movimento negro em relação aos indianos, mestiços e comunistas (inclusive brancos),
contrariando nisso a maioria do Congresso Nacional Africano, socialista e inclusivo desde
1912. Mudou de posição no início dos anos 1950, quando, convencido por amigos comunistas
e pela cooperação dos soviéticos com os movimentos de independência africanos, aderiu ao
marxismo e, por isso, a uma concepção de luta política capaz de ir além da raça e unir todos os
oprimidos. Exatamente quando o apartheid se consolidava (a partir da eleição de 1948, da qual
os negros foram excluídos), o comunismo era posto fora de lei (pelo Ato de Supressão de 1950)
e se iniciava a segregação física e geográfica das raças.
Mandela foi preso pela primeira vez em 1952, em nome do Ato de Supressão, depois de incitar a
desobedecer às leis do apartheid (principalmente a que obrigava os negros a portar passaportes
fora das reservas a eles designadas, os bantustões) em um ato público da “Campanha do
Desafio” pela desobediência civil, tática que para o Mahatma Gandhi e para parte do CNA era
a “alternativa ética”, mas para Mandela era simplesmente a única opção realista do momento.
Em 1955, depois de a resistência passiva e protestos não conseguirem evitar o despejo de
todo o bairro negro de Sophiatown, onde morava, passou a defender a luta armada, enquanto
continuava a organização de greves e protestos, passava por duas prisões e tinha, na prática,
uma dupla militância, atuando também no Partido Comunista.
Em 1961, inspirado por Fidel Castro e Che Guevara, fundou e liderou a organização Umkhonto
we Sizwe (“Lança da Nação”, mais conhecida como MK), formada na maior parte por
comunistas brancos, cujo objetivo era promover sabotagem e ataques noturnos, sem vítimas,
a usinas elétricas, escritórios do governo e ferrovias. Em 16 de dezembro, quando os brancos
comemoravam o aniversário de sua vitória sobre os zulus de 1838, lançou 57 ataques à bomba
simultâneos. Até meados de 1963, cerca de 200 instalações foram bombardeadas e a única
vítima fatal foi um militante morto pela própria bomba.
Mandela voltou a ser preso em agosto de 1962 com ajuda da CIA e inicialmente condenado
a cinco anos por viajar ao exterior sem permissão e incitar greves. Em 1964 foi novamente

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julgado por seu envolvimento com o MK e seu “discurso do julgamento de Rivonia”, proferido
às vésperas de ser condenado à prisão perpétua pelo Supremo Tribunal sul-africano, inspiraria
a luta contra o apartheid por décadas, foi em parte inspirado no igualmente histórico discurso
de Fidel Castro ao ser condenado pelo fracassado ataque ao quartel Moncada, “A História me
Absolverá”. Ao lado de frases como “sentimos que o país estava à deriva em direção a uma
guerra civil entre negros e brancos e vimos a situação com alarme” e “lutei contra a dominação
branca e a dominação negra”, há também “a falta de dignidade humana vivida pelos africanos
é o resultado direto da política de supremacia branca” e “sentimos que, sem violência, não
haveria caminho aberto para o povo africano ter sucesso em sua luta contra a supremacia
branca”.
Na prisão de Robben Island, mantido em condições terríveis que lhe causaram danos
permanentes à visão e uma tuberculose cujas sequelas o debilitaram e acabaram por causar sua
morte, Mandela liderou as reivindicações de seus companheiros e forjou laços com prisioneiros
de outras organizações, entre eles o Movimento de Consciência Negra, responsável pelo
levante de Soweto de 1976, que deixou cerca de 700 mortos. Seu líder, Steve Biko (criador do
slogan “black is beautiful”), foi capturado e morreu por tortura em 1977.
Embora menos violento e menos focado na “identidade negra”, o CNA tampouco abandonou
a luta, inclusive armada. O MK continuou com seus ataques armados ao regime e se aliou
formalmente à guerrilha marxista pró-soviética de Zimbábue (então Rodésia) liderada por
Joshua Nkomo, depois unida à organização rival, maoísta, do “nada que ver” Robert Mugabe.
De 1976 a 1986, seus ataques causaram cerca de 130 mortes.
A partir dos anos 1970, as condições da prisão melhoraram e Mandela pôde se corresponder
com líderes negros moderados, como Mangosuthu Buthelezi (líder do partido Inkatha, aceito
pelos brancos como líder do bantustão zulu) e o bispo anglicano Desmond Tutu. O movimento
internacional de boicote ao apartheid, proposto em 1959, começava a engatinhar, com a
exclusão do país de competições olímpicas e eventos acadêmicos. Do ponto de vista econômico,
mal arranhava, porém, os interesses da minoria branca.
Mandela era celebrado como líder pelos movimentos negros da África do Sul, pelas novas
nações africanas e pelos países socialistas, mas para Ronald Reagan e Margaret Thatcher ele e
sua organização eram meros terroristas comunistas e o apartheid era uma realidade irreversível.
Israel colaborou com o regime racista nos campos comercial e militar e lhe forneceu tecnologia
nuclear. Há indícios de que, em 1979, os dois países testaram conjuntamente uma bomba
atômica na sul-africana ilha Prince Edward.
Quando estudantes britânicos de esquerda começaram a participar, em 1980, da campanha por
sua libertação, colegas conservadores replicaram com uma campanha por seu enforcamento.
Mas em 1985, ante a ameaça das ex-colônias africanas e asiáticas de abandonar a Comunidade
Britânica, a própria Thatcher foi forçada a aderir ao boicote ao apartheid. No ano seguinte,
o Congresso dos EUA, pressionado pelos eleitores negros, aprovou a lei de embargo que
tramitava desde 1972 e derrubou o veto de Reagan. A perda de mercados e de acesso ao
crédito internacional e o encorajamento da resistência negra pelo apoio internacional tornaram
o país ingovernável, forçaram a elite branca a negociar e Mandela, o “terrorista”, era o único
interlocutor suficientemente respeitado pela maioria das facções do movimento negro para
negociar uma transição pacífica em seu nome.
Um dos seus primeiros atos ao sair da prisão foi ir a Cuba agradecer o apoio do “nada que ver”
Fidel Castro: “Quem treinou o nosso povo, quem nos forneceu recursos, que ajudaram tanto

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Atualidades – Prof. Cássio Albernaz

nossos soldados, nossos doutores?” Palavras que reiterou em sua cerimônia de posse em 1994,
ao receber Castro: “O que Fidel tem feito por nós é difícil descrever com palavras. Primeiro,
na luta contra o apartheid, ele não hesitou em nos dar todo tipo de ajuda. E agora que somos
livres, temos muitos médicos cubanos trabalhando aqui”.
Mandela esteve à altura da oportunidade histórica. Desmantelou o apartheid e o arsenal
atômico legado pelos israelenses, criou uma Comissão da Verdade que serviu de modelo a
outras nações, inclusive o Brasil, evitou o revanchismo e consolidou a África do Sul como um
país democrático e multirracial, o que dez anos antes parecia impossível. A extrema-esquerda o
considerou um traidor por não derrubar o capitalismo ou promover uma reforma agrária radical
(80% das terras continuam nas mãos de 50 mil fazendeiros brancos) e os resultados da ação
afirmativa iniciada em seu governo são ambíguos. De um lado, integrou uma substancial classe
média não branca em todos os níveis do Estado e da empresa privada. Por outro, não pôde tirar
da pobreza a grande maioria dos negros, a renda continua muito concentrada e os brancos se
queixam de seus jovens serem forçados a emigrar por falta de empregos “adequados”. Como
nas ocasiões em que se decidiu pela resistência passiva, pela luta armada, ou pela articulação
política a partir da prisão, Mandela optou pelo que era factível naquele momento – o auge
da ideologia neoliberal em todo o mundo – para caminhar rumo a seu ideal igualitário e
multirracial.
É cômodo perorar de fora que “os fins não justificam os meios”, mas não se pode aprovar o
resultado e apagar a história que o tornou possível, com todos os seus atos de violência e
alianças desagradáveis aos bem-pensantes. Sem isso, ainda se viveria a violência maior do
apartheid. Não é razoável negar que a África do Sul de hoje é mais digna e justa que aquela
dos anos anteriores à transição e que as homenagens prestadas pelo povo sul-africano e pelos
líderes mundiais em 2013 foram muito merecidas. Barack Obama, é preciso reconhecer, fez
um discurso inspirado (“Não poderia imaginar a minha vida sem o exemplo de Mandela... ele
libertou prisioneiros e carcereiros”) em comparação com as falas mornas e burocráticas da
brasileira Dilma Rousseff, do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e mesmo do cubano Raúl
Castro, para não falar do vice chinês e dos presidentes da Namíbia e Índia.
Mas não escapou da hipocrisia: “Há muitos líderes que se apegam à solidariedade da luta de
Madiba pela liberdade, mas não toleram a dissidência”, advertiu o responsável pela espionagem
da NSA, pela perseguição a Edward Snowden e pela execução arbitrária de acusados de
terrorismo. E o episódio do selfie (autorretrato) com David Cameron e a primeira-ministra
dinamarquesa, Helle Thorning-Schmidt, embora não tenha o significado que a imaginação
popular lhe atribuiu, não deixou de ser desrespeitoso. Não pela descontração – nesse
momento, os próprios sul-africanos homenageavam Madiba com cantos e danças alegres –,
mas pela obsessão egoísta dos líderes ocidentais com a própria imagem na ocasião em que se
homenageava um homem muito maior que todos eles juntos.

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Na Argentina, 75% consideram situação econômica preocupante

O Globo – 20/01/2014

Os argentinos estão vivendo um mês de janeiro atípico. Longe da relativa tranquilidade dos
últimos verões, este ano o país está em estado de alerta por sinais cada vez mais preocupantes
de sua economia. Na semana passada, o dólar paralelo, que o governo Cristina Kirchner insiste
em ignorar, subiu 1,15 peso e fechou em 11,95, a cotação mais alta desde 1991. A nova equipe
econômica, chefiada pelo jovem ministro Axel Kicillof minimiza um problema que economistas
locais consideram grave e diretamente relacionado ao principal drama que assola o país: uma
inflação que no ano passado, de acordo com as principais empresas de consultoria privadas,
alcançou 28,3% e este ano poderia chegar a 40%. Pelo índice oficial, a alta foi de meros 10,9%.
Sem saber como conter a demanda de dólares, o Banco Central da República Argentina (BCRA)
continua perdendo reservas - na sexta-feira passada, o montante caiu para US$ 29,7 bilhões, o
mais baixo desde 2006 -, e o clima de intranquilidade é cada vez maior. De acordo com pesquisa
divulgada neste domingo pelo jornal “Clarín”, 75% dos argentinos acreditam que a economia
vai mal.
- É preciso mudança. Este modelo não está funcionando e está empobrecendo a Argentina -
disse o ex-ministro da Economia Roberto Lavagna, que comandou a pasta nos primeiros anos
de gestão de Nestor Kirchner (2003-2007) e hoje é um importante membro do peronismo
dissidente.

Cenário mudou em dois anos


A sensação de que o modelo kirchnerista esgotou-se é cada vez maior entre os argentinos.
Segundo a mesma pesquisa do “Clarín”, hoje o aumento de preços e a insegurança são as
principais preocupações da sociedade. Cerca de 55% dos argentinos acham que a situação
pessoal vai piorar em 2014 e apenas 12% esperam melhora. Em 2011, quando Cristina foi
reeleita com 54% dos votos, apenas 12% dos votos apontavam a inflação como um problema
central da economia do país. Nesse período, o BCRA perdeu US$ 21,5 bilhões.
Em pouco mais de dois anos, o cenário econômico e político do país modificou-se de forma
expressiva. A Argentina passou de ter uma presidente onipresente, que falava por rede nacional
de rádio e TV todas as semanas, a uma Cristina em silêncio, ainda às voltas com problemas de
saúde. A chefe de Estado não fala ao país há mais de 40 dias e neste período foram divulgadas
pouquíssimas imagens de Cristina, em meio a fortes rumores sobre sua saúde.
Apesar da onda de apagões que deixou vários bairros de Buenos Aires às escuras por até
três semanas, a disparada do dólar paralelo, a pressão dos sindicatos por reajustes salariais
de até 35%, a sangria de reservas do BCRA, a expectativa de uma inflação de 3,5% este mês
e a crescente falta de alguns produtos nos supermercados, a presidente passa seus dias na
residência oficial de Olivos, vai cada vez menos à Casa Rosada e permanece calada.
No domingo, Kicillof embarcou para Paris, onde espera-se que tente avançar nas negociações
com o Clube de Paris para saldar uma dívida estimada em US$ 10 bilhões. Não está claro,
porém, qual será sua proposta, mas segundo informações extraoficiais a ordem de Cristina foi
conseguir melhorar as relações do país com a comunidade internacional.

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Atualidades – Prof. Cássio Albernaz

Tudo aumenta na Argentina, dos alimentos, ao pedágio, os planos de saúde privados e as


tarifas de transporte. Em muitos casos, os reajustes são superiores a inflação calculada pelos
economistas e chegam a 50% de um mês para o outro. Nos últimos dias, algumas redes de
supermercados, como o Carrefour, ampliaram as limitações na venda de alimentos como
biscoitos e macarrão. Uma legenda avisa: “Produto para consumo familiar: máximo duas
unidades por pessoa”. Ainda não se fala em desabastecimento, mas na economia argentina
tudo tem mudado e se deteriorado muito rápido, e o temor entre economistas e a população é
grande.

Brasil quer reforçar laços comerciais com países ricos

O Globo – 10/01/2014

O governo brasileiro quer reforçar as relações comerciais com os países desenvolvidos,


aproveitando a recuperação de algumas economias, notadamente a americana. Segundo
disse ao GLOBO o assessor para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco
Aurélio Garcia, esta reaproximação não significa, porém, retomar a ideia de uma Área de Livre
Comércio das Américas (Alca), projeto sepultado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Tampouco abandonar a política de integração Sul-Sul, entre o Brasil e as demais nações em
desenvolvimento.
Ele ressaltou que, por outro lado, a Europa ainda está bastante fragilizada e talvez por isso esteja
reagindo timidamente à proposta do Mercosul de abrir uma ampla negociação comercial. As
ofertas entre os dois blocos, para a criação de uma zona de livre comércio, estavam previstas
para ocorrer em meados do mês passado. No entanto, de acordo com fontes do governo
brasileiro, isso só deverá acontecer no mês que vem, porque os negociadores europeus
alegaram dificuldades para obter aval de todos os países membros da União Europeia.
- Nós queremos reforçar laços comerciais com os países desenvolvidos. Mas enfrentamos
problemas gravíssimos, sobretudo o do protecionismo, que marca as grandes potências e que
dificulta uma relação equilibrada. Que fique claro, no entanto, que o Brasil não está disposto a
reanimar o cadáver da Alca, como alguns analistas vêm propondo em forma disfarçada quando
fazem a apologia da Aliança do Pacífico e da TPP (Transpacific Partnership). Como essa TPP
traz embutida uma política anti-China, ela começa a enfrentar resistências em países latino-
americanos, como é o caso do Chile - afirmou Garcia que, junto com o ministro das Relações
Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, é um dos principais articulares da política externa da
presidente Dilma Rousseff.
Ao fazer essa declaração, o assessor presidencial se referia a dois grandes blocos comerciais:
a Aliança do Pacífico, criada ano passado e composta por Chile, México, Peru e Colômbia,
em contraposição ao Mercosul; e a TPP, parceria que está sendo negociada por EUA, Japão,
Austrália, Peru, Malásia, Vietnã, Nova Zelândia, Chile, Cingapura, Canadá, México e Brunei.

EUA são 2º maior parceiro


Garcia disse que a política Sul-Sul, desenhada ainda no governo Lula, chegou a ser subestimada
anteriormente, mas acabou representando uma “aguda e premonitória” percepção da evolução

www.acasadoconcurseiro.com.br 467
da situação mundial na primeira década deste século. Um novo grupo de países, entre os quais
Brasil, China e Índia, emergia a passava a ter um papel decisivo, não apenas na economia
mundial, como na própria configuração global.
Os Estados Unidos são os segundos principais compradores de produtos brasileiros. Em 2013,
compraram US$ 24,9 bilhões do Brasil. A China ficou em primeiro lugar como país de destino de
nossas exportações, com US$ 46 bilhões no ano passado.

Guerra interna entre rebeldes e milicianos da al-Qaeda se espalha para o


Leste da Síria

O Globo – 06/01/2014
Ativistas sírios afirmaram nesta segunda-feira que os combates internos entre rebeldes e
milícias ligadas à al-Qaeda se espalharam para uma cidade no Leste do país, após varrer áreas
controladas pela oposição no Norte. Ambos os grupos lutam contra o regime do ditador Bashar
al-Assad.
De acordo com informações do Observatório Sírio para os Direitos Humanos, os rebeldes
entraram em confronto nesta segunda-feira contra milicianos do Estado Islâmico no Iraque e do
Levante (Isis, na sigla em inglês), ligado à al-Qaeda, no município de Raqqa, um dos redutos do
grupo terrorista.
A luta interna começou nas províncias do Norte de Aleppo e Idlib na sexta-feira e vem se
espalhando desde então. O impulso para o Leste sugere que os rebeldes estão se preparando
para invadir todas as áreas controladas pelo Isis.
Para conter o avanço do grupo extremista, rebeldes opositores a Assad formaram uma aliança,
chamada Exército dos Combatentes para a Jihad.
Nas mais recentes demonstrações de expansão do extremismo islâmico liderado pela al-Qaeda,
o Estado Islâmico do Iraque e do Levante assumiu o controle da cidade de Falluja, no Iraque,
e cometeu um atentado que matou cinco pessoas - entre elas uma brasileira - em Beirute, no
Líbano, na semana passada.

Entenda a crise na Ucrânia

Presidente foi destituído após dezenas de mortes em protestos.


Movimento levou à tomada da Crimeia pela Rússia e mais separatismos.
08/04/2014

A Ucrânia vive uma grave crise social e política desde novembro de 2013, quando o governo
do então presidente Viktor Yanukovich desistiu de assinar, um acordo de livre-comércio e
associação política com a União Europeia (UE), alegando que decidiu buscar relações comerciais
mais próximas com a Rússia, seu principal aliado.

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A oposição e parte da população não aceitaram a decisão, e foram às ruas, realizando protestos
violentos que deixaram mortos e culminaram, em 22 de fevereiro de 2014, na destituição do
contestado presidente pelo Parlamento e no agendamento de eleições antecipadas para 25 de
maio.
Houve a criação de um novo governo pró-União Europeia e anti-Rússia, que acirrou as tensões
separatistas na península da Crimeia, de maioria russa, levando a uma escalada militar com
ação de Moscou na região. A Crimeia realizou um referendo que aprovou sua adesão à Rússia,
e o governo de Vladmir Putin procedeu com a incorporação do território, mesmo com a
reprovação do Ocidente.
Após a adesão da Crimeia ao governo de Moscou, outras regiões do leste da Ucrânia, de maioria
russa, também começaram a sofrer com tensões separatistas. Militantes pró-Rússia tomaram
prédios públicos na cidade de Donetsk e a proclamaram como “república soberana”, marcando
um referendo sobre a soberania nacional para 11 de maio. A medida não foi reconhecida por
Kiev nem pelo Ocidente. Outras cidades também tiveram atuação de milícias russas, como
Lugansk e Kharkiv.
O conflito reflete uma divisão interna do país, que se tornou independente de Moscou com
o colapso da União Soviética, em 1991. No leste e no sul do país, o russo ainda é o idioma
mais usado diariamente, e também há maior dependência econômica da Rússia. No norte e no
oeste, o idioma mais falado é o ucraniano, e essas regiões servem como base para a oposição –
e é onde se concentraram os principais protestos, incluisive na capital, Kiev.

Disputa e início da crise


Dias depois de anunciar a desistência do acordo com a UE, o governo ucraniano admitiu que
tomou a decisão sob pressão de Moscou. A interferência dos russos, que teriam ameaçado
cortar o fornecimento de gás e tomar medidas protecionistas contra acesso dos produtos
ucranianos ao seu mercado, foi criticada pelo bloco europeu.
Milhares de ucranianos favoráveis à adesão à UE tomaram as ruas de Kiev para exigir que o
presidente voltasse atrás na decisão e retomasse negociações com o bloco. Houve confrontos.
O presidente Yanukovich se recusou e disse que a decisão foi difícil, mas inevitável, visto que
as regras europeias eram muito duras para a frágil economia ucraniana. Ele prometeu, porém,
criar “uma sociedade de padrões europeus” e afirmou que políticas nesse caminho “têm sido e
continuarão a ser consistentes”.
A partir daí, os protestos se intensificaram e ficaram mais violentos. Os grupos oposicionistas
passaram a exigir a renúncia do presidente e do primeiro-ministro. Também decidiram criar
um quartel-general da resistência nacional e organizar uma greve em todo o país. O primeiro-
ministro Mykola Azarov renunciou em 28 de janeiro, mas isso não foi o suficiente para encerrar
a crise.
Em 21 de janeiro, após uma escalada ainda mais forte da violência, um acordo assinado
entre Yanukovich e os líderes da oposição determinou a realização de eleições presidenciais
antecipadas no país e a volta à Constituição de 2004, que reduz os poderes presidenciais. O
acordo também previa a formação de um “governo de unidade”, em uma tentativa de solucionar
a violenta crise política.

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Queda do governo
No dia seguinte à assinatura do acordo, o presidente deixou Kiev e foi para paradeiro
desconhecido. Com sua ausência da capital, sua casa, escritório e outros prédios do governo
foram tomados pela oposição.
De seu paradeiro desconhecido, Yanukovich disse ter sido vítima de um “golpe de Estado”.
Após a mudança na câmara, os deputados votaram pela destituição de Yanukovich por
abandono de seu cargo e marcaram eleições antecipadas para 25 de maio. O presidente recém-
eleito do Parlamento, o opositor Oleksander Turchynov, assumiu o governo temporariamente,
afirmando que o país estava pronto para conversar com a liderança da Rússia para melhorar as
relações bilaterais, mas que a integração europeia era prioridade.
Yanukovich teve sua prisão decretada pela morte de civis. Após dias desaparecido, ele apareceu
na Rússia, acusou os mediadores ocidentais de traição, disse não reconhecer a legitimidade do
novo governo interino e prometeu continuar lutando pelo país.
As autoridades ucranianas pediram sua extradição. Ao mesmo tempo, a União Europeia
congelou seus ativos e de outros 17 aliados por desvio de fundos públicos.
Alguns dias depois, a imprensa local informou que ele foi internado em estado grave,
possivelmente por um infarto. Em 11 de março, entretanto, ele apareceu publicamente,
reafirmou que ainda é o presidente legítimo e líder oficial do país, e afirmou ter certeza que as
Forças Armadas locais irão se recusar a obedecer “ordens criminosas”.
Em 27 de fevereiro, o Parlamento aprovou um governo de coalizão que vai governar até as
eleições de maio, com o pró-europeu Arseny Yatseniuk como premiê interino.

Líderes da oposição
Um dos principais nomes da oposição é Vitali Klitschko, campeão de boxe que se transformou no
líder de um movimento chamado Udar (soco). Ele planeja concorrer à presidência da Ucrânia,
com o lema “um país moderno com padrões europeus”. Após a deposição de Yanukovich,
Klitschko assumiu sua candidatura para as eleições de maio de 2014.
Arseniy Yatsenyuk, líder do segundo maior partido ucraniano, chamado Batkivshchyna (Pátria),
apontado premiê interino, também é um grande opositor. Ele é aliado de Yulia Tymoshenko,
ex-primeira-ministra-presa acusada de abuso de poder e principal rival política do presidente
Yanukovich.
Tymoshenko estava presa desde 2011, e acabou solta no mesmo dia da deposição do
presidente. Em discurso aos manifestantes, ela pediu que os protestos continuassem e disse
que será candidata nas eleições de 25 de maio.
A libertação de Tymoshenko era pré-condição para a assinatura do acordo da União Europeia
com a Ucrânia. Principal adversária do atual presidente na eleição de 2010, foi presa em 2011,
condenada a sete anos por abuso de poder em um acordo sobre gás com a Rússia, em 2009.

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Também compõem a oposição grupos ultranacionalistas, como o Svoboda (liberdade), liderado


por Oleh Tyahnybok, o Bratstvo (Irmandade) e o Setor Direito - este último liderado, Dmitri
Yarosh, que também informou que será candidato nas eleições.

Interesse russo
Para analistas, a decisão do governo de suspender as negociações pela entrada na UE se deve
diretamente à forte pressão da Rússia. A Rússia adotou medidas como inspeções demoradas
nas fronteiras e o banimento de doces ucranianos, além de ter ameaçado com várias outras
medidas de impacto econômico.
A Ucrânia está em uma longa disputa com Moscou sobre o custo do gás russo. Em meio à crise,
a companhia russa Gazprom decidiu acabar a partir de abril com a redução do preço do gás
vendido à Ucrânia, o que prejudicará a economia do país. A empresa também ameaçou cortar
o fornecimento de gás.
Além disso, no leste do país – onde ainda se fala russo – muitas empresas dependem das
vendas para a Rússia. Yanukovich ainda tem uma grande base de apoio no leste da Ucrânia,
onde ocorreram manifestações promovidas por seus aliados.
Após a deposição do presidente, a Rússia disse ter “graves dúvidas” sobre a legitimidade do
novo governo na Ucrânia, e afirmou que o acordo de paz apoiado pelo Ocidente no país foi
usado como fachada para um golpe.

Crimeia
A destituição de Yanukovich aumentou a tensão na Crimeia, uma região autônoma, onde as
manifestações pró-Rússia se intensificaram, com a invasão de prédios do governo e dois
aeroportos.
Com o aumento das tensões separatistas, o Parlamento russo aprovou, a pedido do presidente
Vladimir Putin, o envio de tropas à Crimeia para “normalizar” a situação.
A região aprovou um referendo para debater sua autonomia e elegeu um premiê pró-Rússia,
Sergei Aksyonov, não reconhecido pelo governo central ucraniano.
Dois dias depois, em 6 de março, o Parlamento da Crimeia aprovou sua adesão à Rússia e
marcou um referendo para definir o status da região para 16 de março. Posteriormente, o
Parlamento se declarou independente da Ucrânia - sendo apoiado por russos e criticado por
ucranianos.
O referendo foi realizado em 16 de março, e aprovou a adesão à Rússia por imensa maioria. O
resultado não foi reconhecido pelo Ocidente.
Mesmo assim, Putin e o auto-proclamado governo da Crimeia assinaram um tratado de adesão,
e a incorporação foi ratificada. Em seguida, tropas que seriam russas passaram a cercar e invadir
postos militares na Ucrânia.
A Ucrânia convocou todas suas reservas militares para reagir a um possível ataque russo e
afirmou que se trata de uma “declaração de guerra”.

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Posição internacional
O movimento russo levou o presidente dos EUA, Barack Obama, a pedir a Putin o recuo das
tropas na Crimeia. Para Obama, Putin violou a lei internacional com sua intervenção.
Os EUA também anunciaram sanções contra indivíduos envolvidos no processo, e suspenderam
as transações comerciais com o país, além de um acordo de cooperação militar. A Rússia
respondeu afirmando que o estabelecimento de sanções também afetaria os EUA, e criou
impedimentos para cidadãos americanos.
A União Europeia também impôs sanções contra russos.
Em meio à crise, o Ocidente pressionou a Rússia por uma saída diplomática. A escalada de
tensão também levou a uma ruptura entre as grandes potências, com o G7 condenando a ação
e cancelando uma reunião com a Rússia.
Já a Otan advertiu a Rússia contra as “graves consequências” de uma intervenção na Ucrânia,
que seria, segundo ele, um grave “erro histórico”.

Leste da Ucrânia
Após a adesão da Crimeia ao governo de Moscou, outras regiões do leste da Ucrânia, de maioria
russa, também começaram a sofrer com tensões separatistas. Militantes pró-Rússia tomaram
prédios públicos na cidade de Donetsk e a proclamaram como “república soberana”, marcando
um referendo sobre a soberania nacional para 11 de maio.
A medida não foi reconhecida por Kiev nem pelo Ocidente - e o fato de Donetsk ser uma cidade,
e não uma região autônoma, deve enfraquecer a força para a realização de um referendo.
Outras cidades também tiveram atuação de milícias russas, como Lugansk e Kharkiv, onde
militantes invadiram prédios governamentais - no que Kiev afirma ser um plano liderado pela
Rússia para desmembrar o país.
Com a nova tensão na região, a Rússia pediu que a Ucrânia desistisse de todo tipo de
preparativos militares para deter os protestos pró-russos nas regiões do leste ucraniano, já que
os mesmos poderiam suscitar uma guerra civil.

Falta de verba da ONU ameaça direitos humanos

Chefe do setor nas Nações Unidas, recém-empossado, se diz chocado com


situação e conta com doações de governos para aumentar orçamento
17 de outubro de 2014
Estadão Conteúdo/São Paulo

A Organização das Nações Unidas (ONU) avisa que seu orçamento para garantir a proteção aos
direitos humanos está prestes a terminar. Até o fim de 2014 e para 2015, a entidade conta com
apenas US$ 87 milhões, equivalentes ao que se vende por dia em iPhones.

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Com um orçamento insuficiente, a ONU está sendo obrigada a viver de doações voluntárias de
governos para conseguir operar. Dados obtidos pelo Estado revelam que o governo brasileiro
não contribuiu nem em 2013 e nem este ano, diferentemente de países como México,
Argentina, Uruguai, Peru e até a Nicarágua.
“Estou chocado”, admitiu o comissário da ONU para Direitos Humanos, Zeid Ra’ad al-Hussein,
que acaba de assumir o cargo e encontrou uma entidade falida. “Estou tendo de fazer cortes”,
contou, lembrando que a crise financeira ocorre justamente no momento que suas operações
estão “em seu limite”. Segundo ele, o dinheiro disponível é insuficiente. “Pedir que eu resolva
essas crises com o dinheiro que temos é pedir que eu use um barco e um balde para lidar com
uma inundação”, alertou.
A ONU fez questão de colocar em perspectiva o orçamento de que dispõe para lidar com
as violações de direitos humanos. “As pessoas que vivem na Suíça gastam dez vezes o meu
orçamento por ano em chocolate”, disse Hussein. Segundo ele, a construção de uma estrada
costuma estar orçada em três vezes o valor que a ONU tem para proteger os direitos humanos
no mundo por ano. “O que estamos pedindo é menos que os americanos devem gastar em
fantasias para seus animais de estimação no dia de Halloween”, alertou.
Nos últimos 12 meses, o que se gastou na compra de iPhones seria o suficiente para financiar o
escritório da ONU por 391 anos. “Nosso orçamento anual é o equivalente às vendas de um dia
de iPhone”, constatou o jordaniano.
Por mais que a ONU insista que coloca os direitos humanos como prioridade, o setor recebe
apenas 3% do orçamento global da entidade. Com a proliferação de crises, a realidade é que o
ano vai terminar ainda com um buraco de US$ 25 milhões. “Qualquer magnata mundial cobriria
esse buraco com um piscar de olhos”, disse.
O resultado é que funcionários estão sendo obrigados a lidar com sete ou oito países e não há
gente nem mesmo para dedicar um funcionário de forma exclusiva para lidar com os impactos
de meio ambiente. “Nossos serviços começam a sofrer”, declarou. Segundo o comissário, a
ONU está rejeitando planos para ajudar países, evitando abrir novos escritórios e nem mesmo
treinando policiais para que respeitem direitos humanos.
“Não estamos pedindo muito. Alguns governos - algumas das maiores economias do mundo, na
verdade - estão dando pouco ao sistema internacional de direitos humanos, apesar de falarem
com orgulho sobre os direitos humanos”, atacou.
“Os governos criaram o escritório de Direitos Humanos da ONU, eles criaram o sistema
internacional e precisam garantir que tenhamos os recursos necessários para fazê-lo funcionar”,
disse. Para o chefe de Direitos Humanos da organização, o custo dessa falência “pode ser muito
alto”.

Cinco novos países são eleitos para o Conselho de Segurança da ONU


Arábia Saudita, Chade, Nigéria, Chile e Lituânia farão parte dos membros temporários e não
terão poder de veto
POR REUTERS
17/10/2013 19:09

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Conselho de Segurança da ONU reune 15 países – dos quais cinco são
membros permanentes e têm poder de veto e os outros dez são membros
temporários

Conselho de Segurança da ONU reune 15 países - dos quais cinco são membros permanentes e
têm poder de veto e os outros dez são membros temporários
A Arábia Saudita, o Chade e a Nigéria foram eleitos pela Assembleia Geral da ONU (Organização
das Nações Unidas) nesta quinta-feira para um mandato de dois anos no Conselho de Segurança
da entidade. Com isso, grupos de direitos humanos dos três países foram chamados para
aumentarem sua participação no órgão.
Chile e Lituânia também ganharam assentos no conselho, que tem 15 membros. Cinco desses
países são membros permanentes do Conselho de Segurança e têm poder de veto - Estados
Unidos, Grã-Bretanha, França, Rússia e China - e os outros dez são membros temporários, sem
poder de veto.
O grupo eleito nesta quinta-feira irá substituir o Azerbaijão, a Guatemala, o Paquistão, o
Marrocos e o Togo no Conselho de Segurança a partir do dia 1º de janeiro de 2014. Eles estavam
sem oposição, mas precisaram obter a aprovação de pelo menos dois terços dos 193 membros
da Assembleia Geral. Dos 191 votos dos membros da ONU, a Lituânia ganhou 187 votos, Chile e
Nigéria ficaram com 186 cada um, o Chade teve 184 votos e a Arábia Saudita recebeu 176.
- Os membros do Conselho de Segurança são rotineiramente chamados para abordar os direitos
humanos fundamentais e as questões humanitárias - disse Hillel Neuer, diretor-executivo da
UN Watch, escritório de advocacia sediado em Genebra que monitora as Nações Unidas. - A
Arábia Saudita e o Chade têm um histórico abismal sobre direitos humanos - completou.

Venezuela comemora ingresso temporário no Conselho de Segurança da


ONU

Maduro fez pronunciamento televisionado sobre o resultado; Nações Unidas ainda pede que
líder da oposição seja libertado

O DIA
Venezuela – A Venezuela comemora nesta quinta-feira o assento que garantiu no órgão mais
poderoso das Nações Unidas como ratificação mundial da revolução socialista do país. Um
eufórico presidente Nicolás Maduro apareceu na televisão logo após a Assembléia Geral da
ONU aprovar o país em um dos cinco assentos temporários do Conselho de Segurança, o que
levou todo o seu gabinete a aplaudir o pronunciamento.
O falecido presidente venezuelano Hugo Chávez tentou obter uma das dez vagas não-
permanentes no Conselho em 2006, mas os EUA conseguiram derrubar sua campanha. Maduro
disse que a vitória desta quinta mostra que “todo mundo” apoia a visão de Chávez.

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A vitória foi obtida em meio a relatório de outro órgão da ONU condenar a Venezuela pela
repressão aos protestos de rua contra o governo, criticada amplamente por grupos de direitos
humanos.
O Grupo de Trabalho da ONU sobre Detenções Arbitrárias pediu que o país libere imediatamente
o líder da oposição Leopoldo López, preso desde fevereiro por seu papel nas manifestações de
rua.
Na semana passada, o ministro das Relações Exteriores, Rafael Ramirez, rejeitou as medidas da
ONU, definindo-as como uma tentativa de interferir na soberania venezuelana.
A Venezuela integrará o grupo junto a Espanha, Malásia, Angola e Nova Zelândia. Os países
ocuparão as cadeiras pelos próximos dois anos a partir do dia 1º de janeiro de 2015.
Os 193 membros da Assembleia Geral da ONU escolheram a Venezuela com 181 votos a favor,
Malásia com 187, Angola com 190 e a Nova Zelândia com 145, enquanto a Espanha venceu a
Turquia numa votação de desempate.
Atualmente, o Conselho de Segurança tem cinco membros permanentes: Estados Unidos,
França, Grã-Bretanha, Rússia e China, uma composição que em grande parte reflete o equilíbrio
de poder global logo após a 2ª Guerra Mundial. O Brasil tem cobrado reiteradas vezes a
necessidade de reforma do órgão para incluir mais países.

Protestos em Hong Kong já causaram prejuízos de 38 mil milhões

16.10.2014

O movimento Occupy Central, em Hong Kong, já terá causado prejuízos econômicos


equivalentes a 38 mil milhões de euros, disse o deputado Zheng Anting, na Assembleia
Legislativa de Macau.
O movimento, ou referências ao desenvolvimento democrático quer em Hong Kong quer em
Macau, foi um tema abordado por três deputados na Assembleia Legislativa de Macau. Zheng
Anting destacou que o índice da bolsa da antiga colónica britânica “conheceu em menos de
um mês, uma descida superior a 10%” e causou “prejuízos económicos na ordem dos 380 mil
milhões de dólares de Hong Kong (38 mil milhões de euros)”.
Em causa nas manifestações de Hong Kong está a decisão de Pequim de conceder à população
da antiga colónia britânica a possibilidade de, em 2017, eleger diretamente o seu líder de
Governo, num processo que, no entanto, estará limitado à escolha prévia dos candidatos por
um comité eleitoral que Pequim acaba por controlar.
Os manifestantes não aceitam a posição política de Pequim e querem ser eles a escolher
livremente o seu líder sem entraves nem escolhas prévias dos candidatos.
Para Zheng Anting, deputado eleito no sufrágio indireto (pelas associações), o movimento de
Hong Kong “fez com que Macau ficasse a perceber que não se pode precipitar no alcançar
da democracia” e que o modelo político “um país, dois sistemas” aplicado às duas regiões
Administrativas Especiais da China – Macau e Hong Kong – “foi necessariamente ponderado

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numa perspectiva de estratégia nacional e corresponde aos interesse dos residentes das duas
Regiões”.
O deputado defendeu também que o movimento destapou as “divisões” na sociedade de Hong
Kong e que deve servir de alerta a Macau.
“Os jovens sentem-se inseguros em relação ao futuro, sobretudo face aos preços elevados dos
imóveis e à carestia de vida” pelo que o “Governo deve analisar, a fundo, as motivações por
detrás dos conflitos sociais, procurando atenuá-los” porque se isso não acontecer, Macau pode
experimentar movimentos idênticos.

Por que Israel e Hamas estão em conflito na Faixa de Gaza?

Assassinato de jovens israelenses foi estopim para ataques.


Esse é o 3º conflito desde que Hamas assumiu o controle de Gaza.
Do G1, em São Paulo

A escalada de violência que começou em junho deste ano entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza
é o terceiro conflito do tipo desde que o grupo islâmico passou a controlar a região, em 2007.
Desta vez, foi o sequestro e assassinato de três adolescentes israelenses o estopim para os
novos confrontos. Eles desapareceram em 12 de junho, e seus corpos foram encontrados com
marcas de tiros no dia 30 do mesmo mês.
Israel afirma que o Hamas foi o responsável pelas mortes – e considera a organização islâmica
um grupo terrorista que não aceita se desarmar.
O grupo islâmico não confirmou nem negou envolvimento nas mortes. Durante as buscas pelos
adolescentes na Cisjordânia, as forças israelenses prenderam centenas de militantes do Hamas.
No dia seguinte à localização dos corpos dos jovens israelenses, um adolescente palestino foi
encontrado morto em Jerusalém Oriental – a autópsia indicou que ele havia sido queimado
vivo. Israel prendeu seis judeus extremistas, e três deles confessaram o crime – o que reforçou
a tese de crime com motivação política, gerando revolta e protestos em Gaza.
A essa altura, Israel já respondia aos foguetes disparados por ativistas palestinos da Faixa de
Gaza em direção ao país. Em 8 de julho, após intenso bombardeio contra o sul de Israel, o
Estado judeu passou para os ataques aéreos contra Gaza.
O Hamas respondeu com foguetes contra a capital Tel Aviv, e as forças israelenses decidiram
atacar também por terra.

Justificativas
Além das mortes dos adolescentes, Israel justifica seus ataques como respostas aos foguetes
disparados pelo Hamas em direção à Israel e uma forma defesa. O Estado israelense afirma
ainda que o grupo islâmico esconde militantes e armas em residências da Faixa de Gaza e,

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Atualidades – Prof. Cássio Albernaz

por isso, precisa bombardeá-las, mesmo que isso signifique a morte de civis. Essa atitude tem
refletivo de forma negativa na opinião pública interna e internacional.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse ainda que, com ou sem cessar-fogo na
região, seu Exército irá completar a “missão” de destruir os túneis que os militantes palestinos
contruíram sobre a fronteira com o Estado judeu.
Do lado palestino, somado à morte do adolescente e às prisões de integrantes do Hamas, está
a insatisfação da população de Gaza, que considera abusivo o controle de Israel na região.
Por causa dos bloqueios, os moradores dependem do Estado judeu para ter acesso a água,
eletricidade, meios de comunicação e dinheiro.

Governo do Egito renuncia abrindo caminho para Sisi


Primeiro-ministro Hazem El-Beblawi fez o anúncio na TV estatal

POR O GLOBO/COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS


24/02/2014

O governo egípcio apoiado pelo Exército renunciou nesta segunda-feira, abrindo caminho para
o general Abdel Fattah al-Sisi, que depôs o ex-presidente Mohamed Mursi, no ano passado.
Após uma reunião de 15 minutos com seu gabinete no início desta segunda-feira, o primeiro-
ministro Hazem El-Beblawi afirmou que “a reforma não pode ser feita apenas através do
governo”, acrescentando que todos os egípcios devem se esforçar para conseguir a mudança
a que aspiram. Sisi, que deve concorrer à Presidência, participou do encontro por ser o atual
ministro da Defesa.
“O governo fez todos os esforços para tirar o Egito deste túnel estreito em termos de segurança,
pressões econômicas e confusão política”, disse o premier em um curto discurso ao vivo. “É
hora de todos nós nos sacrificarmos para o bem do país. Em vez de perguntar o que o Egito nos
deu, devemos questionar o que temos feito para o Egito”.
O economista, que serviu como subsecretário-geral da ONU entre 1995 e 2000, foi nomeado
primeiro-ministro em julho do ano passado, depois que Mursi foi deposto em meio a protestos
em massa. Mas Beblawi foi amplamente criticado internamente por ter demorado demais para
declarar a Irmandade Muçulmana uma organização terrorista.
Sisi, aliado estratégico dos Estados Unidos, é o favorito para as eleições de abril. Mas ele precisa
renunciar ao seu cargo no ministério e no Exército antes de anunciar oficialmente a candidatura
à Presidência. Há dez dias, o general se encontrou com o presidente da Rússia, Vladimir Putin,
para negociar um acordo de compra de armas russas.
A viagem para Moscou foi a primeira internacional do ministro da Defesa desde que ele depôs
Mursi, com amplo apoio popular. À época, os meios de comunicação estatais e privados
noticiaram amplamente o encontro, que serviu para demonstrar a Washington a força
do general em casa e no exterior além de mandar uma mensagem a Washington sobre a
independência do Egito.

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General Abdel Fatah al-Sisi toma posse no Egito

Sisi foi eleito com 96,91% dos votos.


Irmandade Muçulmana e aliados islamitas boicotaram a eleição
Do G1, em São Paulo

O ex-comandante do Exército e homem forte do Egito, marechal Abdel Fatah al-Sisi, tomou
posse neste domingo (8), em cerimônia realizada no Cairo. Ele governará o país por um período
de quatro anos.
“Juro por Deus guardar lealdade ao regime da república, respeitar a Constituição e a lei,
proteger os interesses do povo em sua totalidade e preservar a independência da pátria, sua
unidade e a integridade de seu território”, disse em sua proclamação al-Sisi.
Vestido com terno e gravata azul, Sisi jurou seu cargo perante os magistrados do Constitucional
e um grupo de convidados, entre os quais estavam os membros do atual governo - que
renunciará em bloco -, personalidades políticas e religiosas, e sua família.
A segurança no Cairo foi reforçada, com tanques, caminhões e homens armados posicionados
em locais estratégicos enquanto Sisi se dirigia aos dignatários estrangeiros depois de uma salva
de 21 tiros no principal palácio presidencial.
Ele exigiu muito trabalho e o desenvolvimento da liberdade “de forma responsável, sem caos”,
mas não falou em direitos humanos ou democracia.
“Chegou a hora de construir um futuro mais estável”, disse Sisi, o sexto líder egípcio com
passado militar. “Vamos trabalhar para estabelecer valores de justiça e paz.”
Sisi venceu a eleição presidencial com 96,91% dos votos, segundo dados oficiais da comissão
eleitoral egípcia. O país é dominado pelo Exército desde 1952.
De acordo com a comissão, cerca de 47% dos eleitores foram às urnas para a eleição, que
ocorreu entre 26 e 28 de maio.
Originalmente, o pleito seria realizado em apenas dois dias, mas foi prorrogado para que mais
pessoas participassem.
O único adversário de Sisi, o esquerdista Hamdeen Sabbahi, teve 3,09% dos votos.
A Irmandade Muçulmana e seus aliados islamitas, que veem Sisi como o responsável por
arquitetar o golpe que depôs o presidente Mohammed Morsi, boicotaram a eleição.
Embora Sisi desfrute de amplo apoio entre boa parte dos egípcios, que o veem como um
líder forte capaz de pôr fim a três anos de turbulência no país, alguns dizem não ter ido votar
porque nenhum dos dois candidatos preenchia as aspirações manifestadas durante a revolta da
Primavera Árabe, de 2011, contra décadas de autocracia.

Estado Islâmico avança na Síria e Iraque; coalizão busca estratégias

O EI já ocupa a metade de Kobane, cidade curda na Síria.

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No Iraque, o grupo extremista sunita também ganha espaço no oeste.


Da France Presse 14/10

Os jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI) seguem avançando na Síria, sobretudo no norte
do país, apesar dos ataques aéreos da coalizão militar internacional, cujos comandantes se
reúnem nesta terça-feira (14) em Washington para discutir novas estratégias.
O EI já ocupa a metade de Kobane, a cidade curdo-síria na fronteira com a Turquia, palco há
dias de uma luta feroz entre jihadistas e combatentes curdos.
No Iraque, o grupo extremista sunita também ganha espaço no oeste do país, onde está
próximo de conquistar a província de Al-Anbar, após uma série de ofensivas que enfraqueceram
as posições do exército.
No aspecto humanitário, a ONU começou a reduzir em 40% sua ajuda alimentar para 4,2
milhões de pessoas na Síria por culpa de problemas orçamentários, indicou nesta segunda-feira
à AFP a diretora-adjunta do Programa Alimentar Mundial (PAM).
Metade de Kobane em mãos jihadistas
Os jihadistas se instalaram pela primeira vez no centro de Kobane desde o início de sua ofensiva
contra os combatentes curdos, que tentam resistir frente a tropas mais numerosas e mais bem
armadas, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
“Antes vinham do leste, avançavam e retrocediam, mas desta vez estão bem instalados (no
centro). Controlam a metade da localidade”, indicou Rami Abdel Rahman, diretor do OSDH.
“O EI já cerca a cidade de três lados distintos”, afirmou à AFP Feyza Abdi, uma vereadora de
Kobane refugiada na Turquia.
Nesta terça-feira (14), os combates faziam estragos no norte da cidade, nos bairros que levam
ao posto fronteiriço turco de Mursitpinar. A coalizão realizou três ataques aéreos na zona,
segundo um jornalista da AFP situado no lado turco da fronteira.
No total, 5.400 sírios procedentes de Kobane cruzaram a fronteira do Iraque, “3.600 dos quais o
fizeram nas últimas 72 horas”, indicou nesta terça-feira o Alto Comissariado das Nações Unidas
para os Refugiados (ACNUR).
São esperados entre 10 mil e 15 mil deslocados no Iraque nos próximos dias, segundo o ACNUR.
Na província de Deir Ezzor, no leste da Síria, pelo menos 10 soldados sírios e três civis, incluindo
uma criança, foram mortos nesta terça-feira em combates com o EI.
De acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), os combates aconteceram
em Hawijat Sakr, no Eufrates, perto do aeroporto de Deir Ezzor, um reduto do regime nesta
província rica em petróleo.
O EI controla a maior parte da província e parte da capital de mesmo nome, enquanto a outra
parte está nas mãos do governo, incluindo o aeroporto.

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Al-Anbar pode cair

No Iraque, os jihadistas sunitas voltaram a se espalhar, principalmente na província de Al-Anbar


– a maior do país – onde o exército não para de perder espaço.
No domingo, 300 soldados abandonaram sua base perto da cidade de Hit para fugir do avanço
dos jihadistas nesta região do oeste do Iraque que faz fronteira com Síria, Jordânia e Arábia
Saudita.
Hit, que era um dos últimos redutos do governo de Al-Anbar, está 100% controlada pelo EI,
afirmou um funcionário da polícia provincial. Segundo a ONU, os combates para conquistar a
cidade provocaram a fuga de 180.000 pessoas.
“Podemos dizer que 85% de Al-Anbar está sob controle do EI”, considera o número dois do
conselho provincial, Faleh al-Isawi, enquanto aperta o cerco sobre Ramadi, capital da região
onde os jihadistas já controlam bairros inteiros.
‘Se a situação seguir avançando na mesma direção, sem intervenção das forças terrestres
estrangeiras nos próximos 10 dias, a próxima batalha será travada às portas de Bagdá’, alertou.

Reunião da coalizão
Nesta terça, a situação será estudada em uma reunião militar da coalizão internacional contra o
EI em Washington, que contará com a presença do presidente americano Barack Obama.
Obama disse estar ansioso para debater medidas adicionais com o objetivo de ‘debilitar e
finalmente destruir o EI’.
Não quis, no entanto, evocar os pontos de divergência entre os membros da coalizão, como a
criação de uma zona desmilitarizada na fronteira entre Síria e Turquia, uma medida exigida pro
Ancara, que Paris apoia, mas que não está na ordem do dia para Washington.
O porta-voz do Estado-Maior do Exército francês, o coronel Gilles Jaron, disse que “Paris
buscava participar da elaboração de um plano de ação comum no âmbito regional” e “acordar
os grandes aspectos estratégicos” contra o EI.
O presidente francês, François Hollande, considerou nesta terça-feira que a Turquia deveria
abrir sem falta sua fronteira com a Síria para ajudar os curdos de Kobane.
Hollande também fez “um apelo para que, para além da coalizão, todos os países que estão
envolvidos possam oferecer um apoio aos que lutam contra os jihadistas”.

Obama: EUA subestimaram surgimento do Estado Islâmico

Presidente norte-americano disse que a Síria se tornou o “marco zero para jihadistas de todo o
mundo”.
28/09/2014

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Atualidades – Prof. Cássio Albernaz

Em entrevista transmitida neste domingo pelo canal de TV norte-americano CBS, o presidente


dos Estados Unidos, Barack Obama, reconheceu que as agências de inteligência do país
subestimaram a possibilidade de o caos na Síria se constituir em um terreno fértil para o
surgimento de uma organização como o Estado Islâmico (EI).
Obama disse que a Síria se tornou o “marco zero para jihadistas de todo o mundo”. O presidente
afirmou que o chefe dos serviços secretos norte-americanos, Jum Clapper, reconheceu que
subestimou o que estava acontecendo na Síria. Além disso, Obama também declarou que seu
governo superestimou a capacidade do Exército iraquiano em combater os extremistas do EI.
Segundo o presidente, que lidera a coligação com França e Reino Unido, entre outros países,
para combater o grupo, os propagandistas do EI se tornaram muito experientes em utilizar
meios de comunicação social para atrair recrutas, tanto em países islâmicos quanto em
democracias ocidentais, “que acreditam no seu absurdo jihadista”.
Obama afirmou que a solução exige ação militar, com os ataques aéreos que buscam limitar
a expansão do EI e de seus recursos, como as refinarias de petróleo tomadas pelo grupo, um
dos principais alvos do bombardeio liderado pelos EUA. Ele disse, porém, que Síria e Iraque
também precisam resolver suas crises políticas. Enquanto a Síria enfrenta uma guerra civil que
matou centenas de milhares de pessoas desde 2011, o Iraque tem dificuldade em estabelecer
um governo de coalizão entre grupos xiitas e sunitas.

O que é e o que quer o Estado Islâmico

Grupo ganhou destaque no noticiário internacional após executar dois jornalistas americanos
04/09/2014

Os nomes Estado Islâmico (EI) e Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) começaram a
aparecer com frequência no noticiário em junho, após o grupo iniciar uma ofensiva no Iraque
e tomar cidades importantes do norte do país. Porém, o EI ganhou destaque e passou a ser
considerado uma das maiores ameaças da atualidade depois de divulgar dois vídeos com a
execução de jornalistas americanos. Entenda o que é este grupo e quais são os seus objetivos:

As origens e a brutalidade do grupo terrorista Estado Islâmico

O que é o Estado Islâmico?


É um grupo extremista islâmico sunita que conquistou territórios na Síria e no Iraque, onde
estabeleceu um Califado Islâmico. Paulo Visentini, professor de Relações Internacionais da
UFRGS, explica que o grupo, apesar de ser considerado terrorista, age mais como um exército
que combate abertamente do que como um grupo terrorista que comete atentados.

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O que é um Califado Islâmico?
O Califado é um modelo político criado no século 7, após a morte do profeta Maomé. Neste
modelo, o califa é o sucessor do profeta, o chefe da nação e tem o poder de aplicar a sharia (a
lei islâmica).

Como o grupo surgiu?


O Estado Islâmico tem origem na Al-Qaeda do Iraque (AQI). O grupo ficou enfraquecido e sem
recursos depois que os Estados Unidos derrubaram o ditador Saddam Hussein e declararam
seu partido ilegal em 2003, marginalizando os sunitas como um todo. Em 2011, a AQI recebeu
apoio financeiro para entrar na guerra civil síria ao lado dos rebeldes – apoiados pelo Ocidente.
No mesmo ano, os EUA retiraram suas tropas do Iraque, abrindo espaço para a criação grupo,
que adotou o nome Estado Islâmico do Iraque e Levante em 2013.

Qual o objetivo do EI?


O grupo quer construir um estado islâmico sunita sob um regime radical. Em um primeiro
momento, o foco é controlar territórios na Síria e no Iraque, mas líderes do EI já assinalaram a
possibilidade de avançar para outros países como Jordânia e Arábia Saudita no futuro.

Qual a diferença do EI para outros grupos extremistas?


O Estado Islâmico chama atenção por dois principais motivos: seu poder financeiro e sua
crueldade. O grupo já comanda um grande território e tem ricas fontes de recursos, como
petróleo. Em relação à violência, Visentini explica que é uma maneira de mostrar força e
desestimular respostas ao seu avanço, além de conquistar novos adeptos. O grupo é conhecido
por executar as pessoas que se recusam a se converter ao islamismo sunita e divulga imagens
de suas crueldades, que incluem decapitação e crucificação.

Como é financiado?
Ainda antes de se chamar Estado Islâmico do Iraque do Levante, o grupo recebeu apoio
financeiro para entrar na guerra civil síria contra Bashar Al-assad. Atualmente, o grupo controla
um grande território entre o Iraque e a Síria e se tornou autossuficiente.
As principais fontes dos recursos do EI são a cobrança de impostos nas áreas que domina, o
roubo de bancos quando toma uma cidade (o grupo roubou US$ 429 milhões do banco central
da cidade de Mossul), contrabando de petróleo e a cobrança de resgates por cidadãos de outros
países.
Atualmente, o grupo recebe pouco financiamento externo. Segundo Romain Caillet, especialista
em movimentos islâmicos, o financiamento externo, incluindo valores recebido de algumas
famílias do Golfo, representa apenas 5% dos seus recursos.

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Atualidades – Prof. Cássio Albernaz

Quantas pessoas fazem parte?


O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) avalia que há mais de 50 mil de combatentes
do grupo na Síria. No Iraque, segundo Ahmad al-Sharifi, professor de Ciência Política na
Universidade de Bagdá, o EI possui entre 8 mil e 10 mil combatentes.

Quais territórios o EI controla?


O Estado Islâmico está presente em cerca de 25% da Síria (45 mil km2) e em aproximadamento
40% do Iraque (170 mil km2), um total de 215 mil km2, o que equivale ao Reino Unido (237 mil
km2), de acordo com Fabrice Balanche, geógrafo especialista da Síria. No entanto, como pode
ser visto no mapa abaixo, o grupo controla apenas uma pequena parte desses territórios.

Quem são seus principais inimigos?


Segundo Visentini, os inimigos do grupo são os estados seculares da região e quem os apoia.
Em primeiro lugar, o governo da Síria, que é secular, e do Iraque, que é xiita. Os Estados Unidos
se tornaram um alvo do grupo pois combatem o EI com ataques aéreos desde o começo de
agosto. Nesta quinta-feira, 4 de setembro, o grupo ameaçou destronar o presidente russo
Vladimir Putin por apoiar o regime sírio.

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Quase 70 mil curdos sírios fogem do Estado Islâmico para a Turquia em 24
horas

Os moradores da cidade de Ain al-Arab deixaram a região depois que ela foi cercada por
combatentes do EI.
21/09/2014

Dezenas de milhares de curdos atravessaram a fronteira da Síria com a Turquia carregando seus
pertences.
Quase 70 mil curdos da Síria buscaram refúgio na Turquia nas últimas 24 horas para fugir do
avanço do grupo Estado Islâmico (EI) no nordeste do país, anunciou o Alto Comissariado para
os Refugiados das Nações Unidas (Acnur).
– O Acnur reforça sua ação para ajudar o governo da Turquia a socorrer os 70.000 sírios que
fugiram para a Turquia nas últimas 24 horas. O governo turco e o Acnur se preparam para a
possível chegada de centenas de milhares de refugiados nos próximos dias – afirma um
comunicado do organismo da ONU divulgado em Genebra.
A Turquia abriu, na sexta-feira, a fronteira aos refugiados sírios que começaram a fugir, na
quinta-feira, da cidade e da região de Ain al-Arab (Koban em curdo), cercada pelos combatentes
do EI.
Ain al-Arab, terceira maior cidade curda da Síria, estava relativamente segura até o momento
e havia recebido 200.000 deslocados sírios. Porém, o avanço do EI na região obrigou muitos
habitantes, especialmente os curdos, a fugir do país.
– O fluxo em massa mostra a necessidade de mobilizar a ajuda internacional para apoiar os
países vizinhos da Síria – declarou o Alto Comissário para os Refugiados, Antonio Guterres.
O Acnur enviou 20.000 cobertores, 10.000 colchões entre outros materiais, à região.
AFP

EUA e aliados bombardeiam refinarias do Estado Islâmico na Síria

O objetivo é cortar uma das principais fontes de renda dos terroristas.


Atualizada em 26/09/2014

Os aviões de combate dos Estados Unidos e dos aliados árabes bombardearam, pelo terceiro
dia consecutivo, as refinarias controladas pelo grupo Estado Islâmico (EI) na Síria. Ao mesmo
tempo, as aviações americana e francesa prosseguiram com a pressão no Iraque, com ataques
aéreos contra as posições do grupo extremista sunita na quinta-feira.
Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), Estados Unidos, Arábia Saudita e
Emirados Árabes Unidos (EUA) lançaram, na noite de quinta-feira e na manhã desta sexta-feira,
ataques contra as instalações petrolíferas controladas pelo EI na província de Deir Ezzor (leste),
perto da fronteira com o Iraque.

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Atualidades – Prof. Cássio Albernaz

O objetivo dos ataques contra as refinarias é cortar uma das principais fontes de renda dos
jihadistas que, segundo os especialistas, podem estar obtendo de 1 a 3 milhões de euros por
dia com a venda de petróleo contrabandeado a intermediários de países vizinhos. Os ataques
da coalizão na Síria mataram 141 jihadistas desde terça-feira , dos quais 129 estrangeiros,
segundo o OSDH.

Carrasco identificado
A polícia federal americana (FBI) anunciou ter identificado o terrorista de sotaque britânico que
aparece nos vídeos de execução de três ocidentais. Porém, o FBI não revelou sua identidade.
O grupo jihadista Jund al-Khilafa (Soldados do Califado), vinculado ao EI, divulgou na quarta-
feira um novo vídeo no qual também decapitava o refém francês Hervé Gourdel na Argélia, em
represália pelos bombardeios franceses no Iraque.
Vários países europeus anunciaram um maior envolvimento na ofensiva contra os jihadistas.
Holanda e Bélgica colocaram a disposição da coalizão aviões de combate F-16, enquanto
Austrália e Grécia anunciaram a entrega de material militar aos combatentes curdos no Iraque.
Segundo os serviços secretos americanos, mais de 15 mil combatentes de mais de 80 países
diferentes se uniram às fileiras dos grupos jihadistas no Iraque e na Síria.
AFP

Ucrânia alerta que está no limite de uma grande guerra com a Rússia

Ministro ucraniano disse que não se vê um confronto dessas proporções na Europa desde a
Segunda Guerra
01/09/2014

O ministro da Defesa ucraniano alertou, nesta segunda-feira, que seu país está no limite de
uma grande guerra com a Rússia, o que poderá causar milhares de vítimas.
– Desde a Segunda Guerra Mundial, não se viu na Europa uma grande guerra como a que está
batendo em nossa porta. Infelizmente, as perdas em uma guerra assim não serão medidas em
centenas, em sim em milhares e dezenas de milhares de pessoas – afirmou Valeriy Geletey.
Também nesta segunda-feira, o presidente alemão, Joachim Gauck, declarou que a Rússia
“terminou de fato com a sua parceria” com a Europa.
– Queremos uma parceria e boas relações com a nossa vizinhança no futuro, mas apenas se
Moscou mudar sua política e quando houver um retorno ao respeito aos direitos das pessoas
– disse Gauck em um discurso por ocasião do 75º aniversário do início da Segunda Guerra
Mundial.
AFP

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Kiev e separatistas assinam memorando de paz

Acordo foi anunciado pelo ex-presidente ucraniano Leonid Kuchma


20/09/2014

Negociadores ucranianos e separatistas pró-russos do leste da Ucrânia chegaram a um acordo


na madrugada deste sábado. A decisão foi por um cessar-fogo e pela criação de uma zona
desmilitarizada de 30 quilômetros, afirmaram os dois lados em Minsk.
O acordo foi anunciado pelo representante das autoridades ucranianas, o ex-presidente Leonid
Kuchma, ao término de sete horas de negociações concluídas na capital bielorrussa.
Segundo Kuchma, entre os nove pontos do documento se destacam o fim dos confrontos
armados e um recuo de 15 quilômetros da artilharia pesada a partir da “linha de contato”.
— Isto será uma oportunidade para criar uma zona de segurança de pelo menos 30 quilômetros
de extensão—, acrescentou o negociador.
As partes estabeleceram que os combatentes não utilizarão armamento pesado em regiões
povoadas e que os aviões militares e drones terão que respeitar uma zona de segurança. O
acordo será monitorado pela Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE),
disse Kuchma.
— O documento também prevê que todos os grupos armados estrangeiros, equipamentos
militares, combatentes e mercenários deixem as áreas povoadas—, acrescentou.
O objetivo é que este acordo contribua para a criação de uma zona de “total segurança”, disse o
líder separatista da auto-proclamada República Popular de Lugansk, Igor Plotnitsky, ressaltando
que o delicado assunto do estatuto das regiões separatistas de Lugansk e Donetsk não foi
discutido.
— Temos a nossa opinião, assim como a Ucrânia tem a sua —, disse Alexander Zakharchenko, o
líder separatista de Donetsk, ao ser perguntado se vai querer permanecer na Ucrânia.
Este acordo é a última tentativa de fazer a paz voltar ao leste da Ucrânia, onde os separatistas
pró-russos favoráveis à independência estão em guerra com o Exército ucraniano desde abril.
O chamado “grupo de contato”, que inclui também representantes da Rússia e da Organização
para a Segurança e a Cooperação na Europa, chegou a um pré-acordo de paz no início do mês
que conseguiu reduzir a intensidade dos enfrentamentos e as mortes de civis.
No dia 5 de setembro passado, as partes firmaram um protocolo de cessar-fogo, que conseguiu
reduzir a intensidade dos confrontos e a morte de civis, mas os combates persistiram. Desde
então, 32 pessoas, entre civis e militares, morreram, segundo levantamento da AFP.

Pressão internacional
Enquanto isso, a União Europeia e os Estados Unidos, que acusam a Rússia de atacar a soberania
da Ucrânia ao ajudar os rebeldes com armas e tropas, aplicaram novas sanções contra a
economia russa, à beira da recessão.

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Atualidades – Prof. Cássio Albernaz

O presidente Barack Obama foi enfático nesta condenação ao receber na quinta-feira o líder
ucraniano na Casa Branca.
Obama felicitou Poroshenko por sua difícil decisão de conceder mais autonomia à região
separatista do país como parte do plano de paz estabelecido com a Rússia e destacou o papel
de liderança desempenhado pelo líder ucraniano. Segundo o presidente, — é fundamental em
um momento muito importante para a história da Ucrânia—.
A Otan afirma que cerca de 1.000 soldados russos permanecem no território ucraniano, e Kiev
acusa Moscou de concentrar 4.000 militares, com equipamentos e munições, na fronteira
administrativa com a Crimeia, a península ucraniana que a Rússia anexou em março passado.

Ucrânia anuncia que irá pedir adesão à União Europeia em 2020

Nesta quinta-feira, Kiev autorizou o fechamento da fronteira com a Rússia


Atualizada em 25/09/2014

O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, anunciou, nesta quinta-feira, que o país irá pedir
oficialmente adesão à União Europeia (UE) em 2020.
– Vou apresentar um programa de reformas, cuja aplicação permitirá à Ucrânia fazer, em
seis anos, um pedido de adesão à União Europeia – disse Poroshenko, ao discursar em um
congresso de magistrados, segundo sua assessoria de imprensa.
O presidente ucraniano informou que o plano prevê cerca de 60 reformas, além de programas
especiais, e destacou a reforma do sistema judicial, destinada a restabelecer a confiança da
sociedade na Justiça.
Poroshenko anunciou também que determinou ao governo renunciar oficialmente ao estatuto
de não alinhado, uma medida que abre caminho à entrada da Ucrânia na Organização do
Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Em junho, a Ucrânia assinou um acordo de associação com a UE, que foi ratificado em 17 de
setembro pela Rada Suprema (Parlamento ucraniano) e pelo Parlamento europeu.

Ucrânia autoriza fechamento temporário da fronteira com a Rússia


Também nesta quinta-feira, Poroshenko autorizou o governo a fechar temporariamente os
2.300 km de fronteira com a Rússia. O decreto, assinado depois de cinco meses de combates
no leste do país entre o exército e os separatistas pró-Rússia, autoriza o governo a fechar as
fronteiras terrestres e marítimas.
A decisão foi tomada “em consequência da contínua interferência da Federação da Rússa nos
assuntos internos da Ucrânia”, afirma o texto do decreto. A Ucrânia e os países ocidentais
acusam a Rússia de ter enviado tropas ao leste do país para apoiar os rebeldes que exigem a
independência das regiões de língua russa.

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A crise na Ucrânia obrigou mais de 500 mil pessoas a abandonarem as casas, informou, no dia 2
de setembro, a agência da Organização das Nações Unidas para os refugiados, advertindo que
uma escalada da crise poderia “desestabilizar toda a região”. Pelo menos 260 mil pessoas estão
deslocadas na Ucrânia e, segundo Moscou, mais 260 mil procuraram asilo na Rússia.
AFP

Rússia abre investigação criminal por genocídio no leste da Ucrânia

Exército e separatistas ucranianos continuam utilizando armas pesadas, apesar da trégua


decretada no início de setembro
29/09/2014

A Rússia anunciou nesta segunda-feira a abertura de uma investigação criminal por genocídio
das populações de língua russa no leste da Ucrânia, onde o uso de armas pesadas causou, de
acordo com a Comissão de Investigação russa, a morte de pelo menos 2,5 mil pessoas.
“O processo é referente às populações das repúblicas autoproclamadas de Lugansk e Donetsk,
os dois principais redutos separatistas no leste da Ucrânia”, indicou, em um comunicado, o
porta-voz da instituição, Vladimir Markin.
“Indivíduos não identificados, a mando político e militar da Ucrânia, das Forças Armadas
da Ucrânia, da Guarda Nacional e do Pravy Sektor (formação paramilitar ultranacionalista
ucraniana) ordenaram a aniquilação dos cidadãos de língua russa”, acrescentou.

Homem é detido, espancado e torturado por separatista em Donetsk


Ucrânia anuncia que irá pedir adesão à União Europeia em 2020
Segundo Markin, o uso de armas pesadas e da aviação matou pelo menos 2,5 mil pessoas e
causou a destruição de mais de 500 edifícios civis nas regiões de Donetsk e Lugansk durante os
mais de cinco meses de conflito entre as forças da Ucrânia e os separatistas pró-russos.
A Comissão de Investigação da Rússia é a principal agência de inquéritos criminais do país e não
tem jurisdição fora do território russo.
Segundo as Nações Unidas, o conflito no leste da Ucrânia matou mais de 3,2 mil pessoas e
provocou o êxodo de mais de 600 mil civis. O exército e os separatistas ucranianos utilizam
armas pesadas, incluindo nos últimos dias, apesar da trégua decretada no início de setembro.
AFP

China faz grandes manifestações contra o Japão por disputa de ilhas

Autorizados pelo governo comunista, protestos ocorrem no aniversário do “incidente de


Mukden”
18/09/2012

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Atualidades – Prof. Cássio Albernaz

Milhares de chineses saíram mais uma vez às ruas nesta terça-feira em várias cidades do
país para exigir que o Japão devolva a China as ilhas Diaoyu/Senkaku. A data da nova onda
de manifestações, autorizada pelo governo comunista, foi escolhida para marcar o aniversário
do “incidente de Mukden” que, em 18 de setembro de 1931, serviu de pretexto para o Japão
invadir a Manchúria, um dos prelúdios da Segunda Guerra Mundial.
Centenas de empresas e restaurantes japoneses deram folga aos funcionários como medida de
precaução.
O governo da China afirmou que se o direito de adotar “novas medidas” de acordo com o
desenvolvimento da situação no Mar da China Oriental, afirmou o ministro da Defesa, o general
Liang Guanglie, em uma entrevista coletiva após uma reunião com o colega americano, Leon
Panetta.
— Com certeza, continuamos esperando uma solução pacífica e negociada para o tema — disse
Liang.
O ministro atribuiu ao Japão a responsabilidade pelo aumento da tensão, ao afirmar que o
arquipélago em disputa pertenceu a China durante séculos. Onze navios chineses — 10 de
vigilância e um de controle da pesca — chegaram nesta terça-feira às imediações de Diaoyu/
Senkaku.
Durante a manhã, mais de mil manifestantes se aproximaram da embaixada do Japão, protegida
por policiais e barreira metálicas de dois metros de altura. Os manifestantes atiraram garrafas
de plástico e ovos contra a missão diplomática. Pequenos distúrbios foram registrados.
“Japoneses fora das Diaoyu!”, “Boicote os produtos japoneses!”, afirmavam os cartazes dos
manifestantes, que também exibiam fotos de Mao Tse-tung, fundador da República Popular da
China, que morreu em 1976.
Também aconteceram protestos em Xangai e Shenzhen (sul).
O conflito sobre a soberania das ilhas Diaoyu/Senkaku provoca na China explosões recorrentes
de nacionalismo.

Japão denuncia invasão de seu espaço aéreo pela China

Um porta-voz do governo japonês afirmou que foi enviado um protesto oficial à China por
este incidente
13/12/2012

O voo de um avião chinês sobre um grupo de ilhas em disputa entre Pequim e Tóquio constituiu
a primeira invasão do espaço aéreo japonês por parte da China, denunciou nesta quinta-feira o
ministério da Defesa do Japão.
Um porta-voz do ministério confirmou informações de que o voo de uma aeronave da Vigilância
Marítima da China foi o primeiro que as autoridades militares japoneses registraram como uma
invasão em seu espaço aéreo.
O porta-voz do governo japonês, Osamu Fujimura, afirmou à imprensa que o avião chinês
entrou pouco depois das 11H00 (0H00 de Brasília) no espaço aéreo das ilhas, situadas no mar
da China Oriental e que são reivindicadas por Pequim.

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A Força Aérea de Autodefesa (a aviação militar nipônica) enviou imediatamente caças F-15 à
região, segundo Fujimura.

O Japão enviou um protesto oficial à China por este incidente.


— O sobrevoo das ilhas Diaoyu por aviões de vigilância marítima chineses é perfeitamente
normal — declarou o porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores Hong Lei.
O arquipélago desabitado do mar da China Meridional, que os japoneses chamam de Senkaku
e os chineses de Diaoyu, é o centro de uma disputa entre o Japão, que controla as ilhas, e
China, que reivindica a área, assim como Taiwan.
Estas ilhas pertencem a um proprietário privado japonês. O governo nipônico anunciou a
nacionalização do arquipélago em setembro.
Há poucos meses, manifestações antijaponesas que duraram uma semana foram organizadas
em várias cidades da China. Desde que o Japão assumiu o controle direto do arquipélago, navios
oficiais chineses permanecem nas águas territoriais ou na zona destas ilhas, que ficam 200 km
ao leste das costas de Taiwan e 400 km ao oeste da ilha de Okinawa (sul do Japão).
Esta é a primeira vez desde o início da crise que um avião militar chinês sobrevoa a região,
destacou o governo japonês.

Japão vai comprar ilhas reivindicadas pela China

Pequim advertiu formalmente a Tóquio que não cederá “nenhuma polegada”


10/09/2012

Ilhas Senkaku, para os japoneses, e Diaoyu, para os chineses, geram tensão crescente entre os
dois países
O governo japonês decidiu comprar as ilhas Senkaku, um arquipélago no Mar da China
reivindicado por Pequim, anunciou o porta-voz de Tóquio, o que provocou uma resposta de
Pequim de que não cederá na questão.
— Durante uma reunião ministerial, decidimos virar proprietários das três ilhas Senkaku o
mais rápido possível — declarou o porta-voz Osamu Fujimura, usando o nome japonês deste
pequeno arquipélago que Pequim chama de Diaoyu.
Fujimura informou que o governo fechou na sexta-feira um acordo com os proprietários, uma
família privada japonesa, mas não quis revelar o preço da aquisição.
Segundo a imprensa, o valor da transação seria de 2,05 bilhões de ienes (US$ 26,1 milhões).
A decisão de comprar as ilhas, que formalmente pertencem a integrantes da guarda costeira
japonesa, pretende garantir “a preservação da tranquilidade e estabilidade”, afirmou o porta-
voz.

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Atualidades – Prof. Cássio Albernaz

Este grupo de ilhas sem habitantes, 2 mil km ao sudoeste de Tóquio e 200 km ao nordeste das
costas de Taiwan, que também reivindica o arquipélago, é um dos principais fatores da tensão
entre Japão e China.
O primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, afirmou que o país jamais cederá uma polegada na
disputa territorial com o Japão.
— As ilhas Diaoyu são parte inerente do território da China. Em termos de soberania e território,
o governo e o povo chineses não cederão nenhuma polegada — afirmou, de acordo com a
agência oficial Xinhua.
No sábado, Pequim advertiu mais uma vez, formalmente, a Tóquio que não desistirá da
reivindicação.
Em agosto, ativistas chineses desembarcaram em uma das ilhas e foram rapidamente detidos.
Em seguida foram expulsos.
Poucos dias depois, nacionalistas japoneses chegaram ao mesmo local com uma bandeira do
país.
A ação provocou manifestações antijaponesas em mais de 20 cidades da China.
Tóquio também tem um conflito territorial a respeito de outras ilhas com a Coreia do Sul. As
relações passam por um momento de tensão entre os dois importantes aliados dos Estados
Unidos na região desde uma visita em agosto do presidente sul-coreano, Lee Myung-Bak, às
ilhas Doko, reivindicadas pelo Japão com o nome de Takeshima.
Pelos conflitos, o primeiro-ministro japonês, Yoshihiko Noda, não celebrou nenhum encontro
formal com os representantes chineses e sul-coreanos durante a reunião de cúpula Ásia-
Pacífico (Apec) do fim de semana passado em Vladivostok.

Uganda promulga lei antigay

União Europeia e Nobel Desmond Tutu criticaram decisão


24/02/2014
O presidente de Uganda, Yoweri Museveni, promulgou nesta segunda-feira uma lei que
transforma a homossexualidade em um crime que pode ser punido com prisão perpétua,
ignorando completamente as críticas e pressões ocidentais.
– O presidente Museveni assinou finalmente a lei antigay – afirmou uma porta-voz da
presidência em Entebbe, Sarah Kagingo.
O parlamento ugandense já havia aprovado em 20 de dezembro de 2013 por ampla maioria
uma lei que aumenta consideravelmente a repressão contra os homossexuais e que prevê a
prisão perpétua para reincidentes, considerados culpados de “homossexualidade agravada”.
Segundos os termos da lei, passa a ser proibido qualquer “promoção” da homossexualidade e
obrigatório a denúncia de qualquer pessoa que se identifique como homossexual.

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Os defensores dos direitos humanos e os governos ocidentais, em especial os Estados Unidos,
criticaram duramente a lei, apesar de os trechos mais polêmicos da lei, que previam a pena de
morte em caso de reincidência, relações com menores ou para as pessoas com Aids, finalmente
serem abandonados.
O presidente americano Barack Obama chamou de “passo atrás” a lei, cuja aprovação
“complicaria” a relação entre Uganda e Washington.
Apesar das advertências, o presidente ugandês assegurou que não se deixará impressionar:
– Os estrangeiros não podem nos dar ordens. É o nosso país (...) Eles devem nos apoiar, ou
senão guardar sua ajuda”, declarou, acrescentando que “eu aconselho aos amigos ocidentais
que não façam deste assunto um problema, porque eles têm muito a perder.
– Impor valores sociais de um grupo a nossa sociedade é um imperialismo social – insistiu
Museveni, cujo governo já vem sofrendo críticas por sua corrupção endêmica.
Ele acusou uma parte dos homossexuais de ter feito essa opção sexual “por razões mercenárias”,
enquanto os outros se tornaram assim por uma “mistura inata – de elementos genéticos – e
adquiridos”.
O presidente de Uganda, no poder desde 1986, indicou em um primeiro momento que não
promulgaria a lei, mas finalmente mudou de opinião depois de consultar um grupo de cientistas
que, segundo ele, explicaram que a homossexualidade “não era uma conduta genética”.
Nesta segunda-feira ele também rejeitou o sexo oral, prática que segundo ele é encorajada
pelo mundo ocidental.
– A boca serve para comer, ela não é feita para o sexo. Quero proteger nossos filhos – disse.
Os homossexuais são alvos frequentes de perseguições e agressões, e mesmo assassinato em
Uganda, país homofóbico e amplamente influenciado pela Igrejas evangélicas.
Museveni já havia aprovado no início do mês uma lei antipornografia, proibindo as pessoas de
se vestirem de maneira “provocadora”, os artistas de aparecerem com pouca roupa na televisão
e vigiando a internet.
O Prêmio Nobel da Paz sul-africano Desmond Tutu pediu no domingo a Museveni que não
promulgasse a lei, por considerar que legislar contra o amor entre adultos recorda o nazismo
e o apartheid, e a Anistia Internacional chamou de “uma horrível extensão da homofobia de
Estado” em Uganda.
A chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, declarou temer que esta lei “conduza
Uganda ao passado”.
Em 2011, David Kato, símbolo da luta pelos direitos dos homossexuais em Uganda, foi morto
em sua casa, três meses após seu nome ser divulgado em uma revista junto a outros sob o
título “Prendam-nos”.

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Atualidades – Prof. Cássio Albernaz

Rebeldes planejam ataque a reservas de petróleo do Sudão do Sul

Capital Malakal é o foco principal dos rebeldes


Por Jacey Fortin
16/04/2014

Existem somente quatro balas no rifle que Liep Wiyual pretende usar contra as tropas do
governo nas linhas de frente no Sudão do Sul.
— Quando for lutar, receberei mais balas, ele disse. Para rebeldes como Wiyual, correr nos
campos de batalha para tomar armas e munição do inimigo é uma prática comum.
Wiyual, 22 anos, é ex-recepcionista de hotel de Malakal, Estado do Alto Nilo. Dois de seus
irmãos foram mortos depois que os conflitos irromperam em meados de janeiro. Ao seu redor,
militantes civis da força rebelde conhecida como Exército Branco se preparam para uma nova
ofensiva para conquistar os campos petrolíferos de Paloch, no Alto Nilo, estado ao norte.
Porém, os motivos para Wiyual se juntar à batalha têm pouco a ver com o petróleo ou com a
disputa política entre o ex-vice-presidente Riek Machar e o presidente, Salva Kiir, que explodiu
em violência em 15 de dezembro e rapidamente mergulhou o jovem país numa guerra civil.
— Estamos combatendo o governo que mata pessoas. Não estamos lutando pelo Dr. Riek, disse
Wiyual.
Machar planeja o ataque aos campos petrolíferos em seu esconderijo no Alto Nilo. É um posto
avançado tranquilo, à exceção do gorjeio incessante dos pássaros. O ex-vice-presidente vive
acompanhado de uma pequena equipe de guarda-costas. Ele tem um telefone via satélite e um
tablet num estojo marrom surrado; nas horas de folga Machar lê um exemplar de Por Que as
Nações Fracassam.
Segundo ele, o livro o inspira a refletir se está tomando as decisões corretas, embora considere
Kiir responsável pelo conflito sangrento no Sudão do Sul.
— Acho que um governo que mata o próprio povo perdeu o crédito. A presença de forças leais
a Salva Kiir em Paloch, para comprar mais armas e matar nosso povo, para trazer estrangeiros
para interferir e matar nossa gente, não é aceitável para nós, ele disse.
O major-general Gathoth Gatkuoth, que comanda as tropas formais e civis para Machar no
Estado do Alto Nilo, estimou que os combatentes civis no Exército Branco somavam de 60 mil a
80 mil no Estado, mais 20 mil soldados rebeldes que desertaram do governo.
Ele afirmou que a captura dos campos petrolíferos tiraria a receita do governo, devastando a
capacidade militar governista no Alto Nilo.
O governo controla várias capitais de Estados, incluindo Bor e Bentiu. Porém, como o Alto Nilo
contém os campos de petróleo ainda funcionando no país, sua capital, Malakal, é agora o foco
principal dos rebeldes.
Os combatentes do Exército Branco raramente se encontram diretamente com Machar, cujo
esconderijo é razoavelmente isolado. Em vez disso, os combatentes de Nasir se reportam ao
comandante Hokdor Chuol Diet, homem taciturno vestido com uniforme de campanha e boina
vermelha. O quartel-general fica perto do rio, numa estrutura de concreto em ruínas recoberta
com grafites pretos.

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Os rebeldes enfrentam forças governamentais dez vezes maiores. Por isso, dois fatores são
fundamentais na incomum tática adotada: velocidade e proximidade. Grupos ágeis entram no
campo de batalha, correm na direção do inimigo e o derrotam. Um comentarista sul sudanês
comparou esse violento ataque a uma multidão de formigas famintas.
— Nosso líder é o Dr. Riek Machar. Se o líder não nos dá a ordem de parar, seguimos com os
planos, mas se a liderança afirmar que existe paz e o outro lado respeitar, então paramos, disse
Diet.
Ele hesitou repetidas vezes quando questionado se Machar chegou a ordenar ao Exército
Branco o cumprimento do cessar-fogo assinado na capital etíope, Adis Abeba, em 23 de janeiro,
que foi rapidamente ignorado.
Nhial Tuach Riek, comandante das tropas sentado à esquerda de Diet, ofereceu uma avaliação
muito diferente.
— Não podemos esperar ordens de outra pessoa porque nós sabemos que o governo matou
essa gente. O Dr. Riek não pode nos dar nenhuma ordem porque nós não estamos lutando por
ele.
Diet e seus oficiais se sentaram à sombra de uma árvore, onde um grupo de combatentes
esperava para resolver uma disputa. Dois homens afirmavam ter direito a um rifle que foi tirado
de um soldado do governo morto, e os comandantes do Exército Branco ouviram atentamente
enquanto os dois lados apresentavam sua versão.
Uma civil que buscava a orientação dos líderes da milícia estava sentada do lado de fora do
quartel-general do Exército Branco. A mãe de cinco filhos queria resolver uma briga de casal. O
marido queria ir para a linha de frente, mas ela dizia que precisava dele em casa para ajudar a
alimentar a família.
Para os rebeldes, a participação civil é indispensável. Porém, para as comunidades dos
combatentes, ela é complicada. A temporada de chuvas se aproxima e agora está na hora
de plantar sementes para a futura colheita ou levar o gado para pastagens mais verdes. Os
jovens deixam as mulheres e as crianças para trás para cuidar das propriedades rurais, e grupos
humanitários temem que isso possa levar à fome em questão de meses.
— Estou com raiva porque não temos comida, disse a mulher, que se identificou como Nyadang.
Ela disse não se opor à guerra em si; o irmão dela foi morto em Juba, capital da nação, onde as
tropas do governo estariam envolvidas na prisão e assassinatos de civis. — Seria melhor meu
marido e eu irmos juntos. Estou pronta para lutar por causa do que aconteceu em Juba.
Pessoas como Nyadang são essenciais para o Exército Branco, indo ou não para frente de
batalha. A força diz estar carente de recursos; alimentos e apoio vêm principalmente da
população.
— Não temos nada. Não temos dinheiro. Dependemos exclusivamente dos recursos locais
do nosso povo. É o povo quem está nos ajudando agora, disse Gatkuoth. Apesar das amplas
negociações que aconteceram entre os dois lados, Machar afirma não ter muita esperança
numa resolução pacífica que deixe Kiir no poder.
— Não sei que tipo de acordo pode ser fechado se ele permanecer no poder. Não vejo os
ingredientes para tal acordo. O que estaria envolvido?

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Opositores são presos após protestos na Venezuela

Pelo menos 41 manifestantes, entre eles oito estrangeiros, foram detidos


01/03/2014

Pelo menos 41 manifestantes da oposição, entre eles oito estrangeiros, foram detidos nesta
sexta-feira, depois de enfrentarem com pedradas e coquetéis molotov os militares da Guarda
Nacional que tentavam dispersá-los com gás lacrimogêneo em uma avenida do leste de Caracas,
informou a TV oficial.
“A operação especial da Guarda Nacional em Altamira permitiu a detenção de 41 manifestantes,
dos quais oito são estrangeiros e são procurados por terrorismo internacional”, informou o
canal oficial VTV.
Segundo o Sindicato da Imprensa (SNTP, na sigla em espanhol), a fotógrafa italiana Francesca
Commi, do jornal local “El Nacional”, está entre os detidos. O jornalista americano Andrew
Rosati, colaborador do “Miami Herald”, foi preso e solto cerca de meia hora depois.
As autoridades não confirmaram as detenções, nem divulgaram detalhes sobre os estrangeiros
detidos na Praça Altamira.
As forças da ordem usaram jatos d’água e gás lacrimogêneo nos manifestantes, jovens em
sua maioria e muitos deles encapuzados. Os ativistas instalaram dezenas de barricadas nos
arredores da Praça Altarmira, principal palco dos protestos contra o governo em Caracas.
Opositores radicais convocaram, neste sábado, novos protestos “contra a tortura e a repressão”
na Venezuela

Nigéria diz ter feito acordo para libertação de meninas sequestradas pelo
Boko Haram

17 de outubro de 2014

ABUJA (Reuters) - O governo da Nigéria chegou a um acordo com o grupo militante islâmico


Boko Haram para um cessar-fogo e a libertação de cerca de 200 meninas sequestradas há seis
meses em uma escola na cidade de Chibok, no nordeste do país, disse uma fonte da Presidência
nesta sexta-feira.
“O governo nigeriano chegou a dois acordos com o grupo Boko Haram. Primeiramente, um
acordo de cessar-fogo e, em seguida, a liberação das meninas de Chibok sequestradas”, disse a
fonte à Reuters.

Economistas projetam melhoras nos EUA no segundo trimestre

O consenso entre os especialistas é de um crescimento real anualizado do PIB de 3,3% entre


abril e junho, acima do espetado nas últimas pesquisas.

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09/05/2014

A economia dos Estados Unidos provavelmente irá acelerar neste trimestre, após a recuperação
ganhar força com o fim do rigoroso inverno. Segundo uma pesquisa do Wall Stree Journal,
conduzida com 48 economistas, o consenso é de um crescimento real anualizado do Produto
Interno Bruto (PIB) de 3,3%, entre abril e junho, acima dos 3%, projetados na pesquisa do mês
passado.
Na semana passada, o Departamento do Comércio divulgou um crescimento anual de apenas
0,1% no PIB do primeiro trimestre. Alguns dados de abril, no entanto, parecem confirmar que
a economia está se recuperando, conforme muitos projetaram. Entre os entrevistados pelo
jornal, nove esperam um crescimento anualizado de 4% no segundo trimestre, ou até acima
disso.
Mesmo assim, os EUA não devem recuperar o ritmo perdido durante o primeiro trimestre. As
projeções para 2014 são de aumento de 2,4%, ante 2,7% na pesquisa de abril, em parte por
uma redução nas expectativas para a construção no setor imobiliário. A preocupação reflete
o discurso da presidente do Federal Reserved (Fed, o banco central americano), Janet Yellen,
que alertou nesta semana que a atividade no setor imobiliário tem continuado fraca e merece
atenção.
Para a taxa de desemprego, a estimativa é de um queda para 6,1% até o fim do ano, comparado
a 6,2%, projetado um mês atrás.

Congresso argentino aprova lei para pagar títulos da dívida fora dos EUA

País quer evitar que seja impedido de honrar a dívida antes do fim do prazo de vencimento,
em 30 de setembro
11/09/2014

O Congresso argentino aprovou na madrugada desta quinta-feira uma lei para mudar a sede do
julgamento da dívida do país de Nova York a Buenos Aires, Paris ou onde os credores desejarem,
para evitar um bloqueio judicial de fundos nos Estados Unidos. A iniciativa, votada na semana
passada no Senado, foi aprovada em uma sessão de mais de 17 horas por 134 votos a favor, 99
contra e cinco abstenções.
Com a lei, a Argentina quer evitar que o país seja impedido de honrar a dívida reestruturada —
que chega a quase US$ 200 milhões — antes do fim do novo prazo de vencimento, em 30 de
setembro.
A Argentina ficou em um dilema quando a Justiça americana bloqueou um pagamento da dívida
de US$ 539 milhões. O país foi considerado por agências de classificação em “default seletivo”,
um calote parcial.
O juiz do Distrito Sul de Nova York Thomas Griesa decidiu que a Argentina deveria pagar 100%
dos US$ 1,3 bilhão reclamados pelos fundos especulativos que iniciaram um litígio, que são
chamados por Buenos Aires de “abutres” porque compraram a dívida em default a preços
irrisórios, em forma conjunta ao restante dos credores.

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Atualidades – Prof. Cássio Albernaz

Se o país acatar a decisão, uma cláusula da reestruturação da dívida chamada RUFO (sigla
em inglês) o obrigaria a equiparar os pagamentos com os demais credores, que aceitaram
descontos de até 70% do que deveriam receber, o que totalizaria US$ 120 bilhões, quando as
reservas monetárias do país são inferiores a US$ 30 bilhões.
A sessão especial da Câmara começou depois do meio-dia de quarta-feira e, após discussões
intensas entre os deputados da oposição e do governo, o projeto virou lei com uma votação às
5h40min desta quinta-feira.
Com vaias aos deputados da oposição, dezenas de militantes do movimento jovem do
kirchnerismo acompanharam o debate e foram advertidos diversas vezes para manter a calma
durante a sessão.
O governo usou a maioria no Congresso para aprovar o projeto, enquanto a oposição rejeitava
a iniciativa, ao argumentar que lei não soluciona o problema principal provocado pela decisão
judicial de Griesa.
— É uma lei que pretende defender a autonomia do Estado para este governo e para os
próximos — afirmou o deputado Roberto Feletti, integrante da governista Frente para a Vitória.
A reforma abre novas janelas de locais de pagamento, como Paris ou outro local escolhido pelos
proprietários de bônus, como forma de acabar com o congelamento de fundos determinado
por Griesa ao dinheiro que a Argentina havia depositado no Bank of New York (BoNY) para o
pagamento dos credores que aceitaram a troca da dívida em 2005 e 2010, com importantes
descontos.
Para Martín Losteau, ex-ministro da Economia do governo de Cristina Kirchner e atualmente
deputado de oposição, a “lei não resolve o bloqueio de Griesa” e poderia “detonar uma
interrupção de pagamentos por decisão própria do Congresso”, agravando a atual situação.
AFP

Argentina entra com ação contra EUA na Corte de Haia

Governo acusa Washington de permitir violações à soberania do país de reestruturar a dívida


07/08/2014

Argentina entra com ação contra EUA na Corte de Haia Daniel GARCIA/
AFP
O governo da Argentina apresentou nesta quinta-feira, à Corte Internacional de Haia, uma
ação contra os Estados Unidos (EUA). Comunicado da Presidência Argentina acusa o governo
dos EUA de permitir violações à soberania e às imunidades do país sul-americano no caso dos
fundos especulativos.
No comunicado, o governo de Buenos Aires afirma que os Estados Unidos permitiram a violação
de imunidades que protegem a Argentina ao admitir decisões judiciais que tornaram vulnerável
a determinação soberana da Argentina de reestruturar sua dívida externa.

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Na semana passada, a presidente argentina, Cristina Kirchner, comparou a ação dos fundos
especulativos nos Estados Unidos a “mísseis financeiros que também causam danos” a civis,
como na guerra. Cristina também voltou a ignorar o status de “default”.
– Vivemos em um mundo profundamente injusto e profundamente violento e isso também é
violência. Como na guerra, quando os mísseis são financeiros, também matam e causam danos
a civis – disse a presidente, em um ato na Casa de Governo em Buenos Aires.

Argentina entrou em “default parcial” na semana passada


No dia 30 de julho, venceu o prazo para o pagamento de US$ 539 milhões de bônus. A
presidente argentina reiterou “que a Argentina pagou” o valor. Os fundos não chegaram aos
credores, porém, por causa de uma decisão judicial.
Em função disso, a agência de classificação de risco Standard & Poor’s rebaixou a nota da dívida
argentina para “default seletivo”, que implica o descumprimento de pagamento de uma parte
da dívida. E, na última quinta-feira, em decisão similar, a agência Fitch determinou “default
parcial”.
– A todos os argentinos, quero que fiquem muito tranquilos, porque a Argentina vai utilizar
todos os instrumentos legais que nos dão os nossos próprios contratos firmados com 92,4% dos
credores (os quais aceitaram negociar a dívida) — acrescentou a presidente, em rede nacional.
AFP

Milhares fazem protesto em Madri contra cortes do governo da Espanha

Passeata denuncia a ‘emergência social’ gerada pelo desemprego recorde.


Participantes da Marcha da Dignidade seguirão até o centro da capital.
Da France Presse

Milhares de manifestantes vindos de toda a Espanha, alguns a pé, realizavam uma grande
passeata neste sábado (22) em Madri para denunciar a “emergência social” gerada pelo
desemprego recorde de 26% e os cortes orçamentários do governo.
“A ideia é unir todas as forças em um plano: ou nossas reivindicações são atendidas, ou o
governo terá que arrumar as malas”, ameaçou Diego Cañamero, porta-voz do Sindicato Andaluz
de Trabalhadores, uma das 300 organizações participantes.
Organizados em oito colunas, os participantes da Marcha da Dignidade seguirão até o centro
da capital, após viajarem por mais de um mês, alguns a pé, a partir de Andaluzia, Catalunha,
Astúrias e Extremadura.
Os lemas são “Não ao pagamento da dívida”, “Mais nenhum corte”, “Fora governos do trio” e
“Pão, trabalho e teto para todos e todas”.
Os organizadores anunciaram a mobilização de centenas de ônibus e quatro trens. Autoridades
de Madri mobilizaram 1,7 mil policiais para evitar incidentes.

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Atualidades – Prof. Cássio Albernaz

A austeridade sem precedentes do governo conservador desde a sua posse, no fim de 2011,
para reduzir o déficit e a dívida do país motivou duas greves gerais em 2012, com centenas de
milhares de pessoas nas ruas.
A mobilização perdeu força em seguida, embora estivesse sustentada, principalmente, pelos
setores da educação e saúde, atingidos severamente pelos cortes anunciados em 2012, de 150
bilhões de euros ao longo de três anos.
Apesar de os espanhóis já não sairem às ruas tão maciçamente quanto há dois anos, pesquisas
de opinião mostram que a austeridade é impopular, e que a maior preocupação é com o
desemprego, que atinge mais de um quarto da população economicamente ativa.
“Em 2014, nós nos encontramos em uma situação limite de emergência social, que nos convoca
a dar uma resposta coletiva e maciça dos trabalhadores e da cidadania”, dizem os organizadores
da passeata em seu manifesto.
O texto reclama que as políticas de austeridade beneficiaram apenas os privilegiados, enquanto
“centenas de milhares de famílias ficaram sem casa”.
“Esta é uma crise capitalista sem precedentes, para a qual os governos, que representam
banqueiros e empresários, uns e outros corrompidos até a espinha, não têm proposta alguma
que não seja tirar de nós auxílios, pensões e serviços públicos”, denunciam.

Além da Escócia, outras regiões europeias cultivam tendências separatistas

Catalunha, País Basco, Flandres: várias regiões desejam, em maior ou menor grau, obter
independência ou ao menos mais autonomia. Votação na Escócia pode fortalecer essa chama.
Por Deutsche Welle — publicado 18/09/2014

Escócia
Tendências separatistas jamais tiveram chances reais de se concretizarem. Situação pode
mudar com o referendo escocês
No Leste Europeu, a desintegração da União Soviética e da Iugoslávia resultou na criação de
muitos países. No oeste, entretanto, as fronteiras sempre pareceram estar fixas. É verdade que
houve tendências separatistas, algumas delas violentas, mas essas iniciativas jamais tiveram
chances reais de atingir seus objetivos.
Essa situação poderá mudar em breve, com o referendo sobre a independência da Escócia
marcado para 18 de setembro. Londres já afirmou que respeitará a vontade dos escoceses
de sair do Reino Unido, se assim ficar decidido. Pesquisas indicam que uma vitória do “sim”
é possível. Caso aconteça, ela poderá desencadear uma série de outros movimentos pela
independência no continente.
Escócia: A união entre a Escócia e o Reino Unido, que já dura mais de 300 anos, poderá chegar
ao fim caso a maioria dos escoceses opte pela independência no referendo marcado para 18
de setembro. A pergunta direta a ser respondida com “sim” ou “não” sobre a secessão poderia

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nem ter sido necessária, caso o governo britânico tivesse permitido uma terceira opção,
oferecendo maior autonomia ao país. É bem provável que a maioria dos escoceses optasse por
essa possibilidade.
No entanto, Londres não considerou essa terceira opção, presumindo que a possibilidade
de uma independência total assustaria a maioria dos escoceses. Esse plano pode ir por água
abaixo. Se a maioria optar pelo “sim”, a Europa testemunhará o renascimento de um Estado
escocês já em 24 de março de 2016.
Catalunha: Em nenhuma outra região europeia o “vírus” escocês pela independência poderá
ser mais contagioso do que na Catalunha. Durante a ditadura do general Francisco Franco na
Espanha, de 1936 a 1975, o idioma catalão chegou a ser proibido. Atualmente, a região possui
alto grau de autonomia cultural e política, além de seu próprio parlamento regional.
Mas, para muitos catalães, isso ainda não é suficiente. Eles querem ter seu próprio Estado,
principalmente por razões econômicas. O argumento é que a rica Catalunha estaria sendo
sugada pelo Estado espanhol.
Desde o início da crise econômica, o número de apoiadores da independência catalã aumentou
significativamente. O governo regional em Barcelona almeja a realização de um referendo, nos
mesmos moldes do escocês, em novembro. Mas, ao contrário do governo britânico, Madri não
está disposta a aceitar, o que torna o confronto inevitável.
País Basco: O nacionalismo e o idioma basco também foram oprimidos durante o regime de
Franco. O País Basco se encontra em situação econômica pior do que a Catalunha. Por outro
lado, uma minoria dos nacionalistas bascos exerce militância bem mais ativa. Em 50 anos de
tentativas de separar a região da Espanha, a organização clandestina ETA já causou mais de 800
mortes.
Há três anos, o grupo abdicou formalmente da violência. No entanto, nem os ataques ou as
negociações deixaram o País Basco próximo de realizar um referendo, menos ainda de obter a
independência. Apenas o governo central da Espanha poderia realizar a consulta popular, o que
Madri rejeita, da mesma forma que faz com a Catalunha.
Flandres: Nas mais recentes eleições parlamentares na Bélgica, a Nova Aliança Flamenga,
sob o comando de Bart De Wever, se tornou a maior força política da região de Flandres.
De Wever está convencido de que o Estado belga está, de um jeito ou de outro, fadado ao
desaparecimento e almeja iniciar negociações para a independência de Flandres.
O separatismo flamengo é um caso à parte. A Bélgica é composta por essa região, cujo idioma é
o holandês; pela Valônia, que é de idioma francês e inclui uma comunidade de língua alemã; e
por Bruxelas, oficialmente bilíngue.
Com a secessão de Flandres, a Bélgica perderia mais da metade de sua população e de seu
poder econômico. Não sobraria muito do país. Um ponto controverso, nesse caso, é o papel
de Bruxelas, sede da União Europeia e da Otan. Também é incerto o que poderia acontecer
com a Valônia. Já houve rumores de que a região poderia aderir à França, Luxemburgo ou até à
Alemanha. Apesar de tudo, os belgas conseguiram até hoje manter sua unidade intacta.
“Padania”: O movimento separatista do norte da Itália tem apenas uma motivação. A região,
que conta com as províncias da Lombardia, Aosta, Piemonte, Ligúria, Veneza e Emília Romana,

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Atualidades – Prof. Cássio Albernaz

gera boa parte do PIB italiano com suas empresas, indústrias e bancos. Alguns afirmam que a
Itália central e do sul desperdiça o dinheiro que se ganha tão arduamente no norte do país.
Nos anos 1990, o partido Lega Nord chegou a clamar pela secessão total da região que eles
próprios denominaram de “Padania”, nome derivado da planíce padana do vale do rio Pó. Nos
dias de hoje, a Lega Nord está mais moderada. No momento, o grupo pede apenas que o norte
possa reter três quartos do dinheiro gerado, em vez de transferi-lo primeiramente a Roma.
Córsega: Por muito tempo, o governo francês tentou apagar o idioma corso da vida pública
e das escolas da ilha. As tentativas de conquista da autonomia sempre foram combatidas.
Organizações militantes, principalmente o FLNC, tentaram por anos se libertar da França através
da violência, atacando símbolos do Estado francês e casas de veraneio de cidadãos franceses
continentais.
Neste ano, o FLNC anunciou que abriu mão da violência. Ainda assim, o potencial explosivo
permanece. Em 2000, propostas de autonomia da ilha, durante o governo do socialista
Lionel Jospin, enfureceram a oposição conservadora. Esta argumenta que, se a autonomia
for concedida, outras regiões, como a Bretanha e a Alsácia, também poderiam exigir suas
independências.
Tradicionalmente, Paris tem pouco respeito por idiomas regionais, uma vez que os políticos os
consideram perigosos para a unidade do país.
Tirol do Sul: No caso do Tirol do Sul, prevalecem os fatores culturais e econômicos. A
região pertencia ao Império Austro-Húngaro até o fim da Primeira Guerra Mundial, sendo,
posteriormente, anexada à Itália. A língua majoritária é o alemão.
Após um período de “italianização” durante o regime de Benito Mussolini, o Tirol do Sul pôde
conquistar maior autonomia política e linguística somente após a Segunda Guerra Mundial. A
região, muito rica, tem permissão para reter grande parte de sua própria renda.
Por muito tempo, os cidadãos locais pareciam satisfeitos. Mas a crise da dívida nacional acendeu
uma nova chama no movimento separatista. Após a Grécia, a Itália é o país mais endividado
da zona do euro. Muitos sul-tiroleses que gozam de boa situação financeira preferem não ter
nada que ver com os problemas italianos. Por esse motivo, cada vez mais pessoas almejam a
separação de Roma.
Baviera: Poucos na Baviera levam a sério a fundação de um Estado próprio. A região, em seu
nome oficial, já é chamada de “Freistaat Bayern”, ou seja, Estado Livre da Baviera. O estado mais
ao sul da Alemanha poderia sobreviver por conta própria, sendo o maior do país, com mais de
13 milhões de habitantes. A população bávara supera a de países como Suécia e Portugal. Além
disso, o estado tem o melhor desempenho econômico do país.
Se o desejo por mais autonomia na Baviera emergir, será em razão do acordo financeiro que
estipula que os estados mais ricos do país devem ajudar os mais pobres. Os bávaros gostariam
de repassar menos dinheiro aos outros.
Há, de fato, separatistas bávaros. O político conservador Wilfred Scharnagel, da União Social
Cristã (CSU) – partido que compõe a coalizão de governo da chanceler federal Angela Merkel
– pede a separação da região do resto do país em seu livro Bayern kann es auch allein (“A
Baviera também consegue sozinha”, em tradução livre), de 2012. Mas, até o momento, não
surgiu nenhum movimento separatista relevante.

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Espanha ameaça bloquear votação separatista da Catalunha

A Espanha disse que vai usar “toda a força da lei” para bloquear um referendo sobre a
independência da Catalunha, incluindo a suspensão da autoridade do governo regional se
necessário.
O alerta do ministro de Relações Exteriores espanhol, José Manuel García-Margallo, foi um
dos mais fortes emitidos pelo governo de Madri contra a proposta de votação no dia 9 de
novembro na rica região industrial. O anúncio foi feito enquanto os líderes catalães debatiam
um plano alternativo, no caso de a votação ser proibida. A opção seria realizar uma eleição
antecipada para o parlamento regional que poderia testar o apoio dos partidos políticos pró-
independência.
García-Margallo afirmou que a Catalunha não pode tomar uma decisão unilateralmente que
afetaria o país como um todo. “Todo e qualquer espanhol é dono de todo e qualquer centímetro
quadrado do país”, declarou.
O ministro falou dois dias antes do referendo de independência na Escócia, cuja força da
campanha pró-independência está encorajando separatistas na Catalunha e incomodando o
governo espanhol. Pesquisas indicam que a disputa escocesa está apertada, levando o governo
em Londres a oferecer aos separatistas concessões que permitam mais poder nas decisões.
Para García-Margallo, um voto de independência na Escócia seria péssimo e “um precedente
para balcanização, o que vai contra o processo de união”. Ele acrescentou que “honestamente,
penso que (a independência) é ruim para a Escócia, para o Reino Unido e para a União Europeia”.
Em discurso no parlamento da Catalunha, o presidente regional Artur Mas disse não estar
abalado com o comentário do ministro. “Eles não devem pensar que com isso vão parar o curso
da história”, declarou.
Um porta-voz da coalizão de Convergência e União de Mas questionou retoricamente se Madri
estava pronta para processar 1,8 milhão de catalães, em referência ao número estimado de
pessoas favoráveis ao referendo que participaram de uma manifestação em Barcelona na
última quinta-feira. Fonte: Dow Jones Newswires.

Crise na Argentina: um país contra os “abutres”

Rejeição à dívida histórica, que remete a um passado que os argentinos repudiam, coloca o
país ao lado de Cristina Kirchner
28/06/2014

Basta você ter dado uma volta por Buenos Aires ou visitado os argentinos em Porto Alegre
na semana passada. Ao compartilhar um mate e assuntar sobre política, sobressaem amargas
convicções. Os dois episódios da História que eles mais abominam são, nesta ordem: 1) o regime
militar (1976-1983), que deixou 30 mil mortos desde antes do golpe em si, com o advento da
Triple A sob os auspícios do “brujo” López Rega em 1974; 2) a década em que o presidente
Carlos Menem (1989-1999) lançou o Plano de Conversibilidade, pelo qual a lei impunha que

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um peso valia um dólar à custa da dívida projetada geometricamente — ressalve-se que há


quem se empanturrou com pizza e champanhe e sinta saudade disso.
Pois o kirchnerismo, que assumiu o país em 2003 com Néstor Kirchner e que segue no poder
com sua mulher, Cristina, tem, entre notórios equívocos, méritos que o mais empedernido
opositor reconhece. Não deu trégua a repressores e negociou a dívida com os credores para
livrar o país do calote, em 2005 e 2010, ensaiando a volta ao cenário internacional. Dívida,
aliás, que muitos consideram turbinada já na ditadura.

Contexto dificulta uma ajuda externa


Daí se entende por que os argentinos, mesmo vociferando que dívidas devem ser pagas, fazem
coro pela negociação. Sem isso, acreditam, o destino do país é o calote. Mas, como não existe
falência de uma nação, a primeira ideia é a de que a ajuda chegará. Aí, pensam: de onde?
O Brasil, com a presidente envolvida numa eleição renhida, aplicaria dinheiro em outro país?
Difícil. A Venezuela, dependente do petróleo em baixa e em meio ao desabastecimento de um
terço da cesta básica? Inviável. Os Estados Unidos, preocupados com o Iraque? Improvável.
Pesquisa do instituto Ibarómetro mostra: 55% dos argentinos estão irados com a decisão
da Justiça americana que deu razão aos “abutres” e ao chamado “capitalismo de rapina”. É
evidente que os 93% dos credores que aceitaram um acordo com o governo em 2005 e 2010
não o fizeram por caridade. Divisavam ganhos polpudos. Aliás, esses fundos especulativos
compram títulos com desconto porque sabem do risco. Certamente, com ou sem acordo, saem
ganhando.
Quem são os 7% que não abrem mão de receber 100% da dívida, situação com potencial
para inviabilizar a Argentina? São os chamados “fundos abutres”, que compraram dívidas não
honradas por preços baixos, para depois cobrar o valor integral. No dia 16, um grupo venceu
disputa com o governo na Suprema Corte dos EUA. Pela decisão, a Argentina tem de pagar o
valor integral, juros e multas. Estrago de US$ 1,3 bilhão. Mas pode ser pior. Na negociação com
os credores que aderiram à renegociação, ficou estabelecido, contratualmente: se fosse pago
valor maior a alguém até o final do ano, seria estendido aos que negociaram. E a decisão da
Justiça americana pode se estender a quem topou receber em valores menores, lá em 2005 e
2010. Isso elevaria o desembolso a ser feito pela Argentina a US$ 15 bilhões, algo que esvazia o
cofre das reservas em moeda estrangeira, de US$ 28 bilhões.

Prazo vence nesta segunda-feira


A armadilha tem de ser desativada até esta segunda-feira. É quando vence parcela das dívidas
reestruturadas com 93% dos credores e também o prazo para pagar os “abutres”. Na quinta-
feira, a Argentina depositou cerca de
US$ 1 bilhão para honrar o pagamento aos credores que aceitaram a renegociação. No dia
seguinte, estava criado o impasse: o juiz Thomas Griesa declarou o pagamento “ilegal” e exigiu
quitação da pendência com os “holdouts” (que não aderiram, os “abutres”).
— A reação governamental manteve a estratégia tradicional: rejeita negociar com os “abutres”
e desqualifica a Justiça americana. O discurso busca inflamar paixões nacionalistas, é pátria ou

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abutres. Muitos já comparam com a Guerra das Malvinas — diz o historiador argentino Carlos
Malamud.
A oposição, seja a direita de Mauricio Macri (prefeito de Buenos Aires) ou a esquerda do
cineasta Fernando Solanas, dá respaldo ao governo. Os motivos são de lógica, uma vez que
a dívida não nasceu agora. E de ordem prática: em 2015, haverá eleições presidenciais, com
favoritismo da oposição. Cristina não conseguiu aprovar a segunda reeleição e, centralizadora,
tolheu outros líderes. Caberá a um opositor segurar a onda do país depenado. É a voz do povo
e do dinheiro. A opção que surge para empurrar a situação até dezembro é uma triangulação
com os “holdouts”. Bancos comprariam novos bônus argentino. Os “benfeitores” escalados
para a tarefa altamente rentável (o percentual sobre a operação seria altíssimo). Dois deles são
o Goldman Sachs e o Bank of America Merril Lynch.

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Atualidades

AULA 02

CLIPPING DE NOTÍCIAS

PT agradece arrecadação de ‘vaquinha’ para mensaleiros presos


O Globo - 28/01/2014

Após a primeira reunião da nova Executiva Nacional, o PT soltou nota oficial no fim da tarde
desta segunda-feira para, entre outros assuntos, agradecer a ajuda de correlegionários para
arrecadar recursos para pagamento das dívidas dos petistas envolvidos no escândalo do
mensalão.
O ex-presidente do partido, José Genoino, foi o primeiro a ser beneficiado pela rede de
solidariedade. Conseguiu pouco mais de R$ 700 mil, cerca de R$ 60 mil do que havia sido
estipulado como sua multa. A arrecadação também beneficiaria o ex-tesoureiro Delúbio Soares
e o ex-ministro José Dirceu, ambos presos no Presídio da Papuda, em Brasília. Genoino está em
prisão dominiciliar, na casa de uma filha.
Ainda na reunião, o PT informou que precisa abrir mais diálogo com as pautas das ruas
(manifestações). A direção do partido anunciou também que vai aproveitar o aniversário de
34 anos do partido, no próximo dia 10, em São Paulo, para lançar oficialmente a candidatura à
reeleição da presidente Dilma Rousseff.
Sobre a polêmica envolvendo a participação de petistas no governo de Sérgio Cabral, o
presidente do partido, Rui Falcão, foi enfático:
- Não há crise, o PMDB é nosso aliado nacional. A disputa entre nossas candidaturas lá vai se
dar em termos políticos - disse.
Delúbio já arrecadou R$ 242 mil
Em seis dias, a campanha para arrecadar recursos para pagar a multa do ex-tesoureiro do PT
Delúbio Soares já conseguiu mais da metade do valor que deve ser pago. Nesta segunda-feira,
o site da campanha diz que já foram depositados R$ 242.421,37. O petista condenado no
mensalão foi punido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) com multa de R$ 466.888,90, após
correção monetária dos valores.
A arrecadação de doações foi criada, segundo informa o site, por “companheiros e
companheiras” de Delúbio na quarta-feira passada. Em menos de 24 horas, já tinham sido
arrecadados R$ 30,6 mil.

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O texto de apresentação do site “Solidariedade a Delúbio” afirma que julgamento do mensalão
foi “o mais violento processo judicial de exceção de toda nossa história”, promovido por “forças
do atraso, derrotadas nas eleições do presidente Lula e da presidenta Dilma”.
Para doar, o site indica uma conta poupança na Caixa Econômica Federal, em nome de Delúbio.
Em quatro passos – mesmo processo que apontava o site de Genoino – o site indica que o
doador deposite o valor na conta, em um depósito identificado, e envie o comprovante do
depósito para o e-mail do site. A página destaca que o doador deve incluir a doação em seu
imposto de renda e ainda reforça que verifique leis de tributação de doação, que variam em
cada estado.
A página é um site pessoal sem ferramenta de pagamento online – mesmo modelo adotado pela
família do ex-deputado José Genoino para captar recursos. A família de Genoíno conseguiu, em
dez dias, R$ 761.962,60. São R$ 94.448,68 a mais do que o valor necessário para arcar com a
multa definida pelo STF.
Parte do valor doado a Genoino poderá ajudar outros petistas a pagarem a multa definida no
julgamento do mensalão. Após alcançar o valor, a família de Genoino divulgou texto indicando
que o valor restante poderia ser repassado a outros petistas condenados no processo.
“Assim, não temos ainda um cálculo preciso do valor que restará após toda esta tramitação,
mas com certeza daremos continuidade a essa corrente de solidariedade aos companheiros
condenados injustamente na ação penal 470”, afirma o texto publicado no site, assinado pela
mulher de Genoíno e pelos filhos.

A função do Bolsa Família


O Globo - 13/01/2014

Em dez anos de existência, o Bolsa Família tornou-se o maior programa de distribuição de


renda do mundo. Tem resultados reconhecidos mundialmente, ao atender quase 50 milhões
de brasileiros. Os benefícios imediatos — transferência direta de renda a 13,8 milhões de
famílias — permitiram ao país reduzir a extrema pobreza e garantir cidadania à população mais
vulnerável, com ganhos inclusive na economia, por estimular o mercado interno.
O programa conseguiu, entre outras conquistas, varrer políticas clientelistas seculares.
Curiosamente, quem criticava antes e agora tenta defender o programa, como integrantes do
PSDB, impõe condições que significam a perda dos benefícios. O senador Aécio Neves (PSDB-
MG), por exemplo, propõe integrar o programa à Lei Orgânica de Assistência Social (Loas),
enfraquecendo-o ao restringi-lo à área da assistência social.
O Bolsa Família é muito mais que assistência social. Estimula o exercício dos direitos também
em educação e saúde. Ficam nítidas, assim, não só as diferenças entre PT e PSDB, mas entre
neoliberais e progressistas, sobre o que é um programa de transferência de renda.
Não dá para voltar ao passado. O Bolsa Família já é um programa de Estado, que beneficia
famílias em situação de pobreza ou extrema pobreza, e está integrado a um projeto maior, o
Plano Brasil Sem Miséria. Esse programa tem foco numa faixa da população composta por cerca
de 16 milhões de brasileiros com renda per capita inferior a R$ 70 mensais. O Bolsa Família
amplia, sobretudo, o acesso à educação, a melhor ferramenta para enfrentar a pobreza.

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Atualidades – Prof. Cássio Albernaz

É um programa elogiado por órgãos como a ONU, Banco Mundial e FMI, e replicado em várias
partes do mundo. Mesmo assim, há os “especialistas” em pessimismo que insistem em detonar
a iniciativa revolucionária do governo do PT e aliados, tachando-a de bolsa esmola.
Nada mais distante da realidade. Dados oficiais mostram que 70% dos beneficiários adultos são
trabalhadores, e os estudantes que participam do programa têm média de aprovação quase
5% maior que a média nacional, que é de 75%, além de ter um índice menor de abandono dos
estudos: 7,2% entre os alunos do Bolsa Família, contra 10,8% da média nacional. E há portas
de saída: 1,6 milhão de famílias beneficiadas pelo Bolsa Família deixaram espontaneamente o
programa. Uma das saídas é o Pronatec Brasil sem Miséria. Dos 8 milhões de matrículas, foram
reservadas 1 milhão aos mais pobres, do Bolsa Família.
São várias as contrapartidas que os beneficiários apresentam. Essas condicionalidades
reforçam o acesso a direitos sociais básicos nas áreas de educação, saúde e assistência social;
e as ações e programas complementares objetivam o desenvolvimento das famílias, de modo
que os beneficiários consigam superar a situação em que se encontram. O Bolsa Família é um
programa vitorioso, que ninguém nos tira mais.

Realismo diante da Copa do Mundo


O Globo - 08/01/2014

Os estádios deverão estar prontos para receber os jogos, enquanto os problemas ocorrerão
pela falta de investimentos em infraestrutura, como em aeroportos.
O relacionamento entre autoridades brasileiras e a cúpula da Fifa nunca chegou a ser risonho
em torno do projeto da Copa. Escolhido o país, há sete anos, para sediar pela segunda vez o
torneio — a primeira, em 1950 —, é certo que houve uma demora para o início dos trabalhos.
Apenas em 2010 instalou-se o comitê de organização do evento.
Não seria um problema se o poder público, em todos os níveis, fosse um exemplar gerenciador
de obras. É bem o contrário, sabe-se. Portanto, cartolas da Fifa — o suíço Joseph Blatter, o
primeiro deles, e o francês Jerome Valcker — têm motivos para reclamar de atrasos, embora
não contribua em nada para a boa convivência entre a entidade e países-anfitriões a conhecida
arrogância com que a federação internacional de futebol conduz seus interesses pelo mundo
afora.
Nos últimos dias, Blatter se chocou com a própria Dilma, ao afirmar que a Copa brasileira seria
a mais atrasada, à esta altura do calendário, desde sua chegada à Fifa, em 1975. Logo recebeu
uma resposta presidencial via twitter, com a garantia de que a deste ano será a “Copa das
Copas”.
Exagero de ambos os lados. Desconte-se, ainda, que o relacionamento pessoal entre os dois
seria acidentado, a ponto de Blatter ter reclamado da presidente ao técnico Luís Felipe Scolari,
segundo o jornal “O Estado de S.Paulo”.
A seis meses do efetivo pontapé inicial, configura-se um quadro previsto já há muito tempo:
estádios prontos, ou pelo menos em condições de receber jogos; o entorno de infraestrutura
com precariedades e, num plano mais amplo, legados para as cidades-sede parcos ou
inexistentes, a depender do caso.

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Dos 12 estádios, faltam concluir seis, que não cumpriram a data-limite da Fifa, 31 de dezembro:
São Paulo, Manaus, Natal, Cuiabá, Curitiba e Porto Alegre. Mas a previsão é que eles sejam
entregues, paulatinamente, até abril. Nada desastroso, portanto. Não há mais solução possível
e definitiva para as dificuldades que existirão, por exemplo, nos aeroportos, cujas obras são
vítima dos atrasos nas licitações provocados pela resistência ideológica dentro da máquina
pública à cessão de terminais ao setor privado. O resultado está no Portal da Transparência,
do governo, em que o balanço dos investimentos em aeroportos é o seguinte: do total previsto
de R$ 6,7 bilhões a serem investidos, apenas R$ 1,7 bilhão (25,3%) havia sido contratado e só
R$ 900 milhões (13,4%), gastos. O retrato não muda — até piora, em certas cidades —, ao se
verificar o andamento de projetos de mobilidade relacionados ao torneio.
Então, não há por que temer um retumbante fracasso, mas, infelizmente, além de estádios,
pouco ficará para a população, quando o circo da Fifa for desarmado — com a exceção do Rio,
em que há projetos em curso para as Olimpíadas de 2016. É exigir demais da capacidade de o
Estado executar projetos. Ele é bom em pagar salários, aposentadorias, etc. E na cobrança de
impostos e similares.

A plenitude da Ficha Limpa


Correio Braziliense - 02/01/2014

A Lei da Ficha Limpa vai completar quatro anos em 2014, quando, pela primeira vez, terá
plena efetividade em uma eleição geral. Cercada de polêmicas e controvérsias quando criada,
a legislação representa, agora, a proibição da candidatura de políticos que tenham sido
condenados por órgão colegiado em processos criminais ou por improbidade administrativa,
e daqueles que renunciaram ao cargo eletivo para escapar da cassação. Juristas ouvidos pelo
Correio asseguram que não haverá brecha para os chamados fichas sujas nas eleições de
outubro.
Fundador do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), o juiz Márlon Reis alerta
que os partidos e os candidatos que tentarem driblar a norma, diferentemente de 2010,
sairão frustrados das próximas eleições. Há quatro anos, dezenas de postulantes a cargos
legislativos concorreram em situação sub judice, quando o registro não é concedido pela Justiça
Eleitoral, mas o candidato insiste em disputar, mesmo sabendo que os votos poderão não ser
contabilizados para efeito de resultado.
Em 2010, os senadores Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), Jader Barbalho (PMDB-PA) e João
Capiberibe (PSB-AP) foram barrados com base na Lei da Ficha Limpa. Nas urnas, os três
conquistaram votos suficientes para serem eleitos, mas não foram diplomados porque os
registros das respectivas candidaturas haviam sido rejeitados. Eles tomaram posse no ano
seguinte, graças a uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de que a legislação não
poderia ter sido aplicada naquele pleito, uma vez que a norma foi criada menos de um ano
antes da eleição. O artigo 16 da Constituição estabelece que as leis que alteram o processo
eleitoral só têm validade um ano depois de sua vigência.
Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro do STF Marco Aurélio Mello observa
que o Supremo nem sequer chegou a analisar se os políticos anteriormente mencionados
estavam ou não elegíveis. "O Jader Barbalho, por exemplo, foi salvo pelo gongo, pelo artigo
16. Mas o tribunal não proclamou a inaplicabilidade da Lei da Ficha Limpa. Proclamou apenas

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que ela não se aplica às eleições de 2010, mas, à rigor, ele está exercendo o mandato com
a condição de inelegível, porque o Supremo concluiu que a lei se aplica a atos e a fatos
pretéritos", destacou o magistrado, lembrando que, em fevereiro de 2012, o STF declarou a
constitucionalidade da lei.

Poucos aventureiros
Márlon Reis considera que, este ano, poucos vão se aventurar a desafiar a Justiça Eleitoral, pois,
segundo ele, as chances de sucesso em um eventual recurso serão praticamente nulas. "Nas
eleições de 2014, a Lei da Ficha Limpa vai atingir um grande número de pessoas. Os fichas sujas
que se candidatarem serão apenas aqueles que desafiam o sistema, o que é um desserviço que
os partidos prestam ao eleitor e a eles próprios. Mas esse número deve ser pequeno, pois a
maior parte dos atingidos são aqueles que nem tentam (se candidatar)", sintetizou o juiz, que
atua na Comarca de Imperatriz, interior do Maranhão.
Ele observou que a Ficha Limpa foi "plenamente aplicada" às eleições municipais de 2012,
mas, na ocasião, ainda havia muitas dúvidas. As brechas em relação à lei embaralharam o jogo
eleitoral e prejudicaram inúmeros municípios do país, que até hoje enfrentam mudanças na
chefia do Executivo por conta de pendências de candidatos na Justiça Eleitoral. "Há algumas
semanas, foi tirado o mandato do prefeito de Barra do Garças (MT), ainda relacionado à Lei da
Ficha Limpa. A culpa é dele próprio e do partido que indica o nome de um candidato inelegível",
afirmou. Reis se referiu a Roberto Ângelo Farias (PP), condenado pelo TSE por abuso de poder
econômico e uso indevido dos meios de comunicação quando candidato a deputado federal
nas eleições de 2010.
O ministro Henrique Neves, do TSE, resume a situação da Lei da Ficha Limpa. "Em 2010, havia
uma dúvida sobre a aplicabilidade da lei. No ano seguinte, o Supremo considerou que não seria
aplicável pela regra da anualidade. A Ficha Limpa já valeu de fato em 2012, mas surgiram dúvidas
por ter sido a primeira vez em que foi aplicada. Já em 2014, ela se aplicará integralmente sem
que pairem dúvidas sobre as hipóteses de inelegibilidade", disse.

Contas rejeitadas
Uma das controvérsias da lei que poderá perdurar durante a campanha de 2014 é a dúvida
quanto à aplicação da Ficha Limpa no caso de gestores que tiveram as contas de suas gestões
rejeitadas por tribunais de contas. O TSE já interpretou que políticos nessa situação ficam
inelegíveis, como também já considerou que somente o Legislativo tem o poder de rejeitar
contas. Segundo Henrique Neves, quando se trata de contas anuais do governo, o entendimento
é de que a palavra final é do parlamento, enquanto em relação às contas de convênios, basta
uma decisão do Tribunal de Contas.
No entanto, diante das constantes mudanças na composição do tribunal, há uma dúvida quanto
à interpretação que os ministros do TSE darão ao trecho da lei que trata da inelegibilidade
decorrente da rejeição de contas. "O que a gente observa é que a jurispridência do TSE ainda é
vacilante sobre alguns entendimentos que se alteraram durante a própria eleição municipal",
disse a advogada eleitoral Maria Cláudia Bucchianeri.

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"Os fichas sujas que se candidatarem serão apenas aqueles que desafiam o sistema, um
desserviço que os partidos prestam ao eleitor e a eles próprios" Márlon Reis, juiz e coordenador
do MCCE

Iniciativa popular
Fruto de um projeto de iniciativa popular que reuniu mais de 1,6 milhão de assinaturas, a Lei
da Ficha Limpa foi aprovada na Câmara em 5 de maio de 2010, votada no Senado no dia 19
daquele mês e sancionada pelo então presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, em junho. Poucos
dias depois, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu que a regra poderia ser aplicada nas
eleições daquele ano. O autor do primeiro recurso contra a legislação foi ex-governador do
Distrito Federal Joaquim Roriz (PSC). O julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) ficou
empatado e acabou suspenso sem a proclamação de um resultado.
Roriz então desistiu de se candidatar ao Governo do DF, indicando a mulher, Weslian, para
concorrer. Somente em março de 2011, após dezenas de candidaturas serem barradas, o
Supremo estabeleceu que a legislação não poderia ter entrado em vigor no pleito de 2010.
Já em 2012, o STF julgou uma ação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que pedia que a
regra fosse declarada válida. Os ministros definiram que a Lei da Ficha Limpa é constitucional
e que atinge renúncias ou condenações anteriores à data em que a norma foi publicada. (DA)

Desemprego recua e fecha 2013 em 5,4%, segundo IBGE


O Globo - 30/01/2014

O desemprego nas seis maiores regiões metropolitanas do país terminou o ano passado em
5,4% abaixo dos 5,5% registrados em 2012, mostrou a Pesquisa Mensal de Emprego (PME)
divulgada nesta quinta-feira pelo IBGE. Em dezembro, o indicador recuou para 4,3%, a taxa mais
baixa da série histórica da pesquisa iniciada em 2002. Antes, o menor nível de desemprego, de
4,6%, havia sido registrado em novembro de 2013 e em dezembro de 2012.
Em 2013, os desocupados somaram, em média, 1,3 milhão de pessoas, 0,1% a menos que em
2012, ou menos 20 mil pessoas. Em dezembro, o número ficou em 1,1 milhão, queda de 6,2%
em relação a novembro, o equivalente a 70 mil pessoas em busca de trabalho sem conseguir.
Já a população ocupada avançou 0,7% em relação a 2012, para 23,1 milhões de pessoas. Em
dezembro, o contingente ficou em 23,3 milhões, estável nas comparações com o mês anterior
e com dezembro de 2012.
A taxa média de desemprego nacional só será conhecida quando sair o resultado da Pnad
contínua, que pesquisa o mercado de trabalho em 3.500 municípios de todo o país.
O primeiro resultado desta pesquisa mostrou que o desemprego no segundo trimestre do ano
ficou em 7,4%, índice superior aos 5,9% registrados nas seis regiões metropolitanas analisadas
pela PME (Rio de Janeiro, São Paulo, Recife, Porto Alegre, Belo Horizonte e Salvador). De acordo
com a Pnad, em 2012 a taxa média de desemprego do país foi de 6,2%.

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Já a renda dos trabalhadores aumentou e encerrou o ano em R$ 1.929,03, aumento de 1,8%


em relação a 2012 (R$ 1.894,03). Na passagem de novembro para dezembro houve queda de
0,7%, depois de um ganho de 2% no mês de novembro.

Mantega: ‘Combate à inflação é prioridade’


O Globo - 24/01/2014
Suíça - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem no Fórum Econômico Mundial, em
Davos, na Suíça, que a inflação não preocupa, embora seu controle seja uma prioridade para
o governo brasileiro. Ao comentar a ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom),
do Banco Central (BC) - que elevou na semana passada a taxa básica de juros (Selic) em meio
ponto percentual, para 10,5% -, o ministro se mostrou confiante, ressaltando que “o Brasil tem
controlado a inflação nos últimos dez anos” e a mantido dentro da meta.
- Não vi a ata do Copom. Mas o IPCA-15 (índice que apresenta uma prévia do IPCA, indicador
oficial de inflação) está abaixo das expectativas do mercado - disse Mantega. - O combate à
inflação continuará sendo uma prioridade do governo. Sempre.
Indagado se o governo pretende aumentar a meta do superávit primário para este ano, o
ministro afirmou que em fevereiro o governo poderá dizer “com mais precisão” qual será a
meta.

Aposta agora em investimentos


Em um debate no fórum, Mantega reclamou da falta de crédito para estimular a economia
e responsabilizou a crise mundial pela desaceleração no Brasil e em outros emergentes. Ele
rebateu a afirmação do presidente do fórum, o empresário Klaus Schwab, de que o Brics (
Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) está em declínio ou em “crise de meia-idade”:
- Não acredito que há uma crise da meia-idade do Brics. O que há é uma crise mundial que
afetou o Brics.
Mantega reconheceu que é preciso que os países Brics revejam o modelo do crescimento. E
assegurou que o Brasil está fazendo isso, ao estimular o investimento com um programa da
ordem de US$ 250 bilhões, excluindo o que será investido em petróleo e gás. Ele também
destacou o avanço social no país:
- O Brasil fez uma grande inclusão social, expandiu a classe média. Temos o quarto maior
mercado de carros. Mas para ativar este mercado está faltando crédito, que está escasso. É por
isso que o governo está estimulando o investimento no Brasil.
Uma pesquisa com mil executivos feita pela Accenture e divulgada em Davos revelou que 60%
das empresas pretendem realocar para outros mercados os investimentos realizados nos países
do Brics. Mantega, no entanto, mostrou-se otimista, prevendo que o comércio mundial poderá
crescer entre 4% e 5%, puxado pela recuperação econômica dos países ricos. Ele disse que
uma eventual desvalorização do real não deverá afetar as empresas brasileiras que contraíram
dívida no exterior:
- As empresas brasileiras aprenderam a lição em 2008 e todas elas estão hedgiadas (protegidas)
para eventuais flutuações da taxa cambial.

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Em meio à elite econômica e política, também era possível vislumbrar celebridades, como o
cantor Bono, do U2. No encontro para divulgar sua ONG Red, que combate a Aids, ele participou
de um jantar com empresários irlandeses e o premier Enda Kenny. No fórum, houve ainda
protestos contra a petrolífera russa Gazprom e a têxtil Gap, que receberam o “prêmio vergonha
2014”.

Entenda por que a inflação preocupa no Brasil


10 abril 2013/Agência Brasil

Inflação subiu 0,47% em março e estourou teto da meta em 12 meses


Os recentes sinais de crescimento acelerado da inflação – que nos últimos 12 meses já
acumula alta de 6,59%, acima do teto da meta, segundo o IBGE - não tem afetado apenas o
bolso dos brasileiros, como também preocupado economistas, que criticam a forma como o
governo vem lidando com o aumento generalizado dos preços.
Para especialistas ouvidos pela BBC Brasil, o país vive, atualmente, o "pior dos mundos", com
crescimento baixo e inflação em alta.
Eles avaliam que, para eliminar os dois problemas, o Brasil precisará de um "forte ajuste".
Leia mais na BBC Brasil: Inflação em alta muda cotidiano dos brasileiros
Para explicar por que a inflação voltou a ser o centro das atenções na agenda econômica
brasileira, a BBC Brasil preparou uma lista de perguntas e respostas.

Por que a inflação voltou a preocupar?


A inflação é um velho inimigo da economia brasileira. Depois de anos de hiperinflação, após a
adoção do Plano Real, em 1994, a taxa anual caiu de forma significativa.
Em junho daquele ano, quando a nova moeda foi lançada, a taxa mensal foi de 47,43%. No mês
seguinte, caiu para 6,84%, posteriormente, em setembro, para 1,53%.
Hoje em dia, o Brasil trabalha com um sistema de metas de inflação anual. O centro da meta
para 2013, estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional, é de 4,5% , mas o BC admite, ainda
dentro da meta, uma variação de dois pontos percentuais para cima e para baixo.
Nos últimos 12 meses encerrados em março, segundo os dados divulgados pelo IBGE nesta
quarta-feira, a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA) acumulou alta de 6,59%, estourando o teto da meta.
Foi a primeira vez que isso ocorreu desde novembro de 2011, quando o aumento em igual
período foi de 6,64%.
A alta do índice em março já era prevista por analistas, mas contribuiu para aumentar os
temores de que a estratégia adotada pelo governo para combater a inflação esteja sendo
ineficiente e as autoridades estejam evitando tomar medidas "mais duras" nesse sentido, como
uma eventual subida dos juros.

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O aumento também torna mais distante o objetivo de manter a inflação em 2013 mais próxima
do centro da meta.
Em 2010, a taxa foi de 6,5% e, no ano passado, de 5,84%.
O BC prevê, no entanto, segundo seu último relatório trimestral, que a inflação deva encerrar
este ano em 5,7%.
"A alta da inflação é extremamente prejudicial ao país. O aumento dos preços mina o poder
de compra da população, especialmente das classes mais baixas que, com menos dinheiro no
bolso, corre mais riscos de ficar endividada e inadimplente", afirma à BBC Brasil Samy Dana,
professor de economia da FGV-SP.
"Além disso, cria um cenário de incertezas para o investidor, que, desconfiado dos rumos da
economia do país, tende a suspender ou adiar investimentos, prejudicando o crescimento",
acrescenta.

O que explica a alta da inflação?


Preço do tomate subiu 151,39% nos últimos 12 meses
Inúmeros fatores explicam a escalada inflacionária no Brasil. De maneira geral, a origem está no
desequilíbrio entre a oferta e a demanda.
Segundo o governo, foi o que aconteceu com os alimentos, já considerados os principais vilões
para o aumento da inflação.
O tomate, por exemplo, dobrou de preço nos últimos doze meses, com alta de 122,13%. No
mesmo período, a farinha de mandioca registrou alta de 151,39%, segundo dados do IBGE.
Existe um consenso de que parte da culpa é das condições climáticas. Nos Estados Unidos,
a seca elevou o preço dos grãos, ao passo que, no Brasil, a seca no Nordeste e as chuvas na
Região Sul também afetaram o valor cobrado pelos alimentos no mercado doméstico.
Porém, para especialistas, o aumento dos preços também é explicado pelos rumos mais
recentes da economia brasileira, bem como problemas estruturais do passado.
"Nos últimos anos, o mercado de trabalho passou por uma melhora importante, e a taxa de
desemprego vem caindo. Paralelamente, devido ao déficit de mão de obra, os salários subiram,
e esse aumento de renda também contribuiu para acelerar o consumo", explica a economista
Alessandra Ribeiro, da consultoria Tendências, especialista em inflação.
"O problema é que, ao passo que a demanda cresceu, a produção vem caindo e o nível de
investimento (para ampliar a capacidade produtiva), também. Com mais pessoas consumindo
e menos produtos disponíveis, o desequilíbrio é inevitável e se reflete nos preços", acrescenta.
"A pressão por maiores salários também elevou, por sua vez, o repasse de custos", conclui.
Por fim, o Banco Central diminuiu os juros, incentivando a expansão do crédito e,
consequentemente, o consumo das famílias.

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Como o mercado tem reagido?
Para especialistas, os rumos recentes da economia brasileira vêm criando um cenário de
incertezas que afasta o investidor.
"Há um aumento do nível de desconfiança em relação ao Brasil, tanto do ponto de vista
macroeconômico quanto microeconômico. De um lado, existe uma sensação de que o BC
tem perdido autonomia sobre a condução da política monetária. De outro, há um crescente
enfrentamento por parte do governo com o setor privado", afirma Ribeiro.
"Prova disso é que o nível de investimentos no Brasil tem caído na comparação com outros
países emergentes. O problema é que, sem novos aportes financeiros, nossa produção fica
comprometida, o que trava o crescimento e gera desemprego", acrescenta ela.

O que o governo tem feito?


Guido Mantega / Reuters
Governo tem adotado política de desonerações tributárias para conter inflação.
A principal aposta do governo para a redução dos preços tem ocorrido por meio de desonerações
tributárias.
Recentemente, por exemplo, o governo prorrogou a alíquota reduzida do Imposto sobre
Produtos Industrializados (IPI) sobre carros até dezembro deste ano.
Além disso, desonerou a cesta básica, a energia elétrica e a folha de pagamento de inúmeros
setores, entre outras medidas.
A mais recente foi a decisão de zerar o PIS/Cofins de smartphones de até R$ 1,5 mil fabricados
no Brasil.
Por essa lógica, o governo espera que as empresas repassem ao consumidor a redução do custo
com os tributos.
A medida, entretanto, é criticada por especialistas.
Para Dana, da FGV-SP, a política é "arbitrária" ao privilegiar determinados setores da economia.
Já para Ribeiro, da Tendências, o efeito das desonerações não passa de um "alívio temporário",
porque "o preço, ainda que caia a curto prazo, se desenvolve de acordo com as condições de
mercado".
Além de fazer reduções de impostos, a equipe econômica já negociou com os governos
estaduais o adiamento dos reajustes em transportes coletivos. Já o Banco Central não descarta
um possível aumento dos juros.

Quais medidas deveriam ser tomadas?


Para Dana, da FGV-SP, o governo deveria estimular a concorrência, o que puxaria os preços para
baixo.
"As margens de lucro praticadas no Brasil ainda são bem maiores do que as de outros países,
como os Estados Unidos, onde o próprio mercado elimina os ineficientes", afirma.

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Segundo Ribeiro, da Tendências, já passou da hora de o Banco Central subir a taxa de juros.
"Na minha avaliação, o BC cometeu um erro grave em 2011, quando decidiu reduzir os juros na
marra apesar de os primeiros sinais do aumento da inflação. Agora, precisa recuperar o tempo
perdido."
Há um consenso, entretanto, de que o governo deveria corrigir os gargalos estruturais da
economia brasileira, o chamado "Custo Brasil", o que contribuiria para aliviar a pressão sobre
os preços.

BC está sozinho contra a inflação’, diz economista


O Globo - 16/01/2014
Silvia Matos avalia que, ao elevar gastos, o governo pressiona os preços de serviços, num
cenário de expansão do crédito, ainda que em ritmo menor. Para ela, o Banco Central terá de
recorrer a novas altas de juros, um remédio amargo para a economia.

Qual é a situação da inflação hoje?


Houve aceleração da inflação nos últimos dois meses, principalmente de serviços. Sem
considerar passagens aéreas, ela acelerou de 8,45% em 2012 para 8,75% em 2013. Isso
preocupa. Quase 70% dos itens da cesta do IPCA subiram acima de 4,5%, que é o centro da
meta, e mais de 50% subiram mais de 50%. Que loucura é essa? A inflação está muito alta,
persistente e generalizada. Mesmo que se possa ter algum alívio de preços de alimentos, a
gente está muito fragilizado. Nosso cenário é de inflação pelo IPCA em 6% este ano, mas há
risco de ficar mais perto do teto da meta.

Por que a inflação no país está resistente?


Quando ela começa a rodar em nível elevado, os agentes se preparam para isso, e as pessoas
repassam preços. Apesar de a economia não estar grande coisa, a pressão de demanda existe.
Temos uma combinação muito ruim, de inflação alta com atividade fraca. Infelizmente, os
salários estão crescendo acima da capacidade da economia. É preciso dar uma esfriada nisso.
Quando aumentam os gastos, o governo pressiona os preços de serviços. E o crédito continua
crescendo. E o Banco Central fica sozinho (para combater a inflação).

O BC é o único no governo trabalhando para combater a inflação?


O BC faz o papel dele, mas, infelizmente, teria que subir mais os juros. O único remédio é
amargo e é mais taxa de juros. A atividade cresceu pouco, mas a renda continuou em expansão.
Só que a política fiscal é mais eficiente para combater a inflação. O governo está sinalizando
o controle de gasto público, mas é muito pouco. E a política fiscal não tem muita margem de
manobra. O governo só vai se mexer se a situação ficar dramática. A Fazenda teria que fazer
mudanças radicais, mas é difícil em ano eleitoral.

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Qual será o efeito do câmbio?
Teremos na inflação o componente do câmbio mais valorizado. E nem todo esse repasse
do câmbio vem, como é o caso do combustível. Alguns preços estão desalinhados, como de
combustíveis e de energia. Então, corremos o risco de um repique inflacionário mais à frente, o
que exigiria uma dose cavalar de juros.

O que impede o crescimento da economia brasileira?


O baixo investimento é um problema estrutural. Os desembolsos em infraestrutura são
fundamentais. Há também menos gente entrando no mercado de trabalho e com baixa
qualidade. Há uma terceira questão: a ineficiência da economia como um todo. A política
econômica está confusa, há uma instabilidade de regras. O Brasil tem problemas estruturais de
baixo crescimento que devem ser perenes.

Alta da Selic gera custo extra de ao menos R$ 14 bilhões aos cofres públicos
O Globo - 16/01/2014

O combate à inflação por meio da elevação da taxa básica de juros, a Selic, vai custar pelo menos
R$ 14,2 bilhões a mais aos cofres públicos neste ano. É o que mostra cálculo do economista
Felipe Salto, da Tendências Consultoria. Segundo ele, as despesas com juros devem crescer de
R$ 56,5 bilhões no ano passado para R$ 70,7 bilhões neste ano, efeito do ciclo de aumento da
Selic, que estava em 7,25% em abril de 2013 e chegou a 10,5% nesta quarta-feira.
Salto diz que sua estimativa é conservadora, pois considera apenas as operações
compromissadas - instrumento do Banco Central (BC) para enxugar excesso de liquidez na
economia pela venda de títulos públicos. Não está incluso o impacto dos juros sobre os títulos
pós-fixados vendidos pelo Tesouro.
- Esses R$ 70 bilhões já representam três orçamentos do Bolsa Família. E o governo não vai
conseguir mudar isso por decreto. É preciso mudar a base desta política fiscal expansionista, o
que abriria espaço para uma política monetária mais decente - diz.
Pelos cálculos de José Roberto Afonso, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da
Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), o aumento de gastos com o ciclo da Selic é um pouco
maior, de R$ 15,3 bilhões. O número, também considerado conservador, tem como base a
estimativa informada na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) da União. Segundo o texto, o
aumento de um ponto percentual da Selic provoca despesa extra com pagamento de juros de
0,09% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de produtos e serviços produzidos no país).
- A taxa de juros é o instrumento predominante de política monetária também em outros
países, mas parece que existe monopólio disso aqui no Brasil - disse Afonso, lembrando
que o governo também tem adotado outros caminhos para conter preços. - O governo está
intervindo diretamente nos preços dos combustíveis, da energia elétrica. Os chamados preços
administrados estão sendo mais administrados do que nunca.
Segundo Margarida Gutierrez, professora da UFRJ, o crescimento do custo de pagamento de
juros pode ser maior este ano por causa das incertezas em torno do corte da nota de classificação

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de risco do Brasil pela agência Standard & Poor’s (S&P) e do ano eleitoral. Ela explica que, neste
cenário, os investidores tendem a exigir maior rendimento nos títulos do país.
- Se o BC não elevasse a Selic, aumentaria ainda mais a incerteza e cresceria ainda mais a conta
de juros.

FMI:gargalos em infraestrutura afetam expansão do Brasil


Agência Estado
Publicação: 05/10/2014

A infraestrutura deficiente no Brasil não é apenas uma preocupação de médio prazo e tem
afetado a atividade econômica do País mesmo no curto prazo, destaca um estudo do Fundo
Monetário Internacional (FMI) divulgado na semana passada e que pede que os governos
de diversos mercados invistam mais em infraestrutura. Em meio ao crescimento econômico
decepcionante de vários países, o aumento do investimento público em energia, estradas,
abastecimento de água e portos seria uma forma de estimular a atividade e gerar emprego.
"Em vários mercados emergentes, incluindo Brasil, Índia, Rússia e África do Sul, gargalos em
infraestrutura não são apenas uma preocupação de médio prazo, mas têm sido apontados
como uma restrição ao crescimento mesmo no curto prazo", afirma o documento do FMI,
que faz parte do relatório "Perspectiva Econômica Global". Um aumento do investimento em
infraestrutura é crucial para a transição da economia mundial para um nível maior de expansão,
ressalta o relatório.
"Cinco anos após a crise financeira global, a recuperação das economias mundiais continua,
mas permanece fraca", diz o FMI, que pode rebaixar novamente as previsões de crescimento
para diversos países, incluindo o Brasil, em um novo relatório com projeções que será divulgado
na semana que vem, dia 7.
Os países emergentes, após um forte crescimento econômico depois da crise de 2008, vêm
registrando taxas decepcionantes de expansão do Produto Interno Bruto (PIB), afirma o FMI.
As taxas têm sido inferiores não apenas aos níveis do pós-crise, mas também aos números da
década anterior a 2008. "A natureza persistente da desaceleração sugere que fatores estruturais
podem estar contribuindo", ressalta o relatório. Embora os economistas da instituição
reconheçam que outros itens tenham peso no esfriamento da atividade, as deficiências na
infraestrutura são alvo de preocupação crescente, escrevem no documento.
"Em países com necessidade de infraestrutura, o momento é certo para um empurrão (nos
investimentos)", afirma o relatório do FMI logo em seu início. As taxas de juros estão baixas nos
mercados desenvolvidos e ainda devem continuar por algum tempo próximas de zero, o que
reduz os custos de financiamento dos projetos. Além disso, os fracos níveis de expansão do PIB
de vários países sinalizam que a atividade pode precisar desse tipo de estímulo. O aumento do
investimento público em infraestrutura contribui para expansão maior do PIB no curto e longo
prazo, diz o texto.
Em muitos países desenvolvidos o aumento do gasto em investimento público em infraestrutura
é uma dos últimos recursos que restam para estimular a atividade, principalmente porque a
política monetária já vem sendo usada desde 2008, destaca o FMI.

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Apesar de incentivar o aumento dos gastos do governo em infraestrutura, o relatório do FMI
faz a ressalva de que os projetos precisam ser eficientes e dar retorno. "O investimento público
em infraestrutura pode se pagar se feito corretamente", aponta o texto, ressaltando que esse
tipo de gasto pode ter maior efeito na economia se for feito de forma eficiente, ou seja, sem
aumentar a relação dívida/PIB. O impacto na economia é maior quando o investimento público
é financiado por dívida (emissão de papéis do governo ou tomada de financiamento em bancos
ou organismos multilaterais) do que por corte de gastos do governo em outros setores ou
aumento de impostos.
"É difícil imaginar qualquer processo de produção em qualquer setor da economia que não
dependa da infraestrutura. Ao mesmo tempo, uma infraestrutura inadequada pode ser sentida
rapidamente", afirma o FMI. Em países desenvolvidos, o aumento de um ponto porcentual no
gasto público com investimento aumenta o nível do produto em 0,4 ponto no mesmo ano e em
1,5 ponto quatro anos depois.

Às vésperas da Copa, grupos retomam protestos e buscam apoio


internacional
Manifestações simultâneas contra o evento ocorrem em todo o País
Grupos contrários aos gastos com a Copa dizem que terão apoio de ativistas internacionais
A menos de 30 dias da Copa do Mundo, uma série de ações marcadas para esta quinta-
feira (15) buscam dar impulso a um eventual retorno dos grandes protestos às vésperas do
megaevento.
E além de saírem às ruas das capitais brasileiras, os manifestantes contam agora com apoio
internacional - em ao menos oito países foram confirmados atos de solidariedade aos
manifestantes no momento em que o mundo está de olho no Brasil.
Organizados por dezenas de movimentos sociais, grupos de estudantes, sindicatos e diferentes
entidades, os protestos estão sendo coordenados pelo Comitê Popular da Copa de São Paulo
e de outros locais. Eles contariam com apoio do Movimento Passe Livre (que iniciou a onda de
protestos no ano passado), MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), e ao menos no Rio
de Janeiro teriam apoio dos adeptos da tática Black Bloc.
Seus idealizadores prometeram ações em 15 cidades, entre elas a capital paulista, Rio de
Janeiro, Brasília e Belo Horizonte.
A expectativa é de que em São Paulo ocorram ações simbólicas e paralisações no trânsito desde
o início da manhã, além do protesto marcado para o final da tarde.
Já no exterior, os organizadores dizem que haverá atos em Santiago do Chile, Buenos Aires,
Londres, Paris, Berlim, Barcelona, San Francisco, Nova York e Bogotá — outras cidades
aguardavam confirmação até a noite de quarta-feira.
Para Juliana Machado, do Comitê Popular da Copa de São Paulo, o apoio internacional ao '15M',
como está sendo chamado o dia de mobilizações, é resultado de um esforço de divulgação.
— Está acontecendo um tour de ativistas brasileiros por algumas capitais do mundo, alertando
para as nossas lutas. Além disso, traduzimos o manifesto para inglês, alemão, francês, italiano,

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espanhol, dentre outros idiomas, e disseminamos por nossas redes de contatos e articulações
de movimentos.
Ela diz que houve a sugestão de que os protestos ocorressem diante das embaixadas brasileiras,
mas que há total autonomia local quanto ao formato, lugar e horário das manifestações.
A ativista diz que a mobilização internacional conta tanto com ativistas brasileiros vivendo
no exterior como estrangeiros que integram movimentos sociais em seus países e que se
solidarizam com as demandas.
Dentre os 11 itens constantes do manifesto defendido pelo grupo e assinado por dezenas de
organizações constam o passe livre, o direito à livre manifestação, a realocação das famílias
removidas pelas obras da Copa, a indenização às famílias dos nove mortos durante as obras,
dentre outras.

Impacto internacional
O geógrafo americano Christopher Gaffney, professor-visitante de pós-graduação na UFF
(Universidade Federal Fluminense) que vem analisando as mudanças em curso no Brasil devido
aos grandes eventos, diz que o embate dos diferentes atores sociais terá impactos diretos em
como o mundo vai ver o Brasil nas próximas semanas.
— O que ocorrer aqui terá impacto direto lá fora. Se a polícia for violenta no Brasil, você terá
reações no exterior. Mais ou menos protestos vai depender do que acontecer daqui para frente.
Quanto aos reflexos para a imagem do país no exterior, Gaffney diz que depende de quem se
está tentando convencer.
— Para os executivos e grandes corporações internacionais, agrada ver que o Estado brasileiro
está disposto a usar a força para defender seus interesses. Para o turismo e para mostrar
que aqui se vive um estado democrático de direito, no entanto, será péssimo se as cenas de
violência de junho do ano passado se repetirem agora.

Movimentação e outro lado


Após meses de especulação de especialistas, sociólogos e da imprensa, que buscaram prever a
intensidade das mobilizações populares durante a Copa, o '15M' pode ser um primeiro teste de
como as ruas vão, de fato, reagir ao megaevento.
'Eu tendo a achar que a linha é essa mesmo, do recomeço dos protestos de grande impacto.
Acredito que deve haver um fluxo regular agora de manifestações, ações emblemáticas, e de
grandes protestos', diz Gustavo Mehl, do Comitê Popular da Copa e das Olimpíadas, no Rio de
Janeiro.
Ele diz que deve haver a confluência entre as demandas dos movimentos sociais e dos
trabalhadores que devem intensificar as greves que já estão ocorrendo.
— Muitos trabalhadores tiveram o custo de vida aumentado, os aluguéis subiram. Há o
sentimento de revolta de que os eventos trazem oportunidades de negócios para os grandes
empresários, e agora as pessoas querem sua parte. O trabalhador está cobrando a conta da
Copa.

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Na visão dos organizadores, os protestos, embora legítimos, devem ser adiados para depois do
Mundial. Tanto a Fifa quanto o Ministério do Esporte apostam no clima de festa e comemoração
e pedem que as manifestações sejam 'adiadas'.
Em entrevista à reportagem, em Londres, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, disse em março
deste ano que a Copa do Mundo "não é um momento de nós fazermos protestos, porque
teremos todo o tempo para reivindicar e para melhorar as coisas no nosso país [depois do
Mundial]".
Pouco antes, o secretário-geral da Fifa, o francês Jerôme Valcke, disse que a Copa "é a hora errada
de protestar, porque é a hora que o Brasil deveria curtir esse momento único, um momento
que eles não puderam ter desde 1950. É um direito protestar. Para eles (os manifestantes), é o
melhor momento. Para mim, é a hora errada".

Polícia e segurança pública


Consultadas pela reportagem, as corporações de polícia das duas maiores cidades do país
dizem estar preparadas para os protestos desta quinta-feira, mas se recusaram a comentar o
assunto em maiores detalhes.
"A Polícia Militar se preparou especialmente para atuar nesses eventos, porém o esquema
de policiamento, por questões estratégicas, não será comentado neste momento. Após as
operações, deveremos fazer um balanço e comentar os resultados", disse, em nota, a Polícia
Militar do Estado de São Paulo.
No Rio, a nota cita vandalismo e detenções.
— A Polícia Militar estará presente em toda e qualquer manifestação garantindo o direito
constitucional. Se houver atos de vandalismo e dano ao patrimônio público, as pessoas serão
detidas e conduzidas para as delegacias.
E a Secretaria de Estado de Segurança diz reconhecer "a importância de manifestações
democráticas e que é dever e papel das polícias prover a segurança e preservar o direito de ir e
vir de todos".

Mais de 140 milhões de brasileiros estão aptos a ir às urnas em outubro, diz


TSE
Eleitorado cresceu 4,43% desde as eleições de 2010, segundo balanço da Justiça Eleitoral
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) divulgou nesta sexta-feira (9) o balanço parcial dos
eleitores aptos a votarem nas eleições gerais de 5 de outubro. Até 7 de maio, data final para
cadastramento eleitoral, 141.824.607 brasileiros estavam quites com a Justiça Eleitoral e
podem ir às urnas em 2014.
O número é 4,43% maior que o registrado nas eleições 2010, quando 135.804.433 eleitores
estavam aptos a votar.

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O TSE comemorou o crescimento de eleitores com necessidades especiais que solicitaram


seções especializadas — foi de 148.102 em 2010 para 1.407.263 em 2014. O porcentual de
aumento foi de 607%.
O ministro do TSE, Marco Aurélio Mello credita o sucesso à “publicidade eleitoral bem aplicada”.
O balanço final está previsto para ser concluído até 21 de julho de 2014.
Biometria
Em 2014, 23.381.756 eleitores vão utilizar o sistema biométrico de identificação para votar. Até
2010, 1.136.140 estavam aptos a usar o sistema.
Para o ministro Marco Aurélio, a biometria vai trazer ainda mais segurança ao processo eleitoral.
— A urna é segura, tanto que de 96 para cá, quando fizemos as primeiras eleições informatizadas,
não tivemos nenhuma impugnação séria. A problemática diz respeito à identificação dos
eleitores e tentamos resolver com a biometria.

Como a Petrobras virou 'dor de cabeça' para governo e investidores


Da BBC Brasil 21 março 2014

Em 2007 e 2008, as descobertas do pré-sal fizeram a Petrobras decolar como uma das principais
vitrines do governo brasileiro e se tornar uma das maiores petrolíferas do mundo. Passados
seis anos, porém, o cenário da empresa não inspira mais tanto otimismo.
O valor de mercado da estatal tem recuado significativamente, e os problemas da empresa
viraram uma dor de cabeça para o governo Dilma Rousseff. O jornal britânico Financial Times
chamou a companhia de "um potencial não concretizado".
A crise mais recente envolve a compra, em 2006, de 50% de uma refinaria de Pasadena (EUA),
agora sob suspeita de superfaturamento. Na época, Dilma era ministra da Casa Civil e presidente
do Conselho de Administração da estatal, que autorizou a compra.
Mas os obstáculos da empresa envolvem também os preços dos combustíveis praticados no
Brasil, seu alto grau de endividamento e investigações sobre suposto recebimento de propina
por funcionários em negócios com a empresa holandesa SBM Offshore.
A BBC Brasil preparou uma lista explicando os principais problemas vividos pela estatal:

Controle do preço dos combustíveis


Analistas apontam que uma das principais causas dos problemas econômicos da Petrobras é
o controle no preço da gasolina e no diesel, exercido pelo governo para evitar um aumento da
inflação.
O Brasil consome mais petróleo do que produz. Por isso, a Petrobras é obrigada a importar o
produto, mas o valor que paga pelo produto no mercado internacional não pode ser repassado
integralmente para os consumidores, pois isso geraria uma pressão inflacionária. Isso,
obviamente, afeta as contas da empresa.

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"Os investidores veem o papel do governo como uma interferência política na gestão da
Petrobras", explica à BBC Brasil Robert Wood, especialista em Brasil da consultoria Economist
Intelligence Unit.
Um reajuste nos preços dos combustíveis deu fôlego aos resultados da estatal em 2013, ano
em que lucrou 11% a mais que no ano anterior.
Mas seu endividamento (veja a seguir) continua alto, mantendo a desconfiança de acionistas.
"Em parte, (a retomada da empresa) depende do ajuste no preço da gasolina e de uma política
que dê mais previsibilidade à gestão da empresa", opina Wood.
O Ministério das Minas e Energia diz que a política de reajuste dos preços dos combustíveis é
estabelecida pela Petrobras. Por outro lado, autoridades insistem que a prioridade do governo
é o combate à inflação.

Endividamento
No ano passado, a agência de classificação de risco Moody's rebaixou a nota da Petrobras, após
a estatal brasileira se tornar a mais endividada entre as grandes empresas de petróleo e gás.
A dívida líquida da empresa subiu 50% em 2013 - de R$ 147,8 bilhões para R$ 221,6 bilhões.
Em relatório deste mês, a agência calcula que a dívida total da estatal equivale a 3,8 vezes o seu
Ebitda (medida que representa o potencial de geração de caixa da empresa).
Isso tem a ver, segundo analistas, com a política de controle dos preços dos combustíveis e com
um "plano ambicioso de investimentos", explica Wood.
Um exemplo disso é o fato de a Petrobras ter vencido, como integrante de um consórcio com
outras empresas, o leilão do campo de Libra do pré-sal, a maior bacia petrolífera do país.
Libra deve exigir investimentos de cerca US$ 80 bilhões nos dez primeiros anos, segundo
estimativas de mercado.
O relatório da Moody’s diz que a nota de crédito da Petrobras tem perspectiva "negativa", já
que o endividamento "deve chegar a níveis altos em 2014, significativamente mais altos do que
das demais empresas do setor, e só deve declinar a partir de 2015".
Isso é algo que "coloca em xeque a capacidade de investimentos da empresa", diz Pires à BBC
Brasil.
Em entrevista à GloboNews em outubro do ano passado, a presidente da estatal, Graça Foster,
disse que, no caso específico de Libra, os investimentos de curto prazo são pequenos. E ressaltou
que suas dívidas estão sendo convertidas em investimento, que resultarão em crescimento.
Mas recentemente, na divulgação dos resultados da empresa, a presidente admitiu que a
redução do endividamento será uma missão difícil em 2014.

Casos Pasadena e SBM Offshore


Uma reportagem de O Estado de S. Paulo apontou, na quarta-feira, que Dilma, como então
presidente do Conselho de Administração da estatal, em 2006, votou a favor da polêmica

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Atualidades – Prof. Cássio Albernaz

compra de 50% da refinaria americana de Pasadena, por US$ 360 milhões. Depois, uma cláusula
contratual obrigou a Petrobras a comprar o restante da refinaria, por mais US$ 820 milhões.
No total, portanto, foi desembolsado US$ 1,18 bilhão. O problema é que a empresa que possuía
a refinaria anteriormente, a belga Astra Oil, havia adquirido a Pasadena por apenas US$ 42,5
milhões em 2005.
O caso está sendo investigado pela Polícia Federal e pelo Tribunal de Contas da União, e a
oposição no Congresso ameaça a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, em ano
eleitoral.
Em carta ao Estado, Dilma disse que aceitou a compra com base em "informações incompletas"
de um "parecer técnica e juridicamente falho". Depois, agregou que "na época o negócio
parecia vantajoso". Questionada a respeito, a Petrobras até o momento não comentou o caso.
Outra crise envolve denúncias de suposto pagamento de propina a funcionários da Petrobras,
por parte da empresa holandesa SBM Offshore. As denúncias envolvem cerca de US$ 139
milhões, que teriam sido pagos entre 2005 e 2011.
Uma comissão parlamentar externa foi designada para analisar o caso, também investigado por
Ministério Público e Polícia Federal.

Perda de valor de mercado


Todos esses fatores têm gerado uma percepção negativa da estatal, levando investidores a
venderem a suas ações. Isso faz a empresa perder o seu valor de mercado, representado pelo
preço de suas ações vezes o número de ações existentes.
O valor das ações, que chegou a superar os R$ 30 em 2009, agora beira os R$ 13 – um dos níveis
mais baixos desde 2005, antes do período áureo do pré-sal.
O valor de mercado da empresa foi o que apresentou a maior perda em valores absolutos entre
as empresas brasileiras listadas em Bolsa em 2013 – de US$ 124,7 bilhões no fim de 2012 para
US$ 90,6 bilhões no fim de 2013 –, segundo levantamento da consultoria Economática.
Para Adriano Pires, analista do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), mais do que uma dor
de cabeça para o governo, a Petrobras "virou uma dor de cabeça para seus acionistas".

Razões para otimismo


Mas, mesmo nesses cenários, analistas apontam pontos positivos importantes da Petrobras.
O relativo sucesso do leilão do campo de Libra, no ano passado, despertou dúvidas sobre a
geração de caixa da empresa, mas é também uma de suas principais promessas de lucros.
"Os investidores estrangeiros ainda respeitam a expertise da Petrobras na área de exploração
profunda, mas a questão da gestão vem à tona", argumenta Wood.
Em entrevistas recentes, Graça Foster afirmou que a produção de petróleo pela empresa está
em uma curva ascendente e não descarta novos aumentos de combustível, que ajudem a
recompor o caixa da empresa.

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A falta de água em São Paulo
Educar as pessoas para que mudem seus hábitos em relação ao consumo de água é salutar, mas
existe uma grande diferença entre conscientizar e responsabilizar, mesmo subliminarmente,
o cidadão pela ameaça de racionamento.
por Le Monde Diplimatique Brasil

O risco iminente de racionamento no fornecimento de água que se vive hoje na Região


Metropolitana de São Paulo (RMSP) está relacionado aos baixos níveis de armazenamento de
água nas represas do sistema Cantareira, que estavam com apenas 16,9% de sua capacidade
em 25 de fevereiro, o mais baixo desde sua instalação. O fenômeno decorre do regime de
chuvas atípico neste verão, muito abaixo das médias históricas, e das altas temperaturas que
provocaram o aumento do consumo. A possibilidade de racionamento, porém, é consequência
também de problemas estruturais no conjunto do sistema de abastecimento, que opera sem
nenhuma margem de segurança para fazer frente a eventos climáticos adversos.
O sistema Cantareira é o mais importante da RMSP, fornecendo 33 mil litros de água por
segundo (33 m³/s), que abastecem cerca 8,1 milhões de pessoas da zona norte, central, partes
das zonas leste e oeste da capital, bem como os municípios de Franco da Rocha, Francisco
Morato, Caieiras, Osasco, Carapicuíba e São Caetano do Sul, além de parte dos municípios de
Guarulhos, Barueri, Santana do Parnaíba e Santo André, o que corresponde a 44% da população
da região metropolitana.
As águas que formam o sistema Cantareira são, na maioria, provenientes das bacias hidrográficas
dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ). Algumas nascentes estão localizadas no estado de
Minas Gerais, o que resulta na necessidade de autorização (outorga) federal para derivação
dessa água das bacias de origem para a bacia do Alto Tietê, que equivale, aproximadamente, à
RMSP. A outorga, que vence em agosto de 2014, quando precisará ser revista, prevê a reversão
de 33 m³/s, restando 5 m³/s na bacia do PCJ.
A Sabesp é a responsável pelo fornecimento da quase totalidade de água para a RMSP, faz a
distribuição no varejo em 32 municípios, inclusive a capital, e seis cidades compram água no
atacado (Santo André, Diadema, São Caetano do Sul, Guarulhos, Mogi das Cruzes e Mauá).
Santa Isabel tem sistema próprio.
A empresa, conforme informa em seu site, fornece 67 m³/s provenientes de oito sistemas de
produção, que consistem na reservação, captação, transporte e tratamento, e atendem cerca
de 20 milhões de pessoas. Essa produção de água, porém, é insuficiente. Para ampliar a oferta
está sendo instalado, por meio de parceria público-privada (PPP), o sistema São Lourenço. Com
captação em Ibiúna, a água percorrerá a distância de 83 quilômetros, e a produção, daqui a três
anos, será de 4,7 m³/s.
Segundo o Relatório de Impacto Ambiental desse projeto, o Sistema Integrado de
Abastecimento de Água da RMSP operou em 2010 com disponibilidade de 68,1 m³/s, inferior
à demanda média estimada de 69,6 m³/s, ou seja, garantia de 95%. Só não faltou água porque
a situação hidrológica era favorável e os sistemas produziam além de sua capacidade nominal.
Ainda segundo o estudo, a diferença entre disponibilidade e demanda pode chegar em 2015 a
um déficit estimado entre 3,4 m³/s e 5,8 m³/s.

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Isso explica a crônica falta de água ou a intermitência no seu fornecimento, em quase todos os
verões, nos bairros da RMSP situados em altitudes mais elevadas, naqueles que tiveram maior
adensamento populacional e nas regiões de expansão e ocupação mais recente.
Os atuais problemas relacionados ao abastecimento de água da RMSP não se restringem à alta
do consumo em razão das elevadas temperaturas e à falta de chuvas. Há graves problemas
estruturais que não foram e não estão sendo enfrentados por omissão da Sabesp e do governo
do estado.
A forma como a região se desenvolveu é outra grande causa dessa situação. A falta de
planejamento metropolitano integrado, as ocupações de áreas de mananciais e de várzeas
por ausência de política habitacional adequada, os baixos índices de coleta e tratamento dos
esgotos que são despejados in natura nos córregos e rios, a carência de investimentos na busca
de novas fontes de abastecimento e a ausência de planos de contingência para atendimento
da demanda em situação de crise interferem de forma significativa nos problemas de
abastecimento de água.
Nesse cenário, toda e qualquer ocorrência fora dos padrões normais gera crises, previsíveis,
que poderiam ser mais bem enfrentadas ou até mesmo evitadas por medidas preventivas. Em
razão da baixa disponibilidade hídrica na bacia do Alto Tietê, a gestão da água deve ir além da
RMSP e abranger toda a macrometrópole paulista, que inclui, entre outras áreas, o Vale do
Paraíba, Sorocaba, a Baixada Santista e Campinas.
Campanhas para a redução do consumo de água são positivas e deveriam ser permanentes,
isto é, ser veiculadas não apenas em momentos de crise, independentemente se a diminuição
do faturamento, por causa da economia de água, possa afetar a rentabilidade da Sabesp, que
é uma empresa de economia mista, controlada pelo Estado, porém, com metade das ações
negociadas no mercado, inclusive na Bolsa de Nova York. A companhia obteve lucro líquido de
R$ 1,9 bilhão em 2012 e receita líquida de R$ 10,7 bilhões.
Trata-se de medida tardia lançar uma campanha publicitária quando já estamos à beira do
colapso. Além disso, o desconto oferecido aos usuários abastecidos pelo sistema Cantareira
deveria ser estendido a toda a região metropolitana, já que a economia nos demais sistemas
pode possibilitar o envio da água poupada para parte da área abastecida pelo Cantareira. A
explicação para essa medida não ter sido estendida para toda a RMSP é, novamente, a mesma:
reduzir consumo e tarifa significa cortar receita e, consequentemente, lucro.
Educar as pessoas para que mudem seus hábitos em relação ao consumo de água é salutar, mas
existe uma grande diferença entre conscientizar e responsabilizar, mesmo subliminarmente, o
cidadão pela ameaça de racionamento. Ainda mais por parte de uma empresa que opera com
elevadas perdas de água.
A primeira condição para a Sabesp pedir que a população economize água é ela própria evitar
o desperdício. Infelizmente não é isso que acontece. A Agência Reguladora de Saneamento
e Energia de São Paulo (Arsesp), que tem a atribuição de fiscalizar a Sabesp, apurou que no
caminho entre os reservatórios e os domicílios as perdas de água foram de 31,2% em 2013. Para
cada 100 litros retirados das represas, menos de 70 chegam ao seu destino. Tão grave quanto
essa perda de água, suficiente para abastecer a população da cidade do Rio de Janeiro, segunda
maior cidade do país, é a manipulação de números praticada pela Sabesp, que divulga 24%
como o índice de perdas na região metropolitana, ou seja, sete pontos percentuais a menos.

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A grande mídia, com seu poder de inserção, também cria um sentimento de culpa e
responsabilidade sobre a dona de casa e o cidadão comum pelos problemas no abastecimento.
Desempenharia papel mais relevante se trouxesse para o debate questões que abordassem, por
exemplo, a questão das perdas e os problemas estruturais do sistema para criar um sentimento
na opinião pública que obrigasse os verdadeiros responsáveis a tomar providências de mais
longo prazo.
“Há males que vêm para bem”, diz o ditado. Esperamos que essa crise no abastecimento de
água que afeta a RMSP, a principal do país, as demais regiões do seu entorno que integram a
macrometrópole paulista e parte do interior sirva para fazer que o Estado e a sociedade deem
a devida importância ao tema.

Desindustrialização precoce: futuro ou presente do Brasil?


A perda relativa de importância da indústria na economia brasileira é precoce ou acontece
porque o país já completou esse ciclo de desenvolvimento? Para apresentar essa problemática,
publicamos o artigo do embaixador Rubens Ricupero, ex secretário-geral da Unctad
por Le Monde Diplomatique Brasil.

O que se entende por desindustrialização precoce?


A desindustrialização precoce é a variante patológica da chamada “desindustrialização positiva”.
Quando a industrialização completa com êxito o processo do desenvolvimento, elevando a
renda per capita a um nível alto e autossustentável, o setor manufatureiro começa a declinar,
em termos relativos, como proporção do produto e do emprego. Isso ocorre em um contexto de
crescimento rápido e pleno emprego, no momento em que se atinge renda per capita elevada.
O fenômeno é patológico quando aparece em economias em que a renda permanece reduzida
e em contextos de baixo crescimento. Nesse caso, o processo de industrialização abortou antes
de dar nascimento a uma economia próspera de serviços, capaz de absorver a mão de obra
desempregada pela indústria. É a “construção interrompida” do título do livro de Celso Furtado.

Onde ocorre o fenômeno?


Ele vem ocorrendo em diversas economias da África, América Latina e do Oriente Médio
no curso dos últimos trinta anos, desde a crise da dívida externa dos anos 1980. Em 2003, a
Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad) estudou o que
vinha acontecendo no relatório Comércio e Desenvolvimento (Trade and Development Report)
daquele ano, que pode ser encontrado e obtido no site da Unctad.

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Qual foi o resultado do levantamento?


A Unctad chegou à conclusão de que, em relação a esse problema, as economias em
desenvolvimento poderiam ser divididas em cinco grandes categorias:

1. O grupo original e mais avançado dos Tigres Asiáticos (Coreia do Sul, Taiwan, Cingapura e
Hong Kong), principalmente Coreia do Sul e Taiwan, que já atingiram um nível adiantado de
maturidade industrial por meio de rápida acumulação de capital, crescimento do emprego
em geral, da produtividade e do emprego industriais, assim como das exportações de
manufaturas. Nessas economias, a porcentagem da produção industrial no PIB é bem
superior à dos velhos paísesindustrializados, mas o ritmo da expansão da capacidade
produtiva e da produção no setor industrial desacelerou-se muito em comparação ao que
ocorria em décadas passadas.
2. O segundo grupo, também maciçamente asiático, inclui a Malásia e a Tailândia, bem
como, em nível menos avançado, a China e, em grau menor, a Índia. São os países que há
várias décadas vêm se industrializando de modo acelerado, aumentando a proporção de
manufaturas no emprego, na produção e nas exportações, ao mesmo tempo que estão
transformando sua estrutura, passando dos produtos intensivos em mão de obra e recursos
naturais para os artigos de média e alta tecnologia.
3. O terceiro abrange os países que se integraram nas redes internacionais de produção
mediante a concentração em operações intensivas em mão de obra destinadas à montagem
de produtos cujos insumos são em grande parte importados. O México e as Filipinas, bem
como, mais recentemente, países do Caribe e da América Central signatários de acordos de
livre-comércio com os Estados Unidos destacam-se na categoria. Tais economias tiveram
rápido aumento no emprego industrial. Outra característica do grupo é o veloz aumento de
exportação de manufaturas. Não obstante, esses países vêm apresentando desempenho
modesto em termos de investimento, de valor agregado em manufaturas, de crescimento
da produtividade e de crescimento econômico de maneira geral.
4. A quarta classe é a dos países que alcançaram um nível razoável de industrialização, mas
se revelaram incapazes de sustentar um processo dinâmico de aprofundamento industrial
em contexto de crescimento rápido. É o caso da Argentina e, em nível muito menos grave,
do Brasil. Nesses países, tem sido pobre o desempenho do investimento, a indústria vem
perdendo importância relativa no emprego total e no valor adicionado, o crescimento da
produtividade resultou mais da redução da mão de obra que da acumulação rápida e do
progresso técnico, o upgrading industrial é ainda limitado e as exportações continuam
dominadas por produtos primários e manufaturas de baixo valor agregado. Nessas
economias, o avanço em certas indústrias, como a aeronáutica e de automóveis, não teve a
profundidade e o vigor necessários para disseminar-se pelo restante do tecido industrial e
para estabelecer um processo dinâmico e de alta tecnologia na indústria como um todo.
5. O quinto grupo é o de países que obtiveram crescimento forte e sustentado mediante a
intensificação da exploração de seus recursos naturais abundantes por meio de um ritmo
acelerado de acumulação de capital. O exemplo mais notável é o do Chile. No entanto,
essas economias têm demonstrado desempenho fraco em termos de valor agregado em
manufaturas e de exportações industriais, persistindo nelas elevado desemprego. Parecem

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limitadas as perspectivas de mudança estrutural adicional e de futuro crescimento de
produtividade na base exclusiva de estratégia fundamentada nos recursos naturais.

O que emerge dessa análise comparativa?


O contraste entre o Leste Asiático e a América Latina é marcante. Os maiores países da América
Latina (Argentina, Brasil, México) situam-se em grupos sem dinamismo em industrialização,
mudança estrutural e aumento da produtividade, ao passo que a maioria das economias do
Leste Asiático se encontra em vários estágios de industrialização de êxito. Persistem, portanto,
as fraquezas estruturais que, a partir dos anos 1980, deram impulso a radicais mudanças de
política na América Latina. Apesar dos avanços indiscutíveis, não há como negar que as reformas
de políticas não conseguiram criar as condições necessárias para iniciar um rápido processo
de acumulação de capital e de transformação tecnológica capaz de reestruturar as economias
latino-americanas com vistas a enfrentar os desafios de integração no sistema globalizado de
comércio. Tudo indica que existe uma relação nítida entre o prosseguimento e o adensamento
da industrialização e a criação dessas condições.
Não se poderia afirmar, ao contrário, que a desindustrialização é a consequênciapositiva do
abandono da política de substituição de importações e da adoção de uma estratégia voltada
para as exportações, permitindo a melhor alocação de recursos a setores nos quais essas
economias são mais competitivas, como no de recursos naturais em agricultura e mineração?
Essa afirmação seria verdadeira se o declínio relativo da indústria tivesse coincidido com a
aceleração significativa do crescimento, o que de fato ocorreu no Chile, mas não na Argentina,
no Brasil e no México. Além disso, a comparação com economias europeias ricas em recursos
naturais como algumas da Escandinávia indica que, até mesmo no Chile, a porcentagem do
emprego industrial no final dos anos 1990 se situava apenas entre a metade e um terço do
nível atingido pelos escandinavos, quando estes se encontravam em patamares de renda
comparáveis. Nessas economias escandinavas ricas em recursos naturais, essa porcentagem só
começou a cair a partir de um nível de renda muito superior ao que sucedeu na América Latina.
Isso significa que não existiriam exemplos de países que alcançaram o desenvolvimento pleno
sem industrialização, exclusivamente na base da exploração eficiente de recursos naturais?
Na verdade, a experiência histórica confirma que as economias de países como a Austrália,
o Canadá e alguns dos escandinavos, que utilizaram mais amplamente as exportações de
produtos primários para atingir altos níveis de renda, passaram todas por períodos de forte
desenvolvimento e diversificação da indústria como componentes essenciais de sua estratégia
de crescimento. Mesmo as cidades-Estados do nosso tempo – Hong Kong e Cingapura –,
hoje predominantemente economias de serviços, recorreram no início e por longo tempo à
industrialização a fim de superar a estreiteza do mercado nacional e deslanchar o processo de
desenvolvimento.

De que maneira opera a industrializaçãonesse processo?


A longo prazo, são as conquistas de produtividade que asseguram o êxito econômico, e
não apenas a acumulação de capital por si mesma. Um processo virtuoso de acumulação e
crescimento sustentado está sempre associado a mudanças estruturais na produção e no
emprego como resultado tanto da expansão e diversificação das atividades econômicas,

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passando da agricultura à indústria e desta aos serviços, quanto da evolução para atividades
de maior valor adicionado dentro de cada setor, mediante a introdução de novos produtos e
processos.
Há diferenças sensíveis entre os vários setores em termos dos respectivos potenciais para
o progresso técnico e para o crescimento da produtividade. A importância de estabelecer
uma ampla base industrial deriva justamente do grande potencial da indústria para um
forte crescimento da produtividade e da renda. Esse potencial provém, do lado da oferta,
da predisposição da indústria para desenvolver economias de escala, para a especialização
e o aprendizado e, do lado da demanda, de condições globais de mercado e de preços
habitualmente mais estáveis e favoráveis do que para os produtos primários, sujeitos a
frequentes oscilações e com certa tendência a um declínio secular. Trabalhos de Nicholas Kaldor
e Simon Kuznets demonstraram a existência de estreita correlação entre as taxas de crescimento
da industrialização e da produtividade, assim como entre a aceleração do crescimento e o
deslocamento do fator trabalho, do setor primário, de baixa produtividade, para o industrial, de
produtividade mais elevada. Não se deve esquecer, aliás, que a agregação de valor a produtos
primários da agropecuária e da mineração se faz geralmente mediante processos industriais,
daí se originando denominações como agroindústria, indústria agroalimentar etc.

Mas se as vantagens de manter uma forte base industrial são tão evidentes, como se
explica que os países latino-americanos tenham se resignado a sacrificá-la em muitos
casos?
A explicação reside, em última análise, no impacto da crise da dívida dos anos 1980,
verdadeiro divisor de águas que desviou, de maneira duradoura, muitos países da trajetória
de desenvolvimento que até então vinham seguindo. Os latino-americanos tiveram de adotar
drásticas mudanças de política econômica, no esforço para reduzir os níveis de endividamento
e controlar inflações que ameaçavam deteriorar em hiperinflações. Embora tenha sido inegável
o êxito em atingir alguns desses objetivos, as reformas nunca foram capazes de fazer o nível de
investimento retornar à fase pré-crise. De modo geral, a América Latina parece ter estabilizado
seu nível de formação de capital em torno do investimento por ano de apenas 20% ou menos do
PIB, significativamente inferior aos 25% considerados como o ideal para economias em estágio
intermediário de desenvolvimento e igualmente muito abaixo da média do investimento
prevalecente na fase pré-crise.
Tal situação de debilidade macroeconômica, de investimento insuficiente e de instabilidade
permanente de taxas de juros e de câmbio preparou mal as economias latino-americanas para
o “choque de competição” decorrente da liberalização comercial e financeira simultânea ao
processo de ajuste. Inúmeros setores, especialmente na indústria manufatureira, não foram
capazes, por causa do estado crítico em que se encontravam, de reagir à concorrência de
produtos importados no momento em que perderam a proteção. O processo latino-americano
de abertura de choque, conduzido em fase de crítica precariedade da situação macroeconômica,
contrasta com o das economias asiáticas, muito mais gradual, progressivo, seguro e realizado a
partir de posição de força, por economias capazes de investir 30% ou mais do PIB anualmente
e bafejadas por juros extremamente baixos, frequentemente subsidiados, por taxa de câmbio
desvalorizada, carga tributária pequena e mínimos encargos trabalhistas e previdenciários.

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Não é verdade, então, que a situação macroeconômica da região melhorou?
Não até o ponto desejável. De fato, uma saudável macroeconomia exige não apenas
estabilidade de preços, mas outras condições indispensáveis para propiciar níveis elevados de
investimento. Muitas das condições que exercem forte influência nas decisões de investimento
e de alocação de recursos, incluindo preços-chaves, tais como a taxa de câmbio, a taxa de juros
e os salários reais, de grande impacto na demanda agregada, têm sido extremamente instáveis
no continente. Isso se deve, em parte, ao aumento da instabilidade do sistema internacional
de pagamentos e à volatilidade externa associados com choques financeiros e comerciais.
Por outro lado, alguma responsabilidade cabe igualmente à perda de autonomia em matéria
de política macroeconômica resultante da rápida liberalização e da estreita integração nos
mercados financeiros globais. Além disso, em lugar de get the prices right, as forças de mercado
tenderam a manter as taxas de juros e de câmbio em níveis que impediram a rápida acumulação
de capital e a mudança tecnológica. Em outras palavras, a nova estratégia econômica fracassou
em produzir um meio ambiente macroeconômico apropriado para encorajar investidores e
empresas, apoiando-os na criação e expansão da capacidade produtiva e no aprimoramento da
produtividade e da competitividade internacional.

Não se poderia descrever o que aconteceu na América Latina como mais uma
manifestação do processo de “destruição criativa” de Schumpeter?
Seria difícil argumentar nesse sentido. Durante a fase de ajustamento pós-crise da dívida,
estima-se que cerca de 7 mil firmas chilenas tenham desaparecido, a maioria de porte médio.
Na Argentina, esse número foi de l5 mil. Muitas foram substituídas por grandes empresas
estrangeiras cujos setores de engenharia e de pesquisa e desenvolvimento se encontravam no
país de origem. Algo similar ocorreu no Brasil com a aquisição por firmas estrangeiras de boa
parte do setor de autopeças (Cofap, Metal Leve) e do setor eletrônico e de equipamento de
telecomunicações sediado em Campinas. De novo, em muitos casos, o setor de pesquisa foi
radicalmente reduzido ou teve sua natureza alterada, passando a ocupar-se apenas da adaptação
da tecnologia da matriz a condições locais, o que se chama no jargão de “tropicalização” da
tecnologia. Engenheiros de pesquisa foram reciclados em gerentes de vendas. Um estudo de
Mario Cimoli e Jorge Katz observa que, em 1974, o lançamento do Taurus pela Ford Argentina
demandou 300 mil horas de trabalho de uma equipe de 120 engenheiros, ao passo que hoje,
para produzir o world car, a Ford não emprega nenhum engenheiro na Argentina. O que
houve, portanto, foi que a parte de “destruição” ocorreu na Argentina, enquanto a parte
mais interessante, a da “criação”, foi transferida para o país exportador ou sede da empresa
transnacional.
O problema foi agravado por algumas das privatizações de empresas estatais que, em certos
países, eram responsáveis, juntamente com universidades e instituições públicas, por 80%
dos gastos em pesquisa tecnológica, em áreas como telecomunicações e energia, como era
o caso do Brasil. Frequentemente, repetiu-se aqui o padrão de muita destruição e pouca
criação. O balanço líquido foi um retrocesso na geração local de tecnologia e no aumento de
uma dispendiosa dependência tecnológica em relação ao estrangeiro. Essa foi uma das razões
que levaram a uma mudança na composição da produção e das exportações de países da
região, que se concentraram mais ainda do que no passado nos produtos oriundos de recursos
naturais, distanciando-se dos setores com maior potencial de aumento da produtividade. Não é
de admirar, nessas condições, que, fora exemplos esporádicos como o da indústria aeronáutica,
cuja existência, aliás, se deve a uma política de Estado, seja extremamente limitada a oferta de

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países como o Brasil em matéria de manufaturas de alta tecnologia e valor agregado capazes de
competir com os produtos asiáticos em mercados altamente competitivos como os dos Estados
Unidos e dos países europeus.

Que tipos de indústria conseguiram sobreviver a essas condições adversas?


Como é sabido, muitas das indústrias de ponta, responsáveis pelos produtos mais dinâmicos
do comércio mundial – computadores, componentes eletrônicos, máquinas e equipamentos
de escritório, química fina, fármacos –, praticamente desapareceram do panorama produtivo
da América Latina, salvo sob o aspecto de linhas de montagem. O que sobrou foi basicamente:
a) indústrias de processamento de recursos naturais a fim de produzir commodities industriais,
tais como papel, celulose, suco de laranja, farelos e óleos vegetais, ferro, aço, alumínio, metais,
cimento; b) indústrias de alimentos, de material de limpeza, cosméticos, de móveis etc.; c)
linhas de montagem de equipamento eletrônico, aparelhos de TV e vídeo, de telecomunicações,
como os telefones celulares; d) indústrias têxteis, de vestuário e calçados, crescentemente
pressionadas pela concorrência chinesa; e) petroquímica em alguns países, graças à significativa
proteção tarifária; f) indústria de automóvel e de equipamento de transporte, objeto de
tratamento protetivo especial, às vezes no contexto de acordos sub-regionais como o Mercosul.
Fora poucas exceções, como a da indústria automobilística, esses não são em geral os tipos de
setor que desempenham papel decisivo para aumentar a competitividade internacional por
meio da pesquisa e desenvolvimento de produtos e do progresso tecnológico.
No caso do Brasil, o panorama é mais diversificado, já que o país foi capaz de preservar uma
estrutura industrial bem mais ampla e completa do que na maioria das outras nações do
continente. Essa estrutura, felizmente para nós, inclui até mesmo um setor bastante razoável
de bens de capital, maquinaria e equipamento. Alguns ou muitos desses setores sofrem hoje
outro tipo de “choque de competição”, o da concorrência chinesa, que opera como uma espécie
de segunda geração de pressões e desafios em relação ao primeiro impacto da liberalização dos
anos 1990. A sobrevivência até o instante de uma base industrial mais diversificada no Brasil é
uma razão a mais para identificar políticas e medidas de indiscutível qualidade econômica, que
sejam capazes de evitar que a indústria, sobrevivente do primeiro choque, não se afogue agora
no segundo.
O processo de rápida liberalização produziu na América Latina dois padrões específicos,
mas contrastantes na especialização industrial. Os países mais estreitamente ligados ao
mercado dos Estados Unidos, seja pela vizinhança geográfica, seja por acordos comerciais,
se concentraram nas indústrias de linha de montagem do tipo maquiladoras, que produzem
quase exclusivamente para o mercado norte-americano ou para reexportação para terceiros
a partir dos Estados Unidos, criando empregos de baixa especialização e modestos salários.
Por outro lado, as economias da América do Sul, tais como as da Argentina, do Chile e, com as
qualificações e diferenças expostas, no exemplo particular do Brasil, expandiram as indústrias
baseadas em recursos naturais, aumentando a intensidade em capital de tais atividades, mas
sem impacto correspondente na geração de empregos. Ambos os tipos de atividade possuem
conteúdo relativamente baixo de valor agregado interno e nenhuma delas proporciona o
gênero de transformação da produção nacional e do padrão exportador capaz de fazer do
comércio um motor de crescimento.

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O que fazer?
Acima de tudo, evitar fórmulas simplistas e simplórias. Por exemplo, a do famoso “choque de
competitividade” de vez em quando ressuscitada por assessores do Ministério da Fazenda
e gente vinculada ao mercado financeiro. A última versão foi a da redução substancial das
tarifas industriais. Embora pareça supérfluo, não custa repetir que é absurdo falar de “choque
de competitividade” no momento em que o setor produtivo enfrenta no Brasil condições
incomensuravelmente mais adversas do que os concorrentes potenciais em todos os fatores-
chaves determinantes da competitividade internacional, a saber, a taxa de juros, a taxa de
câmbio, a carga tributária e o custo de transação resultante da infraestrutura de serviços.
Um fenômeno de causas tão complexas e variadas como é a desindustrialização precoce só
poderá ser combatido por terapêutica igualmente diversificada, que contenha ingredientes
capazes de atacar as raízes macroeconômicas descritas, assim como os problemas de diferente
natureza aqui exemplificados na área de ciência e tecnologia, de pesquisa e desenvolvimento
de produtos, de inovação etc. Identificar os diversos componentes de tal terapêutica foi
precisamente o objetivo do seminário realizado na Federação das Indústrias do Estado de São
Paulo (Fiesp), em 28 de novembro de 2006. Na ocasião, um dos mais importantes objetivos
foi estimular um esforço sistemático e constante com vistas a valorizar o papel transformador
e de liderança da indústria manufatureira no processo de desenvolvimento, reatando com a
tradição de pioneiros como Roberto Simonsen e Euvaldo Lodi. Para isso, é indispensável reagir
contra o verdadeiro preconceito que, consciente ou inconscientemente, se criou contra o setor,
voltando a dar-lhe condições normais para poder concorrer internacionalmente e sobreviver
no âmbito interno.
Um elemento indispensável em tal sentido é uma estratégia para as negociações internacionais
que não aumente ainda mais as dificuldades enfrentadas em função das condições hostis
de juros, câmbio e tributos internos. Esse perigo existe não só nas negociações de acordos
de livre-comércio como nas da Rodada Doha, da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Nestas últimas, ficou claro que a tática dos usual suspects em matéria de protecionismo
agrícola (França et caterva) é repetir o bem-sucedido jogo utilizado na Rodada Uruguai: alegar
a impossibilidade de qualquer movimento em agricultura se não houver antes concessões
substanciais do Brasil, principalmente, da Índia e de alguns outros em Non-Agricultural Market
Access (Nama), isto é, em produtos industriais (e também em serviços). Conforme se sabe,
pagamos, naquela ocasião, um preço altíssimo em reduções tarifárias industriais, propriedade
intelectual, medidas de investimento relacionadas ao comércio (como a proibição do conteúdo
local ou índice de nacionalização no processo manufatureiro), em perda de flexibilidade ou
policy space para adotar políticas de estímulo à indústria, de amplo e irrestrito uso pelos países
avançados quando ainda se encontravam em fase de industrialização. Nossos ganhos em
agricultura, em compensação, foram modestos e mais conceituais do que concretos.
No momento, algumas das fórmulas propostas em Genebra por países desenvolvidos
implicariam reduções, da parte de países em desenvolvimento, de mais de dois terços na média
ponderada das tarifas aplicadas e de mais de três quartos dos níveis atuais da média ponderada
de suas tarifas consolidadas. Conforme tem sido demonstrado nos estudos dos economistas da
Unctad, Santiago Fernández de Córdoba, Sam Laird e David Vanzetti, tais reduções constituiriam
cortes incomparavelmente mais profundos do que os efetivados pelos principais países ricos ao
longo dos trinta anos após a Segunda Guerra Mundial. A experiência histórica indica que, no
processo de industrialização, o que conta não é tanto o nível médio das tarifas, mas seu perfil
setorial. A tarifa ideal é a desenhada para proteger o processo de aprendizagem e de aquisição

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de competitividade nos setores dinâmicos, não nas indústrias em declínio. Um dos fatores
que diferenciaram Coreia do Sul e Taiwan e explicam o êxito da industrialização dessas duas
economias foi justamente uma estrutura tarifária racional inspirada no princípio da proteção
seletiva e temporária (Yilmaz Akyuz, The WTO negotiations on industrial tariffs: what is at stake
for developing countries [As negociações da OMC sobre tarifas industriais: o que está em jogo
para os países em desenvolvimento], TWN, Penang, 2005).
Essa verdade nos aconselha extrema cautela nas atuais negociações, uma vez que as fórmulas
mais favorecidas pelos negociadores representariam perdas substanciais e súbitas de
proteção em setores como o automobilístico e o eletrônico, exatamente os que apresentam as
características desejáveis de dinamismo e alta capacidade multiplicadora de efeitos benéficos
para a indústria como um todo.

A crise é maior do que a chuva


Ainda que pouco eficiente a esta altura, a tentativa do governo de São Paulo de circunscrever
as causas da falta de água a fatores meteorológicos busca evitar o questionamento das
políticas produtoras dessa crise, que vêm sendo concretizadas há décadas.
por Le Monde Diplomatique Brasil

A atual situação extremamente crítica de escassez de água nas regiões metropolitanas de


São Paulo e de Campinas foi prevista há pelo menos uma década por técnicos da área e nos
planos elaborados para os recursos hídricos regionais, visto que o consumo superaria a água
disponível. Na prática, suas consequências na redução do suprimento já eram sentidas há muito
tempo, em vários municípios e áreas periféricas dessas regiões, condição que agora se estende
para outros locais, com a persistência da estiagem. Era evidente a impossibilidade de manter
o suprimento para quase a metade da metrópole de São Paulo, com a água retirada da região
de Campinas, via transposição pelo Sistema Cantareira, considerando o aumento da demanda
populacional, industrial e agrícola de todas essas regiões.
Agora, o agravamento da estiagem torna inevitável a adoção de medidas mais drásticas, que
devem alcançar os segmentos de maior renda, tradicionalmente isentos de sacrifícios e mais
influentes na mídia. Ainda que pouco eficiente a esta altura, a tentativa do governo de São
Paulo de circunscrever as causas a fatores meteorológicos busca evitar o questionamento das
políticas produtoras dessa crise, que vêm sendo concretizadas há décadas.
Importantes estudos, em todo o mundo, apontam como maiores ameaças à água a expansão
urbana, industrial e agrícola, as intervenções nos cursos de água (canalizações, transposição
de bacias, barragens e desvios), a perda de áreas úmidas e o desmatamento, além do aumento
do consumo de água e da poluição hídrica. Trazendo esses fatores para as regiões analisadas, é
inevitável reconhecer que não apenas eles se aplicam completamente, como são considerados
sinônimo de desenvolvimento.
A Macrometrópole Paulista1 é frequentemente saudada nos documentos oficiais e na
imprensa como um fenômeno urbano cujo nível de desenvolvimento se equipara ao dos países
europeus. Isso seria bom, não fosse este um país posicionado na periferia do capitalismo, cujos
desequilíbrios e passivos sociais e ambientais aqui produzidos não podem ser transferidos para
colônias distantes. Contudo, verifica-se uma contínua transferência da pobreza, dos resíduos e

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dos esgotos para regiões e municípios periféricos, concentrando renda fundiária e imobiliária
nas áreas centrais. No entanto, a água consumida nesses centros provém dos mesmos locais
desvalorizados e degradados por receberem os rejeitos metropolitanos. Assim, muitos recursos
são mobilizados na tentativa de adequar essa água ao consumo, além daqueles empregados
na sucessiva busca de novas fontes, invariavelmente distantes e já utilizadas para importantes
finalidades econômicas, sociais e ambientais.
Esses elementos ameaçadores da água, como a expansão industrial, agrícola e urbana, superam
os níveis de crescimento populacional e suas demandas essenciais e dependem de expressivos
investimentos públicos e privados. Os interesses em seus resultados vão além das ambições
políticas de determinados grupos e se originam nos maiores beneficiários das grandes obras,
da especulação imobiliária, financeira e da produção de veículos, entre outros protagonistas da
formação desse espaço cada vez mais amplo, vulnerável e degradado.
Os desafios a serem enfrentados no resgate da água limpa, nesse contexto, podem ser
comentados em dois grupos de problemas interligados. O primeiro é o intenso desperdício de
água nesta sociedade de consumo, além das alterações do clima provocadas pela formação das
chamadas “ilhas de calor” nas áreas intensamente urbanizadas, agora potencializadas com os
efeitos das mudanças climáticas globais nos recursos hídricos. O segundo aglutina as políticas
de recursos hídricos e de gestão das águas aplicadas na região afetada pela crise e no restante
do estado de São Paulo, compreendendo: a degradação dos mananciais que deveriam garantir
a produção e qualidade de água; a mercantilização da água e a privatização da empresa de
saneamento; a inexistência de ações para redução de demanda; e, por último, o abandono da
gestão integrada e participativa dessas águas.

Consumo e desperdício nas atividades produtivas


O modelo econômico vigente apoia-se na produção, consumo e descarte crescentes de
mercadorias e recursos, como água, enquanto forma de viabilizar permanentemente o acúmulo
de capital. Assim, ele inclui mercadorias supérfluas e descartáveis, em detrimento do que é
básico e essencial para a população, numa dinâmica que é estimulada pela oferta de crédito e
intensa publicidade.
A imposição de crescentes “necessidades” de consumo para aumentar as vendas acelera a
exaustão das reservas hídricas, principalmente quando sua disponibilidade está no limite, como
é o caso das regiões metropolitanas de São Paulo e Campinas. A suposição de que esse modelo
deve continuar se expandindo apoia as projeções realizadas para a Macrometrópole Paulista,
que concentra as regiões de quase 80% da população do estado, estimando-se que o consumo
de água proveniente apenas de captações diretas em rios e mananciais, por parte do setor
industrial, deverá crescer ainda 24% até 2035.2

Mudanças climáticas globais e locais


O aquecimento global e, principalmente, a formação de “ilhas de calor” nas áreas intensamente
urbanizadas vêm sendo apontados como responsáveis por desestabilizações climáticas
registradas nos últimos anos. Dados apresentados pelo Painel Intergovernamental de
Mudanças Climáticas (IPCC) e pelo Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC) concluem
que essas transformações tendem a provocar um agravamento dos extremos, desencadeando
precipitações e estiagens acentuadas.

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Atualidades – Prof. Cássio Albernaz

Essa nova realidade exige o controle da expansão urbana, a introdução de políticas adaptativas
e o fortalecimento da resiliência dos sistemas naturais, por meio da ampliação de programas
que os protejam, garantindo a prestação de serviços ambientais.

Mananciais, qualidade e quantidade das águas


A Lei de Proteção de Mananciais criada na década de 1970 não foi efetivamente aplicada pelo
estado ou pelos municípios, exceto em alguns curtos períodos, quando operaram programas
integrados de fiscalização. Na Bacia do Alto Tietê, os mananciais legalmente protegidos se situam
em áreas elevadas do extremo norte, sul e leste da Grande São Paulo, à época caracterizadas
pela abundância de chuvas. Nesses locais, as ocupações clandestinas foram organizadas por
loteadores para atender à população de baixa renda que buscava alternativas de moradia, fora
dos espaços valorizados pelo mercado. Iniciativas de rever a legislação partiram do governo na
década de 1980, para torná-la mais “eficiente e adequada”, e, em 1997, ela foi efetivamente
alterada e passou a valer para todo o estado de São Paulo (Lei n. 9.866/1997).
A despeito de avanços como a possibilidade de participação dos municípios e da sociedade
civil em sua gestão, essa lei foi menos restritiva aos usos urbanos, não alterou a precariedade
na fiscalização nem impediu a instalação de projetos governamentais de grande porte,
como o Rodoanel, que atraem mais ocupantes e atividades econômicas incompatíveis com
os mananciais. Como resultado, essas áreas protegidas continuam a se deteriorar com o
desmatamento, os esgotos domésticos e industriais, o lixo e os processos erosivos, que resultam
do avanço da urbanização.
Mesmo investimentos elevados para recuperar essas áreas, como os efetuados para as bacias
do Guarapiranga e Billings, têm mostrado resultados inexpressivos por se concentrarem no
saneamento de algumas favelas, sem ampliar áreas protegidas ou prevenir a expansão urbana.
Em vez de serem considerados áreas livres para a realização de negócios imobiliários, esses
territórios necessitam do reconhecimento prático de sua importância estratégica na depuração
e reservação das águas para suprir a população, com regularidade e segurança.

Mercantilização da água e privatizações


O saneamento da região submetida à escassez é promovido principalmente pela Sabesp, uma
empresa de economia mista controlada pelo governo de São Paulo, que tem 51% das ações.
A partir de 2002, suas demais ações passaram a ser negociadas na Bovespa e, em seguida, na
Bolsa de Nova York. Em 2008, a Sabesp passou a se dedicar também a outros serviços, como
os de águas pluviais, limpeza urbana, resíduos sólidos, além daqueles ligados à energia, em
outras regiões do país e no exterior. A descaracterização de sua função pública prosseguiu com
a criação3 da Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp),
quando pôde assumir participação e controle de capital com outras empresas, formando
subsidiárias, nacionais ou internacionais.
A lucratividade da Sabesp é obtida com o fornecimento de água e a prestação de serviços de
esgotos, o que a impele a vender quantidades cada vez maiores de água, cobrando tarifas
vantajosas, mesmo dos serviços de esgotamento, que não são prestados para boa parte dos
usuários. Além disso, ela não paga os encargos pelo uso de patrimônios públicos, como os
reservatórios Guarapiranga e parte das represas do Alto Tietê. Esse conjunto de procedimentos
expressa uma política privatizante, que se opõe à consideração da água como um bem público

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e recurso vital para a população. Essa é a bandeira de luta internacional dos movimentos sociais
que querem assegurar a universalização do acesso à água.

Políticas de gestão da demanda


A gestão da demanda tem como objetivo ajustar o consumo da água à sua disponibilidade, e
nas condições de escassez, como as atuais, sua importância e prioridade devem crescer, ao
contrário do que ocorreu. É importante lembrar que as iniciativas para reduzir o consumo
de água fazem parte de um programa da Organização Mundial da Saúde (OMS) destinado
a contribuir para a saúde pública, avançando no tratamento de esgotos, na manutenção da
integridade de ecossistemas e no uso sustentável da água.
Entre as medidas recomendáveis para ajustar a demanda destacam-se as de redução de perdas
na rede; a diminuição do consumo doméstico nos condomínios, incentivada pela instalação de
hidrômetros individualizados e pela substituição dos equipamentos sanitários que consomem
muita água; e o reúso da água em domicílios, indústrias, estabelecimentos comerciais etc.

Alternativas de suprimento
Embora as águas subterrâneas não constituam a principal fonte de abastecimento, elas podem
complementar as captações em águas superficiais. Sua qualidade, em geral, é satisfatória e
vem sendo explorada como fonte principal em grande número de condomínios, indústrias e
outros empreendimentos. Apesar de sua exploração necessitar de uma autorização (outorga),
o grau de clandestinidade é elevado, o que ameaça essas águas de duas formas: com a
contaminação, pelo reduzido cuidado na manutenção dos poços, e com o rebaixamento do
nível dos poços, pela exploração acima da capacidade de recarga, em especial considerando a
impermeabilização do solo nas áreas urbanas, onde essa água é mais demandada.
No atual quadro de escassez é necessário que essas águas sejam destinadas, prioritariamente,
para o abastecimento público, revertendo a situação de descontrole em sua exploração privada.

Gestão de recursos hídricos


O atual sistema de gestão, que resulta de intensa mobilização de setores técnicos e organizações
sociais, constitui um modelo democrático, descentralizado e participativo que permite
equacionar conflitos pelo uso da água e todos os projetos que interferem nela, permitindo
tomar decisões embasadas em planos de bacia. No entanto, na Bacia do Alto Tietê, onde os
problemas de água são os mais graves do estado, o respectivo comitê foi paulatinamente
esvaziado, reduzindo as possibilidades de controle social das políticas do setor e da indicação
das ações e investimentos que garantam o uso prioritário do abastecimento diante dos demais.
Paradoxalmente, os acionistas da empresa de saneamento, situados em países distantes, detêm
um poder de decisão sobre o destino das águas onde ela opera maior que o dos participantes
do comitê e o dos consumidores submetidos a racionamento por falta de investimentos. Isso
ocorre porque os recursos desses investimentos, gerados no pagamento das tarifas (indevidas
no caso dos esgotos), são utilizados para pagar dividendos a esses acionistas.
Como se vê, a “democracia” do capital vem superando todas as demais, com a ajuda de
governos voltados a clientes preferenciais. Isso aponta a necessidade de evitar a perda do
espaço minimamente democrático de gestão de recursos hídricos, buscando ampliá-lo para um

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Atualidades – Prof. Cássio Albernaz

verdadeiro fórum das águas, capaz de promover soluções criativas e agregar parcelas maiores
da sociedade nas decisões.
Evitando-se pressionar demasiadamente nossos governantes, ou as modernas e agora globais
empresas de saneamento, há duas ações prioritárias para recuperar a água que nos falta. Elas
dependem apenas da aplicação de dois artigos do Código Sanitário Estadual de 1894, o 173 e o
313, que estabelecem, respectivamente, que, “na falta de canalização de esgotos, os resíduos
poderão ser lançados nos rios, mas depois de purificados” e que “as matas existentes nas
cabeceiras [dos mananciais] deverão ser conservadas do melhor modo possível”.

Copa 2014 pode deixar melhora da autoestima como legado para o Brasil
Do UOL, em São Paulo 14/07/2014

Quem mora nas cidades-sede da Copa, quem encontrou gringos que vieram ao Brasil para
assistir ao Mundial ou quem acompanhou as notícias sobre pesquisas de opinião ou focadas
na experiência de turistas estrangeiros no país nas últimas semanas dificilmente terá dúvidas
sobre um fato: os gringos adoraram o Brasil e a Copa do Mundo do Brasil.
Cada uma das 12 cidades-sede da Copa agradou também por motivos específicos, suas
belas praias, suas noitadas com pimenta, sua culinária de dar água na boca ou sua natureza
exuberante. E não houve problemas, os turistas não tiveram do que reclamar? Claro que
houve, impossível realizar um evento deste porte sem problemas, mas a verdade é que ficaram
pequenos, os problemas, diante da satisfação.
E, acima de tudo, em destaque em qualquer levantamento de opinião, informal ou científico,
qual foi a melhor parte da Copa, o que de melhor você, turista estrangeiro, viu no Brasil? Ah,
é o povo brasileiro, respondem. Foi ele, o brasileiro, quem fez sorrir os visitantes. Os fatos e
números apurados podem ser vistos no quadro ao fim desta reportagem.
Um levantamento realizado pelo UOL Esporte, chamado de Pesquisão UOL, dá o tom do que
acharam os gringos da Copa, do Brasil e de seu povo. Uma das perguntas foi: "O que mais te
encantou no Brasil além dos jogos de futebol?". Algumas respostas:
"As pessoas, o povo brasileiro. As mulheres são lindas e as pessoas são muito simpáticas, elas
recebem muito bem os estrangeiros". Nathan Tulkens, belga, 24 anos.
"As pessoas. Já tinha ouvido falar da alegria dos brasileiros, mas nada tinha me preparado para
isso." Florent Delamanj, francês, 25 anos .
"As pessoas são muito legais e festivas, há vibração e energia em todos os lugares. Eu pensei
que elas não gostavam dos ingleses, mas elas gostam!" Fred Cooler, inglês, 22 anos.
Será este um legado intangível que o Brasil poderá tirar do Mundial de 2014, o aumento da
autoestima do povo. Para a professora de Sociologia da PUC-SP Mônica Carvalho, participante
da pesquisa "Metropolização e Megaeventos: o impacto da Copa de 2014 e das Olimpíadas de
2016", durante este Mundial as pessoas mostraram que sabem separar o que acontece nos
gramados da realidade do país. "Com este descolamento do nacionalismo exacerbado, nem
uma derrota acachapante faz a população pensar que tudo vai mal no país. Assim como um
título não traria a ilusão de que tudo está perfeito."

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O passo seguinte seria a população perceber os avanços conquistados. "A mentalidade está em
descompasso com o que o Brasil é. Há um imaginário de 30 anos atrás com instituições frágeis,
golpes, insegurança econômica e falta de profissionais capazes". Ela conta que não reconhecer
a evolução ocorrida a partir da década de 1980 levou ao sentimento de pouca confiança e
dúvidas se o país seria capaz de organizar o Mundial.
Esta preocupação se dissipou e virou orgulho pelo sucesso da Copa e os elogios estampados
em jornais internacionais. A socióloga ressalta que este sentimento pode ser temporário,
existe ainda uma idealização da realidade dos Estados Unidos e Europa. Mas, o contato com
moradores desses locais durante a Copa revelou que há problemas semelhantes, como filas
para pegar táxi no aeroporto.
A Copa mostrou que o Brasil não é tão pior assim, não é tão incapaz assim nem tem tanta coisa
assim do que se envergonhar. Agora, resta esperar que o tempo responda se tais constatações
irão reverter em ganho de autoestima do povo brasileiro, gerando um legado intangível deixado
pelo Mundial de futebol.

A satisfação estrangeira em fatos e números

Pesquisão UOL
Pesquisão UOL: 257 torcedores e 117 jornalistas ouvidos
•• 28% dos torcedores consideram a hospitalidade da população o melhor da Copa.
•• 8% ainda citaram a recepção calorosa do povo.
•• 30,3% dos jornalistas se disseram surpresos com a recepção da população. Amáveis e
acolhedores foram os adjetivos mais citados.
•• 38,5% dos profissionais de imprensa afirmaram que é a melhor Copa em que trabalharam
•• 19,7% é o percentual da segunda colocada, a Alemanha.

Pesquisa BBC
Entrevistas feitas por repórteres nas ruas do Brasil
•• Hospitalidade do povo foi citada por todos que conversaram com a reportagem.
•• Nas 12 cidades-sede, o povo brasileiro foi considerado a principal atração.

Rio de Janeiro
Pesquisa da GMR Inteligência de Mercado
•• 97% aprovaram a hospitalidade do carioca.
•• 98,3% indicam o Rio como destino turístico.
•• 98,8% contaram que a cidade atendeu às expectativas.
•• 96% ratificaram como verdadeira a fama de hospitaleiro do povo carioca.

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Atualidades – Prof. Cássio Albernaz

São Paulo
São Paulo Turismo: 5.332 entrevistas
•• 80% deram notas acima de 7 para o Mundial na cidade.
•• Registradas 865 mil postagens sobre a Copa na cidade, sendo 85% positivas.
•• 503 milhões de internautas acessaram diretamente essas postagens.

Salvador
Associação de hotéis: 2.077 entrevistas
•• 94% dos entrevistados pretendem voltar à capital baiana.
•• Motivos mais citados para satisfação foram hospitalidade do povo e alegria das festas.

Natal
Associação de hotéis ouviu 1.003 estrangeiros
•• 86,6% consideraram a experiência na cidade ótima ou boa.
•• 87,7% indicariam Natal como destino turístico.

Manaus
934 pessoas ouvidas por institutos públicos de turismo
•• Hospitalidade do povo é citada como ponto alto da cidade por 97% dos entrevistados.
•• 78% dizem que gostariam de voltar à cidade no futuro.

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Copa deixa legado de infraestrutura menor e mais caro
Boa parte das obras prometidas não foi entregue a tempo para o Mundial
A Copa do Mundo deixa um legado de infraestrutura para o Brasil muito menor do que o
prometido quatro anos atrás — e a um custo mais alto. Em 2010, o governo anunciou que o
evento atrairia investimentos de R$ 23,5 bilhões em 83 projetos de mobilidade urbana, estádios,
aeroportos e portos. Parte das obras ficou no caminho e só 71 projetos foram mantidos na lista.
Segundo levantamento feito pela rede de repórteres do Estado nas 12 cidades-sede, as
obras entregues para a Copa e as inacabadas somam R$ 29,2 bilhões — mesmo tendo sido
substituídos em várias cidades projetos mais ambiciosos, como trens e monotrilhos, por
modestos corredores de ônibus. Ou seja, o País gastou mais para fazer menos e com menor
qualidade.
Em setembro de 2013, o Ministério dos Esportes apresentou sua última consolidação das obras
da chamada Matriz de Responsabilidade da Copa, já com a exclusão dos projetos prometidos
em 2010 e abandonados.
Os 71 projetos confirmados somavam então R$ 22,9 bilhões. Esse resultado significava que os
governos federal, estaduais e municipais e a iniciativa privada gastariam 3% a menos do que
o previsto em 2010 para fazer 15% a menos em número de obras. Os investimentos estavam
distribuídos assim: 50,5% para o governo federal, 33,1% para os Estados e municípios e 16,4%
para o setor privado.
Entretanto, a reportagem constatou que o gasto total, hoje, é ainda maior: R$ 29,2 bilhões, ou
27% a mais do que o anunciado há quatro anos.
A construção dos estádios foi prioridade, seguida dos aeroportos. Mas na mobilidade urbana,
o principal legado da Copa para os moradores das grandes cidades, o resultado foi sofrível. De
50 projetos, apenas 32 foram mantidos, o que quer dizer que um em cada dois foi abandonado.
De acordo com a matriz consolidada em setembro pelo Ministério do Esporte, o País investiria
R$ 7 bilhões em mobilidade urbana para receber a Copa, R$ 4,47 bilhões a menos do que o
previsto em 2010.
Inacabadas. Além disso, boa parte das obras não foi entregue a tempo para o Mundial. O
levantamento do Estado nas 12 cidades-sede mostra que 74 obras de mobilidade urbana
foram entregues e 46 permanecem inacabadas. O número de obras é maior do que o da lista
de projetos do ministério porque as prefeituras e governos estaduais, que são as fontes dessa
informação, costumam fatiar projetos em várias obras.
Os projetos de construção do VLT de Brasília e de Manaus, por exemplo, ficaram só no papel.
Já o monotrilho de Cuiabá será entregue no segundo semestre de 2015. Em São Paulo, o
Expresso Aeroporto, trem que ligaria o centro da cidade a Cumbica, foi cancelado em 2012. E o
monotrilho do Morumbi ainda está em construção.
O abandono e a não conclusão das obras só não tiveram um impacto maior porque a maioria
das cidades decretou feriado ou ponto facultativo para o funcionalismo, além de as férias
escolares de julho terem sido antecipadas.
Em uma cidade como São Paulo, isso equivale a trocar o deslocamento de seus 10 milhões de
moradores pelo de 64 mil torcedores indo para o Itaquerão e outras 30 mil ou 40 mil pessoas

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Atualidades – Prof. Cássio Albernaz

concentrando-se na Fun Fest e bares ao redor no centro da cidade, bem como na Vila Madalena,
na zona oeste.
O único segmento que não sofreu baixas foram os estádios. Todos os projetos previstos saíram
do papel e custaram R$ 8 bilhões ao País — 98% em recursos públicos-, montante 50% acima
do previsto em 2010. Mal ou bem, ainda que com parte das arquibancadas provisória, como no
Itaquerão, eles ficaram prontos para a Copa, acalmando a Fifa.
Em São Paulo, o projeto original previa a reforma do Morumbi, que custaria R$ 240 milhões
e mais R$ 315 milhões em obras do entorno. Com a substituição da obra pela construção do
estádio de Itaquera e investimentos no seu entorno, o custo saltou para R$ 1,37 bilhão.
No caso dos aeroportos, o desempenho foi mediano — alguns ficaram prontos, outros, não,
mas isso não comprometeu o embarque e desembarque dos torcedores. Obras previstas em
aeroportos como Viracopos, Confins, Fortaleza e Salvador não foram concluídas antes do
Mundial.
"A reforma dos aeroportos era uma necessidade, independente da Copa", analisa Carlos Ebner,
diretor-geral da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) no Brasil.
— Mas a Copa era uma motivação para dar um salto de infraestrutura e deixar um legado ao
País. Mas nem tudo foi feito e queremos que as obras continuem após a Copa.
Segundo ele, o caos não ocorreu porque o setor se organizou em uma operação especial e
compensou os entraves de infraestrutura. Foi o que aconteceu também com o transporte
urbano, beneficiado pelos feriados e linhas especiais de ônibus para os torcedores. Terminada
a Copa, a vida volta ao normal.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Atualidades

AULA 03

CLIPPING DE NOTÍCIAS

Brasil se distancia da média mundial em ranking de educação


O Brasil se distanciou da média de 40 países em um ranking que compara resultados de provas
de matemática, ciência e leitura, e também índices como taxas de alfabetização e aprovação
escolar.
A Indonésia aparece em último lugar no ranking, precedida por México e Brasil
O Brasil se distanciou da média de 40 países em um ranking que compara resultados de provas
de matemática, ciência e leitura, e também índices como taxas de alfabetização e aprovação
escolar.
No entanto, apesar de ter o seu índice piorado, subiu uma posição no ranking —de penúltimo
para antepenúltimo— pois o México apresentou queda maior do que o Brasil no índice.
Esta é a segunda edição do relatório produzido pela empresa de sistemas de aprendizado
Pearson (ligado ao jornal britânico Financial Times) e pela consultoria britânica Economist
Intelligence Unit (EIU).
O Brasil aparece na 38ª posição do ranking, na frente de México e Indonésia —um avanço de
um lugar, na comparação com a edição de 2012.
O indicador do ranking é composto a partir duas variáveis: capacidade cognitiva (medida por
resultados de alunos nos testes internacionais PISA, TIMSS e PIRLS) e sucesso escolar (índices
de alfabetização e aprovação escolar).
O número usado para comparar os países ('escore z') indica o quão longe cada nação está da
média dos 40 países (que é zero, nesta escala). Foram analisadas nações da Ásia, da Europa e
das Américas - nenhum país africano participa do ranking.
Em 2012, o Brasil havia obtido um escore de -1.65; neste ano o indicador foi de -1,73, o que
mostra que o país está mais distante da média dos 40 países. Já o México viu seu escore cair
de -1,6 para -1,76. O sinal negativo indica que ambos os países estão abaixo da média dos 40
países.
O Brasil piorou nas duas variáveis, tanto na capacidade cognitiva (de -2,01 para -2,06) quanto
no sucesso escolar (de -0,94 para -1,08).

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Os escores são sempre comparados com a média das 40 nações. Então não é possível
determinar ao certo se a piora do indicador do Brasil se deve a uma queda no desempenho dos
alunos brasileiros, ou se houve uma melhora na média mundial.

Mais professores de ciência e matemática


'Países em desenvolvimento ocupam a metade inferior do ranking, com a Indonésia novamente
aparecendo em último lugar entre as 40 nações analisadas, precedida por México e Brasil', diz o
relatório produzido junto com o ranking ('A Curva de Aprendizagem').
'É preciso questionar a habilidade dos sistemas educacionais destes países de suportar índices
altos de crescimento econômico no longo prazo.'
Um dos capítulos do relatório discute 'lições a serem aprendidas por países em desenvolvimento'
e conta com contribuições de Maria Helena Guimarães de Castro, diretora da Fundação Seade
(Sistema Estadual de Análise de Dados), um centro de pesquisas do governo do Estado de São
Paulo.
Castro é citada no relatório dizendo que o Brasil precisa de um aumento de 30% no número de
professores de ciência e matemática para aliviar as pressões sob o contingente atual - que está
sobrecarregado e carece de treinamento.
'Nós não temos professores porque essa carreira não é atraente. Isso é um problema que não
será resolvido a não se que o governo e os governantes decidam mudar isso', diz a diretora do
Seade, no documento da Pearson e EIU.

Ásia em alta
No topo do ranking, a novidade desta edição é a queda dos países escandinavos e a ascensão
de asiáticos.
A Finlândia, que liderava a edição de 2012, viu seu escore piorar de 1,26 para 0,92 - caindo
quatro posições e sendo ultrapassada por Coreia do Sul, Japão, Cingapura e Hong Kong. O
relatório afirma que países escandinavos, como Suécia e Finlândia, tem visto nos últimos anos
as notas de seus alunos piorarem nos testes internacionais.
A Coreia do Sul é o país com a melhor média em relação às 40 nações. Um dos destaques
positivos do ranking foi a Rússia, cujos alunos melhoraram suas notas nas avaliações. Com isso,
a Rússia subiu sete posições, de 20° para 13°.

A um mês da Copa, Brasil continua em obras e cheio de incertezas


A caipirinha que o secretário da Fifa, Jerôme Valcke, pretende tomar para festejar a abertura
da Copa do Mundo no Brasil pode ter um sabor amargo: a um mês do início da competição, as
obras ainda se arrastam e ainda há preocupações com a segurança.
O sonho de reformar ou construir 12 estádios ultramodernos para acolher o maior evento de
futebol do mundo e mostrar seu potencial de gigante emergente bate de frente com uma dura
realidade. O projeto vem sendo criticado, não apenas pela Fifa, mas também por boa parte dos

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Atualidades – Prof. Cássio Albernaz

brasileiros, por conta dos cerca de 22 bilhões de reais que a organização do Mundial custará aos
cofres públicos.
A presidente Dilma Rousseff, que concorre à reeleição em outubro, inaugurou quase todos os
estádios, mas quatro ainda não foram totalmente concluídos. O Itaquerão, de São Paulo, que
receberá a partida de abertura entre Brasil e Croácia, a Arena da Baixada, de Curitiba, o Beira-
Rio, de Porto Alegre, e a Arena Pantanal, de Cuiabá, continuam em obras a exatos 30 dias do
pontapé inicial, previsto para o dia 12 de junho.
"Vivemos um inferno no Brasil", confessou Valcke na semana passada, durante um evento
realizado em Lausanne, na Suíça. "No Brasil, há alguns políticos que se opõem à Copa do
Mundo, e nós vivemos um inferno, principalmente porque no país existem três níveis políticos
que passaram por mudanças por causa de eleições, fazendo que não conversássemos
necessariamente com as mesmas pessoas. Era complicado ter de repetir toda vez a mesma
coisa", afirmou o dirigente.
Resignado, Valcke admitiu que os estádios devem ficar prontos "no último minuto" e não vê
a hora da bola rolar para que finalmente possa tomar sua caipirinha. Todas as cidades-sede
deveriam a princípio oferecer o 4G aos usuários, mas o governo já alertou que o wi-fi não
funcionaria bem na metade dos estádios.
Também existe uma grande preocupação em relação ao funcionamento dos aeroportos.
"Embora o Brasil tenha experiência em mega-obras, conheço pouca coisa que esteja tão
atrasada quanto os preparativos para esta Copa do Mundo", disse à AFP Lamartine Pereira da
Costa, professor de estudos olímpicos e gestão do esporte da Universidade Estadual do Rio de
Janeiro (UERJ) e da Universidade de East London, na Inglaterra.

Mais insegurança
Muitos protestos anti-copa já estão sendo organizados em cidades-sedes da Copa, e há
temor de que as manifestações sejam marcadas por episódios de violência, como aconteceu
em junho do ano passado, quando milhares de brasileiros foram às ruas em meio à Copa das
Confederações. A estas preocupações se soma um aumento da violência no Rio de Janeiro,
cidade que receberá 12 partidas do Mundial, inclusive a final, em 13 de julho no Maracanã.
A morte do dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, na comunidade Pavão-Pavãozinho, gerou
protestos com cenas de guerrilha urbana perto do bairro de Copacabana, o mais turístico da
cidade, com autoridades lançando gaz lacrimogêneo e disparando balas de borracha contra os
manifestantes.
No último sábado, um assaltante manteve dois reféns por mais de duas horas dentro de um
ônibus na avenida Brasil, um episódio em que, felizmente, não houve feridos. O ministro do
esporte, Aldo Rebelo, ironizou que o Brasil ainda é mais seguro que o Afeganistão ou o Iraque,
mas vários países mostraram-se preocupados em relação à segurança dos jogadores e dos
torcedores.
Desde o início do ano, seis policiais morreram em ataques de traficantes nas comunidades
pacificadas. O governo prometeu que iria mobilizar nada menos que 170.000 policiais, militares
e agentes privados para garantir a segurança durante o evento.

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Clamor popular
Embora a maioria dos brasileiros ainda seja a favor da realização da Competição no país, a
percentagem de aprovação caiu muito, de 79% em 2008 a 48% em abril deste ano. Há seis
anos, apenas 10% se dizia claramente contra a Copa, contra 41% hoje em dia.
"Ninguém sabe qual será o teor das manifestações, mas duas coisas podem acontecer de forma
simultânea, um grande êxito da Copa em termos de público e uma grande reação de protesto
contra o governo", analisou Lamartine Pereira da Costa. "O grande fator favorável no Brasil é a
população, que sempre responde bem. Uma vez que a Copa começar, a reação pode ser muito
positiva", completou.
Muitos se perguntam quais podem ser as consequências políticas caso a seleção brasileira
não conquiste o tão esperado hexacampeonato em casa. De acordo com as últimas pesquisas,
Dilma seria reeleita no segundo turno com 35% dos votos. A presidente perdeu oito pontos nas
últimos seis meses, em meio as reclamações pela baixa qualidade dos serviços públicos.
"O Brasil pode ser campeão e eu perder a eleição. O Brasil pode não chegar lá e eu ser reeleita.
Uma coisa não está ligada à outra. Não tenham dúvidas de que vou torcer muito para o Brasil
ser campeão", resumiu Dilma.

Imigração africana no Brasil aumenta 30 vezes entre 2000 e 2012


Entidades assistencialistas criticam demora e burocracia na obtenção de documentos
Palco dos maiores eventos esportivos do mundo nesta década, o Brasil não só concentrou a
atenção de órgãos internacionais e de grandes investidores, mas também se fortaleceu como
destino das tradicionais rotas de emigração do continente africano.
Dados da PF (Polícia Federal) aos quais a agência EFE teve acesso apontam que, entre 2000 e
2012, o número de residentes e refugiados africanos no Brasil cresceu mais de 30 vezes — mas
os números podem ser ainda maiores, se forem levados em conta os imigrantes ilegais, sobre
os quais não se têm registros oficiais.
O relatório da PF diz que, em 2000, viviam no Brasil 1.054 africanos regularizados de 38
nacionalidades, mas o número saltou em 12 anos para 31.866 cidadãos legalizados provenientes
de 48 das 54 nações do continente.
A maioria das rotas de imigração é por via aérea. Outras são pelo mar e, em alguns casos, há
quem vá primeiro a países da fronteira norte para depois fazer a travessia para o território
brasileiro por terra.
"Conheço alguns casos raros de pessoas que fugiram do Congo escondidas em navios e sem
saber seu destino, que muitas vezes era o porto de Santos", no litoral paulista, afirmou o
padre Paolo Parise, diretor da Casa do Imigrante de São Paulo, principal centro de amparo dos
africanos.
O abrigo da pastoral recebe imigrantes desde 1978, em 90% dos casos estrangeiros e com
status de refugiados. De acordo com Parise, antes havia predominância de latino-americanos e,
agora, de africanos e haitianos.

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Atualidades – Prof. Cássio Albernaz

A maioria dos africanos, segundo a PF, é de países lusófonos, como Angola e Cabo Verde,
com 11.027 e 4.257 cidadãos respectivamente até 2012 — ano dos dados consolidados mais
recentes — seguidos pela Nigéria, com 3.072 imigrantes que regularizaram sua situação.
Segundo o coordenador de Políticas para Imigrantes da Secretaria de Direitos Humanos da
Prefeitura de São Paulo, Paulo Illes, o aumento da corrente imigratória africana é "mais visível"
após 2010, quando o fluxo passou a ser "contínuo".
Illes, que trabalha com o tema da imigração há 15 anos, afirmou que a crise financeira de 2008
foi um dos fatores que fez muitos africanos optarem pelo Brasil e não por países da Europa, que
por sua vez ficaram mais estritos com as normas migratórias.
A imagem de nação emergente no cenário internacional levou o Brasil a ser visto pelos africanos
de lugares mais pobres como "o país do futuro e dos sonhos" e um destino "mais atraente" em
termos de fácil receita e direitos trabalhistas em comparação à Europa, ressaltou Illes.
A congolesa Cathy, por exemplo, deixou sua terra natal devido à guerra civil entre o governo e
forças rebeldes no norte do país e depois de seu marido, membro de um partido de oposição,
ser preso.
"Saí por questões de segurança, e como na África é difícil conseguir vistos, me disseram que
para o Brasil seria fácil e que, como país emergente, precisava de mão de obra para o trabalho",
contou ela, que chegou a São Paulo em dezembro do ano passado com os filhos e espera
regularizar seus documentos para conseguir trabalho.
Parise lamentou que, apesar de a PF outorgar um documento provisório para acesso ao País
nas fronteiras, o status de refugiado e as autorizações para trabalhar podem demorar meses.
— Pessoas que chegaram em março têm entrevista marcada para dezembro. Isso quer dizer
que a vida delas fica parada até essa data, com uma série de consequências e problemas.
Cathy questionou a burocracia para obter os documentos e rotulou como "mito" a fama de
receptividade dos brasileiros.
— Mudei de ideia, pois aqui se pedem documentos para tudo, até para comprar alguma coisa.
A xenofobia e as demonstrações de racismo, como o preconceito contra os africanos no
transporte público e por parte dos órgãos de segurança, também são relatados por alguns
imigrantes que chegam ao abrigo da pastoral.
Apesar de o Brasil ser mais "acolhedor" do que a Europa com os imigrantes, Parise explicou que
a taxa de imigração comparada com a dos países europeus é "baixa".
"Se os imigrantes representassem 10% da população, gostaria de ver como a sociedade
brasileira reagiria", concluiu o sacerdote, que lembrou que os imigrantes representam apenas
1% do total de habitantes do Brasil.

Brasil lidera ranking de medo de tortura policial


Questionados se estariam seguros ao ser detidos, 80% dos brasileiros discordaram fortemente
Levantamento da ONG ouviu 21 mil pessoas em todo o mundo

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Trinta anos depois da assinatura da Convenção Internacional Contra Tortura da ONU por 155
países, entre eles o Brasil, a grande maioria dos brasileiros ainda teme por sua segurança ao
ser detida por autoridades, revela um relatório divulgado nesta segunda-feira(12) pela ONG
Anistia Internacional, que trabalha com defesa de direitos humanos.
Quando questionados se estariam seguros ao ser detidos, 80% dos brasileiros ouvidos pela
ONG no levantamento discordaram fortemente.
Trata-se do maior índice dentre os 21 países analisados no estudo e quase o dobro da média
mundial, de 44%.
'É um índice chocante que revela a percepção social em torno da tortura', diz Erika Rosas,
diretora para Américas da Anistia Internacional, à BBC Brasil.
'Não podemos dizer que a tortura é uma prática sistemática no Brasil como em outros países,
mas temos documentado diversos casos preocupantes'.

Impunidade
No levantamento, que ouviu 21 mil pessoas em todo o mundo, o México ficou num distante
segundo lugar, com 64% dos participantes respondendo temer a tortura por autoridades.
Turquia e Paquistão empataram na terceira posição, com 58%.
O Reino Unido (15%), a Austrália (16%) e o Canadá (21%) foram os países onde este medo é
menor.
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB, Wadih Damous, diz não se surpreender
com a posição do Brasil no ranking.
'A tortura persiste porque houve a impunidade com a anistia dos agentes da ditadura que a
praticaram. Isso gera um salvo-conduto para as autoridades atuais', afirma Damous.
'A violência policial é perceptível e está enraizada nas políticas de segurança pública do país'.
Nos últimos três anos, o número de denúncias dos atos cometidos por agentes do governo no
país cresceu 129%.
Entre 2011 e 2013, foram relatados 816 casos por meio do Disque 100, da Secretaria Nacional
de Direitos Humanos, envolvendo 1.162 agentes do Estado.

Avanço
Damous aponta como avanço nesta questão a aprovação no Congresso Nacional do Sistema
Nacional de Prevenção e Combate à Tortura, que prevê, entre outras medidas, a permissão
para que peritos independentes tenham acesso a prisões e hospitais psiquiátricos para avaliar
o tratamento dado a detentos e pacientes.
'Hoje, os peritos policiais se sentem coagidos por colegas a mudarem seus laudos', afirma
Damous.
Rosas, da Anistia Internacional, diz que o sistema aprovado no país é louvável, mas que é agora
preciso colocar essa política em prática.

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Atualidades – Prof. Cássio Albernaz

Atualmente, o comitê de peritos ainda precisa ser nomeado pela presidente Dilma Rousseff.
'É preciso treinar as forças de segurança e criar leis secundárias para dar apoio a este sistema',
afirma Rosas.
'Isso deve ser feito especialmente em relação às manifestações que ocorreram e ainda estão
por vir com a Copa do Mundo, para garantir que os protestos não sejam criminalizados e não
colocar os manifestantes numa posição em que possibilite que eles sejam detidos e talvez
torturados. O mundo estará de olho no Brasil neste período e a forma como o país lidar com
isso servirá de exemplo'.
Ao mesmo tempo, de acordo com a pesquisa da Anistia Internacional, a maioria dos brasileiros
condena a tortura: 83% concordam que é preciso haver regras claras contra esta prática e que
elas violam leis internacionais e 80% discordam que ela pode ser necessária em alguns casos
para obter informações para proteger a população.
'Isso é como o racismo: ninguém declara abertamente apoio à tortura. Mas percebemos que,
em segmentos importantes da sociedade, bate-se palmas à tortura ou ela é ignorada porque
foi praticada contra criminosos. Isso ocorre principalmente nas redes sociais, onde as pessoas
costumam ser mais honestas', afirma Damous.
'A sociedade precisa fazer sua parte e colaborar, porque os policiais sentem-se legitimados por
esta parte da população'.

Campanha
Juntamente com a pesquisa, a Anistia Internacional lançou uma campanha contra a tortura.
Em seu relatório, a ONG afirma que, apesar de muitos países terem aceito a proibição universal
da tortura e vêm combatendo-a com sucesso, diversos governos ainda usam tortura para
extrair informação, obter confissões forçadas, silenciar dissidentes ou simplesmente como uma
punição cruel.
Segundo Rosas, da Anistia Internacional, é preciso dar fim à noção de que a tortura é necessária
para controlar os níveis de criminalidade.
'Falta vontade política dos governos para punir quem pratica a tortura porque ela é vista como
uma prática aceitável para combater o crime', afirma Rosas.
Entre janeiro de 2009 e maio de 2013, a Anistia Internacional teve conhecimento de torturas e
maus-tratos em 141 países.

Amarildo
Apesar de não fazer parte oficialmente desta estatística, o caso do pedreiro Amarildo de Souza
é citado nominalmente no lançamento da nova campanha contra tortura.
Em 14 de julho de 2013, ele foi detido ilegalmente pela polícia militar na favela da Rocinha, no
Rio de Janeiro. Uma investigação concluiu que ele foi morto por meio de tortura dentro de UPP
(Unidade de Polícia Pacificadora) instalada pela polícia na favela.

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'Assim como outros países do continente, o Brasil tem um legado de violência gerado pelas
ditaduras, que usava a tortura como ferramenta de opressão. É muito preocupante que, em
2014, autoridades sigam torturando', afirma Rosas.
Vinte e cinco policiais acusados de terem envolvimento com sua tortura e morte estão
atualmente em julgamento.
'O caso de Amarildo foi exatamente como ocorria na ditadura e mostra que a tortura não é
coisa do passado', afirma Damous.
'Talvez por causa da repercussão na internet e internacionalmente, ele tenha virado uma
exceção, porque houve punição. A regra ainda é a impunidade'.

Ministério do Trabalho resgatou mais de 2 mil em situação de escravidão em


2013
Maioria foi encontrada no meio urbano e 41% trabalhavam na construção civil
O MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) divulgou nesta semana os dados das operações
realizadas para fiscalizar a situação do trabalho escravo no Brasil. Foram realizadas 179
operações no último ano, que resultaram no resgate de 2.063 pessoas.
Mais da metade dos trabalhadores resgatados estavam no meio urbano — 1.068. Esta foi a
primeira vez que o número ultrapassa o de encontrados em péssimas condições em áreas
rurais.
Do total de resgatados, 41% trabalhavam na construção civil. As operações aconteceram em
todo o País, mas em cinco estados os resgates foram maiores: MG (446), SP (419), PA (141), BA
(135) e GO (133).
Além das más condições de trabalho fiscalizadas na construção civil, os setores da agricultura e
da pecuária também apresentam números significativos de funcionários em situação análoga a
de escravo. Respectivamente, 16% e 13% dos resgatados estavam nessas áreas.
O aumento da fiscalização resultou no crescimento dos resgates nas cidades. Em Minas Gerais,
por exemplo, todos os trabalhadores resgatados no meio urbano realizavam atividades na área
da construção civil. Já em São Paulo, os números se dividem entre as indústrias da construção
e confecção.

Governo cria diretrizes para tentar controlar imigração de haitianos


Plano é incentivar que interessados em trabalhar no Brasil já cheguem com vistos em mãos
Haitianos estão ficando num abrigo do governo de São PauloSebastião Moreira/EFE.
Após a confusão e troca de acusações entre os governo de São Paulo e do Acre, o governo
brasileiro criou três diretrizes para tentar controlar a imigração de haitianos no País.

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A primeira delas é incentivar que todos os interessados em viver e trabalhar no Brasil já venham
com visto para evitar a ação de coiotes e do crime organizado. A segunda é a inserir os haitianos
no mercado de trabalho e em programas sociais do governo.
Na próxima semana, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, deverá se reunir com os
governadores do Acre, Tião Viana, e de São Paulo, Geraldo Alckmin, para discutir meios de
inserção dos haitianos nas políticas públicas do País, como trabalho e educação.
Por último, o MRE (Ministério das Relações Exteriores) entrará em contato com os países de
trânsito para que auxiliem na entrada regular no Brasil.
De acordo com o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, cerca de trinta
haitianos entram por dia no Brasil ilegalmente e a Embaixada brasileira no Haiti tem emitido
mil vistos por mês.
O ministro disse ainda que a intenção não é restringir a entrada de haitianos, mas legalizar a
entrada no País. Em 2010, haitianos começaram a entrar no Brasil pelas fronteiras no Norte do
país, principalmente, pelo Acre.
Em 2012, o governo daquele Estado passou a abrigá-los num alojamento na cidade de Basileia,
na fronteira com a Bolívia. Como chegavam sem visto, os imigrantes permaneciam ali até
retiraren os documentos para trabalhar legalmente no País.
No início deste mês, por conta das enchentes que atingiram o Estado, o governo do Acre
resolveu fechar o abrigo e transferir parte dos imigrantes à capital Rio Branco. Foram enviados
a São Paulo outros quatrocentos estrangeiros.

O rolezinho como revelador do racismo e de estigmas eufemizados no


cotidiano
A resposta dada pelos empresários dos shoppings não é racional, é cultural. Eles se
expressaram com a única convenção social que possuem em mente: a da exclusão histórica
de pobres e pretos
por Le Monde Diplomatique Brasil.

Ao som de muito funk, acessórios e roupas de marcas, adolescentes e pré-adolescentes se


identificam como “nós somos as rolezeiras”. “Rolezeira? Eu sou rolezeira”, responde a jovem
à repórter do UOL. “Rolê? Rolê, para mim, é curtição, é sair, beijar na boca.” Na miríade de
significados atribuídos ao “rolezinho” que encontramos na mídia, evocamos uma cena clássica
a título de reflexão: a praça central das cidades natais de nossos pais e avós, pelo interior do
país. A praça era dividida: em uma parte, as pessoas do “morro”; na outra, geralmente diante
dos casarões que a circundam, os jovens filhos dos proprietários desses imóveis. A princípio,
flertavam em convivência harmoniosa em torno do footing – uma espécie de “rolezinho de
antigamente”.
O frisson causado pela atualização desses eventos em shoppings não deixa de evidenciar o que
as antropólogas Rosana Pinheiro-Machado e Milene Mizrahy destacaram sobre eles. A primeira
se concentrou nos elementos estruturais dessa transformação, realçando as assimetrias sociais
e, novamente, a falácia da democracia brasileira, muitas vezes tendo como consequência o

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próprio racismo. Já Milene Mizrahy destacou a atuação dos atores e dessa “velha prática” a
partir do consumo, em um “novo” uso social do shopping, chamando a atenção para o fato de
que, ao contrário do que alguns defendem, o uso de marcas e a presença no shopping são feitos
de modo ostensivo pelos participantes. Estes agiriam assim para se fazerem diferentes dos
“outros” que cerceiam sua presença em espaços destinados às elites, mas que “são cobiçados e
igualmente desprezados”. Trata-se de outro mundo, que não é, e não pretende ser, decalque do
mundo dos frequentadores ordinários dos shoppings.
Muitos já presenciaram os aglomerados de adolescentes em corredores de shoppings,
concentrados nas entradas auxiliares, geralmente perto dos pontos de transporte coletivo que
dão acesso ao centro comercial. Tal fenômeno nunca ganhou a dimensão que teve nos últimos
tempos, diante da reação à proibição de tal prática por parte de alguns administradores que
logo se reuniram em peso para tentar coibi-la. Com a retaliação, os efeitos, segundo alguns,
tiveram relação com os protestos de junho contra as tarifas, que mobilizaram parte da sociedade
brasileira. Ainda que pela teoria oficial precisassem ser identificados, enquadrados, foi a partir
das manifestações de crítica à proibição dos rolezinhos que se desencadeou a retaliação por
parte da sociedade contra a criminalização da prática. Esta assumiu uma dimensão política,
talvez um pouco distante das práticas das próprias rolezeiras, incrementadas, em relação ao
footing, por novas relações criadas com usos específicos de aparelhos celulares, de aplicativos
como o WhatsApp e do próprio shopping.
Sobre os eventos, seria importante destacar a multiplicidade de significados reatualizados,
buscando não o monopólio de um ponto de vista, que se dá sempre a posteriori, e sim a
complexidade dos fenômenos, dos agentes envolvidos e de suas transformações, a objetificação
de pessoas, coisas e lugares, como as praças, os shoppings, os celulares, os produtos de marca,
por exemplo, que constroem novas relações sem deixar de expressar, contudo, atualizações de
variantes estruturais da sociedade brasileira, como o preconceito de classe e o racismo.

A herança racial no Brasil como variante estrutural


Nesse sentido, o rolezinho nos shoppings do Brasil é um fenômeno social que consegue
desmascarar nossa pretensa democracia racial e as disputas de classe. Além disso, podemos
desvendar os mecanismos ocultos no processo da chamada distinção social à brasileira, que se
coloca bem mais complexa do que a dita distinção social à la française.
Podemos exemplificar esse processo quando caracterizamos alguns grupos sociais e seus
estilos de vida, a saber, um executivo superior na França teria como disposições ou em um
agir cotidiano num final de semana as seguintes atividades: ir ao teatro clássico, tipos de
comportamento como o ato diferenciado de como pegar na taça de vinho, a escolha do tipo
de vinho a ser degustado (Romanée-Conti) e compras nas lojas mais elegantes da Galeries
Lafayette. É exatamente a “desenvoltura irônica”, a “elegância preciosa” e a “segurança
estatutária” dos dominantes que permitem classificá-los como elite e desclassificar os demais
como outsiders. As classes populares substituem alguns produtos consumidos pelas classes
dominantes − como caviar, uísque, champanhe, cruzeiros − por espumante, corino em vez de
couro, reproduções no lugar dos quadros etc.
Há, portanto, uma vida que reconhece o desapossamento, e este último não é somente
econômico, mas duplica-se no desapossamento cultural, que por sua vez fornece a melhor
justificativa para o desapossamento econômico. Desprovidos de cultura oficial (aquela

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transmitida via escola), que é a condição da apropriação conformista do capital cultural


objetivado nos objetos técnicos.
Os dominados tendem a se atribuir o que a distribuição lhes atribui, recusando o que lhes é
recusado, contentando-se com o que lhes é concedido, avaliando suas expectativas segundo
suas oportunidades, definindo-se como a ordem estabelecida os define e reproduzindo o
veredicto da economia sobre eles. Existe um “conformismo lógico”, como diria Émile Durkheim,
ou seja, a orquestração de categorias do mundo social que, por estarem ajustadas a divisões
da ordem estabelecida (e aos interesses dos que dominam), se impõe com aparência de
necessidade objetiva.
No caso do Brasil, vemos a raça acompanhada de elementos de posição de classe como
componente fundamental de privação (daquele que não o tem), e este fato é percebido como
uma mutilação que atinge a pessoa em sua identidade e dignidade humanas, condenando-a
ao silêncio em todas as situações oficiais em que precisa aparecer em público, mostrar-se
diante dos outros com seu corpo, sua maneira de ser e sua linguagem. No caso do fenômeno
dos rolezinhos, esse silêncio é quebrado por meio do desejo de comprar, de ser visto e de
compartilhar um espaço destinado simbolicamente aos membros da elite, em geral constituída
por pessoas brancas.
Inserimos, portanto, uma questão que torna esse jogo mais complexo, pois as classificações
ditas sociais e raciais se travestem de classificações espaciais. Os shoppings sempre foram um
espaço de elite, dos grandes agentes endinheirados (como cita Jessé Souza em suas entrevistas),
que têm como objetivo agregar a um ambiente de consumo elementos de socialização de um
grupo que se distingue pelo dinheiro, por condições fenotípicas e pela dimensão simbólica de
como portar-se nesses espaços, de como vestir-se e de como socializar-se com outras pessoas.
Para além da questão do preconceito fenotípico − pois fica muito evidente que a maioria dos
jovens que aderem ao movimento do rolezinho é negra − e para além de uma discriminação de
classe − pois também é evidente que esses indivíduos não possuem a marca de distinção social
das elites frequentadoras dos shoppings, como o estilo das roupas, o modo de socializar entre
si e de se comportar socialmente −, devemos levar em conta o traço da distinção que se dá pela
segregação espacial.
Esses acontecimentos tornam explícito o fato de: (1) habitarmos um país que não vive uma
verdadeira democracia racial, como assinalava Gilberto Freyre em Casa-grande & senzala – o que
o senso comum replica, perpetuando essa ideia desde os anos 1930 –; (2) a questão de classe
ter se tornado muito mais complexa em razão da abertura proporcionada pela gestão petista
para reverter o quadro social por meio do empoderamento econômico dos ditos “batalhadores
do Brasil”; e (3) a questão espacial transcender a da criação de espaços livres para o lazer (como
acentua o sociólogo João Clemente Neto, da Universidade Presbiteriana Mackenzie), mas tocar
na questão da segregação espacial e da criação de verdadeiras trincheiras simbólicas, diante
das quais aqueles que fogem ao padrão heteronormativo da família burguesa, branca, elegante
e distinta (modelo do período da Revolução Francesa) se encontram completamente fora.

Abrindo possibilidades para a reflexão


Em termos analíticos, o fenômeno rolezinho mostra que os empresários brasileiros não
estão preparados para o novo grupo social que ascende socialmente e que por sua vez passa
a frequentar os espaços ditos de classe média, como os shoppings. Esse grupo, em grande

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parte desempregados estruturais na década de 1990 ou herdeiros destes, ascenderam
economicamente nos últimos dez anos por meio de políticas de distribuição de renda e geração
de empregos, sobretudo na base da pirâmide social.
O episódio nos faz lembrar depoimentos de gerentes da Caixa Econômica Federal – por ocasião
de uma pesquisa sobre o Bolsa Família realizada por autores deste texto – que afirmaram
que, com a introdução do programa, tiveram de preparar seus funcionários para que estes
atendessem os beneficiários do programa, afinal, o público atingido pelo Bolsa Família não é
costumeiramente o cliente que frequenta bancos, possui conta bancária e domínio cultural das
ferramentas das finanças. Com o Bolsa Família, os funcionários foram preparados para falar
com o grupo. Não somente tecnicamente preparados, mas emocionalmente. Eles tiveram de
se acostumar com outros hábitos linguísticos, outras vestimentas, outros odores, distintos do
público que tradicionalmente frequenta o banco.
Portanto, a chegada dos beneficiários do Bolsa Família ao banco (os quais chamamos
provocativamente de miseráveis) exigiu uma alteração cognitiva dos funcionários da Caixa.
Alteração essa que não acontece em curto prazo, pois exige convencimento, mudança real no
plano das ideias. Logo, é uma alteração que está em processo.
Mas quais são as relações entre os beneficiários do programa Bolsa Família e o fenômeno do
rolezinho?
Como já dito, esse grupo de jovens faz parte de uma geração resultante de diversos programas
sociais, inclusive o Bolsa Família. Como mostra Marcelo Neri, o Brasil criou nos últimos dez
anos “uma nova classe média”. Independentemente das classificações (nova classe média?
batalhadores? ascensão dos miseráveis?), é fato que nos últimos anos um grupo historicamente
excluído do acesso ao banco e ao consumo passou a fazer parte desses espaços. No plano
macro, tivemos diversas políticas públicas que possibilitaram essa “recomposição dos grupos
sociais”: Bolsa Família, microcrédito, Prouni, Enem...
Essa mudança macro, via políticas públicas e projetos sociais, obviamente repercute no nível
micro, nos indivíduos de carne e osso, os quais jamais foram apreendidos com exatidão pelas
Ciências Sociais. E são esses indivíduos que passam a circular em outros espaços sociais,
fazendo-se notar. Trata-se de uma guerra simbólica muito mais do que uma guerra material.
E, como toda guerra, essa é também política. Trata-se de uma disputa política e simbólica por
símbolos e representações, que por sua vez reflete as lutas entre as classes e os grupos sociais
no Brasil contemporâneo.
No caso específico do rolezinho, de um lado da trincheira estão os grupos de classe popular,
com seus hábitos e habitus particulares, seus ritmos, seus hábitos alimentares, linguísticos
e de vestimenta. Do outro estão os empresários dos shoppings (e seus funcionários, assim
como os clientes ditos oficiais desse espaço e alguns segmentos da imprensa), que assim
como os funcionários da Caixa não estão preparados para falar e dialogar com esse grupo de
“transgressores sociais”, que querem entrar no templo do consumo e da ostentação.
A resposta dada pelos empresários dos shoppings não é racional, é cultural. Eles se expressaram
com a única convenção social que possuem em mente: a da exclusão histórica de pobres e
pretos; os funcionários, idem; assim como determinados segmentos da imprensa. Essa
convenção social de exclusão não é mais uma prática individual, e sim uma prática incorporada
nos corpos e nas mentes, um habitus coletivo do grupo dominante. Quando fazemos um
retrocesso e olhamos historicamente para os programas sociais e as políticas públicas de

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inclusão dos pobres no Brasil, encontramos uma convenção social que pressupõe direitos
sociais como “favor”, assistencialismo. O que é oferecido ao pobre não é visto como direito no
Brasil. Portanto, uma análise aprofundada dos direitos sociais no país nos mostra a cristalização
do habitus de exclusão do pobre e preto.
Contudo, o fenômeno do rolezinho nos sinaliza questionamentos desse habitus, dessas
convenções sociais. Remetendo a Erving Goffman, diríamos que esses adolescentes e jovens
estão quebrando o sense of one’s place, ou seja, o lugar predefinido para eles. Claro que
mudanças provocam conflitos no plano das ideias, sobretudo as mudanças culturais. Assim,
poderíamos dizer que, agindo “fora do lugar de origem”, fora do esperado, esses jovens
incomodam diversos segmentos. Tanto o empresariado do setor de shopping como os
funcionários e “clientes tradicionais” – frequentadores desse espaço de distinção – sentem-se
fortemente ameaçados pelos “miseráveis” em ascensão.
Nesse sentido, são interessantes as propostas que estão emergindo dos empresários e como
essas disputas estão circunscritas no plano político. Em São Paulo, o presidente da Associação
dos Lojistas de Shopping (Alshop), Nabil Sahyon, reuniu-se com o governador Geraldo Alckmin,
que prometeu disponibilizar para os jovens espaços, chamados “rolezódromos”, os quais
poderiam abrigar shows com patrocínios das lojas. O prefeito Fernando Haddad diz haver um
exagero na repressão, pois se trata de jovens com menos de 18 anos, que querem namorar e se
encontrar para conversar, e que estava sendo estabelecida uma gestão compartilhada nos CEUs
e clubes comunitários para disponibilizar esses espaços.
Finalmente, a forma como a imprensa, os empresários e a política reagiram ao rolezinho foi
apenas uma indicação cultural de que “as coisas estão fora do lugar”. Isso seria resultado da
recomposição dos grupos sociais no Brasil, que por sua vez é resultante das políticas públicas
de redistribuição de renda. O fenômeno é revelador de que mudanças econômicas acontecem,
mas as transformações culturais ainda estão por vir. E, para nós, são estas últimas que têm
realmente a capacidade de uma “revolução simbólica”, como diria o sociólogo Pierre Bourdieu.
Transformação econômica sem transformação cultural deixa um grande impasse para os grupos
menos favorecidos economicamente, e o rolezinho é exemplo disso.

Diferentes entre si, jovens que não trabalham nem estudam desafiam rótulo
de "geração nem-nem"
Uma das pistas para enxergar a origem desse “fenômeno” está na crise financeira que
atravessa o globo desde 2008
Zero Hora
08/08/2014 |

Fenômeno não é exclusivo do Brasil: crise econômica e medidas de austeridade lançaram


jovens ao desemprego em países como a Espanha.
Um em cada cinco jovens brasileiros é “nem-nem”, quer dizer, está enquadrado entre aqueles
que não trabalham e tampouco estudam. O diagnóstico vem do IBGE, que coletou dados de
pessoas com idades entre 15 e 29 anos na Pesquisa Nacional por Amostragem a Domicílio (Pnad)

www.acasadoconcurseiro.com.br 555
de 2012. No ano passado, um estudo da Universidade Estadual do Rio de Janeiro confirmou o
índice, analisando uma faixa etária que se estendia dos 18 aos 25 anos.
São 9,6 milhões de pessoas que, diferentes entre si nos mais variados aspectos, se pegaram
unidas, certo dia, neste apelido pouco honroso – “nem-nem”. O próprio IBGE não garimpou o
que essa “geração” tem em comum, para além de estar desgarrada do emprego e da escola:
– Infelizmente, a causa a gente não tem como precisar. Não perguntamos por que as pessoas
estão sem estudar nem trabalhar. O que fizemos foi tentar traçar o início de um perfil – diz
Cíntia Agostinho, pesquisadora do IBGE.
Como montar um currículo eficiente?
Dicas de como preparar uma carta de apresentação.
Leia mais notícias sobre empregos.
Uma das pistas para enxergar a origem desse suposto fenômeno está na crise financeira que
atravessa o globo desde 2008. O Brasil não está sozinho a embalar os seus “nem-nem” – a
recessão na União Europeia lançou ao desemprego quase um quarto dos menores de 25 anos,
proporção bastante superior aos cerca de 11% de desemprego geral no velho continente,
indicativo de que, quando a crise aperta, é a gurizada que apanha mais.
Como o Brasil tem segurado as pontas diante do cenário internacional instável, inclusive
com rumores de pleno emprego, especialistas têm buscado explicações alternativas para a
emergência dos nem-nem.
– É uma geração com baixa auto-estima, desconectada, que não pensa no futuro. Ela tem
medo de assumir responsabilidades, e o que nos trouxe a isso foi o estilo de vida que levamos
hoje. Tudo é transitório, passageiro, nada mais é sólido – avalia o jurista e professor Luiz Flávio
Gomes, diretor-presidente do Instituto Avante Brasil, citando o filósofo Zygmunt Bauman, autor
de Modernidade Líquida.
De acordo com o ex-promotor, ao menos uma parcela dos jovens, incentivada pela fluidez da
internet, está “inerte e anestesiada”, sem conseguir se encontrar “nem nos relacionamentos
com os pais, nem com os amigos, nem com a sociedade”. Outro fermento nesse bolo seria o
aprimoramento das condições de vida:
– Há gerações que passam por muitas dificuldades e sabem como é difícil sobreviver. A geração
seguinte encontra muita coisa pronta. Não sabe o quanto custou para chegarmos a esse ponto
porque não lutou, é uma geração que nasceu com a comida no prato – sustenta Gomes,
acrescentando que a rotatividade imposta pelas empresas também desanima os jovens.
Quais as áreas de estágio que pagam mais no RS?
Conheça características de quatro bancas de concursos.
Cursos voltados à cultura e à criatividade movimentam agenda da Capital.
Condições bastante específicas, entretanto, começam a despontar quando são cruzados os
dados do Pnad. Se, por um lado, “nem-nem” serve de adjetivo zombeteiro contra os deitados
em berço esplêndido, por outro, a expressão parece injusta considerando que a representante
típica dessa geração é mulher, mãe, pobre e habitante da região Norte ou Nordeste do país:
– Nesse grupo de 15 a 29 anos, 70,3% de quem não trabalhava nem estudava eram compostos
por mulheres. E, dentre elas, 58,4% já tinham pelo menos um filho. Quando olhamos a

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Atualidades – Prof. Cássio Albernaz

escolaridade, percebemos que 32,4% não tinham o Ensino Fundamental completo, e somente
5% tinham o Superior completo ou incompleto – diz Cíntia Agostinho.
As estatísticas, assim, apontam para as dificuldades que mulheres de áreas mais pobres
encontram ao tentar fazer a maternidade correr paralela ao emprego e ao estudo, conclusão
reforçada pela representatividade menor da “geração nem-nem” em regiões com menos
desigualdade econômica. O Sul apresenta a menor densidade (15%) de jovens que não
trabalham nem estudam, e a fatia de juventude “nem-nem” em Santa Catarina é de apenas
12,7%.

Novos rumos
Há ainda quem tenha decidido se libertar, nem que por um respiro, dos grilhões de uma
carteira assinada. Os jornalistas Gabriela Thomaz, 26 anos, e Guilherme Santos, 27, deixaram
o emprego para trás em 2012. Contra uma rotina falsamente inevitável, eles juntaram grana
e se mandaram para a Amazônia a registrar, em troca de cama e comida, o trabalho de ONGs.
Rodaram Venezuela, Colômbia, Equador e Peru e, sem patrão nem professor, voltaram para
Porto Alegre com uma exposição fotográfica e um filho a caminho.
– Foi uma surpresa. Grávida, era muito difícil que alguém me empregasse. Então o Guilherme
voltou a trabalhar e fiquei esse tempo parada – lembra Gabriela, que agora se prepara para um
mestrado em Antropologia sem perder as primeiras descobertas do filho de oito meses.
Depois de abandonar o emprego, Rafael Duarte dirigiu curta premiado e se prepara para lançar
outro. Foto: Machina Filmes / Divulgação
Para Rafael Duarte e Taísa Ennes Marques, pedir demissão foi o jeito de fazer cinema para além
do período das férias – parada que eles passaram dois anos sem ter. Feitas as economias e
chutados os baldes, eles passaram a arriscar filmes próprios e, sem perspectiva de lucro rápido,
lançaram a produtora Machina Filmes:
– Ocupamos todo o tempo nas nossas ideias. Algo que nos aborrecia era ter que trabalhar nove
horas em um lugar onde éramos subaproveitados – relata Rafael.
O segundo curta da Machina, A Princesa, arrebanhou um punhado de honrarias, incluindo
o prêmio de melhor atriz no 41º Festival de Gramado. O próximo curta, Caçador, estreia no
sábado em Gramado.
O IBGE informou que o Pnad levou em conta a "semana de referência", ou seja, o momento
imediato por que passavam os entrevistados - fossem jovens gestantes em regiões carentes
do país, desocupados por vocação, desempregados sem rumo ou gente em plena criação de
caminhos novos.

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Atualidades

AULA 04

CLIPPING DE NOTÍCIAS

Entenda o direito ao esquecimento na Internet


Portal EBC 12.09.2014

Os motores de busca na web (Google, Yahoo, Bing etc) são capazes de lembrar fatos da história
de uma pessoa que ela mesmo deseja esquecer. Mas o direito ao esquecimento na internet
gera polêmica em diferentes partes do mundo pois envolve uma tênue linha entre liberdade de
expressão, acesso à informação e privacidade.
O debate sobre esse tema ganhou espaço na imprensa após uma decisão da Corte Europeia de
Justiça, que definiu esse direito diante de um caso que se arrastava desde 2011 sem decisão.
Um espanhol reclamava que, ao buscar seu nome no Google, aparecia um link publicado há 16
anos sobre uma dívida já paga, o que violaria sua honra e credibilidade.
A Corte aceitou o pedido e solicitou a retirada do histórico online dos dados que não sejam
mais relevantes. Na sequência da decisão, a empresa passou a ser obrigada a eliminar dos
resultados das suas pesquisas informação considerada lesiva para os visados.
A partir de maio deste ano, o Google passou a disponibilizar um formulário a partir do qual
é possível pedir a omissão nos resultados de busca de dados pessoais dos resultados da
pesquisa. A medida está disponível apenas para cidadãos europeus. A pessoa deve comprovar
sua identidade e apresentar os links que querem que desapareçam da busca. Depois disso, o
Google analisa se a informação é ou não de interesse público.
De acordo com o relatório de transparência do Google, entre julho e dezembro do ano passado,
o Brasil foi um dos países que mais pediu a retirada de conteúdo do ar na internet. Confira o
relatório completo aqui .
Direito ao esquecimento não se confunde com censura, diz desembargador

Marco civil e o Direito ao Esquecimento no Brasil


Em abril de 2014, o Brasil sancionou o Marco Civil da Internet para definir direitos civis do
cidadão brasileiro no mundo digital. A lei não aborda especificamente o direito ao esquecimento
quando trata de privacidade. Contudo, o Marco Civil reforça que a remoção de links ou de
qualquer conteúdo da web precisa ser avaliada pela Justiça, que tem livre convencimento
diante de um caso concreto.

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“Na verdade, quando o Marco Civil fala sobre o direito de acesso à informação, ele advoga
contra o direito ao esquecimento. Além disso, o foco não é nos intermediários pela divulgação
de informações, esse é outro ponto que pode dificultar o direito ao esquecimento”, explica
Paulo Rená, ciberativista e um dos gestores do projeto base do Marco Civil.
O artigo 5º da Constituição Brasileira garante a liberdade da manifestação do pensamento,
desde que o mesmo não seja anônimo, além da livre expressão de atividade intelectual,
artística, científica e de comunicação. Ao mesmo tempo, determina que é “inviolável a
intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas”.
Diante de duas situações diversas entre o que deve ser esquecido por ser privado e o que
deve permanecer público, há situações em que a liberdade de expressão pode se chocar
com o direito de privacidade. Entretanto, na opinião de Rená, os itens do artigo devem ser
balanceados conforme cada caso.

Ação no STJ
Em recente decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a versão brasileira do Google não é
obrigada a excluir links em resultados de pesquisa a pedido de usuários. A decisão diz respeito
ao processo movido por um juiz do Espírito Santo, que solicita a remoção de uma matéria
envolvendo seu nome das buscas do site.
Apesar da aprovação do Marco Civil, o país não tem uma legislação específica sobre a guarda e
manipulação de dados digitais. A atual lei isenta a responsabilidade de provedores de serviço
como Google e Facebook sobre o que manter ou não na web. Essas empresas só devem retirar
um conteúdo, por exemplo, mediante a especificação de URL de origem e após uma ordem
judicial.
Rená explica que o desdobramento desse direito causa impactos nos resultados de busca
de ferramentas da internet. “A página, geralmente, continua com as informações, mas as
ferramentas de busca não apresenta mais aqueles resultados que as pessoas querem que
sejam esquecidos”, conclui.

Entenda o Marco Civil da Internet


Agência Brasil 26.04.2014

O Marco Civil da Internet foi apontado como referência mundial para as legislações que devem
tratar da rede mundial dos computadores, durante o NetMundial – Encontro Multissetorial
Global Sobre o Futuro da Governança da Internet, que reuniu governos, empresas, especialistas
e ativistas em discussões sobre o futuro da rede.
Os princípios da lei – especialmente a garantia da neutralidade de rede, da liberdade de
expressão e da privacidade dos usuários – foram estabelecidos para manter o caráter aberto da
internet.
A neutralidade de rede prevê que o tráfego de qualquer dado deve ser feito com a mesma
qualidade e velocidade, sem discriminação, sejam dados, vídeos, etc. Se essa neutralidade
não fosse garantida, a internet poderia funcionar como uma TV a cabo: os cidadãos pagariam
determinado valor para acessar redes sociais e outro para acessar redes e vídeos, por exemplo.

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Atualidades – Prof. Cássio Albernaz

Marco Civil é “referência mundial”, diz secretário do Ministério da Justiça


Integrante do Comitê Gestor da Internet do Brasil, Sérgio Amadeu, destaca a importância
desses dispositivos. Ele conta que um dos motivos da disputa, na Câmara dos Deputados, foi
exatamente quem seria responsável por normatizar as exceções: se a Presidência da República
ou a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), cuja independência diante das empresas
de telecomunicações é questionada por especialistas, segundo Amadeu.
Outro princípio é a garantia da liberdade de expressão. Hoje, redes sociais, como Facebook e o
Youtube, podem tirar do ar fotos ou vídeos que usem imagens de obras protegidas por direito
autoral ou que contrariam regras das empresas. Por exemplo, fotos de integrantes da Marcha
das Vadias com os seios à mostra ou vídeos que mostram partes de telejornais das emissoras
já foram retirados do ar sem que os criadores desses conteúdos opinassem sobre restrição à
veiculação. Com o Marco Civil da Internet, essas empresas deixam de ser responsáveis pelos
conteúdos gerados por terceiros e não poderão retirá-los do ar sem determinação judicial,
afora em casos de nudez ou de atos sexuais de caráter privado.
De acordo com o Artigo 19 da legislação, “com o intuito de assegurar a liberdade de expressão
e impedir a censura, o provedor de aplicações de internet somente poderá ser responsabilizado
civilmente por danos decorrentes de conteúdo gerado por terceiros se, após ordem judicial
específica, não tomar as providências para, no âmbito e nos limites técnicos do seu serviço
e dentro do prazo assinalado, tornar indisponível o conteúdo apontado como infringente,
ressalvadas as disposições legais em contrário”.
O marco também garante a privacidade dos usuários da internet, ao estabelecer que
informações pessoais e registros de acesso só poderão ser vendidos se o usuário autorizar
expressamente a operação comercial. Atualmente, os dados são usados por grandes empresas
para obter mais receitas publicitárias, já que elas têm acesso a detalhes sobres as preferências
e opções dos internautas e acabam vendendo produtos direcionados.
Além dos direitos considerados princípios da internet no Brasil, 13 outros foram estabelecidos
pela “Constituição da Internet”, como passou a ser chamada a regra. A inviolabilidade da
intimidade e da vida privada e indenização em caso de violação; a não suspensão da conexão à
internet, salvo por débito diretamente decorrente de sua utilização; a manutenção da qualidade
contratada da conexão à internet são alguns dos direitos dos usuários.
Os internautas deverão, de acordo com a lei, ter informações claras e completas sobre os
contratos de prestação de serviços e coleta, uso, armazenamento, tratamento e proteção de
dados pessoais, bem como ter garantida a acessibilidade, levando em conta as características
físico-motoras, perceptivas, sensoriais, intelectuais e mentais do usuário.

Em pouco menos de um mês, o Brasil perdeu quatro grandes escritores


Colegas e especialistas tentam contabilizar as perdas para o país.
Correio Braziliense
Publicação: 26/07/2014

O ciclo trágico que abalou a literatura brasileira neste julho friorento começou na primeira
quinta-feira do mês, quando a morte levou o poeta Ivan Junqueira. Surpreendeu a todos no
último dia 18, tirando a vida de João Ubaldo Ribeiro. E entristeceu os leitores apaixonados pelo

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Brasil popular no início desta semana, ao colocar a Caetana no caminho de Ariano Suassuna.
Não satisfeita, a dona morte passou por Campinas (SP) e levou Rubem Alves, cronista habilidoso
e grande pensador da educação no país.
É um vazio literário que não será preenchido. Eles fazem parte de uma era na qual escritores
eram celebridades seguidas na rua e personalidades capazes de lotar auditórios. Viveram o
suficiente para deixar uma obra acabada e bem lapidada, mas não o bastante para saciar uma
legião de leitores fiéis e fascinados.
Se essas mortes têm seu aspecto triste, elas carregam também uma tragicidade na leitura
do crítico e escritor Silviano Santiago. “Porque eles são escritores complementares”, explica.
“Nenhum terá um correspondente perfeito na situação atual.” Ivan Junqueira supriu uma
lacuna relegada a segundo plano pelo modernismo ao investir no diálogo com a poesia lusitana.
“Era um poeta de formação clássica que reata esse diálogo de maneira brilhante. Além disso,
era um grande tradutor”, diz Santiago, ao lembrar traduções memoráveis de T. S. Eliot e Charles
Baudelaire.
João Ubaldo resgatou, segundo o crítico, uma tradição esquecida nos anos pós-ditadura,
quando surgiu com uma literatura mais regional, e Suassuna trouxe a experiência portuguesa
popular para o Brasil. O país não chegou a viver o medievo, mas o paraibano mostrou que havia
uma raiz medieval na cultura popular nacional.
Ignácio de Loyola Brandão ficou desolado com as perdas. “Foi um tusnami. Ariano é um
buraco enorme na camada de ozônio da literatura brasileira. Um grande homem, de uma
cultura imensa que ia de Shakespeare ao cordel com a mesma desenvoltura, não tinha nada de
acadêmico, não alardeava erudição e falava a língua do povo brasileiro”, descreve.
O poeta maranhense Ferreira Gullar revelou que, há poucos dias, havia recebido carta de Ariano
Suassuna em apoio a sua candidatura à Academia Brasileira de Letras e se disse chocado com
as mortes tão próximas dos companheiros. “São perdas incalculáveis. Estou tão perplexo como
qualquer outra pessoa. Mas a vida continua e a literatura continua. É uma perda porque essas
pessoas continuavam produzindo. Infelizmente não se sabe o por que em tão pouco tempo. Eu
pessoalmente acho que é um mistério. Vamos esperar que surjam outros.”
O poeta amazonense Tiago de Mello lembrou que a obra dos grandes escritores permanece
viva, no entanto. “A literatura do Brasil não perdeu nada com a morte deles. A obra deles
continua viva, porque eram obras grandiosas que vão durar para sempre. Na última vez em que
estive com Ariano, em um evento em Ribeirão Preto (SP), ele me disse que logo morreria, mas
que seus personagens continuariam vivos. A obra dele engrandeceu o Brasil, a literatura oral e
a poesia do Nordeste.”

Eco na Academia
Escritor, ensaísta, jornalista e membro da ABL, o pernambucano Marcos Vilaça foi três vezes
presidente da academia e lembrou que as perdas vão deixar um espaço insubstituível na ABL.
“O inusitado foi essa sequência de perdas muito fortes que caiu sobre a academia: um poeta,
um romancista, e um dramaturgo. Isso desorientou a todos nós. Quando começávamos a
pensar na perda de um, veio o outro e mais outro”, constata.
Amigo pessoal de Ariano Suassuna, Vilaça lembra que foi escolhido pelo escritor para ser
recebido na ABL e destaca a importância da obra e pensamento de Ariano para o Brasil. “Eu

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Atualidades – Prof. Cássio Albernaz

admiro muito em Ariano o fato dele ter reunido o erudito e o popular e ter reunido o sangue da
tragédia com o riso da comédia. Ariano é insubstituível. É singular. Por isso, vai ficar sempre a
sensação de falta. Ele conseguiu o admirável de fazer a gente escutar o silêncio no Sertão. Deu
som ao silêncio que a gente tem nas terras sertanejas.”
A acadêmica Nélida Piñon mal havia pensado nas palavras a serem ditas na Sessão da Saudade
que homenagearia João Ubaldo na ABL quando recebeu a notícia da morte de Suassuna. “Os
buracos que eles deixam são aqueles de três grandes escritores”, disse. “Cada qual tem uma voz
narrativa e cada um deles dá início ao Brasil com a sua versão sobre o país. O Brasil perde um
retrato precioso de si mesmo.” O país, aponta a escritora, está presente na obra de todos eles.
A união entre a cultura popular e a erudita marca as peças de Suassuna, enquanto o talento
narrativo de João Ubaldo permite a aparição de personagens totalmente afinados com a cultura
nacional. Nos versos de Junqueira, vida e morte são duas pontas do destino humano e ganham
uma leitura particular no contexto literário nacional e no diálogo com a poesia portuguesa.

Lei que estabelece cotas raciais em concursos públicos federais é sancionada


Reserva prevê 20% das vagas para negros; Dilma espera que proposta sirva de exemplo à
outras instituições
Agência Senado - 10/06/2014

A lei que prevê a cota de 20% das vagas nos concursos públicos para quem se declarar negro
ou pardo no ato da inscrição foi sancionada nesta segunda-feira (9/6) pela presidente Dilma
Rousseff, em cerimônia no Palácio do Planalto que contou com a presença do presidente do
Senado, Renan Calheiros.
Embora beneficiados na classificação final, os concorrentes às cotas raciais terão de passar por
todas as etapas de seleção e atender às mesmas exigências impostas aos demais candidatos
pelo edital. A nova regra valerá por 10 anos nos concursos com mais de três vagas, para órgãos
da administração pública federal, autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de
economia mista controladas pela União.
A aplicação da regra aos órgãos do Judiciário e do Legislativo é incerta. Algumas decisões judiciais
nos estados rejeitaram a possibilidade de leis do Executivo criarem condições específicas para
concursos dos demais poderes. No Senado, porém, Renan Calheiros já determinou a instituição
da cota de 20% nos concursos e contratos de terceirização da Casa.

Diversidade
Para a presidente Dilma, a lei dá início à mudança na composição racial dos servidores da
administração pública federal, para se tornar mais representativa da população brasileira. Ela
disse esperar que a iniciativa sirva de exemplo para os outros poderes e empresas privadas.
“É mais uma oportunidade para mostrarmos ao mundo o respeito e o orgulho que temos pela
diversidade da nossa nação”, comenta.
A ministra-chefe da Secretaria de Políticas de Promoção de Igualdade Racial, Luiza Bairros,
destacou o apoio do Congresso Nacional à agenda da igualdade racial e o reconhecimento
formal da diversidade brasileira. “Demonstra o quanto o Congresso está afinado com todas as

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demandas por mudanças sociais que nós tentamos responder por meio das políticas públicas”,
afirma.
A proposta (PLC 29/2014), apresentada pelo Poder Executivo em novembro de 2013, foi
aprovada pelo Senado em maio. Dilma Rousseff elogiou a rapidez na tramitação da matéria e
agradeceu pela sensibilidade do Congresso na luta contra a discriminação racial com ações de
política afirmativa.

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Normas da Corregedoria Geral da Justiça - SP

Professor: Giuliano Tamagno

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Normas da Corregedoria
Geral da Justiça

EDITAL

NORMAS DA CORREGEDORIA GERAL DA JUSTIÇA

Tomo I
Capítulo II: Seção II;
Capítulo III: Seções I, II, V, VI, VII, VIII – subseções I e II, IX a XV, XVII a XIX, com as alterações
vigentes até a data da publicação do Edital.

TOMO I Art. 23. A Administração Geral do Fórum


manterá os seguintes livros:
I – registro de feitos administrativos;
CAPÍTULO II
II – registro de portarias e ordens de serviço,
DA FUNÇÃO CORRECIONAL
com índice;
Seção II III – registro das decisões terminativas
DOS LIVROS E CLASSIFICADORES proferidas em feitos administrativos;
OBRIGATÓRIOS IV – protocolo de autos e papéis em geral;
Art. 20. Haverá em cada serventia judicial, V – tombo, com registros de objetos, móveis
repartições e demais estabelecimentos sujeitos e pertences do Estado existentes no edifício
à sua fiscalização correcional um livro de do fórum.
visitas e correições no qual serão lavrados os
respectivos termos. § 1º A abertura, escrituração, autenticação
e encerramento dos livros previstos neste
Art. 21. Na última folha utilizada dos autos, artigo observará as disposições previstas
livros e classificadores que examinar, lançará na Subseção I da Seção VI do Capítulo III
o Juiz Corregedor Permanente o seu "visto em destas Normas de Serviço, inclusive no
correição". que concerne à sua organização em folhas
soltas.
Art. 22. Poderá o Corregedor Geral da Justiça,
os Juízes Assessores da Corregedoria Geral § 2º O livro de registro de feitos administra-
ou o Juiz Corregedor Permanente determinar tivos (sindicâncias, procedimentos discipli-
que livros, classificadores e autos sejam nares, representações etc.) será dispensado
transportados para onde estejam a fim de aí tão logo possibilitado o registro e controle
serem examinados. pelo sistema informatizado oficial.

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§ 3º Os procedimentos disciplinares e Art. 27. Os servidores da justiça darão
sindicâncias administrativas da corregedoria atendimento prioritário às pessoas portadoras
permanente, vinculada a cada uma das de deficiência, aos idosos, às gestantes,
unidades, serão diretamente cadastrados às lactantes e às pessoas acompanhadas
no SAJ/PG pelos ofícios judiciais, sujeito por crianças de colo, mediante garantia
s ao segredo de justiça, utilizando - se os de lugar privilegiado em filas, distribuição
códigos próprios. de senhas com numeração adequada ao
atendimento preferencial, alocação de espaço
Art. 24. A Administração Geral do Fórum para atendimento exclusivo no balcão, ou
manterá os seguintes classificadores: implantação de qualquer outro sistema que,
I – para cópias de ofícios expedidos; observadas as peculiaridades existentes,
assegure a prioridade.
II – para ofícios recebidos;
Seção V
III – para autorizações e certidões de
inutilização de livros e classificadores DO SISTEMA INFORMATIZADO
obrigatórios. OFICIAL
Parágrafo único. Aplicam-se aos Subseção I
classificadores previstos neste artigo as
DISPOSIÇÕES GERAIS
disposições constantes da Subseção II da
Seção VI do Capítulo III destas Normas de Art. 46. Os procedimentos de registro e
Serviço. documentação dos processos judiciais e
Art. 25. Implantado o sistema de controle de administrativos realizar-se-ão diretamente
ponto biométrico, as duas fichas individuais no sistema informatizado oficial ou em livros
(modelo próprio) utilizadas anteriormente e classificadores, conforme disciplina destas
para cada funcionário da Comarca, uma para Normas de Serviço, e destinam-se:
controle de frequência e outra para a transcrição I – à preservação da memória de dados
resumida de todas as ocorrências pertinentes extraídos dos feitos e da respectiva
à vida funcional, permanecerão arquivadas na movimentação processual;
Seção ou Diretoria de Administração Geral ou na
unidade de lotação do servidor, para eventual II – ao controle dos processos, de modo a
consulta ou expedição de certidão, pelo prazo garantir a segurança, assegurar a pronta
de cinco anos, findo o qual serão entregues ao localização física, verificar o andamento
servidor para guarda. e permitir a elaboração de estatísticas e
outros instrumentos de aprimoramento da
prestação jurisdicional.

CAPÍTULO III Art. 47. Os servidores dos ofícios de justiça


deverão se adaptar continuamente às evoluções
DOS OFÍCIOS DE JUSTIÇA EM GERAL do sistema informatizado oficial, utilizando
plenamente as funcionalidades disponibilizadas
Seção I para a realização dos atos pertinentes ao serviço
DISPOSIÇÕES INICIAIS (emissão de certidões, ofícios, mandados,
cargas de autos etc.).
Art. 26. As disposições deste capítulo têm
caráter geral e aplicam - se a todos os ofícios de Parágrafo único. Para efeito de divisão
justiça, no que não contrariarem as disposições do trabalho entre os escreventes técnicos
específicas contidas em capítulo próprio. judiciários, oficiais de justiça e juízes, e
outras providências necessárias à ordem do

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Normas da Corregedoria Geral da Justiça – Prof. Giuliano Tamagno

serviço, o sistema informatizado atribuirá Subseção II


a cada processo distribuído um número de DO CADASTRAMENTO,
controle interno da unidade judicial, sem
prejuízo do número do processo (número MOVIMENTAÇÃO E CONTROLE
do protocolo que seguirá série única). ELETRÔNICO DE PROCESSOS E
INCIDENTES PROCESSUAIS
Art. 48. Iniciada a operação do SAJ/PG, de
utilização obrigatória pelas varas e ofícios de Art. 52. Os distribuidores e os ofícios de justiça
justiça, serão excluídos todos os programas deverão, no sistema informatizado oficial,
eventualmente em uso. observadas suas respectivas atribuições:
Subseção II I – cadastrar todos os feitos distribuídos ao
DA SEGURANÇA DO SISTEMA respectivo juízo;
II – anotar a movimentação e a prática dos
Art. 49. Os níveis de acesso às informações
atos processuais (citações, intimações,
e o respectivo credenciamento (senha) dos
juntadas de mandados e respectiva data,
funcionários, para operação do SAJ/PG,
termos, despachos, cargas, sentenças,
serão estabelecidos em expediente interno
remessas à instância superior para recurso,
pela Corregedoria Geral da Justiça, com a
entrega ou remessa de autos que não
participação da Secretaria de Tecnologia da
importem em devolução etc.);
Informação - STI.
III – consignar os serviços administrativos
§ 1º É vedado ao funcionário credenciado pertinentes (desarquivamentos, inutilização
ceder a respectiva senha ou permitir ou destruição de autos etc.).
que outrem, funcionário ou não, use-a
para acessar indevidamente o sistema Art. 53. A inserção de dados no sistema
informatizado. informatizado oficial será a mais completa e
abrangente possível, de modo que todas as
§ 2º Os escrivães judiciais comunicarão ocorrências do processo físico constem do
prontamente à STI as alterações no quadro ambiente virtual, formando banco de dados
funcional da unidade, para o processamento que servirá de memória permanente.
da revogação ou novo credenciamento.
§ 1º O cadastro conterá as principais
Art. 50. As alterações, exclusões e retificações informações a respeito do processo, de
feitas de modo geral nos dados registrados pelo modo a individualizá-lo com exatidão
sistema serão definidas por níveis de criticidade, (qualificação das partes e de eventuais
cujo acesso a Corregedoria Geral da Justiça representantes, advogados e os respectivos
estabelecerá. Os dados retificados, alterados números de inscrição na OAB, valor da
ou excluídos serão conservados pelo sistema causa, objeto da ação etc).
e todas as operações realizadas vinculadas ao
usuário que as realiza. § 2º As anotações de movimentação
processual devem ser fidedignas, claras
Art. 51. Os escrivães judiciais do serviço de e atualizadas, de forma a refletir o atual
distribuição e dos ofícios de justiça realizarão estado do processo e a garantir a utilidade
auditoria semanal no sistema, de acordo com do sistema.
os níveis de criticidade definidos, comunicando
à Corregedoria Geral da Justiça qualquer § 3º O arquivamento dos autos será
irregularidade. precedido da conferência e eventual
atualização do cadastro, para que nele
figurem os dados necessários à extração de
certidão.

www.acasadoconcurseiro.com.br 569
Art. 54. Constarão do sistema informatizado: IV – nas cartas precatórias, especialmente:
indicação completa do juízo deprecante,
I – nos processos cíveis, de família e natureza da ação e da diligência deprecada.
sucessões, da fazenda pública, da infância
e juventude, de acidentes do trabalho e Parágrafo único. Todos os litisconsortes,
do juizado especial cível: o número do intervenientes e terceiros interessados,
processo; o nome e a qualificação do autor bem como seus respectivos representantes,
e do réu; a natureza do feito; a data da serão cadastrados.
distribuição; o número, livro e folhas do
registro da sentença, quando adotado; o Art. 55. A qualificação das partes será lançada
inteiro teor de pronunciamentos judiciais no sistema informatizado oficial da forma
(despachos, decisões interlocutórias, mais completa possível, com os seguintes
sentenças e acórdãos); anotações sobre dados disponíveis nas postulações iniciais ou
recursos; a data do trânsito em julgado; intermediárias:
o arquivamento (data e caixa) e outras I – em relação às partes nos procedimentos
observações que se entenderem relevantes; cíveis e aos autores de ação penal privada:
II – nos processos criminais, do júri e do a) se pessoa natural, o nome completo, o
juizado especial criminal: o número do número de inscrição no CPF, nacionalidade,
processo; o nome e qualificação do réu; o estado civil, a profissão, bem como
a data do fato; a data do recebimento ou o endereço residencial ou domiciliar
rejeição da denúncia; o artigo de lei em que completo, inclusive CEP;
o réu foi incurso; a data da suspensão do
processo (art. 366 do Código de Processo b) se pessoa jurídica ou assemelhada,
Penal e juizado especial criminal); a data sua firma ou denominação, o número de
da prisão; o número, livro e folhas do inscrição no CNPJ e o endereço da sede,
registro da sentença, quando adotado; o inclusive CEP;
inteiro teor de pronunciamentos judiciais
II – em relação aos acusados em ações
(despachos, decisões interlocutórias,
penais públicas ou privadas:
sentenças e acórdãos); anotações sobre
recursos; a data da decisão confirmatória a) se pessoa natural, o nome completo,
da pronúncia; a data do trânsito em a filiação, a data de nascimento,
julgado; a data da expedição da guia nacionalidade, naturalidade, sexo,
de recolhimento, de tratamento ou de cor, estado civil, profissão, o endereço
internação; o arquivamento (data e caixa) completo da residência e trabalho, ou dos
e outras observações que se entenderem locais em que o réu possa ser encontrado,
relevantes; acompanhados do respectivo CEP, bem
III – nos processos de execução criminal: o como, se houver, o número de inscrição
nome e qualificação do sentenciado, com a no CPF, o número do RG, o número do
filiação e sempre que possível o número do RGC (disponível na folha de antecedentes
RG; as guias de recolhimento registradas, a do réu), além de outros nomes e alcunhas
discriminação das penas impostas em ordem utilizadas pelo acusado;
sequencial; os incidentes de execução da b) se pessoa jurídica ou assemelhada,
pena; anotações sobre recursos; o inteiro sua firma ou denominação, o número de
teor dos julgamentos; as progressões de inscrição no CNPJ, e o endereço da sede,
regime; o cadastro de comparecimento de inclusive CEP.
albergados; os benefícios concedidos; as
remições de pena e outras observações que § 1º Quaisquer outros dados de qualificação
se entenderem relevantes; que auxiliem na precisa identificação das

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partes (RG, título de eleitor, nome da mãe informatizado oficial, vedadas a elaboração de
etc) também serão lançados no sistema fichário por nome de autor e a utilização de
informatizado oficial. fichas individuais materializadas em papel ou
constantes de outros sistemas informatizados.
§ 2º Incumbirá aos distribuidores o
cadastramento dos dados constantes das § 1º Os ofícios de justiça conservarão as
petições iniciais físicas, atribuindo-se o fichas que compõem o fichário por nome
lançamento, nos demais casos, aos ofícios de autor, até então materializadas em
de justiça. papel, podendo inutilizá-las desde que
todos os dados que delas constem sejam
§ 3º As vítimas identificadas na denúncia anotados no sistema, de forma a possibilitar
ou queixa, e também as testemunhas a extração de certidões.
de processo criminal – sejam estas de
acusação, defesa ou comuns –, terão § 2º As fichas individuais serão encerradas
suas qualificações lançadas no sistema e mantidas em local próprio no oficio de
informatizado oficial, exceto quando, ao justiça, até a extinção dos processos a
darem conta de coação ou grave ameaça, que se referem, e serão grampeadas na
após deferimento do juiz, pedirem para contracapa dos autos, por ocasião de seu
não haver identificação de seus dados de arquivamento, podendo, no entanto, ser
qualificação e endereço. inutilizadas desde que anotados no sistema
informatizado oficial todos os dados que
Art. 56. Os dados obrigatórios previstos no delas constem de forma a possibilitar a
art. 55 serão apresentados pelos requerentes, extração de certidões.
na petição inicial, e pelos requeridos, na
primeira oportunidade de postulação em juízo § 3º O procedimento de inutilização das
(contestação, juntada de procuração, pedido de fichas em nome do autor e das fichas
vista, defesa preliminar, pedido de revogação de individuais será realizado no âmbito e sob
prisão preventiva etc.). a responsabilidade do Juiz Corregedor
Permanente, o qual verificará a pertinência
§ 1º Não se impõe a obrigação prevista da medida, a presença de registro
neste artigo: eletrônico de todas as fichas, conservação
I – para as ações nas quais essas exigências dos documentos de valor histórico, a
comprometam o acesso à Justiça, conforme segurança de todo o processo em vista
prudente arbítrio do juiz a quem for das informações contidas nos documentos
distribuído o feito; e demais providências administrativas
correlatas.
II – quando a parte não estiver inscrita
no CPF ou CNPJ, caso em que deverá Art. 58. As cartas precatórias serão cadastradas
firmar declaração expressa nesse sentido, no sistema informatizado seguindo as mesmas
respondendo pela veracidade da afirmação. regras dos processos comuns, consignando-se,
ainda, a indicação completa do juízo deprecante,
§ 2º Em qualquer hipótese prevista no § e não apenas da comarca de origem, os nomes
1º, caberá às partes o fornecimento de das partes, a natureza da ação e a diligência
outros dados conducentes à sua perfeita deprecada.
individualização (por exemplo, RG, título de
eleitor, filiação etc.), para que o ofício de Parágrafo único. As movimentações
justiça efetue o devido cadastramento. pertinentes, como a devolução à origem
ou o retorno para novas diligências, e
Art. 57. Nos ofícios de justiça, o registro respectivas datas, também serão anotadas
e controle da movimentação dos feitos no sistema.
realizar-se-ão exclusivamente pelo sistema

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Art. 59. A extinção do processo, em caso de IV – proceder às alterações devidas no
improcedência total da demanda ou por força sistema, na hipótese de determinação
do acolhimento de impugnação do devedor judicial de retificação do procedimento da
(art. 475-M, § 3º, segunda parte, do CPC), e a ação para ordinário ou sumário.
extinção do processo de execução, por força de
§ 1º Na hipótese constante do inciso II deste
procedência de embargos de devedor, serão
artigo, tratando-se de feito não cadastrado,
cadastradas no sistema diretamente pelo ofício
a providência será precedida de específico
de justiça assim que as respectivas sentenças
cadastramento.
transitarem em julgado (ou quando retornarem
de superior instância com trânsito em julgado). § 2º O segredo de justiça poderá, ainda,
No mais, a extinção será cadastrada apenas ser gerado automaticamente pelo sistema
quando encerrado definitivamente o processo, informatizado, a depender da natureza da
nada restando a ser deliberado ou cumprido ação.
pelo ofício de justiça (sentença ou acordo),
Art. 62. Quando a mesma parte estiver
considerando-se isoladamente, para tanto,
vinculada a processos que tramitam em outros
a ação principal, a reconvenção, o pedido
ofícios de justiça, as eventuais retificações de
contraposto, a ação declaratória incidental, a
seus dados não serão aplicadas aos feitos de
oposição, os embargos de devedor (à execução,
outro juízo.
à execução fiscal, à adjudicação, à alienação ou
à arrematação) e os embargos de terceiro. Seção VI
Art. 60. A entrega definitiva dos autos de DOS LIVROS E CLASSIFICADORES
notificação, interpelação ou protesto será OBRIGATÓRIOS
cadastrada pelo ofício de justiça, no sistema
informatizado, em campos distintos, conforme Subseção I
tenha sido deferida ou não a publicação de DOS LIVROS OBRIGATÓRIOS
editais para os fins do art. 870, inciso I e
parágrafo único, do Código de Processo Civil. Art. 63. Os ofícios de justiça em geral possuirão
os seguintes livros:
Art. 61. Compete aos ofícios de justiça:
I – Visitas e Correições;
I – cadastrar diretamente no sistema
informatizado oficial qualquer dos dados II – Protocolo de Autos e Papéis em Geral;
constantes dos arts. 54 e 55, quando forem
III – Cargas de Autos;
conhecidas, necessitarem de retificação ou
sofrerem alteração após a distribuição; IV – Registro de Feitos Administrativos
(sindicâncias, procedimentos disciplinares,
II – na hipótese de expedição de certidão representações, etc.);
de homonímia, a inserção, no sistema
informatizado oficial, dos eventuais dados V – Registro das decisões terminativas
de qualificação ainda não lançados no proferidas em feitos administrativos;
sistema, também certificando a adoção
VI – pertinentes à Corregedoria
dessa providência no documento;
Permanente, previstos no art. 23, quando
III – cadastrar, no sistema informatizado for o caso e no que couber.
oficial, a decretação do segredo de justiça, a Art. 64. Os Ofícios de Justiça manterão também:
concessão da justiça gratuita, o deferimento
da tramitação prioritária do processo I – Livro de Cargas de Mandados, salvo se
(idosos, portadores de doenças graves), ou as respectivas varas forem atendidas pelas
o reconhecimento de qualquer benefício Seções Administrativa de Distribuição de
processual a alguma das partes; Mandados;

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II – controle, pela utilização de livros de Art. 68. O Livro Protocolo de Autos e Papéis em
folhas soltas ou outro meio idôneo, da Geral, com tantos desdobramentos quantos
remessa e recebimento de feitos aos recomendem a natureza e o movimento do
Tribunais, até que seja implementado no ofício de justiça, destina-se ao registro da
sistema informatizado oficial o controle entrega ou remessa, que não impliquem
eletrônico; devolução.
III – controle do horário de entrada e Art. 69. Os Livros de Cargas de Autos serão
saída por intermédio do livro ponto ou do desdobrados em tantos livros quantos forem
relógio mecânico, caso existam servidores os destinatários (juízes, promotores de justiça,
não cadastrados no sistema de ponto para advogados, para contador, etc).
biométrico; § 1º A carga e descarga de autos entre os
IV – Livro de Registro Geral de Feitos, com usuários internos do sistema informatizado
índice, se não estiverem integrados ao oficial serão feitas eletronicamente e
sistema informatizado oficial; controladas exclusivamente por intermédio
do sistema, onde serão registrados,
V – Livro de Registro de Sentença, salvo se obrigatoriamente, no campo próprio, o
cadastrada no sistema informatizado oficial, envio, o recebimento e a devolução, com
com assinatura digital ou com outro sistema indicação de data e de usuário responsável
de segurança aprovado pela Corregedoria por cada ato.
Geral da Justiça e que também impeça a sua
adulteração. § 2º Poderá o juiz indicar servidor autorizado
a receber no sistema informatizado as
Art. 65. Nos ofícios de justiça integrados ao cargas de autos remetidos à conclusão.
sistema informatizado oficial, os registros de
remessa e recebimento de feitos e petições Art. 70. O Livro de Carga de Mandados poderá
formalizar-se-ão exclusivamente pelas vias ser desdobrado em número equivalente ao dos
eletrônicas. oficiais de justiça em exercício, destinando-se
um para cada qual.
Art. 66. Os livros em geral, inclusive de folhas
soltas, serão abertos, numerados, autenticados Parágrafo único. Serão também registradas
e encerrados pelo escrivão judicial, sempre no Livro de Carga de Mandados as petições
na mesma oportunidade, podendo ser que, por despacho judicial, sirvam como tal.
utilizado, para este fim, processo mecânico de Art. 71. Todas as cargas receberão as
autenticação previamente aprovado pelo Juiz correspondentes aixas, assim que restituídos
Corregedor Permanente, vedada a substituição os autos ou mandados, na presença do
de folhas. interessado, sempre que possível ou por este
exigido.
Parágrafo único. As folhas soltas, uma vez
completado o uso, serão imediatamente Parágrafo único. Quando não utilizada
encaminhadas para encadernação. a carga eletrônica, será lançada certidão
nos autos, mencionado a data da carga
Art. 67. Formarão o Livro de Visitas e Correições
e da restituição, de acordo com os
os originais, devidamente assinadas, das
assentamentos do livro de carga.
respectivas atas.
Art. 72. O Livro Registro de Sentenças formar-
Parágrafo único. O Livro de Visitas e se-á pelas vias emitidas para tal fim, numeradas
Correições, cumprindo os requisitos dos em série anual renovável (1/80, 2/80, 3/80, ...,
demais livros obrigatórios, será organizado 1/82, 2/82 etc.) e autenticadas pelo escrivão
em folhas soltas em número de 50 judicial, o qual certificará sua correspondência
(cinquenta). com o teor da sentença constante dos autos.

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§ 1º O registro previsto neste artigo far-se-á § 1º O desaparecimento e a danificação
em até 48 horas após a baixa dos autos em de qualquer livro serão comunicados
cartório pelo juiz. imediatamente ao Juiz Corregedor
Permanente. A sua restauração será feita
§ 2º A decisão relativa a embargos de
desde logo, sob a supervisão do juize à vista
declaração e a que liquidar sentença
dos elementos existentes.
condenatória cível, proferida no âmbito do
Poder Judiciário do Estado de São Paulo, § 2º Após revisados e decorridos 2 (dois)
serão averbadas ao registro da sentença anos do último registro efetuado, os
embargada ou liquidada, com utilização do livros de cargas de autos e mandados,
sistema informatizado. desde que reputados sem utilidade para
conservação em arquivo pelo escrivão
§ 3º A decisão que liquidar outros títulos
judicial, poderão ser inutilizados, mediante
executivos judiciais (por exemplo, a
prévia autorização do Juiz Corregedor
sentença penal condenatória) será
Permanente. A autorização consignará os
registrada no livro de registro de sentença,
elementos indispensáveis à identificação
porquanto impossível, neste caso, a
do livro, e será arquivada em classificador
averbação.
próprio, com certidão da data e da forma de
§ 4º Todas as sentenças terão seu teor inutilização.
integralmente registrado no sistema
informatizado oficial e no livro tratado Subseção II
neste artigo. DOS CLASSIFICADORES
§ 5º O registro da sentença, com indicação OBRIGATÓRIOS
do número de ordem, do livro e da folha
em que realizado o assento, será certificado Art. 75. Os ofícios de justiça possuirão os
nos autos, na última folha da sentença seguintes classificadores:
registranda. I – para atos normativos e decisões da
§ 6º As sentenças registradas no sistema Corregedoria Permanente, com índice por
informatizado oficial com assinatura assunto;
digital, ou com outro sistema de segurança II – para cópias de ofícios expedidos;
aprovado pela Corregedoria Geral da Justiça
III – para ofícios recebidos;
e que também impeça a sua adulteração,
ficam dispensadas de registro em livro IV – para GRD – guias de recolhimento de
próprio e da certidão prevista no § 5º deste diligências do oficial de justiça;
artigo.
V – para cópias de guias de levantamento
§ 7º Aplicam-se as disposições deste artigo, expedidas em favor dos auxiliares da justiça
no que couber, às decisões terminativas não funcionários na Justiça Estadual;
proferidas em feitos administrativos.
VI – para mensagens eletrônicas enviadas
Art. 73. Manter-se-á rigoroso controle sobre os ou recebidas que não forem juntadas a
livros em geral, incumbindo-se Juiz Corregedor autos de processo;
Permanente de coibir eventuais abusos ou
VII – para relatórios de cargas eletrônicas;
excessos.
VIII – para petições e documentos
Art. 74. Os livros em andamento ou findos
desentranhados;
serão bem conservados, em local adequado e
seguro dentro do ofício de justiça, devidamente IX – para autorizações e certidões de
ordenados e, quando for o caso, encadernados, inutilização de livros e classificadores
classificados ou catalogados. obrigatórios.

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Art. 76. Os atos normativos, decisões e autos de processo, ou papéis avulsos, excluídas
comunicados do Conselho Superior da as autuações e capas, serão observados os
Magistratura e da Corregedoria Geral da Justiça seguintes requisitos:
de interesse do ofício de justiça serão arquivados
e indexados, com índice por assunto, mediante I – o papel utilizado terá fundo inteiramente
utilização do sistema informatizado, facultada a branco ou ser reciclado, salvo disposição
manutenção de classificadores próprios. expressa em contrário;

Art. 77. O classificador referido no inciso II do II – a escrituração será sempre feita


art. 75 destina-se ao arquivamento, em ordem em vernáculo, preferencialmente por
cronológica, das cópias de fícios que não se meio eletrônico, com tinta preta ou azul,
refiram a feito do próprio ofício de justiça. indelével;

§ 1º Esse classificador será aberto com III – os numerais serão expressos em


folha(s) para o registro de todos os ofícios, algarismos e por extenso;
com numeração sequencial e renovável IV – os espaços em branco e não
anualmente, na(s) qual(is) consignar-se-ão, aproveitados, nos livros e autos de processo,
ao lado do número de registro, o número serão inutilizados;
do processo ou a circunstância de não se
referir a nenhum feito e o destino. V – as assinaturas deverão ser colhidas
imediatamente após a lavratura do ato ou
§ 2º No presente classificador poderão termo, e identificadas com o nome por
ser arquivados os respectivos recibos de extenso do signatário.
correspondência, se for o caso.
Art. 81. Na escrituração serão evitadas as
Art. 78. Os ofícios e mensagens eletrônicas seguintes práticas:
expedidos e recebidos, mencionados nos
incisos II, III e VI do art. 75, serão conservadas I – entrelinhas, erros de digitação, omissões,
pelo prazo de 1 (um) ano, a partir da data de emendas, rasuras ou borrões;
expedição ou do recebimento pelo ofício de II – anotações de “sem efeito”;
justiça.
III – anotações a lápis nos livros e autos de
Paragrafo único. Decorrido o prazo processo, mesmo que a título provisório.
estabelecido, e desde que reputados sem
utilidade para conservação pelo escrivão § 1º Na ocorrência das irregularidades
judicial, serão inutilizados, mediante a previstas no inciso I, far-se-ão as devidas
autorização do Juiz Corregedor Permanente, ressalvas, antes da subscrição do ato, de
nos termos do § 2º do art. 74. forma legível e autenticada.
Art. 79. As guias de recolhimento de diligências §2º As anotações previstas no inciso II,
do oficial de justiça serão conservadas quando estritamente necessárias, sempre
pelo prazo mínimo de dois anos contados serão datadas e autenticadas com a
do arquivamento, aplicando-se, quanto à assinatura de quem as haja lançado nos
inutilização, o disposto no do § 2º do art. 74. autos.

Seção VII Art. 82. Na escrituração é vedada:


DA ESCRITURAÇÃO I – a utilização de borracha ou raspagem
por outro meio mecânico, bem como a uso
Art. 80. Na lavratura de atos, termos, de corretivo, detergente ou outro meio
requisições, ordens, autorizações, informações, químico de correção;
certidões ou traslados, que constarão de livros,

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II – a assinatura de atos ou termos em § 1º O escrivão certificará a autenticidade da
branco, total ou parcialmente; firma do juiz que subscreveu o documento,
indicando-lhe o nome, o cargo e o exercício
III – a utilização de abreviaturas,
no juízo, nas seguintes hipóteses:
abreviações, acrônimos, siglas ou símbolos,
excetuando-se as formas consagradas I – na expedição de alvarás de soltura,
pelo Vocabulário Ortográfico da Língua mandados ou contramandados de prisão,
Portuguesa da Academia Brasileira de requisições de preso e demais atos
Letras, as adotadas por órgãos oficiais e as para os quais a lei exige certificação de
convencionadas por determinada área do autenticidade;
conhecimento humano;
II – quando houver dúvida sobre a
IV – a utilização de chancela, ou de qualquer autenticidade da firma.
recurso que propicie a reprodução mecânica
da assinatura do juiz. § 2º Nos ofícios de justiça contemplados
com sistema informatizado oficial,
Art. 83. A escrituração de termos, atos e papéis que permita a utilização da ferramenta
em geral observará os critérios da clareza, consistente na assinatura por certificação
objetividade e síntese, sem descuidar da digital, dispensa-se a certificação de
perfeita individualização de pessoas, fatos ou autenticidade da assinatura do juiz.
coisas, quando necessária.
Art. 85. Os mandados, as cartas postais, os
§ 1º A qualificação das pessoas trará os ofícios gerais de comunicação, expedidos em
elementos necessários à sua identificação: cumprimento de ato judicial, em não havendo
I – tratando-se de pessoa física, constarão determinação do juiz em sentido contrário,
o nome completo e o número de inscrição serão assinados pelos escrivães, declarando
no CPF ou o número do RG ou, faltante este que o fazem por ordem do juiz.
último, a filiação, sem prejuízo de outros § 1º A subscrição do juiz é obrigatória
dados que auxiliem na sua identificação; quando:
II – tratando-se de pessoa jurídica, I – a lei ou estas Normas de Serviço
constarão a firma ou denominação, o expressamente o exigirem (por exemplo,
número de inscrição no CNPJ e o endereço busca e apreensão cautelar, prisão,
da sede, sem prejuízo de outros dados que contramandado de prisão e alvará de
auxiliem na sua identificação. soltura, alvarás em geral, levantamento de
§ 2º Nos ofícios e cartas precatórias depósito judicial, ordem de arrombamento
expedidas, constarão a comarca, a vara e o explícita ou implícita etc);
endereço completo do Fórum remetente, II – houver determinação de desconto de
inclusive com o número do código de pensão alimentícia;
endereçamento postal (CEP), telefone e o
correio eletrônico (e-mail) institucional. III – os documentos ou papéis forem
dirigidos a autoridades (por exemplo,
Art. 84. Os instrumentos de ordens, requisições, membros do Poder Judiciário, do
precatórias, ofícios e autorizações judiciais, bem Ministério Público e do Poder Legislativo;
como dos demais atos e termos processuais chefe do Poder Executivo; Delegados de
(sentenças, decisões e despachos), conterão, Polícia; Comandantes da Polícia Militar e
de forma legível, o nome completo, o cargo ou das Forças Armadas).
função da autoridade judiciária e dos servidores
que os lavrem, confiram e subscrevam, a fim de § 2º A emissão de cartas postais, considerada
se permitir a rápida identificação. inclusive a expedição por meio eletrônico,

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independerão da assinatura do escrivão determinação judicial expressa em contrário


ou escreventes, desde que do documento ou para manter peça processual com seus
conste o nome e o cargo do funcionário documentos anexos, podendo, nestes casos, ser
emitente, inexista determinação do juiz encerrado com mais ou menos folhas.
em sentido contrário, a hipótese não se
enquadre nas disposições contidas no § 1º § 1º O encerramento e a abertura dos
deste artigo e seja observado o disposto no novos volumes serão certificados em folhas
parágrafo único do art. 89. regularmente numeradas, prosseguindo-se
a numeração sem solução de continuidade
Art. 86. As disposições previstas nesta seção, no volume subsequente.
relativas à escrituração em meio físico, aplicam-
se, no que couber, à escrituração no sistema § 2º A numeração ordinal indicativa
informatizado oficial, especialmente: de novos volumes será destacada nas
respectivas autuações e anotada na
I – no cadastramento de dados; autuação do primeiro volume.
II – na movimentação processual; Art. 90. Nos feitos antecedidos por
procedimentos preparatórios, a peça
III – na lavratura e expedição de inaugural (petição inicial de ação civil pública,
documentos, sejam ou não juntados a autos representação em procedimento afeto à área
de processo. infracional da infância e juventude, denúncia
em ação penal pública etc.) terá numeração
Seção VIII
própria, apondo-se o número da folha, seguido
DA ORDEM DOS SERVIÇOS DOS da letra “i” (1-i; 2-i; 3-i...), de tal forma que a
PROCESSOS EM GERAL numeração dos mencionados procedimentos
preparatórios (inquéritos civis, comunicações
Subseção I de atos infracionais, inquéritos policiais etc) seja
DA AUTUAÇÃO, ABERTURA DE sempre aproveitada integralmente.
VOLUMES E NUMERAÇÃO DE FEITOS Art. 91. Os escrivães judiciais ou, sob sua
supervisão, os escreventes zelarão pela correta
Art. 87. Ao receber a petição inicial ou a
numeração das folhas dos autos.
denúncia, o ofício de justiça providenciará,
em 24 (vinte e quatro) horas, a autuação, nela § 1º Em caso de erro na numeração,
afixando a etiqueta que, gerada pelo sistema certificar-se-á a ocorrência, sendo vedada a
informatizado e oriunda do distribuidor, atribui renumeração.
número ao processo e traz outros dados
relevantes (juízo, natureza do feito, nomes das § 2º Na hipótese de numeração repetida,
partes, data etc.). acrescentar-se-á apenas uma letra do
alfabeto, em sequência (188-a, 188-b, 188-c
Parágrafo único. É dispensada a lavratura de etc.), certificando-se.
certidão, no interior dos autos, da autuação
e do registro do processo. Subseção II
Art. 88. O ofício de justiça afixará nas autuações
DA RECEPÇÃO E JUNTADA DE
tarjas coloridas, na posição horizontal, para PETIÇÕES DOS ATOS E TERMOS
assinalar situações especiais descritas nestas JUDICIAIS E DAS COTAS NOS AUTOS
Normas de Serviço.
Art. 92. É vedado aos ofícios de justiça receber
Art. 89. Os autos de processos não excederão e juntar petições que não tenham sido
de 200 (duzentas) folhas em cada volume, salvo encaminhadas pelo setor de protocolo, salvo:

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I – quanto às petições de requerimento relação à emissão de documento que passe
de juntada de procuração ou de a fazer imediatamente parte integrante dos
substabelecimento apresentadas pelo autos (ofícios expedidos, mandados, etc.),
interessado diretamente ao ofício de por original ou por cópia, rubricado pelo
justiça, caso em que o termo de juntada emitente. A data constante do documento
mencionará esta circunstância; deverá corresponder à de sua efetiva
emissão.
II – quando houver, em cada caso concreto,
expressa decisão fundamentada do juiz Art. 95. Ressalvado o disposto no art. 140, é
do feito dispensando o protocolo no setor vedado o lançamento de termos no verso de
próprio. petições, documentos, guias etc., devendo ser
usada, quando necessária, outra folha, com
Art. 93. Por ocasião da juntada de petições inutilização dos espaços em branco.
e documentos (ofícios recebidos, laudos,
mandados, precatórias etc.), lavrar-se-á o Art. 96. São vedados o lançamento de cotas
respectivo termo de juntada. marginais ou interlineares nos autos, a prática
de sublinhar palavras à tinta ou a lápis, ou o
§ 1º Para a juntada, na mesma emprego de expressões injuriosas nos escritos
oportunidade, de duas ou mais petições ou apresentados no processo, incumbindo ao
documentos, será confeccionado um único serventuário, ao constatar a irregularidade,
termo de juntada com a relação das peças. comunicá-la imediatamente ao juiz.
§ 2º É vedado o lançamento do termo de
juntada na própria petição ou documento a Seção IX
serem encartados aos autos. DOS PAPÉIS EM ANDAMENTO OU
FINDOS
§ 3º Recebidas petições via fac-símile ou
por correio eletrônico (e-mail) diretamente Art. 103. Os papéis em andamento ou findos
no ofício de justiça ou na vara, será serão bem conservados e, quando for o caso,
imediatamente lançado número de encadernados, classificados ou catalogados,
protocolo no corpo do documento, para aplicando-se, quanto ao seu descarte, o
oportuno controle dos prazos previstos no disposto no § 2º do art. 74.
caput e parágrafo único do art. 2º da Lei
Federal nº 9.800, de 26.05.1999. Seção X
§ 4º Recebida petição inicial ou DAS CERTIDÕES
intermediária acompanhada de objetos
Art. 104. A expedição de certidões em
de inviável entranhamento aos autos
breve relatório ou de inteiro teor compete
do processo, o escrivão deverá conferir,
exclusivamente aos ofícios de justiça.
arrolar e quantificá-los, lavrando certidão,
sempre que possível na presença do § 1º Sempre que possível, as certidões serão
interessado, mantendo-os sob sua guarda expedidas com base nos assentamentos
e responsabilidade até encerramento da constantes do sistema informatizado,
demanda. cabendo ao escrivão dar a sua fé pública
do que nele constar ou não, admitida, de
Art. 94. Todos os atos e termos do processo
qualquer forma, a consulta aos autos de
serão certificados nos autos e anotados no
processos em andamento ou findos, livros
sistema informatizado oficial.
ou papéis a seu cargo, caso em que se
Parágrafo único. Dispensa-se a certificação designará o número e a página do livro ou
e anotação de que trata o caput com processo onde se encontra o assentamento.

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§ 2º As certidões serão expedidas no prazo Art. 106. Na hipótese do mandado anterior


de 5 (cinco) dias, contados da data do não consignar elementos essenciais para
recebimento do respectivo pedido pelo o cumprimento da nova diligência, será
ofício de justiça, fornecido ao interessado dispensado o seu desentranhamento e
protocolo de requerimento. aditamento, expedindo-se novo mandado.
§ 3º Serão atendidos em 48 (quarenta Art. 107. Os mandados serão entregues ou
e oito) horas os pedidos de certidões encaminhados aos encarregados das diligências
de objeto e pé formulados pelo correio mediante a respectiva carga.
eletrônico (e-mail) institucional de um
ofício de justiça para outro. A certidão será Art. 108. Os mandados que devam ser cumpridos
elaborada e encaminhada pelo ofício de pelos oficiais de justiça serão distribuídos,
Justiça diretamente à unidade solicitante. na forma regulada pela Corregedoria Geral
da Justiça, aos que estiverem lotados ou à
§ 4º Se houver necessidade de requisição disposição das respectivas comarcas ou varas.
de autos do Arquivo Geral, os prazos deste
artigo contar-se-ão do recebimento do feito Parágrafo único. Os mandados de prisão
pelo ofício de justiça. não serão entregues aos oficiais de
justiça, mas encaminhados ao Instituto de
§ 5º A expedição de certidão de processos Identificação Ricardo Gumbleton Daunt –
que correm em segredo de justiça IIRGD.
dependerá de despacho do juiz competente.
Art. 109. Nas certidões de expedição e de
Seção XI entrega dos mandados, constarão o nome do
oficial de justiça a quem confiado o mandado e
DOS MANDADOS
a data da respectiva carga.
Art. 105. Constarão de todos os mandados Art. 110. Mensalmente, o escrivão relacionará
expedidos: os mandados em poder dos oficiais de justiça,
I – o número do respectivo processo; além dos prazos legais ou fixados, comunicando
ao Juiz Corregedor Permanente, para as
II – o número de ordem da carga providências cabíveis.
correspondente registrada no livro próprio;
Seção XII
III – o seguinte texto, ao pé do instrumento:
“É vedado ao oficial de justiça o DOS OFÍCIOS
recebimento de qualquer numerário Art. 111. A lavratura de ofícios observará as
diretamente da parte. A identificação do regras de escrituração dispostas na Seção VII do
oficial de justiça, no desempenho de suas presente capítulo e o seguinte:
funções, será feita mediante apresentação
de carteira funcional, obrigatória em todas I – os ofícios extraídos de processos, exceto
as diligências.”. aqueles destinados a instruir precatórios ou
requisições de pequeno valor, serão datados
§ 1º Nos mandados de citação, constarão e identificados com o número dos autos
todos os endereços dos réus, declinados ou respectivos, com numeração sequencial e
existentes nos autos, inclusive do local de renovável anualmente, anexada uma cópia
trabalho. exclusivamente nos autos;
§ 2º Aos mandados e contramandados II – os ofícios que não se refiram a feito do
de prisão e alvarás de soltura aplicam-se próprio ofício de justiça serão numerados
as disposições constantes na Seção XII do sequencialmente, em série renovável
Capítulo IV, no que couberem.

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anualmente, de acordo com as respectivas e o campo “assunto” com o número do
datas de expedição, arquivada uma cópia processo e a especificação de uma hipótese
no classificador próprio. do art. 113;

Seção XIII III – digitar, no corpo do texto da mensagem


eletrônica, os dados do processo (número,
DAS COMUNICAÇÕES OFICIAIS,
unidade judiciária, comarca e partes) e o
TRANSMISSÃO DE INFORMAÇÕES endereço do correio eletrônico (e-mail)
PROCESSUAIS E PRÁTICA DE institucional da unidade em que lotado;
ATOS PROCESSUAIS POR MEIO
IV – juntar aos autos cópia da mensagem
ELETRÔNICO eletrônica enviada, dispensadas a
impressão e a juntada de anexos que
Art. 112. Ressalvada a utilização dos meios
consistirem em peças do processo, ou,
convencionais no caso de indisponibilidade do
quando a mensagem não se referir a feito
sistema informatizado e do sistema de malote
do próprio ofício de justiça, arquivá-la no
digital, quando implantado, as comunicações
classificador correspondente;
oficiais que transitem entre os ofícios de justiça
serão por meio eletrônico, observadas as regras V – anexar à mensagem os documentos
estabelecidas nesta Seção. necessários, no padrão PDF e sem restrição
de impressão ou salvamento;
Art. 113. Serão transmitidas eletronicamente:
VI – selecionar as opções de confirmação
I – informações que devam ser prestadas à
de entrega e de confirmação de leitura da
segunda instância, conforme determinação
mensagem;
do relator;
VII – assinar a mensagem com seu
II – ofícios;
certificado digital;
III – comunicações;
VIII – imprimir os comprovantes de
IV – solicitações; confirmação de entrega e de leitura, para
juntada aos autos, assim que recebê-los;
V – pedidos e encaminhamento de
certidões de objeto e pé, certidões criminais IX – inserir no sistema informatizado de
e certidões de distribuição; andamento processual a informação de
envio da mensagem eletrônica
VI – cartas precatórias, nos casos de
urgência. Art. 116. O ofício de justiça que receber a
mensagem deverá:
Art. 114. A transmissão eletrônica de
informações e documentos será realizada por I – expedir eletronicamente as confirmações
dirigente, escrivão judicial, chefe de seção e de entrega e de leitura da mensagem, que
escrevente técnico judiciário. valerão como protocolo;
Art. 115. O remetente da comunicação II – imprimir a mensagem, bem como os
eletrônica deverá: eventuais anexos, para juntada aos autos do
processo ou arquivamento em classificador
I – utilizar seu correio eletrônico (e-mail) próprio, se for o caso;
institucional, e não o da unidade em que
lotado, para enviar a mensagem; III – inserir no sistema informatizado de
andamento processual a informação de
II – preencher o campo “para” com o recebimento da mensagem eletrônica, se
endereço eletrônico da unidade destinatária for o caso;

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IV – promover a conclusão, no prazo Art. 121. Cumpridas as providências dos arts.


legal, quando a mensagem se referir a 115, 116 e 117, as mensagens eletrônicas e seus
providências a cargo do juiz; anexos serão deletados.
V – encaminhar eletronicamente a Seção XIV
mensagem, no mesmo prazo da conclusão, DAS CARTAS PRECATÓRIAS E
ao correio eletrônico (e-mail) institucional
do juiz, se este assim o determinar, ou ao ROGATÓRIAS
correio eletrônico (e-mail) institucional
Art. 122. A carta precatória será confeccionada
do funcionário, a quem couber o envio da
em 3 (três) vias, servindo, uma delas, de
resposta.
contrafé;
Art. 117. A resposta aos e-mails deverá ser
§ 1º O pagamento da taxa judiciária,
dada eletronicamente, cabendo ao juiz, a
devida em razão do cumprimento, deverá
quem a mensagem houver sido encaminhada
ser demonstrado até o momento da
nos termos do inciso V do art. 116, ou ao
distribuição, mediante a juntada da 1ª via
funcionário, encarregado do envio da resposta,
original do respectivo comprovante de
preencher no campo “para” o endereço do
recolhimento.
correio eletrônico (e-mail) da unidade cartorária
do remetente da mensagem original. § 2º Quando o ato deprecado for a citação,
será instruída com tantas cópias da petição
Art. 118. Na ausência da expedição de
inicial quantas sejam as pessoas a citar.
confirmação de entrega e leitura pelo
destinatário da mensagem, presumir-se-ão Art. 123. Constatado que o ato pode ser
recebidas e lidas as mensagens no primeiro dia cumprido em endereço de jurisdição diversa
útil subsequente ao do envio. daquela constante da carta precatória, ou ainda,
que o endereço originário pertence à outra
Parágrafo único. Tratando-se de medidas
jurisdição, deverá o juízo deprecado encaminhá-
urgentes, se frustrada a entrega, ou
la ao juízo competente, comunicando tal fato ao
se não confirmados o recebimento e a
juízo deprecante.
leitura até o dia seguinte à transmissão, o
remetente entrará em contato telefônico Art. 124. O juízo deprecado devolverá a
com o destinatário e, se o caso, reenviará carta precatória, independentemente de
a mensagem, de tudo lavrando-se certidão cumprimento, quando não devidamente
nos autos. instruída e não houver regularização no prazo
determinado.
Art. 119. Em se tratando de documentos que
devam ser juntados em processo digital, será Art. 125. As cartas precatórias não serão
feita em PDF a impressão de que cuidam os autuadas, servindo os encartes remetidos pelo
incisos IV e VIII do art. 115 e o inciso II do art. juízo deprecante como face das mesmas, sobre
116. os quais o ofício de justiça deprecado afixará
a etiqueta adesiva remetida pelo ofício do
Art. 120. Nos casos de inoperância do certificado
distribuidor, que servirá de identificação das
digital ou enquanto não for disponibilizado, o
partes e da natureza do feito, cuidando também
remetente materializará o documento em papel,
anotar no alto, à direita, o número do processo.
colherá a assinatura, digitalizará o documento
assinado e o enviará como anexo da mensagem Art. 126. As cartas precatórias quando possível,
eletrônica. servirão como mandado.
Art. 127. Não atendidos pedidos de informações
sobre o cumprimento do ato, cumprirá ao

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ofício de justiça do juízo deprecante reiterar se-á, salvo determinação judicial ou disposição
a solicitação e estabelecer contato telefônico legal em contrário (carta registrada, mandado
com o escrivão do juízo deprecado, de tudo judicial, etc), mediante publicação no Diário da
certificando nos autos. Justiça Eletrônico.
Parágrafo único. Em caso de inércia, os Parágrafo único. É vedado ao servidor dos
autos serão conclusos ao juiz do feito para ofícios de justiça prestar informações por
as providências cabíveis. telefone aos advogados, aos membros do
Ministério Público, às partes e ao público
Art. 128. É permitida a retirada da carta em geral acerca dos atos e termos do
cumprida junto ao juízo deprecado, para a processo.
entrega ao juízo deprecante, desde que nela
conste o nome do advogado da parte que Art. 133. Os despachos, decisões interlocutórias
tiver interesse no cumprimento do ato, com o e sentenças devem ser encaminhados à
número da respectiva inscrição na Ordem dos publicação no Diário da Justiça Eletrônico,
Advogados do Brasil. dentro do prazo máximo de 3 (três) dias, a
contar da devolução dos autos em cartório.
Art. 129. Ao retornar cumprida a precatória,
o escrivão judicial juntará,aos autos Art. 134. As intimações de atos ordinatórios,
principais,apenas as peças essenciais, despachos, decisões interlocutórias e sentenças,
imprescindíveis à compreensão das diligências qualquer que seja o meio empregado,
realizadas no juízo deprecado, especialmente consumar-se-ão de maneira objetiva e precisa,
as certidões de lavra dos oficiais de justiça sem ambiguidades e omissões, e conterão:
e os termos do que foi deprecado, salvo
determinação judicial em contrário. I – o número dos autos, o objeto do
processo, segundo a tabela vigente, e o
Art. 130. Havendo urgência, transmitir-se-á a nome das partes;
carta precatória por fac-símile (fax), telegrama,
telefone, radiograma ou correio eletrônico II – o resumo ou transcrição daquilo que
(e-mail), observando-se as cautelas previstas deva ser dado conhecimento, suficientes
nos arts.206 e 207 do Código de Processo Civil E para o entendimento dos respectivos
nos arts.354 e 356 do Código de Processo Penal. conteúdos;

Parágrafo único. A via original da carta III - o nome dos advogados das partes com
não será encaminhada ao juízo deprecado. o número de suas respectivas inscrições na
Será encartada aos autos, juntamente com Ordem dos Advogados do Brasil
a certidão de sua transmissão, tão-logo Art. 135. Nas intimações pela imprensa:
ocorra o pedido de confirmação de seu teor
por parte do juízo destinatário. I – quando qualquer das partes estiver
representada nos autos por mais de 1
Art. 131. As cartas rogatórias cíveis e criminais (um) advogado, o ofício de justiça fará
serão expedidas conforme o procedimento, constar o nome de qualquer subscritor
modelos e formulários aprovados e divulgados da petição inicial, da contestação ou da
pela Corregedoria Geral da Justiça no sítio do primeira intervenção nos autos, com o
Tribunal de Justiça na internet. número da respectiva inscrição na Ordem
dos Advogados do Brasil, a não ser que a
Seção XV parte indique outro ou, no máximo, 2 (dois)
DAS INTIMAÇÕES nomes;
Art. 132. A intimação dos atos e termos do II – as decisões interlocutórias e sentenças
processo ou de expediente administrativo far- serão publicadas somente na sua parte

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dispositiva; os atos ordinatórios e despachos sentenças, no Diário da Justiça Eletrônico,


de mero expediente serão transcritos ou será documentada pelo encarte, aos autos, da
resumidos com os elementos necessários à respectiva certidão gerada automaticamente
explicitação do conteúdo da ordem judicial pelo sistema informatizado oficial ou, na
(quem e sobre o que se deve manifestar, ter impossibilidade, pela certidão aposta na mesma
ciência, providenciar, etc.). folha, ao pé, ou, se não houver espaço, no verso
da folha em que lançado o ato publicado.
Parágrafo único. Será publicada apenas a
parte dispositiva das decisões proferidas Parágrafo único. As publicações feitas no
em procedimentos de natureza disciplinar Diário da Justiça Eletrônico comprovam-se
ou em processos de dúvida, podendo o mediante certidão, independentemente da
Corregedor Geral da Justiça, se entender juntada do exemplar impresso.
necessário, determinar a sua publicação
integral, após o trânsito em julgado. Art. 141. Nas intimações por edital:

Art. 136. A publicação omissa em relação aos I – extraído o edital, conferido e assinado,
requisitos constantes dos arts. 134 e 135 e que serão autenticadas as respectivas folhas
cause efetivo prejuízo a qualquer das partes com a chancela do ofício de justiça, devendo
será considerada nula. escrivão rubricar cada uma delas;

Art. 137. Quando ocorrer erro ou omissão II – a afixação de editais de qualquer


de elemento indispensável na publicação, natureza, bem como as publicações de
independentemente de despacho ou edital feitas no Diário da Justiça Eletrônico,
de reclamação da parte, proceder-se-á comprovam-se mediante certidão,
imediatamente à retificação e nova publicação, independentemente da juntada do
encartando-se aos autos cópia do ato exemplar impresso;
incorretamente publicado. III – a publicação de edital em jornal de
Art. 138. Da publicação no Diário da Justiça ampla circulação local será providenciada
Eletrônico a respeito de processos sujeitos ao pela parte ou por agência de publicidade
segredo de justiça constarão as iniciais das de sua escolha e comprovada nos autos
partes. mediante a juntada do exemplar original;

Art. 139. Os escrivães judiciais farão publicar no IV – a entrega da minuta, para fins de
Diário da Justiça, juntamente com as respectivas publicação, sempre mediante recibo,
intimações, o valor da taxa judiciária que deve poderá ser feita a estagiário ou advogado
ser recolhida pelas partes, bem como o valor com procuração nos autos.
das importâncias que, objeto de cálculo, devam Art. 142. Caberá aos escrivães judiciais velar
ser depositadas, em quaisquer processos e a pelo adequado cumprimento das normas
qualquer título. atinentes às publicações ou às intimações por
Parágrafo único. Todas as intimações, carta, conferindo diariamente seu teor, sem
publicadas para que as partes se manifestem prejuízo da fiscalização ordinária dos Juízes
sobre cálculos e contas, conterão os Corregedores Permanentes.
respectivos valores, em resumo, limitando-
se a publicação ao que baste para a perfeita
ciência das partes sobre o objeto do cálculo
ou da conta.
Art. 140. A publicação de atos ordinatórios,
despachos, decisões interlocutórias e

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Seção XVII Art. 160. Na hipótese de os processos correrem
DA CONSULTA E DA CARGA DOS em segredo de justiça, o seu exame, em cartório,
será restrito às partes e a seus procuradores
AUTOS devidamente constituídos.
Art. 157. O acesso aos autos judiciais e § 1º As entidades que reconhecidamente
administrativos de processos em andamento prestam serviços de assistência judiciária
ou findos, mesmo sem procuração, quando poderão, por intermédio de advogado com
não estejam sujeitos a segredo de justiça, procuração nos autos, autorizar a consulta
é assegurado aos advogados, estagiários de processos que tramitam em segredo
de Direito e ao público em geral, por meio de justiça em cartório pelos acadêmicos
do exame em balcão do ofício de justiça ou de Direito não inscritos na OAB. Referida
seção administrativa, podendo ser tomados autorização deverá conter o nome do
apontamentos, solicitadas cópias reprográficas, acadêmico, o número de seu RG e o número
bem como utilizado escâner portátil ou máquina e/ou nome das partes do processo a que
fotográfica1 , vedado, nestas hipóteses, se refere a autorização, que será juntada
o desencarte das peças processuais para posteriormente aos autos.
reprodução.
§ 2º É vedado o acesso a autos de processos
Parágrafo único. Os escrivães judiciais e que correm em segredo de justiça por
os chefes de seção judiciária manterão, estagiários não inscritos ou com inscrição
pessoalmente ou mediante servidor vencida na OAB.
designado, rigorosa vigilância sobre os
autos dos processos, sobretudo quando do Art. 161. A carga de autos judiciais e
seu exame, por qualquer pessoa, no balcão administrativos em andamento no cartório
do ofício de justiça ou seção administrativa. é reservada unicamente a advogados ou
Art. 158. Para garantia do direito de acesso aos estagiários de Direito regularmente inscritos
autos que não corram em segredo de justiça, na OAB, constituídos procuradores de alguma
poderá ser deferida ao advogado ou estagiário das partes, ressalvado, nos processos findos e
de Direito, regularmente inscritos na OAB, que que não estejam sujeitos a segredo de justiça,
não tenham sido constituídos procuradores de a carga por advogado mesmo sem procuração,
quaisquer das partes, a retirada e autos para pelo prazo de 10(dez) dias.
cópia, pelo período de 1 (uma) hora, mediante Art. 162. O escrivão ou o escrevente responsável
controle de movimentação física, devendo o pelo atendimento registrará a retirada e a
serventuário consultar ao sítio da Ordem dos devolução de autos, mediante anotação no
Advogados do Brasil da Internet, à vista da sistema informatizado oficial e no relatório de
Carteira da OAB apresentada pelo advogado carga emitido pelo sistema (carga eletrônica),
ou estagiário de Direito interessado, com observadas as seguintes cautelas:
impressão dos dados obtidos, os quais serão
conferidos pelo servidor antes da entrega dos I – na retirada dos autos, o advogado ou
autos, observadas, ainda, as demais cautelas estagiário de Direito lançará sua assinatura
previstas para a carga rápida, conforme o no relatório de carga emitido pelo sistema
disposto no art. 165. informatizado, arquivando-se o documento
provisoriamente em classificador próprio;
Art. 159. Nos casos complexos ou com
pluralidade de interesses, a fim de que não seja II – na devolução do feito, o servidor do
prejudicado nem o andamento do feito e nem o ofício de justiça ou da seção administrativa
acesso aos autos, fica autorizada a retirada de efetuará a baixa no relatório de carga,
cópias de todo o feito, que ficarão à disposição juntando-o imediatamente aos autos.
para consulta dos interessados.

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§ 1º O livro de carga de autos para § 2º O funcionário ou estagiário deverá


advogados será utilizado quando não portar o documento de identidade e a
for possível a utilização do sistema cédula ou crachá funcional, conforme o
informatizado, caso em que serão lançados, caso, no momento da retirada dos autos,
no livro, a assinatura do destinatário e, nos para que o ofício de justiça possa verificar,
autos, o termo de carga e recebimento. mediante conferência das petições
arquivadas, se a pessoa encontra-se
§ 2º No relatório eletrônico ou no livro autorizada a subscrever a carga.
de carga constarão o número da carteira
profissional e respectiva seção, expedida § 3º A carga dos autos será feita em nome
pela OAB, em nome do destinatário, da pessoa que subscreveu a autorização
facultado ao servidor, na dúvida, solicitar e dela constarão os dados da pessoa que
sua exibição. estiver retirando os autos.
§ 3º A baixa da carga de autos, constante de § 4º Qualquer alteração no rol de pessoas
relatório eletrônico ou de livro de carga, far- autorizadas a retirar os autos deverá
se-á imediatamente, à vista do interessado, ser imediatamente comunicada a o Juiz
sendo-lhe facultada a obtenção de recibo Corregedor Permanente.
de autos, assinado pelo servidor, em
instrumento previamente confeccionado Art. 164. Não havendo fluência de prazo,
pelo interessado e do qual constarão os autos somente serão retirados em carga
designação da ofício de justiça ou da seção mediante requerimento.
administrativa, número do processo, tipo § 1º Na fluência de prazo, os autos não
de demanda, nome das partes e data sairão do ofício de justiça, salvo nas
da devolução. A cada auto processual hipóteses expressamente previstas na
corresponderá um recibo e a subscrição legislação vigente, ressalvado, porém,
pelo servidor não implica reconhecimento em seu curso ou em outras hipóteses de
da respectiva regularidade interna. impossibilidade de retirada dos autos, o
§ 4º O procedimento previsto neste artigo direito de requisição de cópias quando
poderá ser aplicado a outras modalidades houver justificada urgência na extração
de cargas, desde que disponível a respectiva, mediante autorização judicial,
funcionalidade (carga eletrônica) no sistema observando-se o procedimento próprio.
informatizado para outros destinatários e o § 2º Na fluência de prazo comum, só
método se revele eficiente. em conjunto ou mediante prévio ajuste
Art. 163. Os representantes judiciais da Fazenda por petição nos autos, os procuradores
Pública e os membros do Ministério Público e da das partes retirarão os autos, ressalvada
Defensoria Pública, mediante petição dirigida a obtenção de cópias para a qual cada
ao Juiz Corregedor Permanente, poderão procurador poderá retirá-los pelo prazo
indicar funcionários ou estagiários autorizados de 1 (uma) hora, mediante carga rápida,
a retirarem, em nome daqueles, os autos em independentemente de ajuste.
carga. Art. 165. A carga rápida dos autos será concedida
§ 1º Da petição, que será arquivada pelo escrivão ou o escrevente responsável
em pasta própria, constarão os nomes pelo atendimento, pelo período de uma hora,
completos, os números dos documentos mediante controle de movimentação física dos
de identidade, do CPF e os números das autos, conforme formulário a ser preenchido
identificações funcionais, se o caso. e assinado por advogado ou estagiário de
Direito devidamente constituído no processo,
respeitado o seguinte procedimento:

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I – os requerimentos serão recepcionados § 3º Ao advogado que não restituir os
e atendidos desde que formulados até às autos no prazo legal, e só o fizer depois de
18h; intimado:
II – o formulário de controle de I – não será mais permitida a vista fora do
movimentação física será juntado aos autos cartório até o encerramento do processo;
no exato momento de sua devolução ao II – não sendo o processo de natureza
ofício de justiça, certificando-se o respectivo criminal, o juiz, de ofício, mandará riscar
período de vista; o que nele houver o advogado escrito, e
III – na hipótese dos autos não serem desntranhar as alegações e documentos
restituídos no período fixado, competirá ao que apresentar.
escrivão judicial representar, no prazo de § 4º Na hipótese de extravio dos autos,
24(vinte e quatro) horas, ao Juiz Corregedor o expediente de cobrança instruirá o
Permanente, inclusive para fins de respectivo procedimento de restauração.
providências competentes junto à Ordem Art. 168. O escrivão ou o chefe de seção
dos Advogados do Brasil (EOAB, arts. 34, deverá, mensalmente, até o décimo dia útil
inciso XXII, e 37, inciso I). do mês subsequente, verificar o cumprimento
Art. 166. É vedada a retenção do documento dos prazos de devolução dos autos retirados,
de identificação do advogado u do estagiário relacionar, em duas vias,os autos em poder
de Direito no ofício de justiça, para a finalidade das partes além dos prazos legais ou fixados,
de controle de carga de autos, em qualquer a primeira encaminhada, sob forma de
modalidade ou circunstância. representação, ao Juiz Corregedor Permanente,
para as providências previstas no art. 167 e a
Art. 167. O advogado deve restituir, no prazo segunda via, para acompanhamento e controle,
legal, os autos que tiver retirado do ofício de arquivada em pasta própria.
justiça. Não o fazendo, mandará o juiz, de ofício:
Art. 169. O disposto nesta seção aplica-se, no
I – intimá-lo para que o faça em 24 (vinte que couber, a todos os demais destinatários de
e quatro) horas, sob as penas da lei, carga.
certificando-se;
Seção XVIII
II – decorrido o prazo sem atendimento e DO DESENTRANHAMENTO DE PEÇAS
certificada essa circunstância, cobrar os E DOCUMENTOS DOS AUTOS
autos não restituídos, mediante expedição
de mandado, para imediata entrega ao Art. 170. O desentranhamento de peças e de
oficial de justiça, encarregado da diligência, documentos, facultada a substituição por cópia
comunicando-se o fato à seção local da simples, poderá ser requerido pelo interessado
OAB. ou determinado de ofício pelo juiz.
§ 1º O expediente de cobrança de autos Art. 171. Não haverá substituição das peças
receberá autuação singela, sem necessidade ou dos documentos desentranhados por
de registro. cópia quando, a critério do juiz do processo,
referirem-se a:
§ 2º Devolvidos os autos, o ofício de justiça,
depois de seu minucioso exame, juntará I – manifestação intempestiva do
toda a documentação mencionada neste peticionário;
artigo, certificando a data e o nome de II – documentação evidentemente estranha
quem os retirou e devol veu. aos autos;

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III – documentos que não tenham servido Art. 173. Salvo motivada determinação
de base para fundamentação de qualquer judicial em sentido contrário e os títulos de
decisão proferida nos autos ou para a crédito, fica dispensada a certificação do
manifestação da parte contrária. número do processo nas peças e documentos
desentranhados dos autos.
§ 1º Nestas hipóteses, será colocada uma
folha em branco no lugar das peças ou Art. 174. Transitada em julgado a sentença, os
documentos desentranhados, anotando- objetos anexados às manifestações processuais
se a folha dos autos em que lançada a serão devolvidos às partes ou seus procuradores,
certidão de desentranhamento, vedada a mediante solicitação ou intimação para retirada
renumeração das folhas do processo. em até 30 (trinta) dias, sob pena de destruição
§ 2º As peças e documentos juntados por Art. 175. O escrivão verificará periodicamente
equívoco aos autos serão imediatamente o classificador para arquivamento provisório de
desentranhados e juntados aos autos petições e documentos desentranhados:
corretos ou, quando não digam respeito a
feitos da vara ou ofício de justiça, devolvidos I – quando constatar a existência de
ao setor de protocolo, de tudo lavrando-se peças não retiradas há 1 (um) ano do
certidão. desentranhamento, reiterará a intimação
dos advogados para retirá-las;
Art. 172. Deferido ou determinado de ofício o
desentranhamento, caberá ao ofício de justiça: II – decorridos 2 (dois) anos do
desentranhamento, as petições e
I – desentranhar as peças, certificando-se; Documentos não retirados pelos advogados
serão encaminhadas à Ordem dos
II – manter os documentos em local Advogados do Brasil local, anotando-se no
adequado, para sua posterior entrega; sistema informatizado oficial.
III – intimar o interessado a retirar a Parágrafo único. Nas demais hipóteses, o
documentação no prazo de 5 (cinco) dias, se escrivão remeterá à conclusão as petições
outro não for assinalado pelo Juiz. e documentos desentranhados e não
§ 1º A certidão de desentranhamento retirados, para que o juiz determine a
mencionará a numeração das folhas destinação adequada.
desentranhadas e, quando o caso, daquela
na qual se determinou o ato e a eventual Seção XIX
substituição por cópias simples. DO ARQUIVAMENTO DE PROCESSOS
§ 2º As peças desentranhadas dos autos, Subseção I
enquanto não entregues ao interessado,
DISPOSIÇÕES GERAIS
serão guardadas em classificador próprio,
sendo vedado grampeá-las na contracapa Art. 176. Nenhum processo será arquivado sem
dos autos. sentença definitiva ou terminativa, salvo os
§ 3º A devolução de peças desentranhadas casos legais de suspensão do processo por prazo
efetuar-se-á mediante termo nos autos, indeterminado, quando não será comunicada a
lançado imediatamente após a certidão sua extinção.
de desentranhamento, constando o Art. 177. Após a publicação da decisão que
nome e documento de identificação de determinou o arquivamento, os processos
quem as recebeu em devolução, além do permanecerão no ofício de justiça por 30 (trinta)
competente recibo. dias, findo os quais serão confeccionados os

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pacotes de arquivo em, no máximo, 30 (trinta) Parágrafo único. No sistema informatizado
dias, realizadas as anotações e atos necessários. oficial será anotado o número da caixa de
arquivamento do respectivo processo.
Art. 178. Quando o cumprimento da sentença
condenatória cível se der em juízo diverso Art. 180. Todos os processos conterão,
daquele que a proferiu (art. 475-P, parágrafo obrigatoriamente, o número correspondente da
único, do CPC), o arquivamento dos autos, caixa em que arquivado, escrito na autuação, de
no âmbito do Poder Judiciário do Estado de forma bem legível.
São Paulo, deverá ser promovido pelo juízo da
execução, que realizará todos os cadastramentos Parágrafo único. Na autuação constará a
pertinentes à extinção do processo, quando for denominação completa do ofício de justiça
o caso. e, quando houver necessidade de fazer
nova capa, será conservada a denominação
Art. 179. O arquivo de processos será organizado originária.
em caixas padronizadas, com volumes que não
ultrapassem a capacidade das caixas de arquivo, Art. 181. Os requerimentos de desarquivamento
adotadas, ainda, as seguintes cautelas: de autos, ressalvadas as exceções legais, serão
instruídos com o comprovante de recolhimento
I – as caixas de arquivo serão numeradas, da respectiva taxa.
independentemente do número do feito,
pelo critério ordinal crescente e sem § 1º Na ausência da guia de recolhimento,
interrupção quando da passagem de um o advogado (subscritor ou responsável
ano para outro, mudando-se somente o indicado) será intimado a recolher as
ano em que ocorreu o arquivamento (por respectivas custas ou retirar a petição, no
exemplo, admitindo-se que a última caixa prazo de 5 (cinco) dias.
do ano de 2011 recebeu o número 200/11,
§ 2º Da publicação no Diário da Justiça
a próxima, do ano seguinte, receberá o
Eletrônico, com a observação de se tratar
número 201/12 e assim sucessivamente);
de “petição irregular”, constará, quando
II – havendo necessidade de possível, todos os dados necessários a sua
desdobramento, por motivo de identificação.
apensamentos ou aumento de volumes que
§ 3º Desatendida a intimação no prazo
impossibilitem a acomodação na mesma
estabelecido, a petição será encaminhada à
caixa, o arquivamento será renovado
Ordem dos Advogados do Brasil local.
(nova caixa com numeração atual), feitas
as devidas anotações e comunicando a Subseção II
ocorrência ao Arquivo Geral, mediante
ofício. É vedado, no caso de desdobramento
DO ARQUIVAMENTO DE PROCESSOS
de caixas, o uso de letras aditivas (por NA COMARCA DA CAPITAL
exemplo, 1-A, 1-B, 1-C etc);
Art. 182. Na Comarca da Capital, determinado
III – na tampa da caixa de arquivo será o arquivamento do feito e observados os
colado o impresso próprio, emitido pelo dispositivos da subseção precedente, os
sistema informatizado oficial, onde serão escrivães remeterão os autos ao Arquivo Geral.
anotados a denominação completa do ofício
de justiça correspondente e os números Parágrafo único. A remessa de processos
dos processos, em ordem crescente, ao Arquivo Geral será feita pelo ofício de
desprezando-se o ano do registro do feito. justiça de acordo com a escala de retirada
Será anotado na parte inferior do impresso, periodicamente publicada no Diário da
o número da respectiva caixa, de forma Justiça Eletrônico.
destacada.

588 www.acasadoconcurseiro.com.br
Normas da Corregedoria Geral da Justiça – Prof. Giuliano Tamagno

Art. 183. Os ofícios de justiça requisitarão, Art. 184. Qualquer irregularidade constatada no
quando necessário, os processos preenchimento da requisição que impossibilite
depositados no Arquivo Geral, mediante a localização do feito no Arquivo Geral implicará
impresso próprio, a ser preenchido em no desatendimento da requisição e imediata
todos os seus campos, conferido e assinado devolução ao expedidor, para regularização.
pelo escrivão.
Art. 185. Além do requerimento formulado
§ 1º Se o interesse recair sobre processo em ao ofício de justiça onde tramitou o
apenso, da requisição constará o processo feito, o interessado poderá solicitar o
principal ao qual ele se encontra apensado. desarquivamento, consultar e obter cópias
reprográficas dos processos depositados no
§ 2º Antes de requisitar o processo, os Arquivo Geral diretamente nas dependências da
ofícios de justiça verificarão se a caixa Coordenadoria de Arquivos, Setor de Consultas.
de arquivamento foi de fato remetida ao
Arquivo Geral, bem como se o processo § 1º A requisição de consulta será feita
solicitado não se encontra no próprio ofício. em 4 (quatro) vias, servindo uma delas de
protocolo à parte interessada.
§ 3º Quando se tratar de requisição de
processos por parte dos ofícios de justiça § 2º. Os processos permanecerão à
integrantes de foro regional, o requisitante disposição do interessado no local de
deverá mencionar na requisição a que vara consulta pelo prazo de 8 (oito) dias úteis,
distrital pertencia o feito. findo o qual serão devolvidos ao arquivo.
§ 4º Não será permitida a reiteração de Art. 186. O interessado poderá consultar
requisição antes de decorridos 10 (dez) dias os processos no próprio ofício de justiça de
contados da data do protocolo. origem, promovendo o escrivão a expedição da
requisição.
§ 5º Em casos de urgência, o processo
poderá ser retirado diretamente no Parágrafo único. O interessado no
Arquivo Geral, mediante regular requisição, desarquivamento será intimado, por
acompanhada de memorando assinado pelo qualquer meio idôneo de comunicação, da
escrivão do ofício de justiça requisitante e chegada dos autos ao cartório e do prazo
visado pelo juiz. Nessa hipótese, o processo de 30 (trinta) dias para manifestação,
somente será entregue a funcionário do bem como de que, decorrido o prazo sem
ofício de justiça requisitante. manifestação, os autos retornarão ao
arquivo.
§ 6º Fica vedada às partes e advogados
a retirada de processos nos depósitos do Art. 187. Caberá ao Arquivo Geral a extração
Arquivo Geral. e remessa de cópias reprográficas de autos
arquivados, em atendimento à solicitação da
§ 7º Assim que recebidos os autos do Secretaria da Administração Penitenciária ou
arquivo, o ofício de justiça lançará o da direção de estabelecimento prisional, desde
recebimento no sistema informatizado que o ofício de justiça encaminhe, mediante
oficial, evitando-se novas requisições de relação, o próprio ofício de referidos órgãos,
processos que já se encontram nas unidades com as anotações necessárias à localização do
judiciais. processo, observado o § 2º do art. 966.
§ 8º Para rearquivamento de processos, Parágrafo único. O disposto no caput aplica-
os ofícios de justiça utilizarão a relação de se somente aos ofícios de justiça do Fórum
devolução ao arquivo. Criminal da Barra Funda.

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Art. 188. É expressamente vedado o manuseio
de autos processados em segredo de justiça,
exceção feita às partes e aos advogados por
elas constituídos, ou mediante ordem judicial
expressa.
Parágrafo único. A extração de cópia
reprográfica ou certidão de processos
com segredo de justiça, bem como o
desentranhamento de documentos,
dependerão de despacho do juiz
competente.
Art. 189. Permiti-se a pesquisa histórica em
dependência apropriada junto ao Arquivo Geral,
desde que previamente autorizada.

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Matemática

Professor: Dudan

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Matemática

Conjuntos Numéricos

Números Naturais (ℕ)

Definição: ℕ = {0, 1, 2, 3, 4,...}

Subconjuntos
ℕ* = {1, 2, 3, 4,...} naturais não nulos.

Números Inteiros (ℤ)

Definição: ℤ = {..., – 4, – 3, – 2, – 1, 0, 1, 2, 3, 4,...}

Subconjuntos
ℤ* = {..., – 4, – 3, – 2, – 1, 1, 2, 3, 4,...} inteiros não nulos.

ℤ + = {0, 1, 2, 3, 4,...} inteiros não negativos (naturais).

ℤ*+ = {1, 2, 3, 4,...} inteiros positivos.

ℤ- = {..., – 4, – 3, – 2, – 1, 0} inteiros não positivos.

ℤ*- = {..., – 4, – 3, – 2, – 1} inteiros negativos.

O módulo de um número inteiro, ou valor absoluto, é a distância da origem a esse ponto


representado na reta numerada. Assim, módulo de – 4 é 4 e o módulo de 4 é também 4.

|– 4| = |4| = 4

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Faça você

1. Assinale V para as verdadeiras e F para as falsas


( ) 0 ∈ N ( ) 0 ∈ Z ( ) -3 ∈ Z ( ) -3 ∈ N ( )NcZ

2. Calcule o valor da expressão 3 - |3+ |-3|+|3||.

Números Racionais (ℚ)

Definição: Será inicialmente descrito como o conjunto dos quocientes entre dois números
inteiros.
p
Logo ℚ = { | p ∈ ℤ e q ∈ ℤ*}
q

Subconjuntos
ℚ* à racionais não nulos.
ℚ + à racionais não negativos.
ℚ*+ à racionais positivos.
ℚ - à racionais não positivos.
ℚ*- à racionais negativos.

Frações, Decimais e Fração Geratriz


Decimais exatos
2 1
= 0,4 = 0,25
5 4

Decimais periódicos
1 7
= 0,333... = 0,3 = 0,777... = 0,7
3 9

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Matemática – Conjuntos Numéricos – Prof. Dudan

Transformação de dízima periódica em fração geratriz

São quatro passos

1. Escrever tudo na ordem, sem vírgula e sem repetir.


2. Subtrair o que não se repete, na ordem e sem vírgula.
3. No denominador:
a) Para cada item “periódico”, colocar um algarismo “9”;
b) Para cada intruso, se houver, colocar um algarismo “0”.

Exemplos
a) 0,333... Seguindo os passos descritos acima: (03 – 0) = 3/9 = 1/3
9
b) 1,444... Seguindo os passos descritos acima: 14 – 1 = 13/9
9
c) 1,232323... Seguindo os passos descritos acima: 123 – 1 = 122/99
99
d) 2,1343434... Seguindo os passos descritos acima: 2134 – 21 = 2113/990
990

Faça você
3. Assinale V para as verdadeiras e F para as falsas:
( ) 0,333... ∈ Z ( ) 0 ∈ Q* ( ) – 3 ∈ Q+
( ) – 3,2 ∈ Z ( ) N c Q ( ) 0,3444... ∈ Q*
( ) 0,72 ∈ N ( ) 1,999... ∈ N ( ) 62 ∈ Q
( ) Q c Z

Números Irracionais (𝕀)

Definição: Todo número cuja representação decimal não é periódica.

Exemplos:
0,212112111... 1,203040... 2 π

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Números Reais (ℝ)
Definição: Conjunto formado pelos números racionais e pelos irracionais.
ℝ = ℚ ∪ 𝕀, sendo ℚ ∩ 𝕀 = Ø

Subconjuntos
ℝ* = {x ∈ R | × ≠ 0} à reais não nulos
ℝ + = {x ∈ R | × ≥ 0} à reais não negativos Q I

Z
ℝ*+ = {x ∈ R | × > 0} à reais positivos
N
ℝ- = {x ∈ R | × ≤ 0} à reais não positivos
ℝ*- = {x ∈ R | × < 0} à reais negativos

Números Complexos ( )
Definição: Todo número que pode ser escrito na forma a + bi, com a e b reais.

Exemplos:
3 + 2i – 3i – 2 + 7i

9 1,3 1,203040...

2 π

Resumindo:
Todo número é complexo.

Faça você
4. Seja R o número real representado pela dízima 0,999...
Pode-se afirmar que:
a) R é igual a 1.
b) R é menor que 1.
c) R se aproxima cada vez mais de 1 sem nunca chegar.
d) R é o último número real menor que 1.
e) R é um pouco maior que 1.

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Matemática – Conjuntos Numéricos – Prof. Dudan

5. Entre os conjuntos abaixo, o único formado apenas por números racionais é


a)

b)

c)

d)

e)

6. Dados os conjuntos numéricos ℕ, ℤ, ℚ e ℝ, marque a alternativa que apresenta os


elementos numéricos corretos, na respectiva ordem.
a) -5, - 6, -5/6, .
b) -5, -5/6, -6, .
c) 0, 1, 2/3, .
d) 1/5, 6, 15/2, .
e) , 2, 2/3, .

- 1 + 25
7. A lista mais completa de adjetivos que se aplica ao número é:
2
a) Complexo, real, irracional, negativo.
b) Real, racional, inteiro.
c) Complexo, real, racional, inteiro, negativo.
d) Complexo, real, racional, inteiro, positivo.
e) Complexo, real, irracional, inteiro.

8. Observe os seguintes números.


I - 2,212121...
II - 3, 212223...
III - /5
IV - 3,1416
V-
Assinale a alternativa que identifica os números racionais.
a) I e II
b) I e IV
c) II e III
d) II e V
e) III e V

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9. . Se a = , b = 33/25, e c = 1,323232..., a afirmativa verdadeira é
a) a<c<b
b) a<b<c
c) c<a<b
d) b<a<c
e) b<c<a

Gabarito: 1. * 2. * 3. * 4. A 5. B 6. C 7. D 8. C 9. E

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Matemática

Teoria dos Conjuntos (Linguagem dos Conjuntos)

Conjunto é um conceito primitivo, isto é, sem definição, que indica agrupamento de objetos,
elementos, pessoas etc. Para nomear os conjuntos, usualmente são utilizadas letras maiúsculas
do nosso alfabeto.

Representações:
Os conjuntos podem ser representados de três formas distintas:
I – Por enumeração (ou extensão): Nessa representação, o conjunto é apresentado pela citação
de seus elementos entre chaves e separados por vírgula. Assim temos:
•• O conjunto “A” das vogais –> A = {a, e, i, o, u}.
•• O conjunto “B” dos números naturais menores que 5 –> B = {0, 1, 2, 3, 4}.
•• O conjunto “C” dos estados da região Sul do Brasil –> C = {RS, SC, PR}

II – Por propriedade (ou compreensão): Nesta representação, o conjunto é apresentado por


uma lei de formação que caracteriza todos os seus elementos. Assim, o conjunto “A” das vogais
é dado por A = {x / x é vogal do alfabeto} –> (Lê-se: A é o conjunto dos elementos x, tal que x é
uma vogal)
Outros exemplos:
•• B = {x/x é número natural menor que 5}
•• C = {x/x é estado da região Sul do Brasil}
III – Por Diagrama de Venn: Nessa representação, o conjunto é apresentado por meio de uma
linha fechada de tal forma que todos os seus elementos estejam no seu interior. Assim, o
conjunto “A” das vogais é dado por:

www.acasadoconcurseiro.com.br 599
Classificação dos Conjuntos
Vejamos a classificação de alguns conjuntos:
•• Conjunto Unitário: possui apenas um elemento. Exemplo: o conjunto formados pelos
números primos e pares.
•• Conjunto Vazio: não possui elementos, é representado por ∅ ou, mais raramente, por { }.
Exemplo: um conjunto formado por elemento par, primo e diferente de 2.
•• Conjunto Universo (U): possui todos os elementos necessários para realização de um
estudo (pesquisa, entrevista etc.)
•• Conjunto Finito: um conjunto é finito quando seus elementos podem ser contados um a
um, do primeiro ao último, e o processo chega ao fim. Indica-se n(A) o número (quantidade)
de elementos do conjunto “A”.
Exemplo: A = {1, 4, 7, 10} é finito e n(A) = 4
•• Conjunto Infinito: um conjunto é infinito quando não é possível contar seus elementos do
primeiro ao último.

Relação de Pertinência

É uma relação que estabelecemos entre elemento e conjunto, em que fazemos uso dos
símbolos ∈ e ∉.
Exemplo:
Fazendo uso dos símbolos ∈ ou ∉, estabeleça a relação entre elemento e conjunto:

a) 10 ____ ℕ

b) – 4 ____ ℕ

c) 0,5 ____ 𝕀

d) – 12,3 ____ ℚ

e) 0,1212... ____ ℚ

f) 3 ____ 𝕀

g) -16 ____ ℝ

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Teoria dos Conjuntos (Linguagem dos Conjuntos) – Matemática – Prof. Dudan

Relação de Inclusão

É uma relação que estabelecemos entre dois conjuntos. Para essa relação fazemos uso dos
símbolos ⊂, ⊄, ⊃ e ⊅.

Exemplos:
Fazendo uso dos símbolos de inclusão, estabeleça a relação entre os conjuntos:
a) ℕ _____ ℤ
b) ℚ _____ ℕ
c) ℝ _____ 𝕀
d) 𝕀 _____ ℚ

Observações:
•• Dizemos que um conjunto “B” é um subconjunto ou parte do conjunto “A” se, e somente
se, B ⊂ A.
•• Dois conjuntos “A” e “B” são iguais se, e somente se, A ⊂ B e B ⊂ A.
•• Dados os conjuntos “A”, “B” e “C”, temos que: se A ⊂ B e B ⊂ C, então A ⊂ C.

União, Intersecção e Diferença entre Conjuntos

Exemplos:
Dados os conjuntos A = {1, 3, 4, 5}, B = {2, 3, 4} e C = {4, 5, 10}. Determine:
a) A ⋂ B c) A – B e) A ⋂ B ⋂ C

b) A ⋃ B d) B – A f) A ⋃ B ⋃ C

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1. Numa sala há n pessoas. Sabendo que 75 pessoas dessa sala gostam de
matemática, 52 gostam de física, 30 pessoas gostam de ambas as matérias e
13 pessoas não gostam de nenhuma dessas matérias. É correto afirmar que
n vale
a) 170
b) 160
c) 140
d) 100.
e) 110.

2. Numa pesquisa encomendada sobre a preferência entre rádios numa determinada


cidade, obteve o seguinte resultado:
•• 50 pessoas ouvem a rádio Riograndense
•• 27 pessoas escutam tanto a rádio Riograndense quanto a rádio Gauchesca
•• 100 pessoas ouvem apenas uma dessas rádios
•• 43 pessoas não escutam a rádio Gauchesca O número de pessoas entrevistadas
foi.
a) 117
b) 127
c) 147
d) 177
e) 197

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Teoria dos Conjuntos (Linguagem dos Conjuntos) – Matemática – Prof. Dudan

3. Uma pesquisa sobre a inscrição em cursos de esportes tinha as seguintes


opções: A (Natação), B (Alongamento) e C (Voleibol) e assim foi montada a
tabela seguinte:

Cursos Alunos
Apenas A 9
Apenas B 20
Apenas C 10
AeB 13
AeC 8
BeC 18
A, B e C 3

Analise as afirmativas seguintes com base nos dados apresentados na tabela.


1. 33 pessoas se inscreveram em pelo menos dois cursos.
2. 52 pessoas não se inscreveram no curso A.
3. 48 pessoas se inscreveram no curso B.
4. O total de inscritos nos cursos foi de 88 pessoas.
A alternativa que contém todas as afirmativas corretas é:
a) 1e2
b) 1e3
c) 3e4
d) 1, 2 e 3
e) 2, 3 e 4

Gabarito: 1. E 2. C 3. B

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Matemática

Operações Matemáticas

Observe que cada operação tem nomes especiais:


•• Adição: 3 + 4 = 7, onde os números 3 e 4 são as parcelas e o número 7 é a soma ou total.
•• Subtração: 8 – 5 = 3, onde o número 8 é o minuendo, o número 5 é o subtraendo e o número
3 é a diferença.
•• Multiplicação: 6 × 5 = 30, onde os números 6 e 5 são os fatores e o número 30 é o produto.
•• Divisão: 10 ÷ 5 = 2, onde 10 é o dividendo, 5 é o divisor e 2 é o quociente, neste caso o resto
da divisão é ZERO.

Regra de sinais da adição e subtração de números inteiros

•• A soma de dois números positivos é um número positivo.


(+ 3) + (+ 4) = + 7, na prática eliminamos os parênteses. + 3 + 4 = + 7

•• A soma de dois números negativos é um número negativo.


(-3) + (-4) = – 7, na prática eliminamos os parênteses. – 3 – 4 = – 7

•• Se adicionarmos dois números de sinais diferentes, subtraímos seus valores absolutos e


damos o sinal do número que tiver o maior valor absoluto.
(– 4) + (+ 5) = + 1, na prática eliminamos os parênteses. – 4 + 5 = 1 assim, 6 – 8 = – 2.

•• Se subtrairmos dois números inteiros, adicionamos ao 1º o oposto do 2º número.


(+ 5) – (+ 2) = (+ 5) + (– 2) = + 3, na prática eliminamos os parênteses escrevendo o oposto
do segundo número, então: + 5 – 2 = + 3 (o oposto de +2 é – 2)
(– 9) – (- 3) = – 9 + 3 = – 6
(– 8) – (+ 5) = – 8 – 5 = – 13

DICA
Na adição e subtração, quando os sinais forem iguais, somamos os números e
conservamos o mesmo sinal, quadno os sinais forem diferentes, diminuimos os
números e conservamos o sinal do maior valor absoluto.

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1. Calcule:
a) – 3 + 5 = b) + 43 – 21 =

c) – 9 – 24 = d) - 25 + (– 32) =

e) + 5 – 14 = f) + 7 + (– 4) =

g) – 19 – (– 15) = h) + 7 – (– 2) =

i) + 9 – 5 = j) - 8 + 4 + 5 =

k) – 9 – 1 – 2 = l) + (-6) – (+3) + 5 =

Regra de sinais da multiplicação e divisão de números inteiros


•• Ao multiplicarmos ou dividirmos dois números de sinais positivos, o resultado é um
número positivo.
a) (+ 3) × (+ 8) = + 24
b) (+12) ÷ (+ 2) = + 6

•• Ao multiplicarmos ou dividirmos dois números de sinais negativos, o resultado é um


número positivo.
a) (– 6) × (– 5) = + 30
b) (– 9) ÷ (– 3) = + 3

•• Ao multiplicarmos ou dividirmos dois números de sinais diferentes, o resultado é um


número negativo.
a) (– 4) × (+ 3) = – 12
b) (+ 16) ÷ (– 8) = – 2

DICA
Na multiplicação/divisão, quando os dois sinais forem iguais, o resultado é (+), e
quando forem diferentes, o resultado é (–).

606 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Operações Básicas – Prof. Dudan

2. Calcule os produtos e os quocientes:


a) (– 9) × (– 3) = b) 4 ÷ (– 2) = c) – 6 × 9 =

d) (– 4) ÷ (– 4) = e) 12 ÷ (– 6) = f) – 1 × (– 14) =

g) (+ 7) × (+ 2) = h) (– 8) ÷ (– 4) = i) - 5 x (- 4) ÷ 2 =

3. Efetue os cálculos a seguir:


a) 2085 - 1463 = b) 700 + 285 = c) 435 x 75 =

d) 4862 ÷ 36 = e) 3,45 - 2,4 = f) 223,4 + 1,42 =

g) 28,8 ÷ 4 = h) 86,2 x 3 =

Potenciação e Radiciação
•• No exemplo 72 = 49 temos que: 7 é a base, 2 é o expoente e 49 é a potência.
•• A potência é uma multiplicação de fatores iguais: 72 = 7 x 7 = 49
•• Todo número inteiro elevado a 1 é igual a ele mesmo:
Ex.: a) (– 4)1 = – 4 b) (+ 5)1 = 5
•• Todo número inteiro elevado a zero é igual a 1.
Ex.: a) (– 8)0 = 1 b) (+ 2)0 = 1
•• No exemplo 3 8 = 2 temos que: 3 é o índice da raiz, 8 é o radicando, 2 é a raiz e o simbolo
é o radical.
Ex.: a) 52 = 25 b) 23 = 8 c) 34 = 81
d) 4 625 = 5 e) 64 = 8 f) 3 27 = 3

Regra de sinais da potenciação de números inteiros


•• Expoente par com parênteses: a potência é sempre positiva.
Exemplos: a) (– 2)4 = 16, porque (– 2) × (– 2) × (– 2) × (– 2) = + 16
b) (+ 2)² = 4, porque (+ 2) × (+ 2) = + 4

•• Expoente ímpar com parênteses: a potência terá o mesmo sinal da base


Exemplos: a) (– 2)3 = – 8, porque (- 2) × (– 2) × (- 2) = – 8
b) (+ 2)5 = + 32, porque (+ 2) × (+ 2) × (+ 2) × (+ 2) × (+ 2) = + 32

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•• Quando não tiver parênteses, conservamos o sinal da base independente do expoente.
Exemplos: a) – 2² = – 4
b) – 23 = – 8
c) + 3² = 9
d) + 53 = + 125

4. Calcule as potências:
a) 3² = b) (– 3)² =

c) – 3² = d) (+ 5)3 =

e) (– 6)² = f) – 43 =

g) (– 1)² = h) (+ 4)² =

i) (– 5)0 = j) – 7² =

k) (– 2,1)² = l) – 1,13 =

m) (–8)² = n) – 8² =

Propriedades da Potenciação

•• Produto de potência de mesma base: Conserva-se a base e somam-se os expoentes.


Exemplos:
a) a3 x a4 x a2 = a9
b) (– 5)2 x (– 5) = (– 5)3
c) 3 x 3 x 32 = 34

•• Divisão de potências de mesma base: Conserva-se a base e subtraem-se os expoentes.


Exemplos:
a) b5 ÷ b2 = b3
b) (– 2)6 ÷ (– 2)4 = (– 2)2
c) (– 19)15 ÷ (– 19)5 = (– 19)10

•• Potência de potência: Conserva-se a base e multiplicam-se os expoentes.


Exemplos:
a) (a2)3 = a6
b) [(– 2)5]2 = (– 2)10

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Matemática – Operações Básicas – Prof. Dudan

•• Potência de um produto ou de um quociente: Multiplica–se o expoente de cada um dos


elementos da operação da multiplicação ou divisão pela potência indicada.
Exemplos:
a) [(– 5)2 x (+ 3)4]3 = (– 5)6 x (+ 3)12
b) [(– 2) ÷ (– 3)4]2 = (– 2)2 ÷ (– 3)8

Expressões numéricas
Para resolver expressões numéricas é preciso obedecer a seguinte ordem:
1º resolvemos as potenciações e radiciações na ordem em que aparecem.
2º resolvemos as multiplicações e divisões na ordem em que aparecem.
3º resolvemos as adições e subtrações na ordem em que aparecem.

Caso contenha sinais de associação:


1º resolvemos os parênteses ( )
2º resolvemos os colchetes [ ]
3º resolvemos as chaves { }

5. Calcule o valor das expressões numéricas:


a) 6² ÷ 3² + 10² ÷ 50 =

b) 20 + 23 × 10 – 4² ÷ 2 =

c) 100 + 1000 + 10000 =

d) 5² – 5 × 15 + 50 × 53 =

e) 53 – 2² × [24 + 2 × (23 – 3)] + 100 =

f) 2 × {40 – [15 – (3² – 4)]} =

www.acasadoconcurseiro.com.br 609
Simplificação de frações

•• Para simplificar uma fração, dividi-se o numerador e o denominador da fração por um


mesmo número.
Exemplo:
a) 6 ÷ 2 = 3
14 2 7
2
b) 40 ÷ 2 = 20 ÷ 2 = 10 ou 40 ÷ 4 = 10
12 2 6 3 12 4 3
•• Quando o numerador é divisível pelo denominador efetua-se a divisão e se obtém um
número inteiro.
Exemplo:
a) 100 = – 4
-25
b) 299 = 13
23

6. Simplifique as frações, aplicando a regra de sinais da divisão:

a) - 75 b) - 48 c) - 36 d) - 10
50 84 2 15

A relação entre as frações decimais e os números decimais

•• Para transformar uma fração decimal em número decimal, escrevemos o numerador da


fração e o separamos com uma vírgula deixando tantas casas decimais quanto forem os
zeros do denominador.
Exemplo: a) 48 = 4,8 b) 365 = 3,65 c) 98 = 0,098 d) 678 = 67,8
10 100 1.000 10

•• Para transformar um número decimal em uma fração decimal, colocamos no denominador


tantos zeros quanto forem os números depois da vírgula do número decimal.

Exemplo: a) 43,7 = 437 b) 96,45 = 9.645 c) 0,04 = 4 d) 4,876 = 4.876


10 100 100 1.000

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Matemática – Operações Básicas – Prof. Dudan

Adição e subtração de frações


Com o mesmo denominador
•• Sendo os denominadores iguais, basta somar ou diminuir os numeradores.
Exemplo: a) 21 – 4 + 9 = 26 simplificando 26 = 13 b) 1 + 3 = 4 = 1
6 6 6 6 6 3 4 4 4

Com denominadores diferentes


•• Sendo os denominadores diferentes é preciso encontrar as frações equivalentes às frações
dadas de modo que os denominadores sejam iguais, uma maneira prática é encontrar o
MMC dos denomiadores, veja:
2 4
3 – 5 o MMC de 3 e 5 é 15. Para encontrar os novos numeradores, dividi-se o MMC (15)
pelo denominador da primeira fraçã e multiplica o resultado da divisão pelo seu numerador:
15 ÷ 3 = 5 x 2 = 10 e assim procedemos com as demais frações, então: 2 – 4 = 10 – 12
3 5 15 15
2
Observe que a fração 10 é equivalente à fração e a fração 12 é equivalente a fração 4
15 3 15 5
Por fim, efetuamos o cálculo indicado entre 10 – 12 = – 2
15 15 15

7. Calcule o valor das expressões e simplifique quando for possível:

a) – 3 + 2 – 5 – 5 b) 7 +2– 1
4 10 2 10 3 4

Multiplicação e divisão de frações


•• Para multiplicar frações, basta multiplicar os numeradores entre si e os denominadores
entre si também.
Exemplo: a) 2 x �– 3 � = – 6 simplificando – 3
5 4 20 10

•• Para dividir frações, basta multiplicar a primeira fração pelo inverso da segunda.
1
3 3 7 21 2
5
Exemplo: a) – ÷ = – x = – b) _____
=– 1 x 5 – 5
8 7 8 5 40 3 2 3 6

5

DICA
Dividir por um número é multiplicar pelo seu inverso!

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8. Efetue e simplifique quando for possível:
a) 4 ÷ �– 2 � b) – 1 �– 3 � 2 c) (– 4) ÷ �– 3 � d)
7 5 2 4 3 8

9. Aplique seus conhecimentos e calcule o valor das expressões numéricas. Observe


as operações indicadas, a existência de sinais de associação e tenha cuidado com as
potências.

a) (– 1 – 2 – 3 – 4 – 5) ÷ (+ 15) =

b) (8 + 10 ÷ 2 – 12) ÷ (– 4 + 3) =

c) – 3 – {– 2 – [(- 35) ÷ 25 + 2]} =

d) 4 – {(– 2) × (– 3) – [– 11 + (– 3) × (– 4)] – (– 1)} =

e) – 2 + {– 5 – [- 2 – (– 2) – 3 – (3 – 2) ] + 5} =

f) – 15 + 10 ÷ (2 – 7) =

10. Efetue os cálculos a seguir:

a) 2075 – 2163 b) 740 – 485 c) 415 × 72

d) 1548 ÷ 36 e) 13,46 – 8,4 f) 223,4 + 1,42

g) 3,32 × 2,5 h) 86,2 × 3 i) 78,8 ÷ 4

j) 100 ÷ 2,5 k) 21,2 ÷ 0,24 l) 34,1 ÷ 3,1

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Matemática – Operações Básicas – Prof. Dudan

Potenciação e radiciação de frações


•• Para elevarmos uma fração a uma determinada potência, determina-se a potenciação do
numerador e do denominador obedecendo as regras de sinais da potenciação.
Exemplo: a) �- 2 � = + 4 b) �- 1 �3 = – 1 c) �+ 3 �3 = 27
2
3 9 4 64 5 125
•• Um número racional negativo não tem raiz de índice par no conjunto Q, se o índice for
ímpar pode ter raiz positiva ou negativa.
Exemplo: a) - 36 = ∉ Q
b) 4 -81 = ∉ Q
•• Já o índice ímpar admite raiz nagativa em Q.
Exemplo: a) 3 -64 = – 4, porque (- 4)3 = – 64
5
b) 5 -32 = – 2, porque (- 2) = -32

Expoente negativo

Todo número diferente de zero elevado a um expoente negativo é igual ao inverso do mesmo
número com expoente positivo.
Exemplo: a) 1 = 1 b) 4-3 = 1 = 1 c) �– 2 �-2 = �– 4 �2 = + 16
7² 49 4³ 64 4 2 4

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Matemática

Múltiplos e Divisores

Múltiplos e divisores de um número


•• Um número é múltiplo de outro quando, ao dividirmos o primeiro pelo segundo, o resto é
zero.
•• O número 10 é múltiplo de 2, pois 10 dividido por 2 é igual a 5 e resta zero.
•• O número 12 é múltiplo de 3, pois 12 dividido por 3 é igual a 4 e resta zero.
•• O número 15 também é múltiplo de 3, pois 15 dividido por 3 é igual a 5 e resta zero.
•• O número 9 não é múltiplo de 2, pois 9 dividido por 2 é igual a 4 e resta 1.
•• O número 15 não é múltiplo de 4, pois 15 dividido por 4 é igual a 3 e resta 3.
•• Vamos agora escrever o conjunto dos múltiplos de 2, indicado por M (2), e dos múltiplos de
5, isto é, M (5):
•• M (2) = {0, 2, 4, 6, 8, ...}, M (5) = {0, 5, 10, 15, 20, ...}

Principais Critérios de Divisibilidade


Divisibilidade por 2
Um número natural é divisível por 2 quando ele termina em 0, ou 2, ou 4, ou 6, ou 8, ou seja,
quando ele é par.
Exemplos: 5.040 é divisível por 2, pois termina em 0.
237 não é divisível por 2, pois não é um número par.

Divisibilidade por 3
Um número é divisível por 3 quando a soma dos valores absolutos dos seus algarismos for
divisível por 3.
Exemplo: 234 é divisível por 3, pois a soma de seus algarismos é igual a 2 + 3 + 4 = 9, e como 9 é
divisível por 3, então 234 é divisível por 3.

Divisibilidade por 4
Um número é divisível por 4 quando termina em 00 ou quando o número formado pelos dois
últimos algarismos da direita for divisível por 4.
Exemplos: 1.800 é divisível por 4, pois termina em 00.
4.116 é divisível por 4, pois 16 é divisível por 4.
1.324 é divisível por 4, pois 24 é divisível por 4.
3.850 não é divisível por 4, pois não termina em 00 e 50 não é divisível por 4.

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Divisibilidade por 5
Um número natural é divisível por 5 quando ele termina em 0 ou 5.
Exemplos: 55 é divisível por 5, pois termina em 5.
90 é divisível por 5, pois termina em 0.
87 não é divisível por 5, pois não termina em 0 nem em 5.

Divisibilidade por 6
Um número natural é divisível por 6 quando é divisível por 2 e 3 ao mesmo tempo.
Exemplos: 54 é divisível por 6, pois é par, logo divisível por 2 e a soma de seus algarismos é
múltiplo de 3, logo ele é divisível por 3 também.
90 é divisível por 6, pelo mesmos motivos..
87 não é divisível por 6, pois não é divisível por 2.
Se um número é divisível por 3 e 4, também será divisível por 12.
Exemplos: 192 ÷ 12 = 16, pois 192 ÷ 3 = 64 e 192 ÷ 4 = 48
672 ÷ 12 = 56, pois 672 ÷ 3 = 224 e 672 ÷ 4 = 168

Exemplos
Teste a divisibilidade dos números abaixo por 2, 3, 4, 5 e 6.
a) 1.278
b) 1.450
c) 1.202.154
d) 148.762.014

Mínimo Múltiplo Comum (MMC)

O mínimo múltiplo comum entre dois números é representado pelo menor valor comum
pertencente aos múltiplos dos números. Observe o MMC entre os números 20 e 30:
M(20) = 0, 20, 40, 60, 80, 100, 120, ... e M(30) = 0, 30, 60, 90, 120, 150, 180, ...
Logo o MMC entre 20 e 30 é equivalente a 60.
Outra forma de determinar o MMC entre 20 e 30 é através da fatoração, em que devemos
escolher os fatores comuns de maior expoente e os termos não comuns.
Observe: 20 = 2 x 2 x 5 = 2² x 5 e 30 = 2 x 3 x 5 = 2 x 3 x 5 logo
MMC (20; 30) = 2² x 3 x 5 = 60
A terceira opção consiste em realizar a decomposição simultânea dos números, multiplicando
os fatores obtidos. Observe:

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Matemática – Critérios e Divisibilidade, MMC e MDC – Prof. Dudan

20 30 2
10 15 2
5 15 3
5 5 5
1

MMC (20, 30) = 2 x 2 x 3 x 5 = 60

Máximo Divisor Comum (MDC)


O máximo divisor comum entre dois números é representado pelo maior valor comum
pertencente aos divisores dos números. Observe o MDC entre os números 20 e 30:
D (20) = 1, 2, 4, 5, 10, 20. e D (30) = 1, 2, 3, 5, 6, 10, 15, 30.
O maior divisor comum dos números 20 e 30 é 10.
Podemos também determinar o MDC entre dois números através da fatoração, em que
escolheremos os fatores comuns de menor expoente. Observe o MDC de 20 e 30 utilizando
esse método.
20 = 2 x 2 x 5 = 2² x 5 e 30 = 2 x 3 x 5 = 2 x 3 x 5
Logo MDC (20; 30) = 2 x 5 = 10

Dica 1
Quando se tratar de MMC a solução será um
valor no mínimo igual ao maior dos valores Dica 2
que você dispõe. Já quando se tratar de MDC Existe uma relação entre
a solução será um valor no máximo igual ao o m.m.c e o m.d.c de dois
menor dos valores que você dispõe. números naturais a e b.

Exemplo 1
Vamos determinar o MMC e o MDC entre os números 80 e 120.
Fatorando: 80 = 2 x 2 x 2 x 2 x 5 = 24 x 5 e 120 = 2 x 2 x 2 x 3 x 5 = 2³ x 3 x 5
MMC (80; 120) = 24 x 3 x 5 = 240 e MDC (80; 120) = 2³ x 5 = 40
Exemplo 2
Uma indústria de tecidos fabrica retalhos de mesmo comprimento. Após realizarem os
cortes necessários, verificou–se que duas peças restantes tinham as seguintes medidas: 156
centímetros e 234 centímetros. O gerente de produção ao ser informado das medidas, deu
a ordem para que o funcionário cortasse o pano em partes iguais e de maior comprimento
possível. Como ele poderá resolver essa situação?

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Devemos encontrar o MDC entre 156 e 234, esse valor corresponderá à medida do comprimento
desejado.

156 2 234 2
78 2 117 3
39 3 39 3
13 13 13 13
1 1

Decomposição em fatores primos


234 = 2 x 3 x 3 x 13
156 = 2 x 2 x 3 x 13
Logo o MDC (156, 234) = 2 x 3 x 13 = 78
Portanto, os retalhos podem ter 78 cm de comprimento.
Exemplo 3
Numa linha de produção, certo tipo de manutenção é feita na máquina A a cada 3 dias, na
máquina B, a cada 4 dias, e na máquina C, a cada 6 dias. Se no dia 2 de dezembro foi feita
a manutenção nas três máquinas, após quantos dias as máquinas receberão manutenção no
mesmo dia.
Temos que determinar o MMC entre os números 3, 4 e 6.

3 4 6 2
3 2 3 2
3 1 3 3
1 1 1

Assim o MMC (3, 4, 6) = 2 x 2 x 3 = 12


Concluímos que após 12 dias, a manutenção será feita nas três máquinas. Portanto, dia 14 de
dezembro.
Exemplo 4
Um médico, ao prescrever uma receita, determina que três medicamentos sejam ingeridos pelo
paciente de acordo com a seguinte escala de horários: remédio A, de 2 em 2 horas, remédio B,
de 3 em 3 horas e remédio C, de 6 em 6 horas. Caso o paciente utilize os três remédios às 8
horas da manhã, qual será o próximo horário de ingestão dos mesmos?
Calcular o MMC dos números 2, 3 e 6.

2 3 6 2
1 3 3 3
1 1 1
MMC (2, 3, 6) = 2 x 3 = 6

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Matemática – Critérios e Divisibilidade, MMC e MDC – Prof. Dudan

O mínimo múltiplo comum dos números 2, 3, 6 é igual a 6.


De 6 em 6 horas os três remédios serão ingeridos juntos. Portanto, o próximo horário será às 14
horas.
Exemplo 5
Uma empresa de logística é composta de três áreas: administrativa, operacional e vendedores.
A área administrativa é composta de 30 funcionários, a operacional de 48 e a de vendedores
com 36 pessoas. Ao final do ano, a empresa realiza uma integração entre as três áreas, de
modo que todos os funcionários participem ativamente. As equipes devem conter o mesmo
número de funcionários com o maior número possível. Determine quantos funcionários devem
participar de cada equipe e o número possível de equipes.
Encontrar o MDC entre outros números 48, 36 e 30.

48 2 36 2 30 2
24 2 18 2 15 3
12 2 9 3 5 5
6 2 3 3 1
3 3 1
1

Decomposição em fatores primos


48 = 2 x 2 x 2 x 2 x 3
36 = 2 x 2 x 3 x 3
30 = 2 x 3 x 5
Assim o MDC (30, 36, 48) = 2 x 3 = 6
Determinado o número total de equipes
O número de equipes será igual a 19, com 6 participantes cada uma.
Exemplos
Se x é um número natural em que MMC (14, x) = 154 e MDC (14, x) = 2, podemos dizer que x
vale:
a) 22
b) -22
c) +22 ou -22
d) 27
e) -27

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Módulo 4

Razão e Proporção
Razão
A palavra razão vem do latim ratio e significa a divisão ou o quociente entre dois números A e B,
A
denotada por .
B
12
Exemplo: A razão entre 12 e 3 é 4, pois = 4.
3
Proporção
Já a palavra proporção vem do latim proportione e significa uma relação entre as partes de uma
grandeza, ou seja, é uma igualdade entre duas razões.

6 10 6 10
Exemplo: = , a proporção é proporcional a .
3 5 3 5

A C
Se numa proporção temos B = D , então os números A e D são denominados extremos enquanto
os números B e C são os meios e vale a propriedade: o produto dos meios é igual ao produto
dos extremos, isto é:

A×D=C×B

x 12
Exemplo: Dada a proporção = , qual o valor de x?
3 9
Dica
x 12
= logo 9.x=3.12 → 9x=36 e portanto x=4 DICA: Observe a ordem com
3 9
que os valores são enunciados
para interpretar corretamente a
questão.
Exemplo: Se A, B e C são proporcionais a 2, 3 e 5,
•• Exemplos: A razão entre a e b
é a/b e não b/a!!!
logo: A B C A sua idade e a do seu colega são
= =
2 3 5 proporcionais a 3 e 4,
sua idade 3
logo = .
idade do colega 4

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Faça você

2
1. A razão entre o preço de custo e o preço de venda de um produto é . Se for
vendida a R$ 42,00 qual o preço de custo? 3

2. A razão entre dois números P e Q é 0,16. Determine P+Q, sabendo que eles são primos
entre si?

3. A idade do professor Zambeli está para a do professor Dudan assim como 8 está para
7. Se apesar de todos os cabelos brancos o professor Zambeli tem apenas 40 anos, a
idade do professor Dudan é de.
a) 20 anos.
b) 25 anos.
c) 30 anos.
d) 35 anos.
e) 40 anos.

4. A razão entre os números (x + 3) e 7 é igual à razão entre os números (x – 3) e 5. Nessas


condições o valor de x é?

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Curso xxx – Matemática – Prof. Dudan

Grandezas diretamente proporcionais

A definição de grandeza está associada a tudo aquilo que pode ser medido ou contado. Como
exemplo, citamos: comprimento, tempo, temperatura, massa, preço, idade e etc.
As grandezas diretamente proporcionais estão ligadas de modo que à medida que uma
grandeza aumenta ou diminui, a outra altera de forma proporcional.
Grandezas diretamente proporcionais, explicando de uma forma mais informal, são grandezas
que crescem juntas e diminuem juntas. Podemos dizer também que nas grandezas diretamente
proporcionais uma delas varia na mesma razão da outra. Isto é, duas grandezas são diretamente
proporcionais quando, dobrando uma delas, a outra também dobra; triplicando uma delas, a
outra também triplica... E assim por diante.

Exemplo:
Um automóvel percorre 300 km com 25 litros de combustível. Caso o proprietário desse
automóvel queira percorrer 120 km, quantos litros de combustível serão gastos?

300 km 25 litros
120 km x litros
Dica
Quando a regra
300 25 3000 de três é direta
= 300.x = 25.120 x=  à x = 10
120 x 300 multiplicamos em
X, regra do “CRUZ
CREDO”.

Exemplo:
Em uma gráfica, certa impressora imprime 100 folhas em 5 minutos. Quantos minutos ela
gastará para imprimir 1300 folhas?

100 folhas 5 minutos


1300 folhas x minutos

100 5 5 × 1300
= = 100.x = 5.1300 à x= = 65 minutos
1300 x 100

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Grandeza inversamente proporcional

Entendemos por grandezas inversamente proporcionais as situações onde ocorrem operações


inversas, isto é, se dobramos uma grandeza, a outra é reduzida à metade.

São grandezas que quando uma aumenta a outra


diminui e vice-versa. Percebemos que variando Dica!!
uma delas, a outra varia na razão inversa da
primeira. Isto é, duas grandezas são inversamente
proporcionais quando, dobrando uma delas, a Dias
outra se reduz pela metade; triplicando uma inv
delas, a outra se reduz para a terça parte... E Op. H/d
assim por diante.

Exemplo:
12 operários constroem uma casa em 6 semanas. 8 operários, nas mesmas condições,
construiriam a mesma casa em quanto tempo?
12 op. 6 semanas
8 op. x semanas
Antes de começar a fazer, devemos pensar: se diminuiu o número de funcionários, será que
a velocidade da obra vai aumentar? É claro que não, e se um lado diminui enquanto o outro
aumentou, é inversamente proporcional e, portanto, devemos multiplicar lado por lado (em
paralelo).

8.x = 12.6
8x = 72 Dica
72 Quando a regra de três é
x =  à x = 9
8 inversa, multiplicamos lado
por lado, regra da LALA.

Exemplo: A velocidade constante de um carro e o tempo que esse carro gasta para dar uma
volta completa em uma pista estão indicados na tabela a seguir:

Velocidade (km/h) 120 60 40


Tempo (min) 1 2 3

Observando a tabela, percebemos que se trata de uma grandeza inversamente proporcional,


pois, à medida que uma grandeza aumenta a outra diminui.

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Curso xxx – Matemática – Prof. Dudan

5. Diga se é diretamente ou inversamente proporcional:


a) Número de cabelos brancos do professor Zambeli e sua idade.
b) Número de erros em uma prova e a nota obtida.
c) Número de operários e o tempo necessário para eles construírem uma
casa.
d) Quantidade de alimento e o número de dias que poderá sobreviver um náufrago.
e) O numero de regras matemática ensinadas e a quantidade de aulas do professor
Dudan assistidas.

6. Se um avião, voando a 500 Km/h, faz o percurso entre duas cidades em 3h, quanto
tempo levará se viajar a 750 Km/h?
a) 1,5h.
b) 2h.
c) 2,25h.
d) 2,5h.
e) 2,75h.

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7. Em um navio com uma tripulação de 800 marinheiros há víveres para 45 dias. Quanto
tempo poderíamos alimentar os marinheiros com o triplo de víveres?
a) 130.
b) 135.
c) 140.
d) 145.
e) 150.

8. Uma viagem foi feita em 12 dias percorrendo-se 150km por dia. Quantos dias seriam
empregados para fazer a mesma viagem, percorrendo-se 200km por dia?
a) 5.
b) 6.
c) 8.
d) 9.
e) 10.

Gabarito: 1. R$28,00 2. 29 3. D 4. 18 5. * 6. B 7. B 8. D

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Matemática

Grandezas diretamente proporcionais

A definição de grandeza está associada a tudo aquilo que pode ser medido ou contado. Como
exemplo, citamos: comprimento, tempo, temperatura, massa, preço, idade e etc.
As grandezas diretamente proporcionais estão ligadas de modo que à medida que uma
grandeza aumenta ou diminui, a outra altera de forma proporcional.
Grandezas diretamente proporcionais, explicando de uma forma mais informal, são grandezas
que crescem juntas e diminuem juntas. Podemos dizer também que nas grandezas diretamente
proporcionais uma delas varia na mesma razão da outra. Isto é, duas grandezas são diretamente
proporcionais quando, dobrando uma delas, a outra também dobra; triplicando uma delas, a
outra também triplica... E assim por diante.

Exemplo:
Um automóvel percorre 300 km com 25 litros de combustível. Caso o proprietário desse
automóvel queira percorrer 120 km, quantos litros de combustível serão gastos?

300 km 25 litros
120 km x litros
Dica
Quando a regra
300 25 3000 de três é direta
= 300.x = 25.120 x=  à x = 10
120 x 300 multiplicamos em
X, regra do “CRUZ
CREDO”.

Exemplo:
Em uma gráfica, certa impressora imprime 100 folhas em 5 minutos. Quantos minutos ela
gastará para imprimir 1300 folhas?

100 folhas 5 minutos


1300 folhas x minutos

100 5 5 × 1300
= = 100.x = 5.1300 à x= = 65 minutos
1300 x 100

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Grandeza inversamente proporcional

Entendemos por grandezas inversamente proporcionais as situações onde ocorrem operações


inversas, isto é, se dobramos uma grandeza, a outra é reduzida à metade.

São grandezas que quando uma aumenta a outra


diminui e vice-versa. Percebemos que variando Dica!!
uma delas, a outra varia na razão inversa da
primeira. Isto é, duas grandezas são inversamente
proporcionais quando, dobrando uma delas, a Dias
outra se reduz pela metade; triplicando uma inv
delas, a outra se reduz para a terça parte... E Op. H/d
assim por diante.

Exemplo:
12 operários constroem uma casa em 6 semanas. 8 operários, nas mesmas condições,
construiriam a mesma casa em quanto tempo?
12 op. 6 semanas
8 op. x semanas
Antes de começar a fazer, devemos pensar: se diminuiu o número de funcionários, será que
a velocidade da obra vai aumentar? É claro que não, e se um lado diminui enquanto o outro
aumentou, é inversamente proporcional e, portanto, devemos multiplicar lado por lado (em
paralelo).

8.x = 12.6
8x = 72 Dica
72 Quando a regra de três é
x =  à x = 9
8 inversa, multiplicamos lado
por lado, regra da LALA.

Exemplo: A velocidade constante de um carro e o tempo que esse carro gasta para dar uma
volta completa em uma pista estão indicados na tabela a seguir:

Velocidade (km/h) 120 60 40


Tempo (min) 1 2 3

Observando a tabela, percebemos que se trata de uma grandeza inversamente proporcional,


pois, à medida que uma grandeza aumenta a outra diminui.

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Questões

1. Diga se é diretamente ou inversamente proporcional:


a) Número de cabelos brancos do professor Zambeli e sua idade.
b) Número de erros em uma prova e a nota obtida.
c) Número de operários e o tempo necessário para eles construírem uma casa.
d) Quantidade de alimento e o número de dias que poderá sobreviver um náufrago.
e) O número de regras matemática ensinadas e a quantidade de aulas do professor
Dudan assistidas.

2. Se (3, x, 14, ...) e (6, 8, y, ...) forem grandezas diretamente proporcionais, então o valor
de x + y é:
a) 20
b) 22
c) 24
d) 28
e) 32

3. Uma usina produz 500 litros de álcool com 6 000 kg de cana – de – açúcar. Determine
quantos litros de álcool são produzidos com 15 000 kg de cana.
a) 1000 litros.
b) 1050 litros.
c) 1100 litros.
d) 1200 litros.
e) 1250 litros.

4. Um muro de 12 metros foi construído utilizando 2 160 tijolos. Caso queira construir
um muro de 30 metros nas mesmas condições do anterior, quantos tijolos serão
necessários?
a) 5000 tijolos.
b) 5100 tijolos.
c) 5200 tijolos.
d) 5300 tijolos.
e) 5400 tijolos.

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5. Uma equipe de 5 professores gastaram 12 dias para corrigir as provas de um
vestibular. Considerando a mesma proporção, quantos dias levarão 30
professores para corrigir as provas?
a) 1 dia.
b) 2 dias.
c) 3 dias.
d) 4 dias.
e) 5 dias.

6. Em uma panificadora são produzidos 90 pães de 15 gramas cada um. Caso queira
produzir pães de 10 gramas, quantos iremos obter?
a) 120 pães.
b) 125 pães.
c) 130 pães.
d) 135 pães.
e) 140 pães.

7. Se um avião, voando a 500 Km/h, faz o percurso entre duas cidades em 3h, quanto
tempo levará se viajar a 750 Km/h?
a) 1,5h.
b) 2h.
c) 2,25h.
d) 2,5h.
e) 2,75h.

8. Em um navio com uma tripulação de 800 marinheiros há víveres para 45 dias. Quanto
tempo poderíamos alimentar os marinheiros com o triplo de víveres?
a) 130 dias.
b) 135 dias.
c) 140 dias.
d) 145 dias.
e) 150 dias.

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9. A comida que restou para 3 náufragos seria suficiente para alimentá-los por
12 dias. Um deles resolveu saltar e tentar chegar em terra nadando. Com um
náufrago a menos, qual será a duração dos alimentos?
a) 12 dias.
b) 14 dias.
c) 16 dias.
d) 18 dias.
e) 20 dias.

10. Uma viagem foi feita em 12 dias percorrendo-se 150km por dia. Quantos dias seriam
empregados para fazer a mesma viagem, percorrendo-se 200km por dia?
a) 5 dias.
b) 6 dias.
c) 8 dias.
d) 9 dias.
e) 10 dias.

11. Para realizar certo serviço de manutenção são necessários 5 técnicos trabalhando
durante 6 dias, todos com o mesmo rendimento e o mesmo número de horas. Se
apenas 3 técnicos estiverem disponíveis, pode-se concluir que o número de dias a
mais que serão necessários para realizar o mesmo serviço será
a) 2 dias.
b) 3 dias.
c) 4 dias.
d) 5 dias.
e) 6 dias.

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12. Três torneiras, com vazões iguais e constantes, enchem totalmente uma
caixa d’água em 45 minutos. Para acelerar esse processo, duas novas
torneiras, iguais às primeiras, foram instaladas. Assim, o tempo gasto para
encher essa caixa d’água foi reduzido em:
a) 18 min.
b) 20 min.
c) 22 min.
d) 25 min.
e) 28 min.

13. Um empreiteiro utilizou 10 pedreiros para fazer um trabalho em 8 dias. Um vizinho


gostou do serviço e contratou o empreiteiro para realizar trabalho idêntico em sua
residência. Como o empreiteiro tinha somente 4 pedreiros disponíveis, o prazo dado
para a conclusão da obra foi:
a) 24 dias.
b) 20 dias.
c) 18 dias.
d) 16 dias.
e) 14 dias.

Casos particulares

João, sozinho, faz um serviço em 10 dias. Paulo, sozinho, faz o mesmo serviço em 15 dias. Em
quanto tempo fariam juntos esse serviço?
Primeiramente, temos que padronizar o trabalho de cada um, neste caso já esta padronizado,
pois ele fala no trabalho completo, o que poderia ser dito a metade do trabalho feito em um
certo tempo.
Se João faz o trabalho em 10 dias, isso significa que ele faz 1/10 do trabalho por dia.

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Na mesma lógica, Paulo faz 1/15 do trabalho por dia.

1 1 3 2 5 1
Juntos o rendimento diário é de + = + = =
10 15 30 30 30 6
Se em um dia eles fazem 1/6 do trabalho em 6 dias os dois juntos completam o trabalho.

Sempre que as capacidades forem diferentes, mas o serviço a ser feito for o mesmo,
1 1 1
seguimos a seguinte regra: + =
t1 t2 tT (tempo total)

14. Uma torneira enche um tanque em 3h, sozinha. Outra torneira enche o
mesmo tanque em 4h, sozinha. Um ralo esvazia todo o tanque sozinho em
2h. Estando o tanque vazio, as 2 torneiras abertas e o ralo aberto, em quanto
tempo o tanque encherá?
a) 10 h.
b) 11 h.
c) 12 h.
d) 13 h.
e) 14 h.

Gabarito: 1. * 2. E 3. E 4. E 5. B 6. D 7 B 8. B 9. D 10. D 11. C 12. A 13. B 14. C

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Matemática

Regra de três composta

A regra de três composta é utilizada em problemas com mais de duas grandezas, direta ou
inversamente proporcionais. Para não vacilar, temos que montar um esquema com base na
análise das colunas completas em relação à coluna do “x”.
Vejamos os exemplos abaixo.
Exemplo:
Em 8 horas, 20 caminhões descarregam 160m3 de areia. Em 5 horas, quantos caminhões serão
necessários para descarregar 125m3?
A regra é colocar em cada coluna as grandezas de mesma espécie e deixar o X na segunda linha.

+ –
Horas Caminhões Volume
8 20 160

5 x 125

Identificando as relações em relação à coluna que contém o X:


Se em 8 horas, 20 caminhões carregam a areia, em 5 horas, para carregar o mesmo volume,
serão MAIS caminhões. Então se coloca o sinal de + sobre a coluna Horas.
Se 160 m³ são transportados por 20 caminhões, 125 m³ serão transportados por MENOS
caminhões. Sinal de – para essa coluna.
Assim, basta montar a equação com a seguinte orientação: ficam no numerador, acompanhando
o valor da coluna do x, o MAIOR valor da coluna com sinal de +, e da coluna com sinal de –, o
MENOR valor.
Assim:
20 × 125 × 8
= 25 Logo, serão necessários 25 caminhões.
160 × 5

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Exemplo:
Numa fábrica de brinquedos, 8 homens montam 20 carrinhos em 5 dias. Quantos carrinhos
serão montados por 4 homens em 16 dias?
Solução: montando a tabela:

– +
Homens Carrinhos Dias
8 20 5
4 x 16

Observe que se 8 homens montam 20 carrinhos, então 4 homens montam MENOS carrinhos.
Sinal de – nessa coluna.

Se em 5 dias se montam 20 carrinhos, então em 16 dias se montam MAIS carrinhos. Sinal de +.


20 × 4 × 16
Montando a equação: x = = 32
8× 5
Logo, serão montados 32 carrinhos.

Exemplo:
O professor Cássio estava digitando o material para suas incríveis aulas para a turma do BNB
e percebeu que digitava 30 linhas em 2,5 minutos num ritmo constante e errava 5 vezes a
digitação nesse intervalo de tempo.
Sabe-se que o numero de erros é proporcional ao tempo gasto na digitação.
Assim com o objetivo de diminuir o total de erros para 4, se Cassio for digitar 120 linhas com
velocidade 20% inferior ele precisará de um tempo igual a:
a) 300 segundos.
b) 400 segundos.
c) 500 segundos.
d) 580 segundos.
e) 600 segundos.

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RESOLUÇÃO:
Inicialmente organizaremos as colunas nas mesmas unidades de medida, portanto, usaremos o
tempo em segundos lembrando que 2,5 minutos = 2,5 x 60 segundos , logo 150 segundos.
Assim:

linhas t(seg) erros velocidade(%)


30 150 5 100
120 x 4 80

Agora temos que fazer as perguntas para a coluna do x:


Se 30 linhas precisam de 150 segundos para serem digitadas, 120 linhas gastarão MAIS ou
MENOS tempo? RESPOSTA: MAIS tempo.
Se 5 erros são cometidos em 150 segundos de digitação, 4 erros seriam cometidos em MAIS ou
MENOS tempo? RESPOSTA: MENOS tempo.
Se com velocidade de 100% a digitação é feita em 150 segundos, com velocidade reduzida em
20%gastaríamos MAIS ou MENOS tempo?RESPOSTA: MAIS tempo.
Agora colocamos os sinais nas colunas e montamos a equação.

+ – +
linhas t(seg) erros velocidade(%)
30 150 5 100
120 x 4 80

Assim basta colocar no numerador o valor que respeita o sinal colocado na coluna completa:
Sinal de + , coloca-se o MAIOR , sinal de - , coloca-se o MENOR valor.
X = 150.120.4.100 = 150.120.4.100 = 5.120.4.100 = 120.4.100 =
30.5.80 30.5.80 5.80 80
12.4.100 = 12.50 = 600 segundos.
8
Alternativa E

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Questões

1. Num acampamento, 10 escoteiros consumiram 4 litros de água em 6 dias. Se


fossem 7 escoteiros, em quantos dias consumiriam 3 litros de água?
a) 6,50
b) 6,45
c) 6,42
d) 6,52
e) 6,5

2. Em uma campanha publicitária, foram encomendados, em uma gráfica,quarenta e oito


mil folhetos. O serviço foi realizado em seis dias, utilizando duas máquinas de mesmo
rendimento, oito horas por dia. Dado o sucesso da campanha, uma nova encomenda
foi feita, sendo desta vez de setenta e dois mil folhetos. Com uma das máquinas
quebradas, a gráfica prontificou-se a trabalhar doze horas por dia, entregando a
encomenda em
a) 7 dias
b) 8 dias
c) 10 dias
d) 12 dias
e) 15 dias

3. Franco e Jade foram incumbidos de digitar os laudos de um texto. Sabe-se que ambos
digitaram suas partes com velocidades constantes e que a velocidade de Franco era
80% de Jade. Nessas condições, se Jade gastou 10 min para digitar 3 laudos, o tempo
gasto por Franco para digitar 24 laudos foi?
a) 1h e 15 min.
b) 1h e 20 min.
c) 1h e 30 min.
d) 1h e 40 min.
e) 2h.

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4. Uma fazenda tem 30 cavalos e ração estocada para alimentá-los durante 2


meses. Se forem vendidos 10 cavalos e a ração for reduzida à metad, os
cavalos restantes poderão ser alimentados durante:
a) 3 meses.
b) 4 meses.
c) 45 dias.
d) 2 meses.
e) 30 dias.

5. Uma ponte foi construída em 48 dias por 25 homens, trabalhando​-se 6 horas por dia.
Se o número de homens fosse aumentado em 20% e a carga horária de trabalho em 2
horas por dia, esta ponte seria construída em:
a) 24 dias.
b) 30 dias.
c) 36 dias.
d) 40 dias.
e) 45 dias

6. Usando um ferro elétrico 20 minutos por dia, durante 10 dias, o consumo de energia
será de 5 kWh. O consumo do mesmo ferro elétrico se ele for usado 70 minutos por
dia, durante 15 dias será de.
a) 25 kWh.
b) 25,5 kWh.
c) 26 kWh.
d) 26,25 kWh.
e) 26,5 kWh.

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7. Trabalhando oito horas por dia, durante 16 dias, Pedro recebeu R$ 2 000,00.
Se trabalhar 6 horas por dia, durante quantos dias ele deverá trabalhar para
receber R$ 3000,00?
a) 31 dias.
b) 32 dias.
c) 33 dias.
d) 34 dias.
e) 35 dias.

8. Cinco trabalhadores de produtividade padrão e trabalhando individualmente,


beneficiam ao todo, 40 kg de castanha por dia de trabalho referente a 8 horas.
Considerando que existe uma encomenda de 1,5 toneladas de castanha para ser
entregue em 15 dias úteis, quantos trabalhadores de produtividade padrão devem ser
utilizados para que se atinja a meta pretendida, trabalhando dez horas por dia?
a) 10
b) 11
c) 12
d) 13
e) 14

9. Uma montadora de automóveis demora 20 dias, trabalhando 8 horas por dia, para
produzir 400 veículos. Quantos dias serão necessários para produzir 50 veículos,
trabalhando 10 horas ao dia?
a) 1.
b) 2.
c) 3.
d) 4.
e) 5.

10. Em 12 horas de funcionamento, três torneiras, operando com vazões iguais e


constantes, despejam 4500 litros de água em um reservatório. Fechando-se uma das
torneiras, o tempo necessário para que as outras duas despejem mais 3 500 litros de
água nesse reservatório será, em horas, igual a:
a) 10h
b) 11h
c) 12h
d) 13h
e) 14h

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11. Em uma fábrica de cerveja, uma máquina encheu 2 000 garrafas em 8 dias,
funcionando 8 horas por dia. Se o dono da fábrica necessitasse que ela
triplicasse sua produção dobrando ainda as suas horas diárias de
funcionamento, então o tempo, em dias, que ela levaria para essa nova
produção seria:
a) 16
b) 12
c) 10
d) 8
e) 4

12. Em uma fábrica de tecidos, 7 operários produziram, em 10 dias, 4 060 decímetros de


tecido. Em 13 dias, 5 operários, trabalhando nas mesmas condições, produzem um
total em metros de tecidos igual a
a) 203
b) 377
c) 393
d) 487
e) 505

13. Para cavar um túnel, 30 homens demoraram 12 dias. Vinte homens, para cavar dois
túneis do mesmo tamanho e nas mesmas condições do primeiro túnel, irão levar:
a) 36 dias.
b) 38 dias.
c) 40 dias.
d) 42 dias.
e) 44 dias.

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14. Através de um contrato de trabalho, ficou acertado que 35 operários
construiriam uma casa em 32 dias, trabalhando 8 horas diárias. Decorridos 8
dias, apesar de a obra estar transcorrendo no ritmo previsto, novo contrato
foi confirmado: trabalhando 10 horas por dia, 48 operários terminariam a
obra. O número de dias gasto, ao todo, nesta construção foi:
a) 14
b) 19
c) 22
d) 27
e) 50

15. Numa editora, 8 digitadores, trabalhando 6 horas por dia, digitaram 3/5 de um
determinado livro em 15 dias. Então, 2 desses digitadores foram deslocados para um
outro serviço, e os restantes passaram a trabalhar apenas 5 horas por dia na digitação
desse livro. Mantendo-se a mesma produtividade, para completar a digitação do
referido livro, após o deslocamento dos 2 digitadores, a equipe remanescente terá de
trabalhar ainda:
a) 18 dias.
b) 16 dias.
c) 15 dias.
d) 14 dias.
e) 12 dias.

Gabarito: 1. C 2. D 3. D 4. C 5. B 6. D 7. B 8. A 9. B 10. E 11. B 12. B 13. A 14. C 15. B

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Matemática

Porcentagem

DEFINIÇÃO: A percentagem ou porcentagem (do latim per centum, significando “por cento”,
“a cada centena”) é uma medida de razão com base 100 (cem). É um modo de expressar uma
proporção ou uma relação entre 2 (dois) valores (um é a parte e o outro é o inteiro) a partir de
uma fração cujo denominador é 100 (cem), ou seja, é dividir um número por 100 (cem).

Taxa Unitária
Quando pegamos uma taxa de juros e dividimos o seu valor por 100, encontramos a taxa
unitária.
A taxa unitária é importante para nos auxiliar a desenvolver todos os cálculos em matemática
financeira.
Pense na expressão 20% (vinte por cento), ou seja, essa taxa pode ser representada por uma
fração cujo numerador é igual a 20 e o denominador é igual a 100.

Como Fazer Agora é sua vez


10
10% = = 0,10
100 15%
20 20%
20% = = 0, 20
100
4,5%
5
5% = = 0, 05 254%
100
38 0%
38% = = 0,38
100 63%
1,5 24,5%
1,5% = = 0, 015
100
6%
230
230% = = 2,3
100

Dica:
A porcentagem vem sempre associada a um elemento, portanto, sempre multiplicado a ele.

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Exemplo: Um jogador de futebol, ao longo de um campeonato, cobrou 75 faltas, transformando
em gols 8% dessas faltas. Quantos gols de falta esse jogador fez?

8 600
8% de 75 = x 75 = =6
100 100

Portanto o jogador fez 6 gols de falta.

Fator de Capitalização

Vamos imaginar que certo produto sofreu um aumento de 20% sobre o seu valor inicial. Qual o
novo valor deste produto?
Claro que, se não sabemos o valor inicial deste produto, fica complicado para calcularmos, mas
podemos fazer a afirmação abaixo:
O produto valia 100% e sofreu um aumento de 20%. Logo, está valendo 120% do seu valor
inicial.
Como vimos no tópico anterior (taxas unitárias), podemos calcular qual o fator que podemos
utilizar para calcular o novo preço deste produto após o acréscimo.

Fator de Captalização = 120/100 = 1,2


O Fator de capitalização é um número pelo qual devo multiplicar o preço do meu produto para
obter como resultado final o seu novo preço, acrescido do percentual de aumento que desejo
utilizar.
Assim, se o meu produto custava R$ 50,00, por exemplo, basta multiplicar R$ 50,00 pelo meu
fator de capitalização (por 1,2) para conhecer seu novo preço. Nesse exemplo, será de R$ 60,00.
CALCULANDO O FATOR DE CAPITALIZAÇÃO:
Basta somar 1 com a taxa unitária. Lembre-se que 1 = 100/100 = 100%

COMO CALCULAR:
•• Acréscimo de 45% = 100% + 45% = 145% = 145/ 100 = 1,45
•• Acréscimo de 20% = 100% + 20% = 120% = 120/ 100 = 1,2

ENTENDENDO O RESULTADO:
Para aumentar o preço do meu produto em 20%, deve-se multiplicar o preço por 1,2.
Exemplo: um produto que custa R$ 1.500,00 ao sofrer um acréscimo de 20% passará a custar
1.500 x 1,2 (fator de capitalização para 20%) = R$ 1.800,00

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COMO FAZER:

Agora é a sua vez:

Acréscimo Cálculo Fator

15%

20%

4,5%

254%

0%

63%

24,5%

6%

Fator de Descapitalização

Vamos imaginar que certo produto sofreu um desconto de 20% sobre o seu valor inicial. Qual
novo valor deste produto?
Claro que, se não sabemos o valor inicial deste produto, fica complicado para calcularmos, mas
podemos fazer a afirmação abaixo:

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O produto valia 100% e sofreu um desconto de 20%. Logo, está valendo 80% do seu valor inicial.
Conforme dito anteriormente, podemos calcular o fator que podemos utilizar para calcular o
novo preço deste produto após o acréscimo.
80
Fator de Captalização = = 0,8
100
O Fator de descapitalização é o número pelo qual devo multiplicar o preço do meu produto
para obter como resultado final o seu novo preço, considerando o percentual de desconto que
desejo utilizar.
Assim, se o meu produto custava R$ 50,00, por exemplo, basta multiplicar R$ 50,00 pelo meu
fator de descapitalização por 0,8 para conhecer seu novo preço, neste exemplo será de R$
40,00.
CALCULANDO O FATOR DE DESCAPITALIZAÇÃO:
Basta subtrair o valor do desconto expresso em taxa unitária de 1, lembre-se que 1 = 100/100
= 100%

COMO CALCULAR:
•• Desconto de 45% = 100% - 45% = 55% = 55/ 100 = 0,55
•• Desconto de 20% = 100% - 20% = 80% = 80/ 100 = 0,8

ENTENDENDO O RESULTADO:
Para calcularmos um desconto no preço do meu produto de 20%, devemos multiplicar o valor
desse produto por 0,80.

Exemplo:
Um produto que custa R$ 1.500,00 ao sofrer um desconto de 20% passará a custar 1.500 x 0,80
(fator de descapitalização para 20%) = R$ 1.200,00

COMO FAZER:

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AGORA É A SUA VEZ:


Desconto Cálculo Fator

15%

20%

4,5%

254%

0%

63%

24,5%

6%

Acréscimo e Desconto Sucessivos


Um tema muito comum abordado nos concursos é os acréscimos e os descontos sucessivos.
Isso acontece pela facilidade que os candidatos tem em se confundir ao resolver uma questão
desse tipo. O erro cometido nesse tipo de questão é básico: o de somar ou subtrair os
percentuais, sendo que na verdade o candidato deveria multiplicar os fatores de capitalização
e descapitalização.

Exemplo:
Os bancos vêm aumentando significativamente as suas tarifas de manutenção de contas.
Estudos mostraram um aumento médio de 30% nas tarifas bancárias no 1º semestre de 2009 e
de 20% no 2° semestre de 2009. Assim, podemos concluir que as tarifas bancárias tiveram em
média suas tarifas aumentadas em:
a) 50%
b) 30%
c) 150%
d) 56%
e) 20%

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Ao ler esta questão, muitos candidatos se deslumbram com a facilidade e quase por impulso
marcam como certa a alternativa “a” (a de “apressadinho”).
Ora, estamos falando de acréscimos sucessivos. Vamos considerar que a tarifa média mensal
de manutenção de conta no início de 2009 seja de R$ 100,00, logo após um acréscimo teremos:
100,00 x 1,3 = 130,00
Agora, vamos acrescentar mais 20% referente ao aumento dado no 2° semestre de 2009:
130,00 x 1,2 = 156,00
Ou seja, as tarifas estão 56,00 mais caras que o início do ano.
Como o valor inicial das tarifas era de R$ 100,00, concluímos que elas sofreram uma alta de
56%, e não de 50% como parecia inicialmente.

Como resolver a questão acima de uma forma mais direta:


Basta multiplicar os fatores de capitalização, como aprendemos no tópico 1.3:
• Fator de Capitalização para acréscimo de 30% = 1,3
• Fator de Capitalização para acréscimo de 20% = 1,2

1,3 x 1,2 = 1,56


logo, as tarifas sofreram uma alta média de: 1,56 – 1 = 0,56 = 56%

DICA: Dois aumentos sucessivos de 10% não implicam num aumento final de 20%.

COMO FAZER
Exemplo Resolvido 1:
Um produto sofreu em janeiro de 2009 um acréscimo de 20% sobre o seu valor, em fevereiro
outro acréscimo de 40% e em março um desconto de 50%. Neste caso podemos afirmar que o
valor do produto após a 3ª alteração em relação ao preço inicial é:
a) 10% maior
b) 10 % menor
c) Acréscimo superior a 5%
d) Desconto de 84%
e) Desconto de 16%

Resolução:
Fator para um aumento de 20% = 100% + 20% = 100/100 + 20/100 = 1+0,2 = 1,2
Aumento de 40% = 100% + 40% = 100/100 + 40/100 = 1 + 0,4 = 1,4
Desconto de 50% = 100% - 50% = 100/100 - 50/100 = 1 - 0,5 = 0,5

648 www.acasadoconcurseiro.com.br
Curso XXX – Matemática – Prof. Dudan

Assim: 1,2 x 1,4 x 0,5 = 0,84 (valor final do produto)


Como o valor inicial do produto era de 100% e 100% = 1, temos:
1 – 0,84 = 0,16
Conclui-se então que este produto sofreu um desconto de 16% sobre o seu valor inicial.
Alternativa E

Faça você

Uma mercadoria que custava US$ 2.400 sofreu um aumento, passando a custar
US$ 2.880. A taxa de aumento foi de:
a) 30%.
b) 50%.
c) 10%.
d) 20%.
e) 15%.

Uma certa mercadoria que custava R$ 10,50 teve um aumento, passando a custar R$ 11,34.
O percentual de aumento da mercadoria foi de:
a) 1,0%.
b) 10,0%.
c) 10,8%.
d) 8,0%.
e) 0,84%.

2
A expressão (10%) é igual a
a) 100%.
b) 1%.
c) 0,1%.
d) 10%.
e) 0,01%.

Um trabalhador recebeu dois aumentos sucessivos, de 20% e de 30%, sobre o seu salário.
Desse modo, o percentual de aumento total sobre o salário inicial desse trabalhador foi de
a) 30%.
b) 36%.
c) 50%.
d) 56%..
e) 66%

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Descontos sucessivos de 20% e 30% são equivalentes a um único desconto de:
a) 25%.
b) 26%.
c) 44%.
d) 45%.
e) 50%.

Considerando uma taxa mensal constante de 10% de inflação, o aumento de preços em 2


meses será de
a) 2%.
b) 4%.
c) 20%.
d) 21%.
e) 121%.

Numa melancia de 10kg, 95% dela é constituída de água. Após desidratar a fruta, de modo
que se elimunem 90% da água, pode-se afirmar que a massa restante da melancia será, em
kg, igual a
a) 1,45
b) 1,80
c) 5
d) 9
e) 9,5

Em uma sala onde estão 100 pessoas, sabe-se que 99% são homens. Quantos homens
devem sair para que a percentagem de homens na sala passe a ser 98%?
a) 1.
b) 2.
c) 10.
d) 50.
e) 60.

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Matemática

Sistema Métrico Decimal 

Definição: O SISTEMA MÉTRICO DECIMAL é parte integrante do Sistema de Medidas. É adotado


no Brasil tendo como unidade fundamental de medida o metro. O Sistema de Medidas é um
conjunto de medidas usado em quase todo o mundo, visando padronizar as formas de medição.  
Unidades de medida ou sistemas de medida é um tema bastante presente em concursos
públicos e por isto é mais um dos assuntos tratados nesse livro.
Para podermos comparar um valor com outro, utilizamos uma grandeza predefinida como
referência, grandeza esta chamada de unidade padrão.
As unidades de medida padrão que nós brasileiros utilizamos com maior frequencia são o
grama, o litro e o metro, assim como o metro quadrado e o metro cúbico.
Além destas também fazemos uso de outras unidades de medida para realizarmos, por exemplo
a medição de tempo, de temperatura ou de ângulo.
Dependendo da unidade de medida que estamos utilizando, a unidade em si ou é muito grande
ou muito pequena, neste caso então utilizamos os seus múltiplos ou submúltiplos. O grama
geralmente é uma unidade muito pequena para o uso cotidiano, por isto em geral utilizamos
o quilograma, assim como em geral utilizamos o mililitro ao invés da própria unidade litro,
quando o assunto é bebidas por exemplo.

Utilização das Unidades de Medida


Quando estamos interessados em saber a quantidade de líquido que cabe em um recipiente, na
verdade estamos interessados em saber a sua capacidade. O volume interno de um recipiente
é chamado de capacidade. A unidade de medida utilizada na medição de capacidades é o litro.
Se estivéssemos interessados em saber o volume do recipiente em si, a unidade de medida
utilizada nesta medição seria o metro cúbico.
Para ladrilharmos um cômodo de uma casa, é necessário que saibamos a área deste cômodo.
Áreas são medidas em metros quadrados.
Para sabermos o comprimento de uma corda, é necessário que a meçamos. Nesta medição a
unidade de medida utilizada será o metro ou metro linear.
Se você for fazer uma saborosa torta de chocolate, precisará comprar cacau e o mesmo será
pesado para medirmos a massa desejada. A unidade de medida de massa é o grama.
Veja a tabela a seguir na qual agrupamos estas principais unidades de medida, seus múltiplos e
submúltiplos do Sistema Métrico Decimal, segundo o Sistema Internacional de Unidades – SI:

www.acasadoconcurseiro.com.br 651
Subconjunto de Unidades de Medida do Sistema Métrico Decimal

Medida de Grandeza Fator Múltiplos Unidades Submúltiplos

Capacidade Litro 10 kl hl dal l dl cl ml


Volume Métro Cúbico 1000 km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 mm3
Metro
Área 100 km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 mm2
Quadrado
Comprimento Metro 10 km hm dam m dm cm mm
Massa Grama 10 kg hg dag g dg cg mg

�⥂x �⥂x �⥂x �⥂x ⥂x


� �⥂x �⥂x ⥂x

Observe que as setas que apontam para a direita indicam uma multiplicação pelo fator
multiplicador (10, 100 ou 1000 dependendo da unidade de medida), assim como as setas que
apontam para a esquerda indicam uma divisão também pelo fator.
A conversão de uma unidade para outra unidade dentro da mesma grandeza é realizada
multiplicando-se ou dividindo-se o seu valor pelo fator de conversão, dependendo da unidade
original estar à esquerda ou à direita da unidade a que se pretende chegar, tantas vezes quantos
forem o número de níveis de uma unidade a outra.

Exemplos de Conversão entre Unidades de Medida


Leitura das Medidas de comprimento
Podemos efetuar a leitura corretas das medidas de comprimento com auxilio de um quadro
chamado “quadro de unidades”.
Exemplo: Leia 16,072 m

Km Hm Dam M Dm Cm Mm
Kilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro

Km Hm Dam M Dm Cm Mm
1 6, 0 7 2

Após ter colocado os respectivos valores dentro das unidades equivalentes, lê-se a parte inteira
acompanhada da unidade de medida do seu último algarismo e a parte decimal com a unidade
de medida o último algarismo.

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Matemática – Sistema de Medidas – Prof. Dudan

Veja outros exemplos de leitura:


8,05 km = Lê-se assim: “Oito quilômetros e cinco decâmetros”
72,207 dam = Lê-se assim: “Setenta e dois decâmetros e duzentos e sete centímetros”
0,004 m = Lê-se assim: “quatro milímetros”
Observe a tabela abaixo:

Outros Exemplos de Conversão entre Unidades de Medida


Converta 2,5 metros em centímetros
Para convertermos 2,5 metros em centímetros, devemos multiplicar (porque na tabela metro
está à esquerda de centímetro) 2,5 por 10 duas vezes, pois para passarmos de metros para
centímetros saltamos dois níveis à direita.
Primeiro passamos de metros para decímetros e depois de decímetros para centímetros:
2,5m.10.10 = 250cm
Isto equivale a passar a vírgula duas casas para a direita.
Portanto:2,5 m é igual a 250 cm

Passe 5.200 gramas para quilogramas


Para passarmos 5.200 gramas para quilogramas, devemos dividir (porque na tabela grama
está à direita de quilograma) 5.200 por 10 três vezes, pois para passarmos de gramas para
quilogramas saltamos três níveis à esquerda.
Primeiro passamos de grama para decagrama, depois de decagrama para hectograma e
finalmente de hectograma para quilograma:
5200g:10:10:10 = 5,2 kg
Isto equivale a passar a vírgula três casas para a esquerda.
Portanto:5.200 g é igual a 5,2 kg

Quantos centilitros equivalem a 15 hl?


Para irmos de hectolitros a centilitros, passaremos quatro níveis à direita. Multiplicaremos
então 15 por 10 quatro vezes:
15hl.10.10.10.10 = 150000 cl
Isto equivale a passar a vírgula quatro casas para a direita.
Portanto:150.000 cl equivalem a 15 hl.

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Quantos quilômetros cúbicos equivalem a 14 mm3?
Para passarmos de milímetros cúbicos para quilômetros cúbicos, passaremos seis níveis à
esquerda. Dividiremos então 14 por 1000 seis vezes:
Portanto:
3 -17 3
0,000000000000000014 km , ou a 1,4 x 10 km se expresso em notação científica equivalem
3
a 14 mm .
2
Passe 50 dm para hectometros quadrados
Para passarmos de decímetros quadrados para hectometros quadrados, passaremos três
níveis à esquerda. Dividiremos então por 100 três vezes:
50dm²:100:100:100 = 0,00005 km²
Isto equivale a passar a vírgula seis casas para a esquerda.
2 2
Portanto:50 dm é igual a 0,00005 hm

Equivalência entre medidas de volume e medidas de capacidade

•• Um cubo de aresta de 10 cm terá um volume de 1.000 cm3, medida que equivalente a 1 l.


•• Como 1.000 cm3 equivalem a 1 dm3, temos que 1 dm3 equivale a 1 l.
•• Como um litro equivale a 1.000 ml, podemos afirmar que 1 cm3 equivale a 1 ml.
•• dm3 equivalem a 1 m3, portanto 1 m3 é equivalente a 1.000 l, que equivalem a 1 kl.

Exemplos de Conversão entre Medidas de Volume e Medidas de


Capacidade
Quantos decalitros equivalem a 1 m3?
Sabemos que 1 m3 equivale a 1.000 l, portanto para convertermos de litros a decalitros,
passaremos um nível à esquerda. Dividiremos então 1.000 por 10 apenas uma vez:
1000l:10 = 100 dal
Isto equivale a passar a vírgula uma casa para a esquerda.
Poderíamos também raciocinar da seguinte forma:
3
Como 1 m equivale a 1 kl, basta fazermos a conversão de 1 kl para decalitros, quando então
passaremos dois níveis à direita. Multiplicaremos então 1 por 10 duas vezes:
ikl.10.10 = 100dal
3
Portanto:100 dal equivalem a 1 m .

348 mm3 equivalem a quantos decilitros?


Como 1 cm3 equivale a 1 ml, é melhor dividirmos 348 mm3 por mil, para obtermos o seu
3 3 3
equivalente em centimetros cúbicos: 0,348 cm . Logo 348 mm equivale a 0,348 ml, já que cm
e ml se equivalem.
Neste ponto já convertemos de uma unidade de medida de volume, para uma unidade de
medida de capacidade.

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Matemática – Sistema de Medidas – Prof. Dudan

Falta-nos passarmos de mililitros para decilitros, quando então passaremos dois níveis à
esquerda.
Dividiremos então por 10 duas vezes:
0,348 ml:10:10 = 0,00348 dl
Logo:348 mm3 equivalem a 0,00348 dl.

Dúvidas Frequentes

•• Um metro cúbico equivale a quantos metros quadrados?


•• Converter medidas em decilitros para gramas.
•• Quantos litros cabem em um metro quadrado?
•• Como passar litros para milímetros?
•• Quantos centímetros lineares há em um metro quadrado?
•• Conversão de litros para gramas.
•• Um centímetro corresponde a quantos litros?
•• Como passar de centímetros quadrados para mililitros?
•• Quantos mililitros tem um centímetro?
•• Transformar m3 em metro linear.
•• Quanto vale um centímetro cúbico em gramas?

Você consegue notar algum problema nestas pesquisas?


O problema é que elas buscam a conversão entre unidades de medidas incompatíveis, como
por exemplo, a conversão de metro cúbico para metro quadrado. A primeira é uma unidade de
medida de volume e a segunda é uma unidade de medida de área, por isto são incompatíveis e
não existe conversão de uma unidade para a outra.
Então todas as conversões acima não são possíveis de se realizar, a não que se tenha outras
informações, como a densidade do material na última questão, mas isto já uma outra disciplina.
Acredito que a razão destas dúvidas é o fato de o estudante não conseguir discernir claramente
o que são comprimento, área, volume e capacidade, por isto vou procurar esclarecer tais
conceitos com maiores detalhes.

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Sistema de Medida de Tempo

Medidas de tempo

É comum em nosso dia-a-dia pergunta do tipo:


•• Qual a duração dessa partida de futebol?
•• Qual o tempo dessa viagem?
•• Qual a duração desse curso?
•• Qual o melhor tempo obtido por esse corredor?
Todas essas perguntas serão respondidas tomando por base uma unidade padrão de medida
de tempo.
A unidade de tempo escolhida como padrão no Sistema Internacional (SI) é o segundo.
Um dia é um intervalo de tempo relativamente longo, neste período você pode dormir, se
alimentar, estudar, se preparar para concursos e muitas outras coisas.
Muitas pessoas se divertem assistindo um bom filme, porém se os filmes tivessem a duração de
um dia, eles não seriam uma diversão, mas sim uma tortura.
Se dividirmos em 24 partes iguais o intervalo de tempo relativo a um dia, cada uma destas
frações de tempo corresponderá a exatamente uma hora, portanto concluímos que um dia
equivale a 24 horas e que 1 24 do dia equivale a uma hora.
Uma ou duas horas é um bom tempo para se assistir um filme, mas para se tomar um banho é
um tempo demasiadamente grande.
Portanto dependendo da tarefa precisamos fracionar o tempo, nesse caso, a hora.
Se dividirmos em 60 partes iguais o intervalo de tempo correspondente a uma hora, cada uma
destas 60 partes terá a duração exata de um minuto, o que nos leva a concluir que uma hora
equivale a 60 minutos, assim como 1 60 da hora equivale a um minuto.
Dez ou quinze minutos é um tempo mais do que suficiente para tomarmos um bom banho
ouvindo uma boa música, mas para atravessarmos a rua este tempo é um verdadeiro convite a
um atropelamento.
Se dividirmos em 60 partes iguais o intervalo de tempo relativo a um minuto, cada uma destas
partes terá a duração exata de um segundo, com isto concluímos que um minuto equivale a 60
segundos e que 1 60 do minuto equivale a um segundo.
Das explicações acima podemos chegar ao seguinte resumo:
•• 1 dia = 24 horas
•• 1 hora = 60 minutos
•• 1 minuto = 60 segundos
Assim tambem podemos concluir que :
•• 1 hora = 1/24 dia
•• 1 minuto = 1/60 hora
•• 1 segundo = 1/60 minuto.

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Matemática – Sistema de Medidas – Prof. Dudan

Múltiplos e Submúltiplos do Segundo


Quadro de unidades

Múltiplos
Minutos Horas Dia
min h d
60s 60 min = 3.600s 24h = 1.440min = 86.400s

São submúltiplos do segundo:


•• décimo de segundo
•• centésimo de segundo
•• milésimo de segundo
Cuidado: Nunca escreva 2,40h como forma de representar 2h 40min. Pois o sistema de medidas
de tempo não é decimal.
Observe:

Tabela para Conversão entre Unidades de Medidas de Tempo

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Além das unidades vistas anteriormente, podemos também relacionar algumas outras:

Unidade Equivale
Semana 7 dias
Quinzena 15 dias
Mês 30 dias *
Bimestre 2 meses
Trimestre 3 meses
Quadrimestre 4 meses
Semestre 6 meses
Ano 12 meses
Década 10 anos
Século 100 anos
Milênio 1000 anos

* O mês comercial utilizado em cálculos financeiros possui por convenção 30 dias.

Exemplos Resolvidos
•• Converter 25 minutos em segundos
A unidade de tempo minuto é maior que a unidade segundo, já que 1 minuto contém 60
segundos, portanto, de acordo com o explicado acima, devemos realizar uma multiplicação,
mas devemos multiplicar por quanto?
Devemos multiplicar por 60, pois cada minuto equivale a 60 segundos:
Visto que:
A min = 60 seg
Então:
Assim 25 min é igual a 1500 s

•• Converter 2220 segundos em minutos


Este exemplo solicita um procedimento oposto ao do exemplo anterior. A unidade de tempo
segundo é menor que a unidade minuto já que: 1s = 1 60 min
Logo devemos dividir por 60, pois cada segundo equivale a 1 60 do minuto: 2.200 ÷ 60 = 37
Note que alternativamente, conforme a tabela de conversão acima, poderíamos ter multiplicado
60 ao invés de termos dividido por 60, já que são operações equivalentes:
1

2.200 x 1 = 37
60
Assim 2.220 s é igual a 37 min

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Matemática – Sistema de Medidas – Prof. Dudan

•• Quantos segundos há em um dia?


Nos exemplos anteriores nos referimos a unidades vizinhas, convertemos de minutos para
segundos e vice-versa.
Como a unidade de tempo dia é maior que a unidade segundo, iremos solucionar o problema
recorrendo a uma série de multiplicações.
Pela tabela de conversão acima para convertermos de dias para horas devemos multiplicar por
24, para convertermos de horas para minutos devemos multiplicar por 60 e finalmente para
convertermos de minutos para segundos também devemos multiplicar por 60. Temos então o
seguinte cálculo:
1 x 24 x 60 x 60 = 864.000

•• 10.080 minutos são quantos dias?


Semelhante ao exemplo anterior, só que neste caso precisamos converter de uma unidade
menor para uma unidade maior. Como as unidades não são vizinhas, vamos então precisar de
uma série de divisões.
De minutos para horas precisamos dividir por 60 e de horas para dias temos que dividir por 24.
O cálculo será então:
10.080 ÷ 60 ÷ 24 = 7
Assim 10.080 minutos correspondem 7 dias.

1. Os 3 de um dia correspondem a
50
a) 1 hora, 4 minutos e 4 segundos.
b) 1 hora, 26 minutos e 4 segundos.
c) 1 hora, 26 minutos e 24 segundos.
d) 1 hora, 40 minutos e 4 segundos.
e) 1 hora e 44 minutos.

Gabarito: 1. C

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Matemática

ÂNGULOS

Ângulo é a região de um plano concebida pelo encontro de duas semirretas que possuem uma
origem em comum, chamada vértice do ângulo.
A unidade usual de medida de ângulo, de acordo com o sistema internacional de medidas, é o
grau, representado pelo símbolo º, e seus submúltiplos são o minuto ’ e o segundo ”.
Temos que 1º (grau) equivale a 60’ (minutos) e 1’ equivale a 60”(segundos).
Ângulo é um dos conceitos fundamentais da matemática, ocupando lugar de destaque na
Geometria euclidiana, ao lado de ponto, reta, plano, triângulo, quadrilátero, polígono e
perímetro.

Tipos de ângulo
•• Ângulos Complementares: dois ângulos são complementares se a soma de suas medidas é
igual a 90º. Neste caso, cada um é o complemento do outro.
Na ilustração temos que:

α
0

α + β = 90º

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•• Ângulos Suplementares: dois ângulos são Suplementares quando a soma de suas medidas
é igual a 180º. Neste caso, cada um é o suplemento do outro.
Na ilustração temos que:

β
α

α + β = 180º
•• Ângulos Replementares: dois ângulos são replementares quando a soma de suas medidas é
igual a 360°. Neste caso, cada um é o replemento do outro.
Na ilustração temos que:

α + β = 360º
Exemplo: Assinale V para verdadeiro e F para falso nas sentenças abaixo:
( ) 80º e 10º são suplementares.
( ) 30º e 70º são complementares.
( ) 120º e 60º são suplementares.
( ) 20º e 160º são complementares.
( ) 140º e 40º são complementares.
( ) 140º e 40º são suplementares.
Exemplo: Dê a medida do ângulo que vale o dobro de seu complemento.

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Matemática – Ângulos – Prof. Dudan

Dadas duas ou mais retas paralelas, cada reta transversal a essas retas formam ângulos opostos
pelo vértice.

r/s
y
x t é transversal
r
x
y

y
x
s
x
y
x + y = 180º e ângulos opostos
congruentes

ângulos opostos pelo vértice são


CONGRUENTES

a+b= 180º

Exemplos:

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Exemplo:
As retas r e s são interceptadas pela transversal "t", conforme a figura. O valor de x para que r e
s sejam, paralelas é:

a) 20º.
b) 26º.
c) 28º.
d) 30º.
e) 35º.

Exemplo:
Na figura adiante, as retas r e s são paralelas, o ângulo 1 mede 45° e o ângulo 2 mede 55°. A
medida, em graus, do ângulo 3 é:

a) 50º.
b) 55º.
c) 60º.
d) 80º.
e) 100º.

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Matemática – Ângulos – Prof. Dudan

Ângulos de um Polígono
A soma dos ângulos internos de qualquer polígono depende do número de lados (n), sendo
usada a seguinte expressão para o cálculo:

Polígono regular e irregular


Todo polígono regular possui os lados e os ângulos com medidas iguais. Alguns exemplos de
polígonos regulares.

Polígonos regulares

Um polígono irregular é aquele que não possui os ângulos com medidas iguais e os lados não
possuem o mesmo tamanho.

Polígonos irregulares

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Diagonais de um polígono
Diagonal de um polígono é o segmento de reta que liga um vértice ao outro, passando pelo
interior da figura. O número de diagonais de um polígono depende do número de lados (n) e
pode ser calculado pela expressão:

Exemplo:
A medida mais próxima de cada ângulo externo do heptágono regular da moeda de R$ 0,25 é:
a) 60º.
b) 45º.
c) 36º.
d) 83º.
e) 51º.

Exemplo:

Os ângulos externos de um polígono regular medem 20°. Então, o número de diagonais desse
polígono é:
a) 90º.
b) 104º.
c) 119º.
d) 135º.
e) 152º.

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Matemática – Ângulos – Prof. Dudan

Exemplo:
Dada a figura:

Sobre as sentenças
I – O triângulo CDE é isósceles.
II – O triângulo ABE é equilátero.
III – AE é bissetriz do ângulo BÂD.
é verdade que
a) somente a I é falsa.
b) somente a II é falsa.
c) somente a III é falsa.
d) são todas falsas.
e) são todas verdadeiras.

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Matemática

Teorema de Pitágoras

DEFINIÇÃO

O teorema de Pitágoras é uma relação matemática entre os comprimentos dos lados de


qualquer triângulo retângulo. Na geometria euclidiana, o teorema afirma que:
“Em qualquer triângulo retângulo, o quadrado do comprimento da hipotenusa é igual à soma
dos quadrados dos comprimentos dos catetos.”
Por definição, a hipotenusa é o lado oposto ao ângulo reto, e os catetos são os dois lados que
o formam. O enunciado anterior relaciona comprimentos, mas o teorema também pode ser
enunciado como uma relação entre áreas:
“Em qualquer triângulo retângulo, a área do quadrado cujo lado é a hipotenusa é igual à soma
das áreas dos quadrados cujos lados são os catetos.”

Para ambos os enunciados, pode-se equacionar:?


 a2 = b2 + c2

Exemplo:
Calcule o valor do segmento desconhecido no triângulo retângulo a seguir.

www.acasadoconcurseiro.com.br 669
Exemplo:
Calcule o valor do cateto no triângulo retângulo a seguir:

Exemplo:
Determine x no triângulo a seguir

•• Triângulos Retângulos PITAGÓRICOS


Existem alguns tipos especiais de triângulos retângulos cujos lados são proporcionais a:

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Matemática – Teorema de Pitágoras – Prof. Dudan

Questões

1. Roberto irá cercar uma parte de seu terreno para fazer um canil. Como ele
tem um alambrado de 10 metros, decidiu aproveitar o canto murado de seu
terreno (em ângulo reto) e fechar essa área triangular esticando todo o alambrado,
sem sobra. Se ele utilizou 6 metros de um muro, do outro muro ele irá utilizar, em
metros?
a) 7.
b) 5.
c) 8.
d) 6.
e) 9.

2. Num triângulo ABC, retângulo em B, os catetos medem 5 cm e 12 cm. A altura relativa


ao vértice B desse triângulo, em cm, é aproximadamente igual a:
a) 4,6.
b) 1,3.
c) 3,7.
d) 5,2.
e) 6,3

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3. Em um prédio do Tribunal de Justiça, há um desnível de altura entre a calçada
frontal e a sua porta de entrada. Deseja-se substituir a escada de acesso
existente por uma rampa. Se a escada possui 40 degraus iguais, cada um com
altura de 12,5 cm e comprimento de 30 cm, o comprimento da rampa será de:
a) 5 m.
b) 8 m.
c) 10 m.
d) 12 m.
e) 13 m.

4. Um ciclista acrobático vai atravessar de um prédio a outro com uma bicicleta especial,
percorrendo a distância sobre um cabo de aço, como demonstra o esquema a seguir:

Qual é a medida mínima do comprimento do cabo de aço?


a) 8m.
b) 9m.
c) 10m.
d) 11m.
e) 12 m.

Gabarito: 1. C 2. A 3. E 4. E

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Matemática

Triângulo

Triângulo é uma figura geométrica formada por três retas que se encontram duas a duas e não
passam pelo mesmo ponto, formando três lados e três ângulos.
Para fazer o cálculo do perímetro de um triângulo basta fazer a soma da medida de todos os
lados, a soma dos ângulos internos é sempre 180º.
Observando o triângulo podemos identificar alguns de seus elementos:

•• A, B e C são os vértices.
•• Os lados dos triângulos são simbolizados pelo encontro dos vértices (pontos de encontros):
, , segmentos de retas.
•• Os ângulos têm duas formas de representá-los: no caso do triângulo ele tem 3 lados,
consequentemente, 3 ângulos.

Tipos de Triângulo
O triângulo pode ser classificado segundo:

A medida do seu lado.


Triângulo Equilátero: é todo triângulo que apresenta os três lados com a mesma medida. Nesse
caso dizemos que os três lados são congruentes.

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Triângulo Isósceles: é todo triângulo que apresenta dois lados com a mesma medida, ou seja,
dois lados de tamanhos iguais.

Triângulo Escaleno: é todo triângulo que apresenta os três lados com medidas diferentes, ou
seja, três lados de tamanhos diferentes.

A medida de seus ângulos


Triângulo acutângulo: é todo triângulo que apresenta os três ângulos internos menores que
90º, ou seja, os três ângulos internos são agudos.

Triângulo obtusângulo: é todo triângulo que apresenta um ângulo interno maior que 90º, ou
seja, que possui um ângulo obtuso.

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Matemática – Triângulos – Prof. Dudan

Triângulo retângulo: é todo triângulo que apresenta um ângulo interno reto, ou seja, que
possui um ângulo medindo 90º.

TRIÂNGULO RETÂNGULO

Triângulos Retângulos PITAGÓRICOS


Existem alguns tipos especiais de triângulos retângulos cujos lados são proporcionais a:

Exemplo:
Determine x no triângulo abaixo

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Exemplo:
Num triângulo ABC, retângulo em B, os catetos medem 5 cm e 12 cm. A altura relativa ao vértice
B desse triângulo, em cm, é aproximadamente igual a:
a) 4,6.
b) 1,3.
c) 3,7.
d) 5,2.
e) 5,9.

Exemplo:
Calcule o valor de x.

Exemplo:
Na figura abaixo, ABD e BCD são triângulos retângulos isósceles. Se AD = 4, qual é o comprimento
de DC?

a) 4 2.
b) 6.
c) 7.
d) 8.
e) 8 2.

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Calculo da área do Triângulo


A área de um triângulo é a metade do produto da medida da sua altura pela medida da sua
base. Assim, a área do triângulo pode ser calculada pela fórmula:
onde h é a altura do triângulo, b a medida da base.

Questões

1. Determinar a área do triângulo a seguir considerando que a sua base mede


23 metros e a altura 12 metros.

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Exemplo:
A área do triângulo sombreado da figura abaixo é:

a) 13,5.
b) 9 10 .
c) 10,5.
d) 21.
e) 10,5 10 .

Exemplo:
Calcule a área do triangulo retângulo abaixo.

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Matemática

QUADRILÁTEROS

Um quadrilátero é um polígono de quatro lados. Em geral, um quadrilátero será uma figura


geométrica limitada por quatro lados, todos diferentes e que formam entre si quatro ângulos
internos também diferentes.
Em qualquer caso, a soma dos valores dos ângulos internos de um quadrilátero é sempre 360°.
Algumas Propriedades dos quadriláteros:

1. A soma dos seus ângulos internos é 360º.

2. A soma dos seus ângulos externos é 360º.

3. Todos os quadriláteros apresentam 2 diagonais.

Exemplo: Determine a medida dos ângulos indicados:

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Classificação dos Quadriláteros:

Os quadriláteros classificam-se em paralelogramos e trapézios.

Paralelogramos
São quadriláteros de lados opostos paralelos.

Exemplos:
Retângulo – Paralelogramo em que todos os ângulos são retos. O retângulo cujos lados são
congruentes chama-se quadrado.
Quadrado – Retângulo cujos lados tem medidas iguais.
Losango, paralelogramo.

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Matemática – Quadriláteros – Prof. Dudan

Exemplo: Observe os paralelogramos e, considerando as propriedades estudadas, determine:


a) MN e NP b) xey

Exemplo: Encontre os valores de x e de y:


a) ABCD é um losango b) ABCD é um retângulo

Trapézios
Quadrilátero que tem dois e só dois lados opostos paralelos.
Exemplos:
Trapézio Escaleno: tem todos os lados de medidas distintas.
Trapézio Retângulo – Trapézio que tem dois ângulos retos.
Trapézio Isósceles – Trapézio que tem os lados não paralelos com a mesma medida.

Exemplo:

www.acasadoconcurseiro.com.br 681
A figura abaixo é um trapézio isósceles, onde a, b, c representam medidas dos ângulos internos
desse trapézio. Determine a medida de a, b, c.

Principais Quadriláteros

1. Trapézio

Características:
Apresenta 2 lados paralelos apenas.
Exemplos: Calcule o valor de x e de y nos trapézios abaixo:

2. Paralelogramo

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Matemática – Quadriláteros – Prof. Dudan

Características:
Lados paralelos congruentes, ângulos opostos congruentes.

3. Losango

Características:
Lados paralelos congruentes, todos os lados de mesma medida, ângulos opostos congruentes,
diagonais cortam-se nos seus pontos médios e são proporcionais entre si.

3. Retângulo

Características:
Todos os ângulos internos são retos, lados paralelos congruentes, diagonais de mesma medida
e que se cortam nos seus pontos médios.

4. Quadrado

Características:
Todos os ângulos internos são retos, lados paralelos congruentes, todos os lados de mesma
medida, diagonais de mesma medida, perpendiculares entre si e que se cortam nos seus pontos
médios.

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Questões

1. A área da sala representada na figura é:

a) 15 m2.
2
b) 17 m .
2
c) 19 m .
2
d) 20 m .

2. Na figura, ABCD é um quadrado e DCE é um triângulo equilátero. A medida do ângulo


AED, em graus, é:

a) 30.
b) 49.
c) 60.
d) 75.
e) 90.

Gabarito: 1. D 2. D

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Matemática

FIGURAS CIRCULARES

Questões

1. Na figura abaixo, o comprimento da circunferência é 36 e α = 25º. O


comprimento do arco l é:

a) 1.
b) 1,5.
c) 2,5.
d) 3.
e) 3,5.

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2. A área de um setor circular de 210º e raio 3 cm é:
a) 9π .
2
b) 15π .
4
c) 8 �
d) 21π .
4

e) 6 �.

3. O círculo da figura tem raio 6, e α mede 100º. A área do setor sombreado é:

a) 6.
b) 10.
c) 6 �.
d) 10 �.
e) 60.

Gabarito: 1. C 2. D 3. D

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Matemática

Comprimento ou Perímetro

Um exemplo claro do uso do conhecimento matemático nessas simples situações é quando


precisamos saber o tamanho de certas coisas, logo sabemos que essas medidas que procuramos
correspondem também ao uso das unidades de medida correspondentes. Um terreno por
exemplo, além da área que possui, também possui medidas laterais independente da natureza
que é formado esse terreno - quadrado, retângulo, trapézio, etc .
Se tratarmos de um terreno retangular com dimensões laterais de 12m e 25m, sabemos que
sua área é 300m2. Isso significa que se quisermos calçar o terreno devemos comprar o material
necessário para 300m², mas por outro lado se falarmos por exemplo, em cercar esse mesmo
local, falaremos em perímetro.
O perímetro de um determinado lugar é a soma das medidas de seus lados. Pegando as
dimensões do terreno citado acima temos: 12 m e 25m. Somando a medida de seus lados
temos que o perímetro do terreno é igual a 74m (12m + 25m + 12m + 25m).
Se necessitarmos obter o perímetro de uma figura geométrica qualquer por exemplo, devemos
observar primeiro a natureza da figura, ou seja, quantos lados possui: pentágono 5 lados,
eneágono 9 lados, triângulo 3 lados, e depois realizar a soma das medidas de todos os lados
para achar o perímetro.
Sendo assim, o perímetro é a medida do contorno de um objeto bidimensional, ou seja, a soma
de todos os lados de uma figura geométrica.
Imagine a seguinte situação: Um fazendeiro quer descobrir quantos metros de arame serão
gastos para cercar um terreno de pastagem com formato retangular. Como ele deveria proceder
para chegar a uma conclusão? De maneira bem intuitiva, concluímos que ele precisa determinar
as medidas de cada lado do terreno e então, somá-las, obtendo o quanto seria gasto. A esse
procedimento damos o nome de perímetro.
O perímetro de uma figura é representado por 2p apenas por convenção.
Exemplo: Um fazendeiro pretende cercar um terreno retangular de 120 m de comprimento
por 90 m de largura. Sabe-se que a cerca terá 5 fios de arame. Quantos metros de arame serão
necessários para fazer a cerca? Se o metro de arame custa R$ 15,00, qual será o valor total
gasto pelo fazendeiro?

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Solução: Imagine que a cerca terá somente um fio de arame. O total de arame gasto para
contornar todo o terreno será igual à medida do perímetro da figura. Como a cerca terá 5 fios
de arame, o total gasto será 5 vezes o valor do perímetro.
Cálculo do perímetro:
2p = 120m + 90m + 120m + 90m = 420 m
Total de arame gasto:
5.420 = 2100m de arame para fazer a cerca.
Como cada metro de arame custa R$ 15,00, o gasto total com a cerca será de:
2100.15 = R$ 31. 500,00.

Principais Figuras

1. Triângulo Retângulo

Exemplo: Calcule o perímetro da figura abaixo.

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Matemática – Comprimento/Perímetro – Prof. Dudan

2. Triângulo Equilátero

Exemplo: Calcule o perímetro da figura abaixo:

3. Quadrado

Exemplo: Calcule o perímetro da figura abaixo:

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4. Retângulo

Exemplo: Calcule o perímetro da figura abaixo:

5. Losango

Exemplo: Calcule o perímetro da figura abaixo:

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Matemática – Comprimento/Perímetro – Prof. Dudan

6. Círculo

Exemplo: Calcule o perímetro da figura abaixo:

Questões

1. Roberto irá cercar uma parte de seu terreno para fazer um canil. Como ele
tem um alambrado de 10 metros, decidiu aproveitar o canto murado de seu terreno
(em ângulo reto) e fechar essa área triangular esticando todo o alambrado, sem
sobra. Se ele utilizou 6 metros de um muro, do outro muro ele irá utilizar, em metros,
a) 7.
b) 5.
c) 8.
d) 6.
e) 9.

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2. Para fazer um cercado para ratos, em um laboratório, dispõe-se de 12 metros
de tela de arame. Para um dos lados, será aproveitada a parede do fundo da
sala, de modo a fazer o cercado com um formato retangular, usando os 12
metros de tela para formar os outros três lados do retângulo.
Se a parede a ser usada tem 4 metros, qual será a área do cercado?
2
a) 28m .
2
b) 24m .
2
c) 20m .
2
d) 16m .
2
e) 12m .

3. Deseja-se traçar um retângulo com perímetro de 28 cm e com a maior área possível. O


valor dessa área será de:
2
a) 14 cm .
2
b) 21 cm .
2
c) 49 cm .
2
d) 56 cm .
2
e) 70 cm .

4. Analise as afirmações a seguir, relativas ao retângulo representado abaixo cujo


perímetro mede 158 cm.

I – A área desse retângulo é igual a 13,50 m2.


2
II – A área desse retângulo é menor do que 1 m .
III – O lado menor desse retângulo mede 50 cm.
Quais são verdadeiras?
a) Apenas a I.
b) Apenas a II.
c) Apenas a III.
d) Apenas a I e a III.
e) Apenas a II e a III.

Gabarito: 1. E 2. D 3. C 4. B

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Matemática

Área

Definição
O cálculo de área é uma atividade cotidiana na vida de todos nós. Sempre nos vemos envolvidos
em alguma situação em que há a necessidade de se calcular a área de uma forma geométrica
plana. Seja na aquisição de um terreno, na reforma de um imóvel ou na busca de reduzir custos
com embalagens, o uso do conhecimento de cálculo de áreas se faz presente. É uma atividade
muito simples, mas às vezes deixamos algumas questões passarem despercebidas.
Área é um conceito matemático que pode ser definida como quantidade de espaço
bidimensional, ou seja, de superfície.
2
Existem várias unidades de medida de área, sendo a mais utilizada o metro quadrado (m ) e
os seus múltiplos e sub-múltiplos.
Para não haver erro , lembre-se: “Área é o que eu posso pintar”.

Fórmulas mais importantes

1. Triangulo Qualquer

Exemplo:

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2. Triângulo Retângulo

Exemplo:

3. Triângulo Equilátero

Exemplo:

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Matemática – Área – Prof. Dudan

4. Quadrado

Exemplo:

5. Retângulo

Exemplo:

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6. Losango

Exemplo:

7. Paralelogramo

Exemplo:

696 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Área – Prof. Dudan

8. Trapézio

Exemplo:

9. Círculo

Exemplo

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Curiosidades
Primeiro, faremos um exemplo conhecendo as medidas do retângulo, depois faremos a
generalização.
Exemplo 1. Considere o retângulo abaixo:

Sua área será de:


A1 = 10 x 3 = 30 cm2
Agora, vamos duplicar as medidas dos lados.

A área desse novo retângulo será de:


A2 = 20 x 6 = 120 cm2
Observe que ao dobrar as medidas dos lados do retângulo sua área mais que dobrou, na
verdade quadruplicou.

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Matemática – Área – Prof. Dudan

Questões
1. Uma praça ocupa uma área retangular com 60 m de comprimento e 36,5 m
de largura. Nessa praça, há 4 canteiros iguais, e cada um ocupa 128,3 m².
Qual é a área, em m², da praça não ocupada pelos canteiros?
a) 1.676,8.
b) 1.683,2.
c) 1.933,4.
d) 2.061,7.
e) 2.483,2.

2. A área do quadrado sombreado:

a) 36.
b) 40.
c) 48.
d) 50.
e) 60.

3. No quadrilátero RAMP, o ângulo R é reto, e os lados PR e RA medem,


respectivamente, 6 cm e 16 cm.

Se a área de RAMP é 105 cm2 , qual é, em cm2 , a área do triângulo PAM?


a) 47.
b) 53.
c) 57.
d) 63.
e) 67.

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4. No desenho abaixo, uma cruz é formada por cinco quadrados de lado 1
justapostos.

A área do quadrado ABCD é:


a) 4.
b) 5.
c) 6.
d) 7.
e) 8.

5. Se a área da região destacada na figura corresponde a 30% da área do terreno, então a


medida x vale:

a) 15 m.
b) 12 m.
c) 10 m.
d) 6 m.
e) 3 m.

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Matemática – Área – Prof. Dudan

6. Sabendo-se que todos os ângulos dos vértices do terreno ilustrado na figura


acima medem 90o e que o metro quadrado do terreno custa R$ 120,00, é
correto afirmar que o preço desse terreno é

a) superior a R$ 9.900,00 e inferior a R$ 10.100,00.


b) superior a R$ 10.100,00.
c) inferior a R$ 9.500,00.
d) superior a R$ 9.500,00 e inferior a R$ 9.700,00.
e) superior a R$ 9.700,00 e inferior a R$ 9.900,00.
e) 67

7. Seja o octógono EFGHIJKL inscrito num quadrado de 12cm de lado, conforme mostra
a figura a seguir. Se cada lado do quadrado está dividido pelos pontos assinalados em
segmentos congruentes entre si, então a área do octógono, em centímetros quadrados,
é:

a) 98.
b) 102.
c) 108.
d) 112.
e) 120.

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8. A área do polígono da figura é 30. O lado x mede.

15
a) 6 .
b) 3.
c) 4.
d) 5.
e) 17 .

Gabarito: 1. A 2. D 3. C 4. B 5. D 6. D 7. D 8. D

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Matemática

VOLUME

DEFINIÇÃO

As medidas de volume possuem grande importância nas situações envolvendo capacidades


de sólidos. Podemos definir volume como o espaço ocupado por um corpo ou a capacidade
que ele tem de comportar alguma substância. Da mesma forma que trabalhamos com o metro
linear (comprimento) e com o metro quadrado (comprimento x largura), associamos o metro
cúbico a três dimensões: altura x comprimento x largura.
O volume de um corpo é a quantidade de espaço ocupada por esse corpo. Volume tem unidades
de tamanho cúbicos (por exemplo, cm³, m³, dm³, etc.).
Observe a tabela e os métodos de transformação de unidades de volume:

Exemplos:
Transformar 12km3 em m3 = 12 x 1000 x 1000 x 1000 = 12 000 000 000 m3
Transformar 2m3 em cm3 = 2 x 1000 x 1000 = 2 000 000 cm3
Transformar 1000cm3 em m3 = 1000: 1000 : 1000 = 0,001 m3
Transformar 5000dm3 em m3 = 5000 : 1000 = 5 m3
Ainda devemos lembrar que :
1m3 ----- 1000 litros
1 m3 ----- 1 litro
1 m3 ----- 1 ml

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Podemos encontrar o volume de todos os sólidos geométricos. O volume corresponde à
“capacidade” desse sólido. Tente imaginar alguns sólidos geométricos, é possível preenchê-lo
com algum material, como a água? Se existe essa possibilidade, podemos realizar o cálculo do
volume desses objetos.
Para a grande maioria dos sólidos abordados em questões de concursos públicos, o cálculo do
volume será feito usando uma fórmula clássica.
Calcularemos a área de sua base para, em seguida, multiplicá-la pela sua altura.
A área da base dependerá de que figura da geometria plana serve de base ao prisma.
Sendo assim:
V = (área da base) . altura
Essa “ideia” serve para os seguintes sólidos abaixo:

1. Cubo

Volume = Ab .H = a² .a = a³
Exemplo: Calcule o volume, em litros , de um cubo de aresta 3m.

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Matemática – Volume – Prof. Dudan

2. Paralelepípedo

Volume = AB. H = ab.c = abc


Exemplo: Calcule o volume de um paralelepípedo de medidas 2, 3 e 4 m.

3. Prisma qualquer
Um prima é um poliedro que possui uma base inferior e uma base superior. Essas bases são
paralelas e congruentes, isto é, possuem as mesmas formas e dimensões, e não se interceptam.

Usaremos a mesma ideia:


Vol = Ab. H , mas o calculo da área da base será feita separadamente, dependendo da base.

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Exemplo: Calcule o volume do prisma abaixo:

4. Cilindro
Usaremos a mesma ideia.

Vol = AB . H = πR² .H
Lembrando que no caso do cilindro reto a geratriz serve como altura.
Exemplo:
Calcule o volume do cilindro cuja base tem diâmetro 12 m e a altura vale 4m.

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Casos Especiais
Há casos em que teremos que usar a mesma ideia de volume porem deveremos dividir o
resultado por “3” .
Esses casos ocorrem nas pirâmides e cones.

5. Cone

Assim Vol = V =

Exemplo: Calcule o volume , em ml, de um cone com geratriz 5cm e raio da base 3cm.

6. Pirâmides

Usaremos a mesma estratégia do cone mas com atenção especial ao cálculo da área da base ,
pois assim como nos prismas, dependerá da figura plana que serve de base desse sólido.
Assim:
Vol =

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Exemplo: Uma pirâmide quadrangular tem aresta da base medindo 5 cm e altura 4 , qual o
volume desse sólido?

7. Esfera
Caso mais particular ainda, seu volume será calculado por uma fórmula específica:

Exemplo: Calcule o volume de uma esfera de diâmetro 10 m

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Matemática – Volume – Prof. Dudan

Questões
1. O volume de um cilindro circular reto é 160 π m³. Se o raio da base desse
sólido mede 4 m, a altura mede:
a) 80 dm.
b) 90 dm.
c) 100 dm.
d) 110 dm.
e) 120 dm.

2. Uma caixa d’água tem a forma de um cilindro reto. A base é um círculo de 2m de


diâmetro e a altura é de 1,5m. Dentre as opções abaixo, indique aquela que mais se
aproxima da capacidade de armazenamento de caixa, em litros.
a) 1000.
b) 2000.
c) 3500.
d) 4700.
e) 5500.

3. Um tanque com a forma de um paralelepípedo retangular tem as seguintes medidas


internas: base medindo 3 m x 2 m e altura de 4 m. O tanque inicialmente está vazio.
Após serem despejados 15.000 litros de água nesse tanque, a altura que a água
atingirá, em m, será de:
a) 1.
b) 2.
c) 2,5.
d) 3.
e) 3,5.

4. Uma piscina retangular de 10,0m x 15,0m e fundo horizontal está com água até a altura
de 1,5m. Um produto químico em pó deve ser misturado à água à razão de um pacote
para cada 4500 litros. O número de pacotes a serem usados é:
a) 45.
b) 50.
c) 55.
d) 60.
e) 75.

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Módulo X

Medidas de tendência central

Média Aritmética
A média aritmética é uma das formas de obter um valor intermediário entre vários valores. É
considerada uma medida de tendência central e é muito utilizada no cotidiano.
Para calcula-la basta somar todos os elementos e dividi-los pelo total de elementos

x1 + x2 + ... + xn
Ma =
n
Exemplo Resolvido 1:
Calcule a média anual de Carlos na disciplina de Matemática com base nas seguintes notas
bimestrais:
1ºB = 6,0 2ºB = 9,0 3ºB = 7,0 4ºB = 5,0
Logo: Ma = (6,0 + 9,0 + 7,0 + 5,0) / 4
Ma = 27/4
Ma = 6,75

Exemplo Resolvido 2:
O dólar é considerado uma moeda de troca internacional, por isso o seu valor diário possui
variações. Acompanhando a variação de preços do dólar em reais durante uma semana
verificou-se as variações de acordo com a tabela informativa:

Segunda Terça Quarta Quinta Sexta


R$ 2,30 R$ 2,10 R$ 2,60 R$ 2,20 R$ 2,00

Determine o valor médio do preço do dólar nesta semana.


Ma = (2,3 + 2,1 + 2,6 + 2,2 + 2) / 5
Ma = 11,2 / 5
Ma = 2,24
O valor médio do dólar na semana apresentada foi de R$ 2,24.

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Média Ponderada
Ponderar é sinônimo de pesar. No cálculo da média ponderada, multiplicamos cada valor do
conjunto por seu “peso”, isto é, sua importância relativa.

x1 ⋅ P1 + x2 ⋅ P2 + ... + xn ⋅ Pn
Mp =
P1 + P2 + ... + Pn

Exemplo Resolvido 3:
Paulo teve as seguintes notas nas provas de Matemática no ano de 2008: 8,5; 7,0; 9,5 e 9,0,
nas quais os pesos das provas foram 1, 2, 3 e 4, respectivamente. Para obter uma nota que
representará seu aproveitamento no bimestre, calculamos a média aritmética ponderada (MP).

Exemplo Resolvido 4:
Marcos participou de um concurso, onde foram realizadas provas de Português, Matemática,
Biologia e História. Essas provas tinham peso 3, 3, 2 e 2, respectivamente. Sabendo que Marcos
tirou 8,0 em Português, 7,5 em Matemática, 5,0 em Biologia e 4,0 em História, qual foi a média
que ele obteve?

p =

Portanto a média de Marcos foi de 6,45.

Mediana (Md)
A mediana é o valor central dos dados estatísticos dispostos em ordem crescente ou
decrescente. Se o número de dadas do rol for par, temos que a mediana é a média aritmética
dos dois valores centrais.
Exemplos:

1. A mediana dos dados 1, 2, 3, 4, 5, 9, 12, 16, 17 é 5

2. A mediana em 15, 12, 10, 2 vale (12 + 10) /2 = 11.

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Curso XXX – Matemática – Prof. Dudan

Moda (Mo)
A moda de um conjunto de números é o valor que ocorre com maior freqüência. A moda pode
não existir e também não ser única.
Exemplos:

1. O conjunto de números: 2, 2, 3, 4, 5, 5, 5, 6, 6, 6, 6, 6, 7, 9 tem moda 6.

2. O conjunto de números: 7, 6, 6, 8, 8, 9 tem modas 6 e 8. É, portanto, dito bimodal.

3. Seja o rol de dados: 1, 3, 7, 9, 10. Como todos os dados têm a mesma frequência, dizemos
que não existe moda.

Exemplo Resolvido 5:
População com N° de Elementos Ímpar:
Para a seguinte população: {1, 3, 5, 7, 9}
A mediana será o 3º elemento que é 5 (nesse caso, igual à média).
População com N° de Elementos Par:
Na seguinte população: {1, 2, 4, 8, 9, 10}
Não há um valor central, portanto a mediana é calculada tirando-se a média dos dois valores
centrais (no caso, o 3° e 4° elemento).
Logo, a posição da mediana é = (4+8)/2 = 6 (e a média é 5,666).

VARIÂNCIA E DESVIO PADRÃO


A variância deve ser calculada através da soma dos quadrados entre a diferença de um valor
observado e o valor médio. A diferença serve para mostrar quanto um valor observado se
distancia do valor médio.
(x1 – xm)2 + (x2 – xm)2 + ... + (xn – xm)2
VA = ________________________________________________
n

O desvio padrão é calculado extraindo a raiz quadrada da variância.

D.P. = VA
Calcule a variância e o desvio padrão entre:
a) 2, 6 e 7 b) 4, 5 e 6

www.acasadoconcurseiro.com.br 713
1. (FCC- 2011) A média aritmética de 11 números é 45. Se o número 8 for
retirado do conjunto, a média aritmética dos números restantes será:
a) 48,7.
b) 48.
c) 47,5.
d) 42.
e) 41,5.

2. Calcule a média aritmética de idade de 10 pessoas, sendo seis pessoas com 8 anos,
três pessoas com 10 anos e um pessoa com 11 anos:
a) 8 anos e 9 meses.
b) 8 anos e 10 meses.
c) 8 anos, 10 meses e 24 dias.
d) 8 anos, 10 meses e 8 dias.
e) 9 anos.

3. Comprei 5 doces a R$ 1,80 cada um, 3 doces a R$ 1,50 e 2 doces a R$ 2,00 cada. O
preço médio, por doce, foi de:
a) R$ 1,75.
b) R$ 1,85.
c) R$ 1,93.
d) R$ 2,00.
e) R$ 2,40.

4. Suponha que a etapa final de uma gincana escolar consista em um desafio de


conhecimentos. Cada equipe escolheria 10 alunos para realizar uma prova objetiva,
e a pontuação da equipe seria dada pela mediana das notas obtidas pelos alunos.
As provas valiam, no máximo, 10 pontos cada. Ao final, a vencedora foi a equipe
Ômega, com 7,8 pontos, seguida pela equipe Delta, com 7,6 pontos. Um dos alunos
da equipe Gama, a qual ficou na terceira e última colocação, não pôde comparecer,
tendo recebido nota zero na prova. As notas obtidas pelos 10 alunos da equipe Gama
foram 10; 6,5; 8; 10; 7; 6,5; 7; 8; 6; 0. Se o aluno da equipe Gama que faltou tivesse
comparecido, essa equipe:
a) teria a pontuação igual a 6,5 se ele obtivesse nota 0.
b) seria a vencedora se ele obtivesse nota 10.
c) seria a segunda colocada se ele obtivesse nota 8.
d) permaneceria na terceira posição, independentemente da nota obtida pelo aluno.
e) empataria com a equipe Ômega na primeira colocação se o aluno obtivesse nota 9.

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Curso XXX – Matemática – Prof. Dudan

5. Depois de jogar um dado em forma de cubo e de faces numeradas de 1 a


6, por 10 vezes consecutivas,e anotar o número obtido em cada jogada,
construí-se a seguinte tabela de distribuição de frequências.
A média, mediana e moda dessa distribuição de frequências são respectivamente:

Número Obtido Frequência


1 4
2 1
4 2
5 2
6 1

a) 3, 2 e 1.
b) 3, 3 e 1.
c) 3, 4 e 2.
d) 5, 4 e 2.
e) 6, 2 e 4.

6. O quadro seguinte mostra o desempenho de um time de futebol no último campeonato.


A coluna da esquerda mostra o número de gols marcados e a coluna da direita informa
em quantos jogos o time marcou aquele número de gols.

Gols marcados Quantidade de partidas


0 5
1 3
2 4
3 3
4 2
5 2
7 1

Se X, Y e Z são, respectivamente, a média, a mediana e a moda desta distribuição,


então
a) X = Y < Z.
b) Z < X = Y.
c) Y < Z < X.
d) Z < X < Y.
e) Z < Y < X.

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7. Para ser aprovado em um concurso, um estudante precisa submeter-se a três
provas parciais durante o período letivo e a uma prova final, com pesos 1, 1,
2 e 3, respectivamente, e obter média no mínimo 7. Se um estudante obteve
nas provas parciais as notas 5, 7 e 5, respectivamente, a nota mínima que necessita
obter na prova final para ser aprovado é
a) 9.
b) 8.
c) 7.
d) 6.
e) 5.

8. Cinco equipes A, B, C, D e E disputaram uma prova de gincana na qual as pontuações


recebidas podiam ser 0, 1, 2 ou 3. A media das cinco equipes foi de 2 pontos.
As notas das equipes foram colocadas no gráfico a seguir, entretanto, esqueceram de
representar as notas da equipe D e da equipe E.

Mesmo sem aparecer as notas das equipes D e E, pode-se concluir que os valores da
moda e da mediana são, respectivamente,
a) 1,5 e 2,0.
b) 2,0 e 1,5.
c) 2,0 e 2,0.
d) 2,0 e 3,0.
e) 3,0 e 2,0.

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Curso XXX – Matemática – Prof. Dudan

9. As 10 medidas colhidas por um cientista num determinado experimento,


todas na mesma unidade, foram as seguintes:
1,2 ; 1,2 ; 1,4 ; 1,5 ; 1,5 ; 2,0 ; 2,0 ; 2,0 ; 2,0 ; 2,2
Ao trabalhar na análise estatística dos dados, o cientista esqueceu-se, por
descuido, de considerar uma dessas medidas. Dessa forma, comparando os resultados
obtidos pelo cientista em sua análise estatística com os resultados corretos para esta
amostra, podemos afirmar que
a) a moda e a média foram afetadas.
b) a moda não foi afetada, mas a média foi.
c) a moda foi afetada, mas a média não foi.
d) a moda e a medi não foram afetadas.
e) n.d.a.

10. O gráfico apresenta a quantidade de gols marcados pelos artilheiros das Copas do
Mundo desde a Copa de 1930 até a de 2006.
Quantidades de Gols dos Artilheiros das Copas do Mundo

A partir dos dados apresentados, qual a mediana das quantidades de gols marcados
pelos artilheiros das Copas do Mundo?
a) 6 gols.
b) 6,5 gols.
c) 7 gols.
d) 7,3 gols.
e) 8,5 gols.

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11. O Departamento de Comércio Exterior do Banco Central possui 30 funcionários com a
seguinte distribuição salarial em reais.
Nº de funcionários Salários em R$
10 2.000,00
12 3.600,00
5 4.000,00
3 6.000,00

Quantos funcionários que recebem R$3.600,00 devem ser demitidos para que a
mediana desta distribuição de salários seja de R$2.800,00?
a) 8.
b) 11.
c) 9.
d) 10.
e) 7.

12. Num curso de iniciação à informática, a distribuição das idades dos alunos,
segundo o sexo, é dada pelo gráfico seguinte.

Com base nos dados do gráfico, pode-se afirmar que:


a) o número de meninas com, no máximo, 16 anos é maior que o número de meninos
nesse mesmo intervalo de idades.
b) o número total de alunos é 19.
c) a média de idade das meninas é 15 anos.
d) o número de meninos é igual ao número de meninas.
e) o número de meninos com idade maior que 15 anos é maior que o número de
meninas nesse mesmo intervalo de idades.

718 www.acasadoconcurseiro.com.br
Curso XXX – Matemática – Prof. Dudan

13. No concurso para o Tribunal de Alçada, os candidatos fizeram provas de


Português, Conhecimentos Gerais e Direito, respectivamente com pesos 2, 4
e 6. Sabendo-se que cada prova teve o valor de 100 pontos, o candidato que
obteve 68 em Português, 80 em Conhecimentos Gerais e 50 em Direito, teve
média:
a) 53.
b) 56.
c) 63.
d) 66.
e) 72.

14. Considere as seguintes medidas descritivas das notas finais dos alunos de três turmas:

Turma Número de Alunos Média Desvio Padrão


A 15 6.0 1.31
B 15 6.0 3.51
C 14 6.0 2.61

Com base nesses dados, considere as seguintes afirmativas:


1. Apesar de as médias serem iguais nas três turmas, as notas dos alunos da turma B
foram as que se apresentaram mais heterogêneas.
2. As três turmas tiveram a mesma média, mas com variação diferente.
3. As notas da turma A se apresentaram mais dispersas em torno da média.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente a afirmativa 3 é verdadeira.
b) Somente a afirmativa 2 é verdadeira.
c) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.
e) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.

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15. O serviço de atendimento ao consumidor de uma concessionária de veículos
recebe as reclamações dos clientes via telefone. Tendo em vista a melhoria
nesse serviço, foram anotados os números de chamadas durante um período
de sete dias consecutivos. Os resultados obtidos foram os seguintes:

Dia Número de chamadas


Domingo 3
Segunda 4
Terça 6
Quarta 9
Quinta 5
Sexta 7
Sábado 8

Sobre as informações contidas nesse quadro, considere as seguintes afirmativas:


I – O número médio de chamadas dos últimos sete dias foi 6.
II – A variância dos dados é 4.
III – O desvio padrão dos dados é 2.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.
d) Somente a afirmativa I é verdadeira.
e) As afirmativas I, II e III são verdadeiras.

Gabarito: 1. A 2. C 3. A 4. D 5. B 6. E 7. A 8. C 9. B 10. B 11. D 12. D 13. C 14. D 15. B

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Matemática

Equações do 1º grau

A equação de 1º grau é a equação na forma ax + b = 0, onde a e b são números reais e x é a


variável (incógnita). O valor da incógnita x é – b .
a

ax + b = 0  x = – ba

a) 10x – 2 = 0 b) – 7x + 18 = –x

c) x+3 – x-3 =7 d) 2x + 3 = x
2 3 5

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Exemplo
2 1
1. Gastei 3 do dinheiro do meu salário e depois gastei 4 do restante ficando com
R$ 120,00 apenas. Meu salário é de
a) R$ 480,00
b) R$ 420,00
c) R$ 360,00
d) R$ 240,00
e) R$ 200,00

2. Duas empreiteiras farão conjuntamente a pavimentação de uma estrada, cada uma


trabalhando a partir de uma das extremidades. Se uma delas pavimentar 2 da estrada
e a outra os 81 km restantes, a extensão dessa estrada é de: 5

a) 125 km.
b) 135 km.
c) 142 km.
d) 145 km.
e) 160 km.

4. O denominador de uma fração excede o numerador em 3 unidades. Adicionando-se


11 unidades ao denominador, a fração torna-se equivalente a 3 . A fração original é
4
a) 54 .
57
b) 30 .
33
c) 33 .
36
d) 42 .
45
e) 18 .
21
5. Um professor encontra num congresso um homem de cabelos grisalhos que fora seu
aluno quarenta anos atrás. O ex-aluno também tornou-se um renomado e competente
professor e de Português.
Chocado com o aspecto envelhecido do ex-aluno, o professor calcula que a diferença
de idades entre os dois é de vinte anos e, naquele tempo, ele tinha o dobro de idade
do aluno. Que idade o professor e o aluno têm hoje?
a) 40, 20
b) 80, 60.
c) 50, 30.
d) 60, 40.

722 www.acasadoconcurseiro.com.br
Equações do 1º Grau – Matemática – Prof. Dudan

9. Uma pessoa gasta ¼ do dinheiro que tem e, em seguida, ⅔ do que lhe resta, ficando
com R$ 350,00. Quanto tinha inicialmente?
a) R$ 400,00
b) R$ 700,00
c) R$ 1400,00
d) R$ 2100,00
e) R$ 2800,00

6. O valor de x que é solução da equação (x/3) - (1/4) = 2(x-1) pertence ao intervalo:


a) [0, 1]
b) [1, 2]
c) [2, 3]
d) [3, 4]
e) [4, 5]

Gabarito: 1. A 2. B 3. D 4. B 5. C

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Matemática

Equações do 2º Grau

A equação de 2° grau é a equação na forma ax² + bx + c = 0, onde a, b e c são números reais e x


é a variável (incógnita). O valor da incógnita x é determinado pela fórmula de Bháskara.
Nas equações escritas na forma ax² + bx + c = 0 (forma normal ou forma reduzida de uma
equação do 2º grau na incógnita x) chamamos a, b e c de coeficientes.
•• “a” é sempre o coeficiente de x²;
•• “b” é sempre o coeficiente de x,
•• “c” é o coeficiente ou termo independente.
Assim:
•• x² – 5x + 6 = 0 é um equação do 2º grau com a = 1, b = – 5 e c = 6.
•• 6x² – x – 1 = 0 é um equação do 2º grau com a = 6, b = – 1 e c = – 1.
•• 7x² – x = 0 é um equação do 2º grau com a = 7, b = – 1 e c = 0.
•• x² – 36 = 0 é um equação do 2º grau com a = 1, b = 0 e c = – 36.

RESOLUÇÃO DE EQUAÇÕES COMPLETAS DE 2º GRAU

ax2 + bx + c = 0

Como solucionar uma equação do 2º grau?


Para solucionar equações do 2º grau utilizaremos a fórmula de Bháskara.

Onde a, b e c são os coeficientes (números) encontrados na equação.


Exemplo:
Resolução a equação: 7x2 + 13x – 2 = 0

www.acasadoconcurseiro.com.br 725
Temos a = 7, b = 13 e c = – 2 .
Substituindo na fórmula temos

Vale ressaltar que de acordo com o discriminante, temos três casos a considerar:
•• 1º Caso: O discriminante é positivo , ∆ > 0, então a equação tem duas raízes reais diferentes.
•• 2º Caso: O discriminante é nulo , ∆ = 0, então a equação tem duas raízes reais e iguais.
•• 3º Caso: O discriminante é negativo, ∆ < 0 ,então não há raízes reais.

Atenção!
•• Raiz (ou zero da função) é(são) o(s) valor(es) da incógnita x que tornam verdadeira a
equação.

Exemplos:
I – As raízes de x² – 6x + 8 = 0 são x1 = 2 e x2 = 4 pois (2)² – 6(2) +8 =0 e (4)² – 6(4) +8 = 0

II – As raízes de x² + 6x + 9 = 0 são x1 = x2 = – 3 pois (– 3)² +6 (– 3) +9 =0

SOMA E PRODUTO DAS RAÍZES

A soma e o produto das raízes da função quadrática são dados pelas fórmulas:
Soma = x1 + x2 = ____
–b

a

Produto = x1 . x2 = ___
c
a

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Matemática – Equação de 2º Grau – Prof. Dudan

Determine a soma e o produto das raízes das equações:


a) x2 – 6x + 8 = 0

RESOLUÇÃO DE EQUAÇÕES INCOMPLETAS DE 2º GRAU


Na resolução das incompletas não é necessário resolver por Bháskara, basta usar os métodos
específicos:

Exemplos:
a) 7x2 – x = 0
Colocando o "x" em evidência temos: x (7x – 1) = 0
Assim x = 0 (uma raiz sempre prevista nesse caso) ou 7x – 1 = 0, logo 7x = 1 e portanto x = 1/7
b) x2 – 36 = 0
Nesse caso passaremos o 36 para o outro lado.
x2 = 36
x = ± 6 (raízes opostas)
c) x2 + 25 = 0
Nesse caso particular temos que:
x2 = –25, lembrando que todo número real quando elevado ao quadrado resulta em algo
positivo, portanto, temos nesse exemplo um caso de raízes não reais.
x = ± 5i
Resolva a equação a seguir e encontre suas raízes:
x2 – 5x + 6 = 0

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Matemática

Sistemas de Equações

Todo sistema linear é classificado de acordo com o número de soluções apresentadas por ele.

DETERMINADO
Admite uma única solução
POSSÍVEL OU COMPATÍVEL
quando admite solução �
SISTEMA INDETERMINADO


LINEAR Admite infinitas soluções

IMPOSSÍVEL OU INCOMPATÍVEL
quando não admite solução

Métodos de Resolução
Método da Adição
Definição
Esse método consiste em multiplicar as equações de maneira que se criem valores “opostos “
da mesma variável que será eliminada quando somarmos as equações.
Vale ressaltar que nem sempre é necessária tal multiplicação .

x + 2y = 16
Exemplo: �
3x - y = 13
Assim multiplicaremos a segunda equação por 2, logo:
x + 2y = 16
� assim criamos os valores opostos 2y e -2y.
6x - 2y = 26

Agora somaremos as 2 equações , logo:


x + 2y = 16
6x - 2y = 26
7x + 0y = 42
42
Logo x = 7 → x = 6 e para achar o valor de y basta trocar o valor de x obtido em qualquer uma
das equações dadas:
Assim se x + 2 y = 16, então 6 + 2y = 16 → 2y = 10 e portanto y = 10/2 → y = 5

www.acasadoconcurseiro.com.br 729
Atividades
Resolva usando o método da adição.
3x + y = 9

2x + 3y = 13

Método da Substituição
Definição: Esse método consiste em isolar uma das variáveis numa equação e substituí-la na
outra.
Vale ressaltar que preferencialmente deve-se isolar a variável que possuir “coeficiente” 1 assim
evitamos um trabalho com o M.M.C.

x + 2y = 16
Exemplo: �
3x - y = 13

Assim isolando o “x” na primeira equação, temos: x = 16 – 2y e substituindo-a na segunda


equação: 3(16 -2y) - y = 13 → 48 - 6y - y = 13 → - 7y = 13 - 48 → - 7y = - 35 logo x = -35/-7 = 5
Daí basta trocar o valor de x obtido na equação isolada:
Se x = 16 - 2y, logo x = 16 - 2 x 5 → x = 16 - 10 → x = 6

Exercícios
Resolva usando o método da substituição.
3x + y = 9
a) �
2x + 3y = 13

Na garagem de um prédio há carros e motos num total de 13 veículos e 34 pneus. O número de


motos nesse estacionamento é:
a) 5.
b) 6.
c) 7.
d) 8.
e) 9.

A diferença entre dois números positivos a e b é 5, e a razão entre eles é 5/3. O produto ab é
a) 7,5
b) 8,333...
c) 12,5
d) 93
e) 93,75

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Matemática – Sistemas de Equações de 1º Grau – Prof. Dudan

Um aluno ganha 5 pontos por exercício que acerta e perde 3 pontos por exercício que erra. Ao
fim de 50 exercícios tinha 10 pontos. Quantos exercícios ele acertou?
a) 15
b) 20
c) 25
d) 30
e) 35

O valor de dois carros de mesmo preço adicionado ao de uma moto é R$ 41.000,00. O valor de
duas motos iguais a primeira adicionado ao de um carro de mesmo preço que os primeiros é de
R$ 28.000,00. A diferença entre o valor do carro e o da moto é:
a) R$ 5.000,00
b) R$ 13.000,00
c) R$ 18.000,00
d) R$ 23.000,00
e) R$ 41.000,00

Durante uma aula de ginástica, três amigas, também com a mesma preocupação, resolveram
avaliar o peso da cada uma, utilizando a balança da academia. A pesagem, contudo, foi efetuada
duas a duas. Ana e Carla pesaram, juntas, 98kg; Carla e Márcia, 106kg; Ana e Márcia, 104 kg. O
peso das três amigas, juntas, subtraindo o dobro do peso de Carla, é igual a
a) 42kg
b) 46kg
c) 48kg
d) 54kg
e) 58kg

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Informática

Professor: Márcio Hunecke

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Windows 7 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

Windows 7

Tela de Boas Vindas

A tela de boas-vindas é aquela que você usa para fazer logon no Windows. Ela exibe todas as
contas do computador. Você pode clicar no seu nome de usuário em vez de digitá-lo, e depois
pode trocar facilmente para outra conta com a Troca Rápida de Usuário. No Windows XP, a
tela de boas-vindas pode ser ativada ou desativada. Nesta versão do Windows, não é possível
desativá-la. Por padrão, a Troca Rápida de Usuário está ativada.

A tela de boas-vindas

Starter Home Basic Home Premium Professional Enterprise Ultimate


A versão Tarefas diárias O melhor do A versão S o m e n t e A versão mais
mais simples mais rápidas e o Windows 7 em ideal para comercializado completa do
do Windows seu fundo de tela seu computador quem utiliza o via contrato Windows 7.
7. Sem AERO. personalizado. pessoal computador com a
Sem AERO. para o trabalho Microsoft.

Para identificar a edição do Windows 7, clicar no Menu Iniciar, Painel de Controle e abrir o
ícone “Sistema”.

www.acasadoconcurseiro.com.br 735
Área de Trabalho

A área de trabalho é a principal área exibida na tela quando você liga o computador e faz logon
no Windows. Ela serve de superfície para o seu trabalho, como se fosse o tampo de uma mesa
real. Quando você abre programas ou pastas, eles são exibidos na área de trabalho. Nela,
também é possível colocar itens, como arquivos e pastas, e organizá-los como quiser.
A área de trabalho é definida às vezes de forma mais abrangente para incluir a barra de tarefas.
A barra de tarefas fica na parte inferior da tela. Ela mostra quais programas estão em execução
e permite que você alterne entre eles. Ela também contém o botão Iniciar , que pode ser
usado para acessar programas, pastas e configurações do computador.

Trabalhando com Ícones da Área de Trabalho


Ícones são imagens pequenas que representam arquivos, pastas, programas e outros itens. Ao
iniciar o Windows pela primeira vez, você verá pelo menos um ícone na área de trabalho: a
Lixeira (mais detalhes adiante). O fabricante do computador pode ter adicionado outros ícones
à área de trabalho. Veja a seguir alguns exemplos de ícones da área de trabalho.

Exemplos de ícones da área de trabalho

Se você clicar duas vezes em um ícone da Área de trabalho, o item que ele representa será
iniciado ou aberto.

Adicionando e Removendo Ícones da Área de Trabalho


Você pode escolher os ícones que serão exibidos na área de trabalho, adicionando ou
removendo um ícone a qualquer momento. Algumas pessoas preferem uma área de trabalho
limpa, organizada, com poucos ícones (ou nenhum). Outras preferem colocar dezenas de
ícones na área de trabalho para ter acesso rápido a programas, pastas e arquivos usados com
frequência.
Se quiser obter acesso fácil da área de trabalho a seus programas ou arquivos favoritos, crie
atalhos para eles. Um atalho é um ícone que representa um link para um item, em vez do item
em si. Quando você clica em um atalho, o item é aberto. Se você excluir um atalho, somente
ele será removido, e não o item original. É possível identificar atalhos pela seta no ícone
correspondente.

736 www.acasadoconcurseiro.com.br
Windows 7 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

Um ícone de arquivo (à esquerda) e um ícone de atalho (à direita)

Para Adicionar um Atalho à Área de Trabalho

1. Localize o item para o qual deseja criar um atalho.

2. Clique com o botão direito do mouse no item, clique em Enviar para e em Área de Trabalho
(criar atalho). O ícone de atalho aparecerá na área de trabalho.

Para Adicionar ou Remover Ícones Comuns da Área de Trabalho


Alguns exemplos de ícones comuns da área de trabalho incluem Computador, sua pasta pessoal,
a Lixeira, o Painel de Controle e a Rede.

1. Clique com o botão direito do mouse em uma parte vazia da área de trabalho e clique em
Personalizar (Observação: Essa opção não está disponível na edição do Windows Started).

2. No painel esquerdo, clique em Alterar ícones da área de trabalho.

3. Em Ícones da área de trabalho, marque a caixa de seleção referente a cada ícone que deseja
adicionar à área de trabalho ou desmarque a caixa de seleção referente a cada ícone que
deseja remover da área de trabalho. Em seguida, clique em OK.

Para Mover um Arquivo de uma Pasta para a Área de Trabalho

1. Abra a pasta que contém o arquivo.

2. Arraste o arquivo para a área de trabalho.

Para Remover um Ícone da Área de Trabalho


Clique com o botão direito do mouse no ícone e clique em Excluir. Se o ícone for um atalho,
somente ele será removido, e não o item original.

www.acasadoconcurseiro.com.br 737
Movendo Ícones
O Windows empilha os ícones em colunas no lado esquerdo da área de trabalho, mas você não
precisa se prender a essa disposição. Você pode mover um ícone arrastando-o para um novo
local na área de trabalho.
Também pode fazer com que o Windows organize automaticamente os ícones. Clique com
o botão direito do mouse em uma parte vazia da área de trabalho, clique em Exibir e em
Organizar ícones automaticamente. O Windows empilha os ícones no canto superior esquerdo
e os bloqueia nessa posição. Para desbloquear os ícones e tornar a movê-los novamente, clique
outra vez em Organizar ícones automaticamente, apagando a marca de seleção ao lado desta
opção.
Por padrão, o Windows espaça os ícones igualmente em uma grade invisível. Para colocar os
ícones mais perto ou com mais precisão, desative a grade. Clique com o botão direito do mouse
em uma parte vazia da área de trabalho, aponte para “Exibir” e clique em “Alinhar ícones à
grade”. Repita essas etapas para reativar a grade.

Selecionando Vários Ícones

Para mover ou excluir um grupo de ícones de uma só


vez, primeiro é necessário selecionar todos eles. Clique
em uma parte vazia da área de trabalho e arraste o
mouse. Contorne os ícones que deseja selecionar com
o retângulo que aparecerá. Em seguida, solte o botão
do mouse. Agora você pode arrastar os ícones como
um grupo ou excluí-los.

Ocultando Ícones da Área de Trabalho


Para ocultar temporariamente todos os ícones da área de trabalho sem realmente removê-
los, clique com o botão direito do mouse em uma parte vazia da área de trabalho, clique em
“Exibir” e em “Mostrar Ícones da Área de Trabalho” para apagar a marca de seleção dessa
opção. Agora, nenhum ícone aparece na área de trabalho. Para vê-los novamente, clique outra
vez em “Mostrar Ícones da Área de Trabalho”.

Lixeira

Quando você não precisar mais de um arquivo, poderá removê-lo do computador para ganhar
espaço e impedir que o computador fique congestionado com arquivos indesejados. Para
excluir um arquivo, abra a respectiva pasta ou biblioteca e selecione o arquivo. Pressione a
tecla “Delete” no teclado e, na caixa de diálogo Excluir Arquivo, clique em “Sim”.

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Windows 7 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

Um arquivo excluído é armazenado temporariamente na Lixeira. Pense nela como uma rede
de segurança que lhe permite recuperar pastas ou arquivos excluídos por engano. De vez em
quando, você deve esvaziar a Lixeira para recuperar o espaço usado pelos arquivos indesejados
no disco rígido.

A Lixeira vazia (à esquerda) e cheia (à direita)

Se tiver certeza de que não precisará mais dos itens excluídos, poderá esvaziar a Lixeira. Ao fazer
isso, excluirá permanentemente os itens e recuperará o espaço em disco por eles ocupado.
Regra: Ao recuperar um arquivo da Lixeira ele SEMPRE será colocado no mesmo local onde foi
excluído.
Em situações normais, todos os arquivos são enviados para Lixeira, mas existe algumas
exceções:
a) Excluir com a tecla SHIFT pressionada;
b) Excluir de dispositivos com armazenamento removível (pen drive);
c) Excluir da rede.;
d) Configurar o tamanho de Lixeira como “0”.
e) Excluir arquivos maiores que o tamanho da Lixeira;
f) Configurar a Lixeira selecionando a opção “Não mover arquivos para a Lixeira”;
g) Excluir arquivos maiores que o espaço livre da Lixeira faz com que os arquivos mais antigos
sejam excluídos.

Gadgets

O Windows contém miniprogramas chamados Gadgets que oferecem informações rápidas e


acesso fácil a ferramentas usadas com frequência. Por exemplo, você pode usar Gadgets para
exibir uma apresentação de slides ou exibir manchetes atualizadas continuamente. Alguns
Gadgets incluídos no Windows 7 são: Apresentação de Slides , Calendário, Conversor de
Moedas, Manchetes do Feed, Medidor de CPU, Quebra-cabeças de Imagens, Relógio e Tempo.

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Menu Iniciar

O Menu Iniciar é o portão de entrada para programas, pastas e configurações do computador.


Ele se chama menu, pois oferece uma lista de opções, exatamente como o menu de um
restaurante. E como a palavra “iniciar” já diz, é o local onde você iniciará ou abrirá itens.
Use o menu Iniciar para fazer as seguintes atividades comuns:
•• Iniciar programas
•• Abrir pastas usadas com frequência (bibliotecas)
•• Pesquisar arquivos, pastas e programas
•• Ajustar configurações do computador (Painel de Controle)
•• Obter ajuda com o sistema operacional Windows
•• Desligar o computador ou fazer logoff do Windows ou alternar para outra conta de usuário
Para abrir o Menu Iniciar, clique no botão Iniciar no canto inferior esquerdo da tela, ou
pressione a tecla de logotipo do Windows no teclado.
O Menu Iniciar tem duas partes básicas:
•• O painel esquerdo grande mostra uma lista breve de programas no computador. Pode haver
variações na aparência dessa lista porque o fabricante do computador tem autonomia para
personalizá-la. Clique em Todos os Programas para exibir uma lista completa de programas
(mais informações adiante). Na parte inferior do painel esquerdo está a caixa de pesquisa,
que permite que você procure programas e arquivos no computador digitando os termos
de pesquisa.
•• O painel direito dá acesso a pastas, arquivos, configurações e recursos mais usados. Nele
também é possível fazer logoff do Windows ou desligar o computador.

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Windows 7 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

Abrindo Programas a Partir do Menu Iniciar


Um dos usos mais comuns do Menu Iniciar é abrir programas instalados no computador. Para
abrir um programa mostrado no painel esquerdo do Menu Iniciar, clique nele. Isso abrirá o
programa e fechará o Menu Iniciar.
Se você não vir o programa que deseja, clique em Todos os Programas na parte inferior do
painel esquerdo. O painel exibirá uma longa lista de programas, em ordem alfabética, seguida
por uma lista de pastas.
Se você clicar em um dos ícones de programa, ele será inicializado e o menu Iniciar será fechado.
O que há dentro das pastas? Mais programas. Clique em Acessórios, por exemplo, e uma lista
de programas armazenados nessa pasta aparecerá. Clique em qualquer programa para abri-lo.
Para voltar aos programas que você viu quando abriu o menu Iniciar pela primeira vez, clique
em “Voltar” perto da parte inferior do menu.
Se você não tiver certeza do que um programa faz, mova o ponteiro sobre o respectivo ícone ou
nome. Aparecerá uma caixa com uma descrição do programa. Por exemplo, a ação de apontar
para a Calculadora exibe esta mensagem: “Executa tarefas aritméticas básicas com uma
calculadora na tela”. Isso funciona também para itens no painel direito do Menu Iniciar.
Você notará que, com o tempo, as listas de programas no menu Iniciar vão sendo alteradas.
Isso acontece por dois motivos. Em primeiro lugar, quando você instala novos programas, eles
são adicionados à lista Todos os Programas. Em segundo lugar, o menu Iniciar detecta quais
programas você usa mais e os substitui no painel esquerdo para acesso rápido.

O que está no painel esquerdo?


O painel esquerdo do Menu Iniciar contém links para os programas que você utiliza com mais
frequência. Segue uma descrição da distribuição dos ícones, de cima para baixo:
•• Ícones dos programas fixados no Menu Iniciar – Em uma instalação normal do Windows 7,
nenhum programa fica nesta parte superior do menu Iniciar.
•• Ícones dos programas mais utilizados – Os dez programas mais usados aparecem na lista.
Se quiser remove algum programa da lista, basta clicar em Remover desta lista.
•• Todos os Programas – Lista de Todos os programas instalados no computador.
•• Pesquisa – Permite pesquisar itens como arquivos, pastas, programas e-mails e outros.

O que está no painel direito?


O painel direito do Menu Iniciar contém links para partes do Windows que você provavelmente
usará com mais frequência. Aqui estão elas, de cima para baixo:
•• Pasta pessoal. Abre a pasta pessoal, que recebe o nome de quem está conectado no
momento ao Windows. Por exemplo, se o usuário atual for Luciana Ramos, a pasta se
chamará Luciana Ramos. Esta pasta, por sua vez, contém arquivos específicos do usuário,
como as pastas Meus Documentos, Minhas Músicas, Minhas Imagens e Meus Vídeos.
•• Documentos. Abre a biblioteca Documentos, na qual é possível acessar e abrir arquivos de
texto, planilhas, apresentações e outros tipos de documentos.

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•• Imagens. Abre a biblioteca Imagens, na qual é possível acessar e exibir imagens digitais e
arquivos gráficos.
•• Música. Abre a biblioteca Músicas, na qual é possível acessar e tocar música e outros
arquivos de áudio.
•• Jogos. Abre a pasta Jogos, na qual é possível acessar todos os jogos no computador.
•• Computador. Abre uma janela na qual é possível acessar unidades de disco, câmeras,
impressoras, scanners e outros hardwares conectados ao computador.
•• Painel de Controle. Abre o Painel de Controle, no qual é possível personalizar a aparência
e a funcionalidade do computador, instalar ou desinstalar programas, configurar conexões
de rede e gerenciar contas de usuário.
•• Dispositivos e Impressoras. Abre uma janela onde é possível exibir informações sobre a
impressora, o mouse e outros dispositivos instalados no seu computador.
•• Programas Padrão. Abre uma janela onde é possível selecionar qual programa você deseja
que o Windows use para determinada atividade, como navegação na Web.
•• Ajuda e Suporte. Abre a Ajuda e Suporte do Windows onde você pode procurar e pesquisar
tópicos da Ajuda sobre como usar o Windows e o computador.
•• Na parte inferior do painel direito está o botão de Desligar. Clique no botão Desligar para
desligar o computador.

Personalizar o Menu Iniciar


Você pode controlar quais itens aparecerão no Menu Iniciar. Por exemplo, você pode adicionar
ícones de seus programas favoritos ao Menu Iniciar para acesso rápido ou remover programas
da lista. Você também pode ocultar ou mostrar certos itens no painel direito. Para isso, clique
com botão da direita do mouse sobre um o Menu Iniciar e selecione “Propriedades”.

Barra de Tarefas

A barra de tarefas é aquela barra longa horizontal na parte inferior da tela. Diferentemente da
área de trabalho, que pode ficar obscurecida devido às várias janelas abertas, a barra de tarefas
está quase sempre visível. Ela possui três seções principais:
•• O botão Iniciar , que abre o Menu Iniciar.
•• A seção intermediária, que mostra quais programas e arquivos estão abertos e permite que
você alterne rapidamente entre eles.
•• A área de notificação, que inclui um relógio e ícones (pequenas imagens) que comunicam o
status de determinados programas e das configurações do computador.
No Windows XP, ao lado no Menu Iniciar aparecia a “Barra de Inicialização Rápida” que não
existe no Windows 7, pois agora temos a opção de “Fixar” os programas na Barra de Tarefas.
Como é provável que você use a seção intermediária da barra de tarefas com mais frequência,
vamos abordá-la primeiro.

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Manter o Controle das Janelas


Se você abrir mais de um programa ou arquivo ao mesmo tempo, as janelas rapidamente
começarão a se acumular na área de trabalho. Como as janelas costumam encobrir umas às
outras ou ocupar a tela inteira, às vezes fica difícil ver o que está por baixo ou lembrar do que já
foi aberto.
É aí que a barra de tarefas entra em ação. Sempre que você abre um programa, uma pasta ou
um arquivo, o Windows cria um botão na barra de tarefas correspondente a esse item. Esse
botão exibe um ícone que representa o programa aberto. Na figura abaixo, dois programas
estão abertos (a Calculadora e o Campo Minado) e cada um tem seu próprio botão na barra de
tarefas.

Cada programa possui seu próprio botão na barra de tarefas

Observe que o botão na barra de tarefas para o Campo Minado está realçado. Isso indica que
o Campo Minado é a janela ativa, ou seja, que está na frente das demais janelas abertas e que
você pode interagir imediatamente com ele.
Para alternar para outra janela, clique no botão da barra de tarefas. Neste exemplo, se você
clicar no botão da barra de tarefas referente à Calculadora, sua janela será trazida para frente.

Clique em um botão da barra de tarefas para alternar para a janela correspondente

Clicar em botões da barra de tarefas é apenas uma das diversas formas de alternar entre janelas.

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Minimizar e Restaurar Janelas
Quando uma janela está ativa (seu botão da barra de tarefas aparece realçado), o clique no
botão correspondente minimiza a janela. Isso significa que a janela desaparece da área de
trabalho. Minimizar uma janela não a fecha, nem exclui seu conteúdo. Simplesmente a remove
da área de trabalho temporariamente.
Na figura abaixo, a Calculadora foi minimizada, mas não fechada. Você sabe que ela ainda está
em execução porque existe um botão na barra de tarefas.

A ação de minimizar a Calculadora deixa visível somente seu botão da barra de tarefas

Também é possível minimizar uma janela clicando no botão de minimizar, no canto superior
direito da janela.

Botão Minimizar (à esquerda)

Para restaurar uma janela minimizada (fazê-la aparecer novamente na área de trabalho), clique
no respectivo botão da barra de tarefas.

Ver Visualizações das Janelas Abertas


Quando você move o ponteiro do mouse para um botão da barra de tarefas, uma pequena
imagem aparece mostrando uma versão em miniatura da janela correspondente. Essa
visualização, também chamada de miniatura, é muito útil. Além disso, se uma das janelas tiver
execução de vídeo ou animação, você verá na visualização.
Você poderá visualizar as miniaturas apenas se o Aero puder ser executado no seu computador
e você estiver executando um tema do Windows 7.

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Área de Notificação

A área de notificação, na extrema direita da barra de tarefas, inclui um relógio e um grupo de


ícones. Ela tem a seguinte aparência:

À esquerda os ícones comuns em um computador de mesa e à direita de um notebook.

Esses ícones comunicam o status de algum item no computador ou fornecem acesso a


determinadas configurações. O conjunto de ícones que você verá varia em função dos
programas ou serviços instalados e de como o fabricante configurou seu computador.
Quando você mover o ponteiro para um determinado ícone, verá o nome desse ícone e o status
de uma configuração. Por exemplo, apontar para o ícone de volume mostrará o nível de
volume atual do computador. Apontar para o ícone de rede informará se você está conectado
a uma rede, qual a velocidade da conexão e a intensidade do sinal.
Na Área de Notificação temos um recurso novo do Windows 7, a “Central de Ações”. Ela é um
local central para exibir alertas e tomar providências que podem ajudar a executar o Windows
uniformemente. A Central de Ações lista mensagens importantes sobre configurações de
segurança e manutenção que precisam da sua atenção. Os itens em vermelho na Central
de Ações são rotulados como Importante e indicam problemas significativos que devem ser
resolvidos logo, como um programa antivírus que precisa ser atualizado. Os itens em amarelo
são tarefas sugeridas que você deve considerar executar, como tarefas de manutenção
recomendadas.
Em geral, o clique simples em um ícone na área de notificação abre o programa ou a configuração
associada a ele. Por exemplo, a ação de clicar uma vez no ícone de volume abre os controles de
volume. O clique simples no ícone de rede abre a Central de Rede e Compartilhamento.
De vez em quando, um ícone na área de notificação exibirá uma pequena janela pop-up
(denominada notificação) para informá-lo sobre algo. Por exemplo, depois de adicionar um
novo dispositivo de hardware ao seu computador, é provável que você veja o seguinte:

A área de notificação exibe uma mensagem depois que o novo hardware é instalado

Clique no botão Fechar no canto superior direito da notificação para descartá-la. Se você não
fizer nada, a notificação desaparecerá após alguns segundos.

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Para evitar confusão, o Windows oculta ícones na área de notificação quando você fica um
tempo sem usá-los. Se os ícones estiverem ocultos, clique no botão “Mostrar ícones ocultos”
para exibi-los temporariamente.

Personalizar a Barra de Tarefas


Existem muitas formas de personalizar a barra de tarefas de acordo com as suas preferências.
Por exemplo, você pode mover a barra de tarefas inteira para a esquerda, para a direita ou para
a borda superior da tela. Também pode alargar a barra de tarefas, fazer com que o Windows a
oculte automaticamente quando não estiver em uso e adicionar barras de ferramentas a ela.
Para isso, clique com botão da direita do mouse sobre uma área sem ícones na Barra de Tarefas
e selecione Propriedades.

Desligando o Computador

Quando você termina de usar o computador, é importante desligá-lo corretamente não apenas
para economizar energia, mas também para garantir que os dados sejam salvos e para ajudar
a mantê-lo mais seguro. Há três maneiras de desligar o computador: pressionando o botão
liga/desliga do computador, usando o botão Desligar no Menu Iniciar e, caso tenha um laptop,
fechando a tampa.

Use o Botão Desligar no Menu Iniciar


Para desligar o computador usando o menu Iniciar, clique no botão Iniciar e, no canto inferior
direito desse menu, clique em Desligar.
Quando você clicar em Desligar, o computador fechará todos os programas abertos, juntamente
com o próprio Windows, para em seguida desligar completamente o computador e a tela. O
desligamento não salva seu trabalho; portanto, primeiro salve seus arquivos.

Clique na seta ao lado do botão Desligar para ver mais opções.

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Para Alterar as Configurações do Botão Desligar


Por padrão, o botão Desligar desliga o computador. Mas você pode alterar o que acontece
quando clica nesse botão.

1. Clique para abrir a Barra de Tarefas e as Propriedades do Menu Iniciar.

2. Clique na guia Menu Iniciar.

3. Na lista Ação do botão de energia, clique em um item e em OK.


O botão Desligar também pode assumir uma outra forma. Se você tiver configurado o
computador para receber atualizações automáticas do “Windows Update” e elas estiverem
prontas para ser instaladas, o botão Desligar terá a seguinte aparência:

O botão Desligar (instalar atualizações e desligar)

Nesse caso, ao se clicar no botão Desligar, o Windows instala as atualizações e desliga seu
computador.
A ação de iniciar o computador após seu desligamento demora mais do que iniciá-lo quando
ele está em modo de suspensão.

Usando o Modo de Suspensão


Você pode colocar seu computador em suspensão, em vez de desligá-lo. Quando o computador
está em suspensão, o vídeo se desliga e, geralmente, a ventoinha para. Geralmente, uma luz na
parte externa do gabinete do computador pisca ou fica amarela para indicar que o computador
está em suspensão. Todo o processo leva apenas alguns segundos.
Como o Windows se lembrará do que você estava fazendo, não é necessário fechar os
programas e arquivos antes de colocar o computador em suspensão. Mas convém salvar seu
trabalho antes de colocar o computador em qualquer modo de baixo consumo de energia. Na
próxima vez que você ligar o computador (e inserir sua senha, se necessário), a aparência da
tela será exatamente igual a quando você desligou o computador.
Para ativar o computador, pressione o botão de energia no gabinete do computador. Como
você não precisa esperar o Windows iniciar, o computador é ativado em segundos e você pode
voltar ao trabalho quase imediatamente.
Enquanto está em suspensão, o computador usa pouca energia para manter seu trabalho na
memória. Se você estiver usando um laptop, não se preocupe. A bateria não será descarregada.
Se o computador ficar muitas horas em suspensão ou se a bateria estiver acabando, seu trabalho
será salvo no disco rígido e o computador será desligado de vez, sem consumir energia.

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Quando Desligar
Ainda que colocar o computador em suspensão seja uma maneira rápida de desligá-lo e a
melhor opção para retomar o trabalho rapidamente, há situações em que é necessário desligá-
lo completamente:
•• Ao adicionar ou atualizar hardware no interior do computador (por exemplo, instalar
memória, disco rígido, placa de som ou placa de vídeo). Desligue o computador e
desconecte-o da fonte de energia antes de prosseguir com a atualização.
•• Ao se adicionar uma impressora, um monitor, uma unidade externa ou outro dispositivo
de hardware que não se conecta a uma porta USB ou IEEE 1394 no computador. Desligue o
computador antes de conectar o dispositivo.
Ao adicionar hardware que usa um cabo USB, não é necessário desligar o computador primeiro.
A maioria dos dispositivos mais novos usa cabos USB. Esta é a aparência de um cabo USB:

Cabo USB

Usuários de Laptop: Fechar a Tampa


Se tiver um laptop, há uma maneira mais fácil ainda de desligar o computador: fechando a
tampa. Você pode escolher se o computador será colocado em suspensão, desligará ou
entrará em outro estado de economia de energia. Se preferir, desligue o laptop pressionando o
respectivo botão de energia. Para escolher a ação abra o Painel de Controle, Opções de Energia,
no lado esquerdo você encontra a opção “Escolher a função do fechamento da tampa”.

Trabalhando com Janelas

Sempre que você abre um programa, um arquivo ou uma pasta, ele aparece na tela em uma
caixa ou moldura chamada janela (daí o nome atribuído ao sistema operacional Windows, que
significa Janelas em inglês). Como as janelas estão em toda parte no Windows, é importante
saber como movê-las, alterar seu tamanho ou simplesmente fazê-las desaparecer.

Partes de uma Janela


Embora o conteúdo de cada janela seja diferente, todas as janelas têm algumas coisas em
comum. Em primeiro lugar, elas sempre aparecem na área de trabalho, a principal área da tela.
Além disso, a maioria das janelas possuem as mesmas partes básicas.

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Partes de uma janela típica

•• Barra de título. Exibe o nome do documento e do programa (ou o nome da pasta, se você
estiver trabalhando em uma pasta).
•• Botões Minimizar, Maximizar e Fechar. Estes botões permitem ocultar a janela, alargá-la
para preencher a tela inteira e fechá-la, respectivamente (mais detalhes sobre eles em
breve).
•• Barra de menus. Contém itens nos quais você pode clicar para fazer escolhas em um
programa.
•• Barra de rolagem. Permite rolar o conteúdo da janela para ver informações que estão fora
de visão no momento.
•• Bordas e cantos. É possível arrastá-los com o ponteiro do mouse para alterar o tamanho da
janela.
Outras janelas podem ter botões, caixas ou barras adicionais, mas normalmente também têm
as partes básicas.

Movendo uma Janela


Para mover uma janela, aponte para sua barra de título com o ponteiro do mouse . Em
seguida, arraste a janela para o local desejado. (Arrastar significa apontar para um item, manter
pressionado o botão do mouse, mover o item com o ponteiro e depois soltar o botão do mouse).

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Alterando o Tamanho de uma Janela
•• Para que uma janela ocupe a tela inteira, clique em seu botão Maximizar ou clique duas
vezes na barra de título da janela.
•• Para retornar uma janela maximizada ao tamanho anterior, clique em seu botão Restaurar
(ele é exibido no lugar do botão Maximizar). ou clique duas vezes na barra de título da
janela.
•• Para redimensionar uma janela (torná-la menor ou maior), aponte para qualquer borda ou
canto da janela. Quando o ponteiro do mouse mudar para uma seta de duas pontas (veja a
figura abaixo), arraste a borda ou o canto para encolher ou alargar a janela.

Arraste a borda ou o canto de uma janela para redimensioná-la

Não é possível redimensionar uma janela maximizada. Você deve primeiro restaurá-la ao
tamanho anterior.
Embora a maioria das janelas possa ser maximizada e redimensionada, existem algumas janelas
que têm tamanho fixo, como as caixas de diálogo.

Ocultando uma Janela


Minimizar uma janela é o mesmo que ocultá-la. Se você deseja tirar uma janela temporariamente
do caminho sem fechá-la, minimize-a.
Para minimizar uma janela, clique em seu botão Minimizar . A janela desaparecerá da área
de trabalho e ficará visível somente como um botão na barra de tarefas, aquela barra longa
horizontal na parte inferior da tela.

Botão da barra de tarefas

Para fazer uma janela minimizada aparecer novamente na área de trabalho, clique em seu
respectivo botão da barra de tarefas. A janela aparecerá exatamente como estava antes de ser
minimizada.

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Fechando uma Janela


O fechamento de uma janela a remove da área de trabalho e da barra de tarefas. Se você
tiver terminado de trabalhar com um programa ou documento e não precisar retornar a ele
imediatamente, feche-o.
Para fechar uma janela, clique em seu botão Fechar . Se você fechar um documento sem
salvar as alterações feitas, aparecerá uma mensagem dando-lhe a opção de salvar as alterações.

Alternando entre Janelas


Se você abrir mais de um programa ou documento, a área de trabalho poderá ficar
congestionada rapidamente. Manter o controle de quais janelas você já abriu nem sempre é
fácil, porque algumas podem encobrir, total ou parcialmente, as outras.
Usando a barra de tarefas. A barra de tarefas fornece uma maneira de organizar todas as janelas.
Cada janela tem um botão correspondente na barra de tarefas. Para alternar para outra janela,
basta clicar no respectivo botão da barra de tarefas. A janela aparecerá na frente de todas as
outras, tornando-se a janela ativa, ou seja, aquela na qual você está trabalhando no momento.
Para identificar com facilidade uma janela, aponte para seu botão da barra de tarefas. Quando
você aponta para um botão na barra de tarefas, aparece uma visualização em miniatura dessa
janela, seja o conteúdo um documento, uma foto ou até mesmo um vídeo em execução. Esta
visualização é útil principalmente quando você não consegue identificar uma janela somente
pelo título.

Colocar o cursor sobre o botão de uma janela na barra de tarefas exibe uma visualização da janela

Observação: Para visualizar miniaturas, seu computador deve oferecer suporte ao Aero.

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Usando Alt+Tab. Você pode alternar para a janela anterior pressionando Alt+Tab, ou percorrer
todas as janelas abertas e a área de trabalho mantendo pressionada a tecla Alt e pressionando
repetidamente a tecla Tab. Solte Alt para mostrar a janela selecionada.
Usando o Aero Flip 3D. O Aero Flip 3D organiza as janelas em uma pilha tridimensional para
permitir que você as percorra rapidamente. Para usar o Flip 3D:

1. Mantenha pressionada a tecla de logotipo do Windows e pressione Tab para abrir o Flip
3D.
2. Enquanto mantém pressionada a tecla de logotipo do Windows, pressione Tab
repetidamente ou gire a roda do mouse para percorrer as janelas abertas. Você também
pode pressionar Seta para a Direita ou Seta para Baixo para avançar uma janela, ou
pressionar Seta para a Esquerda ou Seta para Cima para retroceder uma janela.
3. Solte a tecla de logotipo do Windows para exibir a primeira janela da pilha ou clique em
qualquer parte da janela na pilha para exibir essa janela.

Aero Flip 3D

O Flip 3D faz parte da experiência de área de trabalho do Aero. Se o computador não oferecer
suporte para o Aero, você poderá exibir os programas e janelas abertos no computador
pressionando Alt+Tab. Para percorrer as janelas abertas, pressione a tecla Tab, pressione as
teclas de direção ou use o mouse.

Organizando Janelas Automaticamente


Agora que você sabe como mover e redimensionar janelas, pode organizá-las da maneira
que quiser na área de trabalho. Também pode fazer com que o Windows as organize
automaticamente em uma destas três formas: em cascata, lado a lado e empilhadas
verticalmente.

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Organize as janelas em cascata (à esquerda), lado a lado (à direita) ou em uma pilha vertical (no centro)

Para escolher uma dessas opções, abra algumas janelas na área de trabalho, clique com o botão
direito do mouse em uma área vazia da barra de tarefas e clique em “Janelas em cascata”,
“Mostrar janelas empilhadas” ou “Mostrar janelas lado a lado”.
O recurso Ajustar redimensiona automaticamente as janelas quando você as move ou ajusta
na borda da tela. Você pode usar o Ajustar para organizar janelas lado a lado, expandir janelas
verticalmente ou maximizar uma janela.

Para Organizar Janelas Lado a Lado – Aero SNAP (Ajustar)


1. Arraste a barra de título de uma janela para a esquerda ou a direita da tela até ser exibido
um contorno da janela expandida.
2. Libere o mouse para expandir a janela.
3. Repita as etapas 1 e 2 com outra janela para organizar as janelas lado a lado.

Arraste uma janela para o lado da área de trabalho para expandi-la até metade da tela.

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Para Expandir uma Janela Verticalmente - Aero SNAP
1. Aponte para a borda superior ou inferior da janela aberta até o ponteiro mudar para uma
seta de duas pontas .
2. Arraste a borda da janela para a parte superior ou inferior da tela para expandir a a janela
na altura total da área de trabalho. A largura da janela não é alterada.

Arraste a parte superior ou inferior da janela para expandi-la verticalmente

Para Maximizar uma Janela - Aero SNAP


1. Arraste a barra de título da janela para a parte superior da tela. O contorno da janela se
expande para preencher a tela.
2. Libere a janela para expandi-la e preencher toda a área de trabalho.

Arraste uma janela para a parte superior da área de trabalho para expandi-la totalmente

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Para Minimizar Todas as Janelas menos a Janela Ativa – Aero SHAKE

1. Clique na barra de título da janela e arraste rapidamente para os dois lados. O tamanho da
janela se mantém o mesmo, mas as demais janelas são minimizadas. Isso também pode ser
feito, usando as teclas Windows +Home.

2. Para restaurar as janelas que foram minimizadas, basta repetir umas das opções acima.

Para Visualizar a Área de Trabalho Através das Janelas – Aero PEEK

1. Basta apontar para a extremidade da barra de tarefas, para ver as janelas abertas ficarem
transparentes na hora, revelando todos os ícones e gadgets ocultos. Essa funcionalidade
também é conhecida como Visão de raio-X

Caixa de Diálogo

Uma caixa de diálogo é um tipo especial de janela que faz uma pergunta, fornece informações
ou permite que você selecione opções para executar uma tarefa. Você verá caixas de diálogo
com frequência quando um programa ou o Windows precisar de uma resposta sua antes de
continuar.

Uma caixa de diálogo aparecerá se você sair de um programa sem salvar o trabalho

Ao contrário das janelas comuns, a caixa de diálogo não pode ser maximizada, minimizadas ou
redimensionadas, mas podem ser movidas.

Trabalhando com Arquivos e Pastas

Um arquivo é um item que contém informações, por exemplo, texto, imagens ou música.
Quando aberto, um arquivo pode ser muito parecido com um documento de texto ou com
uma imagem que você poderia encontrar na mesa de alguém ou em um arquivo convencional
Em seu computador, os arquivos são representados por ícones; isso facilita o reconhecimento
de um tipo de arquivo bastando olhar para o respectivo ícone. Veja a seguir alguns ícones de
arquivo comuns:

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Ícones de alguns tipos de arquivo

Uma pasta é um contêiner que pode ser usado para armazenar arquivos. Se você tivesse
centenas de arquivos em papel em sua mesa, seria quase impossível encontrar um arquivo
específico quando você dele precisasse. É por isso que as pessoas costumam armazenar os
arquivos em papel em pastas dentro de um arquivo convencional. As pastas no computador
funcionam exatamente da mesma forma. Veja a seguir alguns ícones de pasta comuns:

Uma pasta vazia (à esquerda); uma pasta contendo arquivos (à direita)

As pastas também podem ser armazenadas em outras pastas. Uma pasta dentro de uma pasta
é chamada subpasta. Você pode criar quantas subpastas quiser, e cada uma pode armazenar
qualquer quantidade de arquivos e subpastas adicionais.

Windows Explorer

Windows Explorer (literalmente do inglês “Explorador do Windows”, nome pelo qual é


encontrado na versão portuguesa de todas as versões do Windows) é um gerenciador de
arquivos e pastas do sistema operacional Windows. Ou seja, é utilizado para a cópia, exclusão,
organização, movimentação e todas as atividades de gerenciamento de arquivos, podendo
também ser utilizado para a instalação de programas.
Seu ícone é uma pasta (diretório) amarela e o nome de seu arquivo é Explorer.exe, o qual
normalmente se encontra em C:\Windows. Para encontrar esse programa, clique no botão
“Iniciar”, em seguida, em Programas e em Acessórios, lá estará o Windows Explorer. Também
pode ser aberto clicando no ícone Computador do Menu Iniciar.

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Usando Bibliotecas para Acessar Arquivos e Pastas


No Windows Explorer podemos visualizar as Bibliotecas, um conceito novo do Windows
7. Biblioteca é o local onde você gerencia documentos, músicas, imagens e outros arquivos.
Você pode procurar arquivos da mesma forma como faz em uma pasta ou exibir os arquivos
organizados por propriedades como data, tipo e autor.
Quando se trata de se organizar, não é necessário começar do zero. Você pode usar bibliotecas,
para acessar arquivos e pastas e organizá-los de diferentes maneiras. Esta é uma lista das quatro
bibliotecas padrão e para que elas são usadas normalmente:
•• Biblioteca Documentos. Use essa biblioteca para organizar documentos de processamento
de texto, planilhas, apresentações e outros arquivos relacionados a texto. Por padrão, os
arquivos movidos, copiados ou salvos na biblioteca Documentos são armazenados na pasta
Meus Documentos.
•• Biblioteca Imagens. Use esta biblioteca para organizar suas imagens digitais, sejam elas
obtidas da câmera, do scanner ou de e-mails recebidos de outras pessoas. Por padrão, os
arquivos movidos, copiados ou salvos na biblioteca Imagens são armazenados na pasta
Minhas Imagens.
•• Biblioteca Músicas. Use esta biblioteca para organizar suas músicas digitais, como as que
você copia de um CD de áudio ou as baixadas da Internet. Por padrão, os arquivos movidos,
copiados ou salvos na biblioteca Músicas são armazenados na pasta Minhas Músicas.
•• Biblioteca Vídeos. Use esta biblioteca para organizar e arrumar seus vídeos, como clipes
da câmera digital ou da câmera de vídeo, ou arquivos de vídeo baixados da Internet. Por
padrão, os arquivos movidos, copiados ou salvos na biblioteca Vídeos são armazenados na
pasta Meus Vídeos.

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Para abrir as bibliotecas Documentos, Imagens ou Músicas, clique no botão Iniciar e, em
seguida, em Documentos, Imagens ou Músicas.

É possível abrir bibliotecas padrões do Windows a partir do Menu Iniciar

Compreendendo as Partes de uma Janela


Quando você abre uma pasta ou biblioteca, ela é exibida em uma janela. As várias partes dessa
janela foram projetadas para facilitar a navegação no Windows e o trabalho com arquivos,
pastas e bibliotecas. Veja a seguir uma janela típica e cada uma de suas partes:

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Partes da janela Função


Painel de navegação Use o painel de navegação para acessar bibliotecas, pastas, pesquisas salvas
ou até mesmo todo o disco rígido. Use a seção “Favoritos” para abrir as pastas
e pesquisas mais utilizadas. Na seção “Bibliotecas” é possível acessar suas
bibliotecas. Você também pode expandir “Computador” para pesquisar pastas
e subpastas.
Botões Voltar e Use os botões Voltar e Avançar para navegar para outras pastas ou
Avançar bibliotecas que você já tenha aberto, sem fechar, na janela atual. Esses botões
funcionam juntamente com a barra de endereços. Depois de usar a barra de
endereços para alterar pastas, por exemplo, você pode usar o botão Voltar para
retornar à pasta anterior.
Barra de Use a barra de ferramentas para executar tarefas comuns, como alterar
ferramentas a aparência de arquivos e pastas, copiar arquivos em um CD ou iniciar uma
apresentação de slides de imagens digitais. Os botões da barra de ferramentas
mudam para mostrar apenas as tarefas que são relevantes. Por exemplo, se
você clicar em um arquivo de imagem, a barra de ferramentas mostrará botões
diferentes daqueles que mostraria se você clicasse em um arquivo de música.
Barra de endereços Use a barra de endereços para navegar para uma pasta ou biblioteca diferente
ou voltar à anterior.
Painel de biblioteca O painel de biblioteca é exibido apenas quando você está em uma biblioteca
(como na biblioteca Documentos). Use o painel de biblioteca para personalizar
a biblioteca ou organizar os arquivos por propriedades distintas.
Títulos de coluna Use os títulos de coluna para alterar a forma como os itens na lista de arquivos
são organizados. Por exemplo, você pode clicar no lado esquerdo do cabeçalho
da coluna para alterar a ordem em que os arquivos e as pastas são exibidos ou
pode clicar no lado direito para filtrar os arquivos de maneiras diversas.
Lista de arquivos É aqui que o conteúdo da pasta ou biblioteca atual é exibido. Se você usou a caixa
de pesquisa para localizar um arquivo, somente os arquivos que correspondam
a sua exibição atual (incluindo arquivos em subpastas) serão exibidos.
Caixa de Pesquisa Digite uma palavra ou frase na caixa de pesquisa para procurar um item na
pasta ou biblioteca atual. A pesquisa inicia assim que você começa a digitar.
Portanto, quando você digitar B, por exemplo, todos os arquivos cujos nomes
iniciarem com a letra B aparecerão na lista de arquivos
Painel de detalhes Use o painel de detalhes para ver as propriedades mais comuns associadas
ao arquivo selecionado. Propriedades do arquivo são informações sobre
um arquivo, tais como o autor, a data da última alteração e qualquer marca
descritiva que você possa ter adicionado ao arquivo.
Painel de Use o painel de visualização para ver o conteúdo da maioria dos arquivos. Se
visualização você selecionar uma mensagem de email, um arquivo de texto ou uma imagem,
por exemplo, poderá ver seu conteúdo sem abri-lo em um programa. Caso não
esteja vendo o painel de visualização, clique no botão Painel de visualização
na barra de ferramentas para ativá-lo.

Na Barra de Ferramentas, no item “Organizar”, “Opções de pasta e pesquisa”, guia “Modo de


Exibição” temos algumas opções importantes que podem ser alteradas. Por padrão as duas
abaixo estão marcadas.

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•• Ocultar as extensões dos tipos de arquivo conhecidos
•• Não mostrar arquivos, pastas e unidades ocultas.
A Barra de Menus não apresentada por padrão no Windows Explorer do Windows 7. Para
fazê-lo aparecer temporariamente pressione a tecla “ALT”. Para que a barra fique aparecendo
definitivamente, clique “Organizar”, “Layout” e marque a opção “Barra de menus”. Outras
alterações na aparência do Windows Explorer também estão disponíveis nessa opção.

Exibindo e Organizando Arquivos e Pastas


Quando você abre uma pasta ou biblioteca, pode alterar a aparência dos arquivos na janela.
Por exemplo, talvez você prefira ícones maiores (ou menores) ou uma exibição que lhe permita
ver tipos diferentes de informações sobre cada arquivo. Para fazer esses tipos de alterações,
use o botão Modos de Exibição na barra de ferramentas.
Toda vez que você clica no lado esquerdo do botão Modos de Exibição, ele altera a maneira
como seus arquivos e pastas são exibidos, alternando entre cinco modos de exibição distintos:
Ícones grandes, Lista, um modo de exibição chamado Detalhes, que mostra várias colunas de
informações sobre o arquivo, um modo de exibição de ícones menores chamado Lado a lado e
um modo de exibição chamado Conteúdo, que mostra parte do conteúdo de dentro do arquivo.
Se você clicar na seta no lado direito do botão Modos de Exibição, terá mais opções. Mova
o controle deslizante para cima ou para baixo para ajustar o tamanho dos ícones das pastas
e dos arquivos. Você poderá ver os ícones alterando de tamanho enquanto move o controle
deslizante.

As opções de Modos de Exibição

Em bibliotecas, você pode ir além, organizando seus arquivos de diversas maneiras. Por
exemplo, digamos que você deseja organizar os arquivos na biblioteca Músicas por gênero
(como Jazz e Clássico):

1. Clique no botão Iniciar e, em seguida, clique em Músicas.


2. No painel da biblioteca (acima da lista de arquivos), clique no menu próximo a “Organizar”
por e em Gênero.

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Localizando Arquivos

No Windows 7, você encontra mais coisas em mais lugares – documentos, e-mails, músicas – e
com mais rapidez na Pesquisa do Windows (Windows Search).

Comece a digitar na caixa de pesquisa do Menu Iniciar, e você verá instantaneamente uma lista
de arquivos relevantes no seu PC. Você pode pesquisar digitando o nome do arquivo ou com
base em marcas, no tipo de arquivo e até no conteúdo. Para ver ainda mais correspondências,
clique em uma categoria nos resultados, como Documentos ou Imagens, ou clique em Ver mais
resultados. Seus termos de pesquisa serão destacados para facilitar o exame da lista.
Poucas pessoas armazenam todos os seus arquivos em um lugar hoje em dia. Então, o Windows
7 também é projetado para procurar em discos rígidos externos, PCs em rede e bibliotecas. A
pesquisa mostrou muitos resultados? Agora você pode filtrá-los instantaneamente por data,
tipo de arquivo e outras categorias úteis.
Dependendo da quantidade de arquivos que você tem e de como eles estão organizados,
localizar um arquivo pode significar procurar dentre centenas de arquivos e subpastas; uma
tarefa nada simples. Para poupar tempo e esforço, use a caixa de pesquisa para localizar o
arquivo, programa ou e-mail.
A caixa de pesquisa também está localizada na parte superior de cada janela. Para localizar um
arquivo, abra a pasta ou biblioteca mais provável como ponto de partida para sua pesquisa,
clique na caixa de pesquisa e comece a digitar. A caixa de pesquisa filtra o modo de exibição
atual com base no texto que você digita.

A caixa de pesquisa

A caixa de pesquisa também está localizada na parte superior de cada janela. Para localizar um
arquivo, abra a pasta ou biblioteca mais provável como ponto de partida para sua pesquisa,

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clique na caixa de pesquisa e comece a digitar. A caixa de pesquisa filtra o modo de exibição
atual com base no texto que você digita.
Se você estiver pesquisando um arquivo com base em uma propriedade (como o tipo do
arquivo), poderá refinar a pesquisa antes de começar a digitar. Basta clicar na caixa de pesquisa
e depois em uma das propriedades exibidas abaixo dessa caixa. Isso adicionará um filtro de
pesquisa (como “tipo”) ao seu texto de pesquisa, fornecendo assim resultados mais precisos.

Opções de pesquisa para refinar o filtro

Caso não esteja visualizando o arquivo que está procurando, você poderá alterar todo o escopo
de uma pesquisa clicando em uma das opções na parte inferior dos resultados da pesquisa. Por
exemplo, caso pesquise um arquivo na biblioteca Documentos, mas não consiga encontrá-lo,
você poderá clicar em Bibliotecas para expandir a pesquisa às demais bibliotecas.

Copiando e Movendo Arquivos e Pastas

De vez em quando, você pode querer alterar o local onde os arquivos ficam armazenados no
computador. Por exemplo, talvez você queira mover os arquivos para outra pasta ou copiá-los
para uma mídia removível (como CDs ou cartões de memória) a fim de compartilhar com outra
pessoa.
A maioria das pessoas copiam e movem arquivos usando um método chamado arrastar e soltar.
Comece abrindo a pasta que contém o arquivo ou a pasta que deseja mover. Depois, em uma
janela diferente, abra a pasta para onde deseja mover o item. Posicione as janelas lado a lado
na área de trabalho para ver o conteúdo de ambas.
Em seguida, arraste a pasta ou o arquivo da primeira pasta para a segunda. Isso é tudo.

Para copiar ou mover um arquivo, arraste-o de uma janela para outra

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Ao usar o método arrastar e soltar, note que algumas vezes o arquivo ou a pasta é copiado e,
outras vezes, ele é movido. Se você estiver arrastando um item entre duas pastas que estão no
mesmo disco rígido, os itens serão movidos para que duas cópias do mesmo arquivo ou pasta
não sejam criadas no mesmo local. Se você estiver arrastando o item para um pasta que esteja
em outro local (como um local de rede) ou para uma mídia removível (como um CD), o item
será copiado.
A maneira mais fácil de organizar duas janelas na área de trabalho é usar a função Aero Snap
(ou Ajustar).
Se você copiar ou mover um arquivo ou pasta para uma biblioteca, ele será armazenado no
local de salvamento padrão da biblioteca. Para saber como personalizar o local de salvamento
padrão de uma biblioteca.
Outra forma de copiar ou mover um arquivo é arrastando-o da lista de arquivos para uma pasta
ou biblioteca no painel de navegação. Com isso, não será necessário abrir duas janelas distintas.

Arquivos e Extensões

Uma extensão de nome de arquivo é um conjunto de caracteres que ajuda Windows a entender
qual tipo de informação está em um arquivo e qual programa deve abri-lo. Ela é chamada de
extensão porque aparece no final do nome do arquivo, após um ponto. No nome de arquivo
meuarquivo.txt, a extensão é txt. Ela diz ao Windows que esse é um arquivo de texto que pode
ser aberto por programas associados a essa extensão, como WordPad ou Bloco de Notas.
Extensões de arquivos mais comuns:
Adobe Reader: *.pdf
Aplicativos Office: *.doc, *.docx, *.mdb, *.pps, *.ppt, *.pptx, *.xls, *.xlsx
Áudio e Vídeo: *.avi, *.mov, *.mp3, *.mp4, *.mpeg, *.wma, *.wmv
Backup: *.bak, *.bkf
Comprimidos / Zipados: *.rar, *.zip
E-mail: *.eml, *.msg, *.pst
Executáveis: *.bat, *.cmd, *.com, *.exe, *.msi
Fontes: *.ttf, *.otf
Imagem: *.bmp, *.jpg, *.jpeg, *.png, *.tif
Páginas Web: *.asp, *.htm, *.html, *.mht
Wordpad e Bloco de notas: *.rtf, *.txt

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Caracteres não Permitidos para Arquivos e Pastas
Caracteres relacionados a caminhos: | \ / : “
Caracteres curingas: * ?
Caracteres outros: < >

Criando Eenomeando e Excluindo Arquivos


O modo mais comum de criar novos arquivos é usando um programa. Por exemplo, você pode
criar um documento de texto em um programa de processamento de texto ou um arquivo de
filme em um programa de edição de vídeos.
Alguns programas criam um arquivo no momento em que são abertos. Quando você abre o
WordPad, por exemplo, ele inicia com uma página em branco. Isso representa um arquivo vazio
(e não salvo). Comece a digitar e quando estiver pronto para salvar o trabalho, clique no botão
Salvar . Na caixa de diálogo exibida, digite um nome de arquivo que o ajudará a localizar o
arquivo novamente no futuro e clique em Salvar.
Por padrão, a maioria dos programas salva arquivos em pastas comuns, como Meus Documentos
e Minhas Imagens, o que facilita a localização dos arquivos na próxima vez.
Se você criou o arquivo com o nome errado e deseja corrigir, pode fazer isso, de pelo menos
três formas diferentes. Para todas as opções, será necessário localizar o arquivo na pasta onde
ele foi gravado. Uma das opções é clicar no arquivo com o botão da direita do mouse e escolher
a opção Renomear. Se preferir, selecione o arquivo e pressione a tecla F2 no teclado, ou
selecione o arquivo e clique novamente sobre ele com o mouse. Diferentemente do Windows
XP, no Windows 7, o sistema operacional sugere que você altere somente o nome do arquivo, e
mantenha a mesma extensão.

Abrindo um Arquivo Existente


Para abrir um arquivo, clique duas vezes nele. Em geral, o arquivo é aberto no programa que
você usou para criá-lo ou alterá-lo. Por exemplo, um arquivo de texto será aberto no seu
programa de processamento de texto.
Mas nem sempre é o caso. O clique duplo em um arquivo de imagem, por exemplo, costuma
abrir um visualizador de imagens. Para alterar a imagem, você precisa usar um programa
diferente. Clique com o botão direito do mouse no arquivo, clique em “Abrir com” e no nome
do programa que deseja usar.

Ferramentas do Sistema

AS ferramentas do sistema podem ser localizadas diretamente através da opção Pesquisar ao


clicando no Menu Iniciar, Todos os Programas, Acessórios, Ferramentas do Sistema.

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Limpeza de Disco
A Limpeza de Disco é uma forma conveniente de excluir arquivos que não são mais necessários
e liberar espaço no disco rígido do computador. Para liberar espaço no disco rígido, a Limpeza
de Disco localiza e remove arquivos temporários no computador quando você decide que não
os quer mais. Agendar a Limpeza de Disco para que seja executada regularmente evita que
você precise se lembrar de fazer isso.
Essa ferramenta só permite que você exclua arquivos que não sejam fundamentais para o
sistema operacional. Em termos gerais você pode selecionar todas as opções apresentadas.
Observe que no topo, aparece a quantidade de espaço em disco que pode ser liberada.

Com a Limpeza de Disco, também é possível entrar na ferramenta para desinstalação de


programas instalados ou limpar os pontos de restauração antigos, mantendo sempre o mais
recente.

Desfragmentador de Disco
Desfragmentação de disco é o processo de consolidação de dados fragmentados em um volume
(como um disco rígido ou um dispositivo de armazenamento removível) para que ele funcione
de forma mais eficiente.
A fragmentação ocorre em um volume ao longo do tempo à medida que você salva, altera
ou exclui arquivos. As alterações que você salva em um arquivo geralmente são armazenadas
em um local do volume diferente do arquivo original. Isso não muda o local em que o arquivo
aparece no Windows — apenas o local em que os pedaços de informações que compõem o
arquivo são armazenados no volume em si. Com o tempo, tanto o arquivo quanto o volume
em si se tornam fragmentados, e o computador fica mais lento por ter que procurar em locais
diferentes para abrir um único arquivo.
O Desfragmentador de Disco é uma ferramenta que reorganiza os dados no volume e reúne
dados fragmentados para que o computador trabalhe de forma mais eficiente. É executado

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por agendamento para que você não tenha que se lembrar de executá-lo, embora ainda seja
possível executá-lo manualmente ou alterar o agendamento usado.

A tela acima representa o agendamento padrão (todas quartas-feiras à 01 hora). Na interface


gráfica não há uma indicação se é necessário ou não rodar a ferramenta. A recomendação é de
executar o desfragmentador se o índice de fragmentação for superior a 10%.

Firewall do Windows
Firewall é um software ou hardware que verifica informações vindas da Internet ou de uma
rede, rejeitando-as ou permitindo que elas passem e entrem no seu computador, dependendo
das configurações definidas. Com isso, o firewall pode ajudar a impedir o acesso de hackers e
software mal-intencionado ao seu computador.
O Firewall do Windows vem incorporado ao Windows e é ativado automaticamente.

Como funciona um firewall

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Se você executar um programa como o de mensagens instantâneas (Windows Live Messenger)


ou um jogo em rede com vários participantes que precise receber informações da Internet ou de
uma rede, o firewall perguntará se você deseja bloquear ou desbloquear (permitir) a conexão.
Se você optar por desbloquear a conexão, o Firewall do Windows criará uma exceção para que
você não se preocupe com o firewall quando esse programa precisar receber informações no
futuro.

Agendador de Tarefas
Agenda a execução automática de programas ou outras tarefas. Se você costuma usar um
determinado programa regularmente, poderá usar o Assistente de Agendador de Tarefas para
criar uma tarefa que abre o programa para você automaticamente de acordo com a agenda que
você escolher. Por exemplo, se você usa um programa financeiro em um determinado dia de
cada mês, poderá agendar uma tarefa que abra o programa automaticamente para que você
não corra o risco de esquecer.
Você deve estar com logon de administrador para executar essas etapas. Se não tiver efetuado
logon como administrador, você só poderá alterar as configurações que se aplicarem à sua
conta de usuário.

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Pontos de Restauração
O ponto de restauração é uma representação de um estado armazenado dos arquivos do
sistema de seu computador. Você pode usar um ponto de restauração para restaurar arquivos
do sistema do computador para um ponto anterior no tempo. Os pontos de restauração são
criados automaticamente pela Restauração do Sistema semanalmente e quando a Restauração
do Sistema detecta o começo de uma alteração no computador, como ao instalar um programa
ou driver.
Os backups de imagem do sistema armazenados em discos rígidos também podem ser usados
para Restauração do Sistema, assim como os pontos de restauração criados pela proteção do
sistema. Mesmo que os backups de imagem do sistema tenham seus arquivos de sistema e
dados pessoais, os seus arquivos de dados não serão afetados pela Restauração do Sistema.

A Restauração do Sistema pode ser configurada clicando no menu Iniciar, Painel de Controle,
Sistema, Proteção do Sistema e envolve também a funcionalidade chamada Versões Anteriores
dos Arquivos.

Instalação de Programas

A maneira como você adiciona um programa depende de onde estão localizados os arquivos
de instalação do programa. Normalmente, os programas são instalados de um CD ou DVD, da
Internet ou de uma rede.
Para instalar um programa de um CD ou DVD, insira o disco no computador e siga as instruções
na tela. Se você for solicitado a informar uma senha de administrador ou sua confirmação,
digite a senha ou forneça a confirmação.
Muitos programas instalados de CDs ou DVDs abrem um assistente de instalação do programa
automaticamente. Nesses casos, a caixa de diálogo Reprodução Automática será exibida e você
poderá optar por executar o assistente.

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Se um programa não iniciar a instalação automaticamente, consulte as informações que


o acompanham. Elas provavelmente fornecerão instruções para instalar o programa
manualmente. Se não conseguir acessar as informações, você poderá navegar pelo disco e abrir
o arquivo de instalação do programa, normalmente chamado de Setup.exe ou Install.exe.
Para instalar um programa da Internet, no navegador da Web, clique no link do programa. Para
instalar o programa imediatamente, clique em Abrir ou Executar e siga as instruções na tela. Se
você for solicitado a informar uma senha de administrador ou sua confirmação, digite a senha
ou forneça a confirmação.
Para instalar o programa mais tarde, clique em Salvar e baixe o arquivo de instalação para o
computador. Quando estiver pronto para instalar o programa, clique duas vezes no arquivo e
siga as instruções na tela. Essa é uma opção mais segura, pois você pode verificar se há vírus no
arquivo de instalação antes de continuar.
Para desinstalar um programa utilize o ícone “Programas e recursos” do Painel de Controle.
Selecione o programa e clique na opção “Desinstalar”.
Observação: Ao baixar e instalar programas da Internet, assegure-se de que confia no
fornecedor do programa e no site que o está oferecendo.

Introdução à Impressão
Você pode imprimir praticamente qualquer coisa no Windows: documentos, imagens, páginas
da Web ou emails.

O que é DPI?
DPI (Dots per Inch, pontos por polegada) é uma medida de resolução de uma impressora. O
DPI determina a nitidez e o detalhamento do documento ou da imagem. É um dos pontos
importantes a serem avaliados ao comprar uma nova impressora.

Impressoras a Jato de Tinta


As impressoras a jato de tinta respingam pontos de tinta sobre a página para reproduzir texto
e imagens. Esse tipo de impressora é muito popular por ser relativamente barato. Há ainda
muitos outros modelos disponíveis, incluindo os criados especificamente para a impressão de
fotos coloridas.
E as desvantagens? As impressoras a jato de tinta são mais lentas (medição em páginas por
minuto) do que as impressoras a laser e exigem substituição regular do cartucho de tinta.

Impressora a jato de tinta

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Impressoras a Laser
As impressoras a laser usam toner, uma substância fina em pó, para reproduzir texto e
elementos gráficos. Elas podem imprimir em preto e branco ou colorido, embora os modelos
coloridos sejam geralmente mais caros. Uma impressora a laser que imprime apenas em preto
e branco pode ser chamada de impressora monocromática.
As impressoras a laser geralmente têm bandejas de papel maiores do que as impressoras a
jato de tinta, de modo que não é preciso adicionar papel com tanta frequência. Elas também
imprimem mais rápido (mais páginas por minuto) do que a maioria das impressoras a jato de
tinta. Além disso, os cartuchos de toner de impressoras a laser normalmente duram mais.
Dependendo do seu volume de impressão, pode ser mais econômico comprar uma impressora
a laser.

Impressora a laser

Impressoras Multifuncionais
Uma das categorias de maior crescimento entre as impressoras é a Multifuncional (MFP),
também chamadas de impressoras tudo em um (AIO – All in one). Como o nome já diz, são
dispositivos que fazem tudo: imprimem, digitalizam fotos, fazem fotocópias e até mesmo
enviam fax.
Qual é a diferença entre AIO e MFP? Normalmente, nenhuma. Porém, alguns dispositivos
vendidos como impressoras multifuncionais são maiores e criados para uso em escritórios.
Independentemente disso, o apelo comercial dos modelos multifuncionais é a conveniência.
Operações que normalmente exigiam três equipamentos agora podem ser feitas em apenas
um. Outra vantagem: alguns recursos, como a fotocópia, não exigem uma conexão com um
computador.

Multifuncional

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Conectando a sua Impressora


As impressoras são feitas para serem conectadas a um computador executando o Windows
de maneiras diferentes, dependendo do modelo e de estarem sendo usadas em ambiente
doméstico ou comercial.
Estes são alguns dos tipos de conexão mais comuns:

Impressoras com Fio


Estes dispositivos se conectam por meio de um cabo e uma porta no computador.
A maioria das impressoras domésticas possui um conector USB, embora alguns modelos
antigos se conectem a portas paralelas ou seriais. Em um computador comum, a porta paralela
normalmente é indicada por “LPT1” ou por um pequeno ícone de impressora.
Quando você conecta uma impressora USB, o Windows tenta identificá-la e instalar o software
(chamado de driver) automaticamente para que ela funcione com seu computador.
O Windows foi projetado para reconhecer centenas de impressoras automaticamente.
Entretanto, você deve sempre consultar as instruções que acompanham a sua impressora;
algumas impressoras exigem a instalação de software do fabricante antes de serem conectadas.

Impressoras sem Fio


Uma impressora sem fio se conecta a um computador usando ondas de rádio através da
tecnologia Bluetooth ou Wi-Fi.
Para conectar uma impressora Bluetooth, pode ser necessário adicionar um adaptador
Bluetooth ao computador. A maioria dos adaptadores Bluetooth se conecta a uma porta USB.
Quando você conecta o adaptador e liga a impressora Bluetooth, o Windows tenta instalá-la
automaticamente ou pede que você a instale. Se o Windows não detectar a impressora, você
poderá adicioná-la manualmente.

Impressoras Locais X Impressoras de Rede


Uma impressora que se conecta diretamente a um computador é chamada de impressora
local. Enquanto a que se conecta diretamente a uma rede como um dispositivo autônomo é
chamada, naturalmente, de impressora de rede.

Imprimindo no Windows
O Windows conta com diversos métodos de impressão. O método escolhido depende do que
você quer imprimir.

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Escolhendo Opções de Impressão
Frente e verso ou somente um lado. Monocromático ou colorido. Orientação paisagem ou
retrato. Essas são apenas algumas das opções disponíveis ao imprimir.
A maioria das opções encontra-se na caixa de diálogo Imprimir, que você pode acessar no menu
Arquivo em quase todos os programas.

A caixa de diálogo Imprimir no WordPad

As opções disponíveis e também como elas são selecionadas no Windows dependem do


modelo da impressora e do programa utilizado. Para obter informações específicas, consulte
a documentação que acompanha a impressora ou o software. (Para acessar algumas opções,
talvez você precise clicar em um link ou botão chamado “Preferências”, “Propriedades” ou
“Opções Avançadas” na caixa de diálogo Imprimir.)
Aqui está uma lista das opções de impressão mais comuns e o que elas significam:
•• Seleção da impressora. A lista de impressoras disponíveis. Em alguns casos, também é
possível enviar documentos como fax ou salvá-los como documentos XPS.
•• Intervalo de páginas. Use vírgulas ou hifens para selecionar páginas ou um intervalo
específico de páginas. Por exemplo, digite 1, 4, 20-23 para imprimir as páginas 1, 4, 20, 21,
22 e 23.
A opção Seleção imprime apenas o texto ou os elementos gráficos selecionados em um
documento. Página Atual imprime apenas a página atualmente exibida.
•• Número de cópias. Imprima mais de uma cópia do documento, imagem ou arquivo. Marque
a caixa de seleção Agrupar para imprimir todo o documento antes de passar para a próxima
cópia.
•• Orientação da página. Também chamada de layout da página. Escolha entre uma página na
vertical (Retrato) ou uma página na horizontal (Paisagem).
•• Tamanho do papel. Selecione tamanhos de papel diferentes.
•• Saída ou fonte de papel. Também chamada de destino de saída ou bandeja de papel.
Selecione uma bandeja de papel. Isso é principalmente útil se você carregar cada bandeja
com um tamanho de papel diferente.
•• Impressão em frente e verso. Também chamada de impressão duplex ou dos dois lados.
Selecione essa opção para imprimir nos dois lados de uma folha.
•• Imprimir em cores. Escolha entre impressão preto e branco e colorida.

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Gerenciando Dispositivos e Impressoras


Quando você quiser visualizar todos os dispositivos conectados ao seu computador, usar
um deles ou solucionar o problema de um que não esteja funcionando corretamente, abra
Dispositivos e Impressoras.
Em Dispositivos e Impressoras, você pode realizar várias tarefas que variam de acordo com o
dispositivo. Estas são as principais tarefas que você pode realizar:
•• Adicionar uma impressora ou dispositivo de rede ou sem fio ao computador.
•• Visualizar todos os dispositivos e impressoras externos conectados ao computador.
•• Verificar se um determinado dispositivo está funcionando corretamente.
•• Visualizar informações sobre os seus dispositivos, como marca, modelo e fabricante,
incluindo informações detalhadas sobre os recursos de sincronização de um celular ou
outro dispositivo móvel.
•• Realizar tarefas com um dispositivo.

Gerenciando Documentos Esperando a Impressão


Quando você imprime um documento, ele segue para a fila de impressão, onde é possível exibir,
pausar e cancelar a impressão, além de outras tarefas de gerenciamento. A fila de impressão
mostra o que está sendo impresso e o que está aguardando para ser impresso. Ela também
fornece informações úteis como o status da impressão, quem está imprimindo o que e quantas
páginas ainda faltam.

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A fila de impressão

Configurações Básicas do Windows

Neste tópico trabalharemos com as configurações de Resolução de Tela, Cores, Fontes,


Aparência, Segundo plano, Protetor de Tela. Todas estas funções podem ser acessadas pelos
menos de duas formas diferentes. Clicando com o botão da direita do mouse sobre uma
área vazia da área de Trabalho, Personalizar ou no Painel de Controle, Categoria Aparência e
Personalização, Personalização.

Resolução de Tela
Resolução de tela se refere à clareza com que textos e imagens são exibidos na tela. Em
resoluções mais altas, como 1600 x 1200 pixels, os itens parecem mais nítidos. Também
parecem menores, para que mais itens possam caber na tela. Em resoluções mais baixas, como
800 x 600 pixels, cabem menos itens na tela, mas eles parecem maiores.
A resolução que você pode usar depende das resoluções a que seu monitor oferece suporte.
Os monitores CRT normalmente têm resolução de 800 × 600 ou 1024 × 768 pixels e funcionam
bem em resoluções diferentes. Monitores LCD (também chamados de monitores de tela plana)
e telas de laptop geralmente oferecem suporte a resoluções mais altas e funcionam melhor em
uma resolução específica.
Quanto maior o monitor, normalmente maior é a resolução a que ele oferece suporte. Poder ou
não aumentar a resolução da tela depende do tamanho e da capacidade do monitor e do tipo
de placa de vídeo instalada.

Temas (Cores, Sons, Segundo Plano e Proteção de Tela)


Você pode alterar a cor das molduras da janela, o Menu Iniciar, a barra de tarefas e muito mais.
Um tema é uma combinação de imagens, cores e sons em seu computador. Ele inclui um plano
de fundo de área de trabalho, uma proteção de tela, uma cor de borda de janela e um esquema
de som. Alguns temas podem também incluir ícones de área de trabalho e ponteiros de mouse.
Quando clica em um tema novo, você altera a combinação de imagens, cores e sons em seu
computador. Cada tema pode inclui uma cor de janela diferente.

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Windows 7 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

Painel de Controle

Você pode usar o Painel de Controle para alterar as configurações


do Windows. Essas configurações controlam quase tudo a respeito
do visual e do funcionamento do Windows, e você pode usá-las
para configurar o Windows da melhor forma para você. Existem
duas formas de visualizar os ícones: Por categoria ou por Ícones, e estes podem ser grandes ou
pequenos. A quantidade de ícones varia de computador para computador, pois depende dos
programas instalados. Em termos gerais há entre 40 e 50 ícones e estes são distribuídos em
8 categorias: Sistema e Segurança, Rede e Internet, Hardware e Sons, Programas, Contas de
Usuário, Aparência e Personalização, Facilidade de Acesso e Relógio Idioma e Região.

Principais Ícones do Painel de Controle


Backup e Restauração – Função idêntica a clicar no Menu Iniciar, Todos os Programas, Acessórios,
Ferramentas do Sistema e escolher a opção “Backup”. Utilizado para criar os backups e fazer as
restaurações. A ferramenta permite fazer dois tipos de backups: Arquivos e pastas específicos
ou Cópia de todo o Sistema Operacional.
Barra de Tarefas e Menu Iniciar – Função idêntica a clicar com botão da direita na Barra de
Tarefas e escolher a opção “Propriedades”. Neste item, é possível alterar as configurações da
Barra de Tarefas e do Menu Iniciar, conteúdo já abordado nesta apostila.
* Central de Ações – Função idêntica a clicar na “bandeirinha” da Área de Notificação e escolher
“Abrir Central de Ações”. Esse ícone ativa a ferramenta que o Windows utiliza para notificar ao
usuário eventuais problemas e sugerir configurações de segurança e manutenção.

www.acasadoconcurseiro.com.br 775
* Central de Facilidade de Acesso – Apresenta as ferramentas de acessibilidade como: Lupa,
Teclado Virtual, Narrador e Configuração de Alto Contraste. Também aparecem opções para
ajustar a configuração do vídeo, mouse e teclado para usuários com dificuldades motoras ou
visuais.
* Central de Rede e Compartilhamento – Utilizado para realizar as configurações de rede com
fio, rede sem fio (Wireless), e ativar o compartilhamento de recursos em uma rede.
** Contas de Usuários – Tem duas principais funções: Gerenciar as contas dos usuários e
Configurar o UAC (Controle de Conta de Usuário). O gerenciamento de usuários, permite entre
outras coisas, a criação de novos usuários (Padrão ou Administrador), Alteração da figura do
usuário que aparece na Tela de Boas Vindas e Alteração ou criação da Senha. UAC é uma nova
funcionalidade do Windows 7 (não existia no Windows XP) que notificará antes que sejam feitas
alterações no computador que exijam uma permissão no nível de administrador. A configuração
de UAC padrão o notificará quando programas tentarem fazer alterações no computador, mas
você pode alterar a frequência com que o UAC o notifica. Existe quatro níveis de configuração,
de baixo para cima (na tela de configuração) a segurança vai aumentando. A primeira desativa
a funcionalidade do UAC, a segunda irá notificar o usuário quando um programa tentar fazer
alguma alteração, sem deixar a Área de Trabalho bloqueada, a terceira é a configuração padrão,
também notifica sobre alterações e bloqueia a Área de Trabalho quando houver solicitação
de consentimento. A quarta e última configuração, notifica o usuário para qualquer alteração
sugerida por programas ou pelo próprio usuário.
Data e Hora – Função idêntica a clicar no relógio na Área de Notificação e escolher a opção
“Alterar configurações de data e hora”. É possível alterar a data e hora do Windows, ajustar
o fuso horário, configurar se o computador irá modificar o relógio automaticamente para o
horário de verão e incluir relógios adicionais para outros fusos horários. Não há opção para
ocultar o relógio.
Dispositivos e Impressoras – Função idêntica a clicar no Menu Iniciar e escolher a opção
“Dispositivos e Impressoras”. Item discutido anteriormente nessa apostila.
Firewall do Windows – Utilizado para gerenciar o Firewall do Windows. Item discutido
anteriormente nessa apostila
Fontes – Permite incluir ou remover fontes do Windows. Item discutido anteriormente nessa
apostila
Gadgets da Área de Trabalho – Função idêntica a clicar com o botão da direita na Área de
Trabalho e escolher a opção “Gadgets”. Permite incluir novos Gadgets que já estão instalados
ou fazer download de novos.
Gerenciador de Credenciais – Permite salvar ou excluir senhas previamente salvas. As senhas
são salvas em um “cofre” e isso facilita a acesso a sites que exigem senha. A senha pode ser
gravada e toda vez que for feito acesso ao site, o usuário não precisará digitá-las novamente,
pois o Windows irá apresentar as credenciais gravadas no cofre.
* Gerenciador de Dispositivos – Com esse ícone é possível visualizar e alterar os componentes
de hardware instalados no computador. As impressoras são os únicos equipamentos que não
aparecerem nesta ferramenta.

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Windows 7 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

Ícones da Área de Notificação – Função idêntica a clicar com o botão da direita na Área de
Notificação e escolher a opção Propriedades. Item discutido anteriormente nessa apostila
* Informações e Ferramentas de Desempenho - Permite verificar o Índice de Experiência do
Windows. É uma nota atribuída ao computador baseado na configuração do hardware. A nota
vai de 1,0 até 7,9). A nota geral é sempre baseada na menor nota dos 5 componentes.
Mouse – Permite alterar algumas configurações do mouse como inverter os botões, definir a
velocidade para o duplo clique, escolher a função da Roda (Scroll) entre outras.
* Opções da Internet – Função idêntica a clicar em Ferramentas e escolher a Opções de Internet
dentro do Internet Explorer. Os detalhes são abordados no conteúdo relacionado ao Internet
Explorer.
* Opções de Energia – Apresenta ao usuário as opções para gerenciamento de energia e
também opções em relação à bateria para notebooks. O Windows traz três planos de energia,
Equilibrado (padrão), Economia de energia e Alto desempenho (vem oculto). Em cada um destes
planos existem inúmeras configurações, como: Esmaecer vídeo (somente notebooks), Desligar
vídeo, Suspender atividade do computador e Ajustar brilho do plano (somente notebooks).
Opções de Indexação – Traz opções de configuração do Pesquisar (Windows Search) para incluir
outros locais e novos tipos de arquivos a serem indexados e então, trazer mais rapidamente os
resultados das pesquisas do Windows.
Opções de Pasta – Função idêntica a clicar Organizar e escolher a opção “Opções de pasta e
pesquisa” no Windows Explorer. Neste item podemos fazer diversas configurações no Windows
Explorer. As mais comuns são utilizadas na guia “Modo de Exibição” e são elas: “Ocultar as
extensões dos tipos de arquivos conhecidos” e “Mostrar arquivos, pastas e unidades ocultas”.
* Personalização – Permite alteração nas configurações da Área de Trabalho como Temas, Plano
de Fundo, Proteção de Tela, Ícones da Área de Trabalho entre outros.
** Programas e Recursos – Esse ícone possibilita a ativação ou desativação do componentes
no Windows e a desinstalação de programas instalados. Por exemplo, o Internet Explorer que
vem com o Windows 7 é um componente, e não um programa. Desta forma, para retirá-lo do
computador é necessário desativar o recurso Internet Explorer.
* Programas Padrão – Função idêntica a clicar no Menu Iniciar e escolher a opção “Programas
Padrão”. Utilizado para escolher o programa que irá ser utilizado, quando um documento ou
link for aberto. Por exemplo, ao clicar em um arquivo com e extensão .doc, pode-se definir o
Microsoft Word ou o BrOffice Writer para abrir esse arquivo.
* Recuperação – Função idêntica a clicar no Menu Iniciar, Todos os Programas, Acessórios,
Ferramentas do Sistema e escolher a opção “Restauração do Sistema”. Utilizado para solucionar
diversos problemas do sistema, permitindo restaurar o computador a um estado anterior.
* Região e Idioma – Permite configurações do formato de data, hora e moeda e configuração
do layout do teclado (configurar o teclado com ou sem a letra Ç).
** Sistema – Ícone bastante importante pois traz várias informações. Permite identificar
a edição do Windows 7 (Started, Home Basic entre outras e o tipo de sistema: 32bits ou 64
bits), permite identificar se o computador pertence à uma rede corporativa ou rede doméstica
(domínio ou grupo de trabalho), traz informações sobre a quantidade de memória RAM e o

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nome do processador. Nesse ícone também temos acesso ao “Gerenciador de Dispositivos”
(traz uma lista de todos os componentes de hardware instalados no computador), ou
“Configurações remotas” (local onde se configura a Assistência Remota e Área de Trabalho
Remota, configurações que definem se o acesso remoto será permitido ou não e os usuários
que terão acesso), “Proteção do sistema” (gerenciamento das configurações da Recuperação
do Sistema, abordado anteriormente nesta apostila) e “Configurações Avançadas do sistema”
(onde existem configurações relacionadas à Desempenho, Perfis do Usuário e Inicialização e
Recuperação).
Soluções de Problemas – Permite verificar a funcionalidade de “Programas”, “Hardware e
Sons”, “Rede e Internet” e “Sistema e Segurança”. Para cada um destes 4 componentes existem
assistentes que irão conduzir o usuário para testar os itens relacionados.
Som – Ícone bem simples que contém apenas informações sobre os dispositivos de áudio e
permite testar o alto-falante e o microfone.
Teclado – Permite ajustar configurações relacionadas ao teclado como o tratamento para
repetições de caracteres, e a intermitência com que o cursor fica piscando. Não é neste ícone
que se altera o layout do teclado, isso é feito no ícone “Região e Idioma”.
Telefone e Modem – Mostra os modens instalados no computador e permite definir o código
de área (051 para Porto Alegre) e outras regras de discagem (tecla para discagem externa e
outros).
Vídeo – Traz a opção de aumentar o tamanho de todos os itens da Área de Trabalho de 100%
para 125% e eventualmente 150%. Também apresenta atalhos para os itens “Ajustar resolução”,
“Calibrar a cor”, “Alterar configurações de vídeo” e “Ajustar texto ClearType”.
* Windows Defender – O Windows 7 já vem com uma ferramenta de anti-spyware instalada,
que se chama Windows Defender. Nesse ícone podemos fazer as configurações da ferramenta.
* Windows Update – O Windows Update é o nome do processo de atualização do sistema
operacional, Nesse ícone, pode-se ativar ou desativar a instalação das atualizações e também
definir a agenda de instalação das mesmas.

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Informática

Microsoft Word 2010

O Microsoft Word é um programa de processamento de texto, projetado para ajudá-lo a


criar documentos com qualidade profissional. Com as melhores ferramentas de formatação
de documento, o Word o ajuda a organizar e escrever seus documentos com mais eficiência.
Ele também inclui ferramentas avançadas de edição e revisão para que você possa colaborar
facilmente com outros usuários.

Janela Inicial do Word 2010

A nova interface de usuário do Office Fluent no Word 2010 parece muito diferente da interface
do usuário do Word 2003. Os menus e as barras de ferramentas foram substituídos pela Faixa
de Opções e pelo modo de exibição Backstage. Para os novos usuários do Word, a interface é
muito intuitiva. Para os usuários do Word mais experientes, a interface requer um pouco de
reaprendizado.
A nova Faixa de Opções, um componente da interface do usuário do Office Fluent, agrupa suas
ferramentas por tarefa, e os comandos usados com mais frequência estão facilmente acessíveis.
No Word 2010, você pode até personalizar essa Faixa de Opções para que os comandos usados
com frequência fiquem juntos.

1. As guias são projetadas para serem orientadas a


tarefas.
2. Os grupos dentro de cada guia dividem uma tarefa
em subtarefas.
3. Os botões de comando em cada grupo executam
um comando ou exibem um menu de comandos.

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A nova interface do usuário do Office Fluent orientada a resultados apresenta as ferramentas,
de uma forma clara e organizada, quando você precisa delas:
•• Economize tempo e faça mais com os recursos avançados do Word selecionando em
galerias de estilos predefinidos, formatos de tabela, formatos de lista, efeitos gráficos e
mais.
•• A interface do usuário do Office Fluent elimina o trabalho de adivinhação quando você
aplica formatação ao documento. As galerias de opções de formatação proporcionam
uma visualização dinâmica da formatação no documento antes de você confirmar uma
alteração.

Microsoft Office Backstage


A Faixa de Opções contém um conjunto de comandos de trabalho em um documento, enquanto
o modo de exibição do Microsoft Office Backstage é o conjunto de comandos que você usa para
fazer algo para um documento.
Abra um documento e clique na guia Arquivo para ver o modo de exibição Backstage. O
modo de exibição Backstage é onde você gerencia seus documentos e os dados relacionados
a eles — criar, salvar e enviar documentos, inspecionar documentos em busca de dados
ocultos ou informações pessoais, definir opções de ativação ou desativação de sugestões de
preenchimento automático, e muito mais.
A guia Arquivo substitui o Botão Microsoft Office (versão 2007) e o menu Arquivo usado nas
versões anteriores (2003, por exemplo) do Microsoft Office e está localizada no canto superior
esquerdo dos programas do Microsoft Office 2010.

Ao clicar na guia Arquivo, você vê muitos dos mesmos comandos básicos que via quando clicava
no Botão Microsoft Office ou no menu Arquivo nas versões anteriores do Microsoft Office.
Você encontrará Abrir, Salvar e Imprimir, bem como uma nova guia modo de exibição Backstage
chamada Salvar e Enviar, que oferece várias opções de compartilhamento e envio de
documentos.

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Word: Versão 2007 e 2010 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

Salvar e Salvar Como


Você pode usar os comandos Salvar e Salvar Como para armazenar seu trabalho e pode ajustar
as configurações que o Microsoft Word usa para salvar os documentos.
Por exemplo, se o documento for para o seu uso pessoal e você nunca espera abri-lo em uma
versão anterior do Microsoft Word, você pode usar o comando Salvar.
Se você quiser compartilhar o documento com pessoas que usem um software diferente do
Microsoft Word 2010 ou do Microsoft Office Word 2007 ou se você planeja abrir o documento
em outro computador, será necessário escolher como e onde salvar o documento.

Se você salvar o documento no formato de arquivo padrão .docx, os usuários do Microsoft


Word 2003, Word 2002 e Word 2000 terão de instalar o Pacote de Compatibilidade do
Microsoft Office para Formatos de Arquivo Open XML do Word, Excel e PowerPoint para abrir
o documento. Como alternativa, você pode salvar o documento em um formato que possa
ser aberto diretamente nas versões anteriores do Word — mas a formatação e layout que
dependem dos novos recursos do Word 2010 podem não estar disponíveis na versão anterior
do Word.

1. Clique na guia Arquivo.


2. Clique em Salvar Como.
3. Na caixa Nome do arquivo, digite o nome do documento e clique em Salvar.
4. Na lista Salvar como tipo, clique em Documento do Word 97-2003. (Isso altera o formato
do arquivo para .doc.)
5. Digite um nome para o documento e, em seguida, clique em Salvar.

Salvar um documento em formatos de arquivo alternativos


Se você estiver criando um documento para outras pessoas, poderá torná-lo legível e não
editável ou torná-lo legível e editável. Se quiser que um documento seja legível, mas não
editável, salve-o como arquivo PDF ou XPS ou salve-o como uma página da Web. Se quiser

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que o documento seja legível e editável, mas preferir usar um formato de arquivo diferente de
.docx ou .doc, poderá usar formatos como texto simples (.txt), Formato Rich Text (.rtf), Texto
OpenDocument (.odt) e Microsoft Works (.wps).
PDF e XPS são formatos que as pessoas podem ler em uma variedade de softwares disponíveis.
Esses formatos preservam o layout de página do documento.
Páginas da Web: As páginas da Web são exibidas em um navegador da Web. Esse formato
não preserva o layout da página do seu documento. Quando alguém redimensionar a janela
do navegador, o layout do documento será alterado. Você pode salvar o documento como
uma página da Web convencional (formato HTML) ou como uma página da Web de arquivo
único (formato MHTML). Com o formato HTML, quaisquer arquivos de suporte (tais como
imagens) são armazenados em uma pasta separada que é associada ao documento. Com o
formato MHTML, todos os arquivos de suporte são armazenados junto com o documento em
um arquivo.

Abrir um novo documento e começar a digitar


1. Clique na guia Arquivo.

2. Clique em Novo.
3. Clique duas vezes em Documento em branco.

Iniciar um Documento de um Modelo (DOTX)

O site Modelos no Office.com oferece modelos para vários tipos de documentos, incluindo
currículos, folhas de rosto, planos de negócios, cartões de visita.
1. Clique na guia Arquivo.

2. Clique em Novo.
3. Em Modelos Disponíveis, siga um destes procedimentos:
•• Clique em Modelos de Exemplo para selecionar um modelo disponível em seu
computador.
•• Clique em um dos links no Office.com.
4. Clique duas vezes no modelo que você deseja.

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Word: Versão 2007 e 2010 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

Informações
A guia Informações exibirá comandos, propriedades e metadados diferentes, dependendo do
estado do documento e onde ele está armazenado. Os comandos da guia Informações pode
incluir Check-in, Check-out e Permissões.
Os comandos do modo de exibição Backstage serão realçados dependendo do quanto for
importante para o usuário notar e interagir com eles. Por exemplo, Permissões na guia
“Informações” é realçado em vermelho quando as permissões definidas no documento podem
limitar a edição.

Guia Página Inicial (Word 2010)


A Guia Página Inicial contempla várias ferramentas, que em tese são as mais utilizadas, dividida
em 5 grupos:
Fonte;
Área de Transferência;
Estilo;
Parágrafo;
Edição.

Área de Transferência
A Área de Transferência do Office permite que você colete texto e itens gráficos de qualquer
quantidade de documentos do Office ou outros programas para, em seguida, colá-los em
qualquer documento do Office. Por exemplo, você pode copiar parte do texto de um documento
do Microsoft Word, alguns dados do Microsoft Excel, uma lista com marcadores do Microsoft
PowerPoint ou texto do Microsoft Internet Explorer, voltando para o Word e organizando alguns
ou todos os itens coletados em seu documento do Word.
A Área de Transferência do Office funciona com os comandos Copiar e Colar padrão. Basta
copiar um item para a Área de Transferência do Office para adicioná-lo à sua coleção (24 itens).
Depois, cole-o em qualquer documento do Office a qualquer momento. Os itens coletados
permanecerão na Área de Transferência do Office até que você saia dele.

Você pode acessar os comandos de Recortar (CTRL + X), Copiar


(CTRL + C) e Colar (CTRL + V) no Grupo Área de Transferência
da guia Inicio.
Para acessar o painel da área de transferência clique no canto
inferior direito do grupo Área de Transferência.

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1. Selecione o texto ou o gráfico que possui o formato que você deseja copiar.

Observação: Se quiser copiar a formatação de texto, selecione uma parte de um pa-


rágrafo. Se quiser copiar a formatação do texto e do parágrafo, selecione um parágrafo
inteiro, incluindo a marca de parágrafo (indicada com a opção ).

2. Na guia Página Inicial, no grupo Área de Transferência, clique em Pincel.


O ponteiro muda para um ícone de pincel.

Observação: Clique duas vezes no botão Pincel se deseja alterar o formato de várias
seleções no seu documento.

3. Selecione o texto ou o gráfico que deseja formatar.


4. Para interromper a formatação, pressione ESC.

Fonte
A formatação de fontes poderá ser feita através do Grupo Fonte da guia Página Inicial no Word
2010.

Efeitos de Texto: Aplicar um efeito visual ao texto selecionado, como sombra, brilho ou
reflexo.
A maioria das formatações de fonte você encontrará no canto inferior direito do Grupo Fonte
através do iniciador da caixa de diálogo.

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Word: Versão 2007 e 2010 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

Cuidado principalmente com os efeitos de subscrito/sobrescrito e de Caixa Alta (Versalete) e


TODAS EM MAIÚSCULAS, pois costumam cair em muitas provas.

Veja que são poucas as diferenças entre o Word 2003 e o 2010 na formatação de fonte, algumas
diferenças relevantes são as guias e especialmente os efeitos de texto que foram aprimorados.

Parágrafo

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A caixa de diálogo Formatar Parágrafo permite personalizar o alinhamento, o recuo, o
espaçamento de linhas, as posições e as guias da parada de tabulação e as quebras de linha e
de parágrafo dentro dos parágrafos selecionados.

A guia “Recuos e Espaçamento” permite personalizar o alinhamento, o recuo e o espaçamento


de linha dos parágrafos selecionados.

Geral
Aqui você pode definir o alinhamento dos parágrafos:
À Esquerda: O caractere à extrema esquerda de cada linha é alinhado à margem esquerda e
a borda direita de cada linha fica irregular. Esse é o alinhamento padrão para parágrafos com
direção do texto da esquerda para a direita.
Centro: O centro de cada linha de texto é alinhado ao ponto médio das margens direita e
esquerda da caixa de texto e as bordas esquerda e direita de cada linha ficam irregulares.
À Direita: O caractere à extrema direita de cada linha é alinhado à margem direita e a borda
esquerda de cada linha fica irregular. Esse é o alinhamento padrão para parágrafos com direção
do texto da direita para a esquerda.
Justificado: O primeiro e o último caracteres de cada linha (exceto o último) são alinhados às
margens esquerda e direita e as linhas são preenchidas adicionando ou retirando espaço entre
e no meio das palavras. A última linha do parágrafo será alinhada à margem esquerda, se a
direção do texto for da esquerda para a direita, ou à margem direita, se a direção do texto for
da direita para a esquerda.

Recuo
O recuo determina a distância do parágrafo em relação às margens esquerda ou direita da caixa
de texto. Entre as margens, você pode aumentar ou diminuir o recuo de um parágrafo ou de
um grupo de parágrafos. Também pode criar um recuo negativo (também conhecido como

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Word: Versão 2007 e 2010 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

recuo para a esquerda), o que recuará o parágrafo em direção à margem esquerda, se a direção
do texto estiver definida como da esquerda para a direita, ou em direção à margem direita, se a
direção do texto estiver definida como da direita para a esquerda.
Margens e recuos são elementos diferentes dentro de um texto do Word. As margens
determinam a distância entre a borda do papel e o início ou final do documento. Já os recuos
determinam a configuração do parágrafo dentro das margens que foram estabelecidas para o
documento. Podemos determinar os recuos de um parágrafo através da régua horizontal ou do
grupo Parágrafo.
Existem na régua, dois conjuntos de botões de recuo, um do lado direito, que marca o recuo
direito de parágrafo e outro do lado esquerdo (composto por três elementos bem distintos)
que marcam o recuo esquerdo de parágrafo.
O deslocamento destes botões deve ser feito pelo clique do mouse seguido de arrasto. Seu
efeito será sobre o parágrafo onde o texto estiver posicionado ou sobre os parágrafos do texto
que estiver selecionado no momento.
Movendo-se o botão do recuo direito de parágrafo, todo limite direito do parágrafo será
alterado:

Já no recuo esquerdo é preciso tomar cuidado com as partes que compõem o botão. O Botão
do recuo esquerdo é composto por 3 elementos distintos:
•• Botão de entrada de parágrafo ou recuo especial na 1º linha.
•• Botão de Deslocamento do recuo esquerdo, com exceção da 1º linha
•• Botão de Deslocamento do recuo esquerdo, mantendo a relação entre a entrada do
parágrafo e as demais linhas.
Lembre-se que o deslocamento dos botões é válido para o parágrafo em que está posicionado
o cursor ou para os parágrafos do texto selecionado. Assim, primeiro seleciona-se o texto para
depois fazer o movimento com os botões de recuos.

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Espaçamento entre Linhas
O espaçamento entre linhas determina a quantidade de espaço vertical entre as linhas do texto
em um parágrafo. O espaçamento entre parágrafos determina o espaço acima ou abaixo de um
parágrafo. Quando você pressiona ENTER para começar um novo parágrafo, o espaçamento é
atribuído ao próximo parágrafo, mas você pode alterar as configurações de cada parágrafo.
No Microsoft Word 2010, o espaçamento padrão para a maioria dos conjuntos de Estilos
Rápidos é de 1,15 entre linhas e 10 pontos após cada parágrafo. O espaçamento padrão em
documentos do Office Word 2003 é de 1,0 entre linhas e nenhuma linha em branco entre
parágrafos.

1. Espaçamento entre linhas de 1,0 e nenhum espaço entre parágrafos.


2. Espaçamento entre linhas de 1,15 e 10 pontos após um parágrafo.

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Word: Versão 2007 e 2010 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

Alterar o espaçamento entre linhas em uma parte do documento


1. Selecione os parágrafos em que deseja alterar o espaçamento entre linhas.
2. Na guia Página Inicial, no grupo Parágrafo, clique em Espaçamento entre Linhas.

3. Siga um destes procedimentos:


•• Clique no número de espaçamentos entre linha que deseja.
Por exemplo, clique em 1,0 para usar um espaçamento simples com o espaçamento
usado em versões anteriores do Word. Clique em 2,0 para obter um espaçamento
duplo no parágrafo selecionado. Clique em 1,15 para usar um espaçamento simples
com o espaçamento usado no Word 2010.
•• Clique em Opções de Espaçamento entre Linhas e selecione as opções desejadas
em Espaçamento. Consulte a lista de opções disponíveis a seguir para obter mais
informações.

Opções de espaçamento entre as linhas


Simples: Essa opção acomoda a maior fonte nessa linha, além de uma quantidade extra de
espaço. A quantidade de espaço extra varia dependendo da fonte usada.
1,5 linha: Essa opção é uma vez e meia maior que o espaçamento de linha simples.
Duplo: Essa opção é duas vezes maior que o espaçamento de linha simples.
Pelo menos: Essa opção define o mínimo de espaçamento entre as linhas necessário para
acomodar a maior fonte ou gráfico na linha.
Exatamente: Essa opção define o espaçamento entre linhas fixo, expresso em pontos. Por
exemplo, se o texto estiver em uma fonte de 10 pontos, você poderá especificar 12 pontos
como o espaçamento entre linhas.
Múltiplos: Essa opção define o espaçamento entre linhas que pode ser expresso em números
maiores que 1. Por exemplo, definir o espaçamento entre linhas como 1,15 aumentará o espaço
em 15%, enquanto definir o espaçamento entre linhas como 3 aumentará o espaço em 300%
(espaçamento triplo).

Quebras de Linha e de PÁGINA


Esta guia permite controlar como as linhas em um parágrafo são formatadas em caixas de texto
vinculadas ou entre colunas.

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Controle de linhas órfãs/viúvas As viúvas e órfãs são linhas de texto isoladas de um parágrafo
que são impressas na parte superior ou inferior de uma caixa de texto ou coluna. Você pode
escolher evitar a separação dessas linhas do restante do parágrafo.
•• Linha órfã: a primeira linha de um parágrafo que fica sozinha na folha anterior.
•• Linha viúva: a última linha de um parágrafo que fica sozinha na folha seguinte.
Manter com o próximo Essa caixa de seleção manterá um ou mais parágrafos selecionados
juntos em uma caixa de texto ou uma coluna.
Manter linhas juntas Essa caixa de seleção manterá as linhas de um parágrafo juntas em uma
caixa de texto ou uma coluna.
Quebrar página antes Esta opção insere uma quebra de página no parágrafo selecionado.

Tabulação
Para determinarmos o alinhamento do texto em relação ao tabulador é preciso primeiro
selecionar o tipo de tabulador a partir do símbolo que existe no lado esquerdo da régua
horizontal.

Cada clique dado sobre este símbolo fará com que ele assuma uma das posições de alinhamento
que existem para tabuladores.

Determine a posição do tabulador antes de inseri-lo no texto. Após determinar o alinhamento


do tabulador clique uma vez sobre o ponto da régua onde ele deverá aparecer.
Além dos tabuladores, existe ainda uma Barra, que pode ser colocada entre as colunas e as
posições de recuo esquerdo, que podem ser fixadas pela Régua Horizontal. Acrescenta uma
Barra no texto no ponto em que foi acionado. Nenhum efeito de tabulação ou marcação de
deslocamento é feito. Trata-se apenas de um elemento visual que pode ser inserido no texto do
Word (através dele pode-se criar, por exemplo, bordas que separam os diversos tabuladores).

Definir paradas de tabulação usando a caixa de diálogo Tabulações


Se você deseja que sua tabulação pare em posições precisas que não podem ser obtidas
clicando na régua, ou se deseja inserir um caractere específico (de preenchimento) antes da
tabulação, pode usar a caixa de diálogo Tabulações.
Para exibir a caixa de diálogo Tabulações, clique duas vezes em qualquer parada de tabulação
na régua ou faça o seguinte:

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Word: Versão 2007 e 2010 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

1. Clique duas vezes na régua ou clique na guia Layout


de Página, clique no Iniciador da Caixa de Diálogo
Parágrafo e clique em Tabulações.

2. Em Posição da parada de tabulação, digite o local onde


você deseja definir a parada de tabulação.

3. Em Alinhamento, clique no tipo de parada de tabulação


desejado.

4. Para adicionar pontos na parada de tabulação, ou para


adicionar outro tipo de preenchimento, clique na opção
desejada em Preenchimento.

5. Clique em Definir.

6. Repita as etapas de 2 a 5 para adicionar outra parada de


tabulação ou clique em OK.

Criar uma lista numerada ou com marcadores


Você pode adicionar com rapidez marcadores ou números a linhas de texto existentes, ou o
Word pode automaticamente criar listas à medida que você digita.
Por padrão, se você iniciar um parágrafo com um asterisco ou um número 1., o Word
reconhecerá que você está tentando iniciar uma lista numerada ou com marcadores. Se não
quiser que o texto se transforme em uma lista, clique no botão Opções de AutoCorreção
que aparece.

Listas: um ou vários níveis


Crie uma lista de apenas um nível ou uma lista de vários níveis para mostrar listas em uma lista.
Ao criar uma lista numerada ou com marcadores, você pode seguir um destes procedimentos:
•• Usar a Biblioteca de Marcadores e a Biblioteca de Numeração convenientes: Use os
formatos padrão de marcador e numeração para listas, personalize listas ou selecione
outros formatos na Biblioteca de Marcadores e na Biblioteca de Numeração.

www.acasadoconcurseiro.com.br 791
•• Formatar marcadores ou números: Formate marcadores ou números de maneira
diferente da usada no texto de uma lista. Por exemplo, clique em um número ou altere
a cor do número para a lista inteira, sem alterar o texto da lista.

•• Usar imagens ou símbolos: Crie uma lista com marcadores de imagens para tornar um
documento ou uma página da Web visualmente mais interessante.

Mover uma lista inteira para a esquerda ou direita

1. Clique em um marcador ou número na lista para realçá-la.


2. Arraste a lista para um novo local.
A lista inteira será movida à medida que você arrastar. Os níveis de numeração não são
alterados.

Transformar uma lista de um nível em uma lista de vários níveis


Você pode transformar uma lista existente em uma lista de vários níveis alterando o nível
hierárquico dos itens da lista.

1. Clique em um item que você deseja mover para um nível diferente.


2. Na guia Página Inicial, no grupo Parágrafo, clique na seta ao lado de Marcadores ou
Numeração, clique em Alterar Nível da Lista e, em seguida, clique no nível desejado.

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Word: Versão 2007 e 2010 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

Estilo

Um estilo é um conjunto de características de formatação, como nome da fonte, tamanho,


cor, alinhamento de parágrafo e espaçamento. Alguns estilos incluem até mesmo borda e
sombreamento.
Por exemplo, em vez de seguir três etapas separadas para formatar seu título como 16 pontos,
negrito, Cambria, você pode conseguir o mesmo resultado em uma única etapa aplicando o
estilo Título 1 incorporado. Não é preciso se lembrar das características do estilo Título 1. Para
cada rubrica no seu documento, basta clicar no título (você nem mesmo precisa selecionar
todo o texto) e clicar em Título 1 na galeria de estilos.

Se você decidir que quer subtítulos, use o estilo interno Título 2.

1. Os Estilos Rápidos da galeria de estilos foram criados para trabalhar juntos. Por exemplo, o
Estilo Rápido Título 2 foi criado para parecer subordinado ao Estilo Rápido Título 1.
2. O texto do corpo do seu documento é automaticamente formatado com o Estilo Rápido
Normal.
3. Estilos Rápidos podem ser aplicados a parágrafos, mas você também pode aplicá-los a
palavras individuais e caracteres. Por exemplo, você pode enfatizar uma frase aplicando o
Estilo Rápido Ênfase.
4. Quando você formata o texto como parte de uma lista, cada item da lista é automaticamente
formatado com o Estilo Rápido Lista de Parágrafos.

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Se mais tarde você decidir que gostaria que os títulos tenham uma aparência diferente, altere
os estilos Título 1 e Título 2, e o Word atualizará automaticamente todas as suas instâncias no
documento. Você também pode aplicar um conjunto de Estilo Rápido diferente ou um tema
diferente para mudar a aparência dos títulos sem fazer alterações aos estilos.
Os estilos internos (Título 1, Título 2, etc.) oferecem outros benefícios, também. Se você usar os
estilos internos de título, o Word poderá gerar uma tabela de conteúdos automaticamente. O
Word também usa os estilos internos de título para fazer a Estrutura do documento, que é um
recurso conveniente para mover-se através de documentos longos.

Edição
No Word 2010, com o Painel de Navegação, você pode localizar-se rapidamente em documentos
longos, reorganizar com facilidade seus documentos arrastando e soltando seções em vez de
copiar e colar além de localizar conteúdo usando a pesquisa incremental, para que não seja
preciso saber exatamente o que está procurando para localizá-lo.

No Word 2010 é possível:


•• Mover-se entre títulos no documento clicando nas partes do mapa do documento.
•• Recolher níveis da estrutura de tópicos para ocultar cabeçalhos aninhados, para que você
possa trabalhar facilmente com o mapa mesmo em documentos longos, profundamente
estruturados e complicados.
•• Digitar texto na caixa de pesquisa para encontrar o lugar instantaneamente.
•• Arrastar e soltar títulos no documento para reorganizar a estrutura. Você também pode
excluir, recortar ou copiar títulos e seu conteúdo.
•• Facilmente promover ou rebaixar um título específico, ou um título e todos os seus títulos
aninhados, para cima ou para baixo dentro da hierarquia.

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Word: Versão 2007 e 2010 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

•• Adicionar novos títulos ao documento para criar uma estrutura de tópicos básica ou inserir
novas seções sem ter que rolar o documento.
•• Ficar atento ao conteúdo editado por outras pessoas procurando os títulos que contêm um
indicador de coautoria.
•• Ver miniaturas de todas as páginas do documento e clicar nelas para me mover pelo
documento.

Localizar (CTRL+L)
Permite a localização de texto, fonte, tipo parágrafo, idioma, quadro, estilo, realce e caracteres
especiais.

Substituir (CTRL+U)
Substitui texto, fonte, parágrafo, idioma, quadro, estilo, realce e caracteres especiais.

Ir Para (Alt+CTRL+G)
Permite ir para uma determinada página, seção, linha, indicador, nota de rodapé, nota de fim,
tabela, etc.

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Guia Layout de Página

Formatar Colunas

Sempre que se formata um texto em colunas o próprio Word se


encarrega de colocar quebras de seções entre as partes que dividem
o documento. Na Guia Layout da Página encontra-se a opção colunas.
Sua janela possibilita ao usuário modificar alguns dos critérios de
formatação das colunas, como a distância entre elas e o seu tamanho.

Configurar Página
A formatação de página define como ficará o documento ativo com relação ao tamanho da
folha e a posição do texto dentro dela (margens direita, esquerda, superior inferior, etc.).

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Word: Versão 2007 e 2010 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

Alterar margens da página


As margens da página são o espaço em branco em volta das
bordas da página. Em geral, você insere texto e elementos
gráficos na área imprimível entre as margens. Quando você
alterar as margens de um documento de página, alterará o
local onde texto e gráficos aparecem em cada página.
Para configurar página no Word 2010:

1. Na guia Layout da Página, no grupo Configurar Página,


clique em Margens. A galeria de Margens aparece.
2. Clique no tipo de margem que deseja aplicar.

Se o documento contiver várias seções, o tipo de margem novo só será aplicada à seção atual.
Se o documento contiver várias seções e você tiver várias seções selecionadas, o tipo da nova
margem será aplicada a cada seção que você escolheu.

Observação: Para alterar as margens padrão, depois de selecionar uma nova margem
clique em Margens Personalizadas e, em seguida, clique em Avançada. Na caixa de
diálogo Configurar Página, clique no botão Configurar Como Padrão. As novas confi-
gurações padrão serão salvas no modelo no qual o documento é baseado. Cada novo
documento baseado nesse modelo automaticamente usará as novas configurações de
margem.

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Guia Inserir

Cabeçalhos e Rodapés
Abrir Cabeçalhos e Rodapés
Use um dos três métodos:
•• Clique duas vezes na área do cabeçalho e rodapé do documento.
•• Clique com o botão direito na área do cabeçalho ou rodapé e clique Editar Cabeçalho.
•• Clique na guia Inserir e no grupo Cabeçalho e Rodapé, clique Cabeçalho, Rodapé ou
Número de Página e insira um estilo de uma destas galerias. Que abrem cabeçalhos e
rodapés.

Fechar Cabeçalhos e Rodapé


Use um dos dois métodos
•• Clique duas vezes no corpo do documento.
•• Na guia Design, clique em Fechar cabeçalho e rodapé

Inserir Conteúdo Usando o Estilo das Galerias


As galerias contém conteúdo preexistente que foi posicionado, formatado, projetado e que
contém controles e campos.

1. Clique na fui Inserir.


2. No grupo Cabeçalho e Rodapé, clique em Cabeçalho, Rodapé ou Número de Página.
3. Para números de páginas, aponte para uma posição na página e isso abrirá a galeria.
4. Na galeria Cabeçalho, Rodapé ou Número de Página, clique em um estilo para aplicá-
lo e preencha os conteúdos conforme apropriado. Quando um estilo é aplicado, a guia
Ferramentas de Design de Cabeçalho e Rodapé abre com mais comandos para suportar
criação, navegação e edição.

Editar Propriedades do Documento


Para atualizar ou editar propriedades dos documentos com informações atuais, para os seus
cabeçalhos e rodapés. Siga esses passos.

1. Clique na guia Arquivo.


2. Na guia Info, clique na seta próxima à Propriedades, à direita da janela.
3. Clique em Propriedades Avançadas.
4. Na guia Resumo, preencha a informação desejada.
Quando você usa as Propriedades do Documento ou Campo no menu Partes Rápidas, o
Word irá buscar informações para os controles e campos Autor, Empresa e Título.
5. Clique OK para fechar a caixa de diálogo Propriedades e clique em Arquivo para fechar a
guia.

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Word: Versão 2007 e 2010 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

Formatar o Número de Páginas ou Alterar o Número Inicial


Para alterar as configurações padrão para número de páginas no documento:

1. Na guia Inserir ou na guia Design com Ferramentas de Cabeçalho e Rodapé, clique Número
de página, e clique em Formatar número de páginas.

2. Altere o formato do número ou o número inicial e clique em OK.


Dica para documentos com seções múltiplas: Posicione o cursor na seção desejada e complete
os passos acima.

Quebras
As quebras podem ser de página, coluna, linha ou seções. Para inserir uma quebra basta acionar
o botão de comando Quebras no Grupo Configurar Página na Guia Layout.
Ao acionarmos o botão quebras serão exibidas as opções de quebras de página como segue:
Teclas de atalho:
Quebra de página (CTRL+ENTER);
Quebra de coluna (CTRL+SHIFT+ENTER);
Quebra automática de linha (SHIFT+ENTER).

www.acasadoconcurseiro.com.br 799
A quebra de página também poderá ser acionada através do botão de comando Quebra de
Página localizado no Grupo Páginas na Guia Inserir.

As Quebras de Seções
É possível usar quebras de seção para alterar o layout ou a formatação de uma página ou de
páginas do documento. Por exemplo, você pode definir o layout de uma página em coluna
única como duas colunas. Pode separar os capítulos no documento para que a numeração de
página de cada capítulo comece em 1. Também pode criar um cabeçalho ou rodapé diferente
para uma seção do documento.

1. Seção formatada como coluna única.


2. Seção formatada como duas colunas.
As quebras de seção são usadas para criar alterações de layout ou formatação em uma parte do
documento. Você pode alterar os seguintes elementos de seções específicas:
•• Margens;
•• Tamanho ou orientação do papel;
•• Fonte do papel para uma impressora;
•• Bordas da página;
•• Alinhamento vertical de um texto em uma página;
•• Cabeçalhos e rodapés;
•• Colunas;
•• Numeração de página;
•• Numerar linhas;
•• Numeração de nota de rodapé e de nota de fim.

Tipos de Quebra de Seção


Próxima Página
O comando Próxima Página insere uma quebra de seção e inicia a nova seção na próxima
página.

Esse tipo de quebra de seção é especialmente útil para iniciar novos capítulos em um
documento.

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Word: Versão 2007 e 2010 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

Contínuo
O comando Contínuo insere uma quebra de seção e inicia a nova seção na mesma página.

Uma quebra de seção contínua é útil para criar uma alteração de formatação, como um número
diferente de colunas em uma página.

Páginas Pares ou Páginas Ímpares


O comando Páginas Pares ou Páginas Ímpares insere uma quebra de seção e inicia a nova seção
na próxima página de número par ou ímpar.

Se você quiser que os capítulos do seu documento sempre comecem em uma página par ou em
uma página ímpar, use a opção de quebra de seção Páginas pares ou Páginas ímpares.

Tabelas

Inserir uma tabela

1. Clique em Tabela, em Tabelas, na guia Inserir.

Arraste para selecionar o número de linhas e colunas necessárias para a tabela que você criará.
Clique na guia Layout em Ferramentas de Tabela.

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Clique em Inserir Acima, em Linhas e Colunas, para inserir uma linha acima da célula em que
você clicou.

Se você clicar em Inserir Abaixo, Inserir à Esquerda ou Inserir à Direita, uma linha ou coluna
será inserida na posição especificada.

Se você quiser excluir uma linha ou coluna, clique em uma das células que pertencem à linha
ou coluna que deseja excluir.
Clique na guia Layout em Ferramentas de Tabela.

Clique em Excluir, em Linhas e Colunas, e clique em Excluir Linhas para excluir a linha.

Se você clicar em Excluir Colunas, a coluna será excluída.

Se você clicar em Excluir Células, a caixa de diálogo Excluir Células será exibida.
Clique em um método de modo a deslocar as células restantes após uma célula selecionada ser
excluída a partir da caixa de diálogo Excluir Células e clique em OK para excluir uma célula.

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Word: Versão 2007 e 2010 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

5. Se desejar mesclar as células, arraste as células que deseja mesclar.

Clique na guia Layout em Ferramentas de Tabela.

Clique em Mesclar Células, em Mesclar, para mesclar as células.

Guia Exibição
Guia composta pelos grupos Modos de Exibição de Documento, Mostrar, Zoom, Janela e
Macros.

Grupo Modos de Exibição de Documentos: Alterna formas como o documento pode ser
exibido:
Layout de Impressão, Leitura em Tela, Layout da Web, Estrutura de Tópicos e Rascunho.

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Grupo Mostrar: Ativa ou desativa a régua, linhas de grade e Painel de Navegação.

Régua: Exibe ou oculta as réguas horizontal e vertical.


Linhas de grade: Ativa linhas horizontais e verticais que podem ser usadas para alinhar objetos.
Painel de Navegação: Ativa/desativa um painel a esquerda do documento mostrando a sua
estrutura permitindo a navegação.
Grupo Zoom: Permite especificar o nível de zoom de um documento.

Guia Revisão

Ativar ou desativar o controle de alterações


No Word 2010 você pode personalizar a barra de status para adicionar um indicador que avise
quando o controle de alterações está ativado ou não. Quando o recurso Controlar Alterações
está ativado, você pode ver todas as alterações feitas em um documento. Quando estiver
desativado, você pode fazer alterações em um documento sem marcar o que mudou.

Ativar o controle de alterações


•• Na guia Revisão, no grupo Controle, clique na imagem de Controlar Alterações.

Para adicionar um indicador de controle de alterações na barra de status, clique com o botão
direito do mouse na barra de status e clique em Controlar Alterações. Clique no indicador
Controlar Alterações na barra de status para ativar ou desativar o controle de alterações.

Desativar o controle de alterações


Quando você desativa o controle de alterações, pode revisar o documento sem marcar as
alterações. A desativação do recurso Controle de Alterações não remove as alterações já
controladas.

Importante: Para remover alterações controladas, use os comandos Aceitar e Rejeitar na


guia Revisar, no grupo Alterações.

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Word: Versão 2007 e 2010 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

•• Na guia Revisão, no grupo Controle, clique na imagem de Controlar Alterações.

Verificação de Ortografia e Gramática (7)


Por padrão, o Microsoft Word verifica ortografia e gramática ao digitar, usando sublinhado
ondulado vermelho para indicar possíveis problemas de ortografia e sublinhado ondulado
verde para indicar possíveis problemas gramaticais. Contudo, quando desejado, você pode
realizar a verificação de toda a ortografia e gramática de uma só vez.
Na guia Revisão, no grupo Revisão de Texto, clique em Ortografia e Gramática.

Dica Você pode acessar esse comando rapidamente adicionando-o à Barra de Ferramentas
de Acesso Rápido clicando com o botão direito do mouse no botão Ortografia e Gramática e
depois clicando em Adicionar à Barra de Tarefas de Acesso Rápido no menu de atalho.

Você pode corrigir a ortografia e a gramática diretamente no documento enquanto a caixa de


diálogo Verificar Ortografia e Gramática estiver aberta. Digite a correção no documento e, em
seguida, clique em Reiniciar na caixa de diálogo Verificar Ortografia e Gramática.
Para obter uma explicação detalhada de um erro gramatical clique em Explicar na caixa de
diálogo Verificar ortografia e gramática.

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Ignorar texto durante uma verificação de ortografia e gramática

1. Selecione o texto que você não deseja verificar.


2. No menu Ferramentas, aponte para Idioma e, em seguida, clique em Definir idioma.
3. Marque a caixa de seleção Não verificar ortografia ou gramática.

Outras maneiras de corrigir a Ortografia e Gramática:


•• Clique com o botão direito em uma palavra sublinhada de ondulado vermelho ou verde e,
em seguida, selecione o comando ou a alternativa de ortografia que deseja.
•• O ícone Mostra o status da verificação de ortografia e gramática. Quando o Word faz a
verificação de erros, uma caneta animada aparece sobre o livro. Se nenhum erro for
encontrado, será exibida uma marca de seleção. Se um erro for encontrado, será exibido
um "X". Para corrigir o erro, clique duas vezes nesse ícone. Nesse ícone também é possível,
clicando com o botão secundário do mouse, desabilitar a correção automática do texto
durante a digitação, tanto de ortografia quanto gramática.

Definir preferências gerais para o Word verificar ortografia e gramática

1. Na caixa de diálogo: Verificar Ortografia e Gramática, clique em Opções e, em seguida,


clique em Revisão de texto.
2. Em Ortografia ou em Gramática, selecione as opções desejadas.

Impressão
Nos programas do Microsoft Office 2010, agora você visualizar e imprimir arquivos do Office
em um único local: na guia Imprimir do modo de exibição do Microsoft Office Backstage.
Na guia Imprimir, as propriedades de sua impressora padrão aparecem automaticamente na
primeira seção e a visualização do seu documento aparece automaticamente na segunda seção.
Clique na guia Arquivo e em Imprimir.

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Word: Versão 2007 e 2010 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

Para voltar ao seu documento e fazer alterações antes de imprimi-la, clique na guia Arquivo, se
as propriedades de sua impressora e seu documento forem exibidas conforme desejado, clique
em Imprimir.
Para alterar as propriedades da impressora, sob o nome da impressora, clique em Propriedades
da Impressora.

Selecionar Texto e Elementos Gráficos com o Mouse

Para selecionar: Faça o Seguinte:


Qualquer quantidade de texto Arraste sobre o texto.
Uma palavra Clique duas vezes na palavra ou duas vezes F8.
Um elemento gráfico Clique no elemento gráfico.
Mova o ponteiro para a esquerda da linha até que ele assuma a
Uma linha de texto
forma de uma seta para a direita e clique.
Mova o ponteiro para a esquerda das linhas até que ele assuma
Várias linhas de texto a forma de uma seta para a direita e arraste para cima ou para
baixo.
Mantenha pressionada a tecla CTRL e clique em qualquer lugar
Uma frase
da frase ou três vezes F8.
Mova o ponteiro para a esquerda do parágrafo até que ele assuma
a forma de uma seta para a direita e clique duas vezes. Você
Um parágrafo
também pode clicar três vezes em qualquer lugar do parágrafo
ou quatro vezes F8.

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Mova o ponteiro para a esquerda dos parágrafos até que ele
Vários parágrafos assuma a forma de uma seta para a direita, clique duas vezes e
arraste para cima ou para baixo.
Clique no início da seleção, role até o fim da seção, mantenha
Um bloco de texto grande
pressionada a tecla SHIFT e clique.
Mova o ponteiro para a esquerda de qualquer texto do documento
até que ele assuma a forma de uma seta para a direita e clique
Um documento inteiro
três vezes ou com a tecla CTRL pressionada clique apenas uma
vez ou cinco vezes F8.
Pressione e conserve pressionada a tecla ALT e inicie a seleção do
Um bloco vertical de texto
texto desejado.

Selecionar Textos e Elementos Gráficos com o Teclado

Selecione o texto mantendo pressionada a tecla SHIFT e pressionando a tecla que move o ponto
de inserção.

Para estender uma seleção: Pressione:


Um caractere para a direita SHIFT+SETA À DIREITA
Um caractere para a esquerda SHIFT+SETA À ESQUERDA
Até o fim ou início da próxima palavra CTRL+SHIFT+SETA À DIREITA
Até o início de uma palavra CTRL+SHIFT+SETA À ESQUERDA
Até o fim de uma linha SHIFT+END
Até o início de uma linha SHIFT+HOME
Uma linha para baixo SHIFT+SETA ABAIXO
Uma linha para cima SHIFT+SETA ACIMA
Até o fim de um parágrafo CTRL+SHIFT+SETA ABAIXO
Até o início de um parágrafo CTRL+SHIFT+SETA ACIMA
Uma tela para baixo SHIFT+PAGE DOWN
Uma tela para cima SHIFT+PAGE UP
Até o início de um documento CTRL+SHIFT+HOME
Até o final de um documento CTRL+SHIFT+END

Nota: A partir da versão Word XP 2002, é possível a seleção de blocos alternados de texto
utilizando o mouse em combinação com a tecla CTRL que deverá ser pressionada durante todo
o processo de seleção.

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Informática

Microsoft Office Excel 2010

Inserindo Informações na Célula

Células
Dá-se o nome de Célula à interseção de uma Coluna e uma Linha, formando, assim, um
Endereço. As linhas são identificadas por números, enquanto que as colunas são identificadas
por letras do alfabeto. Sendo assim, no encontro da Coluna “B” com a Linha “6”, chamamos de
célula “B6”.
Para inserir qualquer tipo de informação em uma célula, deve-se, em primeiro lugar, ativá-la.
Para tanto, pode-se usar a tecla ENTER, TAB, AS SETAS, MOUSE ou digitar, na caixa de nome, o
endereço da célula desejada.

Tipos de Informações que Uma Célula Poderá Conter


Conteúdo: o dado propriamente dito.
Formato: recurso aplicado ao conteúdo de uma célula. Como, por exemplo, definir cor, tamanho
ou tipo de fonte ao conteúdo.

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Tipos de Conteúdo
Texto – Este será automaticamente alinhado à esquerda.
Número – Números são alinhados à direita.
Fórmula – Dependendo do resultado poderá ser alinhado à esquerda (texto) ou à direita
(número).
Observação – Datas são tipos de dados numéricos, porém já inseridos com formatação.
Exemplo: 10/02/2004. Para o Excel toda data é internamente um número, ou seja, por padrão, a
data inicial é 01/01/1900 que equivale ao nº 1, 02/01/1900 ao nº 2 e, assim, consecutivamente.

Formatar Células
Use a caixa de diálogo Formatar Células para formatar o conteúdo de células selecionadas.

Número
Use as opções na guia Número para aplicar um formato de número específico aos números
nas células da planilha. Para digitar números em células da planilha, você pode usar as teclas
numéricas ou pode pressionar NUM LOCK e então usar as teclas numéricas no teclado numérico.

•• Categoria: Clique em uma opção na caixa Categoria e selecione as opções desejadas


para especificar um formato de número. A caixa Exemplo mostra a aparência das células
selecionadas com a formatação que você escolher. Clique em Personalizado se quiser criar
os seus próprios formatos personalizados para números, como códigos de produtos. Clique
em Geral se quiser retornar para um formato de número não específico.
•• Exemplo: Exibe o número na célula ativa na planilha de acordo com o formato de número
selecionado.
•• Casas decimais: Especifica até 30 casas decimais. Esta caixa está disponível apenas para as
categorias Número, Moeda, Contábil, Porcentagem e Científico.

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Excel – Informática – Prof. Márcio Hunecke

•• Usar separador de milhar: Marque esta caixa de seleção para inserir um separador de
milhar. Esta caixa de seleção está disponível apenas para a categoria Número.
•• Números negativos: Especifica o formato no qual deseja que os números negativos sejam
exibidos. Esta opção está disponível apenas para as categorias Número e Moeda.
•• Símbolo: Selecione o símbolo da moeda que você deseja usar. Esta caixa está disponível
apenas para as categorias Moeda e Contábil.
•• Tipo: Selecione o tipo de exibição que deseja usar para um número. Essa lista está disponível
apenas para as categorias Data, Hora, Fração, Especial e Personalizado.
•• Localidade (local): Selecione um idioma diferente que deseja usar para o tipo de exibição
de um número. Esta caixa de listagem está disponível apenas para as categorias Data, Hora
e Especial.

Alinhamento

Use as opções do grupo alinhamento na guia


início ou na caixa de diálogo Formatar Células
a guia Alinhamento para alterar o alinhamento
do conteúdo da célula, posicionar o conteúdo
na célula e alterar a direção desse conteúdo.

Alinhamento de Texto
•• Horizontal: Selecione uma opção na lista Horizontal para alterar o alinhamento horizontal
do conteúdo das células. Por padrão, o Microsoft Office Excel alinha texto à esquerda,
números à direita, enquanto os valores lógicos e de erro são centralizados. O alinhamento
horizontal padrão é Geral. As alterações no alinhamento dos dados não alteram os tipos de
dados.
•• Vertical: Selecione uma opção na caixa de listagem Vertical para alterar o alinhamento
vertical do conteúdo das células. Por padrão, o Excel alinha o texto verticalmente na parte
inferior das células. O alinhamento vertical padrão é Geral.

www.acasadoconcurseiro.com.br 811
•• Recuo: Recua o conteúdo das células a partir de qualquer borda da célula, dependendo das
opções escolhidas em Horizontal e Vertical. Cada incremento na caixa Recuo equivale à
largura de um caractere.
•• Orientação: Selecione uma opção em Orientação para alterar a orientação do texto
nas células selecionadas. As opções de rotação poderão não estar disponíveis se forem
selecionadas outras opções de alinhamento.
•• Graus: Define o nível de rotação aplicado ao texto na célula selecionada. Use um número
positivo na caixa Graus para girar o texto selecionado da parte inferior esquerda para a
superior direita na célula. Use graus negativos para girar o texto da parte superior esquerda
para a inferior direita na célula selecionada.

Controle de texto
•• Quebrar texto automaticamente: Quebra o texto em várias linhas dentro de uma célula. O
número de linhas depende da largura da coluna e do comprimento do conteúdo da célula.
•• Reduzir para caber: Reduz o tamanho aparente dos caracteres da fonte para que todos
os dados de uma célula selecionada caibam dentro da coluna. O tamanho dos caracteres
será ajustado automaticamente se você alterar a largura da coluna. O tamanho de fonte
aplicado não será alterado.
•• Mesclar Células: Combina duas ou mais células selecionadas em uma única célula. A
referência de célula de uma célula mesclada será a da célula superior esquerda da faixa
original de células selecionadas.

Direita para a esquerda


•• Direção do Texto: Selecione uma opção na caixa Direção do Texto para especificar a ordem
de leitura e o alinhamento. A configuração padrão é Contexto, mas você pode alterá-la
para Da Esquerda para a Direita ou Da Direita para a Esquerda.

Bordas
Use as opções na guia Borda para aplicar uma borda ao redor de células selecionadas em um
estilo e uma cor de sua escolha.

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Excel – Informática – Prof. Márcio Hunecke

•• Linha: Selecione uma opção em Estilo para especificar o tamanho e o estilo de linha de
uma borda. Para alterar o estilo de linha de uma borda já existente, selecione a opção de
estilo de linha desejada e clique na área da borda no modelo de Borda onde quiser que o
novo estilo de linha seja exibido.
•• Predefinições: Selecione uma opção de borda predefinida para aplicar bordas nas células
selecionadas ou removê-las.
•• Cor: Selecione uma cor da lista para alterar a cor das células selecionadas.
•• Borda: Clique em um estilo de linha na caixa Estilo e clique nos botões em Predefinições ou
em Borda para aplicar as bordas nas células selecionadas. Para remover todas as bordas,
clique no botão Nenhuma. Você também pode clicar nas áreas da caixa de texto para
adicionar ou remover bordas.

Fonte
Use as opções na guia Fonte para alterar a fonte, o estilo de fonte, o tamanho da fonte e outros
efeitos de fonte.

•• Fonte: Selecione o tipo da fonte para o texto nas células selecionadas. A fonte padrão é
Calibri.
•• Estilo da Fonte: Selecione o estilo da fonte para o texto nas células selecionadas. O estilo
de fonte padrão é Normal ou Regular.
•• Tamanho: Selecione o tamanho da fonte para o texto nas células selecionadas. Digite
qualquer número entre 1 e 1.638. O tamanho de fonte padrão é 11.
OBSERVAÇÃO: Os tamanhos disponíveis na lista Tamanho dependem da fonte selecionada e da
impressora ativa.
•• Sublinhado: Selecione o tipo de sublinhado que deseja usar para o texto nas células
selecionadas. O sublinhado padrão é Nenhum.

www.acasadoconcurseiro.com.br 813
•• Cor: Selecione a cor que deseja usar para as células ou o texto selecionados. A cor padrão
é Automático.
•• Fonte Normal: Marque a caixa de seleção Fonte Normal para redefinir o estilo, o tamanho
e os efeitos da fonte com o estilo Normal (padrão).
•• Efeitos: Permite que você selecione um dos seguintes efeitos de formatação.
•• Tachado: Marque esta caixa de seleção para exibir o texto em células selecionadas
como tachado.
•• Sobrescrito: Marque esta caixa de seleção para exibir o texto em células selecionadas
como sobrescrito.
•• Subscrito: Marque esta caixa de seleção para exibir o texto em células selecionadas
como subscrito.
•• Visualização: Veja um exemplo de texto que é exibido com as opções de formatação que
você seleciona.

Preenchimento
Use as opções na guia Preenchimento para preencher as células selecionadas com cores,
padrões e efeitos de preenchimento especiais.

•• Plano de Fundo: Selecione uma cor de


plano de fundo para células selecionadas
usando a paleta de cores.
•• Efeitos de preenchimento: Selecione este
botão para aplicar gradiente, textura e
preenchimentos de imagem em células
selecionadas.
•• Mais Cores: Selecione este botão para
adicionar cores que não estão disponíveis
na paleta de cores.
•• Cor do Padrão: Selecione uma cor de
primeiro plano na caixa Cor do Padrão para
criar um padrão que usa duas cores.

•• Estilo do Padrão: Selecione um padrão na caixa Estilo do Padrão para formatar células
selecionadas com um padrão que usa as cores que você seleciona nas caixas Cor de Plano
de Fundo e Cor Padrão.
•• Exemplo: Veja um exemplo das opções de cor, efeitos de preenchimento e de padrões que
selecionar.

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Selecionar Células, Intervalos, Linhas ou Colunas

Para selecionar Faça o seguinte


Uma única célula Clique na célula ou pressione as teclas de direção para ir até a célula.
Clique na primeira célula da faixa e arraste até a última célula, ou
mantenha pressionada a tecla SHIFT enquanto pressiona as teclas de
direção para expandir a seleção.
Um intervalo de células
Você também pode selecionar a primeira célula do intervalo e pressionar
F8 para estender a seleção usando as teclas de direção. Para parar de
estender a seleção, pressione F8 novamente.
Clique na primeira célula do intervalo, e mantenha a tecla SHIFT
Um grande intervalo de
pressionada enquanto clica na última célula do intervalo. Você pode rolar
células
a página para que a última célula possa ser vista.
Clique no botão Selecionar Tudo.

Todas as células de uma


planilha
Para selecionar a planilha inteira, você também pode pressionar CTRL+T.
Observação: Se a planilha contiver dados, CTRL+T selecionará a região
atual. Pressione CTRL+T uma segunda vez para selecionar toda a planilha.
Selecione a primeira célula, ou o primeiro intervalo de células, e
mantenha a tecla CTRL pressionada enquanto seleciona as outras células
ou os outros intervalos.
Você também pode selecionar a primeira célula ou intervalo de células
Células ou intervalos de e pressionar SHIFT+F8 para adicionar outra seleção de células ou de
células não adjacentes intervalo de células não adjacentes. Para parar de adicionar células ou
intervalos à seleção, pressione SHIFT+F8 novamente.
Observação: Não é possível cancelar a seleção de uma célula ou de um
intervalo de células de uma seleção não adjacente sem cancelar toda a
seleção.
Clique no título da linha ou coluna.

1. Título da linha
Uma linha ou coluna 2. Título da coluna
inteira Você também pode selecionar células em uma linha ou coluna
selecionando a primeira célula e pressionando CTRL+SHIFT+tecla de
DIREÇÃO (SETA PARA A DIREITA ou SETA PARA A ESQUERDA para linhas,
SETA PARA CIMA ou SETA PARA BAIXO para colunas).
Observação: Se a linha ou coluna contiver dados, CTRL+SHIFT+tecla de
DIREÇÃO selecionará a linha ou coluna até a última célula utilizada.
Pressione CTRL+SHIFT+tecla de DIREÇÃO uma segunda vez para selecionar
toda a linha ou coluna.

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Arraste através dos títulos de linha ou de coluna. Ou selecione a primeira
Linhas ou colunas
linha ou coluna; em seguida, pressione SHIFT enquanto seleciona a última
adjacentes
linha ou coluna.
Clique no título de linha ou de coluna da primeira linha ou coluna de sua
Linhas ou colunas não
seleção; pressione CTRL enquanto clica nos títulos de linha ou coluna de
adjacentes
outras linhas ou colunas que você deseja adicionar à seleção.
A primeira ou a última Selecione uma célula na linha ou na coluna e, em seguida, pressione
célula de uma linha ou CTRL+tecla de DIREÇÃO (SETA PARA A DIREITA ou SETA PARA A ESQUERDA
coluna para linhas, SETA PARA CIMA ou SETA PARA BAIXO para colunas).
A primeira ou a última Pressione CTRL+HOME para selecionar a primeira célula na planilha ou
célula em uma planilha em uma lista do Excel.
ou em uma tabela do Pressione CTRL+END para selecionar a última célula na planilha ou em
Microsoft Office Excel uma lista do Excel que contenha dados ou formatação.
Células até a última Selecione a primeira célula e, em seguida, pressione CTRL+SHIFT+END
célula usada na planilha para estender a seleção de células até a última célula usada na planilha
(canto inferior direito). (canto inferior direito).
Células até o início da Selecione a primeira célula e, em seguida, pressione CTRL+SHIFT+HOME
planilha. para estender a seleção de células até o início da planilha.
Mantenha pressionada a tecla SHIFT e clique na última célula que deseja
Mais ou menos células
incluir na nova seleção. O intervalo retangular entre a e a célula em que
do que a seleção ativa
você clicar passará a ser a nova seleção.

Introdução de uma Fórmula na Planilha


Ao olharmos para uma planilha, o que vemos sobre as células são RESULTADOS, que podem
ser obtidos a partir dos CONTEÚDOS que são efetivamente digitados nas células. Quer dizer, o
conteúdo pode ou NÃO ser igual ao resultado que está sendo visto.
Os conteúdos podem ser de três tipos:
• Strings (numéricos, alfabéticos ou alfa-numéricos)
• Fórmulas matemáticas
• Funções matemáticas

FÓRMULAS
Fórmulas são equações que executam cálculos sobre valores na planilha. Uma fórmula inicia
com um sinal de igual (=). Por exemplo, a fórmula a seguir multiplica 2 por 3 e depois adiciona
5 ao resultado.
=5+2*3
Uma fórmula também pode conter um ou todos os seguintes elementos: funções, referências,
operadores e constantes.

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Partes de uma fórmula

1. Funções: a função PI() retorna o valor de pi: 3.142...


2. Referências: A2 retorna o valor na célula A2.
3. Constantes: números ou valores de texto inseridos
diretamente em uma fórmula como, por exemplo, o 2.
4. Operadores: o operador ^ (acento circunflexo) eleva um número a uma potência e o
operador * (asterisco) multiplica.

Usando Constantes em Fórmulas


Uma constante é um valor não calculado. Por exemplo, a data 09/10/2008, o número 210 e o
texto "Receitas trimestrais" são todos constantes. Uma expressão, ou um valor resultante de
uma expressão, não é uma constante. Se você usar valores de constantes na fórmula em vez
de referências a células (por exemplo, =30+70+110), o resultado se alterará apenas se você
próprio modificar a fórmula.

Usando Operadores de Cálculo em Fórmulas


Os operadores especificam o tipo de cálculo que você deseja efetuar nos elementos de uma
fórmula. Há uma ordem padrão segundo a qual os cálculos ocorrem, mas você pode mudar
essa ordem utilizando parênteses.

Tipos de Operadores
Há quatro diferentes tipos de operadores de cálculo: aritmético, de comparação, de
concatenação de texto e de referência.

Operadores Aritméticos
Para efetuar operações matemáticas básicas, como adição, subtração ou multiplicação,
combinar números e produzir resultados numéricos, use estes operadores aritméticos.

Operador aritmético Significado Exemplo


+ (sinal de mais) Adição 3+3
Subtração 3–1
– (sinal de menos)
Negação –1
* (asterisco) Multiplicação 3*3
/ (sinal de divisão) Divisão 3/3
% (sinal de porcentagem) Porcentagem 20%
^ (acento circunflexo) Exponenciação 3^2

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Operadores de Comparação
Você pode comparar dois valores com os operadores a seguir. Quando dois valores são
comparados usando esses operadores o resultado é um valor lógico VERDADEIRO ou FALSO.

Operador de comparação Significado Exemplo


= (sinal de igual) Igual a A1=B1
> (sinal de maior que) Maior que A1>B1
< (sinal de menor que) Menor que A1<B1
>= (sinal de maior ou igual a) Maior ou igual a A1>B1
<= (sinal de menor ou igual a) Menor ou igual a A1<B1
<> (sinal de diferente de) Diferente de A1<>B1

Operador de Concatenação de Texto


Use o 'E' comercial (&) para associar, ou concatenar, uma ou mais sequências de caracteres de
texto para produzir um único texto.

Operador de texto Significado Exemplo


Conecta ou concatena dois
& (E comercial) valores para produzir um valor "Norte"&"vento"
de texto contínuo

Operadores de Referência
Combine intervalos de células para cálculos com estes operadores.

Operador de
Significado Exemplo
referência
Operador de intervalo, que
produz uma referência para
: (dois-pontos) todas as células entre duas B5:B15
referências, incluindo as duas
referências
Operador de união, que
; (ponto e vírgula) combina diversas referências SOMA(B5:B15;D5:D15)
em uma referência
Operador de interseção, que
(Espaço) produz uma referência a células B7:D7 C6:C8
comuns a duas referências

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Usando as Funções

Funções são fórmulas predefinidas que efetuam cálculos usando valores específicos,
denominados argumentos, em uma determinada ordem ou estrutura. As funções podem ser
usadas para executar cálculos simples ou complexos.

A sintaxe de Funções
O seguinte exemplo da função ARRED para arredondar um número na célula A10 ilustra a
sintaxe de uma função.

Estrutura de uma Função

1. Estrutura. A estrutura de uma função começa com um sinal de igual (=), seguido do nome
da função, um parêntese de abertura, os argumentos da função separados por ponto e
vírgulas e um parêntese de fechamento.

Principais Funções do Excel

Matemáticas

SOMA
Retorna a soma de todos os números na lista de argumentos.
Sintaxe
=SOMA(núm1;núm2; ...)
Núm1, núm2,... são os argumentos que se deseja somar.
Exemplos:
=SOMA(A1;A3) é igual a 10

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=SOMA(B1:C2)

Observação: Intervalo só funciona dentro de função.

=SOMA(A1)

=SOMA(A1+A2)

=SOMA(A1:A4;3;7;A1*A2)

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Observação: Primeiro se resolve a equação matemática e depois a função.

=A1:A2 (Erro de Valor)

=SOMA(A1:A3/B1:B2) (Erro de Valor)

Observação: Não posso ter um operador matemático entre dois intervalos.

=SOMA(A1:A3)/SOMA(B1:B2)

=SOME(A1:A3) (Erro de Nome)

Observação: O texto no Excel deve ser colocado entre “aspas” para não ser confundido
com um intervalo nomeado. Entretanto não será possível fazer soma, média, etc.,
entre um “texto” colocado como argumento em uma função e os demais argumentos.

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MULT
A função MULT multiplica todos os números especificados como argumentos e retorna o
produto. Por exemplo, se as células A1 e A2 contiverem números, você poderá usar a fórmula
=MULT(A1;A2) para multiplicar esses dois números juntos. A mesma operação também pode
ser realizada usando o operador matemático de multiplicação (*); por exemplo, =A1*A2.
A função MULT é útil quando você precisa multiplicar várias células ao mesmo tempo. Por
exemplo, a fórmula =MULT(A1:A3;C1:C3) equivale a =A1*A2*A3*C1*C2*C3.
Sintaxe
=MULT(núm1;[núm2]; ...)
A sintaxe da função MULT tem os seguintes argumentos:
núm1 Necessário. O primeiro número ou intervalo que você deseja multiplicar.
núm2, ... Opcional. Números ou intervalos adicionais que você deseja multiplicar.
Exemplo:

ABS
Retorna o valor absoluto de um número. Esse valor é o número sem o seu sinal.
Sintaxe
=ABS(núm)
Núm é o número real cujo valor absoluto você deseja obter.
Exemplo:

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RAIZ
Retorna uma raiz quadrada positiva.
Sintaxe
=RAIZ(núm)
Núm é o número do qual você deseja obter a raiz quadrada.
Comentários: Se núm for negativo, RAIZ retornará o valor de erro #NÚM!.
Exemplo:

POTÊNCIA
Fornece o resultado de um número elevado a uma potência.
Sintaxe
=POTÊNCIA(núm;potência)
Núm é o número base. Pode ser qualquer número real.
Potência é o expoente para o qual a base é elevada.
Comentários: O operador "^" pode substituir POTÊNCIA para indicar a potência pela qual o
número base deve ser elevado, tal como em 5^2.
Exemplo:

MOD
Retorna o resto de uma divisão. Possui 2 argumentos (Valor a ser dividido:divisor)
Sintaxe
=MOD(Núm;Divisor)
Núm é o número para o qual você deseja encontrar o resto.
Divisor é o número pelo qual você deseja dividir o número.
Exemplo:
=MOD(6;4)
Resposta: 2

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INT
Arredonda um número para baixo até o número inteiro mais próximo.
Sintaxe
=INT(núm)
Núm é o número real que se deseja arredondar para baixo até um inteiro.
Exemplo:

ARRED
A função ARRED arredonda um número para um número especificado de dígitos. Por exemplo,
se a célula A1 contiver 23,7825 e você quiser arredondar esse valor para duas casas decimais,
poderá usar a seguinte fórmula:
=ARRED(A1;2)
O resultado dessa função é 23,78.
Sintaxe
=ARRED(número;núm_dígitos)
A sintaxe da função ARRED tem os seguintes argumentos:
número (Necessário). O número que você deseja arredondar.
núm_dígitos (Necessário). O número de dígitos para o qual você deseja arredondar o
argumento número.
Exemplo:

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TRUNCAR
Trunca um número para um inteiro removendo a parte fracionária do número.
Sintaxe
=TRUNCAR(núm;núm_dígitos)
Núm é o número que se deseja truncar.
Núm_dígitos é um número que especifica a precisão da operação. O valor padrão para num_
digits é 0 (zero).
Comentários: TRUNCAR e INT são semelhantes pois os dois retornam inteiros. TRUNCAR
remove a parte fracionária do número. INT arredonda para menos até o número inteiro mais
próximo de acordo com o valor da parte fracionária do número. INT e TRUNC são diferentes
apenas quando usam números negativos: TRUNCAR(-4,3) retorna -4, mas INT(-4,3) retorna -5,
porque -5 é o número menor.
Exemplos:

SOMASE
Use a função SOMASE para somar os valores em um intervalo que atendem aos critérios que
você especificar. Por exemplo, suponha que em uma coluna que contém números, você deseja
somar apenas os valores maiores que 5. É possível usar a seguinte fórmula:
=SOMASE(B2:B25;">5")
Nesse exemplo, os critérios são aplicados aos mesmos valores que estão sendo somados. Se
desejar, você pode aplicar os critérios a um intervalo e somar os valores correspondentes em
um intervalo correspondente. Por exemplo, a fórmula =SOMASE(B2:B5;"John";C2:C5) soma
apenas os valores no intervalo C2:C5, em que as células correspondentes no intervalo B2:B5
equivalem a "John".
Sintaxe
=SOMASE(intervalo;critérios;[intervalo_soma])
A sintaxe da função SOMASE tem os seguintes argumentos:
intervalo Necessário. O intervalo de células que se deseja calcular por critérios. As células em
cada intervalo devem ser números e nomes, matrizes ou referências que contêm números.
Espaços em branco e valores de texto são ignorados.
critérios Necessário. Os critérios na forma de um número, expressão, referência de célula,
texto ou função que define quais células serão adicionadas. Por exemplo, os critérios podem
ser expressos como 32, ">32", B5, 32, "32", "maçãs" ou HOJE().

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Importante
Qualquer critério de texto ou qualquer critério que inclua símbolos lógicos ou matemáticos
deve estar entre aspas duplas ("). Se os critérios forem numéricos, as aspas duplas não
serão necessárias.

intervalo_soma Opcional. As células reais a serem adicionadas, se você quiser adicionar células
diferentes das especificadas no argumento de intervalo. Se o argumento intervalo_soma for
omitido, a planilha adicionará as células especificadas no argumento intervalo (as mesmas
células às quais os critérios são aplicados).
Exemplos:

Estatísticas

CONT.NÚM
Conta quantas células contêm números e também os números na lista de argumentos. Use
CONT.NÚM para obter o número de entradas em um campo de número que estão em um
intervalo ou matriz de números.
Sintaxe
CONT.NÚM(valor1;valor2;...)
Valor1; valor2, ... são argumentos que contêm ou se referem a uma variedade de diferentes
tipos de dados, mas somente os números são contados.

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Exemplo:

=CONT.NÚM(C1:E2)

Observação: R$ 4,00 é igual a 4, pois esse é o formato do número.

CONT.VALORES
Calcula o número de células não vazias e os valores na lista de argumentos. Use o Cont.Valores
para CONTAR o número de células com dados, inclusive células com erros, em um intervalo ou
matriz.
Sintaxe
=CONT.VALORES(valor1;valor2;...)
Exemplo:
=CONT.VALORES(C1:E3)

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MÉDIA
Retorna a média aritmética dos argumentos, ou seja, soma todos os números e divide pela
quantidade de números que somou.
Sintaxe
=MÉDIA(núm1;núm2;...)
A sintaxe da função MÉDIA tem os seguintes argumentos:
núm1 Necessário. O primeiro número, referência de célula ou intervalo para o qual você deseja
a média.
núm2, ... Opcional. Números adicionais, referências de célula ou intervalos para os quais você
deseja a média, até no máximo 255.
Exemplos:

=MÉDIA(C1:E2)

=MÉDIA(C1:E2;3;5)

=SOMA(C1:E2)/CONT.NÚM(C1:E2) => equivalente a função média.

=MÉDIA(JAN;FEV) => média de intervalos nomeados.

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CONT.SE
A função CONT.SE conta o número de células dentro de um intervalo que atendem a um único
critério que você especifica. Por exemplo, é possível contar todas as células que começam com
uma certa letra ou todas as células que contêm um número maior do que ou menor do que um
número que você especificar. Por exemplo, suponha uma planilha que contenha uma lista de
tarefas na coluna A e o nome da pessoa atribuída a cada tarefa na coluna B. Você pode usar a
função CONT.SE para contar quantas vezes o nome de uma pessoa aparece na coluna B e, dessa
maneira, determinar quantas tarefas são atribuídas a essa pessoa. Por exemplo:
=CONT.SE(B2:B25;"Nancy")
Sintaxe
=CONT.SE(intervalo;"critério")
intervalo Necessário. Uma ou mais células a serem contadas, incluindo números ou nomes,
matrizes ou referências que contêm números.
critérios Necessário. Um número, uma expressão, uma referência de célula ou uma cadeia de
texto que define quais células serão contadas. Por exemplo, os critérios podem ser expressos
como 32, "32", ">32", "maçãs" ou B4.
Exemplos:

MÁXIMO
Retorna o valor máximo de um conjunto de valores.
Sintaxe
=MÁXIMO(núm1;núm2;...)
Núm1, núm2,... são de 1 a 255 números cujo valor máximo você deseja saber.

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Exemplos:

=MÁXIMO(A1:C5)

MÍNIMO
Retorna o menor valor de um conjunto de valores.
Sintaxe
=MINIMO(núm1;núm2;...até 30)
Exemplos:
=MÍNIMO(A1:C5)

MAIOR
Retorna o MAIOR valor K-ésimo de um conjunto de dados. Por exemplo, o terceiro MAIOR
número. Possui 2 argumentos. O primeiro argumento é a matriz e o segundo é a posição em
relação ao maior número.

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Sintaxe
MAIOR(MATRIZ;posição)
Exemplos:

=MAIOR(A3:D4;3)
2 4 6 9 12 23 35 50
Resposta: 23

=MAIOR(A1:C5;3)

MENOR
Retorna o MENOR valor K-ésimo de um conjunto de dados. Por exemplo, o terceiro MENOR
número. Possui 2 argumentos. O primeiro argumento é a matriz e o segundo é a posição em
relação ao menor número.
Sintaxe
=MENOR(MATRIZ;posição)

Exemplos:
=MENOR(A3:D4;3)
Qual o terceiro MENOR número:
2 4 6 9 12 23 35 50 Resposta → 6

=MENOR(A1:C5;5)

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=MENOR(A1:C5;19)

MODO
Retorna o valor que ocorre com mais freqüência em uma matriz ou intervalo de dados.
Sintaxe
=MODO(núm1;núm2;...)
Núm1, núm2,... são argumentos de 1 a 255 para os quais você deseja calcular o modo. Você
também pode usar uma única matriz ou referência a uma matriz em vez de argumentos
separados por ponto-e-vírgula.
Exemplos:

DATA
HOJE()
Retorna o número de série da data atual. O número de série é o código de data/hora usado
pela planilha para cálculos de data e hora. Se o formato da célula era Geral antes de a função
ser inserida, a planilha irá transformar o formato da célula em Data. Se quiser exibir o número
de série, será necessário alterar o formato das células para Geral ou Número.
A função HOJE é útil quando você precisa ter a data atual exibida em uma planilha,
independentemente de quando a pasta de trabalho for aberta. Ela também é útil para o cálculo
de intervalos. Por exemplo, se você souber que alguém nasceu em 1963, poderá usar a seguinte
fórmula para descobrir a idade dessa pessoa a partir do aniversário deste ano:

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=ANO(HOJE())-1963
Essa fórmula usa a função HOJE como argumento da função ANO de forma a obter o ano atual
e, em seguida, subtrai 1963, retornando a idade d a pessoa.
Exemplos:
Supondo que a data de hoje configurada no computador é: 31/08/12

AGORA()
Retorna a data e a hora atuais formatados como data e hora. Não possui argumentos.
Se o formato da célula era Geral antes de a função ter sido inserida, o Excel irá transformar
o formato dessa célula no mesmo formato de data e hora especificado nas configurações
regionais de data e hora do Painel de Controle. Você pode alterar o formato de data e hora da
célula usando os comandos no grupo Número da guia Início, na Faixa de Opções.
A função AGORA é útil quando você precisa exibir a data e a hora atuais em uma planilha ou
calcular um valor com base na data e na hora atuais e ter esse valor atualizado sempre que
abrir a planilha.
Exemplos:
Supondo que a data de hoje configurada no computador é: 31/08/12 as 13h.

Texto

CONCATENAR
Agrupa duas ou mais cadeias de caracteres em uma única cadeia de caracteres.
Sintaxe
=CONCATENAR (texto1;texto2;...)
Texto1; texto2; ... são de 2 a 255 itens de texto a serem agrupados em um único item de texto.
Os itens de texto podem ser cadeia de caracteres, números ou referências a células únicas.
Comentários: Você também pode usar o operador de cálculo de 'E' comercial, em vez da função
CONCATENAR, para agrupar itens de texto. Por exemplo, =A1&B1 retornará o mesmo valor que
=CONCATENAR(A1;B1).

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Exemplo:

MAIÚSCULA
Converte o texto em maiúsculas.
Sintaxe
=MAIÚSCULA(texto)
Texto é o texto que se deseja converter para maiúsculas. Texto pode ser uma referência ou uma
sequência de caracteres de texto.
Exemplo:

MINÚSCULA
Converte todas as letras maiúsculas em uma sequência de caracteres de texto para minúsculas.
Sintaxe
=MINÚSCULA(texto)
Texto é o texto que você deseja converter para minúscula. MINÚSCULA só muda caracteres de
letras para texto.
Exemplo:

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PRI.MAIÚSCULA
Coloca a primeira letra de uma sequência de caracteres de texto em maiúscula e todas as outras
letras do texto depois de qualquer caractere diferente de uma letra. Converte todas as outras
letras para minúsculas.
Sintaxe
=PRI.MAIÚSCULA(texto)
Texto é o texto entre aspas, uma fórmula que retorna o texto ou uma referência a uma célula
que contenha o texto que você deseja colocar parcialmente em maiúscula.
Exemplo:

Lógicas

SE
A função SE retornará um valor se uma condição que você especificou for considerada
VERDADEIRO e um outro valor se essa condição for considerada FALSO. Por exemplo, a fórmula
=SE(A1>10;"Mais que 10";"10 ou menos") retornará "Mais que 10" se A1 for maior que 10 e
"10 ou menos" se A1 for menor que ou igual a 10.
Sintaxe
SE(teste_lógico;[valor_se_verdadeiro];[valor_se_falso])
A sintaxe da função SE tem os seguintes argumentos:
teste_lógico Obrigatório. Qualquer valor ou expressão que possa ser avaliado como
VERDADEIRO ou FALSO. Por exemplo, A10=100 é uma expressão lógica; se o valor da célula A10
for igual a 100, a expressão será considerada VERDADEIRO. Caso contrário, a expressão será
considerada FALSO. Esse argumento pode usar qualquer operador de cálculo de comparação.
valor_se_verdadeiro Opcional. O valor que você deseja que seja retornado se o argumento
teste_lógico for considerado VERDADEIRO. Por exemplo, se o valor desse argumento for a cadeia
de texto "Dentro do orçamento" e o argumento teste_lógico for considerado VERDADEIRO,
a função SE retornará o texto "Dentro do orçamento". Se teste_lógico for considerado

www.acasadoconcurseiro.com.br 835
VERDADEIRO e o argumento valor_se_verdadeiro for omitido (ou seja, há apenas um ponto e
vírgula depois do argumento teste_lógico), a função SE retornará 0 (zero). Para exibir a palavra
VERDADEIRO, use o valor lógico VERDADEIRO para o argumento valor_se_verdadeiro.
valor_se_falso Opcional. O valor que você deseja que seja retornado se o argumento teste_
lógico for considerado FALSO. Por exemplo, se o valor desse argumento for a cadeia de
texto "Acima do orçamento" e o argumento teste_lógico for considerado FALSO, a função SE
retornará o texto "Acima do orçamento". Se teste_lógico for considerado FALSO e o argumento
valor_se_falso for omitido (ou seja, não há vírgula depois do argumento valor_se_verdadeiro),
a função SE retornará o valor lógico FALSO. Se teste_lógico for considerado FALSO e o valor do
argumento valor_se_falso for omitido (ou seja, na função SE, não há ponto e vírgula depois do
argumento valor_se_verdadeiro), a função SE retornará o valor 0 (zero).
Exemplos:

Matemática Financeira

EFETIVA

Descrição
Retorna a taxa de juros anual efetiva, dados a taxa de juros anual nominal e o número de
períodos compostos por ano.
Sintaxe
=EFETIVA(taxa_nominal; npera)
A sintaxe da função EFETIVA tem os seguintes argumentos:
Taxa_nominal – Obrigatório. A taxa de juros nominal.
Npera – Obrigatório. O número de períodos compostos por ano.
Comentários:
•• Npera é truncado para que apareça como um número inteiro.
•• Se qualquer um dos argumentos não for numérico, EFETIVA retornará o valor de erro
#VALOR!.
•• Se taxa_nominal ≤ 0 ou se npera < 1, EFETIVA retornará o valor de erro #NÚM!.

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A função EFETIVA é calculada da seguinte maneira:

Exemplo:

PGTO

Descrição
Retorna o pagamento periódico de uma anuidade de acordo com pagamentos constantes e
com uma taxa de juros constante.
Sintaxe
=PGTO(taxa; nper; vp; [fv]; [tipo])
A sintaxe da função PGTO tem os seguintes argumentos:
Taxa – Obrigatório. A taxa de juros para o empréstimo.
Nper – Obrigatório. O número total de pagamentos pelo empréstimo.
Vp – Obrigatório. O valor presente, ou a quantia total agora equivalente a uma série de
pagamentos futuros; também conhecido como principal.
Vf – Opcional. O valor futuro, ou o saldo, que você deseja obter após o último pagamento. Se vf
for omitido, será considerado 0 (zero), ou seja, o valor futuro de um empréstimo é 0.
Tipo – Opcional. O número 0 (zero) ou 1, e indica o vencimento dos pagamentos. Definir tipo
para Se os vencimentos forem

Comentários:
•• O pagamento retornado por PGTO inclui o principal e os juros e não inclui taxas, pagamentos
de reserva ou tarifas, às vezes associados a empréstimos.

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•• Certifique-se de que esteja sendo consistente quanto às unidades usadas para especificar
taxa e nper. Se fizer pagamentos mensais por um empréstimo de quatro anos com juros de
12% ao ano, utilize 12%/12 para taxa e 4*12 para nper. Se fizer pagamentos anuais para o
mesmo empréstimo, use 12% para taxa e 4 para nper.
Dica: Para encontrar o total pago no período da anuidade, multiplique o valor PGTO retornado
por nper.
Exemplos:

Você pode utilizar PGTO para determinar pagamentos para anuidades em vez de empréstimos.

TIR (Função TIR)

Descrição
Retorna a taxa interna de retorno de uma sequência de fluxos de caixa representada pelos
números em valores. Estes fluxos de caixa não precisam ser iguais como no caso de uma
anuidade. Entretanto, os fluxos de caixa devem ser feitos em intervalos regulares, como
mensalmente ou anualmente. A taxa interna de retorno é a taxa de juros recebida para um
investimento que consiste em pagamentos (valores negativos) e receitas (valores positivos) que
ocorrem em períodos regulares.
Sintaxe
=TIR (valores; [suposição])
A sintaxe da função TIR tem os seguintes argumentos:

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Excel – Informática – Prof. Márcio Hunecke

Valores: Uma matriz ou uma referência a células que contêm números cuja taxa interna de
retorno se deseja calcular.
•• Valores deve conter pelo menos um valor positivo e um negativo para calcular a taxa
interna de retorno.
•• TIR usa a ordem de valores para interpretar a ordem de fluxos de caixa. Certifique-se de
inserir os valores de pagamentos e rendas na sequência desejada.
•• Se uma matriz ou argumento de referência contiver texto, valores lógicos ou células em
branco, estes valores serão ignorados.
Estimativa. Um número que se estima ser próximo do resultado de TIR.
•• O Microsoft Excel usa uma técnica iterativa para calcular TIR. Começando por estimativa,
TIR refaz o cálculo até o resultado ter uma precisão de 0,00001 por cento. Se TIR não puder
localizar um resultado que funcione depois de 20 tentativas, o valor de erro #NÚM! será
retornado.
•• Na maioria dos casos, não é necessário fornecer estimativa para o cálculo de TIR. Se
estimativa for omitida, será considerada 0,1 (10 por cento).
•• Se TIR fornecer o valor de erro #NÚM!, ou se o resultado não for próximo do esperado,
tente novamente com um valor diferente para estimativa.
Exemplo:

VPL (Função VPL)

Descrição
Calcula o valor líquido atual de um investimento utilizando a taxa de desconto e uma série de
futuros pagamentos (valores negativos) e receita (valores positivos).
Sintaxe
=VPL(taxa;valor1;[valor2];...)

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A sintaxe da função VPL tem os seguintes argumentos:
Taxa – Obrigatório. A taxa de desconto sobre o intervalo de um período.
Valor1; valor2; ... Valor1 é necessário, valores subsequentes são opcionais. Argumentos de 1 a
254 que representam os pagamentos e a receita.
•• Valor1; valor2;...devem ter o mesmo intervalo de tempo entre eles e ocorrer ao final de
cada período.
•• VPL utiliza a ordem de valor1; valor2;... para interpretar a ordem de fluxos de caixa.
Certifique-se de fornecer os valores de pagamentos e receita na sequência correta.
•• Argumentos que são células vazias, valores lógicos ou representações de números em
forma de texto, valores de erro ou texto que não podem ser traduzidos em números são
ignorados.
•• Se um argumento for uma matriz ou referência, somente os números dessa matriz ou
referência serão contados. Células vazias, valores lógicos, texto ou valores de erro da matriz
ou referência serão ignorados.
Exemplo:

NPER
Retorna o número de períodos para investimento de acordo com pagamentos constantes e
periódicos e uma taxa de juros constante.
Sintaxe
=NPER(taxa;pgto;vp;[vf];[tipo])
A sintaxe da função NPER tem os seguintes argumentos:
Taxa Necessário. A taxa de juros por período.
Pgto Necessário. O pagamento feito em cada período; não pode mudar durante a vigência da
anuidade. Geralmente, pgto contém o capital e os juros, mas nenhuma outra tarifa ou taxas.
Vp Necessário. O valor presente ou atual de uma série de pagamentos futuros.
Vf Opcional. O valor futuro, ou o saldo, que você deseja obter depois do último pagamento. Se
vf for omitido, será considerado 0 (o valor futuro de um empréstimo, por exemplo, é 0).
Tipo Opcional. O número 0 ou 1 e indica as datas de vencimento.

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Excel – Informática – Prof. Márcio Hunecke

Definir tipo para Se os vencimentos forem


0 ou omitido No final do período
1 No início do período

Exemplo:

Taxa
Retorna a taxa de juros por período de uma anuidade.
Sintaxe
TAXA(nper;pgto;vp;[vf];[tipo];[estimativa])
A sintaxe da função TAXA tem os seguintes argumentos:
Nper Obrigatório. O número total de períodos de pagamento em uma anuidade.
Pgto Obrigatório. O pagamento feito em cada período e não pode mudar durante a vigência
da anuidade. Geralmente, pgto inclui o principal e os juros e nenhuma outra taxa ou tributo. Se
pgto for omitido, você deverá incluir o argumento vf.
Vp Obrigatório. O valor presente — o valor total correspondente ao valor atual de uma série de
pagamentos futuros.
Vf Opcional. O valor futuro, ou o saldo, que você deseja obter depois do último pagamento. Se
vf for omitido, será considerado 0 (o valor futuro de um empréstimo, por exemplo, é 0).
Tipo Opcional. O número 0 ou 1 e indica as datas de vencimento.
Estimativa Opcional. A sua estimativa para a taxa.
Se você omitir estimativa, este argumento será considerado 10%.

www.acasadoconcurseiro.com.br 841
Exemplo:

Usando Referências em Fórmulas

Uma referência identifica uma célula ou um intervalo de células em uma planilha e informa
a planilha onde procurar pelos valores ou dados a serem usados em uma fórmula. Com
referências, você pode usar dados contidos em partes diferentes de uma planilha em uma
fórmula ou usar o valor de uma célula em várias fórmulas. Você também pode se referir a células
de outras planilhas na mesma pasta de trabalho e a outras pastas de trabalho. Referências de
células em outras pastas de trabalho são chamadas de vínculos ou referências externas.
O estilo de referência A1
O estilo de referência padrão Por padrão, o Calc usa o estilo de referência A1, que se refere
a colunas com letras (A até AMJ, para um total de 1.024 colunas) e se refere a linhas com
números (1 até 1.048.576). Essas letras e números são chamados de títulos de linha e coluna.
Para referir-se a uma célula, insira a letra da coluna seguida do número da linha. Por exemplo,
B2 se refere à célula na interseção da coluna B com a linha 2.

Para se referir a Use


A célula na coluna A e linha 10 A10
O intervalo de células na coluna A e linhas 10 a 20 A10:A20
O intervalo de células na linha 15 e colunas B até E B15:E15
Todas as células na linha 5 5:5
Todas as células nas linhas 5 a 10 05:10
Todas as células na coluna H H:H
Todas as células nas colunas H a J H:J
O intervalo de células nas colunas A a E e linhas 10 a 20 A10:E20

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Excel – Informática – Prof. Márcio Hunecke

Fazendo referência a uma outra planilha No exemplo a seguir, a função de planilha MÉDIA calcula
o valor médio do intervalo B1:B10 na planilha denominada Marketing na mesma pasta de trabalho.

Referência a um intervalo de células em outra


planilha na mesma pasta de trabalho
1. Refere-se a uma planilha denominada Marketing
2. Refere-se a um intervalo de células entre B1 e
B10, inclusive
3. Separa a referência de planilha da referência do
intervalo de células

Referências Absolutas, Relativas e Mistas


Referências relativas Uma referência relativa em uma fórmula, como A1, é baseada na posição
relativa da célula que contém a fórmula e da célula à qual a referência se refere. Se a posição da
célula que contém a fórmula se alterar, a referência será alterada. Se você copiar ou preencher
a fórmula ao longo de linhas ou de colunas, a referência se ajustará automaticamente. Por
padrão, novas fórmulas usam referências relativas. Por exemplo, se você copiar ou preencher
uma referência relativa da célula B2 para a B3, ela se ajustará automaticamente de =A1 para
=A2.

Fórmula copiada com referência relativa

Referências absolutas Uma referência absoluta de célula em uma fórmula, como $A$1, sempre
se refere a uma célula em um local específico. Se a posição da célula que contém a fórmula se
alterar, a referência absoluta permanecerá a mesma. Se você copiar ou preencher a fórmula ao
longo de linhas ou colunas, a referência absoluta não se ajustará. Por padrão, novas fórmulas
usam referências relativas, e talvez você precise trocá-las por referências absolutas. Por
exemplo, se você copiar ou preencher uma referência absoluta da célula B2 para a célula B3,
ela permanecerá a mesma em ambas as células =$A$1.

Fórmula copiada com referência absoluta

Referências mistas Uma referência mista tem uma coluna absoluta e uma linha relativa, ou
uma linha absoluta e uma coluna relativa. Uma referência de coluna absoluta tem o formato
$A1, $B1 e assim por diante. Uma referência de linha absoluta tem o formato A$1, B$1 e assim
por diante. Se a posição da célula que contém a fórmula se alterar, a referência relativa será
alterada e a referência absoluta não se alterará. Se você copiar ou preencher a fórmula ao longo
de linhas ou colunas, a referência relativa se ajustará automaticamente e a referência absoluta
não se ajustará. Por exemplo, se você copiar ou preencher uma referência mista da célula A2
para B3, ela se ajustará de =A$1 para =B$1.

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Fórmula copiada com referência mista

Uma maneira simples de resolver questões que envolvem referência é a seguinte:


Na célula A3 tem a seguinte fórmula =soma(G$6:$L8) e foi copiada para a célula C5 e
aquestão solicita como ficou a Função lá:
Monte da seguinte maneira:
A3=SOMA(G$6:$L8)
C5=
E então copie a Função acertando as referencias:
A3=SOMA(G$6:$L8)
C5=SOMA(
Para acertar as referencias faça uma a uma copiando da fórmula que está na A3 e
aumentando a mesma quantidade de letras e números que aumentou de A3 para C5.
Veja que do A para C aumentou 2 letras e do 3 para o 5 dois números. Então aumente
essa quantidade nas referencias mas com o cuidado de que os itens que tem um cifrão
antes não se alteram.
A3=SOMA(G$6:$L8)
C5=SOMA(I$6:$L10)
Vejam que o G aumentou 2 letras e foi para o I e o 8 aumentou 2 números e foi para o
10, no resto não mexemos porque tem um cifrão antes.

Funções aninhadas
Em determinados casos, talvez você precise usar uma função como um dos argumentos de
outra função. Por exemplo, a fórmula a seguir usa uma função aninhada MÉDIA e compara o
resultado com o valor 50.

1. As funções MÉDIA e SOMA são aninhadas na função SE.


Retornos válidos Quando uma função aninhada é usada como argumento, ela deve retornar
o mesmo tipo de valor utilizado pelo argumento. Por exemplo, se o argumento retornar um
valor VERDADEIRO ou FALSO, a função aninhada deverá retornar VERDADEIRO ou FALSO. Se
não retornar, a planilha exibirá um valor de erro #VALOR!

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Excel – Informática – Prof. Márcio Hunecke

Limites no nível de aninhamento Uma fórmula pode conter até sete níveis de funções
aninhadas. Quando a Função B for usada como argumento na Função A, a Função B será
de segundo nível. Por exemplo, as funções MÉDIA e SOMA são de segundo nível, pois são
argumentos da função SE. Uma função aninhada na função MÉDIA seria de terceiro nível, e
assim por diante.

GRÁFICOS
O Microsoft Excel não fornece mais o assistente de gráfico. Como alternativa, crie um gráfico
básico clicando no tipo desejado na guia Inserir do grupo Gráficos. Para criar um gráfico que
exiba os detalhes desejados, continue nas próximas etapas do seguinte processo passo a passo.
Gráficos são usados para exibir séries de dados numéricos em formato gráfico, com o objetivo
de facilitar a compreensão de grandes quantidades de dados e do relacionamento entre
diferentes séries de dados.
Para criar um gráfico no Excel, comece inserindo os dados numéricos desse gráfico em uma
planilha. Em seguida, faça a plotagem desses dados em um gráfico selecionando o tipo de
gráfico que deseja utilizar na guia Inserir, no grupo Gráficos.

1. Dados da planilha
2. Gráfico criado a partir de dados da planilha
O Excel oferece suporte para vários tipos de gráficos com a finalidade de ajudá-lo a exibir dados
de maneiras que sejam significativas para o seu público-alvo. Ao criar um gráfico ou modificar
um gráfico existente, você pode escolher entre uma grande variedade de tipos de gráficos
(como gráfico de colunas ou de pizza) e seus subtipos (como gráfico de colunas empilhadas ou
gráfico de pizza em 3D). Também pode criar um gráfico de combinação usando mais de um tipo
de gráfico.

Exemplo de gráfico de combinação que utiliza um tipo de gráfico de coluna e linha.

www.acasadoconcurseiro.com.br 845
Conhecendo os elementos de um gráfico
Um gráfico possui vários elementos. Alguns deles são exibidos por padrão, enquanto outros
podem ser adicionados conforme necessário. É possível alterar a exibição dos elementos do
gráfico movendo-os para outros locais no gráfico, redimensionando-os ou alterando seu
formato. Também é possível remover os elementos que você não deseja exibir.

1. A área do gráfico.
2. A área de plotagem do gráfico.
3. Os pontos de dados da série de dados
que são plotados no gráfico.
4. O eixo horizontal (categoria) e o eixo
vertical (valor) ao longo dos quais os
dados são plotados no gráfico.
5. A legenda do gráfico.
6. Um título de gráfico e eixo que você pode
utilizar no gráfico.
7. Um rótulo de dados que você pode usar para identificar os detalhes de um ponto de dados
em uma série de dados.
Depois de criar um gráfico, você pode modificar qualquer um de seus elementos. Por exemplo,
pode alterar a forma como os eixos são exibidos, adicionar um título ao gráfico, mover ou
ocultar a legenda ou exibir elementos adicionais do gráfico.

Criar um gráfico básico

Na maioria dos gráficos, como os de colunas e barras, você pode plotar neles os dados
organizados em linhas ou colunas de uma planilha. Entretanto, alguns tipos de dados (como os
de pizza e de bolhas) exigem uma organização específica dos dados.

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Excel – Informática – Prof. Márcio Hunecke

1. Na planilha, organize os dados que você deseja plotar em um gráfico.


Os dados podem ser organizados em linhas ou colunas — o Excel determina automaticamente
a melhor maneira de plotá-los no gráfico. Alguns tipos de gráfico (como gráficos de pizza e de
bolhas) exigem uma organização específica dos dados.

2. Selecione as células que contêm os dados que você deseja usar no gráfico.

3. Na guia Inserir, no grupo Gráficos, siga um destes procedimentos:


•• Clique no tipo de gráfico e, em seguida, clique no subtipo de gráfico que deseja usar.
•• Para visualizar todos os tipos de gráficos disponíveis, clique em um tipo de gráfico, clique
em para iniciar a caixa de diálogo Inserir Gráfico e clique nas setas para rolar pelos tipos
de gráficos disponíveis.

4. Por padrão, o gráfico é colocado na planilha como um Gráfico Inserido. Para colocá-lo em
planilha de gráfico separada, altere a sua localização fazendo o seguinte:

1. Clique em qualquer local do gráfico inserido para ativá-lo.


Isso exibe as Ferramentas de Gráfico, adicionando as guias Design, Layout e Formatar.
2. Na guia Design, no grupo Local, clique em Mover Gráfico.

3. Em Escolha o local onde o gráfico deve ser posicionado, execute um dos seguintes
procedimentos:
•• Para exibir o gráfico na planilha de gráfico, clique em Nova planilha.
•• Para exibir o gráfico como um gráfico incorporado em uma planilha, clique em
Objeto em e, em seguida, clique em uma planilha na caixa Objeto em.

5. O Excel atribuirá automaticamente um nome ao gráfico, como Gráfico1 se este for o


primeiro gráfico criado em uma planilha. Para alterar esse nome, faça o seguinte:

1. Clique no gráfico.

2. Na guia Layout, no grupo Propriedades, clique na caixa de texto Nome do Gráfico.

3. Digite um novo nome.

4. Pressione ENTER.

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Observação: Para criar rapidamente um gráfico que se baseie no tipo de gráfico
padrão, selecione a data que você deseja usar para o gráfico e pressione ALT+F1 ou
F11. Quando você pressiona ALT+F1, o gráfico é exibido como um gráfico incorporado;
quando você pressiona F11, o gráfico é exibido em uma planilha de gráfico separada.

Etapa 2: alterar o layout ou o estilo de um gráfico


Depois de criar um gráfico, é possível alterar instantaneamente a sua aparência. Em vez de
adicionar ou alterar manualmente os elementos ou a formatação do gráfico, é possível aplicar
rapidamente um layout e um estilo predefinidos ao gráfico. O Excel fornece uma variedade de
layouts e estilos úteis e predefinidos (ou layouts e estilos rápidos) que você pode selecionar,
mas é possível personalizar um layout ou estilo conforme necessário, alterando manualmente
o layout e o formato de elementos individuais.

APLICAR UM LAYOUT DE GRÁFICO PREDEFINIDO


1. Clique em qualquer local do gráfico que você deseja formatar usando um layout de gráfico
predefinido.

2. Na guia Design, no grupo Layouts de Gráfico, clique no layout de gráfico que deseja usar.

Observação: Quando o tamanho da janela do Excel for reduzido, os layouts de gráfico


estarão disponíveis na galeria Layout Rápido no grupo Layouts de Gráfico.

APLICAR UM ESTILO DE GRÁFICO PREDEFINIDO

1. Clique em qualquer local do gráfico que você deseja formatar usando um estilo de gráfico
predefinido.

2. Na guia Design, no grupo Estilos de Gráfico, clique no estilo de gráfico a ser usado.

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Excel – Informática – Prof. Márcio Hunecke

ALTERAR MANUALMENTE O LAYOUT DOS ELEMENTOS DO GRÁFICO


1. Clique no elemento de gráfico cujo layout você deseja alterar ou siga este procedimento
para selecioná-lo em uma lista de elementos:
1. Clique em qualquer local do gráfico para exibir as Ferramentas de Gráfico.
2. Na guia Formatar, no grupo Seleção Atual, clique na seta na caixa Elementos de Gráfico
e selecione o elemento de gráfico desejado.

2. Na guia Layout, no grupo Rótulos, Eixos ou Plano de Fundo, clique no botão do elemento
de gráfico que corresponde ao elemento do gráfico que você selecionou e clique na opção
de layout desejada.

ALTERAR MANUALMENTE O FORMATO DOS ELEMENTOS DO GRÁFICO


1. Clique no elemento de gráfico cujo estilo você deseja alterar ou siga este procedimento
para selecioná-lo em uma lista de elementos:
1. Clique em qualquer local do gráfico para exibir as Ferramentas de Gráfico.
2. Na guia Formatar, no grupo Seleção Atual, clique na seta na caixa Elementos de Gráfico
e selecione o elemento de gráfico desejado.

www.acasadoconcurseiro.com.br 849
2. Na guia Formato, siga um ou mais destes procedimentos:
•• Para formatar qualquer elemento do gráfico selecionado, no grupo Seleção Atual,
clique em Seleção de Formato e, em seguida, selecione as opções de formato que
deseja.
•• Para formatar a forma de um elemento do gráfico selecionado, no grupo Estilos de
Forma, clique no estilo que deseja ou clique em Preenchimento de Forma, Contorno
da Forma ou Efeitos de Forma e, em seguida, selecione as opções de formato que
deseja.
•• Para formatar o texto de um elemento do gráfico selecionado utilizando o WordArt,
no grupo Estilos de WordArt, clique em um estilo. Também é possível clicar em
Preenchimento do Texto, Contorno do Texto ou Efeitos de Texto e selecionar as opções
de formato que desejar.

Observações: Depois de aplicar um estilo de WordArt, não é remover o formato desse


WordArt. Se não quiser o estilo de WordArt selecionado, escolha outro ou clique em
Desfazer na Barra de Ferramentas de Acesso Rápido para retornar ao formato de
texto anterior.

3. Dica Para utilizar a formatação de texto normal com o objetivo formatar o texto nos
elementos do gráfico, clique com o botão direito ou selecione o texto e clique nas opções
de formatação desejadas na Minibarra de ferramentas. Também é possível usar os botões
de formatação da faixa de opções (guia Página Inicial, grupo Fonte).

Etapa 3: adicionar ou remover títulos ou rótulos de dados


Para facilitar o entendimento de um gráfico, é possível adicionar títulos, como um título de
gráfico e títulos de eixo. Os títulos de eixo estão geralmente disponíveis para todos os eixos
que podem ser exibidos em um gráfico, incluindo eixos de profundidade (série) em gráficos
3D. Alguns tipos de gráfico (como os gráficos de radar) possuem eixos, mas não podem exibir
títulos de eixos. Os tipos de gráfico que não possuem eixos (como gráficos de pizza e de roscas)
também não exibem títulos de eixo.

ADICIONAR UM TÍTULO DE GRÁFICO

1. Clique em qualquer lugar do gráfico em que você deseja adicionar um título.


2. Na guia Layout, no grupo Rótulos, clique em Título do Gráfico.

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3. Clique em Título de Sobreposição Centralizado ou Acima do Gráfico.


4. Na caixa de texto Título do Gráfico exibida no gráfico, digite o texto desejado.
5. Para formatar o texto, selecione-o e clique nas opções de formatação desejadas na
Minibarra de ferramentas.

ADICIONAR TÍTULOS DE EIXO

1. Clique em qualquer lugar do gráfico em que você deseja adicionar títulos de eixo.
2. Na guia Layout, no grupo Rótulos, clique em Títulos dos Eixos.

3. Siga um ou mais destes procedimentos:


•• Para adicionar um título a um eixo horizontal (categoria) principal, clique em Título do Eixo
Horizontal Principal e selecione a opção desejada.
•• Para adicionar um título ao eixo vertical principal (valor), clique em Título do Eixo Vertical
Principal e selecione a opção desejada.
•• Para adicionar um título a um eixo de profundidade (série), clique em Título do Eixo de
Profundidade e selecione a opção desejada.

4. Na caixa de texto Título do Eixo exibida no gráfico, digite o texto desejado.

5. Para formatar o texto, selecione-o e clique nas opções de formatação desejadas na


Minibarra de ferramentas.

Etapa 4: mostrar ou ocultar uma legenda


Quando você cria um gráfico, uma legenda é exibida, mas depois é possível ocultá-la ou
modificar o seu local.

1. Clique no gráfico em que você deseja mostrar ou ocultar uma legenda.

2. Na guia Layout, no grupo Rótulos, clique em Legenda.

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3. Siga um destes procedimentos:
•• Para ocultar a legenda, clique em Nenhum.
•• Para exibir uma legenda, clique na opção de exibição desejada.
•• Para ver opções adicionais, clique em Mais Opções de Legenda e selecione a opção de
exibição desejada.

Etapa 5: exibir ou ocultar eixos ou linhas de grade do gráfico


Quando você cria um gráfico, os eixos principais são exibidos para a maioria dos tipos de
gráficos. É possível ativá-los ou desativá-los conforme necessário. Ao adicionar eixos, você
pode especificar o nível de detalhes que eles devem exibir. Um eixo de profundidade é exibido
quando um gráfico 3D é criado.

EXIBIR OU OCULTAR EIXOS PRINCIPAIS

1. Clique no gráfico no qual você deseja exibir ou ocultar eixos.

2. Na guia Layout, no grupo Eixos, clique em Eixos e siga um destes procedimentos:


•• Para exibir um eixo, clique em Eixo Horizontal Principal, Eixo Vertical Principal ou Eixo
de Profundidade (em um gráfico 3D) e clique na opção de exibição de eixo desejada.
•• Para ocultar um eixo, clique em Eixo Horizontal Principal, Eixo Vertical Principal ou
Eixo de Profundidade (em um gráfico 3D). Em seguida, clique em Nenhum.
•• Para exibir opções detalhadas de dimensionamento e exibição de eixos, clique em Eixo
•• Horizontal Principal, Eixo Vertical Principal ou Eixo de Profundidade (em um gráfico
3D). Em seguida, clique em Mais Opções de Eixo Horizontal Principal, Mais Opções de
Eixo Vertical Principal ou Mais Opções de Eixo de Profundidade.

Etapa 6: mover ou redimensionar um gráfico


É possível mover um gráfico para qualquer local de uma planilha ou para uma planilha nova ou
existente. Também é possível alterar o tamanho do gráfico para ter um melhor ajuste.

MOVER UM GRÁFICO
Para mover um gráfico, arraste-o até o local desejado.

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REDIMENSIONAR UM GRÁFICO
Para redimensionar um gráfico, siga um destes procedimentos:
•• Clique no gráfico e arraste as alças de dimensionamento até o tamanho desejado.
•• Na guia Formato, no grupo Tamanho, digite o tamanho nas caixas Altura da Forma e
Largura da Forma.

Dica: Para ver mais opções de dimensionamento, na guia Formato, no grupo Tamanho, clique
em para iniciar a caixa de diálogo Formatar Área do Gráfico. Na guia Tamanho, é possível
selecionar opções para dimensionar, girar ou ajustar a escala do gráfico. Na guia Propriedades,
é possível especificar como você deseja mover ou dimensionar esse gráfico com as células na
planilha.

Etapa 7: salvar um gráfico como modelo


Para criar outro gráfico como o recém-criado, salve o gráfico como um modelo que pode ser
usado como base para outros gráfico semelhantes

1. Clique no gráfico que deseja salvar como um modelo.


2. Na guia Design, no grupo Tipo, clique em Salvar como Modelo.

3. Na caixa Nome do arquivo, digite um nome para o modelo.


Dica A menos que uma pasta diferente seja especificada, o arquivo modelo (. crtx) será salvo na
pasta Gráficos e o modelo ficará disponível em Modelos na caixa de diálogo Inserir Gráfico (na
guia Inserir, grupo Gráficos, Iniciador de Caixa de Diálogo ) e na caixa de diálogo Alterar
Tipo de Gráfico (guia Design, grupo Tipo, Alterar Tipo de Gráfico).

Observação: Um modelo de gráfico contém a formatação do gráfico e armazena as


cores que estão em uso quando o gráfico é salvo como modelo. Quando você usa
um modelo para criar um gráfico em outra pasta de trabalho, o gráfico novo usa as
cores do modelo — não as cores do tema de documento atualmente aplicadas à pasta
de trabalho. Para usar as cores do tema de documento em vez das cores do modelo
de gráfico, clique com o botão direito na área do gráfico e, em seguida, clique em
Redefinir para Coincidir Estilo.

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CLASSIFICAR DADOS
A classificação de dados é uma parte importante da análise de dados. Talvez você queira
colocar uma lista de nomes em ordem alfabética, compilar uma lista de níveis de inventário de
produtos do mais alto para o mais baixo ou organizar linhas por cores ou ícones. A classificação
de dados ajuda a visualizar e a compreender os dados de modo mais rápido e melhor, organizar
e localizar dados desejados e por fim tomar decisões mais efetivas.

Classificar texto
1. Selecione uma coluna de dados alfanuméricos em um intervalo de células ou certifique-se
de que a célula ativa está em uma coluna da tabela que contenha dados alfanuméricos

2. Na guia Início, no grupo Edição e, em seguida, clique em


Classificar e Filtrar.

3. Siga um destes procedimentos:


•• Para classificar em ordem alfanumérica crescente, clique em Classificar de A a Z.
•• Para classificar em ordem alfanumérica decrescente, clique em Classificar de Z a A.
4. Como opção, você pode fazer uma classificação que diferencie letras maiúsculas de
minúsculas.

Classificar números
1. Selecione uma coluna de dados numéricos em um intervalo de células ou certifique-se de
que a célula ativa está em uma coluna da tabela que contenha dados numéricos.

2. Na guia Início, no grupo Edição, clique em Classificar e Filtrar e, em seguida, siga um


destes procedimentos:
•• Para classificar de números baixos para números altos, clique em Classificar do Menor
para o Maior.
•• Para classificar de números altos para números baixos, clique em Classificar do Maior
para o Menor.

Classificar datas ou horas


1. Selecione uma coluna de data ou hora em um intervalo de células ou certifique-se de que a
célula ativa está em uma coluna da tabela que contenha data ou hora.
2. Selecione uma coluna de datas ou horas em um intervalo de células ou tabelas.
3. Na guia Início, no grupo Edição, clique em Classificar e Filtrar e, em seguida, siga um destes
procedimentos:
•• Para classificar de uma data e hora anterior para uma data ou hora mais recente, clique
em Classificar da Mais Antiga para a Mais Nova.
•• Para classificar de uma data e hora recente para uma data ou hora mais antiga, clique
em Classificar da Mais Nova para a Mais Antiga.

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Excel – Informática – Prof. Márcio Hunecke

Classificar uma coluna em um intervalo de células sem afetar outro

Aviso: Cuidado ao usar esse recurso. A classificação por uma coluna em um intervalo pode
gerar resultados indesejados, como movimentação de células naquela coluna para fora de
outras células na mesma linha.

1. Selecione uma coluna em um intervalo de células contendo duas ou mais colunas.


2. Para selecionar a coluna que deseja classificar, clique no título da coluna.
3. Na guia Início, no grupo Edição, clique em Classificar e Filtrar e siga um destes
procedimentos:
4. A caixa de diálogo Aviso de Classificação é exibida.
5. Selecione Continuar com a seleção atual.
6. Clique em Classificar.
7. Selecione outras opções de classificação desejadas na caixa de diálogo Classificar e, em
seguida, clique em OK.

Ordens de classificação padrão


Em uma classificação crescente, o Microsoft Office Excel usa a ordem a seguir. Em uma
classificação decrescente, essa ordem é invertida.

Valor Comentário
Números Os números são classificados do menor número negativo ao maior número positivo.
Datas As datas são classificadas da mais antiga para a mais recente.
Texto O texto alfanumérico é classifico da esquerda para a direita, caractere por caractere.
Por exemplo, se uma célula contiver o texto "A100", o Excel a colocará depois de uma
célula que contenha a entrada "A1" e antes de uma célula que contenha a entrada
"A11".
Os textos e os textos que incluem números, classificados como texto, são classificados
na seguinte ordem:
•• 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 (espaço) ! " # $ % & ( ) * , . / : ; ? @ [ \ ] ^ _ ` { | } ~ + < = >
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ
•• Apóstrofos (') e hífens (-) são ignorados, com uma exceção: se duas
seqüências de caracteres de texto forem iguais exceto pelo hífen, o texto
com hífen será classificado por último.
Observação: Se você alterou a ordem de classificação padrão para que ela fizesse
distinção entre letras maiúscula e minúsculas na caixa de diálogo Opções de
Classificação, a ordem para os caracteres alfanuméricos é a seguinte: a A b B c C d D e
EfFgGhHiIjJkKlLmMnNoOpPqQrRsStTuUvVwWxXyYzZ
Lógica Em valores lógicos, FALSO é colocado antes de VERDADEIRO.
Erro Todos os valores de erro, como #NUM! e #REF!, são iguais.
Células em Na classificação crescente ou decrescente, as células em branco são sempre exibidas
branco por último.
Observação: Uma célula em branco é uma célula vazia e é diferente de uma célula
com um ou mais caracteres de espaço.

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CLASSIFICAÇÃO PERSONALIZADA
Você pode usar uma lista personalizada para classificar em uma ordem definida pelo usuário.

1. Selecione uma coluna de dados em um intervalo de células ou certifique-se de que a célula


ativa esteja em uma coluna da tabela.
2. Na guia Início, no grupo Edição, clique em Classificar e Filtrar e, em seguida, clique em
Personalizar Classificação.
A caixa de diálogo Classificar é exibida.
3. Em coluna, na caixa Classificar por ou Em seguida por, selecione a coluna que deseja
classificar, se for necessário adicione mais níveis.

4. Em Ordenar, selecione o método desejado.


5. Clique em OK.

CONFIGURAR PÁGINA

Área de Impressão
Se você imprime frequentemente uma seleção específica da planilha, defina uma área de
impressão que inclua apenas essa seleção. Uma área de impressão corresponde a um ou mais
intervalos de células que você seleciona para imprimir quando não deseja imprimir a planilha
inteira. Quando a planilha for impressa após a definição de uma área de impressão, somente
essa área será impressa. Você pode adicionar células para expandir a área de impressão quando
necessário e limpar a área de impressão para imprimir toda a planilha.
Uma planilha pode ter várias áreas de impressão. Cada área de impressão será impressa como
uma página separada.

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Excel – Informática – Prof. Márcio Hunecke

Definir uma ou mais áreas de impressão

1. Na planilha, selecione as células que você deseja definir como área de impressão. É possível
criar várias áreas de impressão mantendo a tecla CTRL pressionada e clicando nas áreas
que você deseja imprimir.

2. Na guia Layout da Página, no grupo Configurar Página, clique em Área de Impressão e, em


seguida, clique em Definir Área de Impressão.

Adicionar células a uma área de impressão existente

1. Na planilha, selecione as células que deseja adicionar à área de impressão existente.

Observação: Se as células que você deseja adicionar não forem adjacentes à área
de impressão existente, uma área de impressão adicional será criada. Cada área de
impressão em uma planilha é impressa como uma página separada. Somente as
células adjacentes podem ser adicionadas a uma área de impressão existente.

2. Na guia Layout da Página, no grupo Configurar Página, clique em Área de Impressão e, em


seguida, clique em Adicionar à Área de Impressão.

Limpar uma área de impressão

Observação: Se a sua planilha contiver várias áreas de impressão, limpar uma área de
impressão removerá todas as áreas de impressão na planilha.

1. Clique em qualquer lugar da planilha na qual você deseja limpar a área de impressão.

2. Na guia Layout da Página, no grupo Configurar Página, clique em Limpar Área de Impressão.

Quebras de Página
Quebras de página são divisores que separam uma planilha (planilha: o principal documento
usado no Excel para armazenar e trabalhar com dados, também chamado planilha eletrônica.
Uma planilha consiste em células organizadas em colunas e linhas; ela é sempre armazenada
em uma pasta de trabalho.) em páginas separadas para impressão. O Microsoft Excel insere
quebras de página automáticas com base no tamanho do papel, nas configurações de margem,
nas opções de escala e nas posições de qualquer quebra de página manual inserida por você.
Para imprimir uma planilha com o número exato de páginas desejado, ajuste as quebras de
página na planilha antes de imprimi-la.

www.acasadoconcurseiro.com.br 857
Embora você possa trabalhar com quebras de página no modo de exibição Normal, é
recomendável usar o modo de exibição Visualizar Quebra de Página para ajustá-las de forma
que você possa ver como outras alterações feitas por você (como alterações na orientação
de página e na formatação) afetam as quebras de página automáticas. Por exemplo, você
pode ver como uma alteração feita por você na altura da linha e na largura da coluna afeta o
posicionamento das quebras de página automáticas.
Para substituir as quebras de página automáticas que o Excel insere, é possível inserir suas
próprias quebras de página manuais, mover as quebras de página manuais existentes ou
excluir quaisquer quebras de página inseridas manualmente. Também é possível removê-las de
maneira rápida. Depois de concluir o trabalho com as quebras de página, você pode retornar ao
modo de exibição Normal.

Para Inserir uma quebra de página

1. Selecione a planilha que você deseja modificar.


2. Na guia Exibir, no grupo Modos de Exibição da Planilha, clique em Visualização da Quebra
de Página.

DICA Também é possível clicar em Visualizar Quebra de Página na barra de status.

Observação: Se você obtiver a caixa de diálogo Bem-vindo à Visualização de Quebra


de Página, clique em OK. Para não ver essa caixa de diálogo sempre que você for para
o modo de exibição Visualização de Quebra de Página, marque a caixa de seleção Não
mostrar esta caixa de diálogo novamente antes de clicar em OK.

3. Siga um destes procedimentos:


•• Para inserir uma quebra de página horizontal, selecione a linha abaixo da qual você
deseja inseri-la.
•• Para inserir uma quebra de página vertical, selecione a coluna à direita da qual você
deseja inseri-la.
4. Na guia Layout da Página, no grupo Configurar Página, clique em Quebras.

5. Clique em Inserir Quebra de Página.


Dica Também é possível clicar com o botão direito do mouse na linha abaixo da qual ou na
coluna à direita da qual você deseja inserir uma quebra de linha e clicar em Inserir Quebra de
Página.

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Excel – Informática – Prof. Márcio Hunecke

Imprimir Títulos
Se uma planilha ocupar mais de uma página, você poderá imprimir títulos ou rótulos de linha e
coluna (também denominados títulos de impressão) em cada página para ajudar a garantir que
os dados serão rotulados corretamente.

1. Selecione a planilha que deseja imprimir.

2. Na guia Layout da Página, no grupo Configurar Página, clique em Imprimir Títulos.

Observação: O comando Imprimir Títulos aparecerá esmaecido se você estiver em


modo de edição de célula, se um gráfico estiver selecionado na mesma planilha ou se
você não tiver uma impressora instalada.

3. Na guia Planilha, em Imprimir títulos, siga um destes procedimentos ou ambos:


•• Na caixa Linhas a repetir na parte superior, digite a referência das linhas que contêm
os rótulos da coluna.
•• Na caixa Colunas a repetir à esquerda, digite a referência das colunas que contêm os
rótulos da linha.
Por exemplo, se quiser imprimir rótulos de colunas no topo de cada página impressa, digite
$1:$1 na caixa Linhas a repetir na parte superior.

Dica Também é possível clicar no botão Recolher Caixa de Diálogo na extremidade direita
das caixas Linhas a repetir na parte superior e Colunas a repetir à esquerda e selecionar as
linhas ou colunas de título que deseja repetir na planilha. Depois de concluir a seleção das
linhas ou colunas de título, clique no botão Recolher Caixa de Diálogo novamente para
voltar à caixa de diálogo.

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Observação: Se você tiver mais de uma planilha selecionada, as caixas Linhas a repetir
na parte superior e Colunas a repetir à esquerda não estarão disponíveis na caixa
de diálogo Configurar Página. Para cancelar uma seleção de várias planilhas, clique
em qualquer planilha não selecionada. Se nenhuma planilha não selecionada estiver
visível, clique com o botão direito do mouse na guia da planilha selecionada e clique
em Desagrupar Planilhas no menu de atalho.

IMPRESSÃO

É possível imprimir planilhas e pastas de trabalho inteiras ou parciais, uma ou várias por vez. Se
os dados que você deseja imprimir estiverem em uma tabela do Microsoft Excel, você poderá
imprimir apenas a tabela do Excel.
Imprimir uma planilha ou pasta de trabalho inteira ou parcial

1. Siga um destes procedimentos:


•• Para imprimir uma planilha parcial, clique na planilha e selecione o intervalo de dados
que você deseja imprimir.
•• Para imprimir a planilha inteira, clique na planilha para ativá-la.
•• Para imprimir uma pasta de trabalho, clique em qualquer uma de suas planilhas.
2. Clique em Arquivo e depois clique em Imprimir.
Atalho do teclado Você também pode pressionar CTRL+P.

3. Em Configurações, selecione uma opção para imprimir a seleção, a(s) planilha(s) ativa(s) ou
a pasta de trabalho inteira.

Observação: Se uma planilha tiver áreas de impressão definidas, o Excel imprimirá


apenas essas áreas. Se você não quiser imprimir apenas uma área de impressão
definida, marque a caixa de seleção Ignorar área de impressão.

Imprimir várias planilhas de uma vez


1. Selecione as planilhas que você deseja imprimir.

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Excel – Informática – Prof. Márcio Hunecke

Para selecionar Faça o seguinte


Clique na guia da planilha.

Uma única planilha Caso a guia desejada não esteja exibida, clique nos botões de rolagem de
guias para exibi-la e clique na guia.

Clique na guia da primeira planilha. Em seguida, mantenha pressionada


Duas ou mais planilhas
a tecla SHIFT enquanto clica na guia da última planilha que deseja
adjacentes
selecionar.
Clique na guia da primeira planilha. Em seguida, mantenha pressionada
Duas ou mais planilhas
a tecla CTRL enquanto clica nas guias das outras planilhas que deseja
não adjacentes
selecionar.
Todas as planilhas de uma Clique com o botão direito do mouse em uma guia de planilha e clique
pasta de trabalho em Selecionar Todas as Planilhas.

2. Clique em Arquivo e depois clique em Imprimir.


Atalho do teclado Você também pode pressionar CTRL+P.

Imprimir várias pastas de trabalho de uma vez


Todos os arquivos da pasta de trabalho que você deseja imprimir devem estar na mesma pasta.

1. Clique no Arquivo e clique em Abrir.


Atalho do teclado Você também pode pressionar CTRL+A.

2. Mantenha a tecla CTRL pressionada e clique no nome de cada pasta de trabalho que você
deseja imprimir.

3. Clique com o botão direito do mouse na seleção e, em seguida, clique em Imprimir.

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Informática

Apresentações PowerPoint 2010

O espaço de trabalho, ou modo de exibição Normal, foi desenvolvido para ajudá-lo a encontrar
e usar facilmente os recursos do Microsoft PowerPoint 2010. Quando você inicia o PowerPoint,
ele é aberto no modo de exibição chamado Normal, onde você cria e trabalha em slides.

Uma imagem do PowerPoint 2010 no modo Normal que possui vários elementos rotulados.

1. No painel Slide, você pode trabalhar em slides individuais.


2. As bordas pontilhadas identificam os espaços reservados, onde você pode digitar texto ou
inserir imagens, gráficos e outros objetos.
3. A guia Slides mostra uma versão em miniatura de cada slide inteiro mostrado no painel
Slide. Depois de adicionar outros slides, você poderá clicar em uma miniatura na guia
Slides para fazer com que o slide apareça no painel Slide ou poderá arrastar miniaturas
para reorganizar os slides na apresentação. Também é possível adicionar ou excluir slides
na guia Slides.
4. No painel Anotações, você pode digitar observações sobre o slide atual. Também pode
distribuir suas anotações para a audiência ou consultá-las no Modo de Exibição do
Apresentador durante a apresentação

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Guias do PowerPoint 2010

Visão Geral dos Modos de Exibição do PowerPoint 2010


Estes são os modos de exibição do Microsoft PowerPoint 2010 que você pode usar para editar,
imprimir e fornecer apresentações:
•• Modo de exibição Normal;
•• Modo de exibição de Classificação de Slides;
•• Modo de exibição de Anotações;
•• Modo de exibição Apresentação de Slides (inclui o modo de exibição Apresentador);
•• Modo de exibição Leitura;
•• Modos de exibição mestres: Slide, Folheto e Anotações.
Como mostra a captura de tela abaixo, você pode encontrar os modos de exibição do PowerPoint
em dois lugares:
•• Na guia Modo de Exibição e nos grupos Modos de Exibição de Apresentação e Modos
de Exibição Mestres.
•• Em uma barra de fácil utilização, localizada na parte inferior da janela do PowerPoint,
onde estão disponíveis os principais modos de exibição (Normal, Classificação de
Slides, Leitura e Apresentação de Slides).

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PowerPoint: Versão 2007 e 2010 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

Modos de Exibição para Editar a Apresentação


Há vários modos de exibição no PowerPoint que podem ajudá-lo a criar uma apresentação
profissional.

Modo de exibição Normal


O modo de exibição Normal é o principal modo de exibição de edição, no qual você pode
escrever e criar sua apresentação. O modo de exibição Normal tem quatro áreas de trabalho:

Guia Estrutura de Tópicos: Este é um ótimo local para começar a


redigir o conteúdo ‒ capturar ideias, planejar o modo como você deseja
apresentá-las e mover slides e texto. A guia Estrutura de Tópicos mostra
o texto do slide na forma de uma estrutura de tópicos.
Guia Slides: Exiba os slides da sua apresentação na forma de imagens
em miniatura enquanto realiza a edição. As miniaturas facilitam a
navegação pela apresentação e permitem que você veja os efeitos de
qualquer alteração no design. Aqui também é possível reorganizar,
adicionar ou excluir slides com facilidade.
Painel de Slides: Na seção superior direita da janela do PowerPoint, o
Painel de Slide exibe uma imagem ampla do slide atual. Com o slide
nesse modo de exibição, é possível adicionar texto e inserir imagens, tabelas, elementos gráficos
SmartArt, gráficos, objetos de desenho, caixas de texto, filmes, sons, hiperlinks e animações.
Painel de Anotações: No painel Anotações, abaixo do painel Slide, é possível digitar anotações
que se apliquem ao slide atual. Mais tarde, você poderá imprimir suas anotações e consultá-las
ao fornecer a apresentação. Você também poderá imprimir as anotações para distribuí-las ao
público ou incluir as anotações em uma apresentação que enviar para o público ou publicar em
uma página da Web.
Você pode alternar entre as guias Slides e Estrutura de Tópicos. Para ampliar ou ocultar o painel
que contém as guias Estrutura de Tópicos e Slides, consulte o documento que explica como se
familiarizar com o espaço de trabalho do PowerPoint.

www.acasadoconcurseiro.com.br 865
Modo de Exibição de Classificação de Slides

O modo de exibição Classificação de Slides mostra os slides em


forma de miniaturas. Esse modo de exibição facilita a classificação
e a organização da sequência de slides à medida que você cria a
apresentação e também quando você prepara a apresentação para
impressão.
Nesse modo, também é possível adicionar seções e classificar os
slides em diferentes categorias ou seções.

Modo de Exibição Anotações


No painel Anotações, que está localizado abaixo do painel Slide, é possível digitar anotações
que se apliquem ao slide atual. Mais tarde, você poderá imprimir suas anotações e consultá-las
ao fornecer a apresentação. Você também poderá imprimir as anotações para distribuí-las ao
público ou incluir as anotações em uma apresentação que enviar para o público ou publicar em
uma página da Web.
Se quiser exibir e trabalhar com as anotações em um formato de página inteira, na guia Modo
de Exibição, no grupo Modos de Exibição de Apresentação, clique em Anotações.

Modos de Exibição Mestres


Os modos de exibição mestres incluem Slide, Folheto e Anotações. Esses modos de exibição
representam os principais slides com informações sobre a apresentação, incluindo plano de
fundo, cor, fontes, efeitos, tamanhos e posições de espaços reservados. A principal vantagem
de trabalhar em um modo de exibição mestre é que, no slide mestre, nas anotações mestras ou
no folheto mestre, você pode fazer alterações universais de estilo para cada slide, anotação ou
folheto associado à apresentação.

Modos de Exibição para Fornecer a Apresentação

Modo de Exibição de Apresentação de Slides


Use o modo de exibição de Apresentação de Slides para mostrar sua apresentação à audiência.
Esse modo ocupa toda a tela do computador, exatamente como a sua apresentação será vista
pela audiência em uma tela grande. É possível ver a aparência que gráficos, intervalos, filmes,
efeitos animados e efeitos de transição terão durante a apresentação real.

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PowerPoint: Versão 2007 e 2010 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

Modo de Exibição do Apresentador


Este é um importante modo de exibição baseado em apresentação de slides que você pode
utilizar para mostrar sua apresentação. Usando dois monitores, você pode executar outros
programas e exibir as anotações do orador que não podem ser vistas pela audiência.
Para usar o Modo de Exibição do Apresentador, verifique se o seu computador tem recursos
para vários monitores, ative o suporte para vários monitores e ative o Modo de Exibição do
Apresentador.

Modo de Exibição Leitura


Use o modo de exibição de leitura para fornecer sua apresentação não para um público (por
exemplo, em uma tela grande), mas, em vez disso, para uma pessoa que a visualizará no
próprio computador. Ou use o modo de exibição de leitura no seu computador quando quiser
exibir uma apresentação sem a utilização do modo de exibição Apresentação de Slides em tela
inteira, e sim em uma janela com controles simples que facilitem a revisão da apresentação.
Você sempre poderá alternar do modo de exibição Leitura para outro modo de exibição, se
quiser alterar a apresentação.

Começar com uma Apresentação em Branco

Por padrão, o PowerPoint 2010 aplica o modelo Apresentação em Branco, mostrado na


ilustração anterior, às novas apresentações. Apresentação em Branco é o mais simples e o mais
genérico dos modelos no PowerPoint 2010 e será um bom modelo a ser usado quando você
começar a trabalhar com o PowerPoint. Para criar uma nova apresentação baseada no modelo
Apresentação em Branco, faça o seguinte:

1. Clique na guia Arquivo.


2. Aponte para Novo e, em Modelos e Temas Disponíveis, selecione Apresentação em Branco.
3. Clique em Criar.

Adicionar, Reorganizar e Excluir Slides


O único slide que é exibido automaticamente ao abrir o PowerPoint tem dois espaços reservados,
sendo um formatado para um título e o outro formatado para um subtítulo. A organização dos
espaços reservados em um slide é chamada layout. O Microsoft PowerPoint 2010 também
oferece outros tipos de espaços reservados, como aqueles de imagens e elementos gráficos de
SmartArt.
Ao adicionar um slide à sua apresentação, siga este procedimento para escolher um layout para
o novo slide ao mesmo tempo:

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1. No modo de exibição Normal, no painel que contém as guias Tópicos e Slides, clique na guia
Slides e clique abaixo do único slide exibido automaticamente ao abrir o PowerPoint.

2. Na guia Página Inicial, no grupo Slides, clique na seta ao lado de


Novo Slide. Ou então, para que o novo slide tenha o mesmo layout
do slide anterior, basta clicar em Novo Slide em vez de clicar na
seta ao lado dele.
3. Clique no layout desejado para o novo slide.

O novo slide agora aparece na guia Slides, onde está realçado como o slide atual, e também
como o grande slide à direita no painel Slide. Repita esse procedimento para cada novo slide
que você deseja adicionar.

Visão Geral sobre um Modelo do PowerPoint


Um modelo do PowerPoint é um padrão ou um plano gráfico de um slide ou um grupo de slides
que você salva como um arquivo .potx. Os modelos podem conter layouts, cores de temas,
fontes de temas, efeitos de temas, estilos de plano de fundo e, até mesmo, conteúdo.
Você pode criar seus próprios modelos personalizados e armazená-los, reutilizá-los e
compartilhá-los com outras pessoas. Além disso, pode localizar muitos tipos diferentes de
modelos gratuitos internos no PowerPoint e centenas em Office.com e em outros sites de
parceiros, que você poderá aplicar à sua apresentação.

Visão Geral dos Temas do Office

Use temas para simplificar o processo de criação


de apresentações com aparência de designer
profissional. As cores, as fontes e os efeitos dos
temas não funcionam apenas no PowerPoint,
mas estão disponíveis também em Excel, Word
e Outlook, de forma que as apresentações, os
documentos, as planilhas e os e-mails possam ter
uma aparência coesiva.
O mesmo tema usado em PowerPoint, Excel e
Word.
Para experimentar temas diferentes, coloque o
cursor do mouse sobre uma miniatura na galeria de Temas e observe como o seu documento
se altera.

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PowerPoint: Versão 2007 e 2010 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

Quatro temas aplicados ao mesmo elemento gráfico SmartArt. Em sentido horário, a partir do
canto superior esquerdo: Metrô, o tema padrão do Office, Ápice e Viagem.
Aplicar um novo tema altera os detalhes principais do seu documento. Os efeitos do WordArt
são aplicados a títulos no PowerPoint. As tabelas, os gráficos, os elementos gráficos SmartArt, as
formas e os outros objetos são atualizados para se complementar. Além disso, no PowerPoint,
até mesmo os layouts e planos de fundo dos slides podem ser alterados radicalmente de um
tema para outro. Se você gostar da aparência de um tema quando aplicá-lo à apresentação,
terá acabado a reformatação com apenas um clique do mouse. Se você quiser personalizar a
apresentação ainda mais, poderá alterar as cores do tema, as fontes do tema ou os efeitos do
tema.

O que posso fazer com cores do tema?


Modificar as cores do tema é a mudança mais radical que você pode fazer na apresentação,
exceto alterar o próprio tema. Com um único clique, você pode alterar o tom casual de uma
apresentação para formal, ou vice-versa, alterando as cores do tema.
As cores do tema têm 12 intervalos de cores. As quatro primeiras cores horizontais são para
texto e planos de fundo. O texto criado com as cores claras será sempre legível sobre as cores
escuras, e o texto criado com as cores escuras será sempre legível sobre as cores claras. As
próximas seis cores são cores de destaque, sempre visíveis sobre as quatro cores potenciais
de plano de fundo. As duas últimas cores, não mostradas na figura abaixo, são reservadas para
hiperlinks e hiperlinks visitados.

www.acasadoconcurseiro.com.br 869
As cores do tema lidam muito bem com planos de fundo iluminados e escuros. Há regras de
visibilidade internas no tema para que você possa alternar as cores a qualquer momento e todo
o seu conteúdo permanecerá legível e ainda parecerá bom.
Quando você clica em Cores no grupo Temas, as cores exibidas ao lado do nome do tema
representam as cores de ênfase e de hiperlink desse tema. Se você alterar qualquer uma dessas
cores para criar seu próprio conjunto de cores do tema, as cores mostradas no botão Cores e ao
lado do nome do Tema serão devidamente atualizados.

O que posso fazer com efeitos do tema?


Os efeitos do tema especificam como os efeitos são aplicados a gráficos, elementos gráficos
SmartArt, formas, imagens, tabelas,WordArt e texto. Usando a galeria de Efeitos do Tema, você
pode substituir diferentes conjuntos de efeitos para alterar rapidamente a aparência desses
objetos. Embora você não possa criar seu próprio conjunto de efeitos do tema, é possível
escolher o efeito que deseja usar em seu próprio tema.
A seguir, é apresentada a matriz de efeitos do tema do Office (o tema padrão).

Cada tema tem uma matriz de efeitos diferente para uma aparência diferente. Por exemplo, um
tema pode ter uma aparência metálica e outro pode parecer vidro pontilhado.

Criar um Elemento Gráfico SmartArt


Um elemento gráfico SmartArt é uma representação visual de suas informações que você pode
criar com rapidez e facilidade, escolhendo entre vários layouts diferentes, para comunicar suas
mensagens ou ideias com eficiência.

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PowerPoint: Versão 2007 e 2010 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

Visão Geral de como Criar um Elemento Gráfico Smartart


A maior parte do conteúdo criado com os programas do Microsoft Office 2010 é textual, embora
o uso de ilustrações possa melhorar a compreensão e a memorização, além de incentivar uma
ação. Criar ilustrações de qualidade profissional pode ser um desafio, especialmente se você
não for um designer profissional ou não tiver condições para contratar um. Usando as versões
do Microsoft Office anteriores ao Office 2007, você poderá demorar para obter formas do
mesmo tamanho e alinhadas corretamente, que deem ao seu texto a aparência adequada,
e para formatar manualmente as formas até adequá-las ao estilo geral do documento. Com
elementos gráficos SmartArt, você pode criar ilustrações de qualidade profissional com apenas
alguns cliques do mouse.
Você pode criar um elemento gráfico SmartArt no Excel, no Outlook, no PowerPoint e no Word.
Embora não possa criar na maioria dos outros programas do Office 2010, você pode copiar e
colar elementos gráficos SmartArt como imagens nesses programas.
Ao criar um elemento gráfico SmartArt, você precisa escolher um tipo, como Processo,
Hierarquia, Ciclo ou Relação. Cada tipo de elemento gráfico SmartArt contém diversos layouts.
Depois de escolher um layout, é fácil alterar o layout ou o tipo de um elemento gráfico SmartAr.
Grande parte do texto e de outro conteúdo, cores, estilos, efeitos e formatação do texto são
transferidos automaticamente para o novo layout.
À medida que você adiciona e edita seu conteúdo no painel Texto, o elemento gráfico SmartArt
é atualizado automaticamente, ou seja, as formas são adicionadas ou removidas como
necessário.
Você também pode adicionar e remover formas no elemento gráfico SmartArt para ajustar a
estrutura do layout. Por exemplo, embora o layout Processo Básico apareça com três formas,
seu processo pode precisar de apenas duas formas ou até cinco. À medida que você adiciona ou
remove formas e edita o texto, a organização das formas e do texto contido nelas é atualizada
automaticamente — mantendo a borda e o design originais do layout do elemento gráfico
SmartArt.

Imprimir Slides ou Folhetos da Apresentação


Embora você também possa usar o Microsoft PowerPoint 2010 para imprimir páginas de
anotações, este artigo descreve como imprimir slides (um por página) e folhetos da apresentação
– com um, dois, três, quatro, seis ou nove slides em uma página – que a audiência pode usar
para acompanhar enquanto você dá sua apresentação ou pode manter para referência futura.

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1. O folheto de três slides por página inclui linhas que a audiência pode usar para fazer
anotações.

Criar Anotações
Use o painel de anotações na exibição Normal para gravar anotações sobre os slides. Para ir
para o modo de exibição Normal, na guia Exibir, no grupo Modos de Exibição de Apresentação,
clique em Normal.

Painel de anotações (circulado em vermelho) no modo de exibição Normal


Você pode digitar e formatar suas anotações enquanto trabalha na exibição Normal, mas para
ver como as anotações serão impressas e o efeito geral da formatação de qualquer texto, como
as cores da fonte, alterne para o modo de exibição Anotações. Também é possível verificar e
alterar os cabeçalhos e rodapés de suas anotações no modo de exibição Anotações.
Cada anotação mostra uma miniatura do slide, juntamente com as anotações que acompanham
esse slide. No modo de exibição Anotações, você pode aprimorar suas anotações com gráficos,
imagens, tabelas ou outras ilustrações.

1. As anotações incluem suas anotações e cada slide da apresentação.


2. Cada slide é impresso em sua própria página.
3. Suas anotações acompanham o slide.
4. Você pode adicionar dados, como gráficos ou imagens, às suas
anotações.
Imagens e outros objetos adicionados no Modo de Anotações são exibidos nas anotações
impressas, mas não na tela no modo de exibição Normal.

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PowerPoint: Versão 2007 e 2010 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

As alterações, adições e exclusões realizadas nas anotações aplicam-se apenas às anotações e


ao texto das mesmas no modo de exibição Normal.
Se desejar aumentar, reposicionar ou formatar a área de imagem do slide ou a área das
anotações, faça suas alterações no modo de exibição Anotações.
Você não pode desenhar ou colocar imagens no painel de anotações no modo de exibição
Normal. Alterne para o modo de exibição Anotações e desenhe ou adicione a imagem.

Visão Geral sobre Slides Mestres

Um slide mestre é o slide principal em uma hierarquia de slides que armazena informações
sobre o tema e os layouts dos slides de uma apresentação, incluindo o plano de fundo, a cor, as
fontes, os efeitos, os tamanhos dos espaços reservados e o posicionamento.
Cada apresentação contém, pelo menos, um slide mestre. O principal benefício de modificar
e usar slides mestres é que você pode fazer alterações de estilo universal em todos os slides
de sua apresentação, inclusive naqueles adicionados posteriormente a ela. Ao usar um slide
mestre, você poupa tempo, pois não precisa digitar as mesmas informações em mais de um
slide. O slide mestre é prático principalmente quando você tem apresentações longas demais
com muitos slides.
Como os slides mestres afetam a aparência de toda a apresentação, ao criar e editar um slide
mestre ou os layouts correspondentes, você trabalha no modo de exibição Slide Mestre.

1. Um slide mestre no modo de exibição Slide Mestre;


2. Layouts de slides associados ao slide mestre acima dele.
Ao modificar um ou mais dos layouts abaixo de um slide mestre, você está modificando
essencialmente o slide mestre. Cada layout de slide é configurado de maneira diferente, mas
todos os layouts associados a um determinado slide mestre contêm o mesmo tema (esquema
de cores, fontes e efeitos).
A imagem a seguir mostra um slide mestre único com o tema Austin aplicado e três layouts
de suporte. Observe como cada um dos layouts de suporte mostrados retrata uma versão
diferente do tema Austin, usando o mesmo esquema de cores, mas em uma disposição de
layout diferente. Além disso, cada layout fornece caixas de texto e notas de rodapé em locais
diferentes do slide e diferentes tamanhos de fonte nas várias caixas de texto.

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Slide mestre com três layouts diferentes

Para que sua apresentação contenha dois ou mais estilos ou temas diferentes (como planos
de fundo, esquemas de cores, fontes e efeitos), você precisa inserir um slide mestre para cada
tema diferente. É bem provável que cada slide mestre tenha um tema diferente aplicado a ele.
Ao acessar o modo de exibição Slide Mestre, você verá que existem vários layouts padrão
associados a qualquer slide mestre específico. Provavelmente, você não usará todos os layouts
fornecidos. Você escolherá entre os layouts disponíveis, aqueles que funcionam melhor para a
exibição de suas informações.
Você pode criar uma apresentação que contenha um ou mais slides mestres e salvá-la como
um arquivo de Modelo do PowerPoint (.potx ou .pot) e usá-la para criar outras apresentações.

Visão Geral sobre Layouts de Slides


Os layouts de slides contêm formatação, posicionamento e espaços reservados para todo o
conteúdo que aparece em um slide. Os espaços reservados são os contêineres em layouts que
retêm esse conteúdo como texto (incluindo texto do corpo, listas com marcadores e títulos),
tabelas, gráficos, gráficos SmartArt, filmes, sons, imagens e clip-art. E um layout também
contém o tema (cores, fontes, efeitos e plano de fundo) de um slide.

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PowerPoint: Versão 2007 e 2010 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

Este diagrama mostra todos os elementos de layout que você pode incluir em um slide do
PowerPoint.
O PowerPoint inclui nove layouts de slide incorporados ou você pode criar layouts personalizados
que atendam suas necessidades específicas, e você pode compartilhá-los com outras pessoas
que criam apresentações usando o PowerPoint. O gráfico a seguir mostra os layouts de slides
que estão incorporados no PowerPoint.

No gráfico acima, cada layout mostra o posicionamento de vários espaços reservados em que
você adicionará texto ou gráficos.

Aplicar um Layout a um Slide

1. Na guia Exibir, no grupo Modos de Exibição de Apresentação, clique em Normal.


2. No modo de exibição Normal, no painel que contém as guias Estrutura de Tópicos e Slide,
clique na guia Slides.
3. Clique no slide ao qual deseja aplicar um layout.
4. Na guia Página inicial, no grupo Slides, clique em Layout e selecione o layout desejado.

Visão geral da animação de textos e objetos


A animação é uma excelente maneira de focalizar em pontos importantes, controlar o fluxo de
informações e aumentar o interesse do espectador em sua apresentação. Você pode aplicar
efeitos de animação a textos ou objetos em slides individuais ou no slide mestre, ou a espaços
reservados em layouts de slides personalizados.
Existem quatro tipos diferentes de efeitos de animação no PowerPoint 2010:
•• Efeitos de Entrada. Por exemplo, você pode fazer um objeto desaparecer gradualmente no
foco, surgir no slide de uma borda ou pular na exibição.

www.acasadoconcurseiro.com.br 875
•• Efeitos de Saída. Esses efeitos incluem fazer um objeto se separar do slide, desaparecer da
exibição ou espiralar para fora do slide.
•• Efeitos de Ênfase. Os exemplos desses efeitos são fazer um objeto reduzir ou aumentar de
tamanho, mudar de cor ou girar em seu centro.
•• Trajetórias de Animação. Você pode usar esses efeitos para mover um objeto para cima ou
para baixo, para a esquerda ou direita ou em um padrão circular ou estelar (entre outros
efeitos).
Você pode usar qualquer animação sozinha ou combinar vários efeitos juntos. Por exemplo,
você pode fazer uma linha de texto surgir da esquerda e aumentar de tamanho ao mesmo
tempo, aplicando um efeito de entrada Surgir e um efeito de ênfase Ampliar/Reduzir a ela.
Para aprender a adicionar vários efeitos a um único objeto, consulte Aplicar vários efeitos de
animação a um único objeto.

Adicionar animação a um objeto


Para adicionar um efeito de animação a um objeto, faça o seguinte:
1. Selecione o objeto que deseja animar.
2. Na guia Animações, no grupo Animação, clique em Mais e selecione a animação
desejada.

Exibir uma lista de animações atualmente no slide


É possível exibir a lista de todas as animações do slide no painel de tarefas Animação. Esse
painel mostra informações importantes sobre um efeito de animação, como o tipo de efeito, a
ordem de um efeito em relação a outro, o nome do objeto afetado e a duração do efeito.
Para abrir o painel de tarefas Animação, na guia Animações, no grupo Animação Avançada,
clique em Painel de Animação.

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PowerPoint: Versão 2007 e 2010 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

1. No painel de tarefas, os números indicam a ordem em que os efeitos de animação são


executados. Esses números correspondem aos rótulos numerados não imprimíveis que são
exibidos no slide.
2. As linhas do tempo representam a duração dos efeitos.
3. Os ícones representam o tipo de efeito de animação. Neste exemplo, é um efeito de Saída.
4. Selecione um item na lista para ver o ícone do menu (seta para baixo) e, em seguida, clique
no ícone para revelar o menu.

Observações:
•• Os efeitos aparecem no painel de tarefas Animação na ordem em que foram adicionados.
•• Você também pode exibir os ícones que indicam o tempo de início dos efeitos de animação
em relação a outros eventos no slide. Para exibir o tempo de início de todas as animações,
clique no ícone de menu ao lado de um efeito de animação e selecione Ocultar Linha do
Tempo Avançada.
•• Existem vários tipos de ícones que indicam o tempo de início dos efeitos de animação. As
opções são:
•• Iniciar ao Clicar (ícone do mouse, mostrado aqui): a animação começa quando você
clica no mouse.
•• Iniciar com o Anterior (sem ícone): a execução do efeito de animação começa ao
mesmo tempo que o efeito anterior na lista. Esta configuração combina vários efeitos
simultaneamente.
•• Iniciar Após o Anterior (ícone de relógio): o efeito de animação começa imediatamente
após o término da execução do efeito anterior na lista.

Definir as opções de efeito, o tempo ou a ordem de uma animação


•• Para definir as opções de efeito de uma animação, na guia Animações, no grupo Animação,
clique na seta para a direita de Opções de Efeito e clique na opção desejada.
•• Você pode especificar o tempo de início, de duração ou de atraso para uma animação na
guia Animações.
•• Para definir o tempo de início de uma animação, no grupo Intervalo, clique na seta
para a direita do menu Iniciar e selecione o tempo desejado.
•• Para definir a duração de execução da animação, no grupo Intervalo, insira o número
de segundos desejado na caixa Duração.
•• Para definir um atraso antes da animação começar, no grupo Intervalo, insira o número
de segundos desejado na caixa Atraso.
•• Para reordenar uma animação na lista, no painel de tarefas Animação, selecione aquela que
você deseja reordenar e, na guia Animações, no grupo Intervalo, em Reordenar Animação,
selecione Mover para Trás para que a animação ocorra antes de outra animação na lista ou
escolha Mover para Frente para que a animação ocorra depois de outra animação na lista.

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Testar o efeito de animação
Depois que você adicionar um ou mais efeitos de animação, para validar se eles funcionam,
faça o seguinte:
•• Na guia Animações, no grupo Visualizar, clique em Visualizar.

Adicionar Transições entre Slides


As transições de slide são efeitos de animação que ocorrem no modo de exibição Apresentação
de Slides quando você muda de um slide para o próximo. É possível controlar a velocidade,
adicionar som e até mesmo personalizar as propriedades de efeitos de transição.

Adicionar uma transição a um slide

1. No painel que contém as guias Estrutura de Tópicos e Slides,


clique na guia Slides.

2. Selecione a miniatura do slide ao qual que você deseja aplicar


uma transição.

3. Na guia Transições, no grupo Transição para Este Slide, clique


no efeito de transição de slides desejado para o slide.

Selecione uma transição no grupo Transição para este Slide. No exemplo, foi selecionada uma
transição Esmaecer.
Para ver mais efeitos de transição, clique no botão Mais .

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PowerPoint: Versão 2007 e 2010 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

Observação: Para aplicar a mesma transição a todos os slides da sua apresentação:


siga as etapas 2 a 4 acima e, na guia Transições, no grupo Intervalo, clique em Aplicar a
Tudo.

Definir o intervalo para uma transição


Para definir a duração da transição entre o slide anterior e o slide atual, faça o seguinte:
•• Na guia Transições, no grupo Intervalo, na caixa Duração, digite ou selecione a velocidade
desejada.

Para especificar o intervalo antes do avanço do slide atual para o próximo, use um destes
procedimentos:
•• Para avançar o slide clicando com o mouse, na guia Transições, no grupo Intervalo,
marque a caixa de seleção Ao Clicar com o Mouse.
•• Para avançar o slide após um tempo especificado, na guia Transições, no grupo
Intervalo, na caixa Após, digite o número de segundos desejado.

Adicionar som a transições de slides

1. No painel que contém as guias Estrutura de Tópicos e Slides, clique na guia Slides.
2. Selecione a miniatura do slide ao qual você deseja adicionar um som.
3. Na guia Transições, no grupo Intervalo, clique na seta ao lado de Som e siga um destes
procedimentos:
•• Para adicionar um som a partir da lista, selecione o som desejado.
•• Para adicionar um som não encontrado na lista, selecione Outro Som, localize o arquivo
de som que você deseja adicionar e, em seguida, clique em OK.

Visão Geral de Seções


Você já se perdeu em uma apresentação gigante quando os títulos e os números dos slides
começam a se misturar e a navegação se torna impossível? Você simplesmente não sabe mais
onde está!

www.acasadoconcurseiro.com.br 879
No Microsoft PowerPoint 2010, é possível usar o novo recurso
Seções para organizar seus slides, muito semelhante à maneira
como você usa pastas para organizar os seus arquivos. Você pode
usar seções nomeadas para controlar grupos de slides e pode
atribuir seções a colegas para esclarecer a propriedade durante a
colaboração. Se estiver começando do zero, as seções poderão até
ser usadas para destacar os tópicos em sua apresentação.
Enquanto você pode exibir seções no modo Classificador de Slides
ou no modo Normal, o modo Classificador de Slides tende a ser
mais útil quando você desejar organizar e classificar seus slides em
categorias lógicas definidas por você.

E, a seguir, está um exemplo de como você pode exibir seções no modo Classificador de Slides:

1. Mostra a seção selecionada no conjunto de slides;


2. Outra seção do conjunto de slides.

Adicionar e nomear uma seção

1. No modo Normal ou no modo Classificador de Slides, clique com o botão direito entre os
dois slides onde você deseja adicionar uma seção.

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PowerPoint: Versão 2007 e 2010 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

Neste exemplo, no modo Normal, clique com o botão direito entre os dois slides e, em seguida,
clique em Adicionar Seção.

2. Para renomear a seção para algo mais significativo, clique com o botão direito no marcador
Seção Sem Título e clique em Renomear Seção, conforme mostrado abaixo.

3. Insira um nome significativo para a seção e clique em Renomear (conforme mostrado


abaixo em Renomear uma seção).

Formatação

Fonte

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Parágrafo

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Informática

Conceitos de Redes e Internet

Uma rede de computadores é um conjunto de equipamentos interligados de maneira a


trocar informações e a compartilhar recursos como arquivos de dados gravados, impressoras,
modems, softwares e outros equipamentos.
Redes locais foram criadas para que estações de trabalho, compostas basicamente de
computadores do tipo PC (personal computer), pudessem compartilhar impressoras, discos
rígidos de alta capacidade de armazenamento de dados e, principalmente, compartilhar
arquivos de dados.
Antes da conexão dos computadores em rede, as empresas possuíam computadores
independentes com diversas bases de dados (arquivos de dados) espalhados em duplicidade
pela empresa.
Esta situação gera problemas devido ao fato de que, nem sempre, os dados em duplicidade são
iguais, pois um usuário pode alterar seus arquivos e outro não, passando a haver divergência
entre as informações.

Alguns Conceitos
•• ENDEREÇO IP – Cada host, ou seja, cada computador ou equipamento que faz parte de
uma rede deve ter um endereço pelo qual é identificado nela. Em uma rede TCP/IP, todos
os hosts têm um endereço IP.
O endereço IP poderá ser fixo ou dinâmico.
•• IP FIXO – Será um IP Fixo quando o administrador da rede atribui um número ao
equipamento.
Esse número permanecerá registrado no equipamento mesmo quando ele estiver
desligado.
•• IP DINÂMICO – Este IP não será atribuído pelo administrador da rede e sim por meio de um
software chamado DHCP (Dinamic Host Configuration Protocol) que tem como função a
atribuição de IP a cada equipamento que se conectar à rede.
•• Neste tipo de IP, quando o equipamento for desconectado da rede, perderá o seu
número e só obterá um novo ou o mesmo número quando se conectar novamente. É o
tipo de IP utilizado pelos provedores quando um usuário se conecta a Internet.

Observação:
O endereço IP de cada host na mesma rede deverá ser exclusivo; pois, caso contrário,
gerará um conflito de rede.

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•• LOGIN – A cada usuário será atribuída pelo administrador da rede uma identificação
também chamada de LOGIN (nome de usuário). O login deverá ser exclusivo; pois, caso
contrário, gerará um conflito de rede.
•• LOGON – É o processo de se conectar a uma rede. Iniciar uma sessão de trabalho em uma
rede.
•• LOGOFF OU LOGOUT – É o processo de se desconectar de uma rede. Encerrar uma sessão
de trabalho em uma rede.

Internet
Internet é uma rede mundial de computadores. Interliga desde computadores de bolso até
computadores de grande porte.
Browser ou Navegador: é um programa que permite a fácil navegação na Internet para acessar
todos os serviços. O programa permite o acesso e a navegação por interfaces gráficas (ícones),
traduzindo-as em comando de forma transparente para o usuário.
Os navegadores mais comuns são: Internet Explorer; Mozilla Firefox; Google Chrome; Safari;
Netscape; Opera.

Tipos de Conexão à Internet


•• Linha discada: conexão discada ou dial-up que utiliza como dispositivo um modem. Esse
meio de acesso é o mais barato e também mais lento. Sua taxa de transmissão máxima é
de 56 Kbps (kilobits por segundo). Enquanto em conexão, o telefone fica indisponível para
outras ligações.
•• ADSL: dispositivo utilizado é um modem ADSL. Utiliza a linha telefônica, mas não ocupa
a linha, permitindo o acesso à internet e o uso simultâneo do telefone. Velocidade de 10
Mbps. Para este tipo de conexão, o usuário deverá possuir uma placa de rede ou porta USB.
•• TV a cabo: dispositivo utilizado é um cable modem. Utiliza o cabo da TV a cabo e não a
linha telefônica. Velocidade de 10 Mbps.
•• Rádio: a conexão é feita via ondas de rádio. Neste tipo de conexão, tanto o provedor quanto
o usuário deverão possuir equipamento para transmissão e recepção (antenas). Neste tipo
de conexão temos as modalidades WI-FI e WI-MAX. Velocidade de 100 Mbps.
•• Satélite: nesta conexão, são usadas antenas especiais para se comunicar com o satélite
e transmitir ao computador que deverá possuir um receptor interno ou externo. Inviável
comercialmente para usuários domésticos pelo seu alto custo, porém muito útil para áreas
afastadas onde os demais serviços convencionais não estão disponíveis. Velocidade de
1Mbps
•• Celular: o dispositivo utilizado é um modem. Tecnologia 3G (3ª geração) funciona através
das antenas de celular com protocolo HSDPA. Velocidade de 3 Mbps. A grande vantagem
desse tipo de conexão é a mobilidade, ou seja, enquanto estamos conectados poderemos

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Internet/Intranet – Informática – Prof. Márcio Hunecke

nos deslocar dentro de uma área de abrangência da rede, sem a necessidade de ficarmos
em um lugar fixo. 4G é a sigla para a Quarta Geração de telefonia móvel. A 4G está baseada
totalmente em IP, sendo um sistema e uma rede, alcançando a convergência entre as redes
de cabo e sem fio e computadores, dispositivos eletrônicos e tecnologias da informação
para prover velocidades de acesso entre 100 Mbit/s em movimento e 1 Gbit/s em repouso,
mantendo uma qualidade de serviço (QoS) de ponta a ponta (ponto-a-ponto) de alta
segurança para permitir oferecer serviços de qualquer tipo, a qualquer momento e em
qualquer lugar.
•• FTTH: (Fiber To The Home), é uma tecnologia de interligação de residências através de fibra
ópticas para o fornecimento de serviços de TV digital, Radio Digital, acesso à Internet e
telefonia. A fibra óptica é levada até as residências, em substituição aos cabos de cobre ou
cabos coaxiais (utilizados em televisão a cabo). As residências são conectadas a um ponto
de presença da operadora de serviços de telecomunicações. Em 2013 algumas operadoras
passaram a oferecer velocidade de 150 Mbps a custos bem acessíveis.

DNS
DNS, abreviatura de Domain Name System (Sistema de Nomes de Domínio), é um sistema de
gerenciamento de nomes de domínios, que traduz o endereço nominal digitado no navegador
para o endereço numérico (IP) do site. O nome de domínio foi criado com o objetivo de facilitar
a memorização dos endereços de computadores na Internet. Sem ele, teríamos que memorizar
uma sequência grande de números.
O registro de domínios no Brasil é feito pela entidade Registro.br (Registro de Domínios para a
Internet no Brasil).Quando o site é registrado no Brasil utiliza-se a sigla BR. Quando não tem o
código do país significa que o site foi registrado nos EUA.
Alguns tipos de domínio:
•• .com – instituição comercial.
•• .gov – instituição governamental.
•• .net – empresas de telecomunicação.
•• .edu – instituições educacionais
•• .org – organizações não governamentais.
•• .jus – relacionado com o Poder Judiciário.
•• Outros exemplos de domínios: adv; inf; med; nom.
Domínio é uma parte da rede ou da internet que é de responsabilidade de alguém e dá o direito
e a responsabilidade para de usar alguns serviços na internet.

Tipos de Serviços Disponibilizados na Internet


•• WWW (World Wide Web) – significa rede de alcance mundial e é um sistema de
documentos em hipermídia que são interligados e executados na internet. Os documentos
podem estar na forma de vídeos, sons, hipertextos e figuras. Para visualizar a informação,
utiliza-se um programa de computador chamado navegador.

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•• E-MAIL – é um serviço que permite compor, enviar e receber mensagens através de
sistemas eletrônicos de comunicação.
•• FTP (File Transfer Protocol – Protocolo de Transferência de arquivos) – serviço para troca
de arquivos e pastas. Permite copiar um arquivo de uma máquina para outra.
•• CHAT – é um serviço de comunicação interativa em tempo real, por meio do qual dois ou
mais usuários “conversam” na rede.

Protocolos
Na ciência da computação, um protocolo é uma convenção ou padrão que controla e possibilita
uma conexão, comunicação ou transferência de dados entre dois sistemas computacionais. De
maneira simples, um protocolo pode ser definido como “as regras que governam” a sintaxe,
semântica e sincronização da comunicação. Os protocolos podem ser implementados pelo
hardware, software ou por uma combinação dos dois.
•• HTTP (Hypertext Transfer Protocol – Protocolo de Transferência de Hipertextos) – permite
a transferência de documentos da Web, de servidores para seu computador.
•• HTTPS – é uma combinação do protocolo HTTP sobre uma camada de segurança,
normalmente SSL (Secure Sockets Layer). Essa camada adicional faz com que os dados sejam
transmitidos através de uma conexão criptografada, porém para que o site seja considerado
seguro, deve ter também um certificado digital válido, que garante a autenticidade e é
representado por um pequeno cadeado no Navegador.
•• HTML – É uma linguagem de programação para produzir sites.
•• URL – é um caminho único e completo até um recurso na rede ou na internet. O endereço
de e-mail também é considerado uma URL.

Internet, Intranet e Extranet


•• INTERNET: é uma rede pública de acesso público.
•• INTRANET: utiliza os mesmos conceitos e tecnologias da Internet, porém é uma rede
privada, ou seja, restrita ao ambiente interno de uma organização. Os mesmos serviços
que rodam na Internet podem rodar na Intranet, mas são restritos ao ambiente Interno.
Exemplo disso é o serviço de e-mail, que pode ser utilizado somente na rede Interna, para
comunicação entre os funcionários, sem a necessidade da Internet.
•• EXTRANET: algumas bancas consideram a Extranet como a “Intranet que saiu da empresa”.
Ou seja, é a Intranet acessível pelos funcionários da Instituição, via Internet, de fora da
empresa, mas ainda assim restrita ao público de interesse. A Extranet também pode ser
considerada como um sistema corporativo, acessível via Web (navegador), de fora da
instituição. Um exemplo seria um sistema de vendas que seja acessível via navegador, onde
o vendedor pode acessar de qualquer local para realizar uma venda, e nesse caso pode-se
estender também o conceito de usuário da extranet a parceiros comerciais da instituição.

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Raciocínio Lógico

Professor: Edgar Abreu

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Raciocínio Lógico

PROPOSIÇÃO SIMPLES

Um argumento é uma sequência de proposições na qual uma delas é a conclusão e as demais


são premissas. As premissas justificam a conclusão.
Proposição: Toda frase que você consiga atribuir um valor lógico é proposição, ou seja, frases
que podem ser verdadeiras ou falsas.

Exemplos:

1) Ed é feliz.

2) João estuda.

3) Zambeli é desdentado

Não são proposições frases onde você


não consegue julgar, se é verdadeira
ou falsa, por exemplo:

1) Vai estudar?

2) Mas que legal!

Sentença: Nem sempre permite julgar se é verdadeiro ou falso. Pode não ter valor lógico.

Frases interrogativas, no imperativo, exclamativas e com sujeito indeterminado, não


são proposições.

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Sentenças Abertas: São sentenças nas quais não podemos determinar o sujeito. Uma forma
simples de identificá-las é o fato de que não podem ser nem Verdadeiras nem Falsas. Essas
sentenças também não são proposições
Aquele cantor é famoso.
A + B + C = 60.
Ela viajou.

QUESTÃO COMENTADA
(Cespe: Banco do Brasil – 2007) Na lista de frases apresentadas a seguir, há exatamente três
proposições.
I – “A frase dentro destas aspas é uma mentira.”
II – A expressão X + Y é positiva.
III – O valor de
IV – Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira.
V – O que é isto?
Solução:
Item I: Não é possível atribuir um único valor lógico para esta sentença, já que se considerar
que é verdadeiro, teremos uma resposta falsa (mentira) e vice-versa. Logo não é proposição.
Item II: Como se trata de uma sentença aberta, onde não estão definidos os valores de X e Y,
logo também não é proposição.
Item III: Como a expressão matemática não contém variável, logo é uma proposição,
conseguimos atribuir um valor lógico, que neste caso seria falso.
Item IV: Uma simples proposição, já que conseguimos atribuir um único valor lógico.
Item V: Como trata-se de uma interrogativa, logo não é possível atribuir valor lógico, assim não
é proposição.
Conclusão: Errado, pois existem apenas 2 proposições, Item III e IV.

PROPOSIÇÕES COMPOSTAS

Proposição composta é a união de proposições simples por meio de um conector lógico. Este
conector irá ser decisivo para o valor lógico da expressão.
Proposições podem ser ligadas entre si por meio de conectivos lógicos. Conectores que criam
novas sentenças mudando ou não seu valor lógico (Verdadeiro ou Falso).
Uma proposição simples possui apenas dois valores lógicos, verdadeiro ou falso.

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Raciocínio Lógico – Proposição – Prof. Edgar Abreu

Já proposições compostas terão mais do que 2 possibilidades distintas de combinações dos


seus valores lógicos, conforme demonstrado no exemplo abaixo:
Consideramos as duas proposições abaixo, “chove” e “faz frio”
Chove e faz frio.

Cada proposição existe duas possibilidades distintas, falsa ou verdadeira, numa sentença
composta teremos mais de duas possibilidades.

E se caso essa sentença ganhasse outra proposição, totalizando agora 3 proposições em uma
única sentença:
Chove e faz frio e estudo.

A sentença composta terá outras possibilidades,

www.acasadoconcurseiro.com.br 891
PARA GABARITAR
É possível identificar quantas possibilidades distintas teremos de acordo com o número
de proposição em que a sentença apresentar. Para isso devemos apenas elevar o
numero 2 a quantidade de proposição, conforme o raciocínio abaixo:

Proposições Possibilidades
1 2
2 4
3 8
n
n 2

QUESTÃO COMENTADA
(CESPE: Banco do Brasil – 2007) A proposição simbólica P Ʌ Q V R possui, no máximo,
4 avaliações.
Solução:
Como a sentença possui 3 proposições distintas (P, Q e R), logo a quantidade de
avaliações será dada por:
2proposições = 23= 8
Resposta: Errado, pois teremos um total de 8 avaliações.

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Raciocínio Lógico – Proposição – Prof. Edgar Abreu

Slides – Proposição

Prova:  UESPI  -­‐  2014  -­‐  PC-­‐PI  -­‐  Escrivão  de  Polícia  Civil  

Assinale,   dentre   as   alterna>vas   a   seguir,   aquela   que   NÃO  


caracteriza  uma  proposição.  

a) 107  -­‐  1  é  divisível  por  5


b) Sócrates  é  estudioso.
c) 3  -­‐  1  >  1
 d)  
e) Este  é  um  número  primo.

 Prova:  CESPE  -­‐  2014  -­‐  MEC  -­‐  Todos  os  Cargos  

Considerando  a  proposição  P:  “Nos  processos  sele?vos,  se  o  candidato  for  


pós-­‐graduado   ou   souber   falar   inglês,   mas   apresentar   deficiências   em  
língua   portuguesa,   essas   deficiências   não   serão   toleradas”,   julgue   os   itens  
seguintes  acerca  da  lógica  sentencial.  

A  tabela  verdade  associada  à  proposição  P  possui  mais  de  20  linhas  

(      )  Certo  (      )Errado  

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Prova:  CESPE  -­‐  2013  -­‐  SEGER-­‐ES  -­‐  Analista  Execu<vo    
 
Um  provérbio  chinês  diz  que:  
 
P1:  Se  o  seu  problema  não  tem  solução,  então  não  é  preciso  se  preocupar  com  ele,  
pois  nada  que  você  fizer  o  resolverá.  
P2:  Se  o  seu  problema  tem  solução,  então  não  é  preciso  se  preocupar  com  ele,  pois  
ele  logo  se  resolverá.  
 
O   número   de   linhas   da   tabela   verdade   correspondente   à   proposição   P2   do   texto  
apresentado  é  igual  a  
 a)  24.  
 b)  4.  
 c)  8.  
 d)  12.  
 e)  16.  

Prova:  CESPE  -­‐  2011  -­‐  MEC  -­‐  Todos  os  Cargos  
 
Considerando   as   proposições   simples   P,   Q   e   R,   julgue   os  
próximos   itens,   acerca   de   tabelas-­‐verdade   e   lógica  
proposicional.  
 
A  tabela-­‐verdade  da  proposição  (¬PVQ)→(R∧Q)V(¬R∧P)  tem  8  
linhas.  
(      )  Certo    (      )  Errado  
 
 
 

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Raciocínio Lógico

NEGAÇÃO SIMPLES

1. Éder é Feio.
Como negamos essa frase?

Para quem, também disse: “Éder é bonito”, errou. Negar uma proposição não significa dizer o
oposto, mas sim escrever todos os casos possíveis diferentes do que está sugerido.
“Éder NÃO é feio.”
A negação de uma proposição é uma nova proposição que é verdadeira se a primeira for falsa e
é falsa se a primeira for verdadeira

PARA GABARITAR
Para negar uma sentença acrescentamos o não, sem mudar a estrutura da frase.

2. Maria Rita não é louca.


Negação: “Maria Rita é louca.”
Para negar uma negação excluímos o não

Simbologia: Assim como na matemática representamos valores desconhecidos por x, y, z... Na


lógica também simbolizamos frases por letras. Exemplo:

Proposição: Z
Para simbolizar a negação usaremos ~ ou ¬.
Negação: Éder não é feio.
Simbologia:  Z.

www.acasadoconcurseiro.com.br 895
Proposição: A
Negação: Aline é louca.
Simbologia:  (  A)= A

p= Thiago Machado gosta de matemática.


~p = Thiago Machado não gosta de matemática.
Caso eu queira negar que Thiago Machado não gosta de matemática a frase voltaria para a
proposição “p”, Thiago Machado gosta de matemática”.
~p = Thiago Machado não gosta de matemática.
~(~p) = Não é verdade que Thiago Machado não gosta de matemática.
ou
~(~p) = Thiago Machado gosta de matemática.

EXEÇÕES
Cuidado, em casos que só existirem duas possibilidades, se aceita como negação o
"contrário", alternando assim a proposição inicial. Exemplo:
p: João será aprovado no concurso.
~p: João será reprovado no concurso
q: O deputado foi julgado como inocente no esquema "lava-jato".
~q: O deputado foi julgado como culpado no esquema "lava jato".

896 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico

CONECTIVOS LÓGICOS

Um conectivo lógico (também chamado de operador lógico) é um símbolo ou palavra usado para
conectar duas ou mais sentenças (tanto na linguagem formal quanto na linguagem natural) de
uma maneira gramaticalmente válida, de modo que o sentido da sentença composta produzida
dependa apenas das sentenças originais.
Muitas das proposições que encontramos na prática podem ser consideradas como construídas
a partir de uma, ou mais, proposições mais simples por utilização de uns instrumentos lógicos,
a que se costuma dar o nome de conectivos, de tal modo que o valor de verdade da proposição
inicial fica determinado pelos valores de verdade da ou das, proposições mais simples que
contribuíram para a sua formação.
Os principais conectivos lógicos são:
I – "e" (conjunção).
II – "ou" (disjunção).
III – "se...então" (implicação).
IV – "se e somente se" (equivalência).

CONJUNÇÃO – “E”
Proposições compostas ligadas entre si pelo conectivo “e”.
Simbolicamente, esse conectivo pode ser representado por “ ”.
Exemplo:
Chove e faz frio
Tabela verdade: Tabela verdade é uma forma de analisarmos a frase de acordo com suas
possibilidades, o que aconteceria se cada caso acontecesse.

Exemplo:
Fui aprovado no concurso da PF e Serei aprovado no concurso da PRF
Proposição 1: Fui aprovado no concurso da PF.
Proposição 2: Serei aprovado no concurso da PRF.
Conetivo: e.

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Vamos chamar a primeira proposição de “p” a segunda de “q” e o conetivo de “^”.
Assim podemos representar a “frase” acima da seguinte forma: p^q.
Vamos preencher a tabela abaixo com as seguintes hipóteses:
H1:
p: Não fui aprovado no concurso da PF.
q: Serei aprovado no concurso da PRF.

H2:
p: Fui aprovado no concurso da PF.
q: Não serei aprovado no concurso da PRF.

H3:
p: Não fui aprovado no concurso da PF.
q: Não serei aprovado no concurso da PRF.

H4:
p: Fui aprovado no concurso da PF.
q: Serei aprovado no concurso da PRF.
Tabela Verdade: Aqui vamos analisar o resultado da sentença como um todo, considerando
cada uma das hipóteses acima.

p q P^Q
H1 F V F
H2 V F F
H3 F F F
H4 V V V

Conclusão

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Raciocínio Lógico – Conectivo E (Conjunção) – Prof. Edgar Abreu

Slides – Conectivo E (Conjunção)

1. Prova: CESPE - 2014 - TJ-SE - Técnico Judiciário

Julgue o item que se segue, relacionado à lógica proposicional.

A sentença “O reitor declarou estar contente com as políticas relacionadas


à educação superior adotadas pelo governo de seu país e com os rumos
atuais do movimento estudantil” é uma proposição lógica simples.
( ) Certo ( ) Errado

2. Prova: FCC - 2009 - TJ-SE Técnico Judiciário

Considere as seguintes premissas:

p : Trabalhar é saudável
q : O cigarro mata.

A afirmação "Trabalhar não é saudável" ou "o cigarro mata" é FALSA se


a) p é falsa e ~q é falsa.
b) p é falsa e q é falsa.
c) p e q são verdadeiras.
d) p é verdadeira e q é falsa.
e) ~p é verdadeira e q é falsa.

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Gabarito: 1. Errado 2. D

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Raciocínio Lógico

DISJUNÇÃO – “OU”

Recebe o nome de disjunção toda a proposição composta em que as partes estejam unidas
pelo conectivo ou. Simbolicamente, representaremos esse conectivo por “v”.
Exemplo:
Estudo para o concurso ou assisto o Big Brother.
Proposição 1: Estudo para o concurso.
Proposição 2: assisto o Big Brother.
Conetivo: ou.
Vamos chamar a primeira proposição de “p” a segunda de “q” e o conetivo de “v”.
Assim podemos representar a sentença acima da seguinte forma: p v q.
Vamos preencher a tabela abaixo com as seguintes hipóteses:

H1:
p: Estudo para o concurso.
q: assisto o Futebol.
H2:
p: Não Estudo para o concurso.
q: assisto o Futebol.

H3:
p: Estudo para o concurso.
q: Não assisto o Futebol...

H4:
p: Não Estudo para o concurso.
q: Não assisto o Futebol.

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Tabela Verdade:

p q PvQ
H1 V V V
H2 F V V
H3 V F V
H4 F F F

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Raciocínio Lógico

DISJUNÇÃO EXCLUSIVA – “OU...OU”

Recebe o nome de disjunção exclusiva toda a proposição composta em que as partes estejam
unidas pelo conectivo ou “primeira proposição” ou “segunda proposição”. Simbolicamente,
representaremos esse conectivo por “v”.
Exemplo:
Ou vou a praia ou estudo para o concurso.
Proposição 1: Vou a Praia.
Proposição 2: estudo para o concurso.
Conetivo: ou.
Vamos chamar a primeira proposição de “p” a segunda de “q” e o conetivo de “ V
Assim podemos representar a sentença acima da seguinte forma: p V q
Vamos preencher a tabela abaixo com as seguintes hipóteses:

H1:
p: Vou à praia.
q: estudo para o concurso do Banco do Brasil.

H2:
p: Não Vou à praia.
q: estudo para o concurso do Banco do Brasil.

H3:
p: Vou à praia.
q: Não estudo para o concurso do Banco do Brasil.

H4:
p: Não Vou à praia.
q: Não estudo para o concursodo Banco do Brasil.

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Tabela Verdade:

p q PvQ
H1 V V F
H2 F V V
H3 V F V
H4 F F F

904 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico

CONDICIONAL – “SE...ENTÃO...”

Recebe o nome de condicional toda proposição composta em que as partes estejam unidas
pelo conectivo Se... então, simbolicamente representaremos esse conectivo por “→”.

Em alguns casos o condicional é apresentado com uma vírgula substituindo a palavra “então”,
ficando a sentença com a seguinte característica: Se proposição 1 , proposição 2.

Exemplo: “Se estudo, então sou aprovado”.

Proposição 1: estudo (Condição Suficiente).

Proposição 2: sou aprovado (Condição Necessária).

Conetivo: se... então.

Vamos chamar a primeira proposição de “p” a segunda de “q” e o conetivo de “→”

Assim podemos representar a “frase” acima da seguinte forma: p → q

Agora vamos preencher a tabela abaixo com as seguintes hipóteses:

H1:
p: estudo.
q: sou aprovado.

H2:
p: Não estudo.
q: sou aprovado.

H3:
p: Não estudo.
q: Não sou aprovado.

H4:
p: estudo.
q: Não sou aprovado.

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p q P→Q
H1 V V V

H2 F V V
H3 V F V
H4 F F F

A tabela verdade do condicional é a mais cobrada em provas de concurso público.


A primeira proposição, que compõe uma condicional, chamamos de condição suficiente da
sentença e a segunda é a condição necessária.
No exemplo anterior temos:
• Estudo é condição necessária para ser aprovado.
• Ser aprovado é condição suficiente para estudar.

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Raciocínio Lógico

BICONDICIONAL – “... SE SOMENTE SE ...”

Recebe o nome de bicondicional toda proposição composta em que as partes estejam unidas
pelo conectivo ... se somente se ... Simbolicamente, representaremos esse conectivo por “ ↔”.
Portanto, se temos a sentença:
Exemplo: “Maria compra o sapato se e somente se o sapato combina com a bolsa”.
Proposição 1: Maria compra o sapato.
Proposição 2: O sapato combina com a bolsa.
Conetivo: se e somente se.
Vamos chamar a primeira proposição de “p” a segunda de “q” e o conetivo de “↔”.
Assim podemos representar a “frase” acima da seguinte forma: p ↔ q.
Vamos preencher a tabela abaixo com as seguintes hipóteses:

H1:
p: Maria compra o sapato.
q: O sapato não combina com a bolsa.

H2:
p: Maria não compra o sapato.
q: O sapato combina com a bolsa.

H3:
p: Maria compra o sapato.
q: O sapato combina com a bolsa.

H4:
p: Maria não compra o sapato.
q: O sapato não combina com a bolsa.

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p q P↔Q
H1 V F F
H2 F V F
H3 V V V
H4 F F V

O bicondicional só será verdadeiro quando ambas as proposições


possuírem o mesmo valor lógico, ou quando as duas forem verdadeiras
ou as duas proposições forem falsas.

Uma proposição bicondicional pode ser escrita como duas condicionais, é como se tivéssemos
duas implicações, uma seta da esquerda para direita e outra seta da direita para esquerda,
conforme exemplo abaixo:

Neste caso, transformamos um bicondicional em duas condicionais conectadas por uma


conjunção. Estas sentenças são equivalentes, ou seja, possuem o mesmo valor lógico.

PARA GABARITAR

SENTENÇA LÓGICA VERDADEIROS SE... FALSO SE...


p∧q p e q são, ambos, verdade um dos dois for falso

p∨q um dos dois for verdade ambos, são falsos

p→q nos demais casos que não for falso p=Veq=F

p↔q p e q tiverem valores lógicos iguais p e q tiverem valores


lógicos diferentes

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Raciocínio Lógico – Conectivo “se e somente se” (Bicondicional) – Prof. Edgar Abreu

Slides – Conectivo “se e somente se” (Bicondicional)

1. Prova: FJG - RIO - 2014 - Câmara Municipal -RJ - Analista

P Q ~Q↔P
V V F
V F x
F V y
F F z

Os valores lógicos que devem substituir x, y e z são, respectivamente:

a) V, F e F
b) F, V e V
c) F, F e F
d) V, V e F

2. Prova: CESPE - 2012 - Banco da Amazônia - Técnico Científico

Com base nessa situação, julgue os itens seguintes.

A especificação E pode ser simbolicamente representada por A↔[B∨C], em que A, B e


C sejam proposições adequadas e os símbolos ↔ e ∨ representem, respectivamente,
a bicondicional e a disjunção.

( ) Certo ( ) Errado

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3. Prova: CESPE - 2012 - TC-DF - Auditor de Controle Externo

Com a finalidade de reduzir as despesas mensais com energia elétrica na sua


repartição, o gestor mandou instalar, nas áreas de circulação, sensores de presença e
de claridade natural que atendem à seguinte especificação:

P: A luz permanece acesa se, e somente se, há movimento e não há claridade natural
suficiente no recinto.

Acerca dessa situação, julgue os itens seguintes.

A especificação P pode ser corretamente representada por p ↔ (q Λ r ), em que p, q e


r correspondem a proposições adequadas e os símbolos ↔ e Λ representam,
respectivamente, a bicondicional e a conjunção

( ) Certo ( ) Errado

Gabarito: 1. D 2. Certo 3. Certo

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Raciocínio Lógico

TAUTOLOGIA

Uma proposição composta formada por duas ou mais proposições p, q, r, ... será dita uma
Tautologia se ela for sempre verdadeira, independentemente dos valores lógicos das
proposições p, q, r, ... que a compõem.
Exemplo:
Grêmio cai para segunda divisão ou o Grêmio não cai para segunda divisão.
Vamos chamar a primeira proposição de “p” a segunda de “~p” e o conetivo de “V”.
Assim podemos representar a sentença acima da seguinte forma: p V ~p.
Agora vamos construir as hipóteses:

H1:
p: Grêmio cai para segunda divisão.
~p: Grêmio não cai para segunda divisão.

H2:
p: Grêmio não cai para segunda divisão.
~p: Grêmio cai para segunda divisão.

p ~p p V ~p
H1 V F V
H2 F V V

Como os valores lógicos encontrados foram todos verdadeiros, logo temos uma TAUTOLOGIA!
Exemplo 2, verificamos se a sentença abaixo é uma tautologia:
Se João é alto, então João é alto ou Guilherme é gordo.
p = João é alto.
�p→pVq
q = Guilherme é gordo.

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Agora vamos construir a tabela verdade da sentença anterior:

p q pvq p→pvq
H1 V F V V
H2 F V V V
H3 F V V V
H4 F F F V

Como para todas as combinações possíveis, sempre o valor lógico da sentença será verdadeiro,
logo temos uma tautologia.

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Raciocínio Lógico – Tautologia – Prof. Edgar Abreu

Slides – Tautologia

1. Prova: Uespi - 2014 - PC-PI - Escrivão de Polícia Civil

Um enunciado é uma tautologia quando não puder ser falso, um


exemplo é:

a) Está fazendo sol e não está fazendo sol.


b) Está fazendo sol.
c) Se está fazendo sol, então não está fazendo sol.
d) não está fazendo sol.
e) Está fazendo sol ou não está fazendo sol.

2. Prova: Cespe - 2014 - TJ-SE - Técnico Judiciário

Julgue os próximos itens, considerando os conectivos lógicos usuais


¬, ∧, ∨, →, ↔ e que P, Q e R representam proposições lógicas simples.

A proposição 𝑃 → 𝑄 ∧ 𝑅 ↔ ¬𝑃 ∨ 𝑄 ∧ ¬𝑃 ∨ 𝑅 é
uma tautologia.

( ) Certo ( ) Errado

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Gabarito: 1. E 2. C

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Raciocínio Lógico

CONTRADIÇÃO

Uma proposição composta formada por duas ou mais proposições p, q, r, ... será dita uma
contradição se ela for sempre falsa, independentemente dos valores lógicos das proposições p,
q, r, ... que a compõem.
Exemplo: Lula é o presidente do Brasil e Lula não é o presidente do Brasil.
Vamos chamar a primeira proposição de “p” a segunda de “~p” e o conetivo de “^”.
Assim podemos representar a “frase” acima da seguinte forma: p ^ ~p.

p ~p p ^ ~p
H1 V F F
H2 F V F

Logo temos uma CONTRADIÇÃO!

PARA GABARITAR
•• Sempre verdadeiro = Tautologia
•• Sempre Falso = Contradição
•• Verdadeiro e Falso = Contigência

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Raciocínio Lógico

EQUIVALÊNCIA DE UMA CONDICIONAL.

Vamos descobrir qual a sentença equivalente a uma condicional, negando duas vezes a mesma
sentença.
Exemplo: Se estudo sozinho então sou autodidata.
Simbolizando temos:

p = estudo sozinho
�p → q
p = sou autodidata
conectivo = →

Simbolicamente: p → q
Vamos negar, ~ [ p →q ] = p ∧ ~ q
Agora vamos negar a negação para encontrarmos uma equivalência.
Negamos a negação da condicional ~ [p ∧ ~ q] = ~ p ∨ q

Solução: Não estudo sozinho ou sou autodidata.

Mas será mesmo que estas proposições, p → q e ~ p ∨ q são mesmo equivalentes? Veremos
através da tabela verdade.

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Perceba na tabela verdade que p → q e ~ p ∨ q tem o mesmo valor lógico, assim essas duas
proposições são equivalentes.
Exemplo 2: Vamos encontrar uma proposição equivalente a sentença “Se sou gremista então
não sou feliz.”

p = Sou gremista.
q = Sou feliz. �p→~q
~ q = Não sou feliz.

Negação: ~ [ p → ~ q ] = p ∧ q
Sou gremista e sou feliz.
Equivalência: negação da negação.

~[p→~q]=p∧q
~[p∧q]=p∨~q
Logo, Não sou gremista ou não sou feliz é uma sentença equivalente.

Exemplo 3: Agora procuramos uma sentença equivalente a “Canto ou não estudo.”

c = Canto.
e = Estudo .� c ∨ ~ e
~ e = Não estudo.

Negação: ~ [ c ∨ ~ e ] = ~ c ∧ e
Equivalência: Negar a negação: ~ [ ~ c ∧ e ] = c ∨ ~ e
Voltamos para a mesma proposição, tem algo errado, teremos que buscar alternativa. Vamos
lá:
Vamos para a regra de equivalência de uma condicional.

p→q=~p∨q
, podemos mudar a ordem da igualdade.

~p∨q=p→q
Veja que o valor lógico de p mudou e q continuou com o mesmo valor lógico.
Usando a regra acima vamos transformar a proposição inicial composta de uma disjunção em
numa condicional.
c∨~e=p→q
Para chegar à condicional, mudo o valor lógico de p,

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Raciocínio Lógico – Equivalência de uma Condicional e Disjunção Inclusiva – Prof. Edgar Abreu

Troco “ou” por “se...então” e mantenho o valor lógico de q, ficando


Se não canto então não estudo.
Exemplo 4: Estudo ou não sou aprovado. Qual a sentença equivalente?

e = Estudo.
a = Sou aprovado. �e∨~a
~ a = Não sou aprovado.

Dica: quando for “ou” a equivalência sempre será “se...então”.


Assim, temos que transformar “ou” em “se...então”. Mas como?
p → q = ~ p ∨ q (equivalentes), vamos inverter.

~p∨q=p→q
Inverte o primeiro e mantém o segundo, trocando “ou” por “se...então”, transferimos isso para
nossa proposição.

e∨~a=~e→~a

Trocamos “e” por “~ e”, mantemos “~ a” e trocamos " ∨" por " →".
Logo, Se não estudo então não sou aprovado.
Não podemos esquecer que “ou” é comutativo, assim a opção de resposta pode estar trocada,
então atente nisto, ao invés de e ∨ ~ a pode ser ~ a ∨ e , assim a resposta ficaria:
Se sou aprovado então estudo.
Quaisquer das respostas estarão certas, então muita atenção!

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Raciocínio Lógico

CONTRAPOSITIVA:

Utilizamos como exemplo a sentença abaixo:


Se estudo lógica então sou aprovado
p = estudo lógica.
�p→q
q = sou aprovado.

Vamos primeiro negar esta sentença:

�(p →q) = p Ʌ � q
Lembrando da tabela verdade da conjunção “e”, notamos que a mesma é comutativa, ou seja,
se alterarmos a ordem das premissas o valor lógico da sentença não será alterado. Assim vamos
reescrever a sentença encontrada na negação, alterando o valor lógico das proposições.
p Ʌ � q = �q Ʌ p
Agora vamos negar mais uma vez para encontrar uma equivalência da primeira proposição.

�(�q Ʌ p) ↔ � q � � p
Agora vamos utilizar a regra de equivalência que aprendemos anteriormente.
Regra:
p→q↔� p�q
Em nosso exemplo temos:
q � �p ↔ � q → � p

Logo encontramos uma outra equivalência para a nossa sentença inicial.


Esta outra equivalência chamamos de contrapositiva e é muito fácil de encontrar, basta
comutar as proposições (trocar a ordem) e negar ambas.
p→q=� q→� p
Exemplo 2: Encontrar a contrapositiva (equivalente) da proposição “Se estudo muito então
minha cabeça dói”
p = estudo muito.
� p → q
q = minha cabeça dói.

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Encontramos a contrapositiva, invertendo e negando ambas proposições.
p→q=� q→� p
Logo temos que: Se minha cabeça não dói então não estudo muito.

PARA GABARITAR
EQUIVALÊNCIA 1: p → q = p � q

EQUIVALÊNCIA 2: p → q = q → p (contrapositiva)
� �

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Raciocínio Lógico

EQUIVALÊNCIA BICONDICIONAL E CONDICIONAL

Recebe o nome de bicondicional toda proposição composta em que as partes estejam unidas
pelo conectivo ... se somente se... Simbolicamente, representaremos esse conectivo por “ ↔ ”.
Portanto, se temos a sentença:
Exemplo: “Estudo se e somente se sou aprovado”
Proposição 1: Estudo.
Proposição 2: Sou aprovado.
Conetivo: se e somente se.
Vamos chamar a primeira proposição de “p” a segunda de “q” e o conetivo de “ ↔ ”
Assim podemos representar a “frase” acima da seguinte forma: p ↔ q
Sua tabela verdade é:

p q p↔q
H1 V F F
H2 F V F
H3 V V V
H4 F F V

Uma proposição bicondicional pode ser escrita como duas condicionais, é como se tivéssemos
duas implicações, uma seta da esquerda para direita e outra seta da direita para esquerda,
conforme exemplo abaixo:

Neste caso, transformamos um bicondicional em duas condicionais conectadas por uma


conjunção. Estas sentenças são equivalentes, ou seja, possuem o mesmo valor lógico.

p q p→q p←q (p → q) Ʌ (p ← q) p↔q


V V V V V V
F F V V V V
F V V F F F
V F F V F F

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Raciocínio Lógico

NEGAÇÃO DE UMA PROPOSIÇÃO COMPOSTA

Agora vamos aprender a negar proposições compostas, para isto devemos considerar que:
Para negarmos uma proposição conjunta devemos utilizar à propriedade distributiva, similar
aquela utilizada em álgebra na matemática.

NEGAÇÃO DE UMA DISJUNÇÃO.

Negar uma sentença composta é apenas escrever quando esta sentença assume o valor lógico
de falso, lembrando as nossas tabelas verdade construídas anteriormente.
Para uma disjunção ser falsa (negação) a primeira e a segunda proposição tem que ser falsas,
conforme a tabela verdade abaixo, hipótese 4:

p q P∨Q
H1 V V V
H2 F V V
H3 V F V
H4 F F F

Assim concluímos que para negar uma sentença do tipo P v Q, basta negar a primeira (falso) E
negar a segunda (falso), logo a negação da disjunção (ou) é uma conjunção (e).
Exemplo 1:
1. Estudo ou trabalho.
p = estudo.
� P∨Q
q = trabalho
Conectivo = ∨
Vamos agora negar essa proposição composta por uma disjunção.
∼ (p ∨ q) = ∼ p ∧ ∼ q
Não estudo e não trabalho.

www.acasadoconcurseiro.com.br 925
Para negar uma proposição composta por uma disjunção, nós negamos a primeira proposição,
negamos a segunda e trocamos “ou” por “e”.
Exemplo 2:
Não estudo ou sou aprovado.
p = estudo
q = sou aprovado � ∼p∨q
~p = não estudo
Conectivo: “∨”
Vamos agora negar essa proposição composta por uma disjunção.
∼ (∼ p ∨ q) = p ∧ ∼ q
Lembrando que negar uma negação é uma afirmação e que trocamos “ou” por “e” e negamos
a afirmativa.
Estudo e não sou aprovado.

NEGAÇÃO DE UMA CONJUNÇÃO.

Vimos no capítulo de negação simples que a negação de uma negação é uma afirmação, ou
seja, quando eu nego duas vezes uma mesma sentença, encontro uma equivalência.
Vimos que a negação da disjunção é uma conjunção, logo a negação da conjunção será uma
disjunção.
Para negar uma proposição composta por uma conjunção, nós devemos negamos a primeira
proposição e depois negarmos a segunda e trocamos “e” por “ou”.
Exemplo 1:
Vou a praia e não sou apanhado.
p = vou a praia.
�p∧∼q
q = não sou apanhado
Conectivo = ∧
Vamos agora negar essa proposição composta por uma conjunção.
Não vou à praia ou sou apanhado.

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Raciocínio Lógico – Negação da conjunção e disjunção inclusiva (Lei de Morgan)– Prof. Edgar Abreu

PARA GABARITAR
Vejamos abaixo mais exemplo de negações de conjunção e disjunção:
~(p v q) = ~(p) ~(v) ~(q) = (~p ˄ ~q)
~(~p v q) = ~(~p) ~(v) ~(q) = (p ˄ ~q)
~(p˄~q) = ~(p) ~(˄) ~(~q) = (~p v q)
~(~p˄ ~q) = ~(~p) ~(˄) ~(~q) = (p v q)

1. Prova: CESPE – 2008 - TRT 5ª Região(BA) - Téc. Judiciário


Na linguagem falada ou escrita, o elemento primitivo é a sentença, ou proposição simples, formada basicamente
por um sujeito e um predicado. Nessas considerações, estão incluídas apenas as proposições afirmativas ou
negativas, excluindo, portanto, as proposições interrogativas, exclamativas etc. Só são consideradas proposições
aquelas sentenças bem definidas, isto é, aquelas sobre as quais pode decidir serem verdadeiras (V) ou falsas (F).
Toda proposição tem um valor lógico, ou uma valoração, V ou F, excluindo-se qualquer outro. As proposições serão
designadas por letras maiúsculas A, B, C etc. A partir de determinadas proposições, denominadas proposições
simples, são formadas novas proposições, empregando-se os conectivos “e”, indicado por v, “ou”, indicado por w,
“se ... então”, indicado por ÷, “se ... e somente se”, indicado por ø. A relação AøB significa que (A÷B) v (B÷A).
Emprega-se também o modificador “não”, indicado por ¬. Se A e B são duas proposições, constroem-se as
“tabelas-verdade”, como as mostradas abaixo, das proposições compostas formadas utilizando-se dos conectivos e
modificadores citados — a coluna correspondente a determinada proposição composta é a tabelaverdade daquela
proposição.
A B R
V V F
V F F
F V F
F F V

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Há expressões às quais não se pode atribuir um valor lógico V ou F, por exemplo: “Ele é juiz do TRT da 5.ª
Região”, ou “x + 3 = 9”. O sujeito é uma variável que pode ser substituído por um elemento arbitrário,
transformando a expressão em uma proposição que pode ser valorada como V ou F. Expressões dessa forma
são denominadas sentenças abertas, ou funções proposicionais. Pode-se passar de uma sentença aberta a
uma proposição por meio dos quantificadores “qualquer que seja”, ou “para todo”, indicado por oe, e
“existe”, indicado por ›. Por exemplo: a proposição (oex)(x 0 R)(x + 3 = 9) é valorada como F, enquanto a
proposição (›x)(x 0 R)(x + 3 = 9) é valorada como V. Uma proposição composta que apresenta em sua
tabelaverdade somente V, independentemente das valorações das proposições que a compõem, é
denominada logicamente verdadeira ou tautologia. Por exemplo, independentemente das valorações V ou F
de uma proposição A, todos os elementos da tabela-verdade da proposição Aw(¬A) são V, isto é, Aw(¬A) é
uma tautologia.
Considerando as informações do texto e a proposição P: "Mário pratica natação e judô", julgue os itens seguintes.

A negação da proposição P é a proposição R: “Mário não pratica natação nem judô”, cuja tabela-
verdade é a apresentada ao lado.

Certo Errado

2. Prova: FCC - 2014 - AL-PE - Agente Legislativo

A negação da frase “Ele não é artista, nem jogador de futebol” é


equivalente a:

a) ele é artista ou jogador de futebol.


b) ele é artista ou não é jogador de futebol.
c) não é certo que ele seja artista e jogador de futebol.
d) ele é artista e jogador de futebol.
e) ele não é artista ou não é jogador de futebol.

Gabarito: 1. E 2. A

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Raciocínio Lógico

NEGAÇÃO DE UMA CONDICIONAL

Conforme citamos anteriormente, negar uma proposição composta é escrever a(s) linha(s) em
que a tabela verdade tem como resultado “falso”.
Sabemos que uma condicional só será falsa, quando a primeira proposição for verdadeira “e” a
segunda for falsa.
Assim para negarmos uma sentença composta com condicional, basta repetir a primeira
proposição (primeira verdadeira), substituir o conetivo “se...então” por “e” e negar a segunda
proposição (segunda falsa).
Vejamos um exemplo:

1. Se bebo então sou feliz.


p = bebo.
�p→q
q = sou feliz.
Conectivo = →

Negação de uma condicional.


~ (p → q) = p ∧ ~ q
Resposta: Bebo e não sou feliz.

2. Se não estudo então não sou aprovado.


p = estudo.
~p = não estudo.
� ~p→~q
q = sou aprovado.
~q = não sou aprovado
Conectivo = →

Negando: ~ (~ p → ~ q)= ~ p ∧ q
Resposta: Não estudo e sou aprovado.

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3. Se estudo então sou aprovado ou o curso não é ruim.
p = estudo.
q = sou aprovado.
� p→q∨~r
r = curso é ruim.
~r = curso não é ruim.
Negando, ~ (p →q ∨ ~ r).
Negamos a condicional, mantém a primeira e negamos a segunda proposição, como a
segunda proposição é uma disjunção, negamos a disjunção, usando suas regras (negar as duas
proposições trocando “ou” por “e”).
~ (p →q ∨ ~ r)=p ∧ ~ (q ∨ ~ r)=p ∧ ~ q ∧r.
Estudo e não sou aprovado e o curso é ruim.

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Raciocínio Lógico

NEGAÇÃO DE UMA BICONDICIONAL.

Existe duas maneiras de negar uma bicondicional. Uma é a trivial onde apenas substituímos o
conetivo “bicondiciona” pela “disjunção exclusiva”, conforme exemplo abaixo:
Sentença: Estudo se e somente se não vou à praia.
p = estudo.
q = vou à praia. � ~[ p ↔ ~ q ] = [ p � ~ q ]
~ q = não vou à praia
Conectivo = ↔
Logo sua negação será: Ou Estudo ou não vou à praia.
A segunda maneira de negar uma bicondicional é utilizando a propriedade de equivalência e
negando as duas condicionais, ida e volta, temos então que negar uma conjunção composta
por duas condicionais.
Negamos a primeira condicional ou negamos a segunda, usando a regra da condicional em
cada uma delas.
Exemplo 1:
Estudo se e somente se não vou à praia.
p = estudo.
q = vou à praia. � p ↔ ~ q = [ p → ~ q ] Ʌ [ ~ q → p]
~ q = não vou à praia
Conectivo = ↔
Uma bicondicional são duas condicionais, ida e volta.
Negando,

~ (p ↔ ~ q) = ~ [[p → ~ q] Ʌ [~ q → p]] =
~ [p ↔ ~ q] � ~ [~ q → p ]
p Ʌ q � ~ q Ʌ ~ p.
Estudo e vou à praia ou não vou à praia e não estudo.

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Raciocínio Lógico

QUANTIFICADORES LÓGICOS

Chama-se argumento a afirmação de que um grupo de proposições iniciais redunda em uma


outra proposição final, que será conseqüência das primeiras. Estudaremos aqui apenas os
argumentos que podemos resolver por diagrama, contendo as expressões: Todo, algum,
nenhum ou outras similares.
Um argumento válido tem obrigatoriamente a conclusão como consequência das premissas.
Assim, quando um argumento é válido, a conjunção das premissas verdadeiras implica
logicamente a conclusão.
Exemplo: Considere o silogismo abaixo:

1. Todo aluno da Casa do Concurseiro é aprovado.

2. Algum aprovado é funcionário da defensoria.


Conclusão:
Existem alunos da casa que são funcionários da defensoria.
Para concluir se um silogismo é verdadeiro ou não, devemos construir conjuntos com as
premissas dadas. Para isso devemos considerar todos os casos possíveis, limitando a escrever
apenas o que a proposição afirma.

Pelo exemplo acima vimos que nem sempre a conclusão acima é verdadeira, veja que quando
ele afirma que “existem alunos da casa que são funcionários da defensoria”, ele está dizendo
que sempre isso vai acontecer, mas vimos por esse diagrama que nem sempre acontece.

www.acasadoconcurseiro.com.br 933
Nesse diagrama isso acontece, mas pelo dito na conclusão, sempre vai existir, e vimos que não,
logo a conclusão é falsa.
No mesmo exemplo, se a conclusão fosse:
“Existem funcionários da defensoria que não são alunos da casa”.
Qualquer diagrama que fizermos (de acordo com as premissas) essa conclusão será verdadeira,
tanto no diagrama 1 quanto no diagrama 2, sempre vai ter alguém de fora do desenho.
Logo, teríamos um silogismo!
Silogismo é uma palavra cujo significado é o de cálculo. Etimologicamente, silogismo significa
“reunir com o pensamento” e foi empregado pela primeira vez por Platão (429-348 a.C.). Aqui
o sentido adotado é o de um raciocínio no qual, a partir de proposições iniciais, conclui-se uma
proposição final. Aristóteles (384-346 a.C.) utilizou tal palavra para designar um argumento
composto por duas premissas e uma conclusão.

ALGUM

Vamos representar graficamente as premissas que contenham a expressão “algum”.


São considerados sinônimos de algum as expressões: existe(m), há pelo menos um ou qualquer
outra similar.
Analise o desenho abaixo, que representa o conjunto dos A e B. O que podemos inferir a partir
do desenho?

Conclusões:
Existem elementos em A que são B.
Existem elementos em B que são A.
Existem elementos A que não são B.
Existem elementos B que não estão em A.

934 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico – Quantificadores Lógicos: Todo, Nenhum e Existe – Prof. Edgar Abreu

NENHUM

Vejamos agora as premissas que contém a expressão nenhum ou outro termo equivalente.
Analise o desenho abaixo, que representa o conjunto dos A e B. O que podemos inferir a partir
do desenho?

Conclusões:
Nenhum A é B.
Nenhum B é A.

TODO

Vamos representar graficamente as premissas que contenham a expressão “todo”.


Pode ser utilizado como sinônimo de todo a expressão “qualquer um” ou outra similar.
Analise o desenho abaixo, que representa o conjunto dos A e B. O que podemos inferir a partir
do desenho?

Conclusão:
Todo A é B.
Alguns elementos de B é A ou existem B que são A.

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Prova: FGV - 2014 - AL-BA - Téc.Nível Médio

Afirma-se que: “Toda pessoa gorda come muito”.

É correto concluir que:

a) se uma pessoa come muito, então é gorda.


b) se uma pessoa não é gorda, então não come muito.
c) se uma pessoa não come muito, então não é gorda.
d) existe uma pessoa gorda que não come muito.
e) não existe pessoa que coma muito e não seja gorda.

Gabarito: 1. C

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Raciocínio Lógico

NEGAÇÃO DE TODO, ALGUM E NENHUM.

As Proposições da forma Algum A é B estabelecem que o conjunto A tem pelo menos um


elemento em comum com o conjunto B.
As Proposições da forma Todo A é B estabelecem que o conjunto A é um subconjunto de B.
Note que não podemos concluir que A = B, pois não sabemos se todo B é A.
Como negamos estas Proposições:
Exemplos:

1. Toda mulher é friorenta.


Negação: Alguma mulher não é friorenta

2. Algum aluno da casa será aprovado.


Negação: Nenhum aluno da casa vai ser aprovado.

3. Nenhum gremista é campeão.


Negação: Pelo menos um gremista é campeão.

4. Todos os estudantes não trabalham


Negação: Algum estudante trabalha.

PARA GABARITAR

Cuide os sinônimos como por exemplo, existem, algum e etc.

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1. Prova: Instituto AOCP – 2014 – UFGD – Analista
de Tecnologia da Informação

Assinale a alternativa que apresenta a negação de “Todos


os pães são recheados”.

a) Existem pães que não são recheados.


b) Nenhum pão é recheado.
c) Apenas um pão é recheado.
d) Pelo menos um pão é recheado.
e) Nenhuma das alternativas.

2. Prova: FJG-RIO – 2014 – Câmara Municipal do Rio de Janeiro –


Analista Legislativo

Seja a seguinte proposição: “existem pessoas que não acordam cedo e


comem demais no almoço”.

A negação dessa proposição está corretamente indicada na seguinte


alternativa:

a) Todas as pessoas acordam cedo ou não comem demais no almoço.


b) Não existem pessoas que comem demais no almoço.
c) Não existem pessoas que acordam cedo.
d) Todas as pessoas que não acordam cedo comem demais no almoço.

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Raciocínio Lógico – Negação Todo, Nenhum e Existe – Prof. Edgar Abreu

3. Prova: CESPE – 2014 – Câmara dos Deputados –


Técnico Legislativo

Considerando que P seja a proposição “Se o bem é público, então


não é de ninguém”, julgue os itens subsequentes.

A negação da proposição P está corretamente expressa por “O


bem é público e é de todos”.

( ) Certo ( ) Errado

4. Prova: FGV - 2013 – TJ/AM - Analista Judiciário - Serviço Social

José afirmou: “— Todos os jogadores de futebol que não são ricos jogam
no Brasil ou jogam mal“.

Assinale a alternativa que indica a sentença que representa a negação do que


José afirmou:

a) Nenhum jogador de futebol que não é rico joga no Brasil ou joga mal.
b) Todos os jogadores de futebol que não jogam no Brasil e não jogam mal.
c) Algum jogador de futebol que não é rico não joga no Brasil e não joga mal.
d) Algum jogador de futebol é rico mas joga no Brasil ou joga mal.
e) Nenhum jogador de futebol que é rico joga no Brasil ou joga mal.

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Gabarito: 1. A 2. A 3. Errado 4. C

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Raciocínio Lógico

SILOGISMO
Silogismo Categórico é uma forma de raciocínio lógico na qual há duas premissas e uma
conclusão distinta destas premissas, sendo todas proposições categóricas ou singulares.
Existem casos onde teremos mais de duas premissas.
Devemos sempre considerar as premissas como verdadeira e tentar descobrir o valor lógico de
cada uma das proposições, com objetivo de identificar se a conclusão é ou não verdadeira.
Sempre que possível devemos começar nossa linha de raciocínio por uma proposição simples
ou se for composta conectada pela conjunção “e”.
Abaixo um exemplo de como resolver uma questão envolvendo silogismo.

QUESTÃO COMENTADA
(FCC: BACEN - 2006) Um argumento é composto pelas seguintes premissas:
I – Se as metas de inflação não são reais, então a crise econômica não demorará a
ser superada.
II – Se as metas de inflação são reais, então os superávits primários não serão
fantasioso.
III – Os superávits serão fantasiosos.
Para que o argumento seja válido, a conclusão deve ser:
a) A crise econômica não demorará a ser superada.
b) As metas de inflação são irreais ou os superávits serão fantasiosos.
c) As metas de inflação são irreais e os superávits são fantasiosos.
d) Os superávits econômicos serão fantasiosos.
e) As metas de inflação não são irreais e a crise econômica não demorará a ser
superada.
Solução:
Devemos considerar as premissas como verdadeiras e tentar descobrir o valor
lógico de cada uma das proposições.
Passo 1: Do português para os símbolos lógicos.

I – Se as metas de inflação não são reais, então a crise econômica não demorará a ser superada
~ P →~ Q

II – Se as metas de inflação são reais, então os superávits primários não serão fantasiosos.

~ P →~ R

III – Os superávits serão fantasiosos.

Passo 2: Considere as premissas como verdade.

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PREMISSA 1 PREMISSA 2 PREMISSA 3
VERDADE VERDADE VERDADE
~P→~Q ~P→~R R
Não é possível determinar Não é possível determinar
o valor lógico de P e Q, já o valor lógico de P e Q, já
que existem 3 possibilidades que existem 3 possibilidades CONCLUSÃO: R=V
distintas que torna o distintas que torna o
condicional verdadeiro. condicional verdadeiro.

Passo 3: Substitui a premissa 3 em 2 e analise.


•• Como na premissa 3 vimos que R é V logo ~ R = F.
•• Como P é uma proposição, o mesmo pode ser F ou V.

Vamos testar:

P → ~R P → ~R
F F F V F
V F V F F

Como a premissa 2 é verdade e caso a proposição P tenha valor V teremos uma


premissa falsa, logo chegamos a conclusão que P = F.
Passo 3: Substitui a premissa 2 em 1 e analise.
•• Como na premissa 2 vimos que P é F logo ~ P = V.
•• Como Q é uma proposição, o mesmo pode ser F ou V.
•• Analisando o condicional temos:
~P → ~Q
V V V
V F F
Logo ~ Q = V, assim Q = F
Passo 4: Traduzir as conclusões para o português.
Premissa 1: P = F
•• as metas de inflação não são reais.
Premissa 2: Q = F
•• crise econômica não demorará a ser superada.

Conclusão: Alternativa A

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Raciocínio Lógico

ARGUMENTO COM QUANTIFICADORES VÁLIDO – SILOGISMO

QUESTÃO COMENTADA
FCC: TCE-SP – 2010
Considere as seguintes afirmações:
I – Todo escriturário deve ter noções de Matemática.
II – Alguns funcionários do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo são escriturários.
Se as duas afirmações são verdadeiras, então é correto afirmar que:
a) Todo funcionário do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo deve ter noções de
Matemática.
b) Se Joaquim tem noções de Matemática, então ele é escriturário.
c) Se Joaquim é funcionário do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, então ele é
escriturário.
d) Se Joaquim é escriturário, então ele é funcionário do Tribunal de Contas do Estado de São
Paulo.
e) Alguns funcionários do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo podem não ter noções
de Matemática.

Resolução:
Primeiramente vamos representar a primeira premissa.
I – Todo escriturário deve ter noções de Matemática.

II – Alguns funcionários do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo são escriturários.

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Vejamos uma hipótese para a segunda premissa.

Vamos considerar agora a possibilidade de todos os funcionários terem noções de Matemática,


ficamos agora com duas possibilidades distintas.

Analisamos agora as alternativas:


Alternativa A: Todo funcionário do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo deve ter noções
de Matemática

Solução:

Observe que o nosso símbolo representa um funcionário do TCE que não possui noção de
matemática. Logo a conclusão é precipitada.

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Raciocínio Lógico – Argumento com quantificadores válidos (Silogismo) – Prof. Edgar Abreu

Alternativa B: Se Joaquim tem noções de Matemática, então ele é escriturário.

Solução:

O ponto em destaque representa alguém que possui noção de matemática, porém não é
escriturário, logo a conclusão é precipitada e está errada.

Alternativa C: Se Joaquim é funcionário do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, então


ele é escriturário.

Solução:

O ponto em destaque representa alguém que possui é funcionário do TCE, porém não é
escriturário, logo a conclusão é precipitada e está errada.

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Alternativa D: Se Joaquim é escriturário, então ele é funcionário do Tribunal de Contas do
Estado de São Paulo.

Solução:

O ponto em destaque representa alguém que é escriturário, porém não é funcionário do TCE,
logo a conclusão é precipitada e está alternativa está errada.

Alternativa E: Alguns funcionários do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo podem não
ter noções de Matemática.

Solução:

O ponto em destaque representa um funcionário do TCE que não tem noção de matemática,
como a questão afirma que “podem”, logo está correta.

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Raciocínio Lógico – Argumento com quantificadores válidos (Silogismo) – Prof. Edgar Abreu

Prova: IESES - 2014 - IGP-SC - Auxiliar Pericial – Criminalístico

Considere que as seguintes frases são verdadeiras e assinale a alternativa


correta:

- Algum policial é alto;


- Todo policial é educado.

a) Todo policial educado é alto.


b) Algum policial alto não é educado.
c) Algum policial não educado é alto.
d) Algum policial educado é alto.

Prova: FDRH - 2008 - IGP-RS - Papiloscopista Policial

Considere os argumentos abaixo:

I – Todos os gatos são pretos.


Alguns animais pretos mordem.
Logo, alguns gatos mordem.

II – Se 11 é um número primo, então, 8 não é um número par.


Ora 8 é um número par, portanto, 11 não é um número primo.

III – Todos os X são Y.


Todos os Z são Y.
Alguns X estão quebrados.
Logo, alguns Y estão quebrados.

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Quais são válidos?

a) Apenas o I.
b) Apenas o II.
c) Apenas o III.
d) Apenas o II e o III.
e) O I, o II e o III.

Gabarito: 1. D 2. D

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Raciocínio Lógico

QUESTÕES ENVOLVENDO SEQUÊNCIA DE NÚMEROS

É comum aparecer em provas de concurso questões envolvendo sequências de números, onde


o candidato terá que descobrir a “lógica” da sequência para solucionar o problema.
A verdade é que não existe uma regra de resolução destas questões, cada sequência é diferente
das demais, depende da lógica que o autor está cobrando.
O que vamos aprender neste capítulo é a resolver algumas das sequências que já foram
cobradas em concursos anteriores, este tipo de questão, só existe uma única maneira de
aprender a resolver, fazendo!

QUESTÃO COMENTADA
FCC: BACEN – 2006
No quadriculado seguinte os números foram colocados nas células obedecendo a um
determinado padrão.

16 34 27 X
13 19 28 42
29 15 55 66

Seguindo esse padrão, o número X deve ser tal que:


a) X > 100
b) 90 < X < 100
c) 80 < X < 90
d) 70 < X < 80
e) X < 70

Solução:
Quando a sequencia se apresenta em tabelas, similares a esta, procure sempre encontrar uma
lógica nas linhas ou nas colunas. A lógica da sequencia desta questão está na relação da linha
três com as linhas 1 e 2.
A linha 3 é a soma das linhas 1 e 2 quando a coluna for impar e a subtração das linhas 1 e 2
quando a coluna for par, note:

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Coluna 1: 16 + 13 = 29
Coluna 2: 34 - 19 = 15
Coluna 3: 27 + 28 = 55
Logo a coluna 4, que é par, teremos uma subtração:
x – 42 = 66 => x = 66 + 42 = 108
Alternativa A

QUESTÃO COMENTADA 2
FCC : TRT – 2011
Na sequência de operações seguinte, os produtos obtidos obedecem a determinado padrão.
1x1=1
11 x 11 = 121
111 x 111 = 12.321
1.111 x 1111 = 1.234.321
11.111 x 11.111 = 123.454.321
Assim sendo, é correto afirmar que, ao se efetuar 111 111 111 × 111 111 111, obtém-se um
número cuja soma dos algarismos está compreendida entre:
a) 85 e 100.
b) 70 e 85.
c) 55 e 70.
d) 40 e 55.
e) 25 e 40.

Solução:
Note que o termo centra do resultado da multiplicação é sempre a quantidade de número 1
que estamos multiplicando, conforme destacado na tabela abaixo:

1x1 1
11 x 11 121
111 x 111 12. 321
1. 111 x 1. 111 1. 234. 321
11. 111 x 11. 111 123. 454. 321

Perceba também que o resultado da multiplicação é formado por um número que começa com
1 e vai até a quantidade de números 1 que tem a multiplicação e depois começa a reduzir até o
número 1 de volta.

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Raciocínio Lógico – Números – Prof. Edgar Abreu

Logo a multiplicação de 111 111 111 × 111 111 111 temos 9 números 1, assim o resultado
certamente será composto pelo número 12345678 9 87654321. Agora basta apenas somar os
algarismos e encontra como resposta o número 81, alternativa B.

QUESTÃO COMENTADA 3
CESGRANRIO: TCE/RO – 2007
O sistema binário de numeração, só se utilizam os algarismos 0 e 1. Os números naturais,
normalmente representados na base decimal, podem ser também escritos na base binária
como mostrado:

DECIMAL BINÁRIO
0 0
1 1
2 10
3 11
4 100
5 101
6 110
7 111

De acordo com esse padrão lógico, o número 15 na base decimal, ao ser representado na base
binária, corresponderá a:
a) 1000
b) 1010
c) 1100
d) 1111
e) 10000

Solução:
No sistema decimal que conhecemos, cada vez que conhecemos, a cada 10 de uma casa
decimal forma-se outra casa decimal. Exemplo: 10 unidades é igual uma dezena, 10 dezenas é
igual a uma centena e assim sucessivamente.
Já no sistema binário, a lógica é a mesma, porém a cada 2 unidades iremos formar uma nova
casa decimal. Assim para transformar um número decimal em binário, basta dividirmos este
número sucessivamente por dois e analisar sempre o resto, conforme exemplo abaixo.
Transformando 6 em binário:
6 / 2 = 3 (resto zero, logo zero irá ocupar primeira casa binária).

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3 / 2 = 1 (resto 1, logo o 1 do resto irá ocupar a segunda casa binária enquanto o 1 quociente da
divisão irá ocupar a terceira casa binária).
Resultado: 110
Para saber se está certo, basta resolver a seguinte multiplicação:
110 = 1 x 2² + 1 x 2¹ + 0 x 20 = 4 + 2 + 0 = 6
Utilizando esta linha de raciocínio temos que:
15 / 2 = 7 (resto 1)
7 / 2 = 3 (resto 1)
3 / 2 = 1 (resto 1)
Logo o número será 1111, Alternativa D

1. Prova: IDECAN - 2014 - AGU - Agente Administrativo

Observe a sequência: 49, 64, 81, 100, ...

Qual será o sétimo termo?

a) 144.
b) 169.
c) 196.
d) 225.
e) 256.

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Raciocínio Lógico – Números – Prof. Edgar Abreu

2. Prova: Instituto AOCP - 2014 - UFGD - Analista Administrativo

A sequência a seguir apresenta um padrão:

1; 8; 15; 22; ...

Qual é o quinto termo desta sequência?

a) 27.
b) 28.
c) 29.
d) 30.
e) 31.

3. Prova: FCC - 2010 - TCE-SP - Auxiliar da Fiscalização Financeira

Considere que os números inteiros e positivos que aparecem no


quadro abaixo foram dispostos segundo determinado critério.

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3. Completando corretamente esse quadro de acordo
com tal critério, a soma dos números que estão
faltando é:

a) maior que 19.


b) 19.
c) 16.
d) 14.
e) menor que 14.

4. Prova: FCC - 2014 - TRF - 4ª REGIÃO – Analista


Judiciário – Informática

A sequência numérica 1, 7, 8, 3, 4, 1, 7, 8, 3, 4, 1, 7, 8, 3, 4, 1, ..., cujos


dezesseis primeiros termos estão explicitados, segue o mesmo padrão de
formação infinitamente. A soma dos primeiros 999 termos dessa
sequência é igual a:

a) 4596.
b) 22954.
c) 4995.
d) 22996.
e) 5746.

Gabarito: 1. B 2. C 3. A 4. A

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Raciocínio Lógico

1. Prova: FCC – 2014 – TRT 16ª REGIÃO (AM)– Téc. Judiciário

Considere as figuras abaixo:

Seguindo o mesmo padrão de formação das dez primeiras


figuras dessa sequência, a décima primeira figura é:

a)

b)

c)

d)

e)

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2. Prova: FCC – 2012 – TST – Téc. Judiciário
Marina possui um jogo de montar composto por várias peças quadradas,
todas de mesmo tamanho. A única forma de juntar duas peças é unindo-as
de modo que elas fiquem com um único lado em comum. Juntando-se três
dessas peças, é possível formar apenas dois tipos diferentes de figuras,
mostradas abaixo.

Note que as duas figuras podem aparecer em


diferentes posições, o que não caracteriza
novos tipos de figuras. O número de tipos
diferentes de figuras que podem ser formados
juntando-se quatro dessas peças é igual a

a) 4.
b) 5.
c) 6.
d) 7.
e) 8.

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Raciocínio Lógico – Imagens e Figuras – Prof. Edgar Abreu

3. Prova: FCC – 2012 – TRT – Analista Judiciário

Partindo de um quadriculado n × n formado por palitos de


fósforo, em que n é um número ímpar maior ou igual a 3, é
possível, retirando alguns palitos, obter um “X” composto por
2n-1 quadrados. As figuras a seguir mostram como obter esse
“X” para quadriculados 3 × 3 e 5 × 5.

Seguindo o mesmo padrão dos exemplos acima,


partindo de um quadriculado 9 × 9, o total de
palitos que deverão ser retirados para obter o
“X” é igual a

a) 64.
b) 96.
c) 112.
d) 144.
e) 168.

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Gabarito

1. B 2. B 3. C

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Raciocínio Lógico

QUESTÕES DE RESTO DE UMA DIVISÃO

São comuns as questões de raciocínio lógico que envolva resto de uma divisão. Normalmente
essas questões abordam assuntos relacionados a calendário, múltiplo ou divisores ou qualquer
outra sequência que seja cíclica.
Estas questões são resolvidas todas de forma semelhante, vejamos os exemplos abaixo:

QUESTÃO COMENTADA 1
CESGRANRIO: CAPES – 2008
Em um certo ano, o mês de abril termina em um domingo. É possível determinar o próximo
mês a terminar em um domingo?
a) Sim, será o mês de setembro do mesmo ano.
b) Sim, será o mês de outubro do mesmo ano.
c) Sim, será o mês de dezembro do mesmo ano.
d) Sim, será o mês de janeiro do ano seguinte.
e) Não se pode determinar porque não se sabe se o ano seguinte é bissexto ou não.
Solução:
Sabendo que o mês de Abril possui 30 dias, logo sabemos que dia 30 de abril foi um domingo.
Vamos identificar quantos dias teremos até o último dia de cada mês, assim verificamos se esta
distância é múltipla de 7, já que a semana tem 7 dias e os domingos acontecerão sempre um
número múltiplo de 7 após o dia 30 de Abril:

MÊS QUANT. DIAS DO DIAS ATÉ 30/04 MÚLTIPLO DE 7


MÊS
MAIO 31 31 NÃO
JUNHO 30 61 NÃO
JULHO 31 92 NÃO
AGOSTO 31 123 NÃO
SETEMBRO 30 153 NÃO
OUTUBRO 31 184 NÃO
NOVEMBRO 30 214 NÃO
DEZEMBRO 31 245 SIM (245/7 = 35)
Solução será dia 31 de Dezembro do mesmo ano, alternativa C.

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QUESTÃO COMENTADA 2
FCC: TST – 2012
Pedro é um atleta que se exercita diariamente. Seu treinador orientou-o a fazer flexões de
braço com a frequência indicada na tabela abaixo:

Dia da semana Número de flexões


2ª e 5ª feiras 40
3ª e 6ª feiras 10
4ª feiras 20
Sábados 30
Domingos nenhuma

No dia de seu aniversário, Pedro fez 20 flexões de braço. No dia do aniversário de sua namorada,
260 dias depois do seu, Pedro:
a) não fez flexão.
b) fez 10 flexões.
c) fez 20 flexões.
d) fez 30 flexões.
e) fez 40 flexões.

Solução:
Com Pedro fez 20 flexões em seu aniversário, logo concluímos que caiu em uma quarta-feira.
Devemos descobrir qual o dia da semana será após 260 dias. Primeiramente vamos descobrir
quantas semanas se passaram até este dia, dividindo 260 por 7, já que uma semana tem 7 dias.
260= 37 (resto 1)
7
Assim sabemos que se passaram 37 semanas e mais um dia.
Como ele fez aniversário na quarta, se somarmos 1 dia temos quinta-feira e o total de flexões
para este dia será de 40, segundo a tabela. Alternativa E

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Raciocínio Lógico – Problemas Cíclicos/Calendário e Datas – Prof. Edgar Abreu

Prova: FCC - 2014 - AL-PE - Agente Legislativo

O dia 04 de março de 2014 foi uma terça-feira. Sendo assim, é


correto afirmar que o dia 04 de março de 2015 será:

a) segunda-feira.
b) quarta-feira.
c) quinta-feira.
d) domingo.
e) terça-feira.

Prova: FCC - 2013 - TRT - 5ª Região (BA) - Analista Judiciário

Um ano bissexto possui 366 dias, o que significa que ele é composto por
52 semanas completas mais 2 dias. Se em um determinado ano bissexto
o dia 1º de janeiro caiu em um sábado, então o dia 31 de dezembro cairá
em:

a) um sábado.
b) um domingo.
c) uma 2ª feira.
d) uma 3ª feira.
e) uma 4ª feira.

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Prova(s): FCC - 2013 - DPE-RS - Técnico de Apoio Especializado
Em uma montadora, são pintados, a partir do início de um turno de
produção, 68 carros a cada hora, de acordo com a seguinte sequência de
cores: os 33 primeiros são pintados de prata, os 20 seguintes de preto, os
próximos 8 de branco, os 5 seguintes de azul e os 2 últimos de vermelho.
A cada hora de funcionamento, essa sequência se repete.

Dessa forma, o 530º carro pintado em um turno de produção terá a cor:

a) prata.
b) preta.
c) branca.
d) azul.
e) vermelha.

Gabarito: 1. B 2. B 3. C

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Raciocínio Lógico

Problemas de Mínimo e Máximo

1. Prova: FCC - 2012 - TJ-RJ - Analista Judiciário

A câmara municipal de uma cidade é composta por 21 vereadores, sendo


10 do partido A, 6 do partido B e 5 do partido C. A cada semestre, são
sorteados n vereadores, que têm os gastos de seus gabinetes auditados
por uma comissão independente. Para que se garanta que, em todo
semestre, pelo menos um vereador de cada partido seja necessariamente
sorteado, o valor de n deve ser, no mínimo,

a) 11.
b) 10.
c) 17.
d) 16.
e) 14.

2. Prova: FCC - 2009 - SEFAZ-SP - Agente Fiscal de Rendas - Prova 1

Numa cidade existem 10 milhões de pessoas. Nenhuma delas possui mais do


que 200 mil fios de cabelo. Com esses dados, é correto afirmar que,
necessariamente,

a) existem nessa cidade duas pessoas com o mesmo número de fios de cabelo.
b) existem nessa cidade pessoas sem nenhum fio de cabelo.
c) existem nessa cidade duas pessoas com quantidades diferentes de fios de
cabelo.
d) o número médio de fios de cabelo por habitante dessa cidade é maior do que
100 mil.
e) somando-se os números de fios de cabelo de todas as pessoas dessa cidade
obtém-se 2 × 1012.

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3. Prova: FCC - 2014 - TRT - 16ª REGIÃO (MA) - Analista Judiciário

Em uma floresta com 1002 árvores, cada árvore tem de 900 a 1900 folhas.
De acordo apenas com essa informação, é correto afirmar que,
necessariamente,

a) ao menos duas árvores dessa floresta têm o mesmo número de folhas.


b) apenas duas árvores dessa floresta têm o mesmo número de folhas.
c) a diferença de folhas entre duas árvores dessa floresta não pode ser
maior do que 900.
d) não há árvores com o mesmo número de folhas nessa floresta.
e) a média de folhas por árvore nessa floresta é de 1400.

Gabarito: 1. C 2. A 3. A

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