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Autor(a): Paula Barreto

Assunto: Interpretação de textos

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SUMÁRIO
ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO............................................................................. 3
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS VERBAIS E NÃO-VERBAIS ............................ 5
FORMAS DE DISCURSO ......................................................................................................... 3

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Caríssimos alunos!

Neste módulo, iniciamos a nossa jornada de estudos sobre língua portuguesa com foco na
sua aprovação. Antes de qualquer coisa, devemos entender que a linguagem faz parte da nossa
vida! Muito do que iremos tratar no curso faz parte do nosso cotidiano, e nem sempre nos atentamos
para isso. Compreender e aceitar esse princípio já ajuda muito no aprendizado.

Os estudos sobre a língua portuguesa se tornam mais fáceis e proveitosos quando


encaramos essa jornada como algo simples. Esse é um período que exigirá foco e disciplina, como
qualquer coisa que nos propomos a fazer na vida, mas tenho certeza de que poderá ser um
percurso muito divertido, pois compreender os recursos de que dispomos para nos comunicar
melhor pode não só garantir a sua aprovação como mudar vidas.

Bons estudos!

1. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

Compreensão geral de texto

A interpretação de textos depende quase que exclusivamente da experiência do candidato,


de sua vivência, de sua leitura, da agilidade de seu raciocínio, da maior ou menor facilidade
com que, em decorrência de todos esses fatores, ele entende o que lê.

Para que a leitura possa produzir os resultados desejados, impõe-se levar em consideração
que as maneiras de ler dependem do objetivo a alcançar e que a experiência cultural e a
experiência do leitor são essenciais para a compreensão do texto. De modo geral, quando lemos
um texto, inicialmente olhamos o conjunto, depois vemos os títulos e subtítulos e, por último,
lemos os detalhes, procurando participar ativamente do processo de construção do
significado do texto. E, dentro desse processo, deve-se também observar quais os níveis de
compreensão do texto, conforme o objetivo da leitura.

Por exemplo, se queremos depreender o sentido geral do texto, usamos a compreensão


geral. Se nossa intenção é analisar as ideias principais, aplicamos a compreensão detalhada
ou intensiva.
Inferências

Enquanto a compreensão do texto está relacionada às informações dadas, explícitas; na


inferência, a interpretação baseia-se no que está subjacente, ou seja, as pistas do texto ou o
contexto apontam para a interpretação. Assim, podemos identificar as informações

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pressupostas, que indicam o que vem antes (pressupor), e as informações subentendidas,
identificadas no contexto.

PRESSUPOSTOS – “O clima continua SUBENTENDIDOS – “Você tem horas?”


seco” (o verbo "continua" indica o que (aqui o contexto é que indica que a
vem antes: o clima já estava seco) pessoa está perguntando que horas são
e não se você TEM horas)

ATENÇÃO!!!

As questões de concursos que tratam de inferência geralmente confundem bastante os


candidatos. Por isso, preste atenção a enunciados e alternativas ou itens que apresentam palavras
como “depreende-se que”, “conclui-se que”, “pode-se deduzir que”, “infere-se que”, essas
costumam ser questões que tratam de inferência, ou seja, informações que não são dadas nos
textos, mas que são possíveis de se deduzir a partir do texto.

Questão 1

Não há dúvida: as terras indígenas são fundamentais para a proteção da floresta amazônica. A
certeza é o resultado de um estudo realizado, durante 18 meses, por cientistas e técnicos da
Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira e uma ONG internacional.
As terras indígenas exercem, na verdade, o papel de barreiras contra a destruição da Amazônia,
ajudando a preservar cerca de 3,5 milhões de hectares de florestas. Porém, se não houver mais
apoio para o manejo dessas terras, 10 essa poderosa ferramenta de proteção da biodiversidade
amazônica não deve se sustentar por muito tempo.
Planeta, abr./2006 (com adaptações).
De acordo com o texto, as “terras indígenas” (R.1)
I. fazem parte da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira.
II. constituem barreiras contra a destruição da Amazônia.
III. ajudam a preservar milhões de hectares de florestas.
IV. colocam em risco o manejo de proteção à floresta amazônica.
V. necessitam de apoio para continuar a proteger a biodiversidade por mais tempo.
A quantidade de itens certos é igual a

A 1. B 2. C 3. D 4.

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Estrutura e organização do texto em parágrafos

É importante saber que cada texto é constituído a partir de um esquema (estrutura) que lhe dá
sustentação, forma, direção. As ideias são arrumadas conforme estrutura própria a partir do objetivo
que se quer alcançar. Se conseguirmos identificar o esquema, a estrutura básica do texto,
mais fácil será a compreensão das ideias trabalhadas nele.

Para tanto, deve-se fazer uma leitura atenta do texto, a fim de tomar conhecimento das ideias
principais, sublinhando as palavras-chave, que marcam as ideias fundamentais para a
compreensão. Ficar também atento às palavras de ligação que estabelecem a estrutura lógica
dos raciocínios (assim sendo, além do mais, pois, porque, por conseguinte, em decorrência etc)
é importante.

O conhecimento da estrutura do parágrafo facilita a compreensão das ideias nele expostas.

O parágrafo é a unidade fundamental de uma composição. Constitui-se de um ou mais


períodos, devendo conter uma ideia central e as ideias secundárias a ela intimamente
relacionadas pelo sentido e logicamente dela decorrentes.

Em um parágrafo, a ideia principal está no tópico-frasal, que é constituído ordinariamente por


um ou dois períodos curtos iniciais. O tópico-frasal vem, normalmente, no início do parágrafo e
pode assumir a forma de declaração inicial, definição ou divisão.

Se o tópico-frasal vier no início, o parágrafo estará desenvolvido segundo o método dedutivo


(da generalização para as especificações). Se, pelo contrário, vier no fim, o parágrafo estará
desenvolvido pelo método indutivo.
Outros tipos de parágrafos...

Algumas vezes o tópico-frasal está diluído no parágrafo. Nem todos os parágrafos são
iniciados por um tópico frasal. Um parágrafo pode ser iniciado também por uma ilusão a fatos
históricos, lendas, tradições, crendices, anedotas ou episódios de que alguém tenha
participado ou que alguém tenha presenciado ou imaginado. Há, ainda, parágrafos
iniciados por uma interrogação.

Ponto de vista ou ideia central defendida pelo autor

Interpretar é perceber o que o autor quis dizer: as ideias e os pensamentos que ele procurou
transmitir ao leitor. É também a habilidade de compreender, ou seja, de entender a ideia do
trabalho como um todo, em algum nível desejado de generalidade.

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Argumentação

Argumentar é convencer ou tentar convencer mediante a apresentação de razões, em face


da evidência das provas e à luz de um raciocínio coerente e consistente.
Plano padrão da argumentação:

1. Proposição (afirmativa, suficientemente definida e limitada; não deve conter em si mesma


nenhum argumento, isto é, prova ou razões)
2. Análise da proposição
3. Formulação dos argumentos (evidência): fatos, exemplos, ilustrações, dados estatísticos,
testemunho.
4. Conclusão

2. LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS VERBAIS E NÃO-VERBAIS

Devem ser observadas as características que distinguem os textos verbais (palavra) e não
verbais (imagens) e seus recursos expressivos. Quando se tratar de textos mistos (palavra e
imagem), lembrar que a interpretação depende da relação entre o verbal e o não-verbal. Atentar-
se aos gêneros mais recorrentes: campanhas publicitárias, charges, cartuns, tiras. Observe como
na questão abaixo a interpretação só é possível com a articulação de elementos verbais e não-
verbais.

Questão 2

Com base na tirinha da Mafalda e nos aspectos linguísticos e gramaticais de seu texto, julgue o item.
Na tirinha, quando a personagem Mafalda diz: “eu era assim” e “agora já sou assim”, ela se refere à
sua estatura.
( ) Certo ( ) Errado

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ATENÇÃO!!!

As alternativas que devem ser eliminadas em questões de interpretação apresentam os seguintes


tipos de erro:

• Ausência de informações essenciais (carência);


• Presença de informações contraditórias em relação ao texto (inversão);
• Presença de informações alheias ao texto, não constante no texto (acréscimo).

3. FORMAS DE DISCURSO

Tipo Características
Não apresenta narrador.
As falas dos personagens são literais, ou seja, sem adaptações.
Possui marcas gráficas como itálico, aspas, dois-pontos e travessão.
Discurso direto Confere à cena narrada maior vivacidade.

Exemplo:
D. Ana disse: - Daqui a duas horas tudo estará concluído.
É intermediado pelo narrador.
Vem introduzido por conjunção integrante (que, se).
Apresenta verbo dicende (dizer, responder, falar, murmurar...).
Discurso indireto Todas as frases são declarativas e se apresentem em 3ª pessoa.

Exemplo:
D. Ana disse que daqui a duas horas tudo estaria concluído.
Discurso direto e
Trata-se da oscilação do discurso direto e do indireto ao longo do texto.
indireto
Trata-se da fusão entre narrador e personagem na abordagem
narrativa.
Do ponto de vista gramatical, o narrador assume o discurso.
Semanticamente, o discurso é atribuído ao personagem
Discurso indireto Existe sempre um certo nível de ambiguidade na utilização do discurso
livre indireto livre.
Não apresenta marcas gráficas, nem partículas introdutórias.

Exemplo:
Pedro me ama. Sabia disso.

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OBSERVAÇÕES:

• Na conversão do discurso direto para o indireto, as frases interrogativas, exclamativas e


imperativas passam todas para a forma declarativa.
• Não confunda discurso indireto livre com discurso direto e indireto. Este combina apenas
o discurso direto e o indireto em um mesmo texto. Aquele não diferencia os limites entre
o narrador e personagem.

1- Ater-se exclusivamente ao texto.


2- Ler todas as alternativas (entre duas mais
aceitáveis, uma será mais completa).
Dicas básicas de
3- Comparar o sentido das palavras (às vezes uma
interpretação em provas
palavra decide a melhor resposta).
4- Buscar o tópico-frasal (a frase que melhor resume
o sentido básico do texto ou do parágrafo).

Fontes:
GARCIA, O. M. Comunicação em prosa moderna. 27ª ed. Rio de Janeiro: Editora da FGV, 2010.
SARMENTO, F. R. C. Português descomplicado. 10ª ed. Belo Horizonte: Editora Ânimus, 2019.
Gabaritos
1-C
2-Certo

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