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Introdução: introduz o tema a ser discutido, apresenta a idéia a ser desenvolvida.; deve ser clara e
determinar a seqüência de idéias a serem desenvolvidas.
Desenvolvimento: desenvolve o tema proposto por meio de argumentos consistentes.
Fechamento/Conclusão: costura‘ o que foi dito até então
O texto dissertativo pode se compor de um só pará grafo ou de mais de um. Tudo dependerá da
situaçã o comunicativa proposta, das condiçõ es, inclusive materiais, de produçã o. Qualquer que seja esse
‘tamanho’, a composiçã o será a mesma: introduçã o + desenvolvimento + fechamento.
SUGESTÕES PARA REDIGIR
1. Seja estrategista: ao ler a proposta temática, procure organizar seu posicionamento sobre o assunto. Também organize os
argumentos dos quais você se valerá para fazer a defesa do seu ponto de vista. Isso é feito no rascunho antes de se pensar
em começar qualquer texto.
2. Introdução: seja objetivo na introdução. Jamais faça uma introdução geral sobre o fato a ser analisado. Um dos quesitos
mais avaliados em qualquer redação para concursos é a objetividade; portanto, ser objetivo é essencial, principalmente
quando se trata da abertura do texto.
3. Argumentos: os argumentos são exposições verbais que usamos para dar força ao caminho que escolhemos. Se somos ou a
favor de algum fato ou de alguém, isso não importa. Importará à banca o modo como empregamos nossa estratégia de
defesa. Para isso, é bom que organizemos nossa defesa, colocando em primeiro plano as mais importantes. Os argumentos
podem consumir em provas do Cespe até 90% da pontuação válida. Por isso devem ser bem organizados por ordem de
importância e por exposição clara.
4. Conclusão: é preciso ter atenção a dois fatores comuns na conclusão, porém incorretos: a aparição de assunto novo, não
mencionado no texto; a construção de frases subjetivas e continentes de soluções para o caso apresentado. Na conclusão,
não é preciso inventar mais nada. É o momento de finalização do texto, em que se deve apenas confirmar posições já
exploradas.
5- Legibilidade: depois de organizar suas ideias no rascunho, preocupe-se com sua letra. Não importa se
cursiva ou de forma; se com diferenciação de maiúsculas ou minúsculas; o que importa é tornar o texto
legível. Esse critério pode consumir 10% do valor da redação, nos seus menores males. Mas
devemos sempre estar atentos ao leitor e nos preocuparmos com o trabalho que ele terá para ler
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nosso texto. O capricho com a letra é entendido como sinal de empatia e preocupação, por isso escrevamos
nossas letras com cuidado para manifestarmos clareza.
6- Título: este é um ponto polêmico em vários cursos de redação. O importante é ler o camando ae ficar
atento. O título é conhecido como elemento topicalizador do assunto a ser tratado no texto. Em outras
palavras, é o título que adianta parte do conteúdo a ser tratado no texto para que o avaliador possa receber
antecipadamente parte da ideia a ser desenvolvida ao longo do texto. Deve-se colocar apenas a primeira letra
maiúscula e o restante minúscula (a não ser que seja nome próprio).
7. Tabulação : procure dar um espaço bem visível a seus parágrafos. Alguns se esquecem de fazer
isso e começam seus parágrafos muito próximos à margem esquerda.
8- Parágrafos: o tamanho dos parágrafos pode ser calculado pelo total de linhas empreendidas no texto. Não
é uma rigidez, mas faz bem para a aparência do texto a manutenção de parágrafos mais ou menos do
mesmo tamanho. Parágrafos com quatro, cinco ou seis linhas não são extensos e costumam
comportar boa divisão quanto à formação de períodos curtos ou quanto ao aspecto de coerência de
ideias. Tamanho mediano de parágrafos evita também a construção de ideias vagas, estas que podem se
originar quer seja pelo seu excessivo encurtamento, quer seja pela sua excessiva extensão.
9.Coloquialismos, jargões e clichês: qualquer expressã o desgastada pelo uso popular ou pelo
uso constante em dissertaçõ es deve ser evitada. Infelizmente, excelentes candidatos ainda teimam em
usar clichês ou jargõ es, principalmente aqueles que nã o saem das redaçõ es de concursos, tais
como “atualmente”, “ a cada dia que passa”, “Carta Magna”, “diante do exposto”, “coisa”, “Carta maior”,
“morosidade”, “bojo”, “alicerce”, etc. Evitemos tais expressõ es!
10. Vocabulário : sejamos simples no trato com as palavras. Nã o há necessidade de causar
boa impressã o, explorando vocabulá rio raro. Para respeitar o princípio da clareza, é preferível
empregar palavras comuns que possam transmitir, sem muito esforço, as informaçõ es veiculadas
no texto.
Com essas dez dicas, fica mais fá cil começar um texto ou ajustar um já existente. Lembrando que
no concurso nã o precisamos redigir preciosidades nem primores textuais, temos apenas que cumprir o
que a banca nos propuser, de modo claro e bastante objetivo
Se vocês seguirem a orientação dada pelo esquema, desde o 1º parágrafo, verão que não há como se perder na redação, nem fazer
a introdução maior que o desenvolvimento, já que a introdução apresenta, de forma embrionária, o que será desenvolvido no corpo
do texto. E lembre-se de que a conclusão sempre retoma a idéia apresentada na introdução, reafirmando-a, apresentando
propostas, soluções para o caso apresentado. Com essa noção clara, de estrutura de texto, também é possível melhorar o seu
desempenho nas provas de compreensão e interpretação de textos.
PROVA DE REDAÇÃO- PRF -2008- CESPE- UnB- NÍVEL MÉDIO
Na aurora dos tempos históricos, o homem dependia diretamente do espaço circundante para a reprodução de sua vida.
Dessa forma, as primeiras técnicas foram elaboradas no contato íntimo com a natureza.
O surgimento do sistema capitalista acarretou um aprofundamento da divisão, social e geográfica, do trabalho, que separou
o homem dos meios de produção, e, cada vez mais, o homem se vê obrigado a utilizar técnicas que não criou, para produzir para
outros aquilo de que não tem necessidade ou que não tem os meios de utilizar.
Milton Santos. Economia espacial: críticas e alternativas. Maria Irene de Q. F.
Szmrecsányi (Trad.). 2. ed. São Paulo: EdUSP, 2003, p. 137-8 (com adaptações).
Na discursividade urbana, o social fica imobilizado pelo discurso da marginalidade, que tem na segurança sua
contraparte, e pelo discurso do planejamento, que focaliza a infra-estrutura. Dois pontos de equívoco que reafirmam a
exclusão social.
Eni P. Orlandi (Org.). Cidade atravessada: os sentidos públicos no espaço urbano.
Campinas: Pontes, 2001, p. 59.
FAVELÁRIO NACIONAL
1. Tenho medo. Medo de ti, sem te conhecer,
Medo só de te sentir, encravada
Favela, erisipela, mal-do-monte 9. Custa ser irmão,
Na cova flava do Rio de Janeiro. custa abandonar nossos privilégios
e traçar a planta
5. Medo: não de tua lâmina nem de teu revólver da justa igualdade.
nem de tua manha nem de teu olhar. Somos desiguais
Medo de que sintas como sou culpado e queremos ser
e culpados somos de pouca ou nenhuma irmandade. sempre desiguais.
Carlos Drummond de Andrade. Carlos Drummond de Andrade – poesia e prosa.
Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1988, p.1.027-8.
Considerando que os textos acima têm caráter unicamente motivador, redija um texto dissertativo que responda à seguinte
pergunta.
Tema 1
O principal problema das megalópoles é a superpopulação?
A partir da proposta, sugiro que programem no rascunho respostas a estas duas perguntas:
I. Qual é a minha posição sobre o tema?
II. Quais são as minhas estratégias para garantir a validade do meu posicionamento? ( escolha três bons
argumentos)
À s vezes uma proposta argumentativa tem como base textos ou frases-modelo, cujo conteú do
semâ ntico a banca nos oferece para que possamos contestar ou atestar.
Nã o importa o modo como a banca irá nos pedir uma argumentaçã o, sugiro que usem sempre o
esquema de perguntas e respostas para amadurecer suas estratégias ainda no rascunho.
Rascunhando (suposto exercício) com base na elaboração de perguntas:
I- Posicionamento – Acho realmente que o principal problema das megalópoles é
superpopulação.
II- Argumentos – Por quê?
1º argumento de defesa: o aumento populacional é maior e mais rápido se comparado ao crescimento infra-
estrutural de uma cidade.
2º argumento de defesa: com aumento populacional há, por consequência, aumento da miséria.
3º argumento de defesa: como a miséria cresce mais rápido do que a contenção político-social dela, o
crescimento da violência é sua consequência imediata.
A INTRODUÇÃO:
Se você tem dificuldade para esboçar uma introdução, tente seguir esta dica:
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Primeiro: tente parafrasear o tema – copiá-lo com outras palavras. Em seguida dê seu posicionamento sobre o assunto. Por fim
sintetize dois ou três motivos que servirão nas futuras linhas do texto para defender seu posicionamento.
Vejamos a introdução feita com base no texto acima e comentada em negrito
Uma superpopulação pode trazer sérios problemas para uma cidade (paráfrase + posicionamento). Um deles é a dificuldade de
se planejar o espaço urbano na mesma velocidade com que cresceu a população. O outro diz respeito à miséria e à violência que
aumentam em função de um crescimento populacional desordenado. (argumentos).
ARTICULADORES TEXTUAIS
Articuladores textuais, ou marcadores discursivos, são expressões linguísticas, provenientes das classes de conjunções, advérbios,
preposições, envolvidas na construção do sentido do texto. Eles relacionam segmentos textuais de qualquer extensão (períodos,
parágrafos, sequências textuais ou porções maiores do texto) e contribuem para a interpretação do enunciado, com três funções
relevantes: cognitiva, por guiarem o interlocutor no percurso interpretativo do texto; enunciativa, por remeterem ao próprio evento da
enunciação; argumentativa, por apontarem a orientação argumentativa do texto.
Vamos considerar três tipos de articuladores. Primeiro, os organizadores textuais, que ordenam o texto em uma sucessão de
segmentos complementares: em primeiro lugar/em segundo lugar, depois/em seguida/enfim, por um lado/por outro lado.
Um segundo tipo é representado pelos marcadores metadiscursivos, que atribuem um ponto de vista a partes do texto, servindo para
o locutor comentar a formulação do enunciado ou a própria enunciação. Eles podem ser subdivididos em: (1) modalizadores, que
são usados para o locutor se posicionar diante do que diz: certamente, evidentemente, aparentemente, obrigatoriamente, sem
dúvida, (in)felizmente, lamentavelmente, talvez, no meu modo de entender, em resumo, entre muitos outros; (2) articuladores
metaformulativos, que são usados quando o locutor faz reflexões sobre a forma como empregou termos ou palavras em seu texto,
ou sobre a função de um segmento em relação a um anterior: mais precisamente, sobretudo, isto é, quer dizer, na verdade, quanto
a, em relação a, a respeito de, a título de esclarecimento/de comentário/de crítica e outros; (3) articuladores metaenunciativos, que
são usados na introdução dos enunciados e evidenciam que o locutor está refletindo sobre sua forma de expressão: digamos(assim),
como se diz, podemos dizer, sei lá, grosso modo...
O terceiro tipo de articuladores são os conectores, que encadeiam as diferentes partes do texto, expressando uma relação entre
elementos linguísticos ou contextuais. Os mais conhecidos são: porque, pois, uma vez que, já que, devido a, se, logo, então,
portanto, de modo que, assim, a fim de; mas, porém, entretanto, embora, apesar de, mesmo que, ainda que; ou seja, ou melhor,
enfim, finalmente.
Na prática pedagógica, o estudo dos articuladores textuais é importante para a melhor compreensão do processo de construção do
sentido do texto e do discurso. Considera-se que o emprego inadequado dos articuladores ou uma interpretação inadequada de seu
uso pode constituir um problema tanto na produção quanto na recepção de textos, interferindo no seu processamento. Mas não é
recomendável apresentar atividades que visam à assimilação de classificação e reconhecimento dessas expressões. É preciso, ao
contrário, tratar de sua função e de seu uso na construção da coesão e coerência textuais.
LISTA DE ARTICULADORES TEXTUAIS OU CONECTIVOS.
Conectivos são conjunções que ligam as orações, estabelecem a conexão entre as orações nos períodos compostos e também as
preposições, que ligam um vocábulo a outro.
O período composto é formado de duas ou mais orações. Quando essas orações são independentes umas das outras, chamamos
de período composto por coordenação. Essas orações podem estar justapostas (sem conectivos) ou ligadas por conjunções (=
conectivos).
CONECTIVOS coordenativos são as seguintes conjunções coordenadas:
ADITIVAS (adicionam, acrescentam): e, nem (e não), também, que; e as locuções: mas também, senão também, como também…
Ex. Ela estuda e trabalha.
ADVERSATIVAS (oposição, contraste): mas, porém, todavia, contudo, entretanto, senão, que. Também as locuções: no entanto,
não obstante, ainda assim, apesar disso.
Ex. Ela estuda, no entanto não trabalha.
ALTERNATIVAS (alternância): ou. Também as locuções: ou… ou, ora…ora, já…já, quer…quer…
Ex. Ou ela estuda ou trabalha.
CONCLUSIVAS (sentido de conclusão em relação à oração anterior): logo, portanto, pois (posposto ao verbo). Também as
locuções: contudo (também esta pode ser Adversativa), com efeito, então, por isso, por conseguinte, pelo que…
Ex. Ela estudou com dedicação, logo deverá ser aprovada.
EXPLICATIVAS (justificam a proposição da oração anterior): que, porque, porquanto, a saber, ou seja, isto é…
Ex. Vamos estudar, que as provas começam amanhã.
Quando as orações dependem sintaticamente umas das outras, chamamos período composto por subordinação. Esses períodos
compõem-se de uma ou mais orações principais e uma ou mais orações subordinadas.
CONECTIVOS subordinativos são as seguintes conjunções e locuções subordinadas:
CAUSAIS (iniciam a oração subordinada denotando causa.): que, como, pois, porque, porquanto. Também as locuções: por isso
que, pois que, já que, visto que…
Ex. Ela deverá ser aprovada, pois estudou com dedicação.
COMPARATIVAS (estabelecem comparação): que, do que (depois de mais, maior, melhor ou menos, menor, pior), como… Também
as locuções: tão… como, tanto…como, mais…do que, menos…do que, assim como, bem como, que nem…
Ex. Ela é mais estudiosa do que a maioria dos alunos.
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CONCESSIVAS (iniciam oração que contraria a oração principal, sem impedir a ação declarada): que, embora, conquanto. Também
as locuções: ainda que, mesmo que, bem que, se bem que, nem que, apesar de que, por mais que, por menos que…
Ex. Ela não foi aprovada, embora tenha estudado com dedicação.
CONDICIONAIS (indicam condição): se, caso. Também as locuções: contanto que, desde que, dado que, a menos que, a não ser
que, exceto se… Ex. Ela pode ser aprovada, se estudar com dedicação.
FINAIS (indicam finalidade). As locuções: para que, a fim de que, por que…
Ex. É necessário estudar com dedicação, para que se obtenha aprovação.
TEMPORAIS (indicam circunstância de tempo): quando, apenas, enquanto…Também as locuções: antes que, depois que, logo que,
assim que, desde que, sempre que… Ex. Ela deixou de estudar com dedicação, quando foi aprovada.
CONSECUTIVAS (indicam consequência): que (precedido de tão, tanto, tal) e também as locuções: de modo que, de forma que, de
sorte que, de maneira que… Ex. Ela estudava tanto, que pouco tempo tinha para dedicar-se à família.
INTEGRANTES (introduzem uma oração): se, que. Ex. Ela sabe que é importante estudar com dedicação.