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História da Região do Levante: dos primórdios às conquistas

assírio-babilônicas.

1ª. Fase: Pré-história – Do Calcolítico recente ao Bronze Recente – Sistema


político e cultural centralizado em cidades palatinas.

Fim da 1ª. Fase: Ruina das cidades palatinas (causas internas e externas).

2ª. Fase: Ferro (séculos XII-XI): Crescimento demográfico, introdução de


técnicas de controle do território e exploração dos recursos (peso pastoril muito maior
que na fase anterior); lento coágulo de novas realidades políticas de base tribal e de
perspectiva “nacional”, ex.: Israel (centro-norte da Palestina) e Judá (sul).

3ª. Fase: Consolidação: séculos X-IX: novas realidades políticas adquirem


estruturas estatais sólidas, de bases urbanísticas e arquitetônicas importantes, de
organização administrativa funcional. Independência política na faixa siro-palestina.

4ª. Fase: Ápice: séculos IX-VIII (sul) e séculos VIII-VII (norte): quantidade
populacional; qualidade das realizações culturais (arquitetura, urbanística, artes,
artesanato: metalurgia e trabalho com marfim; epigrafia; administração: uso cada vez
mais difuso da escrita; literatura; religião)

Fim da 4ª. Fase: avanço imperial: assírios (750-640); babilônios (610-550).


Sequencia: relações comerciais; tributação; conquista e anexação, destruição e
deportação.

Cronologia Fases Fases bíblicas Fases históricas


absoluta arqueológicas
3500-2800 Calcolítico recente
2800-2000 Bronze antigo Primeiras urbanizações
2000-1550 Bronze médio Período Patriarcal Cidades-estados
Independentes
1550-1180 Bronze recente Êxodo e conquista Domínio egípcio
1180-900 Ferro I Período dos Juízes Etnogenia
Reino unido Período de formação
900-600 Ferro II Reinos divididos Reinos divididos
Domínio assírio
600-330 Ferro III Período exílico Reino neobabilônico
Período pós-exílico Período persa
Bronze Recente

Geografia física:

Clima predominante = semi-árido; finda no árido acentuado no Neguev (ver


sobre as torrentes do Neguev em Sl 126.4) e deserto do Sinai

Agricultura dependente das precipitações pluviais (Dt 11.10-12,14; Joel 2.26).


Em especial do mês de outubro à abril.

Cultura agrícola predominante nas poucas campinas aluviais (vale do Jordão e


planície de Yizre’el; colinas da Shefela)

Colinas e montanhas destinadas à erosão, um pouco contida pelas obras de


socalco. Cenário adequado para o pastoreio de transumante gado miúdo (ovelhas e
cabras) e agricultura de pequeno formato obtida nos wadi das zonas semiáridas. =
empresas familiares, vilas em miniatura.

Terra que “mana leite e mel” (Dt 8.7-8) = suficiente para viver.

Comparada a outras zonas do Oriente Próximo, como o Egito e a


Mesopotâmia, a Síria e a Anatólia, que no passado foram sedes de celebradas
civilizações, de grandes formações estatais, de metrópoles monumentais, a
Palestina oferece recursos para a vida e o desenvolvimento de comunidades
civis, as cifras falam por si mesmas. Para o período do Bronze recente,
quando o Egito e a Mesopotâmia podiam contar com alguns milhões de
habitantes. No ápice do desenvolvimento, durante o segundo período do
Ferro, poderá chegar a 400 mil pessoas. (LIVERANI, 2014, p. 30)

Seu papel de conexão é mais viário que de assentamento. Isso levou mais à
desgraças que riquezas.

[...] esse país tão modesto em recursos naturais e densidade humana


desempenhou um papel de primeira importância nas vicissitudes históricas de
grande parte do mundo. Essa contradição se deve à extraordinária capacidade
que tiveram os habitantes do país de unir entre si paisagem e memória e,
portanto, de carregar sua terra de valores simbólicos que depois de uma
sucessiva história de dispersão e focalização, de afastamento e retorno
contribuiu para difundir amplamente também fora dele. (LIVERANI, 2014,
p. 31).

Fragmentação Geopolítica

Vive-se do que se produz no lugar. Comercio terrestre de matérias primas


(metais) e bens de luxo; cidade com círculo agrícola e com periferia de terras altas ou
estepes adequadas à transumância pastoril.

Estados cantonais ou pequeno reino = centro com cidade cuja dimensão


corresponde aos recursos do território que ela é capaz de drenar. Na Palestina do
período do bronze (2.800-1.200) dificilmente superam os 3 ou 4 mil habitantes.
Situação análoga no ferro II, depois da crise do ferro I. Na cidade reside um “rei” em
seu palácio (edifício de mil metros quadrados).

No território agrícola a população está agrupada em vilas (meia dúzia a


cinquenta casas no máximo). Ugarit, estado cantonal de 25 mil pessoas com 8 mil na
capital. Em geral uma população se divide em 20% dependentes palatinos, 205 pastores
e 60% de camponeses.

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