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2.

Os Sete Dons do Mago

"O homem comum fala, o sábio escuta


o tolo discute."
Provérbio Japonês

As pessoas que estudam as religiões orientais


e outros ramos difundidos no Ocidente
desenvolvem uma tendência quase mórbida
pela aquisição de dons, que vão desde
manifestações psíquicas simples até um nível
bem profundo como aquilo que em Sânscrito
é denominado de Siddhis. A pessoa que
apresenta tais poderes é considerada
um Mago.

A palavra Mago deriva dos termos


Sânscritos:Magh, Mah, ou Maha que pode ser
traduzido por “grande”.

Na Pérsia os magos eram homens de


conhecimentos incomuns que se dedicavam
ao serviço da Divindade; eram sacerdotes do
fogo, “adoradores” do fogo.

Na Antiguidade, Mago era um titulo honorifico, mas que ao longo


do tempo foi decaindo e se tornando distante do seu significado
original. Inicialmente era sinônimo de valores honoráveis,
contudo, lentamente foi se tornando um termo indicativo para
impostor, farsante, charlatão, chegando ao ponto do Catolicismo
afirmar ser pessoa que vende a alma ao diabo. A despeito disso no
Cristianismo Primordial não fosse assim; veja-se que no Novo
Testamento consta que Jesus quando nasceu recebeu a visita de
três reis magos, que eram sacerdotes, astrólogos, seguidores e
praticantes de ritos do fogo da Babilônia.

Sempre os verdadeiros magos dispunham de certos poderes, ou


seja, de capacidades incomuns que um autêntico mago tem que
ter ao menos sete deles, hoje conhecidos pelo nome de Os Sete
Dons do Mago. Em decorrência de o mago ser uma pessoa dotada
de certas capacidades envolvendo dons incomuns o Catolicismo a
condena.

No Ocidente os dons mais comuns de um Mago, são em número


de sete:Vidência – Premonição – Telepatia – Telecinesia –
Teleplastia – Astromância e Anastasis.
 Vidência – (Clarividência): Capacidade de ver as coisas
invisíveis para os outros, independentemente de espaço e
tempo. Inclui também a clariaudiência;
 Premonição: Capacidade de prever o futuro, de
profetizar;

 Telepatia: Capacidade de se comunicar mentalmente à


distância;

 Telecinesia: Capacidade de mover objetos materiais sem


neles tocar;

 Teleplastia: Capacidade de produzir materializações, de


plasmar e exteriorizar as idéias;

 Astromância: (Geomância): Capacidade de utilizar


energias telúricas e dos astros e para finalidades mágicas;

 Anástasis: Capacidade de sair do corpo. Desdobramento e


“Viagem Astral”.

Vale salientar que esses poderes apenas ocorrem em nível de


mundo imanente. O mago pode dominá-los sem que seja um ser
liberto.

Além desses dons, certos iogues em algumas encarnações


desenvolveram outras qualidades ainda mais sensacionais, sendo
as mais conhecidas apresentadas em número de oito, conhecidos
como Siddhis:
 Animâ – Poder de diminuir seu corpo até ao nível de um
átomo,
 Mahima – Poder de no espaço (inverso de Animâ);

 Laghimâ – Poder de se tornar leve quanto um floco de


algodão (anular a gravidade);

 Garimâ – Poder de se tornar pesado, até mais do que a


própria terra;

 Prâpti – Poder de chegar a qualquer lugar que desejar, até


mesmo à Lua;

 Prâkâmya – Poder de realizar todos os seus desejos:

 Ichatva – Poder de crear;

 Vaziltva – Poder de dominar tudo (Dominium).

A maioria das pessoas põe dúvida se isso pode ser verdade, se


tais poderes podem existir, mas na vida de Grandes Mestres
temos visto. Atualmente Sai Baba, por exemplo tem mostrado a
maioria desses poderes. Na historia há muitos casos, sendo mais
citados alguns apresentados por Jesus. Ele podia se tornar leve e
caminhar sobre as água citado nos Evangelhos Canônicos, ou se
mostrar pequenino, ou imenso, atingindo as nuvens, como é
citado por João descrito nos Evangelhos

Evidentemente tudo isso exige muita energia, por isso somente


pessoas especiais são capazes de demonstrar tais capacidades.

Embora os 7 Dons e os 8 Siddhis sejam manifestações


espetaculares, ainda assim Iniciados de elevado nível não dão
muito valor a eles por saberem se tratar de artifícios da mente, de
algo que só ocorre no Mundo de Maya. O Hermetismo endossa
essa afirmação, mesmo considerando poderes admiráveis ainda
assim não tenham capacidade de libertar o ser do jugo do mundo
da ilusão. Revendo o filme Matrix embora sensacionais, as lutas
encetadas por Neal nada significava no sentido de eliminar o
mundo virtual em que ele se encontrava. Somente com a abertura
de um portal feita pelos seus companheiro que estavam num
plano superior é que ele saia daquele ilusão. Coisa similar
acontece no ser vivenciando o mundo hodierno, por ser capaz de
feitos sensacionais ainda assim ele não se liberta. Nenhuma
pratica marcial podia tirar Neal do cenário, da mesma forma
nenhuma capacidade extra-sensórias é capaz de fazer o mesmo
com um ser que vive no Mundo Imanente.

Os poderes do Mago e os Siddhis podem ser muito valiosos para


muitas finalidades no mundo, mas apenas em nível de Imanência,
e não como meio de libertação. Por isso é que o Hermetismo diz
ser preferível usar o tempo em exercícios direcionados à energia.
Não fazer como muitas pessoas fazem, levam uma vida inteira
para o desenvolverem imensa número de dons que no final em
nada contribuem para a consecução do objetivo maior que é a
libertação final. A V?O?H?diz ser muito mais produtivo o
desenvolvimento da capacidade de administrar a energia, de
ampliar o poder energético pessoal, pois tendo bastante energia a
pessoa pode apresentar todos os dons sem que tenha que passar
anos a fio efetivando treinamentos exaustivos, para que detenham
capacidades que têm valor muito relativo desde que funcionam
apenas em nível de Imanência e que o ser precisa é meios de se
libertar da escravidão doMundo de Maya.

Nenhum dos Dons, ou dos Siddhis libertam o ser. Muitas doutrinas


os têm como objetivos importantes, mas que na verdade, embora
sensacionais, indicam poderes, mas mesmo assim é algo que
ocorre em nível de imanência. Em nível de libertação são como
demonstrações esportivas, ginásticas ao nível da mente, tal como
a ginástica o é ao nível do corpo.

Praticantes de algumas doutrinas levam anos para através da


meditação, ou de outros exercícios, entrar em estado de Samadi
ou equivalentes. Na verdade isso é muito gratificante, mas algo
que só dura momentos, que logo a pessoa volta ao mundo
habitual sem trazer nada capaz de libertá-lo da ilusão de mundo.
Estados elevados de mente são muito efêmeros, a pessoa volta ao
mundo habitual sem que haja sofrido grandes transformações,
muitas vezes até mesmo qualquer acréscimo de conhecimentos.
Também sem sequer se vê, na quase totalidade das vezes,
transformação alguma, nem mesmo ampliação do poder pessoal.

Se poderia dizer que nem mesmo o nível Prâkâmya que dá ao ser


a capacidade de realizar todos os seus desejos, realiza o grande
salto da libertação. O que consegue realizar são feitos próprios do
mundo habitual, coisas limitadas ao Mundo Imanente, ele não
chega ao nível da libertação. Pode concretizar desejos dentro do
mundo, mas não o poder de sair dele.

Ichatva representa a capacidade de criar, mas não de criar


mundos e sim de coisas pertencentes ao mundo, nada, além disso.
Ichatva não leva o ser a criar realidades distintas, a transmutar o
mundo, como pode fazer o ser que haja adquirido um imenso
poder pessoal, que tenha domínio sobre a energia o que o pode
tornar um ser liberto.

A Libertação ocorre pela transmutação da realidade, o ser só se


liberta quando ele atinge a capacidade de gerar sua realidade
própria.

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Autor: José Laércio do Egito - F.R.C.


email: thot@hotlink.com.br

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