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Resumo: Nos últimos anos tem ficado mais evidente a relevância dos gêneros textuais na
sociedade. Estas entidades linguísticas estão presentes em todo o processo comunicativo
social, e a todo instante são usadas, mesmo que inconscientemente, para que a comunicação
humana tenha significação no meio a qual está inserida. A forma da humanidade se comunicar
tem mudado ao longo dos tempos. Com o crescente aumento da produção e uso de tecnologia
nas últimas décadas, a comunicação entre as pessoas tem se modificado mais ainda. A
necessidade de velocidade e eficiência neste processo tem influenciado diretamente a escolha
de gêneros textuais para a manutenção da comunicação entre os indivíduos. Portanto, alguns
gêneros têm se mantido em alta em alguns contextos. O estudo deste artigo visa discutir o uso
do gênero textual escrito carta em relação ao uso de conversas de WhatsApp- caracterizadas
como um tipo de chat, sendo então um gênero digital (multimodal). Tendo em vista as ideias
de gêneros de Bakhtin e Marcuschi, apresentam-se as perspectivas sobre os gêneros textuais,
citados acima, na sociedade e nas escolhas comunicativas. E como a tecnologia tem
influenciado nestas escolhas.
INTRODUÇÃO
Recentemente os as mudanças tecnológicas mundiais têm sido cada vez mais evidentes
e sem sombra de dúvidas tem influenciado os processos de interlocução e a linguagem de
forma geral. Trazendo este fato para o âmbito dos gêneros textuais, surge a análise de como se
GÊNEROS TEXTUAIS
Há várias nomenclaturas para gêneros textuais. Cada uma de acordo com a concepção do
autor que a criou.
O gênero textual pode conter mais de um tipo textual, tem o seu próprio estilo e pode
ser diferenciado dos demais por meio de suas características. Ocorrem em situações cotidianas
de comunicação e podem apresentar uma intenção comunicativa bem definida.
Marcuschi (2005, p.19, apud DIAS, 2012, p.1) aponta os gêneros textuais como
“entidades sócio discursivas e formas de ação social incontornáveis de qualquer situação
comunicativa”. Eles têm natureza tão intrinsecamente ligada à sociedade e sua relevância nas
relações sociais é tanta que para Bakhtin (2000, apud DIAS, 2012, p.2) “os gêneros
materializam a língua. A língua, por sua vez, está vinculada à vida”.
Dias (2012) fala que os gêneros discursivos estão presentes em todos os atos de
comunicação feitos por meio da fala ou da escrita. Ainda afirma que os Gêneros podem ser
encontrados nas formas orais e escritos.
Neste artigo o que importa à discussão são os gêneros escritos, já que a análise se dará
voltada especificamente para o gênero Carta.
Atualmente nos comunicamos em tempo real, embora não tenha sido assim
anteriormente. No entanto, mesmo que pareça “ultrapassado” para alguns, ainda existem
pessoas que utilizam esse meio de comunicação.
A carta foi um dos primeiros gêneros textuais que viabilizou a construção de relações
interativas à distância. E é importante ressaltar aqui os diferentes tipos de cartas: Carta ofício,
carta aberta, carta circular, memorando, carta de referência, carta à redação (opinião sobre
materiais publicadas no jornal ou revista, solicitação de aconselhamento), carta comercial,
carta de cobrança. Essas são as que se encontram mais presentes no cotidiano da sociedade.
Porém o tipo abordado aqui é a carta pessoal.
O gênero textual carta possui grande relevância no meio social. Durante anos foi um
elo que estabeleceu relações sociais diversas entre indivíduos distantes. Gerava interação
entre pessoas, governos e sociedades.
Nesse sentido, resumidamente nas palavras de Matencio (2001, p. 78, apud SILVA,
2002, p. 100):
Uma interação é, ao mesmo tempo, um evento comunicativo – de construção de
sentido – e de construção de relações sociais, o que explica por que um evento de
interação é o ponto de articulação entre o sujeito e o social, em outras palavras, o
lugar de (re)construção da realidade subjetiva e social.
O gênero aqui trabalhado gera estas construções de relações sociais, que foram de
extrema importância em muitos acontecimentos da história da humanidade.
Nessa perspectiva as cartas pessoais contem contatos interpessoais entre aqueles que
se encontram distantes e tem entre si um elo de afetividade (ou não). Dessa forma tanto o
remetente, quanto o destinatário utilizam de uma enunciativa, sistema de crenças, de valores,
e de saberes que estão inseridos na formação social contida nas atividades de práticas sociais e
reais de cada indivíduo.
A carta pessoal possui uma estrutura básica e simples. Basicamente sempre começa
com o nome do destinatário, a diante vem o assunto a ser tratado e no término o nome do
remetente com a data. Alguns modelos possuem, opcionalmente, uma despedida no término
do assunto e/ou também, no rodapé, algo que não pôde ser tratado no corpo do assunto, um
tipo de observação.
Por possuir estrutura tão simples e acessível a carta sempre foi um do gêneros escritos
mais populares que já existiu, sendo seu uso alcançado por diversas classes sociais e
sociedades diferentes ao longo dos anos da raça humana.
Os estudos voltados aos gêneros textuais vêm sendo difundidos desde os anos
60 quando surge a Linguística Textual, de lá para cá muito se ampliou nesse
contexto no que concerne ao domínio da mídia virtual. Em decorrência das
inovações tecnológicas que atravessam as relações sociais e fizeram emergir novos
gêneros embutidos nesse contexto digital, foi preciso incluir os aspectos digitais aos
estudos dos gêneros, e assim, analisá-los contextualmente a considerar as
interferências no interacionismo social.
“Os gêneros textuais tidos como emergentes são os que migram/migraram para os
ambientes virtuais. Assim, novas formas, a partir da tecnologia digital acabam por
proporcionar novas possibilidades de comunicação” (LIMA e CRUZ, 2014, p. 05).
A partir dito pode-se implicar que sem dúvida alguma, o uso dos gêneros digitais está
cada vez mais presente no dia-a-dia das pessoas. Existem formas variadas, e pode-se levar em
conta que o surgimento da maioria deles está intrinsicamente ligada a uma espécie de
adaptação de gêneros textuais escritos (e orais em alguns casos) ao mundo digital.
Marcuschi (2004 p. 27 e 28) elenca uma série de gêneros emergentes que se fazem
presentes nos ambientes virtuais. Ele ainda diz que há uma quantidade variada desses gêneros,
e que entre uma infinidade de caracterizações ele lista alguns que são mais conhecidos.
Dentre eles estar os chats, que “de acordo com o dicionário, o chat é uma forma de
comunicação à distância, em tempo real” (LEITE e SILVA, 2015, p.90).
Ainda conforme diz Oliveira (2013, p. 04 e 05) “[...] o chat é considerado um diálogo,
mas de aplicabilidade virtual, ou seja, a diferenciação está na forma como se realiza, já que, a
funcionalidade é a mesma, comunicação em tempo real”. Os chats se realizam de formas
diferentes e existem diversos, de acordo com suas finalidades.
Para Marcuschi (2005, apud Leite e Silva, 2015), chats são ambientes em salas de
bate-papo entre várias pessoas simultaneamente ou em ambiente reservado. No chat existem
inúmeras pessoas interagindo simultaneamente em relação síncrona e no mesmo ambiente.
Nessas interações, uma das marcas mais evidentes é a multimodalidade, ou seja, a
sobreposição das linguagens verbal, visual e sonora, principalmente.
Segundo o que diz Oliveira (2013, p. 9) “no que concerne à evolução digital, observa-
se que a cada dia a explosão tecnológica só aumenta, seja em inovações de aparelhos
eletrônicos, seja em sofisticação de dispositivos que os mesmos vão possibilitando”.
O Whatsapp é incluído por diversos autores dentro dos gêneros digitais chats. Possui
uma linguagem multimodal, intercalam-se textos escritos, imagens, vídeos, mensagens de
voz, documentos, localizações via GPS, dentre outros. Essa sua característica de intercalação
de vários tipos de linguagem (verbais e não verbais) simultaneamente talvez seja um das
principais causas do seu sucesso. Além, da possibilidade de uma conversa virtual em tempo
real, promovida pelo próprio aperfeiçoamento da internet, que faz com que os usuários
tenham mais rapidez em seus processos de comunicação, acompanhando a velocidade das
atividades humanas dos dias atuais. Acrescenta-se também nestas considerações sobre este
aplicativo que, além de se caracterizar dentro de um gênero textual pré-existente a ele, o
Whatsapp também engloba uma série de outros gêneros textuais que surgem em suas
multifacetadas funções, pois estas viabilizam uma infinidade criações pelo usuário.
Encontra-se em Bakhtin (2000, apud DIAS, 2012 p. 02), que o ser humano em
quaisquer de suas atividades vai servir-se da língua e a partir do interesse, intencionalidade e
finalidade específicos de cada atividade, realizará enunciados linguísticos de maneiras
diversas.
Isto implica que, o interlocutor irá se apropriar de formas linguísticas diferentes, de
acordo com a situação linguística que está, e também com as intenções que pretende alcançar
ao se comunicar.
Mas como essa escolha de determinados gêneros textuais ocorreria nas situações
comunicativas? Conforme falado acima, as escolhas de como será usada a língua é feito de
acordo com os objetivos que o emissor que alcançar com seu discurso.
Numa situação informal, por exemplo, é utilizada linguagem coloquial com termos
pertencentes ao contexto. E estruturas linguísticas mais rápidas, que proporcionem um eficaz
entendimento da mensagem, são geralmente mais escolhidas. Já em uma situação mais formal
usa-se uma linguagem culta e com características peculiares do meio. No meio médico há
várias estruturas textuais que são usadas especificamente nesta área: um prontuário não irá ser
suado por um chefe de cozinha para elaborar uma receita, por exemplo.
Dias (2012, p. 01), afirma “assim, os gêneros surgem como formas da comunicação,
atendendo a necessidades de expressão do ser humano, moldados sob influência do contexto
histórico e social das diversas esferas da comunicação humana”.
Os gêneros também são escolhidos quanto à sua funcionalidade. Em uma sala de aula
de educação infantil, terão funcionalidade satisfatória os clássicos infantis em relação aos
juvenis. Pois aqueles possuem estrutura didática e linguagem a situação de ensino citada.
No cotidiano se um filho deseja deixar um rápido recado a seu pai, não lhe será
necessário escrever uma carta formal, um simples e pequeno bilhete pode servir. Se uma dona
de casa vai ao mercado, ao ver o que lhe falta em casa não lhe é necessário fazer um relatório
como suporte. Uma simples e rápida lista de compras pode atender à situação. Isto é bem
claro. Em uma entrevista de emprego, um candidato não levará suas informações profissionais
escritas de qualquer maneira, mas sim descritas na estrutura de um currículo.
De acordo com Perez (2006), “a comunicação sempre acontece por meio dos gêneros,
seja nas mensagens de celular ou na elaboração de um simples bilhete”. Conclui-se que todo
processo de comunicação humana, do mais simples ao mais complexo, está relacionado com
gêneros textuais.
Alguns gêneros podem parecer mais funcionais, já que são mais utilizados em relação
a outros. Porém, isso não se dá pelo fato de um ser mais importante que outro, mas sim, pela
dinamicidade que estes possuem consequência das necessidades sociais e comunicativas dos
momentos históricos. Isso será discutido mais à frente.
Os gêneros textuais são conhecidos por características que são pertencentes a cada um
deles. Porém, isso não os caracteriza como entidades embrutecidas da língua, que não mudam
e não são influenciadas pelas diversas transformações do mundo. Ao contrário, eles são
dinâmicos.
Como diz Bakhtin (1997, p. 279) os gêneros são tipos relativamente estáveis de
enunciados, criados pelas esferas sociais comunicativas nas quais estão inseridos. Sendo
assim temos a ideia de que eles possuem características e estrutura intrínsecas à natureza de
cada um, porém podem ocorrer variações nestes.
Para Berkenkotter & Huckin (1995, p. 4-6, apud SILVA, 2002, p. 31):
Os gêneros são formas retóricas dinâmicas, desenvolvidas a partir (em
função) das respostas dos agentes a situações recorrentes e que servem para
estabilizar a experiência e lhe dar coerência e sentido. Os gêneros mudam ao longo
do tempo em respostas às necessidades sociocognitivas de seus usuários.
A partir destas considerações, é bem claro dizer que os gêneros não são totalmente
estáveis. Eles possuem suas peculiaridades que os diferenciam uns dos outros, e trazem à tona
suas finalidades e objetivos. Mas, essas peculiaridades podem se transformar ao decorrer do
tempo, justamente pelas novas funcionalidades que certo gênero pode obter consequência das
mudanças que ocorrem na forma que os falantes usam a língua.
Marcuschi (2005, p.19, apud DIAS, 2012, p. 1) aponta os gêneros textuais como
“entidades sócio discursivas e formas de ação social incontornáveis de qualquer situação
comunicativa”. E a partir disto DIAS (2012, p.1), comenta:
ANÁLISE DE DADOS
Considerando que gêneros são formas textuais que, em seu pleno uso, mudam
ao longo do tempo em resposta às necessidades comunicativas de seus usuários, essa
ação certamente, como se anunciou, é sustentada no (e pelo) trabalho linguístico
empreendido pelos indivíduos, nos eventos de interação de que participam (SILVA,
2002, p. 36).
Outra característica ligada ao uso dos gêneros textuais é a interação. A comunicação é
feita através das interações sociais, e sem dúvida os gêneros estão relacionados com a forma
que as pessoas interagem em seus processos comunicativos. Fato é que as formas de
interações têm mudado, e consequentemente, a maneira com que as pessoas “constroem” os
gêneros e como os escolhem para utilização, também se modifica.
No presente artigo, o foco é voltado para o gênero textual escrito Carta e o uso de
conversas no aplicativo WhatsApp, que se enquadra no gênero digital chat.
O gênero textual escrito carta, foi bastante difundido desde muito tempo. Ele já fazia
parte da tradição da Idade Antiga, e durante muito tempo foi o único meio de comunicação
entre pessoas distante geograficamente. Estreitando o enfoque para a carta pessoal, pode-se
dizer que é um gênero simples, sempre foi usado por pessoas de várias camadas sociais por
ser bem acessível e graças à facilidade de sua construção. Várias comunidades linguísticas ao
longo do tempo usaram cartas como meio de comunicação (principal objetivo deste gênero),
para alcançar seus diversos objetivos comunicativos.
Com os avanços tecnológicos dos dias atuais, muitas coisas têm mudado quanto ao
processo de comunicação envolvendo interlocutores que estão distante. O advento da internet
trouxe o surgimento das redes sociais, que no início eram bem simples possuindo poucas
funções. Com a acessibilidade que a internet ganhou hoje, o acesso às redes sociais é
praticamente geral na sociedade. Isto ocasionou o sucesso das tais “redes” que continuaram a
crescer e desenvolver-se em objetivos comunicativos que podem alcançar e também em
funções.
O cenário que se tem hoje é do crescimento do número de aplicativos que surgem para
deixar as redes sociais cada vez mais práticas e acessíveis. Para que os processos de
comunicação entre as pessoas distantes fiquem cada vez mais rápido e possível.
Seu uso tem crescido de forma gigantesca principalmente por ser gratuito e pelo seu
fácil manuseio. Sem sobras de dúvida é um dos meios mais utilizados para comunicação à
distância no mundo todo.
Muitos usuários mais novos, por exemplos, talvez nunca tenham tido contato com o
gênero textual carta. Por vários motivos, dentre eles a pouca preferência de uso que a
sociedade em que estão inseridos adquiriram, devido ao próprio uso da tecnologia.
As cartas ainda hoje são utilizadas por várias pessoas, apesar de seu uso ter diminuído.
Existem muitas pessoas que não recorrem a esse gênero, pois preferem manter a comunicação
em tempo real que a tecnologia oferece. Mas na própria internet há grupos formados por
pessoas que tem em comum o gosto pela comunicação através deste gênero escrito que já foi
um dos mais populares durante séculos. Este fato mostra que surgimentos de novos gêneros
não vieram para fazer com que outros desapareçam. Na verdade, os novos gêneros,
principalmente os digitais, surgem como uma ramificação ou expansão de gêneros já
existentes. Este surgimento advém da necessidade humana de novas formas de se comunicar.
O que se conclui é que os novos gêneros digitais surgem a partir dos gêneros escritos
ou orais. A autora dá o exemplo do e-mail, gênero digital, que possui características
semelhantes à carta. Ele surgiu desta, mas como um modelo adaptado tecnologicamente. A
autora usa a expressão “praticamente substituíram” em relação ao e-mail e a carta. Este uso se
justifica pelo fato de que a utilização das cartas não desapareceu. Pois, a adaptação que esses
gêneros existentes ganham, não tem como prioridade extinguir outros, mas atender à outras
prioridades. Há variados outros exemplos além do carta/e-mail. Trazendo as conversas do
WhatsApp para o contexto, podemos notar a relação delas com a carta, pois tem o objetivo de
estabelecer comunicação com pessoas distantes e manter continuação de diálogos. Mas
também se percebe a semelhança com o gênero bilhete, já que o aplicativo referido é um chat,
que por si é uma evolução das mensagens de texto, e estas nasceram com algumas
características bem similares do bilhete. Ambos têm o objetivo de passar um recado ou
informação a alguém, a partir de recados relativamente pequenos e rápidos.
Nesta discussão precisa-se levar em conta que os gêneros têm funções sociais
diferentes. Então, apesar de as conversas no aplicativo WhatsApp ou os e-mails terem surgido
como aprimoramento tecnológico da carta (ou outros gêneros textuais), estes possuem
funções sociais diferentes e atuam em âmbitos e contextos diferentes. A carta, como é escrita à
mão, de forma abstrata leva em suas entrelinhas uma espécie de sentimento maior do que é
escrito. A velocidade das relações na internet traz consigo o diálogo rápido e instantâneo, pelo
fato das pessoas terem muita pressa, diante disso muitos estudos apontam certa “frieza” que a
comunicação pela internet, em alguns casos, traz. Apesar de bem semelhantes quanto à
comunicação, os aspectos envolvidos na comunicação real, se divergem.
A autora ainda diz que “o WhatsApp só pode ser utilizado por pessoas que também o
possuam, fato esse, que torna os indivíduos cada vez mais instigados a possuí-lo e dessa
forma integrar-se ativamente a demanda tecnológica” (OLIVEIRA, 2013, p. 12).
O uso maciço de gêneros digitais e afastamento de gêneros textuais advém
principalmente da imposição capitalista e social pelo uso tecnológico. Mas também pela
forma acelerada em que se vive atualmente. Porém gêneros escritos que estão com o uso
menos frequente, se comparado a antes, ainda permanecem em uso e suas funções sociais não
deixaram de existir.
Apesar dessas considerações quanto à “quase substituição” do uso de gêneros, é
extremamente importante esclarecer que a utilização dos gêneros digitais é excelente. Logo
porque, estes nasceram com o propósito de adequar a linguagem às nossas necessidades de
novos tempos na era da comunicação. Eles também são prova da dinamicidade dos gêneros
textuais que é necessária, pois a carta em algumas situações comunicativas dos últimos anos,
não consegue exercer seu objetivo com total eficiência, por exemplo. O seu caráter
multimodal faz com que a linguagem seja usada de várias maneiras ao mesmo tempo e
constrói novas relações do ser humano com a língua. Muitos estudos são feitos voltados para
esta área, pois os gêneros digitais multimodais refletem a vida humana relacionada à
tecnologia, reflete o dia-a-dia, sem contar que eles são uma riquíssima fonte para o
aprendizado se bem utilizado como metodologia em sala-de-aula.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A ascensão da tecnologia pediu com que novas formas de linguagens surgissem, para
que acompanhasse o novo ritmo em que se desenvolve o mundo- ritmo este, não alcançado
por algumas formas já existentes. Mas essas novas formas não anulam a função social que
suas antecessoras exercem.
REFERÊNCIAS
BAKHTIN, M. M. Estilo da criação verbal. 2º ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997.
BRAZ, C. L. O uso dos gêneros textuais nos meios de comunicação e sua interface com os
concursos públicos. Disponível em: <http://blog.maxieduca.com.br/generos-textuais-
comunicacao/>, Acesso em: 19 jun. 2018.
DIAS, L. R. Gêneros textuais para a produção de textos escritos no livro didático. In: SIELP,
2º, 2012. Uberlândia. Anais... Uberlândia: EDUFU, 2012. p. 1-2.
LIMA, E. S.; CRUZ, R. T. Uma análise de gênero digital: o aplicativo whatsapp como
ferramenta de produção e organização de ações significativas da comunidade surda. In:
GELNE, 25ª, 2014, Natal. Anais... Natal: EDUFRN, 2014. p. 5.