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Direito Processual Penal Prof. Luiz Flav
Direito Processual Penal Prof. Luiz Flav
Princípios Gerais:
O juiz não pode agir de ofício. Fundamento - se deve ao processo tipo acusatório
vigorante que distingue as funções de investigação, denúncia e julgamento.
4. Princípio do Contraditório
◼ O acusado pode ser preso durante o processo ? Seria esta prisão inconstitucional ?
◼ Resp.: Sim, pode o acusado ser preso durante o processo, desde que o juiz
fundamente a necessidade da sua prisão cautelar. Não fere nenhum princípio
constitucional.
8. Princípio da Obrigatoriedade
O Ministério Público na ação penal pública é obrigado a agir. Deve ele denunciar.
Exceção: encontra-se na ação penal privada, onde aqui vigora o Princípio da
Oportunidade.
Outra exceção: Transação Penal - Art. 76 da Lei 9.099/95 - onde o Ministério Público
faz um acordo com o réu, ao invés de denunciá-lo.
Art. 42 do CPP - iniciado o processo o Ministério Público não poderá dispor dele, ou
seja, abrir mão na acusação.
Exceção: Suspensão Condicional do Processo - Lei 9.099/95
O juiz que preside a instrução deve ser o mesmo que vai sentenciar.
Este princípio não é válido no Processo Penal
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Outro Princípios
Art. 1º do CPP.
Art. 2º do CPP.
Lei processual sem reflexos penais, é regida pelo Princípio da Aplicação Imediata. Ex.:
Lei que muda competência, o STJ diz que a lei processual se aplica imediatamente.
Art. 3º do CPP.
a) Interpretação Extensiva:
Ex.: Art. 34 CPP - o menor entre 18 e 21 anos pode oferecer queixa, então por
interpretação extensiva entende-se que ele também poderá oferecer a representação,
pois quem pode o mais, pode o menos.
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b) Aplicação Analógica:
Ex.: Qual o prazo que tem o querelante para oferecer queixa quando o réu estiver
preso ?
Resp.: Não existe esta resposta no CPP, mas por analogia ao artigo 46 do CPP,
entende-se que o prazo é igual ao do Ministério Público, que são de 5 dias.
PERSECUÇÃO PENAL
a) Fase de Investigação
b) Fase Judicial ou processual propriamente dita.
Investigação
◼ A quem compete ?
◼ Resp.: Cabe a investigação à Polícia Judiciária.
A polícia civil exerce suas atividades no âmbito de sua circunscrição. Art. 4º do CPP.
Cabe ao Ministério Público exercer o controle externo da polícia civil na forma de lei
complementar.
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DO INQUÉRITO POLICIAL
Destinação - é destinado a servir de base para uma futura ação penal. Art. 12 do CPP.
1. É o Inquérito Policial uma peça informativa, logo é ele uma peça administrativa.
◼ Os vícios do Inquérito Policial afetam a Ação Penal Futura ?
◼ Resp.: Não afetam, pois são peças distintas.
A busca domiciliar exige o mandado judicial, salvo se for o caso de Prisão em Flagrante.
O incidente de insanidade mental só pode ser determinado pelo juiz (Art. 149 CPP).
A reconstituição do crime (Art. 7º CPP) pode ser feita, salvo se ofender a ordem pública
e a moralidade. O indiciado não está obrigado a participar da reconstituição do crime.
Indiciamento
Indiciar é atribuir a autoria de uma infração penal a uma determinada pessoa.
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Conseqüências:
a) De suspeito passa a ser indiciado;
b) Interrogatório - o indiciado obrigatoriamente deve ser interrogado; Se o indivíduo é
menor (de 18 à 21 anos) é obrigatório a nomeação de um Curador, caso não o tenha.
O curador fiscaliza o ato. A falta de curador torna o ato ilegal. Qualquer pessoa pode
ser Curador, mas recomenda-se que seja um advogado. A falta de Curador em
Prisão em Flagrante torna a Prisão Ilegal, onde o juiz deve relaxar a prisão
imediatamente. Já se o menor se diz ser maior, não existe a ilegalidade, pois
ninguém pode se beneficiar de sua própria torpeza.
O índio se aculturado precisa de Curador, mas se for culturado não o precisa.
c) Identificação criminal - é feita a sua identificação criminal. Consiste em: Identificação
Dactiloscópica e Identificação Fotográfica.
Não é obrigatória a identificação criminal para quem já é civilmente identificado. A
súmula 568 do STF foi cancelada. Somente pode ser identificado criminalmente quando
existe dúvida quanto ao sujeito, onde lhe é colhido as impressões digitais.
Dilação do Prazo
O delegado pode requerer a dilação do prazo quantas vezes precisar, devendo
fundamentar seu pedido ao juiz, que o concederá ou não, depois de ouvido o Órgão do
Ministério Público.
Se o indiciado estiver preso, não há que se dilatar o prazo, pois se está preso, entende-
se que já se possui substratos fáticos para a denúncia.
O Procurador Geral da Justiça não pode avocar o Inquérito Policial, mas de acordo com
a lei orgânica do Ministério Público, ele pode designar um Promotor para acompanhar
o Inquérito Policial.
Correição Parcial - é cabível durante o Inquérito Policial quando o juiz não acata o
pedido de devolução do Inquérito à autoridade policial.
Quem julga este habeas corpus é o juiz de direito. Se denegar o Habeas Corpus cabe
Recurso em Sentido Estrito ou um novo Habeas Corpus contra o Juiz.
DA AÇÃO PENAL
Características:
1. É um direito público - porque a ação penal visa a aplicação do Direito Penal que é
público.
2. Direito Subjetivo - pertence a alguém, tem titular. Na ação pública o titular é o
Ministério Público e na Ação Privada é o ofendido.
3. É um Direito Autônomo ou Abstrato: é um direito que independe da procedência ou
improcedência do pedido.
4. É um Direito Específico ou Determinado - o direito de ação está sempre vinculado a
um fato concreto.
Se faltar alguma condição específica o juiz rejeita a ação. Essa ação só poderá ser
reproposta desde que for suprida a falta da condição. Art. 43 CPP.
Classificação da Ação
Não existe no Brasil, Ação Penal Popular, que consiste na possibilidade de qualquer
pessoa do povo entrar com ação penal em qualquer crime. Existe na Espanha.
Habeas Corpus tem semelhança com a Ação Penal Popular, pois qualquer pessoa
pode entrar com o Habeas Corpus.
Esta ação é exclusiva do Ministério Público. Mas se o Ministério Público não entrar com
a ação no prazo, cabe Ação Penal Privada Subsidiária da Pública.
O Art. 26 e o Art. 531 do CPP estão revogados, pois antes da CF/88 eles autorizavam
os Delegados e o Juiz a entrarem com a ação. Com o advento da CF/88 é competência
exclusiva do Ministério Público.
Princípios da Ação
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Indisponibilidade - a ação penal uma vez proposta é indisponível. Art. 42 CPP. Vale
para o Recurso do Ministério Público. Art. 576 CPP.
Exceção: Suspensão Condicional do Processo - Lei 9.099/95.
“Opinio Delicti”
A Denúncia que não tiver algum desses requisitos essenciais é uma denúncia inepta,
é ela rejeitada.
Prazo para Denunciar - se o réu estiver preso o prazo é de 5 dias. Se o réu estiver
solto é de 15 dias. É um prazo processual, não conta o dia do início.
Conseqüências :
a) se o réu estiver preso, a prisão pode ser relaxada;
b) cabe Ação Penal Privada Subsidiária da Pública;
c) Art. 801 CPP - perda e vencimentos do Promotor, tantos dias de atraso, tantos dias
de desconto.
d) Pode cometer Crime de Prevaricação - somente se for o caso.
• se não tiver representante legal e não ter ninguém responsável pela sua guarda, ser-
lhe-á nomeado um Curado Especial;
• se o menor for representar contra o pai, ser-lhe-á nomeado Curador Especial;
• Menor de 17 anos e casada, para representar aguarda-se que ela complete os 18
anos, não suspendendo o prazo da prescrição, mas suspendendo o prazo
decadencial.
Dupla Titularidade - o prazo decadencial é um prazo para cada um. (Súmula 594 STF).
Requisição é uma ordem. Mas não vincula o Ministério Público, ele pode ou não
denunciar.
Quando o Ministério Público receber a requisição ele pode:
a) denunciar, se ter dados suficientes;
b) requerer abertura do Inquérito Policial se os dados são insuficientes; ou
c) Arquivar, se fato é atípico.
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Dois réus, o Ministro requisita somente contra um, o Ministério Público não pode
denunciar os dois, mas pode fiscalizar o Princípio da Indivisibilidade, comunicando ao
Ministro da Justiça se quer ou não requisitar contra o outro, onde, querendo o Ministério
Público denunciar os dois, e se não querer, renunciando a um, a renúncia vale para
todos.
• O Ministério Público pode aditar a queixa somente para incluir dados não essenciais,
mas nunca para incluir um novo co-autor, pois não tem legitimidade ativa;
• Se no decurso do processo descobre-se um outro réu, ele funciona como fiscal do
Princípio da Indivisibilidade.
Renúncia
Do Perdão do Ofendido
Tácito - ocorre quando a vítima pratica ato incompatível com o direito de queixa. Ex.:
quando o querelante casa-se com o querelado.
Perempção
Ocorre crime complexo quando se dá a fusão de 2 ou mais crimes. Essa ação segue a
regra geral da ações penais.
O art. 101 do CP é um típico artigo inútil.
Exceções:
Exceções:
Hipóteses de Rejeição:
a) quando a peça acusatória for inepta. Ocorre quando falta um requisito essencial. Ex.:
não narrar o fato;
b) quando falta uma condição de procedibilidade;
c) quando está extinta a punibilidade. Ex.: prescrição;
d) quando ausentes os pressupostos processuais. Ex.: competência de juízo.
Se o juiz recebe a peça, não pode mais rejeitar, vai até o final.
O réu pode entrar com habeas corpus visando ao trancamento da ação.
Execução Civil
Aspectos Processuais
Para o concurso é adotada a posição do STJ, pois é ele quem dá a última palavra sobre
matéria infra-constitucional.
Se a vítima não pode executar a sentença, para receber a indenização deve entrar com
Ação Civil.
Jurisdição e Competência
Princípio da Unidade - a jurisdição é única em todo o país. Cada juiz julga nos limites
de sua competência.
Competência - é o poder de cada juiz de conhecer e julgar determinados litígios.
Princípio da Indelegabilidade - o juiz pode delegar atos processuais, mas não pode
delegar a função de julgar, de dirimir litígios.
Princípio do Juiz Natural - quer dizer juiz competente, ou seja, que o juiz é competente
para o caso, proibindo a criação do juízo ou tribunal de exceção.
Critérios de Competência
Este critério é subsidiário ou supletivo, somente é usado quando não se sabe qual é o
local da consumação.
Foro Optativo - está previsto no Art. 73 do CPP - só vale para ação penal
exclusivamente privada ou personalíssima, portanto, não valendo para a Subsidiária da
Pública.
O querelante pode optar entre o local da consumação e o domicílio do réu.
Crime cometido por militar mas não descrito no CPM - a competência é da Justiça
Comum.
Justiça Militar Federal - é competente para julgar crimes militares cometidos contra
as forças armadas. Não importa se o criminoso é civil ou militar.
Justiça Federal - é competente para julgar crimes cometidos contra a União ou contra
suas Autarquias.
Ex.: Crimes cometidos contra a Caixa Econômica Federal é da competência da Justiça
Federal. Crimes Políticos - definidos na Lei da Segurança Nacional. O recurso é direito
para o STF.
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Tribunal do Júri - é competente para julgar os crimes dolosos contra a vida e conexos.
4º Critério - Distribuição
Ocorre quando há um vínculo entre vários crimes ou entre vários autores de crimes. A
rigor, é critério de alteração de competência e não de fixação.
1. Entre Justiça Comum e Tribunal do Júri - o Tribunal do Júri tem força atrativa.
2. Entre Jurisdições da mesma categoria - observa-se as seguintes sub-regras:
a) Local da Infração mais grave;
b) Maior Número de Infrações;
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Obs.: se o réu for condenado injustamente, deve aguardar o trânsito em julgado, para
depois entrar com pedido de revisão criminal.
Regras Especiais
1. Presidente da República:
a) Crime Comum - STF
b) Crime de Responsabilidade: Senado Federal
2. Vice-Presidente da República:
a) Crime Comum - STF
b) Crime de Responsabilidade: Senado Federal
3. Deputado Federal:
a) Crime Comum - STF
b) Crime de Responsabilidade: Casa respectiva a que pertence.
4. Senado Federal:
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5. Ministro de Estado:
a) Crime Comum - STF
b) Crime de Responsabilidade: STF, salvo se for conexo com crime do
Presidente da República, onde será julgado no Senado Federal.
7. Ministro do STF:
a) Crime Comum - STF
b) Crime de Responsabilidade: Senado Federal.
13. Governador:
a) Crime comum - S.T.J.
b) Crime de Responsabilidade: depende da Constituição de cada
Estado. Por exemplo, no Estado de São Paulo é julgado por um
Tribunal Especial formado por 15 membros, sendo 7 deputados + 7
desembargadores + 1 Presidente do Tribunal de Justiça.
15. Prefeitos:
a) Crime de Responsabilidade: Câmara Municipal;
b) Crime Contra a União: T.R.F. (tendência jurisprudencial);
c) Crime Eleitoral: T.R.E. (tendência jurisprudencial).
17. Vereador: não tem foro por prerrogativa de função. Exceção: Estado do Piauí.
Exemplo: um juiz entra com queixa crime contra um advogado. Esse advogado entra
com exceção da verdade.
Outras Hipóteses:
1. Questões prejudiciais;
2. Exceções;
3. Incidente de Falsidade;
4. Incidente de Insanidade Mental;
5. Conflito de Competências;
6. Etc.
Questões Prejudiciais
Conceito - é uma questão que surge no curso de um processo e deve ser julgada antes
da questão principal.
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Características:
Classificação:
Questões heterogêneas - quando versa sobre outro ramo jurídico distinto da questão
principal. Ex.: No crime de bigamia quando o réu invoca nulidade do primeiro
casamento.
Questões não devolutivas - são obrigatoriamente julgadas pelo próprio juízo penal.
Ex.: Exceção da Verdade.
DAS EXCEÇÕES
I - EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO
Finalidade - visa afastar o juiz da causa, por suspeita de parcialidade. Também pode
ser alegada contra:
a) Promotor;
b) Peritos;
c) Intérpretes;
d) Jurados e
e) Funcionários da justiça.
Procedimento
1. Reconhecimento de ofício pelo juiz. O juiz nesse caso deve fundamentar e mandar
os autos ao seu substituto.
2. Argüição pelas partes em caso de não reconhecimento de ofício pelo juiz. A via
jurídica é a exceção de suspeição. A defesa deve argüi-la na defesa prévia. O
Ministério Público deve argüi-la no oferecimento da denúncia. O assistente do
Ministério Público não pode argüir suspeição.
No Tribunal:
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Contra jurado a exceção é oral e o juiz decide na hora (Art. 106 CPP).
Cabe ao juiz:
1. autuá-la em apartado;
2. ouve-se o Ministério Público;
3. O juiz decide.
EXCEÇÃO DE LITISPENDÊNCIA
Fundamento - ninguém pode ser processado duas vezes pelas mesma razão.
Causas Idênticas - quanto têm o mesmo pedido, mesmas partes e mesma causa de
pedir.
Momento - a litispendência nasce no instante em que existe a citação válida no 2º
processo.
Entra-se com a exceção no juízo da ação repetida.
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Procedimento - é o mesmo da incompetência do Juízo. Obs.: não tem prazo, pode ser
invocada em qualquer momento do processo.
Fundamento - ninguém pode ser condenado duas vezes pelo mesmo delito.
Só existe coisa julgada quando as ações são idênticas, ou seja, tem o mesmo pedido,
mesmas partes e a mesma causa de pedir.
Se o réu for condenado duas vezes pelo mesmo fato a sentença válida é sempre a
primeira, pois a segunda sentença é nula.
Instrumento para se alegar Exceção de Coisa Julgada - somente através de Revisão
Criminal ou Habeas Corpus.
◼ Se no Tribunal do Júri o réu for absolvido como autor do crime, pode ele ser
processado como partícipe ?
◼ Resp.: Sim, pode, houve a coisa julgada, mas a causa de pedir nova é distinta da
causa de pedir anterior, pois antes é autor sendo que agora é partícipe.
Vale tanto para a ilegitimidade “ad processum”, por exemplo no caso de queixa
oferecida por menor de 17 anos, quando para a ilegitimidade “ad causam”, por exemplo,
quando o promotor oferece denúncia no caso em que só é cabível a queixa.
O conflito de atribuições acontece entre autoridades outras que não judiciárias. Ex.:
quando dois promotores entram em conflito, sendo que quem decide é o Procurador
Geral de Justiça.
Aspectos procedimentais
1. Pode ser suscitado pela parte, pelo Ministério Público ou pelo juiz de ofício;
2. Deve ser por escrito e fundamentado;
3. Se o conflito for positivo é autuado em apartado aos autos, e em caso de conflito
negativo autua-se dentro do mesmo processo;
O STF - julga conflitos entre tribunais superiores e conflitos entre tribunais superiores e
outros tribunais do país.
Início - pelo juiz ex ofício ou por requerimento do Ministério Público ou pelo cônjuge,
ascendente, descendente ou irmão.
Uma vez determinado não cabe recurso.
A perícia do juízo civil não tem validade no juízo penal, ou seja, deve sempre ser feito
outro exame no juízo penal.
Procedimento
a. Autuação em apartado
b. Suspende o processo
c. Corre a prescrição normalmente
d. É indispensável a nomeação de curador
e. É possível o incidente durante o Inquérito Policial, onde o Delegado representa ao
Juiz e este determina o exame
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f. O exame é realizado por dois peritos, normalmente por dois médicos psiquiatras
g. Prazo = 45 dias, prorrogáveis.
O laudo médico não vincula o juiz, sendo que para rejeitá-lo ele precisa fundamentar
essa decisão.
Em caso de ficar comprovado que a inimputabilidade sobreveio depois do delito, o
processo fica suspenso até que o réu se restabeleça, correndo a prescrição
normalmente.
DAS PROVAS
Objeto de Prova - são as afirmações ou fatos que devem ser comprovados. Mesmo
que o fato não seja contestado, ele precisa ser comprovado.
Precisam de prova:
a) Os costumes;
b) Regulamentos e Portarias; e
c) Direito Estrangeiro.
Sujeito da Prova - são as pessoas responsáveis pela produção da prova. Ex.: vítimas,
testemunhas, peritos, etc.
Prova Pessoal - são as provas que emanam das pessoas. Ex.: declarações, perícias,
confissões, testemunhos, etc.
Prova Material - é todo objeto que comprove o crime. Ex.: faca, revólver, etc.
Prova emprestada - só é válida se colhida perante o mesmo réu, pois não desrespeita
o princípio do contraditório e da ampla defesa na sua colheita.
Princípio da Comunhão da Prova - a prova produzida por uma parte, pode ser
utilizada por qualquer parte.
I - DAS PERÍCIAS
Perito - só pode ser perito quem tem curso superior. O perito é um auxiliar do juiz. Há
peritos oficiais, que são os perito concursados e peritos não oficiais, que são os peritos
não concursados.
Os peritos não concursados prestam compromisso todas às vezes que nomeados. Mas
a falta de compromisso é uma mera irregularidade.
A perícia feita no Inquérito Policial não se repete em juízo, pois o contraditório é diferido,
ou seja, é postergado para dentro do processo, porque é um prova de natureza cautelar.
O laudo pode ser feito em qualquer hora e qualquer dia, devendo sempre ser
fundamentado.
O laudo principal às vezes é obscuro, omisso, onde o juiz pode determinar um laudo
complementar para que os peritos declarem sobre a omissão e a obscuridade.
Nas lesões corporais, às vezes, é necessário um laudo complementar para comprovar
incapacidade por mais de 30 dias. A falta do laudo complementar leva a caracterização
de uma lesão leve.
Havendo divergência entre os dois peritos, o juiz nomeará um terceiro perito.
O laudo não vincula o juiz (Art. 182 do CPP).
II - DO INTERROGATÓRIO DO ACUSADO
É o ato pelo qual o juiz ouve o acusado sobre a imputação que lhe é feita. É meio de
prova e meio de defesa. Se o réu mentir não comete o crime de falso testemunho.
Pressuposto: citação do acusado.
Momento: em regra, é feito após o recebimento da denúncia. Exceção: Lei 9.099/95,
procedimento sumaríssimo.
É um ato indispensável em duas hipóteses:
a. quando o réu está preso;
b. quando o réu se apresenta em juízo.
Foras estas duas hipóteses, é um ato dispensável.
O juiz pode mandar conduzir o acusado coercitivamente a juízo.
É possível o reinterrogatório do acusado (Art. 196, CPP).
Características do Interrogatório
1. É ato personalíssimo;
2. É ato judicial (só o juiz que interroga);
3. É ato público (mas as partes não interferem (Art. 187));
4. Em regra, é um ato oral. Exceção: Mudo.
5. É um ato individual, ou seja, nenhum co-réu pode ser interrogado na presença do
outro;
III - DA CONFISSÃO
1. Judicial: é aquela feita em juízo. Tem valor relativo, assim como todas as provas.
2. Extrajudicial: é aquela feita fora do juízo. Não tem valor nenhum, salvo se ratificada
em juízo.
3. Explícita: nesta confissão o réu admite o crime explicitamente.
4. Implícita: é uma confissão presumida, por exemplo, quando o réu repara os danos.
5. Simples: ocorre quando o réu confessa o crime, mas não indica nada em seu
benefício.
6. Qualificada: ocorre quando o réu confessa o crime, mas indica algo em sua defesa.
Ex.: Confessa, mas alega legítima defesa, estado de necessidade, etc.
Características
1. Ato personalíssimo;
2. Ato livre e espontâneo;
3. É retratável;
4. É divisível, ou seja, pode-se confessar um fato e negar outro.
Confissão Delatória: ocorre quando o réu confessa, mas incrimina outras pessoas. É
também chamada de Chamamento de Cúmplice.
1. Direta: ocorre quando a testemunha depõe sobre fatos que viu, presenciou;
2. Indireta: ocorre quando a testemunha depõe sobre fato que ouvir dizer;
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Características:
Deveres da Testemunha
V - DO DEPOIMENTO
Momentos relevantes:
1. Identificação da testemunha;
2. Advertência;
3. Perguntas sobre fatos do processo.
Não pode haver inversão da ordem, caso contrário haverá nulidade relativa. O juiz é
passível de correição parcial, pois estará tumultuando o processo.
Número de Testemunhas
1. Crime punido com reclusão: 8 testemunhas;
2. Crime punido com detenção: 5 testemunhas;
3. Procedimento sumaríssimo: 3 testemunhas.
E caso de vários fatos, a acusação poderá arrolar até 8 testemunhas, assim como a
defesa.
Em se tratando de vário réus, podem ser arroladas até 8 testemunhas por cada réu.
Momento da Arrolação
Acusação: devem as testemunhas ser arroladas na peça de acusação;
Defesa: devem ser arroladas na defesa prévia, sob pena de preclusão.
O juiz pode ouvir testemunhas não arroladas, as quais são chamadas de testemunhas
do juízo.
Reinquirição - é possível.
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Incidentes Possíveis
Retirada do réu da sala - Art. 217 - se dá quando o réu por sua atitude possa influenciar
o ânimo da testemunha.
VII - DA ACAREAÇÃO
Acarear é confrontar, é colocar duas pessoas frente a frente, cara a cara, para que
esclareçam divergências relevantes.
É sempre entre duas pessoas. Qualquer pessoa pode ser acareada, desde que esteja
incluída no processo. A acareação em regra, se dá entre presentes, mas o Art. 230
permite a acareação entre ausentes.
São escritos, imagens ou sons que possam comprovar um fato. Podem ser escritos
(laudo pericial) ou não-escritos (filmagens, fotografias, gravações, etc).
◼ Qual a diferença entre instrumento e documento em sentido estrito ?
◼ Resp.: O instrumento é um documento que nasce com a finalidade de comprovar um
fato. Ex.: escritura pública, que nasce para comprovar um direito de propriedade.
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Os documentos podem ser originais ou cópias, sendo que se forem cópias deverão
obrigatoriamente estarem autenticados.
X - DA BUSCA E DA APREENSÃO
Quem determina ?
Tanto a autoridade policial quanto a autoridade judicial.
Busca Domiciliar
É feita numa casa. O conceito de casa está no art. 150 do CP. Carro não é casa.
Estabelecimento comercial aberto ao público não é considerado casa.
Finalidade - é possível para prender pessoas ou apreender objetos de interesse
criminal (Art. 240 CPP).
Em regra, documento em poder do advogado do réu não pode ser apreendido, salvo:
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A busca domiciliar necessita de mandado, ordem judicial. Não é preciso ordem judicial
em dois casos específicos:
a) prisão em flagrante; e
b) quando é o próprio juiz que faz a busca.
Busca Pessoal
É a busca feita em uma pessoa.
DAS PARTES
ACUSADOR
Podem acusar no Brasil:
a) Ministério Público;
b) Ofendido;
c) Qualquer um do povo quando se tratar de crime de responsabilidade das altas
autoridades do Brasil. Ex: Presidente da República, Presidente do Congresso
Nacional, etc.
DO DEFENSOR
Todo acusado tem direito a um defensor (Art. 261).
O defensor é responsável pela defesa técnica do réu. O réu faz a autodefesa, mas nada
o impede que faça a autodefesa técnica, desde que seja advogado.
O defensor pode ser constituído ou dativo. Se for defensor constituído, em regra,
necessita de procuração nos autos, salvo quando o réu indicá-lo no interrogatório.
O defensor nomeado tem direito a honorários. Em regra, quem paga os honorários é o
réu, mas em caso deste ser pobre, quem para é o erário público.
DA PRISÃO
PRISÃO PENAL
A prisão cautelar não é pena. Ela pode ser debitada da pena final.
A prisão cautelar tem finalidade instrumental. Já a prisão penal tem finalidade
retributiva.
A prisão cautelar não conflita com a presunção de inocência, desde que o juiz
fundamente a sua necessidade.
2. Comunicação da prisão a:
a) família do preso ou pessoa por ele indicada;
b) ao juiz competente.
Esta comunicação deve ser imediata, ou seja, logo que possível. O juiz examina a
legalidade do ato. Sendo o ato ilegal, o juiz deve relaxar a prisão, sob pena de crime de
responsabilidade.
Código Eleitoral - Art. 236 - dispõe uma restrição à prisão - desde 5 dias antes até 48
horas depois da eleição não é possível a prisão de nenhum eleitor, salvo:
a) flagrante;
b) prisão decorrente de sentença por crime inafiançável.
Prisão fora da comarca - esta prisão só é possível por carta precatória, que pode ser
expedida por telefone, fax, computador, ou seja, qualquer meio de comunicação.
Os policia brasileira não pode prender em outro país (art. 290 CPP).
Uso da força na prisão - regra geral - não é possível o uso de força para efetuar a
prisão. Exceções:
a) em caso de resistência;
b) em caso de tentativa de fuga.
• uso da força deve ser moderado, somente o necessário.
Recolhimento à Prisão
Antes desse recolhimento o mandado deve ser exibido ao carcereiro.
Onde não existe quartel ou presídio especial, o preso especial vai para uma cela
especial ou a prisão é transformada em prisão domiciliar.
Com o trânsito em julgado da sentença cessa-se a prisão especial.
O Presidente da República não pode ser preso cautelarmente.
DA PRISÃO EM FLAGRANTE
◼ Resp.: qualquer pessoa do povo pode. É nesse caso, uma prisão facultativa. As
autoridades e seus agentes devem prender. É a prisão obrigatório ou compulsória.
1. Lavratura imediata;
2. Autoridade competente - somente autoridade policial;
3. Oitiva do condutor;
4. Oitiva das testemunhas;
5. Oitiva da vítima, se possível (pode ser que esteja morta ou em estado grave);
6. Interrogatório, se possível. Em caso de menor, deve-se nomear um Curador;
7. Assinatura de todos.
A falta de um requisito torna a prisão ilegal. O juiz deve relaxá-la, mas pode decretar a
prisão preventiva.
DA PRISÃO PREVENTIVA
Recursos Cabíveis
Toda decisão que decreta a prisão preventiva e uma decisão rebus sic stantibus, ou
seja, o juiz pode decretar e revogar a preventiva quantas vezes for necessário (Art. 316,
CPP).
DA PRISAO TEMPORARIA
LEI 7.960/89
Duração - dura 5 dias, pode uma única prorrogação por igual período.
Direitos do Preso - o preso temporário tem o direito de ficar separado dos demais
presos.
LIBERDADE PROVISORIA
a) Art. 310, Caput, CPP - trata das causas excludentes da ilicitude. Ex.: legitima defesa,
estado de necessidade;
b) Art. 310, Parágrafo Único, CPP - quando estão ausentes os requisitos da prisão
preventiva;
c) Art. 350, CPP - liberdade ao réu pobre que não pode pagar fiança.
Recursos cabíveis:
a) Se o juiz defere a liberdade provisória e cabível o Recurso em Sentido Estrito;
b) Se o juiz indefere a liberdade provisória e cabível o Recurso em Sentido Estrito e
Habeas Corpus;
c) Se o juiz relaxar o flagrante, e cabível o Recurso em Sentido Estrito;
d) Se o juiz não relaxar o flagrante, e cabível o Habeas Corpus.
Não confundir Liberdade Provisória com Fiança com Direito de Livrar-se Solto (Art. 321,
CPP).
Fiança - e uma garantia real. Consiste num deposito. Este deposito pode ser em
dinheiro, pedras preciosas ou títulos da divida publica. O deposito e feito em favor da
União.
a) Prisão em Flagrante;
b) Prisão decorrente de pronuncia;
c) Prisão decorrente de sentença.
A fiança e um direito subjetivo do réu desde que presentes todos os requisitos legais.
Se o delegado não fixar a fiança, deve-se requerer ao juiz. Se o juiz não a fixar, cabe
habeas corpus contra o juiz.
O juiz não precisa ouvir o Ministério Publico para fixar a fiança.
Infrações inafiançáveis
a) Hipóteses constitucionais
1. racismo;
2. tortura;
3. trafico de entorpecentes;
4. terrorismo;
53
5. crimes hediondos; e
6. ação de grupo armado contra o Estado Democrático.
b) Hipóteses legais
1. contravenção de aposta sobre corrida de cavalo;
2. crimes contra o sistema financeiro;
3. crimes contra a fauna;
4. vadiagem e mendicância;
5. crimes dolosos punidos com prisão, desde que reincidente;
6. crimes punidos com reclusão:
a) que cause clamor publico;
b) cometido com violência ou grave ameaça a pessoa;
c) cuja pena mínima seja superior a 2 anos. No caso de concurso material
deve-se somar as penas mínimas. Sumula 81 do STJ.
Em todas estas hipóteses o juiz pode conceder liberdade provisória sem fiança.
Somente os crimes hediondos não admitem liberdade provisória de nenhuma espécie,
tanto a com fiança quanto a sem fiança.
c) Situações de inafiançabilidade
1. réu vadio;
2. réu que quebrou fiança antes;
3. prisão civil;
4. prisão administrativa;
5. réu sob sursis ou livramento condicional, salvo em crime culposo; e
6. quando presentes os requisitos da prisão preventiva.
Valor da Fiança
1. Crime ate 2 anos - de R$ 40,00 a R$ 204,00
2. Crime ate 4 anos - de R$ 204,00 a R$ 819,00
3. Crime mais de 4 anos - de R$ 819,00 a R$ 4.099,00
O juiz pode:
1. diminuir ate 2/3;
2. multiplicar ate 10.
Critérios:
1. natureza da infração;
2. situação econômica do réu;
3. antecedentes, personalidade, etc do réu.
Obrigações do afiançado
1. comparecer a todos os atos processuais;
2. não mudar de residência sem ordem do juiz;
3. não ausentar-se por mais de 8 dias da residência.
54
Se o réu descumprir uma das obrigações, ocorre a quebra da fiança. Quando se quebra
a fiança, perde-se metade do seu valor.
Perda da fiança
Ocorre quando o réu e condenado e não se apresenta a prisão.
Cassação da fiança
A fiança e cassada quando não era cabível.
Principio da Unidade - no processo penal só existe uma citação. Não existe citação
para a execução. Exceção: execução da pena de multa, onde o réu e citado.
Principio da Personalidade - o réu deve ser citado na sua pessoa. Exceção: citação
por edital.
1. réu louco - cita-se na pessoa do curador;
2. réu menor de 21 anos - e citado normalmente.
Modalidades de citação
3. Citação por carta de ordem - é uma ordem de citação que um juiz de Tribunal faz
a um juiz comum.
4. Citação por rogatória - é feita quando o réu está no estrangeiro em lugar sabido.
Não importa se o crime é afiançável ou inafiançável. Suspende a prescrição (Art.
368, CPP).
◼ Resp.: Se o réu pedir prazo para preparar a defesa, o juiz é obrigado a conceder. É
um direito do réu.
Se o réu é citado por edital e não comparece e nem constitui advogado, suspende-se
o processo (Lei 9.271/96).
Peculiaridades
a) notificação de testemunha por edital - não é possível;
b) intimação do réu por edital - é possível. Ex.: o seu advogado constituído desiste do
processo e o réu é intimado para constituir novo advogado;
c) intimação do MP - deve sempre ser pessoal;
d) intimação do defensor dativo - sempre pessoal;
e) intimação do advogado constituído - é feita pela imprensa;
f) intimação por carta AR - é possível. Também é possível por qualquer outro meio
idôneo;
g) intimação de testemunha por correio - é possível.
56
Audiência sem o réu preso - há nulidade relativa, ou seja, só se anula se ficar provado
que houve prejuízo para a defesa.
Citação Circunducta - esta espécie de citação não existe mais. O autor da ação tinha
o dever de provar que citou o réu. Se não conseguisse provar, a citação é chamada
circunducta, ou seja, nula.
DO PROCESSO E DO PROCEDIMENTO
Características do Processo
1. Público - tem aplicação do direito público;
2. Progressivo - o processo é marcha para frente, é avançar, ir para adiante;
3. Autônomo - independe do seu resultado, se procedente ou improcedente.
Pressupostos processuais
1. Pressupostos de existência:
2. Pressupostos de validade
a) imparcialidade do juiz;
b) inexistência de litispendência;
c) inexistência de coisa julgada.
3. Condições da Ação
PROCEDIMENTOS PENAIS
Classificação doutrinária
1. Peça acusatória;
2. Defesa preliminar (é a defesa feita antes do recebimento da peça acusatória);
3. Rejeição ou recebimento da peça acusatória;
4. Se a peça acusatória for recebida, segue-se o procedimento comum dos crimes
punidos com reclusão.
Para estes crimes, existe o procedimento comum e vários procedimento especiais, tais
como: Tóxicos, Lei de Imprensa, Júri, Eleitoral, Militar, etc.
Das contravenções
São infrações de menor potencial ofensivo e por isso regidas pela Lei dos Juizados
Especiais. Para estas cabem a Transação Penal, Suspensão do Processo e na rejeição
de qualquer um desses dois institutos, segue-se o Procedimento Sumaríssimo.
1. Plenitude de defesa;
2. Sigilo nas votações, sob pena de se anular o júri;
3. Soberania dos veredictos.
◼ Esta soberania dos veredictos é absoluta ou relativa ?
◼ Resp.: Depende, em princípio é relativa, porque cabe apelação contra a decisão
dos jurados, quando esta decisão for manifestamente contrária às provas dos
autos. O Tribunal de Justiça pode no máximo mandar a novo júri, sendo que:
a) O Tribunal do Júri absolve o réu novamente, agora sendo a
soberania absoluta.
b) O Tribunal do Júri condena o réu novamente, onde a soberania
dos veredictos é relativa. É cabível a revisão criminal.
Competência
Reaforamento - há duas correntes. Uma que sim e outra que não admite. Em São
Paulo não é possível, porque o regimento interno do Tribunal de Justiça não o permite.
Recusa do Júri - pode haver a recusa do júri, porém se for por motivo político, filosófico
ou religioso, o CPP prevê a perda dos direitos políticos (Art. 435, CPP).
Hoje este artigo é inaplicável, porque a CF diz que antes do sujeito perder os direitos
políticos, deve ele prestar um serviço social alternativo, nos termos da lei. O que ocorre
é que até hoje não existe lei disciplinando os serviços sociais alternativos.
Direitos do Jurado
1. prisão especial;
60
Juditio Acusationes
1. Denúncia ou queixa;
2. Citação;
3. Interrogatório;
4. Defesa prévia;
5. Oitiva das testemunhas de acusação;
6. Oitiva das testemunhas de defesa;
7. Alegações finais (Art. 406, CPP);
8. Diligências (Art. 407, CPP);
9. Decisão do juiz
1. Impronúncia;
2. Desclassificação do crime;
3. Absolvição sumária;
4. Pronúncia.
IMPRONÚNCIA
Ocorre quando não há prova do crime ou não há indícios de autoria (Art. 409, CPP). O
processo pode ser reaberto quando surgirem novas provas. Limite: até a prescrição.
Efeitos - se o réu estiver preso, deve ser solto imediatamente.
Recurso Cabível - Recurso em Sentido Estrito.
DESCLASSIFICAÇÃO DO CRIME
réu. Indubio pro societate. Havendo caso de medida de segurança, primeiro absolve-
se o réu, depois aplica-se a medida de segurança.
Pronuncia quando há prova do crime e pelo menos indícios de autoria. Na dúvida, deve-
se pronunciar. Há um juízo de deliberação, porque não se julga o mérito.
A pronúncia é uma decisão, mas a doutrina diz que é uma sentença. O juiz deve usar
uma linguagem simples e imparcial, para não influenciar os jurados. Havendo excesso,
a pronúncia é nula e deve ser desentranhada dos autos.
É indispensável a classificação do crime na pronúncia. O juiz pode dar classificação
diversa da que consta da denúncia ou queixa. As qualificadoras também devem
constar, só podendo ser afastadas quando impertinentes. Também devem constar da
pronúncia, as causas de aumento de pena. As agravantes e as atenuantes não devem
constar da pronúncia. Em caso de crime conexo, este também vai a júri.
Efeitos da pronúncia:
1. o caso vai a júri;
2. limita o libelo;
3. interrompe a prescrição;
4. prisão do réu, salvo se primário e de bons antecedentes.
Após a pronúncia, deve haver a intimação das partes. Se o crime for inafiançável a
intimação do réu deve ser pessoal (Art. 413, CPP). Se o réu não for encontrado, o
processo fica paralisado, correndo normalmente a prescrição.
O Art. 416, CPP prevê a aplicação do Princípio da Imodificabilidade da Pronúncia - a
pronúncia não pode ser modificada, salvo por fato superveniente que altere a
classificação do crime. Ex.: morte superveniente da vítima. Neste caso, o juiz promove
nova pronúncia, substituindo a antiga.
Características do Libelo
1. O libelo não é bifronte. É único e dirigido ao Juiz Presidente do Tribunal do Júri e aos
Jurados.
62
1. assinatura do promotor;
2. o nome do réu;
3. a exposição, deduzida por artigos, do fato criminoso;
4. a indicação das circunstâncias agravantes, expressamente definidas em lei penal, e
todos os fatos e circunstâncias que devam influir na fixação da pena;
5. a indicação da medida de segurança aplicável.
Preparação do Julgamento
1. Interrogatório do réu;
2. o juiz faz um relatório sucinto;
3. leitura de peças;
4. inquirição de testemunhas. Primeiro as testemunhas da acusação, depois as da
defesa;
5. Debates. Regras especiais:
a) não é possível ler documentos não juntados com pelo menos três
dias de antecedência;
b) os debates começam com a leitura do libelo pelo promotor.
6. Acusação, em até duas horas. Ordem:
a) o promotor faz a acusação
b) o assistente fala, depois de combinado o tempo com o promotor;
7. Defesa. É feita em duas horas.
c) qualificadora;
d) causa de aumento e de diminuição;
e) agravantes e atenuantes. É obrigatório um quesito sobre atenuante.
Sentença
CRIME FALIMENTAR
Arts. 503 e segs. do CPP e Arts. 103 e segs. da Lei de Falências
Estes crimes também têm procedimento especial. É bifásico, sendo a primeira fase
composta pelo Inquérito Judicial e a segunda fase pelo processo propriamente dito.
DO INQUÉRITO JUDICIAL
O inquérito judicial é presidido por juiz de direito. É o próprio juiz da falência que preside
o inquérito.
É inquisitivo, embora seja presidido por juiz.
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DO PROCESSO
Obs.: esse processo não pode ser iniciado sem a sentença declaratória da falência. É
uma condição de procedibilidade (Art. 507, CPP).
Nulidade da Sentença de Falência - não poderá ser argüida na vara criminal (Art. 511,
CPP).
Extinção das Obrigações do Falido - mesmo que o falido tenha pago todos os
credores, o processo criminal continua, não sendo extinto.
Peculiaridades - o funcionário tem direito de defesa preliminar, que deverá ser feita
antes do recebimento da denúncia.
Prazo: a defesa preliminar deverá ser apresentada em 15 dias.
Se o réu não for encontrado, é nomeado um defensor dativo para efetuar a defesa
preliminar.
Só se aplica para os crimes afiançáveis.
66
Exceção: excesso de exação. O art. 514 do CPP não se aplica se o acusado já não é
funcionário na época do processo.
Ao particular que é co-autor ou partícipe não se aplica o Art. 514 do CPP.
Se houver descumprimento do Art. 514, é uma causa de nulidade relativa. Cabe, neste
caso, correição parcial contra o juiz.
Recebida a denúncia, segue-se o procedimento ordinário dos crimes punidos com
reclusão.
CRIMES CONTRA A HONRA
Art. 519 e Segs. do CPP.
Peculiaridade - Art. 520, que prevê uma audiência de reconciliação entre o querelante
e o querelado. Só existe em caso de ação penal privada.
Havendo acordo, diz o Art. 522, que estará extinto o processo.
Não havendo acordo, é preciso verificar a possibilidade da Suspensão Condicional do
Processo. Cabe suspensão em ação penal privada.
A proposta deve ser feita pelo querelante. Se ele não fizer, o querelado pode requerer,
o juiz pode conceder, e o querelado pode recorrer, em apelação.
Não havendo conciliação ou suspensão, cabe ao juiz receber ou rejeitar a acusação.
Se receber a acusação, segue-se o procedimento ordinários dos crimes punidos com
reclusão.
A defesa pode invocar exceção da verdade. Momento: só poderá ser invocada na
defesa prévia.
Processamento da exceção da verdade: o juiz a recebe e intima o querelante para
contestar. Prazo: 2 dias.
Depois disso, segue-se o procedimento ordinário dos crimes punidos com reclusão.
O juiz julga a exceção da verdade na sentença final. A exceção da verdade é julgada
primeiro. É uma questão prejudicial homogênea, ou seja, do mesmo ramo jurídico.
É uma medida preparatória da ação privada. É facultativa. Entra-se com ela se quiser.
Procedimento
Procedimento
67
1. Peça acusatória. Podem ser arroladas até 5 testemunhas por cada parte;
2. Rejeição ou recebimento da peça acusatória;
3. Citação;
4. Interrogatório;
5. Defesa prévia;
6. Oitiva das testemunhas de acusação;
7. Despacho saneador;
8. Audiência de instrução, debates e julgamentos;
9. Oitiva das testemunhas e defesa;
10. Debates Orais;
11. Julgamento.
DA SENTENÇA
◼ O que é arresto ?
◼ Resp.: É o acórdão que já transitou em julgado.
1. Relatório - deve conter os nomes das partes, pedidos das partes, principais
acontecimentos, etc.
2. Fundamentação ou Motivação - sem este requisito a sentença é nula. A sentença
que não tem fundamentação é chamada de sentença vazia. A fundamentação pode
ser sucinta. O juiz deve examinar todos os pontos da acusação e da sentença.
3. Dispositivo ou Conclusão - este requisito deve ser coerente com a fundamentação.
A sentença que não tem dispositivo é chamada de sentença suicida. A sentença é
nula.
4. Autenticação - na autenticação consiste em lugar, dia, mês, ano e assinatura do
juiz. Sem a assinatura do juiz, a sentença não tem valor.
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É conexo com a impossibilidade de julgamento ultra, extra ou citra petita, ou seja, o juiz
não pode julgar além, fora ou aquém do pedido.
Desse princípio surgem duas hipóteses:
1. Emendatio Libelli - Art. 383 do CPP - emendatio significa emendar, corrigir o libelo.
Neste caso, o fato provado é exatamente o fato narrado. O problema surge na
classificação do delito. A classificação jurídica da denúncia não vincula o juiz. O juiz
pode e deve corrigir a classificação jurídica do fato. Estará nesse caso, fazendo uma
emendatio libelli. É aplicada também em 2º Grau e no Júri, mais precisamente na
fase da pronúncia.
2. Mutatio Libelli - mutatio significa mudança, alteração. O fato provado é distinto do
fato narrado. Narra-se um fato “x” e prova-se um fato “y”. Neste caso, o juiz pode
julgar imediatamente ? Não, não pode o juiz julgar imediatamente, ele deve respeitar
o direito de defesa, porque o réu vinha se defendendo de outros fatos. Surgem três
hipóteses possíveis:
a) a pena do fato provado é a mesma do fato narrado. Exemplo: denuncia por
furto, onde fica provado apropriação indébita. O CPP manda dar 8 dias para a
defesa se manifestar e se quiser produzir provas.
b) a pena do fato provado é menor que a do fato narrado. Exemplo: denuncia por
receptação dolosa, ficando provado receptação culposa. A defesa também terá 8
dias para manifestar-se e se quiser, produzir provas.
c) a pena do fato provado é maior que a do fato narrado. Exemplo: denuncia por
furto, onde prova-se roubo. O CPP manda aditar a denúncia. Se o MP recusar-se
a aditá-la, aplica-se o Art. 28 do CPP. Em seguida, a defesa tem 3 dias para
requerer provas.
PUBLICAÇÃO DA SENTENÇA
Formas:
1. quando o escrivão faz sua juntada aos autos;
2. quando é proferida em audiência.
INTIMAÇÃO DA SENTENÇA
1. Prisão, salvo se for primário e de bons antecedentes. Pela jurisprudência atual, esta
é uma prisão cautelar, ou seja, só será cabível se presentes os requisitos da prisão
preventiva.
2. Lançamento do nome do réu no livro rol dos culpados. Desde a CF/88 este efeito
foi revogado, só ocorrendo após o trânsito em julgado da sentença.
3. É pressuposto da reincidência;
4. Obrigação de indenizar.
DA COISA JULGADA
A coisa julgada no processo penal não é absoluta, ou seja, pode ser desfeita através
da revisão criminal ou através do habeas corpus, em caso de nulidades.
A revisão criminal só existe no Brasil, e é um instituto pró réu.
Depois de julgada a revisão, fala-se em coisa soberanamente julgada.
1. Limites Objetivo - o que é que transita em julgado ? Resp.: o que transita em julgado
é o dispositivo.
2. Limites Subjetivo - A coisa julgada vale em relação a quem ? Resp.: A coisa julgada
só vale em relação às partes.
Observações:
a) A sentença que julga extinta a punibilidade com base em Certidão de óbito falsa, não
é válida, conforme a jurisprudência do STF. Para a doutrina, deve-se respeitar a
coisa julgada, portanto, a sentença é válida.
b) Exemplo: no Júri, um réu foi processado como executor, foi pronunciado como
executor, e no julgamento foi absolvido, porque se descobriu que ele é partícipe.
Sendo absolvido como executor, ele poderá ser processado como partícipe ? Sim,
poderá ser processado como partícipe, pois a causa de pedir antes era executor e
agora é partícipe.
DAS NULIDADES
Objeto - uma nulidade pode recair sobre um ato, procedimento ou sobre o processo
inteiro.
A doutrina distingue ato nulo de ato inexistente. O ato nulo precisa ser declarado
judicialmente nulo. O Ato inexistente não precisa ser declarado judicialmente
inexistente. Ex.: sentença sem fundamentação é ato nulo. Já, sentença proferida por
pessoa que não o juiz, é um ato inexistente.
As nulidades do Art. 564, III, são absolutas, salvo as indicadas no Art. 572 do CPP.
DOS RECURSOS
Súmula 423 do STF - sem o duplo grau, a decisão não transita em julgado.
1. Prazo de 5 dias - apelação, recurso em sentido estrito, protesto por novo júri,
agravos;
2. Prazo de 10 dias - embargos infringentes, embargos de nulidade;
3. Prazo de 15 dias - recurso extraordinário, recurso especial;
4. Prazo de 2 dias - embargos de declaração;
5. Revisão criminal - não tem prazo para ser interposta.
1. Formas de Interposição
2. Motivação do Recurso
O recurso tem que vir acompanhado das razões, para que se permita o contraditório,
ou seja, as contra-razões.
O protesto por novo júri pode ser interposto sem razões.
75
Em se tratando de apelação, aplica-se o Art. 601 do CPP, que dispõe que com ou sem
razões o recurso será conhecido.
3. Preparo
É o pagamento das custas. Só é exigido nas queixas. Em ação pública não tem preparo.
No Estado de São Paulo há isenção total de custas, inclusive para as queixas.
1. Interesse - tem interesse quem foi prejudicado pela decisão. O MP também pode
recorrer em favor do réu, pois também atua como fiscal da lei. O MP também pode
impetrar habeas corpus em favor do réu. Se o réu for absolvido, ele pode recorrer
para alterar o fundamento da absolvição. Reconhecida a prescrição, não é mais
possível recurso para exame do mérito. Quando se tratar de ação privada e o réu for
absolvido, somente o querelante tem interesse em recorrer, sendo impossível o MP
recorrer.
2. Legitimidade - só tem legitimidade para recorrer as partes prejudicadas. São partes:
o MP, o réu, defensor do réu, e excepcionalmente a vítima (Art. 598, CPP). Em caso
de crime falimentar, podem recorrer o MP, o síndico e os credores. Em crimes contra
o consumidor, podem recorrer o MP ou qualquer sociedade ou associação de defesa
do consumidor.
É a verificação dos requisitos recursais. Se o recurso for admitido, fala-se que ele é
conhecido. Se o recurso não for admitido, fala-se que ele não foi conhecido.
Esta admissibilidade é feita pelo juízo a quo e pelo juízo ad quem. O juízo de
admissibilidade de 1º grau não vincula o de 2º grau.
O juízo de admissibilidade é conhecido por juízo de prelibação.
1. Falta de preparo;
2. Deserção - se dá com a fuga do apelante (Art. 595, CPP). Só existe deserção na
apelação.
3. Desistência - não se confunde com renúncia, pois a desistência pressupõe recurso
já interposto e a renúncia se dá antes da interposição do recurso.
Quanto aos recursos vigora o Princípio da Disponibilidade dos Recursos. Exceção: o
Ministério Público não pode desistir do recurso interposto (Art. 576, CPP).
Regra Geral
• Se o defensor desiste é preciso também ouvir o réu.
• Se o acusado desiste, é preciso formalizar a desistência perante o juiz.
• Divergência entre réu e advogado, prevalece a vontade de quem quer recorrer.
Competência do TACrim
1. Todas as infrações não punidas com reclusão;
2. Todos os crimes patrimoniais.
Recursos ao STJ
1. Ordinário - somente quando houver habeas corpus denegado;
2. Especial - ver capítulo posterior.
Recursos ao STF
1. Extraordinário -
2. Ordinário: somente quando o habeas corpus é denegado em decisão única nos
Tribunais Superiores e Crimes Políticos.
77
Prazo - deve ser interposto no prazo de 5 dias. Exceção: Art. 581, XIV, que tem o prazo
de 20 dias.
Em regra, se processa em instrumento (autuação apartada). Excepcionalmente sobre
nos autos principais (Art. 583 do CPP).
Aspectos Procedimentais
1. O escrivão forma o instrumento. Ele copia as principais peças dos autos.
2. É motivado. Tem o prazo de 2 dias para oferecer razões e 2 dias para as contra-
razões. Não cabe contra-razões em 2º grau.
O juiz pode sustentar ou reformar a decisão. Se reformar, cabe novo recurso pela parte
prejudicada.
Hipóteses de Cabimento:
1. quando o juiz não recebe a denúncia ou queixa. Se recebe, em tese cabe Habeas
Corpus. A Lei de Imprensa determina que se o juiz rejeitar a denúncia ou queixa,
cabe apelação. Em caso de rejeição parcial cabe recurso em sentido estrito.
2. quando o juiz se dá por incompetente. Quando o juiz se dá por competente não cabe
recurso nenhum.
3. quando o juiz julga procedente as exceções, salvo a de suspeição.
4. quando o juiz pronuncia ou impronúncia o réu. Em caso de absolvição sumária cabe
recurso em sentido estrito e recurso ex officio. Se o juiz desclassificar o crime,
também é cabível o recurso em sentido estrito.
5. quando o juiz profere qualquer decisão relacionada a fiança.
6. quando o juiz indefere prisão preventiva. Se defere, cabe Habeas Corpus.
7. quando o juiz concede liberdade provisória. Se o juiz indefere a liberdade provisória
cabe habeas corpus.
8. quando o juiz julgar extinta a punibilidade ou indeferir o pedido de extinção da
punibilidade.
78
Todas as hipóteses do Art. 581 que se relacionam com execução penal cabe o agravo
em execução previsto na LEP.
Nos dois casos acima, a vítima só poderá interpor o recurso se o Ministério Público não
recorreu, pois é um recurso subsidiário.
APELAÇÃO
Art. 593 do CPP
4. quando a decisão dos jurados for manifestamente contrária às provas dos autos. Sob
esse fundamento só é possível uma única apelação, seja por parte do réu, seja por
parte do MP ou vítima.
Princípio da Consunção - Art. 593, § 4º, CPP - quando for cabível a apelação, não
cabe o recurso em sentido estrito.
◼ Em caso de ação pública, pode a vítima apelar ?
◼ Resp.: Excepcionalmente sim (Art. 598, CPP). Não importa se a vítima está
habilitada ou não. É uma apelação supletiva ou subsidiária, que significa que a vítima
só pode apelar se o MP não apelou.
Se o MP apelar apenas de uma parte da sentença, a vítima pode apelar quando a outra
parte.
Aspectos Procedimentais
Apelação em 2º Grau
Em 2º grau existe a apelação ordinária (Art. 613, CPP) e a apelação sumária.
Apelação Sumária - não existe revisor. Vale para os demais crimes, ou seja, para as
infrações que não sejam punidas com reclusão.
Efeitos da Apelação
Reformatio In Pejus - Art. 617, CPP - quando a apelação é exclusiva do réu, o Tribunal
não pode agravar a sua situação.
Da Reformatio in Mellius -
Hipótese de Cabimento - cabe quando a pena por um crime for igual ou superior a 20
anos.
Tratando-se de concurso material de crimes, as penas não podem ser somadas para
pedir Protesto Por Novo Júri.
Se a pena atingir 20 anos por força de concurso formal ou crime continuado, é cabível
este recurso.
Não importa se a pena for fixada em 1º ou 2º grau.
Está revogado o § 1º do Art. 607 do CPP.
Características:
1. é recurso exclusivo da defesa;
2. prazo - 5 dias, contados do julgamento;
3. é um recurso dirigido ao juiz Presidente do Tribunal do Júri;
4. não possui razões;
5. só é cabível uma única vez;
6. efeito - cassa o julgamento anterior e permite novo julgamento.
Se o juiz não recebe o Protesto Por Novo Júri, cabe Carta Testemunhável.
Em caso de crime conexo, às vezes cabe Apelação e Protesto Por Novo Júri. Nesta
hipótese, a apelação aguarda o novo julgamento.
Caso o Ministério Público tenha concordado com a pena anterior, o juiz no novo
julgamento não poderá fixar pena maior, desde que este julgamento seja idêntico ao
anterior.
O jurado que participou do julgamento anterior não pode participar do novo julgamento
(Súmula 206 do STF).
Hipóteses de Cabimento
Características
1. é um recurso exclusivo do réu. Tanto o réu quanto o seu defensor podem interpô-lo;
2. prazo - 10 dias, contados da publicação do acórdão;
3. o recurso deve vir acompanhado das razões;
4. competência para julgamento - toda Câmara to TACrim é composta por 5 juizes. É
julgado pela mesma Câmara;
5. permite a retratação;
6. havendo empate, prevalece a decisão mais favorável ao réu;
7. tem efeito suspensivo;
8. não confundir embargos infringentes com embargos divergentes. Estes só existem
em Brasília, só cabem no STJ e STF, quando a decisão de uma Turma diverge da
outra ou do Plenário.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
Arts. 619 e 620 do CPP
DA CARTA TESTEMUNHÁVEL
Arts. 639 e seguintes do CPP
83
Aspectos Procedimentais
DA CORREIÇÃO PARCIAL
2. Agravo Inominado - Art. 625, § 3º, CPP - cabe contra decisão que indefere
liminarmente decisão;
3. Cabe em casos de competência originária, contra as decisões do relator;
4. Agravos Regimentais - estão previstos nos regimentos internos dos Tribunais;
5. Agravo em Execução - está no Art. 197 da LEP. Cabe contra decisão do juiz das
execuções. Segue o procedimento do Recurso em Sentido Estrito. Não tem efeito
suspensivo. Exceção: agravo contra decisão que libera quem cumpria Medida de
Segurança.
RECURSO EXTRAORDINÁRIO
É interposto ao STF.
Finalidade - manter a supremacia da CF.
Só cabe contra decisão judicial. Nunca cabe contra decisão administrativa.
Prazo - 15 dias.
DO RECURSO ESPECIAL
Hipóteses de Cabimento - Art. 105 da CF. Só cabe contra decisões de Tribunais. Não
cabe contra decisões de Turmas Recursais. É cabível:
1. quando a decisão contraria Tratado ou Lei Federal ou nega-lhes vigência;
2. quando a decisão julga válida Lei ou Ato de Governo Local que contraria Lei Federal;
3. quando houver divergência jurisprudencial entre Tribunais diferentes (Súmula 13 do
STJ).
Aspectos Procedimentais
Qualquer parte pode interpor Recurso Extraordinário, inclusive o assistente do MP
pode, mas somente nas hipóteses em que ele pode recorrer.
Prazo - 15 dias.
O Recurso é interposto junto ao Presidente do Tribunal Recorrido. Deve conter as
razões. Em seguida, vem as contra-razões. Depois, vem o juízo de admissibilidade. O
primeiro juízo de admissibilidade é feito pelo Presidente do Tribunal Recorrido. Se o
Presidente indefere o recurso, cabe Agravo de Instrumento.
Quem julga o Recurso Especial é uma das Turmas do STJ. Se a decisão de uma Turma
conflita com a decisão da outra Turma cabe Embargos de Divergência.
A decisão no Recurso Especial não requer maioria absoluta, basta maioria simples
(decisão de Setembro de 1997). O STF disse que o Art. 181 do Regimento Interno do
STJ é inconstitucional porque previa maioria absoluta.
Quando cabíveis Recurso Extraordinário e Recurso Especial, devem ser interpostos em
petições diferentes. O Recurso Especial é julgado em primeiro lugar, salvo se o Recurso
Extraordinário for prejudicial.
3. Habeas corpus contra decisão que denegou Habeas Corpus - neste caso cabe
Recurso Ordinário ao STJ.
DA REVISÃO CRIMINAL
É uma ação que permite rever uma sentença que já transitou em julgado. Ela desfaz a
coisa julgada.
◼ Quem é o réu na revisão criminal ?
◼ Resp.: A revisão criminal não tem réu, porque é uma ação impugnativa de uma
decisão precedente.
Pressupostos -
1. existência de sentença condenatória. A sentença absolutória imprópria também
admite, pois fixa Medida de Segurança. Não importa a infração cometida e nem o
procedimento. Não cabe revisão criminal contra sentença absolutória própria e nem
contra decisão do juiz das execuções. Também não cabe contra decisão que
concede perdão judicial e decisão de pronúncia.
2. trânsito em julgado.
Se ocorrer a prescrição da pretensão punitiva não é mais possível entrar com revisão
criminal, porque não existe sentença condenatória.
O autor da ação de revisão criminal que a teve por indeferida, pode reiterar seu pedido,
desde que haja novas provas ou invoque novo fundamento.
Competência:
1. STF e STJ - são competentes para julgar a revisão de suas próprias condenações;
2. TRF - é competente para julgar a revisão de suas próprias condenações e das
condenações dos juizes federais;
3. TJ - é competente para julgar a revisão de suas próprias condenações e das
condenações dos juizes de 1º grau, que são da sua competência recursal;
4. TACrim - é competente para julgar a revisão de suas próprias condenações e das
condenações dos juizes de 1º grau, que são da sua competência recursal;
Aspectos procedimentais:
Réu solto não precisa recolher-se à prisão (Súmula 393 do STF).
Cabe ao réu provar o trânsito em julgado da sentença.
Ao autor da ação cabe provar o que alegou.
A revisão não tem efeito suspensivo.
O pedido pode ser indeferido liminarmente, seja pelo Presidente, seja pelo Relator.
Desta decisão cabe Agravo Inominado (Art. 625 do CPP).
O Tribunal querendo poderá converter o julgamento em diligências.
Ordem Procedimental
Admitida a revisão, os autos vão ao Ministério Público. Ato seguinte, vão para o relator,
que deve ser distinto do relator do processo.
Depois, os autos vão para o revisor. Ato seguinte os autor vão para o julgamento.
Recursos Cabíveis
1. Embargos de Declaração;
2. às vezes cabem Recurso Extraordinário e Recurso Especial;
3. jamais são cabíveis embargos divergentes ou de nulidade.
◼ Na anulação do processo, o juiz pode impor pena maior da que a pena anterior ?
◼ Resp.: Não, não pode haver reformatio in pejus.
Se o réu for absolvido na revisão criminal, todos os seus direitos são restabelecidos
automaticamente.
Indenização Civil
Quando o réu é condenado por erro judiciário, ele tem direito a uma indenização civil.
Cabe ao réu entrar com uma ação autônoma de indenização ou pedir a indenização no
próprio pedido de revisão (Art. 630, CPP). Neste último caso, se o Tribunal reconhecer
o direito a indenização, ele não fixa o quantum. Cabe ao réu, antes de executar a
decisão, liqüidá-la.
A responsabilidade objetiva de pagar a indenização é do Estado. Se a condenação foi
pela Justiça Federal, quem paga é a União. Já, se a condenação foi pela Justiça
Estadual, quem paga a indenização é o Estado-Membro.
Observações finais
1. não importa se tenha havido ação privada. Está revogado o § 2º do Art. 630 do CPP;
2. se o réu concorreu para a sentença injusta, não terá direito a indenização;
3. a indenização não ofende a coisa julgada.
Questões Finais:
◼ Abolitio Criminis - não cabe revisão criminal, pois ela apaga todos os efeitos penais.
◼ Anistia - não cabe revisão criminal, pois ela apaga todos os efeitos penais.
Art. 580, CPP - efeito extensivo - revisão concedida a um co-réu estende-se ao outro
co-réu, salvo se a revisão teve um motivo pessoal.
Havendo empate na decisão, prevalece a mais favorável ao réu.
HABEAS CORPUS
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1. quando não houver justa causa para o inquérito policial, processo ou prisão;
2. quando o réu está preso por mais tempo que determina a lei. Duas hipóteses:
a) preso que já cumpriu pena;
b) excesso de prazo na formação da culpa. Exemplo: o prazo de encerramento
da instrução é de 81 dias e havendo excesso em seu encerramento, mas sem
justa causa, libera-se o preso.;
3. quando quem ordenou a prisão não tinha qualidade para fazê-lo;
4. quando cessou o motivo da prisão. Exemplo: juiz decreta prisão por conveniência de
instrução;
5. quando indeferida a fiança, embora cabível;
6. quando o processo for manifestamente nulo;
7. quando extinta a punibilidade.
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Mesmo que o habeas corpus seja indeferido, ele pode ser reiterado, mas desde que
haja novos documentos ou novos argumentos.
Também é possível liminar em habeas corpus.
Questões Finais
O paciente pode desistir do habeas corpus impetrado. Também pode rejeitar o habeas
corpus impetrado por terceira pessoa.