Você está na página 1de 13

UNIVERSIDADE WUTIVI

Faculdade de Engenharia, Arquitectura e Planeamento Físico

Curso: Engenharia de Minas

Seminário de Monografia

Ano: 4º

Tipos de pesquisa e diferença do método de metodologia

Discente: Arcenio Artur Munguambe

Docente: Sandra Pilar Diaz Diaz

Boane, Agosto de 2019


UNIVERSIDADE WUTIVI

Faculdade de Engenharia, Arquitectura e Planeamento Físico

Curso: Engenharia de Minas

Projecto de Monografia

Ano: 4º

Tipos de pesquisa e diferença do método de metodologia

Discente: Arcenio Artur Munguambe

Trabalho de pesquisa, apresentado à


Universidade Wutivi (UNITIVA) como
instrumento parcial de avaliação da
cadeira de Projecto ministrada pelo
Docente Sandra Pilar Diaz Diaz

Boane, Setembro de 2019


Índice
1 Introdução...................................................................................................................................................1

1.1 Objectivos...........................................................................................................................................1

1.1.1 Geral ...............................................................................................................................................1

1.1.2 Específicos......................................................................................................................................1

1.2 Metodologia .............................................................................................................................................2

2 Paradigmas do conhecimento cientifico na área das geociências...............................................................3

2.1 Paradigmas da Trajetória da Ciência ........................................................................................................3

2.1.1 Paradigma Teocêntrico ..........................................................................................................................3

2.1.2 Paradigma Antropocêntrico ...................................................................................................................4

2.1.3 Paradigma Ecocêntrico ..........................................................................................................................4

3 Conclusão ........................................................................................................................................................8

Referencia bibliográfica .....................................................................................................................................9

Índice de Tabelas
Tabela 1. Tendencias marcantes...........................................................................................................5
Tabela 2. Tendência .............................................................................................................................6
Tabela 3. Paradigma Fenomenológico e Paradigma Positivista ..........................................................7
1 Introdução
Como se desenvolve a ciência? Como ela avança ao longo do tempo? O que determina as bases sobre
as quais o modelo do fazer ciência se solidifica? Tais questionamentos acerca do que estrutura o
conhecimento científico, são algumas das perguntas que vez por outra comparecem no cenário da
ciência e que certamente impulsionam as descobertas e as mudanças, traçando os caminhos e os
modos do fazer científico.

A discussão acerca da evolução dos paradigmas científicos ocupa lugar de destaque no cenário
acadêmico, desde as ideias defendidas por Aristóteles, às proposições de Newton até as concepções
de Kuhn, que discorre sobre o “fazer ciência” ao longo dos tempos, são as proposições refutadas,
defendias, acatadas ou modificadas por pesquisadores de campos comuns ou não, que faz emergir um
paradigma.

A exemplo disso, sobre a estruturação do conhecimento, podemos destacar que: “A obra de Newton,
no século XVIII é considerada a grande síntese das obras de Copérnico, Kepler, Bacon, Galileu e
Descartes, pois apresenta uma completa formulação matemática da concepção mecanicista da
natureza” (RODRIGUES, 2010, p. 5). Assim observamos que para o cientista o conhecimento não
era resultado da intuição pura do pesquisador, mas sim de seu entrosamento e desdobramento com o
objeto de estudo, e o fazer ciência e as teorias vão sendo desenvolvidas em meio às influencias, de
modelos e descobertas anteriores.
O que temos hoje como modelo de ciência moderna é fortemente influenciado pelas concepções de
Thomas Kuhn, que traz a ideia de paradigma científico como um modelo do fazer ciência que se
estrutura ao longo dos tempos. Segundo Kuhn (2009) a ciência só existe quando seu estudo estabelece
fluxos e gera conhecimento.

1.1 Objectivos
1.1.1 Geral
 Falar dos Paradigmas do conhecimento cientifico na área das geociências

1.1.2 Específicos
 Definir os paradigmas;
 Falar dos tipos de paradigmas;
 Falar dos paradigmas mais usadas na área das geociências.

1
1.2 Metodologia
A metodologia abordada no trabalho é A pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundárias, abrange
toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins,
jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, material cartográfico etc., até meios de
comunicação orais: rádio, gravações em fita magnética e audiovisuais: filmes e televisão. Sua
finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito, dito ou sobre
determinado assunto, inclusive conferencias seguidas de debates que tenham sido transcritos por
alguma fonna, quer publicadas, quer gravadas. (Prodanov, et al., 2013, p.182).

De acordo com, Trujillo, Prodanov, et al., 2013, p.182, dessa forma, a pesquisa bibliográfica não é
mera repetição do que já foi dito ou escrito sobre certo assunto, mas propicia o exame de um tema
sob novo enfoque ou abordagem, chegando a conclusões inovadoras.

2
2 Paradigmas do conhecimento cientifico na área das geociências
Paradigma
Paradigmas são “[...] as realizações científicas reconhecidas que, durante algum tempo, fornecem
problemas e soluções modelares para a comunidade” (KUHN, 1998, p.13).
Paradigmas: São considerados como modelo , ou seja , a representação de um padrão a se r seguido.
É um pressuposto filosófico , matriz, ou seja, uma teoria, um conhecimento que origina o estudo de
um campo científico, é uma realização científica com métodos e valores que são concebi dos como
modelos, um referencial para estudos e pesquisa.
Ainda conforme Kuhn, “realizações científicas universalmente reconhecidas que, porcerto tempo
fornece problemas e soluções - modelo para uma com unidade de profissionais”. Os paradigmas
fornecem uma estrutura contendo grupo aceito de teorias, métodos e maneiras de definir dados.

2.1 Paradigmas da Trajetória da Ciência


A trajetória da ciência alcança seu apogeu no século XIX, com o domínio das ciências da natureza, o
ritmo e o número das descobertas. Tais descobertas e suas aplicações práticas modificaram
profundamente a fisionomia do século.
Para alcançar este patamar, podemos pensar a trajetória da ciência com base em três paradigmas: o
paradigma teocêntrico, o paradigma antropocêntrico e o paradigma ecocêntrico. Nesses paradigmas
norteadores da trajetória da ciência poderemos identificar as revoluções científica

2.1.1 Paradigma Teocêntrico


O paradigma teocêntrico foi o primeiro modelo de ciência dominante entre a Antiguidade e Idade
Média. Esse paradigma supõe que a verdade tem como centro o mundo de Deus (Teo), enquanto o
conceito de universo era o geocêntrico (Terra).

Este paradigma foi predominante até o final da Idade Média. A concepção da ciência e dos métodos
de constituição do saber, no decorrer dos séculos que seguem à Antiguidade Grega, pouco progresso
é digno de nota O conhecimento adotado era o meio termo entre religião e ciência que correspondeu
à interpretação de Santo Tomás de Aquino, dos preceitos filosóficos de Aristóteles, enquanto que as
interpretações apresentavam uma conciliação entre razão e fé subordinadas aos dogmas do
cristianismo (Cardoso, 1995).
O renascimento veio contrapor a esse dogmatismo e o início de uma autonomia científica até então
oprimida pela Santa Inquisição.

3
2.1.2 Paradigma Antropocêntrico
Neste paradigma a verdade está, mais especificamente, com o homem (Antropos). Em outras
palavras, o homem preterido na Idade Média por Deus, passa a ser o centro das atenções dos
pensadores e homens da ciência.

Na Idade Moderna conduz a encarar novos pontos de vista que irão florescer no século XVII: O
homem acumulador de conhecimento oriundo das inquietações do cotidiano se coloca como capaz de
descobrir o modo de funcionamento da natureza, como já vinha descobrindo outros povos,
continentes e terras.
Assim a construção de um novo conhecimento se impõe com a construção de um método que se
constrói a partir da observação da realidade (empirismo) e coloca a explicação à prova
(experimentação).
A base das ciências, na visão moderna é a experiência verifi cável. A partir de então o conhecimento
não repousa no simples exercício do pensamento, mas na observação, experimentação e mensuração,
tendo como fundamento o método científi coem sua forma experimental. Podemos caracterizar a
ciência moderna como a aprendizagem de dominação da natureza.

2.1.3 Paradigma Ecocêntrico


Nesse paradigma, o homem passa a ser um fim da relação homem e meio ambiente passam a ser
considerados para “o fazer” ciência no final do século XIX e início de século XX. A concepção de
mundo está fundamentada o na grande teia da vida. Novos conceitos no conceito que se tem de
universo (ECO).

A ciência experimental desenvolveu-se por meio de inúmeras aplicações ao estudo dos fatos da
realidade empírica. Os resultados científicos em benefício da humanidade levaram a ciência a ter
considerável influência na sociedade.
As mudanças e os melhoramentos são notáveis a vida humana. Por outro lado, vivemos numa
sociedade sem limites para o progresso científico em que convivemos com “perigos cada vez mais
verossímeis da catástrofe ecológica ou da guerra nuclear” (Santos, et all, 2005, p. 6). Soluções são
procuradas para a grave crise ecológica que aparece até em nosso cotidiano.

Os resultados científicos tem demonstrado uma prática ecológica associada a atividades utilitárias e
pragmáticas, com finalidade econômica e, consequentemente, ao particular interesse das classes
dominantes.

4
Vivemos, portanto, uma grande perplexidade sobre os caminhos percorridos pelo homem com os
resultados da pesquisa científica. Se de um lado nos encantam as façanhas da engenharia genética ou
da medicina nuclear, temos de haver-nos com as sombras de desastres dos recursos da ciência
contemporânea. Eis porque a ciência e a tecnologia se constituem nas glorias e nas sérias
preocupações para o ser humano no presente século.

Realizações científicas universalmente reconhecidas que, por um certo tempo, fornecem problemas e
soluções-modelo para uma comunidade de profissionais” (Kuhn, 1996)
Paradigmas fornecem uma estrutura contendo:
_ Grupo aceito de teorias;
_ Métodos;
_ Maneiras de definir dados.
Assim temos duas tendências marcantes:

Fenomenologia Positivismo
Tabela 1. Tendencias marcantes

Mundo socialmente Suposição ontológica (visão do Mundo objectivo e externo ao


interpretado mundo, realidade) pesquisador
Minimização da distancia entre Suposicaco epistemológica Apenas fenómenos obsevaveis
o pesquisador e o que esta (natureza do conhecimento e messuraveis constituem
sendo pesquisado relação entre a realidade e conhecimento valido
pesquisa)
Normalmente amostras Suposicao metodológica Normalmente descrição de
pequenas, uso de métodos (técnica usada pelo conceitos visando mensuração
diferentes de coleta e anlise de Pesquisador para investigar a concentração visando
dados para diferentes realidade.) mensuração concentração em
percepcoes dos fenómenos factos objctivos e formulação
de hipóteses, busca de
associações e relações de
conslidade.
Fonte: COLLIS, 2005, p. 135)

5
Tendência
Tabela 2. Tendência

Concordo Discordo
(Tendência (Tendência dúvida
posetivismo) Fenomenologia)

1) Dados quantitativos são mais científicos do que os


qualitativos
2) É importante declarar a hipótese antes da coleta de dados
3) Surveys (com entrevistas, questionários) são
provavelmente a melhor maneira de se investigar questões
que envolvam pessoas
4) Se um fenômeno não pode ser mensurado, ele não pode
ser investigado
5) Um bom conhecimento de estatística é essencial para
investigar questões que envolvam pessoas
6) Estudos de caso só devem servir de estudos piloto antes
da realização da pesquisa principal
7) Usar a observação dos participantes não tem muito valor
científico em pesquisas que envolvam pessoas
8) Experimentos de laboratório devem ser mais usados em
sua área de conhecimento
9) É impossível gerar teoria durante o curso da pesquisa em
minha área deconhecimento
10) Pesquisadores devem permanecer objetivos e
independentes dos fenômenos
sendo estudados
Fonte: COLLIS, et all, 2005, p. 135

O Paradigma adotado será determinado em parte pelo problema de pesquisa (lacuna de conhecimento)
sendo investigado, e também pelas suposições assumi das pelo pesquisador.

6
Tabela 3. Paradigma Fenomenológico e Paradigma Positivista

Paradigma Fenomenológico Paradigma Positivista


Tendência predominante em gerar e trabalhar Tendência predominante em gerar e trabalhar
com dados qualitativos com dados quantitativos
Utilização de amostras pequenas Utilização de amostras grandes
(generalizações a população)
Interesse teórica Interesse em testar hipóteses
Dados sujeitos e pleno de significando Dados específicos e precisos
Localização de analise natural Local de analise e artificial
Normalmentea confiabilidade (replicação) é Normalmente a confiabilidade (replicação) é
baixa alta.

A validade normalmente é alta (captura o A validade normalmente e baixa (realidades


contexto) simplificadas)
Possível generalizar de um senário a outro Generaliza de amostra pra população
Fonte: COLLIS, et all, 2005, p. 139

Metodologia: É o estudo dos métodos , as etapas a seguir num determinado processo de pesquisa .
Tem como objetivo captar e analisar as características dos vários métodos indispensáveis, avaliarem
suas capacidades, potencialidades, limitações ou distorções e criticar o s pressupostos o u as
implicações de sua utilização.
Métodos: O método científico é um conjunto de regras básicas de como se deve proceder a fim de
produzir conhecimento dito científico, quer seja este um novo conhecimento quer seja este fruto de
uma integração, correção (evolução) ou uma expansão da área de abrangência de conhecimentos pré
-existentes.
Na maioria das disciplinas científicas consistem em juntar evidência sempíricas verificáveis baseadas
na observação sistemática e controladas, geralmente resultantes de experiências ou pesquisa de campo
- e analisá-las com o uso da lógica. Para muitos autore s o método científico nada mais é d o que a
lógica aplicada à ciência.

Lakatos e Marconi (2003 , p.85 ) definem métodos da seguinte maneira:


( ...) o método é um conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e
economia, permite alcançar o objetivo – conhecimentos válidos e verdadeiros, traçando o caminho a
ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista.

7
3 Conclusão

O termo paradigma foi originalmente adotado por Thomas Samuel Kuhn (1998), no seu eminente ensaio a
estroturas das revoluções cientificas, para designar o conjunto de valores, concepções, procedimentos e
modelos epistemológicos compartilhados por cientistas postos sob a égide de uma mesma escola teórica.

O paradigma na pesquisa científica cumpre sua função de fornecer problemas e soluções-modelo para
cada projeto. Como já vimos, os paradigmas orientam comunidades científicas com ferramentas
conceituais, teóricas e metodológicas.
Desse modo, oferecem uma estrutura com o grupo aceito de teorias, métodos e maneiras de definir
dados na pesquisa. Ou seja, o paradigma escolhido é fundamental para determinar os rumos da
pesquisa.

Os paradigmas mais utilizados são o fenomenológico e positivista, que representam tendências quase
opostas na ciência. Na fenomenologia, o pesquisador enxerga um mundo socialmente interpretado e
utiliza dados qualitativos. Já no positivismo, o pesquisador enxerga um mundo totalmente objetivo e
tende a trabalhar com dados quantitativos.

8
Referencia bibliográfica
Cardoso, Clodoaldo M. A. (1995). Canção da inteireza. São Paulo: Summus.

Kuhn, Thomas. S. A. (2009). Estrutura das revoluções científicas. São Paulo, Brasil.

Collis, J. & Hussey, R. Pesquisa em administração. ( 2005). 2 edição. Porto Alegre, Brasil.

Rodrigues, M. E. (2010). Os paradigmas da ciência e seus efeitos na composição


dos campos científicos: a instituição da Ciência da Informação.

Santos, P. R; Silva, M. E & Teixeira, W. (2005). Projeto de Criação do Curso de Licenciatura em


Geociências e Educação Ambiental São Paulo, Brasil.

Você também pode gostar