Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Porto Alegre
2009
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Escola de Engenharia
Departamento de Engenharia Mecânica
BANCA EXAMINADORA:
Porto Alegre
2009
de modo especial, aos meus pais Mario e Inaiá, minha irmã Marina e
a minha namorada Caroline, pela paciência de minha ausência, apoio
e amor dedicado
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Universidade Federal do Rio Grande do Sul e todos os seus cola-
boradores;
ao meu orientador, Prof. Dr. Paulo Otto Beyer, pelos conhecimentos transmitidos, confiança,
tempo dedicado e amizade desenvolvida ao longo deste trabalho;
aos meus pais Mario e Inaiá, pelo incentivo incondicional aos meus estudos;
aos meus amigos e colegas, pelo companheirismo e apoio durante minha formação.
“Se A é o sucesso, então A é igual a X mais Y mais Z.
O trabalho é X; Y é o lazer; e Z é manter a boca fechada.”
Albert Einstein
EID, G. T. Dimensionamento de um sistema de exaustão local em uma indústria movelei-
ra. 2009. 20f. Monografia (Trabalho de Conclusão do Curso de Engenharia Mecânica) – De-
partamento de Engenharia Mecânica, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Ale-
gre, 2009.
RESUMO
ABSTRACT
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 1
4. METODOLOGIA .............................................................................................................. 3
8. CONCLUSÕES ............................................................................................................... 15
REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 16
APÊNDICES ....................................................................................................................... 17
ANEXOS ............................................................................................................................. 18
1. INTRODUÇÃO
As atividades industriais foram, por muito tempo, consideradas como das mais poluido-
ras pela sociedade. Hoje, através da gestão ambiental, busca-se a minimização dos impactos
por elas gerados, otimizando o uso de recursos e reutilizando materiais. Na fabricação de mó-
veis observa-se uma expressiva geração de resíduos, principalmente nas etapas de beneficia-
mento da madeira. Sem um sistema de captação adequado, os materiais particulados se acu-
mulam na marcenaria, afetando a qualidade do ambiente de trabalho, provocando danos ao
processo produtivo e riscos à saúde dos funcionários. O trabalho propõe o projeto de um sis-
tema de ventilação local exaustora (VLE) para, de maneira eficiente, sanar os problemas oca-
sionados pelo acumulo de resíduos sólidos provenientes da marcenaria de uma fábrica de mó-
veis situada em Araranguá – SC. O material, quando coletado de forma automática, dispensa
o tempo perdido com varrição e fica livre dos contaminantes da mesma, facilitando sua venda
e assim gerando lucro ao proprietário. Além disso, com a operação automatizada, o operador
não precisa dispensar tempo para coleta do particulado, estando por mais tempo disponível às
tarefas do processo produtivo. É um equipamento de simples fabricação e instalação, que
transforma resíduo em co-produto, gerando lucro e preservando o meio ambiente.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. VENTILAÇÃO INDUSTRIAL
A ventilação esta presente em praticamente todas as atividades humanas. Ela se aplica
tanto nos processos produtivos industriais como também nos processos de controle ambiental,
agindo tanto nas questões de conforto quanto de segurança (MACINTYRE, 1990).
Segundo CLEZAR (1999), os objetivos fundamentais da ventilação é garantir a pureza
do ar, visando à segurança e ao bem estar físico dos trabalhadores, e o controle da poluição
evitando que os resíduos coletados afetem o meio ambiente.
A ventilação quando aplicada no setor industrial é denominada ventilação industrial. É,
em geral, entendida como a operação realizada por meios mecânicos que visam controlar a
temperatura, a distribuição do ar, a umidade e a eliminar agentes poluidores do ambiente, tais
como gases, vapores, poeiras, fumos, névoas, microorganismos e odores, designados por con-
taminantes ou poluentes (MACINTYRE, 1990).
Além de remover os elementos contaminantes de um determinado local, o controle da
poluição por meio da ventilação requer muitas vezes que os elementos poluidores, depois de
captados, sejam coletados, dando-se a eles uma adequada destinação.
É necessário insistir que a ventilação industrial não visa apenas atender as condições fa-
voráveis para aqueles que trabalham no interior das fabricas, ou nos limites da mesma. Tem
como objetivo, também, impedir que o lançamento dos contaminantes venha a contaminar o
ar, ameaçando a saúde da população das vizinhanças e o meio ambiente.
A ventilação industrial é classificada em dois grandes grupos (CLEZAR, 1999):
Nota-se o ventilador instalado sobre a caixa coletora, com uma mangueira plástica co-
nectada em sua entrada. A mangueira foi instalada para funcionar como um sistema de venti-
3
4.𝑄
𝐷= (2)
𝜋.𝑉
onde Δp é a perda de carga (queda de pressão total), em Pa, f é o fator de atrito, adimensional,
L o comprimento do duto, em m, do diâmetro do duto, em m, ρ a massa específica do fluido,
em kg/m³, e V a velocidade do ar em m/s.
1 2ε 18 ,7
= 1,74 − 2log + Re (4)
𝑓 𝐷 𝑓
𝜌𝑉𝐷
𝑅𝑒 = (5)
𝜇
onde ΔpCUR é a perda de carga, em Pa, e Co o coeficiente de perda de carga localizada para
curvas.
Para curvas com ângulo de 90°, o coeficiente Co é calculado através da equação
6,852
𝐶𝑜 = 𝐷 0,626 (8)
onde Co é o coeficiente para 90°, e D o diâmetro interno do duto, em mm, no intervalo 75≤
D≤690. Para ângulos de curvas diferentes de 90°, Co é calculado por
𝜃
𝐶𝑜 = 1,15 90 𝐶𝑜𝑇 (9)
onde Co é o novo coeficiente para perda de carga em curvas com ângulo Ѳ diferente de
90°, e CoT o coeficiente para ângulo de 90° para o mesmo diâmetro da curva em questão, cal-
culado pela equação (8). Com estes coeficientes e equações pode-se calcular todas as perdas
de carga em curvas presentes no trabalho.
O próximo passo é calcular as perdas de carga nas junções Y do sistema. Neste acessó-
rio a perda de carga deve ser calculada para o seu ramal reto e para o braço lateral.
Para o ramal reto é calculada por
𝜌𝑉 2
∆𝑝𝑌𝑟 = 𝐶𝑆 (10)
2
onde ΔpYr é a perda de carga, em Pa, e CS o coeficiente de perda de carga para o trecho reto
do Y.
Para o braço lateral é calculada por
𝜌𝑉 2
∆𝑝𝑌𝑏 = 𝐶𝑏 2
(11)
onde ΔpYb é a perda de carga, em Pa, e Cb o coeficiente de perda de carga para o braço lateral
do Y.
6
onde Δpc é a perda de carga, em Pa, Kd o coeficiente de perda de carga para pressão cinética
no duto, Vd a velocidade de transporte do duto, em m/s, Ks o coeficiente de perda de carga
para pressão cinética no captor, e Vs a velocidade de captura, em m/s.
Os valores para Kd e Ks são obtidos de forma experimental para cada tipo de máquina, e
são encontrados no ANEXO H.
A última perda de carga considerada no somatório do sistema é a do coletor, mas antes
do cálculo é necessário dimensioná-lo. O coletor escolhido para instalação foi um ciclone
padrão B, considerado de média eficiência. O dimensionamento do ciclone é baseado no valor
de seu diâmetro principal, expresso em função da vazão de ar que entra no ciclone
𝑑= 0,246063. 𝑄 (13)
onde Δpcic é a perda de carga gerada pelo ciclone, em Pa, Ve a velocidade na seção de entrada
do ciclone, em m/s, e K o coeficiente de perda de carga para ciclone-padrão, apresentado pela
equação a seguir, obtida a partir de modelos experimentais
𝐴𝑒 1,21
𝐾 = 21,16 (15)
𝐴𝑠
OTAM com gráficos e dimensões para a seleção do ventilador. O gráfico do ventilador sele-
cionado encontra-se no ANEXO G com detalhes da seleção.
5. DESENVOLVIMENTO DO PROBLEMA
Neste capítulo será aplicada a metodologia estudada ao problema. Na seção 5.1 sera
mostrado exemplo detalhado, passo a passo, do cálculo para cada tipo de componente utiliza-
do no projeto e, logo após na 5.2, tabelas com a resolução para todo o equipamento.
A proposta para o layout dos dutos é apresentada na figura 5.1
4 .0,424753
𝐷= = 𝟎, 𝟏𝟔𝟑𝒎
𝜋.20
do pela equação (5), da rugosidade absoluta ε que é igual a 0,046mm e da viscosidade µ que
igual a 1,589x10-5N.s/m² (Incropera, 2008).
1,2 . 21,13 . 0,16
𝑅𝑒 = = 255260
1,589.10−5
1 2 . 0,046 18,7
= 1,74 − 2log + ∴ 𝑓 = 0,017173719
𝑓 160 233988 𝑓
10 1,2 . 21,13²
∆𝑝 = 0,017173719 . . = 𝟐𝟗𝟑, 𝟏𝟔 𝑷𝒂
0,16 2
6,852
𝐶𝑜 = = 0,28578422
1600,626
1,2 . 21,132
∆𝑝𝐶𝑈𝑅 = 0,28578422 . = 𝟕𝟔, 𝟓𝟐 𝑷𝒂
2
9
Para curva de 60° o coeficiente Co é calculado pela equação (9), onde CoT é o coeficiente para
curva de 90° já calculado
60
𝐶𝑜 = 1,15 . . 0,28578422 = 0,219101235
90
1,2 . 21,132
∆𝑝𝐶𝑈𝑅 = 0,219101235 . = 𝟓𝟖, 𝟔𝟕 𝑷𝒂
2
Perda de carga total em curvas no segmento 1A: ΔpCUR = 135,19 Pa.
O valor é obtido através das equações (10) e (11) para ramo reto e braço lateral respec-
tivamente. Os coeficientes Cs e Cb são obtidos pela tabela ED5-1 (ASHRAE, 2005) exemplifi-
cada no ANEXO F. A leitura da tabela depende de relações entre as áreas da seção dos tubos
e das vazões provenientes das máquinas. A figura 5.3 mostra em detalhe a bifurcação A, com
indicação das áreas e vazões envolvidas.
Qc Área da seção do
Ac tubo e vazão na
saída da bifurcação.
A
Área da seção do
Área da seção do tubo e vazão vindos
tubo e vazão vindos da maquina 4.
da maquina 1.
Qs Qb
1As Ab
Figura 5.3 – Detalhe bifurcação Y.
4
As relações necessárias para leitura da tabela, de acordo com os valores da seção A são:
𝐴𝑠 0,02010 𝐴𝑏 0,01227
= = 0,6 ∴ = = 0,4
𝐴𝑐 0,03141 𝐴𝑐 0,03141
𝑄𝑠 424,753 𝑄𝑏 283,168
= = 0,6 ∴ = = 0,4
𝑄𝑐 707,921 𝑄𝑐 707,921
𝐶𝑠 = −0,01 ∴ 𝐶𝑏 = 0,3
Pela equação (10), para o ramo reto que é o ramo que pertence ao segmento 1A,
1,2 .21,132
∆𝑝𝑌𝑟 = −0,01 . = −𝟐, 𝟔𝟖 𝑷𝒂
2
10
Nota-se que o aumento de seção gera uma pequena recuperação de pressão no segmento
1A. O braço lateral pertence ao trecho 4A, e será apresentado em tabelas junto com todos os
resultados no item 5.2.
O dimensionamento do ciclone e a escolha do ventilador serão executados após a apre-
sentação de todos os resultados do sistema, para que se tenham valores de vazão total e perda
de carga total.
Na tabela abaixo são apresentados os cálculos de perda de carga para tubulação de cada
segmento.
Na tabela abaixo são apresentados os cálculos da perda de carga para os captores de to-
das as máquinas do sistema.
𝐴𝑏 𝑄𝑏 u ρ
Reduções Ab [m²] Ac [m²] Qb [L/s] Qc [L/s] Seguimento 𝐴𝑐 𝑄𝑐 Cp [m/s] [Kg/m³] Δp
0,012272 0,031416 283,168 707,921 4-A 0,4 0,4 0,30 23,07 1,20 95,80
0,031416 0,061575 707,921 1250,66 A-C 0,5 0,6 0,63 22,53 1,20 191,87
0,012272 0,025447 259,571 542,739 7-B 0,5 0,5 0,48 21,12 1,20 128,46
0,015394 0,025447 377,558 585,215 3-D 0,6 0,6 0,67 24,53 1,20 241,89
0,025447 0,077931 585,215 1835,875 D-F 0,3 0,3 0,29 23,00 1,20 92,05
Ramo Y
0,009503 0,020106 207,657 415,314 6-E 0,5 0,5 0,48 21,85 1,20 137,50
0,020106 0,09898 415,314 2251,189 E-G 0,2 0,2 0,11 20,66 1,20 28,17
0,012272 0,025447 259,571 542,739 8-H 0,5 0,5 0,48 21,15 1,20 128,83
0,025447 0,125664 542,739 2793,928 H-I 0,2 0,2 0,11 21,33 1,20 30,03
0,025447 0,159043 566,337 3360,265 5-J 0,2 0,2 0,11 22,26 1,20 32,70
Pela tabela I.1 chegamos aos seguintes valores para as demais dimensões do ciclone
A perda de carga no ciclone é calculada pela equação (14) com o coeficiente K obtido
através da equação (15)
1,21
0,23 1,2 . 21,132
𝐾 = 21,16 = 12,3 ∴ ∆𝑝𝑐𝑖𝑐 = 12,3 . = 𝟑𝟐𝟖𝟏 𝑷𝒂
0,37 2
Na tabela abaixo é apresentada a perda de carga total por trecho em paralelo do sistema
Nota-se em negrito o trecho com maior perda de carga, é em cima desse trecho que foi
feito o balanceamento e a escolha do ventilador apresentados a seguir.
O ventilador selecionado deve vencer a maior perda de carga apresentada por um único
trecho, gerar uma vazão volumétrica igual ou maior que a total do sistema e uma velocidade
igual ou maior que a necessária para o transporte do contaminante. A tabela 5.8 mostra que o
trecho em questão é o que inicia na máquina 2 e vai até o ciclone, gerando uma perda de carga
de 4559,05 Pa. A tabela 5.10 apresenta os dados necessários para seleção do ventilador no
gráfico.
A tabela 5.11 apresenta o ventilador escolhido com base nos dados do trabalho. O gráfi-
co do ventilador escolhido encontra-se no ANEXO G, com detalhes da seleção.
6. PROJETO DO SISTEMA
8. CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
FOX, R. W.; MCDONALD, A. T. Introdução à Mecânica dos Fluidos. .5ª Ed.. Rio de Ja-
neiro: LTC, 2001.
BEYER, P. O. Exaustão Local Industrial. Poligrafo. DEMEC, UFRGS. Porto Alegre, 2005
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
MACHADO, I. G. Soldagem & Técnicas conexas: Processos. Editado pelo Autor. Porto
Alegre, 1996
17
APÊNDICES
ANEXOS
ANEXO C – Bitolas (U.S. Standard Gauge) para dutos duto (MACINTYRE, 1990).
Fita
Fita Fita
Mesa Mesa
Captor
superior
Abertura para
10m/s (2000cfm)
Porta de limpeza
Figura J.3 – Serra circular
Figura. J.4 – Plaina
Lixa