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INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

Tipologia Textual - Dissertação


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TIPOLOGIA TEXTUAL – DISSERTAÇÃO

DISSERTAÇÃO

• Textos dissertativos, muito frequentes em provas de concurso, têm por objetivo a apre-
sentação de um tema.
• Tais textos podem ser expositivos ou argumentativos.

Texto Dissertativo Expositivo (Informativo)

• Na dissertação expositiva ou informativa, como o nome sugere, o autor tem por preten-
são informar o leitor, explicar-lhe ideias, conceitos ou pontos de vista.
• Trata-se de explanação informativa, imparcial, sem objetivo polêmico ou persuasivo.
• Busca apresentar informações e conceitos com o máximo de precisão e rigor.
• Emprega objetividade e dados comprovados para fundamentar suas afirmações.
• Lança mão de vocabulário preciso e objetivo, com predomínio da função referencial da
linguagem.
• Linguagem referencial: foco no assunto.

Exemplo:

Químicos da Coreia do Sul e dos Estados Unidos aperfeiçoaram o design de um tipo


de cristal artificial, duplicando sua capacidade de absorção e armazenamento de dióxido
de carbono.
As chamadas estruturas metal-orgânicas (MOF, na sigla em inglês) são cristais metálicos
porosos e estáveis, capazes de absorver e comprimir gases em espaços ínfimos.
Os cientistas esperam que tais materiais levem à criação de energias mais limpas e a
métodos para a captura das emissões de gases do efeito estufa.
Sob comando de Omar Yaghi, do Instituto de Nanossistemas da Califórnia, ligado à Uni-
versidade da Califórnia, Los Angeles, a equipe aperfeiçoou um cristal anterior chamado MOF-
177, resultando em duas novas versões – MOF-200 e MOF-210 – capazes de armazenar o
dobro do volume de gases. .
5m
“A porosidade é um caminho para fazer muito com pouco”, disse Yaghi, professor de Quí-
mica e Bioquímica, em nota.
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“Em vez de ter apenas a superfície externa de uma partícula, vamos perfurar pequenos
buracos para aumentar dramaticamente a área da superfície”.
Os novos cristais foram descritos em um documento publicado no site da revista Science.
Jaheon Kim, professor de Química da Universidade Soongsil, de Seul, ajudou a projetar o
MOF-210. Ele contou que 1 grama de MOF tem mais ou menos o tamanho de quatro tabletes
de açúcar, ou seja, é um material levíssimo. Se espalhado, cada grama dos novos cristais
ocuparia mais de 5.000 metros quadrados, disse Yaghi.
“Se eu pego um grama de MOF-200 e o desenrolo, ele vai cobrir muitos campos de fute-
bol, e esse é o espaço que você tem para os gases se concentrarem”, disse Yaghi. “É como
mágica. Quarenta toneladas de MOF são iguais a toda a superfície da Califórnia.”
(Disponível em: www.estadao.com.br)

Texto Dissertativo Argumentativo

• A dissertação argumentativa tem pretensão opinativa, persuasiva – deseja-se nela


convencer o leitor. (Obs.: é a mais utilizada em provas de redação.)
• Esse tipo de dissertação não se limita a apresentar um tema; vai além.
• O tema é abordado mediante o ponto de vista do autor, ou seja, por meio de uma tese.
Esta, por sua vez, é sustentada com a apresentação de argumentos que fundamen-
tam a tese.

Tema Tese Argumentos


Assunt Opinião do autor Por que se tem tal opinião

.
10m

Exemplo:

A humanidade não aceitará uma língua não natural para a comunicação natural. Isso é
contra a tendência dos seus instintos. Nenhum homem, “que seja homem”, achará natural
conversar, aceitando ou recusando uma bebida, em Volapuque, ou Esperanto, ou Ido ou
em qualquer outra fantochada do gênero. Preferirá falar, gaguejando, uma língua estranha,
mas natural, do que falar, com relutante perfeição, uma língua artificialmente construída. O
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homem é um animal apesar de muitos o esquecerem, ele ainda é um animal irracional, como
todos o são.
Fernando Pessoa. A Língua Portuguesa. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.

ATENÇÃO
Dica prática:

O texto dissertativo argumentativo tem um caráter diferente de outros textos. Na descri-


ção e na narração, por exemplo, a leitura é mais fluida, e a realidade é rapidamente repro-
duzida. No texto dissertativo expositivo (informativo), o leitor apreende as informações e se
sente informado; a leitura flui. Porém, na dissertação argumentativa, pode haver mais dificul-
dade para acompanhar de forma fluida o raciocínio do autor; isso ocorre porque o ponto de
vista deste não é natural ao que lê, por isso são tecidos argumentos nesse tipo textual para
convencer o leitor. .
15m

DIRETO DO CONCURSO
Texto:

O conceito de direitos humanos assenta em um bem conhecido conjunto de pressupos-


tos, todos eles tipicamente ocidentais: existe uma natureza humana universal que pode ser
conhecida racionalmente; a natureza humana é essencialmente diferente e superior à res-
tante realidade; o indivíduo possui uma dignidade absoluta e irredutível que tem de ser defen-
dida da sociedade ou do Estado; a autonomia do indivíduo exige que a sociedade esteja
organizada de forma não hierárquica, como soma de indivíduos livres. Uma vez que todos
esses pressupostos são claramente ocidentais e facilmente distinguíveis de outras concep-
ções de dignidade humana em outras culturas, teremos de perguntar por que motivo a ques-
tão da universalidade dos direitos humanos se tornou tão acesamente debatida.
Boaventura de Sousa Santos. Por uma concepção multicultural dos direitos huma-
nos. Disponível em: www.dhnet.org.br. (com adaptações).

1. (CEBRASPE/CESPE) O texto é essencialmente dissertativo-argumentativo e nele o


autor expressa sua opinião a respeito do assunto tratado.
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COMENTÁRIO
Boaventura de Sousa Santos, filósofo e jurista, aborda temáticas como direitos humanos
ou direito de forma geral; assuntos de natureza jurídica. .
20m

Texto:
Apresentando vantagens preventivas, terapêuticas e em efeitos colaterais sobre os me-
dicamentos sintéticos, os medicamentos fitoterápicos vêm se apropriando do mercado
mundial de forma diretamente proporcional às exigências do consumidor. No Brasil,
essa tendência tem suscitado ações nas diferentes esferas governamentais. Na do
governo federal, algumas iniciativas foram empreendidas para inserção dos medica-
mentos fitoterápicos na rede pública de saúde, porém sem muito sucesso: Programa
de Pesquisa de Plantas Medicinais da Central de Medicamentos (PPPM/CEME/MS)
(1971-1997), Projeto Flora (1982), Resolução CIPLAN (Comissão Interministerial de
Planejamento e Coordenação) (1988), entre outros.
A alternância político-administrativa brasileira constitui-se no cerne da descontinuidade
dessas iniciativas. Entretanto, tem surgido, ao longo das três últimas décadas, inicia-
tivas isoladas de aproveitamento dos recursos terapêuticos da flora brasileira como
medicamento, por parte das secretarias de saúde, em níveis estadual e municipal, e por
organizações civis dos movimentos populares.
Essas iniciativas não se restringem à população brasileira, pois aproximadamente 60%
da população mundial recorre, quase que exclusivamente, às plantas medicinais como
recurso terapêutico. Confirmando essa informação, a Organização Mundial de Saúde
(OMS) estima que 85% da população dos países em desenvolvimento utilizem as plan-
tas medicinais nos cuidados primários de saúde.
Em iniciativa pioneira, em 1983, o professor Francisco Matos, farmacêutico, fitoquímico
e pesquisador da Universidade Federal do Ceará (UFC), a partir do horto da universi-
dade, idealizou e implantou, com sua equipe, o Projeto Farmácia Viva, voltado para o
atendimento de pequenas comunidades, validando plantas de amplo uso popular na re-
gião para produzir e disponibilizar preparações extemporâneas (para uso em até 48 ho-
ras após manipulação, com formulação prescrita e individualizada) a essa população.
Ele obteve notoriedade por suas andanças pelo Nordeste, levantando e identificando
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espécies vegetais nas comunidades: juntou a prática e o saber local com a capacidade
técnica-científica-informacional e as normas.
Em 2010, o Farmácia Viva foi instituído pelo Ministério da Saúde, no âmbito do Siste-
ma Único de Saúde (SUS), mediante a Portaria MS/GM n.º 886, como um modelo de
farmácia no contexto da Assistência Farmacêutica Nacional, o qual abrange as etapas
de cultivo, coleta, processamento, armazenamento de plantas medicinais, preparação
e dispensação de produtos magistrais e oficinais de plantas medicinais e fitoterápicos,
conforme previsão da Resolução RDC n.º 18/2013 da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa), do MS. Desde então, o Farmácia Viva tornou-se um programa de
medicina social, cujos objetivos são oferecer assistência farmacêutica fitoterápica a en-
tidades públicas e a comunidades regionais interessadas em utilizar plantas medicinais
como recurso terapêutico sem fins lucrativos, estudar cientificamente as plantas medici-
nais, desde a fase de cultivo das espécies até a produção dos fitoterápicos, e distribuir
os produtos obtidos a partir das espécies selecionadas.
Elizabeth Michiles. Diagnóstico situacional dos serviços de fitoterapia no estado do Rio
de Janeiro. In: Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 14, supl. 1, 2004, p. 16-19
(com adaptações).
Randal Vinícius Bianchi, Maria Behrens e Ana Maria Soares Pereira. Farmácia da natu-
reza: um modelo eficiente de farmácia viva. In: Revista Fitos, v. 10, n. 1, jan./mar. 2016,
p. 73-76 (com adaptações).

2. (QUADRIX) Predomina, no texto, a tipologia narrativa, característica do gênero epistolar. .


25m

COMENTÁRIO
O gênero epistolar diz respeito ao gênero carta.

3. (QUADRIX) Deduz-se do texto que o objetivo da introdução, no sistema de saúde pú-


blica, de programas como o Farmácia Viva era substituir os programas tradicionais de
prevenção de doenças e promoção da saúde. .
30m

4. (QUADRIX) De acordo com o texto, o Farmácia Viva promove o uso terapêutico de


plantas medicinais em comunidades regionais.
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5. (QUADRIX) Depreende-se do texto que nenhuma das iniciativas governamentais de


inserção dos medicamentos fitoterápicos na rede de saúde pública surtiu efeito prático.

6. (QUADRIX) Conforme o texto, mais da metade dos habitantes do globo terrestre têm
feito uso de medicamentos fitoterápicos como recurso terapêutico.

COMENTÁRIO
Os fitoterápicos são medicamentos que utilizam apenas as folhas das plantas medicinais
como forma de tratamento.

GABARITO
1. C
2. E
3. E
4. C
5. E
6. E

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Wagner Alves de Sousa.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conte-
údo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura
exclusiva deste material.
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