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Teoria Caos Aplicada Empresa PDF
Teoria Caos Aplicada Empresa PDF
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CAOS: A CRIAÇAO DE UMA
NOVA CIÊNCIA?
As aplicações e implicações da Teoria do Caos
na Administração de Empresas
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CAOS: A CRIAÇÃO DE UMA NOVA CIÊNCIA?
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sistema simplificado. Mesmo um sistema muito com- nição das perguntas, para que os esforços sejam orien-
plexo pode ser modelado de forma que algumas con- tados para a procura das respostas certas. Resta ainda
clusões importantes possam ser tiradas. Simon crê um longo caminho a ser trilhado.
que, se a linearidade domina a cena da modelação, a
razão não é que a realidade dos sistemas possa ser re- POR UM PUNHADO DE DÓLARES - AS APLICAÇÕES
presentada por equações lineares, mas a limitada ca- FINANCEIRAS
pacidade de tratamento de sistemas não lineares. Em
realidade, poucos casos de sistemas não lineares po- O número de artigos sobre aplicações financeiras
dem ser tratados por computador mas, com condições baseadas na Teoria do Caos supera em muito o de to-
de contorno apropriadas, elas podem cobrir grande dos os outros temas. Os profissionais da área, não por
parte das situações. acaso, estão sempre a procura da pedra de toque da
Quando modelamos, se estamos interessados no fortuna e do sucesso. Também não por acaso, é nesta
comportamento dinâmico, existem três hipóteses: que- área que encontram-se as utilizações mais "pretensio-
remos ou prever o futuro a partir de condições iniciais, sas" ou "otimistas" da Teoria. Um bom número de
ou saber se existem posições estáveis de equilíbrio, ou consultores e analistas se encantou com as idéias rela-
verificar os resultados de intervenções voluntárias. cionadas à Teoria do Caos. Eles criaram e passaram a
Ao modelarmos um sistema, as seguintes questões vender pacotes de análise de ações e outros títulos ca-
precisam ser analisadas: pazes de nada mais nada menos que prever o futuro.
Mas, julgar o campo por estas distorções não seria
1. analisar em que grau precisamos de detalhes tem- justo.
. porais; O ponto central nos trabalhos relacionando Teoria
do Caos e Finanças é o seguinte: o evangelho que o
2. verificar em que nível o conhecimento dos passos mercado de ações segue padrões randômicos deve ser
temporais pode ser substituído por informações do questionado. Vale a pena fazer um breve retrospecto.
estado estacionário; Na década de 60, acadêmicos ligados à área de Finan-
ças, após árduas discussões, chegaram à conclusão que
3. averiguar a possibilidade de uso de propriedades as flutuações no mercado eram comandadas por pro-
hierárquicas dos sistemas para simplificar o modelo; cessos puramente randômicos. A partir daí, foi gerado
um grande número de modelos baseados na chamada
4. analisar a adequação de substituição de modelos "Hipótese de Mercado Eficiente", que se firma no aces-
numéricos por modelos simbólicos e vice-versa. so nivelado de informações aos agentes financeiros. O
crash da bolsa de 1987e outras instabilidades lançaram
Duas questões essenciais namodelação são a predi- dúvidas sobre este paradigma. Estudos recentes têm le-
ção e a prescrição. Elas refletem nosso grande fascínio vado em conta as relações não lineares entre as variá-
pela possibilidade de prever o futuro ou nele interferir veis financeiras e os complexos mecanismos de retroa-
conscientemente. A Teoria do Caos não apresenta so- limentação do sistema. Segundo estes estudos, as séries
luções para o problema da previsão mas mostra os li- temporais de valores de ações têm componentes tanto
mites à sua tratabilidade. Por outro lado, embora não deterministas - gerados por leis caóticas vindas da in-
auxilie o conhecimento dos passos de um sistema em fra-estrutura do mercado - quanto componentes ran-
detalhe, ajuda a separar os períodos de equilíbrio está- dômicos, ligados à constante chegada de informações
vel e instável. Já quando os modelos servem a uma es- aos agentes.
tratégia de intervenção, a questão desloca-se da previ- Hsieh (ref. 054) realizou estudo sobre a presença de
são para a prescrição. Também neste caso, nem sem- Caos e elementos de dinâmica não linear nos merca-
pre interessa a evolução contínua do sistema, e sim or- dos financeiros. O autor utilizou um rol de ferramen-
dens de grandeza relacionadas ao seu macrocompor- tas estatísticas concluindo que a hipótese de comporta-
tamento. Isto pode simplificar bastante os cálculos. mento randômico deve ser rejeitada. Por outro lado,
A Teoria do Caos tem demonstrado que sistemas de não se comprovou a existência de leis de Caos, embora
grande interesse e tão díspares como a economia ou o fossem identificados elementos de não linearidade.
cérebro humano são caóticos em sua essência. Esclare- Peters (ref. 060) estudou a existência de um atrator
cendo os mecanismos por trás destes comportamen- caótico - vide glossário - para o índice S&P 500, utili-
tos, ela ilumina a compreensão das suas dinâmicas. A zado nos Estados Unidos. O autor descobriu que o ín-
Teoria traz novas perspectivas para a modelação de dice tem ciclos não periódicos governados por estes
sistemas não lineares, que constituem regra no mundo atratores. As conclusões são as seguintes: primeiro, o
real. Embora por hora esta luz seja apenas uma nova mercado de ações tem ciclos e tendências; segundo,
maneira de olhar a realidade, este salto não pode ser uma pequena mudança num indicador pode levar a
menosprezado. O trabalho que se coloca é o da redefi- grandes impactos no mercado no futuro; e, terceiro,
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modelos. Ocorre que as correntes os modelos baseados no equilí-
hoje dominantes são fruto do co- brio e tentar avançar a com-
nhecimento científico do século preensão sobre as descontinui-
XIX,da lógica cartesiana, do racio- dades e as turbulências.
nalismo, da física newtoniana e do Completando o ciclo crítico,
operacionalismo. Os modelos eco- Fusfeld (ref. 073) considera a Eco-
nômicos existentes são abstratos e nomia moderna como uma gran-
em geral marcados por uma mate- de teologia naturalista que, ao
mática sofisticada. Mas é difícil re- mesmo tempo, explica o que é o
presentar algebricamente o com- mundo social e prova por que ele
portamento dos homens e de suas é bom; uma síntese de ciência po-
instituições. Meller pensa que o sitivista com valores normativos.
verdadeiro economista deve ser Para ele a visão de mundo racio-
também político, historiador e filó- nal e ordenado não pode mais ser
sofo. Ele considera absolutamente sustentada. O pressuposto de ho-
natural que existam diferenças en- mem como otimizador racional
tre diagnósticos e estratégias de desmorona, levando uma insus-
ação entre economistas. O objeto tentável micro-racionalidade a
da análise econômica são a sociedade e os agentes eco- uma macro-irracionalidade. Conseqüência: o equilíbrio
nômicos, que estão em constante mutação. Princípios Walrasiano cede vez ao Caos.
válidos num dado momento podem tornar-se anacrô- Butler (ref. 066) segue uma linha parcialmente simi-
nicos no momento seguinte. O autor posta-se contra o lar à de Routh. Ele acredita nas possibilidades da Teo-
uso das Ciências Econômicas para predição e controle ria do Caos para explicar comportamentos cíclicos e
e advoga que sua real função é entender e avaliar o erráticos na economia. Seu foco de atenção é voltado
contexto histórico e atual e apenas orientar previsões. para as possibilidades de uso da modelação dinâmica
Nada mais próximo da Teoria do Caos. na identificação de não linearidades e Caos. O autor
Mirowski segue a mesma trilha de Meller, agregan- discorre sobre as várias maneiras de modelar eventos
do informações sobre o trabalho de cientistas do Caos econômicos e suas limitações. Para ele, os economistas
como Mandelbrot, Grandmont e Brook. Também para estão caminhando no sentido de incluir o Caos nos
ele a Economia ainda guarda influências da física do seus modelos, mas há ainda pouca discussão sobre a
século XIX, influências que ajudaram a legitimar seu utilidade e realismo destes conceitos quando aplicados
discurso científico, mas que a tornaram tão limitada aos fenômenos econômicos.
quanto a própria física newtoniana. Mas, enquanto a Aczel e Josephy (ref. 042) estudaram as variações
física sofreu mudanças profundas, a Economia conti- das taxas de câmbio de cinco países, utilizando ele-
nuou evoluindo dentro do mesmo paradigma. O autor mentos da matemática do Caos. Eles procuraram ca-
considera que os economistas tendem a ver a Teoria racterizar, através de correlações de dimensão - que
do Caos apenas como uma matemática sofisticada, são parte da geometria fractal - o grau em que estas
sem atentar para a quebra de paradigma que ela re- taxas têm comportamento caótico. O estudo atestou a
presenta. O Caos torna a teoria neoclássica sem senti- utilidade prática deste recurso como detector de mu-
do. A teoria neoclássica existe para retratar o determi- danças em séries de tempo sem que se precise recorrer
nismo. A Teoria do Caos, por outro lado, revela uma ao uso de ferramentas econométricas.
simbiose entre fenômenos deterministas e aleatórios. Trabalhando sobre um modelo macroeconômico
Routh, também seguindo o caminho dos anteriores, com dois setores, Sterman (ref. 104) mostra como o
condena o determinismo inconcludente das Ciências processo decisório pode produzir Caos. Sua intenção
Econômicas por não considerar elementos essenciais última, entretanto, é demonstrar a viabilidade, utilida-
como comportamentos e história. Como Mirowski, de e até necessidade da incorporação dos conceitos de
Routh crê que os economistas procuravam a "verdade Caos à Teoria Econômica, especialmente nos processos
científica" e a certeza por que estas eram requisito da de otimização. Num mundo cujo espaço de adequação
ciência do século XIX.O autor também critica o con- contém muitos ótimos locais, uma regra decisória que
ceito de equilíbrio e cita Stuart Mill: "No lugar de or- produz Caos e que explore constantemente novos ca-
dem, igualdade, perfeita organização com postulados orto- minhos pode levar um sistema a evoluir mais rápido
doxos, o mundo comercial é ... de obscuridade, confusão, que uma estratégia decisória estável e incremental,
com perdas e destruição, e nem sempre o mais adequado so- Pode-se dizer que, por várias vias, muitos econo-
brevive". Problemas econômicos são marcados por mistas têm se aberto às idéias da Teoria do Caos. Os
mudanças, crescimento, retrocesso e flutuação. Routh modelos econômicos tradicionais retratam a economia
crê que o grande passo para a Economia é abandonar como essencialmente estável, somente flutuando em
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torno de alguns pontos de equilíbrio por causa de nha de Nonaka, ele cita exemplos de sistemas biológi-
eventos externos. Os novos modelos, entretanto, mos- cos auto-organizados explicando seu funcionamento.
tram a Economia como inerentemente variável, sensí- A analogia com sistemas organizacionais é óbvia. Na
vel a mudanças e difícil de controlar. Na análise eco- prática, estes sistemas têm uma capacidade tal de mu-
nômica, nem sempre as variáveis apresentam a mesma dança que não é mais possível falar em otimização ou
identidade ao longo do período considerado. Isto tor- em agentes de otimização. Eles são, em verdade, ca-
na a análise complicadíssima. De qualquer forma, a racterizados por uma novidade perpétua. Para o au-
possibilidade de compreensão dos ciclos econômicos tor, os gerentes acham que entendem as relações cau-
através dos conceitos de Caos podem vir a ser um sa-efeito na organização mas, de fato, as ligações entre
grande vetor de contribuição na superação dos impas- causa e efeito são muito complicadas e nem sempre
ses hoje vividos. possíveis de se demonstrar. Freedman crê que as cha-
ves de sucesso das novas organizações são a capacida-
UM NOVO GERENCIAMENTO CIENTíFICO? de de aprendizado e o pensamento sistêmico - a arte
de ver, através da complexidade, as estruturas e meca-
Vivemos, no campo dos modelos administrativos e nismos que geram mudanças. Assim como a Teoria do
gerenciais, um período de ruptura. E a maneira mais Caos ensina que pequenas mudanças podem causar
usual de caracterizar esta ruptura tem sido explorar o grandes efeitos, a Teoria Sistêmica mostra que uma
esgotamento do modelo taylorista-fordista e o apareci- pequena ação num ponto ótimo pode produzir melho-
mento de modelos de especialização flexível, baseados rias significativas.
em conceitos de sistemas abertos e cibernética. Neste Kiel (ref. 097), tomando por base o trabalho de Pri-
contexto de transformação permeada por crises de im- gogine e Stengers (ref. 006, 002) decreta a falência do
pacto econômico e social e por mudanças geopolíticas paradigma newtoniano, de um mundo de ordem e es-
globais, a Teoria do Caos também encontrou um cam- tabilidade, do qual a mudança não faz parte. Propõe,
po fértil. A idéia de complexidade e caos ambiental, em seu lugar, um novo paradigma, que englobe as ca-
impondo configurações internas igualmente instáveis racterísticas do mundo atual de mudança acelerada,
e caóticas, tem um apelo irresistível para as organiza- desordem, instabilidade e não equilíbrio. Prigogine,
ções assoladas por crises e procurando decifrá-las para prêmio Nobel de Química pelo estudo da termodinâ-
sobreviver. mica de sistemas afastados do equilíbrio, descobriu
Até o momento não é possível avaliar se seria este que estes sistemas alternam períodos de comporta-
um casamento de conveniência entre teoria e prática e mento previsível com outros de instabilidade. Nestes
se teria ele seus dias contados. Pode-se dizer, entretan- últimos, perturbações e flutuações, num contexto de
to, que esta união tem ajudado a superar a herança do relações não lineares, levam ao rompimento de sime-
Modelo do Gerenciamento Científico e a ilusão de trias e estados de equilíbrio, potencialmente conduzin-
equilíbrio e estabilidade como estado natural. do o sistema a patamares de organização mais eleva-
Para Nonaka (ref. 107) o Gerenciamento Científico- dos. Reafirma-se, mais uma vez, a premissa que insta-
com o ordenamento do trabalho via estudos de tem- bilidade e caos são essenciais à evolução.
pos e movimentos, divisão de tarefas e existência de Bygrave (ref. 092) mostra como o Caos fornece uma
hierarquias e cargos claros e bem definidos - é alicer- metáfora útil para a compreensão dos processos de cria-
çado na premissa do limite da capacidade humana pa- ção de novos empreendimentos. O autor disseca estes
ra processar informações. Os novos modelos, por ou- processos, concluindo que eles são marcados por turbu-
tro lado, enfatizam o papel do caos e da ambigüidade. lências e instabilidades. Ele aconselha que os estudantes
/!Só um sistema caótico pode adequar-se a um meio caótico de administração sejam acostumados a equações não li-
... Para uma organização se renovar, ela deve se considerar neares para desenvolver a intuição e fazer um contra-
em não equilíbrio o tempo todo". O autor explica como, ponto ao pensamento reducionista, linear e incremental
num sistema, os elementos flutuam, interagindo entre que permeia a maioria dos cursos de negócios.
si e sofrendo ciclos de feed-back. Os sistemas auto-orga- Priesmeyer e Baik (ref. 101) focaram sua atenção na
nizados criam ordem reagindo seletivamente às infor- observação de variáveis de performance de algumas
mações do meio ambiente. Nonaka estabelece algumas empresas e na possibilidade de identificação de ciclos
regras ou princípios de como uma organização pode caóticos fundados em não-linearidades. Os autores
criar, amplificar e administrar o caos. A mensagem é contrapõem estes ciclos, próprios das organizações e
clara: a renovação é uma questão de sobrevivência e seu meio ambiente, aos ciclos temporais - mês, trimes-
exige dissolução da ordem. É preciso, portanto, negar tre, ano - normalmente utilizados nos sistemas de pla-
modelos de equilíbrio e advogar o novo paradigma da nejamento, concluindo que o processo decisório pode
auto-organização. ser enriquecido com esta nova visão.
Freedman (ref. 031) propõe um Novo Gerenciamen- No conjunto, os autores que se aventuraram a estu-
to Científico, o Gerenciamento do Caos. Na mesma li- dar as implicações da Teoria do Caos nos modelos ge-
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renciais consideram que esta representa uma nova luz Foi construído, assim, um retrato, ainda parcial e
sobre fenômenos já de algum tempo observados mas propositadamente sem retoques, das aplicações e pos-
não se constitui, de forma alguma, numa teoria pron- sibilidades da Teoria do Caos relacionadas aos campos
ta. Muito pelo contrário, trata-se de um campo ainda ligados à Administração. Ao olhar este retrato, a pri-
em aberto e ávido por novas explorações. meira imagem que notamos é a da negação de toda a
pesada herança determinista e sua influência sobre
CONCLUSÃO nossas vidas e maneira de ver o mundo. E não é pou-
co. A Teoria do Caos coloca em cheque a própria pos-
Cabe agora realizar uma pequena síntese dos aspec- sibilidade da ciência de identificar ou formular leis, a
tos principais vistos ao longo deste texto. Na introdução ilusão de um mundo racional e controlável.
procurou-se mostrar como a Teoria do Caos pode signi- Não deve ser surpreendente que o conceito de Caos
ficar uma importante quebra de paradigma na evolução e suas idéias associadas estejam ganhando contorno e
do pensamento científico. Em seguida, foi abordada a status de campo científico. O surpreendente é que isto
questão da modelação. Enfocou-se as limitações dos só agora esteja acontecendo. Especialmente a partir do
modelos lineares estáticos - os mais comuns e utiliza- século XIX, a ciência tem sido marcada pela busca da
dos - e as possibilidades de uso de modelos não linea- compreensão algorítimica e da possibilidade de gene-
res dinâmicos - mais próximos ralização, pela compartimen-
da realidade - com condições tagem e pela superespeciali-
de contorno apropriadas. GLOSSÁRIO zação. Mas nem sempre foi
A seção seguinte tratou das * adaptado de Larraín (ref. 058) e Peters (ref, 060). assim. A racionalidade já foi
tentativas de aplicação de prin- outra, refletindo uma visão
cípios da Teoria do Caos em • Sistemas Deterministas: sistemas nos quais o de mundo muito diferente. A
Finanças. Viu-se como a mate- comportamento é determinado por uma equação ou
um conjunto de equações, envolvendo um pequeno
Teogonia de Hesíodo, por
mática do Caos tem atraído a grupo de variáveis. Sistemas deterministas são previ- exemplo, revela um mundo
atenção de analistas e acadêmi- síveis. onde os eventos são percebi-
cos sem, entretanto, ter ainda dos como manifestações divi-
gerado respostas a altura das • Sistemas Não Lineares Dinâmicos: sistemas
nos quais o comportamento pode ser traduzido por
nas. Foram os pioneiros da
expectativas existentes. Por ou- relações exponenciais. Eles podem evoluir de compor- revolução científica que dese-
tro lado, pode-se verificar a uti- tamentos deterministas bem definidos para resulta- jaram eliminar os componen-
lidade da Teoria no questiona- dos crescentemente complexos e irregulares. O adjeti- tes teológicos e religiosos que
mento dos modelos vigentes e vo dinâmico vem do fato do valor presente do siste-
ma ser uma transformação do valor passado. Sistemas
a ciência medieval havia co-
na compreensão da intrincada Caóticos são sempre não lineares dinâmicos. O inver- locado como centrais alguns
lógica dos mercados. so não é verdadeiro. séculos antes. Onde a ciência
Em seguida foram vistas as medieval acoplava à explica-
aplicações em Economia. No- • Caos, Sistemas Caóticos: termo relacionado a
comportamentos irregulares e complexos que apa- ção dos fenômenos idéias de
tamos como esta passa por rentam ser randômicos mas na verdade possuem propósito e valores morais, a
uma crise, resultante do cho- uma ordem matemática subjacente. Suas caracterís- nova ciência procurou desen-
que de seus pressupostos bási- ticas essenciais são as seguintes: comportamentos volver explicações observá-
cos com sua capacidade ins- parcialmente traduzidos por equações não lineares;
possibilidades de pequenos inputs gerarem grandes veis e verificáveis via causa e
trumental. A Teoria do Caos efeitos; existência de ciclos e padrões; e imprevísibí- efeito (ref. 073).
pode ser usada como rota pa- lídade, principalmente a médio e longo prazos. Mas muitos domínios, es-
ra o requestionamento destes pecialmente aqueles ligados
pressupostos. • Atrator: é o ponto ou nível ao qual um sistema
retoma quando os efeitos de perturbações externas à pesquisa social, vivem hoje
A última seção foi dedicada cessam. uma era de introspecção
aos Modelos Gerenciais. Mos- epistemológica, principal-
trou-se como vivemos num • Atrator Caótico: um sistema caótico converge mente pela frustração causa-
período de transição turbulen- para um conjunto de possíveis valores. Este conjunto
é infinito em número mas limitado em amplitudes. da pelo até então válido po-
ta, marcado pela superação Atratores caóticos são não periódicos. sitivismo aplicado à pesquisa
das premissas básicas do Mo- (ref. 070). Embora este pro-
delo de Gerenciamento Cientí- • Fractais: medem a irregularidade de linhas ou cesso ainda não tenha gera-
fico. Neste contexto, a Teoria curvas, planos e volumes. Uma linha reta tem dimen-
são 1.00, um quadrado 2.00 e um cubo 3.00. A linha do um paradigma alternati-
do Caos corre em paralelo costeira pode ter dimensões erttre 1.15 e 1.25; índices vo definitivo, uma crescente
com outras correntes de idéias do mercado de ações podem ter dimensões entre 1.30 ênfase em idéias sistêmicas -
na construção de novos mode- e 1.40. A Geometria Fractal tem aplicações práticas na e conceitos de Caos - é cons-
los para entender e gerenciar identificação de padrões deterministas em sistemas.
tatada implícita ou explicita-
as organizações. mente.
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CAOS: A CRIAÇÃO DE UMA NOVA CIÊNCIA?
Para Prigogine e Stengers (ref. 006) a metáfora usual textos teóricos. O percurso às vezes é superficial, às ve-
para a evolução da ciência é a da evolução das espécies, zes subterrâneo. Da intersecção de disciplinas surgem
uma arborescência de disciplinas cada vez mais diver- e ressurgem questões antes compartimentadas pela di-
sas e especializadas, um progresso irreversível e unidi- visão entre disciplinas. A história do conhecimento é
recional. Eles propõem no lugar desta imagem uma me- uma história dramática de ambições frustradas, idéias
táfora geológica, na qual a ordem das coisas é marcada que malogram, realizações desviadas do sentido que
mais por deslizamentos que por mutação. Questões deveriam perseguir, é também uma história de suces-
abandonadas ou negadas por uma disciplina passam si- sos inesperados, descobertas surpreendentes e casa-
lenciosamente a outras ou reaparecem em outros con- mentos felizes. É, enfim, uma história de CAOS.
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