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DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO

UNIVERSIDADE TECNOLÒGICA FEDERAL DO PARANÁ


ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO EM LÍNGUA PORTUGUESA III
ESTAGIÁRIAS: DANNY ANTUNES E SILMARA SILVA

AFINAL O QUE É RESUMO?


É um gênero textual, no qual o produtor demonstra a compreensão global do texto.
O resumo é uma paráfrase resumida do original, ou seja, você dizer a mesma coisa, porém com outras
palavras.
Em um resumo, devem aparecer apenas conteúdos presentes no texto base. É crucial separar somente as
ideias mais importantes do texto original. Por isso, é importante saber selecionar as principais ideias do texto e
reescrevê-lo com linguagem própria (sem cópias).

Lembre-se:
• Não emita comentários e julgamentos;
• Não reproduza de partes ou frases completas do texto original;
• Cite o nome do autor e a fonte do texto.
• Palavras-chave são as palavras mais importantes do parágrafo, que traduzem o sentido de um contexto.
• Faça o resumo com linguagem própria, sem a necessidade de fazer cópias de trechos ou expressões do autor.
• Não use título;
• Selecione as informações essenciais do texto;
• Organize as ideias coerentemente, mantendo a ordem do texto original;
• Marque a temática logo no início, bem como as referências.
• Articule as informações com mecanismos coesivos e retomada de referências;
• Use 3ª pessoa.
• use a norma culta (padrão).
• Textos em primeira pessoa devem ser transpostos para a terceira pessoa do discurso.
• Leia o texto três vezes: uma vez para se familiarizar com o texto.
• Na segunda leitura, grife as ideias principais de cada parágrafo.
• Faça ainda uma terceira leitura grifando palavras-chaves que servirão de base para a sua produção textual.
• Leia o texto três vezes: uma vez para se familiarizar com o texto.
• Na segunda leitura, grife as ideias principais de cada parágrafo.
Fazer uma terceira leitura grifando palavras-chaves que servirão de base para a sua produção.

ETAPAS:
 Leitura inicial do texto, atentando para o tema e as principais informações;
 Releitura, sublinhando as principais informações, palavras chaves ou trechos, fazer
escolhas: deixe de lado o acidental (detalhes, explicações, exemplos) e fique com o
essencial (ideias principais);
 Selecione os trechos sublinhados e esquematize as informações, interligando-as com
elementos coesivos;
 Organize as ideias fundamentais do texto original num discurso seu, coeso e coerente. Seja
fiel às ideias expressas pelo autor, não acrescente informações. Foque nas informações
principais, elimine as exemplificações e dados secundários;
 Empregue linguagem padrão, com vocabulário próprio, sem copiar frases ou expressões
(apenas as absolutamente necessárias).
 A linguagem deve ser objetiva e clara. Evite repetições de ideias e de palavras.
 Técnicas para a produção do resumo:
 APAGAMENTO
Ex.: O velho jardineiro trabalhava muito bem. Ele arrumava muitos jardins diariamente. Poderia ficar assim: O
jardineiro trabalhava bem.

 GENERALIZAÇÃO
Ex.: Pedro comeu picanha, costela, alcatra e coração no almoço. Fica assim: Pedro comeu carne no almoço.

 CONSTRUÇÃO
Ex.: Maria comprou farinha, ovos e leite. Foi para casa, ligou a batedeira, misturou os ingredientes e colocou-os
no forno. Fica assim: Maria fez um bolo.

RESUMO DE ARTIGO DE OPINIÃO


EXEMPLO: VESTIBULAR UFPR 2012/2013

Doutor Advogado e Doutor Médico: até quando?


Retirado de: http://www.nc.ufpr.br/concursos_institucionais/ufpr/ps2012/provas2fase/
PS2012_Compreensao_Producao_Textos.pdf

Sei muito bem que a língua, como coisa viva que é, só muda quando mudam as pessoas, as relações entre
elas e a forma como lidam com o mundo. Exerço, porém, um pequeno ato quixotesco no meu uso pessoal da
língua: esforço-me para jamais usar a palavra “doutor” antes do nome de um médico ou de um advogado.
Travo minha pequena batalha com a consciência de que a língua nada tem de inocente. Se usamos as
palavras para embates profundos no campo das ideias, é também na própria escolha delas, no corpo das
palavras em si, que se expressam relações de poder, de abuso e de submissão. Cada vocábulo de um idioma
carrega uma teia de sentidos que vai se alterando ao longo da História, alterando-se no próprio fazer-se do
homem na História. E, no meu modo de ver o mundo, “doutor” é uma praga persistente que fala muito sobre
o Brasil.

Assim, minha recusa ao “doutor” é um ato político. Um ato de resistência cotidiana, exercido de forma
solitária na esperança de que um dia os bons dicionários digam algo assim, ao final das várias acepções do
verbete “doutor”: “arcaísmo: no passado, era usado pelos mais pobres para tratar os mais ricos e também
para marcar a superioridade de médicos e advogados, mas, com a queda da desigualdade socioeconômica e a
ampliação dos direitos do cidadão, essa acepção caiu em desuso”.

Historicamente, o “doutor” se entranhou na sociedade brasileira como uma forma de tratar os superiores na
hierarquia socioeconômica – e também como expressão de racismo. Ou como a forma de os mais pobres
tratarem os mais ricos, de os que não puderam estudar tratarem os que puderam, dos que nunca tiveram
privilégios tratarem aqueles que sempre os tiveram. O “doutor” não se estabeleceu na língua portuguesa
como uma palavra inocente, mas como um fosso, ao expressar no idioma uma diferença vivida na
concretude do cotidiano que deveria ter nos envergonhado desde sempre.

A resposta para a atualidade do “doutor” pode estar na evidência de que, se a sociedade brasileira mudou
bastante, também mudou pouco. A resposta pode ser encontrada na enorme desigualdade que persiste até
hoje. E na forma como essas relações desiguais moldam a vida cotidiana.

O “doutor” médico e o “doutor” advogado, juiz, promotor, delegado têm cada um suas causas e
particularidades na história das mentalidades e dos costumes. Em comum, têm algo significativo: a
autoridade sobre os corpos. Um pela lei, o outro pela medicina, eles normatizam a vida de todos os outros.
Não apenas como representantes de um poder que pertence à instituição e não a eles, mas que a transcende
para encarnar na própria pessoa que usa o título.

Se olharmos a partir das relações de mercado e de consumo, a medicina e o direito são os únicos espaços em
que o cliente, ao entrar pela porta do escritório ou do consultório, em geral já está automaticamente numa
posição de submissão. Em ambos os casos, o cliente não tem razão, nem sabe o que é melhor para ele. Seja
como vítima de uma violação da lei ou como autor de uma violação da lei, o cliente é sujeito passivo diante
do advogado, promotor, juiz, delegado. E, como “paciente” diante do médico, deixa de ser pessoa para
tornar-se objeto de intervenção.
Num país no qual o acesso à Justiça e o acesso à Saúde são deficientes, como o Brasil, é previsível que tanto
o título de “doutor” permaneça atual e vigoroso quanto o que ele representa também como viés de classe.
Infelizmente, a maioria dos “doutores” médicos e dos “doutores” advogados, juízes, promotores, delegados
etc. estimulam e até exigem o título no dia a dia.
(Eliane Brum. Época – 10 set. 2012. Adaptado.)

Escreva um resumo do texto acima, com 10 linhas no máximo. Em seu texto, você deve:
• apresentar o ponto de vista da autora e os argumentos que ela utiliza para justificá-lo;
• escrever com suas próprias palavras, sem copiar enunciados da autora;
• mencionar no corpo do resumo o autor e a fonte do texto Doutor Advogado e Doutor Médico: até quando?

EXEMPLO:
A jornalista, escritora e documentarista Eliano Brum, em artigo publicado na revista “Época” de 10
de setembro de 2012, critica o uso arcaico da palavra “doutor” diante dos nomes de médicos e
advogados. De acordo com a articulista, é por meio da palavra, que tem vários sentidos, que as
relações de poder, de abuso e de submissão se estabelecem. Apesar da redução da disparidade
socioeconômica e do aumento dos direitos civis, o uso histórico de “doutor” se mantém. Isso porque,
argumenta Brum, o cidadão assume um papel de passividade diante desses profissionais,
diferentemente do que ocorre nas relações de mercado e consumo, nas quais o cliente tem sempre
razão. A jornalista conclui que a hierarquia socioeconômica deve permanecer no Brasil, enquanto for
deficiente o acesso à Justiça e à Saúde.

REFERÊNCIAS
CEREJA, William Roberto. Português Linguagens, vol.1. 7ª ed. reformulada. São Paulo: Saraiva, 2010.
COMO FAZER UM RESUMO. Disponível em: http://comunicare2009.blogspot.com.br/2009/05/como-fazer-um-resumo.html
Acesso: 02 abr. 2016.
COMO RESUMIR UM TEXTO. Disponível em: http://www.mundovestibular.com.br/articles/1413/1/COMO-RESUMIR-
UMTEXTO/Paacutegina1.html Acesso: 02 abr. 2016.
GÊNERO TEXTUAL RESUMO. Disponível em: http://madreclelia.redesagradosul.com.br/wp-content/uploads/sites/
3/2012/07/por_1341250138.pdf Acesso: 02 abr. 2016
POSITIVO, Curso Positivo. Disponível em: http://www.cursopositivo.com.br/Provas%20Corrigidas/UFPR/PROVAS
%20CORRIGIDAS%20E%20COMENTADAS%20-%202%C2%AA%20FASE%20-%20UFPR%20-%202012-2013/Producao
%20e%20Compreensao%20de%20Textos%20-%20UFPR%20-%202a%20fase%20-%20COMENTARIO%20GERAL%20+
%20questoes.pdf Acesso: 02 abr. 2016.
UFPR, Vestibulares Anteriores - NC- UFPR. Disponível em:  http://www.nc.ufpr.br/vestant/center_vestant.htm Acesso: 02 abr.
2016.

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