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Livro Eletrônico

Aula 00

Odontologia (Dentística Restauradora) para Concursos - Curso Regular 2019

Professor: Ana Luiza Julio

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Ana Luiza Julio
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!

APRESENTA‚AO E CRONOGRAMA ....................................... 01

INTRODU‚AO...................................................................... 05

CçRIE................................................................................. 05

ASPECTOS FISIOPATOLîGICOS.......................................... 33

ASPECTOS CLêNICOS E HISTOPATOLîGICOS...................... 42

DIAGNîSTICO DA CçRIE.................................................... 52

3461
PREVEN‚AO E CONTROLE DA DOEN‚A CçRIE..................... 59

QUESTOES EXTRAS............................................................. 60

GABARITO........................................................................... 66

RESUMO.............................................................................. 67

REFERæNCIAS BIBLIOGRçFICAS......................................... 71

AULA 00: Cariologia

APRESENTA‚ÌO DA PROFESSORA

Ol‡, pessoal!!! Tudo bem?


ƒ com imenso prazer que iniciaremos nossos estudos em
Dent’stica Restauradora focado no em concursos pœblicos. Mas
antes de come•ar gostaria de me apresentar para os que ainda n‹o me
conhecem.

Profa. Ana Luiza


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Meu nome Ž Ana Luiza Rego Julio de Matos, sou professora


universit‡ria na ‡rea da Odontologia, ex dentista na For•a AŽrea
Brasileira, especialista em Dent’stica Restauradora e Acupuntura, mestre
em Ci•ncias da Saœde com •nfase em C‰ncer Bucal e Estomatologia.
Docente em cursos de gradua•‹o e p—s gradua•‹o. Elaboro material para
concursos pœblicos h‡ alguns anos e diversas palestras.
Acredito muito no trabalho em equipe e tenho certeza que juntos:
voc•, eu e a equipe do EstratŽgia, formaremos um time de sucesso. O
esfor•o aqui ser‡ intenso para construirmos um material completo e
adequado facilitando seus estudos e tornando o aprendizado o mais
agrad‡vel poss’vel. A sua conquista Ž o nosso principal objetivo.
O seu desfio como concursando Ž o meu desafio como professora do
EstratŽgia e ambos queremos obter sucesso, concorda? Por isso n‹o
medirei esfor•os para que alcance sua t‹o almejada aprova•‹o (e
nomea•‹o). ƒ fundamental iniciarmos desde j‡ uma rela•‹o de parceria e
confian•a. Comprometo-me a disponibilizar n‹o apenas um material
escrito, mas sim um material com diferencial, com uma linguagem clara,
de f‡cil leitura e com os enfoques estrategicamente selecionados para o
seu aprendizado e memoriza•‹o. Como somos parceiros, dependo da sua
dedica•‹o e esfor•o para que nosso objetivo seja alcan•ado. A
caminhada nem sempre Ž f‡cil, mas com persist•ncia e empenho,
o sucesso Ž certeiro!!

APRESENTA‚ÌO DO CURSO

Uma das dœvidas que temos quando resolvemos estudar para algum
concurso Ž por onde estudar. Estudar sozinho por meio de leitura de
livros e manuais da disciplina em quest‹o ou por um material elaborado
especialmente para concursos? E essa eu consigo te responder sem
dœvida alguma. Voc• atŽ pode estudar sozinho, mas lembre-se que os
livros e manuais s‹o feitos para uma aprendizagem acad•mica e com isso
voc• n‹o ir‡ focar no que realmente Ž importante, muitas vezes n‹o

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aproveitando seu tempo que nesse momento Ž precioso. Recorrer ao


apoio especializado Ž certamente o caminho mais proveitoso. Tenho total
convic•‹o da excelente qualidade do material do EstratŽgia. Nossas
apostilas foram muito estudadas antes de serem disponibilizadas.
Os concursos de uma forma geral cobram bastante a parte de
Dent’stica Restauradora. Quest›es como cariologia, sistemas adesivos e
resinas compostas caem bastante, mas sem dœvida flœor e cimento de
ion™mero de vidro s‹o os assuntos mais frequentes dentro dessa
disciplina. N‹o v‡ pra sua prova sem saber esses assuntos. Clareamento
varia de acordo com a banca, devemos ficar atentos ao edital, mas
independente disso costumam ser quest›es simples.
Nosso material Ž focando no que realmente Ž importante,
facilitando assim, ao m‡ximo, sua memoriza•‹o com uma linguagem
informal e quest›es comentadas ao longo das aulas.
Nossas aulas s‹o elaboradas com fontes de informa•‹o e
refer•ncias bibliogr‡ficas confi‡veis, atuais e as mais comuns em
concursos pœblicos. Tenha certeza que nosso material ser‡ o mais
completo poss’vel ajudando voc• a otimizar seu tempo de estudo, t‹o
precioso nesse momento.
Voc• poder‡ perceber que a linguagem e a did‡tica s‹o bem
diferentes se comparadas as vistas em cursos da gradua•‹o e p—s-
gradua•‹o. Aqui nosso objetivo n‹o Ž ensinar Dent’stica (partimos do
pressuposto que voc• j‡ tem o conhecimento b‡sico). Nosso objetivo Ž
direcionar seus estudos e aprendizado para sua aprova•‹o em concurso
pœblico.
A principal meta nesse momento e que voc• fa•a uma prova
tranquila, conseguindo resolver com confian•a todas as quest›es e obter
100% de acertos nas quest›es da matŽria. Para isso, os alunos
matriculados no curso ter‹o acesso ao seguinte conteœdo:

a) Material em pdf atualizado com os principais pontos abordados pelos


concursos sobre Dent’stica Restauradora.

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b) Quest›es comentadas de v‡rias bancas.


c) Figuras para facilitar a memoriza•‹o dos principais t—picos da
disciplina.
d) F—rum de dœvidas.
e) V’deo-aulas com os conteœdos ministrados.

Seguiremos o seguinte cronograma:

AULA CONTEòDO
AULA 00 ●Cariologia
AULA 01 ●Flœor
AULA 02 ●Tratamento biol—gico do preparo cavit‡rio

●Prote•‹o do complexo dentinopulpar


AULA 03 ●Nomenclatura e classifica•‹o das cavidades

●Princ’pios gerais dos preparos cavit‡rios


AULA 04 ●Am‡lgama de prata
AULA 05 ●Sistemas adesivos
AULA 06 ●Resinas compostas
AULA 07 ●Clareamento dental
AULA 08 ●Quest›es diversas

Nosso tempo Ž curto pra tanta matŽria, ent‹o n‹o perca o foco.

Hora de come•ar!!!! Preparados? Rumo ˆ aprova•‹o!!!!

Ana Luiza Julio

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INTRODU‚ÌO

A aula de hoje Ž bem extensa devido a import‰ncia de seu


conteœdo. Por esse motivo temos com frequ•ncia quest›es relacionadas a
esse assunto o que justifica a presen•a de muitos detalhes na aula. Vou
tentar simplificar ao m‡ximo, facilitando o aprendizado, memoriza•‹o e

sinalizando os pontos essenciais e mais importantes. Sempre


que aparecer nossa corujinha estrelada Ž sinal de que sua aten•‹o deve
ser redobrada. Refor•ando sempre que fazer e refazer (se for preciso) os
exerc’cios, Ž fundamental. Vamos l‡?

CçRIE

Vamos come•ar nossa aula falando de um aspecto bem importante:


Antigamente a doen•a c‡rie era considerada transmiss’vel (de m‹e para
filho) porŽm, de acordo com as evid•ncias cient’ficas mais modernas isso
n‹o procede mais. Atualmente a doen•a c‡rie Ž considerada de origem
bacteriana com desenvolvimento comportamental, placa dependente. As
bactŽrias consideradas cariog•nicas (falaremos delas adiante) podem e
vivem em perfeito equil’brio na nossa boca, desde quando nascem os
primeiros dentinhos. Isso n‹o significa que iremos desenvolver a doen•a
c‡rie, para isso s‹o necess‡rios v‡rios fatores em desequil’brio (falaremos
deles nessa aula). Entretanto, como nossa aula Ž voltada para provas de
concurso, iremos direcion‡-la ainda para a teoria da transmissibilidade
que ainda Ž a mais comum de cair nas provas de concurso em geral.
Mas como saber qual teoria devo seguir na hora da prova? A dica Ž
ficar atenta se as bancas indicar‹o refer•ncia mais atuais ou as cl‡ssicas.
Se n‹o tiver refer•ncia citadas a priori vamos nos basear nas teorias
cl‡ssicas e ficar atentos as possibilidades durante a prova (normalmente a

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pr—pria prova ou a banca d‹o dicas de qual linha de pensamento ir‹o


seguir nas pr—prias quest›es.) Mas Ž importante que saibamos que essa
teoria j‡ Òcaiu por terraÓ caso tenhamos essas op•›es de resposta nas
nossas provas. Bancas como CESPE e FCC j‡ cobram a nova teoria.
A c‡rie Ž uma doen•a de grande complexidade causada pelo
desequil’brio entre o processo de desmineraliza•‹o do dente.
Resumidamente: a produ•‹o de ‡cido por meio da metaboliza•‹o de
nutrientes pelas bactŽrias do biofilme ocasiona uma queda do pH, sendo
respons‡vel pela desmineraliza•‹o da superf’cie do dente, podendo ou
n‹o resultar num processo de c‡rie. Isso porque essa perda mineral Ž um
processo fisiol—gico. O que diferencia esse processo fisiol—gico da
patol—gico Ž o desequil’brio desse processo, ou seja, quando a perda de
mineral (desmineraliza•‹o) Ž maior que sua reposi•‹o (remineraliza•‹o).

Sabendo isso vamos iniciar a nossa aula, voltando o pensamento


para a teoria da transmissibilidade.

Hist—rico da etiologia

O primeiro modelo proposto por Keyes (1960) para explicar a


doen•a era um modelo essencialmente ecol—gico, no qual a c‡rie seria o
produto da intera•‹o entre os fatores determinantes: hospedeiro,
substrato (dieta cariog•nica) e microrganismos (BRAGA et al., 2008).

Newbrun (1978) acrescentou o fator tempo nessa intera•‹o, mas


ambos os modelos n‹o foram capazes de explicar a ocorr•ncia da doen•a

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na popula•‹o humana. A doen•a c‡rie Ž muito mais complexa e com um


car‡ter comportamental, podendo ser influenciada por fatores
modificadores.

O modelo mais conhecido e atŽ pouco tempo o mais aceito Ž o de


Fejerskov & Manji que associa os fatores etiol—gicos determinantes
prim‡rios e modificadores (secund‡rios). Bancas menores e locais
ainda costumar cobrar ele e bancas maiores como CESPE e FCC j‡
tem uma tend•ncia maior a cobrar a nova teoria da c‡rie como
doen•a biofilme a•œcar dependente.

_Fatores determinantes prim‡rios: microbiota, hospedeiro


suscet’vel, dieta inadequada e tempo.
_Fatores secund‡rios (modificadores): morfologia,
disposi•‹o na arcada, aparelhos e fatores heredit‡rios (sem comprova•‹o.

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Aceita-se mais a influ•ncia de fatores ambientais se comparada aos


heredit‡rios).
ATEN‚AO: Existe uma outra classifica•‹o desses fatores: Fatores
biol—gicos ou proximais (atuam no n’vel da superf’cie dent‡ria e Fatores
distais (atuam no n’vel do indiv’duo)

Fatores determinantes prim‡rios:

1. Hospedeiro: compreende os dentes, saliva, imuniza•‹o e genŽtica.


O dente Ž o local onde a doen•a se manifesta. Algumas condi•›es dos
elementos dent‡rios os tornam mais suscept’veis ˆ doen•a c‡rie:
>macromorfologia dos dentes posteriores pela presen•a de
cicatr’culas e fissuras e consequente acœmulo de placa nessas regi›es
alŽm da dificuldade de higieniza•‹o
>morfologia dental: anomalias de forma como a gemina•‹o e fus‹o
>dentes em erup•‹o ou recŽm erupcionados, devido a matura•‹o
incompleta do esmalte que apresenta em sua composi•‹o a hidroxiapatita
carbonatada que Ž mais solœvel aos ‡cidos, alŽm do fato de estarem em
infraoclus‹o o que favorece o acœmulo de placa bacteriana.
A saliva: Ž considerada a primeira linha de defesa contra o processo
carioso. Isto ocorre devido a sua composi•‹o ser rica em prote’nas e
imunoglobulinas (lisozimas, aglutininas, lactoferrina, lactoperoxidase e
IgA) tendo consequentemente uma a•‹o antibacteriana. Possui
capacidade tamp‹o pela presen•a de ’ons de bicarbonato e fosfato que
neutralizam os ‡cidos produzidos pelos microrganismos cariog•nicos. Ela
tambŽm tem a fun•‹o de autolavagem e limpeza das superf’cies
dent‡rias.
GenŽtica: Os dentes apresentam caracter’sticas que favorecem o
desenvolvimento da les‹o c‡rie. Essas caracter’sticas variam de acordo
com caracter’sticas como alinhamento dos dentes, anatomia e textura da

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superf’cie, anomalias no esmalte. Esses fatores contribuem para o


acœmulo de placa.

Aten•‹o nessa parte da matŽria porque os


concursos gostam de cobrar sobre os microrganismos que causam a
c‡rie, especialmente bancas locais, muito comum em concursos para
prefeituras.

2. Microrganismos (Flora): a cavidade bucal possui inœmeras espŽcies


de microrganismos. Apesar da diversidade microbiana, poucas espŽcies
est‹o relacionadas ˆ doen•a c‡rie. No caso da c‡rie os microrganismos
mais comuns s‹o os Streptococcus mutans, Streptococcus sobrinus e
Lactobacillus (casei), pois possuem as caracter’sticas espec’ficas para
participar do processo da doen•a. Os Actinomyces (viscosus) est‹o
associados as c‡ries de progress‹o lenta, como as radiculares. Raramente
induzem c‡ries em esmalte, pois n‹o s‹o efetivos produtores de ‡cidos.
As bactŽrias cariog•nicas s‹o capazes de produzir ‡cidos a partir da
fermenta•‹o dos carboidratos da dieta:
_ Capacidade acidog•nica: Ž um prŽ requisito pra que um
microrganismo seja considerado cariog•nico. ƒ a capacidade de produzir
‡cido l‡tico que Ž determinante para a patogenicidade, sendo respons‡vel
pela desmineraliza•‹o do esmalte.
_ Capacidade acidœrica: Ž a capacidade de sobreviv•ncia do
microrganismo em pH ‡cido, permitindo que o microrganismo desenvolva
sua atividade metab—lica em ambientes de pH baixo.

3. Dieta: A dieta exerce, principalmente, um efeito t—pico na etiologia da


doen•a, ou seja, sem a sua presen•a, n‹o h‡ desenvolvimento da doen•a,
pois os microrganismos cariog•nicos necessitam da energia proveniente
da sua fermenta•‹o para sobreviver. A composi•‹o e consist•ncia da dieta

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interferem diretamente na forma•‹o da placa. Alimentos ˆ base de


sacarose e com consist•ncia pegajosa s‹o os mais prejudiciais. A
frequ•ncia de ingest‹o tambŽm tem grande import‰ncia nessa a•‹o
cariog•nica. Outro fator importante s‹o as propriedades f’sicas dos
alimentos: mec‰nica, umidade e conteœdo de gordura, tambŽm devem
ser considerados quando se fala do processo de desenvolvimento da
doen•a c‡rie.

4. Tempo: o tempo Ž fundamental no desenvolvimento e progress‹o da


doen•a c‡rie. Os tr•s fatores anteriormente citados, quando associados,
necessitam de um per’odo de tempo para favorecer a desmineraliza•‹o
(perda de minerais) dos dentes. O hospedeiro, os microrganismos e a
dieta, associados a um tempo prolongado promovem um desequil’brio no
meio bucal iniciando o processo de desmineraliza•‹o dentin‡ria
favorecendo assim, desenvolvimento da doen•a c‡rie.

Fatores secund‡rios ou modificadores

AlŽm dos fatores determinantes para a doen•a (intera•‹o entre


hospedeiro, dieta, biofilme e tempo), Ž sabido que fatores sociais,
econ™micos e comportamentais podem influenciar no desenvolvimento da
doen•a c‡rie. AlŽm desses podemos citar tambŽm a idade do paciente
(matura•‹o do esmalte Ð maior suceptibilidade a patologia), estado geral
de saœde (influenciam no fluxo salivar), fluoretos.
O conhecimento da epidemiologia da doen•a c‡rie Ž essencial para
que possamos determinar o programa de preven•‹o e tratamento da
doen•a, e tambŽm para o planejamento dos servi•os odontol—gicos. A
experi•ncia da doen•a c‡rie pode ser expressa pela severidade das suas
les›es, mensurada por ’ndices como o CPO-D (nœmero de dentes
permanentes cariados, perdidos e obturados) e o CEO-D (nœmero de
dentes dec’duos, com indica•‹o de extra•‹o e obturados).

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QUESTÌO: 01
IBFC Ð EBSERH Ð 2017
A c‡rie dental Ž uma doen•a infecciosa e multifatorial. Consiste em um
fator de risco para o desenvolvimento da c‡rie, exceto:
a)Xerostomia
b)Dieta cariog•nica
c)Higiene oral inadequada
d)N’vel s—cio-econ™mico baixo
e)G•nero feminino

Coment‡rios: De acordo com o modelo proposto por Fejerskov & Mandi a


c‡rie Ž uma doen•a multifatorial, sendo dieta, higiene oral ineficiente,
baixo n’vel econ™mico, baixo fluxo salivar. Mas o g•nero n‹o interfere
nessa quest‹o, sendo a letra E nossa op•‹o.

GABARITO: E

QUESTÌO: 02
IBFC Ð EBSERH - 2017
A saliva desempenha papel importante na preven•‹o da c‡rie dental.
Assinale a alternativa correta.
a) O c‡lcio n‹o Ž um componente da saliva
b)Na composi•‹o da saliva s‹o encontrados apenas elementos inorg‰nicos
c) A saliva atua na placa bacteriana ocasionando a regula•‹o do pH
d) N‹o h‡ rela•‹o da saliva com a autolimpeza sendo, portanto, a fun•‹o
da saliva apenas para umedecimento do bolo alimentar
e) Os eletr—litos presentes na saliva n‹o sofrem altera•›es quando se
muda o tipo de est’mulo saliva.

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Coment‡rios: Vamos ler as quest›es com aten•‹o. A nossa quest‹o pede


a alternativa CORRETA. Vimos na parte em que falamos de saliva que
umas das suas fun•›es Ž a regula•‹o do pH.

GABARITO: C

QUESTAO: 03
IBFC Ð EBSERH ÐTSB - 2017
O microrganismo que constitui uma das bactŽrias com maior poder
cariog•nico devido ˆ sua grande capacidade acidog•nica Ž denominado
de:
a)Streptococcus mutans
b)Veillonella
c)Actinomyces israelii
d)Fusobacterium
e)Treponema denticula

Coment‡rios: Essa n‹o d‡ para errar. O principal microrganismo


envolvido no processo cariog•nico Ž o Streptococcus mutans. Outros
microrganismos envolvidos nesse processo (e que para facilitar nossa vida
nem foram mencionados na quest‹o) s‹o os Lactobacillus casei e os
Actinomyces viscosus.

GABARITO: A

QUESTÌO: 04
CADAR-2013
A doen•a c‡rie Ž uma doen•a comportamental e sua etiologia necessita
da intera•‹o de v‡rios fatores para ocorrer a sua manifesta•‹o. Informe
se Ž verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma. A seguir, assinale a
alternativa que apresenta a sequ•ncia correta.

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( ) Os fatores etiol—gicos determinantes s‹o primordiais ao aparecimento


da doen•a c‡rie.
( ) Os micro-organismos Streptococcus mutans e Streptococcus sobrinus
participam na manifesta•‹o da doen•a c‡rie.
( ) Os fatores etiol—gicos modificadores s‹o capazes de influenciar no
aparecimento da doen•a c‡rie, desde que somente aumente a defesa do
hospedeiro.
( ) Em rela•‹o ao hospedeiro, afirma-se que a quantidade de
mineraliza•‹o dos tecidos dentais n‹o pode interferir no desenvolvimento
da doen•a c‡rie.
a) F Ð F Ð V Ð V
b) V Ð V Ð F Ð F
c) V Ð F Ð F Ð V
d) F Ð V Ð V Ð F

Coment‡rio: Analisando as afirmativas apresentadas tem-se,


respectivamente, que s‹o: a primeira afirmativa Ž verdadeira, pois os
fatores etiol—gicos determinantes da doen•a c‡rie s‹o primordiais, sem os
quais a doen•a n‹o se manifestaria, sendo eles os microrganismos,
substratos, hospedeiro e tempo. A segunda afirmativa Ž verdadeira, pois
os microrganismos cariog•nicos relacionados ˆ doen•a c‡rie s‹o os
Streptococcus mutans, Streptococcus sobrinus e Lactobacillus. A terceira
afirmativa Ž falsa, pois os fatores modificadores ou secund‡rios atuam na
etiologia da c‡rie, aumentando ou diminuindo a defesa do hospedeiro
e/ou o potencial cariog•nico do substrato e a microflora. Os fatores
escolaridade, comportamento, renda e conhecimento tambŽm participam
como fatores modificadores. Assim, os fatores determinantes isolados n‹o
s‹o suficientes sem o controle das interfer•ncias representadas pelos
fatores modificadores. A quarta afirmativa Ž falsa, pois, em rela•‹o ao
hospedeiro, a quantidade de mineraliza•‹o dos tecidos dentais interfere
no desenvolvimento da doen•a c‡rie, pois quanto maior a quantidade de
minerais, mais dif’cil Ž a ocorr•ncia de les›es no dente. Lembrando que

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dentes com hipomineraliza•‹o, por exemplo, fluorose, s‹o mais


suscept’veis ao desenvolvimento de les›es de c‡rie.

GABARITO: B

QUESTÌO: 05
Pref. Municipal Pampas-ES- IDECAN-2014
Com o avan•o cient’fico observado nas œltimas dŽcadas, a c‡rie dent‡ria
passou a ser conceituada como uma doen•a multifatorial. Relacione
adequadamente os fatores etiol—gicos da c‡rie aos respectivos exemplos.
1. Determinante negativo.
2. Determinante positivo.
3. Modulador biol—gico.
4. Modulador social.
( ) Saliva.
( ) A•œcar.
( ) Condi•‹o socioecon™mica.
( ) Exposi•‹o a fluoretos.
A sequ•ncia est‡ correta em
a) 2, 3, 4, 1.
b) 4, 1, 2, 3.
c) 1, 2, 4, 3.
d) 3, 1, 4, 2.
e) 1, 2, 3,4.

Coment‡rio: AlŽm dos fatores determinantes para a doen•a (intera•‹o


entre hospedeiro, dieta, biofilme e tempo), Ž sabido que fatores sociais,
econ™micos e comportamentais podem influenciar no desenvolvimento da
doen•a c‡rie, justificando o conceito de doen•a multifatorial. A saliva Ž
um modulador biol—gico, o a•œcar Ž um determinante negativo, ou seja,
sua presen•a Ž fundamental para o desenvolvimento da doen•a c‡rie. J‡
a exposi•‹o aos fluoretos Ž um determinante positivo, pois sua ocorr•ncia

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pode limitar ou atŽ paralisar e impedir o surgimento da patologia em


quest‹o. Como modulador social temos a condi•‹o socioecon™mica.

GABARITO: D

●Dentes

Os dentes podem apresentar diferentes graus de suscetibilidade ˆ


c‡rie, o que depende de v‡rios fatores. Particularmente, nos primeiros
anos ap—s a irrup•‹o, o esmalte sofre, com mais intensidade, a
matura•‹o p—s-eruptiva ou matura•‹o secund‡ria, a qual consiste em um
dep—sito de mineral dos fluidos orais no esmalte superficial. Durante o
processo de des/remineraliza•‹o constante que ocorre durante a irrup•‹o
do dente, elementos como carbonato e s—dio s‹o liberados, enquanto
outros, com grande afinidade pela apatita, como o flœor, s‹o retidos.
Entre 2 e 4 anos, ap—s a irrup•‹o, os dentes apresentam maior risco
de desenvolver les›es de c‡rie, o esmalte Ž mais suscet’vel ˆ
desmineraliza•‹o, e alguns dentes tornam-se mais vulner‡veis nesse
per’odo por propiciarem maior acœmulo de biofilme. Especialmente, os
molares, em raz‹o do tempo de irrup•‹o longo e das dificuldades no
controle do biofilme, tendem a desenvolver les›es logo ap—s a irrup•‹o,
risco que diminui ap—s a oclus‹o com o seu antagonista gra•as ˆ
capacidade de autolimpeza que esses dentes adquirem a partir desse
momento.
A morfologia pode ser um fator de risco para o dente, dependendo
de suas caracter’sticas anat™micas e da ocorr•ncia de defeitos no
esmalte. Fossas e fissuras mal coalescidas ou em locais incomuns tornam
o dente mais vulner‡vel, em raz‹o do favorecimento para o acœmulo de
biofilme. Pela mesma raz‹o, o alinhamento dos dentes tambŽm pode

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influenciar na sua suscetibilidade, pois dentes apinhados ret•m mais


alimentos e dificultam a higieniza•‹o.
A presen•a de flœor tambŽm influi na resist•ncia do esmalte,
embora hoje se saiba que a presen•a constante do ’on na fase l’quida no
meio bucal seja mais importante do que a sua incorpora•‹o no esmalte
dent‡rio.

Algumas bancas gostam de cobrar quais s‹o o


dentes mais acometidos pela les‹o de c‡rie, ent‹o vamos gravar:
●Na denti•‹o dec’dua: molares inferiores, molares superiores
seguidos de anteriores superiores. Sendo que os segundos molares s‹o
mais suscept’veis que os primeiros.
●Na denti•‹o permanente:atŽ os 8 anos o primeiro molar costuma
ser o dente mais acometido. Ap—s essa idade o segundo molar passa a
liderar a lista de dentes mais cariados.
Vale lembrar que a c‡rie interproximal progride mais rapidamente
que a oclusal.

● Saliva
A saliva desempenha suas fun•›es protetoras em virtude dos
elementos de sua composi•‹o, capacidade de dilui•‹o e neutraliza•‹o de
‡cidos e elimina•‹o das subst‰ncias com potencial cariog•nico, conhecido
como Òclearance salivarÓ. A mastiga•‹o Ž um est’mulo importante para a
secre•‹o salivar, pois se estiver diminu’da, com predomin‰ncia de dieta
l’quida, parece determinar a atrofia de gl‰ndulas salivares. Isso implica
menor fluxo salivar e modifica•›es na composi•‹o, em especial na
quantidade de prote’na e amilase. A saliva tambŽm Ž fundamental no
processo de matura•‹o p—s-eruptiva dos dentes adicionando ’ons na
difus‹o de c‡lcio f—sforo, magnŽsio, flœor e pept’deos ricos em histidina.
N‹o podemos falar de saliva sem citar sua capacidade tamp‹o, um dos
respons‡veis pela manuten•‹o do pH.

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A saliva pode agir na prote•‹o contra a doen•a c‡rie por diversos


mecanismos. O esmalte apresenta uma superf’cie dura e n‹o descamativa
que, logo ap—s alguns segundos de contato com a saliva, adsorve v‡rias
glicoprote’nas ‡cidas (mucinas). Essa membrana protein‡cea e amorfa
depositada sobre a superf’cie de hidroxiapatita comp›e a pel’cula
adquirida (falaremos dela posteriormente).
As prote’nas salivares adsorvidas ˆ pel’cula tornam-se insolœveis
com o tempo, muito possivelmente em raz‹o de sua desnatura•‹o. Dessa
forma, a superf’cie de esmalte tem algumas de suas propriedades
alteradas por ela. Ap—s a sua instala•‹o, d‡-se in’cio ao desenvolvimento
de placa bacteriana ou biofilme.

Remo•‹o e neutraliza•‹o de ‡cidos | Capacidade-tamp‹o

Ap—s a ingest‹o de sacarose, d‡-se in’cio ˆ glic—lise, e ‡cidos s‹o


produzidos pelas bactŽrias da placa. Na interface placa-esmalte, ocorre
aumento da concentra•‹o de ’ons hidrog•nio, come•ando ent‹o a queda
do pH no local e o in’cio da forma•‹o da mancha branca. Essa queda do
pH deve ser interrompida, tanto pela a•‹o dos elementos-tamp›es do
fluido da placa como pela saliva, antes que ocorra a forma•‹o de uma
les‹o de c‡rie irrevers’vel. êons bicarbonato e ’ons fosfato colaboram na
manuten•‹o do pH, ao redor de 7,0, assim como a ureia (metabolizada
em am™nia), alŽm de outros fatores. O principal respons‡vel pela
capacidade-tamp‹o da saliva Ž o ’on bicarbonato, que tem sua
concentra•‹o elevada com o aumento do fluxo salivar.
A capacidade-tamp‹o da saliva Ž respons‡vel pela neutraliza•‹o
desses ‡cidos e aumenta ˆ medida que seu fluxo salivar se eleva, o qual Ž
o fator mais importante na altera•‹o da composi•‹o salivar. A sua
secre•‹o obedece a um ritmo fisiol—gico individual e praticamente para
durante o sono. A mŽdia de fluxo n‹o estimulado gira em torno de 0,3 ml
por minuto. A capacidade-tamp‹o tende a ser menor em crian•as que
apresentam les›es de c‡rie, em compara•‹o com aquelas sem a doen•a.

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A diminui•‹o do fluxo salivar Ž um fator de risco bastante


importante para a ocorr•ncia da c‡rie dent‡ria; portanto, deve-se atentar
para as causas medicamentosas e fisiol—gicas que possam provocar esse
transtorno.

- Fun•‹o antibacteriana

Os agentes antimicrobianos salivares podem ter origem na pr—pria


gl‰ndula salivar ou ser provenientes do sangue, chegando ˆ saliva, via
exsudato gengival. V‡rios sistemas de defesa interagem na manuten•‹o
de um equil’brio microbiol—gico.
A lisozima, a lactoferrina e a lactoperoxidase s‹o exemplos de
enzimas que agem diretamente na bactŽria. A lisozima, associada a
determinados ‰nions (tiocianato, perclorato, iodo, bromo, nitrato, cloro,
flœor e bicarbonato), pode desestabilizar a membrana celular bacteriana
por meio de ativa•‹o de autolisinas. A lactoferrina compete com as
bactŽrias que necessitam de ferro para o seu metabolismo, privando-as
desse elemento essencial. O sistema peroxidase atua no metabolismo
bacteriano, interferindo na produ•‹o de ‡cidos. Esse sistema funciona
oxidando o tiocianato salivar (com per—xido de hidrog•nio produzido por
bactŽrias) a hipotiocianato e ‡cido hipotiocianoso. Esses produtos, por sua
vez, oxidam enzimas envolvidas na glic—lise. Tratando-se de S. mutans, o
efeito da lactoperoxidase Ž grandemente aumentado pela IgA secretora.
A imunoglobulina predominante na saliva Ž a IgA produzida
localmente (IgA-s), e pesquisas demonstram que os poss’veis
mecanismos de a•‹o dos anticorpos na imunidade ˆ c‡rie dent‡ria atuam
inibindo a ader•ncia de bactŽrias ao esmalte e aos tecidos moles
(reduzindo a caracter’stica hidrof—bica da bactŽria, interferindo na
atividade da glicosiltransferase e bloqueando ant’genos que atuam como
s’tios receptores de liga•‹o). As imunoglobulinas tambŽm atuam inibindo
as atividades enzim‡ticas, por meio de opsoniza•›es, aglutina•›es e
interagindo com mecanismos inespec’ficos, como mucinas, lactoferrina e
lactoperoxidase. Os mecanismos exatos de atua•‹o de todos os fatores de

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prote•‹o espec’ficos e inespec’ficos na saliva s‹o complexos, pois ocorrem


intera•›es constantes entre eles. O importante Ž que todos esses
sistemas, atuando conjuntamente, proporcionam mais um fator de
resist•ncia ˆ c‡rie dent‡ria.
Citados as principais fun•›es da saliva Ž importante sabermos um
pouco mais sobre alguns aspectos da saliva.
_ Fluxo salivar: o fluxo salivar ideal gira em torno de 0,3ml/min
durante o dia. No per’odo noturno esse fluxo praticamente cessa. Alguns
fatores influenciam na produ•‹o salivar, principalmente ocasionando
diminui•‹o do fluxo, ˆ saber: medicamentos, diabetes, lœpus, alguns
d
problemas psiqui‡tricos, distœrbios no f’gado e p‰ncreas e a S’ndrome de
Sjšgren (bem frequente em provas de concurso).
_ Capacidade tamp‹o: Ž a propriedade de a saliva manter o seu pH
constante a 6,9-7,0. Dentre os sistemas tamp›es dois merecem
destaque, o fosfato (HPO4-/H2PO4) e o ‡cido carb™nico/bicarbonato
(HCO3-/H2CO3), sendo esse œltimo o mais importante. Algumas raz›es
que justificam essa import‰ncia do sistema tamp‹o (HCO3-/H2CO3) s‹o:
seu pH Ž bem pr—ximo do pH da placa adquirida, sendo, portanto, mais
eficiente, possui a•‹o r‡pida pela perda do di—xido de carbono e com o
fluxo salivar aumentado a concentra•‹o de bicabornato tambŽm aumente
enquanto a de fosfato diminui.
A capacidade-tamp‹o tende a ser menor em crian•as que
apresentam les›es de c‡rie, em compara•‹o com aquelas sem a doen•a.
●Testes salivares:
Existem alguns testes salivares importantes para nosso
conhecimento:
_Teste de fluxo de secre•‹o salivar: onde normalmente se estimula
a produ•‹o salivar. Avalia o fluxo que est‡ relacionado a capacidade
tamp‹o. Esse teste tem como valores de refer•ncia: normal Ð
1/2mL/min, baixo Ð menor que 1mL/min, xerostomia:< que 0,2mL/min.

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_Teste da capacidade tamp‹o da saliva: A determina•‹o da CTS se


faz medindo o volume de ‡cido l‡ctico 0,1 normal necess‡rio para baixar
o pH salivar de 6,9 para 3,7 (ponto de viragem do alaranjado de metila).
_Teste de Snyder: faz uma estimativa de nœmeros relativos de
Lactobacillus na saliva, por teste colorimŽtrico.
_Teste de Alban: avalia o nœmero de microrganismos acidog•nicos
presentes na saliva.
_Teste de risco de c‡rie: determina a quantidade de Streptococcus
mutans.

8
●Microbiota:
Como falamos anteriormente a pel’cula adquirida Ž uma camada
glicoprotŽica formada pela saliva que aumenta a espessura aos poucos
permitindo a coloniza•‹o bacteriana. Inicialmente ela Ž colonizada por
cocos e bastonetes gram positivos, entretanto se a placa n‹o for
desorganizada, ocorre a sua matura•‹o, tornando a placa, mas densa,
facilitando o acœmulo de microrganismos gram negativos. A seguir vamos
falar dos principais microrganismos envolvidos nesse processo patol—gico.
Esses microrganismos s‹o transmitidos pelo contato salivar entre
humanos, e a implanta•‹o bucal, propriamente dita, inicia-se com a
coloniza•‹o das superf’cies dent‡rias. Para que determinada cepa consiga
colonizar um novo nicho, ela deve apresentar vantagens ecol—gicas para
se estabelecer e se tornar um componente do biofilme. O
termo biofilme descreve uma comunidade de microrganismos inclu’dos
em uma matriz de material extracelular, proveniente dos pr—prios
microrganismos e do meio externo. A estrutura espacial tridimensional do
biofilme permite que os microrganismos nela contidos desenvolvam
protegidos do meio ambiente, da disseca•‹o e dos agentes
antimicrobianos. Ao biofilme da cavidade bucal Ž dado o nome placa
bacteriana. Cabe lembrar que nem toda placa bacteriana ter‡
caracter’sticas cariog•nicas, e o conceito de placa ecol—gica sugere que

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mudan•as no meio bucal podem desencadear um desequil’brio desse


ecossistema, predispondo ˆ doen•a c‡rie ou periodontal.
A cariogenicidade das cepas de S. mutans ocorre pelo seu potencial
de virul•ncia, em especial, pela sua capacidade de produzir ‡cido
(acidogenicidade) e de sobreviver em meio ‡cido (aciduricidade). O pH
final do meio de cultura contendo cepas de mutans pode variar de 4,36 a
3,89, sendo que as mesmas cepas foram capazes de sobreviver em pH
4,0, apesar de se observar redu•‹o do nœmero de unidades formadoras
de col™nia em rela•‹o ao pH neutro. Quedas r‡pidas e constantes de pH
s‹o prejudiciais ˆ maioria dos microrganismos da placa e acabam
5
favorecendo aqueles acidœricos, como os S. mutans.
AlŽm desses, outros fatores de virul•ncia s‹o relevantes, como
produ•‹o de polissacar’dios intracelulares (PIC) e extracelulares (PEC),
alŽm de subst‰ncias antimicrobianas (mutacinas). A produ•‹o de
polissacar’dios intracelulares (PIC) ainda pode servir de reserva, quando
h‡ falta de carboidratos oriundos da dieta, prolongando a exposi•‹o das
superf’cies dent‡rias aos ‡cidos.
A produ•‹o de PEC Ž uma das principais caracter’sticas de
virul•ncia; formados a partir da sacarose, os S. mutans sintetizam
glicanos (a partir de glicose) e frutanos (da frutose). S. sobrinus podem
sintetizar apenas glicanos, os quais podem ser solœveis ou insolœveis em
‡gua. S‹o sintetizados por enzimas extracelulares, chamadas
glicosiltransferases (GTF), que provocam hidr—lise das molŽculas de
sacarose e polimerizam as molŽculas de glicose. As glicosiltransferases
podem estar livres no meio ou ligadas ˆ superf’cie dos S. mutans.
Os glicanos insolœveis e as enzimas GTF participam da liga•‹o e do
acœmulo de S. mutans em conjunto com outras prote’nas secretadas por
esses microrganismos. Os glicanos e frutanos tambŽm servem como
reservat—rio de PEC e influenciam no desenvolvimento do biofilme dental.
Os glicanos insolœveis modificam as propriedades de difus‹o da placa
bacteriana, tornando-a mais cariog•nica.

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A atividade das GTF parece influenciar de maneira marcante na


atividade de c‡rie. Em uma amostra de 19 cepas, em crian•as entre 12 e
30 meses, aquelas isoladas de crian•as com alta incid•ncia de c‡rie
dent‡ria mostraram maior atividade das GTF, quando comparadas com as
encontradas naquelas crian•as sem les›es de c‡rie. Essa atividade n‹o
depende da quantidade de enzima secretada e do acœmulo de S. mutans,
pois a produ•‹o de glicanos insolœveis de cepas de crian•as com les›es de
c‡rie foi maior quando comparada com as cepas de crian•as sem les›es
de c‡rie, mas com altos n’veis de mutans. A maior atividade das GTF
parece favorecer a ades‹o dos S. mutans, e a indu•‹o de uma resposta
imune contra essas enzimas promove prote•‹o contra a doen•a c‡rie, em
estudos em animais e humanos, abrindo um caminho promissor no
desenvolvimento de uma vacina antic‡rie. Pesquisas t•m evidenciado
tambŽm a possibilidade do uso das glicosiltransferases como poss’veis
marcadores de atividade de c‡rie.
Ainda em rela•‹o aos fatores virulentos, as mutacinas, subst‰ncias
proteicas produzidas pelos S. mutans, que podem agir em outros
microrganismos, s‹o importantes para manterem a coloniza•‹o dessa
bactŽria, inibindo o crescimento de outras espŽcies e membros da sua
pr—pria espŽcie. Essa produ•‹o pode atuar favorecendo a coloniza•‹o
prim‡ria e garantir vantagens na ocupa•‹o de nichos ecol—gicos. As
mutacinas podem desempenhar um papel importante na habilidade de
coloniza•‹o da cavidade bucal, pois j‡ foi demonstrado que as cepas com
maior n’vel de produ•‹o de mutacinas s‹o mais facilmente transmitidas
de m‹es para filhos.

_Streptococcus mutans (cai muito em concurso): Ž o principal


microrganismo cariog•nico em superf’cies lisas. ƒ respons‡vel pelo in’cio
do processo cariog•nico em todos os locais, inclusive em cemento. ƒ um
microrganismo acidœrico e acidog•nico.
Sua ades‹o ocorre em dois est‡gios:

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●O primeiro Ž n‹o depende da sacarose: ocorre atravŽs de adesinas


bacterianas que interagem ˆs prote’nas salivares da pel’cula adquirida,
ligando-se a superf’cie mineral da hidroxiapatita.
●O segundo Ž sacarose dependente: onde ocorre a matura•‹o e
espessamento da placa bacteriana.
Os Streptococcus mutans (ou Estreptococos mutans [EGM])
realizam a hidrolise da sacarose produzindo dois tipos de enzimas,
conhecidas com Glicosiltransferase (GTF) e Frutosiltransferase (FTF). A
partir dessas enzimas que s‹o formados os polissacar’deos extracelulares
que tem como fun•‹o a ades‹o e agrega•‹o bacteriana na placa.
●Glicosiltransferase: da origem aos polissacar’deos do tipo glicana:
Dextrano que serve como reserva de ATP e Mutano que estabiliza a
matriz e funciona como o col‡geno para o tecido conjuntivo. S‹o pouco
solœveis aos fluidos orais.
●Frutosiltransferase: da origem ao polissacar’deo extracelular
Levana, que Ž solœvel em ‡gua e funciona como reserva de ATP.
Essas caracter’sticas dos polissacar’deos extracelulares fazem com
que haja uma difus‹o dentro da matriz do biofilme, tornando a placa mais
cariog•nica por facilitar o aumento da concentra•‹o de ‡cidos.

_Actinomyces viscosus: principal microrganismo presente em c‡rie


de cemento. Propriedades acidog•nicas baixas se comparada aos demais.

_Lactobacillus casei: associados a progress‹o da c‡rie. Por sua


pouca capacidade adesiva (n‹o s‹o capazes de produzir polissacar’deos
extracelulares) s‹o mais encontrados em lugares com maior reten•‹o,
como cicatr’culas, sulcos, espa•os proximais, margens de restaura•›es e
em c‡ries profundas. Tem como principal caracter’stica sua capacidade
acidog•nica, acidœrica e a capacidade de realizar tanto o metabolismo
oxidativo como fermentativo. Com isso produz v‡rios tipos de ‡cidos
org‰nicos (‡cido acŽtico, ‡cido l‡tico), alŽm do etanol e di—xido de
carbono.

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●Dieta

A rela•‹o entre a dieta e a c‡rie dent‡ria envolve efeitos locais e


sist•micos. A dieta pode afetar os dentes de duas maneiras: antes e
ap—s a irrup•‹o. Antes da irrup•‹o, t•m-se os efeitos nutricionais na
forma•‹o do dente e composi•‹o da saliva e, depois, t•m-se os
efeitos locais do metabolismo dos elementos da dieta na placa bacteriana
e na saliva. Tratando-se de c‡rie dent‡ria, esses mecanismos de a•‹o
p—s-eruptiva da dieta na superf’cie dent‡ria s‹o extremamente
relevantes.
O per’odo de socializa•‹o prim‡ria ocorre nos primeiros anos de
vida e caracteriza-se, entre outros fatores, pelo estabelecimento das
primeiras rotinas. A educa•‹o sobre saœde deve ter in’cio nessa fase e,
tratando-se de dieta, os h‡bitos estabelecidos precocemente influenciar‹o
no padr‹o futuro da alimenta•‹o. O padr‹o de consumo de a•œcar
instalado precocemente Ž mantido durante toda a inf‰ncia, o que leva a
concluir que o padr‹o de dieta ligado ao desenvolvimento de les›es de
c‡rie futuras pode j‡ estar estabelecido aos 12 meses.

-Nutri•‹o

Os nutrientes mais importantes que podem ter influ•ncia nas fases


formativas do dente s‹o o c‡lcio, o f—sforo, a vitamina D, o a•œcar, o flœor
e outros elementos-tra•o. O flœor Ž o œnico capaz de apresentar efeito
prŽ-eruptivo apreci‡vel na futura suscetibilidade ˆ c‡rie; mesmo assim,
no que se refere a este efeito, n‹o Ž essencial para a preven•‹o da
doen•a. A vitamina D, o horm™nio da paratireoide e a calcitonina regulam
conjuntamente a concentra•‹o de c‡lcio e fosfato inorg‰nico no plasma e
fluidos extracelulares. TambŽm s‹o respons‡veis pelos movimentos intra
ou extracelulares desses ’ons e, consequentemente, controlam a
mineraliza•‹o de ossos e dentes.
Tratando-se de c‡rie dent‡ria, os constituintes nutricionais, embora
importantes para o desenvolvimento como um todo, atuam, na verdade,
como um fator modificador, pois os produtos presentes no microambiente

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esmalte/placa Ž que ter‹o impacto decisivo no processo da doen•a. Nesse


contexto, o dente permanece relativamente passivo ao ataque
cariog•nico, pois atŽ o esmalte mais perfeitamente mineralizado sofrer‡
desmineraliza•›es, dependendo do Òdesafio dietŽticoÓ a que ser‡
submetido. Da mesma forma, o esmalte pobremente mineralizado pode
n‹o sofrer c‡rie dent‡ria, se o produto do metabolismo da placa que o
recobre estiver em equil’brio com a capacidade-tamp‹o da saliva.
Crian•as desnutridas apresentam, com frequ•ncia, hipoplasias
denominadas ÒlinearesÓ, principalmente nos grupos de baixo n’vel
socioecon™mico. Essas hipocalcifica•›es provavelmente s‹o resultantes de
diarreias graves, constantes e frequentes, em crian•as com menos idade.

-Sacarose

O principal a•œcar da dieta humana Ž a sacarose (dissacar’deo,


constitu’do de frutose e glicose) e Ž muito importante o estado f’sico do
a•œcar ao ser levado ˆ boca (ou seja, se est‡ em solu•‹o ou n‹o). Os
a•œcares de nossa dieta s‹o classificados como intr’nsecos ou
extr’nsecos. Os a•œcares intr’nsecos s‹o aqueles dispon’veis na natureza,
naturalmente integrados na estrutura celular do alimento,
denominados intracelulares. S‹o exemplos desses a•œcares os de frutas e
vegetais; esses a•œcares dificilmente s‹o respons‡veis por doen•as em
humanos. Os a•œcares extr’nsecos, ou extracelulares, s‹o aqueles
extra’dos da cana-de-a•œcar e da beterraba, entre outros, que est‹o
livres no alimento, ou seja, aqueles adicionados no alimento.
Alguns alimentos espec’ficos costumam ser cobrados em provas,
por isso vamos falar um pouco mais deles.
LEITE (lactose): comparada a a•ucares como a sacarose produz
menor queda de pH. A case’na que Ž uma fosfoprote’na uma prote•‹o
org‰nica adicional ao esmalte do dente, pois se liga a hidroxiapatita
diminuindo a solubilidade reduzindo a ader•ncia bacteriana. A presen•a
de c‡lcio e f—sforo ajuda na remineraliza•‹o no processo des-re
(falaremos sobre esse processo logo mais). O QUEIJO, que Ž um derivado

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do leite, possui todas essas propriedades mencionadas no leite alŽm de


estimular a saliva•‹o por conter tirosina (enzima com efeito adrenŽrgico
que influencia no fluxo e composi•‹o da saliva).
MEL: as bancas gostam de mencionar o mel como sendo menos
cariog•nico que o a•œcar, porŽm por ter 85% de a•ucares na sua
composi•‹o (glicose e frutose em sua maioria) n‹o podemos afirmar isso,
sendo o mel t‹o cariog•nico quanto os a•ucares comuns.
GORDURAS EM GERAL: as gorduras agem diminuindo a solubilidade
ou reduzindo a ader•ncia das bactŽrias.
Os carboidratos mais consumidos pelo homem constituem o amido,
a sacarose, a frutose e a glicose, sendo que v‡rias e importantes
pesquisas realizadas com humanos mostraram o papel dos a•œcares na
patog•nese da c‡rie. Os principais carboidratos ingeridos na dieta s‹o os
amidos, porŽm por serem pouco solœveis em ‡gua e terem cadeias longas
eles s‹o menos cariog•nicos, porŽm o amido submetido aos processos de
industrializa•‹o pode apresentar potencial cariog•nico, uma vez que Ž
metabolizado mais facilmente pela bactŽria. J‡ a sacarose (frutose +
glicose) Ž o carboidrato ferment‡vel com maior potencial cariog•nico por
ser rico em polissacar’deos extracelulares e pobre em minerais como
c‡lcio, fosfato e flœor. ƒ importante citar tambŽm que a associa•‹o do
amido e da sacarose (biscoitos, doces e afins) pode ser mais cariog•nica
que a sacarose sozinha. A ingest‹o excessiva e frequente de carboidratos
cariog•nicos, rapidamente degradados pela placa bacteriana, Ž muito
perigosa. Infelizmente, a sacarose Ž o a•œcar mais comum da dieta
humana.

-Propriedade importantes na determina•‹o da cariogenicidade do


alimento.
¥! Mec‰nicas: dureza, coes‹o, viscosidade e adesividade. Alimentos
mais r’gidos, que devem ser mastigados vigorosamente, alŽm de
estimularem o fluxo salivar proporcionam, por si s—, a limpeza da
superf’cie do esmalte em raz‹o do atrito. O grau de reten•‹o do

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alimento nas superf’cies dent‡rias depender‡, entre outros fatores,


da adesividade desse alimento. Esse par‰metro define quanto
tempo o alimento permanecer‡ na boca ou quanto tempo levar‡
para deixar a cavidade bucal. Os mais adesivos s‹o mais retentivos,
pois dificultam a limpeza mec‰nica. Muitas vezes, s‹o encontrados
alimentos de alta adesividade, de baixa dureza e de alta
coesividade, permanecendo aderidos ˆs superf’cies dent‡rias (p.
ex., guloseimas, tipo balas ÒtoffeeÓ, torrones, caramelos etc.)
¥! Umidade e conteœdo de gorduras: o alimento de alto potencial
cariog•nico Ž aquele utilizado rapidamente pela placa bacteriana. As
prote’nas e gorduras n‹o s‹o fontes de energia para as bactŽrias da
placa, por isso s‹o de baixo potencial cariog•nico. Embora esses
alimentos possam ser chamados de ÒprotetoresÓ, com frequ•ncia
sua ingest‹o ocorre combinada com a de carboidratos, aumentando
o seu potencial cariog•nico, diminuindo grandemente o seu efeito
protetor.

A cariogenicidade est‡ fortemente associada ao tempo de remo•‹o


total do substrato na boca, o qual depende de v‡rios fatores, como
consist•ncia f’sica, adesividade, caracter’sticas de anatomia dent‡ria e do
arco, movimentos musculares e fatores salivares (fluxo, viscosidade,
difus‹o). Em crian•as com pouca idade, deve-se considerar que o
alimento fica mais tempo na cavidade bucal, pois, alŽm de menor fluxo
salivar, movimentos musculares da m’mica facial e lingual s‹o reduzidos,
o mŽtodo frequente de ingest‹o pelo uso de mamadeira leva a um
aumento do tempo total de contato.
O controle da dieta deve ser orientado tomando-se como refer•ncia
as seguintes informa•›es:
¥Carboidrato: tipo, frequ•ncia e modo de consumo
¥Presen•a de doen•as sist•micas (crian•as malnutridas, alergias,
diarreias e imunodefici•ncias)
¥Presen•a de fluxo salivar adequado

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¥Realiza•‹o de higiene bucal pela crian•a


¥Morfologia dos dentes e configura•‹o da arcada dent‡ria
●Indicadores sociais

●Tempo
Os tr•s fatores discutidos Ñ hospedeiro, microbiota e dieta Ñ
possibilitam a intersec•‹o b‡sica para que ocorram os ciclos de
desmineraliza•‹o e remineraliza•‹o do esmalte dental. Se houver
equil’brio, no decorrer do tempo, o esmalte se tornar‡ mais resistente,
particularmente se o flœor estiver presente no meio bucal. A les‹o de c‡rie
se desenvolver‡ se, no decorrer do tempo, se houver maior
predomin‰ncia na desmineraliza•‹o. Isso ocorrer‡ quando n‹o houver
remo•‹o do biofilme dental, pois este ficar‡ cada vez mais espesso,
aumentando o tempo de pH baixo na interface dente/biofilme. Nessas
condi•›es, ainda, a a•‹o da saliva estar‡ prejudicada no mecanismo de
neutraliza•‹o e remo•‹o dos ‡cidos formados. A ingest‹o frequente de
sacarose, na presen•a de biofilme, tambŽm proporcionar‡ aumento do
tempo de desmineraliza•‹o. Quando ocorre a exposi•‹o ˆ sacarose
durante 1 ou 2 min, o pH cai rapidamente nos minutos subsequentes, e
depois gradualmente aumenta, atingindo o n’vel inicial s— ap—s 30 a 60
min. A extens‹o e a queda do pH dependem do est‡gio de
desenvolvimento do biofilme, ocorrendo quedas mais pronunciadas ap—s 3
dias de dep—sito.

QUESTÌO: 06
FUNCEPE - Cirurgi‹o Dentista - Pref. Itaitinga/CE - 2015
Em rela•‹o aos fatores etiol—gicos da doen•a c‡rie, marque (V) ou (F) a
seguir:
( ) O consumo da sacarose aumenta a incid•ncia de c‡rie.
( ) Um dos fatores mais relevantes Ž a frequ•ncia do consumo da
sacarose, muito mais que a quantidade desse consumo.

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( ) O leite e o queijo s‹o considerados alimentos altamente cariog•nicos,


uma vez que reduzem a secre•‹o salivar.
( ) Trata-se de uma doen•a multifatorial envolvendo o hospedeiro, a
microflora cariog•nica e uma dieta apropriada.
( ) Os estreptococos do grupo mutans s‹o bactŽrias cariog•nicas, tanto
em animais quanto em humanos.
a) V Ð V Ð F Ð V Ð V
b) V Ð F Ð F Ð V Ð V
c) F Ð V Ð V Ð F Ð F
d) F Ð F Ð V Ð V Ð V
e) V Ð V Ð F Ð V Ð F

Coment‡rios: A œnica alternativa falsa Ž a terceira. Como vimos na nossa


aula o leite e o queijo s‹o alimentos que ajudam no processo de
remineraliza•‹o do dente, inclusive aumentando a produ•‹o de saliva.

GABARITO: A

QUESTÌO:07
EBSERH/HUJM-UFMT-AOCP-2013.
Todo paciente com diminui•‹o do fluxo salivar, por qualquer que seja o
motivo, est‡ correndo maior risco para o desenvolvimento de les›es
cariosas. Assim, se o cl’nico suspeitar que o paciente apresenta baixo
fluxo salivar, deve proceder a um exame para confirmar ou descartar
suas suspeitas. Pouca informa•‹o est‡ dispon’vel sobre o fluxo salivar em
crian•as, mas em crian•as entre 5 a 15 anos de idade, pode-se afirmar
que o fluxo salivar est‡ baixo quando o fluxo salivar estimulado for menor
do que
a) 0,5 ml por minuto.
b) 1,0 ml por minuto.
c) 1,5 ml por minuto.
d) 2,0 ml por minuto.

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e) 5,0 ml por minuto

Coment‡rio: A mŽdia de fluxo n‹o estimulado gira em torno de 0,3 ml por


minuto. Diariamente, Ž secretado em torno de 700 a 800 ml de saliva e a
redu•‹o desse fluxo pode estar frequentemente associada ao uso de
medicamentos. A capacidade-tamp‹o tende a ser menor em crian•as que
apresentam les›es de c‡rie, em compara•‹o com aquelas sem a doen•a.
A resposta que mais se aproxima a media do fluxo salivar Ž a letra A.

GABARITO: A

QUESTÌO: 08
FUNDASUS Ð AOCP Ð 2015
ƒ conhecido que os streptococcus do grupo mutans s‹o microrganismos
altamente cariog•nicos. Qual das caracter’sticas a seguir NÌO contribui
para este fato?
a) Capacidade de colonizar superf’cies que n‹o descamam.
b) Produ•‹o de polissacar’deos extracelulares a partir da sacarose.
c) Produ•‹o de polissacar’deos intracelulares.
d) Metaboliza•‹o de v‡rias glicoprote’nas salivares.
e) Baixa acidogenicidade e aciduricidade.

Coment‡rio: A cariogenicidade das cepas de S. mutans ocorre pelo seu


potencial de virul•ncia, em especial, pela sua capacidade de produzir
‡cido (acidogenicidade) e de sobreviver em meio ‡cido (aciduricidade). O
pH final do meio de cultura contendo cepas de mutans pode variar de
4,36 a 3,89, sendo que as mesmas cepas foram capazes de sobreviver
em pH 4,0, apesar de se observar redu•‹o do nœmero de unidades
formadoras de col™nia em rela•‹o ao pH neutro. Quedas r‡pidas e
constantes de pH s‹o prejudiciais ˆ maioria dos microrganismos da placa
e acabam favorecendo aqueles acidœricos, como os S. mutans.

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AlŽm desses, outros fatores de virul•ncia s‹o relevantes, como produ•‹o


de polissacar’dios intracelulares (PIC) e extracelulares (PEC), alŽm de
subst‰ncias antimicrobianas (mutacinas). A produ•‹o de polissacar’dios
intracelulares (PIC) ainda pode servir de reserva, quando h‡ falta de
carboidratos oriundos da dieta, prolongando a exposi•‹o das superf’cies
dent‡rias aos ‡cidos.
GABARITO: E

QUESTÌO: 09
EBSERH/HE-UFPEL Ð AOCP - 2015
Postergar a contamina•‹o pelos estreptococos do grupo mutans Ž
vantajoso. Assim, identificar poss’veis fontes de contamina•‹o pode
ajudar a diminuir o risco de que esta contamina•‹o ocorra. A principal
fonte de contamina•‹o de estreptococos do grupo mutans para as
crian•as Ž/s‹o
a) a m‹e.
b) o pai.
c) os irm‹os.
d) a bab‡.
e) os colegas da creche.

Coment‡rio: Esses microrganismos s‹o transmitidos pelo contato salivar


entre humanos, e a implanta•‹o bucal, propriamente dita, inicia-se com a
coloniza•‹o das superf’cies dent‡rias. As mutacinas podem desempenhar
um papel importante na habilidade de coloniza•‹o da cavidade bucal, pois
j‡ foi demonstrado que as cepas com maior n’vel de produ•‹o de
mutacinas s‹o mais facilmente transmitidas de m‹es para filhos.
GABARITO: A

QUESTÌO: 10
Pref. S‹o Jo‹o da Barra/RJ-BIORIO-2015
Em rela•‹o ˆ c‡rie podemos afirmar, EXCETO:

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a) a c‡rie dent‡ria est‡ diretamente ligada a associa•‹o


Òmicrobiota/dieta/hospedeiroÓ;
b) a presen•a de streptococcus mutans na placa bacteriana Ž essencial
para que esta seja cariog•nica;
c) o fluxo salivar n‹o interfere na suscetibilidade ˆ doen•a c‡rie;
d) a ingest‹o de amido Ž mais cariog•nica do que a ingest‹o de sacarose
e lactose;
e) a transmiss‹o da bactŽria causadora da c‡rie para o beb• pode se dar
atravŽs de talheres compartilhados com a m‹e.

Coment‡rio: Os amidos s‹o uns dos principais carboidratos da dieta, mas


n‹o s‹o t‹o cariog•nicos, pois s‹o pouco solœveis em ‡gua e tem cadeias
longas. A associa•‹o de amido e sacarose pode ser mais cariog•nica que
a sacarose sozinha.

GABARITO: D

Fatores comportamentais e socioecon™micos

Para melhor compreens‹o sobre a complexidade do processo da


doen•a c‡rie, Ž importante que haja uma discuss‹o sobre os fatores
etiol—gicos modificadores. Esses fatores podem atuar na ocorr•ncia da
c‡rie dent‡ria em v‡rias frentes, na defesa do hospedeiro, no potencial
cariog•nico do substrato, ou ainda, tendo consequ•ncias sobre a flora.
Por exemplo, h‡bitos de dieta e higiene (incluindo a higiene oral) s‹o
quest›es relacionadas diretamente ao comportamento e a aspectos
culturais dos indiv’duos. O n’vel socioecon™mico, os h‡bitos e outras
vari‡veis psicossociais podem ser importantes na mudan•a de
comportamento dos indiv’duos de um nœcleo familiar.
Geralmente, os indiv’duos com pior n’vel socioecon™mico s‹o mais
afetados por doen•as de v‡rios tipos, incluindo a c‡rie. Melhoras no n’vel

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educacional e na desigualdade social nos œltimos anos podem tambŽm ser


alguns dos fatores que explicam a redu•‹o da doen•a c‡rie em
determinados lugares. A renda familiar tem sido tambŽm associada ˆ
ocorr•ncia da c‡rie.
Dessa forma, a c‡rie dent‡ria ainda apresenta uma distribui•‹o
polarizada, havendo maior preval•ncia e gravidade em indiv’duos menos
favorecidos economicamente. Analisando sob esse prisma, vari‡veis
socioecon™micas podem ser consideradas forte fator de risco ˆ saœde e ˆ
ocorr•ncia da c‡rie dent‡ria.
AlŽm dos aspectos puramente socioecon™micos, h‡ ainda os fatores
psicossociais como atuantes na etiologia da c‡rie. Foi realizada uma
descri•‹o de um perfil psicossocial t’pico para respons‡veis por crian•as
acometidas por c‡rie: m‹e de mais de um filho, jovem, solteira ou
separada, e que trabalha fora de casa. TambŽm o estresse, apontado
como fator predisponente de uma sŽrie de doen•as, por exemplo,
doen•as card’acas e a obesidade, Ž um fator modificador relacionado com
a c‡rie dent‡ria.

ASPECTOS FISIOPATOLîGICOS

! O biofilme Ž o fator biol—gico indispens‡vel


para a forma•‹o da les‹o de c‡rie. As les›es de c‡rie s— ocorrem em
‡reas nas quais o biofilme encontra-se estagnado.

Forma•‹o do biofilme cariog•nico

Vamos aprofundar e refor•ar o que j‡ falamos anteriormente? O


processo todo se inicia com a forma•‹o da pel’cula adquirida, que aos
poucos de espessa sendo colonizada primeiramente por microrganismos
gram positivos. Dentre esses microrganismos podemos citar os S.

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sanguis, S. mitis, S. oralis, A. naeslundi. Com o decorrer do tempo, se a


placa n‹o for desorganizada, ocorre sua matura•‹o, tornando a massa
bacteriana mais densa e resistente a limpeza, favorecendo assim, o
acœmulo de microrganismos como S. mutans e Lactobacillus.
Nunca Ž demais relembrar quais s‹o os microrganismos envolvidos
no processo de desenvolvimento da doen•a c‡rie: S. mutans, S. sobrinus,
L. casei e A. viscosus e em alguns casos A. naeslundi. O que tornam
esses microrganismos cariog•nicos s‹o a capacidade de produzir ‡cidos,
os mecanismos especiais de ader•ncia, a capacidade de sobreviv•ncia em
ambientes ‡cidos e a forma•‹o de reservas de nutrientes.

● Pel’cula adquirida:
J‡ falamos um pouquinho sobre ela na parte de saliva.

ƒ oriunda da saliva formando-se rapidamente sem causar danos ao


hospedeiro. Tem uma espessura de 0,1 a 0,3 mm.
ƒ por onde se inicia o processo de forma•‹o da doen•a c‡rie.
Refor•ando o que j‡ foi dito anteriormente, Ž uma fina camada
glicoproteica, formada sobre a superf’cie do esmalte, funcionando como
base para ades‹o de microrganismos. AlŽm dessa fun•‹o pel’cula
adquirida protege o dente contra a eros‹o dent‡ria, regula o processo
des-re, mant•m os dentes lubrificados protegendo contra o atrito com os
antagonistas, alimentos abrasivos e os tecidos moles e a abras‹o dos
dentifr’cios.
A pel’cula adquirida atua no processo de desmineraliza•‹o-
remineraliza•‹o, pois Ž capaz de modificar a difus‹o de ‡cidos e
transportar ’ons c‡lcio e fosfato para o interior e exterior da superf’cie do
esmalte.
_FORMA‚ÌO: ocorre por meio de liga•‹o eletrost‡tica entre as
prote’nas precursoras e a hidroxiapatita. Por ser anf—tera, isto Ž, capaz de

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se ligar a prote’nas ‡cidas ou b‡sicas, a hidroxiapatita atrai ’ons de cargas


opostas provenientes da saliva. S‹o essas cargas que formam aderem ˆ
superf’cie do esmalte formando a camada de hidrata•‹o. Com a camada
de hidrata•‹o que as prote’nas precursoras da saliva v‹o reagir formando
a pel’cula adquirida.
ƒ importante ressaltar que as cargas positivas s‹o provenientes dos
’ons c‡lcio e as cargas negativas dos ’ons fosfato.
A pel’cula adquirida Ž isenta de bactŽrias. Ela atua apenas como
base para posterior ades‹o de microrganismos que podem vir a ser
patog•nicos.
Algumas altera•›es na superf’cie do esmalte podem ser induzidas
por sua presen•a.
A pel’cula adquirida dessa forma:
¥Age como lubrificante, prevenindo o desgaste prematuro do esmalte
durante a mastiga•‹o
¥Reduz a velocidade da desmineraliza•‹o provocada por ‡cido e bebidas
¥Age como membrana semiperme‡vel, reduzindo a mobilidade de ’ons
(propriedade importante na preven•‹o da desmineraliza•‹o
subsuperficial de les›es incipientes)
¥Previne o crescimento cont’nuo do cristal de hidroxiapatita, quando
isso tende a ocorrer em saliva supersaturada
¥Forma a superf’cie para a coloniza•‹o bacteriana

ASPECTO BIOQUêMICO DA PROGRESSÌO DA DOEN‚A CçRIE

Aqui n‹o vamos entrar em muitos detalhes, mas o essencial que


pode cair em algumas bancas mais detalhistas.
A c‡rie Ž uma doen•a que atinge as estruturas mineralizadas do
dente (esmalte, dentina e cemento) constitu’dos de fosfato e c‡lcio
arranjados em cristais de hidroxiapatita. Com a dieta de determinados
alimentos, s‹o fornecidos a placa bacteriana carboidratos ferment‡veis

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que produzem ‡cidos org‰nicos (f—rmico, propi™nico, l‡tico e acŽtico). Na


presen•a desses ‡cidos o pH bucal cai bruscamente, ficando menor que
5,5, tornando os cristais de hidroxiapatita solœveis. A frequente exposi•‹o
da placa a n’veis baixos de pH favorece o crescimento dos
microrganismos ‡cidœricos, como Ž o caso dos S. mutans e L. casei. AlŽm
disso, com a queda do pH a saliva fica subsaturada de ’ons c‡lcio e
fosfato em rela•‹o ao esmalte dent‡rio, com isso existe uma tend•ncia do
esmalte em perder ’ons c‡lcio e fosfato para o meio bucal, tentando
atingir um novo equil’brio. E Ž justamente nesse processo que ocorre a
desmineraliza•‹o do esmalte. A c‡rie dent‡ria ocorre quando a fase de
acidifica•‹o (desmineraliza•‹o) n‹o consegue ser controlada pela fase de
tamponamento (remineraliza•‹o). A velocidade na progress‹o da perda
de mineral decorrentes desse desequil’brio Ž que determinar‡ o
surgimento ou n‹o de cavidades cariosas. Por falar em tamponamento, Ž
importante ressaltar que na presen•a de flœor o processo de
desmineraliza•‹o ocorre com pH 4,5.
Essa teoria descrita acima Ž a mais aceita e denominada teoria
acidog•nica. PorŽm, existe outra teoria que Ž a proteol’tica, no qual o
processo carioso ocorre devido a decomposi•‹o de estruturas org‰nicas.
Essa teoria afirmava que microrganismos proteol’ticos atuando sobre a
por•‹o org‰nica do esmalte chegariam atŽ o limite amelodentin‡rio
(esmalte-dentina). A destrui•‹o do suporte f’sico do esmalte levaria ˆ
forma•‹o da cavidade de c‡rie.

●Processo de remineraliza•‹o

Com a ingest‹o dos carboidratos ferment‡veis e consequentemente


a produ•‹o de ‡cidos ocorre uma tentativa de reequilibrar a queda do pH
como foi mencionado anteriormente. Uma certa quantidade desses ‡cidos
Ž neutralizada pela saliva e sua capacidade tamp‹o (e outros fatores
como a am™nia e outros ‡lcalis produzidos por espŽcies proteol’ticas). A
saliva como podemos perceber tem uma import‰ncia primordial nesse

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processo de alcaliniza•‹o. Os ’ons c‡lcio, fosfato e flœor quando est‹o em


concentra•‹o superior ˆ existente na estrutura dental passam a se
deslocarem para a zona de desmineraliza•‹o, remineralizando-a. Vamos
entender um pouco mais desse importante processo.
O est‡gio inicial da c‡rie dent‡ria clinicamente detect‡vel Ž
caracterizado pela presen•a de manchas esbranqui•adas. Atualmente tem
sido demonstrado que as les›es incipientes no esmalte, sob certas
condi•›es, s‹o capazes de retornar ˆ condi•‹o normal, ou seja, impedir o
progresso da desmineraliza•‹o nas camadas mais profundas do esmalte e
favorecer o processo de remineraliza•‹o em parte da camada
anteriormente desmineralizada. Isso clinicamente representa retornar ˆ
situa•‹o de esmalte h’gido. Essas observa•›es s‹o entendidas com mais
facilidade quando o mecanismo de remineraliza•‹o do esmalte Ž
favorecido pela presen•a do dep—sito de flœor nas ‡reas desmineralizadas
do esmalte.
As desmineraliza•›es, que se apresentam como manchas
esbranqui•adas e opacas, tendem a se tornar les›es de c‡rie com
forma•‹o de cavidade quando o meio ambiente bucal favorece o
desenvolvimento da placa bacteriana. Contudo, se o meio ambiente for
modificado, a les‹o poder‡ se tornar estacion‡ria ou regredir, porque
ocorrem dep—sitos de minerais dentro dela.
Tem-se ci•ncia de que o esmalte se encontra em equil’brio din‰mico
com o meio bucal. Este Ž formado basicamente por hidroxiapatita (HA) e,
constantemente, troca ’ons com a saliva, ou seja, o esmalte perde e
ganha ’ons c‡lcio e f—sforo o tempo todo. Para perder e ganhar c‡lcio e
f—sforo em um equil’brio entre perda e ganho, Ž preciso que haja
condi•›es supersaturantes desses elementos na saliva. Quando as
condi•›es s‹o supersaturantes, o esmalte ganha mais c‡lcio e f—sforo do
que perde e, dessa maneira, o dente consegue repor a parte mineral
perdida em um pH em torno de 5,5. A estaterina Ž a prote’na que
mantŽm a supersatura•‹o da saliva em rela•‹o ao produto de solubilidade
de hidroxiapatita e impede o crescimento indeterminado do cristal, ou

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seja, uma vez que a saliva est‡ supersaturada poderia haver dep—sito de
c‡lcio e f—sforo indefinidamente, o que n‹o acontece gra•as ˆ presen•a de
prote’nas como a estaterina (pel’cula adquirida).
A reposi•‹o de c‡lcio e f—sforo no esmalte fica prejudicada quando a
situa•‹o Ž de perda constante, por conta da ingest‹o de a•œcares e queda
prolongada do pH (inferior a 5,5). A saliva n‹o consegue repor totalmente
o c‡lcio e o f—sforo perdidos pelo esmalte. Ela se encontra em situa•‹o de
subsatura•‹o em rela•‹o ao produto de solubilidade da HA, e a tend•ncia
Ž o dente perder c‡lcio e f—sforo, e, nessa situa•‹o, ele sofre
desmineraliza•‹o naturalmente. Decorrido algum tempo e, em raz‹o de
uma sŽrie de fatores, com o pH, voltando ao normal (5,5), t•m-se
restabelecidas novamente na cavidade bucal as condi•›es nas quais a
saliva volta a se encontrar supersaturada em rela•‹o ao produto de
solubilidade de hidroxiapatita e, ent‹o, ocorrendo a remineraliza•‹o
natural. Esses processos ocorrem sem a presen•a de flœor, porŽm se
mantiver o flœor constantemente na cavidade bucal por meio de
bochechos e dentifr’cios, poder‡ ser observado que ele agir‡ como um
agente catalisador ou ativador nas rea•›es de perda e ganho de c‡lcio e
f—sforo.
Com a presen•a de flœor no meio, o pH cr’tico da saliva deixa de ser
5,5 para ser aproximadamente 4,5. Dessa forma, ainda se consegue
manter a reposi•‹o de mineral para o esmalte em n’veis de pH abaixo do
cr’tico para a saliva (5,5). Portanto, no pH 4,5, o flœor Ž liberado e est‡
pronto e reativo para formar fluorapatita e se depositar no dente. Esse
tambŽm Ž um dos grandes benef’cios do flœor. No entanto, em pH abaixo
de 4,5, mesmo em presen•a de flœor, tem-se a saliva em condi•›es de
subsatura•‹o em rela•‹o ao produto de solubilidade da FA, e, se esse pH
abaixo de 4,5 se mantiver por tempo prolongado, tambŽm ocorrer‡ perda
de c‡lcio e f—sforo, o que, consequentemente, causar‡ a c‡rie.
A partir desse momento, o flœor tambŽm n‹o consegue repor as
perdas de minerais, o que poder‡ dar in’cio ao processo carioso. Em
situa•›es, porŽm, nas quais o pH prolonga-se por tempo indeterminado

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abaixo de 4,5, tem-se uma situa•‹o de desmineraliza•‹o dental muito


agressiva, com a perda dos cristais da hidroxiapatita e tambŽm da
fluorapatita, conhecida como eros‹o dental, que leva ˆ r‡pida perda da
estrutura dos tecidos dentais.
Para se obter o fen™meno da remineraliza•‹o, Ž importante que n‹o
se observe cavita•‹o. Pode-se ter ‡rea de desmineraliza•‹o extensa; a
superf’cie, porŽm, deve estar ÒintactaÓ, observando-se a ‡rea de
desmineraliza•‹o da superf’cie n‹o afetada pela les‹o. Entretanto, a
porosidade da desmineraliza•‹o pode representar atŽ 25% da les‹o.
O diagn—stico de mancha branca cariosa diferencial de outras
manchas que o esmalte pode apresentar n‹o Ž muito simples, podendo
oferecer alguma confus‹o para parte dos profissionais. A maioria das
hipoplasias ou malforma•›es tem suas superf’cies lisas e brilhantes. A
mancha branca na les‹o cariosa Ž clinicamente porosa e opaca, quando
ativa, podendo voltar a ser lisa e brilhante quando controlada.

Em altas concentra•›es, sabe-se que a regi‹o superficial Ž


mineralizada rapidamente, servindo como ÒbarreiraÓ para a penetra•‹o de
flœor e outros minerais no corpo da les‹o. Isso ocorre, por exemplo,
quando se utiliza verniz com alta concentra•‹o de flœor sobre les›es que
est‹o pr—ximas da cavita•‹o. Isso tambŽm Ž denominado cicatriza•‹o.
Quando a situa•‹o permite, remineraliza-se lentamente e procura-
se obter o dep—sito lento de sais minerais de dentro para fora da les‹o,
em padr‹o mais homog•neo e de forma mais completa de mineraliza•‹o
da les‹o.

Resumindo algumas prote’nas salivares: a estaterina, glicoprote’nas


ricas em prolina, cistatinas e as histatinas. Elas s‹o respons‡veis pela
manuten•‹o do estado de supersatura•‹o e da capacidade
remineralizadora da saliva. J‡ a mucina, que tambŽm Ž uma prote’na
salivar, funciona como uma barreira ˆ difus‹o dos pr—tons de hidrog•nio e

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a penetra•‹o no biofilme, diminuindo a capacidade de desmineraliza•‹o


da estrutura dent‡ria. Os ’ons c‡lcio e fosfato presentes na saliva, e
necess‡rios ˆ remineraliza•‹o das estruturas minerais, precipitam
espontaneamente se n‹o existirem determinadas prote’nas salivares.

QUESTÌO: 11
UFG Ð Pref. Caldas Novas-GO - 2016
A doen•a Òc‡rieÓ pode ocorrer em qualquer superf’cie do dente onde o
biofilme microbiano possa se manter est‡vel por um determinado per’odo.
Se o biofilme for removido parcial ou totalmente poder‡ ocorrer
a) a eleva•‹o da perda de c‡lcio da superf’cie dental para o meio bucal.
b) a interrup•‹o da perda mineral ou, atŽ mesmo, a re-deposi•‹o de
minerais na superf’cie de esmalte.
c) a eleva•‹o da perda de fosfato da superf’cie dental para o meio bucal.
d) o bloqueio da redeposi•‹o de minerais na superf’cie de esmalte.

Coment‡rios: A quest‹o nos remete ao processo de des -re, perceberam?


A œnica alternativa que descreve a interrup•‹o da desmineraliza•‹o (que
Ž o que acontece quando desorganizamos ou removemos a placa (ou
biofilme) bacteriana Ž a letra B.
GABARITO: B

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QUESTÌO: 12
IBFC Ð EBSERH - 2017
A manuten•‹o do equil’brio no processo de des/remineraliza•‹o dos
dentes, Ž o principal aliado na preven•‹o da c‡rie dental. S‹o
consideradas medidas que visam manter o equil’brio deste processo,
exceto:
a) Consumo racional de a•œcares
b) Evidencia•‹o do biofilme
c) Utiliza•‹o adequada e frequente de fluoretos
==d85==

d) Escova•‹o dental di‡ria


e) Uso correto do fio dental

Coment‡rios: O processo de des-remineraliza•‹o Ž influenciado pela


dieta, j‡ que ela Ž diretamente respons‡vel pela modifica•‹o do pH. A
presen•a de fluoretos tambŽm influencia no processo, j‡ que nesse caso o
pH necess‡rio para desmineraliza•‹o do dente passa de 5,5 para 4,5. J‡ a
escova•‹o e o uso do fio dental s‹o respons‡veis pela remo•‹o e
desorganiza•‹o da placa bacteriana. O evidenciador de biofilme de nada
auxilia no processo de des-re, apenas indica onde existe uma higieniza•‹o
deficiente e serve com ÒeducadorÓ para o paciente e direcionador para o
profissional.
GABARITO: B

QUESTÌO: 13
UFCG Ð EBSERH Ð 2017
Preencha as lacunas e assinale a alternativa correta.
O pH ____________ acarreta a dissolu•‹o do esmalte. Esse processo Ž
chamado de ____________ e causado principalmente pelo___________
que produz a fermenta•‹o da __________
a) ‡cido/desmineraliza•‹o/‡cido fosf—rico/sacarose
b) neutro/desmineraliza•‹o/‡cido l‡tico/frutose

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c) alcalino/desmineraliza•‹o/‡cido fosf—rico/maltose
d) ‡cido/desmineraliza•‹o/‡cido l‡tico/sacarose
e) alcalino/mineraliza•‹o/‡cido l‡tico/sacarose

Coment‡rios: Numa œnica quest‹o v‡rios aspectos sobre o processo de


desmineraliza•‹o. Excelente resumo e ainda vamos complementar com
mais algumas informa•›es: Com a fermenta•‹o dos carboidratos
provenientes da dieta, principalmente da sacarose, em consequ•ncia da
presen•a de microrganismos acidog•nicos, especialmente o S. mutans,
ocorre a queda pH, acidificando-o. O principal ‡cido l‡tico que Ž o produto
dessa fermenta•‹o ir‡ causar a queda do pH da placa. Essa queda do pH
ir‡ provocar a desmineraliza•‹o do dente.
GABARITO: D

ASPECTOS CLêNICOS E HISTOPATOLîGICOS

Matura•‹o p—s-eruptiva

Ap—s a irrup•‹o do dente, ainda que morfologicamente perfeito, o


esmalte Ž imaturo, a sua cristalinidade ainda n‹o est‡ completa. O
contato direto com a saliva lhe proporciona adquirir ’ons, via difus‹o, em
sua superf’cie, como c‡lcio, f—sforo, magnŽsio, flœor, pept’deos ricos em
histidina, assim como elementos-tra•o. Essa aquisi•‹o de ’ons aumenta a
dureza da superf’cie, maturando o esmalte, tornando-o mais
mineralizado. As fosfoprote’nas (um dos constituintes mais importantes
da pel’cula adquirida), associadas ˆ estaterina, interagem com a
hidroxiapatita, mantendo o c‡lcio em sua estrutura. Esse mecanismo se
d‡ em raz‹o da afinidade dessas prote’nas com o c‡lcio salivar. O esmalte
que j‡ sofreu a matura•‹o p—s-eruptiva Ž mais resistente ao desafio
cariog•nico; embora esse processo possa acontecer por toda a vida, Ž
mais intenso nos 2 primeiros anos ap—s a irrup•‹o do dente. No entanto,

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n‹o se sabe o quanto essa maior Òresist•nciaÓ do dente j‡ erupcionado se


deve ˆ matura•‹o p—s-eruptiva ou ao fato de o dente erupcionado estar
em oclus‹o funcional e apresentar um menor acœmulo de placa
bacteriana.

Aspectos cl’nicos e histopatol—gicos


Havendo condi•›es prop’cias para o acœmulo de biofilme dent‡rio,
que favore•am a sele•‹o de microrganismos cariog•nicos, e na presen•a
de um substrato capaz de ser metabolizado por esses microrganismos,
poder‡ haver o desequil’brio dos ciclos des/remineraliza•‹o, favorecendo
a perda mineral do esmalte, da dentina e do cemento. Essa destrui•‹o
localizada dos tecidos duros, chamada les‹o, Ž o sinal da doen•a e pode
variar desde o in’cio da perda mineral em n’vel ultraestrutural atŽ a
destrui•‹o total do dente.
O esmalte h’gido normal consiste em cristais de hidroxiapatita t‹o
firmemente unidos, que fazem com que este seja translœcido. Os cristais
est‹o organizados nos prismas e no esmalte interprism‡tico, e a uni‹o de
cristais Ž ligeiramente menos prevalente ao longo da periferia dos
prismas. Existem finos espa•os intercristalinos, preenchidos por ‡gua e
matŽria org‰nica, formando uma fina rede de vias de difus‹o,
chamadas poros do esmalte, e que perfazem menos de 1% de volume no
esmalte h’gido.
Mediante a exposi•‹o aos ‡cidos na placa bacteriana (atingindo pH
cr’tico), os minerais s‹o dissolvidos, ocasionando redu•‹o do tamanho do
cristal e aumento dos espa•os intercristalinos tornando o esmalte
desmineralizado Ž mais poroso.
A perda mineral no in’cio de forma•‹o da les‹o n‹o ocorre de forma
intensa diretamente na superf’cie, embora ela tambŽm seja afetada. A
pel’cula adquirida que contŽm prote’nas ricas em prolina (PRP) e outros
inibidores salivares, como a estaterina, parece proteger a dissolu•‹o da
camada superficial, e como essa camada n‹o apresenta um padr‹o t’pico
de dep—sito dos cristais, permitiria a difus‹o do ‡cido para dentro. AlŽm

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de maior mineraliza•‹o, outro fator protetor da integridade dessa camada


superficial provŽm da presen•a de flœor, e parece ser a redeposi•‹o de
’ons que ocorre durante o processo des/re.

Les‹o de c‡rie em esmalte:

A les‹o de c‡rie inicial forma-se na subsuperf’cie, podendo ser


dividida em quatro zonas:

¥Zona superficial: mantŽm-se h’gida, macroscopicamente, atŽ


determinado est‡gio de progress‹o, embora microscopicamente, em
n’vel ultraestrutural, j‡ se observem sinais distintos de dissolu•‹o direta
da superf’cie, ap—s 1 semana. Existe pequeno aumento na porosidade
do esmalte, em uma profundidade de 20 a 100 mm; portanto, o tecido
imediatamente abaixo da microssuperf’cie j‡ parece mais poroso. Se a
placa se mantŽm sem distœrbios, ap—s 14 dias percebem-se sinais
macrosc—picos de perda mineral do dente, ap—s a secagem. Esse
est‡gio marca o in’cio da les‹o de Òmancha brancaÓ, que ocorre pela
desmineraliza•‹o subsuperficial do esmalte.

¥Corpo da les‹o: Ž a regi‹o onde h‡ mais perda mineral da les‹o e,


dependendo do grau de progress‹o, poder‡ ocorrer a cavita•‹o da
les‹o.

¥Zona escura: apresenta uma ‡rea de remineraliza•‹o, pois recebe


dep—sito de minerais perdidos durante a desmineraliza•‹o. ƒ uma ‡rea
mais extensa, em les›es de progress‹o lenta ou inativas.

¥Zona translœcida: Ž a linha de frente da les‹o, n‹o sendo observada


em todas as sec•›es. ƒ mais porosa do que o esmalte h’gido e
representa os processos de desmineraliza•‹o.

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Embora essas caracter’sticas sejam mais bem visualizadas em


superf’cies lisas, nas superf’cies oclusais, o processo inicial de
desenvolvimento da les‹o de c‡rie ocorre como se cada parede da fissura
fosse uma superf’cie lisa. Essas les›es de fissuras se desenvolvem em
‡reas onde o biofilme pode se formar e amadurecer sem a interfer•ncia
da limpeza mec‰nica, e o diagn—stico cl’nico precoce Ž dif’cil de ser
realizado. Com o uso intenso de flœor, em muitos casos, ocorre grande
progress‹o interna da les‹o, mantendo-se intacta a superf’cie externa,
que tem sido chamada de Òles‹o de c‡rie ocultaÓ. Um exame cl’nico
cuidadoso, ap—s profilaxia e secagem, bem como radiografias
interproximais s‹o essenciais para facilitar o diagn—stico precoce dessas
les›es.

QUESTÌO: 14
CADAR- 2013
Em rela•‹o ˆs caracter’sticas histol—gicas da les‹o de mancha branca no
esmalte dental, determine a sequ•ncia correta.
a) Zona superficial, corpo da les‹o, zona translœcida e zona escura.
b) Zona superficial, zona escura, corpo da les‹o e zona translœcida.
c) Zona translœcida, zona superficial, zona escura e corpo da les‹o.
d) Zona superficial, corpo da les‹o, zona escura e zona translœcida.

Coment‡rio: Zona superficial: mantŽm-se h’gida, macroscopicamente, atŽ


determinado est‡gio de progress‹o, embora microscopicamente, em n’vel
ultraestrutural, j‡ se observem sinais distintos de dissolu•‹o direta da
superf’cie, ap—s 1 semana. Existe pequeno aumento na porosidade do
esmalte, em uma profundidade de 20 a 100 mm; portanto, o tecido
imediatamente abaixo da microssuperf’cie j‡ parece mais poroso. Se a
placa se mantŽm sem distœrbios, ap—s 14 dias percebem-se sinais
macrosc—picos de perda mineral do dente, ap—s a secagem. Esse est‡gio
marca o in’cio da les‹o de Òmancha brancaÓ, que ocorre pela
desmineraliza•‹o subsuperficial do esmalte

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Corpo da les‹o: Ž a regi‹o onde h‡ mais perda mineral da les‹o e,


dependendo do grau de progress‹o, poder‡ ocorrer a cavita•‹o da les‹o
Zona escura: apresenta uma ‡rea de remineraliza•‹o, pois recebe
dep—sito de minerais perdidos durante a desmineraliza•‹o. ƒ uma ‡rea
mais extensa, em les›es de progress‹o lenta ou inativas
Zona translœcida: Ž a linha de frente da les‹o, n‹o sendo observada em
todas as sec•›es. ƒ mais porosa do que o esmalte h’gido e representa os
processos de desmineraliza•‹o.
GABARITO: D

Les‹o de c‡rie em dentina

A partir do momento em que o esmalte Ž rompido por meio do


colapso da camada superficial, se essas ‡reas n‹o forem mantidas sem
placa bacteriana, o processo continuar‡, porque, assim, as bactŽrias ter‹o
um nicho mais protegido, o que, considerando a teoria da placa ecol—gica,
favorecer‡ ainda mais as bactŽrias anaer—bicas e produtoras de ‡cido,
aumentando progressivamente a destrui•‹o.
Uma vez atingida a dentina, ocorrer‡ a invas‹o tubular superficial
das bactŽrias, e a por•‹o mais pr—xima da jun•‹o esmalte-dentina ser‡
rapidamente decomposta pela a•‹o de ‡cidos e enzimas proteol’ticas.
Essa zona Ž chamada zona de destrui•‹o e, abaixo dela, encontra-se a
invas‹o bacteriana.
Alguns autores dividem a progress‹o da c‡rie de dentina em duas
como veremos a seguir:
●Dentina infectada: apresenta o maior nœmero de bactŽrias e a mais
desorganizada. Ocorre a destrui•‹o de dentina intertubular. Apresenta-se
amolecida, borrachoide e œmida, sendo removida facilmente com cureta
●Dentina afetada: possui quantidades menores de bactŽrias que a
infectada e apresenta tra•os de organiza•‹o original da dentina. Observa-

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se tœbulos dentin‡rios e dentina tubular. Algumas teorias enfatizam que


por essas caracter’sticas s‹o passiveis de recupera•‹o. Clinicamente,
apresenta aspecto amolecido menor que o da dentina infectada, porŽm
que ÒdescamaÓ e mais escurecido.

Outros autores dividem em quatro como descreveremos abaixo:


●Dentina desorganizada: que Ž uma camada mais superficial e amolecida.
●Dentina infectada: como descrita acima.
●Dentina afetada: tambŽm descrevemos acima.
●Dentina Esclerosada: conteœdo mineral aumentado, relacionado com
cronicidade e intensidade do ataque, endurecida, colora•‹o marrom. N‹o
remover essa camada pois Ž pass’vel de remineraliza•‹o. Ocorre por
est’mulos da polpa e consequente a•‹o dos odontoblastos.

Vamos conhecer outro tipo de nomenclatura para essa divis‹o da


dentina:
●Prim‡ria: a maior parte Ž formada antes da erup•‹o dos dentes. ƒ a
dentina original, regular.
●Secund‡ria: se forma devido a est’mulos de baixa intensidade, devido a
fun•‹o biol—gica normal durante a vida do elemento dent‡rio. Apresenta
tœbulos dentin‡rios estreitos e tortuosos.
●Terci‡ria ou reparativa: Ocorre em fun•‹o de est’mulos intensos vindos
da polpa irritada, como no caso de c‡ries agudas, irrita•›es mec‰nicas e
tŽrmicas, eros‹o, abras‹o... Os tœbulos dentin‡rios s‹o reduzidos em
nœmeros ou inexistentes. Quando presentes s‹o irregulares ou tortuosos.
Essas ‡reas servem de guia quando da interven•‹o cl’nica, sendo
que a zona mais profunda pode ser remineralizada, pois ainda n‹o Ž
infectada, e o col‡geno n‹o est‡ quebrado de forma irrevers’vel.
Enquanto isso, na zona mais superficial da les‹o de c‡rie, j‡ existem
invas‹o bacteriana e col‡geno irreversivelmente quebrado, devendo essa
camada ser removida.

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Nessa aula Ž importante frisarmos tambŽm duas outras


classifica•›es das les›es de c‡rie:

-QUANTO AO DESENVOLVIMENTO DA LESÌO

● C‡rie prim‡ria: 1» les‹o cariosa que acomete o dente. Tem seu in’cio
nas fissuras de dentes h’gidos.
● C‡rie secund‡ria (recidivantes ou recorrentes): acomete o dente
que j‡ tinha c‡rie dental e havia sido restaurado. Detectada
normalmente, as margens da restaura•‹o.

Outras classifica•›es:
●C‡rie rampante: s‹o mœltiplas les›es ativas acometendo o mesmo
paciente (c‡rie de mamadeira, c‡rie por uso de drogas, c‡rie de radia•‹o)
●C‡rie oculta: les‹o de dentina que n‹o s‹o detectadas no exame visual
por apresentar esmalte intacto nas faces oclusal, vestibular e alatina.
Com extensas desmineraliza•›es. Detectadas no exame radiogr‡fico.
●C‡rie residual: tecido infectado que foi deixada no local da les‹o
cariosa, antes da inser•‹o do material restaurador. Ocasionado por falha
do profissional.

-QUANTO AO ASPECTO CLêNICO


● Esmalte:
_ Inativa: mancha branca brilhante e lisa ou pigmentada.
_ Ativa: Mancha branca rugosa e opaca.

● Dentina:
_ Inativa: tecido duro e escurecido, com aspecto seco
_ Ativa: colora•‹o marrom claro, amolecido e aspecto œmido.

QUESTÌO: 15
Pref. de Carangola-MG-IDECAN- 2015

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Em rela•‹o ˆ les‹o de c‡rie em dentina, marque a alternativa


INCORRETA.
a) Quando a les‹o de c‡rie atinge a dentina, h‡ uma invas‹o tubular
superficial das bactŽrias.
b) Morfologicamente, as les›es de c‡rie em dentina direcionam e auxiliam
no momento da interven•‹o cl’nica.
c) O esmalte dental rompido no processo carioso ir‡ favorecer as
bactŽrias anaer—bias para aumentar a destrui•‹o em dentina.
d) Na zona mais superficial da dentina existe invas‹o bacteriana e
col‡geno irrevers’vel, portanto, esta camada n‹o deve ser removida.
e) A zona mais profunda da dentina pode ser remineralizada, portanto, a
camada n‹o est‡ infectada, apresentando um col‡geno de forma
revers’vel.

Coment‡rio: Na zona mais superficial da les‹o de c‡rie, j‡ existem


invas‹o bacteriana e col‡geno irreversivelmente quebrado, devendo essa
camada ser removida.
GABARITO: D

QUESTÌO: 16
FCC Ð TRE/RR Ð 2015
Em rela•‹o ˆ c‡rie dent‡ria:
a) a les‹o de c‡rie dent‡ria ativa inicial tem superf’cie dura e brilhante.
b) as les›es de c‡rie dent‡ria se desenvolvem, mesmo com higiene oral
efetiva e redu•‹o na ingest‹o de a•œcar.
c) indiv’duos com baixo risco ˆ c‡rie dent‡ria podem se transformar em
alto risco.
d) les›es marrons nas superf’cies vestibulares devem ser restauradas.
e) as les›es ativas, se forem radiculares, n‹o t•m sua inatividade
viabilizadas.

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Coment‡rios: Vamos relembrar alguns pontos j‡ visto na nossa aula. A


les‹o de c‡rie ativa Ž opaca e rugosa (se for mancha branca) ou
amolecida se for em dentina. Por ser uma doen•a multifatorial precisa de
todos os aspectos em desequil’brio, ou seja, se o paciente tem uma boa
higieniza•‹o e baixo consumo de sacarose a les‹o n‹o ir‡ se desenvolver.
Les›es marrons em superf’cie se forem inativas n‹o tem necessidade de
serem restauradas, a n‹o ser que comprometam a estŽtica do paciente.
Mesmo as les›es cariosas radiculares podem tornar-se inativas.
Indiv’duos com baixo risco de c‡rie pode sim se tornar de alto risco, se os
diversos fatores que levam a progress‹o da doen•a tambŽm forem
alterados, como por exemplo, mudan•as na alimenta•‹o e na
higieniza•‹o.
GABARITO: C

QUESTÌO: 17
UNICENTRO - Pref. Gua’ra/PR Ð 2015
Assinale a alternativa abaixo que apresenta uma caracter’stica de les‹o
cariosa ativa:
a) translusc•ncia normal do esmalte ap—s secagem.
b) cavidade expondo dentina dura e amarronzada - escura.
c)destrui•‹o localizada da superf’cie circundada por esmalte
amarronzado.
d)cavidade no esmalte opaco e sem brilho com envolvimento superficial
de dentina.
e)esmalte opaco com brilho, com ou sem descolora•‹o amarronzada,
visto ap—s secagem.

Coment‡rios: as caracter’sticas de les›es ativas s‹o: colora•‹o opaca,


rugosa, amolecida, œmida em colora•‹o marrom clara. A alternativa que
apresenta essas condi•›es de opacidade e sem brilho Ž a D.
GABARITO: D

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QUESTÌO:18
UFG Ð Pref. Caldas Novas/GO Ð 2016
Leia o caso a seguir. Ap—s profilaxia, ao realizar um exame cl’nico em um
molar inferior, o cirurgi‹o-dentista n‹o detecta, pelo exame visual, a
ocorr•ncia de uma les‹o cariosa na oclusal, devido ao fato de o esmalte
estar visualmente inalterado, porŽm, ao examinar radiograficamente,
nota extensa e profunda desmineraliza•‹o em n’vel de dentina. A situa•‹o
cl’nica descrita trata de uma les‹o denominada de:
a)c‡rie residual.
b)c‡rie rampante.
c)c‡rie secund‡ria.
d)c‡rie oculta.

Coment‡rios: F‡cil essa, n‹o Ž? Vamos aproveitar para revisar as


caracter’sticas dessas denomina•›es?
●C‡rie rampante: s‹o mœltiplas les›es ativas acometendo o mesmo
paciente (c‡rie de mamadeira, c‡rie por uso de drogas, c‡rie de radia•‹o)
●C‡rie oculta: les‹o de dentina que n‹o s‹o detectadas no exame visual
por apresentar esmalte intacto nas faces oclusal, vestibular e alatina.
Com extensas desmineraliza•›es. Detectadas no exame radiogr‡fico.
●C‡rie residual: tecido infectado que foi deixada no local da les‹o
cariosa, antes da inser•‹o do material restaurador. Ocasionado por falha
do profissional.
● C‡rie secund‡ria (recidivantes ou recorrentes): acomete o dente
que j‡ tinha c‡rie dental e havia sido restaurado. Detectada
normalmente, as margens da restaura•‹o.
GABARITO: D

QUESTÌO: 19
UNICENTRO -Pref. Gua’ra/PR - 2015

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Assinale a alternativa abaixo que apresenta uma caracter’stica de les‹o


cariosa ativa:
a) translusc•ncia normal do esmalte ap—s secagem.
b) cavidade expondo dentina dura e amarronzada - escura.
c)destrui•‹o localizada da superf’cie circundada por esmalte
amarronzado.
d) cavidade no esmalte opaco e sem brilho com envolvimento superficial
de dentina.
e) esmalte opaco com brilho, com ou sem descolora•‹o amarronzada,
visto ap—s secagem.

Coment‡rios: Vamos relembrar as caracter’sticas cl’nicas das les›es de


c‡rie:
● Esmalte:
_ Inativa: mancha branca brilhante e lisa ou pigmentada.
_ Ativa: Mancha branca rugosa e opaca.
● Dentina:
_ Inativa: tecido duro e escurecido, com aspecto seco
_ Ativa: colora•‹o marrom claro, amolecido e aspecto œmido.
GABARITO:D

DIAGNîSTICO DA CçRIE DENTçRIA

Nessa parte da aula vamos abordar o diagn—stico da doen•a c‡rie.


Quando se aborda o diagn—stico da doen•a, dois conceitos devem
ser inicialmente definidos: atividade e risco.
Quando se usa o termo risco, presume-se que Ž algo futuro,
incerto, que pode ou n‹o ocorrer, dependendo da intensidade dos fatores
que determinam o in’cio do processo patol—gico. Dessa forma, poderiam
ser utilizadas as terminologias alto, mŽdio e baixo riscos, pois a
associa•‹o e a import‰ncia dos fatores determinantes podem variar de
um indiv’duo para outro.

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Por atividade, entende-se que existe manifesta•‹o vis’vel da doen•a


na ocasi‹o do exame cl’nico, sendo que a presen•a de atividade s— pode
ser afirmada a partir do momento em que se encontrem, pelo menos,
les›es de c‡rie incipientes do tipo mancha branca ativa. ƒ fundamental
que se diferencie a les‹o de mancha branca de c‡rie de outros tipos de
manchas brancas, como aquelas provenientes de fluorose ou
hipocalcifica•‹o. Os principais fatores a serem observados para diferenci‡-
las s‹o a localiza•‹o (se a ‡rea for prop’cia ao acœmulo de biofilme) e o
aspecto cl’nico da les‹o (a les‹o de c‡rie ativa Ž opaca e com apar•ncia
rugosa, enquanto a inativa apresenta lisura e brilho). A atividade tambŽm
existe onde se observa uma situa•‹o mais avan•ada da doen•a, em que
est‹o presentes cavidades de c‡rie com caracter’stica aguda, ou seja,
com dentina amarelada e amolecida. Em qualquer dessas condi•›es, diz-
se que o indiv’duo Ž c‡rie-ativo. A presen•a de les›es de c‡rie ativas,
identificando o indiv’duo como c‡rie-ativo, o predisp›e a um aumento do
risco de novas les›es. Contudo, se ele nunca teve experi•ncia de c‡rie, ou
se apresenta les›es j‡ inativas (manchas brancas com brilho ou les›es
cr™nicas, com dentina dura e enegrecida), considera-se que ele Ž, no
momento, c‡rie-inativo, ou seja, embora j‡ possa ter apresentado
atividade da doen•a, naquela ocasi‹o n‹o mostra atividade.
O tratamento da doen•a sempre deve preceder o tratamento da
les‹o de c‡rie; restaura•›es realizadas com a doen•a em atividade
provavelmente fracassar‹o pela reincid•ncia da les‹o. O controle da
atividade Ž feito adotando-se um programa individualizado para cada
paciente que dever‡ incluir basicamente medidas de controle de placa,
orienta•‹o de dieta e uso racional do flœor e, em algumas situa•›es,
selantes oclusais. Dependendo do quadro cl’nico, pode ser necess‡rio
realizar a adequa•‹o do meio, com o fechamento das cavidades de c‡rie,
precedidas ou n‹o por terap•utica pulpar. Em casos nos quais a atividade
da doen•a persiste, e em que h‡ dificuldade com as medidas propostas,
deve-se intensificar as medidas de orienta•‹o de higiene oral e de
controle da ingest‹o de sacarose, alŽm da utiliza•‹o de produtos

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fluoretados de aplica•‹o t—pica profissional, como gel e mousse


acidulados ou verniz fluoretado.

-Avalia•‹o do risco de c‡rie


Como j‡ definido, o termo risco de c‡rie indica a probabilidade de o
indiv’duo vir a desenvolver a doen•a e, dessa forma, todos os fatores
envolvidos na sua etiologia podem interferir na sua determina•‹o. De
uma forma mais pr‡tica, o risco do paciente indica a probabilidade de
serem desenvolvidas novas les›es em um per’odo. V‡rios fatores devem
ser levados em conta para a determina•‹o do risco de c‡rie do paciente.

Fatores relativos ao hospedeiro

●Idade: Se a crian•a apresenta dentes em fase de irrup•‹o, considera-se


que se encontra em per’odo de aumento de risco. Isso Ž especialmente
importante durante a erup•‹o dos primeiros molares permanentes, pois o
tempo atŽ o dente atingir oclus‹o funcional Ž relativamente longo, e
ocorre em uma fase em que as crian•as n‹o apresentam habilidade para
realizar a escova•‹o de forma adequada.
●Uso de flœor: Sabendo-se que o flœor interfere no processo
des/remineraliza•‹o, espera-se que os indiv’duos que o utilizem tenham
menor risco de apresentarem a doen•a. Deve ficar claro que o flœor n‹o
oferece imunidade contra a c‡rie dent‡ria, mas retarda sua progress‹o,
entretanto, se outros fatores n‹o forem controlados, a les‹o de c‡rie
poder‡ manifestar-se.
●Experi•ncia prŽvia de c‡rie: Embora nem sempre possa refletir o
risco atual, a experi•ncia anterior de c‡rie pode ser um forte indicador de
risco, pois, muitas vezes, os indiv’duos n‹o est‹o cientes das causas que
os predisp›em ˆ doen•a e n‹o mudam seus h‡bitos. Para crian•as
maiores de 3 anos e para adolescentes e adultos, Ž o fator de risco que
apresenta maior evid•ncia quanto ˆ sua associa•‹o com o
desenvolvimento de novas les›es. Cabe destacar que, quando j‡ existem
les›es de c‡rie, suas caracter’sticas geralmente definem a atividade da

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doen•a, e n‹o mais o risco de sua ocorr•ncia, uma vez que ela est‡
ocorrendo. A experi•ncia passada pode indicar o risco de desenvolvimento
de novas les›es.
●An‡lise da fun•‹o salivar:!As avalia•›es do fluxo salivar e da
capacidade-tamp‹o podem ser utilizadas como auxiliares na determina•‹o
do risco, embora n‹o devam ser utilizadas isoladamente. Deve-se
considerar que s‹o influenciadas pelo ritmo circadiano variando, portanto,
em raz‹o do hor‡rio em que o teste Ž realizado. Deve-se padronizar o
hor‡rio para possibilitar compara•›es entre os valores de um mesmo
indiv’duo ou entre indiv’duos. No entanto, o fluxo Ž o principal fator
salivar relacionado com o risco de c‡rie.
●An‡lise microbiana: O n’vel bucal de S. mutans parece ser o fator de
risco mais relevante, particularmente em crian•a de 0 a 3 anos. Estudos
mostram que S. mutans Ž um dos microrganismos que colonizam a
cavidade bucal mais tardiamente, sendo necess‡rios alguns fatores
ambientais espec’ficos que favore•am esse microrganismo em rela•‹o aos
outros, por exemplo, atividade de c‡rie da m‹e e consumo precoce de
sacarose. O n’vel de S. mutans serviria como um marcador do
desequil’brio ecol—gico que poderia levar ˆ ocorr•ncia da c‡rie dent‡ria. A
presen•a de placa bacteriana vis’vel nos incisivos superiores parece ser
um bom preditor para o desenvolvimento de les›es de c‡rie, assim como
o consumo frequente de sacarose, particularmente em mamadeiras, na
faixa et‡ria de 0 atŽ 3 anos.

QUESTÌO: 20
Pref. Gr‹o Mogol/MG-COTEC/UNIMONTES-2015
A elabora•‹o do plano de tratamento Ž essencial para a boa conduta
cl’nica no tratamento da doen•a c‡rie. Logo, em rela•‹o aos fatores
ligados ao paciente, Ž CORRETO afirmar:
a) Em crian•as de pouca idade, a avalia•‹o de dieta n‹o pode ser
fundamental na defini•‹o do risco ˆ doen•a c‡rie.

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b) O paciente com experi•ncia anterior ˆ doen•a c‡rie apresenta maior


risco de ter les›es cariosas.
c) A idade do paciente relacionada ao tempo da presen•a do dente na
cavidade bucal n‹o interfere no desenvolvimento da les‹o cariosa.
d) O estado motivacional do paciente n‹o interfere em seu retorno e
controle peri—dico.

Coment‡rio: ƒ o fator de risco que apresenta maior evid•ncia quanto ˆ


sua associa•‹o com o desenvolvimento de novas les›es. Cabe destacar
que, quando j‡ existem les›es de c‡rie, suas caracter’sticas geralmente
definem a atividade da doen•a, e n‹o mais o risco de sua ocorr•ncia, uma
vez que ela est‡ ocorrendo. A experi•ncia passada pode indicar o risco de
desenvolvimento de novas les›es
GABARITO:B

MŽtodos de diagn—stico das les›es de c‡rie

-Exame visual
O exame de inspe•‹o visual Ž um mŽtodo r‡pido e de f‡cil
execu•‹o, e tem sido considerado a melhor forma de detec•‹o das les›es
de c‡rie desde os seus est‡gios mais iniciais de desenvolvimento, se o
dentista detecta uma les‹o pelo exame visual, dificilmente esse resultado
ser‡ equivocado. No entanto, a inspe•‹o visual deixa de detectar algumas
les›es de c‡rie, por causa da sua baixa sensibilidade. AlŽm disso, em
raz‹o do seu car‡ter subjetivo, o grau de concord‰ncia obtido em
diferentes exames geralmente Ž baixo (baixa reprodutibilidade).
Com o objetivo de sistematizar a detec•‹o e a avalia•‹o das les›es
cariosas pelo exame visual, na tentativa de melhorar esses dois aspectos
(baixa sensibilidade e reprodutibilidade), tem ocorrida a cria•‹o de ’ndices
com escores para serem utilizados na inspe•‹o visual. Isso levou ˆ cria•‹o
do Sistema Internacional de Detec•‹o e Avalia•‹o de C‡rie (do ingl•s,
International Caries Detection and Assessment System Ð ICDAS). O

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ICDAS Ž um sistema de escores que vai de 0 a 6, criado para ser utilizado


na pr‡tica cl’nica, bem como nas pesquisas cl’nicas e epidemiol—gicas
relacionadas com a c‡rie dent‡ria. ƒ um sistema visual que permite a
utiliza•‹o de uma sonda OMS (sonda ball-point), e foi criado para
detec•‹o e avalia•‹o de les›es de c‡rie em todas as superf’cies do dente,
bem como para les›es radiculares e ao redor de restaura•›es.
Basicamente, o ICDAS define a presen•a ou n‹o de cavidades,
avalia a gravidade e estima a profundidade das les›es, sendo esses os
principais pilares diagn—sticos vinculados ˆ tomada da melhor decis‹o de
tratamento para cada caso. Algumas caracter’sticas cl’nicas devem ser
associadas ˆ realiza•‹o do ICDAS para avalia•‹o da atividade das les›es.
Caracter’sticas de rugosidade, brilho e localiza•‹o das les›es s‹o
consideradas para avalia•‹o do status do dente em rela•‹o ˆ sua
atividade. Assim, les›es opacas, rugosas ou com a textura amolecida e
em regi›es de estagna•‹o de placa s‹o consideradas ativas, enquanto
les›es lisas ou com textura endurecida, com aus•ncia de opacidade e
localizadas em regi›es em que n‹o h‡ grande acœmulo de placa, s‹o
classificadas como inativas.
O ICDAS preconiza que o exame cl’nico-visual seja realizado com
boa ilumina•‹o, ap—s limpeza e secagem das superf’cies, para ent‹o
classificar se o dente Ž h’gido, selado, restaurado, se apresenta coroa
protŽtica ou se est‡ ausente. Como mencionado, a sonda ball-point pode
ser utilizada para auxiliar o cl’nico no seu diagn—stico.

O escore se refere a dentes sadios, os escores 1 e 2 a


les›es n‹o cavitadas de c‡rie, e os escores 5 e 6 a les›es com cavidade
expondo a dentina. O escore 3 se refere a uma microcavidade restrita ao
esmalte, enquanto o escore 4 ao sombreamento subjacente indicando
acometimento da dentina, sem que o esmalte tenha se rompido.

QUESTÌO:21
Analista Judici‡rio-TJ-GOFGV- 2014

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O ICDAS (International Caries Detection and Assessment System -


Sistema Internacional de Decte•‹o e Acesso ˆ C‡rie) Ž um ’ndice visual
de amplo uso para a classifica•‹o da c‡rie considerando todos os seus
est‡gios evolutivos. A descri•‹o condizente com o est‡gio 3 (tr•s)
dessa classifica•‹o Ž:
a)cavidade distinta extensa com dentina vis’vel ocupando mais de metade
da superf’cie;
b)cavidade distinta com dentina vis’vel envolvendo menos da metade da
superf’cie;
c)nenhuma evid•ncia de altera•›es na translucidez do esmalte ap—s
secagem prolongada;
d)opacidade provocada por c‡rie vista em dente œmido ou descolora•‹o
escurecida que ultrapassa os limites da fissura;
e)perda distinta da integridade superficial do esmalte, mas sem expor
dentina.

Coment‡rio: 0 escore se refere a dentes sadios, os escores 1 e 2 a les›es


n‹o cavitadas de c‡rie, e os escores 5 e 6 a les›es com cavidade expondo
a dentina. O escore 3 se refere a uma microcavidade restrita ao esmalte,
enquanto o escore 4 ao sombreamento subjacente indicando
acometimento da dentina, sem que o esmalte tenha se rompido.
GABARITO: E

-MŽtodos complementares

O exame radiogr‡fico Ž o mŽtodo adjunto mais utilizado na pr‡tica


cl’nica como mŽtodo complementar ao exame cl’nico para detec•‹o de
les›es de c‡rie. Nos guias de protocolos cl’nicos da Europa, dos EUA e
tambŽm do Brasil, a tomada de duas radiografias interproximais (bite-
wing) Ž indicada para todas as crian•as em todas as idades, mesmo na
aus•ncia de sintomas ou sinais que levam o cl’nico a suspeitar da
presen•a de les›es. ƒ importante que a tŽcnica radiogr‡fica seja realizada
para evitar repeti•›es e para que um melhor diagn—stico seja realizado.

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_ Radiografia digital: por possuir programas de an‡lise de imagem o


diagn—stico passa a ser mais preciso, sendo poss’vel avaliar m’nimas
mudan•as na mineraliza•‹o dent‡ria. Como desvantagem dessa tŽcnica,
podemos citar o alto custo que ainda apresenta.

PREVEN‚ÌO E CONTROLE DA DOEN‚A CçRIE

Qualquer mŽtodo que auxilie no controle dos multifatores ligados ao


desenvolvimento da doen•a c‡rie, servir‡ como fator preventivo. Dentre
alguns podemos citar a dieta balanceada, a correta higieniza•‹o dos
dentes, educa•‹o em saœde bucal, visitas regulares ao cirurgi‹o-dentista,
dentre v‡rias outras. Mas sem dœvida nenhuma o flœor Ž um dos
principais aliados nessa batalha.
Baratieri et al. no livro Odontologia Restauradora Fundamentos e
Possibilidades divide em tr•s etapas de preven•‹o. Vamos nos basear
nele por ser um livro de grande refer•ncia. Independente do livro
refer•ncia vamos falar de v‡rios aspectos que ir‡ ser de grande valia para
todas as bancas. (Sempre lembrando que a teoria de que a c‡rie Ž uma
doen•a transmiss’vel n‹o condiz mais com as evid•ncias cient’ficas mais
atuais, mas que como ainda cai muito nos concursos sempre
mencionamos ela em nossas aulas.)

● Preven•‹o prim‡ria:

Evitando a transmiss‹o da microbiota de m‹e para filho durante a


janela da infectividade. Isso pode ser feito evitando os contatos salivares
entre m‹e-filho, alŽm do uso de antimicrobianos e gomas de mascar com
xilitol pela m‹e nessa fase.

● Preven•‹o secund‡ria:

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Essa fase da preven•‹o se d‡ no caso de o microrganismo


cariog•nico j‡ ter se instalado. Nesse caso, agir’amos no controle do
consumo do a•œcar, no controle e desorganiza•‹o da placa bacteriana e
em fluorterapias.

● Preven•‹o terci‡ria:

Aqui a microbiota j‡ atingiu n’veis cr’ticos e iremos tentar intervir


para evitar o aparecimento de les›es vis’veis ou evitar a progress‹o da
les‹o j‡ existente em cavidade de dentina. Isso ser‡ feito com a
combina•‹o das medidas citadas anteriormente alŽm da fluorterapia
intensiva.

1)(EDUCA Ð Pref. S‹o Francisco/PB Ð 2015)


Leia os itens e assinale a alternativa INCORRETA.
a)A c‡rie dent‡ria Ž decorrente do acœmulo de bactŽrias sobre os dentes
e da exposi•‹o frequente aos a•œcares ferment‡veis.
b)Sendo a FA um mineral menos solœvel, ela tem maior tend•ncia de se
precipitar no esmalte e dentina do que a HA durante os fen™menos de
desmineraliza•‹o e remineraliza•‹o.
c)Mesmo que a queda de pH gerada no biofilme dental pela exposi•‹o aos
carboidratos favore•a a dissolu•‹o da HA, havendo ’on flœor presente no
meio ambiente bucal (fluido do biofilme dental, saliva), a FA ainda ter‡ a
tend•ncia de se precipitar.
d)Ap—s certo tempo de exposi•‹o ao a•œcar, o pH baixa e o esmalte-
dentina e a saliva tende a repor os minerais dissolvidos, por meio de um
fen™meno denominado remineraliza•‹o.

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e)Quando ingerimos ‡gua fluoretada ou comemos alimentos preparados


com ‡gua fluoretada, alŽm do aumento transit—rio da concentra•‹o de F
salivar, o F ingerido Ž absorvido e, do sangue, retorna ˆ cavidade bucal
pela secre•‹o salivar.

2)(EDUCA Ð Pref. S‹o Francisco/PB Ð 2015)


Leia o texto abaixo e complete respectivamente os espa•os: Bochechos
de NaF a 0,05%, s‹o indicados para pacientes com ____________ ou
atividade de c‡rie que n‹o est‹o conseguindo controlar a c‡rie com meios
convencionais de uso de flœor, por exemplo, aqueles usando aparelhos
ortod™nticos fixos.
a)Alto risco.
b) Baixo risco.
c) MŽdio risco.
d) Risco Intermedi‡rio.
e) Risco baix’ssimo.

3) (IBFC Ð EBSERH Ð 2017)


A fluorose surge na forma•‹o do esmalte dental podendo influenciar na
estŽtica dos elementos dent‡rios. Assinale a alternativa correta em
rela•‹o ˆs caracter’sticas da fluorose.
a)Para se observar clinicamente a fluorose Ž preciso realizar uma
profilaxia e secagem do elemento dent‡rio a ser examinado
b)Quando se ingere de forma prolongada o flœor no per’odo da forma•‹o
dental pode gerar a diminui•‹o da porosidade em rela•‹o ao esmalte
c)A fluorose n‹o ocorre em ponta de cœspide e cristas marginais devido a
maior resist•ncia do esmalte nessas ‡reas
d)Os dentes mais afetados na fluorose s‹o os molares devido ao maior
volume de esmalte que possuem
e)A fluorose ocorre somente na denti•‹o dec’dua.

4) (IBFC Ð EBSERH Ð 2016)

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ÒO uso de __________________________ Ž considerado um dos


mŽtodos mais racionais de preven•‹o das c‡ries, pois alia a remo•‹o
mec‰nica do biofilme dental ˆ exposi•‹o constante ao flœor.Ó Assinale a
alternativa que completa corretamente a lacuna.
a)Verniz fluoretado
b)Selante
c)çgua fluoretada
d)Dentifr’cio fluoretado
e)Gel com flœor

5)( EDUCA Ð Pref. S‹o Francisco/PB Ð 2015)


Leia os itens e assinale a alternativa INCORRETA.
a) A c‡rie dent‡ria Ž decorrente do acœmulo de bactŽrias sobre os dentes
e da exposi•‹o frequente aos a•œcares ferment‡veis.
b) Sendo a FA um mineral menos solœvel, ela tem maior tend•ncia de se
precipitar no esmalte e dentina do que a HA durante os fen™menos de
desmineraliza•‹o e remineraliza•‹o.
c) Mesmo que a queda de pH gerada no biofilme dental pela exposi•‹o
aos carboidratos favore•a a dissolu•‹o da HA, havendo ’on flœor presente
no meio ambiente bucal (fluido do biofilme dental, saliva), a FA ainda ter‡
a tend•ncia de se precipitar.
d) Ap—s certo tempo de exposi•‹o ao a•œcar, o pH baixa e o esmalte-
dentina e a saliva tende a repor os minerais dissolvidos, por meio de um
fen™meno denominado remineraliza•‹o.
e) Quando ingerimos ‡gua fluoretada ou comemos alimentos preparados
com ‡gua fluoretada, alŽm do aumento transit—rio da concentra•‹o de F
salivar, o F ingerido Ž absorvido e, do sangue, retorna ˆ cavidade bucal
pela secre•‹o salivar.

6)(EDUCA Ð Pref. S‹o Francisco/PB Ð 2015)


Leia o texto abaixo e complete respectivamente os espa•os: Bochechos
de NaF a 0,05%, s‹o indicados para pacientes com ____________ ou

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atividade de c‡rie que n‹o est‹o conseguindo controlar a c‡rie com meios
convencionais de uso de flœor, por exemplo, aqueles usando aparelhos
ortod™nticos fixos.
a)Alto risco.
b) Baixo risco.
c) MŽdio risco.
d) Risco Intermedi‡rio.
e) Risco baix’ssimo.

7) (CS-UFG Ð UFG Ð 2017)


A a•‹o bacteriana no esmalte dental Ž evidenciada clinicamente pelo
aparecimento de les‹o de mancha branca. ƒ importante distinguir as
hipoplasias do esmalte dental com les›es de mancha branca por
desmineraliza•‹o. As manchas brancas por desmineraliza•‹o ativas s‹o,
clinicamente:
a) bem opacas e aparecem em s’tios de estagna•‹o de placa bacteriana
b) bem brilhantes e aparecem simetricamente na irrup•‹o dos dentes.
c) bem opacas, lisas, com margens demarcadas e aparecem na irrup•‹o
dos dentes
d) bem brilhantes e aparecem em s’tios de estagna•‹o de placa
bacteriana.

8)(CS-UFG Ð UFG Ð 2017)


A capacidade da saliva de neutralizar ‡cidos presentes na placa e em
situa•›es em que n‹o for muito espessa, na interface placa/dente, Ž
denominada de Òcapacidade tamp‹oÓ. Os principais sistemas tamp›es da
saliva s‹o:!
a)alum’nio e magnŽsio
b)fosfato e hidr—xido de c‡lcio
c)bicarbonato e apatita fluoretada
d)fosfato e bicarbonato

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9) (CS-UFG Ð UFG Ð 2017)


No in’cio da forma•‹o do biofilme, as bactŽrias t•m que se fixar ˆ
superf’cie dental. S‹o chamadas de colonizadoras iniciais. Essas bactŽrias
cont•m as adesinas que se ligam
a)ˆ fibronectina
b)ˆ imonoglobulinas salivares que recobrem o dente
c)ˆs fosfatases alcalinas
d)ˆs glicoprote’nas salivares que recobrem o dente

10) (AOCP Ð EBSERH Ð 2017)


O flœor respons‡vel pelo efeito cariost‡tico e de interesse da odontologia
Ž:
a) o ‡cido fluor’drico
b) o fluoreto
c) o ‡cido fosf—rico.
d) a hidroxiapatita
e)a fluoretina

11) (CS -UFG Ð 2017)


A saliva exerce atua•‹o importante sobre o hospedeiro (dente) por meio
de suas fun•›es. Qual Ž a fun•‹o da lactoferrina, lisosina e
lactoperoxidade da saliva?
a) A•‹o de remineraliza•‹o.
b) Capacidade tamp‹o.
c) A•‹o antibacteriana
d) Remo•‹o de restos alimentares

12) (FCC- TRT/ 20»REGIÌ0 Ð 2016)


Para responder ˆ quest‹o, considere o enunciado abaixo.
Paciente com 8 anos de idade, sexo masculino, Ž trazido pela m‹e ao
consult—rio odontol—gico com a queixa que os dentes anteriores
superiores t•m manchas Òcom apar•ncia de gizÓ. A m‹e relata que a

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crian•a consome balas e chicletes com frequ•ncia elevada e apresenta


resist•ncia ˆ escova•‹o dos dentes. Ao exame cl’nico, observam-se les›es
n‹o cavitadas, opacas e rugosas na superf’cie vestibular dos dentes 12,
11, 21 e 22 e les›es com aspecto sombreado, por baixo do esmalte
intacto e desmineralizado na superf’cie oclusal dos dentes 16 e 26. A
coleta de saliva n‹o estimulada resultou em 0,15 mL/min e observou-se
pequena quantidade de biofilme dental bacteriano, localizado
principalmente ao longo da margem gengival dos dentes anteriores e
posteriores.
Na aus•ncia de ‡gua fluoretada, recomenda-se ao paciente
a) o uso regular de dentifr’cio fluoretado em conjunto com uma forma de
uso t—pico, visando interferir no processo des-remineraliza•‹o.
b) o uso de um mŽtodo sist•mico associado a um mŽtodo t—pico, para
que n‹o haja um aumento na concentra•‹o de flœor na cavidade buca
c) a associa•‹o de mŽtodos cujo modo de aplica•‹o seja sist•mico,
visando a uma maior efic‡cia do efeito protetor contra a c‡rie dent‡ria
d) o uso de mŽtodos t—picos, como o bochecho com solu•‹o de flœor,
porque o fluoreto apresenta mecanismo de a•‹o local
e) a utiliza•‹o de v‡rios mŽtodos t—picos associados ao uso de dentifr’cio
fluoretado para produzir um maior efeito na preven•‹o da c‡rie dent‡ria

13)(FCC Ð TRT 11» REGIÌO Ð 2017)


MŽtodo preventivo para a redu•‹o da c‡rie dent‡ria, o bochecho com
solu•‹o fluoretada a 0,2%, Ž indicado
a) na utiliza•‹o di‡ria e universal
b) em regi›es com menos de 20% dos indiv’duos aos doze anos livres de
c‡rie dent‡ria.
c) em comunidades em que a ‡gua de abastecimento pœblico tenha teores
de fluoreto acima de 2,0 ppm.
d) em regi›es com alto consumo de dentifr’cios fluoretados.
e) em comunidades com baixa exposi•‹o a cremes dentais fluoretados
por condi•›es socioecon™micas.

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Ana Luiza Julio
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14)(QUADRIX Ð SEDF Ð 2017)


O termo c‡rie dent‡ria Ž usado para descrever os resultados Ð sinais e
sintomas Ð de uma dissolu•‹o qu’mica do substrato dent‡rio causada
pelos eventos metab—licos ocorridos no biofilme dent‡rio que cobre a ‡rea
afetada. Essa destrui•‹o pode afetar o esmalte, o cemento e envolver
todo o complexo dentinopulpar. A respeito desse assunto, julgue o item a
seguir.
No processo de c‡rie dent‡ria, a perda mineral dos tecidos dent‡rios Ž
causada por ‡cidos, especialmente o ‡cido l‡ctico, produzidos pela
fermenta•‹o bacteriana dos carboidratos da dieta, geralmente a sacarose.

15) (QUADRIX Ð SEDF Ð 2017)


O termo c‡rie dent‡ria Ž usado para descrever os resultados Ð sinais e
sintomas Ð de uma dissolu•‹o qu’mica do substrato dent‡rio causada
pelos eventos metab—licos ocorridos no biofilme dent‡rio que cobre a ‡rea
afetada. Essa destrui•‹o pode afetar o esmalte, o cemento e envolver
todo o complexo dentinopulpar. A respeito desse assunto, julgue o item a
seguir.
A queda do pH resultante da a•‹o dos ‡cidos ocasiona a dissolu•‹o do
tecido dent‡rio por meio do transporte de ’ons c‡lcio e pot‡ssio para o
meio ambiente bucal.

Quest‹o Resposta
1 D
2 A
3 A
4 D
5 D
6 A

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7 A
8 D
9 D
10 B
11 C
12 A
13 E
14 CERTO
15 ERRADO

RESUMO

Vamos ao resum‹o da nossa aula. Lembrando que o resumo,


somente, n‹o Ž o suficiente para que voc• consiga fazer toda uma
prova de concurso, mas para ajudar no seu aprendizado. Facilita a
sua memoriza•‹o e foca nos pontos fundamentais da nossa aula.

Vamos come•ar relembrando o que Ž c‡rie:


A teoria cl‡ssica menciona a c‡rie com uma doen•a infecciosa,
multifatorial, din‰mica, cr™nica, localizada, biofilme dependente.
A teoria moderna coloca a c‡rie como uma doen•a a•œcar biofilme
dependente, n‹o sendo considerada mais a parte da transmissibilidade.

Fatores determinantes: microrganismos (S. mutans, Lactobacillus


e Actinomyces), dieta (rica em carboidratos ferment‡veis, especialmente
a sacarose), hospedeiro (saliva, dente, imuniza•‹o e genŽtica), tempo.
Fatores moduladores: Idade (de acordo com a matura•‹o do
esmalte, maior incid•ncia em indiv’duos mais jovens), estado de saœde
geral (determinadas doen•as e uso de medicamentos), presen•a de
fluoretos, aspectos socioecon™micos, comportamento, risco de c‡rie.

Como ocorre a c‡rie

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O biofilme Ž o fator biol—gico indispens‡vel para a forma•‹o da


les‹o de c‡rie. As les›es de c‡rie s— ocorrem em ‡reas nas quais o
biofilme encontra-se estagnado.
Segundo a teoria da cariog•nicidade cl‡ssica os microrganismos
cariog•nicos s‹o adquiridos por meio de contato com a saliva de outras
pessoas que os possuem. Segundo a teoria mais atual esses
microrganismos j‡ fazem parte da flora bacteriana residente e por
diversos motivos ela se desequilibra iniciando o processo carioso. Em
ambos os casos, esses microrganismos cariog•nicos, em desequil’brio na
cavidade bucal aumentar‡ a disponibilidade de desenvolvimento da les‹o.
Esses microrganismos ficam aderidos no biofilme.
Quando ocorre a ingest‹o de carboidratos ferment‡veis,
especialmente a sacarose, ocorre uma queda do pH, aumentando o
nœmero de microrganismos patog•nicos com consequente em produ•‹o
de ‡cido e consequente descalcifica•‹o do esmalte dent‡rio. O pH cr’tico
para a dentina Ž de 6,0 e para esmalte de 5,5 (valores que s‹o alterados
na presen•a de flœor).
Nesse pH os cristais de hidroxiapatita se dissociam e tendem a
migrar para o meio externo. Com o efeito tamp‹o da saliva, o pH se
estabiliza e incorpora novos cristais na superf’cie dent‡ria ocorrendo,
assim, a remineraliza•‹o.
Quando esse processo de remineraliza•‹o n‹o ocorre em equil’brio
com a desmineraliza•‹o o processo patol—gico da doen•a c‡rie est‡
iniciado.

Aspectos histopatol—gicos da c‡rie

ESMALTE
ATIVA INATIVA
SUPERFêCIES LISAS BRANCA, OPACA E BRANCA, LISA E

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RUGOSA BRILHANTE.
PODENDO ESTAR COM
COLORA‚AO
ACASTANHADA
SUPERFêCIES BRANCA, OPACA E ESCURECIDA OU
RUGOSAS RUGOSA. ESBRANQUI‚ADA.
INFLAMA‚AO LISA E BRILHANTE.
GENGIVAL, PRESEN‚A AUSæNCIA DE PLACA E
DE PLACA GENGIVA
NORMALMENTE
SAUDçVEL.

DENTINA

ATIVA INATIVA
AMOLECIDA, COLORA‚AO ENDURECIDO, COLORA‚AO NEGRA
AMARELA OU CASTANHO-CLARO, OU MARROM-ESCURA, ASPECTO
ASPECTO òMIDO, ESMALTE SECO E BRILHANTE
ADJACENTE COM LESAO DE
MANCHA BRANCA ATIVA

●Dentina infectada: apresenta o maior nœmero de bactŽrias e a mais


desorganizada. Ocorre a destrui•‹o de dentina Inter tubular. Apresenta-
se amolecida, borrachoide e œmida, sendo removida facilmente com
cureta
●Dentina afetada: possui quantidades menores de bactŽrias que a
infectada e apresenta tra•os de organiza•‹o original da dentina. Observa-
se tœbulos dentin‡rios e dentina tubular. Algumas teorias enfatizam que
por essas caracter’sticas s‹o passiveis de recupera•‹o. Clinicamente,
apresenta aspecto amolecido menor que o da dentina infectada, porŽm
que ÒdescamaÓ e mais escurecido.

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CEMENTO OU DE RAIZ (comuns em pacientes idosos)

ATIVA INATIVA
INCIPIENTES: CORLORA‚AO SUPERFêCIE LISA, BRILHANTE,
AMARELAOU ACASTANHA, COLORA‚AO CASTANHO
COBERTAS POR PLACA. ESCURO OU PRETO
CAVITADAS NORMALMENTE SÌO
BEM DEFINIDAS E COM ASPECTO
AMOLECIDO, ENCOBERTO POR
PLACA.

MŽtodos diagn—sticos

¨Exame cl’nico visual: limpo e seco com boa ilumina•‹o.


Na interproximal podemos utilizar as borrachas para afastamento e
assim possibilitar a visualiza•‹o direta.
¨Exame t‡til: atualmente est‡ contraindicado. Utiliza•‹o da parte
romba da sonda exploradora para verificar o aspecto de rugosidade da
superf’cie. A reten•‹o da sonda n‹o significa presen•a de les‹o.
¨MŽtodo radiogr‡fico: Ž um mŽtodo complementar. A radiografia
mais indicada para diagn—stico de c‡rie Ž a interproximal ou bitewing.
Apresenta-se como uma ‡rea radiolœcida, sem limites definidos.
¨Outros mŽtodos: radiografia digital, transilumina•‹o,
transilumina•‹o por fibra —tica (FOTI), mŽtodo digital de transilumina•‹o
com fibra —tica (DIFOTI), condutividade elŽtrica, fluoresc•ncia a laser
(DIAGNOdent fluoresc•ncia a laser QLF), magnifica•‹o —tica, reflex‹o
luminosa.

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E a’ pessoal, como foram nas quest›es? O que acharam da aula?


Extensa e cheia de detalhes, nŽ? Mas n‹o desanimem... Estamos
juntos.
A opini‹o de voc•s Ž muito importante. Qualquer dœvida estou ˆ
disposi•‹o via f—rum.
Por hoje Ž s—... Hora de descansar para pr—xima aula.
AtŽ a pr—xima!!! For•a, foco e fŽ!!!
Um abra•o em todos.

Ana Luiza
REFERæNCIAS BIBLIOGRçFICAS

1. Odontopediatria / Antonio Carlos Guedes-Pinto, Anna Carolina Volpi


Mello-Moura. - 9» ed. - Rio de Janeiro: Santos, 2016.
2. GUEDES PINTO, A. C. Odontopediatria. 8» ed. S‹o Paulo: Santos,
2010.

3. CORRæA, Maria Salete Pires. Odontopediatria na Primeira Inf‰ncia, 3»


ed. Santos 03/2010.
4. McDONALD, R. E.; AVERY, D. R. Odontopediatria. 7» ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2001.
5.Toledo,O.A. Odontopediatria. Fundamentos para a pr‡tica cl’nica. 3» ed.
S‹o Paulo: Editora Premier,2005.
6.Cariologia: Aspectos de Dent’stica Restauradora Ð SŽrie Abeno Ð Adair
Luiz S. Busato
7.Cariologia: Conceitos b‡sico, diagn—stico e tratamento n‹o Restaurador
Ð SŽrie Abeno Ð Mariza Maltz et al.
8.Dent’stica Saœde e EstŽtica Ð Ewerton Nocchi Concei•‹o
9.Dent’stica Procedimentos PrŽ-Cl’nicos Ð JosŽ Mondelli

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10.Odontologia Restauradora, Fundamentos e Possibilidades Ð Luiz


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