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Sobre
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Volume 6
Q uestionando c am pliando d teoria e as intervenções
clínicas e em outros contextos
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Santo André, 2001
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Capítulo 8
62 R achel Rodrijjuc* K e rb a u y
boas vindas ao tabu contra trabalhar todos os dias. Qualquer razão religiosa será pronta
mente aceita. (Os acontecimentos do Gênesis precedem a prática do sabath ou foi o dia
do Senhor moldado depois do homem?). No entanto, é necessária a coação pontual.
Deus diz: Taça absolutamente nada!”. Afetado pela escravatura, o grupo pode sofrer para
manter essa prática, e os membros podem ser especialmente agradecidos àqueles que
sofrem por eles e podem acreditar na validade do tabu e observá-lo mais rigorosamente
para mantê-lo contra as transgressões. Você não pode pedir que eu trabalhe por você, nós
nunca trabalhamos nem mesmo para nós". Skinner continua a analisar:
"Tão logo outros dias de lazer apareceram entre os ricos ou a semana de cinco dias para
fodos, o sabafh perde sua força Um tabu nâo ó mafs necessário para evitar ser forçado a
trabalhar. No entanto, ficar a toa nâo é mais fortemente reforçado Há algo para fazer por divertimento
e os dias livres ensinam o que fazer. Com o colapso do sabath lucrou-se com viagens, fogos,
assistir esportes, e intercâmbios proveitosos'', (p. 107.)
66 Rtichcl R od rigu es K c r lu u y
5) A crença de que "trabalhar quando não está a fim ó improdutivo". Essa crença é ex
pressa em frases como: "Não faz bem trabalhar quando você está desmotivado. Não
rende". Os autores acreditam que mesmo estudantes com bom desempenho podem
ter concepções falsas sobre a necessidade de estudar.
Aislie (1984) estabeleceu uma razão para mudar os parâmetros da procrastinação
acadêmica: aumento no valor da recompensa (percebida) da atividade a longo prazo (pas
sar no exame) ou decréscimo no atraso. Para aumentar o valor reforçador de passar no
exame, pode se estabelecer o objetivo de estudar para o exame e até fazer um contrato
com alguém para manter esse estudar. O atraso do exame dependerá de mudanças no
ambiente acadêmico, como diminuir os intervalos entre exames e, nesse caso, é função
da instituição, ou depende de encontrar-se maneiras de obter essa mudança.
Ao observarmos o adiar das tarefas, podemos achar que a pessoa não se comporta
ou não tem conseqüências aversivas. Uma análise detalhada mostra que, geralmente, a
pessoa faz outras atividades, mesmo podendo gostar daquela a ser feita, tendo satisfação
em fazê-la após começar e ter o repertório: sabe fazer bem. O problema, inúmeras vezes,
é que o tempo utilizado na tarefa é pouco em relação ao que precisa ser feito. O resultado
é pequeno e só tem significado quando acumulado. Dizer uma regra sobre "vou trabalhar
um pouco agora, para finalizar dias após", não é suficiente e, provavelmente, não especi
fica claramente a condição aversiva e nem mesmo a reduz. Mesmo fazendo parte do
trabalho adiado, não reduz a ansiedade ou o medo, pois estes não são suficientes, são
uma condição aversiva média, e seu término não reforça a fuga e a resposta necessária:
começar a escrever, colocar ordem na casa, arrumar o armário.
De fato, dados de pesquisa de Kerbauy et al. (1993), Kerbauy (1997) e Kerbauy e
Enumo (1994) mostram que as pessoas podem não sentir nada no momento de adiar a
tarefa mas, posteriormente, sentem-se angustiadas, mesmo sem relacionar diretamente
com o adiamento da tarefa; há acúmulo de tarefas e falta de tempo para completar a tarefa
adiada e as novas que surgem. O interessante em nossos dados é que a sensação de
alívio é acompanhada do desconforto pela qualidade de trabalho, que nem sempre é me
lhor, quando completado.
Um outro fato que facilita a procrasti nação é a baixa probabilidade dos resultados.
É o caso do uso do cinto de segurança ou de parar de fumar. Embora sanções legais
possam existir, há probabilidade de falhar como estímulo aversivo por ser muito pequeno
ou pelo atraso.
Novamente, na procrastinação, estamos diante de um caso no qual não há prazo
final definido e os resultados são incertos.
Segundo Mallott, Whaley e Malott (1997), há regras fáceis de serem seguidas por
que descrevem os resultados que têm magnitude considerável, são prováveis e seu atraso
é crucial. As regras difíceis de seguir descrevem resultados que são muito pequenos,
embora tenham importância quando acumulados, ou então são improváveis, e o atraso
não é crucial. Nesse sentido, essas explicações sobre regras procuram demonstrar que
nem sempre há liberação de condição reforçadora ou aversiva para controle de comporta
mento. Se a contingência natural não prevê liberação, precisamos de regras pessoais ou
sociais que propiciem uma operação de motivação que estabelece uma condição aversiva.
Seu término reforça obedecer ou punir a não-obediência à regra.
B ibliografia
Aislie (1982) Psychology of learning. Washington: APA, 99-121.
Argyle, M. (1994) Psychology o f happiness. London: Routledge.
Caldas, A. (1958) Dicionário contemporâneo da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Delta S.A.
Enumo, S. R. F. & Kerbauy, R. R. (1995) Procrastinação: um estudo com amostras da popula
ção de Vitória - ES. Resumos da SBPC e Resumos do II Congresso Interno do IPUSP.
Malott, R. W., Whaley, D. L. & Malott, M. (1992) Elementary principies of behavior. Englewood
Cliffs: Prentice Hall.
_____ & Whaley, D. L. (1988). Rule Governed Behavior and Behavioral Antropology. The Behavior
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Michael, J. (1984) Behavior Analysls: a radical perspetive. in: B.L. Hammods e C.J. Scheire (org)
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Skinner, B. F. (1980) Notebooks B. F. Skinner. In: R. Esptein (org.) Englewood Cliffs: Prentice-
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