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SUMÁRIO
TEXTO DISSERTATIVO ........................................................................................................................................ 2
PARTES DA DISSERTAÇÃO .......................................................................................................................... 3
TIPOS DE DISSERTAÇÃO ............................................................................................................................. 3
PROPOSTA DE REDAÇÃO ............................................................................................................................... 3
VERSÃO FINAL............................................................................................................................................ 5

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TEXTO DISSERTATIVO

O texto dissertativo é aquele em que se apresenta ou se defende uma ideia. Isso quer dizer
que pode ser um texto opinativo (inteiramente ou em parte), em que se desenvolve a chamada
tese para defender algum posicionamento.
Com relação à apresentação, a linguagem utilizada é a norma culta, evita-se qualquer tipo
de vício frequente na oralidade ou expressões consideradas inapropriadas para esse tipo de
texto. A sua escrita exigirá do das informações ou para posicionamento frente ao tema proposto.
É muito comum que o texto dissertativo esteja relacionado a temas da atualidade, ou seja, estão
ancorados em fatos recentes.
A arte de dissertar é a arte de argumentar, de analisar criticamente uma ideia e apresentar
um posicionamento sobre o tema. Esse é um conceito geral, pois ainda veremos outras
modalidades de dissertação. A apresentação dessas ideias deve primar pela norma culta, mas
não se deve acreditar que o uso de rebuscamento ou termos pomposos seja algo positivo para
esse tipo de texto. Quanto mais prolixo o texto, maiores dificuldades ele apresentará para a
compreensão da banca. Nesse caso, o menos é mais.
A dissertação terá sempre um objetivo específico, ou seja, um propósito, uma intenção.
Essa intenção será a de convencer o leitor, de oferecer perspectivas sobre um fato relevante, de
interesse público.
Os argumentos e sua organização serão as ferramentas mais importantes para a
dissertação, pois precisam ser ordenados de forma a alcançar o receptor e fazê-lo considerar a
possibilidade (verdadeira ou não) do que se expõe e do que se tenta comprovar.
Esse convencimento é chamado de capacidade de persuasão e pode ser visto não apenas
em dissertações. Muitos políticos, líderes de empresas, professores, líderes religiosos ou
advogados fazem uso dessa competência para alcançarem seus objetivos.
Ainda é preciso destacar que os textos dissertativos são desenvolvidos a partir de um
tema oferecido pela banca organizadora. Esse tema, geralmente, é um recorte sobre algum
assunto de natureza geral. Por exemplo, o assunto pode ser “drogas”, e a banca apresenta a
temática de “uso de drogas por menores”, o que é muito comum.
Com relação ao tema, muitos candidatos acabam fugindo do que a banca solicita. É comum
que o aspecto do assunto seja mais abordado, e o tema fique em segundo plano, o que é um erro
grave. Será preciso sempre seguir o recorte realizado pela banca para evitar zerar o texto ou
cometer fuga parcial do tema. Ainda que a apresentação do texto seja impecável, se o conteúdo
não estiver pertinente ao tema, o candidato será prejudicado.
Em algumas dissertações, como na argumentativa, pode ser cobrada uma tese. Essa tese
é parte do conhecimento do candidato, de seu posicionamento, de sua capacidade de
contextualizar fatos, argumentar, exemplificar. Em dissertações expositivas o posicionamento
é deixado de lado, pois o aspecto mais importante é a apresentação das informações solicitadas
pela banca.
O que o texto não pode perder é sua unicidade e sua progressão. Assim, será preciso que
os parágrafos e períodos estejam bem conectados, estabelecendo uma relação lógica e
harmônica. Mudanças repentinas de ideia podem gerar incoerências e prejudicar o bom
andamento do texto. Será necessário seguir uma linha de raciocínio que permaneça até o final
do texto.

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PARTES DA DISSERTAÇÃO

A estrutura do texto dissertativo não é segredo para ninguém. Geralmente, aprendemos


essa estrutura quando estamos nos bancos escolares e não mais a esquecemos. No entanto, as
redações de concurso devem seguir, além do perfil da banca, uma construção que se distancia
um pouco da estrutura escolar, e isso dependerá sempre de cada proposta.
De modo geral, podemos separar o texto dissertativo em três partes que podem se
subdividir. Assim, teremos a introdução, o desenvolvimento e a conclusão. Essa separação
tornará o texto mais objetivo, ajudará na representação das ideias quanto à clareza e, ainda,
deixará o texto mais bem articulado.

TIPOS DE DISSERTAÇÃO
A dissertação pode apresentar uma roupagem diferente, dependerá do tipo de proposta
colocado por uma banca. Assim, destacam-se algumas possibilidades:

Dissertação Expositiva
Para essa dissertação não há um posicionamento, o que ocorre é a exposição de
informações. Esse tipo de proposta é muito comum quando ocorre um estudo de caso, por
exemplo, ou quando a banca seleciona tópicos que precisam apenas de uma exposição. Não há
uma tese a ser
defendida, não há uma discussão sobre o assunto, apenas exposição desse.

Dissertação Argumentativa
Para a dissertação argumentativa existe um posicionamento frente ao tema, será preciso
apresentar uma base argumentativa sólida para defender esse posicionamento. O uso de
exemplos, conceitos, citações e outros recursos argumentativos fortalecem o posicionamento
do autor. Uma análise crítica e bem fundamentada é indispensável para esse tipo de produção
textual.

PROPOSTA DE REDAÇÃO

Considere o seguinte texto de Martín Caparrós, publicado no jornal El País (agosto 2018):
Dizem que não tem mais volta, que é assim mesmo: comecemos a pensar quais, e como,
porque em breve vamos nos alimentar de muitos insetos. Ocorre que o fornecimento de
proteínas animais já é um problema, e será cada vez mais. A produção de carne de mamíferos é
a forma mais brutal de concentração da riqueza alimentar: são necessários 10 quilos de cereais
– que poderiam saciar 10 famílias – para que uma vaca produza um quilo de sua carne – que
alimentará uma só. Durante milênios, a carne só foi possível porque pouquíssimos a comiam;
agora, quando cada vez mais gente pode pagá-la, o mundo está sobrecarregado, gastando
recursos que não tem – um terço de suas terras produtivas – para fabricá-la.

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O mecanismo não pode perdurar, o planeta não aguenta. Então, enquanto termina de ficar
pronta a carne produzida em laboratório por clonagem de células, parece que os insetos
fornecerão essas proteínas. É preciso começar a se acostumar, dizem, e há milhões de dentes
rangendo. Não deveriam, mas a ideia não chega a empolgar. Já faz quatro anos que três
holandeses, encabeçados pelo antropólogo Arnold van Huis, o maior propagandista dos insetos,
publicaram o livro The Insect Cookbook: Food for a Sustainable Planet (“O livro de cozinha dos
insetos: alimentos para um planeta sustentável”).
Artigos foram publicados, especialistas se reuniram, e muitos anunciaram a boa nova, mas
quem de vocês comeu um inseto ultimamente? (Embora a palavra insetos seja enganosa: não
dizemos que comemos mamíferos, e sim que comemos vaca (muitos), porco (outros), cordeiro
(alguns), cachorro (quase ninguém), cavalo (cada vez menos), mas não comemos elefante,
canguru, rato nem pessoas, em princípio. Por outro lado, a ideia de “comer insetos” remete tanto
ao gafanhoto como à barata e à vespa, sendo repugnante para muitos).
O que se diz é que comer ou não comer certos animais depende de encontrar a distância
justa. Não comemos os que queremos por perto, nem os que tememos por serem longínquos;
comemos o que está aí, disponível, mas sem relação, inscrito numa tradição, conhecido: aqueles
mamíferos, mais três ou quatro aves. Um inseto, por outro lado, está no escuro, em cantos
afastados, na inquietação. Um inseto soa como algo sujo ou ameaçador: ou polui ou dói. Um
inseto, em princípio, dá nojo – e, agora, temos que aprender que nos convém.
Tudo consiste em mudar sua imagem: torná-los cool, apetitosos. Mas os insetos não têm
lobby industrial; só algumas ONGs e acadêmicos bem-intencionados, chefs cheios de culpa e
startups entusiasmadas. Que esbarrarão na resistência dos poderosos fabricantes de carne de
mamífero, dispostos a tudo, como sempre, para manter seus privilégios, seus negócios.
Avizinha-se uma batalha cultural extraordinária. Os açougueiros usarão todas as armas.
Não estranharia que começassem a chover, por exemplo, sisudas teses sobre os danos causados
pelo consumo do Alphitobius diaperinus – ou verme-do-búfalo – no duodeno toponímico. Ou
que Hollywood se pusesse a produzir filmes assustadores em que enormes insetos invadem e
destroçam.
Ou que os jornalistas, desses que nunca faltam, contassem com recursos e detalhes as
insaciáveis epidemias causadas por abelhas nutritivas em Bornéu. Que tudo seja para o nojo,
para o medo, os preconceitos.
Será, definitivamente, uma batalha épica entre nossos terrores mais atávicos e nossas
necessidades mais atuais: será para assistir comendo pipoca. Ou, melhor, para participar: uma
luta entre os que pretendem conservar tudo para alguns poucos, e os que querem que muitos
outros tenham um pouquinho. Assim, a guerra contra o nojo será, quando for lançada, outra
batalha da grande guerra contra a fome.
(Disponível em:
https://brasil.elpais.com/brasil/2018/08/21/eps/1534851060_928949.html)

Escreva um texto dissertativo-argumentativo discutindo a questão apresentada por


Martín Caparrós. Seu texto deve:
• contextualizar a problemática apresentada;
• destacar os pontos principais da argumentação do autor;
• assumir um ponto de vista acerca dos desdobramentos desse quadro no comportamento
humano, devidamente fundamentado;
• ter entre 20 e 25 linhas.

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VERSÃO FINAL

Um dos desafios do tempo presente está relacionado à fome no mundo. Para tanto, faz-se
necessário discutir como resolver essa situação, já que são evidentes aspectos como
desperdício de alimento, perdas em produtividade e desigualdade de renda. Por isso, alguns
especialistas apontam para uma possível tendência: a alimentação à base de insetos.
Em primeiro lugar, torna-se coerente afirmar que a rejeição aos insetos é uma questão
cultural, ou seja, está ligada ao comportamento do homem. Para muitas pessoas, esse hábito é
visto como uma atitude primitiva, o que gera um certo preconceito. Porém, há muitos lugares
que usam os insetos em suas refeições diárias. Por exemplo, no Camboja (sudeste asiático),
aranhas são iguarias; na China, apreciam-se espetos de grilos e larvas de bicho-da-seda; no
México, degustam-se lagartas.
Nesse sentido, verifica-se que a opção por comer ou não insetos tem relação com o
contexto de cada país. Entretanto, o que não se pode negar é que comer insetos não faz mal à
saúde dos humanos, visto que esses animais são ricos em proteína, em lipídeos de qualidade
(gordura), fibra, vitaminas e minerais. Logo, torna-se interessante que haja discussões acerca
dessa possibilidade, já que muitas pessoas passam fome no mundo.
A alimentação com base em insetos, portanto, depende predominantemente de aspectos
culturais. Talvez seja uma alternativa para lugares em que a fome é severa, e onde não há
soluções rápidas para superar esse desafio. Além disso, vale ressaltar que a produção de
alimentos está ligada a aspectos econômicos também, o que influencia o investimento em uma
e outra forma de acesso a alimentos.

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