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24/07/2013

Universidade Federal de Pernambuco INTRODUÇÃO


Centro Acadêmico do Agreste - CAA
Núcleo de Tecnologia Nos pavimentos de concreto, a espessura necessária de placa está íntima e
diretamente ligada às tensões de tração na flexão produzidas pelas cargas
solicitantes e a resistência do concreto à tração na flexão.

Uma peça de concreto submetida a ciclos reiterados de carregamento pode vir a


INTRODUÇÃO romper após um certo número de repetições de carga, ainda que a tensão
máxima produzida por estas seja inferior à resistência do material ao esforço.
D I M ENSI ONA M ENTO D OS P A V I M ENTOS
R OD OV I Á R I OS D E CONCR ETO

PROFESSOR: Renato Mahon Macêdo


E-MAIL: renatomahon@uol.com.br Ensaio de fadiga

INTRODUÇÃO RELAÇÃO DE TENSÕES

Chamando de relação de tensões à razão entre a tensão de tração na flexão


A resistência características à tração na flexão(fctM,k) a ser empregada no produzida no pavimento pela passagem de uma carga qualquer e a
dimensionamento de pavimentos rodoviários deve ser avaliada na idade de 28 resistência característica à tração na flexão do concreto, haverá um número
dias, no mínimo, ou de 90 dias no máximo. limite de aplicação da carga considerada, acima do qual o concreto romperá por
efeito do fenômeno de fadiga.
A experiência e o bom senso aconselham valor de resistência característica à
tração na flexão aos 28 dias, igual a 4,5 MPa (cerca de 45kgf/cm²), OBSERVAÇÕES:
correspondente a um concreto de características globais e comportamento
plenamente convenientes às finalidades do pavimento. •O número admissível de aplicações de carga que produzam relações de
tensões iguais ou inferiores a 0,50 é praticamente, ilimitado;
•O concreto tem sua resistência à fadiga aumentada quando ocorrem períodos
de descanso entre as passagens das cargas e, também, quando da passagem
de cargas que dêem origem a relações de tensões menores de que o limite de
0,56;
•O limite de resistência do concreto (relação de tensões acima da qual ocorre a
ruptura por fadiga) como igual a 0,50.

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RELAÇÃO DE TENSÕES SUPORTE DA FUNDAÇÃO

Tabela 1 - Relação de Tensões e número admissível de repetições de No dimensionamento da espessura de pavimentos rígidos é seguida a concepção
carga de WESTERGAARD com relação ao suporte de subleito (ou sub-base, como se
verá). Admite-se que a pressão exercida em qualquer ponto da fundação seja
diretamente proporcional à deflexão da placa naquele ponto. À constante de
proporcionalidade chama-se coeficiente de recalque, ou módulo de reação,
simbolizada pela letra k.

K=q/w
Sendo:

k=coeficiente de recalque, Mpa/m;


q=pressão transmitida à fundação,Mpa;
w=deslocamento vertical da área carregada,m.

SUPORTE DA FUNDAÇÃO SUPORTE DA FUNDAÇÃO

Ensaio da prova de carga Ensaio da prova de carga

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SUPORTE DA FUNDAÇÃO SUPORTE DA FUNDAÇÃO

Ensaio da prova de carga Correlação entre os valores do índice de suporte Califórnia (CBR) e do coeficiente
de recalque do solo de subleito.

FUNDAÇÃO – SUB-BASE FUNDAÇÃO – SUB-BASE

É prática internacionalmente consagrada nos projetos modernos de pavimentos Aumento de k devido à presença de sub-base granular
de concreto a introdução de uma camada delgada de sub-base, com as funções
precípuas de:

a) proporcionar suporte razoavelmente uniforme e constante;

b) eliminar a ocorrência do fenômeno de bombeamento dos finos do subleito,


causa primordial da ruína de grande parte dos antigos pavimentos de concreto;

c) A adoção de uma sub-base constituída de material adequado traz uma


vantagem adicional, qual seja, o aumento do coeficiente de recalque do sistema
subleito-sub-base, o que leva a uma certa economia na espessura da placa de
concreto.

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FUNDAÇÃO – SUB-BASE FUNDAÇÃO – SUB-BASE


Aumento de k devido à Aumento de k devido à
presença sub-base de presença de sub-base de
solo-cimento solo melhorado com
cimento

FUNDAÇÃO – SUB-BASE TRÁFEGO


Aumento de k devido à Tensões devidas às cargas
presença de sub-base de
concreto rolado

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TRÁFEGO TRÁFEGO

Tensões devidas às cargas

CASO 1
a) Caso 1 – em que as cargas tangenciam a junta transversal, e as tensões
EIXO SIMPLES
máximas de tração na flexão ocorrem na parte inferior da placa e paralelamente à
(Ábaco 1)
junta;
b) Caso 2 - em que os eixos são perpendiculares à borda longitudinal externa e as
tangenciam-na, ocorrendo as tensões máximas de tração na flexão na parte
inferior da placa e paralelamente à borda longitudinal à borda longitudinal externa;

c) Caso 3 - semelhante ao Caso 2, estando as rodas externas dos eixos afastados


de 15cm da borda longitudinal.

TRÁFEGO TRÁFEGO

CASO 1 CASO 1
EIXO TANDEM
(Ábaco 2) EIXO TANDEM
TRIPLO
(Ábaco 3)

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TRÁFEGO TRÁFEGO

Fatores de Segurança Período de Projeto


A adoção de fatores de segurança é feita com base na análise dos resultados das A fixação do período de projeto dos pavimentos de concreto baseia-se na
observações das pistas experimentais de BATES (1924), MARYLAND(1952) e experiência internacional, principalmente na observação sistemática de
AASHTO (1962), além de milhares de quilômetros de estradas em serviço. pavimentos em serviço e pistas experimentais. Alguns dados relevantes são:
Com o intuito de compensar os possíveis erros de avaliação da grandeza das
cargas solicitantes e da projeção do tráfego, o método recomenda os seguintes •Em 1971, Engenheiros do Departamento de Estradas de Rodagem do Estado da
níveis de fator de segurança de carga (Fsc). Califórnia(EUA) deram a público resultados do levantamento estatístico dos
pavimentos construídos em diversos estados norte-americanos, mostrando que a
•Auto-estradas, rodovias com mais de duas faixas por pista, ou para vida útil média dos pavimentos de concreto considerados atingia a 27,2 anos;
qualquer projeto para o tráfego ininterrupto ou de grande volume de
caminhões pesados: Fsc = 1,2; •Uma pesquisa publicada pela PCA em 1963 demonstra que 96,7% dos
pavimentos de concreto construídos entre 1913 e 1959 ainda estavam em serviço.
•Rodovias e vias urbanas, submetidas à tráfego moderado de caminhões
pesados: Fsc = 1,1; •A capacidade estrutural não termina quando este recebe a aplicação de camadas
a ele superpostas;
•Estradas rurais, ruas residenciais e vias em geral, submetidas a pequeno
tráfego de caminhões: Fsc = 1,0. •A ABCP recomenda um período de projeto de no mínimo 20 anos.

ROTEIRO PARA O DIMENSIONAMENTO DA


ESPESSURA DO PAVIMENTO
ESPESSURA DO PAVIMENTO
CÁLCULO DO CONSUMO DE RESISTÊNCIA À FADIGA - CRF Os passos que devem ser seguidos no dimensionamento são:
É definido que:
a) Definição dos parâmetros de dimensionamento:
CRF28 = 125% para MR28 ou • resistência característica â tração na flexão aos 28 dias
CRF90 = 100% para MR90 • coeficiente de recalque
• fator de segurança
O valor de h poderá ser adotado no projeto do pavimento, se: • tráfego esperado para cada nível de carga e de acordo com a vida de projeto do
pavimento.
Somatório CRFi ≤ CRF28 = 125%
Somatório CRFi ≤ CRF90 = 100% b) Adoção de uma espessura-tentativa de concreto e preenchimento dos
dados da folha – tipo de trabalho

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b) Adoção de uma espessura-tentativa de concreto e preenchimento dos c) Determinação das tensões na placa de concreto devidas as cargas por
dados da folha – tipo de trabalho eixos simples, tandem duplos e tandem triplos, com (Ábacos 1, 2 e 3):
• a espessura-tentativa da placa, H;
• o coeficiente de recalque do sistema, k
MR28 = _______ Lançar os valores encontrados na coluna 3
h = ______ (kgf/cm²) K = _______ kgf/cm²/cm FSC = ______
Tensão de d) Determinação da relação de tensões e o número admissível de repetições de
Carga por eixo Relações de N° de N° de Consumo de
Carga por tração na
corrigido tensões repetições repetições resistência à fadiga carga, com a utilização da Tabela 1. Transportar os valores encontrados para as
eixo (tf) placa
Q = Q´. FSC (tf) (col. 3:fcm,K) admissíveis previstas (col. 6:col. 5)x100 (%) colunas 4 e 5 do formulário-tipo.
(kgf/cm²)
1 2 3 4 5 6 7
Eixos Simples e) Lançar na coluna 6 do formulário o número de repetições previstas de cargas
para cada tipo de eixo, que é função do levantamento do trafego;

CRFes: f) Calcular o consumo de resistência à fadiga para cada carga, em porcentagem,


Eixos tandem duplos dividindo-se os valores da coluna 6 pelos valores da coluna 5, e registrar os
valores na coluna 7 do formulário - tipo.
CRFetd:
Eixos tandem triplo g) Somar os consumos de fadiga da coluna 7 para se obter o consumo total de
resistência á fadiga, verificando se a espessura-tentativa cumpre os requisitos
solicitados, caso em que o consumo total de resistência á fadiga não deverá
CRFett:
ultrapassar 125 % (caso do CRF28) e 100 % (caso do CRF90).
CRF:

EXEMPLO

Caso a espessura-tentativa seja insuficiente, deverá ser repetido o cálculo para h = 20 cm MR28 = 4,2 (MPa) K = 78,4 MPa/m (7,96 kgf/cm²/cm) FSC = 1,2
uma espessura maior. Carga por
Carga por eixo Tensão de Relações de N° de N° de Consumo de
corrigido tração na tensões repetições repetições resistência à fadiga
eixo (tf)
Q = Q´. FSC (tf) placa (MPa) (col. 3:fcm,K) admissíveis previstas (col. 6:col. 5)x100 (%)
Se a porcentagem de resistência á fadiga consumida for próxima de zero, as
1 2 3 4 5 6 7
condições estarão satisfeitas, mas a placa estará superdimensionada, devendo- Eixos Simples
se portanto, diminuir a espessura do pavimento, para que sejam obtidas 11 13,2 2,06 0,49 ilimitado 15960 0
porcentagens o mais perto possível de 100 %. 10 12,0 1,86 0,44 ilimitado 84600 0
9 10,8 1,76 0,42 ilimitado 212620 0
CRFes: 0
Eixos tandem duplos
18 21,6 1,95 0,46 ilimitado 13500 0
16 19,2 1,75 0,42 ilimitado 57210 0
CRFetd: 0
Eixos tandem triplo

CRFett:
CRF: 0

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EXEMPLO

h =18cm MR28 = 4,2 (MPa) K = 78,4 MPa/m FSC = 1,2


Carga por eixo Tensão de Relações de N° de N° de Consumo de
Carga por
corrigido tração na tensões repetições repetições resistência à fadiga
eixo (tf)
Q = Q´. FSC (tf) placa (MPa) (col. 3:fcm,K) admissíveis previstas (col. 6:col. 5)x100 (%)
1 2 3 4 5 6 7
Eixos Simples
11 13,2 2,352 0,56 100000 15960 15,96
10 12,0 2,234 0,53 240000 84600 35,25
9 10,8 1,999 0,48 ilimitado 212620 0
CRFes: 51,21
Eixos tandem duplos
18 21,6 2,24 0,53 240.000 13500 5,6
16 19,2 1,95 0,46 ilimitado 57210 0
CRFetd: 5,6
Eixos tandem triplo

CRFett:
CRF: 56,81

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CALENDÁRIO ATUALIZADO

24/07 – AULA 10: Dimensionamento de Pavimento Rígido pelo Método PCA 66


25/07 – AULA 11: Dimensionamento de Pavimento Rígido pelo Método PCA 84
AULA 12: Exercício do Método PCA 84
30/07 – AULA 13: Defeitos de Superfície de Pavimentos Asfálticos
31/07 – AULA 14: Dnit 006-03
06/08 – AULA 15: Restauração de pavimentos
07/08 – AULA 16: Projeto de restauração de pavimentos flexíveis
08/08 – AULA 17: Projeto de restauração - reciclagem
13/08 – 2° Exercício Escolar
21/08 – 3° Exercício Escolar (Seminários em duplas)
27/08 – Revisão para Exame Final
28/08 – Exame Final

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