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O ambientalista simplório quer acabar com os combustíveis fósseis.

Quer
energia limpa, sem emissões de gases com efeito de estufa.​ ​- Para
começar terá de existir uma alteração do pensamento na indústria
automóvel e nos seus consumidores, explique-me porque precisamos de
carros V12 com centenas de Cavalos de potência, com potências que não
podemos usar nas estradas, mero luxo de dizer o meu carro é mais
bombado que o teu?​ Mas não quer barragens, porque as barragens
destroem ecossistemas.​ - As barragens não têm de ser construções
megalómanas, a razão de terem grandes albufeiras hoje em dia, não é
para gerar mais energia mas sim para existir água potável canalizada para
os grandes centros urbanos (o citadino simplório quer água no 9º andar do
seu duplex na cidade, mas essa obra que seja feita lá longe). Para gerar
energia a água tem de passar e não ser retida.​ ​Não quer eólicas, porque
as "ventoinhas" estragam paisagens e perturbam os animais. ​- Como tudo,
podemos escolher onde colocar, o autor está a tentar ser mais papista que
o papa.​ Não quer energia nuclear, porque produz lixo radioativo.

O ambientalista simplório quer florestas, porque precisamos de árvores


para absorver dióxido de carbono da atmosfera. Mas quer escolher as
árvores. Não quer eucaliptos, não quer floresta de produção. Quer a
floresta do Capuchinho Vermelho, porque sempre viveu na cidade e julga
que as florestas são assim. Quer dizer a cada proprietário o que pode
plantar e ainda obrigá-lo a tratar do terreno, num serviço gratuito,
abnegado, para benefício da "sociedade". ​O jornalista confunde o leitor
neste parágrafo. A Floresta (domínio público) ser comparada a terrenos
privados, erro crasso. Sim, as florestas não são para produção. O terrenos
privados com fins de actividade económica têm de ter de regulamentações
e fiscalizações, assim como proibições? Ora sim, como qualquer outra
actividade económica. onde está o choque de regularizar e balizar uma
actividade económica? Não acontece o mesmo nos restantes sectores
económicos?

O ambientalista simplório grita "oiçam os cientistas", quando os cientistas


lhe dizem o que ele quer ouvir. "Oiçam os cientistas: estamos a destruir o
planeta com as alterações climáticas." Mas, quando os mesmos cientistas
dizem que "os transgénicos não fazem mal nenhum e podem ser uma
mais-valia para o ambiente e para a humanidade", o ambientalista
simplório berra: "Os cientistas estão a soldo das multinacionais.” ​- Leva-me
a pensar porque devo então ler o artigo deste jornalista? Existem colegas
que acreditam em outros espectros do assunto, devo só ver um lado e
comportar-me como um súbdito? Vejamos a frase "Os cientistas estão a
soldo das multinacionais.” vamos transformar a frase em "Os Jornalistas
estão a soldo das multinacionais.” Será verdade esta frase, sim e não.
Existem uns que sim outros que não. Cabe principalmente à nossa intuição
distingui-los.

O ambientalista simplório quer agricultura biológica, porque não gosta de


"químicos". ​- Para começar inventou-se o termo agricultura biológica para
designar Agricultura. (parece difícil fazer o que a natureza faz sozinha…)
Mas esquece-se de que tudo são químicos, do oxigénio que respira ao
sulfato de cobre usado, tal como centenas de outros produtos "naturais",
na agricultura biológica. ​- A agricultura “biologica” e “natural” não está na
montra do teu supermercado mais próximo embalado em belas dezenas
de gramas de plásticos e penduricalhos, essa categorização de produto foi
feita pelos simplórios oportunistas. Queres Agricultura ainda é possível
achá-la em mercado locais e falando com meia dúzia de pessoas bem
simpáticas ​. Esquece-se de que a agricultura biológica precisa de mais
espaço, valioso espaço, para produzir a mesma quantidade que a
agricultura convencional, e que esse espaço terá de ser ganho à custa da
desflorestação.​ O jornalista esquece-se que nós é que temos um cultura
de fome, de consumo. Temos de estar sempre a comer e somos ultra
alimentados (falo claro numa perspectiva de país Europeu) Em suma
agricultura “biológica”, eu vou chamar agricultura normal, ocupa mais
espaço? Sim. Precisamos de produzir tanto? Não. Se a agricultura que é
feita hoje tem tanto desperdício porque continuar a fazer igual? Se na
verdade podemos reduzir? Reduzir não coincide com o crescimento eterno
vendido pelos pensamentos capitalistas, será esse o medo desta
agricultura normal? Link sobre o volume de desperdicio alimentar:
(​https://www.dn.pt/sociedade/portugal-desperdica-um-milhao-de-toneladas-
de-alimentos-por-ano-5096745.html​)
O ambientalista simplório quer que toda a gente se torne vegetariana, ou
vegan, e acabar com a produção animal. - ​Not true, os amigos do jornalista
é que devem ser uns chatos. O que uma pessoa normal quer, é saber a
origem do seu alimento. Voltando ao tema do desperdício, o jornalista
acha normal que algum grama de carne que seja, seja desperdiçado ou
deitado fora? Existe sobreprodução de carne, sim existe, ou achas normal
comprar um frango a €1.80 o Kilo? Quando custou a produção deste
animal para conseguir ser vendido a menos de dois euros o kilo? ​ Mas
ignora que sem produção animal todo o fertilizante usado para cultivar os
seus vegetais terá de ser artificial, e "ai, Deus nos livre dos químicos". ​-
Aprendemos também que somos omnívoros mas conhecemos todos
pessoas que fazem 3 refeições de carne por dia, que belo equilíbrio! Um
pensamento de equilíbrio e não para uma proibição ditatorial na
alimentação, uma conscientização se quiseres assim chamar. Ah, mas
reduzir a produção de carne encarece a carne, mas nós também não
precisamos dela todos os dias. Para mais, que se for produzida com tempo
e alimentação adequada vão estar a comer melhor carne, com valor
nutricional maior aproveitamento para o corpo, logo menos quantidade.
(não sei se isto convém a quem acredita no eterno crescimento
econômico)

O ambientalista simplório quer acabar com os jardins zoológicos, porque,


não, os animais não podem estar em cativeiro, fechados a vida toda num
espaço limitado. - ​Sim, quem somos nós para poder decidir que queremos
ver um pinguim (exemplo) só porque sim?​ Mas abre uma exceção para
gatos e cães (e coelhos, vá), menos animais do que os outros. Esses
podem viver quase desde que nascem até ao dia em que morrem
trancados num apartamento de 50 metros quadrados, que é para o bem
deles. ​Essa domesticação começou ainda antes dos egípcios, com a
domesticação de lobos mais brandos e pequenos felinos. Agora este
animais fazem parte da nossa sociedade, como é óbvio uma pessoa
normal não quer que os bicho sejam mal tratados, mas o jornalista propõe
uma medida de “desdomesticação”? Será um processo que levará
centenas de anos, estará ele preparado para o assumir? e como? Sobre
os animais confinados a pequenos espaço, normalmente quem tem os
bichos sem condições, foram aqueles que os compraram porque era da
raça “xpto” para oferecer ao filhinho no natal que ele vai gostar tanto do
animalzinho bebé… Não são pessoas importada com o ambiente que
compram animais, esses que se preocupam apenas tomam conta deles,
sejam eles às manchas, às riscas, de pelo curto ou pelo comprido.

O ambientalista simplório é contra o desperdício alimentar. Mas não quer


conservantes na comida nem delícias do mar nem nada que seja feito com
restos de comida. ​- Já falamos disto lá em cima, ora se existe desperdício
é por existir hiper produção… Não se desculpem com produtos “da tanga”
para falar de combate ao desperdício. Porque simplório é quem usa
Ketchup​ para dar sabor ao hambúrguer. (contrassensual pensar que a
carne é uma proteína tão valiosa e saborosa que ninguém quer deixar de
comer mas, preciso de lhe dar um gosto a ketchup…)

O ambientalista simplório só cozinha com azeite, essa oitava maravilha


para a saúde.​ ​Mas vocifera contra os olivais intensivos no Alentejo.
Produzir azeite em grande quantidade é a única forma de lhe baixar o
preço e torná-lo acessível a todos? Os pobres que comam bolos. ​- Saberá
o jornalista a diferença entre um fio de azeite e ​deepfried​? Pensar na
alimentação ao mesmo tempo que se pensa no ambiente ajuda-nos a
fazer melhores escolhas e perceber o uso dos produtos. Mais uma vez o
jornalista deve ter um grupo pequeno de amigos e conhecidos que tenham
feito escolhas mais pensadas. Ora existem também óleo de coco, óleo de
sésamo, óleo de girassol, todos eles com os seu valores nutricionais, mais
uma vezes temos de achar o equilíbrio, não precisamos deles todos os
dias de forma exaustiva. Já agora, tal como não precisamos de bolos
todos os dias.

O ambientalista simplório chora a morte de cada rinoceronte e tigre. Mas


defende com unhas e dentes a medicina tradicional chinesa que está por
trás da perseguição a rinocerontes e tigres, para fazer pós milagrosos com
os seus cornos e ossos - porque as medicinas alternativas são naturais e,
lá está, o que é natural é bom (desde que não seja sal, cogumelos
venenosos, arsénio, amianto, mercúrio, antraz, urtigas, malária, raios
ultravioletas, etc, etc, etc). ​- Mais uma vez tenho de acreditar que o ciclo
deste jornalista é curto, ora a abertura do mundo ocidental para a medicina
oriental é algo que choca a muita gente, mas nunca vi um “terapeuta
alternativo” com dentes de tigre no gabinete nem olhos de macaco. Vi
óleos essenciais, vi práticas de mobilização e de massagem, vi
alinhamento de alimentação e nutrição, vi chás e pétalas. O jornalista
deve estar mais confortável em congelar judeus para testar o desfibrilador,
ou em cativar gémeos para teste de genéticos. Isso sim, é prática de um
verdadeiro simplório.

O ambientalista simplório faz campanhas para que se coma "fruta feia",


julgando que os agricultores mandam para o lixo tomates e maçãs que não
interessam aos supermercados. Mas ignora que esses tomates e essas
maçãs disformes se transformam em ketchup, sumos e outros produtos,
que obviamente não são feitos com vegetais e fruta topo de gama.​ -
Novamente o ponto do desperdício. Se existe sobreprodução, existe
desperdício. Defender produtos de segunda gama não é o correcto. Para
não falar que o jornalista faz-se de tolo ao não querer falar do padrões que
as grandes superfícies têm para os seus frescos.
(​https://www.youtube.com/watch?v=_gLIpxzDwns​)

O ambientalista simplório quer comer peixe. Mas não pode ser capturado
no mar, porque a pesca não é sustentável, e não pode ser de aquacultura,
porque tem antibióticos, e garantidamente não pode ser geneticamente
modificado, porque viu um desconhecido no YouTube que dizia não sabe o
quê, já não se lembra bem. Parece estranho, este jornalista continua a
castigar essa personagem que é o ambientalista simplório, mas não diz
uma palavra sobre a má prática da “pesca de arrasto”, da destruição do
fundo marinho e mais uma vezes da sobrepesca que é feita que leva ao
desperdício de mais de um terço do pescado.
(​http://www.fao.org/state-of-fisheries-aquaculture/en/​)

O ambientalista simplório quer que haja mais carros elétricos nas estradas.
Mas é contra a prospeção de lítio, essa insustentável fonte de poluição do
ar, dos solos, das águas, e escreve-o nas redes sociais, teclando
furiosamente no seu telemóvel com bateria de lítio. ​-​ ​O jornalista termina
com uma fraquinha provocação, tentando fazer esquecer todas as tolices
que escreveu acima contra a sua personagem ficcional “o ambientalista
simplório”. O exemplo das baterias é bom, e será sempre importante ter
alguém que ao mesmo tempo se importa com a exploração de lítio, se não
o mais provável é acabarem como as explorações petrolíferas. Usa um
texto populista para defender meia dúzia de causas como o “do conforto” e
o “do deixa andar”.

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