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Abastecimento de Água para Consumo Humano - Heller, Pádua (Org) - UFMG PDF
Abastecimento de Água para Consumo Humano - Heller, Pádua (Org) - UFMG PDF
-
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11vro matéria da nossa profissão. Potencial-
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:r~buído, sem dúvida, par~ ~ f~rmação de
. genheiros com uma v1sao igualmente
en . d d As .
estreita do seu papel na soc,e a· e. sim, os
organizadores deste livro merecem louvor, e
a nossa gratidão, pelo esforço em alargar a
perspectiva da engenharia sanitária.
Na seleção de capítulos, por exemplo, os
organizadores reconhecem que a chamada
"tecnologia apropriada" · soluções indivi-
duais e sem rede para habitações isoladas e
populações carentes apresenta desafios à
criatividade do engenheiro não menores que
aqueles levantados pela tecnologia de ponta
e pela mecânica computacional. Reconhecem,
igualmente, que o abastecimento de água é
um processo e não apenas um produto; o
engenheiro tem responsabilidades na gestão
do sistema, e não só na sua construção. Os
organizadores reconhecem, além disso, que
o engenheiro sanitarista desempenha o seu
papel no contexto da sua sociedade e de um
ambiente de recursos limitados, aos quais
- ambos têm contas a prestar.
Um outro aspecto a salientar é o esforço
em reunir autores dos capítulos com expe-
riência prática, comparável com os seus
conhecimentos acadêmicos. Nessa dimensão,
seguem a melhor tradição das editoras téc-
nicas brasileiras. Lembro-me de que, quando
eu trabalhava em Moçambique, a biblioteca
da Embaixada Brasileira era o local onde eu
•
ia procurar manuais práticos de engenharia
sanitária.
Na minha experiência, os melhores li.vros-
texto duram muitos anos, reencarnando-se
numa série de edições sucessivas.
:os organizador:s ~ autores, .ºs meus para-
éns, e, ao próprio livro, deseJo a longa vida
que merece.
Sandy Cairncross
Professor de Saúde Ambiental
London School
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· ygiene &Tropical Medicine
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Léo Heller
Valter Lúcio de Pádua
(.organizadores)
astecimen o
ara consumo
'
conselho Editorial Executivo: Márcio Benedito Baptista, Marcos von Sperling, Ronaldo Guimarães Gouvêa
© 2006, Os autores
© 2006, Editora UFMG
Este livro ou parte dele não pode ser reproduzido por qualquer meio sem autorização escrita do Editor
CDD: 628.1
CDU: 626.2
Catalogação na publicação•• Oiv1sao
... de. Pfanejamento e. Divulgação
. da Biblioteca Universitária - UFMG
J
• SUMÁRIO
23 Apresentação
27 Prefácio
Capítulo 1
29 Abastecimento de água, sociedade e ambiente
Léo He//er
,
29 1.1 Introdução
I 42 1.6.1 Oferta
43 1.6.2 Demanda
1
.
_ . Elementos da legislação
55 18 3
_ A situação atual do abastecimento de água
56 19
. considerações finais
61 1 10
Capítulo 2
- Concepção de instalações para o abastecimento
65
de água
Léo Hel/er
65 2.1 Introdução
.es -
67 2.2 Contextos
2.3 Modalidades e abrangência do abastecimento
72.
2 .4 Unidades componentes de uma instalação de
- - 73
abastecimento de água
2.5 Elementos condicionantes na concepção de
79
instalações para o abastecimento de água
82 2.5.3 Mananciais
' Capítulo 3
1 107 Consumo de água
Marcelo libânio, Maria de Lourdes Fernandes Neto,
'J Aloís,~o de Araújo Prince, Marcos von Sperling, Léo Heller
; ...
..-- .
142 3.5 coeficientes e fatores de correção de vazão
142 3 .s.1 Período de funcionamento da produção
3.s.2 consumo no sistema
1
14,2
143 3.s.3 coeficiente do dia de maior consumo (k 1) l
Capítulo 4
1
153 Qualidade da água para consumo humano
1
Valter Lúcio de Pádua, Andrea Cristina da Silva Ferreira
•
153 4. ·1 ln.tradução
•
196 4.3.4 Natureza radiológica
197 4.4 Caracterização da água
197 4.4.1 Definição dos parâmetros
198 4.4.2 Plano de amostragem
204 4.4.3 Controle de qualidade em laboratórios
205
4.4.4 Processamento de dados e interpretação
dos resultados
207
4.4.5 Divulgação da informação
208
4.5 Padrões de potabilidade
,
208
4.5.1 Parametros de caracterização da água
destinada ao consumo humano
' D -. . . .
J
Capítulo .5
223 Mananciais superficiais: aspectos quantitativos
Mauro Naghettini
223 5.1 Introdução
224 5.2 O ciclo hidrológico
226 5.3 O balanço hfdrico
230 5.4 Dados hidrológicos
•
Capítulo 6
275 Mananciais subterrâneos: aspectos quantitativos
Luiz Rafael Palmier
Capítulo 7
303 Soluções alternativas desprovidas de rede
Valter Lúcio de Pádua '
•
303 7 .1 Introdução
Capítulo 8
,
1
329 Captação de água de superfície •
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e Capítulo~
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383 Captação de água subterrânea
João cesar Cardoso do Carmo, Pedro Carlos Garcia Costa
•
1
383 9 .1 Introdução
384 9.2 seleção de manancial para abastecimento público
Capítulo 1o
427 Adução
M~rc~a Maria Lara Pinto Coelho
Mareio Benedito Baptista
427
1O.1 Introdução
428
10.2 Traçado das adutoras
431 10 ..3 Dimensionamento hidráulico
431 10.3.1 Considerações gerais
432 10.3.2 Equações hidráulicas fundamentais
Capítulo 11
471 Estações ,elevatórias
Márcia Maria Lara Pinto Coelho
•
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11.4.3 Influência d~ rotação nas curvas
li
e 485 características das turbobombas
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'( 487 11 .4.4 Influência dos diâmetros dos rotores nas
- curvas bombas
t
494 11 ~ 7 .1 Cavitação
495 11. 7 .2 Altura de aspiração nas turbobombas
Capítulo 12
519 Introdução ao tratamento de água
Valter Lúcio de Pádua
519 12.1 Introdução
520 12 ·2 Processos e operações unitárias de
tratamento de água
. .•º n e.
520 12.2.1 Micropeneiramento
Capítulo 13
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571 Reservaçao •
•
•
1 . 4 Material de construção
J 13,.2·
578
13.3 Volumes de reservação
579
1
.4 Tubulações e órgãos acessórios
585 13
13.4. 1 Tubulação de entrada
585
.
2
13.4. . Tubulação de saída
586
587 13.4 .3 Descarga de fundo
13.4.4· Extravasor
588
13.4.5 Ventilação
590
590 13 .4 .6 Drenagem subestrutura!
Capítulo 14 •
•
627 14. 1O Traçado dos condutos
629 14.10.1 Distância máxima de atendimento por
uma única tubulação tronco
l
631 14.10.2 Distancia máxima entre tubulações
tronco formando grelha
632 14.10.3 Distância máxima entre tubulações
tronco formando anel
636 14. 10.4 Comprimento máximo de tubulações
secundárias com diâmetro mínimo de
SOmm
'
Capítulo 16
741 Mecânica computacional
aplicada ao abastecimento de água
Marcelo Monachesi Gaio
Capítulo 17
789 Gerenciamento de perdas de água
Ernani Ciríaco de Miranda
789 17 .1 Introdução
•
791 17 .2 Componentes das perdas de água
793 17 .3 Avaliação e controle das perdas de água
796 17 .4 Indicadores de perdas
804 17 .5 Análise de credibilidade
806 17.6 Ações de combate às perdas de água
809 Apêndice - Glossário
-
Capítulo 18
1
817 Gestã·o dos serviços
Léo Heller
817 18.1 Introdução
818 18.2 Modelos de gestão
818 18*2.1 Breve histórico da gestão do 1
rví
saneamento no Brasil
Anexos
845 Anexo A - Hidráulica
845 A.1 Algumas propriedades físicas da água
846 A.2 Equações fundamentais do escoamento
permanente
846 A.2. 1 Equação da continuidade
847 A.2.2 Equação da quantidade de movimento
847 A.2.3 Equação de energia - Bernoulli
848 A.3 Adutoras em condutos forçados
848 A.3, 1 Perda de carga contínua
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A.4 Ad.utaa e
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Apresentação
e n a tu re z a
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o p u la ç õ e s
n s io n a l. O c u id a d o c o m o p ro v im e n to
nitidamen te m ultidime ir u m a c o n d ic io n a n te
d e s d e se u s u rg im e n to . P as sa a c o n s ti tu
• acompanha a hu man idade u e o h o m e m to rn o u -s e
n v o lv im e n to d a s c o m u n id a d e s , d e sd e q
para a loca lização e o d es e
tr a n s fo rm a e m u m v e rd a d e ir o d e sa fio ,
s a tu a is , es sa q u e s tã o se
um ser gregá ri o e, nos dia s c im e n to p o p u la c io n a l, a
e a m b ie n ta is c o n te m p o râ n e o s : o c re
com os fenômenos sociais ç a s c lim á tic a s , a g lo b a -
e c o n s u m o , a cr is e a m b ie n ta l, as m u d a n
urbanizaçã o, a socieda de d
lizaçã o, os c o n fl it o s
. tra n sfr o n te ir iç o s .. .
p a rt ir d e d ife re n te s p e rs p e c tiv a s c o n c e i-
a e m u m liv ro p o d e -s e
Para trata r deste tem s p e c ia liz a d a e g ra n -
a q u e se a lin h a à lit e ra tu ra n a c io n a l e
' tuais. A mais trad icional de la s
a m p o e xc lu sivo d a s e n g e n h a ri a s c iv il,
c o lo c a o te m a n o c
de p ~e da in tern aciona l a l, a ta re fa d e b e m c a p a -
h íd ri c o s . T al a b o rd a g e m é n e ce ss á ri a . A fin
sa nit.áría ou d e rec urso s s
r, p ro je ta r, c o n s tr u ir e o p e ra r in s ta la ç õ e
n g e n h a ri a p a ra co n ce b e
átar os pro fissionais de e lid a d e s n a cio n a is .
a p e rm a n e c e p ri o ritá ri a n a s d iv e rs a s re a
de abastecim ento de ág u
ito ri a l a d o ta d a n e s ta p u b lic a ç ã o é
tiv a d e c o n c e p ç ã o e d
Entretan to, um a alterna c a m p o te c n o ló g ic o ,
ss id a d e s de fo rm a ç ã o e in fo rm a ç ã o n o
a de, se m desconhecer as nece o u tr a s á re a s, c o n te xtu a -
sa n itá ri o s , h id rá u lic o s , h id ro ló g ic o s e d e
baseado nos conceitos v o lv im e n to . A ss im , p re o -
p o lít ic a , s o b re tu d o d o s p a ís e s e m d e s e n
lizá-las na rea li dade socio a re a lid a d e n a q u a l é
ito s e a s d ir e triz e s te c n o ló g ic a s e m u m
cupa-se em situar os conce e re d e d a q u e la s q u e n ã o
á tic a d a s p o p u la ç õ e s d e s p ro v id a s d
esse ncial diferenciar a problem ia e lé tr ic a o u d a s q u e ..
rg é tic o s c o n v e n c io n a is c o m o a e n e rg
dispõe m de recursos e n e
e tr o p o lit a n a s e , p o r is so , n e c e s s ita m te r
s re a lid a d e s u rb a n a s e m
habitam as ma is complexa o s c o m p u ta c io n a is . A lé m
a , p o r e x e m p lo , c o m m o d e rn o s re cu rs
sua rea lidade sanitária tratad x e rg a r as d im e n s õ e s h is tó -
o s te m a s te c n o ló g ic o s , p ro c u ra -s e e n
disso, junto à abordagem "d b e m c o m o v a lo riz a -s e a
o lí ti c o -in s titu c io n a l e le g a l e n v o lv id a s,
ri ca, cultural, demográfica, p e st e ve m a is p o p u la r
e m a s. E m p re g a n d o u m a e xp re ss ã o q u e já
f dim ensão da gestão dos sist
a b o rd a g e m d e ''te c n o lo g ia a p ro p ri a d a ''.
no m eio téc nic o : te nta -s e u m a
23
Ab ,wdaMnto' de , gua para consumo humano
1
·í·
poss ve , são destacadas as boas práticas
. no a astec1men
á . ._ o e água ·
vjsando à proteção à saúde e mencionadas pr t1cas nao recomen~
dáveis, que ampliam o risco a saúde. .
• o respeito ambiental também permeia a abordagem# enfatizando que ins-
talações para o abastecimento de água ao mesmo tempo são usuárias dos
recursos naturais e poluidoras desses recursos, ao gerar resíduos, demandar
construções e acarretar modificações ambientais para a extração da ág.ua.
• Em um país com as carências do Brasil, deve-se buscar o abastecimento de
água universal e com eqüidade. Em termos práticos, corresponde ao princí-
pio de que toda a população, independente de onde vive, tem direito ao
abastecimento de água e com soluções equivalentes quanto aos seus efeitos,
o que não significa soluções iguais. Esse enunciado remete ao princfpio da
tecnologia apropriada, com o qual a publicação procura ser permeada.
• Procura-se sempre atentar para o conceito de que, na engenharia
como em outras áreas de conhecimento, as verdades são provisórias e
situadas histórica, social e culturalmente . Para tanto, procura-se evitar
enunciados e exemplos dogmáticos e absolutos, buscando sempre
relativizar os enfoques. As normas e o conhecimento consolidado são
descritos e decodificados, porém sempre é lembrado que a verdadeira
engenharia é a que enxerga o conhecimento a partir de uma visão
crítica e a que tem capacidade de questioná-lo e, responsavelmente,
adaptá-lo às realidades sociais e culturais.
24
t .O LIVRO EARTICULAÇÃO ENTRECAPITULO
_.. ______ ,.... __ ,
,...... •••• ········-·----------- '
1 · 1 m nt Introdução
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1 Abastecimento de água,
sociedade e ambiente
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para o abastecimento de água :
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I Av llr1~no qu llt tiva :
1 tlt t(V 3 Consumo de água ,
I qudn ·, a . :
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I b l clm nto 4 Qualidade da água para :
1 consumo humano ,
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7 olu~õ -. 1ternatlvas : 8 Captação de águ Elementos !
sprovld de rede : de superflcle para projeto, :.
l 9 Captaçao de água
operação e :
: subterranea construção :
: .
de irnst:alações :
: providas de !
: 10Aduçao rede :
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I li
1 •
: 11 Estações elevatórlas !
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•1 12 lntrodurao
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ao tratamento de égua ''
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11 13 Reservação •
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14Rede de distribui~ ªº
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: Elementos gerais P r
···········- - - - - ~-
srubulações e acessórios
•' . ..................
.(----------·w
1
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I projeto, oper çao !
i construção 16 MocAnlca computacional !
: . pllcada ao abastecimento de :
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égua ,f
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25
o de Agua para consumo humano
Abastetlm• nt
u u
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Uld
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Prefácio
27
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transform li Jt ,I • li Ili ff I 1.
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Ca pr·tulo 1
1
Léo Heller
1.1 Introdução
h u m a n a e p a ra o d e s e n v o lv im e n to d a s
d a á g u a pa ra a s o b re vi v ê n ci a
O papel essencial m p o , sa be -s e q u e a su a
e n to ge ra l na a tu a lid a d e. A o m e sm o te
sociedades é de conhec im e m
n te p a ra a te n d e r à d e m a n d a re q u e rid a
n atu re z a te m s id o in su fi c ie
disponibilidade na cr e sc e n te m en te . N e st e q u a -
e ta , fe n ô m e n o q u e ve m se a g ra va n d o
muitas regiões do Plan p a ze s d e fo rn e c e r á g u a c o m
a s te c im e n to d e á g u a d e ve m se r ca
dro, as instalações para ab la çõ e s, a lé m d e re s p e ita r o s
d a d e e d e fo rm a ac es s ív e l p ara as p o p u
qualidade, com regula ri s fu tu -
is u tiliz a do s, p e n sa nd o n a p re se nte e n a
á rio s d o s m a n a n cia
interesses dos outros usu r, p ro je ta r, im p la n ta r, o p e ra r,
s p ro fi ss io n a is e n ca rr e g a d os d e p la n e ja
ras gerações. Assim , o s en te
c im e n to d e á g u a d e ve m se m p re te r p re
s ta la ç õ e s d e a b a st e
manter e gerenciar as in a s a tiv id a d e s .
te r a ca pa cid a d e d e co n si d erá -la n as su
essa realida d e e deve m a b a st e ci -
a vi sã o p a n o ra m ic a d a im p o rt â nc ia d o
No presente capít u lo é fo rn e ci d a u m
co m o a m b ie n te . O te x to vi sa a in tr o -
la çã o c o m a so c ie d a d e e
mento de água e de sua re la çõ e s d e a b a s te c im e n to d e
d e s ta ca n d o as ra zõ e s p e la s qu a is in st a
duzir o leitor no tema , n e ce ss i-
e m in tr o d u tó ri a é e ss e n ci a l p a ra o s q u e
ta d a s . E st a a b o rd ag
água devem ser implan ic ia d e te r o s co n c e ito s e n v o l-
so b re o te m a. C o m p re e n d ê-l a p ro p
tam de uma primeira visão ra be m co n ce b e r e p ro je ta r
d e á g ua , q u e sã o fu n d a m e n ta is p a
vidos no abastecimen to
/ unidades e sistemas.
29
1.2 cont~xtos sociais
América Pré..Colombiana
O povo inca, que ocupa a os · ndes peruanos _na A~éri_ca pré-colombiana, des-
tacava-se pelo seu conhecimento de_ ~ngenh~na san,tána e pelas estruturas que
construíram, suas ruínas mostram ef1c1entes sistemas de esgotamento sanitário e
de drenagem pluvial. Existiam reservatórios de água e sistemas de banhos, para
os quais a água era conduzida através de condutos perfurados em rocha. o sanea-
mento tinh.a es,treita relação com a religião . No início da estação chuvosa, 05
incas realizavam uma .,cerimônia da saúde'', quando se efetuava a limpeza das
moradias e dos espaços públicos . Pretendiam se manter limpos para se apresen-
tarem puros per·ante os olhos dos deuses. Assim, uma crença religiosa gerava a
necessidade de, suprir as ocupações humanas de água e de se desenvolver
a tecnologia necessária. .De maneira indireta, a religião proporcionava melhor
saúde para o po o, desen oi imento e prosperidade.
Pintadas/Ba'h ia
30
ADaStecm?Mtod? ãgi.a, sociedade e ambiente I Capítulo 1
1
•
31
. mo humano
. de égua para consu
Abest.ectrnento
Numa região com tal escassez hídrica as soluções para o ':1anejo e abaste-
cimento de água a serem adotadas devem se~ ~om~atív:1s com esta reali-
dade. 0 abastecimento de água na sede mun1c1pal e realizado por sistema
integrado de abastecimento de água-SIAA operado . pela concessionária
estadual EMBASA, cuja água é captada no reservatório formado pela bar-
ragem de São José do Jacuípe, passa por tratamento e é distribuída para
diversas localidades, chegando a Pintadas. Devido à qualidade da água do
rio Jacufpe e ao represamento, ela chega à cidade com alto teor de
salinidade, sendo recusada pela população para o uso de beber. Análises
físico-químicas da água (. .. ) mostram que a concentração de sais dissolvi-
dos é superior ao permitido pela Portaria 518/04 do Ministério da Saúde
(... ). As soluções de suprimento de água diferenciam~se para a sede muni-
cipal e para a zona rural. A sede municipal, que já conta com o SIAA (. ..)
deve ter o abastecimento universalizado, e compete à Prefeitura, poder
concedente do serviço, exigir da concessionária estaduaJ regularidade no
fornecimento e qualidade da água distribuída. Na zona rural, a solução
que tem se mostrado mais adequada à realidade sociocultural-ambiental
da região é a adoção de cisternas domiciliares que armazenam a água da
chuva captada pelos telhados das casas, eficazes quando utilizadas para o
fornecimento de .água de beber, higiene pessoal e de preparo de alimen-
tos.( ...) Até o fina:I de 2004, o abastecimento de água da população rural
~stará universalizado com cada família dispondo de uma cisterna e de
filtro cerâmico para purificação da água de beber.
·
Como.
se observa•'
aind ª· . . . - á
que. tivesse havido melhorias no abasteciment o de gua
1oca 1 e um planeJament0 d t . . . . . ó5 o
~
primeiro diagnó f . e, erm~nado para superar as carências, 12 anos ap
s ico uma s1tuaçao mu;to inadequada ainda persistia.
32
Abastecimento de água, sociedade e ambiente r Capítulo 1
33
..
Ab11t fm1nt d Agua p rn contumo humano
1.4 Histórico
34
.1
água, soci edad e e am bien te I Cap llulo 1
Ab astecimento de
a is d e in d iv íd u o s o u fa m ília s ta n to
d e p o p u la ç õ e s e n ã o m
incluir o abastecimento ra r a lim e n to s e p ro m o v e r a
a de s fi sio ló g ic a s d a s p e ss o a s, p re p a
para atender as necessid s c u ltu ra s .
p a ra m an te r a a g ri c u ltu ra , ir rig a n d o a
lim pez a , q u a n to d e a
e n to d e á g u a s ã o e n c o n tra d o s , d e s
riê n cia s d e s u p rim
Vários registros de expe g ia s p a ra a c a p ta çã o,
p ro g re s s iv o d e s e n v o lvim e n to d e te c n o lo
Antigüidade, demonstran d o o
u a . E ss es re g is tr o s ta m b é m d e m on s-
to e a d is trib u iç ã o d e á g
o transporte, o tratamen fo rn e c im e n to d e á g u a n o
d a h u m a n id a d e p a ra o p a p e l d o
tram a crescente consciência n e ss e a s p e c to o b s e rv a n d o -
n a p ro te ç ã o à s a ú d e h u m a n a ,
desenvolvimento das culturas e a d e d a á g u a . E ss a to m a ·a a
iê n c ia q u a n to à im p o rtâ n c ia d a q u a lid
se o crescimento da consc x to s h is tó ric o s , na c o m p re -
n d o ta m b é m , e m d ife re n te s c o n te
de consciência acabou resulta a s te c im e n to e , e m d ec or-
se p re s e rv a re m o s m a n a n c ia is d e a b
ensão da importância d e
rência, s ua s ba cia s c o n tribu in te s .
q u e m a rc a ra m a e v o lu ç ã o h is tó ric a d o
o s im p o rta n te s e v e n to s
Na Tabela 1.2 são listad n o ló g ic a , c o m o a s p re o -
e le p o d e m -s e d e s ta c a r, e m ord e m c ro
abastecimento de água. D
cupaç õe s fo ra m se su ce d e nd o :
a a g ri c u lt u ra e a p e c u á ria , s im u lta -
• com o s u p ri m e n to d e á g u a p a ra
to p a ra c o n s u m o h u m a n o
. ;
neamente ao abastecimen
g u a e m c a n a is e tu b u la ç õ e s ;
• com o transporte da á
p ta ç ão d e á g u a s u b te rr â n e a ;
• com a ca
• com o a rm a ze n a m e n to d a á g u a ;
o a g u la n te s, d e c a n ta ç ã o , fi lt ra ç ã o ,
• com o tr a ta m e n to d a á g u a (c
desinfecção ...);
laç ã o d a á g u a e m re p re s a s ;
• com a acumu
• com a elevação da água;
m p re e n s ã o d a h id rá u lic a ;
• com a co á g u a .
ã o d e s e rv iç o s d e a b a s te c im e n to d e
• co m a o rg a n iz a ç
35
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u _ s s ·_ 1 g J 1 1 111 i& . a 1 z
(continua)
Data Evento •
- i!Z1fi :· 1 r • RIP E il!U · se Z Referência
c.2600 oxl,tõnclu cJo rC-'.I.Prvatôrlo~ do terrc1 e utlllzaçao de captação subterrânea pelos E -- -
36
Abastecimento de ~gua, sociedade e ambiente J Capitulo l
(continua)
Data Evento Referência
1126 perfuração do primeiro poço artesiano jorrante, na cidade de Artois, na França. UJD (1978)
1348- ocorrência da grande peste o~ 1:este neg~a (peste bubônica), matando 25 milhões Bono (1975)
1353 de pessoas na Europa e 23 m1fhoes na As,a (25o/o da população mundial)
1590 invenção do microscópio Bono (1975)
1620 infcí~ da con~ção d~ ~qu~duto do rio Carioca, para abastecimento da cidade Azevedo Netto
do Rto de Janeiro, por 1nrc1ativa de Aires Saldanha, com comprimento de 270 m et ai. (1998)~
e altura de 18 m (obra concluída inteiramente apenas em 1723) Barsa (1972)
1654 invenção do compressor de ar, por Otto von Gueriche, na Alemanha Azevedo Netto
et ai. (1998)
1664 !nvenção dos tubos de f erro fundido moldado, por Johan Jordan, na França, e sua Azevedo Netto
rnstafação no pafád o de VersaiHes etal. (1998)
Dacach (1990)
1664 invenção da bomba centrifuga, por Johan Jordan, na França Azevedo Netto
et ai. (1998)
1712 invenção do motor a vapor, por Thomas Newcomen, na Inglaterra Bono (1975)
1723 condusão do primeiro sistema coletivo de abastecimento de água do Brasil, no Rio Azevedo Netto
de Janeiro et ai. (1998)
1775 invenção do vaso sanitário, por Joseph Bramah, na Inglaterra Azevedo Netto
et ai. (1998)
1804 construção da primeira. instalação coletiva de tratamento de água para consumo Azevedo Netto
humano, por meio de filtro lento, concebido por John Gibb, na Escócia et ai. (1976)
1828 construção de conjunto de filtros lentos para utilização no abastecimento de parte Azevedo Netto
da àdad·e de Londres et ai. (1976)
1841 invenção da borracha vulcanizada Bona (1975}
1846 - a cólera mata 180 mil pessoas na Europa, tendo sido comprovada a sua origem na Bono (1975)
1862 água, em Londresl por John Snow
1846 invenção das manilhas ceramicas extrudadas, por Francis, na Inglaterra Azevedo Netto
et ai. (1998)
invenção do aço Bessemer Bano (1975)
1856
condusão da perfuração do poço artesiano jorrante de Passy, para abastecimento Barsa (1972)
1857
de água da ádade de Paris, com 586 m de profundldade e vazão de 230 Vs
invenção do motor de combustão interna Bano (1975)
1860
invenção dos tubos de concreto, por J. Monier, na França Azevedo Netto
1867 et ai. (1998)
utilização de tubos de ferro fundido na adução de água dos rios D'Ouro e São Azevedo Netto
1875
Pedro, para abasteámento do Rio de Janeiro et ai. (1998)
publicação dos trabalhos de Pasteur, na França, que dão origem à Microbiologia Azevedo Netto
1881
et ai. (1976)
construção da primeira hidrelétrica no Brasil, em Diamantfna - MG (para Azevedo Ne.t to
1883
mineração) et ai. {1998)
construção da primeira hidrelétrica para abastecimento públíco, na cidade de Juiz Azevedo Netto
1889
de Fora-MG
et ai. (1998)
criação da Repartição de Agua e Esgoto da cidade de sao Paulo, com a Azevedo Netto
1893
encampaÇão da Cía. Cantareira, empresa privada que era responsável pelo et ai. (1976)
abastecimento da ádade
•
37
Abastecimento de ,gua para ,onsumo humano
(conclusão)
Data Evento
. Referência ...
1905 primeira aplicação do cloro como desinfetante de água de abastecimento, feita
Azevedo Netto
-
por Sir Alexander Houston (" o pai da cloração"), na Inglaterra et ai. (1976)
1908 primeira aplicação do cloro na desinfecção de água de abastecimento nos EUA, Azevedo Netto
em.. Nova Jersey et ai. (1976)
1913 invenção dos tubos de cimento amianto, por A. Mazza, na Itália Azevedo Netto
et ai. (1998)
1914 invenção dos tu.bos de ferro fundido centrifu_gado, por Fernando Arens Jr. e Dimitri Azevedo Netto
de Lavaud, na cidade de Santos - SP, no Brasil et aJ, (1998)
1936 Lançamento do tubo de PVC, na Alemanha, com a montagem de uma rede Tigre (1987)
experimental enterrada para teste de durabilidade (amostras dessa rede, retiradas
em 1957, mostraram que os tubos não sofreram qualquer alteração)
Fonte: adaptado de compilação realizada por PRINCE (2002)
.e.: cerca de ...
• Usos consuntivos
- abastecimento doméstico· I
- abastecimento
. . industrial·,
- 1rr,gação;
• aqüicultura {piscicultura, ranicultura, .•. )
38
. .... . . _.. .,. ~ -;· e.: ... -; - - .. - ..... --( - - - . ' ~. - .. - .. - - - -e .,._ _, ! • ::: • ••• - - - • •.• - • ' • • • - - '. • - • • " - - - . _ ..;
• Usos não-consuntivos
- geração de energia hidr · 1 tt i ;
- navegação;
- recreação e harmoni p I t tl ;
- pesca;
- diluição, assimilação f nt
entre os maiores usos da água nos contrn n·t . m linl . r i , pode-se observar uma maior
superioridade da parcela para uso em frri n , ntin r,t m menor desenvolvimento
- superando 80o/o do uso na Africa n r nd p rticipação da água para uso
industrial nos continentes ocupados por p f n lvid logo mais industrializados. t
Tabela 1.3 - Distribuição anual dos usos da águ por continente (1995) -
-
3
km o/o "m' km ºlo
África 127,7 ,O 7, ,O 10,2 7,0
Ásia 1388,8 8 ,O 1 i7,0 ,o 98,0 6,0
Oceania 5,7 4, 1 o, ,.s 10,7 64, 1
Europa 141 , 1 ,, o, S ,O 63,7 14,0
América do Norte e Central 248, 1 4 ,1 , 4 ,7 548
., 10,2
América do ,Sul 62,7 ,.O ,o 19, 1 18,0
TOTAL 2024, 1 8, 1 ,1 256.5 8,6
* percentual entre os três usos
Fonte: adaptado de RAVEN et ai. (1998), apud TUNOI ·t ( 00 }
Agrupamento Necessidades
de consumo
Consumo Ingestão
doméstico Preparo de alimentos
Higiene da moradia
Higiene corporal
Limpeza dos utensfllo -
Lavagem de roupas
Descarga de vasos sanltárl,.,.,
Lavagem de veículos
Insumo para atividades e onõml · d r I ili r (lavadeiras, preparo de
alimentos...)
Irrigação de jardins, hortas e pomdr s domiciliares
Criação de animajs de cstlr11t.1çêlo e de dfli111ais para alimentação (aves,
suínos, eqüinos, caprinos etc.)
-- --- -----
19
-f to de égua para consumo humano
Abastec men
(conclusão)
Agrupamento Necessidades
de consumo
1
Note-se que os usos são diversos e atendem a diferentes interesses_ De forma esque-
mática, as ·necessidades podem ser cl·assificadas segundo as seguintes categorias:
45
40
,......
(O
35
:S• 30
i 25
5..._,,,, 20
o 15
e.
CT 10
5
o
o 10 20 30 40 50
tempo (min)
41
. ,. n de jgua para consumo humano
Abasted men..... .
1.6.1 Oferta
Como é sabido, os recursos hídricos constituem um bem natural, renovável, cujo volu-
me total no globo terrestre é relativamente constante ao longo dos tempos, contudo com
uma distribuição variável no tempo e no espaço, entre os diversos compartimentos ambi-
entais. Ou seja, a distribuição da água entre suas diversas f armas no planeta vem mudando
ao longo dos anos, sobretudo devido à forma como o ambiente vem sendo modificado -
dos impactos locais até os impactos globais , como também se altera ao longo de um
ano hidrológico, segundo as diversas estações climáticas. Além disso, essa distribuição e
essas modificações não são homogêneas no espaço, havendo regiões com extremos de
abundância e outras com extremos de escassez de água.
Na Figura 1.2, observa-se a distribuição média de água na terra, entre suas diversas
formas, destacando a extremamente baixa proporção de água doce mais disponível, no
montante global de água, sendo que a maior parte dela constitui água subterrânea, nem
sempre de fácil exploração.
4,39°/o 1,65o/o
Oceanos
• Àgua subterrânea
.. . .. D Geleiras e calotas polares
Figura 1.2 - D1stribuição média de água na Terra
42
Abastecimento de água, sociedade e ambiente I Capítulo 1
1.6.2 Demanda
Do lado da demanda por água para consumo humano, percebe-se que, ao longo do
tempo, vem ocorrendo um crescente aumento no Brasil, ocasionado pelos seguintes fatores:
43
• lncr mento da industrialização, aumentando a demanda por água
m nú: leo urb nos; . _ .
• . m .nto do volume de perdas de água em muitos sistemas de abas-
lmen 0 , fruto da obsolescência de redes e de baixos investimentos.
Ci
Õ 7,0
~
e
m 6,0
e
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G) Total
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1940 1950 •
1960 '1970 1'980 1991
Décadas
~ Figura 1.3 - Taxa anual de crescimento da população total e da po.pulação urbana no Brasil
Font : NASCIMENTO e HELLER (2005), com base em dados censitários IBGE:. http://www.ibge,gov.br
40,0 , -- - - -- - - - -- - - - - -
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~ 35,0
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..... 30,0
8J• 25.0 • Fortaleza
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~ 20,0 * Belo Horizonte
:mo. 15,0 • São Paulo
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mblente·f Capitulo 1
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1940 1950 1960 1 1 '. 000 2010
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Fonte. NASCIMENTO e HELLER (2005), com b m tJ ,tJtA · ltr1t /Jfl Jflf1I · t , JJ,//www,H, , ov.br
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de usos
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Figura 1J.6~-·.R~laç~ô oferta/demanda d.e S u
•
4
umo humano
de água para cons
Aba.stedment o
1.7
, regl
Existem · .' stros sobre
· a compreensão
. da associação entre água
_ de consumo
_ · hu ma-
, d datados dos tempos mais remotos. Contudo, essa compreensao verificav
no e sau e, - . _ . . . . a. .se
.g·umas poucas 51 tuaçoes e em algumas culturas e tinha bases explicat,
· v
apenas em 1_ - - . _. . _ _ . . . as
ª
muito distintas das atualmente d1sponíve1s p~lo conhecimento c1entíf1co moderno. Identifi-
cavam-se então desde cuidados com a qualidade da água de consumo, como O relato do
ano 2000 antes de Cristo, na fndia, recomendando que "a água impura deve ser purificada,
pela feivura sobre um fogo, pelo aquecimento no sol, mergulhando um ferro em brasa
dentro dela, ou pode ainda ser purificada por filtração em areia ou cascalho, e então resfri-
ada " (USEPA, 1990), até a preocupação com a sua disponibilidade, como a recomendação
de Hipócrates (460-354 a.C.): "a influência da água sobre a saúde é muito grande".
Ao longo da história, dados disponíveis sugerem, em alguns contextos, que a imple-
mentação de serviços sanitários resultou em melhoria dos indicadores de saúde da população,
embora essa demonstração não seja simples. Alguns relatos, como o apresentado na
Figura 1.7, mostram tendências similares entre ações de saneamento e a redução de mortes
precoces e doenças, nesse caso a redução da mortalidade por febre tifóide doença bacte-
riana de transmissão feco-oral ao passo em que se reduzia a proporção da população sem
acesso ao sistema de abastecimento de água em Massachusetts nos séculos XIX e XX.
Ano 1885 1890 1895 1900 1905 1910 1915 1920 1925 1930 1935 1940
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mostrada na Figura 1, '
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· ir f, , ,t ,· , 11111 ·I trt 1q 1 11 se fenômeno d · "
mfn ·· J '' 1 v ,t,, li t ntes cidades européí,,'- ~
n ,I .,,1,r1 · ,, t t r 11 1 .
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Infra-estrutura sa 11:árt
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1870 1800 1890 1900
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Ffgur 1. 1; 1 I :I I f, 11 II tVI t · imento de água e esgotam·en
• Jt ,l i
Fonte; PR / l1J r. 11 I J I ,, I f I
Companhi
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Restante d
Fonte: SNOW (19 O)
•
umo humano
.
Abaste,rmen
to de ,gua para cons
- .
48
j
Ta~ela 1·7 -. Redução percentual na morbld . d mort lldade por indicadores de
saude selecionados, atribuída a melhoria n b . t clm · nto de água e no esgota-
mento sanitário
-- - -
1
Indicador de saúde Redução mediana< > (%)
Ascaridíase 29 {15-83)
Morbidade por doenças diarréicas 26 (0-68)
Ancilostomfase · 4 ( .. )
Esquistossomose 77 (59-77)
Tracoma 27 (0-79)
Mortalidade infantil 55 (20-82)
- . -
Dois mecanismos principais de tr nsmi o d do nças pela água, por agentes bioló-
gicos, são observados:
• a transmissão por .ingestão d · águ . ont minada por agentes bioló-
gicos patogênicos;
• a transmissão que ocorre pela in ufi iência da quantidade de água,
provocando higien:e defic:ientei
Em vista disso, dois grupos de doença mais dir tamente relacionados ao abasteci-
mento de água podem ser destacados (Mara F chem, 1999):
• doenças de transmissão feco-oral, qu podem ser transmitidas por
ambos os mecanismos (ingestão ou higi n d ficiente) e que incluem,
dentre outras:
- viróticas: hepatite A, E e F; poliomi lit ; diarréia por rotavf rus;
diarréia por adenovírus;
- bacterianas: cólera; ínfecção por E. · h ri hl cofi,· febre tifóide e
paratifóide;
- causadas por protozoários: amebf s ; ripto poridfase; giardfase;
- causadas por helmintos: ascarídí s, ; tricurfase; enterobfase.
• relacionadas exclusivamente com a quantidad insuficiente de água:
- doenças infecciosas da pele;
- doenças infecciosas dos olhos;
- doenças transmitidas por piolho .
49
. ru . os, destacam-se ainda aquel .doenças transmitidas
- procrram na · ·. Qua · .
quitos, que se .. ·ares completas, a população necess1t ~ecorrer ~o armaienarne e de
instalações domicilt t ~es baldes ...), que se tornam locais propfcros ao desenv . ~to em
'lhames (tambores, Ia o , . o1vimento
v.as1 ·tos Incluem-se neste grupo.
dos mosqu1 . .
.. ue e febre amarela, transmitidas pelo mosquito do gênero Aedes·
• deng . t ansmitida pelo mosquito do gênero Anopheles; '
• malána, r ·r d
• filariose ou elefantíase, transm1 i as pe o mo
1 · squito d · "
o genero Cu/ex.
50
• doe:nças di.arréicas: 2.200.000 mortes d ri n m nor, de cinco anos;
• ascaridfase: 900 .000.000 de caso ;
• esquistossomose: 200.000 .000 d,e o ;
• tracoma: 6.000.000 de pessoas fi ar m d vldo à doença!
Em estudo realizado em favela de Belo Horizont , loc fizad no Aglomerado da Serra,
comparando três áreas com diferentes condições d neam n o, Azevedo (2003) mos-
trou uma possível redução de 48°/o na ocorrência d di rréi m crianças entre um e cinco
anos e de 20% na ocorrência de desnutriç!o crônica m crianças na mesma faixa etária,
caso fosse impfantado sistema coletivo de abastecimento de água.
Em outra avaliação, Teixeira (2003), também investigando crianças entre um e cinco
anos, em áreas de invasão em Juiz de Fora-MG, encontrou os seguintes impactos relacionados
ao abastecimento de água:
1
o abastecimento de água mantém uma relação ambfgua com o ambiente, especial-
mente O hídrico: de um lado é um usuário primordial, dele dependendo; de outro, ao
realizar este uso, provoca impactos. Um adequado equacionamento dessa sua dupla ~elação
com O ambiente é requisito indispensável para uma correta concepção do abastecimento
de água .
•
51
,n no •
. .. h
arocontumo u
Abastecimento da gu . p
· setor d e ab a h . . - a leg
eo.mo usuár,o, 0 .·
11997
mas esse recon ec1mento nao o desobrig d ·
· F
lação Le1 e e · .·d ral nº 9 4 33 · ' · d. · ·b·1·d d·
. tr'ibua para maior · rspon, 11 .a e para outros US ª e
·· á _ ri
· d curso que con u r,--- ·
uso criterioso o re ~
. .
para a manutenç
. a O da vida aquática. . . .
• . lugar deve·se procurar o estrito respeito à legislar3
nto em pr1me1ro . híd . . Y-'o q
Nesse po , . . ara outorga de uso de recursos ncos. Nesta, com varia.~
estabelece as condiç.õ~ P é er·mi'tida a captação de apenas uma parcela da vazão m', ~
5
. . · .. ·as1le1ros, P n,rna
do manancial supe ,c,a , gar res..
dual escoando para jusante.
1 .
a
..
Exemplo de Va~ão outorg~vel:
•
t - , •
A ~em~nda ~e~~ uso para abastecimento pode se tornar muito complexa em regiões
com baixa d1spon1b1hdade ou com elevada demanda de água ou ainda quando ambas as
52
Abastecimento de água; sociedade e ambfent J pi ulo 1
condições se combinam. Nesse caso, uma discussão que vem ganhando terreno no mundo
é a da transposição de bacias, que pode ocorrer de duas formas:
. 1.8. - Mananc1a1s
Tabela .. . a bastecedores
.· da Região Metropolitana de Belo
.~H~o~ri~z~o~n~te:_~~~~-::;=:=:~~~~C;a~p;acciiiddéa;dlee~in;s~ta;il~addéa;--~~To~t~aÍI~
Sub-bacia Sistema (Lls) (L/s)
de produção
Rio das Velhas 6.750
Rio das Velhas
Morro Redondo 750
200
Barfeiro 7.870
Catarina 170
2.700
Paraopeba Serra Azul
vargem das Flores 1.500
•
4.200
Manso 8.850
450
lbirité
685 685
Diversos Sistemas independentes
17.405 17.405
Total .
. ara o abastecimento da região, 45% originam-se
Ou seja, dos 17 .40~ Us instalados: 51 % da sub-bacia do Paraopeba. Ocorre que,
da sub-bacia do Rio das Velhas
53
Abastecimento de água p ara consumo hum eno
Parcela de Evaporação
não retomo
56 (•) ~ ~ - Infiltração
14
Drenagem pluvial
100 70
Adução Consumo
Redes de A. A. e E. s.
54
l
--···,
Ab steomento de água, sociedade e ambiente ,1Capítulo 1
•
Da vasta legislação ambiental existente no país, nos diversos níveis federativos, possui
estreita aplicabilidade ao abastecimento de água para consumo humano a Resolução
CONAMA nº 357/2005, cuja reformulação foi aprovada em 15 de f~vereiro de ~00~, que
estabelece critério para classificação das águas doces, salobras e sahnas do Terntóno Na-
cional. Essa legislação, ao definir os usos e os requisitos de qualidade da água que cada
uma das 13 classes de águas naturais sendo cinco classes de águas. do~es · .d:vem
apresentar, tem possibilitado O enquadramento das águas de todo o terntóno brasileiro e,
55
t
Abastedmento d
997 que ,nstitu1 a Política . D stacados pontos nessa leg1slaçao sao 05 instru-
1 , . Hídncos. e · · · 1. . _ .
Gerenciamento de Recursos . . . ortantes elementos e inter ocutores com a proble-
56
b~ te J capftufo 1
A·bastedmento de água, sociedade e am ren
. . . - abasteci~
rnento à moradia ou ao lote com água encanada, fornecimento contínuo e de boa q~ah~a .e
do Programa UN-Habitat, revelando uma diferença significativa entre as duas estimativas.
Nota-se que o país ainda exibe um total de 40,6 milhões de pessoas sem acesso ao
abastecimento de água fornecida por rede coletiva. Esse contingente está mais concentrado
na área rural, na qual 47,6% da população sequer dispõe de água canalizada na proprie-
dade ou no interior do domicílio.
Além dessa desigualdade de acesso estar associada ao local de moradia urbano ou
rural , apresenta uma relação clara com a renda: os mais pobres são os mais excluídos
(Figura 1.1 O).
Outra variação encontrada é a regional, conforme se ilustra na Tabela 1.11, na qual se
observam grandes e importantes diferenciais no atendimento e quanto a indicadores de
eficiência dos serviços, entre as companhias estaduais de saneamento.
57
Abastecimento de jgua para consumo humano
100
90
80
............ 70
~
e_,
(O 60 .l?JÁgua
...,:,""" 50
.
~
•Esgota·
Q)
.o 40
8 30
20
10
o
<1
1a 2 2a3 3a5 5 a 1O 1O a 20 > 20
Renda média mensaJ domiciliar (SM)
Figura 1. 1o _ Cobertura por abastecimento ~e água por rede geral e esgotamento sanitário por rede
, coletora no Brasil, segundo faixa de renda
Fonte: COSTA (2003)
•
'
58
Abastecimento de água, sociedade e ambiente f Capitulo 1
1
1
(conclusão)
1
Índice de Índice do fndlce de Tarifa Despesa Quantidade fndlee de Consumo
SIGLA atendimento atendimento perdas de mêdla como equivalente produtlvld. módlo do
de água de esgoto faturamento praticada serviço p/m3 de pessoal econ/pes. água por
faturado total total aconomfa
7 -
REGIÃO CENTRQ..QESTE
-" RS/m3 RS/m~ empre«JadM econJemp, . ml[mltl.o«>~
.'
1
CAESB/DF 92,4 88,9 315 18,6 1
21 ,5 1,01 1,05 3.785 1
SANEAGO/GO 93,5 36,9 12,6
SANESUUMS 3S.,2 0,94 1 02 4.697 334
111,9 7,0 41 ,7 " .268 13,7
lbtats Região Centro-Oeste 1,26 1,54 1.084
95,8 46,9 31,6 14,6
1,00 1.08 9.639 316
Jbtais paraogrupo 93,7 39,4 39,4 1,07 1,14
108.909 365 15A,
Nota: valores de índices de atendimento
. -
super. iores a 1.00% são expfrcados
. · · ·
pelas diferenças de fontes de dados para o
numerador e o denominador.
Fonte: SNSA (2001)
Em relação à qualidade como a água é fornecida, as Tabelas 1.12 e 1 .13 revelam que
nem ·sempre sua segurança é garantida.
59
Abastecimento de água par, consumo hu01t1rto
o _ .......- +
' ' ' M02
Minas Gerais - Municípios - Re ·-
Abastecimento de Águ~l~~s ~e Planejamento
~ .IFC/2002 Porcenta em d O . .. e e Geral
Figura 1. 1o - Cobertura or ab . e om1c1hos Atendidos - 2000
1c1p10. Minas Gerais
Fonte: HELLER et ai. (2003), com ~ase e~s::~:::~~i: água por rede geral, segundo o mun· , . .
. . ., .. • '-L ~
'
•.
45 a 55 35
M · a 45 25 a 35 10 2
Figur 1
a .11 - Associação entr
ortalidade tn• .
. ,ant1I (por mil)
ª 5
•
M' - e carên ·
mas
Fonte: HELLER et ai. (200 3), Gerais
com base em eia IBGE
dados do . . . de mortalidade ínfantll,
por abastecimento de água e faixas \
'
_. .
,, '( :·
'· .......' • . ...
, '
60
•
Abastecimento de água, sociedade e ambiente I Capltufo 1
,
1
!
Conforme pode se observar neste capítulo, a água é um bem essencial à sobrevjvência
do homem e ao exercício de suas atividades. Seu uso é dependente do context9 social e da
importância que cada comunidade atribui a esse bem, o que é perfeitamente verificado ao
longo da história, podendo se perceber a relação entre a água e as várias civilizações e seu
estágio de desenvolvimento social, econômico e tecnológico.
A disponibilidade de água no planeta é limitada, variando de região e segundo a
forma como se encontra na natureza superficial, subterrânea, como água de chuva etc.
Entretanto, em cada aglomeração humana, a relação entre a oferta e a demanda de água
é muito variável e é função de um conjunto de pressões, relacionadas inclusive aos hábitos
locais.
A água ao mesmo tempo pode ser um veículo de transmissão de doenças e outros
agravos (intoxicações, por exemplo) ao homem e pode ser requisito de boas condições de
saúde, particularmente quando é ofertada com quantidade suficiente e qualidade adequada.
Guarda também uma estreita relação com o ambiente, pois da natureza é extraída a água
para o consumo da população. Contudo, as instalações de abastecimento de água podem
ser, elas mesmas, responsáveis por impactos ambientais. '
Nos países em desenvolvimento, incluindo o Brasil, há uma enorme tarefa a ser cum-
prida, no sentido de prover água segura a todos, protegendo a saúde e assegurando uma
relação sustentável com o ambiente.
•
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l
61 •
Abastaclmento de 6gua para ., oruurno
· humano
.
d1arrhoea, .
dracuncu 1.ras1s,
. hookworm
· ·,nfection, sch1stosom1as1s, an trac orna. u,,e n o ·t e Wor/d Health .
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62
.Abastecimento de água, sociedade e ambiente I Capítulo 1
1
1
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•
Mimeografado.
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• •
•
•
63
1
Capítulo 2
1
Concepção de instalações
para o al:,astecimento de água
Léo Heller
2 •.·1 Introdução
públicas em geral, rara.mente há uma solução única para um dado problema. Mesmo que
1
uma solução seja a vislumbra,da com maior dareza imediatamente e pareça a mais evidente,
outras possibilidades podem ser cogitadas. Mesmo que a primeira opção seja a adotada.
ela em geral não é em si ó.nica: ela mes.ma pode admitir diferentes variantes, diferentes
formas de projeto ou diferentes concepções de djmensíonamento.
Ou seja, no planejamento ou projeto de uma instalação de abastecimento, de água,.
são tomadas in.úmeras decisões, dentre um Jeque de opções possíveis, mesmo que de
forma inconsciente. Muitas vezes, a deásão é slmpfesmente uma recomendaçao de nor-
ma, o uso de um,a fórmula de um livro ou uma soluçao similar à de um projeto já elaborado
ou de ·uma obra já implantada. Mas possivelmente essas opções nao sao a únicas . i o
deve ser reconhecido por quem toma a dec·isao.
A ''boa engenharia'' é aquela capaz de enxergar maisde um caminho par. asoluç o d
um problema, de ponderar os aspectos positivos e negativos de cada caminho d tomar
decisões as mais conscientes possíveis. Essa ''boa engenharia'' tem a percepç o de qu ·cad.
decisão tomada traz implicações de diversas ordens econômicas, sociais, operacionais.4. E,
portanto, valoriza justamente esse processo de tomada de decisões como a etdpa maisd ter-
minante de um projeto, de um dimensionamento ou de uma etapa construtiva.
15
Ab t lm nl d au p r on uma hum . no
1
..
11!1
J
66
Concepção de lnstaíações para o abastecimento de água t CapftuJo 2
2.2 Contextos
Grécia antiga 1
..
.;-=-- , . ..
•
....
'
-......... .
•
..
67
.
A&a,udmenw de .6gua pa,,,a tonsumo
- - humano
(a)
Junta de cimento
Junta de cimento
•
"'
Junta de cimento
(b)
68
Concepção de instalações para o abastecimento de água I Capítulo 2
69
Abasteclmon10 da água para consumo humano
70
identificada a presença de coliformes totais# porém não de E. colí, o que
se constituí motivo de preocupação . Embora os coliformes. totais,
em si, não confirmem contaminação ou presença de organismos que
transmitam doenças, sua presença é indicador de alerta . Para e·feito
de comparação, em rede de dist ribuição o padrão brasileiro de pota-
1
Esses exemplos ilustram as muitas variações que podem ter uma sof.ução para o abas-
tecimento de água e os diversos fatores condiáonantes para a sua concepção: econômicos,
políticos, tecnológicos, socioculturais e físicos.
71
Abastecimento de água para consumo humano
72
.......
Concepç3o de lnstalacô pnrt1 ,, nbn~fbf rt11u111J, cltJ fllJIIIJ f l nfJffuf,1 l
Entretanto, deve-se ter claro também que, muitas vezes, para se atlngtr a se padrao
de serviços, pode ser necessária uma etapa anterior, conforme as soluçõo~ 1 a 3 da
Tabela 2.1.
1.
73
-~==-=-
~
---------- ·- ,. . _
... ·-·
.,_: ,,, ' • to,-
.
PT p,
ESTAÇÃO
MANANCIA~ AOUTOAAD ELEVA1ÔRIA DE
AGUA IAUTA•MO ÁOUATRATADA-EEAT
--- --
,.• ·- ..._ ____ _ _ - - - - -
-
1
- - - - - .... -
1
.,,,..- I l
.,,,..,
-
r
l 1
- ,_'·
1
i t - - - ... - -t--+-1-1-- 1
1
1
,
1 1
1
1
1
-- 1 1
1
REDE DE
1
1
DISTRIBUI ÃO
r
~ ~ ~ - ~ ~ ---
- - - - - - -
1
DISTRIBUIÇÃO
- e ••
ESTAÇ O
ELEVATÓRIA oeAGUA AOUiORA O" RESERVAT RIO RESERVAT RIO
CAPTAÇÃO BRUTA· EEAB AGUATRATADA · MT OE MONTANTE DE JUSANTE
- -
Figura 2.2 - Reservatório de acumula~Qc, parc.1 , a1:>laçao de água do Sistema Rio Manso - Região
Metropolitana de Belo Horlzont • COPASA·MG
74
J
margens, bem con:10 as variações azon i d v zto, uma vez que se
trata de uma unidade de muita respon bffid d~ no sistema e, por se
locallzar no curso d',água, fica sujeíta " . o d ínt r11péries.
1
,
•
--
,
'
•
'
•
'
l\btt 1 hn nln d 6UllApnr on, umo hum@no
Flgur 2,S - Adutora de água bruta do Sistema Rio das Velhas - Região Metropolitana de Belo Horizonte_
COPASA-MG
76 -.
Concépção de instalações para o abastecimento de água I C.aprtulo 2
Figura 2. 7 - Esta~ão de tratamento de água do Rio das Velhas - Região Metropolitana de Belo Hari~ont~ e-.
COP~SA-MG •
77
AbastecImçnnto de água ·para consumo humano
•
NT
···tt'I:._. '!::,~:.:·!•:f
..r;;:.,•;,,·t·:::!! !·::;t.....'{ ·t••
1z:-i:·:,.;
ifhii!iU,tUH1liHiHUfi1hii
•
Semi-apoiado
___~- .
Apoiado Elevado
Ainda na nomenclatura das unidades componentes, estas podem ser agrupadas em:
1·8
• •
.
o abastecim ento do llg uo I C:npttulo 2
Concepçao de instalações para
Í
.. ESTAÇÃO
ELEVATÓRIA
---- ADUÇÃO
MANAN OiA I. 1
1
1
DISTRIBUIÇÃO
OAPTAÇ.J\O TRATAMENTO RESERVAÇÃO
CONSUMO
na c o n c e p ç ã o d e i n s t a l a ç õ e s
E l e m e n t o s c o n d i c i o n a n t e s
2 .5
e c i m e n t o d e á g u a
para o abast
a c on c ep çã o de u m a d ad a in s tala çã o
s o s fatores q u e p od em c on d icio n a r
São d ivers o se ja m c on s ide rad o s, ta n to a
e ág u a. É e ss en cial q ue ta is fato res
para o a ba stec im en to d teg rad a . A lgu n s d ess es
q ua nto ao s eu c on ju n to de fo rm a in
ca da unidade índ ív idu alme n te,
i
condicionantes sã o:
. ,'.
1 - ! ..
'. '
.
... ~ .. ~ ;; ·, .
79
•
Tabela 22 - lnfluên~la do porte da localidade no diâmetro da adutora
· z ••• •· 1s a · . - :
o .. -,, - - - ~
Conforme se 1erifíca, para esses três portes de população, a dimensão das unidades
pode mudar qualítatívamente de patamar: em geral, é maior a simplicidade de se proje-
tar, definir o material e verificar o funcionamento hidráulico de uma adutora com diâmetro
de 75 mm, se comparada com uma de 250 mm, que, por sua vez, é menos complexa
que uma adutora de 1 . 000 mm, a qual pode envolver cuidadosas considerações sobre O
material da b.Jbulação, a ocorrência de sub e sobre-pressões transientes, o impacto ambi-
ental das obras etc.
Por outro lado, comunidades de pequeno porte podem estar mais propícias à utilização
de manará ais subterrâneos, uma vez que, salvo exceções em algumas regiões do país
com aqli:ferosubterrâneo de maior potencial de vazão, a maior parte dos poços profundos
do Bras:I apresenta vazões compatíveis com este porte de abastecimento. Essa situação
pode proporcionar uma simplificação no sistema, sobretudo quanto à unidade de trata-
mento. já que, quase sempre, o manancial subterrâneo demanda apenas o tratamento por
desinfecção assoáado à correção de pH e à fluoretação.
Em contrapartida, localidades de maior porte via de regra requerem sistemas mais
complexos, em termos de sofisticação tecnológica e operacional, embora nem sempre
quanto à sua concepção, pois buscar uma solução que seja efetivamente apropriada em
uma comunidade menor pode exigir esforços intelectuais significativos. Sistemas de maior
porte podem se caracterizar por:
80
• .. • ..,. - ' r.
Concepç:lo de fnstalaçõeS para o abastedmento de água I Capítulo 2.
Reservatório elevado
t
Cloração - D o
- )
Tubulação do sistema de ' )
distribuição
Poço
Figura 2.1 1 • Pequeno sistema, abastecido por poço raso, com reservatório de montante
Fonte: adaptado de o,s..ssA (1980)
Francl•ço
MóiàtQ -· v.
211•,,.,pt;J
~.Oltl
~~
Gu,raJho•
·~
1 • "'
•.I.
- AII.._I llilllt:111
iii f.ti1$111Pllt'TI. . . I) . . ..
a Ru1r• ·..,1111:VJ• *
A IMC,,,'11\-
-
Figura 2.12 - Abastecimento de água da Região Metropolitana de São Paulo - 1995
Fo-nte; TSUTIYA (2004)
81
•
Abasteclmcl\to de 4gu11 pQro ton11.1n10 humano
2.5.3 Mananciais
Em síntese, trata-se de uma escolha em que deve ser realizada uma análise conjunta
da quantidade e qualidade da água e, para tanto, diversos procedimentos .são desen-
volvidos.
82
• de instalações para o abas tecimen to de água I Caplt vlo 2
Concepç3 o
7 i t l & .. ...
Exemplo 2.1
R1
\ _J) () A Hmáx ::; 30 m
(\
íl poços
profundos
ALTERNATIVA B ALTERNATIVA C
ALTERNATIVA A Captação em manancial subterrâneo
Captaçãó em manancial superficial Captação em manancial superficial confinado
sem acumulação com acumulação
Solução
A lt er na ti va
fa to r de co m pa ra çã o Alte w at iya B A lt er na ti va e
A lt er na ti va A
Man~ncial de M an an ci al de Manancial
su pe rf fcie se m su pe rf íc ie com su bt er râ ne o
ac um ul aç ão ac um ul aç ão
** * **
Custo de implantação da tomada d'ág~a
* * ***
eq uipam entos eletro m ecan ,cos , *
N úm ero de
• exigindo manutenção ** * ****
Custo de aquisição das bombas ** * **
Con sumo de energia elétrica *** ** *
Custo de Implanta çã o da adutora *** ** *
Custo de Implantação do tratamento *** ** *
os qu ímico s np trata m en to
Consu m o de prod ut
, ** * ** *
Geração de re-síduos (lodo) rr~ tra t~m en to
podendo gerar imP.actos amb1enta1s ** * ., t
ça ** *
Riscos potenciais à saúde devidos Á presen
de microrganismos
83
Abastecimento de água para consumo humano
2 . - r % .r 17 a • • 1· : r • u : a ff a z· _e
..
3 • 2
. r r • - as a :si os a . n . a r : a - : - :
à
. Risc~s. p~tencíaís. s~úde ·d~~id~s à.pr~s~~ç~
de substâncias q,ufmicas .
Riscos potenciais à saúde devidos à pre·sença * *** *
de algas tóxic~s . .
***
4
• as características da adutora;
• a necessidade de estações elevatórias e o correspondente consumo
de energia;
• a possível ocorrência de golpe de aríete e a necessidade de seu con-
trole.
Por outro lado, a topografia da área de projeto influencia a geometria da rede, poden-
do conduzir a diferentes alternativas de traçado. Cada alternativa pode se caracterizar por
uma específica divisão em zonas de pressão e em zonas de abastecimento, o que resulta
em diferentes custos, consumo de energia elétrica e complexidade operacional.
Essa situação é ilustrada pela Figura 2.14, em que, em uma mesma área de abasteci-
mento, a topografia conduz a duas diferentes soluções:
84
1
R2
ZA' 'Z}A
1 ,
J ZB
LEGENOk
MT R1 MT R1
AAT: adutora de água
1
'
1 tratada
•
' 1
EE: estação eleva1ória
R: reservatório
..
-,-
ZA
1
ZB 1
'
VRP: válvula redutora
de pressão
"Zk. zona alta
f ZB: zona baixa
1 ZM: 2ona média
l[ 1
I
1
'
ALTERNATIVA A ALTERNATNA B
Difícil mente, a comunidade sobre a qual se está planejando uma solução deixa d.e ter
unidades, a partir das quais o abastecimento é atualmente realizado. Uma avaliação cuida-
dosa dessas unidades, visando a seu aproveitamento, constituí uma tarefa central em um
estudo de concepção. Em uma primeira tentativa, deve-se considerar o máximo aproveita-
mento de tais unidades, pois foram impJantadas com recursos públicos ou a partir do
esforço da própria comunidade, merecendo portanto o devido respeito.
Para tanto, cada uma delas deve ser cuidadosamente cadastrada.,.com levantamento
l1 de suas características físicas e de seu estado .de conservação. Deve ser salientado que nem
sempre esta é uma tarefa simples, sendo geralmente muito compl1;tÍ<a gllfaoôQ.,S~ trata de
1 tubulações enterradas adutoras e redes. Nesse último caso, deve-S~ ~-~ rotet ·á informa-
ções dos operadores do serviço, sobretudo daqueles mais antlgo'i .s as\ ·rt011J.l.q,çQes
devem ser complementadas com furos de sondagem estrategicanieLJ; 'te i ~ , ej'g1ê.
·"
ªtil11>.S. ·.
\ ,_..) • !ti: - -
~ • •"'.'i
l '"". ~ ~··">' . ~'!·
l. .
85
Jf-
(t
'lt
e . .to não é raro ser mais razoável abandonar parte ou a totalidade das .
l Ent ret an , . . d t . t un, da d
l
exist,entes, por um ou mais dos seguintes motivos, en re ou ros: es
.
t
• '-Uptaçao, estação elevatória de ádgua bru~ ~·a~ut~ra de água bruta
de mananciais a serem abandona. os, por .e ,c1 nc1a de quantidade
ou por comprometimen~o da quahd~de'. . . .
• adut oras e red ·e com diâmetros muito 1nfer1ores aos necessários na
..
· , o
justificando duplicações; . . .
• estações de tratamento e/ou algumas de suas unidades 1ncornpa-
tfveis com a qualidade da água e/ou com os avanços tecnológicos
da área; d .
• reservatórios posicionados em cotas inad~qua ~s, ~UJO apro~ei:amento
poderia conduzir a um zoneamento ant1-~conom1co da dtstr,buição,
ou com volume muito inferior ao necessário;
• estações elevatórias mal posicionadas ou com dimensionamento
muito distante do necessário;
• estruturas em péssimo estado de conservação, próximo ou já tendo
ultrapassado sua vida útil;
• tubulações em péssimo estado, com corrosão ou incrustação exces-
\
s1vas.
86
....
•
Sol
Módulos solares
fotovollãlcos
Controlador Lâmpadas
Controlador Fluorescentes
Inversor e.e. de carga
Painel de ~w
+- e.e. Inversor controre
O ,
1 •
e.e. Corrente
Poste
l e.e.
"--'Alíem:da c:f.
Baterias
•
Reservatório
~- -.:· ' ~, 21" Cl::éill
+- +- +-
deãgua TV colorida
Abastecimento Lâmpadas
'frlUblico doin,éstico - Fluorescentes
11W
í
===n::~.l.. ~
CA. .,(Rádio
e.e.
preto e branco
'
Cisterna
~ ~ !3.. •
alternativa
'
'
1
· Figura 2.15 - Alternativa de fornecimento energético por energia solar fotovoltaica para pequeno
sistema de abastecimento de água
Fonte: COPASA (1998)
0,0188 0,0012
0,1116 •
Figura 2 .16 - Sistema produtor Rio das Velhas, Distribuição proporcional dos iten~ de. d~~ijt sâ:. . .
• • . f •
,-.,-.,.,-
. .
' . consumo
Abastedmt nto dt j gui Jllrl ·
hr..unano
. . ·d·
rtante a ser cons1 .e ·rado é a atual lóg.ca da · rara r ária do setor
Outro f ato tmpo d'f· enc,açao
. __ de ta.:.tas
. ,,,, em função da ora e do
. pe-- :>do de consu-
I
ef'étrico, que estabelece efi . f., • ho·~::a7onal Reso -.,ção EEL 45612000). Nessa
d st tura tar1 ana JU-.HLA-
mo, a chama a e__ru "f t tarifas para horário de ponta composto por três
estrutu~a, .são def1n1d~s d, ere:: feita aos sábados, do.., rgos e ~eriados nacionais- - e
horas dránas co~secutivas, .e~~d~ período de ànco meses, de dez.ernb~ de tim ano a
fora de ponta, período u , d seco pen'odo de sete meses. de ma,o a novembro
. -· t e per10 o ·
abril do ano segu1n e. tarifa (horário de ponta; período seco e a . r horário fora de
A relação entre a maror . . d 2 5 depen a o essiooária e da
ponta; período úmido) pode se aproXJmar e • ~
classe de tensão. ., . nnA-a ~ .. · +-.- · 1· -
Logo, a estrutura t ar1'fá·rra . concessionana,focal ~. ,. . er , . porran~
· da - rmp 1ca{oes. na
.
· · ·
concepção dos sistemas, pr11nc1 · ·paimente no penodo
., . d1ano de ;unconamento
,............__... das un,da-
. ~.
- Sobre este u, lti'mo ponto, e ,m~
des, e na sua operaçao. '""""~ri1e
• ~ 1ll.ftcu q~.as _ concess1
. onanas
cobram uma elevada tarifa de ultrapassagem, quando se o e ma energia do que
aquela contratada para os diversos horários. ~ . .,. _
Por essas razões, deve-se avaliar atentamente o rator energ.a elemca na formulaçao
de alternativas de concepção. Do ponto de vista econom·co, essa parcela de despesas
pode condenar alternativas aparentemente convenientes ou · bilizar outras que pareçam
desfavoráveis.
88
Ili-......_
•
o n ô m ic o -f in a n c e ir a s
2.5.9 Condições ec
m c o m o o p ri n c ip a l fa to r p a ra
l q u e a s p u b li c a ç õ e s s o b re sa n e a m e n to o c o lo q u e
É us u a d o é : o s c u s to s d o s is te m a
ic a . O ra c ;o c fn io e m g e ra r u tili z a
a esco íh a d e u m a s o lu ç ã o té c n e ja , o
a m e n to d o s b e n e fic iá rio s . O u s
v e is c o m a c a p ac id a d e d e p a g
devem s e r c o m p a tí d o s a o s s e u s c u s to s
s to s d e im p la n ta ç ã o , s o m a
sistema de v e s er im p la n ta d o ca s o se u s c u
m e q u iv a -
rm in a d o a rc a n c e d e p ro je to , s e ja
to ta íi z a d o s a o lo n g o d e u m d e te
operaciona is , e te rm in a ç ã o d a s ta ri fa s ,
n o m e s m o p e rí o d o . E , p a ra a d
lentes à to ta li z aç ã o d a s ta ri fa s d o ta
u m a c o m p a n h ia e s ta d u a l qu e a
e fi n id a s, c o m o n o c a so d e
quando e la s n ã o s ã o p re d
dis p o s iç ã o a p a g a r' ' d os
m a s , é a d o ta d o o c o n c e ito d a ''
n ic a p a ra to d o s o s s·e u s s is te
tarifa ú
usuários. o e xtr e m o , re s u lt a e m s e r v i-
e s s e ra c io c ín io , p o is , (e v a d o a
De v e-- s e te r c a u te la c o m e fic ia d a :
e r a q u is it iv o d a p o p u la ç ã o b e n
e d ife re n te , e m fu n çã o d o p o d
ços de q u a lid a d se rv iç o s d e s e g u n d a
lt o n ív e l; p o p u la ç ã o p o b re c om
o ri c a c o m s e rv iç o d e a
populaçã g o , o p o d er a q u is it iv o d a p o p u la ç ã o
é , e vid e n te m e n te , s e m é tic a . L o
categori a . T a l ló g ic a e n to d a re n d a
s o lu ç ã o . A liá s , o c o m p ro m e ti m
e s e r fa to r c o n d ic io n a n te d a
não dev u s u a lm e nte já é m a io r n as re g iõ es
m e n to d e ta ri fa s d e s a ne a m e n to
familia r co m o p a g a 2 .3 , n a q u a l s e
b re s , c o m o il u s tr a d o n a T a b e la
d a s p e J a s p o p u la ç õ e s m a is p o
ocup a a re g iã o N o rd e s te , q u e te m a
e ti m e n to n o B ra s il é m a io r n
observa q u e o c o m p ro m e m vis ta d a s
S u l o c u p e a s e g u n da p o s iç ã o ,
d a m é d ia , a in d a q u e a R e giã o
menor re n
tarifas mais elevadas.
ta rifa s d e a b a s te c im e n to d e
ti m e n to d a re n d a fa m il ia r c o m
Tabela 2.3 - C o m p r o m e
m e n to s a n it á r io n o B ra s il
água e esgota end a
Renda fa m il ia r Tarifa/r
Consumo médio Valor da tarifa (%)
Região média mensal
(m /mora1dia.
3 de á g u a +
(R$)2
mês) esgoto {R$)
1.013 3,27
18 33
Norte
3
728 3,86
14 28
Nordeste 1.428 2,95
17 42
Sudeste 47 1.263 3,73
Sul 13 1.332 2,76
15 37
Centro-Oeste
1 Fonte: PMSS; SNIS (2002)
2 Fonte : IBGE; PNAD {200 3) ia, A cre, A ma zo na s, Roraima , Pará e Amapá.
u la çao rural de Ro ndô n
3 Excluído o re ndimento da po
p
Extraído de ASSIS e t ai. (2004)
o s e co nô m ic o-f in a nc eiro s c o n s -
cis ã o e n tre a lte rn a tiv a s , o s e stu d
Po r o u tro la do , n a d e d e d ec is ã o .
ú n ic o s , n o p ro ce s s o de tom a d a
e nto fu nd a m e n ta l, e m b ora n ã o
tituem e lem as alte rn a tiv a s q u a nto (i) à s
c o ns id era ç ã o a s d ife re n ça s e ntr e
Esses e stud o s d ev em le va r e m c om e n e r-
p lo ra çã o , q u e in clu e m de s pe sa s
la nta ç ã o e (ii) à s d e sp e s as d e e x
desp esa s d e im p no a a no e e m g e ra r
e ss o a l. E s tas ú ltim as inc id e m a
a , pro d uto s q u ím ic o s e p
gia elétric
89
-
•
2 2
econômico, conforme Exemplo · ·
Exemplo 2,2
Solução
f\ ~ 111() ()00,00
LJ
1 R$ 6.000,00 R$ 5.405,41
R$ 2.000,00 R\ 1 U01,80
2 R$ 6.180,00 R$ 5.015,83
R:&l .OC,0,00 R1L 1 t> /1,94
3 R$ 6.365,40 R$ 4.654,33
1,i , .1) 1,80 f{$ l .',11,44
4 R$ 6.556,36 R$ 4.318,88
íl$ J 1a1,,4,1)
1
f{$ t .tl ~9,6
5 R$ 6.753,05 R$ 4.007,61
R$ J,}'11,01 R$ 1 ~1;1SI
6 R$ 6.955,64 R$ 3.718,77
7 R$ 7.164,31
R J .i 1R,~~
1
~ 1t$ 1.J 1CJ,!.,9
R$ 3.450,75
8 R$ 7.379,24 R$ 3.202,05
"' , .Jaa,; o Jl'& 1.1~o,,s
9 R$ 7.600,62 R$ 2.971,27
R!6 J.4'J'>,l ~ "~' 1.0ú/,3~
10 R$ 7 .828,64 R$ ) .11 11, ','1 R$ 990,42
R$ 2.757, 13
11 R$ 8.063,50
R(G ; .C,Cl'>, ,,,, íl$ C)19,04
R$ 2.558,41
t,$ 1.bl! l ,BJ fti&
12
13
R$ 8 .305,40
RS 8.554,57
R$ 2.374,02
R$ 2.202,92
R$ i. /b8,4 I ª~'·ªº
f\ 16 /91,~4
14 R$ 8.811,20 !'\$ ) f\ 111,i,, Ri /341 ,
1
R$ 2.044, 15
15 R$ 9.075,54 R$ 1.896,83 Ri i '111, OI R11 (161,38
Total
'
' •• R$ 170.578,35
•a, • ._
R$ !.OJ ~,1O
"I' úiJ ,28
RS 16GzBS9,45
1
4 1 ; S.
1 1
•
' VP = (1 + I.)t , onde.r -- taY.a de d esconto ou "taxa de Juros
. ,,
e t =ten1po.
,
1
(
90
\
•
Por ou,tro lado, as possíveis vantagens de localização da ETA junto à captação seriam:
Em geral, em sistemas de menor porte, a ETA costuma ser localizada junto à cidade e,
em sistemas maiores, essa locarízação depende de uma análise apurada, que muitas vezes
indica a localização junto à captação.
91
-------------·- - --·.
consumo humano
Abastecimento do Aguo pata
Para sistemas de menor porte, pode ser fixad~ um determinado alcance com base no
bom senso do projetista. Este valor, em geral, osola entre~ e 12 anos, co~ média de 10
anos, devendo ser menor quando se adotam taxas de crescimento popufaoonal maiores e
se suspeita que estas podem não se realizar.
Além da definição do alcance da primeira etapa de proj~to, é importante pensar na
expansão do sistema, ou seja, na capacidade das etapas posteriores. Isso deve ser realizado
planejando as unidades de forma modular. Por exemplo, se a primeira etapa demanda um
volume de reservação de 500 m3, em uma determinada zona de pressão, pode-se pensar
3
na implantação de dois reservatórios principais com 250 m de volume cada e, dependendo
da projeção p.opula~ional, se prever reserva na área a ser desapropriada para a implantação
de uma terceira unidade de mesmo volume.
Maior desenvolvimento do tema pode ser encontrado no capítulo 3.
A norma
úblicos de ab NBR ª
t · 12 ·211/1989 d ABNT trata dos estudos de concepção de sistemas
P as ec1mento
"estudo de arranjos b de água 5 d °
· :gun essa norma, estudo de concepção é um
' as e modo
concepção básica ,, Cone . . . b, . a f orm ·
arem um todo integrado, para a escolha da
· epçao
econômico, financeiro e soe· ,, P as1ca é Ih
11
-
ª me or soluçao sob o ponto de vista técnico,
ia
estabelece que devem ser ab d 1 . ara o desen 1 ·
vo vimento do estudo de concepção, a norma
or adas os seguintes aspectos:
•• a- eon f'iguração topográfica local.
as características 1 . '
• os consum·d -. geo óg1cas da região;.
- 1 ores a ser
• a quantidade d em atendidos;
•. ª integração
· e água
do · t exigida
. e - .
as vazoes de dimensionamento;
s1stema,. sis ema existe nt e, quando é o caso, com o novo
92
zz E- - - - -
eonrDpçOo tJQ lnstnln~õas para o abastecimento de água I Capitulo 2
Tais elementos são convenien·temente detalhados pela referida norma, embora alguns
aspectos estejam desatualizados. A NBR 12.211/1 989 é complementada por três impor-
tantes anexos:
• '' Utilização dos elementos cartográficos ", com definição das escalas
adequadas para cada fina lidade.
• '' Características básicas dos sistemas existentes'', fistando os dados
mínimos dos sistemas cxistentas a serem levantados.
11
• Avaliação de disponibi lidades hfdricas de superfície'', com orienta-
ções de procedimentos para 'tais avaliações.
Além dessa, as seguintes normas da ABNT aplicam-se de forma mais ou menos direta
à concepção das instalações para o abastecimento de água:
93
t
~7
. A sequ
..
e
,.
n
, . . d o p roc es so d e c o n c e p ç a o
-
2 5 .. •
'
~ 1a
5
_. . , . . .. . .~
- • l
94
(14) escolha da concepção do projeto, dentre as alternativas avõlJ d
ou a adoção de uma combinação entre alternativas e com bas . no~
passos (12J e (13};
(15) estudo econôm ico e determinação das necessidades tarifár1 t1 ,
comparando·se as despesas em valor presente e as receltas potcr1 <fdí;,,
considerando a estrut ura tarifária vigente e o perfjl de consumídor__
(residenciais, comerciais, industriais e públicos, nas diversas fafxc1s d
consumo) existentes;
(16) descrição da solução adotada, mostrando-..se uma síntese de cad
unidade, com suas características hidráuJicas e dimensionajs mals
importantes, de tar forma a comunicar ao leitor do documento a soluc;ao
recomendada, que será objeto de busca por recursos financeiros e/ou
elaboração de projetos.
•
•
95
-~------------------~
f
...,_ ·
Abast•~,,•n -to d• ,nua
• - p1r• '
c:.on••rmo
..... , - hurn•no
Levantamentos
' - 4. Levantamento do
sistema existente
3. Levantamento daS·
çara<ütCeJtcaa
demc,v-nfficas
1
.,
6. Cálculo da demanda 7. Estimaüva das v ~
1
mínimas
'
8. Definição do alcance
de pro]eto
para o sistema
1o. Formulação das
alternativas
_ para unidades e,pecif,ca,
•
11. Ant~ptojetô e pré--
dimenslónamentó das
alternativas
1
12. Avaliação econômica 13. A_v,aliaçm, das
das alternativas antageóif~11desvantagen
'dás ralternãtivas
1
,.
14. Escolha da
concepção do projeto
16. Descriçã_
o éfa solução
·adotada
96
. . ·..-. . ....
. .. ...,,. .....-.. ,.. . ,., .
~
'
·, • ,•
_F
~
•
·
•
.·:,• A1.
t..~·:,·~:·~
r·
W<,. • •
r ..• , ~, Í
.. •
' ~
'
• , . _.,.'e.· ·...,••.
,• -•':*' .~ -
· ~';W
U ,f ·
\';;
'- •
!1~-
...,·,e. •• , . ., ' , ... •
ConcepçAo de instalações para o abastecimento de água I CaP,ftufo
• 2
•
•
Reservatório predial
• •
•
• ... .
•
-·
••
•
•
,
•
N. A.
-"
~------1t- Clorador por difusão
Poço raso
•
Calha de coleta
de água da chuva • • •
Abertura de inspeção
e 1
L ~ •
N.A.
avasor ••
•
- • Registfu
Consumo Tenêlde
•• !
• ·. 50 fítros
• ' .
,6
•• .' .
•
., . .
@tiflltêi«mfi 0,5 cm ALTERNATIVA
"-de ãiarnetto
. .,. .
'
;
97
. CHAFARIZ
• _ _ _ _ _ .. , , pn .
...- .·- -
__.................--·. - ., ..-.-
....
,.
.
POÇO
•1
'
Clorador por ., . . :j FRÉÁTICO
;' difusão
1
l
1
1
• • • • •• •
•
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Reservatório
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• ~Chafariz
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Figura 2.21 ... Chafariz alimentado por reservatório elevado
' Fonte: DACACH (1990)
'
98
f ·n ,r o - ,
Coneepçao de lnnalaco~ para o abastecimento de água I Capítulo .2
Rese,vatõrio predial
--
•
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•
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•
Agua potável .
•
•
•
•
• •
e. aptação
Flúor
Mananclal de serra
(Pro\egldo)
Desarenadores
.. Flúor
Rio Fiitrai \
lentos Cloro
Reservação
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Figura 2.24 - Captação em manancial superficial, aduç4o por gravidade e filtros lentos
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• •,
' 1
99
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Cloro l iFl'1or
Tanque de ·- - ~......~ . - - - - - - " 1 ~ Resetvat6rio
contalo
AAB2
PóçoP2
AAB : Adutora de água bruta
PoçoP3 \
PoçoP1
PERFIL
Tanque de contato
Poço P1
Flüor Rede de distribuição
AAB
PoçoP2
l Cloro
-
•
AAB2 '
•
• •
PoçoP3
,,.,. 1
1 • •
PLANTA
Figura 2.26 - Bater.ia;((:je ·p~1~s,, ~ ncentração em tanque de contato/reservatório. d\str\buição por
'
1
gravir:{aélê·(pJa:mta):
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•
100
ConceP(âo de fnstalações para o aba\Steámento de·água I Ca,>Jturo 2
Reserv.atório
elevado
Reservaçao ' .
1
Tratamento e recalque ·.1\\ Adutora- de ,,
Estação
ete\tatória~
-- --- ;...:=::::==:::::. =======~
.
água tratada
N. A.
'-:--::::==---:+,r-+,
p~:lt::=::;~
'-. Ada uto.ra de
Adútóia de
água 1rafada Zona alta//
\ ,,..-.,..
xn ·.AA'
J 1J L
- guabruta
'
\ Zonabaixa
\_Tomada de água
com grade e -
caixa de areia PERFIL
Esta~o Adutora de
... elevatória Tratamento Reservação
água tratada - -
[;,
---=
i:: " Affutõrã1de
ereca~
Zona alta ~·
/
'
,, ...... água ·bruta ·
Adutora de ' -: .,_"
.
To~~à água
\.-: com grade e
calxà de areia
' água tratada ' Zona baixa
PLANTA
Figura 2.27 • Captação em manancial de superfície e rede de distribuição com duas zonas de pressão
Reservatório
--
ETA =-
- - - EEAT
li-., -
........=
- i,.-_
_ -
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'
Captação
PERFIL
Rede de
dístribulção
Reservatório
EEAB. ETA
EEAT
·' ~ .,f
- '
AAT '
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Càptação
PLANTA
Figura 2.28 - ETA junto à captação com reservatório único (perfil e planta)
,
•
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. .
·>
.. .
101
r
tn 10 da ig u a p ir a co ni um o humano
Ab1stedm
CAPTAÇAO NA SERRA
COTAm>
I
COTA40
LP DA VRP. 2 (ENTRADA)
.... CO;A1o
LP OA VRP • 2 (SAIOA)
P -1 V R P -2
E = 110 m
S=30m
COTA10
E=110m
s =40 m
EXEMPLO REAL
UATA TUBA • SÃO SEBASTIÃO
CARAG
Reservatório a Implantar
;:::i .
Rese,vatórlo
exJstente
ETA EEAT
-- .,_____- =--
-·
11'!9
D ;: ri :::
.
.
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PERFIL
•
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l.
102
' "
Concepçao de Instalações para o abastecimento de água I Cap(tulo 2
Reservatório
de jusante
ETA Reservatório r.:::I
de montante
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lr--"""'1
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Reservatório
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Rese,vatório
de montante \ ~
EEAB ETA - ~
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·captação 91 ..........__ '
'r de jusante
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fj Reservatório
1
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de Jusante
PLANTA
Figura ·2.30 - Sistema com reservatór'ios de jusante (perfil e planta)
Z-1 .
ReseNatório . '
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'
ETA a Implantar .
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1
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Res~ivaf6.rio
exis.tente
PLANTA
Figura 2.31 - Sistema com reservatório existente condicionando a configuração da rede de distribuição
(planta)
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.....
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'·, .? ,. .• . ..
103
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-
J
n,uma 11,1m1nu l
AIJif l t l(lll fl d · QIJ P,IT
pr
.. - ~
etos
Tabela 2,4 ., Diagrama hipotético das fases para implantação de uma instalação de
abastecimento de água
í E ;E 7 ·- a· ( bJ J E 7
a 2 as
104
Concep~o de instalações para o abasteàmento d~ água J Capítulo 2
ASSIS, A R.; GUIMARÃES, G·. S.; HELLER, L~Avaliação da tarifa dos prestadores de serviço de abastecimento
de água e esgotamento sanitário no Brasil. ln: XXlX CONGRESO INTERAMERlCANO DE lNGENIER{A SANITARIA
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minimização de riscos à saóde. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. Em impressão.
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relativos ao controle e à vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade,
e dá outras providências. 2004.
COMPANHIA DE SANEAMENTO DE MINAS GERAIS. Catálogo - Projetos padrão. Beta Horizonte: COPASA,
1998. 127 p..
DACACH, N.G. Saneamento básico. 3. ed. Rio de Janeiro: Editora Didática e Científica, 1990. 293 p.
DIRECCIÓN DE INGENIERÍA SANITARlA. SECRETARIA DE SALUBRIDAD Y ASISTENCIA. Manual de saneamiento:
vivienda, agua y desechos. México: Limusa, 1980.
FUNDAÇÃO JOÃO PJNHEIRO. Saneamento básico em Belo Horizonte: trajetória em 100 anos- os serviços de
água e esgoto. Belo Horizonte: FJP, 1997. 314 p.
FUNDO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A INFÂNCIA - UNICEF. Estudio conjunto UNICEF/OMS sobre el
abastedmiento de água y eJ saneamiento como componentes de la atendón sanitaria primanà. UNICEF, 1978.
105
Abastecimento de égua para consumo humano
INS I ITUTO BRASILEIRO DE GEOG.RAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Programa Nacional por Amostras de Domfcl-
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KOUTSOYlANNIS, &>. Water resources technologfes in the ancient Greece. Disponível em: <http://
devlab..dartmouth.edulhJstory,lb1on-ze_age/lessons/21 .html>. Acesso em: 11 mar. 2004.
MdUNKlN, F.E. Agua y sal1:1d humana. México; Editorial Límusa, 1986. 231 p.
OLNEIRA, Emanuel Tavares. Notas de aula sobre abastecimento de água. Belo Horizonte: UFMG, [s.d.J. 67 p.
OKUN, o.A.; ERNST, w.R. communitypfped·water supply systems in developing countries: a planning manual
Washington: The World Bank, 1987. 249, p. (World Bani< Technical Papei number 60.) ·
PROGRAMA O.E MODERNIZAÇÃO DO SETOR DE SANEAMENTO- PMSS. SN~S ~-Sistema Nadonal de Informações
sobre San~mento: diagnóstico dos serviços de água,e esgotos 2001. Brasília: Ministério das Cidades, 2002.
PENA, J.L. Perfil, sanitár;o, indicadoréS demográficos e saúde ambiental após a implantação do Distrito sani-
tário Especial /ndlgena: o caso dos XakriabA em Minas Gerais. 2004. 216 p. Dissertação (Mestrado em
Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos) - Escola de Engenharia, Universidade Federal de Minas
Gerais, Belo Horizonte, 2004.
TEIXEIRA, J,C. Associação entre cenários de saneamento e indicadores de saúde em crianças. Estudo em
áreas de assentamento subnormal em Juiz de Fora-MG. 2003. 278 p. Tese (Doutorado em Saneamento,
Meio Amõiente e R&ursos Hídricos) - Escola de Engenharia, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo
Horizonte, 2003.
TSUTIYA, M.T. Abastecimento de água. Sâo Paulo: DEHS-EPUSP, 2004. 643 p.
VlANNA, N.S. Belo Horizonte: seu abastecimento de água e sistema de esgotos. 1890-1973. Belo Horizonte:
(s.n.], 1997. 115 p.
106
t
Capítulo 3
Consumo de água
Uma instalação para abastecimento de água deve estar preparada para suprir um
conjunto amplo e diferenciado de demandas e, diferentemente do que alguns julgam, não
apenas as referentes ao uso domiciliar, embora essas devam ter caráter prioritário. Este
conceito é muito importante na concepção e no projeto dessas instalações, pois a correta
identifjcação dessa demanda é determinante para o dimensionamento racional de cada
uma de suas unidades. Assim, devem ser estimadas todas as demandas a serem satisfeitas
pef as instalações, considerando o período futuro de alcance do sistema e não apenas a
realidade presente, e observadas as vazões corretas em cada uma de suas unidades.
Na determinação da capacidade das unidades de um sistema de abastecimento, diver-
sos fatores necessitam ser cuidadosamente considerados, a iniciar os consumos a serem
atendidos. Estes não se limitam ao consumo doméstico, aquele necessário para as de-
mandas no interior e no peridomicílio das unidades residenciais, embora este tenha caráter
prioritário. Além deste consumo, o sistema deve atender a'inda o consumo comercial,
referente cos estabelecimentos comerciais ·distribuídos na área urbana; público, referente
t ao abastecimento dos prédios públicos e das demandas urbanas como praças e jardins; e
industrial, atendendo tanto as pequenas e médias indústrias localizadas junto às áreas
urbanas, quanto aos grandes consumidores industriais. Além dos referidos consumos, a
1 produção de água deVe considerar ainda os consumos no próprio sistema, como a água
1
J
107
• t e Ri -~--~--,-.-· >4-- •
• ·' ------·-
Abasteclm•u1to de água para cqnsumo humano
108
- - ...~--~ ·; ;
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•
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Captação
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1
1
t
ETA Reservatório Rede de distribuição
X (1+9m)
100 ·
+Q
s
. . .. . ..,
• •
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•
109
e J
Abasteclme.nto de égua para consumo humana
l .......... , ...... .. ·- • • • •
Exemplo 3.1 -
Calcular a vazão das unidades de um sistema de abastecimento de
água, considerando os segujntes parâmetros:
• P para dimensionamento das unidades de produção, exceto aduto-
ras (alcali:lG:e = 1@ afilas) = 20.0001hab;
• P para dime,n1sionamento de a·dutoras e rede de distribuição (alcan-
ce= 20 an·os), = 25.QOO hab;
• qpc = 200 Uhab.dia;
• t = 16 horas;
• ·qETA = 3%;
• k1 = 1,2;
• k.2 = 1,5;
• Q5 =1,6Us.
Solução:
• vazões médias:
Q 10
= 20.000 x 200 = 46 30L/ 5
ª 86.400 '
46., 30x1,2x24 3
OPROD - X 1+ - +1,6=87,44Lls
- 16 100
t
• vazão total da distribuição:
00151 = 57,87 X 1,21 x 1,5 + 1,6 =105,77L/ s
110
- - - - - - --- -- - - -
Consumo de ~gua I Capltulo 3
• crescimento aritmético
• crescimento geométrico
f • regressão multiplicativa
• taxa decrescente de crescimento
• curva logística
• comparação gráfica entre cidades similares
1
• método da razão e correlação
• previsão com base nos empregos
As Tabefas 3.1 e 3.2 listam as principais características dos diversos métodos. Todos os
f
métodos apresentados na Tabela 3.1 podem ser resolvidos também por meio da análise
estatística da regressão (linear ou não linear). Estes métodos são encontrados em um gran-
de número de programas de computador comercialmente disponíveis, incluindo planilhas
eletfêJílicas (no Excef, ferramenta Solver). Sempre que possível, deve-se adotar a análise da
regressão, que permite a incorporação de uma maior série histórica, ao invés de apenas
dois ou três pontos, como nos métodos algébricos apresentados na Tabela 3. 1.
J Os resultados da projeção populacional devem ser coerentes com a densidade
populac:iQnal da· área em questão (atual, futura ou de saturação). Os dados de densidade
popula·cional sã·o ainda úteis no cômputo das vazões e cargas advindas de determinada
J área ou zona de abastecimento da cidade. Valores tfpicos de densidades populacionais
estão apresentados na Tabela 3.3. Já a Tabela 3.4 apresenta valores típicos de densidades
populacionais ,de,satu.r a~o, em regiões metropolitanas altamente ocupadas (dados basea-
dos na Região Metropolitana de São Paulo).
111
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Tab~l~ _3.1. Projeção ,pogu!~cional. Métodos com base em equações matemáticas l•
1
1
1
1
•
crescimento pro1eçao
'º - (se não for êfetuada análise da '
regressão)
Projeção Crescimento populacional segundo
aritmétíca uma taxa ~on~ante. Méto_do utilizado
para,estimativas de menor. prazo. o
p
dP =K K = P2 -Po
dt ª Pt = Po + Ka.(t - to) a
t2 - to
ajuste .da curva pude ser também
feito·por análise da regressão. t
Comparação gráfica O método envolve a projeção gráfica dos dados passados da população
em estudo. Os dados populacionais de outras cidades similares, porém
maiores, são plotados de tal maneira que as curvas sejam coincidentes no
valor atual da população da cidade em estudo. Estas curvas são utilizadas
corno referências na projeção futura da cidade em questão.
Razão e correlação Assume-se que a população da cidade em estudo possui a mesma
tendência da região (região f fsica ou poJftica) na qual se encontra. Com
base nos registros censitários a razão • população da cidade/população
da região ., é calculada, e projetada para os anos futuros. A população da
cidade é obtida a partir da projeção populacional da região (efetuáda em
nível de ptanejamento por algum outro órgão) e da razão projetada.
Previsão de empregos e A população é estimada utilizando~se a previsão de empregos (efetuada
serviços de utifldades por algum outro órgão). Com base nos dados passados da população e
pessoas empregadas, calcula-se a relação emprego/população", a qual
II
113
Abaste.cl,mento, de água para consumo humano
Densidade
• • l ' ,.
Extensão média
populacional de arruamentos
de saturação (m/ha)
(hab/ha)
Bairros re,sid'enciais de lux"o,' com iote' pãdrão' de Soo" m:" M • • •100 . • 150
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114
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..:,r."
Abastecimento de água para tonsumo humano
2
_ 2.P0 .P,.P2 -P, .(Po +P2J. ==
Ps - 2
Po.P2 -P,
2x10585x23150x40000-231502 x(10585 +40000) = 66709
2
= 10585x40000-23150
.
-ln[(Ps-P )/(Ps-Po)l _ -ln[(66709-40000)!(66709-10585)] _ .
2 37
Kd = t -t - . 2000-1980 -0,0 ,
2 o
3 9
pt =Po + (PS - Po). [1-e·Kd.(t·toJ J=10585 + (66709 -10585) X (1- e-0,0 l1x (t·t BO) )
e) Crescimento logístico
10585x40000-231S0 2 =66709
Equação da projeção:
pt = PS = 66709
1+ C.eK, .(t-to) 1+ 5,3022.e -0, 1036x(t-1980)
116
Consumo de água I Capftufo 3
Projeção populacional
•
80.000
-.
70.000 l
1
60.000
~;. 50.000
.s:
......_...
,& 40.000 • Censo
Loglst
·~a. 30.000 t:-i·~ - - - Aritm
o
o. 20.000 - - · - Geom
- - - - Decresc
10.000 •••••• Saturação
117
umo humano
Abastecimento d e água para ,ons
118
Ao se fazerª. análise da re·gressão não linear, pode-se ter um número
de dados maior do que três. Ademais, os dados não necessitam estar
eqüidistantes.
Sempre que se trabalha com regressão não linear, deve-se ter o cuida-
do de se interpretar a consistência de cada coeficiente e valor obtido.
Por exemplo, caso se obtivesse um valor da população de saturação
negativa, tal obviamente não teria o menor significado físico. No Sol-
ver, podem ser introduzidas restrições, tais como P5>0 (na planilha,
célula B18 > O) ou P5>P3 (célula B18 > C11 ).
119
Abaltetlmento de égua para cõnsumo hurrtano
e D E F G
A B
1 PROJEÇAO POPULACIONAL _ _
.·Regressão n~o linear, utiHzando a ferramenta SOLVER.
2
3 d d d cens\tários (não necessitam ser eqüidistantes).
4 Preencher as células os a os
5
6 DADOS CENSITÁRIOS
ANO POPULAÇÃO
7 1 .. ;;,,- - - 3Ô0í
8 PO 1970
1980 1058~
9 P1 2400(
10 P2 1991
2000 4000{
11 P3 l: ~ -·- ,
.
12
13 COEFICIENTES
As células abaixo são os coeficientes do modelo, a serem estimados pelo SOLVER. . .
14
As células deverão ter valores digitados inicialmente, para que o SOLVER possa mod1f1cá-los.
15
16
17 LOGÍSTICA
.. ~ ~653921
18 Ps
19 e 16,580~
20 KI . .. -0,~0BÉ
21
22 PROJEÇÃO POPULACIONAL
População (hab) Quadrados dos erros
23 .
120
.•
Consumo do õgud I Capitulo 3
. .
B e . D E
.
F
População (hab) -
23 .
. .
Quadra dos dos erros
24 ANO Censo Estimada (Pop censo - Pop estim)" 2
.
z, .:=BS :;:(8
. . .
:;;($8$18/(1+$8$19*EXP{$B$20*(B25-$8$8)))}
.
i=($C25·025)"2
I6
'e:89 c.:(9 :::($8$18/(1+$B$19*EXP($B$20*{B26-$B$8)))) =($C26·026)"2
27 ::01 0 =(10 =($8$18/(1+$8$19*EXP($8$20*(B27~$8$8)})) =($C27·0 27)"2
.
·2a ::811
.
=C1 1 =($8$181(1 +$8$19*EXP($B$20*(B28-$8$8)))) . =(SC28· 028)"2
29 ;:828+5 =($8$18/(1+$8$19*EXP($8$20*(B29-$8$8))))
30 =829+5 ={$8$18/(1+$8$19*EXP($B$20*(830-$8$8))))
31 =830+5 :($8$18/(1+$B$19*EXP($B$20*(831 -$8$8))))
32 =831 +5 =($8$18/(1+$8$19*EXP($8$20*(B32-$B$8))))
33 . .
34 Soma (Pop censo - Pop estím)" 2 = :::SOMA(F25:F28)
35
121 .1
Abastecimento de água para ,c onsumo humano
• ocupação normal
• ocupação de férias (duração de 1 a 2 meses)
• ocupação em feriados (ex.: fim de ano, carnavaf, Semana Santa)
População
'
carnaval
-
ocupação normal
Jan
...
Dei
Jul
- F' Meses do ano
igura 3 ·3 - Exemplo de ocupação em uma cidade turística sujeita a variações advindas de popufaçAo
flutuante
122
•
Consumo de água J Capítulo 3
A estimativa d.a pop~lação flutuante pode ser feita por meio de registros de consumo
de água ~ de energia ~létrica, e de medições nas estradas de acesso e no índice de ocupação
da capacidade de aloJamento.
(1) alcances muito pequenos trazem como vantagem menores investimentos iniciais,
mas como desvantagem a ocorrência de um menor período de tempo para arrecadação
de tarifas e necessidade de novos investimentos em curto prazo, o que pode ser
inconveniente pois demandaria a obtenção de recursos poucos anos após concluídas
as obras;
(2) alcances muito longos implicam as desvantagens de investimentos muito elevados em
uma primeira etapa, podendo ser incompatíveis com a disponíbilidade financeira, e em
grande ociosidade das unidades nos primeiros anos; e como vantagem há o maior período
de tempo para a arrecadação de tarifas.
123
-
.. . d' . ... 0 daquela c-om o menor valor. Ressaíte-se que Ocone .t
alcances potenc1a1s e na in lCaça . .. - . e, o
de custo marginal é expresso pela Equaçao 3.2.
LVPinvestimentos
Exemplo 3.3
Solução
124
•
1 RS 8.000,00 RS 7.201,21 87.600,00 78.918,92 RS 8.000,00 RS 7.207,21 87.600,00 78.918,92 RS 8.000,00 RS 7.207,.21 87.600,00 78.918,9i
2 RS 8.124,94 R$ 6.594,39 88.914,00 72.164,60 RS 8.124,94 RS 6.594,39 88.914,00 72.164,60 RS 8.124,94 RS 6.594,39 88.914,00 72.164,60
3 RS 8.251 ,84 RS 6.033,67 90.247,71 65.988,35 RS 8.251,84 RS 6.033,67 90.247,71 65.988,35 RS 8.251,84 RS 6.033,67 90.247.71 65.988,35
4 RS 8.380,72 RS 5.520,64 97 .601,43 60.340,70 RS 8.380,72 RS 5.520,64 91 .601,43 60.340,70 RS 8.380,72 RS 5.520,64 9t .601.43 60340,70
5 RS 8.511 ,61 RS 5.051 ,22 92.975,45 5S.176,40 RS 8.511,61 RS 5.051.22 92.97$,45 55.176,40 RS 8.511 ,61 RS 5.0St,22 92.975,45 55.176,40
6 RS 8.644,54 RS 4.621,72 94.370,08 50.454, 10 R$ 8.644,54 RS 4.621,72 94.370,08 S0.454, to RS 8.644.54 RS 4.621 ,72 94.370,08 50.454,10
....
N
7 RS 8.779,55 RS 4.228,74 95.785,63 46.135,95 R$ 8.779,55 RS 4.228,74 95.785,63 46.135,95 RS 8.779,55 RS 4.228,74
RS 3.869, 18
95.785,63
97.222,41
46. 135,95
42.187,38
UI 8 RS 8.916,67 RS 3.869, 18 97.222,41 42.187,38 RS 8.916,67 RS 3.869, 18 97.222,41 42.187,38 RS 8.916,67
, 1 =
, onde i taxa de desconto ou "taxa de juros" e t =tempo
VP=
(1 + i)t
2 Volumee faturado= 2.000 hab x 120 llhab.dia x 365 dias x (1/1 ,000)
-
...
Abastecimento de água para .consumo humano
3.4.1 Definição
.
qpc é crucial para a determinação das capacidades
O valor do consumo per c~p,ttal -o de abastecimento de água. Conceitualmente o
· 'd d de uma 1ns a aça ,
das várias uni a _es se uinte expressão:
consumo per capita pode ser representado pela g
3
'd. d'' · d
. me ,a 1ar1a o 0 ,,. /ume anual
V'
consumido
,
por•
uma-
dada
.·
população (m )x 1.000~
qpc(LI hab.d1a) = , · · população abastecida (hab)
·'f' d d nsumo per capita é o da média diária, por indivíduo, dos volumes
O s1gn1 1ca o o co . , . . .
'd . t' f
requer, os para sa 1s azer aos consumos doméstico, comercial,
. publico e rndustr1al, além
das perdas no sistema. A unidade usual do qpc é Uhab.d1a.
sobre a saúde, em área urbana brasileira (Heller et ai., 1996), sendo que o conjunto de
estudos epidemioJógicos tem evidenciado que aumentar a disponibilidade e melhorar a
qualidade da água fornecida pode conduzir a uma redução de doenças diarréicas superior
a 25% (Fewtrell et ai. , 2005). Com respeito à quantidade mínima de água necessária às
boas condições de saúde, há referências a uma quantidade mínima necessária para o
fornecimento doméstico de água, a despeito da existência de uma variedade de valores,
segundo a fonte, entre 15 Uhab.dia e 50 Uhab.dia.
Trabalh_os vêm sendo efetuados buscando relacionar o consumo doméstico de água a
fatores_ possivelmente intervenientes, com o objetivo principal de apresentar previsões mais
apropriadas para essa demanda. Narchi (1989) sugere que a demanda doméstica de água
depende de fatores pertencentes a seis classes distintas, a saber:
•
126
. ... --- . . - "' .
127
Abas1eclmento de água paro consumo humano
O consumo comercial inclui, entre outras, as demandas de água por hotéis, bares,
restaurantes, escolas, hospitais, postos de gasolina e oficinas mecânicas. Na Tabela 3.6 são
apresentados consumos relativos a distintas atividades comerciais no Reino Unido, conside-
rando apenas os dias de funcionamento .
•
128
w
consumo de ~gva I Capitulo 3
Para o Brasil, embora com base em dados pouco recentes, pode-se afirmar que o
consumo de água estimado nos distintos estabelecimentos comerciais aproxima-se dos
utifjzados no Reino Unido (Tabela 3.7).
129
·---
Abastet,Jmento de água para consumo humano
Consumo -·
Atividade industrial . -
L .
-
5-20 UL de cerveja
Cervejarias
4-50 Ukg de conserva
Con.servas 20 ...40 Ukg de pele
Curtumes 20-250 Ukg de papel
Fábricas de papel
8-50 Ukg de aço
Laminação de aço
1-10 UL de leite
Laticínios
Matadouro 300 Ucabeça abatida, para grandes animais,
e 150 L para pequenos
Saboarias 25-200 Ukg de produto
Tecelagem (sem alvejamento) 10-20 Ukg de produto
Têxtil* 20-600 Ukg de tecido
Usinas de açúcar 0,5-10 Ukg de açúcar
*Variação vinculada ao tipo de fio processado
Fonte: VON SPERLING {2005)
Elevadas discrepâncias nos valores unitários do consumo de água industrial foram verifi-
cadas em pesquisa inclujndo 156 indústrias, de um total de 1401 unidades do parque indus-
trial da região de Belo Horizonte e Contagem. As indústrias integrantes do universo amostral
da pesquisa representavam 87°/o da totalidade do consumo de água e 60o/o da mão-de-obra
empregada no referido parque industrial. As dificuldades de obtenção de dados fidedignos
de consumo de matéria-prima junto às indústrias resultaram na redução do universo amos-
tral. O consumo médio e o desvio-padrão estão apresentados na Tabela 3.1 O.
Tabela 3.1 O·- Consumos específicos para o conjunto de indústrias amostradas. Belo
Horizonte e Contagem, 2000
Tipologia industrial/ Consumo
Número de indústrias Médio Desvio-padrão
Borracha/3 27,4 Ukg 23,7 Ukg
Metalúrgica/30 8,7 Ukg 21,0 Ukg
Mecãnica/11 28,9 Ukg 49,0 Ukg
Eletroeletrônicos/9 41,9 Ukg 93,9 Ukg
Têxtiln 78,8 Ukg de algodão consumido 143,6 Ukg
Abate e f rigorificação de bovin.os/7 13,9 Ukg de carne 23,0 Ukg
Editora e Gráfica/6 •
4,2 Ukg de papel processado 2,01/kg
Produtos Alimentares/7 21, 1 Ukg de farinha de trigo consumida 26,7 Ukg
Construção CiviV4 1,5 Ukg de cimento consumido 1,4 Ukg
Fonte: GONÇALVES (2003)
130
.....
Consumo de água I Capítulo 3
3.4.6 Perdas
Tabela 3.11 - Descrição dos componentes das perdas que ocorrem nos sistemas de
abastecimento de água para efeito de composição do consumo per capita
1
131
umo humano
Abastecimento de água para cons
Vp-Vm
IP=_.;..·- - (3.3)
VP
Em que:
132
- -----
70 65.8
60
-
';/:!.
~
50
51.2
54,3
-
-g. "'
(O
._ 40,7 41 ,9 .
o.
(1)
40
OJ 31,0 ' 31 ,4
-e:, 303
d) 30 1
'
26,1 ' ,o
·-e (.)
-,:::,
._
20
10
C'ompanhias Estaduais
Como a cota percapíta deve satisfazer a todos os consumos mencionados, esse parâ-
metro, é fortemente in·fluenciado por diversos fatores:
consumo de água, manifesto em atividades que proporcionem, dentre outros, conforto e lazer,
como no uso de máquinas de lavar, piscinas, duchas, lavagem de carros e rega de jardins.
No estado de Minas Gerais, pesquisa analisando o consumo per capita de abasteci-
mento de água para cidades com população de 1Oa 50 mil habitantes · discriminando as
parcelas referentes à demanda residencial, comercial, pública e industrial apontou uma
média global de 148 Uhab.dia, com aproximadamente 83°/o deste consumo de origem
residencíal. Esta pesquisa encontrou também elevada associação entre o consumo e a
renda per capita para as cidades com população superior a 30 mil habitantes, indicando a
influência de outros fatores para as comunidades de menor porte (Penna et ai., 2000).
133
• Abastetlmento dé água para consumo humano
ij
~
~ 100
o
§
(/)
50
e
8 o
o 4 8 12 16 20
Número de salários mínimos
Figura 3.5 - Consumo domiciliar per capita de água em função da renda familiar (Belo Horizonte e
Contagem - MG)
Fonte: CAMPOS e VON SPERLING (1997)
\
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I '
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• •
., •t
1 . 134
.'\;. '~
)',
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•' ,,• •
- .. :~
~
Consumo de água I Capttulo 3
Flgura 3,6 • Consumo per capita de â.gua em função da rendapercapita nos diversos estados brasileiros
Fo.nte: VON SPERLING et ai. (2002)
250
•
Q)
'O
~ ·~
ir·- -0.
200 e
.... ~
ªã
o '
150 •
e~
m
e~
6) 100
•
8 50
o
1,E +01 1,E *02 1,E + 03 1,E + 04
Arrecadaçãll per capita (R$/hab;ano) I
Figura 3,.7. Consumo per capita de á.gua em função da arrecadação municipal dividida pela população
Fonte; VON SPERUNG et ai. (2002)
•
135
despeito dos baixos coeficientes de de
terminação (R2) d .
à grande d,sp:rs ão do s a os,
. renda per capita. No mesmo contexto, o e águ
pelas populaçoes com maio r to do núme
ro d e in d ú stria s e ativ id a
consumo de á
9
ª
\ ar com o aurnen d es comerciais·,rn ua
tende a se e ev . d á urn a vez q u e P 1an .
. d determina as rea 5, ta is fato res co n c o rrem tanto para ele
ta .as em . d . lpio e do estado quanto para os outros va
r e n d a ~ ~ ~ o m un1c consumos não residen .r .a
n"'ue compõem o qpc. aa~
'á re g ad a pa ra ca ra · , 1 · ~ · d
Outra var, veI emp cte riza r o n 1ve so c1oeconom1co a populaçã o ab
. d' d Desenvolvimento Humano (IDH ) , d' , .
tecida é o 1n ice e . Este 1n ice e considerado um indicasa-
dor do nível de atendimento das necessid . •
a~es humanas, em uma dada socieda
la Organização das Nações Unidas (ON de, se ndo
ca1cu1ado Pe U) para um extenso grupo de pa íses
desde
1990 . D e ssa form a , fo i d e se 1 · d
nvolvido o nd1ce e Oese~v~1v1· mento
pal - IDH-M, com algumas adaptações em Hum an o Munici-
~elação ao IDH, obJet,vando ~o~n.á-lo a
para caracterizar e comparar o desenvo propriado
lvimento humano entre mun1c1p1os. O
obtido pela média aritmética simples de IDH-M é
três índices parciais, referentes às variá
vidade, educação e renda . Pesquisa obje veis longe-
tivando avaliar e hierarquizar os fatore
entes no consumo per capita para 96 m s interve ni-
unicípios de Minas Gerais concluiu qu
apresenta estreita relação com o qpc, e e o IDH-M
m especial para os municípios com a
habitantes, ressaltando sua importância té 100 mil
e abrangência em estudos futuros (F
Neto, 2003). e rna nd es
b) Clima
136
1
Consumo de água I Capítulo 3
--rO temperatura
1200
..........._,
1000
m E
·-
"'C 15 a>
.ci 800 co
m ·-
"O
..e: ,Q)
d- 600 10 E
~
::::,
.......
400 .co
.....
(1)
5 o..
E
200 Q)
.......
Figura 3.8 - Cota per capita de abastecimento domést ico e industrial e temperatura média do ar em
alguns estados dos EUA (1996)
Fontes: AWWA (1998); US-NCDC (2005)
#' • - ..
137
Abe st ac lm en to da Agua pa ra co ns
um o hu m an o
138
1
• Consumo de água I Capitulo 3
1
1
j
•
''
'
1
1
Em decorrênc;a dos diversos fatores determinantes do consumo de água, verifica-se
1
1 nas cjdades brasi.leiras uma ampla faixa de variação dos consumos per capita de menos
•
1
l de 100 a valores de até 500 1/hab.dja. Dados de companhias estaduais, integrantes do
Diagnóst1ico 2000 do SNJS, apontam um consumo médio no País de 149,4 Uhab.día. Em
relação ao DiagnóstJco 1999, observa-se que houve uma redução de cerca de 6o/o no
consumo médio per capita. A Figura 3.9 apresenta as variações de consumo per capita
dos sistemas operados pela·s companhias estaduais, agrupados por regjões. Observa-se a
ampla variação e o valor médio de 130 Uhab.dia. -
m
::, 300
O) 266
'<O
Q)
-o
250
.e ,..... 200
210 206
·-
Q. ·-co 173
~ ~ 157 149
L.. ,O
Q) (O
150 - 139
119 124
138 134 128
123 112
120 114 123
~â
E
100
113
76
::,
"'e: 50
8 o !(
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< 1- ~ <C
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C>
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o
C/)
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a:
a:
a.
LL
o
O
(!)
tn
:E
Figura 3.9 - Variações de consumo per capita de água para estados brasileiros
Fonte: SNIS (2000)
Na Tabela 3.13 são apresentados valores do consumo per capita adotados, no passado,
por entidades locais, estaduais e regionais, tendo em vista normas de projeto específicas. •
Tabela 3.13 - Consumo médio per capita, para populações providas de ligações
domiciliares
Norma/Entidade Consumo médio per capita (Uhab.dia)
Superintendência de Água e Esgotos da 300
CapítaVSP (1960)
Dep. de Obras Sanitárias do Estado de 200
São Paulo (1951)
Normas das Entidades Federais no Para cidades com população inferior a 50.000 habitantes
Nordeste: SUVALE, DNERu, DNOCS, • Recomendado: 150 a 200.
DNOS, FSESP e SUDENE • Mínimo: 100.
Para zonas servidas por torneiras públicas: 30.
Fonte: YASSUDA e NOGAMI (1976)
.
•
'
..•..:--
139
Abastecimento de âgua para consumo humano
, . d'f
A Tabela 3.14 reune I ere ntes vafores para o consumo per capita, em função
· de
distintas faixas populacionais.
-
9 r r a • "
Povoado rural
T A t' .z s •
< 5.000
1 •
• r
90 a 140
r -• •
-
Vila 5.000 a 10.000 100 a 160
Pequena 1ocalidade 10.000 a 50.000 11 O a 180
Cidade média so.ooo a 250.000 120 a 220
Cidade grande . > 250.000 150 a 300
Fonte: VON SPERLING (2005)
o consumo per capita para populações abastecid~s sem ligaçõ~s d~miciliares, realidade
ainda presente no país, pode ser estimado a partir de categor1zaçao apresentada na
Tabela 3.15.
Tabela 3.15 - Consumo médio per capita, para populações desprovidas de ligações
domiciliares
Situação Consumo médio per capita
{Llhab.dia)
Abastecida somente com torneiras públicas ou chafarizes 30 a 50
Além de torneiras públicas e chafarizes, possuem 40 a 80
lavanderias públicas
Abastecidas com torneiras públicas e chafarizes, 60 a 100
lavanderias públicas e sanitário ou banheiro público
Fonte: FUNASA (2004)
co~ população de ~o mil a 100 mil habitantes, mostrando que o consumo percapt~ f
t
é diretamente relacionado ao percentual de hidrometração e ao consumo de energia
.''
'
!
•
'
í
140
Consumo de tigua J Capitulo 3
IP = qpc - qm
qpc (3.5)
Em que:
se tal sistema apresenta uma média histórica das perdas de 35%, o consumo per
capita macromedido, o qual a capacidade das unidades do sistema deve comportar, será
de 154 Uhab.día.
É fundamental que essa compreensão esteja bastante sólida nos profissionais de
engenharia sanitária, pois se se pretende estimar as vazões escoadas pelo sistema de esgo-
tamento sanitário daquela localidade, o valor a ser considerado para a contribuição per
capita é de 1oo Uhab.dia, pois será este o consumo a ser recebido pela rede coletora.
141
- ........
Abastecimento de âgue para. consumo humano
142
..... ~2--s~-------------------s--•a--2SSEE----------I
2
-----------·z•z...a----a--------
'
3.5.3 Coeficiente do dia de maior consumo (k1)
Tabela 3.16 .. Coeficientes do dia de maior consumo (k1) obtidos em escala real
Autor/Entidade - Ano Local k1
Cetesb (1978) Valinhos 1,25 - 1,42
t
Tsutya ( 1989) São Paulo 1,08 - 3,08
Saporta et ai. (1993) Barcelona 1, 1O- 1,25
Walski et ai. (2001 ) EUA 1,2 - 3,0
Hammer (1996) EUA 1,2 - 4,0
AEP (1996) Canadá 1,5 - 2,5
Fonte: TSUTYA (2004)
A discrepância dos· valores é explicada pelas distintas características dos sistemas ava-
•
liados. Entretanto, pode-se observar a elevada variação de valores, reforçando a idéia de
levantamentos em escala real mais sistemáticos e específicos para cada projeto. Tal prática
fica cada vez mais facilitada com a popularização da implantação de macromedidores nos
sistemas.
o coeficiente da hora de maior consumo (k2) é a razão entre a máxima vazão horária
• e a vazão média djáría do dia de maior consumo. Na ausência de determinações específicas,
O quedeve sempre ser preferível, a ABNT recomenda a adoção de um valor de 1,5 para k2.
A Tabela 3.17 apresenta valores deste coeficiente determinados em situações reais.
'
Tabela 3.17 - Coeficientes da hora de maior consumo (k2) obtidos em escala real
143 •
hu m an o
Abastecimento de água paro consumo
s p a rc ia lm en te e xp lic a da pe la in ex .
,s •
ten ci a d
A discrepância d os va lore s d e term ina d o é . .
d á e p e Ias d 1s t1 ntas c a ra cterística s d . - e
rese.rvatórios dom icilia res no s E U A e C an a b I d . - O S S tste
r a e e va a va n a ç a o d e va lore s rn as
ca so d e k 1, po d e-s e o s e rva
avaliados. Como no s is tem ático s e m es ~ ~ no
d e le v a nta m e n to s e m e sc ala re a l m ais
Brasil, reforçando a id éia
. e sp e c, f,c os
eio d o s m a cro m e d id ores
para cada projeto, por m
• •
3.6 Exemplo d e a p li c a ç ã o
Exemplo 3.6
a n o d e 2 0 2 5 , as v a z õ e .
E.stimar a n o a ano, a té o unid ades do
d s. ~a.s
sistema da se de de um município cujos da os cens1tanos estão apre-
sentados a seguir: ,
• Censo d e 1 9 50 : 2 .3 0 7 h a b it a n te s·
• Censo d e 1 9 60 : 5 .0 2 3 h a b it a n te s :
• Censo d e 1 97 0 : 1 2 .4 8 6 h a b it a n t; s .
• Censo de 19 8 0 : 1 8 .6 3 7 h a b it a n te s :
• Censo de 19 9 1 : 2 5 .1 4 5 h a b it a n te s :
Censo de 2 0 0 0 · 3 0 7 12 h b 't
a I an te s ,
.
• · ·
Solução:
a) Projeção aritmética
Kª = P2 - P o = 4 0 0 0 0 -1 0 5 8 5
t2 - to 2 0 0 0 -7 9 B O = 1 4 7 0 ,8
P.
~== 0 +K 1t tO) == 10585
\
ª· i -
+ 1470,8 X (t -7 9 8 0 )
144
Consumo de água I CapJtulo 3
b) Projeção geométrica
1) Projeção populacional
1
Tabela 3.18 - Projeção populacional. Taxas de crescimento observadas
Taxa crescimento Taxa crescimento
População geométrico (T ou i) (%} aritmético (Kª) (hab/ano)
L\t 9
An.o residente Referência
• {ano} Referência Referência Referência
{hab} 1950
•
censo anterior 1950
censo anterior
1950 o 2.307 - - - -
5.023 8,09 8,09 271,6 271,6
1960 10
' 12.486 9,53 8,81 746,3 509,0
1970 20
18.637 4,09 7,21 615, 1 544,3
1980 30
25.145 2,76 6,00 591,6 557,0
1991 41
30.712 2 ,25 5,31 618,6 568, 1
2000 50
i - Crescimento aritmético
•
145
Abastetlmento do Agua para consumo hum·ano
•'
1 regressão linear com os dados da. coluna "t-t~; ou Dt (ano)" (valores
1
1
de x) e da coluna "população residente (hab) (valores de y), obten~
do-se os seguintes resultados:
1
1
1
1
•
• coeficiente de correlação: 0,9958
• coeficiente angular: Ka == 590,8
• coeficiente linear: PO == 850
• População em 2000: P2000 = 850 + 590,8.(2000-1950) = 30.390
hab (valor muito próximo do verificado no censo de 2000)
• População em 2025: P2025 = 51.630 hab.
ii - Crescimento geométrico
O 3,363
10 3,700
20 4,096
30 ~270
41 4,400
50 4,487
146
Consumo de água I Capitulo 3
Tabela 3.20 - Projeção geométrica. Resultados da regressão linear para três alternativas
Alternativa 1 Alternativa 2 Alternativa 3
Parâmetro Projeção com Projeção sem os Projeção sem os
todos os dados anos 1950 e 1960 anos 1970 e 1980
(Ll =O -t 1950) (Â =0 ~ 1970) (L\ =0 ~ 1950)
Coeficiente de correlação 0,9637 0,9916 0,9927
.coeficiente linear {log Fi) 3,490417 4, 116563 3,418804
Coeficie~te angular (log r9) 0,022358 0,012923 0,022540
Populaçao em 2000 e,, 40.581 31 .934 35.140
1 Po.pulação em 2025 146.985 67.194 128.618
(1) Pelo censo do IBGE P2000 = 30~712 hab.
147
li>·
......
c:r
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-
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Ano t Pop. Índice Pop.
CD
(ndice Cons.médio li><
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prod. distrib. Médio DMC ...e:
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3
{m /dia) (Lls) (L/s) (Us) (Us) (Us) (lls) (h) {h)
, 3
(col.1) (col 2) (col.3) (coJ.4} (col.5) (col.6) (coJ.7) o
(col.8) (col.9) (col.10) (col 11) (col 12) (col.13) (col~14) (col.15) (col.16) :::r
1:
2000 -5 30.712 80 24.570 30 214,3 3
2001 -4 31.640 80 25.312 30 214,3
5.264,9
5.423,9
60,9
62,8
73, 1
75,3
111,9
115,3
109,7
113,0
-
-
- -
-
- IP
:::s
o
2002 -3 32.595 80 26.076 30
2003 -2 12.284 80 9.827 30
214,3
214,3
5.587,8
2.105,8
64,7
24,4
77,6 118,7 116,4 -
-
-
-
-
2004 -1 21.061 80 16.849 30
29,2 44,7 43,9 -
..a. 2005 o 35.639 90 32.075 29
214,3
211,3
3.610,5
6.776,4
41,8
78,4
50, 1 76,7 75,2 - - - -
..,::.. 94, 1 144,0 141,2 206,3 270,0 9,3 11,2
2006 1 36.715 92 33.778 29 211,3 7.136,2 82,6 99, 1 151,6
00 148,7 206,3 270,0 9,8 11,8
2007 2 37.824 94 35.555 29 211,3 7.511,6 86,9 104,3 159,6 156,5 206,3 270,0 10,3 12,4
2008 3 38.967 96 37.408 28 208,3 7.793,3 90,2 108,2 165,6 162,4 206,3 270,0 10,7 12,8
2009 4 40.143 98 39.341 28 208,3 8.196,0 94,9 113,8 174,2 170,7 206,3 2.7 0,0 11,3 13,5
2010 5 41.356 100 41.356 28 208,3 8.615,8 99,7 119,7 183, 1 179,5 206,3 270,0 11,8 14,2
2011 6 42.605 100 42.605 27 205,5 8 .754,5 101,3 121,6 186,0 182,4 206,3 270,0 12,0 14,4
2012 7 43.892 100 43.892 27 205,5 9.018,9 104,4 125,3 191,7 187,9 206,3 270,0 12,4 14,9
2013 8 45.218 100 45.218 27 205,5 9.291,3 107,5 129,0 197,4 193,6 206,3 270,0 12,8 15,3
2014 9 46.583 100 46.583 27 205,5 9.571,9 110,8 132,9 203,4 199,4 206,3 270,0 13, 1 15,8
2015 10 47.990 100 47.990 26 202,7 9 .727,8 112,6 135, 1 206,7 202,7 206,3 270,0 13,4 16,0
2016 11 49.440 100 49.440 26 202,7 10.021,6 116,0 139,2 213,0 208,8 275,0 270,0 10,3 12,4
2017 12 50.933 100 50.933 26 202,7 10.324,3 119,5 143,4 219,4 215, 1 275,0 270,0 10,6 12,8
2018 13 52.471 100 52.471 26 202,7 10.636, 1 123, 1 147,7 226,0 221,6 275,0 270,0 11,0 13,2
2019 14 54.056 100 54.056 25 200,0 10.811,2 125, 1 150,2 229,7 225,2 275,0 270,0 11, 1 13,4
2020 15 55.689 100 55.689 25 200,0 11 .137,8 128,9 154,7 236,7 232,0 275,0 270,0 11 ,5 13,8
2021 16 57.371 100 57.371 25 200,0 11 .474,2 132,8 159,4 243,8 239,0 275,.0 270,0 11 ,8 14,2
2022 17 59.104 100 59.104 25 200,0 11 .820,7 136,8 164,2 251,2 246,3 27510 270,0 12,2 14,6
2023 18 60.889 100 60.889 25 200,0 12.177,8 140,9 169, 1 258,8 253,7 275,0 270,0 12,5 15, 1
2024 19 62.728 100 62.728 25 200,0 12.545,6 145,2 174,2 266,6 261,4 275,0 270,0 12,9 15,5
2025 20 64.622 100 64.622 25 200,0 12.924,5 149,6 179,5 274,6 269,3 275,0 270,0 13,3 16,0
•
Consumo de água l Capitulo 3
•
149
. - . . ... , - .. - .. -
Abastecimento de água para consumo humano
3
das unidades, pois resulta em uma vazão i~ual a A da v~zão d~ final
I
de pano, . modular
.Pe rmitindo . a impfantaçao de elevatórias, unidades
do tratamento, reservatórios, etc.
coluna 14 vazão de dimensionamento da produção: assumido como QHMc do
ano 20.
colunas 15 e 16 número de horas de funcionamento da produção: ~oi determinado para
as vazões média e do dia de maior consumo, sendo importante elemento
para cálculo de consumo de energia.
ALEM SOBRINHO, P.; TSUTIYA, M. T. Coleta e transporte de esgoto sanitário. São Paulo: Escola Politécnica/
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5 1 42 52
150
Consumo de água r Capitulo 3
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151
Capítulo 4
4.1 Introdução
••
153
q
•
Abastecimento de á gua para o,n,umo humat10
154
J
Qualidade da água para consumo humano l Capítulo 4
Tabela 4.1 • Classificação das águas doces, usos e tratamento requerido segundo o
coNAMA (continua)
t Destinação Salinidade* Classificação
CJasse Especial (com desinfecção)
Classe 1 (tratamento simplifícado)
Doce Classe 2 (tratamento convencional)
a) abastecimento para consumo Classe 3 (tratamento convencional
humano ou avançado)
Salina Não se aplica
Salobra Classe 1 (tratamento convencional
ou avançado)
Cfasse Especial
Doce Classe 1
Classe 2
b) preservação do equilíbrio natural
das comunidades aquáticas Salina Classe Especial
Classe 1
Classe Especial
Salobra
Classe 1
e) preservação dos ambientes Doce Classe Especial
aquátie®s em unidades de Salina Classe Especial
conservação de proteção integral Salobra Classe Especial
Classe 1
Doce
d) recreação e contato primário Classe 2
(esqui, natação, mergulho, etc.) Salina Classe 1
Salobra Classe 1
e) irrigação de hortaliças consumi- Doce Classe 1
das c:rwas e de frutas crescendo Salina Não se aplica
rentes.a@ chão e ingeridas cruas
sem remoção da pelfcuia. Salobra Classe 1
Doce Classe 1
f) proteção das comunidades Salina Não se aplica
aquáticas em Terras Indígenas
Salobra Não se aplica
g) irrigação de plantações, jardi~s,. Doce Classe 2
campos; etc., com os qu.ais o publi- Salina Não se aplica
t
co possa vir a ter contato direto Salobra Classe 1
Doce Classe 2
h) aqüicultura e atividade de pesca Salina Classe 1
Salobra Classe 1
Doce Classe 3
i) irrigação de culturas arbóreas, Não se aplica
Salina
cerealíferas e forrageiras
• Sa.lobra Não se aplica
155
'
,
1
(conclusão)
r Classe 3
Doce
Salina Classe 2
r
• j) pesca amadora
Salobra Classe 2
Doce Classe 3 -
1) recreação de contato secundário Salina Classe 2
Salobra Classe 2
Doce Classe 3
m, dessedentação de anímais Salina Não se apJica
Salobra Não se aplica
Doce Classe 4
n) navegação Salina Classe 3
Salobra Classe 3
Doce Classe 4
o) harmonia paisagística Salina Classe 3
Salobra Classe 3
"*' Salloidade Doce - saJJnidade::::: 0,5 %o; salobras - 0,5 <salinidade> 30 %o; e salinas - salinidade = 30 o/oo.
fonte:httpJ/www.mma,gov.br/port/conama/res/res05/res35705.pdf, acessado em março de 2006. Resolução CONAMA
ª 357 de 17 de março de 2005
Devido à complexidade dos fatores que determinam a qu~lidade das águas (hidrodinâmicas,
físicos, químicos e biológicos), amplas variações são encontradas entre rios ou lagos locali-
zados em diferentes regiões. Da mesma forma, a extensão e a severidade dos danos causados
por ímpactos antropogênicos também variam amplamente entre os diferentes tipos de manan-
ciais e suas características hidrodinâmicas. Como exemplos citam-se o tempo de detenção,
vazão, morfología e padrão de mistura da coluna de água. Deve-se destacar também que os
órversos usos da água, tais como consumo e higiene humanos, pesca, agricultura (irrigação e
suprimento para anjmaís), ·transporte ff uvial, produção industrial, resfriamento industrial, diluição
de resíduos, geração de energia elétrica e atividades recreacíonais, são afetados de modos
diferentes pela alteração da qualidade da água, como exemplificado na Tabela 4.2, onde se
observa que a presença de matéria orgânica pode ser benéfica à irrigação, mas, por outro lado,
acarreta sérios problemas à potabílízação da água para consumo humano.
O aumento das atívídades industriais e agrícolas e o crescimento populacional intensi-
ficam a demanda por água ao mesmo tempo em que contribuem para a deterioração da
sua qualidade. As maiores demandas vêm de atividades que usualmente são menos exi-
gentes em relação à qualidade da água, tal como a agricultura, produção de energia e
resfriamento industrial, em comparação aos suprimentos para consumo humano e deter-
minadas manufaturas industríais. Assim, a água é vital para a proteção da saúde humana e
também para o desenvolvimento econômico. O conflito potencial entre 05 diversos usos da
águal no que se refere à quafídade e quantidade, tem gerado tensões e problemas legais.
•
156
...-----
Qualidade da água para consumo humano I Capítulo 4
Tabela 4.2 - L.imitações dos usos das águas, devido à degradação de sua qualidade
Usos
Poluentes ou Agua para Biota
•
contaminantes Produção de
consumo aquática Recreação Irrigação Usos •
Transporte
energia e
humano e pesca industriais
resfriamento
Patógenos XX o XX X XX' na na
Sólidos Suspensos XX XX XX X X xi xx3
Matéria organica XX
xxs,6 X XX + xx4 xs na
Fitoplancton x7 XX xs xx4 xs Xª
Nitrato XX X na + XX' na na
Sais9 XX XX na XX
•
xx1º na na
Elementos traço XX XX X X X na na
Mie:!ropoluentes
Organrcos XX XX X X 7• na na
Acidificação X XX X 7• X X na
Fonte: Modificado de CHAPMAN (1996)
XX Dano acentuado, exigindo maiores custos em 3 Assoreamento em canais
tecnologias de tratamento ou excluindo o uso
X Menordano 4 Indústrias eletrônicas
O Nenhum dano 5 Entupimento de filtros
na Não aplicável 6 Odor, sabor e/ou cianotoxinas (estando presentes
cianobactérias tóxicas}
+ A degradação da qualidade da água pode ser 7 Em tanques de peixes, maiores biomassas fitoplanctônicas
benéfica para est e uso podem ser aceitáveis
7 Efeitos ainda não completamente compreendidos 8 Desenvolvimento de macrófitas, além do fitoplâncton
1 Indústrias alimentícias 9 Inclui boro, fl uoreto etc.
2 Abrasão 1O Cálcio, Ferro, Manganês em indústrias têxteis etc.
157
.._
Abosteclniento de Agua para consume> humo.no.
-
•
.MaOánciâl~ ........ Precipita"ç~O âtmostériCa: as águas.de eh.uva podem arrastar impurezas -
existentes na atmosfera.
Escoamento superficial: as águas lavam a su~erfície do solo e carreiam
impurezas, tais como partículas do solo, detritos vegetais e animais
microrganismos patogênicos, fertilizantes e agrotóxicos. '
lnfiltr.a,ão no solo: nesta fase pa~e das imp~rezas P?de ser filtrada e removid
mas d_ ep_~~~endo das carad:erfst1cas geol_?gtcas ~ocats, outras impurezas pode a,
ser adqutrtdas através, por exemplo, da dtssoluçao de compostos solúveis ou m
do c~rreamento de ~atéria fecal originada de soluções inadequadas para O
destino final dos deJetos humanos, como as fossas negras.
Uso e ocupação do solo: o uso e a ocupação do solo exercem influência
significativa sobré a qualidade e a quantidade de água dos mananciais.
lançamentos diretos: despejos de águas residuárias e de resíduos sólidos
lançados inadequadamente nos man~nciais.
'
'
158
i.·
li
Qualidade da água para consumo humano I Capítulo 4
Água quimicamente pura (H20) é encontrada na natureza somente quando ela está sob a
forma de vapor. Quando as moléculas de água na atmosfera se condensam, as impurezas
começam a acumular: gases dissolvem-se nas gotas de chuva e, ao atingir a superfície, a água
dissolve uma série de substâncias que são incorporadas à água, tais como cálcio, magnésio,
sódio, bicarbonatos, cloretos, s,ulfatos e nitratos, traços de alguns metais como chumbo, cobre,
manganês e compostos orgânicos provenientes dos processos de decomposição que ocorrem
no solo. As águas superficiais e subterrâneas passam a ter impurezas, que sofrerão variações
com a geologia local, vegetação e clima (Branco et ai., 1991 ). Contudo, do ponto de vista da
potabilidade, o conceito de pureza da água é totalmente diverso do conceito químico. A pureza
química da água (H20) é não só dispensável como até mesmo indesejável. A água é um alimento
que, embora não tenha valor energético, contribui fundamentalmente para a edificação do
organls,mo, pela presença de sais e gases dissolvidos, contribuindo para o equilíbrio osmótico da
célula,. Os primeiros organismos vivos provavelmente apareceram em um ambiente aquoso, e a
evolução deles foi marcada pelas propriedades deste meio, por isso todas as funções celulares
são tão adaptadas e dependentes das características físicás e químicas da água (Curtis, 1977).
Por outro lado, o excesso de impurezas - na água, de natureza qufmica ou biológica, pode .
causar sérios danos à saúde humana e às suas atividades econômicas.+Deste modo: é indispensá-
vel que,se faça a caracterização física, química, biológica eraaielégiea da água que, em conjunto,
._ indi~rão_quão impactado_está o mananc~ em que classe de qualidade da água o ff}esmo pode
ser i@_c[bJí@o, quais as restrições para seu uso e qual tecnologia de tratamento será mais adequada,
,... ·-
em fl:!Jnção dos usos previstos Para se fazer a caracterização da água, as amostras devem ser
coletadas e preservadas obedecendo cuidados e técnicas apropriadas; as determinações dos parâ-
metros devem ser feitas segundo métodos padronizados por entidades especializadas./
Durante o período de utilização do manancial devem ser feítos levantamentos sanitários
regulares, acompanhados da caracterização da água, com os objetivos de descobrir eventuais
1 -
alterações na qualidade da água bruta e avaliar a eficiência do tratamento, quando este se •
fizer necessário. No caso de água destinada ao consumo numano, a proteção dos mananciais
• é a primeira linha de defesa do chamado princípio de múltiplas barreiras, pelo qual procura-
se alcançar alto grau de segurança na qualidade da água distribuída à população, através da
vigilância e controle das diversas etapas que compõem o sistema de abastecimento.
•
r
o risco mais comum e disseminado para a saúde humana, assoei.ado ao consumo de
água, origina-se da presença de ITTicr@rganismos que pod.em causar ~®'en,as vartand© de
gastroenterites brandas a doenças fatais. Por outro lado, alguns microrganfsmos, mesmo que
Abastecimento de água para consumo humano
Aguas continentais contêm microrganismos inerentes a elas, como bactérias, fungos, pro-
tozoários e algas, alguns dos quais são conhecidos por produzir toxinas e transmitir doenças..
Os organismos patogênicos de transmissão hídrica e via oral mais amplamente conheci-
dos são listados na Tabela 4.4. Contudo, observa-se, por exemplo, que a própria tabela revela
as muitas incertezas que ainda cercam os riscos associados aos vírus; ,além cljsso, d'iversos
outros organis,mos têm sido identificados como agentes de surtos asso(iados com o consu-
mo de água, incluindo os gêneros de protozoários lsospora e Microsporidium, dentre óutros.
Embora possível, a associação de doenças causadas por helmintos com o consumo de
água é menos nítida, sendo o consumo de alimentos e O contato com solos contaminados
os modos de transmissão mais freqüentes .
•
160
-- --
. _ , . . •
T,.abel. a 4 .4 - O rg a n is m o s p a t ,. · d ,s sa o h1dr1ca e via oral e su a ,mpor-
ogen,cos e transm
ta ncr a p a ra o a b a st e c im e n to d e á g u a
Dose Reservatório
A ge nt e pa to gê ni co Importância Persistência Resistência animal
pa ra a saúde ao clorob lnfectante
na água• relativae im po rt an te, ,
Bactérias:
Campylobader jejuni, e. coli Alta Moderada Baixa Moderada Sim
- patogênica
Escherichia coli - patogênica Alta M oderada Ba ixa Alta Sim
Escherichia coli - toxigênica Alta
Salmonella typhi Alta M oderada Ba ixa Alta d Nao
Outras saf moneJas Alta Prolongada Baixa Alta Sim
Shigella spp. Alta Breve Baixa Moderada Nao ,
Vibrio cholerae Alta Breve Baixa Alta Não
Yersínia enterocolitica Alta Prolongada Baixa Alta (?) Sim
Pseudomonas aeruginosa º Moderada Podem Moderada Alta(?) Não
multiplicar-se
Vírus:
Adenovrrus Alta 7 Moderada Baíxa Não
Enter0vfrus Alta Prolongada Moderada Baixa Não
Hepatite A Alta 7 Moderada Ba ixa Não
Hepatite E Afta 7 ?• Ba ixa Não
Vírus de Norwalk Altil 7 ?• Baixa Não
Rotavírus Alta 7 7• Moderada Não (7)
Baixa(?) Nã o
Pequenos vírus arredondados Moderada 7 7
Protozoários:
Entamoeba hystolitica Alta Moderada Alta Baixa Não
Moderada Alta Baixa Sim
Giardia intestina/is Alta
Sim
Prolongada Alta Baixa
Cryptosporidium parvum spp Alta
H eim in to s Sim
Afta Moderada Moderada Baixa
Dracunculus medinensis
Fonte: adaptado de WHO (2003c)
?: não conhecido ou não confirmado; é 1 se m an a; m od erad a - de 1 se m ana a 1 mês;
fase in fe ct an te na ág ua a 20 ° C: reduzid a - at
a: período de de tecç ão da
eleva da - mais de 1 mês; m po s de co nt ato tra dicion ais . Re sistência
te en co nt ra-se na ág ua tratada em do se s e te
b: quan do a fa se in fect an us ua lm en te é dest rufdo
am en te destruído ; ba ixa re sistê nc ia - o ag en te
moder ad a - o ag en te po de nã o se r co m plet
completamente; os sãos ; no ca so de alg un s vír us , po de bastar uma
ária pa ra caus ar ln fecç ao em 50 % do s vo lu ntários adult
c: dose necess
unidade infecciosa;
d: a partir de experiência com voluntários; de infecta r ím un ossu pr ím ido s ou pa cie ntes co m câ ncer
fecç ão é pe lo co nt ato co m a pele , m as po
e: a rota principaJ de in
por via oral.
•
161
•
•
(continua)
Tabela 4.5 .. Patógenos relevantes para o abastecimento de água
Transmissão Sintomas Significado sanitário
Tipo de organismo Fonte e oc:orrência Doença causada a-
E , e -
',. a- e - - E
Adenovfrus
Tem sido encontrado em Gastroenterite; Por via respiratória; e Infecções no trato Representa risco potencial à
Vírus
vários ambientes conjuntivite; faringite. transmissão fecal-oral, em gastrointestinal, olhos, saúde, ocorre em grandes
aquáticos. •
crianças novas. trato respiratório e quantidades em ambientes
várias outras aquáticos e são resistentes a
infecções. Apresenta processos de desinfecção.
• febre.
-
Adenovfrus (70 nm
1
diam.)
Acanthamoeba spp
Protozoário de vida livre No solo, água doce e EncefaHte hemorrágica e Por aerosóís ou pela Mudanças na Os cístos são grandes,
necrosante ou inflamação poeira, atingindo o trato personalidade, dores sendo facilmente removidos
salgada.
da córnea (espécies respiratório superior, de cabeça. nuca por filtração. Contudo, são
diferentes). pulmões e pele, enrijecida, estado resistentes ao cloro, mas
usualmente aflige pessoas mental alterado, não os trofo·zoftos (formas
debilitadas. letargia, coma, móveis).
A inflamação da córnea: morte. No caso de
• por armazenagem de inflamação da
2
Acanthamoeba sp lente em água córnea, é doença
contaminada. rara que pode levar a
danos na visão,
cegueira e perda do
olho.
Calicivírus
O homem é o único Gastroenterite aguda. Via rota fecal-oral, pelo Náuseas, vômito e Tem sido implicado como o
V{rus entérico
hospedeiro conhecido. consumo de água ou diarréia, terminando agente etiológico de vários
comida contaminada. de 1 a 3 dias. surtos de gastroenterites.
{continua)
Tipo de organismo Fonte e ocorrênda Doença causada Transmissão Sintomas Significado saniblrto
Cryptosporidíum parvum
Protozoário parasita de O homem é o hospedeiro Severa diarréia com risco de Bebendo água Náuseas.., diarréia, Em 1993,, um surto de
células Intestinais
'
primário, mas animais morte em indivfduos contaminad,a por fezes. vômitos ê febre. criptoSpOridiose, assoaado
podem ser hospedeiros imunocomprometidos ou humanas ou de anrmais; oom o suprimento púbhco
intermediários. Cistos são branda em indivíduos ou durante recreação em de Mitwauk.ee, resultou em
resistentes, encontrados imu·nocompetentes. ambiente aquático dOênça diarrétca em cerca
em água de beber ou de contamínado, através de de 403.000 pessoas. o
recreação. ingestão acidental. monitoramento deste
protozoário deve ser rAptdo
e efetivo para permitir a~ões
Cé1Yl'aSJinfectadas por ,apropria.das.
e.. parvum" (4 a 6 µm
diãm.)
Dracunculus medinensis
Nematódeo, parasita de Água de beber contendo Doença debilitante, que Ingestão de água Ulceração da pele, A água de abastecimento ~
sangue e teç!dos hospcedeiro intermediário: causa pouca mortalidade, contendo microcrustáceos podendo ocorrer a única fonte de infecç3o
microcrustáceos mas provoca um amplo infectados. infecção bacteriana com D. medinensis. Este é o
(copépodos). espectro de sintomas secundária. Sintomas único parasita humano que
,_ . clínicos. de vômito, diarréia, pode ser erradicado pelo
urticária e falta de ar fornecimento de água de
podem advir de beber segura.
reação alérgica .
.'
Entamoeba histolytica
Protqioário parasita de O homem é o Infecções assintomáticas na Ingestão dos cistos a partir Sintomas de A transmlssao pela água
tecidos reservatório primário, maioria. Cerca de 1Oo/o de de água e alimentos disenteria amebiana pode representar
infestando o íntestino, pessoas infectadas podem contaminados. incluem diarréia, contaminação do
. .. puln1ão, cérebro e apresentar disenterias.
-~
cólicas abdominais, suprimento de água com
fígado. Cistos resistem febre baixa e fezes esgoto doméstico.
no ambtente. com sangue e muco.
-
'
"3
Vírus entérico •
Enterovirus ..
li)
::,
o
a.
Uma série de doenças indo Transmitidos gor rota oral - Febre branda a uma Há dados recentes de li>
Têm sido encontrados no de febre branda a: fecal, mas é possível a ~
série de outros muitas infecções ocorrendo e
esgoto e água tratada. miocardites, disseminação por contato 111
sintomas.
. Têm sido por abastecimento de água, 't,
São estáveis no ambiente meningoencefalites, pessoal e por via 111
relatados casos o qual satisfaz ;
e resistentes ao cloro. poliomíetites e falha · respirat<f>ria. Infecção pode crônicos de especificações de I'\
o::,
•
múltipla de órgãos em neo- ser adquiricla pela água polimiosites, tratamento, desinfecção e \li
e
natos. contaminada, alimentos e cardiomiopatia quantificação de 3
o
vômito. :,-
dilatada e sindrome organismos indicadores. e
da fadiga crônica. 3
Enterovírus Ili
:i
(30 nm diâm.)7 o
• consumo e uso.
.•
(continu_a)
Tipo de organismo Fonte e ocorrência Doença causada.
'
lransmissão Sintomas Significado sanitário
-3
Rotavirus
-
\Ili
:=;
Vírus entérico Agua e alimentos são Gastroenterite viral aguda. A transmissão pode ser via Febre~"6mitos. A presenç:t de rotawus - o,
e.
fontes potenciai.s. rota fecal-oral., gotas e ârarréia aq uosa água abastecida ou a o
s,.
e
aerosóis via rota a õnica. cólicas ocorrência de epidemias eo
respiratória ou por contato abdominais. originadas de água de ""O
(continua)
Tipo de organismo Fonte e ocorrência Doen~a causada Tr,ansmissão Sintomas Significado sani~rio
Vibrio cholerae
•
Bactéria Espécies patogênicas são Cólera, sorotipos: V. Traf'!srnitida por rota feGaf - Mttitas infecçã-es são Alguns grupos sorotógicos
associacdas a molusaes e cholerae O1, tem 2 oral, as pessogs adquirem assintomáti(as {60°/ó podem ser habitantes
criustáceos em lag0s, rios biagrupas- o clássico e EI a ihfec§ão po11 íngesfão de ao grupo clássico e normais da água. A,
'
e no mar de regiões tor {de severidade variada); água e alimentos 75% do Ei tar). presença dos patogênicos
•
tropiGais e temperadas, V. cholerae o 139, contaminados. Sintomas variam qe V. cholerae 01 e 01.3 9 nos
deeresEendo em causando gastroenterites brandos a severos suprimentos de água pode
tet;nP.eraturas abaixo de auto-limitantes, infecções apresentando ter sérias implicações para a
20°(. danosas e bacteremia. aumento na saúde pública e a economia
peristalse seguido das comunidades afetadas.
\/:' ch0/erae 16 por relaxamento, V. cholerae é extremamente
fezes muito aquosas sensível à desinfecção.
e com muco. Mortes
•
' . resultam de casos
não tratados, numa
•
freqüência de 60%,
por severa
desidratação e perda
de eletrótitos.
Vírus da hepatite A
Vírus Água e alimentos Hepatite A Ingestão de água e Período de incubação A água contaminada por
contaminados por fezes alimentos contaminados e de 10 a 50 dias. É fezes tem sido implicada com .o
e
contato sexual. uma doença branda muitos surtos no mundo. O -fr
QJ,
~32nrn €JiâJYl.~
11 desconforto V,
e
3
abdominal seguido o
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de icterícia. e
3Q}
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"C
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• J:.
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·,•
Algumas cepas podem Hepatite tipo E: hepatite Surtos são usuafmente .Incubação: t a 8 otãttàs epidemias..
ser zoonótfcas. Humanos, virai aguda (assemelha-se à assooados com sistemas semanas. Sintomas: associadas com o
primatas, porcos e ratos do tipo A). 'de suprtrn.ento de água dor abdomínaJ, abasteómento de água
têm sido relacionados para abastecimento anorexia, urina contaminada, têm ocorrido
como suscetíveis a contaminados por fezes. escura, febre, em várias partes do mundo#
infecções. Transmissão por contato hepatomegalia,
pessoal parece ter mínima icterícia, maJ-estar,
chance de ocorrer. náuseas e vômitos.
Onde é endêmica, é
Vfrus da hepatite E causa Importante de
(di!m, :::: 32 a 34nm) \ O morte por: falha do
fígado.
especiatmente em
rr\ull1eres grávldas.
Yets1nia enteroa,Jitica
Bactéria ent~tica nin,ai.s domé ti e ertas cep s de ~
se gens dem ~r en .
._L,11, ' .em
reseNa · de ti au_~r fSinose.
pa aoh ~ -
_.,...
à ~- do porco).
. enterorolitica tem 'o pessoa a oessoa e ~
t~
A contaminação dos corpos d'água por excretas de animais e humanos introduz o risco
de ínfecção para aqueles que usam as águas para beber, preparar alimentos, hígiene pessoal
e mesmo recreação. Além da ingestão de água contaminada, alguns organismos, capazes de
colonizar sistemas de distribuição, podem ser transmitidos via inalação de aerosóis, por exem-
plo, bactérias do gênero Legionel/a e os protozoários Na·egferia fowleri e Acanthamoeba spp,
agentes, respectivamente, da encefafite rneningocócica amebiana e da meningite amebiana.
Com relação à transmissão do patógeno, o número de casos sintomáticos não é o único
problema. É possível um indivíduo ser infeccioso, mas não-sintomático. Estes indivíduos
assintomáticos são normalmente móveis, devido à falta de morbidez, e têm um alto poten-
cial para djsseminar amplamente um patógeno pela comunidade (Eisenberg et ai., 2001 ).
Adose infectante para cada patógeno varia relativamente ao tipo de organismo, ao ende-
mismo da doença que o mesmo ocasiona (varia de local a local) e à suscetibHídade do indivíduo
exposto, mas uma comparação relativa pode ser obtida a partir da Tabela 4.4. Deve-se ressaltar
que a população mais suscetível a contrair doenças de veiculação hídrica são crianças, pessoas
que estão debilitadas ou vivendo sob condições de falta de saneamento, portadores de síndro-
me da imunodeficiência adquirida, os doentes e as pessoas de idade avançada. Para estas
pessoas as doses infectivas são significantemente mais baixas do que para a população adulta
em geral (Eisenberg et ai., 2001 ). Conclui-se, portanto, que para a promoção da saúde pública
é fundamental considerar: a) a associação das doenças com uma fonte ambiental em particular,
a qual vai ditar o tipo de intervenção que poderá ser adotada e b) a importância de fatores
· sociais, como reformas político-sociais, para uma intervenção maior na redução de doenças e
promoção da saúde. Deste modo, fatores biológicos (como o ciclo de transmissão de uma
doença) tanto quanto fatores sociais (como a pobreza) determinam o impacto de um patóge-
no, em particular, sobre a saúde pública de uma dada região ou país (Eisenberg et ai./ 2001 ).
Segundo a OMS, são considerados patógenos emergentes aqueles que têm apare-
(
cido em uma população humana pela primeira vez, ou haviam ocorrido previamente, mas
estão aumentando em incidência ou expandindo em áreas onde eles não tinham sido
1 previamente registrados usualmente em um período maior que duas décadas (WHO, 1997
1
apud WHO, 2003a). Investigando a história de muitas doenças observa-se que a evolução
de ambos, humanos e patógenos, é interligada: a migração humana tem disseminado
doenças infecciosas ou tem colocado pessoas em contato com novos patógenos; mudan-
( ças ambientais globais têm1expandido a ampfitude de patógenes conhecidos @u têm criado
condições para que microrganismos indígenas atuem como patógenos humanos; técnicas
modernas na pecuária, tanto quanto alguns dos métodos mais tradicionais de criação de
f animais em fazenda, criam um rísco a partir de novas doenças zoonóticas (WHO, 2003a).
Nos últimos anos tem sido dada atenção especial à presença dos protozoários Giardia
e Cryptosporjdíum na água destinada ao consumo humano. A giardíase e a criptosporidiose
169
Abastcclmonto de água para consumo humano
05
são zoonoses que têm como principais fontes de ;ontamínação esgotos sanitários e as
atividades agropecuárias. Sua re~oção nas est~ç~es de tratam~nto de água~ mais diffcil
que a maioria dos demais organismos patogen1cos e as técnicas de pesquisa para
identificação
·· em amostras de água ainda não
. estão consolidadas.
. . A elevada contamin açaos~a
de mananciais é, portanto, um fator de nsco potenetal da presença de protozoários
água tratada. Assim sendo, do ponto de vi~a de co~tr~I~ e da vigíl~ncia da qualidade::
água, e sob a perspectiva da avaliação de_ns~~s, ~ drsetphna do uso do solo e a proteção
dos mananciais assumem importância tão sign1f1cat1va quanto o correto controle operacional
das estações de tratamento de água.
Na Tabela 4.6 apresentam-se os eventos que podem direcionar a emergência ou
reemergência de patógenos na água, destacando-se novos ambientes, novas tecnologias
mudanças no comportamento humano e vulnerabilidade e avanços científicos. '
• Circulação humana e a
• Mudanças de clima e
acessibilidade e rapidez dos transportes;
desfloresta mentas·,
• Mudanças demográfícas;
• Projetos relacionados aos recursos
• • Aumento das populações de alto
hídricos (barragens e irrigação);
• Plantas de condicionamento de ar·, risco;
• Mudanças em práticas industriais e de • Liberações intencionais ou
agricultura (p. ex., criação intensiva de acidentais de patógenos na água;
animais); • Número crescente de emergências
• Sistemas de água encanada e seus humanitárias.
projetos e operação inadequados;
• Número crescente de emergências
humanitárias.
Novas tecnologias Avanços científicos
• . Projetos relacionados aos recursos • ~t.iliz.ação excessiva e inapropriada
hídricos (barragens e irrigação); de ant1b16t1cos, drogas parasiticidas e
• Plantas de condicionamento de ar· ínsetici das;
• ~udanças em práticas industriais ~ • Mudanças em práticas industriais e
na agricultura; · na agricultura;
• Efluentes lançados na água e • Avanços em métodos de análise e
tratamentos alternativos de efluentes. detecção;
•. . ~tílização inapropriada de
rnset1c1das de nova geração. -
Fonte: WHO (2003a)
•
170
Qualidade da tigua para consumo humano I Capltulo 4
desenvolver-se. Com o tempo, estas cepas podem emergir como novas espécies com sinto-
mas de doença característicos. Há um grande conjunto de estudos de caso demonstrando
como barragens e esquemas de irrigação têm levado à propagação da malária, esquistos-
somfase, fifaríase e encefafite japonesa. Além disso, mudanças no clima estão ampliando as
espécies de mosquito responsáveis pela transmissão do parasita da malária e o vírus da
dengue. Bactérias do gênero Legíonella fornecem bom exemplo da significância de novos
ambientes para patógenos emergentes. Em 1976, um grande surto de pneumonia foi
registrado entre delegados na Convenção da Legião Americana, na Fiíadélfia, EUA. O agente
etiológjco, legionelfa pneumophila, foi identificado mais tarde, após uma exaustiva inves-
tigação microbiológica. A doença tornou-se conhecida como "Doença dos Legionários" . As
bactérias do gênero Legionella são agora conhecidas por ser parte normal da microflora
aquática. O esquema de sistemas domésticos de água quente e fria, clubes especializados
em lazer e plantas de condicionamento de ar resfriado criaram condições adequadas ao
crescimento da bactéria Legionella spp. Muitos outros sistemas produzem finos aerosóis
em algum estágio de seu uso, fornecendo um mecanismo de dispersão que provou ser
efetiva via de infecção. Legionella spp é um exemplo de bactéria do ambiente natural que
expforou um nicho dentro de sistemas produzidos pelo homem e, pela chance, emergiu
como• um patógeno significante (WHO, 2003a).
Novas tecnologias - Freqüentemente, novas tecnologias têm um impacto neutro
sobre a ecologia de patógenos, mas algumas introduzem acidentalmente novas rotas de
exposição entre homens e patógenos. rsso é particularmente evidente quando se trata de
•
tecn@logias que são usadas no tratamento, armazenagem e distribuição da água. A cada
momento um risco é identificado, sistemas são desenvo,lvídos para eliminar ou reduzir o
risco que podem, em resposta, incrementar ou diminuir novos riscos. Neste contexto de
novas tecnologias, os sistemas de distribuição da água mostram como uma solução de
engenharia para um problema pode criar novas oportunidades para o contato entre ho-
mens e patégenos. A despeito do tipo de tratamento, do manancial de abastecimento e da
utilização do cloro como desjnfetante, a contaminação do sistema de distribuição continua
a ocorrer, sem necessariamente causar grandes surtos facilmente reconhecíveis, através de
fendas ou de outras partes vulneráveis do sistema, e durante serviços de manutenção. Uma
vez no sistema, bactérias, fungos e protozoários podem aderir a superfícies internas dos
tubos e alguns, produzir bíofilmes. Alguns bíofílmes têm mostrado conter uma ou mais
espécies de patógenos emergentes, incJuíndo o complexo Mycobaterium avium (Myco-
bacterjum avium cornplex - MAC, que consiste em uma "associação" de duas espécies: M.
avium e M. intracellufare). O complexo Mycobaterium avium tem sido uma das principais
causas de morte entre populações de HIV soropositivo. Recentemente, a incidência de duas
das três doenças associadas com MAC (MAC pulmonar e Jinfandenites) parece estar incre-
mentando (WHO, 2003a).
Avanços científicos na microbiologia aquática - A história da descoberta de
patógenos descreve um cjcfo de eventos que se inicia com uma doença de etiologia
171
.......,nh.. 1 , v lvimento de técnicas analíticas, e identificação do agen . .íológico.
172
Qualld .d da IJ ua p ra consumo humano I Capítulo 4
1
outro hospedeiro. A jornada de um patóg no, d .hosped -fro a hospedeiro, define a via de
transmissão, podendo inctuir hosped iros n -humano , As vias de transmissão incremen-
'
tam em complexidade quando há hosped Jros nlmaí que um patógeno pode infectar.
Como exemplos, citam..se o g nero Salmonel/a {n o a S. typh1), Esch.erichia coli e as espé-
cies bovinas do gênero Cryptosporidíum (Eisenberg et a/,1 2001 ).
A sobrevivência de patógenos microbiológicos, uma vez descarregados num corpo
d'água, é altamente variável, dependendo das características do corpo receptor. É relatado
o registro do bacilo Salmone/Ja spp a uma distancia além de 85 km da fonte pontual, o que
indica sua habilidade para sobreviver, sob condições adequadas, por vários dias. Uma vez
em um corpo d' água, os microrganismos freqüentemente tornam-se adsorvidos na areia,
argila e partículas de sedimentos. A sedimentação das partículas resulta na acumulação
dos organismos no rio ou sedimentos do reservatório. Alguma remoção de microrganismos
da coluna d'água também ocorre como resultado da predação por microzooplancton
(Chapman, 1996)~
Por outro lado, várias bactérias, usualmente de vida livre, porém reconhecidamente
r
patogênicas oportunistas, tais como Pseudomonas aeruginosa, Flavobacterium spp, Actí-
nobacter spp, Klebsíella spp, Serratia spp, Aeromonas spp, também apresentam capaci-
dade de colonizar sistemas de distrjbuição de água, constituindo risco à saúde de grupos
populacionais vulneráveis tais como pacientes hospitalizados, idosos, recém-nascidos ou
imunocomprometidos. Assim, deve-se cuidar para que a água seja biologicamente estável,
ou seja, que não promova o crescimento de microrganismos durante sua distribuição. Limi-
tar a atividade microbiológica nos sistemas de distribuição evita a deterioração da quali.-
dade da água, queixas por parte dos consumidores, doenças e problemas de engenharia. A
atividade microbiofógica nos sistemas de distribuição depende da introdução de fontes de
energia, originadas da água tratada, de materiais em contato com a mesma ou de sedi-
mentos acumulados. As seguintes propostas podem ser usadas para limitar a atividade
microbjoJógica (Lehto[a et ai., 2001 ):
• produção e distrjbuição de água para consumo biologicamente e.s-
tável em um sistema, com materiais não-reativos e biologicamente
estáveis;
• manutenção de um residual de desinfeta nte na ent rada do sistema
de distribuição;
• otimização do sistema de distribuição, para prevenir a estagnação e
acumulação de sedimentos,
173
Abasteci ment o de âgua pa ra. con sumo hu m an o
ov
Tabela 4.7 ~ Fatores que prom em O crescimento bacteriano na água de distr·b .
, ' U1çã 0
Comentário
Fator ~
b ânico especialmente o carbono orgânico assi
Carbono O ~a~ onl O orgonente controlador do crescim milável (COA) ~
orgânico pr1nc1pa comp ento microbiológico nos sist' é o
assimilável de distribuição . O COA é uma fontd . de c~r b~n · emas
o e ene;.g.1~ ~ue, ~elo seu ba ixo
peso molecular, está pront~ment: ispon ve
palrad a .ª ivt! a e microbiana . Os
oxidantes utilizados na des1nfecçao, se por u!1
1 a o i~a ivam os organismos
t ê · s por outro atuam sobre a matéria or
gânica natural
P1nªcrog ntctºan'do a concentração de COA na água trat
emen ad a. A co a
1
, · A · gu lação
química remove eficienteme_nte a mater1a o~ga fó f
n1ca e o ~ oro (outro
. rtante nutriente requerido para o crescimento
1m po . ba ct er ia no) da ág ua . Se a
d )
água é pré-clorada (ou pré-ozoniza . a , ~n t es d
. a coagu 1a.çao -
qu rm.
ica, 0
incremento de COA e do fósforo m1crob1olog
1cament_e dispon ível pode ser
muitas vezes maior que quando _a águA a ~ratada é desinfetada . Por outro lado,
melhorias na remoção de mat~r,a organ1ca no
proc~sso d : tratamento da água
podem reduzir muito o COA liberado durante
a des1nfecçao.
Materiais Muitos relatos são hoje disponíveis sobre a pr
omoção do crescimento
bacteriano induzida pelos materiais em contat
o com a água tratada . Estes
materiais incluem pinturas de revestimento, bo
rrachas e materiais das
tubulações. Certos produtos químicos utilizad~
s. no tratamento da água como
coagulantes ou auxiliares de coagulação e lubr
1f1cantes também podem
aumentar o crescimento microbiano. Numeros
os outros materiais em contato
com a água tratada podem aumentar o cresci
mento microbiano, como, por
exemplo, o de espécies dos gêneros Legionel/a
e Mycobacterium .
Sedimentos e o acúmulo de sedimentos nos sistemas de distribuição pode serv
produtos de de alimento para bactérias. Detritos originados ir como fonte
do destacamento do biofilme
corrosão podem contribuir para o acúmulo de sedimen
to, mas partículas presentes na
água tratada (células de algas, por exemplo) e
produtos de corrosão também
têm sido detectados como formadores de sedi
mentos. Nas tubulações de
ferro, é difícil diferenciar entre sedimentos e pr
odutos de corrosão . Os
sedimentos e os produtos de corrosão proteg
em os microrganismos da ação
desinfetante do cloro residual .
Temperatura e A temperatura da água, a velocidade do fluxo
condições (suas variações) e o tempo de
residência têm um impacto sobre a atividade
hidráulicas microbiológica. Atividades
biológicas incrementam em cerca de 100°/o qu
ando a temperatura aumenta
em 1OºC . A temperatura de 1SºC tem sido re
gistrada como crítica para o
crescimento de coliformes. As variações na ve
locidade do fluxo afetam o
suprimento de substratos e desinfetante, o de
sprendimento do biofilme e a
acumulação de sedimentos. Um tempo de re
sidência grande, em suprimentos
de á~ua cloradas, resulta no decaimento das
concentrações de cloro livre .
Loca!s c?m, e~evado tempo de residência, com
o as partes periféricas do sistema
de d1str1bu1çao, e os reservatórios são mais vu
lneráveis ao crescimento
bacteriano em decorrência do decréscimo do
desinfetante residual do
depósito de sedimentos e do incremento da te
mperatura da água.'
Fonte: baseado em LEHTOLA et ai . (2001) e
em VAN DER KOOJI (2003)
174
Qualidade da água para consumo humano f Capltulo 4
175
AJ1&$ted mento de água para c;oosumo humano
· . · Pa~ã~e~ro - . . . . _ ~ignifi~ad~ ..
• p ; J 1 ,. 1 d L
- e u, • J I e
176
j _ _ _ _ _ :a_a_s
..... _ g _____
_ _ _a__ _ _ _ _S_ _ _ _ _ _J_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ l_S_ _ _
S_S_ _E
___ E _ _ m,
&_ _ _ _ _ _____
~
~
-
Qualidade da água para const1mo humana I Capitulo 4
de cloretos., oxigênio dissolvido, nitritos e nitratos, dentre outros, permite avaliar o grau
de poluição de uma fonte de água.
O risco à saúde devido às substâncias qufmicas tóxicas na água para consumo huma-
no drfere daqueles causados por contaminantes microbjológicos. Os problemas associados
aos constituintes qufmicos originam ...se primariamente de sua habilidade em causar danos
a saúd.e, depois de prolongados perfodos de exposição. Há poucos contaminantes quími-
cos da água que· podem levar a problemas na saúde após uma única exposição, exceto pela
contaminação acidental massiva de um suprimento (como o derrame de um produto quí-
mico ou a adição de algicida em reservatórios com elevadas densidades de cianobactérías
produtoras de cianotoxinas). Entretanto, a água geralmente torna-se intragável devido ao
gosto, odor e aparência inaceitáveis, mas isso pode não ocorrer.
Por não serem normalmente associados a efeitos agudos, os contaminantes químicos
• são colocados em uma categoria de menor prioridade do que contaminantes microbiológicos,
dos quais os efeitos são usualmente agudos e muito difundidos, ou seja, os padrões quími-
cos para a água de consumo humano são de consideração secundária em um suprimento
' sujeito a severa contaminação microbiológica (WHO, 2003d). Assim, mesmo sabendo-se
que o uso de determinados desinfetantes químicos no tratamento da água pode resultar
na formação de subprodutos potencialmente nocivos à saúde humana, os riscos decorrentes
da formação destes subprodutos são normalmente pequenos, em comparação com
aqueles que podem advir da desinfecção inadequada, de modo que é importante que a
desinfecção não seja comprometida na tentativa de controlar estes subprodutos.
A água consumida normalmente não é a única fonte de exposição às substâncias
química.s, cujos valores máximos aceitáveis são definidos no padrão de potabilidade. Em
muitos casos, a ingestã.o de um contaminante químico a partir da água é pequena, se
comparada com a de outras fontes como a alimentação ou o ar. Os valores máximos acei-
' táveis citados nos padrões de potabilidade., utilizando-se a abordagem da ingestão diária
tolerável (IDT), incluem as exposições provenientes de todas as fontes, considerando
proporcionalmente o valor da IDT que corresponde ao consumo de água, em percentagem
(WHO, 2003d). Apresentam-se a seguir, em ordem alfabética, parâmetros importantes
utilizados para avaliar a qualidade da água destinada ao consumo humano acompanhado
do seu significado sanitário e/ou importância para o processo de tratamento da água.
177
• Abastec.imento de água para consumo humano
..e
J (CO H s mercaptanas, ... ) e de ácidos orgânicos voláteis, gerados
r . 2 'ondiç,ões anaeróbias, que potencializam a agressividade de uma
••
so be · 'd d d á ·1·
á ua natural. Pode-se estimar a agress1v1 a e as guas ut1 1zando-se
•
1 í;dices como O de Larson e de Langelier, entre outros. Estes índices
permitem avaliar a possibili~ad~ d:
~ água ser corrosiva_ ou de gerar •
incrustações no sistema de d1str1bu1çao de água. A corrosao pode oca-
sionar a liberação excessiva de contaminantes na água, pelo ataque às
tubulações, e a incrustação diminui a seção de escoamento da tubu-
lação, causando problemas no funcionamento hidráulico do sistema
de distribuição (Branco et ai., 1991 ).
Acidez, alcalinidade e salinidade - A acidez e a alcalinidade estão
relacionadas à capacidade de a água neutralizar bases e ácidos, respec-
tivamente. A acidez da água é devido à presença de ácidos minerais
fortes, ácidos fracos, como o ácido carbônico, ácidos fúlvicos e húmi-
cos, e sais de metais hidrolisados como ácidos fortes. Embora de pou-
co significado sanitário, é de interesse se conhecer a acidez, pois o
acondicionamento final da água em uma ETA pode exigir a adição de
alcalinizante para manter a estabilidade do carbonato de cálcio (evi-
tando incrustações nas tubulações) e evitar problemas relacionados à
corrosão no sistema de abastecimento de água . A alcalinidade é de-
v·ida principalmente à concentração de carbonatos, bicarbonatos e
hidróxidos, mas pode incluir contribuições de baratos, fosfatos, silicatos
e outros componentes básicos. Aguas com baixa alcalinidade (<24 mg
L-1 de CaC0 3) têm pouca capacidade tamponante e, por isso, são mais
suscetíveis a alterações no pH (Chapman, 1996). Além de servir como
um sistema tampão, a alcalinidade serve como um reservatório de car-
bono inorgânico (necessário para o processo de fotossíntese), determi-
nando a habilidade de a água suportar o crescimento fitoplanctônico e
de macrófitas submersas. A alcalinidade influi consideravelmente na
coagulação química durante o tratamento da água, uma vez que os
principais coagulantes primários comumente utilizados no Brasil -
sulfato de alumínio e cloreto férrico têm caráter ácido. Assim se a
alcal!n!dade da águ~ for baixa, a coagulação poderá exigir a adiç;o de
alcal~n,zante para aJuste do pH, mas se a alcalinidade e O pH forem
relat,vamen_te alt?s, é ~rovável, por exemplo, que a coagulação com
clor,eto fér~1c? ~eJa mais eficiente, tendo em vista que este apresenta
ca.rater n:1a1s acido que o sulfato de alumínio e pode ser utilizado numa
faixa mais ampla de valores de pH da água bruta. A salinidade repre-
s~n:a a pres:n.ça de sais neutros, tais como cloretos e su·lfatos de
c~lc,o, .magnesio, sódio e potássio. O conjunto de sais normalmente
d1ssolv1dos na água , form a.do pe Ios b',carbonatos, cloretos, sulfatos
. e,
1
f
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~=' ·--;
178
d
~·----~-~-w--
179
. -. - ---·-~-- . --· .
•
Abttst ecimento dei: ãguà para consumo humano
'
1 são efluentes de mineração, efluentes de refinaria de metais e a erosão
de depósitos naturais.
Cádmio - o cádmio é um metal utilizado na indústria de aço e de
plástico.s. Componentes de cádmio são ampíamente usados em bate-
rias. O cádmio é lançado no ambiente em efluentes, e a poluição difu-
sa é causada pela contamjnação, a partir de fertilizantes e de poluição
local do ar. A contaminação da água destinada ao consumo humano
pode ser causada principaímente pela corrosão de tubulações galvani-
zadas, soldas e algumas ligas metálicas, efluentes de refinaria de me-
taist indústria siderúrgica e de plástico e descarte de pilhas e tintas. Os
alimentos são a principal fonte de exposição diária ao cádmio. O fumo
é uma significante fonte adicional de exposição a este elemento. o
cádmio pode causar lesões no fígado e disfunções renais. Há evidências
de que seja carcinogênico por inalação, mas não por via oral, e não há
evidências claras de genotoxicidade.
Cianeto - Os cianetos podem ser encontrados em alguns alimentos,
como a mandioca, e são ocasiona lment e encontrados na água para
consumo humano, como conseqüência principal de contam inação
industria), com destaque para as indústrias de galvanização, plástico e
fertilizantes. Eles ocorrem nas águas na forma iônica ou fracamente
dissociados, mas também podem ocorrer como compostos complexados
com metais. A toxicidade aguda de cianetos é alta e dependente da
espécie como se encontra, algumas formas iônicas e o ácido hidro-
ciânico são altamente tóxicos. Concentrações do cianeto iônico são
reduzidas pelo ácido carbônico e outros ácidos, transformando a
forma iônica em ácido hidrociânico volátil. Entretanto, o principal meca-
nismo de diminuição de seus níveis é a oxidação. Forte luz solar e
temperatura elevada favorecem a oxidação bioquímica, causando a
redução nas concentrações de cianetos. Cianetos, em especial as for-
mas iônicas, são facilmente adsorvíveis pela matéria em suspensão e
sedimentos do fundo. Efeitos adversos do cianeto sobre a tireóide, e
particularmente sobre o sistema nervoso, foram observados em algu-
mas populações após longo tempo de consumo de mandioca proces-
sada inadequadamente e contendo altas concentrações de cianeto.
Cianobactérias e cianotoxinas - A eutrofização de lagos e reserva- •
180
Qualidade da água para consumo humano I Capitulo 4
•
Cloretos - o ron cloreto não participa de maneira significativa dos
processos geoquímicos e biológícos que ocorrem nos meios naturais,
181
Abastec;mento de água para consumo humano
182
• - ~ - a . ' 1 1 ...... :'rZ.fol"l:1
183
-- - ,------------,--
e
AbaistecJmento de água paro consumo humano
184
. . . . . . . . . . . . . .a.. . . . . . . . . .1. . ._ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _
J_&__________a..... a---------a-a-,_·z--·-·
185
bio Jóg ,c (fotossfntese e res piração). A
respiraç~o- biológica, incluindo
quc•ld rrlr1 cion ada aos processos de
decompo~çao, reduz as concen-
tr rl rô t•
', rJr OD. A det erminação das
.concentr~çoes de OD é uma etap
lJn~J,trnnntc
1 I da verificação da qualidade da agua a
1 porque o oxigênio é
rnvcJ lvid (J, ou influ encia, em quase
tod~s os p~ocessos biológicos e
c~tJírn,ro ,:, nos co rpo s d'água .. Concen
traçoes aba~x? d~ 5 mgL-1 podem
à'Í r•t,1r d,JvPrsamente o funcion
amento e sobrev1venc1a de comu
d,•!t bio lógicas , e abaixo de 2 mgL-1 p nida- •
186
1
Qualidade da água para consumo humano J Capitulo 4
187
Abaste,lmento de égua para consumo
- humano
Os constituintes orgânicos presentes nas águas podem ser de origem natural ou devi-
do a atividades antrópicas. No primeiro caso, têm-se, por exemplo, as substâncias húmicas,
microrganismos e seus metabólitos e hidrocarbonetos aromáticos. Entretanto, a intensa
atividade industrial e a rapidez do lançamento de novos produtos no mercado tor~am
praticamente impossível a enumeração e quantificação de todos os produtos orgânicos
que podem estar presentes na água.
Indústrias dos mais diversos ramos fazem uso de alguns compostos que, dependend?
dª concentraçao, - podem · ser extremamente maléficos . ao ser humano, os danos podem ~ ir
desde pequenas irritações nos olhos e nariz a problemas cancerígenos, alte_raçoes °
0
' d -
numero e cromossomos, danos a órgãos como rins fígado e pulmões, depre ªº: .
. 55 . . prob1e-
m dí · . ' -
· as car acos, danos cerebrais, neurite periférica retardamento na açao neuro tóxica atro
'.·
fia testicular, esterilidade masculina, cistite hemo~rágica, diabetes transitórias, hiperter;:
teratogênese mutag,., d. . . - . . .., da pele. De
, enese, 1m1nu1çao das defesas orgânicas e a1teraçoe5 · jne-
os_poluentes orgânicos de maior prevalência e tox·1cidade podem ser citados: óleos tmes A
ra1s p d · · ' . . rf ctan ·
' ~o ·utos de petróleo, fenóis, pesticidas bifenil policlorados (PCB's) e su ª humano
Portar1a nº 518/2004 b1 . . , . , d ·. nsumo
esta e ece hm1tes máximos permitidos na agua eco
•..
188 J
Ir..
Qualidade da água para ·consumo humano I Capítulo 4
Tabela 4.9 - Substâncias químicas orgânicas que representam risco à saúde (continua)
Substância Efeitos potenciais decorrentes da Considerações sobre algumas fontes
ingestão de água de contaminação
Acrilamida Efeitos neurotóxicos, deterioração da Produto utilizado no tratamento de água
função reprodutiva. (auxiliar de coagulação), fabricação de
papel, corantes, adesivos.
Benzeno Anemia, redução de plaquetas, Solvente comercial utilizado na
aumento de risco de cancer {tumores fabricação de detergentes, pesticidas,
e leucemia); afeta o sistema nervoso borracha sintética, corantes, na indústria
central e imunológico. farmacêutica e gasoJina.
Cloreto de vinila Exposição crônica - lesões de pele, Tubulações de PVC, efluen·tes de
ossos, ffgado e pulmão . indústrias de plásticos, aerossóis.
1,2 Djcloroetano· Aumento de risco de câncer, Efluentes de indústria química
irritações nos olhos e nariz, além de (inseticidas, detergentes etc.).
problemas renais e hepáticos.
1-1 Dicloroeteno Depressor do sistema nervoso central, Efluentes de indústria quimica,
problemas no ffgado e rins. contaminante ocasional da água, em
geral acompanhado de outros
hidrocarbonetos cloradas.
Diclorometano Toxicidade aguda reduzida, Efluentes de indústrias química e •
189
A.b.aüeclmento de água para consumo humano
190
Qualidade dà ~gua para consumo humano l Capftu!o 4
(conclusão)
Endrin EfeJtos no sistema nervoso. Resíduos de insetiádas e ratiádasl
praticamente insolúvel em água; uso
gradativamente proibido.
Glifosa,to Toxicidade reduzida, problemas no Herbicida de amplo espectro, utilizado
fígado e no sistema reprodutivo. na agricultura; estável na água e de
baixa mobilidade no solo.
-
Heptacloro e Danos no fígado. Inseticida de amplo espectro, ampla
Heptacloro- utilização como formicida, persistente e
epóxido resistente no meio ambiente; uso
gradativamente proibido.
Hexaclorobenzeno Problemas no fígado, rins e no Fungicida, efluentes de refinarias de
sistema reprodutivo. metais e indústria agroqufmica.
Lindano Problemas no fígado e rins. Utilização de inseticidas em rebanho
bovino, jardins, conservante de madeira;
baixa afinidade com a água, persistente.
Re.duzida mobilidade no solo.
Metolacloro Evidência reduzida de Herbicida, elevada mobilidade no solo.
carcinogenicidade.
Metox'icloro Possíveis efeitos carcinogênicos no Utilização de insetiàdas em frutas
fígado e problemas no sistema hortaliças e criação de aves.
reprodutivo.
Molinato Evidência reduzida de toxicidade e Herbicida (arroz), pouco persistente na
carcinogenicidade. água e no solo.
Pendimetalina Evidência reduzida de toxicidade e Herbicida, baixa mobilidade, elevada
ca rcinogen icidade. persistência no solo.
Pentaclorofenol Problemas no fígado e rins; Efluentes de indústrias de conservantes
fetotoxicidade, efeitos no sistema de madeira, herbicida.
nervoso central.
Permetrina Baixa toxicidade. Inseticida na proteção de cultivas e da
saúde pública (combate a mosquitos.em
depósjtos de água), elevada afinidade
com o solo e reduzida afinidade com a
água.
PropanH Evidência reduzida de toxicidade e Herbicida, sua maior utilização é para o
carcinogenicidade. controle de ervas daninhas no cultivo do
arroz. Possui elevada mobilidade no
solo e afin·idade pela água. Não é
persistente, sendo rapidamente
convertido em condLções naturais a
vários metabólitos, dois dos quais muito
mais tóxicos do que o próprio herbicida.
191
Abastecimento de água para consumo humano
192
J
Qualidade da água para consumo humano I Capitulo 4
Gasto e odor
Os gostos e odores mais comuns podem ter origem biológica: vários organismos
influem na produção de gosto e odor, tais como actinomicetos e cianobactérias; origem
química: dados sobre os (imites dos contaminantes químicos na água responsáveis por
gostos e odores são incertos, mas pode-se exemplificar gostos e odores ocasionados pela
presença de amônia, cloretos, cobre, dureza, sólidos totais dissolvidos e sulfeto de hidro-
gênio; origem de desinfetantes e subprodutos de desinfecção: a um residual de cloro
livre entre 0,6 e 1,0 mg/L, há crescente risco de problemas com a aceitabilidade da água,
devendo"'se prevenir principalmente a formação de dicloroarnina e tricloroamina, resul-
tantes da reação do cloro com amônia, pois estes compostos têm mais baixos limites
para odor do que a monocloramina. Clorofenóis geralmente têm limites organolépticos ·
muito baixos. O 2-clorofenol, 2,4-diclorofenol e o 2,4,6-triclorofenol possuem limites
de O, 1, 0,3 e 2 µg/L para gosto, respectivamente. Os limites para odor são de 1O, 40 e
300 µg/L, respectivamente.
O gosto e o odor também podem desenvolver~e durante a estocagem e distribuição
da água -devido à atividade microbiológica ou à corrosão de tubulações. Gosto e odores
não usuais podem servir como alerta de contaminação e da necessidade de investigação de
suas origens. Além de antiestéticos, eles indicam que o tratamento ou a manutenção e
reparo do sistema de distribuição podem estar sendo insuficientes. Um fator importante
que deve ser considerado é que há variação significativa entre as pessoas na sua habilidade
em detectar gostos e odores na água.
Cor
193
4
Turbidez
Sólidos
_..._,, Todas as impurezas presentes na água, à exceção dos gases dissolvidos, contribuem
para a carga de sólidos. Os sólidos podem ser classificados de acordo com seu tamanho e
. carager!?ticas químicasi Quanto ao tamanho, podem ser classificados em sedjmentáveis,
em suspensão, colóides e dissolvidos. Na prática, a classificação é feita separando-se os
sólidos apenas em dois grupos: em suspensão e dissolvidos. Os sólidos em suspensã~ divi- \
de~-se_em sedimentáveis e não sedimentáveís Os sólidos dissolvidos incluem os coló1ães e
Ios -efetivamente dissolvidos. A separação entre sólidos em suspensão e sólidos dissolvidos é
feita utilizando-se uma membrana filtrante com poro igual a 1,2 µm (valor arbitrário).
Qualquer partfcufa não-retida é considerada dissolvida, e as que ficam retidas são cor1Side-
radas em suspensão. Quanto à caracterização químiéa, os sólidos podem ser classificados
194
1
Qualidade da água para consumo humano I Capitulo 4
em vofátejs e fixos. Sólidos voláteis são aqueles que se volatilizam a SSOºC. Contudo, é
impreciso caracterizar esses sólidos voláteis como orgânicos, pojs existem alguns sais mine-
rais que se voJatif izam a ~ssas tem_peraturas.\ A salinidade também está incluída como sófi-
l_9os totais dis~(?lvidosl Usualmente, é a parte fixa dos sólidos dissolvidos que é considerada
•
como salínidaqef E~ esso de sólidos dissolvidos na água pode causar alterações de gosto e
problemas de corrosão. Como padrão de aceitação para consumo humano, a Portaria
nº 518/2004 estabelece o valor máximo permitido de 1.00Q rngL:~ para sólido~ totais
disso!vid9s na. ~gu? gotável ..,A OMS não estabeleceu um lim~e máximo aceitável, mas
salienta que, a níveis maiores que 1.200 mgL-1, os sólidos tornam a água de beber significan-
temente impaJatável., () ,._ '- 11_,_< t d , v ·>, • ,
) & -'J 11'J~ 7 '-' ...J ({Cf, J_ ~ { "); ., I '- , _. '
A água fresca é geralmente mais palatável que a água quente. Além disso, tempera-
turas elevadas da água aumentam o potencial de crescimento de microrganismos no siste-
ma de ciistrib,uição (Legionella spp, por exemplo, prolifera a temperaturas entre 25° e SOºC)
e pode aumentar a sensação de gosto e odor, além da cor e da corrosão.
Condutividade elétrica
Em que:
1
o fator de condutividade varia com os fons presentes e pode ser dado por va.lores
tabelados (Branco et ai., 1991 ).
195
. ara consumo humano
Abasioclment0. do ógu, P ·
· 196
Qu,alidade da água para consumo humano I Capitulo 4
humano. Abaixo destes valores, nenhuma ação posterior é requerida. Se os valores para
atividades alfa e beta totais acima referidos forem excedidos, então os radionuclídeos
específicos devem ser identificados e suas concentrações de atividades individuais medi-
das para indicar ações a serem tomadas.
Novos suprimentos de água e aqueles não previamente caracterizados devem ser
amostrados com freqüência suficiente para caracterizar a qualidade radiológica da água e
para avaliar qualquer variação sazonal nas concentrações de radionuclíceos. Segundo a
OMS, também devem ser incluídas análises para radônio e para gás radioativo emitído do
urânio, presente naturalmente em rochas e solos, virtualmente em qualquer local sobre a
Terra, e amplamente relacionado a mortes devido ao câncer.
'• A definição dos parâmetros a serem monitorados depende dos objetivos do trabalho
a ser realizado. Esses objetivos podem ser, por exemplo: monitorar a qualidade da água
para programas de despoluição ou preservação de mananciais; planejar o uso dos recur-
sos hídricos; fornecer informações sobre a variação sazonal da qualidade da água, para dar
subsfdios à escolha da técnica de tratamento a ser utilizada visando ao abastecimento
i públi.co; verificar o atendimento aos padrões de qualidade de água para usos diversos;
l avaliar a eficiência dos diferentes processos de tratamento de água; obter dados para
pesquisas científicas.
197
AbMtt crm nto d âg ua p ora consumo h umano
198
-
Qualidade da água para consumo humano I Capitulo 4
Para assegurar a representatividade das amostras, dois aspectos principais devem ser
observados: a escolha dos pontos de amostragem e a freqüência das coletas.
Pontos de amostragem: em geral, os objetivos do programa de amostragem defi-
nem direta ou indiretamente os locais mais adequados para a coleta, seg1undo a informação
que se quer obter. No caso da avaliação da qualidade da água bruta em um rio ou represa,
por exemplo, deve-se levar em conta que a qualidade da água pode variar temporal e
espaciafmente, quando afetada por fontes de poluição ou de diluição difusa ou pontual,
tais como a mistura com um afluente, que apresenta água com qualidade diferente; degra-
dação natural da matéria poluidora; lançamento de efluentes domésticos ou industriais e
carreamento de produtos utilizados na agricultura. Portanto, a qualidade da água de um
manancial costuma variar de local para local, além de haver uma variação ao longo do
tempo. Assim, a escolha dos pontos de amostragem deve ser feita criteriosamente, para
levar em consideração os aspectos mais relevantes que podem infJuenciar na representati-
vidade das amostras. Quando se define um plano de amostragem é indispensável observar
as particularidades de cada caso.
Quando se faz coletas no sistema de distribuição de água tratada, deve-se atender
ao critério de abrangência espacial e considerar ainda a importância de se ter amostras
em pontos estratégicos e outros que sejam próximos a locais onde há grande circulação
de pessoas, tais como termin,aís rodoviários, edifícios que abrigam grupos populacio-
nais de risco (hospitais, creches, asiJos etc.), locais com sistemáticas notificações de
agravos à saúde, possivelmente associados a agentes de veiculação hídrica (definição
esta que necessita de participação da área de sa~1de pública) e trechos mais vulneráveis
do sistema de distribuição, tais como pontas de rede, pontos de queda de pressão,
tocais sujeitos à intermitência de abastecimento, reservatórios e locais afetados por
manobras realizadas na rede.
•
199
Aba st ec im en to d , 6g ua pa ra con$umo
hu m an o
Periodicidade da amostragem: Em ge
ral, as informações sobre qualidade de á
referem-se a um período (horário, diário, sema
nal, mensal etc.) durante o qual esta qi~ :
dade pode variar. Por isso, a p~rio~dicidad
e da amostrage~ dev~ ser e~betecida d
que as análises mostrem as var1açoes, de n e forma
atureza aleatória ou s1stemát1ca, que ocorr
qualidade da água. A freqüência com que em na
são coleta~as as amostras deve ser estabe
com O objetivo de se obter as informaçõ lecida
es necessárias com o menor número po
amostras, levando e ssível d
m conta o aspecto custo-benefício. Os resu
reproduzir as variações espacial e tempora ltados analíticos deve~
l da qualidade da ág ua amostrada . A coleta de
amostras pontuais, não distribuídas de m
odo a contemplar as variações sazonais d
dade da água, produz informação incom a quali-
pleta e conduz a erros. Deve-se ter em m
menos os dados relativos a um ciclo hid ãos pelo
rológico, abrangendo todos os parâmetr
possam apresentar variações sazonais sig os que
nificativas e que sejam relevantes para a
de decisão. Destaca-se que existem equip tomada
amentos que permitem fazer o monitora
da qualidade da água em tempo real, co mento
m a possibilidade de teletransmissão dos
Ao definir o plano de amostragem, deve dados.
-se avaliar a relação custo-benefício dest
Quanto ao horário mais adequado para a opção.
as coletas, deve-se levar em consideração
especificidades de cada caso. Para caracte as
rizar o fitoplâncton de um manancial, po
p\o, deve-se ter conhecimento de que r exern-
a comunidade fitoplanctônica pode ap
movimentos de migração vertical na colu resentar
na de água durante o dia . Assim, se é d
definir a a\tura da captação em função d esejado
a menor concentração do fitoplâncton d
maior parte do dia, é necessário realizar a ura nte a
mostragem nictemeral (no decorrer de 2
intervalos de 4h ou menos), para ser con 4h, com
hecida esta dinâmica . ·
Na Tabela 4.12 são apresentadas alguma
s condições para amostragens da água b
e da tratada, baseadas na Portaria nº 518 ruta
/2004 e em publicações da OMS . Ressalta
a definição da periodicidade das amostra -se que
s deve ser baseada no bom senso e na b
ca. Assim, por exemplo, se em função oa técni-
da população de uma localidade, e tom
como referência as exigências da Portaria ando-se
nº 518/2004, for necessária a coleta de 6
tras mensais para determinação de colifo 0 amos-
rmes totais na rede de distribuição, as co
devem se concentrar em alguns poucos letas não
dias do mês, mas sim ser distribuídas un
mente, por exemplo, com duas coletas d iforme-
iárias·. Além disso, é conveniente que a
coleta varie de dia para dia e a ordem hora de
dos pontos varie de mês para mês, de
garantir maior aleatoriedade na amostrag modo a
em e evitar a coincidência de eventos qu
segundo o dia do mês. e variem
200
- E
Qualidade da água para consumo humano I Capitulo 4
Para que as amostras tenham validade, devem ser observadas rigorosamente as recomen-
dações técnicas aplicáveis às etapas de coleta e preservação das mesmas. Os cuidados devem
ser tomados desde a colocação das etiquetas de identificação até o transporte das amostras ao
laboratório. As orientações apresentadas a seguir são de caráter geral e visam exclusivamente a
chamar a atenção do leitor para a importância e a especificidade das etapas de coleta e preser-
vação de amostras, para garantir que não haja alteração apreciável na qualidade da água
1
durante a coleta e o transporte das amostras até o laboratório. Os diversos parâmetros físicos,
químicos e biológicos a serem analisados podem exigir técnicas de coleta e preser;vação muito
1
distintas e específicas, motivo pelo qual se recomenda a consulta de publicações especializadas
tal como o Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater.
t
Coleta das amostras: o primeiro cuidado que se deve ter ao coletar as amostras que
serão analisadas refere-se à colocação de etiquetas de identificação. Todas as amostras
devem ser acompanhadas de uma ficha de campo, na qual constarão dados como nome
,
201
Abastecimento de água para consumo humano
202
•
-
Qualidade da água para consumo humano I Capftulo 4
(conclusão)
Exames físicos De modo geral, a alíquota coletada, se proveniente de amostrador,
e químicos deve ser retirada logo após aquela destinada a exames bacteriológicos,
e ser resfriada. O frasco destinado a conter a amostra deverá ser
previamente descontaminado em laboratório e rinsado, em campo,
com a própria água a ser amostrada. O tamanho dos frascos vai ser
determinado pelas necessidades de consumo dos métodos analíticos
empregados e pelas réplicas desejadas. Na coleta de amostras em
sistemas de distribuição a linha deve ser inicialmente esgotada por
aproximadamente 3 a 5 mínutos, antes de recolher-se a amostra.
Amostras de lodo e sedimentos são coletadas com dragas e transferidas
•
para o frasco adequado .
Exames São várias as comunidades aquáticas que podem ser amostradas para
biológicos exame, das quais citam-se:
• a coleta de fitoplâncton é feita com rede de fitoplâncton (malha com
abertura de 25µm ou menos), quando se deseja amostra concentrada
para a anáfise qualitativa, mantendo-se parte do material vivo (somente
resfriado) e parte preservada com solução de formalina a 4o/o, e, para
análise quantitativa, colhendo-se direto do amestrador ou invertendo-se
o frasco a aproximadamente 15 cm de profundidade (manancial), ou
simplesmente enchendo-se o frasco com água da torneira (no caso de
sistema de distribuição). O frasco de armazenagem deve ser
previamente lavado e seco, adicionando-se algumas gotas de lugoJ
(preservante) logo após a colheita da amostra, até se obter cor de chá.
Mantendo o frasco bem vedado, a amostra pode ser conservada por
anos, sem alteração significativa para as análises do fitoplâncton;
• a coleta de zooplâncton é feita com amestrador especial de grandes
dimensões (capacidade de 1Oa 12 L) e que não cause turbulência na
água, para que o zooplâncton maior não escape antes de ser
amostrado. Um exemplo é a armadilha de plâncton Schindler-Patalas. A
preservação é feita com etanol a 70°/o;
• a coleta de bactêrioplâncton é feita com material estéril e através dela
é avaliada a presença de vários grupos de bactérias na amostra
(bactérias heterotróficas totais, Escherichia co/i, coliformes totais, etc.),
inclusive a biomassa bacteria.na;
• a coleta qualitativa de perifiton é feita raspando-se pedras submersas,
pedaços de pau, etc., do local, ou então se empregando substratos
artificiais, tais como lâminas padrão de microscópio ou de plexiglass,
que·são fixadas no local de coleta. Recolhe-se o material aderido após
algum te·mpo de exposição para a formação de coleções;
• a coleta de macroinvertebrados é feita com dragas para sedimentos
de fundo, ou com o amestrador de Surber, para profundtdade:s de até
60 cm, em rios de muita correnteza. Pode também ser feita com redes
•
ou peneiras.
•
203
r
• Abanecfmento de égua para consumo humano
É importante que os laboratótios responsáveis pela análise das águas possuam um pro-
grama de controle de qualidade formalizado, que abranja: a qualificação e a capacitação
periódica dos recursos humanos; a manutenção preventiva e a calibração periódica de equi·
pamentos, conforme recomendações legais ou dos fabricantes; a verificação da qualidade
dos reagentes utilizados nas análises; a existência de documentação detalhada dos procedi·
mentos de rotina do laboratório, tais como regras de segurança, protocolos descritivos dos
procedimentos utifizados nas análises, instruções de coleta e armazenamento de amostras,
calibração dos instrumentos (incluindo as vidrarias e equipamentos como balanças), preparo
e armazenamento de reagentes. Esse conjunto de ações visa a garantir a produção de resul·
ª
tados com máxima confiabilidade. Todos os métodos analíticos devem ser padronizad.~s
~u~h~ç!o Stand~rd Methods for the Examination of Water and Wastewater, de auto~ª~
inst1tu1çoes Amencan Public Health Association (APHA), American Water Works A5SOC:1at1on
•
204
Quali dade da água para consumo huma no I Capi
tu lo 4
205 •
Abastecimento de água para consumo humano
(4.2)
Em que:
(4.3)
Em que:
206
•
Qualidade da água para consumo humano I Capítulo 4
Segundo o critério da CETESB, a qualidade das águas interiores, indicada pelo rQA
numa escala de O a 100, pode ser classificada em faixas, conforme mostrado na Tabela
4.14. Ressalta-se o caráter genérico do IQA e a possibilidade de sua alteração para aplica-
ções mais específicas, em função dos parâmetros utilizados na caracterização da água, da
escala d·efinida para qi e da importância relativa atribuída a estes parâmetros (wi). Assim,
considerando-se a definição de IQA a partir dos parâmetros OD, DBO, coliformes, tempera-
tura, pH, nitrogênio total, fósforo total, turbidez e sólidos totais, a qualidade da água pode
ser considerada ótima, mesmo se ocorrer contaminação do manancial por substâncias não
quantificadas através daqueles parâmetros. É conveniente relembrar que, no caso de água
tratada destinada ao consumo humano, sua qualidade deve ser avaliada em relação à
legistação vigente que atualmente· é a Portaria nº 518/2004.
•
• Abasteclmento de ã9ua para consumo hum.a no
t
1
4.5 Padrões
... . . . ........
- ., .. de
, . ,-_
P<?t~~.il~~.~de.
1-..J•• · · · ·
.
451. Parâmetros de caracterização da água destinada ao consumo
humano
208
•
-
Qualidade da ~gua para consumo humano I Capitulo 4
água no sistema de distribuição, para garantir a segurança sanitária. Estas ações permitirão
orientar medidas corretivas, indícios de risco à saúde e a compatibilidade entre as caracterís-
ticas da água bruta e o tipo de tratamento existente (Bastos et ai., 2003).
Para todos os parâmetros citados na Tabela 4.16 são especificados os valores máximos
permissfvels (VMP) na água destinada ao consumo humano. o leitor pode consultar estes
f valores na Portaria nº 518/2004 do Ministério da Saúde, facilmente obtida pela Internet. A
revisão da referida Portaria é prevista para ocorrer a cada 5 anos ou a qualquer momento;
mediante solicitação justificada dos órgãos de saúde ou de instituições de pesquisa de
reconhecida confiabilidade, podendo alterar 05 valores, assim como incluir ou excluir al-
guns parâmetros que hoje constam no padrão de potabilidade brasileiro.
No Brasil, os padrões de potabilidade foram inicialmente estabelecidos pela Portaria nº
•
l
56/Bsb de 14/03/1977. Esta foi revogada pela Portaria nº 36 de 19/01/1990. Dez anos
depois foi feita a revisão da Portaria nº 310/2000, quando foi promulgada a Portaria
nº 1.469. Em 25/03/2004 esta Portaria foi praticamente reeditada e denominada Portaria
nº 518/2004, atualmente em vigor, a qual estabelece os procedimentos e responsabilidades
relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão
de potabilidade, e dá outras providências.
•
209
.1
·- ---·z--·-z·_r_r_
Abastecírnento de água para c·o nsumo humano
,. _ .assr . • • • s •· r ' ••
· " P~ta.bifid~de da água para consu_mo humano: Escherichia co . -
Padrão mrcrobiológico Coliformes Termotolerantes, Cohformes Totais, Bactérias b,
Heterotróficas
Padrão de turbidez para a água pós-filtração e pré-
desinfecção: Turbidez
Inorgânicas: Antimõnio, Arsênio, Bário, Cádmio, Cianeto
Padrão para substâncias Chumbo, Cobre, Cromo, Fluoreto, Mercúrio Inorgânico, '
químicas que
representam rjscos à Nitrato, Nitrito, Selênio
saúde Orgânicas: Acrilamida, Benzeno, Cloreto de vinila, 1,2
Dicloroetano, 1-1 Dicloroeteno, Diclorometano, Estireno,
Tetracloreto de carbono, Tetracloroeteno, Triclorobenzenos I
Tricloroeteno
Agrotóxicos: Alaclor, Afdrin e Dieldrin, Atrazina, Bentazona,
Cfordano, 2,4 D, DDT, Endrin, Glifosato, Heptacloro e
Heptacloro-epóxido, Hexaclorobenzeno, Lindano,
Metolacloro, Metoxicloro, Molinato, Pendimetalina,
Pentaclorofenof, Permetrina, Propani(, Simazina, Trifuralina
Cianotoxinas: Microcístinas
Desinfetantes e produtos secundários da desinfecção: 2,4,6
TriclorofenoJ, Bromato, Clarito, Cloro livre, Monoclo roa mina,
Total de Trihalometanos
Padrão de radioativjdade Radioatividade alfa global e Radioatividade beta global
210 J
Qualidade da água para consumo humano I Capftulo 4
águas tratadas e menos de 500 UFCmL-1 para a água bruta; no Brasil, a Norma de
Qualidade da Agua para Consumo Humano específica que esta análise deverá ser feita em
20°/o das amostras mensais de água tratada, no sistema de distribuição, e a contagem
não deve exceder 500 UFCmL-1.
Outros casos ilustrativos referem-se ao arsênio, à microcistina e aos trihalometanos.
Na Portaria nº 56/Bsb de 1977 o VMP de arsênio era de 0, 1 mgL-1, na Portaria nº 36 de
1990 admitia-se 0,05 mgL-1 e na Portaria nº 518/2004 este valor foi reduzido a 0,01 mgL-1.
Um fato histórico importante para explicar essa maior exigência em relação ao arsênio foi
a contaminação de milhões de pessoas ocorrida em Bangladesh, pelo consumo continuado
de água contendo teores elevados de arsênio. Essa tragédia ficou mais conhecida na déca-
da de 1990. Em relação a microcistina, essa substância passou a fazer parte do padrão de
potabilidade brasileiro no ano 2000, em decorrência da morte de dezenas de pacientes de
uma clínica de hemodiálise na cidade de Caruaru-PE. Até então não era exigido explicita-
mente o monitoramento das cianotoxinas como a microcistina. Quanto aos trihalometanos,
somente a partir do ano de 1974 passou-se a ter preocupação com eles, quando um
trabalho científico demonstrou que a reação de cloro com matéria orgânica pode gerar
estes compostos e que eles são potencialmente prejudiciais à saúde. Na Portaria nº 56/Bsb,
de 1977, os trihalometanos não eram mencionados. Eles foram incluídos no padrão de
potabilidade brasileiro a partir da Portaria nº 36 de 1990.
Observa-se, com estes breves relatos, que os padrões de potabilidade variam em função
do avanço do conhecimento científico que se tem sobre os riscos potenciais de determinadas
subst.âncias e com o aperfeiçoamento das técnicas de detecção e de remoção das
mesmas, na água destinada ao consumo humano. É importante observar que, mesmo
atendendo a todos os VMP estabelecidos, ainda assim pode haver riscos, até o momento
desconhecidos para a saúde, pelo consumo da água e, portanto, não constantes dos pa-
drões estabelecidos. Destaca-se assim que o conceito de água potável adotado na Portaria
nº 518/2004 refere-se à água que não ofereça riscos à saúde, ou seja, os responsáveis pela
1 operação de sistema de abastecimento ou solução alternativa devem estar atentos a quais-
' quer riscos que possa representar o consumo da água distribuída à população, indepen-
dentemente do risco provir ou não de um parâmetro que conste na referida Portaria. E,
nesse sentido, a Portaria nº 518/2004 trouxe importantes avanços para garantir a qualidade
sanitária da água,
, 4.5.2 Amostragem
212
•
Qualidade da água para consumo humano I Capítulo 4
artigo 18)
Trihalometanos Superficial 1
Subterrâneo -
Demais Superficial ou 1
parâmetrost3> Subterrâneo
NOTAS: (1) Cloro residual livre; (2) As amostras devem ser coletadas, preferencialmente, em pontos de maior tempo de
detenção da água no sistema de distribuição; (3) Apenas será exigida obrigatoriedade de investigação dos parâmetros
radioativos quando da evidência de causas de radiação natural ou artificial; (4) Dispensada análise na rede de
distribuição, qu.ando o parâmetro não for detectado na saída do tratamento e/ou no manancial, à exceção de
substâncias que potencialmente possam ser introduzidas no sistema ao longo da distribuição.
Subterrâneo Diária
l
213
-
. '. (conclusão)
- - •
uperficial Semanal
(Conforme § 5º do
artigo 18)
Trimestral Trimestral Trimestral
·uperfidal Trimestral
Anual Semestral Semestral
Subterrâneo -
Semestra1ro Semestral<3> Semestralª>
Superficial ou Semestral
Subterrâneo
..
X T
População abastecida
_ i . _ 7
-
d
< 5.000 hab. s.oo,oa 20.000 hab. 20.000 a 250.000 hab. > 250.000 hab.
214
Qualidade da ~gua para consumo humano I Capítulo 4
215
AbastecJmento de água para consumo humano
As Secretarias de Saúde dos Estados e do Distrito F':deral cabe: garantir, nas atividades
de vigilância da qualidade da água, a implem~ntaçao de um plano de amostragem
pelos municípios, observadas as dire:rizes específicas a serem elaboradas pela FUNASA; e
executar ações de vigilância da qualidade da ág~a, d~ !?rn:1ª com~lement~~· em caráter
excepcional, quando constatada, tecnicamente, 1nsuf1c1enc1a da açao mun1c1pal, nos ter~
mos da regulamentação do SUS. .
Já às Secretarias Municipais de Saúde cabe ainda:
216
Qualidade da água para consumo humano I Caprtufo 4
217
--
• -- •
218 •
Qualidade da água para consumo humano I Capítulo 4
1
219
Abasteclm,e nto de 6gua para consumo huma,no
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t
1
•
•
'
•
r
•
221
Capítulo 5
•
Mauro Naghettini
5.1 Introdução
223
.
Abastecimento de 6gua para co.nsumo humano
'
224
•
Mananciais superficiais: aspectos quantitativos f CapJtulo 5
Lago
Oceano
:;;,-~~
Aquífero
=
E Evaporação P = Precipitação f = Infiltração
S =Escoamento superficial B = Escoamento subterrâneo T = Transpiração
Figura 5.1 - O ciclo hidrológico
Parte da água que se infiltra fica retida em poros na camada superior do solo, p:,ela
ação da tensão €af)ilar. Essa umiclade retictla no solo pode ser absorvida pelas raízes da
vegetação ou pocde sofrer evaporação. Outra parte do volume infiltrado pode formar o
escoamento subsuperficial, através das vertentes e camadas mais superficiais do solo. o
restante da água de infiltração irá percolar para as camadas mais profundas, até encontrar
uma região ma qual todos os interstícios do solo estarão preenchidos por água. Essas cama-
das de solo saturad@ com água são chamadas lençóis subterrâneos e repousam sobre
substratos impermeáveis ou de baixa permeabilidade. CD escoamento subterrâneo em um
aqüffero, por exemplo, pode se dar em cdix,ersas direções e, eventualmente, emergir em um
lago ou mesmo sustentar a vazão de um rio perene em perío@os de estiagem.
Se a chuva exceder a capacidade máxima de imfiltraçã© do sol©, esse excesso irá inici-
almente se acumuJari em depressões e, em seguida, formar o escoamento superficial. Esse
ocorre através de trajetórias preferenciais, sulcos, ravinas, vales e cursos d'água, os quais
• finalmente irão desaguar nos mares e oceanos. Nesse trajeto da água superficial, @@dem
©correr, mais uma vez, @erdas por ir1filtração e evaporação, conforme as característiGas de
relevo e umidade presente no solo.
O cicf© thiclrológice completa-se pele ret©rno à atmosfera da água armazenada pelas
plantas, pelo solo e pelas swperffcies líquidas, som a forma de vapor d'água. Quando essa
mudança de fase term ©rigem em superfícies líquidas, dá-se o nome de evaporação
simplesmente. As plantas, por sua vez, aesorvem a água retida nas camadas super.i0ries ae
solo, através de seus sistemas radiculares, utilizand©-a em seu processo de crest!:imente.
225
..
Abost,cim~nto de água para consumo humano
t
•
Consjderando os seis processos principais do ciclo da água, pode-se fazer uma estima-
tiva das quantidades de água que passam por cada uma destas etapas. Esta quantificação
advém da aplicação do princípio da conservação da massa, cuja formutação representa a lei
fundamental da hidrologia ou equação do balanço hídrico. Esta é a expressão da equação
da continuidade aplicada ao ciclo hidrológico em uma bacia hidrográfica · ou em uma
determinada região e define a relação entre os fluxos médios de água que entram (Qe)
226
Manancla,~ ur, ,ria lo 1.1tr,ectru QuDn1'tauvos I Capitulo 5
e que saem (05) de um sistema definido no espaço e o volurne armazenado AV, durante um
intervalo de tempo tit
(1)
- - -os, + o
-
v2- v, -_Oe, + oe2 - S2
t2-t1 2 2 (2)
227
1
= =
•
----
= := • "' = ;
Exemplo 5.1
Deflúvío - Considere que a seção fluvial que drena uma bacia hidro-
gráfica de área igual a 100 km2 apresenta uma vazão média anual de
1 , 5 m3/s. calcule O deflúvio anual.
Solução
m3
Q- 1
5
5=. x 86.400 x 365(s)= ·~ x 86.400 x 365=0,473m=473mm
2
A(m ) 10
Exempfo 5.2
228
Mananciais superficiais: aspectos quantitativos I Capitulo 5
1
9
NA(m) Volume (x10 m 3
) Area do reservatório (km } 2
'
Solução
m3
v;ª -V~ª =(P-E)x A+[(Qe -Q )x 86.400 x 31]<=>m
5
3
=mm xm + x s
s
2
Vta-14,35512 X 10 9
=(0,005 -0,110 )x 996,38 X 10 +
6
229
, . . ; : sss : a a a a a o . ta -
230
•
j e a -- ___ - •• , ...,,-s::,- a- ..~, -.. .r. j ,._. ::' - a a = = =
3 6 3 3
Volume m , 10 m , (m /s).mês
Altura equivalente (Deflúvio) mm ou cm sobre uma área
Escoamento subterrâneo Vazão 3
Umin, Uh, m /dia
3 6 3
Vofu.me m , 10 m
Uma bacia hidrográfica é uma unidade fisiográfica, limitada por divisores topográficos,
que recolhe a precipitação, age como um reservatório de água e sedimentos, defluindo-os
em uma seção fluvial única, denominada exutório. Os divisores topográficos ou divisores de
água são as cristas das elevações do terreno que separam a drenagem da precipitação entre
duas bacias adjacentes, tal como ilustrado na Figura 5.2.
A bacia hidrográfica, associada a uma dada seção fluvial ou exutório, é individualizada
pelos seus div;sores de água e pela rede fluvial de drenagem. Essa individualização pode se
fazer por meio de mapas topográficos. Os divisores de água de uma bacia formam uma
linha fechada, a qual é ortogonal às curvas de nível do mapa e desenhada a partir da seção
fluvial do exutório, em direção às maiores cotas ou elevações (Figura 5.2). A rede de drena-
gem de uma bacia hidrográfica é formada pelo rio principal e pelos seus tributários, cons-
tituindo-se em um sistema de transporte de água e sedimentos, enquanto a sua área de
t drenagem é dada pela superfície da projeção vertical da linha fechada dos elivis@r:es de
água sobre um plano horizontal, sendo geralmente expressa em hectares (ha) ou quilôme-
I tros quadrados (km2).
Uma bacia hidrográfica é um sistema que integra as conformações de relevo e drena-
gem. A parcela da chuva que se abate sobre a área da bacia e que irá transf©rmar-se em
escoamento superficial, chamada precipitação efetiva, escoa a partir das maiores elevações
do terreno, formando enxurradas em direção aos vales. Esses, por sua vez, concentram
1
231
Abastecimento de água para consumo humano
695
680
Divisor de Águas
655 660 65 70
Exutório
232 .
1
~
Mananciais superflciais: aspectos quantítativos I Capítulo 5
Tempo t
B
1
Q (t) 1
1
1 Volume de recarga dos
1
J escoamentos subsuperficial
1
e subterrâneo
p (t) Chuva 't
1
Omax
efetiva 1
1
'1
1
1
1
• J
'' .,.,"" ,,, ... ..- - -
1
' __ ...
•
-... ..........
~
., .,,, -
... r
1 e
A --- •
'
1
1
'
•
Tempo t
-
Figura 5.3 - Hidrograma caracter{stico de urna bacia hidrográf ica
5.6 Precipitação
•
A precipitação é a descarga líquida ou sólida que se abate sobre a superfície terrestre,
resultante da condenspção do vapor d'água atmosférico. A precipitação pode ocorrer.~@b
diversas formas, como chuvisco, chuva, ~ranizor orvalho, geada ou neve. O chu\tisce ·G:@fril - ·
• •
siste em gotículas'muito finas de água, com diâmetros entre O, 1 e 0,5 mm, que se preeiµi- •
tam sobre a superfície, com intens1claGies tão baixas que às vezes parecem flL1tuar tirQ ar
atmosférico. A chuva é formada por gotas maibres, G:om dlêmetros entre OÍS e 5 mlm\,~lt.le
se precipitam com intensidades muito variáveis e dependentes de mecanismo de as@ ensão
·23,3 • •
• •
'
'
a
,..... a
234
··--
A chuva que se abate sobre uma determinada área pode ser medida, em um dado
ponto, por meio de apare1hos denominados pluviômetros e pluviógrafos. Em alguns casos,
pode-se medir a sua extensão e va·riação espacial por meio do radar meteorológico. O
pluviômetro é um recipiente metálico, com volume capaz de conter as maiores precipita-
ções possfveis, em um intervalo de 24 horas. Esse recipiente possui uma superfície horizontal
de captação da chuva tal que o total diário de precipitação pode ser obtido por
V
P~ 10 -·
A (4)
235
1'9(1!111 = a w
llr
•
m--··-··-··-··-··-··-··-i11
1 :
1,5 m •
1
•••
••
o
1
1 ••
•• 1
1 ••
•• 1
1 ••
25mm •• 1
7mm
1
•1•
••
'
l.I. -··-··-··-··-··-··-··-
planta
.. ''
,,
•
bocal
'·,
•
•
mesa .
massade ~
•
limitador de
máxima balança
Figura 5.5 Pluviógrafo
w
ali acumulado, fazendo com que a pena volte à posição de origem e reinicie o re9i~ljj da
precipitação continuada. Esse dispositivo automático de descarga permite r~j:j.etir.il)ãê.{ini:
damente o ciclo de medição, e assim registrar sobre o gráfico qualquer voly'J1ê;d'ãfj~ ~: :
precipitação. O gráfico da variação da chuva ao longo do dia é denominad0.P.J~viõ9~mª:,
O impresso apropriado a esse gráfico deve ser substituído pelo oper~dor dà ~stã'-ãl · :Í~1' . .
gráfica às 7 horas da manhã de cada dia. A Figura 5.6 rei:>roçluz o p\'~V;i99r~'g.i. ·. a!·.QB rQl{i- .·. :;
97, registrado pelo pluviógrafo do tipo massa de uma estação pluviógráfic~~Qfü.ê. "'é~ ' .-Wt::t;:.:,
exemplo, a ocorrência de uma precipitação contínua de.cerCa de 17 mlTl durá~ Ef a · . ~~!M'.S\:':ii
e as 15·20 horas de 05/01/97 · · ·· ••. ' - t,;_:!!if:,
. • :. "";;,, ~ /:t.jl_.
.::.,,·":,,·,t,
- , · .-::..,:~.r< ~; .. s'~:..;:i-·:~~;_{~·~;~·t.;:~. ... • ,r(},._,.
236 " .
1 .... •
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Figura 5.6 - Reconstituição gráfica do pluviograma de 06/01/97
237
f. Abastecimento de água para consumo humano
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Mananciais superficiais: aspectos quantitativos I Capitulo 5
'
época seca ocorre entre setembro e novembro. Nas regiões sudeste e centro-oeste, as
precipita~ões concentram-se entre outubro e março e são escassas durante os meses de
inverno. Na região sul, as precipitações mensais variam relativamente pouco ao longo do
ano, sem a presença de uma sazonalidade tão marcada como a observada na região sudeste.
A Figurç1 5.8 exemplifica a variação das alturas médias mensais de precipitação ao longo do
ano para três cidades, localizadas em diferentes regiões do Brasil.
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Horizonte de 1961 a 1989. Observe que existem períodos com muita precipítação e perío-
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239
Abast~clmento de água para consumo humano
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Figura 5.9 - Variação de Precipitação Mensal em Belo Horizonte, de 1961 a 1989
240
Mananciais superficiais: aspectos quantitativos l Capítu lo 5
241
Abastéclmento de água para consumo humano
poros
poros
•
Figura 5.1 o - Poros ou vazios em uma amostra de solo
os poros ou vazios de um solo têm dimen~ões muito variáveis. P~r pe:~itirem ~ pe~co-
lação descendente da água sob a ação da gravidade, os poros de maior d1ametro sao ditos
gravitacionais. Os de menor diâmetro são chamados poros capilares, por permitirem a
retefilção da água, sob a ação da tensão superficial entre os fragmentos do solo e a super-
fície líquida. A água penetra e se movimenta no interior do solo pela ação combinada das
forças gravitacionais e capilares. Ambas agem verticalmente e provocam a percolação da
água infiltrada em direção às camadas mais profundas do solo. Entretanto, as forças capi-
lares-também agem lateralmente, desviando parte da água gravitacional para os poros
capilares. Essa ação das forças capilares provoca o decréscimo progressivo do escoamento
gravitacional, à medida que a frente de umidade avança em direção às camadas mais
profundas do solo. A retenção de água pelas forças de capilaridade faz com que o escoa-
mento gravitacional se processe com resistência hidráulica progressivamente maior, através
de poros cada vez menores, à medida que a precipitação avança no tempo. Pelas mesmas
razões, a quantidade de água que se infiltra no início de uma chuva é menor se os poros
capilares já estiverem sido preenchidos por um evento chuvoso anterior.
Em 1933, Horton definiu o termo capacidade de infiltração, doravante simbolizado
por fp,, como sendo a quantidade máxima de água que um solo, sob dadas condições,
pode absorver na unidade de tempo e por unidade de área horizontal. Portanto, a capaci-
dade de infiltração refere-se a uma razão de variação ou intensidade máxima de absorção
de água e suas unidades usuais são mmlh ou mm/dia. Em um dado instante, a intensidade
atual de infiltração Íj será igual à capacidade de infiltração ti somente se a intensidade de
chu~a i igualar ou exceder fp. Nesse caso, o volume de chtva que excedeu a capacidade
máxima de absorção do solo poderá acumular-se em depressões ou transformar-se em
~scoa~e~to superficial. Contrariamente, sob a condição i ~ fp, todo o volume de precipitação
irá se infiltrar~ aumentando o teor de umidade retida no solo ou percolando para O
lençol subte~raneo. Essas duas situações estão indicadas na Figura 5.11, por meio de urna
representaçao por reservatórios hipotéticos.
242
d
Mananciais superficiais: aspectos quantitativos 1 Capitulo 5
capacidade
de infiltração
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uma ~huv.a de ifiltensíclaEfe uraif0time
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Abastecimento de água para consumo humano
A influência da textura do solo pode ser visualizada na Figura 5.13a. Um solo arenoso
com poros de grande diâmetro, drena mais efetivamente a água gravitacional e tem maio~
capacidade de infiltração do que um solo argiloso. Por outro lado, a presença de cobertura
vegetal não só atenua a compactação provocada pelo impacto das gotas de chuva, como
também cria condições favoráveis para a ação escavadora de insetos e animais, além de
pequenas fissurações no solo, ao longo do sistema radicular da planta. A combinação •
desses efeitos faz com que a presença de vegetação atue no sentido de aumentar a capa..
c1dade de infiltração, como ilustrado na Figura 5.13b. A macroestrutura do terreno tam-
bém influi na capacidade de infiltração. De fato, terrenos arados ou cultivados favorecem a
absorção de água pelo solo, tal como mostra a Figura 5.13c. Finalmente, se o solo estiver
s,eco no início da chuva, a infiltração será grandemente facilitada. Contrariamente, um
maior teor de umidade presente no solo irá atuar no sentido de diminuir a capacidade de
infiltração, tal como ilustra a Figura 5.13d.
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244
I 5
Mananciais superficiais: aspectos quantitativos Capítulo
(5)
constante k..observe que para t=O, fp=fo e para t=oo, fp=fc. o volume total de infiltração
F (mm), ao fim de um tempo t, é dado por:
(6)
245
Abastecimento de água para consumá humano
urna troca contínua de moléculas em estados líquido e gasoso. A medida que o pr~cesso
de evaporação continua, a pressão de vapor na camada imediatamente acima da superfície
evaporante aumenta, até atingir o seu valor de saturação. Para que o pràcesso de evapG>ração
continue, é necessário que aquela camada de ar saturado de vapor d'água seja removida e,
11
conseqüentemente, possa existir um '' déficit de saturação A remoção da camada de ar •
saturado é proporcionada pela ação do vento sobre a superfície líquida. Portanto, para
haver e manter a evaporação é prec.iso: (i) que haja suprimento de energia; (ii) que exista
um gradiente de pressão de vapor entre a superfície evaporante e a atmosfera; e (iii) que
haja vento atuante. Essa descrição qualitativa permite concluir que o processo de evaporação
•
compreende as etapas de transferência de calor e transferêncía de massa .
A evaporação de um lago ou reservatório não pode ser medida diretamente. Por essa
razão, o cálculo da evaporação de um corpo d' água faz-se através de abordagens indiretas,
entr~ gS quais destaca-se a medição por tanques evaporimétricos, que são pequenos reser..
vafórios impermeáveis, cheios de água, expostos às condições atmosféricas e instalados
préximos ao lago ou reservatório cuja evaporação se quer estimar. A evaporação diária do
. tanque evaporimétrico é obtida pelo príncípío do balanço hídrico. O tanque evaporimétríco
de l:JSO mais difundido no Brasil é o chamado ''tanque classe A'', originalmente padronizado
pelo U. S. Weather Bureau. Trata-se de um tanque cjrcular, construído em aço galvanizado
sem p;ntura, de diâmetro 122 cm e altura 25,4 cm, tal como ilustrado na Figura 5.14.
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micrômetro
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Poço tranqüilizador Estrado de
25,4 cm madeira
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246
•
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Mananaaís superf1c1aís: aspectos quantitativos I Capítulo S
247
b
Abastecimento ·d e água para consumo humano
248
1 5
Mananciais superltcials: aspectos quantJtatJvos Capitulo
As vazões de uma bacia hidrográfica resultam de uma complexa interação dos diver-
sos processos de armazenamento e transporte do ciclo hidrológico, .De fato, o decréscimo ..
da capacidade de infiltração ao longo da duração de um episódio de chuva, resultante do
aumento do teor de umidade do solo, faz com que o excesso de água concentre-se em
depressões do terreno. Com a continuidade da chuva, o excesso de água, em relação à
capacidade máxima do armazenamento em depressões, começa a escoar sob a forma de
lâminas de escoamento superficial em direção às menores elevações do terreno. Tal escoa-
mento superficial, conseqüência da chamada precipitação efetiva sobre a bacia, é o de
maior velocidade de transporte entre todos os elementos que compõem as vazões dos
cursos d'água. Os outros componentes, a saber, os escoamentos subsuperficial e o subter-
râneo ou de base, têm resposta relativamente muito mais lenta.
O escoamento sub-superficial corresponde à parcela da água infiltrada que escoa atra-
vés da zona não saturada do solo. O escoamento através do meio poroso, constituinte dos •
horizontes mais superficiais do subsolo, faz-se com maior resistência hidráulica do que
249
AbaS"b.!clmento de água para consumo humano
~corre com o escoamento superficial. Pelas mesmas_ razões, porém de modo ainda .
intenso, o escoamento de base, correspondente à agua de recarga do armaz:en rnais
subterraneo, apresenta as menores velocidades dos três componentes das vaz:õesª;ento
. curso d'água. Em geral, o escoamento através de um aqüífero processa-se em e.um s
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laminar, demorando s.emanas ou até meses para contn Ulí para a vazao de um rio ou fl . reg1rne e
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Línfg·rafo
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Réguas Linimétricas
NA
RN1
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Largura: O~ x ~ L
Profundidade: O~y Sp(x)
local. o Exemplo 5.3, a seguir, ilustra o cálculo de uma medição de descê:\r.ga~,-· .: ~. ,., '::~. -: .· · · ._ ._. :
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·251
Abasté,lme!'lto dé ág ua pa ra consum
o humano
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Tipo Hélice - eixo horizontal (marc
a A. Ott)
Exemplo 5.3
Verticais
Distâncias entre verticais (L).
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0,271 0,41 2
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0,62 0 ,150
0_500
0.214
1,40
1,60
0,390 1,75
0,397 velocidades pontuais <Y em m/s)
0,380
2,86 2,85
profundidades (P em m )
2,95
252
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Solução:
V1 (m/s)
* g, (m1 /s)
,· Vertical _L. (m) Le {m) ** Lmédlo (m) P1 (m) At (m2 ) 20% P 60% P 80% P V1médio
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1,50 T,50 0,620 0,930 - 0, 170
2 1,50 1,20 - 0,214 0,243 0,524
1,35 1,60 2, 16 0,271
3 1,20 1,40 1,30 - 0,397 0,405 1,50
2,86 3,72 0,412
4 1,40 1,00 1,20 0,380 0,440 1,56
2,95 3,54 0,500
s 1,00 1,40 T,20 2,85 3,42 0,485 - 0,390 0,438 1,50
6 1,40 2,00 1,70 0,257 0,289 0,860
1,75 2,98 • 0,321
7 2,00 2,50 2,25 1,40 3, 15 O, 178 - O, 150 0, 164
o, 110
0,517
0,303
..
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* • Comprimento do subtrecho anterior à vert' 1
'* * • Comprimento do subtrecho
. 1ca
posterior à vertical
Vazão Total (m3/s) 6,92
Area Molhada (m2) 22,6
Velocidade Média (m/s) 0 ,306
Profundidade Média (m) 1,46
253
_____________.
•
254
J
Mananciais superficiais: aspectos quantitativos I Capftulo 5
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seção de controle
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seção de medição.:,>~~~~ .. -
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observador
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Med Descarga
Max
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Descargas
255
Abastedment:o de água p:ara consumo humano
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- · Figura 5.1 9 _ Foto e es,quema de um vertedor triangular em 90º (adap. NOLAN et ai., 1998)
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10
OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAi JN - JUL AGO SET
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· Figura 5.20 - Fluviograma típico de estação fluviométrlca do sudeste brasileiro
256
5
Mananciais. superficiais: aspectos quantitativos I Capítulo
risco para estruturas hidráulicas ali situadas. o estudo das vazões de enchentes é necessário
para o dimensionamento de vertedores de barragens, canais, bueiros, galerias de drena-
gem, localização de tabu,eiros de po.ntes e casas de máquinas, alturas de diques e muros
de contenção,. determinação do volume de controle de cheias em barragens, bem como
planejamento da ocupação de planícies de inundação .
H2(leito maior)
H1 (leito menor)
257
o hu m an o
Ab as te cim en to de água para consum
u
nte capít . lo se rã o ab orda d o s so m e nte
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. . porte. No prese de m a ro r ap l1 caça o p ara o proJe to
a s de m a,~r ,, considerad os
hidrológica, em baci rem e ter-se às re ferênci a s
s e "ra cio nal ' d e nd o le it o r
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Escoamento base
258
· t' 1 Capítulo 5
Mananciais superficiais: aspectos quant1ta ,vos
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259
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Tabela 5.5 - Principais distribuições de probabilidade usadas na análise de freqüência de vazões máximas.anuais
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Log Pearson3 * Idêntica à P3 com Y=ln(X) • • * • • •
[ ver Rao e Hamed (2000)) •
'
- 1e(x-& )· ;
1
X<T a
&+M- a
' 2 Raoe
s+-P a
T=s+-
a
dx exp - 1- ~ (,e.O) JC
- N-M 2
Hamed lC lC
a ,K,
'
- - . X>T M = t-r(l+1e) (2000}
P= 6-(- (n F)~]
N=fQ+à:)
(tc<O)
•
Mananciais superficiais: aspectos quantitativos I Capítu lo 5
Uma vez obtidas as estimativas dos parâmetros dos modelos distributivos, prossegue-
se com o cálculo dos quantis x(F) ou x(7), correspondentes a probabilidades Fou a tempos
de retorno T de interesse. O tempo de retorno T é definido como o intervalo de tempo
médio, em anos, necessário para que um certo quantil x(n seja igualado ou superado uma
vez, em um ano qualquer. O tempo de retorno T relaciona-se à probabilidade F, por meio
da expressão T = 11(1 - F). A especificação de Testá associada ao risco hidrológico de
ocorrência de pelo menos uma cheia anual maior do que o quantil de referência, ao longo
da vida útil operacional da estrutura ou empreendimento em questão. O Exemplo 5.4, a
seguir, apresenta um cálculo para a distribuição de Gumbel. Para as outras distribuições,
bem como para outros métodos de inferência estatística, recomenda-se ao leitor a
utilização do pacote computacional ALEA, disponível para download a partir da URL <http://
www.ehr.ufmg.br>. O programa ALEA também verifica a adequação de cada modelo
distributivo~ por meio dos testes estatísticos de aderência do Qui-Quadrado e de Kolmogorov-
Smirnov, bem como apresenta gráficos de aderência visual em papel de probabilidade expo-
nencial.
Exemplo 5.4
Solução
261
•
Abast.edmento de· água para consumo humano
262
Mananciais superficiais: aspectos quantitativos I Capítulo 5
(11)
A Tabela 5.6, a seguir, apresenta valores típicos dos componentes para cálculo de C.
263
- - - - - - - - - - - - - - - - -- - -.
Abastec;imento de água para consumo humano
E.xemplo 5_5 1
--
Deseja-se proteger contra eventuais enchentes uma certa área próxi-
ma a um rese·rvatório de distribuição de água de uma cidade. Para
isso, será projetado um ca1nal de seção circular que deverá drenar uma
bacia hidrográfica de 168 hectares, com capacidade de escoar a vazão
máxima res·ultante de uma chuva intensa de tempo de retorno igual a
50 anos. A bacia possui relevo muito acentuado, com predominância
de solos siltosos e grandes áreas de matas e florestas. O perfil longit u-
dinal do rio principal dessa bacia encontra-se ilustrado na f igura que
0 211
se segue enquanto a curva IDF do local é dada por i=:- - - - 5950T ·
. ' ~+26 )1,15 '
Solução
l
•
Perfil longitudinal
~
1
< 400
1 200
'
·tf o 2000 4000 6000 8000 10000
Distância da nascente (m)
264
~-
Mananciais superficiais: as.pectos quantitativos I Capitu,o 5
265
Abastetlmento de água para consumo humano
seu domínio. Em particular, aos órgãos gestores estaduais compete efetivar a auto
. . d . d rga do
d. ire1to e uso da água, por um período especificado e tempo, não implicando este ato
alienação parcial das águas, que são públicas e inalienáveis. Cada estado fDCou, em sua lee'.11
açao - pertinente,
· uma vazao- mín1ma· de referencra
"' · so bre a qual o poder público concede gis-
'
outorga de direito de uso de recursos hídricos a um usuário ou a uma concessionária d:
serviços de abastecimento de água. A Tabela 5.7 faz um sumário dos critérios usados por
diversos estados brasileiros, relacionando os respectivos órgãos gestores e legislação específica.
E.m sua grande maioria, os critérios estaduais têm como vazão de referência algum
valor característico que pode ser extraído da chamada curva de permanência das vazões
locais, ou dos resultados da análise de freqüência de vazões mínimas anuais. No primeiro
caso, suponha que uma dada seção fluvial disponha de N dias de registros fluviométricos,
para os quais se quer construir uma curva de permanência. Um modo simples de fazê-lo é:
(i) ordenar as vazões Q em ordem decrescente; (ii) atribuir a cada vazão ordenada Om a sua
respectiva ordem de classificação m; (iii) associar a cada vazão ordenada Om a sua respec-
tiva prclbabilidacie empírica de ser igualada ou superada P(Q~Om), a qual pode ser estimada
pela r.a~ão (m!N) e (iv) lançar em um gráfico as vazões ordenadas e suas respectivas
proba,bilidades P(Q2Qm). A Fígura 5.23 exemplifica uma curva de permanência construída
com base nas vazões médias diárias de uma estação fluviométrica, sendo conveniente
ressaltar que 1OO.P(Q20m) pode ser interpretada como a porcentagem do tempo em que
a vazão indicada foi igualada ou superada ao longo do período de registros. Dessa forma,
a vazão de referêncja Q90 corresponde, na curva de permanência da Figura 5.23, ao valor
0,4Sm3/s que é igualado ou superado em 90% do tempo. Se esta estação fluviométrica
estiver localizada em um rio de domínio do estado da Bahia, a máxima vazão outorgável a
um usuário, segund'o a Tabela 5.7, será de 0,80, Q90 ou 0,36 m3/s.
Curva de Permanência
8
7
6
-~ 5
E
~4
t<O
~ 3
>
2
1 •
Q .f...-~-..--~-r~--,.~~..---~~~--~--~--r-----,------i
o 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
% Tempo em que Q>=Vazão
266
Tabela 5. 7 - Critérios de outorga, órgão responsável pela emissão da outorga e legislação pertinente para diversos estados
brasileiros (continua)
•
3li>
..
:,
o
e.
Tabela 5.7 - Critérios de outorga, órgão responsável pela emissão da outorga e legislação pertinente para diversos estados o
C>-
Q
e
brasileiros (conclusão) Ili
'tS
...we,
Estado Critério adotado Órgão responsável Legislação pertin_ente
n
o
:::,
•
"'3e
Lei 11.426/97..... dispõe s0bre a o
Secretaria de Ciência, ::-
Política Estadual de Recursos e
O órgão gestor definjrá os volumes máximos a serem outorgados Tecnologia e Meio 3
Pernambuco Hídricos e o Plano Estadual de I»
:::,
com base nos estudos dos recursos hídricos existentes. Ambiente, através de sua o
Recursos Hídricos
Diretoria de Recursos
Hídricos
Decreto 20.269/97 -
regulamenta a lei anterior~
...., As vazões mínimas, para manutenção da vazão ecológica,
cn Lei 3.239/99 - dispõe sobre a
CIO Rio de estabelecidas pelo Plano de Bacia Hidrográfica, para as diversas Conselho Estadual de
Janeiro seções e estirões do rio, deverão ser consideradas para efeito de Recursos Hídricos
Política Estadual de Recursos
outorga. Hídricos.
Alguns outros estados brasileiros, a exemplo de Minas Gerais, adotam como referência
a vazão média mínima anual de 7 dias de duração e de tempo de retorno igual a 1O anos,
geralmente d~notada por 0 7,10 . Para um dado ano de registros fluviométricos, tal como o
exemplificado pelo fluviograma da Figura 5.20, o valor Q7 anual corresponde à média das
sete menores vazões consecutivas ocorridas naquele período. Para um conjunto de vários
anos de registros fluviométricos, é necessário proceder à análise de freqüência dos respec-
tivos valores anuais de 0 7, para que possa ter a estimativa da vazão de referência 01, 10·
No caso de vazões mínimas anuais, tais como as vazões Q7, o conceito de tempo de
retorno também é aplicável, muito embora tenha que ser redefinido como o tempo médio,
em anos, necess,ário para que o evento A:{a variável X (ou o7) é menor ou igual a um certo
valor} ocorra uma vez, em um ano quafquer. Assim definido e contrariamente ao conceito
válido para enchentes, a relação entre o período de retorno T, em anos, e a probabilidade
F=P(X~) agora é T=1/F. Sabe-se que as vazões médias mínimas, tais como a 0 7, são valores
limitacdGs inferiormente. De fato, nesse contexto, a menor vazão possível é a vazão nula.
Apesar de ~ue qualquer distribuição de probabilidade, cuja variável aleatória tenha limite
inferior, possa ser usada para modelar eventos mínimos, é muito freqüente a utilização da
distribuição de Weibull para esse fim. Embora essa distribuição possa ser prescrita com 2 ou
3 parâmetros, limita-se a descrição que se segue ao modelo distributivo de 2 parâmetros.
Nesse caso, as funções densidade de probabilidade e de probabilidades acumuladas de
Weibull são dadas respectivamente por
(l
I
(14)
nas quais a e b são, pela ordem, os parâmetros de forma e escala. Esses parâmetros são
relacionados às medidas populacionais de posição e dispersão por meio das seguintes
relações:
ClO
1
onde r(.) representa a função gama, dada pela integral r(a)=J tª- exp(-t)dt, cujas solu--
7
•
ções numéricas encGntram-se·tabeladas em diversos livros. .textê de matemática. Dada uma
amostra de vazões médias Q7 mínimas anuais, pode-se estimar os parâmetros da distribuição
269
AtJi,1\oclmti,,lo tia ÂOUO poro consumo humano
270
-
·-
Mananciais superficiais: aspectos quantitativos I Capitulo 5
1 •
Exemplo 5.6
271
. . arã consumo ,,e.um ano.
Abastecimento de água p
..
Solução
272
Mananciais superficiais: aspectos quantítatlvos I Capítulo 5
450
'
40,0 -
•
35,0
-;,'e
-d
E ao.o -
25,0
•••
20.0
• • •
15,0
•
10,0 +_ ---~-----r-----.------.----~---....---------...-----l
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 . 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0
'
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273
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---
Capítulo 6
6.1 Introdução
1
Abastecimento d~ ãg ú a pa ra consumo humano
'
.. . . subterrânea são primordialmente r~
Os mananc1a1s de águba I e perecia carregados pe\a
· f' ltr no su pa ra as camada s ma,s profundas. Ess Parce\a da
chuva que se 1n ª
1 so o
d 5 por lagos e cursos d' água · as rec
são ocasionalmente .aume: : ~ influentes, cujos .argas
fre á tico . o utras contribuições, denominad
superiores à superffoe do ~ ~ 1 0 as d:i~eis São
excesso de irrigação, de vazame
artificiais, ocorrem em funçao ~im ntos em canais e ~cargas
e do uso de poços de recarga a e n ta d o s com excedentes de águas de
. . , en ch e n~ LJtoras,
- ento de esgoto ou de agua . es ou de
estaçoes de tratadm a rc e "
Por outro la o, uma P la dos fluxos de água subterranea deságua em foni-
. d d s t - d .
menta os rios, po en o to rn á-lo s p e re n es durante as e açoes e prec1.p. Les, ah ..
. 1ta çõ e s re' 1·
mares e oceanos. Porta'ª
mente escassas, ou é d e sc a rregada diretamente nos 1agos, 1va..
bt ~ está intimamente associada à água rt· · 1 D f nt
água su erranea stá sub""errân s u p e ,e ia . e ato, a água nã , o, a
subterranea, mas e ea como poderia estar superf
l icial. Contudo cornoºhe
diferenças óbvias entre os sistem ' • • •
~
as superf1c1a1s e subterraneos, • ' á
'd d ele p a ra ~fe ito d e re d u ç ão de
comp1ex, a e, s us ua lm ente são estudados de forma
principalmente em estudos em e . , c om. p artime. ntada. Porém
scala regional, ha que se consid ,e
erar a 1nterconectividade
entre os sistemas.
O crescente aumento do consumo de água seja
dial ou pelas taxas de consumo p pe lo aumento da população mun-
er capita é responsável pelo
dos recursos hídricos subterrâneo uso cada vez mais intenso
s. Poços rasos ou profundo
- , drenas e galerias filtrantes sã s, tubulares ou escavados
o utilizados para captar a água
casos, verifica-se a superexploraç subterrânea. Em alguns
ão (sobre-bombeamento) de alg
taxas de bombeamento, conside uns mananciais, isto é, as
radas insustentáveis, são supe
natural. Como conseqüência, sã riores àquelas de recarga
o verificados sérios problemas
níveis dos lençóis freáticos, da p , tais como: redução dos
rodutividade dos poços, do es
níveis mínimos dos reservatórios e coamento de base e dos
áreas pantanosas; aumento do
água subterrânea; ocorrência de s custos de exploração de
subsidência e intrusão salina; e
centes. Adicionalmente, as águas s desaparecimento de nas·
ubterrâneas estão cada vez m
principais fontes os efluentes dom ais po\uídas, sendo as
ésticos, industriais e agrícolas. Porta
nhecido potencial das águas subte nto, apesar do reco-
rrâneas para suprimento das de
dada região, é evidente que tal ex mandas de água de uma
ploração deve ser realizada de fo
e integrada à exploração dos recu rma racional, sustentáve\
rsos hídricos superficiais. Objeti
apresentar as noções básicas e o va-se no presente capítulo
s conceitos fundamentais rela
ênfase no aproveitamento de águas tivos à hidrogeo\ogia, com
subterrâneas.
276
•
· · 1Cap· rtulo 6
Mananciais subterraneos: aspectos quantrtattvos
Poços intermediários
Campos irrigados • • • • ·: • : Poço de montante
Aluvião ++ ••
+• + +
+++ ..•.•.•.·.·················
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Extremidade de • • + •
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' .... .............. . ······ ..... .
.·.·························'
•. ~
Como a água subterrânea permanece oculta até aparecer em fontes ou poços, asso-
cia-se a ela, mesmo nos dias atuais, uma sombra de mistério e superstição. Exemplo mar-
cante é a persistência do mais antigo método de prospecçã·o de água subterrâne~, baseado
no uso de uma vareta em forma de forquilha (CETESB, 1978). ·O método consiste em se
caminhar por uma dada área segurando com ambas as mãos essa vareta até que seu
277
Abastecimento de ãg ua pa ra co nsumo humano
278
-
Mananciais subterrâneos: ' - 1capítulo 6
- · t 1vos
aspectos quantita
Tabela 6.1 - Contribuição dos fluxos subterrâneos à descarga dos rios {km3 /ano)
Recursos Escoamento Contribuição Descarga total
•
continentes superficial subterrânea média dos rios
América do Sul 6.641 3.736 10.377
América do Norte 4.723 2.222
África 6.945
2.720 1.464 3.808
Ásia 7.606 2.879 10.485
Austráfia/Oceania 1.528 483
1
Europa 2.011
1.647 845 2.321
Ex-URSS 3.330 1.020
Total mundial 4.350
• 27.984 12.689 40.673
• Fonte: WORLD RESOURCES INSTITUTE (1991) apud TUNDJSI (2003)
279
Ab'1stedmento ·d e · gua para co.ns.umo buma110
r
)•
A evolução tecnológica da construção de poços, dos equipamentos de perfur _
das bombas hidráulicas associada à disponibilidade de energia elétrica, tornou aça? e
. ,. ' . d . Poss1ve1
a1cançar profundidades cada vez maiores, em tempos ca a vez menores. Portanto
. . . . bt " . , Pode..
se afirmar que praticamente já não existem mananc1a1s su erraneos inacessíveis (Rebou a
2002a), embora sua exploração dependa, dentre outros fatores: da quantidade de , ç s,
l · · f · d · I· d ·
disponível. em função das propnedades .ís1cas o mananc,a , a qualidade da á agua
1
J
influenciada pela geologia do manancial e por pressões antrópicas; e do custo de e;~ª·
raç~o. que depende da profundidade e das condições de bombeamento. Po.
Várias vantagens são atribuídas ao aproveitamento das águas subterrâneas em rela-
ção às ~guas superfiàais:
• o abastecimento não está sujeito a situações críticas face à ocorrência
de condições climáticas anormais, pois geralmente a quantidade e a
qualidade das águas subterrâneas não são significativamente afetadas
pela variabilidade sazonal ou interanual das fontes de recarga, tais
como periodas longos de estiagem, que poderiam ser suficientes para
reduzir de maneira. perigosa os níveis de reservatórios superficiais;
• os mananciais subterrâneos podem ser considerados recursos estraté-
gicos. na medida em que normalmente sua exploração não é afetada
pela ocorrência de eventos catastróficos como terremotos, erupções
vulcânicas e guerras;
• a água subterrânea pode ser explorada no local onde ocorrem as
demandas, sem que haja a necessidade de se construir adutoras. Em
muitos países, há· mais locais disponíveis para exploração, em larga
escala, de águas subterrâneas, do que aqueles para construção de gran-
des barragens, cujos reservatórios, adicionalmente, têm seus volumes
\
diminuídos em fu.nção dos processos de assoreamento e estão sujeitos
a perdas devido à evaporação, o que não ocorre com os mananciais
subterrâneos. Como requer áreas limitadas, a captação de água
subterrânea não compete c.om outras formas de uso do solo urba-
nização, atividades industriais e agrícolas;
• as águas subterrâneas geralmente apresentam características perfei-
tamente compat íveis com os padrões de potabilidade e são isentas de
bactérias normalmente encontradas em águas superficiais face,
conforme mencionado anteriormente, às baixas velocidades de
percolação e aos processos bio-físico-geoquímicos que se desenvol-
vem na zona não saturada do solo. Adiciona lmente, a temperatura da
água em mananciais subterrâneos tende a permanecer relativamente
constante, enquanto pode variar excessivamente nos reservatórios
superficiais; e
• no que se refere a custos, as captações de água subterrânea dispen-
sam investimentos em estações completas de tratamento · quando
280
'
E E
Abast c:thttento de água ipara (on,sumo humano
Porém, é possível estimar que o uso d~ ~guas superficiais é resp?nsável Pelo atendimento
·de cerca de 80o/o das demandas mund1a1s. Os valores percentu~,~ por setor sao mostrados
na Tabela 6.2. A estimativa do volume total captado de mananc1a1s subterrâneos está
. . , bl' . .. entre
600 e 700km3/ano, sendo 65o/o p~ra ab~stec,mento pu 1co mun1c1pa,1 20º/o para a agri-
cultura e 15º/o para o setor industrial (Sh1klomanov, 1997).
50 ...
7 1] . g J J às
Abastecimento público 50
Irrigação 80 20
Indústria 90 10
•
Fonte: SHIKLOMANOV (1997}
Apenas dez países extraem ma;s de 1Okm 3/ano dos mananciais subterraneos, dos
3
quais apenas dois aproveitam mais de 100km3/ano índia (180km /ano) e Estados Uni-
dos (11 Okm3/ano) (Shiklomanov, 1997). Neste último, a taxa de abstração de água subter-
1
282
Mananciais subterrâneos: aspectos quant1tabvos I CapUuJo 6
283
-- ,
Abast ecimento de água para co
;,sumo humano
.
284
Mananciais subterraneos: aspectos quantitativos l Capitulo 6
áridas e montanhosas.
A zona não saturada é, na realidade., uma zona de transição na qual a água é absorvida,
' temporari·amente armazenada ou transmitida para o lençol freático ou para a superfície do
solo, de onde evapora. Énessa zona que se desenvolvem os processos bio-físico-geoquímicos
de interação água/rocha e de filtração lenta, responsáveis pela auto-depuração e pela alte-
1
ração físico-química da água de infiltração. Quando da ocorrência de chuva~ prolongadas
ou particularmente intensas, parte da zona de solo pode tornar-se tempora~1amente s~tu-
rada, mas separada por zonas não saturadas das águas subterrâneas localizadas abaixo.
285
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Abastedmento de Agua para c:0nsL1mo humano
Zona lntermed[âria
·Percotação
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Figura 6.2 .. Diagrama simplificado de uma seção transversal típica de um vale de rio
Fonte: WARO e ROBINSON (1990)
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286
Mananàais subterrâ neos: aspectos quantitat
ivos 1Capitulo 6
287
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medida equivalente à altura de coluna de líquido) e carga de pos1çao (altura em rei .. 'V,
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H
· Figura 6.4 - Carga hidráulica h, carga de pressão 'V e carga de posição z em uma amostra de solo
-Fonte: FREEZE e CHERRY (1979)
A Equação 1 pode ser utilizada tanto para fluxos em meios saturados como não satu-
rados porosos. No último caso, a condutividade hidráulica é uma função do teor de umida-
de do solo e seu valor máximo é igual à condutividade hidráulica saturada, a qual depende
do r.neio poroso e do fluido. Em alguns textos mais antigos o coeficiente K é denominado
coeficiente de permeabilidade (Freeze e Cherry, 1979).
A condutividade hidrá·ulica saturada é um dos poucos parâmetros físicos que pode
variar mais do que treze ordens de grandeza (ver Figura 6.5), o que, em termos práticos,
significa que o conhecimento de uma ordem de magnitude da referida grandeza pode ser
bastante útil. Uma grande dificuldade de aplicação da Lei de Darcy está relacionada à
variação espacial da condutividade hidráulica dentro da formação geológica, além de sua
variação em relação à direção de medição em um dado ponto da mesma formação.
288
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O potencial de águas subterrâneas de uma dada região depende, dentre outros fat~
res, do seu perfil geológico, ou seja, das características e espessuras das formações geoló-
gicas. As rochas sedimentares originaram-se a partir do intemperismo que decompõe
rochas preexistentes. Os calcários, constituídos principalmente de carbonato de cálcio, apre-
sentam,. de um modo geraf, percentagem desprezível de poros quando de sua situação
290
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Mananciaissubterrãneos:as:pectos quantita1i\los I Capítu lo 6
fJ11! 1ll1 li •r ,, l1,t'~ l111 1lr• oltJvcís à açã.o da água, são produzjdas fraturas e fissuras,
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11, 1~Ili~1 J1 11111 u li 1, 1 ,, 1, '1r-J<•< 1lv:1trlonte. Enquanto os folhelhos são muito pouco pe·rmeáveis,
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111 ,11 ~li l\ 1( ~111 ,1•i ,, f 1rl, ,,t', rjcJ', , ronítos variam muito; dependendo do tipo e tamanho e da
111111 ,,1,11 , ,,, 1 ,,,11,,, rr1 Jr,tt1rJos quantidades de água.
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,tr,tm~se do resfriamento de uma mistura de silicatos em fusão
1
(lI trili! r1,1), 1,11 ,v, f 1h t 11< , , Jt1 r>roftJndidades variáveis da crost.a terrestre. São tambérm conhe-
1
I l lr.1 • 11t111, tf 11 l 1,t, <Ir I r t'l ,l:4IJ,r,o e a presença de água está condicionada à existência de
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geralmente, diminuem de dimensão com o aumento da
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1 111 101 II rif 1 , ,1• , I' 1,,t 1,J,J rJ,t pílrfuração de poços. Por vezes, uma camada de solo de baixa
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A I lt, irHlrt ,lt 'if ,Ir, r,, 11'11r,-Jdo resultante é chamada de aqüífero suspe.nso, tipo especial de
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Figura 6.6 - Tipos de aqüífero
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o-nte: CLEARY (1989)
Sob condições de fluxo horizontal de água subterrânea, os níveis d' água nos poços
que penetram um aqüífero não confinado coincidem com o nível do lençol freático em
torno desses poços, conforme indicado no poço 7 da Figura 6.6. Portanto, nesses casos, os
níveis d'água nos poços descrevem a carga hidráulica totat do aqüífero, definindo uma
superfície potenciométrica que é literalmente o contorno físico do lençol freático. Sob con-
dições de fluxo vertical de água subterrânea, os níveis d'água nos poços passam a depender
do filtro e de sua posição vertical.
A água em um poço perfurado em um aqüífero confinado usualmente alcança níveis
supe~iores ao topo do aqüífero (poço 2 da Figura 6.6) e, nesse caso, 0 poço é considerado
art:~1ano, ass~m como o ~~üffero (Freeze e Cherry, 1979). Quando a carga hidráulica de um
aqulfero con:1nado é suf1oente para elevar a água de um poço acima da superflcie do solo
5 6
(poço da Ftgur~ ,6), 0 poço é considerado artesiano surgente ou jorrante. Notar que se
que em dois deles a vazão disp ma,s de 25 anos foram vedados no estadQ, serad'o
1 1
(ABAS, 2004). on ve era da~ordem de 2.300 metros cúbitos por. tí"çfa.
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Mananciais subterraneos: aspectos quantita tivo
Os níveis d'água d,os poços que penetrarn um dado aqüífero confinado també~ po-
dem ser conectados para definir uma superfície potenciométrica, a qual, ao contrário do
que ocorre nos aqüíferos freáticos, é uma superfície jmaginária que não serve como contorno
físico superior do aqüffero. Embora seja tradicionalmente utilizado para se obter indícações
das direções de escoamento de águas subterrâneas em um aqüífero, o conceito de uma
superfície potenciométrica só é rigorosamente válido para fluxos horizontais em aqüíferos
horizontais. Se houver componentes verticais de fluxo, como usualmente é o caso, os
cálculos e avaliações executados com base nesse conceito podem induzir a erros de elevada
magnitude (Freeze e Cherry, 1979).
Além da contribuição da água percolada através da zona não saturada, a recarga
natural em um aqüffero não confinado pode também provir do aqüitarde localizado abaixo,
uma vez que a água pode descer ou subir topograficamente, desde que flua sempre de
áreas de maior para menor carga hidráulica. Os aqüfferos confinados podem ter sua área
de recarga localizada onde afloram na superfície, como indicado na localização 1 da Figura
6.6, ou, como acontece na maioria dos casos, podem receber recarga através de drenança
vertical de formações geológicas sobrepostas. Portanto, a primeira situação acima, quar
seja, de aquíferos que afloram em áreas topograficamente altas, é muito rara (Freeze e
Cherry, 1979), apesar de ser comum o exemplo na maioria dos livros de água subterrânea
(Cleary, 1989). Ainda na Figura 6.6, a carga hidráulica da superfície potenciométríca do
aqüífe,ro confinado B é superior àquela da superfície potencíométrica do aqüífero não con-
finado A (que coincide com o lençol freático) tanto na localização 8 como na 6. Como há
uma indicação de farha geológica nesta última localização, o fluxo subterrâneo ocorreria
do aqüffero B para o aqüffero A.
Existem seis propriedades físicas do fluido e do meio geológico que precisam ser
conhecidas para descrever os aspectos hidráulicos do fluxo de água subterrânea, quais sejam:
massa específica, viscosidade dinâmica e compressibjlidade da água; porosidade, permea-
bilidade e compressibilidade do meio geológico. Todos os outros parâmetros necessáríos
para descrever as propriedades hidrogeológicas podem ser derivados dessas seis, como é o
caso da condutividade hidráulica saturada, como visto no item 6.5. Na seqüência serão
vistos o conceito de transmissividade a outra propriedade de fluxo relevante, além da
condutividade hidráulica saturada , e os conceitos relativos ao armazenamento: porosí-
dade, vazão específica, coeficiente de armazenamento específico e coeficiente de armaze-
namento.
293
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6.7 .1 Transmissividade
T= Kb
(2)
Portanto, a transmissividade, cuja dimensão é de u~idade de volume por unidade de
tempo por unidade de comprimento, é a taxa volu~~tnca de fluxo atravé~ de un:ia ~~ão
de largura unitária e altura igual à espessura. b do aqu1fero, q~an? 0 0 gradient~_h,draulico
2
é unitário. Valores de transmissividade superiores a 0,01 Sm Is indicam bons aqu1feros para
bombeamento de água. O conceito é bem defjnido para fluxo bidjmensional e horizontal
em direção a um poço em um aqüífero confinado de espessura b, mas perde o sentido para
•
a maioria das outras aplicações de águas subterrâneas, embora possa ser utilizado para
aqüfferos não confinados, quando o termo b passa a ser a espessura saturada do aqüífero
(Freeze e Cherry, 1979).
A porosidade totar de um material geológico (n) é a relação entre seu volume de vazios
e seu volume total, ou seja, é um índice que indica a quantidade máxima de água que pode
ser armazenada no material saturado. A porosidade total pode ser dividida em porosidade
primária, que se refere aos vazios formados quando da formação da rocha, e porosidade
secundária, referente às aberturas que se formaram após a formação da rocha. O volume
de água representado pela porosidade total é composto pela vazão específica (Sy) água
i• que drena livremente por gravidade e pela retenção específica (S ) água que fica
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ret, a nas superffcies geológicas devido à tensão superficial. r
294
Manonel I ubtorr.1n o a p cte tlU nUt tlvo:, 1Capitulo 6
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Abastêclmento de água para .consumo humano
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Assim como o conceito de transmissividade, o coeficiente de armazenamento é bem
defi~ido para fluxo bidimensional e horizontal em direção a um poço em um aqüffero
confinado de espessura b, mas perde o sentido para a maioria das outras aplicações de
águas subterrâneas (Freeze e Cherry, 1979).
A Fig~~ª 6.8 ilu~ra um ex:mplo de aplicação do conceito: o volume de água drenada
de u.m aqu,fero confinado, CUJO coeficiente de armazenamento é igual a 0,005, para um
reba,xa~e~to da supe.~ície potenciométrica de 30 metros (admitindo-se que o rebaixa-
2
mento e uniforme), verJf1cado pelos níveis d'água nos poços 1 e 2 em uma área de 400 km
•
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Mananciais subterraneos: aspectos quantitativos I Capítulo 6
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Notar que, ao contrário do que ocorre para aqüíferos não confinados, o volume refe-
rente ao decaimento da superfície potenciométrica (12 x 109m3) não tem significado físico
de água, como ficaria mais exp(ícito caso as superfícies potenciométricas imaginárias esti-
vessem acima da superfície do terreno (Cleary, 1989). Os valores dos exemplos apresentados
indicam que as propriedades favoráveis de armazenamento dos aqüíferos não confinados
os tornam mais eficientes para exploração por poços.
297
Abos.te<l.m@nto.de água para c.o nsumo humano
civil. Tanto no ca.so da extração de água como no de sua injeção são observadas altera -
~uperfíde potenciométrica em torno dos poços. Nos itens seguintes são abordados ~oes.cta
tntrodutórios ·da hidráulica de poços, com ênfase na extração de água. Pectos
f
das perdas friccionais na entrada do filtro e no próprio poço. O rebaixamento (s), ou depressão,
em um dado tocai a uma distância r medida a partir do centro do poço é a diferença entre
·o nível. potenciométrico estático (H 0 ) e a carga H no local de mesmo raio.
Poço de
bombeamento Q Poço de
Nivel estático do Superfície ~ / observação A
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Figura 6.9 - Cone de depressão em aqüfferas confinados •
298 '
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Mananciais subterraneos: aspectos quantitativos I Capitulo 6
Na Figura 6. 9 são mostrados dois poços . um que está sendo utilizado para bombe-
amento e outro de observação · para ilustrar o conceito de penetração de poços, o qual
se refere ao comprimento do filtro em relação à espessura saturada do aqüífero. Quando
esses valores são iguais, caso do primeiro poço, tem-se a situação de um poço totalmente
penetrante, enquanto que para o segundo poço, de observação, diz-se que o poço é
parcial mente penetrante. O fluxo de água subterrânea ·é horizontal quando o poço é total-
mente penetrante, mas pode começar a fluir verticalmente em direção ao filtro nas proxí·
midades de um poço parcialmente penetrante, o qual é menos eficiente do que poços
totalmente penetrantes.
Q
Poço 1 Piezômetro 1 Píezômetro 2
Superfície "'n
"' Nivel estático
Datum
Figura 6.1o - Cone de depressão, área de recarga, face de drenança, carga total e níveis de água em
aqüfferos não confinados
1 Fonte: CLEARY (1989)
299
do aqüffero, conforme índicado na Figura 6.1 O. Admitindo-se que o f.iltro do poço pela .
· t · 1 ' t d
se processa O bombeamento tenha comprime~ o 1gua a espessura sa ura .a do aqúffero, qual
0
lençol freático imediatamente em torno do filtro e~tá exposto à atmosfera~Ne5z casos
mesmo que as perdas por atrito no filtro e no próprio poço fossem nulas, o nível do len Í
freático exatamente adjacente ao poço permaneceria acima do nível d'água no ínteríor:
poço devido ao desen 101,ímento da face de drenança.
Conforme menáonado no ítem 6,5, a soma da carga de pressão e da carga de POSíÇão
é igual à carga hidráulica total, cujo vaior em um dado ponto representa o valor da linha
eqüipotenciat que passa pelo mesmo. As Jinhas de fluxo linhas imaginárias que índicarn
o caminho que uma partícula de água subterrânea percorre ao escoar pelo aqüífero , no
caso de uma formação isotrópíca, ou seja, na qual a condutividade hidráulica ~aturada ern
um ponto é igual em todas as direções, são perpendiculares às linhas eqüipotenciaís.
Um piezõmetro é caracterizado por possuir um comprimento de filtro relativamente
t I l curto, quando comparado a espessura saturada do aqüífero, e um espaço anelar selado
que começa exatamente acima do filtro. É freqüentemente utilizado para medir a carga
hidráulica de um ponto de um aqüífero. Na Figura 6.1 O, por exemplo, são apresentados dois
piezômetros. Admitindo-se que o aqüffero é isotrópico, longe do poço de bombeamento
1
as linhas eqüípotenáais são verticaís e a água subterrânea flui horizontalmente. Nesse
caso, a carga hidráulica total no piezõmetro 2 é igual à altura do lençol freático ao lado
desse piezõmetro. Na regíão do cone de depressão, o fluxo é vertical e os níveís d'água
no interior do poço e fora deJe são diferentes, pois próximo do poço de bombearnento as
linhas eqüipotenciais são curvas, como indicado na Figura 6.1 Opela linha que intercepta
o filtro no piezõmetro 1. Portanto, o nível d' água no piezômetro é menor do que o nível
do lençol freático adjacente.
Assim como no caso dos aqü.fferos confinados, o cone de depressão de um aqüífero
não confinado também dirnínui progressivamente até que a taxa de recarga seja ígual à
taxa de bombeamento, quando condições de equilíbrio são atingidas. Nessas situações, o
fluxo de recarga (F), cuja dimensão é de unidade de volume por unidade de área por
unidade de tempo, é utilizado para a obtenção da vazão de bombeamento (Q) sob condi-
ções de estado permanente e geologia ísotrópica e homogênea, ou seja,
• (5)
300
-
Mananclaís subterraneos: aspectos quantitativos I Capítulo 6
CLEARy; R.W~Águas Subterrâneas. ln: Engenharia hidrológica. Associação Brasileira de Recursos Hídricos,
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Capítulo 7
7 .1 Introdução
1
As denominadas sol uções alternativas de abastecimento de água para consumo
1
303
Abasteclmento d!! água para consumo humano
ma de abastecimento de água", sendo esse último definido como '' instalação composta
por conjunto de obras civis, materiais e equipamentos, destinada~. produção e à distribuição
canalizada de água potável para populações, sob responsab1l1dade do poder público,
mesmo que administrada em regime de concessão ou permissão''. Assim, o sistema de
abastecimento de água está sob a responsabilidade do poder público e a distribuição da
água é feita, obrigatoriamente, por meio de redes, enquanto que, na solução alternativa
de a_bastecimento, não há obrigatoriedade de distribuição por rede e nem obrigatoriedade
•
de responsabilidade do poder público. Contudo, como observa Bastos et ai. (2003), do
1• ponto de vista físico, determinados tipos de soluções alternativas podem ser idênticos aos
sistemas de abastecimento, como as instalações condominiais horizontais, por exemplo.
Nesse caso, a diferenc'iação está apenas no fato de a responsabilidade não ser do poder
'
público e sim do próprio condomínio, ou seja, em determinados casos a diferença entre
1
1
sistema e solução alternativa de abastecimento de água é, fundamentalmente, de caráter
1 gerencial.
O emprego de soluções alternativas de abastecimento de água pode ocorrer para
1
atender a uma situação transitória ou permanente. No primeiro caso, destacam-se as
situações de emergência de origem natural ou operacional, conforme exemplificado na
Tabela 7 .1. As soluções aíternativas têm caráter permanente, quando utilizadas por longos
períodos, em áreas rurais ou urbanas. Em muitas localidades brasileiras com escassez hídri-
ca, a exemplo de comunidades rurais do semi-árido, as soluções alternativas são as princi-
pajs responsáveis pelo abastecimento de água da população. O poder público do País
ainda não garante água a milhares de brasileiros que, por esse motivo, têm que recorrer a
soluções muitas vezes precárias, que não asseguram o acesso à água, com qualidade e em
quantidade necessária ao consumo humano. Este é, ainda hoje, um dos maiores proble-
mas a serem enfrentados no campo do abastecimento de água no País, pois as soluções
individuais implicam transferir para a população, em geral a população mais carente e com
menor nível de instrução, a responsabilidade que compete ao poder público.
As situações de emergência podem comprometer a qualidade ou a quantidade da
água distribuída à população e por isso os serviços de abastecimento de água devem con-
tar com. um plano de emergência dirigido a diminuir os riscos de acidentes que possam
contaminar a ~gua ou comprometer a regularidade do abastecimento e, caso venha a
ocorr:r uma s1tu_ação de e~ergência, o plano deve prever ações imediatas, incluindo a
adoçao de soluçoes alternativas para atender a hospitais, creches, asilos e escolas, dentre
outros.
304
b e •
soluções alternativas desprovidas de rede I Capftulo 7
Neste item serão abordadas soluções alternativas e individuais que envolvem a captação,
"
o tratamento, a reservação e a distribuição de água. Estas soluções podem apresentar
diversos arranjos, conforme exemplificado na Tabela 7 .2.
305
Abastecimento de água para consumo h·umano
7 .. 3.1 Captação
principalmente na região semi-árida, a água de nascentes e poços pode não existir próximo
às residências e a água de superfície, quando há, freqüentemente apresenta qualidade
insatisfatória para o consumo humano. Em vista disso, uma solução que tem sido colocada
em prática é a captação de água de chuva. Está em andamento no País o P1 MC programa,
1
1 que tem como objetivo construir um m,ilhão de cisternas destinadas ao armazenamento de
' água de chuva na região do semi-árido, beneficiando cerca de 5 milhões de pessoas. Na
Figura 7.1 b é mostrada uma cisterna que armazena a água de chuva que cai sobre o
telhado de duas casas vizinhas, atendendo a duas famílias. Devido à importância do P1 MC
e ao número de pessoas que se pretende atender por meio deste Programa, serão feitas
considerações mais específicas sobre essa solução alternativa/individual de abastecimento
de água para consumo humano . .
1
306
Soluções alternativas desprovidas de rede I Capítulo 7
. .
' .
307
...
A cisterna de placas foi .inventada por volta do ano de 1960, por um pedreiro da
região noroeste do Estado de Sergipe (Simão Dias), chamado Nel. Após vários anos de
trabalho em São Pauto, na construção de piscinas, onde aprendeu a utilizar placas de
cimento pré-moldadas, ele voltou ao Nordeste e se valeu da sua experiência para criar um
novo modelo de cisterna rural de forma cilíndrica, a partir de placas pré-moldadas curvadas.
r
A difusão do modelo foi realizada primeiro através de contatos que ele teve com vários
pedreiros da região no Sergipe e Nordeste da Bahia. Nel e seu irmão espalharam essa
técnica na região de Paulo Afonso. Outro colega deles difundiu as cisternas de placas na
1
região de Feira de Santana/BA, mais especificamente em Conceição de Coité, que se
tornou um dos principais centros de divulgação desse modelo na Bahia (Bernat, 1993).
Como o telhado das casas pode receber poeira e vários tipos de depósitos trazidos
pelo vento, além de ser lugar de passagem de animais, como ratos, pássaros, gatos e
;nsetos, a água armazenada na cisterna pode ser contaminada ao passar pelo telhado. Para
evitar que isso ocorra, os telhados e as calhas precisam estar limpos antes de cada estação
de chuva, e as cisternas devem ser dotadas de dispositivos que propiciem o desvio, para
fora delas, das águas das primeiras chuvas e das chuvas fracas, até que a superfície do
telhado fique limpa. Se essas impurezas forem arrastadas para dentro da cisterna elas
poderão se constituir em fonte de matéria orgânica, que favorece o desenvolvimento de
organismos patogênicos, afém de conferir à água um aspecto desagradável ao consumo
humano. Estes cuidados podem ser acompanhados da colocação de barreiras físicas, com
a finalidade de evitar a contaminação da água da cisterna, utilizando-se dispositivos que
permitem a remoção das sujeiras mais grossas da água: ·
308
Soluções alternativas desprovidas de rede I Capltulo 7
Outras medidas para assegurar a qualidade sanitária da água das cisternas são
mencionadas nos próximos itens dest e capítulo.
Exemplo 7 .1
Solução:
309
Abastecimento de água para c;onsumo humano
ii) Dimensionamento
' t
Uso Consumo em litros/pessoa/dia
1
t
- Mínimo Máximo Média
•
• Beber, cozinhar 2 4
-
' 3
Banho, Jimpeza, roupas, louça 7 19 13
Material da cobertura =
'
Polietileno
e (médio)
Argamassa de cimento e areia 0,90
Asfalto 0,88
Telha de barro 0,88
0,75
•
fonte: citado em BERNAT (l 993)
.. 310
li.._
~ u,;60s 8ltcrnall'1aJ uc;prov1das de rede I Capítulo 7
132 Tratamento
fT'uiras situações, a água captada pela população, por meío de soluções alternativas
'la·.-a....as. rão é adequada ao consumo humano. Nestes casos, torna-se imprescindível o
err~rego oe ª '9°fTla técnica de tratamento. Contudo, diferentemente dos sistemas tradi-
cor a·s ae abas4"a.eorrento de água, as soluções alternativas não necessariamente estão sob
a ,e;c::-;~.san· ·aaae do poder públíco, ou seja, a solução para o abastecimento da água, e as
m9".se-a~êra as dele acftJindas, são de responsabilidade da própria população, em geral a
wa.s ca"e~:e. que Muitas vezes habita zonas ruraís mais afastadas, ou a periferia de centros
....rba"os_ Exis'"..em técricas de tratamento que podem ser utilizadas pela população, mas há
ser---cre o r.sco de os procedimentos não serem seguidos corretamente e, ao contrário das
c.As q. . .e produzem água para um grande número de pessoas, e para isso necessitam de
u-rr '"'"':.Tera re!ai.ramente pequeno de funcionários qualíficados, no caso das soluções
ar..er-ativas podem haver vários locais de tratamento da água. Em determinadas situações
ter1-Se u.rr po~o de tJatamento em cada residência, de modo que a falha no tratamento
ooce comprometer a sa;,de de todos os moradores da respectiva residência. Destaca-se,
a•noa, a d:.::cufdade de controle da qualidade da água quando são adotadas estas soluções.
A seguir são apresentadas técnicas de tratamento de água que podem ser aplicadas
ei11sol...ções attema:.ivas desde que a população seja devidamente treinada para isso. Inici-
a mer-a.e aprese'l!a se uma alternativa denominada de tratamento com coagulação, que
pode ser ap!:cada em situações semelhantes à mostrada na Figura 7.1(a). Em seguida,
apreser1tafl"-se técnicas de filtração e posteriormente de desinfecção. As técnicas de
aa:.a'T'ent.o de água empregadas em sistemas tradicionais de abastecimento são discutidas
capítulo 12 do livro.
A realidade brasil.eira nos leva a situações em que muitas pessoas, ainda hoje, captam
e consomem águas superficiais sem nenhum tipo de tratamento. Embora inadmissíveis,
fatos semelhantes ao ilustrado na Figura 7.1a fazem parte da paisagem cotidiana de
d ersas comunidades brasileiras. Na Figura 7.3 é mostrada uma criança fazendo o trata-
mento da água com sulfato de alumínio, numa região da Afríca. Observa-.se a precariedade
da situação. Mesmo que a criança tivesse o domínio das técnicas de tratamento; a água
poderia ser contaminada pefas próprias condições sanitárias do local e do recipiente onde
está sendo feito o tratamento. Uma situação mais .apropriada é ilustrada na Figura 7.4;
onde se faz uso de uma semente utjfizada como coagulante natural, sendo mostrado o
morador coletando as sementes (a), as sementes utilizadas no tratamento (b), as moradoras
1oca-s fazendo o tratamento em condições adequadas de higiene (e) e as amostras coleta-
das para controle da qualidade da água (d).
311
Abastedmento de água para consumo humano
•
i'. ' d- . •
,·i
. .' •
1
•
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•. •.
•. '; Figura 7 .3 - Criança coagulando água com " pedra branca", nome. dado ao sulfato de alurriínio .:G
\\ Fonte: JAHN (1989)
Quênia
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•' 1-AJ-- - .. ..,_ . - - • ..... • -• · w• • ~ ) •
'
1
(a) (b) (c) (d)
l•
1
Figura 7.4 - Etapas do tratamento de água com semente de moringa: coleta da semente (a}, 5€mentei
1
1
•
1
sem casca (b), senhoras fazendo o tratamento da água (e) e coleta de amostras para
• análise da qualidade (d)
'
•
Fonte: JAHN (1989)
1
'i
1
No Brasif, a moringa oleifera é conhecida como quiabo de quina. No Nordeste,, é
chamada de lírio branco. A moringa se adapta bem em locais com pluviometria baixa e
cfimas quentes, não tem exigências quanto ao tipo de sofo, só mostrando impossibilidade
de se dese·nvolver em solos encharcados. As sementes da moringa agem como um coagu-
l
'
,.• .
• lante natural, podendo substituir coagulantes sintéticos usualmente utilizados no trata-
mento de água para consumo humano, tais como O sulfato de alumínio. É relatado na
.' literatura que o uso das sementes de moringa no tratamento doméstico de águas é uma
' '• prática milenar na Índia, ·
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1 •
Algumas pesquisas têm demonstrado que o suco de folhas frescas,e. ,extrpb)~--~ -- ·_ · ·,.; ~~:~·.
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sementes inibem o crescimento de Pseudomonas aerugínosa e Staphy/oCbcaisa/J'ip~ei;,~. :. "':.:::·
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·. . .
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temperatura ambiente, outros mostram que o emprego da moringa pode possibilitar redu-
ções superiores a 98º/o de coliformes termotolerantes e remover cercárias do Shistosoma
mansoni, agente causador da esquistossomose (ou barriga d' água, como às vezes é conhe-
cida popularmente). Estudos recentes demonstram que a semente da moringa, quando
utilizada como coagulante, apresenta elevado potencial de remoção de toxinas, produzidas
por cianobactérias, e as folhas da árvore da moringa parecem apresentar alto valor protéi-
co, sendo consumida por algumas pessoas. O óleo da semente apresenta valor comercial,
e pode ser extraído sem que a semente perca seu poder de coagulação. A prática tem
mostrado que o emprego da semente da moringa no tratamento de água é facilmente
incorporado pelas comunidades. Deve-se ressaltar, contudo, que a quantidade de moringa
a ser utilizada na coagulação precisa ser determinada previamente para cada tipo de água
1 a ser tratada, assim como ocorre quando se utilizam coagulantes sintéticos, e há casos em
que a semente da moringa não apresenta eficiência satisfatória para viabilizar a potabilização
da água bruta.
Existem disponíveis comercialmente pequenos pacotes com produtos químicos,
semelhantes a sachês de chá, destinados à potabilização de águas. Em Bangladesh, por
exemplo, devido ao excesso de arsênio na água subterrânea, têm sido comercializados e
distribuídos sachês destinados à remoção deste elemento na água dest inada ao consu-
mo humano. Entretanto, a eficiência destes produtos não é totalmente comprovada e
também aqui há o problema de se repassar para a população a responsabilidade pelo
tratamento da água e os riscos inerentes ao uso incorreto dos produtos. Garantir a qua-
.. lidade da água e o controle da dosagem correta em comunidades que muitas vezes
' ap·resentam baixos índices de escolaridade são tarefas extremamente diffceis. Após o
tratamento, 05 residuais dos produtos químicos adicionados à água podem causar danos
1
à saúde. Deve-se desencorajar o uso de produtos não conhecidos e de processos paten-
teados que não trazem informações suficientemente claras ao usuário.
Filtração
A f I'ltraçao
- d miciliar da água constitui um hábito cultural dos brasileiros, mas ela seria
o . , bl' f · · t
. á 1 · 1,·dade da água distribuída pelo sistema pu 1co osse 1nte1ramen e
1 d1spens ve , caso a qua . . . ,
'á I E t t
con f I ve . n re an o, n . t a
- 0 é ·
1sso O que ocorre em muitas
. localtdades _ , .do Pais. Nestes c:asos,
os f 'It tros const't1. uem-se numa · . barreira. sanitária
· a mais,
· quando nao a untca, capaz de reter
partículas e alguns microrganismos presentes na água. . .. .
·,onar que não há consenso quanto à apl1cab1hdade dos filtros
Contu do, deve-se rnenc .. ,. . . .· . . . ·d ..
· ·· .d b onto de vista da sua ef1c1enc1a bacter1ológ1ca. Segun o o
dom1c1hares, sobretu o so o P · . .. _ .. _ ,
rma ou regulamento que exphc1te os requ1s1tos a serem
INMETRO (2005), não há uma no · ·. . .. , .. . d.
• . . d é .t'rcos O que· faz ,com que exista um elevado 1numefo e
observados para os f1 1tros . om s , . . ,.. . , .,, . ...J • f , .. -
. . d f'lt
I 5 associado à ausencta, em alguns casos, ae IFI orr.n.açoes
tipos, marcas e f abrtcantes · e ro , .. . h d · d d· d
.. _ . . l'd d d 5 mesmos e em outros casos, á gran e varie a .e e
acerca da ut1ltzaçao ou fina t a e o · ,
313
·- J
Abastecimento de água para consumo hum ano
informações que confundem o consumidor. Uma inf~rmação que todas as ~arcas deveriarn
contemplar é se o filtro deve ser usado para águ~ pre-tratada (água f orneada pela rede ele
abastecimento dos centros urbanos) ou água direta ~a fonte (como poços e nascentes,,
mas nem todos informam. Recomenda-se ao consumidor que compre, sempre que Possi--
vef, produtos certificados por órgão competente. . .
o tipo de filtro, a forma como é efetuada sua ltmpeza e a qualidade da água bruta Sã
determinantes do sucesso desses dispositivos. Em locais onde há distribuição de água b~
com qualidade físico-química e bacteriológica comprometida, destinar exclusivamente ao
filtro domiciliar a função de potabilizar a água é incorreto. Porém, quando a turbidez não é
excessivamente elevada, a combinação filtro-desinfecção domiciliar pode resultar em uma
água com condições adequadas para consumo. Por outro lado, onde existe um sistema
público que distribui água que atende ao padrão de potabilidade, os filtros domiciliares
podem exercer papel de barreira contra eventuais recontaminações nas instalações prediais"
sobretudo nos reservatórios. Havendo dúvida quanto à procedência da água, não se deve
confiar somente no filtro. Nesse caso, recomenda-se que antes do consumo a água seja
fervida por, pelo menos, 15 minutos ou que seja desinfetada de outra forma. Apresentam-se
a seguir afguns tipos de filtros domiciliares.
• Filtro de vela
Os filtros domiciliares mais tradicionais são os de vela de porcelana. Uma operação
importante nesses filtros é a da limpeza, na qual é tradicional o empre,go de material abra-
sivo, como o sar e o açúcar. Essa prática, porém, não é recomendável, pelo fato de que a
superfícje de menor porosidade da vera, normalmente vidrada, pode ser danmcada com o
uso destes materiais abrasivos. Após essa operação, o consumidor observa melhora na
capacidade de fjftração da vela, sendo que, na verdade, ocorre um comprometimento do
seu desempenho, devido ao aumento do tamanho dos poros por onde a água passa,
reduzindo sua capacidade de retenção de impurezas. A limpeza da vela deve ser realizada
apenas com sabão e esponja de espuma.
• Filtro de areia
O filtro de areia tem funcionamento semelhante ao dos filt.ros lentos das ETAs, mencio-
nados no capítufo 12. De forma similar, a limpeza desse tipo de filtro deve ser realizada
através da raspagem da sua camada mais superficial. Após diversas limpez,as, o leito filtrante
deve ter sua espessura original reconstituída. É usual a previsão de uma camada de
carvão vegetal, na parte interior do filtro de areia, objetivando a adsorção de compostos
responsáveis pela presença de sabor ou odor na água. A eficiência dos filtros domiciliares
de areia é, entretanto, discutível. Existem registros que mostram situações onde a água
filtrada tem maior conteúdo de bactérias que a não filtrada. Assim, não é recomendadaª
utilização dessas unidades se não houver garantia de que serão corretamente operadas e
de que a água será desinfetada após a filtração.
314
Soluções altern~tivas dêsprovidas de rede I Capítulo 7
• Aparelhos industrializados
Atualmente há no mercado uma grande variedade de filtros domiciliares. Existem os
q~e ~mpregam recursos para a desinfecção, como a ozonização, a radiação ultravioleta e o
nr~rato de prata. Entretanto, não se pode assegurar confiabilidade tota1 desses aparelhos,
se~a, por exempl~, pela conversão incompleta do oxigênio em ozônio, no primeiro caso,
seJa ~ela prog~essr~a. perda do poder bactericida de desinfetantes, como o nitrato de prata.
H~ ainda os dtspo:i~rvos que se propõem a reduzir sabor e odor, por adsorção com carvão
ativado. É necessar,o, entretanto, que o consumidor se conscientize da necessidade da
t~oca ~~riódica _do ~eia adsorvente, quando de sua saturação. Existem, finalmente, os
d1spos1t1vos de f1ltraçao com diversos meios filtrantes, como terra diatomácea, carvão, areia
e materiais sintétic?s, como as membranas. A eficiência da limpeza do filtro é essencial
para seu bom functonamento.
Desinfecção
315
• 1
Abasteclm~nto de água par.a ,o nsumo humano
• Hipocloração
A hipocloração consiste em dosar hipoclorito de cálcio ou de sódio na água. o requi-
sito básico para um dosador é sua capacidade de regular com precisão a quantidade do
produto a ser aplicado. o hipoclorito de cá feio é um produto sólido, comercialmente forne-
cido em forma granular, com cerca de 70o/o de cloro ativo. Para ser aplicado, deve ser
di(u{do em água. o hipoclorito de sódio é encontrado sob a forma de solução, com cerca
de 12 a 15% de cloro ativo. A água sanitária é uma solução diluída de hipoclorito de sódio,
,.. contendo entre 2 e 5o/o de cloro ativo. Um problema com o uso da água sanitária para a
desinfecção é sua adulteração, o que faz com que a concentração real de cloro no produto
seja inferior à especificada em seu rótulo. Além disso, o hipoclorito de sódio pode natural-
mente perder seu poder desinfetante com o passar do tempo. A quantidade de hipoclorito
de sódio ou de cálcio a ser utilizado depende do volume de água a desinfetar, da qualidade
da água e da concentração da soJução de hipoclorito que estiver sendo utilizada. Após a
aplicaçãor e mistura do desinfetante com a água, recomenda-se esperar uma hora antes de
1 utilizá-la, para dar tempo do hipoclorito de sódio ou de cálcio promover a desinfecção:
• Clorador de pastilha
A vantagem dessa solução consiste na dispen?a do aparato para dosagem do cloro,
uma vez que, nesse caso, a cloração é realizada em linha. Não devem ser utilizadas pasti-
lhas do tipo empregado em piscinas, pelo seu possível efeito nocivo sobre a saúde. Uma
alternativa é o uso de pastilhas de hipoclorito de cálcio, disponíveis no mercado, embora
com custo superior ao das pastilhas para piscinas. Como, porém, a solução tem uma apli-
cação potencial em pequenas instalações, o acréscimo de custo operacional não chega ª
inviabilizar o uso das pastilhas de hipoclorito de cálcio.
316
soluções alternativas desprovi'das de rede I Capítulo 7
317
Abast,edmento de água para consumo humano
e
e
..
e
7.3.3 Reservação
•
•
'
(a) confecção de tampas (b) pequeno reservatório coletivo (e) reservatório de água de chuva
Figura 7.5 - Alguns tipos de reservatórios utilizados em soluções alternativas de abastecimento de
·r água
Fonte das ·fotograf;as {a} e (b): JAHN (1989)
••i
•
Para manter a qualidade da água, é necessário realizar a limpeza regular dos reserva·
limpeza dos ~elhados de captaçao, das calhas de coleta e do sistema de con.duçao de . é1f.I 7
A água das cisternas geralmente é retirada com baldes ou bombas manuais, que t~rtfí. ... ,· .
devem ser mantido~ em condições adequadas de higiene, para ev!tar a, ~~nta~~a:· .:~ . .,. ,. .·
Apresenta-se a seguir uma seqüência de etapás para a limpeza de caixas d água utih~ ~~-~~~'~.-·:Y{$t~r:1t
318
em residências. Para os demai tip d I rv tórios, de soluções alternativas ou indívíduaí ,
deve-se fazer a adaptação corr p nd nt .
319
.........___
1
Wi& E 1" - • - - --
7.3.4 Distribuição
320
Soluções alternativas desprovidas de rede I Capítulo 7
1
• garantir que as torne.iras tenham as suas saídas em nível pouco aci-
ma do fundo, para evitar que eventuais impurezas acumuladas no fundo
do reservatório venham a ser transportadas para o coletor de água.
321
7
-
At,astee<tmento de água para tonsumo humano
322
Soluções alternativas desprovidas de rede I Capítulo 7
Para facilitar a retirada da água, algumas cisternas são construídas instalando-se tor-
neiras próximo ao fundo, mas observou-se que, além de se tornar um possível ponto de
contaminação, pela ação de pequenos animais, o reservatório ficava vulnerável à ação de
crianças, que o esvaziavam abrindo a torneira . Assim, as famílias rapidamente ficavam
privadas da água armazenada no período de chuva, para ser consumida no período de
estiagem, que na região do semi-árido brasileiro pode durar 9 meses. Outra dificuldade
relacionada à colocação de torneiras próximas ao fundo das cisternas decorre do fato de
algumas .das cisternas serem construídas semi-enterradas, o que impossibilita a instalação
da torneira na sua parte inferior.
7 .4.1 Cadastro
323
. . .. osumo humanoi
Abasteclrnent.o de água para co
. /d . . a artir do
p·cadast;
r o de sistemas e soluções alternativas d b
serem const rui os, . e a astecj..
menta de água, são:
• atendimento da legislação de controle da qualidade da água de con ..
sumo humano; . ,
• cobertura da população em abastecimento de agua;
• tratamento da água;
• desinfecção da água;
• consumo per capita de água;
• regularidade do serviço de abastecimento de água;
• intermitência do serviço de abastecimento de água.
324
Soluções alternativas desprovidas de rede I Capítulo 7
325
Abtrstacht'I Ontô da, 6900 poro consumo humano
Na atualidade, milhões de brasileiros ainda não têm acesso a água potável e a un.iver-
salização desse bem é um desaf,·.o que deve envolver toda a soc1eda · d~.·técn
. de, ·1nc1u,n . ICOS,
· ·
pesquisadores, professores, estudantes e os poderes executivo, legislativo e judiciário. U~
aspecto de grande relevância é o desenvolvimento de técnicas alternativas que ~-ossambse_
. · na1
s de a a5
adotadas por comunidades não atend~das atualm_ente ~elos sistemas ~r~d1:10 esoluções
tecimento de água. Contudo, as soluçoes alternativas nao devem ser sinonimo d irriento
improvisadas. Elas não se constituirão em soluções se falharem na ga~~tia de forne~egurar
de água que atenda ao padrão de potab;lidade, em quantidade suf1c1ente para as
326
SoluçõeS alternauvas despro,.lidas de rede I Capítulo 7
boas condições de saúde à população. Deve-se considerar ainda que ações que não envol-
vam a participação da comunidade dificilmente terão resultados positivos.
Merece destaque o marco legal representado pela public.ação da Portaria n° 1469/
2000, posteriormente reeditada como Portaria nº 518/2004 (Brasil, 2004), ao atribuir
responsabilidades legais e explicitar particularidades das soluções alternativas de abasteci-
mento de água. Entretanto, ainda há muito a se fazer para garantir o acesso a água potável
a todos os moradores do País. Em geral, as soluções alternativas, a exemplo da água distri-
buída por caminhões-pipa, apresentam custo por m3 de água muito superior ao das soluções
tradicionais providas de rede de distribuição. Iniciativas da sociedade civil organizada e
do governo, ·tal como a que deu origem ao P1 MC, merecem destaque pelo caráter inova-
dor e pela ação concreta no sentido de melhorar as condições de vida da população mais
carente. Contudo, mesmo no caso das cisternas destinadas à captação de água de chuva,
há desafios a serem enfrentados, perguntas que ainda carecem de resposta: a água de
chuva, por apresentar pH tendendo à acidez, pode ser agressiva ao concreto dos reservató-
rios e com isso promover a liberação de metais potencialmente prejudiciais à saúde? A
água de chuva é excessivamente desmineralizada para ser recomendada ao consumo hu-
mano7 Qual a qualidade da água da chuva nas diversas localidades onde estão sendo
construídas as cisternas? A população está devidamente instruída para adotar boas práti-
cas de manejo da água?
O monitoramento da qualidade da água de soluções alternativas de abastecimento é
um desafio, que se torna ainda maior quando se considera o monitoramento de soluções
individuais de abastecimento. Como, por exemplo, monitorar a qualidade da água de 1
milhão de cisternas de captação de água de chuva destinada ao consumo humanor'Ápe-
nas a título de ilustração, suponha-se que no plano de amostragem de um sistema de
abastecimento seja previsto que determinada análise química deve ser realizada semestral-
mente, para controle da qualidaae da água. Se considerarmos uma ETA com capacidade
de tratar 16 m3/s, em menos de 12 dias essa vazão seria suficiente para encher 1 milhão.de
cisternas com capacidade de 16.000 litros, volume esse que pode atender uma família
durante todo um ano na região semi ..árida. Como nas ETAs são esperados procedimentos-
J
padrão de tratamento da água, uma amostra semestral para quantificar a presença de
determinada substancia química pode ser representativa de todo o volume tratado naquele
período, mas e no caso das soluções individuais, tais como as cisternas? Coletar e analisar
amostras semestrais em um milhão de cisternas é inviável do ponto de vista operacional e
econômico. Assim, faz-se necessário definir um pla,10 de amostragem específico para este
I tipo de solução, com base em análises estatísticas, que possibilite acompanhar os efeitos
1 da implementação da ação destinada a melhorar as condições de acesso à água potável,
seNindo de instrumento para auxiliar na tomada de decisões a respeito da necessidacde de
mudar de estratégia, em função do nível de aceitação das comunidades e dos resultados
obtidos após a implementação da ação saneadora.
Destaca-se ainda·a importância de se ter programas contfnuos de educação sanitária
1
para as populações atendidas por soluções alternativas de abastecimento de água, e, mais
1
1
327
.Ab.~stec.lménto d-, 6gua para -c;onsutno humano
l
ainda, para aquelas que fazem us.o de soluções individuais. Instruções simples co .
. 1açao
tar a popu - que ut,·,·1za água ·de f ont e ,n
· natura
· a f'I,.trar e a ferver a água
' rno. 0 nen-
impacto muito grande na redução da mortalidade infantil e no aumento da ex~:id~ ter
da qualidade·de vicia da população. Alguns problemas relativos ao abastecimento dea~iva e
principalmente para as populações de baixa renda que habitam zonas rurais e, em es 9~ª·
· ár,·do bras1·1 erro,
o sem1- · necessttam
· de esforço coIet',vo para serem resolvidos. Pecial'
r AHMED, M. F.; 'RAHMAN, Md. M.; DAHi, E.; AKHTARUZZAMAN, Md.; JAHAN, H.; MOHSIN, M.; Ali, A.
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328 ','
:
•
...
Capítulo 8
t
No contexto deste livro, entende-se por captação de água de superffcíe o conjunto de
estruturas e dispositivos construídos ou instalados junto a um rio, ribeirão, córrego ou lago,
para a retirada de água destinada ao abastecimento de comunidades humanas.
As pessoas experimentadas que trabalham com abastecimento público de água cos-
tumam dizer que '' o tratamento da água começa na sua captação". Com isso querem
ressaltar que a parte mais importante de um serviço de água potável é o seu manancial e a
respectiva captação de suas águas. Isso porque, da escolha judiciosa e da proteção efetiva
do manancial, e também da correta construção e operação de seus dispositivos de captação,
depende o sucesso das demais unidades do sistema no que se refere tanto â quantidade
r como à qualidade da água a ser disponibilizada aos consumidores.
Assim sendo, ·e·special atenção deve ser dedicada às atividades necessárias para a
escolha e proteção do manancial e do local de sua captação, assim como para a elaboração
do projeto e para a construção e operação das estruturas e disposítivos que compõem a
unidade de captação de água .
329
o
•
• levantamento das características físicas, químicas e biológícas da água
e avaliação do transporte de sólidos, em épocas representativas do
ano, nos pontos cogitados para a localização da captação; .
• levantamento de dados, informações ou estimativas sobre os níveis
?e ~gu~ máximo e mínimo nos locais de captação em estudo, com ª
1nd1caçao dos prováveis períodos de recorrência· ,I
,
''
1
( '
330
Captaç~o de água de superfície I Capitulo 8
Nos casos mais complexos, ou seja, que envolvem comunidades maiores ou regiões
carentes de recursos hídricos (em quantidade ou qualidade), os estudos supracitados serão
de maior abrangência e exigirão maior nível de detalhes. Quando se tratar de pequenas
comunidades localizadas em regiões em que os bons mananciais sejam facilmente identifi-
cáveis, esses estudos poderão ser criteriosamente símpíificados.
331
-
y Sedimentos
;/Tomada d'água / Tomada d'água J/ Tomada d'água
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I
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erevatôría
Sedimentos ·. I I
Elevatória Elevatória
. . · nto
A inspeção de campo na bacia hidrográfica, que inclui o denominado levantame
sanitário, e a consulta à comunidade a ser beneficiada são importantes para:
332
•
•
Captação de água de superfície I Capftulo 8
Para ser realmente produtiva, a inspeção de campo deve ser adequadamente preparada
e ptanejada, com a obtenção prévia do máximo de informações de escritório (dados
1
secundários), incluindo mapas e estudos geográficos e de recursos naturais, além de dados
sobre atividades econômicas, todos relacionados à área de interesse.
Nos trabalhos de campo, o engenheiro deve dispor dos materiais e equipamentos
r necessários: mapas, aparelho GPS - Global Positioning System, máquina fotográfica, trena,
metro, compasso de encanador (para medição de diâmetro de tubos), trado, cronômetro,
dispositivos para medição de vazão, frascos para coleta de água etc.
•
333
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..< As reuniões com as lideranças e representantes da comunidade também devem
planejadas com antecedência e com esmero. Para a identificação dos interlocutores e P:;~
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O agendamento das reuniões, são muito importantes os contatos prévios feitos com:
r • •
• técnicos da Emater - Empresa de Assistência Técnica e Extensão Ru-
rar, que gerafmente possui escritório em quase todos os municípios
1 dos estados onde atua;
1 • técnicos de outros órgãos estaduais e federais ligados à gestão de
recursos hídricos, ao desenvolvimento florestal, à proteção do meio
,t ambiente, ao exercício da engenharia (inspetorias do CREA), que por~
l ventura possuam representante no município de interesse;
• profjssionais da mídia local (jornais e rádios, principalmente).
.1
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334 '
1
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•
Captação de água de superfície I Capítulo 8
335
•
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e
( de superfície é inferior à vazão de captação necessária. Neste caso, torna-se necessária a
.,
(
construção de barragem dotada de maior altura, suficiente para permitir o acúmulo de
•
volume de água que possibilite a captação da vazão necessária em qualquer época do ano
•
,
•
hidrológico, além de garantir o fluxo resíduar de água em quantidade adequada à manu-
1
' tenção da vida aquática e a outros usos a jusante da barragem. É obra cujo projeto e
construção são mais complexos do que o.s demais tipos de captação.
A captação em reservatórios ou lagos de usos múltiplos é aquela que se dá ern
reservatórios artificiais ou em lagos naturais cujas águas não tenham o seu uso príorítárro
relacionado ao abastecimento público de água.
As captações não convencionais são aquelas concebidas para permitir o emprego de
equipamentos de elevação ou recarque de água movidos por energia não convenóonal
como a eólica, a solar ou as provenientes de transiente hidráulico (golpe de aríete) ou ainda
do impulso proporcionado pelo jato de água. No item 8.9, apresentam-se alguns desses
tipos de captação .
r •
1
1
Os dispositivos que podem estar presentes numa captação de água de superfície são
1 basicamente:
336
- - - ~ ---- ~
,
Nos próximos itens, cada um dos dispositivos relacionados anteriormente são apre-
sentados com detalhes, à exceção do reservatório de regularização de vazão, que não é
, detalhado neste capítulo por envolver técnicas muito espec'íficas, não condizentes com o
escopo mais geral aqui desenvolvido.
A tomada de água é o dispositivo da captação de água superficial que tem por finali-
dade conduzir a água do manancial para as demais partes constituintes da captação.
Com base no grau crescente de complexidade, os tipos de tomada de água de super-
fície mais utilizados podem ser ordenados da seguinte forma:
• tubulação de tornada;
• caixa de tomada;
• canal de derivação;
• poço de derivação;
• tomada de água com estrutura em balanço;
• captação flutuante; ·
• torre de tomada.
337
Abastecimento de água para consumo humano
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e: Desarenador
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·Desarenador Poço
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Tubulação
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Planta Corte
· Figura 8.2 - Tubulação de tomada com crivo, descarregando em desarenador (neste caso, conjugado
a poço de sucção) ·
Fonte: HADDAD (1997) •
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Poço
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Crivo •
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·. . • · .·. , " :. Adutora
por gravidade
Adutora •
por gravidade
Planta •
Corte
Figura 8.3 - Tubulação de tomada com crivo, descarregando em caixa de passagem
Fonte: HADDAD (1997)
Sucção
N. A. máximo
-
N. A. mínimo
-
Tubulação
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Crivo • o
Válvula
• 4
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•
Posto de temada
(Seção circular ou retangular)
338
Captação de água de superflcie I Capítulo 8
Casa de bombas
.. •
N. A. máximo
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. _ Figura 8.5 - Tubulação de tornada com crivo ligada diretamente à sucção de bomba
Fonte-: DACACH (1975)
•
1 Tubulação de captação
0 o0 o 0 o0 0 0 0
o o o oo oooo o
--
1
339
•
Abastecimento de água para consumo humano
A proteção do crivo contra impactos pode ser feita também pelo seu envolvimento
com uma.gaiola de madeira, de concreto ou de metal.
As aberturas
. do crivo ou dos tubos perfurados devem apresentar área total bem maior
do que -a seção da tubulação de tomada, a fim de que as obstruções que nelas vão se
·pro.ce~sando,.e q,ue são responsáveis pelo aumento da perda de carga nesse tipo de toma-
da qe ~gua, não exijam limpezas freqüentes do crivo.
Para ·que a tubulação de tomada possa se ligar diretamente à sucção de bombas
.centr[fug_a~ ·comuns é necessário que o curso de água não apresente transporte intenso de
sólido_s (definido no item 8.4) e que seu nível mfnimo de água possibilite a necessária
subm~rgência1 para que a tubufação de tomada possa funcionar como tubulação de sucção.
Se o conjunto motobomba estiver instalado nas margens do curso de água, como indicado
ná 'Figura 8.5, é necessário também que a diferença entre o nível do eixo da bomba e o
nível mínimo do manancial não exceda a capacidade de sucção da bomba.
Em captações de água de pequeno porte, instaladas em rios de regime de escoamento
••
•
,
tranqüilo, têm sido usadas mangueiras plásticas como tubulações de tomada ligadas à
!' sucção de conjuntos motobomba de eixo horizontal, instalados na margem do curso de
água e protegidos sob pequena caixa de alvenaria.
Um outro tjpo de tomada de água direta com conjunto motobomba é o que utiliza as
r
denominadas bombas anfíbias modulares. Como ilustrado na Figura 8.7, é uma solução
interessante por dispensar a construção de casa de bombas, por minimizar as obras na mar-
gem dos cursos de água superficiais e por não ficar limitada por problemas de altura máxima
de sucção, visto que o equipamento é instalado dentro do curso de água. Não obstante, há
a necessidade de uma altura mínima de lâmina de água no local de sua instalação.
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N. A.
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Conjunto motobomba
submersível
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Posição em relação à trajetória do curso de água: deve situar-se em trecho reto ou próximo X X X X X X X
à margem externa do curso de água* (ver Figura 8.1)
Velocidade da água nos condutos livres ou forçados: deve ser maior ou igual a 0,60m/s* X X X X X X X
(para evitar a deposição de sólidos suspensos na massa líquida)
Número de tomadas: em cursos de água com transporte intenso de sólidos(!>deve haver, no X X X X (4) (4) X
mínimo, uma entrada de água para cada variação de 1,SOm do nível de água*
Ancoragem e proteção: os dispositivos de tomada devem ser ancorados e protegidos contra a X X X X X X
X
ação das águas*
Válvulas ou comportas de controle de fluxo de água: as tubulações de tomada devem ser
dotadas de válvulas ou de comportas para a interrupção do fluxo de água, com possibilidade X X X X X X X
de fácil acesso e manuseio*
Percurso entre a tomada de água e o desarenador: deve ser o mais curto possível* X X X X X X X
Combate a vórtice: nos casos em que possa ocorrer vórtice na entrada de tomada de água, X X X X X
deve ser previsto dispositivo que evite a sua formação
Proteção ~ontra solapamento: existindo a possibilidade de que, por ação das águas, ocorra o
solapamento d.o solo em que o dispositivo de tomada estiver instalado ou ancorado, deverão X X X X X X X
ser previstas fundações profundas para o seu apoio ou proteção do solo com enrocamento
Tomada de água diretamente por bombas: é admítlda quando: a) for dispensável o
desarena.dor; b) for indispensável o recalque para transferir água do manancial para o desare- X .X X X X
nador; e) a população de projeto for inferior a 10.000 habitantes, a critério do contratante
Altura livre em relaçãa ao leito do curso de água: igual a pelo menos 0,30m acima do
leito do curso de água para evitar a captação de sólidos decantados (lama) ou arrastados no X X X X X X X
fundo dos cursos de águam
Subnrergênçf.a em relação ao nível mínimo de água do manancial : a profundidade de sub-
mergência deve ser suficiente para superar a perda de carga no dispositivo de tomada e também
para, evitar: a) entrada de materiais flutuantes na tubulação de tomada de água incluindo algas I X X X X X
cianemctéf ías OlJ ,s.eu a.€élmulo em' crivos; b) o choque de materiais flutuantes pesados com o
13
dispositivo dê tem9cfa; e) entrada de ar na sucção de bombas usadas em tomadas de água >
- -
* /J.s ~ões ~irtaladas com asterísGo constam da NBR 12.213 (ABNT, 1992). •
(X)
(4) Deve possuir mecanismo para posicionar o dispositivo de tomada (bomba ou tubulação) com a submergênda adequada, conforme previsto neste tópico.
Abastecimento de água para consumo humano
Exemplo 8.1
Solução:
• Vazão de captação
Q = 2000 x 150 x 1,2 / (16 x 3600) = 6,25 Us = 0,00625 m3/s
•
• Diâmetro da tubulação de tomada
Velocidade mínima: 0,6 m/s
V= Vazão/ Seção do tubo ==> V= O/ (nD 2!4) =40 / (nD 2) (8.1)
Donde: D= [40 ./ (1tV)Jº·5 (8.2)
•
Substituindo, com Q em m3/s e V em m/s (as unidades de medida de-
vem ser compatíveis entre si):
D = [4 x O, 0062 5 / (3, 14 x O, 6)]º·5 = O, 115 m = 115 mm
Escolhe-se, então,. o diâmetro comercial (DN) igual ou imediatamente
inferior ao diâmetro calculado (para que a velocidade não fique inferior
ao valor mínimo estabelecido):
l
Logo: DN = 100 mm
• Velocidade da água na tubulação de tomada
Sendo o diâmetro da tubulação de tomada calculado igual a 100 mm
ou O, 100 m, tem-·se, pela Equação 8.1:
V= 4Q / (1tD2) =4 x 0,00625 / ( 3, 14x0, 1002; = 0,80 mls (V> 0,6 mls
~ OK)
• Perda de carga na tubulação de tomada (ht1)
3
Pela fórmula de Hazen - Williams ( com as unidades em m ou m /s):
h,= 10,643xlx(QIC) 1·85. Q -4,8 7
sendo L =5,0 m ( conforme enunciado do problema) e adotando C=130
(para tubo de ferro fund ido revestido internamente com argamassa de
cimento):
h 11 = 1O, 643 x 5x (O. 00625 / 130)1,85 x o. 100·4,87 = 0.041 m
• Perdas de carga localizadas (ht2)
Pela fórmula de cálculo de perd as de carga localizadas:
342
- -- --· ·
Captação de água de superfície I Capítulo 8
2
h, = (Lk) v 1 2g (8 .3)
Adotando para a tubulação de tomada o desenho da Figura 8.4, tem-se:
- crivo comercial : k == o, 75
- válvula de gaveta : k = 0,20
- saída de tubulação: k == 1,00
'Lk = 1, 95
Donde h, 2 = 1,95 x 0,802 1 (2x9,BO) = 0,064 m
• Perda de carga total
h, = hf1 + h,2 == 0,41 + 0,064 = O, 105 m
Ou sej~, a perda de carga nesta tubulação de tomada é muito pequena.
Exclustvamente para compensá-la, a submergência da tubulação de
tomada teria de ser de apenas O, 105 m ou 1o,s cm.
(Caso a tubulação de tomada fosse constituída de tubos perfurados,
o cálculo da perda de carga nos orifícios de tubo perfurado seria
feito pela fórmula aplicada a orifícios Q = Cd5(2gh)º,s, em que: Q é a
vazão por orifício, calculada dividindo-se a vazão de captação (multipli-
cada por um coeficiente de segurança de 1,5) pelo número de orifícios a
serem perfurados nos tubos de tomada; S é a seção de cada orifício; Cd,
coeficiente de descarga, pode ser adotado como igual a 0,6; g é a acele-
ração da gravidade (9,8 m/s2) eh, a perda de carga que se quer calcular
- todos os valores em metros ou em suas unidades múltiplas.
t
8.5.2 Caixa de tomada
343
Abastecimento de água para consumo humano
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(.)
e: Caixa de tomada
cc Poço ·
e: Poço com grade • •
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Tubulação
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344
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Planta Corte
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• _ · Figura 8.9 - <:anal de derivação e desarenador afastado da margem do curso de água
Fonte: HADPAD {1997)
Caixas de areia
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Planta Corte
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_ Figura 8.1O - Canal de derivação e desarenador posicionados junto ao curso de água
t Fonte: HADDAD (1997)
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.'
8.5.4 Poço de derivação
r
posteriormente, para água bruta, esse tipo de solução passou a ser utilizado também em
cursos de água cujo transporte de sólidos é maior.
O uso de conjuntos motobomba submersíveis aplicáveis à água bruta possibilitou
soluções muito simples e baratas, com poços de dimensões red1..1zidas e sem apresentar
• ,.
inconvenientes sérios no caso de· ser inundado, não obstante o custo , mais elevado
345 ..
• •
Abastecimento de água para consumo humano
e o l9cai de destino final da água bruta. A captação com poço de derivação e conjunto
róOtobqrhba submersível para água bruta funcionaria, assim, como uma elevatória de
'lf, •
b~j~~ recalque, conjugada à elevatória convencional de alto recalque. Tudo irá depen-
d~F·ãt> E!studo econômico que considere as diversas alternativas possíveis de captação
e recalqu,e.
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•
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No Quadro 8.1, apresentado no item 8.5.1, estão resumidas orientações importantes
para a elaboração do projeto dos poços de derivação.
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Conjunto motobomba
Figura 8.11 - Poço de derivação com apenas uma tomada de água
Fonte: DACACrH ( 1975)
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Captaçao de água de superfície I Capltu lo 8
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- Casa de bombas ~
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Caixa de concreto
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O n / 'l428,00 • '
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N. A. mín. - 426.21 ~N. A. méd. -427,00 ~ ~ ~ m_ 1, • •
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~~· / , 20 m-8" ,. •• •. •• •
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I Tomada 1 Gaiola
•
Figura 8.12 - Poço de. derivação com duas tubulações de tomada de água
-Fo-nte: DACACH (1975)
N. A. máximo
N. A. mínimo
Mangote flexível
Bomba submerslvel
-=--- Figura 8.13 - Tomada de água com estrutura em balanço
Fonte; HADDAD (1997)
Outras orientações para a elaboração do projeto deste tipo de tomada de água cons-
tam do Quadro 1, apresentado no item 8.5.1 .
347
--------. - . - . ···- ·--·~"- '""":"~--~
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1 e:
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~
/1 Flutuadores
8.alsa Mangote
1
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Planta Corte
Figura 8. 14 - Tomada de água com conjunto motobomba f lutuante ínstalado em balsa
---
Fonte: HADDA_D (1997)
com sófidos flutuantes de maior massa, arrastados pelo rio. Essas.desvantagens to~nar,n-se
tanto mais significatívas quanto maiores forem as vazões envolvidas.
Em contrapartida, tem-se que a sustentação por rneio de flutuadores, uttHza~a na ·
alternativa com conjuntos r:notob0ml:Da swbmersíveís,(Fígura 8..15}, tende a apresemtar ffie·
nor cu.sto do que a constru~ão da balsa. Logo, a adoção de uma-ou de outrca·~as dwas
348
• •
•
- . _ .. _ - -4 -·
Flutu.ador de ~ustentação
para bomba submersível ""'
~
Bóia de sustentação
N. A.
",
,
-
.....
'\
/ para mangueira flexível
V r
• '..........
Mangueira flexível
/
Cabo de aço ~
1 1
Blocoj,de concreto
com alça de ferro ""'
" í'Bomba
submersível
para ancoragem ~r.., r., -
~
Figura 8.15 - Tomada de água com conjunto motobomba suspenso por flutuadores
Font e: CETESB (1979)
·.
Já a terceira modalidade, em que apenas a tomada de água é flutuante (Figura 8.16),
tem a sua viabilidade econômica dependente da amplitude da variação do nível de água do
·1
.
'
manancial e também da topografia, da geologia e da extensão da área inundável no local
onde ficará o poço que irá receber a água da t(?mada
.
flutuante. Se tais condições deman-
dar:em um poço muito profundo a ser construído erry local inundável ou com geologia
desfavorável, essa alternativa poderá se tornar economicamente desaconselhável. Como
.•
decorrência dessa limitação, este tipo de tomada de água não é muito usual, sobretudo
quando a captação é feita em lagos naturais.
Qualquer que seja a modalidade de captação flutuante escolhida, atenção especial
deverá ser dispensada à fixação ou ancoragem da estrutu_ ra flutuante, principalmente quando
ela é instalada em rios, em que a ação de arraste pela água é mais significativa.
Outra característica desse tipo de tomada de água é a necessidade de que a tubulação
seja flexível, o que hoje.é facilitado pela existência de tubos de material plástico de grande
resistência a esforços internos e externos.
No Quadro 8.1, apresentado no item 8.5.1, resumem-se outras orientações de caráter
• 1
geral para a elaboração do projeto de captações flutuantes.
•
349
Abastecimento de água para consumo humano
Bóia N. A.
'1
- -
\ ~
Para o paço de tomada
º~~\~ Poço -,
1 É a modalidade em que a tomada de água é feita por meio de uma torre de grandes
dimensões, com entradas de água em diferentes níveis, a exemplo do que se mostra na
Figura 8.17.
É um tipo de tomada de água que, pelo seu maior custo, é indicado para grandes
1
350
Captação de água de superfície I Capítulo 8
Casa de
•
manobras 11 I Ponte de acesso
•
N. A. 32,50 m •
•
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A.basteclmento de água para consumo humano
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Abasteclm,e nto de água par,a consumo humano
A altura da parte externa da barragem de nível deve ser tal que permita o adequado
posicionamento da tomada de água que, conforme foi visto no item 8.5.1, deve ficar a
, •·
pelo menos 0,60 m acima do fundo e a não menos que 0,20 m abaixo do NA m1n1mo
garantido pela barragem. Respeitando, com alguma folga, esses desníveis mínimos, a altu-
ra externa da barragem de nível dificilmente é superior a 1,5 m.
Já no que se refere à altura da janela ou do vão destinado a conter a elevação da água
sobre a soleira do vertedor, esta deve ser calculada com base na vazão de cheia do curso de
água e no comprimento do vertedor, que pode ocupar toda a largura do mesmo curso de
água. Esse cálculo é apresentado no tópico relativo ao vertedor, apresentado mais à frente.
354
Captação de água de superfície I Capitulo 8
Em s.e tratando de uma pequena barragem de gravidade, o seu maciço deve resistir ao
empuxo da água pelo seu próprio peso. Sendo construída em concreto simples ou em
alvenairia de pedra, terá de trabalhar somente à compressão. Para tanto, a resultante das
forças que sobre ela atuam deve passar pelo terço médio de sua base, como se mostra na
Figura 8. 19.
N. A.
'J
2H/3
E
H/3
p 1
-
'
- ,R
A e ' B
355
,
Abastecim en to de ág ua pa ra consum
o hu m an o
.. d .
Ut1hzan o a sim b. olog·,a acima' O cálc
.
ulo da \argura (b) da base da barrage
m éi .
.
como se mostra a segu.,r. Da Física e da H1dráu\1ca, tem-se, para uma barragem com ,eito
primento igual a L: co rn-
•
p = ("fb·b.h /2) . L
(8.S)
Tomando-se os momentos das torças
P e E em relação ao ponto B da Figu
ra 8.19 ,
resulta a equação de equil(brio:
'Ya·H3 /6 = "fb·b2.h /6
Donde, finalmente :
b=
(8.7)
V e rt e d o r
356
--·~~~~~-------------------------------~~-
Captaçao de água de superfície I Capítulo 8
0,126 <1
<J
4 <1
<1
<1
4 <1
4
<1
'
<J 4
4 <1 4
<1
y
•
Tabela 8.2 - Comparação entre os valores de x e b para barragem com perfil Creager*
y (m) x (m) b (m)
(tirado .da tabela) (calculado pela Equação 8.7)
O,87 1,7 1,768
1,22 2,0 1,932
1,96 2,5 2,346
2,82 3,0 2,868
3,82 3,5 3,492
* com he = 1m
o cálculo da altura de sobrelevação (hc) da água sobre a soleira do vertedor com perfil
Creager é feito pela seguinte equação:
Em que:
Q: vazão que escoa pelo vertedor (m 3/s);
L: comprimento da soleira .do vertedor (m);
H: altura da lâmina da água sobre a soleira do vertedor (m) = hc no caso de
vazão de cheia.
357
•
Ab,asteclmento de água para (onsumo humano
Exemplo 8.2
----
Dimensionar uma barragem ~e. nível em concreto simples, com perfil
Creager, para a vazão de cheia igual a 1200 Us . A largura do córre
no local da barragem é de 3 m e a vazão residual para atender a~~
usos de jusante e à vazão ecológica é de 45 Us.
Solução:
358
Captação de ág ua de su perffcie I Ca pítu
lo 8
te rá d e ser e x p a n d id a p a ra se c h e
p a ra a b a rr a g e m ). Para ta n to , se
= =
g a r a y h 1 ,5 m (a lt u ra e s c o lh
id a
rá u ti li z a d a a E q u a ç ã o 8 .7 . Resu
e n tã o a Tabela 8 .3 para o tr a ç a d lt a
o d o p e rf il Creager.
0 ,5 4 4 0 ,2 7 8 1,3
0 ,0 3 2 0 ,0 1 2 0 ,2 5 6 0 ,0 4 5 0 ,6 4 0 0 ,3 9 0 1 ,2 3 0 (•) 1 ,4
0 ,0 6 4 0 ,0 0 2 0 ,0 8 2 0 ,8 0 0 1 ,2 9 3 (•)
0 ,8 0 0 0 ,6 2 7 1,5
0,096 0 ,0 0 0 O, 1 2 7 0 ,9 6 0
0 ,1 2 8 0,960 0 ,9 0 2
0 ,0 0 2 O, 181 1, 1 2 0 1, 120 1 ,2 2 2
l·J Valores calculados pela Equação
8,7
• D im e n s io n a m e n to d a descarg
a de fu n d o d a b a rr a g e m
A tu b u la ç ã o d e descarga d e fu n d
o deve ser d im e n s io n a d a c o m o tu
lação c u rt a e d e m o d o a g a ra n ti b u -
r o fl u x o m ín im o e s ta b e le c id o p
ó rg ã o responsável p e la g e s tã o de e lo •
recursos h íd ri c o s , p a ra a te n d e r a
usos d e ju s a n te e à v a z ã o e c o ló g os
ic a .
A v e lo c id a d e da á g u a na tu b u la ç
ã o deve ser s u p e ri o r a 0 ,6 m /s (p
e v it a r a d e p o s iç ã o d e sólidos) e in a ra
fe ri o r à v e lo c id a d e m á x im a a d m it
p a ra o ti p o d e tu b o q u e se u ti li z id a
a r (g e ra lm e n te fe rr o fu n d id o , a q
· c o rr e s p o n d e V max = 6 m/s). Para ue
m in im iz a r p ro b le m a s d e e n tu p im e
o d iâ m e tr o d a tu b u la ç ã o e m p a u n to ,
ta deve ser p re fe re n c ia lm e n te ig
o u s u p e ri o r a 1 5 0 m m . u al
O d im e n s io n a m e n to c o m o tu b u la
ç ã o c u rt a , c o m c o e fi c ie n te d e d e
carga (Cd) ig u a l a 0 ,6 , fi c a a fa v o s-
r da segurança, sem c o m p ro m e te
c u s to d a o b ra , q u a n d o se tr a ta d r o
e p e q u e n o s d iâ m e tr o s . A fó rm u la
c á lc u lo d e tu b u la ç õ e s c u rt a s é : de
' Q = Cd.S.(2.g.h)112
(8.9)
Em q u e :
359
Abastecimento de água para consumo humano
360
Captaçao de água de superfície I Capítulo 8
As espessuras das barras metálicas constituintes das grades para captação de água
superficial costumam atender a uma das seguintes bitolas padronizadas:
• grade grosseira: 3/8'' (0,95 cm), 7/16" (1,11 cm) ou 1/2 " (1,27 cm);
• grade fina: 1/4" (0,64 cm), 5/16'' (0,79 cm) ou 3/8" (0,95 cm).
Quanto maior a altura da grade, maior deve ser sua espessura, para conferir-lhe maior
rigidez .
As telas, que são de uso mais restrito em captações de água superficial, são constitu-
ídas por fios metálicos ou de material plástico, formando malha com 8 a 16 fios por decí-
metro de comprimento da tela.
As grades e telas podem ser de limpeza manual ou mecanizada. Não obstante, os
equipamentos de limpeza mecanizada, pelo seu elevado custo, são restritos às captações
de grandes vazões (gerafmente maiores que 1 m3/s).
Segundo a NBR 12.213 (ABNT, 1992), as instalações com grades e telas para captação
de água de superfície devem atender às seguintes condições construtivas:
No que se refere ao dimensionamento das grades e telas, a mesma NBR 12.213 forne-
ce as seguintes orientações:
361
e a a
_aas as s 2
·Em que:
ht: perda de carga (m};
V: velocidade·média de aproximação (rnls), considerando como obstruída
50% da respectiva seção de passagem, entendendo-se por velocidade de
aproximação a velocidade da água na seção imediatamente a montante da
grade ou tela (com 50% de obstrução no presente caso);
g: aceleração da gravidade (mfs2);
k: coefiáente de perda de carga, cujo valor é função dos parâmetros
geométricos das grades· ou telas, a ser calculado pela Equação 8.12
apresentada no tópico seguinte (grandeza adimensional).
Em que:
~: coeficiente adimensiona1, que é função da forma da barra (ver Figura
8w21);
' s: espessura das barras;
b: distância livre entre barras (b e s devem entrar na Equação 8.12 com a
mesma unidade de comprimento);
a: ângulo da grade em relação à horizontal.
• Coeficiente de
perda de carga (k) em telas: o valor de k, a ser utilizado
na Eq~ação 8.11 aplicada a telas, deve ser calculado pela seguinte
equaçao:
Em que:
e: porosidade, igual à razão entre a área livre e a área total da tela, sendo:
362
Capta~o de água de superfície I Capítulo 8
,... s Jlo{
:8
"'
º-
o- li
lt')
....
(')
m-
-...
Ll")
Ll")
o <'.!
co
~
ô
N li
~-+.:,-:.:0,55
FORMA A 8 e D E F G
C">
--
N
cO
- a,
O>
C> -
-
r-
-
Figura 8.21 - Formas geométricas e coefiáente b das seções transversais das barras de grades
Fonte: ABNT (1 9 92)
Exemplo 8.3
363
Abastedmento de água para consumo humano
Solução:
N. A. máximo
E
o
"',....-
li
X
N. A. mínimo -(O
E
:I:
-
Hmín = 0,30 m
<J Li
<J
k B
J
Figu.ra 8.22 - Vista de frente da grade do Exemplo 8.3
'
I
. .:' ..
-.
364
Captaçao de água de superfície I Capítulo 8
Sendo:
O== 20 Lls = 20 Lls x 60 slmin = 1200 L/min,
tem-se:
Au = 1, l cm 2 I (Llmln) x 1200 Llmin =2040 cm2 = O' 204 m2
Adotado Au == 0,204 m2
Donde: Vu = QI Au == 0,020 m3/s .) 0,204 m2 = 0,098 m/s = 9,8 cm/s
.. (<1 Ocm/s => OK)
.
• Altura da grade
Ê função da altura do NA máximo do curso de água em relação à laje
de fundo da caixa de tomada. Sendo essa altura de 1,20 m (ver enun-
ciado do problema) e admitindo uma borda livre de 0,20 m, a grade
terá altura de 1,40 m. Conseqüentemente, será também de 1,40 m a
altura (ou comprimento) de cada uma de suas barras.
365
Ab.aste.cfmento de égua para consumo humano
do canal) que vem após ela. Admitindo que, neste caso, 0 ponto .
alto do terreno fique 0,25 m acima do NA máximo e que seja de ~;is
mm o diâmetro da tubulação subseqüente, a caixa de tomada terá o
. d" - ,
seguintes 1mensoes u eis: t . as
.. altura (com mureta de 0,30 m acima do nível do terreno): 1
40
0,30 = 1, 70 m (deve ser superior às dimensões da tubulação ~u d+
0
canal subseqüentes);
- comprimento (frontal) = 1,46 m (comprimento da grade, devendo
ser~ 0,60 m, para permitir a construção e a manutenção da caixa de
tomada onde a grade ficará instalada 2 );
- largura (lateral): 0,60 m (valor mínimo para permitir a construção e a
manutenção de caixa de tomada com altura de até 1,50 m para
alturas maiores ver Tabela 8.5, apresentada no item 8 .8).
366
Captação de água de superflcie I Capítulo 8
1
t
1
8.8 Desarenador
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
>
-~> 1 1 b/ 1 >I 1- >I I
CONCOR. L CONCOF
, , . .
• • • •
Vigas de piso
para limpeza
/
\ '
~ Ha·Z - --
., M
<I I\ 1
/ \
.f , l ·I 4
d 4
p "
\li Depósito de areia •
<I
4
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4 .d
A f/
" 4
,li . • <I
367
a a w
. 1'
•
•
•
Depósito
ri• L
Corte
4
4
.... á
"' ,d
"'
4
• •
r Planta
•
Figura 8.25 - Desenho esquemático para dimensionamento de desarenador
0,80 8,3 • ••
0,40 4,2 •• •
·' 369
.
' •
Aba$teclmento de água para consumo humano
As Equações 8.18 e 8.19 mostram que a altura da lâmina de água (h) não interessa
para o cálculo do comprimento do desarenador, visto que, se, por um lado, a altura menor
implica vh maior , conforme a Equação 8. 16, vh maior implica menor tempo (t) para O
movimento desde a superfície até o fundo, de acordo com a Equação 8.15.
Ou seja, essas duas variáveis, vh e t, compensam-se na Equação 8.15 e o.comprimento
L do desarenador permanece o mesmo, qualquer que seja h. ·
Contudo, do ponto de vista hidráulico, a altura da lâmina de água (h) dentro do
desarenador é importante para evitar o arraste da areia depositada ou retida por sedimen-
tação no desarenador, devendo possuir um valor mínimo que possibilite que a velocidade
horizontal no desarenador [vh= Q/(b.h)J não seja superior a 0,30 m/s.
As Equações 8.14 e 8.19 mostram que existem duas maneiras de calcular ou verificar
o valor da velocidade de sedimentação para a qual o desarenador foi dimensionado (v ), a
5
saber:
v5 =hlt e v5 = QIA
370
Captação de água de superfície I Capltulo 8
Para tornar fácjl a construção e a limpeza dos desarenadores, costuma-se adotar para
a sua largura (b) os valores práticos que constam da Tabela 8.5, que também costuma ser
utilizada para definir a largura de valas para assentamento de tubulações:
371
Abasteclménto de água para consumo humano
. .. .. . .. , "
Exemplo 8.4 -
Dimensionar um desarenador para a vazão de 20 l/s, a ser construído
anexo à captação de água de um ribeirão. No ponto escolhido para a
captação, o NA mínimo do ribeirão apresenta altura de 0,95 m em relação
ao seu leito. Já no local previsto para a construção do desarenador,
•
a superfície do terreno fica a 1,25 m acima do NA mínimo do rio.
Solução:
•
•
Para o dimensionamento do desarenador, serão atendidas as orienta-
í'~
1
ções da NBR 12.213 (ABNT, 1992), referidas em páginas anteriores, a
saber:
1
1
- velocidade de sedimentação: v5 = 0,021 m/s (para remoção de partí-
culas com d ~ 0,2 mm);
- coeficiente de segurança: 1,5 (para cálculo do comprimento do
1
desarenador);
1
- largura do desarenador (b): compatível com sua profundidade (h) -
conforme Tabela 8.5;
- velocidade de escoamento horizontal: vh ~ 0,30 m/s.
{1) Altura do desarenador (H)
Sendo recomendável que a geratriz inferior do dispositivo de toma-
da de água fique a pelo menos 0,30 m do fundo do curso de água
'
(11 ª orientação do Quadro 8.1 ), adotou-se para a altura útil da lâ-
mina de água no desarenador (h) valor igual à altura da lâmina de
água mínima do rio (dado do problema igual a 0,95m) menos os
0,30 m supracitados. Ou seja:
372
-
Captação de água de superflcle I Capítulo 8
b = 1,20m
•
(3) Comprimento do desarenador (C)
313
•
A roda de água é um dos equipamentos mais antigos empregados pelo homem para
a elevação da água. Há registros de sua utilização no antigo império egípcio, ou seja, há
cerca de 5.500 anos, para a captação e elevação de águas do rio Nilo, destinadas à irrigação
e ao consumo humano. Com a atual crise da energia elétrica, a roda de água volta a ser
.usada, agora conjugada a bomba de êmbolo (pistão), como se mostra na Figura 8.26.
374
Captaçao de água de superfície I Ca pítulo 8
Reservatório ~
--
1
N. A. •
\J •
'\
Bomba de êmbolo
(pistão)
••• ...
•
•
•
"'
•• •
•
•• "' "' "' "' "'
..• "' "' "' "' "'
• • • • •
• "' "'
.. •
"' "' "' "' "'
• • • •• 'lo "' "' "' "' "' "' "' "'
•
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• • • • •
•
"' "' "' "' "'
••
• •
4
"' "' "' "' "' "' "' "' "'
l • ••
•
•
•
~ --
,J,
"' "' "' "' "' "' "' "'
•
• "' "' "' "' "' "' "' "' "' "'
•
•
•
•
•• • • "' "' "' "' "' ,j,
"' "'
• "' "'
"' "' "' "'
' Poço de sucção
Figura 8.26 - Captação de água conjugada a roda de água
Fonte: CATÁLOGO DA HIDROTEC BOMBAS HIDRÁULICAS (1994)
Neste tipo de instalação, ilustrada na Figura 8.27, o local da captação deve propiciar
uma aftura de água ou pressão adequada sobre o equipamento de recalque de água,
conhecido como carneiro ou aríete hidráulico. Esse equipamento, desde que posicionado
corretamente, ·gera uma seqüência de rápidos e contínuos transientes hidráulicos (golpes
de aríete) que resultam sobrepressões de intensidade adequada na linha adutora, possibi-
litando a elevação ou o recalql!Je de ·vazões de água dentro de certos limites, que são
apresentados no capítulo rei ativo a estações elevatórias.
375
. .. - ~ i ti a: a
Reservatório
-·~
o
~
-Q)
Q)
Q)
"'O
~
Fonte de .a
-a,
suprimento (F) -
:e
~"::/=.==~·..r Extravasar Tubulação
Crivo
-
"O
m
<1>
< de recalque
(q,v,l,d)
::::::,
O"
"O
Q) Câmara-de=ar
Descarga ~ Ar
.3
-m
Tubulação - -
de suprimento
(Q,V,L,D)
Caixa de válvulas
Figura 8.27 - Captação conjugada a carneiro hidráulico
Fonte· : DACACH (1990)
• Os carneiros hidráulicos fabricados comercialmente no Brasil permitem o recalque de
•
'
vazões que variam de 12 Uhora (0,0033 Us) a 800 Uhora (0,22 Us), com altura de recalque
que pode chegar até 60 mca, no caso da vazão máxima de 800 Uhora, para um desnível de
1
1Omca entre o NA mínimo na captação e o carneiro hidráulico (6 mca de altura de recal-
que da vazão máxima de 800 Uhora para cada 1 mca de desnível).
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 12.213: Projeto de captação de água
desuperflcie para abastecimento póblico. Rio de Janeiro, 1992.
AZEVEDO NITTO, José Martiniano de et ai. Manual de hidráulica. sao Paulo: Edgard Blücher, 1998. 670 P·
BAPTISTA, Márcio; LARA, Márcia. Fundamentos de engenharia hidráulica. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2002.
42.3 p.
376
_J
----- - - - - ---------- • sc e #. -
QJNEJRA, Emanuel Tavares. Notas de aulas de abastecimento de água. Belo Horizonte: UFMG, [s.d.]. 67 p.
Notas<fleaul~
PEiffl"A, €:Jw.s:tantiJile;A'J'ruda; JORDÃO, Eduardo Pacheco. Tratamento de esgotos domésticos. 2. ed. Rio de
lao-e.it~ ABA m ~ . sa61P·
VJANNA.fj Mariw-s R~ a. ,Hidráulica aplicada às estações de tratamento de água. 3. ed, Belo Horizonte:
ltnpmt;,~ 19911. 516J~ i
YAUUDA, Qf.l\larão rR.,; NOGAMI, Paulo S. Captação de águas superficiais. ln: OLIVEIRA, Walter Engrácia et
•
ai. Tétmca[de,atJastedmenw·e ~tamento de água. 2. ed. São Paulo; Cetesb, 1976. v. 1. 549 p.
'
377
Abaste cimento de água para consumo humano
Anexo •
Proteção de mananciais
378
------ ~-~~------------•1-...............--•a---------~-
Deve ser lembrado também que, se a água captada estiver poluída por determinadas
substânàas, não será possível torná-la potável pelos processos de tratamento de água
usualmente utilizados. Os fatos abaixo descritos esclarecem essa afirmação.
O chamado tratamento convencional da água (composto por coagulação, floculação,
ecantação e filtração), mesmo complementado por oxidação, não é capaz de remover
satisfatoriamente substâncias como: antimônio, bário, cromo(+6), cianeto, fluoreto, chum-
bo, mercúrio (inorgânico), níquel, nitrato, nitrito, selênio(+6), tálio, compostos orgânicos
sintéticos, pesticidas e herbicidas, rádio, urânio, cloreto, sulfato e zinco (AWWA, 1999).
Tal problema chega a assumir uma proporção tão crítica que em países desenvolvidos
êm-se priorizado estratégias em que um município de maior porte suporta financeiramente
regiões vizinhas, indústrias e produtores agrícolas, para proteger as bacias hidrográficas. No ·
cômputo final, os custos inerentes a taJ apoio podem ser muito menores do que tentar
transformar água poluída em água potável. Relata-se que a cidade de Nova York, por
exemplo, planeja despender U$1,4 bilhão para proteger seus mananciais, inclusive adqui-
rindo grandes extensões de terra nas bacias, o que evitará um gasto de U$3 a 8 bilhões
para a implantação de um novo sistema de tratamento de água (Worldwatch lnstítute,
1999).
A Declaração Universal dos Direitos da Água, promulgada pela ONU em 1992, em seu
artigo 3º, lembra que:
379
Abastecimento de água para consumo humano
Assim sendo, todo o esforço deve ser feito pelos prestadores dos serviços de abasteci-
mento de água, juntamente com as populações abastecidas, para que seja garantido -
inclusive, mas não apenas, pela atuação dos órgãos ambientais responsáveis que as
atividades desenvolvidas na bacia, a montante das captações de água, não comprometam
mas favoreçam a quantidade e a qualidade desse precioso líquido.
A seguir, apontam-se algumas providências a serem adotadas para que os objetivos
acima destacados sejam atingidos:
380
•
Captação de água de superfície I Capftulo 8
381
•• • -a-=i- s--- -ª-· --- - - --- - -
Abaste(f mentt> de àgua para (onsumo humano
Como resumo e lista de verificação (chek list) das principais medidas descritas para a
proteção das bacias de mananciais, apresenta-se, no quadro a seguir, dezesseis itens refe-
renciados pela EMATER-MG como importantes para o manejo integrado de bacias hidro-
gráficas.
382
•
Capítulo 9
9.1 Introdução
383
Abastecimento de água para consumo humano
384
Captaç~o de água subterranea I Capítulo 9
385
Abastecimento de água para consumo humano
De posse das informações levantadas, é preciso observar que cada tipo de mananóa
subterrâneo possui algumas particularidades que devem ser bem estudadas antes da sua
definição como local de captação para abastecimento de uma comunidad·e.
Os mananciais subterrâneos podem ser divididos em duas categorias: os naturais
aflorantes, que compreendem as fontes, nascentes ou ''minas'' de qualquer tipolog;a, nas
quais a água alcança a superfície por ação de processos ligados à dinâmica terrestre; e
05
captados por obras diversas, tais como poços, galerias, drenas etc. A seleção desses
mananciais para atendimento dos diferentes tipos de uso da água, entre os quais o abaste-
cimento público, depende dos fatores hidrogeológicos locais e regionais.
O poço raso, também conhecido como poço manual ou freático, é urna escavaçã
manual ou mecânica, de seção cilíndrica, em geral, com diâmetro muito variá.vel, desde
alguns centímetros até metros. A profundidade do poço, suficiente apenas para penetrar a
zona saturada em espessura segura para obter água, é definida pelo nível do lençol freático
ou nível de água no aqüífero. Esse tipo de captação pode ser dividido em três classes:
386
..
Captação de água subterranea I Capítulo 9
Os drenas são valas ou trincheiras abertas desde a superfície do terreno até atingir o
aqüífero, onde se introduzem tubos ranhurados envoltos numa manta permeável e numa
camada de elementos de granulometria controlada, capazes de direcionar o fluxo das águas
subterrâneas para pontos de interesse. Outras formas de drenas são perfurações sub-hori-
zontais feitas por sondas, trados ou por cravação de hastes, a partir de locais estrategica-
mente selecionados. Tais obras podem ser implantadas no interior de poços amazonas, de
galerias ou nas variações bruscas de declive (quebras naturais do terreno) onde se intro-
duzem, mecanicamente, elementos de alta permeabilidade, para conduzir as águas do
aqüífero aos pontos de captação.
Por sua vez, as barragens subterr~neas são construções destinadas a criar um reserva-
tório artificial no interior de sedimentos aluvionares, à semelhança dos lagos produzidos
por barramentos convencionais. Nas aluviões do leito de drenagens intermitentes ou efê-
meras , constrói-se um obstáculo impermeável, com a finalidade de barrar o fluxo de água
subterrânea e elevar o seu nível a montante do barramento.
A escolha de uma alternativa subsuperficial para ser usada no abastecimento público
deve ser precedida de uma criteriosa análise do uso e ocupação da área de recarga e sobre
a variação da superfície potenciométrica do sistema aqüífero subsuperficial. Isso porque,
normalmente, estes sistemas aqüíferos apresentam maior vulnerabilidade aos agentes
poluidores e são mais susceptíveis às variações sazonais de vazão, que são função do clima.
A escolha de se abastecer uma comunidade por meio de poço tubular profundo deve
ter como pré-requisito um estudo detalhado de natureza hidrogeológica, com abrangências
local e regional. Existe sempre o risco de insucesso na perfuração, sendo que o custo para
a construção envolve um capital significativo. Entre os fatores que influenciam na decisão
deve-se considerar a quantidade e a qualidade da água demandadas.
A locação de poços tubulares profundos deve ser precedida do inventário dos poços
existentes na região, com o objetivo de identificar a posição e os critérios utilizados no
posicionamento dessas captações, a produtividade e a posição das entradas de água. Em
seguida, deve-se avaliar a geometria do aqüJfero, delimitar as áreas de recarga e descarga,
definir o tipo de aqüífero poroso ou granular, fissurado, cárstico e, finalmente, elabo-
rar o modelo hidrogeológico conceituai para o local.
As áreas em que estão presentes os sistemas porosos ou granulares oferecem maior
flexibilidade para a locação. lsso se deve ao fato de que tais aqüfferos apresentam, como
387
·---
AbastecJmento de água para consuimo humt1no
388
c aptação de água subterrânea I Capítulo 9
389
Abastecimento de :água para con suma, humano
· •
... li
9.4 Fontes de me~~ -~~~º~~~
• • •.
• l -
I •
390
Captação de água subterrânea I Capítulo 9
Valeta de proteção
o Extravasar
o --- o
-
N. A.
o o ~
o o - -
Adutora
Descarga •
111111
1
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1
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+ + + + + + + + + + +. + ~. + + + + + + + + . • + + + + + + + + + t + + + + +• 1111 Ili.li
o 2
- -1 -
Figura 9.2 - Captação de água de fonte de a.qüífero fraturado
•
391
Abastecimento de ág ua pa ra consum
o humano
• M é to d o construtivo
A época adequada para a escavação dess
e tipo de poço é o período da estiagem
no período das chuvas o trabalho envotv , pois
e um risco considerável de acidentes, d
maior potencia\ de desmoronamento do te evido ao
rreno . Entretanto, a construção de um p
requer, sob qualquer tipo de regime clim oço
ático, a adoção das medidas de segura
sárias para garantir a estabilidade das p nça neces-
aredes do poço de acordo com o avan
ração . ço da perfu-
A escavação é feita manualmente, utiliza
ndo-se picaretas, pás, enxadas e alavan
1
material desagregado é retirado por me cas. O
io de caçamba presa a uma corda, com
um saritho. O poço deve ser centrado n o apoio de
o furo a trado, ter a forma cilíndrica e d
torno de um metro. A profundidade d iâmetro em
eve ser suficiente para atingir a superf
aqüífero superior (lençol freático) e ne ície livre do
le penetrar pelo menos um metro. Poré
não deve ter uma profundidade inferio m, o poço
r a três metros, que é uma a\tura mín
revestimento de proteção sanitária do p 1ma para o
l oço .
Para a construção do poço uma técnica simp
les é usar, como revestimento , manilha
de concreto . Na instalação dessas man s
ilhas, a sua descida para revestir o poço
concomitante com a escavação . Para ta po de ser
nto, o dia metro dos tubu\ões e do poç
o em coOY
1
392
Captação de água subterrânea I Capítulo 9
Sistema de bombeamento
= 0,80 -1 ,20
+ + + + + + /
+ ++ ++ ++ + + + + + + + +
+ + ~ + + + + + + + ~ + + + +
+ + + + + + + + + + + + + + +
+ T + ~ + + + + + + + + + + +
+ + + + + + + + + + + + + + +
T + + + + + + + + + + + + + +
+ + + + + + + · ++++++++
+ + + + + + + ~....._,
+ + + + + + +
N. A. + + + + + + + +
+ + + + + + + ~ · ++++++++
+ + + + + + + +
+ + + + + + + ·+++++ + + +
+++++++ ~ + + + + + + + +
+ + + + + • + . + + + + + + + +
+ + + + + + + + + + + + + + +
+ + + + + + + + + + + + + + +
-r+ +++++ Clorador + + + + + + + +
+ + + + + + + . + + + + + + + +
++ +++++ ~ + + + + + + + +
+ + + + + + + · + + + + ++ + +
+ + + + + + + + + + + + + + +
+ + + + + + + + + + + + + + +
+ + + + + + + + + + + + + +
+ + + + + +
..
Os poços tubulares rasos são, na maioria dos casos, empregados para abastecimentos
individuais na zona rural, que requerem pequena vazão. São constriufdos em terrenos facil-
mente desagregáveis, como aluviões ou mantos de alte~ação das r:ochas cristalinas. Assim,
esse tipo de poço é apropriado para captar água subterranea do sistema aqüffero granular
pouco profundo.
393
Aba:steclmento d'.e água para consumo humano
11
Perfuração 6 ou 8"
)
laje de proteção ~
...--'----i
Superfície do terreno
/
Selo de calda
de cimento ------- ~------·
.........
-'----,.jf---
Tubo de PVC
geomecânico de
• 1 f i'
100 mm ou PVC rígido
__,_ .
- . .
--- -
Pré-filtro de brita
zero ou areia Filtro de PVC
sel.ecionada ' geomecânico de
100 mm ou PVC rígido
•
ranhurado envolto em
' tela de náilon
....... ' 1
• Método const.rutivo
A construção desses poços deve ser feita em diâmetro que permita a instalação de
revestimento com tubo de PVC geomecânico ou rígido e, na zona saturada, com elemen-
tos filtrantes de PVC geomecânico, ou mesmo com tubo de PVC rígido ranhurado.
•
Nesse tipo de poço é aconselhável sempre usar uma camada de pré-filtro disposta no
espaço anelar entre o filtro e as paredes do aqüífero. o emprego de pré-filtro tem por
objetivo estabilizar os sedimentos do aqüífero, permitindo O uso de um elemento filtran~e
com ranhuras maiores. O pré-filtro deve ser de areia ou "pedrisco", com granulometna
controlada e homogênea, geralmente brita zero, de forma a redUliir o ··<Earreamento de
• •
material sólido para o interior do poço, através das aberturas do f:iltro. Recorner,ida-se ~ e
o pré-filtro tenha granulometria capaz de reter 90% do material cqae colíflp'õe, ii.farlli:laefcl@
aqüífera. :
AP do pré-f·11tro, deve-se completar a porção
tala~ao
- · supenor,. 1110 ,rStro el:ltre o
.. Á
.,5 a ins
• ..J'
p,.,,. • _ afé
aquífero e o revestimento,
•• com uma çalda de cimento, -visal,)clo -â iirmpet.meabíllza(aQ
394 ,
Captaçao de água subterranea I Capítulo 9
uma profundidade mínima de 3 metros abaixo da superfície do terreno. Caso o poço esteja
em área de inundação, o revestimento deve ser instalado com sua borda superior acima do
terreno, com uma altura suficiente para protegê-lo das enchentes. A cota de inundação
pode ser pesquisada junto aos moradores da região.
É importante registrar que esse tipo de captação, em função da sua pequena profun-
didade e da natureza da área onde é construída, é altamente susceptível a contribuir para
a poluição do aqüífero. Assim, as medidas de proteção devem ser objeto de cuidados
• •
espec1a1s.
• Método construtivo
Detalhes do poço Amazonas são apresentados na Figura 9.5.
395 •
Abastec:Jmento de água para consumo humano
0,75 rn
Fixação de clorador Tampa de inspeção K · - ~
- •
. . / Saída para bombeamento
: ~~;.~•.'i:=1
,--~~~~~~~-t-
1
•
1
• 1
1-'
•
: Superfície do terreno
///, '/7/ ~ . ///////. "//////
Tijolo comum , · . 1
1
• Tijolo em pé e ferragem
1
•
com concreto
•
N. A. 1
•
N.A
1/ 1
•
•
•
v -
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Cinta de concreto
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Dreno ~ · . . "'
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Dreno ra ia1
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•••••••••0000000
000000000000000 •
oooooe 0000
•
o~
Substrato rochoso
Figura 9.5 - Poço Amazonas
396
Captação de água subterranea I Capítulo 9
1 (n
6m
2 (T)
> 1.5 m 8
0,90 m
---------- - NA
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••
3 (T} ----- ... -- NA
0,4 4,0 m 0,4 • •
- - - - - - - - - - - NA LEGENDA:
f]
Revestimento com tijolo simples
Concreto cavernoso
-:·:·:
.....
· : ..-
:·:·
11~11 ~
.........
i,i,i
•
rn Argila compactada .': - - - - - .•
- - NA
para concretagem _ (T)
II Pré-filtro em areia fina e média -. ... ..
':• • 8 Entulho de escavação
- - - - - - - - - - - NA •
6 _ r-- (T)
"' . .. . . ~
----------- NA Tubo
,.,
7 ~ Mangante ..........-::::::!At:::T (T) ..• ----- - - NA
' . ''
.
1m O 1 2 3m
• ----
•
Escala
Figura 9.6 - Etapas de construção do poço Amazonas
Tanto a sapata como as paredes do poço que estão abaixo do nível de água são feitas
com concreto cavernoso, segundo as seguintes recomendações: . 1
•
•
• o concreto cavernoso é preparado com brita zero, cimento e água. A
brita zero é inicjalmente peneirada em malha de 0,5 cm (equivalente •
•
. -
•
39l
,.. -
398
Captação de água subterranea I Capítulo 9
Os drenas horizontais são captações de água subterrânea indicadas para meios poro-
f
sos, cujo nfve.f de água está posicionado a pequena profundidade. Éindicado para áreas de
! ocorrência de.aluviões ou coberturas detríticas com pouca espessura e significativa exten-
são em área. Geralmente, a captação é constituída de um ou mais drenas horizontais
assentados no fundo de uma vala (trincheira) e interligado(s) a um poço coletor, como
mostra a Figura 9. 7. Os tubos do dreno podem ser de PVC geomecânico, PVC rígido ou de
aço .galvanizado ranhurado. Em terrenos com sedimentos de granulação fina ou na presen-
ça de.á·guas turvas, a porção ranhurada do tubo deve ser envolvida por uma manta porosa
(tipo bidim) ou tela de nylon e por um pré-filtro constituído por camadas de areia e de
cascalho ou brita, selecionados de forma a eliminar as partículas em suspensão na água.
•
E
o
r1
-
Superfície do terreno
\
2- Tubo de PVC geomecânico do tipo filtro ou Tubo dreno de PVC rígido com ran.huras o~lígua·§
de 20 em 20 cm revestido em tela de nylon, diâmetro de 100 mm, caimento d.e 5%. ,
•
' . •
'
. ·.
•. .• . •,
•
Abashdm•n10 de Agua para consumo humano
Escavação da trincheira 3a
._,~·.·...vo
e •o C!o
o
ººº • 0 00•0 ··.:·~
4 • Oo. '-"'
···" - - - - Brita zero
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400
-- - -
Captação de égua subterrânea I Capítulo 9
• Método construtivo
A escavação para instalação do dreno pode ser manual ou mecânica (utilizando retro-
escavadeira). Deve ser em forma de trincheira simples, com largura útil em torno de 0,5 m
(Figura 9.8).
A instalação do tubo dreno deve obedecer a seguinte seqüência, indicada na Figura 9.8:
401
Corte do tubo-dreno U
Vista lateral
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Figura 9.9 - Esquema construtivo de dreno com tubo de PVC ranhurado
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1 '..
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402
.
Captação de água subterrânea t C
trução.
Poço de capta ão
NA
2 Montante
o
NA acn
\J Jusante o
• + ~luxo subterrâneo
Barragem subterrânea
Figura 9.11 - Barragem subterr~nea
•
403
,_. •
AbastecJm-,nto de água para consumo humano
• Método construtivo
404
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/ Escavação
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Enchimento com areia ou
.. material d a ~
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o aumento da salinização será minimizado, pois as âguas novas que entram com as prime·
.
chuvas, ao serem retiradas . e1.1m1narao boa parte dos sa,s.
do reservatório, 1 -- . tras
406
CoptaçDo de água subterranea I Capítulo 9
9.11.1 Projeto
Na construção de poço tubular para captação de água subterrânea com boa produtivi-
dade e qualidade, o primeiro passo é projetar o poço com o objetivo de atender à demanda
requerida com o menor rebaixamento possível e obter água com padrão de potabilidade
aceito pela legislação brasileira, prevenindo possíveis contaminações. o local escolhido deve
situar-se o mais próximo possível do ponto onde se pretende construir a caixa de distribuição
e da rede erétrica, de forma a reduzir os custos de implantação do projeto.
Para a elaboração do projeto de um poço tubular profundo, o responsável técnico
deve ter domínio da norma técnica ABNT NBR 12.212 e levantar os dados geológicos e
hidrogeológicos da área onde se pretende construir a captação, a saber:
407
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(D Revestimento
3tu- (atender NBR: 12.212) g
Tubo de revestimento ~
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o
VI 1---- NBR: 12.212)
~ ~ - - Cimentação com caldo
"'O De cimento
o
o("\
.,:.. o
V,
_ _ _ Tubo de recarga do
o ..-+ Pré- filtro
00 e
Cí
e
-
Q.I
'""'I
(D
V1
a) Diâmetro de perfuração
Notas:
DI: diâmetro interno
DE: diâmetro externo
Fonte: FEITOSA et ai. (1997)
Para poços de grandes vazões, pode-se projetar a construção do poço com dois diâ-
metros diferentes, ou seja, iniciar com um diâmetro maior, reduzindo na porção inferior. A
porção construída em maior diâmetro é denominada câmara de bombeamento e a sua
construção tem por objetivo permitir a instalação de bombas adequadas à vazão desejada.
Entretanto, a decisão de aumentar o diâmetro da câmara de bombeamento deve ser
cuidadosamente analisada, pois isso repercute significativamente nos custos de perfuração
e pode resultar em um aumento pouco significativo na vazão.
A Tabela 9.2 mostra a relação do aumento da vazão com o diametro da cêmara de
bombeamento.
. .
409 •
.'
.
?' :
•.
-- - - -- - --
...... .. =· )&
-- - -
6 152,4 1.000 -
12 304,8 1.100
18 457,2 1.181
24 609,6 1.240
30 762,0 1.289
36 914,4 1.333
48 1219,2 1.408
fonte: modificad,o de FEITOSA et ai. (1997)
b) Profundidade
A situação onde o poço apresen,ta o melhor rendimento hidráulico ocorre quando sua
profundidade permite atravessar toda a unidade aqüífera. Entretanto, o custo de perfuração
aumenta significativamente com o avanço do poço em profundidade. Dessa forma,
deve-se ter em conta o recurso financeiro disponível para a perfuração e a vazão requerida
pe,lo projeto.
Além desses fatores, a definição da profundidade do poço exige que o projetista ana-
lise os dados disponíveis sobre a tjpologia e a espessura do aqüífero, ou seja, nos sistemas
cársticos, conhecer a profundidade da carstificação; nos aqüíferos fissurados, a profundidade
das descontinuidades abertas; nos sistemas porosos, a espessura e a posição estratigráfica
do sedjmento saturado em água. A experiência tem mostrado que os poços em aqüíferos
cársticos ou fissurados, em algumas regiões brasileiras, não devem ultrapassar 300 metros,
pois abaixo desta profundidade são raras as descontinuidades com circulação de água.
e) Revestimento
410
Captação de água subterrânea I Capítulo 9
d) Filtro
O filtro; também conhecido por crivo ou tela, é um revestimento especial que permite
a passagem de água do aqüífero para dentro do poço. Portanto, é instalado junto às
porções permeáveis e saturadas do aqüífero.
O comprimento da coluna de filtro depende da espessura da camada saturada, das
pressões e da vazão de explotação projetada. De acordo com a ABNT NBR 12.212, o
comprimento do filtro deve ser calculado com base na seguinte fórmula:
L = (Ql1t. A 0 . D. V)x100
Onde:
L= comprimento, (m);
Q == vazão a ser explotada, (m 3/s);
Ao= área aberta total, (o/o);
D= diâmetro do filtro, (m);
V = velocidade de entrada de água, (m/s).
Uma regra prática utilizada para distribuir a coluna de filtros reva em conta a profundi-
dade do poço. A coluna de filtro deve ser assim disposta: para aqüíferos não confinados,
colocar os filtros na porção inferior da zona saturada, cobrindo entre 30% e 40% da
•
espessura desta; para aqüíferos confinados, os filtros podem ser distribuídos ao longo do ·
poço, de forma que cubram entre 70% e 80o/o da zona saturada.
Éimportante ressaltar que a admissão (crivo) da bomba filtro não deve ser instalada na
mesma posição onde estão localizados os filtros. Nessa posição, a velocidade de fluxo é
muito grande, o que pode provocar o carreamento de partículas.
A escolha do tipo de filtro depende de fatores como as características granulométricas
da camada aqüífera, a vazão de explotação e a disponibilidade financeira do projeto.
Normalmente, esses equipamentos são fabricados com aço galvanizado, aço inoxidável,
aço carbono ou PVC. Devem ser projetados para suportar a pressão das camadas do
aqüffero e os esforços ou stress'' a que são submetidos durante os procedimentos para
11
posicioná-los corretamente dentro do poço, nos pontos indicados pelas entradas de água.
Dos filtros disponíveis no mercado os mais conhecidos são (Figura 9.14): !
'•
'.
'•
• filtro tipo Nold; •.
l,,•'
• filtro de ranhura contínua; • ••
,:
• filtro de frestas.
411
A1bastedmento de água para consumo hrumano
O filtro de ranhura contínua (Figura 9.14b) apresenta a seção transversal das aberturas
com forma aproximadamente triarngular, constituindo-se no modelo que apresenta o me-
lhor rendimento, pois,permite mai,or área relativa de entrada de água. Deve-se ressaltar que
são os de custo mais elevado. Assim, a opção por este tipo de filtro passa necessariamente
por uma análise d.a demanda a ser atendida e pela disponibilidade financeira do projeto.
Nesse t~po de filtro, a água encontra menor resistência para entrar no poço. A veloci-
dade do fluxo de entrada também é menor. Por conseqüência, a perda de carga no filtro é
mínima., o qu1 e im plirc:a, rebaixamento menor para uma mesma taxa de bombeamento.
1
Esses fatores área de abertura maior e baixa velocidade de entrada de água prolon-
g1am a vida útil dos poços tubulares, reduzindo a taxa de incrustação nas paredes da ranhu-
ra e, conseqüentemente, retardando o processo de obstrução das ranhuras.
Os filtros de frestas (Figura 9. 14c) possuem aberturas similares às das ''venezianas"
empriegadas 1nas janelas residenciais. As aberturas podem ser orientadas tanto na direção
perpendicu lar ao 1eixo maior da peça como na direção paralela. Estão disponíveis em aços
1
galvaniz,ado, inoxídável e carbono (tubo preto). O filtro de frestas tem área aberta menor
do que os.de ranhuras. O uso deste tipo de filtro é indicado para produção em cascalhos ou
conglomerados ,pouco consoJidad,os. Seu emprego em camadas arenosas não é aconselhável,
pois é maior a po,ssibilidade de ent.upimento.
Na fabricação de filtros podem ser empregados aço carbono, aço inoxidável ou PVC
geomec.ânico ou rígido. A escolha do material do filtro deve ser orientada pelo tipo de
aqüff:ero a ser explotado granul.ometria nos sistemas porosos e tipo de alteração encon..
trada nas fendas do siistema fissurado e pelas características físico-químicas da água
412
Captaçao de água subterranea I Capítulo 9
Onde:
Q =v~zão máxima de penetração da água no poço (L3T-1);
r =raio do furo (L);
h = comprimento do poço no raio r (L);
v = velocidade de entrada da água no poço (LT-1) = raiz quadrada de K/15
ou raiz quadrada de K/30;
K= condutividade hidráulica do aqüífero (LT-1 ).
Q=21trha~v
Onde:
Q = vazão máxima de entrada da água no filtro (L3T-1 );
r = raio do filtro (L);
h =comprimento do filtro (L);
a = porcentagem da área aberta do filtro*;
~=porcentagem da área fechada do filtro*;
1
v = velocidade de entrada de água pelo filtro (LT- );
K = condutividade hidráulica do aqüífero (LT-1).
*Os valores de a e b são encontrados nos catálogos dos fabricantes de filtro.
Deve-se ainda considerar a dimensão das aberturas do filtro. Para isso, é necessário
conhecer a curva granulométrica da litologia que compõe o aqüífero. Quanto menor a
granuJometria do aqüífero, rrrenor deve ser a a.bertura do filtro. CG>ntudo,. existe um ponto
a partir do qual torria..;se invi·ável o uso do filtro, pois sua abertura seria murto pequena, o
que reduziria drasticamente a produtividade ,do poço. Nesses casos, deve-se ,usar uma
camada de pré-filtro, disposta no ·espaç© anular entre o fiiltro·e as paredes do aqüffero. O
pré-tittro tem granulometria e permealDilidade cor1troladas, para atuar como elemento de
proteção, de forma a reduzir o carreamento de material sólido para o interior do poço,
413
Abllrtec:lmento dê égua para consumo humano
Os métodos mais utilizados para a perfuração de poços tubulares profundos são: per-
cussivo, rotativo e rotopneumático. A escolha do método de perfuração é conseqüênci~ ~~
414
Captação de água subterranea I Capítulo 9
a) Sondagem percussiva
Essa é a metodologia mais simples e mais antiga utilizada pelo homem na perfuração
de poços tubulares. Basicamente, consiste na fragmentação da rocha por meio do impacto
de uma ferramenta pesada que a golpeia continuamente. É um método indicado, prefe-
rencialmente, para perfuração de poços tubulares em rochas consolidadas, que geralmente
não apresentam problemas de desmoronamento. Não é aconselhável para ser empregado
em rochas inconsolidadas, devido à baixa produtividade na perfuração. Caso seja o único
método disponível, em função da impossibilidade de se contar com outro tipo de equipa-
mento, deve-se utilizar lama de perfuração ou revestir provisoriamente o furo, como forma
de manter a estabilidade das paredes do poço. A produtividade desse método é muito
I baixa quando utilizada em profundidades superiores a 200 metros e diâmetros maiores
que 350 mm (14 '').
Existem vários tipos de sondas percussivas. As mais utilizadas são as de pequeno porte
e de operação simples, geralmente montadas sobre o chassi de um caminhão, o que faci-
lita o seu deslocamento. Os principais componentes de uma sonda percussiva, indicados na
Figura 9.15, são os seguintes: · ·
,l
'
b) Sondagem rotativa
1
1
l
'
.1
1
..'
A sondagem rotativa é indicada para a perfuração de poços profundos em geral,. ou i
1
seja, de pQços profundos destinados tanto à obtenção .de águ.~ como à sondagem ge0Jó·g1~a, 1
415
Abasteclment-0 de água para consumo humano
• Broca (bit): existem vários tipos de broca para uso em sondas rotati ..
vas. Na abertura de poços tubulares para captação de água subterrânea
1
as mais utilizadas são as do tipo "tricônicas'', em aço ou em vídea .
Geralmente, as tricôriicas de aço são indicadas para perfuração de ro-
chas inconsolidadas (friáveis), enquanto as de vídea são recomendadas
parà perfuração de rochas compactas (duras);
• sub- broca: une a broca ao comando;
• comando: conjunto de peças que une a sub-broca às hastes. Tem a
função de dar peso à coluna de perfuração;
• hastes vazadas: além de transmitir o movimento rotatório à broca,
têm a função de conduzir a rama de perfuração, armazenada em tan-
ques na superfície, até o fundo de poço;
• haste quadrada (kelly): é encaixada sobre a mesa giratória e transmite
o movimento rotatório à coluna de perfuração;
• mesa giratória (carro): tem a função de transmitir o movimento rota-
tório à coluna de perfuração.
Sondagem rotopneumát·ica
Esse método de perfuração é uma combinação dos dois descritos anteriormente. Con-
siste na fragmentação da rocha por meio de movimentos percussivos, em alta freqüência e
pequeno curso, conjugados a um movimento rotativo. Nesse método também é utilizadaª
fama de perfuração. Esse tipo de sondagem tem como principal elemento propulsor~ ar
comprimido gerado por compressores de alta potência. A coruna de perfuração consiste
em uma broca (bit) e uma peça intermediária, denominada ''martelo'', responsável pela
percussão gerada pela passagem do ar comprimido.
416
Captação de égua subterranea I Capitulo 9
Pona de
- - - - percussão
tabode -=
percussão
1
Porta cabo
Ponto de giro
do balancim
Balancim
Percussor
Salda de
força
Haste
Trépano
Abastecimento de água para consumo humano
figura 9.17 - Sonda Roto-Percuss;va (foto cedida pela Geosof - Ge0Jog1a e Sondagem t
418
Captação de água subterrânea I Capítulo 9
Entretanto, deve-se considerar que, para poços de vazões inferiores a 1O m3/h, o teste
de produção pode ser contínuo e com uma vazão constante. Nesse caso, o tempo de
bombeamento não deve ser inferior a 24 h.
419
4. medidor de nive.l elétrico;
s. valores preestabelecidos, como o tempo de d~r.ação de cada etapa
do teste, que deve ser planejada de forma a perm,t,r uma relativa esta-
bilizaçao do nlvel de água (nível dinâmico) ao final da etapa. Em geral
as etapas devem ·ter durações que variem entre 6 e 8 horas; '
6. garantia de que o local onde a água extraída será lançada esteía
numa posição que não interfira no resultado do teste. A distancia de
lançamento é estabelecida em função do tipo de aqüífero, porém nunca
deve ser inferior a 25 metros;
7. planilha para registrar os dados do teste. A Tabela 9.3 apresenta
um modelo de ''ficha de testei(.
Responsável técnico:
Rebaixamento do nível da á ua
Tempo Hora N.D. Vazão Tempo
(mln) local (m) (Vh) Hora ND Vazão
•'- , e (min) Local Tempo N.A.
(m) (Vh) (min) (m)
1,5 510
540 1
2 1,5
3 570
600 2
4
630 3
5
660 4
6
690 5
8
720 6
10
12 750 8
14 780 10
1,6 810 12
18 840 14
20 870 16
25 900 18
30 930 20
40 960 25
'60 990 30
90 1020 40
120 1050 60
150 1080 90
1110 120
150
f
Tempo Hora N.D. Vaz~o Tempo Hora ND Vazão Tempo N.A.
(min) Local (m) (1/h) (mln) Local (m) (1/h) (min) (m)
180 1140 180
210 1170 210
240 1200 240
270 1230 270
300 1260 300
330 1290 330
360 1320 360
390 1350 390
420 1380 420
450 1410 450
480 1440 480
Antes de se iniciar o teste, é desejável manter o poço em repouso pelo maior tempo
possível, para a medição do nfveJ de água antes do bombeamento (nível estático). Reco-
menda-se que a paralisação do poço seja por um período mínimo de 24 horas. ·
Antes de figar a bomba para o início do teste, é preciso fazer algumas medidas do
nível de água no interior do poço, após o período de repouso. O nível estático será
determinado pela média aritmética dessas medidas e será a referência a partir da qual
serão determinados os rebaixamentos medjdos ao longo do tempo. De posse dos dados
e dos cuidados citados, pode-se iniciar o teste de produção propriamente dito.
Antes que as bombas sejam ligadas para o início do teste, deve-se certificar de se ter
em mãos as etiquetas numeradas, resistentes à umidade, suficientes para marcar, no fio do
medidor de nfvef, as variações do nível de água nos primeiros 30 minutos, de acordo com
os tempos preestabelecidos na ''ficha de teste" (Tabela 9.3). Isso é muito importante, pois
nesses primeiros trinta minutos as variações precisam ser medidas em inrtervalos de tempo
•
•
mu,to curtos.
Decorrida a primeira etapa do teste, em que necessariamente o nível dinâmico tenha
atingido a estabilidade por um tempo considerável, passa-se imediatamente para a segun..
da etapa, alterando a vazão do teste para, em seguida, adotar os mesmos procediff\\entos
da etapa anterior, inclusive o de ter à mão etiquetas para os primeiros 30 minutos. Conclu-
ída a segunda etapa, altera-se novamente a vazão, para avançar à terceira etapa do teste
de produção, observados os cuidados descritos para as etapas anteriores.
Ao finaJ do teste, a bomba deve ser desligacít1 e acompanhada a recuperação do nível
dinâmico (ND), até que ele se iguale ao nível estático (NE), anotando os-tempos e as ,posi-
ções do ND na mesma planilha onde foram lançados os dados ,do re'.baixamento. Estes
.
'
dados são muito importantes para a avaliação de alguns dos parâmetros hidráulicos do ~
•
l
aqüífero. Nos p~imeiros trinta minutos da recuperação, deve-se ter preparados os marcadores, ~
1'\ .
5
a exemplo da etapa inicial. ~
•
421
,
- ...
- d t ste de· produçao~
lnterpretaçao o e. . d· fíodu~o
· , def1n1r
é poss1vel . . a equaçao,
_ a curva caraf"i,"ri
·om os dados
..
do teste e P Y- ' -
e .ente, a vazão ótima para sua explotaçao. Com os dados do~
'""""~tJr.a
e
do poço e, conseqilent rn,
'lha como a apresentada na Tabela 9.3, na qual: te!,
deve ser elaborada uma Pani
.,. ós a e.....+'.'.lbilízarão do nível dinâmico;
Q == vazao ap , · -:,w ~
s == rebaixamento do poço"' (NE- ND);
s/Q ""rebaixamento específico.
• •
•
,.•
•'
L
8
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eCl.) E
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.~ro B
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,,,,,,,,, ,,,
Q . -
422
----
Captaçao de água ~ubterrAnea I Capitulo 9
Otide:
Q• vazio após a estabili~açã0 do ní'lel di~ãmico;
• rebalxame~to do ~oço = ~N.1:.- ~.D.);
·B • coeficiente de perê:fa ele car~ia do acqüífero;
C • coeficiente de perda de carga do poço.
m
mseguida, monta-se um segund@gráficz:o vazão (Q) x rebaixamento (s) , para
deflríl~8o da curva característica do p 0~0, como se exemplifica na Figura 9.19 .
•
3
Q (m / h) Vazão máxima
t
10 20 50 100 120 140
o '
r
1
..... •
1
1
© 1
1 1
o
1 1
1 1
1 1
1 1 1
1 1 1
®
o 1 1
1 1
1 1
1 1
'e
4§._ _.... ......... --- - - - - - - - - - - - - - ~ 1
IP l?onto critico
~
3
•
1
•
• •
424
1
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de ág_ua subterrAnea. Rio de Janeiro, 1990.
1
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1
UNITED NATIONS EDUCATIONAL, SCIENTIFC AND CULTURAL ORGANIZATION. Groundwater
f
,
1 •
1
425
-
1
• Capítulo 1O
Adução •
'1
10.1 Introdução
l·j
·;·!\
.....~.:-;
· ~.-·\
4·27
&&t t 2 a a ;a . ; ; a a t5 : a t a as a a a : a •
O traçado das adutoras geralmente é definido com base em critérios técnicos e econõ.
micos. Por isso, a sua concepção deve ser realizada com o auxílio de levantamentos topográ-
ficos. geotécnicos e inspeções de cam,po, evitando-se regiões que dificultem os trabalhos de
implantação, operação e manutenção, tais como áreas pantanosas, declividades elevadas
I
vias de tráfego intenso etc. As áreas de instalação das adutoras devem ser, preferencialmente
1
de domfnio público. Quando isso não é possível, a faixa a ser utilizada deve ser desapropriada
ou deve ser estabelecido um contrato de servidão sobre ela, podendo, nesse caso, ser utilizada
pelo proprietário, com restrições decorrentes da servidão.
Tendo em vista a topografia dos terrenos e as condições de operação em regime
permanente, os perfis das adutoras podem estar totalmente abaixo, coincidentes ou aci-
... ma, em alguns pontos, das linhas piezométricas efetiva e absoluta, ou do plano de carga
estático., implicando os cinco tipos de perfil mostrados na Figura 10.1 e descritos a seguir:
linha .
- ... - - Pte~ornétr;
- ------ - --..:.
abs
ca abso1ura.--.
Patm - ...
y -- -
-- -----...
- __ Plano de carga estático
--- --->----------------------
-- -- -- --
---- ---
B
3 p
inha .
Prezornét .
-y nca eflet·IVa
1 --
428
Adução I Capitulo 1O
Conduto forçado
Túnel
Conduto livre
...... ...
~~,,.:;· ---······-~ ---········-·························- ~---···· ······························--~··········--····
.-::::::::::::--..,.._
-·-·- .. -.. -._
::::=::::n:- - .
1
Sifão invertido
f
Adutora Mista
Fi.gura 10.2 - Adutoras por gravidade
429
.
. .
Abastecimento de água para consumo humano
topográficas locais indicarem um Perfil (3), uma das soluções normalmente adotadas é a co _
trução de uma caixa de transição no ponto mais alto da tubulação, de maneira a altera~s
posição da linha piezométrica. Assim, a tubulação fica totalmente abaixo desta e, Portant:
sujeita apressões positivas, como no Perfil (1). Essa solução, entre~nto, implica, quase sempre:
aumento do diâmetro de parte da tubulação, conforme pode ser visto no Exemplo 10.2. Algu.
mas vezes é,mais indicado mudar o tragido da adutora, contornando o ponto alto ou mesmo
construiRdo Ym túnel para que a tubulação não corte a linha piezométrica.
Os Perfis (4) e (5) têm parte do seu traçado situado acima do plano de carga estático e
por isso, têm o funcionamento limitado às condições de um sifão tradicional. A solução a I
se adotar para uma operação mais segura é a instalação de uma elevatória para impulsionar
o líquido e, assim, obter pressões superiores a pressão atmosférica em toda a tubulação.
A Figura 10.3 mostra uma elevatória convencional e outra para reforço, do tipo booster,
transportando água entre dois reservatórios, por meio de adutoras de recalque, e as novas
posições das linhas piezométricas efetivas.
1
r ·-·-,\- . L'
i -·- ·-·- .JQryª Piezo ~ .
i. · ·--·- ·-'7!~Jrtca
.. . ... .
•
j
____________i____ --------- -----------------------------:.-.:.·
. ... . '-?';:f---,~--1 - .
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1
•
-
1
•
1
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t
•
1
•
1
•
1
•
..
L 1
•
1
•
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•
------- •
•
i datum
~ w~
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r-M~~---::1-
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Elevatória
------------------------------- .. -
r- . L.. .
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1
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J
1
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1
Hgr
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--------------------------- ----,- - ·- - --:-._,M-1
~__,
~ ---~-----------------~------------ -- ~
- -
•
•
Booster
Figura 10.3 .. Adutoras por recalque
430
... ,
---
Adução I Capítulo 1O
q
t QDMC - ~ >
Oa.e+ q {
Q HMCr ª DMc-«
Elev. Elev.
ETA Reservatório
(b) Rede de Jusante
• q Reservatório
~
Q Ol,IC+ q Oouc 01...c 1 j
431
Abaste:ctmento de água para consumo humano
No esquema (e) foi admitido ~ue a reservação para at:~dimento ~o co~sumo da Rede
2 está no reservatório R2. Caso estivesse em R1, o reservator10 R~ func1onar1a apenas corno
caixa de passagem e as vazões nas tubulações a montante e a Jusante de R2 seriam iguais
a da hora de maior consumo da Rede 2.
Numa situação intermediária, em que Xº/o do volume consumido na Rede 2 estivesse
em R2 e Yº/o estivesse em R1, a vazão da adutora que interliga R1 ao R2 teria que suportar a
hora de ma;or consumo de Y% do volume aduzido, além de Xº/o do dia de maior consumo.
Outro fator importante na definição das vazões é o tempo de funcionamento das
unidades. Os sistemas por gravidade funcionam, normalmente, 24 horas por dia. Já as
adutoras por recalque costumam trabalhar por um período de tempo "T'' , que varia de 16
a 20 horas por dia, para posstbilitar a manutenção dos equipamentos das elevatórias e
permitir a operação dessas fora do horário de ponta do sistema elétrico, o que reduz as
des,pesas com energia elétrica. Nessa situação, a vazão da adutora subseqüente à elevatória
deve ser multiplicada pelo fator "24ff".
Além da vazão ''Q", para o adequado dimensionamento, há necessidade de se definir
previamente o material e o comprimento do conduto, bem como a diferença entre as cotas
dos níveis de água dos reservatórios, ou de outra cota piezométrica conhecida. Estes dois
últimos parâmetros (L e ~h) são normalmente definidos por meio de levantamento plani-
altimétrico. Conhecidos estes parâmetros, o dimensionamento pode ser completado por
meio das equações hidráulicas fundamentais, apresentadas a seguir, e as específicas para
· condutos forçados (item 10.3.3) ou para condutos livres (item 10.3.4).
..
•' '
O escoamento no interior das adutoras é considerado, para efeito de dimensionamento
da sua seção transversal, como permanente. Deste modo, as equações da Continuiclade e
Bernoulli, mostradas a seguir, podem ser utilízadas para análise da questão, necessitando
para isso, basicamente, da vazão a ser aduzida e de dados físicos previamente fixados, tais
como comprimento, material e diferença entre níveis de água a montante e jusante do
conduto.
• Equação da Continuidade
(10.1)
Em que:
A: área da seção transversal do escoamento, em m2;
U: velocidade média do escoamento, em rn/s;
Q: vazão em m3/s.
432
Adução I Capít ulo 1O
t
• Equação de Energia - Bernoulli
t P, Ut P UJ
Z1 + + a 1 = Z2 + 2
+ + ~h
y 2g y 2g (10.2)
1 Em que:
Z: carga de posição;
P/y. carga de pressão;
2
U /2g : carga de velocidade, também denominada de taquicarga;
Lih: perda de carga total, igual a soma da perda de carga contínua(Lih')
mais a localizada (Lih");
a: coeficiente da energia cinética ou de Coriolis (a :::::1,0).
~
-·-·-· ·- ·- ·- ·- ·- ·- ·- ·- ·- ·- ·- ·- ·- ·- ·- ·- ·- ·- ·- ·- ·- ·- ·- ·- ·- ·- ·- ·- ·- ·- ·- · • ·-.. datum
L
1
Figura 10.5 - Representação gráfica da equação de Bernoulli
das tubulações. Nas adutoras é da ordem de 1o/o e nestes casos despre,zada. Assim, a linha
piezométrica é considerada coincidente com a linha de carga e o abaixamento da linha
'
p1ezométrica igual à perda de carga.
433
.' . .
-.:.. "'
~ ..
. ...:-~~. '• . .,. ..,# ...-....-....
'
;
~
.
-
Abastec_lmento de água para consumo humano
(10.3)
...
(10.4)
Sendo:
.1h': perda de carga total em m;
U: velocidade média do escoamento em m/s;
D: diâmetro do conduto em m;
L: comprimento do conduto em m;
Q: vazão em m3/s;
• g: aceleração da gravidade= 9,81 em mfs2;
f: coeficiente de perda de carga.
• ..
t
434
_ ·-- . -- - ~· - · · · ·
Adução I Capítu lo 1O
A capacidade máxima de uma adutora por gravidade ocorre quando toda a carga
1
hidráulica disponível é utilizada na perda de carga ao longo do conduto. A seguir é
t
apresentado um exemplo de uma adutora conectando dois reservatórios, para ilustrar o
problema.
Exemplo 10.1
• •
435
.: ,·~~-
.....
. u .M:.l". :. .~~~~ - - s----ss - - - - - - - - --
.... ,~
..~-
Abastecimento de água para consumo humano
Solução
...
436 · .•
~
Aduçao I Capítulo 1O
- diâmetro: 185 mm
- velocidade: 2,24 m/s
- coeficiente f: 0,0156
437
Abastecimento· de água para <onsumo humano
2
1 912
Ah"=KU =6,50 • =1,21m
'
2g 2 ·9,81
• • •
•
•• • .
•
•
r
r,t..• .r
..,,••
..
438
Adução I Capítulo 1O
D~
'
Exemplo 10.2
-
Ê 800
J!l 795 • • Perfil da tubulação /
•
'
•
• 784,0m
785
R2
780
400 500 6,00 700 800 900 1000 1100 1200
·100 o 100 200 300
Extensão Cm}
439
.Abart,clme·nto da tgua para consumo humano
Solução
Para que isso não ocorra, buscar-se-á elevar a linha piezométrica nos
primeiros SOO .m, por meio do aumento do diâmetro da tubulação nes-
se trecho. Dessa forma, a adutora será formada por dois trechos com
diâmetros diferentes, intercalados por uma caixa de transição, cuja
função será a de fixar a piezométrica nesse local e de compatibilizar a
vazão entre os dois trechos.
l A tabela, mostrada. a seguir, apresenta os valores calculados para os
'l coeficientes de perda de carga da fórmula Universal, velocidades mé-
dias do escoamento, perdas de carga unitária e perdas de carga para
' cada um dos trec·hos da adutora, caso se utilizem os diâmetros de 250
mm, 200 mm ou 150 mm, vazão de 60 1/s, viscosidade da água igual a
5 2
1,01 x 10- m /s e aspereza da tubulação de 0,035 mm .
.
·_......:'"-r
. 1. ·":": =:-:-:r~ L,
1 -~
.... .
· ·-: · · · ?~?'!1.~try~ P~~ !".= 200 rrim .-.._
1 • 1 • •• · • • • · • nha pJ · --
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1
• - - - - - ---- • !- 1
- - - --· - ----- · - - ~ - - - 1 -- - - --- ...)._. -·- - -- ~
780
-100 o 100 200 300 400 500 600 1000 1100 ltoO.
700 800 900
Extena,ão (m)
...
1 , 1
• n o • • a a , o , , '
1 a e. e o ! 71
440
<
Aduçao I Capitulo 1o
1 Os diâmetros das adutoras por recalque, normalmente, são escolhidos com base num
critério econômico, no qual é levado em conta não somente as despesas com a tubulação,
mas também com os conjuntos elevatórios, pelos motivos expostos a seguir:
em menor custo total das instalações, considerando o dispêndio de capital com a estação
elevatória e tubulação, juntamente com as despesas com a energia consumida e outros
custos de operação, conforme mostrado na Figura 10.6. A equação de Bresse apresentada a
seguir sintetiza os resultados normalmente obtidos por essa análise econômica:
(10.7)
Em que:
D = diâmetro da adutora de recalque, em m;
Q = vazão aduzida, em m3/s;
K = fator da fórmula de Bresse.
441
Abut-«Jtlm,ento de jgua para consumo humano
l
• •
•
Despesa 1 -----·---r-··-~--,------,--.....----
•
·-
•
•
•
.
•
•
1 1
1
1
1
• Despesa com motor,
1
•
•
•
I bomba e energia
•1
1 •
1
•
D econômico DIÂMETRO
-(
~ . (
(:
Exemplo 10.3 (:
'1 1
•
•
.
442
•
••
Adução I Capítulo 10
Solução
443
Ab1stecfmanto de 6gua pera c.onsumo humano
•
10.3.3.3 Pressão de trabalho na tubulação
1
A pre·ssãa no escoamento é determinante na espessura e nas características neces-
•
• sárias do, material dos tubos e equipamentos, bem como dos blocos e estruturas de
ancoragem de tubulações, conexões e equipamentos q~e deverão receber os esforços
resultantes 1dessa pressão. Dessa mane'ira, pressões excessivamente altas elevam os custos
·do material e da instalação da adutora. Pressões muito pequenas, abaixo da atmosférica
,
também devem ser evi'.tadas, principalmente se a tubulação for de parede fina, composta
de material flexível, pois estará mais sujeita ao colapso estrutural.
Em regiime permanente as pressões dinâmicas máxima e mfnima correspondem,
respectivamente, à maior e. menor distância vertical entre a tubulação e a linha piezométrica,
conforme mostra a Figura 10.7 (a). Entretanto, é comum a instalação de válvulas de contro-
le de fluxo na linha. Neste caso, quando a válvula estiver fechada a pressão estática pode
ser superior à dinâmica (Figurà 10.6-b).
•
....................P.J~zomét..,·
•••.••••••••. !, ca
/
~=::F::.::'m~lnf Y··············~·-····-··· ············•••••••••....... ___
--
_
PmáX I 'Y
(b)
•
"-válvula
•
(a) sem válvula; (b) com válvula a jusante
Figura 1O. 7 - Pressões máxima e mfnima na adutora em regime permanente
alter,açao do trar;ado da adufora, para evitar ~ontos maito baixms até \(áJvula5'reâluJtor,as de
pressão ~u reservatórios intermeeJiários, ga~ ~ossibilitam 0 est~belecirmemto da pressão
atmosférica no nível de égua, mostrada na Figuia 10.8. · . .
..
•
•
444
Adução l Capttulo 1O
I--:;:_:::;:;_:--
R 1_ __,,..,.b!..!!~12&ióm'é't-;- ·- ·- ·- · - .- ·- · .- .- .~ ·- .- .- ·- ·-·-·- ·- ·- .- ·-·- ·- Plano de carga estático R1
- ....,-1!9a R
........:.1.._·-... ·-- ...~ressão estática quebrada
"'{-...;;Y[J.b!!Qiezomét . L--+-P;;ã-~dinámica quebrada
~-·-"·-..f.'.Ça R
·-·-·-·- ·- ·-·-:::-.::~!"' ·- · ..._,·-·-·-
.•..... ·- ·- ·- ·-·-·-·- ·- ·-·-·- ·- ·- Plano de carga estático R3
-----... ----------.
-····- ............ •
-···l-::;;::
_::::::----1
Reservatório de Pressão -
quebra pressão dinâmica
~ máxima
As adutoras podem ser implantadas em uma ou mais etapas, por meio de tul;>wlações
em paralelo. A existência de mais <de uma linha oferece melhor se~wrança à manuten~ãe
do abastecimento. E~tretanto, para se de@iãir sob>re a nuelhor alternativa, há de se ogmsi€fe-
rar outros fatores tam0ém, como por exemple:
4A5 •
.. a a l 1 1 a a a a ws m s •, o e se e E.d '·'*· 2 -• •
Para analisar o último fator ap~ntado: considere uma adutora cuja vazão inicial seja
1
"Q" e que após "n" anos a vazao seJa "2 Q . A questão que se coloca é o assentamento d
adutora em uma etapa somente para a vazao • "20" ou, se é mais· conveniente sob
O
ª
aspecto econômico-financeiro, o assentamento de uma linha para uma vazão ''Q" e a
duplicação desta linha após '' n" anos.
Um estudo hidráulico da adutora mostra que, para uma dada carga hidráulica, a
1
vazão ''Q é proporcional a "DX", em que "D'' é o diâmetro da tubulação e "x" igual a2,s,
'
de acordo com a equação Universal de perda de carga, ou igual a 2,63, quando utilizado
Hazen-Wjtfiams para esse cálculo. Assim, para dobrar a capacidade de vazão da tubulação,
o diametro do tubo deve aumentar em torno de 30°/o. Considerando que as despesas com
a adutora sejam proporcionais ao diâmetro, a duplicação da adutora pode ser considerada
viável do ponto de vista econômico e financeiro se o valor presente desta duplicação for
menor que o valor presente da adutora para a vazao "2Q", implantada no início do proje-
to, ou seja,
R$ X+ R$ X/ (1+j)n ~ 1,3 R$ X,
em que ''R$ X" é o valor das despesas de uma adutora para a vazão "Q" e a taxa anual de
juros "j''. A expressão resultante dessa análise, apresentada a seguir, mostra que, para uma
taxa de juros d·e 12o/o a.a., seriam necessários mais de 10,6 anos entre as etapas, para que
a duplicação fosse viável do ponto de vista econômico-financeiro.
1 / (1+j)n ~ 0,3
.
,
446 "••
Adução I Capitulo 1O
P.C.E.
-·-·-i:i;íi' -·--~·~---·-·-·-··.... ·····-···-·-·-·-·-·-·-·-·-·-·-·-·-·-·1 P.C.E. = Plano de carga estático
•
•••
•
L.C. = Linha de carga
.••••
...•
..• •
••
••
. •
..••
•
.......__-.J:. •
.••••
(a) Fluldo em repouso
•
P.C.E.
-·-·-·-·-·-:·.-.)J'
Par/y"'l.rt4J :,:_· ·-ç; ";,-~
·l ....---
t.~'c---~......................
--~--~ --..~--~
---~--~--c~._c;·,..·{~-§~ffi.~IAA.9.
--~·-~ --~l--!J!/~·-ll 6h P.C.E.
-·-·-·-·-·-·-·-·-·-·-·-·-·-·---·-·-*
~·-·- ·-·-·-·-··
l .C. sem boi j 6h
~ ~ - - · • com sa de ar
~--- _,--
~........ · <com bolsa deª'!:
ar
'
:•
.•.
!
.•:
...
6har
.---
~
ar
o sa
.
1 :
h... •
6, iressalto;
\
....• ...: .:•.
• : t :
. . •
© Fluido em movimento
- ->
••
••
•
Figura 10.9 - Bolsa de ar dentro de um conduto com água
O ar tende a se mover em bolsas, que podem ser levadas para frente em um declive
descendente ou subir contra o fluxo, dependendo da declividade da tubulação. O ar que
não é arrastado naturalmente pelo fluxo deve ser removido mecanicamente, por meio de
válvulas de ar denominadas ventosas.
Pesquisas realizadas por Kent (Tsutiya, 2004) indicam que, nos escoamentos com velo-
cidades inferiores à velocidade crítica (Ve), dada pela equação mostrada a seguir, o ar deve
ser retirado por meio de ventosas.
(10.8)
Em que:
Ve : velocidade crítica, em mls;
g: aceleração da gravidade, em mfs2;
D: diâmetro da tubulação, em m;
e : ângulo que a tubulação a jusante do ponto alto farma com a horizontal,
em graus. •
• Ventosas
As ventesas sã© aparelhG>s dotados de flutuadores, que acompanham o nível da água.
1 Assim, CJ1Uand© o nível de á€}ua desce o niple de descarga se abre, permitindo a passagem de
ar; se o nível da água sGBe, o flutuador também sobe, vedando o eriffcio de Í\liple de descar-
ga. DepeRdendo da vazão de ar a escoar, as ventosas podem ter uma ou duas camaras,
447 •
Abastecimento do água para consume) humano
sa simples, e a outra tem um orifício de maior dimensão que permite a operaÇão ~ma Vento.
vazões d.e ar e trabalha a b·a1xas
· pressoes... A vento~'
· ·~::t s·mpl
1 · · ut1·r·1zada para egrande
es e, mais . s
. . d
deslocado pela água, no processo de enchimento a adutora, bem como as bolhas d . expelir oar
venham a_se formar d~rante a operaçao. - As ~entosas trí'P1·ices, al~m ' da_funÇão atribuídaear que
~s
ventosas simples, admitem ar durante o esvazJamento da tubulaçao, a fim de evitar d
sões no seu interior e, por conseguinte,
. o cotapso do con duto. epres.
Niple
• •
....-- Ar , ' a-
Flutuador
Flutuador
1 '
. {• Agua
,
Agua'
•
' •
..,. '
ventosa simples
ventosa de tríplice função
'
I
'
.
•
l
Figura 10.1 O- Ventosas
' '
''
\
1, As ventosas são montadas sobre uma tomada vertical na parte superior da canal!·
zação, normalmente com a utilização de um tê. Para manutenção, esse equipamentoé
geralmente precedido de um registro de gaveta.
"! ' . A remoção do ar durante o processo de enchimento de água da adutora é uma das
.., .•
.. 1 .,
principais funções das ventosas, pois sem isso o funcionamento da adutora não seria pos·
sível. A Figura 10.11 mostra o enchimento de uma adutora por gravidade, alimentada
~elos reseNatórios R1 e R2, na qual o escoamento foi bloqueado, pela falta de uma~ento~
instalada no ponto mais alto da tubulação, ou pelo mau funcionamento desta. Essa situa~o
.
ocorre quando H1 é igual a H2. Se houvesse a retirada do ar a carga de água H1 "semi· maior
que H2 e o escoamento se processaria.
..' : R,
'
Carga disppJli'i_.§lr · . .
'i
para a túbal~çao>.c~e,a
. .. · ·. ·
•
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p ~-
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•
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448
Adução I Capítulo 1O
1
I I
4,0 / /
" ·- ·- ·- ·- ·- ·- ·- ·- ·... ·-·-·-·-.- -·I .-. 1.. · - •
J I
,,,...... 3,0
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c:cs I
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1
~ ~
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~ "J
'I'
0,1 .
10 50 100 200 400 600 1000 2000
Vazão da adutora-Q (Us)
Figura 10.12 - Gráfico para seleção do tamanho da ventosa de tríplice função
•
A norima ABNT 591 /9 l recomenda o dimensionamento das ventosas para atender as ,
, seguintes condições:
para facilitar a entrada de ar, quando as descargas estiverem em operação. Outro local em
J
t
449
Abastecfmento de água para consumo humano
1
.
Figura 10..13 - Declividades recomendadas para as tubulações
!
1
V
•
• l
l l
d V !
d 1
R t
R - válvula de p.arada
V -ventosa
1
. d
d - válvuta de descarga
••
Figura 10.14 · Localização das ventosas e descargas para um perfil de tubulação
. euid~dos especiais também devem ser tomados nos pontos baixos das adutoras, com
a 1nstataçao de váJv,utas d · d . d tre·
hO d d e escarga, para proporcionar o esvaziamento completo O
~e r:~ ~:or~. A necessi~~de de. esvaziamento da adutora ocorre normalmen~e na fase
Pd . p a~ao, por ocas1ao da limpeza e desinfecção da tubulação e postenormeAte,
para · renar a hnha quando 1 . · , ' ,~ eza
dos resíduos sólid ª
· . guma parte desta necessita de manutenção ou mesmo irnJ'l
de\'º . . ·~ os ~ventualrnente decantados após algum tempo de uso. O escoamen10
vç ocorrer por gravtdade é _ · · 51irlhiaS
Para completar O es . · ' po~ m, caso nao seja possível, é comum a utiliza~ão de l\>o I
vaziamento. .
Dependendo do desnível d t h . pode
ser muit0 elevada, devendo fer ~ rec ~ se~ esgotado, a velocidade do escoamento; ,r,ire;.
O
• 4..50
Adução I Capítulo 1o
outro inconveniente gerado pela alta velocidade é a cavitação, que pode danificar rapida-
mente a válvula de descarga. Nesse caso, uma placa de orifício inserida antes da válvula reduz
O
diferencial de p_
ressão e os riscos de cavitação.
os diâmetros dessas descargas são condicionados pelo tempo requerido para esvazia-
mento do trecho da linha e pela velocidade mínima necessária ao arrasto do material
eventualmente sedimentado. Como regra prática utiliza-se diâmetro superior a 1/6 do diâ-
metro da tubulação (dd ~ D/6).
Sendo:
l U: Velocidade média, em m/s;
C: Coeficiente de resistência de Chézy;
Rh : Raio Hidráulico, em m;
( 1 : Declividade, em mim.
r e = -1 R 1/6 . '.
n h '.-
...•
.•
'
;i.
. Nesta expressão, o Coeficiente de Rugosidade de Manning, "n", traduz a resistência ao •,
." ~
.~
escoamento associada à parede do conduto. Assim, chega-se à seguinte expressão de cálculo: ,,;''
'
r .,.'
'.
451
~ ---------===-=========--====---------------~
.... " .' ,,.
Abast.eclmento de água para consumo humano ' ~
......
i de
nar
ria U =.!_ R;'3 1 112
'10 n
me--
Ssi Combinando esta expressão com a equação da Continuidade, vern:
s,
-u '
' das as propriedades geométricas da seção em estudo (A, Rh), pode-se efetuar o cálculo, de
forma direta e imediata, para qualquer uma das outras variáveis envolvidas na equação
anterrormente apresentada.
O segundo tipo de caso de cálculo corresponde ao dimensionamento propriamente
dito, ou seja, deseja-se determinar as dimensões da adutora, em função da vazão, conhe-
cidas a rugosidade e a declividade. Neste caso a variável desconhecida é exatamenteª
... profundidade normal e a resolução do problema implica uma sistemática iterativa ou grá-
,. fica, como visto a seguir.
Para seções com geometrias regulares, parametrizáveis, tais como as seções circulares,
trapezoidais e retangulares, podem ser utilizadas tabelas e gráficos, como apresentado na
Figura A.1 do Anexo A, que possibilitam realizar o cálculo mais facilm~nt~. iteo
A utilização de programas computacionai·s, tais como o HidroWin, Já citado, perrn ·
cálculo do escoamento uniforme de forma simples e rápida. d ráficOS
Para seções complexas, diferentes das seções tabeladas ou constante~ º;função
disponfvejs, torna--se necessário construir gráficos ou tabelas relacionando ARh e
da profundidad: y, d~ forma similar aos gráficos da Figura A. 1 do. Ane~o Aé facilitado ~r
. Para as seçoes c1rculare~'. de freqüente utilização, o cálculo h1dráuhconexo A, relad~ 1
•
meio do uso de tabelas aux1hares, como apresentado na Tabela A.8 d.o A ·ento à seça0
nando as condições efetivas de trabalho com as condições. de !unci?~ª~esta sisterná'
plena. O Exemplo 10.4, mais adiante no texto, ilustra uma aphcaçao pratica .
tica de cálculo. a a evitar pro-
452
Adução I Capltulo 1O
1 Onde:
Hr é a profundidade do reservatório em relação ao nível de entrada do ·.
canal e Ce é um coeficiente de perda de carga na entrada da adutora,
f
usualmente adotado entre 0,3 e 0,5;
A e B são, respectivamente, a área e a largura superficial, funções de Yc·
1 .'
•'I
• •
,(
'
453
----
Abasteclmi,nto de água para consumo humano
•
· T12
I = Qn
e AR~'3 (10.11)
Hr -- · Y + (1+Ce) R4t3/
h
2gn 2 (10.12)
1
1
Calcular a vazão real, com a fórmula de Manning, sabendo-se que A e Rh são depen-
' dentes da pro·fundidade y, definida pela Equação 10.12:
•
Q =!_AR213 1112
n h
. .d des ligadas
. ·1~1
O proJeto de adutoras em escoamento livre apresenta várias espec1f c ª ·' ·cas,
tanto a situações hidráulicas particulares, tais como curvas e transições, como tecnolóe~óes
tais como escolh.a de materiais e revestimentos. o tratamento exaustivo destas qu ·
escapa, evidente~~nte, ao objetivo deste texto. . _ hidráUÍI~ '
f
A norma brasileira ABNT NBR 591/91 recomenda a verfficaç.ao de alguns asped.05 segur.
ª
especfficos quando do projeto das adutoras. Estes pontos são discutidos, de forma suanta, ndida!i
Primeirament_e coloca-se a questão das velocidades, que devem estar co;:s~~stes na
entre valores máximos e mínimos, de forma a minimizar, respectivamente, ·
454
\
Aduçao I Capítulo 1o
Exemplo 1o.4
1 Solução
455
Ab1steclmento de •eua para consumo humano
=
Fixando y/D 0,50, pela Tabela A.8 do Anexo A, tem-se que Q,/QP ::: o.so
Op = 3, 1509 m3 !s
•
==> Q/Qp = 3
(1, 1 m /s) I (3, 1509 m3/s) = 0,3491
•
Pela Tabela A.8 do Anexo A=) y/D =0,42 < 0,50 :> tirante satisfatório
'
l
0 4 213 12
1
1
up = • 0 1'
n
=4,01m Is
I
• f
456
Adução I Capítulo 1O
Exemplo 10.5
Solução
02 •
0,70 == Yc + (1 + 0,40) 2
2gA
2 3
Q 1,30 = g(1,30yc}
lc =0,0058 mim t
H, == y + (1 + Ce) R4' 31
2 h O
2gn
1
4/3
(1 + 0,40) 7 3
, o.y
0,70 == y + 1,30 + 2y x0,0004
2x9,81x(9,01 s'j
==> Y == 0,67m
457
-- --- = 0,554m Is 3
- -- •
t
z
em EODdutos forçados
-
o escoamento varia com o
Se esta mudança é
escm,1,ento e o movimento do
·- ._,,_, ~~. . . .. mc:s?e raso soo estudo é
c:onne, i~o
. , •.+J.i_i;: ....._.,. --.
~ }
10
; ......,...;?" 41 a a e •,.=µas= :r a: ~ .:. · r ril3r.ça é fápida, surge uma onda de
........ _ -
- . ~ • - -·
i-5 •:, &: SE:!:S7 - . .. ..
::: %
.._ ~ , .
L ,- m ·.a_-3:: - ,;; :_ oo • s - das ondas de pressão solilre
. .• . :-- - •· -, .... -:::: .,, ,. ' .:t:sFs 3ê o: el:a. ..,,. :0 rai é · 1àe aríete. fez com QUe o
..::-.:::s:::·-=-- - - : ! "::! ·• cs b ·_,ns fosse também conhecido
•
l
j •
'
'
•
Aduçáo l Capftulo 1O
K
-
p
C== (10.13)
K D'P
1+ -
E e
Em que:
e ::: celeridade efetiva de propagação da onda de pressão, em m/s;
1 K = módulo de elasticidade volumétrica da água, em kgf/m2;
=
p massa específica da.água, em kgf.s2.m-4;
o == diâmetro da tubulação, em mm;
1
e = espessura da parede do tubo, em mm;
E= módulo de elasticidade linear do material do tubo, em kgf/m2;
q, =fator relativo à fixação do conduto;
µ =coeficiente de Poisson do material de que é feito o tubo, adimensional.
•
O fator \J1 pode ser avaliado da seguinte forma, segundo a norma brasileira NBR NB
591 /91:
Os valores de p e K para a água a 20º e são, respectivamente, 1O1,8 kgf.s2 .m-4 e 2,24
1 8
º
x kgf.m-2. Nessas condições, a celeridade teórica da onda no meio infinito é 1483 m/s,
demonstrando ser muito mais elevada que as velocidades encontradas nos escoamentos
1
e~ condutos forçados, geralmente inferiores a 5 m/s. A Tabela A-2 do Anexo A mostra
ªgun~ ~alores de p e K para outras temperaturas da água. Os valores de E e µ para os
materiais mais utilizados na fabricação de tubos são os seguintes:
1
A figura a seguir mostra o ciclo da propagação de uma onda, para um sistema com-
posto por um reservatório a montante e uma válvula a jusante da tubulação, em que as
perdas de carga contínuas e localizadas são desconsideradas, para análise do transiente
gerado pelo fechamento da válvula de jusante.
O tempo "t'' que uma onda de pressão gasta para sair da válvula após o fechamento •
instantâneo e chegar ao reservatório é "UC ", sendo "L" o comprimento da tubulação
entre a válvula e o reservatório e "C" a velocidade da onda ou celeridade. A referida figura
mostra quatro fases desse ciclo, totalizando um período de 4UC.
P.C.E I P.C.E I
•
•
•
•
•
válvula H
•
•
• válvula
•
•
•
•
•
•
•
~--~--~~~~=~~
~:..u ... . . . . .u=O .........
•
•
•
·- ·-. ,- ________
-
......._.__.; ; ; ;,; ,; ·- ·-·· ...;;...,.....;.;;;;;:~;;;;;.,;.~~~ ......... .. ...... .. ........
•
•
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e
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·--~·-·-~·-,,~..~·~'·'·.
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,.._ .•
--~--•"! ~'~--.,r.:__.:......,·.,i
-"~
...,:·_..-:-"'
.. . .. .
Pressão
Sobrepressão
+ + + 1
PreaSs.ão
estática
.. -
• ••
••• Depressão •• ••
•• • •••
•••
:•1 •••
•
••
••
••• ••• •••
•
• •• :
••• ••
••
•• ••
•• •
•• ••• ••• ••
••• •••
•
•••
. ••
••
•• •• • ••
•• •• ••• ••
•
(a)
Pressão
Sobrepressão
+
Pressão + +
,
estática
- •
•
.•••• ___
.. ....,
• :••
: Depressão ••
••• •••
•••' •
•• •
• • •••
••• •• ••• ••
•• ••
•• • ••• •••
• •••
••• :•• ••
••
•• • ••
•• . •
•
•• ••• •• •••
•
••• •••
••
•
••
• •••
• ••• •••
••• •• • ••
• • ••• •••
(b)
Figura 1O. 16 - Evolução da pressão no transiente hidráulico
462
'
. .. '
)..
"'
' . _. j.
..
f. "".·: .",... :.
~ ·,. •
"
4 . ... r · '· ,r . . ·
AduçAo l Capítulo 1O
a) Manobra rápida
A manobra é considerada rápida quando o tempo ",:" de fechamento da válvula é
inferior ao período em que a onda de pressão gasta para ir ao longo da tubulação e voltar
à válvula,, ou seja: 't .~ 21/C. O maior valor da carga de sobrepressão se verifica junto à
válvula e é admitido igual ao da subpressão '' ~H". Se a manobra rápida resultar no fecha-
mento total o valor de LiH é dado pela equação de Joukovsky, apresentada a seguir:
t1Hmáx
cu
::::: - (10.14)
g
Em que:
liHmáx: carga de sobrepressão, em mca;
e: celeridade, em m/s;
U: velocidade média da água, em m/s;
g: aceleração da gravidade, em mfs2. 1
l
O valor de "~Hmáx" é suposto constante até uma distância igual a (L-C112) da válvula,
sendo Lo comprimento da tubulação e -r o tempo de manobra da válvula. A partir daí, o
valor de "liH" reduz linearmente até zero na entrada da tubulação, conforme mostra a
figura a seguir.
463
Abasle'dtnento de 4gua para ., onsumo humano
Crc/2 L-Ct/2
= = . ' ' :.fc:.- ==
1
~===CU/g
H
•
válvula
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L
A carga total de pressão pode então ser calculada como sendo a soma da carga
estática de pressão e a sobrepressão "~H ''.
Para se ter uma idéia da dimensão da sobrecarga de pressão, suponha o caso do
fechamento instantâneo de uma válvula que controla o escoamento em um tubo de ferro
fundido. 'Para tanto, vare a pena ressaltar que a sobrecarga de pressão, em uma súbita
mudança de velocidade em uma tubufação, é dada pela equação de Joukovsky. Conside-
rando a celeridade igual 1.200m/s, aproximadamente, para uma tubulação de ferro fundi-
do e uma va.riação da velocidade de 1,0 m/s, a sobrecarga de pressão seria de 122 m.
Todavia,, como resultado da presença de pequenas quantidades de ar dissolvido na água, a
1
1 vetacidade de propagação da Oílda pode estar entre 900-600 m/s. Mesmo com esse último
• valar a sobrepressão seria da ordem de 61 m.
'
2LU
ô.Hmáx. :::: gt (10.15)
A Eq - 1o 1s .
necessárteIa
e
: uaçao , . tem sido aplicada também para se calcularº. t~mpo aileletiiliJ @.
_fechamento da valvufa, para que a pressão total não ultrapasse um 1lm1te preest W"'-~
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464
Adução I Capít ulo 1O
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11
- aumento do diâmetro interno '' D ;
1 Chaminé de equilíbrio
Linha piezométrica
-
cu/g TAU
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1
- - - - ------
Reservatório
- -
Hidropneum ic Válvula de retenção
-"':"
1
-font-.Figura 10.18 - Indicação de localização de alguns dispositivos de proteção contra o golpe de ariete
e. lWORT et ai. (2000)
465
Abastecimento de Agua para consumo humano
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-Ar comprimido
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Ar comprimido
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mínima, cede1ndo uma certa quantidade de água para a tubulaçã~,
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quanto a pres.são máxima, ao receber a água da tubulação, compri-
•
mindo o ar (ver Figura 10.20). A manutenção de ar comprimido no
reservatório, entretanto, requer cuidados especiais.
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466
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Aduçáo I Capítulo 1o
ar
ar ' •
Hmáx.
Hmín.
~ Reservatório de ar
...r.:-Bocal
(díssipador de energia)
água
1 •
Figura 10.20 - Reservatório hidropneumático
-Fo-nte; MACINTYRE (1987)
1
i1 •
1
t • _A chaminé de equilíbrio é um dispositivo utilizado para combater tanto
j
subpressões quanto sobrepressões. Consiste em uma tubulação vertical,
aberta para atmosfera, de tal maneira a permitir a oscilação do nível da
água. Por conseguinte, a altura da chaminé de equilíbrio é dependente
do nível piezométrico, levando a empregá ..la quando a altura geométrica
1
é reduzida, ou então, posicioná-la em condição topográfica mais favorá-
vel. Como as chaminés de equilíbrio se situam, normalmente, em pontos
intermediários da adutora de recalque, as ondas de pressão são refletidas
1 mais rapidamente e uma manobra antes considerada rápida (t<2L 1/C)
transforma-se em manobra lenta (t>2L2/C), para L2<L1. ·
• O tanque alimentador unidirecional (TAU) funciona de maneira •
•
Além dos dispositivos descritos anteriormente, podem ser citados ainda os seguintes
meios para reduzir ou inibir o golpe de aríete:
46.7
'
- ...
Abastecimento de 6gua pa ra consum
o humano
Exemplo 10.6
11 K 2,24 · 1oª
• -
p 101,8
(= · - - 159 m/s
1+ ~ D'P + 2,24 ·1O8 O,25
E e 1
2,6 .1 oª o,002s
Exemplo 1O. 7
468
Adução I Capítulo 1O
•
1 •
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 591: Projeto de adutora de água para
abastecimento público. Rio de Janeiro, 1991.
l ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 12.266: Projeto e execução de valas para
assentamento de tubulação de água, esgoto ou drenagem. Rio de Janeiro, 1992.
AZEVEDO NITTO, J.M.; ALVAREZ, G.A. Manual de hidráulica. 7. ed. São Paulo: Edgard Blücher, 1982.
BAPTISTA, M.B.; COELHO, M.M.L.P. Fundamentos de engenharia hidráulica. 2. ed. Belo Horizonte: UFMG,
1
2003. 437 p.
MACINTYRE, Archibald Joseph. Bombas e instalações de bombeamento. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
S.A., 1987. 782 p.
' MARTINS, J.M. Canalizações de água: materiais, condições hidráulicas e sanitárias. Construção e proteção ln:
AZEVEDO Nmo, J. M. et ai. Técnica de abastecimento e tratamento de água. 2. ed. cm5B: São Paulo,
1976. V. 1.
1
PIMENTEL, G.H. Sistemas de abastecimento de água: dimensionamento econômico. João Pessoa: Universi-
tária UFPB, 2002. 192 p.
469
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~ mm t@Stelim~éag~ S'ã~ !PauJ~J l ~.:att;mentaYde e·ngenharia Hidráulica e sanítárla da
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WYIJ:~~~S1'n- ,t!al rEf.cd(JJt( tatfSif@Jb~~- ~ô~leJsey.~'.Rteotfte1~aJJtrengJewood CHfs, 1993.
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Capítulo 11
Estações elevatórias
11.1 Introdução
1
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Tendo em vista a economia de energia, facilidade de operação, manutenção e segu-
rança, seria desejável que os escoamentos fossem inteiramente por gravidade. Contudo,
algumas vezes, os locais a serem atendidos estão em pontos altos ou muito afastados das
1
fontes de abastecimento de água. Deste modo, as elevatórias tornam-se essenciais na
§Qtação, adução, tratamento e rede de distribuição de água, para conduzir o líquido a
cotas mais elevadas, ou para aumentar a capacidade de adução do sistema.
As elevatórias de sistemas de abastecimento de água,. quando destinadas a conduzir
águas não tratadas, denominam-se elevatórias de água bruta. Caso contrário, são denomi-
~adas de elevatórias de água tratada e normalmente são Instaladas após as estações de
t tratamento de água para o bombeamento do lfquido até os reservatórios. Podem também
estar entre reservatórios, ou ainda, em aJgum trecho da rede de distribuição de água, e
neste caso são mais conhecidas por boosters, A figura seguinte mostra um esquema básico
t de sistema de abastecimento de água e algumas inserções possíveis de elevatórias, para
demonstrar a freqüência com que essas unidades de recalque podem ocorrer.
_ As elevatórias de água bruta normalmente fazem parte das captações e, portanto,
1 estão s · · · · 1 f d'd
d "· ~Jertas às condições impostas pelos mananciais, quais sejam, níve e pro un r a e d
ª.lamina d'água, bem como distância entre a captação e a elevatória. A Figura 11.2
rno~ra um tipo de elevatória de água tratada, dotada de poço de sucção, muito utilizada
1 en, s1ste d
mas e abastecimento de água.
471
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Abreviaturas:
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referência
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Ab,asteclmento de água para consumo humano
11.2.1 Vazão
476
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bomba, deve
. . levar em. e.on
. ta a
. . altura manométrica e .d d
. onsr eran o as seçoes 1 e 2,oi
tocahzadas ª. .monta.nte
. e a Jusante
. da bomba ' respectivament
· .
e, e onentan do pelas
_ infor-
.
mações contidas na Figura 11.3, demonstra~se:
Hgs +
R
1 +
u
2
1 + Hm = Hg r +
P
2 +
u
2
2 + Ah Ah
y 2g y 2g s + Ll r
2 2
P2 -R1 U2 -U1 (11 .1)
Hm == Hg + - y + 2g +- .tih1- 2
Em que:
Hm: altura manométr.ica fornecida pela bomba, em m;
Hg: desnível geométrico entre as seções ·1 e 2, em m;
P: pressão no centro da seção considerada, em kgf/m2;
'Y : peso específico da água, em kgf/m3;
U : velocidade média do escoamento na seção, em m/s;
Ah1-2: perda de carga total entre as seções 1 e 2, em m.
Hm == Hg + uJ + Ah (11 .3)
2g 1- 2
11,2·3 Pot....enc1a
. e rendimento
411
Abasteclment.o de água pera consumo húmnno 1
Em que:
pH ; potência hidráulica, em 01;
y : peso,es·pecífico da água, em kgf/m3 (ry -1000 kgf/m3);
Q : vazão de recalque, em m3/s;
Hm: altura manométrica, em m.
Para que o líquido receba a pot~ncia requerida P1-1, a bomba deve rec:eiJer J l>Oléi-
'-ci?. sup~ri_?r a potência hidráulica: pois normalmente há perda.s no seu intenor. fsç...a;sir~
se devem, geralmente, aos seguintes fatores:
A razão entre a potência hidráulica "PH" e a potência absorvida pela bomba •pB • ~JIO-
mina~se rendimento ou eficiência da bomba "118 ". Os rendimentos das iJor,bõs ·laf.a:r oos-
1
tante, conforme a vazão ' Q'', a. altura manométrica "Hm" e o tipo da bc~ca, es:ando,
normalmente, entre 30o/o e 90o/o. Portanto, a potência da bomba, ou potência~ por
esta ao motor,. também chamada por potência nominal do motor, é dada por:
_ yQHm
P.a- .
75118 (11.4}
Para efeito de avaliação da potência absorvida pelo conjunto elevatório \motor ebom--
ba), é necessário conhecer, além do rendimento da bomba ''Tls", o rencf.rr.ento do rro1Df
11 11
1lM que é a relação entre a potência que o motor transmite e a que ele recebe da~
,
de energia (11M = PsfP). A potência recebida pelo motor denomina-se potênáa doCOflJ'Jnto
motobomba, cuja expressão matemática é a seguinte:
P == Ps == yQHm _ yQHm
11M 751'Jo'11M - 7511
Sendo:
Tl : rendim.ento do conjunto motobomba (T\ = lla ·'llM)
P: potência absorvida pelo conjunto motobomba., em cv1
478
.
11.4 Turbobombas
479
A«--·---·-- •
. a consumo humano
)U)astedrnento de água par
soca de
recafque
- '
Boca de
sucção
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• ' Gaxetas Voluta
Boca de sucção
Boca de recalque •
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...
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Gaxetas
Rotor
Rotor
t
480
Estações elevatórias I Capítulo 11
í
disco
(a) • (b) (e)
Figura 11.5 - Rotores: (a) aberto, (b) semi-aberto, (e) fechado
alternativa menos onerosa para captações em poços prpfundOs ou em rios Jem 5,!dO,a~ . _: ;,:
. Dombas Submers véiS (ver Figur a·11--:-6) cfue âprese Lfáro..CUst de ibStalação a' bai ·da
que as bombas de eixo vertical. uma reSSitva, entretanto) deve ser;ifêit~ ao~nocoe·'"b# !. ~,
den0minação
.
motor submersível ou conjunto motob0n1Pa S!!!~er,s~ •.·; : ~
;:f'Vf.:,"r,~~?~~
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481
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Sucção simples
Dupla sucção
Aberto
Tipo de rotor Semi-aberto
Fechado
Horizontal
.Posição do eixo bomba-motor Vertical
Inclinado
l Radial
Trajetória de ftuxo no rotor Axial
Misto
• - - · Pressão deseRV©IYida Baixa pr~ssão (atê 15 mca
Méôja pres~o (l S a 50 mca
•
•
Alta pressão (aettna de 50 roca
BaiKa rota~ão (até 1.200 rpm}
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. Rstag-ãe da 15.c>mb·a )
.· ~édia rotação (1.500 a 1. ~
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482
•
Estações elevatónas I Capftu'° 1
Vazão(%)
Figura 11 .7 - Curvas caracterfsticas das bombas centrífugas a uma dada rotac;ão
•
483
Abastecimento de água para consumo, humano
As informações contidas nestas curvas são essenciais para a escolha da bomba e para
o modo de operação da elevatória. O gráfico de potência, por exemplo, mostra que a
potência ''P8 ·" na bomba centrífuga cresce com o aumento da vazão ''Q". Por esta razão,
recomenda-se que a partida dos motores que acionam bombas centrífugas se faça com O
registro de recalque fechado, quando a vazão é nula e a potência necessária ao aciona-
mento é em torno de 40% da potência no ponto de projeto. Posteriormente, o registro
deve ser aberto, até atingir a vazão de operação do sistema. Destaca-se ainda nessa figura,
na curva relativa à altura manométrica, que na faixa de vazão até 80% da vazão correspon-
dente ao ponto de projeto a curva é instável, isto é, para uma mesma altura manométrica
é possível ocorrer duas vazões diferentes. Em situações desse tipo é conveniente que a
bomba opere fora da faixa. de instabilidade, todavia, uma curva estável, em que a altura
manométrica decresce continuamente com o aumento da vazão, é o ideal e felizmente
ocorre com mais freqüência. As curvas características Hm x Q das bombas centrífugas
geralmente podem ser expressas por uma equação do 2º grau do tipo mostrado a seguir,
2
Hm = aQ + bQ + e ,
As bombas axiais e mistas se adaptam melhor aos serviços que necessitam bombear
grandes q'uantidades de água e baixas alturas manométricas. As curvas características para
essas bombas estão mostradas na Figura 11.8. Analisando essas figuras, pode-se perceber
que a potência requerida pela bomba do tipo mista na partida é bem próxima à potência
no ponto de projeto. O mesmo não acontece com a bomba axial, cuja potência requerida
na partida é substancialmente maior que a potência apresentada no ponto de projetoM
Conclui-se, portanto, que as partidas das bombas axiais devem ser feitas com as válvulas
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Estações elevatórias I Capítulo 11
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da curva à rotação "n 1". outro ponto da curva caracterlst,ca à rotação n2, utilizando ~
Equações 11 .5, 11.6 e 11.7.
Q2= n2 Q
1
n, (11.5)
Hm1 (11.6)
(11. 7)
Sendo:
n: rotação;
P8 : potência da bomba;
Hm: altura manométrica;
Q: vazão.
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Estações elevatórias I Capitulo 11
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11.4.4 Influência dos diâmetros dos rotores nas curvas bombas
2 2
P - R U -U
Hm = Hg + 2 , + 2 , + Ah,_2
l
y 2g
Tal curva, quando representada num gráfico Hm versus Q, tem para ordenada, na
origem, a al·tura estática, isto é, a soma da carga de posição e pressão (Hg + P2 I y-P, I Y ).
Os outros termos dessa equação são uma função quadrática da vazão e, p~rtan~?' corres-
pondente a uma parábola do segundo grau, conforme se demonstra a seguir, ut1Jrzando as
equações da Continuidade e de perda de carga:
487
.
Abastecimento de 6gu,a para consum o humano
Bombas Centrifugas
1775 RPM •
CURVA DE PERFORMANCE
110 - 1 1
': 0111 • ,, •
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D~rga
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Figura 11.1 o- lnflu~ncia do di arnetro do rotor nas curvas ca racter,lsticas de l!l ma bomba • •
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Estações elevatórias I Capítulo 11
u2 BQ2
-· = - - - ( 11 .8)
2g g1t2D4
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~h·~ Bf 02 L
1t2g Ds (11.10)
1
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gn2D4 (11.11)
1
•
Em que:
U: velocidade média na seção considerada, em m/s;
Q: vazão, em m3/s; •
D: diâmetro da tubulação, em m;
J.h1-2: perda de carga total, em m;
1 L\h': perda de carga continua na tubulação2, em m;
f: coeficiente de perda de carga da equação Universal;
L: comprimento da tubulação, em m;
1 L\h": perda de carga localizada, em m;
K: coeficiente de perda de carga localizada.
p -A
Hm == Hg + 2 , + rQ2 (11.12)
r
1
A interseção da curva obtida na Equação 11. 12 com a curva característica da bomba
constitui o ponto de operação ,cla bomba1num dado sistema, tal como mostra a Figura
11.11. A obtenção desse ponto de operação é· .ealizada por processo gráfico, porque
l
raramente o fabricante f@rnece a e~ua·~ã@ ~a curva.
A Figura 11. 12 ilustra alguns tipos de sistemas de tubulações e suas curvas caracterís-
ticas correspondentes.
i à norma ABNT NBR 12.215 recomenda a equação Universal. Para outras equações e coeficientes de perda de carga, ver
ANEXO A.
489
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z•s-um ..............~:~
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• Abastecim en to de âgua para cons
umo hu m an o
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Vazão
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Figura 11 .11 - Curva caracte rística da
bomba vers us curva do sistema de tu
bulação
'
1
1
11.6 Associação d e bombas
1
1
As exigências das instalações são muito
variadas em termos de vazão e altura m
•
métrica e nem sempre é possível encon ano-
trar essas características em uma bomb
A associação das bombas em paralelo e a somente.
em série amplia e flexibiliza a utilização
elevatória, como pode ser constatado a da estação
seguir.
490
Estações elevatórias I Capítulo 11
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3 - SISTEMA COM TUBULAÇÕES EM PARALELO
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Abastecimento d, Agua para consumo humano
Barrilete
Fig1
ura 11.13 - Associação das bombas em paralelo e em série
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,1
- a curva do sistema de tubulação for pouco ascendente (pequena
perda de carga);
1
t
• - a curva característica da bomba for acentuadamente descendente.
'1
<
.L Outro fator a ser considerado na escolha da curva da bomba é a questão da estabilidade,
1 pois as bombas postas para funcionar em paralelo estão sujeitas a trabalhar dentro de uma
•
faixa maio,r da curva, podendo, inclusive, operar na faixa de instabilidade, onde a vazão
recafcad.a é duvidosa.
l
•
•
•
1 recalque da bomba de montante é ligado à sucção da outra de jusante (ver Figura 11.13-l'Jl, ·.
t
..t
1
/ ou por alguns rotores numa mesma carcaça da bomba (multi-estágio). Em·ambos os i:as'©s· :': ·
!,
\ a curva resultante deste tipo de associação é obtida sornando-se as ordenadas ·(I-Jm)·t s ~í '·.
I curvas características de cada bomba, ou rotor, para uma mesma vazão: · · : . "'·'.. ·. : ~ ~ ~ L,,. •.
'
[ A Figura 11 .15 mostra um sistema cuja alt'~ra geométrica podê llariar deb19;1ca,~ ;; · ·IJ
t' • os benefícios advindos da associação de duas ·bómbas ig 1.Jais e.m·~érie. o~er;va-se: ·~ ·~ ·
altura manométríca do novo ponto de ~peté\São ~P,U. é.s·~periqr a;~~~ p.óifttJ;)Ae ~ e ' ~ ,
~omente.um~ ~omba), IJem c9m.01ayazao: ~l~ro dt~sq, per~e~~~~.ij~ 1, m0J · · · -.~ ~ t
e arcançado qu~nd~ 1=1s,d~,jlf ~omã.~ ;i~;eJP.:Sêr:i~:(P,1). ·. · . · :. :"~:·;·~:~.:.
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Estaçõesefevatórias f ú pJtuJo ·11
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Aba,teclmen10 de 6gua para con:s1J1mo bumano
494
Estações elevatórias I Capítulo 11
Hm 11 X Q
11
Hrn x Q
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Q
Figura 11.16 - Influência da cavitação nas curvas características de uma bomba centrífuga
Em que: •1
- 495
•
'
Abastecimento de água para consumo humano
O nível de água do reservatório de sucção deve ser tomado como referência. Assim,
nas bombas afogadas, como a mostrada na Figura 11.3, Hg5 tem um valor negativo e será
positivo quando a bomba estiver posicionada acima desta referência, como mostrado na
Figura 11.2.
Vale a pena ressaltar na Equação 11.13 que somente a pressão atmosférica tem sinal
positivo, que facilita a sucção, enquanto as demais grandezas, de sinal negativo, dificultam
a aspiriação da água pela bomba. A Equação 11 .14 permite estimar o valor da pressão
atmosférica local em função da altitude "h ", em relação ao nível do mar, em metro.
pabs h
atm = 10 33-- (11.14)
y , 900
Os valores da pressão de vapor "Pvabs" e do peso específico "r'' para água podem ser
obtidos nas Tabelas A-1 ou A.2 do Anexo A, em função da temperatura.
O termo NPSH é proveniente de nomenclatura inglesa, correspondente à iniciais de
''Net Positive Suction Head''. Neste caso, "NPSHrequerido", ou simplesmente "NPSHr", é
interpretado fisicamente como sendo a carga energética que a bomba necessita para sue-
. cionar o líquido sem cavitar e está relacionada com a perda de carga e a energia cinética na
entrada do rotor. Conseqüentemente, o "NPSHr" aumenta com a vazão. Os dados relati-
vos ao ''NPSHr" podem ser obtidos experimentalmente e são, normalmente, fornecidos
pelo fabricante da bomba, por meio de um gráfico em função da vazão, cuja curva tem a
forma mostrada na Figura 11.1 O.
Uma outra maneira de se verificar as condições de cavitação é separando, na Equação
11.13, os termos que dependem da instalação ou do líquido bombeado dos termos que
dependem da bo,mba. O conjunto dos termos que dependem da Instalação é normalmente
denominado de "NPSHdisponrve1", ou simplesmente "NPSHd" e representa a carga existente
na 'instalação para permitir a sucção do fluido.
p abs p abs
atm - Hgs + v +ó.hs == NPSHd
y y (11.15)
496
___._ ..
~ - ---
Sendo:
n: rotação nominal da bomba, em rpm;
Q: vazão no ponto de rendimento máximo, em m3/s;
NPSHr: em m.
1
1
As turbobombas só podem operar se estiverem totalmente cheias de água, ou seja,
escorvadas. Conforme relatado anteriormente, a depressão deve-se ao deslocamento do
I fluido e é igual ao produto do peso específico desse fluido (y) pela altura manométrica de
sucção. Desta forma, se no interior da bomba contiver ar (Yar = 1 kgf/m 3), no lugar de água
('Yágua = 1000 kgf/m3), a depressão será muito pequena e incapaz de fazer a água chegar
até a bomba. Assim, uma bomba localizada acima do nível de água do poço de sucção
deve ser cheia de água antes da partida. Esse enchimento pode ser realizado manualmente,
através de um tanque localizado em nível acima da bomba, ou por ejetor que aspira a água
para o interior da bomba .
•
- 11.8 Golpe de aríete em linhas de recalque
No capítulo anterior, 0 problema dos transientes hidráulicos foi levantado para as aduto-
ras Por gravidade (ver item 10.4), onde foram destacadas, como potenciais causadores do
'
497
Abastecimento de ãgua para c..on.sumo humano
.
498 '
1
-- - ·- . -- ~- - .
b
o comprimento da linha adutora é inferior a 20 vezes a carga na
bomba?
A.velocidade máxima de escoamento na linha de recalque é superior a
e 1,2 m/s?
499
~mer,te> de água para consumo humano
Algumas vezes as tomadas de água bruta por meio de bombas são realizadas direta-
mente nos rios, lagos, 1QU em -'canais, de deriivá·ção, conf@rme mostra a Figura 11.17 mas,
normalmente, são feitas em peços ,cle suGºã®, ·~r:iAoiwalm:ente ·<qUafldo se referem às águas
1
tratatfas (ver Figura 11.18). Q11am0ô)~t0viàas/0e p©ço de sucção~as bombas J1)edem estar no
próprio poço, denominado poço úmido, ou em poço seco, conforme mostra a Figura 11.19.
- 1
bomba motor
de eixo
válvula de pé horizontal
com crivo
motor •
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válvula
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Figura 11.18 - Tomada de água direta no canal de ·clerivaçao
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Estações elevatórias I Ca pít ulo 11
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especificação deve prever uma proteção especial. Já as bombas submersíveis, que possuem
motor blindado acoplado à bomba, podem ficar imersas na água do poço de sucção.
Quando a altura de sucção é pequena, as bombas são instaladas em poço seco, acima do
nível de água.
Um aspecto importante nos projetos das estações elevatórias é a tomada de água e,
conseqüentemente, do poço de sucção. No caso de pequena submergência na tomada de
água, vórtices podem ser formados, dando oportunidade de entrada de ar na tubulação de
sucção, que podem causar queda de eficiência, vibração estrutural e corrosão na bomba e
acessórios. Para evitar a formação de vórtice, a Norma brasileira ABNT NBR 12.214/1992
faz algumas recomendações para as dimensões do poço de sucção, dentre estas:
501
Abastecimento dQ 6gua para cQnsumo humano
d
a) Tubulação de Sucção l'""'--d Tubulação de sucção
em boca de sino
1-1 farva de 114 de elipse
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Plantas -- 20 --
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Seções 1
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D 0 /4
b1) Poço de sucção úmido
b2) Poço de sucção seco
b3) Poço de sucção seco,
• com tubulação com
entrada horizontal tubulação com entrada por cima
e extremidade com boca de sino
e) Arranjos para várias bombas, com poço de sucção úmido
+
·ED·
•
U<1 ,2 s +
U< 0,3 m/s·EI)· 60
+
20
502
Estações elevatórias I Capítulo 11
75 0,80
100 O 90
I
150 1,00
200 1, 1O
250 1,20
300 1,40
~ 400 1,50
l
O arranjo dos conjuntos motobomba, tubulações de sucção e recalque, bem como
barrilete, devem ser concebidos tendo em vista a montagem, a operação e a .manutenção
dos equipamentos. Por isso, é importante prever uma área de circulação (lateral e sup,êrior)
ern torno destes, via equipamento de movimentação de carga. A Figur,a 11.21 apresenta
algumas sugestões de arranjos para assentamento de conjuntos motobomba e tubulações,
Para alguns tipos de bombas.
503
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Arranjos para bombas centrífugas Arranjos para bombas centrffugas
de eixo horizontal de eixo vertical
•
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Estações elevatórias I Capitulo 11
Uma vantagem desse tipo de bomba, em relação às turbob·ombas, é que ela não requer o
enchimento prévio da bomba e da tubulação de sucção, pois ela é auto-escorvante.
•
SOS
Abastecimento d e. água p ara consumo humano
ALAVANCA
-- --
Cilln.dro -
- -- -
-- -
- - --- ---
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Pistão
V1
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Tobo de - - -
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(a) (b) (e) (d) (e)
•
••
1
11.10.2 Carneiro hidráulico
ri
O carneiro hidráulico desempenha, ao mesmo tempo, a função de motor e bomba,
ut.ilizando parte da energia hidráulica, recebida como fonte propulsara, para elevar uma
fração d.a. água recebid.a. A condição topográfica necessária à sua instalação torna o seu
emprego mu,ito restrito, além disso, só consegue elevar uma pequena fração da água que
recebe. Apesar desse fato e do baixo rendimento, ainda é utilizado em algumas fazendas e
sftios, tendo em vista as vantagens de funcionamento contínuo, facilidade de manutenção
e baixo custo do equipamento.
Muito provavelmente, o carneiro hidráulico é a única aplicação positiva do golpe de
aríete, já que o seu funcionamento depende da ocorrência de transientes hidráulicos.. A
Figura 11 .23 ajuda a entender o funcionamento desta bomba. A água captada, pela a~ão
da gravida.de, enche toda tubulação até a válvula V1, escapando ainda um pouco de água
por ela, até que a força devido à pressão do escoamento supera o peso desta válv.ula,._
. .
fechan,d.o-a bruscamente. !·mediatamente surge uma sobrepressão em todo o·carpe> ~b· ,: · '
carneiro hidráulico, abrindo a válvula V2 e deixandó passar à água para a çamara de.ar,., ,)
. ~
:.-r,;f, :
comprimindo-o. O ar reage e força o fechamento da vâlsi,úla·V2 e o escoamento·da áf,i!J~ .':.\~~~'
paí pÊI~;"" ~ /'" ;tt
pela tubulação de recalque. Enquanto isso, a ~Qua orill!;lâa di;i .fonte voltq a:es~a_
válvula v1, pois o desvio do escoamento,para a câmar11 redú;,: ã Pr~'s~o. · · ,. . . . ·::.· ' ·
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Estações elevatórias I Capitulo 11
Elevação útil
vazão de / ' H,
recalque q
vazão de Hs
carneiro
montante Q ~ hidráulico
Instalação esquemática
ar
pesos
-
vazão de válv la V2 castelo
recalque '-«_ - ~ Q-q
vazão de
montante
~~~~
válvula V1
Detalhe
Figura 11.23 - Carneiro hidráulico
• 8,0m < L ~ 75 m
•
Abast.eclmento de água para consumo humano
3/4"
, 1 r r a : • =
••
Proporção (1: H/Hs) Vazão de recalque (1/h) -
'
1:3 180..300 . 300-420 640-950 4
Os rendimentos desse equipamento são muito variáveis, oscilando entre 30o/o e 80%,
quando calculados pela expressão mostrada a seguir:
1 q .H,
Tl ==-
º Hs (11 .21)
Em que:
1 q: vazão de recalque, em 1/h;
t
11: rendimento hidráulico do carnejro;
Q: vazão de mo,ntante, em 1/h;
H5: altura de montante, em m;
,Hr: .altura de recalque, em m;
Este sistema, mais conhecido por air-lift, é comumente utilizado para retirada de água
de poços profundos e tomadas de água com grandes quantidades de areia, silte ou óxi~o de
ferro, que poderiam desgastar outros tipos de bemba. A extração da ág1:1a se·fae por meio de
injeção de ar dentro do poço. Oar, ao mistl:lrar-se com a água, forma uma emu!São de menor
peso especifico que a água e por isso mesmo se elevai mais que O nível dinâmico da água. A
Figura 11 .24 ajuda a entender o funcionamento explicado e apresenta a nomenclatura
1
1
508
...
,··' : '
. , . t .. .. ...
, ----
normalmente empregada. nesse tipo de instalação. A eficiência desse tipo de bomba é relati-
vamente baixa, variando de 25% a 40º/o.
.
•
Ar comprimido , Manômetro
) - - - . , . . u . . __ _
Tubo de descar a
o
o tct1
- - - - - - - - - - - - - (.) °'
..::= ct1
~ >
C)~
o Q)
e.. Q)
.9 "C
- ct1
& ·-- -- --
º --
Tubo de ar
- - - - -
Q)
-cne:
>
-co -
-
:::,
Q.
o
"'C
Q)
- - - - - - - -
-
-
-
- -
... ...
-
......
- - - - -
-
..- ... - Nível dinâmico
- - - - - - - -
Q)
Cl o
::::::,
- - - - - - - lL - . . _
•
"'C
ca
·-
"O
"O
e:
.ae Difusor
a..
Filtro
q : vazão de ar;
Q : vazão de água no recalque;
f : vazão específi,a de ar, ctUe pode ser calculada, segundo Macintyre
(1987), pela equação de Rix-Abrams, mestrada a seguir:
f= _ _ c__
klog A+ 10,3 (11.22)
10,3
-.
•''
• •
,
••
509
.
\
-
• • '
1
•
•
a , 2 as.: E E 2 S E 1 JS& JS e eu a e 4
Em que:
•
A: submergência dinâmica;
C: desnível topográfico.
A pressão p, a ser fornecida pelo compressor de ar, pode ser determinada pela equa-
ção mostrada a seguir, em que A é a submergência em relação ao nível dinamico e i1h ª
perda de carga no tubo~.de ar.
A+Ah
(12.24)
p = 0',70
1
11.11 Escolha do tipo de bomba
l
. . . ~nha~
( Para selecionar adequadamente um tipo de bomba é fundamental qu~ se · .tenores
ciente informação a respeito dos vários tipos de bombas existentes. Nos itens an
510 -·
' .. ~
'
Estações elevatórias I Capítulo 11
•
--
E f
m 1000 .. . 1• - - - · - -
-
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(.)
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E
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e:
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100 ·- · - i-------- -----
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-
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:::,
10 - -
~~sta~I
·r----,-::::::::::::=r--·---
. ".
. - -
Axiais
'
nQT/2
ne = H3t 4 (11.25)
m
Em que: ·
ne : vel0cidade específica da bormt>a rm@ãel@:, em (~tlil; •
Tabela 11.6 • Faixa de opera~o das turbo~ombas com relação à velocidade es!Jecífi
Tipo de bomba Velocidade específica ca
Radial 10-90
Mista 40-160
Axial 150-420
• .. J Isa Isa
•• •
Exemplo 11.1 •
Uma elevatória capta água de um manancial, cujas cotas dos níveis máxi-
mo e mínimo de água são 640,0 m e 635,0 m, respectivamente. Através
de uma adutora, a água é recalcada para um reservatório. A entrada da
adutora no reservatório efetua-se na cota 670,0 m, O, 1O m acima do seu
nível máximo de água. O diâmetro da tubulação de sucção e recalque é
de 200 mm, comprimento total de 2500 m, altura média das rugosidades
das paredes das tubulações de 0,035 mm (PVC). As perdas de carga loca-
lizadas no recalque totalizam 7,0 U2/2g. Determinar as faixas de vazão e
de potência em que a bomba opera nesse sistema, tendo em vista as
características da bomba apresentadas na tabela a seguir:
1 Vazão em (Vs) o 10 20 30 40 50
Altura manométrica (m) 50 48,2 45,8 41,5 37,4 32,3
Rendimento da bomba (o/o) o 45 65 71 65 45
Solução
Hm1 == Hg1
u2
+ ....?... + Jih u2
512
Estações elevat6rlas I Capltulo 11
Q (l/s) o 10 20 30 40 50 60
U(m/s) o 0,32 0,64 0,95 1,27 1,59 1,91
Re(x10s) o 0,63 1,27 1,88 2,51 3, 15 3,78
f o 0,021 0,018 0,017 0,016 0,016 0,016
Ah' o 1,33 4,69 9,91 16,95 25,76 36,33
u,2g
2 ó 0,01 0,02 0,05 0,08 O, 13 O, 19
~h" o 0,07 0, 14 0,35 0,56 0,91 1,33
30,0 31,41 34,85 40,31 47,59 56,80 67,85
Hm,
35,0 36,41 39,85 45,31 52,59 61,80 72,85
H
---
20
10 15 20 25
o 5
Va~ão ~l~)
'
. .,.. •. [e r : .s-..d
• ,.. , .... · ,,. lt , .,,..... ,.,.,.,w efir ófm1g Br. êJ0wo,oa >.
·3 OHíclroWio•pode ser,eocontrado nos ei ,,,, ... ~J<· • ··li'
•
·- ..
-- ......
Abastedm111nto de ãgua ,>
ara consumo humano
'º 11.2
bomba recalca água or
a para o reservatório
t?,ação 860,0 e ora para o . R R 1 cujo N A
reserva tó rio 2 com N . . es tá n a
~ n õo como origem um p . . .A . n a e lev aç ã
·
oço d,e ~ucçao CUJO .A
N
. está na e le vação
o 8 4 0 o
- dados das curvas caracter1st1cas de perda d 8 0 0
,
0
,
. Je conduz água para _ e c arg a da tu b ula - '
o R1 e a da tubulaçao ça o T ·
ara O R2, juntamente com T2 que transporta á u1
os da
dos da bomba , estão mostrado
1abela seguinte. Pede-se de
terminar a vazão em cada sg ª
bomba recalque simulta tubulação, cas; :
neamente para os dois reservató
rios .
• L •••••
1 1 1 1 l r
- .y / .~
.,,,, 7 ...
- 100
,,,
•
... ..... / -
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-E 80 .,,. .,,, - " """', ..
J:
60 T1
- - - .,,.
P1 - .,--
,,,. _,.c:r
P2 . J ., ,,
/ ... p ..... ~
.
•
~
'~
40 T2
•
T1+T2
T1+T2 -
.
20
-
o
o 50
-
100 150 200 450
250 300 350 400
a ( m3/h)
514
Estações elevatórias I Capítulo 11
Exemplo 11.3
'
Dois reservatórios são interligados por uma adutorg de 2000 m d.e com-
prtmento, 100 mm de diâmetro, rugosidade de 0,035 mm, conforme
perfit mostrado na figura a seguir. O nível de água do reservatório R1
está na elevação 624,0 m, e do reservatório R2 , na elevação 604,0 m.
Desejando-se aumentar a vazão transportada em 50o/o, uma bomba tipo
booster deve ser instalada na linha. Determinar a vazão , a altura mano-
métrica e o local em que a bomba deve ser instalada, desprezando as
perdas de carga localizadas.
R1 N.A. ==624,0 m
640 ..t====::;:::===;::=-----.------,---:-~--,----.------,
R2 (N.A. =604,0 m)
620~ l. •• ·- -- - t--- - - -
l ....
•
580 · ---Í---
' 1
560
540 -
---- --
1
r
O 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000
J
Solução
..
Admitindo que toda a carga disponível (20,0 m) seja gasta com a per-
da de carga e com o auxílio do HidroWin para cálculo da vazão na
equação Universal, obtém-se Q=7,831/s.
• Dimensionamento da bomba
A nova vazão deve ser de 11, 75 1/s, ou seja., SO·o/o superior a· calculada
anteriormente. Para este valor de Mai'.ãQ a J9erda de €a.rga total é íll2, 56 rn.
A fr§ura a seguir mostra as Linhas Piez@rmélriG:as 1 e 2, ce~resp,@ndemifles
às vazões escoadas de 7,83 e 11,Y S 1/s, riespeeti~amer1tre. ~alia C@m\1.
1
R1(N.A.::624,0mi)
640 -
620 -
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1
1
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- ~2 fNA::604.0 ml
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600 -irrtra p1 zométrlcé 2 - '
• ... - "'' - •. 1•
56.Q - ----- •- -. - - - ----- - •
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560 - -- - . - .B ba_
1
540 1
O 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000
Exemplo
- -
11 .4
3
Q (m /h) O soo 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500 5000 5500 6000
Bomba Hm (in) 80,0 75,3 70,1 64,5 58,4 51,9 44,9 37,5 29,6 21,3 12,~ - -
••
ri (%) O 25 50 64 75 82 85 83 78 70 60 - - .•'
16
~is~ema H~ (m) .. 40 . 49, 1_5 ~0~6 41,35 42,4 43, 75 45,4 47,35 49,6 52, 15 5_~ §B, 15 ~'-
Solução • •
·- '
Estações elevatórias I Capítulo 11
160 • 1
1 • •
·2 ~o}Tlb s em s rie ---,-1
- - -.
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o ·r l
O 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500 5000 5500 6000
Vazão - a (m3/h)
ANDRADE, G.L. Máquinas operatrizes hidráulicas. Belo triorizonte; Escola de Engenharia da tlFMG, 1967,
243 p,
AZEVE-0 0 NETTO, J.M.-; ALVAREZ, G.A. Manual (Je hidráu/iü117. ed. São Paulo: Edgarã Bl0~Her, ~ 982.
· 6AITTISfA, M.B.; COELHO, M.M.L.::R FunBàmentosãeerrgeoharia 'fUdfáutieª. 2. ed. Belo M0r.iionte: Ed., tJ MG,
2003. 437 p.
'
•
'
517
•
Abastecimento de ág ua pa ra consumo hu
mano
.. ... .
518 ••
.
.. .' -.:.-"'."..,,'
,, .. ~""
-
• .."'..!UI'
..- :_·,.~
Capítulo 12
12.1 Introdução
Neste item são feitas considerações sobre os fundamentos dos principais Process
operações unitárias utilizadas no tratamento de água para abastecimento público os os e
são suscintamente descritos na Tabela 12. 1, apresentando-se maiores detalhes 'nos iuais
seguintes. A combinação de processos e operações unitárias dão origem ao que se de~n~
mina "técnicas de tratamento de água'', assunto abordado no item 12.3 °
Na Portaria nº 518/2004 do Ministério da Saúde (Brasil, 2004) são estabelecidos os
valores máximos permitidos para diversos contaminantes orgânicos e inorgânicos que po-
dem estar presentes na água potável, mas é praticamente impossível especificar todos os
contaminantes e as respectivas concentrações máximas, para que não afetem a saúde
humana. Nas ETAs, devem-se buscar alternativas técnicas que possibilitem, no mínimo, a
produção de água que atenda ao especificado na referida portaria.
Diversos tipos de produtos químicos podem ser utilizados no tratamento da água:
oxidantes (tais corno ozônio, cloro, dióxido de cloro, peróxido de hidrogênio), alcalinizantes
(geralmente cal ou hidróxido de sódio), coagulantes (em geral sais de ferro e de alumínio,
além de polímeros), desinfetantes (cloro e seus compostos, ozônio, dentre outros), produ-
tos para correção da dureza (cal, carbonato de sódio e resinas de troca iônica), produtos
para controle da corrosão (cal, carbonato de sódio, metafosfato, silicato e outros)·e carvão
ativado para adsorção de contaminantes. Todos os produtos químicos devem ser manuseados
com cuidado, seguindo-se rigorosamente as instruções de segurança dos fabricantes, e
eles não podem introduzir contaminantes na água.
12.2.1 Micropeneiramento
A ABNT (1992), por meio da NBR 12.216, estabelece que as grades destinadas a reter
materiais grosseiros existentes nas águas superficiais podem ser utilizaó.las nasRAS quando
circunst~ncias especiais não permitem a sua localização na captação. ©iferemtemente ~as
grades, as unidades de micropeneiramento destinam-se à retenção de sóli!ialt>S fil'l65 nao-
1 "d .
co 01 ais em suspensao - e gera 1mente contam com sistema de limpeza por á9ua em contra
· ..
corrente. .de
Basicamente, as micropeneiras constituem-se de malhas com diferentes aberturas de
filtração. Em geral, a carga hidráulica disponível para a passagem da água é P~~:-
rnodo que, nestes casos, as aberturas devem ser grandes o bastante para garantir bea-
de filtração compatível com o que se deseja na prática. os sistemas que utilf2'.3m bom rnas
men~o. ~ara permitir a passagem da água ~través das microper1elras sao mais :r~çãO
poss1b1htam
e. remover partículas de menor dimensão, uma vez que as aberturas
520
h
Introdução ao tratamento de água I Capítulo 12
podem ser menores, graças à carga hidráulica disponível ser mais elevada (em dec~r:ência
do sistema de bombeamento). Na Figura 12.1 tem-se a representação esquemat1ca da
malha de micropeneiras e de alguns formatos de materiais em suspensão presentes na
água bruta. Os materiais semelhantes a (A), com formato aproximadamente esférico e
dimensão ligeiramente superior à da abertura de filtração da micropeneira, ficarão retidos
nas malhas. Por outro lado, o material (C) será retido ou não em função da sua orientação
em relação às malhas.
1,
1, ,,
1
!!!
• Peneira rotativa
1
'1
~
'•'
•
• Descarga
11
1
l
___.Material.em
suspensão retido
l
..
521 •
• Abastecimento de água para consumo humano
'.
j_
•,.'
522
----
lntroduç~o ao tratamento de água I Capítulo 12
•
'
As mícropeneiras podem ser adotadas nos seguintes casos:
12.2.2 Oxidação
1
A oxidação química ou a oxidação por meio da aeração podem ser utilizadas para
r reduzir a concentração de contaminantes orgânicos e inorgânicos, que não são normal-
mente removidos de modo satisfatório nas unidades que usualmente compõem as ETAs.
Contudo, especialmente no caso do emprego de oxidantes químicos, podem ser gerados
1
subprodutos indesejados, que necessitam ser monitorados e removidos, se forem encon-
trados em concentração superior ao valor máximo permitido na Portaria nº 518/2004
(Brasil, 2004).
A oxidação por aeração destina-se a introduzir ar na água, por meio de aeradores,
para a remoção de compostos voláteis e oxidáveis e gases indesejáveis. De acordo com a
ABNT (1992), a aplicabilidade dos diferentes tipos de aeradores e suas taxas de aplicação
devem ser determinadas preferencialmente por meio de ensaios. Os dispositivos de aera-
1 ção citados na ABNT (1992) são: plano inclinado, bandejas perfuradas sobrepostas, casca-
tas, escadas, ar comprimido, tanques com aeradores mecânicos e torre de aeração, dentre
outros. Nas Figuras 12.4 e 12.5 são ilustrados aeradores de bandeja e de cascata.
No caso da remoção de contaminantes por oxidação, em que a aeração não é eficiente,
pode-se estudar o emprego de oxidantes químicos, tais como cloro, ozônio, dióxido de
cloro, permanganato de potássio e peróxido de hidrogênio. O tipo de oxidante químico,
1 sua dosagem e o tempo de contato devem ser estabelecidos em laboratório, em função da •
523
Abastecimento de ág ua pa ra co ns
um o hu m an o
A
a
..
,......
................... ...... ..........
t i . ..
~
·~ · · · .. .,.
li.. . .. . .. -.
cc
..... . ... -. ... ..
• • • • a • •., • • ..
riftclos de
distribui o
.
•
Vertedores
Tangue de col~ta
F -- -Qf - - - - ~ - - - U T -.
.......
lfsaída
1
Tabela 12.2 - Remoção de metais
de água subterrânea 1
em função da elevação do pH 1
(·
524 ·
•
,.
Dependendo da concentração de ferro e de manganês e do pH da água, a aeração
pode ser eficiente para reduzir a concentração da forma solúvel destes metais, principal-
mente do ferro; sendo observado que o pH exerce influência significativa na eficiência do
processo. Entretanto, dependendo da forma como o ferro e o manganês se encontram, a
aeração pode não ser suficiente.
Além dos contaminantes inorgânícos, a oxidação da água bruta também tem como
finalidade facilitar a remoção de contaminantes orgânicos, tais como as substâncias húmi-
cas causadoras de cor. Na Figura 12.6 são mostrados os valores de turbidez de uma água
tratada por filtração direta descendente sem floculação. A única diferença operacional
entre as duas finhas de tratamento (A2 e 82) refere-se ao fato de esta última não receber
cloro antes da unidade de mistura rápida. Observa-se, neste caso, que a cloração exerceu
forte influência sobre a qualidade da água filtrada, indicando a viabilidade do tratamento
por meio da filtração direta, desde que se faça a pré-cloração. Contudo, como a água bruta
em questão apresenta concentração relativamente elevada de algas potencialmente tóxicas,
faz-se necessário um monitoramento rigoroso dos subprodutos da cloração e recomenda-se
o estudo de oxidantes alternativos, tais como ozônio, dióxido de cloro e permanganto de
potássio, a visando a atenuar os riscos sanitários decorrentes desses subprodutos.
6,0
m CJ Filtro A2,
(5 mg de_c_
lor_ol-L)
.:_ _ _ _ _ _ __
~ 5,0
--
• Filtro 82 (sem cloro)
m
li:;:
:::,
4,0 L----------------~-------~.-.-
O')
..ro
co
-e
3,0
N
Q)
:g 2,0
·2::::,
t- 1,0
0,0 3
'
5 7 . 9 _ 11 13 15
o 1 Duração da carreira de,filtraçao (h)
- Figura . _ Influência da pré-oxidação (cloração) na qualidade de água tratada por meio da filtração
12 6
direta
525
Abastecimento de água para consumo humano
526
........
Introdução ao tratamento de água I Capftulo 12
Quanto ao CAG, existe uma grande variedade de materiais que podem ser utilizados
•
na sua produção. Porém, predominantemente, empregam-se madeira, lignita, carvão betu-
minoso e sub-betuminoso e osso. As principais vantagens do CA~ em comparação ao
CAG, são o menor investimento inicial e a maior flexibilidade com relação à alteração da
dosagem aplicada, em função de variações na qualidade da água bruta. O CAP apresenta
como desvantagens a remoção relativamente baixa de compostos orgânicos voláteis e
maior problema para disposição do lodo, já que o CAP contribuirá para aumentar o volume
de Jodo gerado na ETA, enquanto o CAG pode ser reaproveitado, após passar por um proces-
so de regeneração em equipamentos especiais.
527
mumente empregados nas ETAs são o sulfato de alurn' .
impurezas. Os coagulantefs coso clorado O sulfato férrico e o hidroxi-cloreto de aJ ,n,?,. 0
. "'é . · 0 sulfato erro
1 · ' . , . . um,n,
doreto 1 rr,co, 'd à a de produtos químicos e a natureza d1st1nta das águasb 0
CA 0 PAC). Devi o gam . _ . . rutas
(H ~ 1. ... de experimentos em 1nstalaçao-p1 1ato ou em Jarteste, para defin. '
é ssenc1al a rea ,zaçao . , 'd A Ih d . ir as
e . .. . d. de coagulação e mistura rap, a. esco a o tipo de coagul
ondiçoes adequa as . ,. . Q d ante
c d á d ma criteriosa avaliação técnica e economrca. uan o a coagulação não ,
depen e~ e u . d h d t d e
. d d
realiza a e mo do adeq · uado , compromete-se
. . o esempen
, o e
d 'do as unidades de trat a-
.. aJusan
mento . te, aumentando os riscos. san1tár1os_da agua . . pro_ uz1 a. O desconhecimento
dos fatores que interferem na coagulação e sua nao ot1m1zaçao no ~ue se refere ao tipo de
·. lante e auxiliar de coagulação, pH, dosagens, tempo e gradiente de velocidade de
coagu h d · 1, ·
mistura rápida, comprometem seriament,e o desempen o a ETA. A em disso, ao se fazer
a avaliação de custo, deve-se levar em conta a procedência, a fórmula química aproximada
e a forma de fornecimento dos diversos produtos químicos, assim como a proximidade do
local onde são produzidos e os custos de aquisição. Coagulantes fornecidos na forma
sólida são mais baratos, devido à redução do custo de transporte, mas acarretam maiores
problemas operacionais, pela necessidade de se preparar a suspensão na própria ETA, po-
dendo demandar mais funcionários e causar problemas associados à manutenção da lim-
peza no local.
As impurezas que precisam ser removidas da água bruta nas ETAs apresentam grande
variação de tamanho. As que se apresentam como matéria particulada causam turbidez à
água; substãncias dissolvidas são responsáveis pela coloração, havendo evidência de que o
sabor e o odor estejam associados a partículas coloidais. Estas impurezas comumente pos-
suemcarga superficial negativa em meio aquoso, a qual pode ser determinada por meio da
medida do potencial zeta {PZ). Quando ocorre a dispersão do coagulante, são originadas
espécies hidrolisadas que reagem quimicamente, com as impurezas ou que atuam sobre a
superfície delase reduzem a força repulsiva que tende a mantê-las estáveis no meio aquoso,
de modo a facilitar a remoção nas unidades posteriores do tratamento. No ·entanto, não
ap~n~s ª interação de ordem eletrostática é importante. Também interações de ordem
quimica devem ser avaliadas, quando se estuda a coagulação realizada nas ETAs.
Os operadores das ETAs precisam estar conscientes de que simplesmente aumentara
dosagem de coagulant - é f' · - · t' , imo
determ1nar
. o pH de co e nao- su ,c,ente .
para melhorar a coagulaçao. É 1mportan 155
rre
1
um d agu açao apropriado. Tem-se observado que em muitas ETAs oco
gran e desperdício d • , qual
poderia ser reduzida e _coagu 1ante, devido a sobredosagem deste produto, a
de coagulante por meio de estudos de tratabilidade da água bruta. Erro na dosag;m
impurezas pres~~tno PH de coagulação pode conduzir à reversão da carga superficial as
prometer seriame:ts na á~ua, ocorrendo o fenômeno da reestabilização, que pode com·
e a ef1ciência d ETAs a a água
estudada, foi possível obter . as . Observa-se na Figura 12.7 que, par dosa·
gem de 5 mgJL quant d turb1dez remanescente da ordem de O5 uT tanto com a da
nos valores de PH d ode 15 mg/L de coagulante, desde q. ue a co;gul~ção fosse realiza
a on em de 4 4 6 ,
· ' e ,O, respectivament.e.
528
•
20 2,43
0,45
~
15 º·li • 0~ 5
º~º º·~ 0,65
0,4~ J.',5
0,85
• 1,82
-- J
E
--
..J
O)
-o
üe
:e
10 ºiiº 0,50
• -
1,2
0,55
0,76
• 0,85
0,85
• •!,95
0,95
•
0,95
• <'>
--
1,22 ...E
<J::
e -
<ê..r:.
5 º'º º~º 0,70
• 1.2
• 1,5 1 7 1,5 1 1 ..2
• ií • Ili'
1,2
• 0,61
'
o
3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 7,5 8,0 8,5 9,0 9,5
pH de coagulação
Figura 12.7 - Diagrama de coagulação com PAC [AI (OH) c1 1com 18o/o de basicidade (valores
·,nt ernos do gráf'1co .1nct·1cam a turb'd n m 3 n-m
I ez remanescente)
Ultimamente, tem sido dada grande ênfase na remoção de matéria orgânica natural
(MON) por coagulação química, uma vez que a MON pode funcionar como precursora da
formação de subprodutos indesejáveis da desinfecção. Deste modo, ampliam-se os objeti-
vos tradicionais da coagulação realizada nas ETAs, que são a remoção de cor e turbidez,
conciliando-os com a remoção de MON, o que geralmente exige o emprego de dosagens
elevadas de coagulante e vafores baixos de pH de coagulação, caracterizando o que se
denomina coagufação melhorada (enhanced coagulation).
Dependendo da qualidade da água bruta, o emprego de polímeros pode possibilitar
vantagens, tais como aumentar a duração da carreira de filtração, reduzir os gastos com
produtos químicos, diminuir o volume de lodo gerado e aumentar a eficiência de remoção
de co~ turbídez ou carbono orgânico total da água. Os polímeros podem ser sintéticos ou
naturais, catiônicos, aniônicos ou não-iônicos, havendo diferentes marcas no mercado bra-
sileiro. Nos estudos em laboratório, deve-se avaliar com cuidado os diferentes tipos de
poffmeros e a dosagem a ser adotada na ETA. Deve-se ressaltar, contudo, que d0sagens
muito elevadas de polímero podem comprometer o desempenho dos filtros, reduzindo a
duração da carreira de filtração, produzindo resultado inverso ao desejado.
A d;spersão do coagulante na água bruta é realizada nas unidades de mistura rápida.
Os parâmetros de projeto desta unidade,são o tempo de detenção e o gradie.nte·de veloci- •
dade, sendo que este último está relacJon·ado à intensidaee ·de agitação da massa lf~uida,
necessária para garantir a adequada dispersão dos produt@s químicos ·Utilizados Aa coagu-
lação. Os gradientes de velocrdade médios de mistura rápida podem variar desde seo s-1,
ou menos, a valores superiores a 7000 s-1, e o tempo de mistura·rápida ob>se,vado ·rtas ETAs 1
529
.. . . -~ -~ . : ..-------
umo humano
. . -de água para ,ons
Abastedmento
530
lnttod~ ao ·tratamento de água t Capftufo 12
l!, ' t .
•
Range
...__,/ \._.
2ooa c1e mmna
Lremovfvel
Peça deifexão dos ja!os
(a) Mecanizada
(b) Injetor
Solução do
coagulante
Tubos
aams Planta
Se tldodo
Pollmero
Oriflclos-....... t--s:n-- - r - ---..-- Coagulante o onal
Válwlas para
descarga 1 ..
· St~og de Ju nte
com altura aj tável
Seção
Longitudinal Malha
(opcional)
12.2.5 Floculação
. . •
r. 53~1• •
<
.
_
. ...
U mohumano
ág ua para cons
Abastecfrnento d e
seu emprego nas ETAs em que a água bruta. apresenta, sazonalmente, grande van ~ do
qualidade. Na Figura 12.9 são ilustrados alguns tipos de unidades de floculação em açao de
r:TAr · a d' t d ' 'I 1 . . d d.. pregados
e'.11 e,/"\:).: s proce .1men os e ca cu_o para estimativa. o gra 1~nte de velocidade médionos
diversos tipos de un1çJade de·floculaçao podem ser ?bt1dos em literatura específica.
Saída
• ,.,. ,.,. ,.,. ,.,. ,.,. ,.,. --,i
1..
,d
• . •
•
•
~ ~ ~ ~ ~ ~ \.:.,
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4
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•
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532
lntroduç~o ao tratamento de água I Capítulo 12
12.2.6 Decantação
Nas ETAs, quando a água bruta apresenta alta concentração de partículas em suspensão
ou de sólidos dissolvidos, é necessária a construção de unidades que removam parte
destas impurezas, antes de encaminhá..la aos filtros. A decantação é uma das técnicas mais
antigas e simples de clarificação da água e resulta da ação da força de gravidade sobre as
impurezas, facilitando a sedimentação delas no fundo da unidade, e resultando na clarifi-
cação do sobrenadante.
Para pequenas comunidades, a operação, denominada sedimentação plena, é uma
alternativa ao pré-tratamento do afluente, em substituição à coagulação química e à
floculação_A sedimentação plena apresenta como vantagens o menor custo operacional,
uma vez que pode prescindir dos produtos químicos utilizados na coagulação e das unida-
des de ,mistura rápida e de floculação. Além djsso, o lodo produzido é menos sujeito a
problemas para disposição final, em decorrência da não utilização de coagulante químico.
Contudo, em virtude da pequena velocidade de sedimentação das partículas que precisam
ser removidas da água bruta, as unidades de decantação, quando não se tem pré-trata-
mento por. meio de coagulação e floculação, requerem espaços físicos nem sempre dispo-
níveis no,local de implantação da ETA, o que inviabiliza o emprego da sedimentação plena.
A coagulação e a floculação possibilitam a obtenção de partículas com maior velocidade de
sedimentação, viabilizando a construção de unidades de decantação mais compactas.
As unidades de decantação são projetadas com base na taxa de aplicação superficial
(TAS), que está diretamente relacionada com a velocidade de sedimentação das partículas
suspensas na água e é calculada dividindo-se a vazão afluente ao decantador peta sua área
em planta. A ABNT (1992), que aborda questões relativas ao projeto de estações de trata-
mento de água para abastecimento público, recomenda que a TAS dos decantadores seja
determinada por meio de ensaios de laboratório e que, não sendo possível a realização dos
ensaios, sejam adotados os seguintes valores, em função da capacidade das ETAs, tal como
mostrado na Tabela 12.4.
533
....
ua com concentração elevada de deterrn·1 .
lt ntes de á9 · b' . nadas
. . orno os resu a . dadeira elevada e baixa tur 1dez, exige O P . .
muito le.ves, tais e . possuem cor ver . roJeto
. d lgas ou que
espécies
· eª
d res com ·baixa · TAS · · do decant ador f 01· uma inov ~
lacas) no ·interior
de decanta o los (dutos ou P . açao
. tradução de rnódu. . d·écada de 1960, que deu origem aos chamad
A ,n . . ,c1ada na . . os
de importância 1n t nos decantadores convenc1ona1s com escoament
de gran t xa. Enquan o ,. . 50 3 -2d-1 . o
decantadores de alta ~ -o su erfidal em geral e inferior a rn m ' a introdução de
hor ·
,zontal a taxa de apllcaça P. t de unidades com taxas de até 150 m3m-2d-1 Po
·b·rta O proJe o . . · r
dutos ou placas poss1 11 d tadores de alta taxa permitem reduzir o espaço físico
·or TAS os ecan 1
· - d d
possibilitarem ma, ' uando é necessária a ap 1caçao e pro utos químicos
ETAs Entretanto, q
ocupado peIas .· · d contato os decantadores de aIta taxa podem ser inade-
't m maior tempo e ' · .
que necess1 ª. de detenção neste tipo de unidade em geral ser inferior a60
0
quados' em virtude do temp · ' d 2 4h O ·
d antadores convencionais e e a oras. maior tempo de
minutos, enquanto nos ec . .
.. 'b'l'ta que eventuais problemas durante o tratamento seJam detec-
detençao também poss1 11 · • , -
. 'd tes que a água seja enviada a populaçao. Tanto na decantação
tados e corr1g1 os an .
• nto na de alta taxa a remoção do lodo depositado no fundo da unidade
convenciona1 qua '
pode ser feita mecanica ou manualmente. A freqüência dessa opera~ão dependerá_da
concentração de sólidos suspensos presentes na água. Em todo caso, o intervalo decorrido
entre duas remoções de lodo não deve ser longo a ponto de possibilitar a solubilização de
metais e outras substâncias prejudiciais à saúde humana, que estejam presentes na forma
de precipitado no lodo da ETA.
A eficiência da unidade de decantação é diminuída quando ocorre mau funciona-
mento das unidades de coagulação e floculação, o que pode acontecer por problemas
operacionais ou quando a água bruta apresenta baixa concentração de partículas, fato que
dificulta a coagulação, uma vez que resulta menor taxa de contato entre as partículas eos
produtos da hidrólise do coagulante, limitaf}do o transporte de massa. Com a finalidade de
a~mentar ~ eficiê,ncia da coagulação nestes casos, há autores que fazem refe.rência à adi-
çao de argila na agua bruta, ou à recirculação de partículas previamente removidas, para
aumentar a eficiência .
da op eraçao - de decantaçao. - É comum ouvir de alguns opera dores O
re 1ato de que é mais fácil "r "
impar a água no período de chuva do que no período de seca.
Exemplo 12 .1
• -
•
534
Introdução ao tratamento de ~gua I Capltulo 12
Solução
3
0={vazão (lls) x 86.400 (~d)] I 1. 000 (lfm ) =180 x 86.400 / 1. ooo == 15.552 m3/dia
• Cáículo da TAS
1 12.2.,'7 Flotação
•
•
535
ara consumo humano
Abastecimento de água p
Geralmente, na flotação por ar disperso são formadas bolhas com diâmetro de 0,4 a
2,0 mm, as quais não apresentam desempenho satisfatório no tratamento de água para
abastecimento público. As.bolhas geradas na flotação eletrolítica geralmente são menores
que as conseguidas na flotação por ar disperso e na flotação por ar dissolvido, de modo
que a menor turbulência causada por estas microbolhas, resultantes da flotação efetrolítica,
torna esta técnica vantajosa para a remoção de flocos frágeis e pouco densos. Contudo, a
taxa de aplicação superficial usualmente requerida na flotação eletrolítica é muito baixa, 1
a 4 m/h, se comparada com a empregada na flot.ação por ar dissolvido, 8 a 12 mlh. Além
disso, na flo~ção_eletro!ítica ocorre dissolução do material dos eletrodos, o que pode acar-
reta! con~minaçao_da agua com metais pesados, o que inviabiliza seu emprego na clarifi-
caç.ao de agua destinada ao abastecimento público.
. A fl~tação por ar di~solvido por pressurização (FAD) é subdividida em: a) flotação por
ar d1ssolv1do com pressurização tOt I d fl _ . . · .
rização parcial do afl t ª
.a ~ uente, b) flotaçao por ar d1ssolv1do com pressu-
uen e, e e) flotaçao por d' 1 'd · da
Esta última técn·ica é. . · ar isso v, o com recirculação pressuriza ·
a mais apropriad ·
frágeis tais como no tr·at
· ' amento de ág
ª
no tratamento de afluentes que contêm flocos
I
(usualmente entre s e 1Oo/c) d · fl · ua, e corresponde à recirculação de uma parce a
por meio de bombas centr'1fºu o eG. uente dos flotadores ou dos filtros e sua pressurização,
entre 250 e soo kPa a ta d
gas. .
eralment
· e, ª
pressão na camara de saturação é man
t"
1
da
. , . , xa e apltcaçã . . . . .
tempo med10 de detença.. o é-. f . .o superf1c1al varia de 1 000 a 2 000 m3m-2d-1, eo
. .. tn er,or a 5 · . . · · · h ·
com diâmetro na faixa de 20 a 1oo . minutos. Na FAD, geralmente são formadas boi as
. Uma unidade de geração d ~m.
conJunto moto-bomba Para P e m'.crobof has na FAD é composta basicamente de um
saturaç- · ressur1zaçã d de
ao que recebe ar de um o a água de recirculação de uma camara
~~~e~~:al~e~te é responsável ta::Pressor e .de um dispositivo de
despressurizaçáO,
a carnara de flotação A ~ Pela mistura da recirculação com a água bruta
. Camara d · · de
e saturação deve conter dispos1t1vos
'
•' .
' l
V
{..
536 ..
·.•
e
\·.
' '
lntrouu~aci nu trnl ,n nw cJ óguo I Capitulo 12
537
•
á uo para consumo
humano
Abostoclmonto do g
Raspadores de lodo
Agua flotada
Câmara... de
(
saturaçao
Saída de água •
pressurizada
•
Floculadores
_ Fi~ura .12. 1O- Representação esquemática de uma ETA com flotação
Fonte: LEOPOLD (2006)
Neste tipo de instalação a água coagulada passa pelos floculadores e na saída destas
unidades existe um dispositivo que introduz.água pressurizada e libera mícrobolhas deª~·
que tendem a um movimento ascendente arrastando consigo os flocos forma dos na un1-
dade de floculação. A água pressurizada :em
de uma ctlmar.a onde é feita a saturação d~
água com ar, sob pressao - elevada. O ·líquido proveniente
· da ctlmara de saturação_e
•
~espressurizado em dispositivos especiais e misturado à água floculada, ocorrendo en~o a
1 liberação de microbolhas, que promovem a flotação de grande parte ôo material partlc~-
•
lado presente na água. A água pressurizada é recirculada contínuamente, numa vazao
1
1 que, em geral, equivale a valores da ordem de 5 a 1O o/o d~ vazão total tratada na ETA.
1
•
538
lntrocJu~ao do tratamento de ~gua r Capítulo 12
Partícula, dp
Transporte
. Coletor, dg
~ Linha de corrente •
da água
'
539
.....
.. ara consumo humano
Abastecimento de água p
- - - - Situação
Perda de carga
- - - ideal
limite
- - - -
- - -
- - - - - (D Etapa inicial
- - -- ® Etapa intermediária
i- -- ....
@ Etapa do transpasse
® 0
(D /
/
/
/
Valor critico ,.
---
.............
•
Térruno da Duraçao-
•
carreira carreira (h)
540
lntroduçao ao tratamento de água I Capftulo 12
canal de distribuição
de água aos filtros rr----.--.-------
NA NA
_ romporta de
~ entrada valha de coleta de
. . __ __. n---...· __,,,, ..._......
- agua de lavagem
mE ~
01 Q)
~ 01
m m Entrada de água para
o > Areia lavagem do filtro
6? m
Q) - ' 1/
"O Q)
Q) "O Pedregulho r\.
-o m 11111111111111 Saída
-m :J
01 1---r-"'----P,.,,<~ de água
e . .m Dre"no . - - - - - . filtrada
m ID
u "O do filtro
A eficiência da filtração rápida em meio granular é afetada por muitas variáveis, desta-
cando-se: características do meio filtrante (espessura, massa específica, tamanho, forma e
distribuição de tamanhos dos grãos), características dos sólidos suspensos (concentração,
natureza, tamanho, forma e distribuição de tamanho das partículas), sistema de filtração
(taxa constante ou declinant:e, filtração ascendente ou descendente), taxa de filtração,
carga hidráulica disponível, sistema de lavagem do filtro e temperatura da água. Os filtros
devem ser projetados e operados para que as carreiras de filtração tenham duração mfnima
de 20 horas, pois carreiras curtas elevam os custos operacionais da ETA, uma vez que
aumentam o consumo de água destinado à lavagem dos filtros. Contudo, carreiras com
duração muito longa também devem ser evitadas, pois podem resultar no aumento da
força de aderência das impurezas aos grãos do meio filtrante, dificultando a remoção dos
sólidos durante a lavagem.
12.2.9 Desinfecção
541
·dentificarem na água todos os organismos pote .
. . difi Idade em se l · . - , naalrn
oevido à tCU · nas ETAs é feita a determ1naçao do numero mais P , ente
. . à saúde humana, . . • . rovavel d
preJud1c1a1s · ... . ecessariamente bactérias patogen1cas, mas que servem e
'f que não sao n .. d d . cornou
coft orme5, . ·i· do para indicar a probab1l1da e . e contaminação biai ' . rn
A t indireto ut11za · ·· . . .- - ogiça %
parame riO. d entrada da rede de d1stnbu1çao nao devem apresentar bact · . · .
ostras coleta as na '" . _ , . .d er1as do
am f totais e em nenhuma s,tuaçao e perm1t1 a a presença de col'f .
grupo coI, ormes , . ..f I orrnes
·resume-se que a ausência 'de co I armes cor.responda à ause" .
1
termotoIeran tes. P . , _ . . nc1a de
. os pa+·ogênicos Contudo, ex1stem.patogenos. que sao ma,s resistentes à desini1 0 N
organism • · .,
.formes conforme pode ser observado na Figura 12.14 ao comparar a dos
ecça
que os Col1 r ,· • • • . ' o . . agem
relativa de um desinfetante nec~sána para 1nàtt~ar_1~O Yo de Eschen~h1a co/i, bactéria do
grupo coliformes termotolerantes usada como 1nd1c~dor de ~ontam1nação, com a dosa.
gemcorrespondente para inativação de outros organismos. A ngor, a ausência de bactéri
do grupo colíforme não assegura a qualidade bacteriológica da água. Na Tabela 12.6 tem-:
a estimativa da quantidade de alguns organismos patogênicos necessários para iniciar uma
enfermidade, ressaltando-se que os números são estimados, pois variam de acordo com a
resistência de cada pessoa.
SaJ,:nonella typh;
ShJgella sone;
Staphylococus aureus
Escherfch;a coli
Coliformes totais
Streptocac~ fecalis
. Contag_enJ em p/aca pa"" N
PoJ1ov1rus urao
Rotavírus Bacilus .subtilis
Cfstos de Acanthamoeb·a castelan;
o
5
10 15
Dosagen1 reiat- · . .
Ft. · MI (Escher,ch;a co/j =1)
gura 12 14 . ·
· - Eftci"enc1a
· de inat· -
Fonte; DI BE correspo d
RNARDo (1 993)
l~açao de vá . . . ~ d gem
n ente à tnativação dnos tipos de m1crorganismos, em funçao da osa .
· e 100 % de E. Co/i
542
......
. .
~- .: . .. : 1
ln\{ ao tratamonto de Agua I Capítulo 12
, l1tTI u n,
i d seguintes mecanismos:
, t 1, n1 t li m com inativação de enzi-
' 11 , t lul r. itando a síntese de proteí-
r n1 n1 p t gênicos;
im I n, tice e não causa-
m ndições segu-
i pli a ão;
f rma rápida e pre-
ur nd , desse modo,
t mln nas diferentes
substancias hum1cas, 1;v h na Além âe THM, podetn ser formados outros sub em
à saude uma · · ld h 1 . Proctu-
causar probl ema5 . h acetonitrilas, halocetonas, ác1 os a oacét1cos, clorof - .
- ção tais como aIO , bl' T. 'd 'f• en61 s
tos da e1ora , . t preJ'udiciais à saúde pu 1ca. ,em s1 o ver1 1cado que O T '
- - otenc1a 1men e . . · s HM
dentre outros, P - 'genos e as haloaceton1trilas podem ter ação mutagê· .
- tencíalmente cancen , . -. . . nica e
sao P.º _ - . t de tumores. contudo, os nscos san1tános, .eventualmente
induzir O desenvolv1men o . .. d ,.. asso-
. - b d t da cloração, podem ser muito .menores o que aqueles decorrent
ciados a su pro u_.o_5-aça- o hídrica
. a que _ a populaçao
,. . . , estará suJe1
. . .ta, caso a água na. . o es.
das doenças de ve1cu 1 . __ . , se1a
.d algum processo de desinfecçao. Assim, caso os subprodutos da cloração ap
submetI aa - . , , . ,. .. _ re-
sentem-se em concentração superior a max1ma perm1t1da, deve-se optar por outros méto-
dos de desinfecção.
Nas águas brutas que contêm precursores de formação de THM e outros compos-
tos organoclorados indesejados e que necessitam da oxidação através do emprego de
cloro, é comum a realização da pré-cloração seguida da aplicação de um sal de amônia
(usualmente sulfato de amônia ou cloreto de amônia) ou de solução de amônia, prove-
niente de amônia gasosa. As cloraminas resultantes da reação entre o cloro e a amônia
apresentam menor poder de desinfeéção qué Ócloro livre, mas possibilitam minimizar
aformação de compostos organoclorados. Na Figura 12.15 são mostrados carros-tanque
de cloro utilizados em ETAs de grande porte, cilindros de amônia e dosadores de
.
"
amon1a.
Na Portaria nº 518/2004 . . , .
após a desinfecção a , d do Ministerio da Saúde (Brasil 2004) é estabelecido que
d . ' agua eve conte , · . ' ' . nn
sen o obrigatória a ma t _ rum teor m1n1mo de cloro residual hvre de0,5 líl!:f"'
distribuição, recomend:udençao de, no mínimo, 0,2 mg/L em qualquer ponto da rede de
tempo de contato mínimo n o-se·
de que. a cl oraçao · realizada em pH inferior a $,O e em
- seia
Atualmente t 30 minutos.
cloro ' em crescido o i t . ·
rad· ~ara emprego em ETA n er_:s~e pelo estudo de deslnf tantes altert11at1vos ~o
iaçao ultravioleta ou a s. i
oz~n10, dióxido de cloro peróxido de hh:lrogênt@ 1
com inaçao de alguns destes não causam a forrn.açá@de
544
tntroduçao ao tratamento de tigua I Capltulo 12
t
.;;;, - ~
• 1
Figura 12.17 - Sistema de geração de ozônio instalado f'iluma ETA: produção de ozônio a partir do ar
- (GapaGidacle de produção de 1 kg de ozônio/h) •
545
•
'
- -
água para co
nsumo humano
· e11to de
Abast ecH11
• • .!
- t:lltt O • •t lÍÍ)\
-•
{a) Tanque com a salmoura (b) Painel de controle (e) Células de geração
•
Figura 12.18 - Equipamento utilizado na produção de hipoclorito de sódio a partir do sal de cozinha
12.2.1 O Fluoretação
•
546
lntroduçao ao tratamento de água I Capítulo 12
ÁGUA PARA
DJ!,UJ~O
1 VENTURI COM.VAf.VULA
- DE RETENÇÃO
t
CAIXA OE NÍVEL
CONSTANTE ___......._,
SUCÇÃO
(a) Dosador de ácido fluorsllícico
'
,
HASTE DE - - - - - - - • '
,
SUSPENSÃO 1
• HASTE DO
AGITADOR
1 AGITADOR
REDUTOR
CORREIA "V" • •
' MOTOR
PARATANQUE
· . DF. DISSOLUÇÃO
547
&&
_..._.,. ... s::-v ..
Estab1. 1•
1zaça. . o química
2
12... 1 1
Além da redução da área útil do tubo, o que aumenta a perda de carga na rede de
distribuição e, conseqüentemente, reduz a vazão veiculada, eventuais reduções no valor do
pH da água produzida na ETA dissolvem de modo descontrolado o material incrustado na
tubulação e o conduz aos ramais domiciliares, aumentando a turbidez e a cor da água,
causando inconvenientes à população. Mas não só as características organoléptícas da
água são afetadas. A dissolução do material incrustado também pode ser responsável pela
brusca elevação da concentração de determinados metais e outras substâncias na água,
em níveis superiores ao recomendado para consumo humano.
Enquanto a incrustação geralmente tem sua origem na distribuição de água com pH
eleva~o, a corrosão está associada a águas com valores de pH relativamente baixos e,
especialmente em tubulações metálicas, ela é responsável pelo aumento dos custos de
ma_nutenção da rede, devido aos gastos com reparos e substituição das tubulações e aces-.
sór,os, e também pelo aumento d - 'd
em. decorrência
. ·. do desgaste da tubª concentraçao
1 - de metais presentes na água consumi ta,
bílídade, deve-se garantir
. que a água u açao.dPortanto,
'd além de atender aos padrões.de
,. po tea- ·
t
para evitar problern 5 d pro uzi a nas ETAs seja estabilizada quirnu:::arnen ' n
ª
controle da corrosa- 0 1e:orre,nt~s da incrustação ou corrosão. Em geral, as téEAiC?S~a~ . j
es ao re ac,onad à tJfi···a
tubulação alteração da l"d
1 as escolha adequada do material que cor1s I w
res e aplic~ção de carna~~ª ade da água, emprego de proteção catódica, uso de·i' ifü!~-: : .
protetora o contr0 I d d ã ll'ie ·S-~0 ·a, . r
~ ncreto exige a estabilização da á · . e a corrosão de metal ou a · ~1 · ~ . • _ :. · :,
ltfosfato vem sendo estudad 0 gua no final do tratamento. Nos últimos anos;~ flliC~ •. ; .
· ~. Para ameniza bl · - e~ .. ~ '
rosao provocados pela água. r pro emas decorrentes dé incrus!f!tª 0 '·~ :;',
·,
•
'
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548
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Introdução ao tratamento de água I Capítulo 12
Em sistemas onde ocorre mistura da água tratada na ETA com a água de poços, os
problemas associados à corrosão e à incrustação podem ocorrer se qualquer das águas não
estiver estabilizada quimicamente.
549
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Introdução ao tratamento de água I Capít ulo 12
551
Abastecimento de igua para consumo humano
gua bruta
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Decantação-plena
(lag~ cdtcanta-dor convencional Pré-filtração dinâmica
ou de alta axa}
1 em pedregulho .
Filtração lenta
Separação de material
gross§iro e redução de
organismos
Agua bruta
Água Água
Água
pré-filtrada pré-filtrada
Separação gradual de material fino e microrganismos filtrada
• 552
...-
Introdução ao tratamento de água I Capít ulo 12
Válvula de controle
da vazão afluente ~
Coletor
secundário
Câmara de coleta do
excesso ou de água de '/
lavagem superficial
•
' .
Desvio
(opcional)
•
Câmara de
chegada
Coletor principal
(Qa-Qe)
Excesso
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vazão coletada
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Descargas •
Pré-filtro de
pedregulho com escoamento
descendente - PFPED
Descargas
Pré-filtro de pedregulho
com escoamento
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1,
Descargas 1
Pré-filtro de pedregulho !
com escoamento ascendente
em câmaras em série· PFPAS
Canaleta
de entrada
Caixa de entrada
Válvulas para o Pedregulho Extravasar lateral
controle de
entrada de água ·.·.........
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umo humano
Abastecimento de água para cons
556
lntroduçao ao tratamento de água I Capítulo 12
Neste livro, o termo filtração direta inclui todas as técnicas de tratamento em que
filtros rápidos são as únicas unidades destinadas à remoção de sólidos présentes na água e
nas quais a água bruta é coagulada antes de ser encaminhada às unidades de filtração.
Assim, como técnica de tratamento por filtração direta, tem-se:
557 •
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da água de lavagem
(d) Dupla filtração
Figura 12.29 - Esquema em corte longitudinal de ETAs com filtraçao direta
558
Introdução ao tratamento de ~gua I Capítulo 12
Na filtração direta, as taxas de filtração usualmente variam entre 120 e 360 m3m-2d- 1,
sendo os valores da ordem de 120 m3m-2d-1 adotados no projeto das unidades de filtração
ascendente, enquanto as taxas mais elevadas referem-se à filtração direta descendente. Essas
taxas são muito superiores às normalmente empregadas no projeto de filtros lentos (3 a 6
m3m-2d-1). Em vista disso, a penetração de impurezas na filtração direta não fica restrita
apenas ao topo do meio filtrante, tal como ocorre na filtração lenta, atingindo profundidades
maiores. Em relação à filtração lenta, a filtração rápida exige maior controle operacional e
pessoal mais qualificado para sua operação. Por outro lado, permite tratar águas superficiais
com maior quantidade de material dissolvido e em suspensão, muitas vezes encontrados
mais próximos do centro de consumo. Diferentemente da filtração lenta, cujas carreiras de
filtração chegam a durar vários meses, na filtração rápida, usualmente os filtros precisam ser
lavados em inteNalos de 20 a 50 horas ou menos, dependendo das características da água
que chega ao filtro e das condições de operação. Como pode ser visto no Exemplo 12.1, a
filtração rápida ocupa áreas bem menores que a necessária à filtração lenta.
Exemplo 12.1
Solução
A taxa de filtração (TF) corresponde à vazão (Q) dividida pela área total
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3
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111 Filtro descendente: A= T,, =360(m3m-2d-1) =10m
559
umo humano
Abastecimento de água para cons
,w
nvencional e f lotaçao
12.3.3 Tratamento co
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ento descen en e. ' un çao de reter partículas ern
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no . _ a Ju sa n t
d projeto e operaçao das ETAs, para e,
de mo o que g arantir a produçao de água que
atenda ao padrão de potabilidade, dev d d - ,
e ser a a atençao a ot'~m.1zaça- o do .
todo e não às unidades consideradas sistema como
isoladamente. Na Figura 12.30 é m
ostrado O
convencional, pode-se tratar águas com c
oncentraçoes de material d1ssolv1do e
relativamente altos em relação ao adm em suspensão
itido para a filtração lenta e para a fi
Quando os flocos formados no tratamen ltração direta.
to da água apresentam velocidade de
tação baixa, os decantadores podem não sedimen-
ser adequados para reter as impureza
acarretar sobrecarga de sólidos nos filtros s, e isso pode
que, em decorrência disso, irão se co
mente, exigindo lavagens freqüentes do lmatar rapida-
meio filtrante, com gasto excessivo d
lavagem . Nestas situações, pode ser mais e água para a
adequado projetar a ETA com flotado
· de decantadores. A flotação é especia res, ao invés
lmente indicada no tratamento de ág
altos de cor verdadeira e baixa turbidez uas com valores
e águas com concentrações elevadas
estas tipicamente conduzem à formação de algas, pois
de flocos com baixa velocidade de se
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dimentação.
560
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Aplicação de coagulante
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•emtenor
d erreno; área de implantação, com redução dos custos de aquisição
• possibilidade de remoçã 0 d .
com eficiência su . , e contaminantes orgânicos e inorgânicos,
água. ª
per,or das técnicas tradicionais de tratamento de
564
Introdução ao tratamento de água I Cap
ítulo 12
Flu1d Systems
(a) Pré-tr at am en to
(b) Membranas de osmose reversa
Figura 12.34 - Instalação de pré-tratam
ento da água bruta e sistema de osmos
e reversa
Um importante aspecto a ser considerad
o quando se estuda a viabilidade do emp
dessa tecnologia no Brasil refere-se à forma rego
ção de mão-de-obra a ser utilizada na op
das ETAs. Embora já se tenha mencionado eração
que em ETAs nas quais são utilizadas me
nas, há redução na carga de trabalho de mbra-
operadores, suas funções passam a ser
sofisticadas. Além de conhecimentos bási mais
cos de química e de princípios de filtraç
operadores precisam ser treinados sobre in ão, os
strumentação, uso de programas de com
dores específicos e calibragem de aparelho puta-
s de monitoração, que podem ser sofistic
Sabe-se, no entanto, que na maioria das ados.
Pouco qua 11·t· ETAs b rasileiras a mão-de-obra empregada é
1cada, sendo imprescindível um treiname · · o f unc,o
rnento d nto intenso, para garantir · na-
ª equado dos sistemas de filtração em membranas. A exp ·,. · · 1 t rn
rnostrado a existência de muitos problem e r,enc,a nacio.ra~ e_
as operacionais nos sistemas de dessah
Por osrnose reversa, freqüentemente asso n1zaçao
ciados à operação inadequada dos sistem
as.
'
565
-. de técnicas de tratamento
12.3.5 SeJeçao .
.. -- '"'5 ::::~~ ~JTlp e- ores aos de aguas brutas que podem ser 1:ra
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"""" -'--~a L. ,..
·-'co::aaa ~.,. ífl .. • quan o ficar demonstrado que determrn
ais de uma t . . . . - ·,J de
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lntroduc;Ao ao tratamen
to de água I Capitu lo 12
'dades de tratamento. É im
dasuni prescindível a existência
con ven ie ntem · d de labo ratório b e m e q u ip
deárea 5 e nte p ro Je ta as p ara arm a do e
'd
ue sejam garanti as con d' - a ze namento e preparo de pr
1çoes adequa das de trab odutos qufmi-
cos, ~·am treinados para e alho para os funcionário
etes s 1 xercer as funções que lh s e que
'ódicos de capac1. taça- o e t 1• - es são designadas, preve
a ua izaçao prof 1' ss.1onal. ndo-se cursos
~~ brasileiras, que levam à pro_du Muitos problemas obse
rv ados nas
ç~o de ~gua q~e não ate
eao aumento dos custos nde ao padrão de potab
operac1ona1s, estao relac ilidade
de parte dos operadores. _ ion ados com o baixo nível de
qualificação
.
No processo de seleçao da
técnica de tratamento, d
nal das características da á eve-se considerar a varia
~ua bruta e não apenas ção sazo-
inada época do ano. Nao valores pontuais, restrito
h á c on s s a u m a d ete r-
mcnica, hav e nso em relação aos lim ites d
té I
endo va ores d1' st1
· ntos apr e aplicação de cada
esentados por diversos a
a classificação que consta na utores. Na Tabela 12 .8 te
norma da ABNT relativa m-se
relacionam-se os principais ao projeto de ETAs . Na T
parâmetros e respectivos abela 12 .9
literatura especializada par valores normalmente refe
a orientar a escolha do t renciados na
cimento público. Na Tabe ipo de tratamento de ág
la 12.1 O reproduzem-se ua para abaste-
mente à filtração direta, c as recomendações relati
onforme conclusões de va s especifica-
pesquisadores de cinco un uma rede de pesquisa c
iversidades brasileiras. omposta por
567
a a se a a a a a aa a
Filtraçao lenta
Totais Fecais -
10 5 1 0,2 -
Pré-flftro + fiftro lento 50 2.000 soo
10 5 0,5
'
F'ME
.
.:1
nao f~r a correta,~ 1nve~1mento pode ser e~ vao, pois a construçao de u~~ada à água ,,
•
garantia de produçao de agua potável. A técnica de tratamento deve ser apr:op t mente,
do manancial; além djsso, a ETA precisa ser projetada, construída e operada corre ª ,•
1
'
•'
•
•
•
568
lnt,oduçl)o ao tratamento de ~gua I Capitulo 12
Fiitração
E
a
.
caracterlstlcas da Filtração Dupla fiJtração Dupla filtração
Agua bruta direta direta
descendente ascendente (Pedregulho i + (Areia grossa t+
7 --'
fll -- s t ) ( J • sRi
areia ou CD .J-) areia ou CD ,!.)
•• J ••
Legenda: DFI -descarga de fundo Intermediária; FAAG - filtro som escoamento ascendente em areia grossa; FAP -filtro com escoamento
ascendente em pedregulho; FRD - filtro rápido descendente; CD - camada dupla de antracito + areia; NA - não se aplica.
Notas: 1. Limites mais elevados podem ser adotados com o emprego de pré-desinfecçao. 2. As taxas de filtração
rnals elevadas nessa faixa sao aplicáveis somente quando é utilizado melo fíltrante de dupla camada.
fonte: DI BERNARDO et ai. (2003)
ABICALIL, M. T. uma nova agenda para o saneamento. ln: SNIS (Org.). O pensamento do setor sa~eamen_ to
no Brasil: perspectivas futuras. PMSS - Programa de Modernização do Setor Saneamento. Secretaria Especial
de Desenvolvimento Urbano - SEDU/PR. Brasília, 2002.
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McGraw-Hill, 1997. 806 p.
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AMIRTHARAJAH, A. Some theoretical and conceptual viiews of filtration. Journa/ AWWA. USA, v. 80, n. 12,
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 12.216: Projeto de estação de tratamento
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BRASIL. Ministério da Saúde. Normas e padrão de potab1•11·dade d á d t' d
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humano.Normas regulamentadoras aprovadas pela Portaria nº 518. Brasllia, 2004.
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B li I d. · rograma de Pe •
ras e ra e Engenharia Sanitária e Ambi . • squ,sa em Saneamento Básico (Prosab). Associação
entaL Rio de Janeiro· R'M 1 2
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em rana [s d ] 4 .
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LEOPOLO. Water treatment5.YStems 1. • • • . •
Acesso em· 02 · 2 · Garification: d1ssofved · fli ..
· Jan. 006. a,r Otation. Disponível em: <WWW.fbleopold.coml>.
OSMONICS. The filtration spectrum. 1984 2
RICHTER1 e A . . . p. Catálogo.
• · · , AZEVEDO NElTo
570
·-
Capítulo 13
Reservação
•
571
.....
Abastecimento de água para consumo humano
Reservatório -
de montante
L-..r---r--
Linha Piezomé1w
Para a · u,eq Linha piei. para a menor demanda
vazão fllédfa
-
•
Abert
{b) Reservatório controlando
as pressões
Fechado
-
aoa
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t:1.--.11 ]
aoa aaa e ,
ºªª [: 1,
ªªª
1--1ª
~li
ªª ~~~ 1 , (e) Sistema funcio.n~ndo
sem o reservatono
Aberto
-
Figura 13.1 - Algumas finalidades da reservação
Vale mencionar que os gastos com energia elétrica despendem de 12 a 2·oo/cº• atingindo
no
até 25%, em alguns casos, da arrecadaçao - dos sistemas
. . ·
de abastec,men to de água , astos
País, constituindo-se no segundo insumo mais importante, superado apenas pe1 5!ções º
com pessoal. Estima-se que 95% deste consumo de energia elétrica advenha das eão dos
de recalque, e, neste contexto, têm sido desenvolvidas estratégias para, em funçdados,
níveis dos reservatórios e das pressões nas redes de distribuição aos mesmos asso
reduzir o tempo de funcionamento dos conjuntos elevatórios. . . eressante
Com o mesmo propósito de minimizar o dispêndio de energia ~létnca, ,nt ara duas
alternativa na concepção dos sistemas de abastecimento de água foi adotada P (lG!uçáo
cidades de médio porte da Bahia. Partindo da premissa de elevar a capacidade de::afiou-se •.
.
.
economicamente a alternativa da implantação de uma unidade de reservaçao em .'••
..•;,,,,
i~
.k.
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572 . •·.':~
·~
~-------------------------~~
Reservação I Capftulo 13
elevado da adutora de água bruta e, no segundo caso, da adutora de água tratada. Esta
unidade, denominada reservatório pulmão, permitiria a adução por gravidade com a
conseqüente paralisação do recalque nos períodos de maior custo da tarifa de energia
elétrica. Esta concepção mostrou-se vantajosa quando cotejada ao tradicional funciona-
mento de 24 horas da instalação elevatória. O aumento da vazão aduzida não acarretou
alteração nos diametros das duas adutoras (extensão de 17 e 7 km), estimando redução
dos gastos de energia elétrica para os dois sistemas de 42 e 25 % e do investimento total
de 24,2 e 2,4 o/o.
Em perspectiva semelhante as unidades de reservação, prestam-se também a assegurar
O abastecimento em situações emergenciais, motivadas por incêndios ou paralisações do
573
Abasteclmento de .água para consumo humano
Pressão
DOO -,
e
e
)
Pressão
estática
l J
DOO DOO [ 1
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1
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dinâmica
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Reservação l Capítulo 13
Linha
~==--te:=:::-------___ __ ___ ___piezométrica
_________na hora de consumo nulo
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~ de cons
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L\nna p\e1.om
Resecvatório I DOO
de montante 1 Reservatório
DOO DOO 1 1
1 1 de jusante
1
DOO 1
DOO DOO 1
1
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J
575
•
to de água para consu mo humano
Aba.stedmen
'
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576
Reservaçao I Capítulo 13
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J
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- Na mã,c. 894 m
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Corte BB CorteAA
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Descarga
Ji'=!t~~~§:${-1$~
CA1>_N.3º°
1
--• Drenagem pluvial
e- Entrada
•
Planta
Figura 13.7 - Reservatório elevado metálico (V=50 m3)
577
o humano
ara ,onsurn
to de 6gUI p
Abasteclm•"
~ .
do
s reservator1os
13,2,3 formas
. há ampla gam d
t rrados semi-enterrados e apoiados,
atór1os en e ' a ef
Para os reserv , lares e retangulares. Para um mesmo volume as prime· or..
· ando as c1rcu , . ' irashã0
mas, predom1n ri·mento das paredes, e as ultimas favorecem a modula ..
tar menor comp A. - Çao do
de apresen .. a implantação em etapas. exceçao dos reservatórios ele d
·r
· e de reservaçao pa , , . va os
vou~
1 · lares comumente são construidas com um m1n1mo de dois com ·:
as unidades retangu
. f
~ d d d , Parti-
com extravasares e tubulaçoes e entra a, e sa1da e descarga . d
mentes cont guos ,,- .. _ . 1n e.
. . permitindo por ocas1ao das limpezas que as descargas de fundo se suced
pen dent es , . d I am
sem a paralisação do abastecimento. Para as unida .es retangu ar:s, constituídas de dois
módulos, 0 menor comprimento de. paredes será obt1~0 ~ara :el~çao 3/4 entre a largurae
comprimento. Nos reservatórios orculares a relaçao 1guahtána entre o diâmetro esu
O
altura produz mais economia, quando considerado as áreas de parede, lajes de fundo ed:
cobertura. As alturas das lâminas d'água variam entre 2,5 e 7,0 m, normalmente, depen-
dendo do volume do reservatório, conforme apresentado no Quadro 13.1:
578
Reservação I Capítulo 13
1
1
1
1
579
O humano
á ua para consum
Abastecimento de g
580
.. .
•
Reservaçao I Capítulo 13
•
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140
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Ab·asteclmento de égua para eonsumo
huma .no
b=n/12
(13.1)
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(k 2
-1)
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Q : Consumo, em m3/h;
l
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Reservaçao I Capitulo 13
Tempo de adução
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l/ C2
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- 2000 / ~
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Tempo (horas)
Figura 13.1 O- Diagrama de massa para determ
inação do volume de reservação com adução in
termitente
21t/b
1 6 0 - r - - - ~ ~,-~ ~ ~ - - - - - ~ ~ - - ~
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140 -
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Q -J - - - - ~ ~ ~ 4 - ~ ~ ~ -
- 4----,~~~-t-~~~-
. 1
o 6 •
•
12 18 24
•
• Tempo (h)
Figura 13.11 - Representação senoidal da cu
rva de consumo de água de um sistema
. Pode-se concluir pela Figura 1.3.11 que o vo
lume de reservação deve ser no mínimo
igual à área em que a vazão aduzida excede ao
e;onsumo, objetivando armazenar o exce-
de~te da adução para posteriormente fornecer ág
ua à recle de distribuição FlO período de
maior demanda . O volume <=:orrespondente à ca
pacidaG.fe mínima de reservação OIres) é
dado pela Equação 13.2, sendo os limites de in
qual a v - tegração correspondentes ao período AO
·a
azao aduzid supera a demanda: . · · . .
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Reservação I Capítulo 13
Q _ k7Pq
D>C - 86400
Em que:
- OoMc: vazão do dia de maior consumo, em Us;
- k, : coeficiente do dia de maior consumo;
- P: população abastecida, em habitantes;
- q : consumo per capita, em Uhab.dia.
585
Ab,astec lm en to de àg ua pa ra consum
o hu m an o
•
•
Para se ter reservatórios elevados de meno
r capacidade e consequ"
menor custo, é comum armazenar parte do '
volume no reservatório apoiaden o
teme
.. nte, de
elevado como caixa de passagem . Assim, a
. vazão alocada no reservatório a ' ~tih zando o
posteriormente passará para o reservatório. .
elevado por meio de uma adutorapod1ado e' que
será correspondente a da hora de ma.ior consu
mo (QHMc=k20oMc), implican doe recalq ue,
acréscimo da vazão para a adutora de recalq
ue. ' Po rtanto,
Para a entrada afogada em reservatórios de
. montante, há de se instalar d·i ..
que evite o retorno da água à adutora . Para si. . sp os1t1vo
. stema s de m aior porte, é comum em
. d
de sensores de níve1no 1nter1or os rese , . d O
rvator1os conecta os aos conjuntos elevatpr ego
óri
objetivando o acionamento ou paralisação
abastecidos por gravidade, é comum preve
das bombas, automaticamente . Em siste::~
r dispositivos automáticos para controlar ou
limitar o nível máximo, para evitar perda de á
gua pelo extravasar.
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586
Reservaçao I Capítulo 13
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~~~~~fíM~~~e·~~àdai~~~~
me;tr~ llilímm':0) á~ Ul$@J,mltrll e 1rdiftilernrs~11:aMefillt111Je.afiBarSe em1lttl~G d.& teF:Apo de
r©)
•
587 •
Abastecimento de âg ua para consum O humano
(13 .4)
13.4.4 Extravasor
588
•
Reservação I Capítulo 13
• •
---
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•
0,175 1,435 •
0,25 1,440
•
0,35 1,455
0,50 1,465 •
0,70 1,515 •
\
••
Fonte: apud AZEVEDO NEITO e ALVAREZ {1982) '
••
•
•
Para val@res de ''h'' superiores a ''D/5'' e inferieres a ''3h'', o extravasefi gass·a a
funcionar como b0cal, e, neste caso, .a J:quaçã"é 13.5, Gujes termos já foriam GJesetitos raa
Equação ·13.4 para o sistema métrico, permite dimensienar o extravasar.
1
,l
j
,.•
} . Quando a carga ''h'' sobre o extra2asor·0u o sebl i:fiârnetro to~raa-se elffi?aê@, ê €©1iiltte-
n,ente adotar a calha coletora, como a mostrada nª Figrnna 13. ~3. O e~ÚaGienarmet'ilt© da
(alha coletora pode ser realizado cem a forrnttJla~ã© agresemta@a arnteriormeQte fila Fii~wra
13 2
1 ·1 para v~rtedores retangulares de Ji1arede tllel!!Jada, sefill!le '"r." @ G@FY1P1Pililllel'ilt© da e~ista
.\
I aa
, calbª por ende a água deve passar. . . , · .. . . _. .
.• . • • • •
,; 1
•
.. •
·589
• •
Aba5tecímento de água para c.onsumo humano
iv
•
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l • • : o ' tio
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• • O • O
13 .. 4.5 Ventilação
na velocidade de 15 m/s de ar. A figura a seguir apresenta dois tipos de dispositivos venti-
ladores, ambos dotados de curva de 90° curvadas para baixo, para impedir a. entrada de
poeira e -água de chuva e de tela fina entre os flanges para não permitir a entrada de
pequenos animais para o interior dos reservatórios. ' 1
4
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1.3.4.6 Drenagem subestrutural
•
~ara verificar eventuais v~zamentos sob o fundo do reservatór,io, deve ser P'7"'st~ '
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um sistema de drenagem, cuJo efluente deve descarregar em caixa de coleta v,srve '
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Reservaçao J Capítulo 13
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Proteção térmlca 1
1
Proteção térmica
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Figura 13.14 - Tubo de ventilação para reservatório
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Exemplo
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Solução •
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Figura 13.15 - Projeto de reservatório apoiado de <V=150 m3}
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592 •
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Reservação I Capítulo 13
e- Dimensões do reservatório
Tofifl·ãiil'GQ a forma retangular para o reservatório e altura de lâmina
d"á9;1!Ja· ,cle a., 8·5 m, conforme recomendado no Quadro 13.1, tem-se
para ·ár:ea:
. . deste:
4 3
A= .oo =1039,7em 2
3,85
•
- X -
- y
1039,7
X·Y= 2 = 519 85'
,m 2
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X 3
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593
•
Abastecimento de 6gu1 p hu
ara consum O rnano
D
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=1,0 0,139 =0,37im
o, (adotado)= 0,40 m •
•
•
• Tubulação de entrada
à.s câmaras
• •
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critério: Uentrada ~ 2 · Uadu
tora
u
entra da <
- 2 · 1 , 1 m ls
• •
u
entrada <
- 2,2mls
•
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câmaras
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Q H>C = 209il/ S
•
•
critério: Usalda ~ 1,5 : Urede
•
we:R1)2.217 194.
•
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594
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Reservação I Capítulo 13
• Descarga de fundo
• Extravasar
595
Abastedmerito de 6gua para éonsumo humano
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• Ventilação •
Q HMC =0,209 m /s 3
u·<·1s mls •
Descarga
de fundo
D250·mm·
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Abastecimento de água para consumo humano
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13.5 Qualidade de água nos _reservator1os
598
Reservação I Ca pi tu lo 13
599
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Reservação I Cap(tulo 13
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Capítulo 14
Rede de distribuição
•
•
603
r; A importância da rede de distribuição deve-se a duas caracterfsticas de
vância a eta associadas,, quais sejam: grande rele-
.
•
• cara~erfstica de garantir, como derradeir~ unida?e do sistema de
abastecimento de água, que a água produzida e verculada pelas u ._
.• '• . dades anteriores chegue até os seus consumidores finais sem a deter~-
..... . . .
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. \" ~ ração de sua qualidade e com a quantidade, pressão e continuidad
estaberecidas pela boa técnica e pelas normas oficiais aplicáveis·, e
•, característica de constituir-se, geralmente, ·na mais extensa unidade
do sistema, responsável, em geral, por mais de 50% do seu custo de
implantação.
Uma rede de distribuição mal projetada ou mal operada é permanente fonte de pro-
blemas, mormente no que tange a perdas de água, ao comprometimento da qualidade da
água e a reclamações doS' usuários.
•
Os elementos necessários para a elaboração do projeto estão muito bem definidos na
NBR 12.218 da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT (1994), que versa sobre
projeto de rede de distribuição de água para abastecimento público. Essa norma é uma
, importante fente de consulta para aqueles que se dedicam a tal tipo de proj~to..-P~la
J)
1
! destacam·se os seguintes elementos, como requisitos necessários para a elaboração·de um .
t' bom projeto de rede.de distribuição de água para abastecimento público: -
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rau de detalha~ento desses estudos e le~antamentos prévios depen~e d~. porte
O· 9 idade envolvida. Para pequenas comunidades, pode ser bastante s1mpl1f1cado,
da c~rn~;ente 00 que se refere a levantamentos planialtimétricos, cadastro da rede exis-
prlncipadetalhes de arruamentos, dos tipos de pavimento, de obras especiais e de inter-
tente e·as desde que nao
- haJa· a om1ssao
· . . de dados e ,n
· f armações cuja ausência possa
ferênc1meter
' . de do proJeto,
a qualrda . .1nc1us1ve
. no que se refere às especificações e ao
cornPre·
to das obras a executar.
orçamen
(14.1)
Na qual:
Oo:vazão de distribuição (Us);
k1·• eoef'1c1ente
· do dia de maior consumo;
k2· eoef.tc1ente
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· da hora de maior consumo;
605
Ab.a.s1iedmento de água para consum·o humano
•
• (14.2)
k1 k2 qP Q0 (14.3)
qm::; 86400 L = L
Na qual:
qa: vazão específica de distribuição por área (Us.ha); .. archa
qm: vazão específica de distribuição por metro de tubulaçao ou em rn
(Us.m);
A: superfície da área a que a vazão de distribuição se aplica (ha); _ de
0
L: comprimento das tubulações de distribuição na área a que ª vaza · '
!
,.
606
Rede de distribuição I Capítulo 14
Exemplo 14.1
Solução
Exemplo 14.2
Solução
•
Toda rede de distribuição deve funcionar 24 horas por dia. Assim sen-
do, o fato de as unida·des de produção funcionarem por um período
inferior a 24 horas por dia não altera as fórmulas básicas de cálculo
de vazões para a rede de distribuição, cabendo ao reservatório de
607
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·. uiJdaS ede
. . , . . e dtrnensõeS red tOfíl' ,.
1 Por levantamento plan1atttmétr1co srmpltfrcado entende~se aquele que, por abranger área~ d de alguns e1ernent°5s1n9utr
.:-•
reduzida complexidade - como costuma ocorrer em pequenas comunidades-, pode prescindir IS elaborados de ..;.
..
~-
curvas de nfvel (a serem substituídas por cotas de cruzamentos e de pontos notáveis) e detaJheS ma
ridades que não são importantes nesse tipo de comunidade.
608
Rede de distribuição I Capltulo 14
Dtintro do perímetro maior que é a área de projeto (delimitada conforme o item ante-
rior), dt.1vcm ser definid.os os. contornos.da~ difere~tes áreas específicas, segundo o tipo de
oc lJflcl~c.10 prevls~a (r~s1denc1al, c~mer~1al, 1n~ustr1al ou especial) e os respectivos adensa-
tilt'nto\ r,opulac1ona1s ou ocupac1ona1s ou, ainda, de acordo com as correspondentes va-
,o,i!J C\f)CCíflcas,para o que os dados do setor comercial do serviço de água existente
devem ~cr criteriosamente considerados.
contudo, deve ser ressaltado que, no caso de pequenas comunidades, costuma ser
r.1 dcquada a adoção de um único tipo de ocupação, ou seja, uma mesma densidade popu-
1,lclonéll o uma úniça vazão específica. Isto por não existirem, em comunidades de pequeno
r,orlc, nem áreas de dimensões significativas com ocupações distintas, nem com consumos
do água diversificados.
Para a maioria das áreas formais das cidades brasileiras (excluindo as favelas das gran-
de\ cidades, em que as densidades populacionais variam de 150 a 1.000 hab/ha), são
aptlcávels as densidades populacionais indicadas na Tabela 14. 1.
609
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Bairros residenciais populares com lote 150 (
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• •
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610
Rede de distribuição I Capítulo 14
ou seja, ao identificar uma área pela sua vazão específica de distribuição por área,
utiliza..se um parâmetro que associa, num mesmo valor, a densidade populacional e o
consumo médio per capita verificados nessa mesma área.
com base nessa sistemática, a área objeto do Exemplo 14.1, que apresenta densidade
populacional de 100 hab/ha (resultado da divisão de sua população de 20 000 habitantes
pela área de projeto, igual a 20 ha, e correspondendo à ocupação com casas geminadas de
um e dois pavimentos, conforme Tabela 14.1) pode ser facilmente referida à sua vazão
específica de distribuição por área, calculada diretamente pela Equação 14.4 como segue:
qa = 1,2 x 1,5 x 200 x 100 I 86400 = 0,417 1/s.ha (o mesmo valor calculado
no Exemplo 14.1)
O ato de identificar áreas homogêneas pelas suas vazões específicas de distribuição
por área é partic.ularmente conveniente quando as cidades dispõem de setores de medição
de vazão bem planejados e com boa análise e cruzamento dos dados de vazão obtidos por
meio de macro e micromedidores.
Após a delimitação das áreas com diferentes densidades ou vazões específicas, devem
ser localizados os consumidores singulares e suas respectivas vazões de consumo. Por con-
sumidor singular entende-se aquele que, ocupando parte de uma área específica, apresenta
consumo de água significativamente maior que o produto da vazão específica da área
onde ele se situa pela área por ele ocupada.
Não deve ser esquecido que a totalização das subáreas e de suas vazões deve repro-
duzir a população total de projeto definida na projeção populacional e, com a inclusão das
vazões dos consumidores singulares, ser compatível com a vazão de fim de plano adotada
para o dimensionamento das unidades de produção do sistema como.um todo.
No Exemplo 14.11, as áreas foram individualizadas por suas vazões específicas de
distribuição por área.
611
• •
nsumo humano
e água para co
Abastecimento d
Para funcionar adequadamente., a rede de distribuição deve estar sujeita a uma pres-
são mínima e a uma pressão máxima. A pressão mínima tem por finalidade vencer os
desn.rveis topográficos e as perdas de carga no ramal predial e nas tubulações internas d~
préd~os abas~ecidos, de modo a garantir que a água chegue até o reservatório predial
padrao, ou seJa, aquele instalado no piso ou no teto de prédio de no máximo dois pavimentos.
lnter~ssa neste caso a denominada pressão dinâmica mínima assim entendidaª pressão
referida ao , 1d0 · ·· ' d. .. de •
. . _ niv~ eixo da via pública, em determinado ponto da rede, sob con ,çao
ut1lizaçao no dia eh d . . . , , . d água no
re . ora e maior consumo e com a ocorrência do n1vel m1n1mo e · ·
spect1vo reservatório de distribuição
Já a não superação d - · . 'd d dos tubOS,
conexões e vál • . ª pressao máxima destina-se a garantir a integrt a e . 'tea
vu 1as utilizadas · 1 - • • ,.essão 11(T11
que podem st .. nas insta açoes pred1a1s (que possuem uma P 1
'ed de
·
. . e ar SUJe1tas) t b . ., da~ e
d1str1buição e . e am ém a reduzir as perdas de água nas tubulaçoes "ºrn
nos ramais p d"1 15 · ( ,. · · . sas ou
furos devido à
N
_· re
· corrosao va ·
ª
as perdas de água em tubulaçoes defe1tuo. ~·
tubufaÇUvJ,
L;
este caso a pr - riam com a raiz quadrada da pressão reinante nas d J:nida
, essao de int , ·,na e,up
corno a pressão refe 'd eresse é a denominada pressão estática ,nál<I 'da rede,
sob condiÇão de co n a ao nível do eixo da via pública em determinado ponto _..rrivll ..
reserv t · nsumo nulo ' á a no re,5JIC'-"-
a óno de distribuição. e com a ocorrência do nível máximo de gu
612
•
Para tanto, há que se dispor da planta topográfica da área de projeto, dotada preferi-
1
613
d ttFICW(ãi P- • 2- &• 2 -a-a---1-a-a--·-=-=---
Abasteciment o de égua para consumo humano
Reservatório • R
~
10,0 m+hf
-
40,0 m-hf
A - - - - - 1 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
Ainda a respeito da Figura 14.1, deve ser observado que se a área relativa ao trechoA-
B for ocupada, haverá a necessidade de um outro reservatório para abastecê-la com a
pres.são dinamica mínima de 1O mca. Isto poderá ser feito por um reservatório elevado
junto ao reservatório apoiado em A ou, se a topografia do terreno permitir, por intermédio
de um outro reservatório apoiado situado em área com cota altimétrica pelo menos 1Om
superior à do terreno em A e não muito afastada deste, conforme comentado com mais
detalhes adiante.
Não se deve pensar, contudo, que o estabelecimento das zonas de pressão é um
problema meramente matemático, a ser resolvido pela divisão, por 40 m, da diferença
entre as cota·s altimétricas extremas da área a ser abastecida, como referido em pará~rafo
anterior. Na verdade, deve-se levar em conta também a escolha dos locais para a im-plantação
dos reservatórios de distribuição, a quem cabe, em cada zona de pressão, comandar_as
pressões que nela irão prevalecer. Ena escolha do local para implantação dos reservatórios
outros fatores também devem ser considerados, quais sejam:
614
Rede de distribuição I Capítulo 14
Assim sendo, a amplitude altimétrica das zonas de pressão não precisa ser uniforme-
mente distribuída. Uma zona poderá ter a.amplitude, por exemplo, de 37 m de desnível
eométrico, enquanto que a amplitude da outra poderá ser de 31 m. Tudo dependerá da
Íocalização dos reservatórios existentes que sejam aproveitáveis e dos terrenos mais adequa-
dos para a implantação dos novos reservatórios de distribuição que se façam necessários.
Em se tratando de reservatório apoiado no terreno, este deverá ser posicionado em
local dotado de cota altimétrica que supere em, no mínimo, 1O ma cota do terreno mais
elevado da zona de pressão que ele irá abastecer, a fim de garantir a pressão dinâmica
mínima de 1O mca (na verdade, essa diferença entre cotas altimétricas deve ser de 1O m
mais a perda de carga que irá ocorrer entre o reservatório e o terreno mais elevado que ele
irá abastecer), como se mostrou na Figura 14.1 .
Se houver prédios a abastecer na área localizada entre a curva de nível que passa
pelo terreno do reservatório apoiado e aquela situada a pelo menos 1O m abaixo desta
última, então o abastecimento dessa área ficará por conta do reservatório da zona de
pressão imediatamente acima (ver Figura 14.1). Caso não haja outra zona de pressão
superior ou não exista terreno relativamente próximo com cota altimétrica e com condi-
ções geotécnicas e topográficas favoráveis, será necessário prever um reservatório elevado
para o atendimento dessa área. Neste último caso, o reservatório elevado costuma ficar
no mesmo terreno do reservatório apoiado correspondente (seu fuste deverá ter, então,
altura de aproximadamente 1O m). Nos Exemplos 14.3 e 14.4, essa questão pode ser
•
Exemplo 14.3
Solução
•
615
ra consumo humano
Ab as teci me n to d o jg u e pa
esoaln : 1: 2000
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Limite d a
1 re a deprojeto
a vila objeto do E 01 1
1 p lo 14 .3
14.2 - Planta topog rafica d
Figura
616
_ -
E_ _ _
-- -- - -_ _
p
Aprimeira vista, sendo AHg =28 m < 40 m, seria indicada apenas uma
zona de pressão . O local para o posicionamento do reservatório ficaria
no terreno com cota altimétrica de 846 m, no interior do quartei,rão
destinado à praça.
Outra solução possível seria limitar a área a ser abastecida pelo reser-
vatório elevado àquela que não pudesse ser abastecida por um reservatório
apoiado localizado no mesmo terreno com cota igual a 846 m. Essa
área é toda aquela que se ,situa abaixo da curva de nível de 835 m,
abrangendo 6,4 ha do espaço destinado a habitações (68% da á:rea
total com essa finalidade), ou seja, uma superfície considerável por abri-
gar 68% da população total da vila (para toda a área está prevista uma
única densidade populacional de projeto).
617
•
1~· 8 _vo
!u~e e níveis de água dos r
d1str1bu1çao eservatórios d e
618
Rede de distribuição I Capltulo 14
OE= OoMc (1 + Ã)
(1 4 .5)
Observe-se que, na equação acima, para VE
= Vz (ou seja, toda a reservação necessária
ficando no reservatório elevado), Â = O e, p
ortanto, QE fica igual a OoMC· E para VE =
(valor desprezível em relação a Vz, ou seja, to O
da a reservação necessária ficando pratica
mente no reservatório apoiado ou semi-ente -
rrado), Â = 0 ,5 e, portanto, QE = 1 ,5 OoMc
fácil perceber que ambos os resultados são a .É
bsolutamente lógicos, o que atesta a coerê
ciadas Equações 1 4 .5 . No Exemplo 1 4 .4 , é ap n-
resentada uma aplicação prática desse méto
do de cálculo . -
No caso de pequenas comunidades ou de
áreas com populações reduzidas (menor
que 5 OOQ habitantes) em que, por força de
condições topográficas haja uma única zon
de pressão a ser comandada por reservatório a
elevado, costuma-se aceitar, por razões eco
nômicas, a util ização de um único reservatóri -
o, elevado, sendo o dimensionamento do se
vo lu me fe ito à base de um qu into (1/5) do v u
olume de consumo de água no dia de maio
co nsumo na área em consideração . Ou seja, n r
essa situação especial, o reservatório elevad
é dimensionado para cumprir apenas a fu o
nção de volante (para compensar a variaçã
consumo ao longo do dia), conforme proposto o de
por Azevedo Netto et ai. (1998), dispensan-
do-se as demais parcelas que normalmente c
ompõem o volume de reservação.
No que concerne aos níveis de água no inte
rior dos reservatórios de distribuição, são
dois os níveis relevantes para o dimensionam
ento da rede de distribuição:
• nível de água máximo, o qual é usado
para a verificação da pressão
estática nos pontos de interesse da rede
de distribuição, sendo a pres-
são estática máxima calculada em relaçã
o ao ponto mais baixo da área
em que se faça a distribuição de água;
• nível de água mínimo, utilizado para o
cálculo das pressões dinâmi-
cas mínimas nos pontos de interesse da
rede de distribuição, confor-
me definido no item 1 4 . 7.
619
Abastiec.lmento de égua para consumethumano •
•
, .
' .
Exemplo 14.4 -
Solução
• Áreas a abastecer
• Vazões de projeto
1
620
Rede de distribuição I Capítulo 14
,
1
621
.
•
•
••
•
Aba:Stedmento de égu;, para consumo humano
Para VE == 75 m3
VZA = 0,5(75-75)/ 75 = zero
À= 0,5 (VZA - VE) /
OE= OoMC/ZA (1 + À) = OoMCIZA = 2,50 Lls
Para Ve = 50 m3
'A= 0,5 (VZA • VE) / VZA = 0,5(75-50)/ 75 = O, 17
QE = OoMCIZA (1 +À)= QDMCIZA (1 + O, 17)= 1, 17 x 2,50 = 2,93 L/s
. -
Exemplo 14.5
Solução '
•
622
. . ._ _
sz -- -=-•=-r--.....,-·· -
Rede de distribuição I Capítulo 14
f
• vazões de projeto
_ no dia de maior consumo (OoMc):
zona alta: 180x100x1 ,2/ 86.400 = 0,25 Us
zona baixa: 384x100x1 ,2/ 86.400 = 0,53 Us
total = O, 78 Us
1
_ na hora de maior consumo (QHMc):
zona alta : 180x100x1 ,2x1 ,5/ 86.400 = 0,37 Us
zona baixa: 384x100x1 ,2x1 ,5/ 86.400 = 0,80 Us
tota 1 = 1, 17 Us
' •
623
ara consumo humano
Abasteclment.o de água p
1 ~es
14.9 Diâmetro d.as tubu aço
E
utilizados
• numa rede de distribuição de água devem s er
d.â tros das tubu açoes
1 . . d' í .
Os , ·me t de tudo com o5 d,·ªA metros comerc1a1s 1spon veis no. mercado· Corn
compatíveis, an es á . , " sultar. primeiramente, os catálogos atualizados dos fabr,·
f' r1dade é necess rro con " , . . .. , . ..
essa 1na ' _ .
cantes de tubos, conexoes, v álvulas e peças espeC1a1s ut1frzados em redes publicas de distri-
No Brasil, a NBR 12.218 (ABNT, 1994) estabelece em 3,5 m/s o valor da velocidade
máxima em redes de distribuição. Porém, tendo em vista limitar sobretudo a perda de
carga nas tubulações que varia aproximadamente com o quadrado da velocidade -
muitos autores preferem estabelecer valores variáveis para a velocidade máxima, conforme
seja o diilmetro da tubulação. Têm-se, assim, valores variando de 0,70 mls para a tubulação
de 50 mm de diilmetro até 2,20 m/s para tubulações com diilmetro de 1 000 mm (Azevedo
Nettoeta/., 1998: 224). Na Tabela 14.4, listam-se os valores da velocidade máxima preco-
nizados pelos mesmos Azevedo Netto et ai., lado a lado com as respectivas perdas de carga
unitárias.
Não obstante o dimensionamento feito modernamente por meio de computadores,
utilizando ao máximo as perdas de carga disponíveis, possa resultar valores elevados para a
velocidade da água em tubulações das redes de distribuição (próximos ao limite máximo de
35
• mls quando os desníveis topográficos são acentuados), tal procedimento deve ser
encarado com prudência. Épreciso lembrar que o dimensionamento de redes de distribuição
! feito com base em previsões de adensamento populacional e de consumos per capita de
gua de longo prazo, que podem se alterar no transcurso do período de alcance do proje-
to. Assirn, não é recomendável trabalhar muito próximo ao limite máximo das condições
topográficas disponíveis.
_Deve ser lembrado também que sobretudo nas cidades maiores, as obras de implan-
taçao d - ' . 'd á ·
àPo e~ubulaçoes em logradouros públicos. costu~am causar transtorn~s co~SI er ve~~
das ~ilaçao, alérn de não serem baratas. Por isso, é 1m_portante que elas nao seJam n~pe51
do . rn rnesrno local em curtos espaços de tempo, ainda que como obras de amplraçao
sisterna existente.
•
625
Abas:tec,i mento, de água para consumo humano
- .
Vazao max1ma
,
Perda de carga unitária (J) -
D (Qmax)**
(mm) máxima (Vmax}* em m/100m (C=130)***
(m/s)
•
{Us) Para Q Para Q/2 -
50 0,70 1,4 1,49 ...
0,41
75 0,90 4,0 1,44 0,39
100 1,00 7,9 1,25 0,34
150 1,00 17,7 0,77 0,21
200 1, 1O 35 0,65 O, 18
250 1, 1O 54 0,50 0, 14
300 1,20 85 0,48 O, 13
350 1,30 125 0,46 O, 13
400 1,40 176 0,45 0, 13
450 1· 5,0
I 238 0,45 O, 12
soo • 1,60 314 0,45 0, 12
600 1,80 509 0,45 0, 12
700 2,00 769 0,46 O, 13
800 2,20 1105 0,47 O, 13
* Conforme AZEVEDO NITTO et ai. (1988: 493) **Q
max
=Vmax.1tD2/4
***Valores pela fórmufa de Hazen-Williams, com C = 130 •
Com base em todas essas considerações, têm sido tradicionalmente adotados limi-
tes máximos
• de velocidade mais prudentes para as tubulações de redes de distribuição
de água, a exemplo dos valores indicados na Tabela 14.4, com base na respeitável expe-
riência de seus autores. Deve ser observado que os diâmetros integrantes da tabela
correspondem àqueles comercializados atualmente no Brasil para utilização em redes de
distribuição de água.
Os valores da Tabela 14.4 aplicam-se a situações normais. Caso a área de projeto
seja muito acidentada, com valores maiores de carga hidráulica disponíveis, pode-se ex-
ceder um pouco os valores tabelados. Em situação oposta, quando a área é muito plana,
com valores reduzidos de carga hidráulica disponível, pode-se usar valores inferiores aos
indicados.
Também na Tabela 14.4, é interessante observar que, quanto maior o diâmetro das
tubulações, tanto menor a correspondente perda de carga unitária máxima, ainda que se
admitam majores velocidades. Isto ocorre porque as tubuf,ações de maiores diâmetros
estendem-se por comprimentos muito maiores do que aquelas dotadas de menores diâme-
tros, devido à sua maior capacidade de vazão. E como nas redes cle distribuição as cargas
topograficamente disponíveis costumam ser reduzidas, é fundamental que corresponda~
f . · d d
coe 1c1entes e per; a de carga unitária menores para as tubulações de maiores com · . pr1 ..
mentas, ou seja, para as tubulações de maiores diâmetros. .
•.
,·
.••,
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t•
.
i}_
..:,.
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.
.
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626
Rede de distribuição I Capítulo 14
1
R
--.
627
.•
____ _... ., , __ _
... . ..
. ,\..
_ _ _ __.... ~l •
Aba.steclmento de ãgua para con·sumo humano
Anel li
R
- '1--- - ' 1 - - ~ ~ ~ ~ ~ ~- · Anel Ili
R
.
e- ~ Anel 1 ·
Figura 14.5 - Condutos principais em grelha Figura 14.6 - Condutos principais em anel
O
A NBR 12.218 da ABNT (1994), em seu item 5.6, dá as seguintes orientações para
traçado dos condutos principais e secundários, buscando, obviamente, melhores condi·
ções de escoamento hidráulico e da garantia da qualidade da água (itens 5.6.1 e 5.G.2 ),
melhores condições operacionais (item 5.6.3), redução de custos de implantação e de ope·
ração e também a minimização de transtornos à população (item 5.6.4):
modo que fique garantido o abastecimento destas últimas com a utilização de tubulações
secundárias dotadas do diâmetro mínimo adequado, o qual, por sua vez, é função da
densidade populacional e da vazão específica da sua área de atuação. Os métodos de
cálculo dessas distâncias máximas são apresentados a seguir, para três situações típicas: (1)
para área abastecida a partir de uma única tubulação tronco; (2) para área atendida por
tubulações tronco dispostas em grelha; (3) para área alimentada por tubulações tronco
dispostas em anel.
Em todas essas situações fica evidente que a localização das tubulações tronco no eixo
de simetria de suas áreas de influência facilita o atendimento dessas distâncias máximas,
além de possibilitar maior equilíbrio para a distribuição de água.
629
Aba:stecJrnento de ãgua para consumo hum3no
'
(14.6)
Na qual:
Q 5 = vazão máxima que pode ser veicufada pela tubulação secundária
(obtida da Tabela 14.4 para o diametro da tubulação secundária) (Us);
dmax = distância máxima à tubulação tronco (hm);
Lp =dimensão do quarteírão paralela à tubulação tronco (hm);
qª = vaz.ão específica da área a ser abastecida (Us.ha).
R
t t t . t t t t
p - Tubulação tronco
- Tubulação secundária
~-dmáx-~
Figura 14. 7 - Distân,cia má.xi ma de atendimento por uma única tubulação tronco
630
Rede de distribuição I Ca pi tu lo 14
Distância m á x im a e n tr e tu b u la ç õ e
14.10, 2 s tr o n c o fo rm a n d o g r e lh a
Tronco
máx
Tronco
(14.8)
(14.9)
(14.9) em (1 4 .8):
"
(14.10)
Donde:
(14.11)
(14.11) em (14.9): •
d _ 2 0s
max -
LPq a
(14.12)
O
tronc~e valor de dmaxfor muito pequeno (inferi
or a 20 0 m) · o que implicaria tubulaçõ.w-.1
tado PaPor demais pr.óximas entre si , fí
-ra a t b 1 ~ ca caracterizada a insuficiência do diâmetro ado-
ocorrer e u- u açao secundáriat o qual dev
e, por issot ser aumentado. Isso costuma
'
1
e de Sao Paulo o d1ametro mfntmo das.tu
bu tações secundénas é de 75 mm.
1
631
Ab•Jl*'dm•nto de •gua pm consumo humano
Donde;
(14.13)
dmáx=d
as Os
as Os [.
-
Qs •
Qs l
Qs
=d
Qs [.
•
Qs· •
•
as [
Qs
-
as Qs Qs t '
'
'
'
- -~
- 1:
Figura 14 9 .. • •
1
1: 1 .
. Distancia má . 1 1:1
x, ma entre tubuf . . . . .
açoes tronco formando anel
63
.2
Rede de distribuição I Capitulo 14
_do a equação do 2º grau (que só é possível se o seu discriminante for 1.1 > O),
Resolven - d - bl . .
· r valor é a solµçao o pro ema, pois o.que interessa é a maior distância
. de maio ,,. _ , . .
araiz _ Se A< o, deve ser aumentado o d1ametro da tubulaçao secundaria, o que 1ncre-
possfvel, r de Os tornando viável a resolução da equação.
menta o va1o ,
'
• - • • =
- = - - J F
- Exemplo 14. 6
1 1 •
h - h
i
V
1 •
\
1
; • 1 •
•
''
•
1 •
• . • •'
•
- •
''
'
1
t
~1
-- Figura 14
•
~
·1o - Rede em anel do Exemplo 14.6
633
,, •
Abastecimento de água para tonsumo humano
Solução:
O,SOO .d 2 _ 9
7,tO +0, 0 d +2 = O .=> O, 18cf -2,02d + 2 = O
2 X 1,4 1,10 xQ,90
Donde (raiz maior): .
d= 1O, 11 hm = 1.011 m (ou seja, uma distância bastante folgada) •
634
\ - - ---
Rede de distribuição I Capítulo 14
Exemplo 14. 7
Solução
qa = D.q. k1.k2/86.400 => Qa =35 x 100 x 1,2 x 1,5/ 86.400 => qa= 0,073 1/s.ha
•
Dmax =Os / (qa.Lp) = 1,4 / (0,073 x 1,00) = 19, 18 hm = 1.918 m
Os resuftados dos Exemplos 14.6 e 14. 7 mostram que, para áreas com densidade
populacional não elevada, as distâncias de máximo alcance das tubulações tronco são
relativamente grandes, mesmo quando se .utiliza o diâmetro mfmimo de SOmm para as
tubulações secundárias. Isto proporciona boa flexibilidad.e n,o momento de ea:tabelecer
O
pesicienamerito das tubulações tronco, o qwe t@rna mais fáQif a consideração dos
1
635
Ab cln1 nto d dgua p ra consurno humano
das distancias máximas deve ser sempre realizado, para orientar e justificar ..
. ,. . . .
namento adotado para as tubulaçoes tronco. O Pos,c ..
10
(14.14)
Sendo:
lmax : comprimento máximo da tubulação secundária (m);
Os : vazão máxima relativa ao diâmetro da tubulação secundária conforme
Tabela 14.4 (Us);
qm: vazão específica de distribuição por metro de tubulação [U(s.m)],
relativa à área em estudo.
(14.15)
.Exemplo 14.8
..
636
Rede de distribuição I Capftulo 14
,.,,
soluçao
637
, ara consumo humano
Abastedmento de ãgua P
, . . te
rtante ter presen . que, quanto menor for
. . o diâmetro da tub . u..
Antes de tudo, é 1mpo . ,_ .·· á em área urbana, tanto mais estará ela sujeita ao
d . t ·bu1çao de gua . .. 1 .d
lação de uma rede de is n . . to populacional além do p aneJa o para as ruasern
ssfvel crescimen ·" · d. t b 1 - ,
fracasso pelo sempre po . . anto menor o d1ametro a u u açao, menor e sua
que ela estiver instalada. Isso porque, quentos significativos de vazões, lembrando que pe.
. . .f I ara absorver aum . . 1·
capacidade ou o ga P _ b 1. ões de diâmetro reduzido 1mp 1ca grande aumento
queno acréscimo de vazao em tu u aç
de perda de carga. . . t ue as tubulações secundárias de redes de distribuição
As · ndo tem sido propos o q . d. .
sim se ' · · d'"'metro inferior a 50 mm, seJam 1mens1onadas para a
d á
e gua e
m áreas urbanas com 'ª
·1 ' t d'das com lançamento pelo comprimento máx.1mo relativo
. .
saturação das ruas por e as a en ' ,
a essa situação (Ennes, 1987). .. · d b·
d
Para ruas em que pre o m·
1nem residências unifam1l1ares, integrantes
_ . . e
. . a1
rros popu-
lares, é comum adotarem-se as seguintes hipóteses de saturaçao dos lotes.
Utilizando esses dados, obtêm-se as seguintes vazões específicas por metro linear de
rede (qm):
14
Tabela ,5 • Limites de velocidade e de vazão em tubulações com D < 50 mm
Tipo de D referência {nominal) D Espessura
tubo D Perda
poleg. (mm) (mm)*
externo tubo , .
Velocidade Vazão
interno maxima máxima carga
(mm) (mm)
PVC soldável, (mm) (m/s) (1/s) (m/100m)
3/4''{19, 1mm) 25 25 1#7
PVC soldável 1"(25,4mm) 21,6 0,35 0,13 1,06
32 32
PVC soldável 2, 1 27,8 1,01
11/4"(31,Bmm) 40 0,42 0,25
40 2,4
PVC soldável 1Y2"{38,1mm) 35,2 0,50 0,49 1,07
50 50
* Diametro externo 3,0 44,0 1,09
0,60 0,91
638
Rede de distribuição I Capítulo 14
com base nos limites de vazão da Tabela 14.4 e nas vazões específicas calculadas no
parágrafo anterior, t~m-se os comprimentos máximos relacionados na Tabela ~ 4.6 para as
tubulações secundárias operando com os parâmetros de projeto indicados acima:
É inte·ressante observar que o P-NB-594 (ABNT, 1977), que deu origem à atual NBR
12â218, previa a utilização de tubulações de diâmetro inferior a 50 mm em comunidades
até 5.000 habitantes e quota per· capita até 100 Uhab.dia, estabelecendo os limites de
atendimento relacionados na Tabela 14.7, por sinal, compatíveis com os da tabela anterior:
25 10
30 20
35 50
Fonte: P-NB-594 (ABNT, 1977)
Por setor de manobra entende-se a menor subdivisão da rede de distribuição adotada para
possibilitar o seu isolamento quando da realização de obras e serviços de reparos e manu-
. tenção, sem a necessidade de interromper o abastecimento de água do restante da rede.
Já o setor de medição é definido como a parte da rede de distribuição, adequada-
mente delimitada e passível de individualização, que tem por finalidade permitir, com
base em dados obtidos por meio de medidores de pressão e de macro e micromedidores
de vazão nele instalados, o acompanhamento da evolução do consumo de água e
639
o humano
consu m
to de água para
Abastecfmen
640
Rede de distribuiçao I Capitulo 14
Reservatório de disbibuição
•
[li
(D
- <[>
-v 1)
<
,......
V
1
1
•
1
1
1
<[> <~ (
B B B B B B
1 1 A.
1 1 1 1
• A.
V V
1 1 2 2 3 3
A A. A.
~
A
1 2 V 1 2 V 1 2 V
r 1 1 1
A
B B A. B B A. B B A
'V V V
V
1 "
1 A
• 1 1 A.
1 1
V V
1 4 4 2 5 3
3 1 2 3 1 3
•
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B B A. B B A. B B A..
'v< V V
1 1 1 1 1 1
8 8
A.
V
7 7
l-0- 6 6
2 3 2 3 3 2
~ <[> -
<[> V
- () ""' -'-'
<[> <[> - ~ -. <[>- - - - - --- - -<~ (
legenda
Nº do subdi~lrlto •
•
- ~i!Ura· T4. t1 .. Sub:divisão de rede em setores de medição e de manobra
Fonte: AZE\/EDl~ Nmo et ai. (1998)
•
641
•
o de ág ua pa ra O hu ma no
Abastedmen t co nsum
. .d
tam-se cons1 e rações e orientações para a delimitação dos se..
Na seqüênoa, apresen de medição.
tores de manobra e dos setores
14.11.1 Setor d e m a n o b ra
,
• impossibilidade de ·
do recobriment . 5
eu acionamento, como conseqüência tam
por obras de ca~~rresponsável das tampas d bé m
e suas caixas de acesso,
• dificuldade de amento ou de asfaltamento
mal feitas;
em face não só dce~sáo às válvulas defeituo
. s a s para o seu conserto,
caixas de acionamªenJt mencionad a ocu 1taç ... d
•
0 a o das ta mpas e suas
dessas caixas, na mai '. rn;s também devid
o à própria concepção
verticais que permiteona _ as vezes c o n s ti
tu i das p o r simples tubos
m tao somente o acionamento d o cabe
çote
642
Rede de .distnbuição I Capitulo 14
das válvulas, como se mostra na Figura 14. 13, logo abaixo da solução
desejável representada na Figura 14.12., Sobre o uso de caixas de
proteção e acesso a válvulas, há que se ter cuidado especial quando
nelas for entr·a r o operador, tendo em vista a possível presença de
animais peçonhentos e de gases venenosos advindos sobretudo da
decomposição de matéria orgânica.
•
Cabeçote
Registro
~ Bloco de apoio
_ · Figura 14.12 - Caixa de acionamento de válvula de manobra (solução desejável)
Fonte: WIENDL (1973)
Alvenaria ou
pré-moldada Terreno bem apiloado
-- Registro
L, , , BJoco de apoio
-Fonfe: Figura · de acesso a váIvu la de parada (so1uçao
W1EN.DL14•13 - Ca''IX·a .. ·,n deseJáve
· · 1).
• ·· (1973)
643
..
-
Abast e<Imen to d e água p ara consumo h u m an o
•
14.11.2 Setor de me
dição
li
644
Rede de distribuição I Capítulo 14
. Deve ser observado que quanto maior e mais complexa for a localidade abrangida
pelo projeto, tanto maior será o número de setores de medição a serem implantados. Nas
pequenas comunidades em que não ocorra significativa diferenciação de consumo de água
entre os usuários do sistema, será suficiente implantar apenas um setor de medição, com a
localização dos seus aparelhos nas proximidades do reservatório de distribuição.
A respeito do supracitado comprimento máximo de rede de distribuição proposto pela
NBR 12.218 para cada setor de medição (25 km), é importante notar que ele é mais restri-
vo do que o comprimento máximo estabelecido para a definição do setor de manobra,
ti_
visto no item 14.11.1 (35 km). o mais adequado parece ser a prevalência dos critérios
relativos à delimitação dos setores de manobra, de modo que sejam coincidentes os setores
de manobra e os setores de medição. E isto é possível de estabelecer junto ao órgão res-
ponsável pela operação do respectivo sistema de abastecimento de água, conforme previs-
to na primeira orientação listada acima.
645
•'···~--
.Abai.rtecímento de água para consumo humano
1,4.12 .. 1 Hidrantes
São peças especiais ligadas às tubulações principais da rede de distribuição e que têm
por finalidade possibilitar a obtenção de água para o combate a incêndios. Na Figura 14.14,
•
apresentam-se os dois tipos de hidrantes mais utilizados em redes de distribuição de água:
os de coluna e os subterrâneos.
Corpo
Tampa
(/>60 mm
- •
E
E
•
E
CX)
C)
,-.... ê-Eõ'
,@E -o E E
E ~ Q>O nJ E E
1
ll)
...- C'\I ..olO -E a> o
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Le9istr.o 1
t .. -
..,_ ._.. ~"""\..,.
1
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02 mm -......-4~ ,
11
1 1 l ' t -
•t 150mm ~~ Curva longa
I f • 1 1
1 J~
l
Gurva curta
•
....,_ 155mm .~
(a) Hí.éfrante He coluha
(b) ~idrante subterrâneo
Fonte: Fígura
WIENDL1'(197'
4.143)- blidrantes
,
titiljzados em rede!;) de cli.trib1Jiçã0
. de ê'.lgua
646
Rede de distribuição I Capítulo 14
647
r - ; ; ~ ~ ~- - - - - - ------ -
•
•
-·
1
1 •
1
• •
1
'
J
•
l
......,.
1
-•
- 4 .... . .
• •
1
'
.
•
1
~ - • .- . '
•
1
• •
• - ·----.......i
Confonme amplamente discutido no item 14.11, sua utilização deve ser limitada e
basear-se ,em planejamento inteJigente de disposição de setores de medição e de mano-
bra. Para cada u.m desses setores, que podem abranger áreas muito amplas, há situações
que requerem a instalação de uma ou no máximo duas válvulas de manobra (conforme
item 14.11).
A NB,R 12.218 (ABNT, 1994) prescreve a instalação de válvulas de controle nas deriva-
·ções das tubula ções tronco que alimentam as tubulações secundárias. Comparando essa
1
prescrição com aquelas relatjvas à definição do setor de manobra (vistas no item 14.11.1 ),
caracteriza-se uma contradição, exceto em três situações: (i) quando o traçado das tubula-
ções principais é concebld0 para formar um conjunto de anéis e troncos sucessivos, que
1
direção ao hidrante próximo ao local de incêndio; (iii) quando houver o receio de q~~
possam ocorrer desequilíbrios na distribuição de água, com a existência de áreas t~pog de
ficamente favorecidas (áreas baixas) que venham a consumir mais água, em preJufzo
outras com posição desfavorável (áreas altas). ·dade
eont udo, as tres,. s1tuaçoes
. .. supracitadas que demandariam a ut1·1·1zaça"'o de quant1.. de
. , ., . adoçao
excessiva de valvulas de controle, são situações nue podem ser evitadas com d de ª
- • "1
traçados de tubulaçoes qwe evitem os referidos problemas. Nesse senti 0 ,'d 0 mo e Io
nobra
redes em bloco, a utilização de redes independentes para cada setor unificado de '.11ª ntat11
d. ... . f - -
e me 1çao e a 1mp antaçao de válvulas de manobra em tubulaçoes tronc
1 o que aftme
648
Rede de distribuição I Capítulo 14
s baixas são providências muito mais racionais do que dotar a rede de uma infinidade
as área f' . d 'd . . .
. álvulas de manobra de e 1các1a uv, asa, como se d1scut1u no item 14.11 .1.
de v As válvulas de manobra, bem como as válvulas de descarga comentadas no próximo
. devem ser instaladas em caixas que permitam o fácil acesso a elas, tanto para a sua
item, - ( F' )
operação como para a sua manutençao ver 1gura 14.12 . Fundamentais são tam m a · bé
atualização permanente do cadastro dessas caixas e os cuidados para nelas entrar em face
da possível presença de animais peçonhentos e gases tóxicos.
o diâmetro da válvula de manobra é o mesmo da tubulação em que a válvula é
instalada. Nos diâmetros maiores, seus custos de aquisição e de instalação são bastante
significativos, o que é mais uma justificativa para o seu uso em quantidade que seja a
mínima indispensável.
o Exemplo 14.11 inclui uma aplicação prática das orientações apresentadas acima .
Éo mesmo tipo de peça usada como válvula de manobra, ou seja, é uma válvula de
gaveta, porém com a finalidade de permitir a retirada de água das tubulações da rede de
distribuição nas operações de limpeza das tubulações ou para permitir a execução de obras
de ampliação ou de serviços de manutenção. Por isso, é instalada nos pontos mais baixos
da rede de distribuição, de forma a possibilitar o esvaziamento por gravidade do maior
número de tubulações.
Os pontos finais de descarga devem ser cursos de água ou galerias de água pluvial, o
que exige medidas para proteger as tubulações associadas às válvulas de descarga contra
entupimento e contra a invasão de eJementos que possam colocar em risco a segurança
sanitária e operacional dessas válvulas e da rede de distribuição a elas ligada. Dispositivos
de proteção contra erosão e de dissipação de energia poderão ser necessários para a água
a ser descarregadá, sobretudo em tubulações de maiores dimensões.
A válvula de descarga, popularmente denominada registro de descarga, é instalada
em derivação à tubulação na qual se fará a descarga de água, por meio da conexão intitu-
lada Tê. Seu diâmetro mínimo deve ser de 100 mm, quando associada a tubo com diâme-
~ro i~ual a ou maior que 1ao mm, ou de 50 mm, ql:Jando ltgada a tubo com diâmetro
inferia~ a 100 mm (ABNT, 1994). Essas válvulas, quando instal·adas no subsolo, devem ser
prot~gidas por caixas de proteção e acesso adequadas, inclusive, quando for o caso, para
p~ssibilitar a transição até a tubulação de descarga. Em se tratando de válvulas de grande
d1ametro ate - · deve ser dada ao projeto e construçao · d'1spos1't'1vo
,.. do respectivo
d _ · , nçao especial
tr~ anco~agern. Em todas essas situações, as válvulas em questão devem constar do cadas-
atuahzado da rede de distribuição.
649
humano
ara c_or1.sumo •
•
A!,asteámento de jg t1 • P
· de pressão
14-12.4 Válvula re d u to ra
a pe ça e sp e cia l e m p re ga d a
.0 nome indica, é um b I 'd É P ara re d .
Como o se u p r6 pr , ec , os. f arm a d a P u2 ,r a
b1 5 - aJ· u st a n d o -a a va lo re s p re est a e o r um co .
_ oe , . , 1 n1 un .
pres sa o em tu u aç la , p a ra q u e es ta
sa m en te id ealizado e instalado na va vu cu m pr a a
to de mol as en ge n ho · sua
função (ver Figura 14.16). re ss ã o n as tu b u laçõ e s é f .
en te , em re de s de dis trib u iç ã o , a re d u çã o da p
Usualm C e1 ta Po r
b ra -p re ss ã o , a d e q u a d a m e n te p o si cio n ad o
reservatórios ou p o r ca ix as de q u e s. on tu d
· " · 1· d cu st o d o s te rre n o s seia . o,
de ha Ja ca re nc ra de ár ea s 1v re s o u o n e o m u ito el e
em locais on - d . J
lic a ~a -
o r p o e re m se r ,_ns ta la da s n a p ró p ria vi a P úb
do, as válvulas redutora s de p r:ss a o , p
ss o, na o o b sta n te os se us m a io re s re q u e rim e n to s de m 'te rn
sido utilizadas com su ce an ut en çã o
. t'I ' -
. nars. or isso, sua maior u I rzaçao ocorre em áreas topogr t·
. P .
e de ajustes operac,o es d e su ªic a~ en te
m ai or es , e m q u e h a ja d iv e rs a s si tu a çõ
muito acidenta da s da s ci da de s peraçao da
- á · · 'd no m ·
,c a m e n te d e se ja da .
pres sa o m x, m a, pe rm 1t 1 a p o r n o rm a o u e co
.
_ Figura 14 16 •
As informações sobre . .
as fa ix as de va riação d - .
e sobre os re quer im e s válvulas se ap lic am
J:)ara a su a inst 1 - e ~ ressa o a q ue essa
sendo necessária ntos ,
u fabrican te
ções técnicas ' Par a ª sua u til iza çã o aça o va ria mª ãe a co rd o co m o se
· a consult , ª aos respeGtiv@s catálogos de informa- •
650
Rede de distribuição I Capitulo 14
3 Por esta mesma razão, o coeficiente de rugosidade c da fórmula de Hazen-Williams costuma ser feito igual a 130 no dimen-
sionamento de redes de distribuição, por corresponder ao tipo de tubulação mais desfavorável neste aspecto, que é a tubulação
de ferro-fundido revestjda com argamassa de cimento.
651
consumo huma no
,Abost..edmento de âgua para .
. 0. rosas
do que os empregados em obras de adut
. d (bem menos r1g ,. oras
construtivos adota os . . 1. 'itações as fórmulas emp1r1cas de Hazen-Williams d'
m
do e · vista tais im , . " e e
Por exemplo). Ten . d que a fórmula Universal, tem-se mostrado adequad
· · os precisas o . as
Flamant, embora men no dimensionamento das redes de distribuiçã
. -o que se requer o.
para a precisa
d . ensionamento trecho-a-trecho
14.13.1 Método d e 1m
a} Em redes ramificadas
652
Rede de distribuição I Capítulo 14
- Exemplo 14.9
463,4 m.
Solução
qm== P.q.k, .k2 I (86.400.L) = 800x200x1 ,2x1 ,5 / (86.400 x 965) = 0,00345 Us.m
653
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Tabela 14:.s - Dimensionamento de rede ramificada pelo método trecho-a-trecho
Cota piezom. . Pressão disponível
Trecho Comprimento (m) Vazão (1/s) D V ta t Perda de Cota paezom. Cota terreno (m) {m)
mon n e .
Mm m/s (m) carga (m) Jusante {m)
J-M Jusante Trecho Montante Jusante Trecho Média Jusante Montante Jusante Montante
(coluna) (1) (2) (3) (4) (S) (6) (7) (8) (9) (10) (11) (12) (13) (14) (15)
1-2 o 105 105 0,00 0,36 O, 18 50 0,.1 459,47 0,04 459,43 435,7 433,4 23,73 26,07
•
3-4 o 75 75 0,00 0,26 O, 13 50 O, 1 459,23 0,01 459,22 442,0 437, 1 17,22 22,13
4-2 75 120 195 0,26 0,41 0,47 50 0,2 459,47 0,23 459,23 437, 1 433,4 22, 13 26,07
•
5-2 o 80 80 0,00 0,28 O, 14 50 O, 1 459,47 0,02 459,45 435,7 433,4 23,75 26,07
O'I
UI
2-6 380 95 475 1,31 0,33 1,47 50 0,8 461,02 1,56 459,47 433,4 431,6 26,07 29,42
u,
o 115 115 0,00 0,40 0,20 50 O, 1 461,02 0,05 460,98 433,8 431,6 27, 18 29,42
7-6
120 710 2,04 0,41 2,24 75 0,5 461,62 0,59 461,02 431,6 430,3 29,42 31,32
6-10 590
461,58 431,9 430,3 29,68 31,32
8-10 o 105 105 0,00 0,36 O, 18 50 O, 1 461,62 0,04
461,60 432,0 430,3 29,60 31,32
9-10 o 70 70 0,00 0,24 O, 12 50 0, 1 461,62 0,01
•
3,05 0,28 3, 19 75 0,7 462,37 0,76 461,62 430,3 440,8 31,32 21,57
10-11 885 80 965
3,33 0,00 3,33 75 0,75 463,4 1,03 462,37 440,8 463,4 21,57 0,00* ::o
11-R 965 100 1065 ltl
a.
• ltl
* Pressão na superfície do solo situado na saída do reservatório (ponto sem distribuição); na tubulação, que estará 0,60 m abaixo da superfície do terreno, a pressão será de 0,60 m. :, .
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mo humano
Abastecimento de água para consu
Não há
de fim d r hcomo evitar trecho
• 5 J · .
com ve oc1dade inferior a 0,6 m/s (que ocorre nos trechos
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dado pela NBRa, como se
. ve na Tabela 14 8) . d . . , .
· , pois a otou-se o diâmetro m1n1mo recomen-
12 218
trechos de''em se.r . ·t ' igl udal a s.o mm. Para evitar problemas de qualidade de água nesses
' v tns a a os d1s ·1· · 1O
de um ramal predial ada t d posi ivos de descarga em suas extremidades (a exemp
acionados com a freq" __P ~ o, no qual se possa fazer a descarga de água), que deverão ser
uenc1a a ser determina . da por observações de campo.
.
· 656
Rede de distribuição I Capítulo 14
Exemplo 14.1 o
657
Abastec:tmiento de água para consumo humano
Solução
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100m 100m
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... R. 150m ~1 7) 100 m 1 4·) 100 m @ LEGENDA:
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®> Reservatório
CX)
Fluxo da água
Comprimento do trecho
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100 m ($)
>
100m 1 + Seccionamentofictício
fjgura 14.18 - E.squema de dimensionamento de rede de distribuição em malha pelo método trecho-
a-trecho ou por seccionamento fictício
. . destina-se a
. . · · ' ,ª
4 O fator de correção de 1 33 d0 t d
1nclurr a área exte à Ih
. - . d
a o na equaçao empregada para o cálculo aproximado a re
·
á a de proJeto,
•·
· pnm-ento O
wf'I
perfme1.,v
.. rna ma a, que também faz parte da área de projeto. Essa área externa tem por com orno 33% da área
~a marha interna e por largura a metade d,a dimensão média do quarteirão. Foi avaliada, neste exemplo, e
interna. Quanto maior a área · t d · ..
· tn erna a malha, tanto menor será esse fator de correçao.
..
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658 _J
Rede de distribuição I Capítulo 14
qm== P.q.k1 .k2 I (86.400.L) == 1.300x200x1 ,2x1 ,5 I (86.400 x 1.080) = 0,00502 Us.m
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Tabela 14.9 - Dimensionamento de rede em malha pelo método trecho-a-trecho (seccionamento fictício) '"O
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Cota terreno Pressão disponivel o
Trecho Comprimento (m) Cota piezom. Perda de Cota piezom.
Vazão (1/s) D V (m) {m) ...e
=
montante carga jusante 3
o
(m) (m) (m) . jusante montante jusante montante ':r'
J-M Jusante trecho montante jusante trecho média mm m/s e.
3
0,03 848,61 823,7 8.29,2 24,91 19,44 o
::::,
1-2 o 80 80 0,00 0,40 0,20 50 O, 1 848,64 o
0,03 848,61 836,0 829,2 12,61 19,44
3-2 o 80 80 0,00 0,40 0,20 50 0, 1 848,64
0,5 849,52 0,88 848,64 829,2 830,8 19,44 18,72
2-4 160 100
•
260 0,80 0,50 1,05 50
O, 1 849, 19 0,06 849, 13 823,7 824,9 25,43 24,29
1-5 o 100 100 0,00 0,50 0,25 50
o,
0,4 849,52 0,33 849,19 824,9 830,8 24,29 18,72
o, 5-4 100 80 180 0,50 0,40 0,70 50
o
0,06 849,13 836,0 835,1 13,13 14,09
3-6 o 100 100 0,00 0,50 0,25 50 O, 1 849, 19
50 0,4 849,52 0,33 849, 19 835, 1 830,8 14,09 18,72
6-4 100 80 180 0,50 0140 0,70
75 0,8 850,57 1,05 849,52 830,8 831,4 18,72 19, 17
4-7 620 100 720 3, 11 0,50 3,36
O, 1 850,23 0,06 850, 17 824,9 826,7 25,27 23,53
5-8 o 100 100 0,00 0,50 0,25 50
0,4 850,57 0,33 850,23 826,7 831,4 23,53 19, 17
8-7 100 80 180 0,50 0,40 0,70 50
50 O, 1 850,23 0,06 850, 17 835, 1 834,6 15,07 15,63
6-9 o 100 100 0,00 0,50 0,25
0,4 850,57 0,33 850,23 834,6 831,4 15,63 19, 17
9-7 100 80 180 0,50 0,40 0,70 50
100 0,7 851,50 0,93 850,57 831,4 851,5 19, 17 0,00*
7-R 1080 150 1230 5,42 0,00 5,42
1230 5,42 4,50
Soma .
• Pressão na superfície do solo situado na saída do reservatório (ponto sem distribuição); na tubulação, que estará 0,60 m abaixo da superfície do terreno, a pressão será de 0,60 m.
Rede de distribuição I Capitulo 14
Nó
24,91 25,43 25, 17 0,26 1,03%
1 12,61 13, 13 12,87 0,26 2,02 %
3 24,29 25,27 24, 78 0,49 1,98o/o
5 14,09 15,07 14,58 0,49 3,36%
6
1
( ) Fazer a verificação prévia da pressão estática mái<ima e do desnível
Qeornét · existente para garantir a pressão d"1nam1ca
· rico "' · mfn,·ma ·
661
nsumo humano
Abastecimento do 4gua para co
•
662
Rede de distribuiçAo I Capítulo 14
fren e, a partir do nó
_ t-
. mais
_ afastado
- do reservatório de d'1st r1'b u1çao
. -
ou do ponto ~e der1vaçao da subadutora (ou da tubulação tronco de
. arquia maior) que abastece a área em questão
h1er ·
(13 ) Definir o diâmetro
_ de cada
. _um dos trechos das tubulaçõe s t ron _
(com base nas vazoes que ,rao por ela transitar e nos valo d
co d . 'd d d' res e
vazão máxima a m1t1 os para ca a iâmetro de tubulação comercial
conforme consta da Tabela 14.4); e efetuar o equilíbrio das vazões no~
trechos em que as tubulações tronco formam anéis pelo método d
Hardy-Cross, c~ja co.nceituação teórica e aplicação prática são objet~
de livros de H1drául1ca, como os de Azevedo Netto et ai. (1998) e
Baptista e Lara (2002).
(14) Calcular as perdas de carga, velocidade da água e pressões
disponíveis nos trechos e nós das tubulações tronco, verificando O aten-
dimento dos valores limites cabíveis em cada caso.
(15) Verificar a pressão dinâmica mínima no ponto mais desfavorável
da área de projeto.
(16) Posicionar e especificar os hidrantes (em cidades cuja demanda
de projeto supere 50 Us, como visto no item 14.12 .1 ), as válvulas de
manobra e as válvulas de descarga, e verificar o desempenho hidráulico
da rede projetada para possibilitar o funcionamento dos hidrantes .
•
Exemplo 14. 11
663
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- JA1.-110,35
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LEGENDA:
•
- - Limite da área de projeto
• Limite de zonas de densidades
pqpulaclonais diferentes
H Subadutora de água tratada
Solução
•
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•
664 . •
-
Rede de dtstnbu1çao I Capitulo 14
•
665
o hu ma no
Ab as t ed ment o de água para consum
1 4 0 0 m + 1sx1 .0 0 0 m = 3 0 .4 0 0 m
_ extensão de rede: 11 ~ · (estimado): ·1
eco n 6 .0 3 0 h ab I 4 ,4 hab/econ
_ número de omias
= 3 .643 economias; _ 1 6 50 ooo
- área: 1.500 m x 1.100 m - . m 2 = 1 6 5 ha .
• Posicionamento d
as tubulações tronco - passo (6)
São diversos os fatores a .
das tubulações tro serem considerados para o posicionam
ento
· nco, conforme exposto n o it e m 14
.1 O, além da
666
Rede de distribuição I Capítulo 14
..
Caso os quarteirões não fossem quadrados, haveria quatro distâncias
máximas a serem observadas, duas para cada área de vazão específica
diferente, como se viu no item 14.10.1.
- Distância máxima (d) entre tubulações tronco formando anel, na
área central, calculada pela Equação 14.13:
- [qa/(2Q5)]d 2 - [(L,+L2) I (L, .L2)]d + 2 = O
- [0,625/(2x1 ,4)] d2 - [(1,0+ 1,0) / (1,0x1 ,O)]d + 2 = O
- O' 223d 2 - 2d +2 = O
d= 7,8 hm = 780 m
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667
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NDA:
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Tubuíação secundária
N Subadutora de água tratada
Lim,ite de áreas com diferentes
d,ensidades,populacionais
- --- • · ,Limtte das área.s de influência dos nós
f Limite da área de projeto
Figura 14.20 - T;a~ado das tubulações tronco do Exemplo 14.11 e das áreas de influência de seus nós
. . . ... de camP 0
Uma vez feito esse traçado teórico, caberia a 1nspeçao J ções
.
para ver se as ruas escolhidas para a loca 11zaçao - das tubu a
·r das no
~ronco atenderiam também às demais con~ições especi '~tegidoS
item 14. 1O (proximidade a edifícios principais e a serem ~ruas com
contra incêndio; ruas com pavímentação menos oner~s~~: tenharn
menor trânsito). Admitindo que a maioria dessas condiço
•
668
Rede de distribuiçao I Capítulo 14
Esta etapa foi feita com base nas orientações indicadas para o passo
em questão no início deste item 14.13 .2, resultando nas áreas de
influência dos nós que constam da Figura 14.20, e cujos contornos
'
estão indicados na Tabela 14.11, para facilitar as suas identificações.
669
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Tabela 14.11 -.Á reas de influência e vazões de carregamento dos nós; e vazões nos pontos de derivação das tubulações tronco s
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Área interna anel (ha) Área externa anel (ha) Vazão {Us) Nº derivações Vazão p/derivac;ão 3
o
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Nó Contorno Área in- Área ex- Área in- Area ex- Area in- Área ex- 3
Ili
Ref qa1 Ref qa2 Total Ref qa1 Ref qa2 Total terna terna Total terna terna terna terna
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anel anel anel anel anel anel
1 BCDEFB 6 75 0,00 6,75 1,50 9,00 10,50 4,22 3,57 7,78. 3 3 1,41 1, 19
'
.....,
~ 2 BCGH 2,25 0,00 2,25 1,75 16,00 17,75 1,41 5,77 7, 17 2 4 0,70 1,44
o
3 GIJKDCG 8,88 0,00 8,88 1,75 7,00 8,75 5,55 3, 14 8,69 4 4 1,39 0,78
4 JLMNOPJJ 3, 13 0,00 3, 13 2,00 16,50 18,50 1,96 6,07 8,02 2 4 0,98 1,52
5 KJLMQRSK 6,75 0 ,00 6,75 1,50 1,50 3,00 4,22 1,38 5,59 3 2 1,41 0,69
6 EFZYE 2,25 0,00 2,25 1,75 16,00 17,75 1,41 5,77 7, 17 2 4 0,70 1,44
7 DEYWSKD 8 ,87 0,00 8,87 1,75 7,00 8,75 5,54 3, 14 8,68 4 4 1,39 0,78
8 TQRSWVUT 3 12
I 0,00 3, 12 2,00 16,50 18,50 1,95 6,07 8,02 2 4 0,98 1,52
9 MNOUTQM 0,00 0,00 0,00 0,00 19,50 19,50 0,00 5,69 5,69 o 8 0,00 0,71
Som.a 42,00 0,00 42,00 14,00 109,00 123,00 26,25 40,58 66,83 22 37 •
1, 19 1, 1O
RcdPúe u,~tr,t,ult;no I Ct1pftulo 14
o valor das áreas foram obtidos pelo cálculo das superfícies das
figuras geométricas que formam essas áreas (retângulos, quadrados,
triângulos ou trapézios, basicamente.
É o que está feito na Figura 14.21. Para o cálculo inicial das vazões nos
trechos, partiu-se do nó mais distante da unidade responsável pelo
abastecimento de toda a rede considerada (no caso, a subadutora AA),
ou seja, o nó 1, cuja vazão de carregamento é 7,8 Us. Considerando
671
sumo humano
Abastedmento de água para 'º"
tronco e
• Definir o diametro de cad · umd ti h !I i, tul ui ., 3)
•
efetuar o equillbrio das vazõ t) s t1\ h :i. "' :\\) '' i; ·-'--'LI!
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Rede de dlstrlbultao I Capitulo 14
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.. 100 -1,02 0,26
0,000
0,000
-11,100
-3,900
150
100
-O,98
-1 ,02
0,09
0,26
0,63
0, 50
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673
mo humor10
de água pf fif consu
Abastecimento
Todas estas operações estão feitas na Tabela 14. 13, em relação à qual
cabem as seguintes observações:
•
674
Rede de distribuição I Ca pítulo 14
Tabela 14.13 - Pressão disponível e velocidade nas tubulações tronco do Exemplo 14.11
hf Nó Dif. pressão
Compri- Vazão DN Veloci- Pressão ,
Cota Cota , nono
Nó Trecho 0 dade Trecho A - Nó nono
mc:: (Lls) {mm) (m/s} •
p1ez. terreno {mca}
{mca} {mca} Dif.
{mca) {m) %
{mca)
A - - - - 791,35 750,32 41,03 -
9 A-9 300 66,9 300 0,95 0,93 0,93 790,42 751,20 39,22 - -
5 9-5 200 61,2 300 0,87 0,52 1,45 789,90 752,63 37,27 - -
4 5-4 300 27,8 200 0,88 1,31 2,77 788,58 753,72 34,86 - -
3 4-3 400 19,8 200 0,63 0,94 3,70 787,65 755,50 32, 15 - -
2 3-2 300 11 , 1 150 0,63 0,98 4,68 786,67 758,05 28,62 - -
1 2-1 300 3,9 100 0,50 1,02 5,69 785,66 755,95 29,71 - -
8 5-8 300 27,8 200 0,88 1,31 2,77 788,58 748,89 37,69 - -
7 8-7 400 19,8 200 0,63 0,94 3,70 787,65 751 ,54 36, 11 - -
6 7-6 300 11 , 1 150 0,63 0,98 4,68 786,67 753,93 32,74 - -
1 6-1 300 3,9 100 0,50 1,02 5,69 785,66 755,95 29,71 0,00 0,00
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Rede de distribuição I Capítulo 14
Tabela 14.14- Verificação da pressão dinâmica mínima no ponto mais desfavorável (Ai.)
Comprimento Cota Perda Cota Cota Pressão
Trecho (m) Vazão • •
DN p1ezom. de prezom. terreno disponível
J-M média
•
Jusante trecho (mm) montante carga jusa~nte jusante jusante
(L/s)
(mca) (mca) (mca) (m) {mca)
A2-IV o 100 0,07 50 784,55 0,01 784,84 770,35 14,49
IV-Ili 100 100 0,22 50 784,90 0,05 784,85
111-11 300 100 0,52 50 785, 14 0,24 784,90
11-1 soo 100 0,82 50 785,69 0,55 785, 14
1-2 700 100 1, 12 50 786,67 0,98 785,69
-
Soma 800 1,83
•
qm= 0,00149 Us.m
677
1
. 0 humano
para ,onsurn
,AbastecJrne11to de água
9
a 14,4 m ( ·menta total das tubulações secundárias entre o nó 2
Também o compr, · , ·
A (BOO m) é inferior ao comprimento max1mo calculado
e ? ponatºra a2área onde elas se situam (942 m).
acima p
· · r e especificar os hidrantes, as válvulas de manobra e as
• Pos1c1ona .f. __ d d h h.d
válvulas de descarga, e efetuar a ven 1caçao o . esempen o I ráulico
da rede para possibilitar o funcionamento dos h1drantes - passo (16)
a) Posicionamento e especificação dos hidrantes: .admiti~do que a área
em questão integre cidade com demanda. de. proJet~ maior que 50 Us,
05 hidrantes foram posicionados como se 1nd1ca na Figura 14.23, tendo
sido obedecidas as orientações do item 14.12.1, ou seja, eles estarão
localizados ao longo das tubulações com diâmetro 150 mm, espaçados
entre si no máximo 600 m, contados ao longo dos eixos das ruas. Admi-
tindo que os locais de instalação dos hidrantes (ao longo das tubulações
tronco, na área central, em que a densidade populacional é de 150 hab/
ha) sejam um misto de área residencial com área comercial, os hidrantes
serão os de maior capacidade (20 Us), do tipo de coluna, com orifício de
entrada de 100 mm.
b) Posicionamento e especificação das válvulas de manobra: como a
área de projeto constitui apenas um setor de manobra e de medição,
est~ pr:vista a instalação de tão somente uma válvula de parada, na
d.envaçao da subadutora de água tratada no ponto A, indicado na
1
'. gura 14.23 . E~a terá o mesmo diâmetro da tubulação onde será
instalada, ou seJa., 300 mm.
678
R1do do dlstrlbu'lçao I Capftulo 14
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679
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-
A ba st ct fm en to d~ égua paro co
nsumo humano
300 8 6 ,9 0 300 1 ,2 3
5 9-5 200 s1 :2 0
1 ,5 0 1 ,5 0 7 8 9 ,8 5 7 5 1 ,2 0 38,65 -
4 300 1, 15 0 ,8 8 2 ,3 9 7 8 8 ,9 6
5-4 300 4 2,5 5 7 5 2 ,6 3 36,33
3 200 1,3 6 2 ,8 9 5,28 7 8 6 ,0 7 - -
4-3 400 34,55 7 5 3 ,7 2 32,35
2 200 1, 1O 2,62 7 ,9 0 7 8 3 ,4 5 27,95 -
3 -2 300 2 5 ,8 5 7 5 5 ,5 0
8 150 1 ,4 6 4 ,6 7 1 2 ,5 6 7 7 8 ,7 9 2 0 ,7 4 -
5-8 300 3 3 ,0 5 7 5 8 ,0 5
7 8-7
200 1 ,0 5 1,81 4 ,2 0 7 8 7 , 1 5 7 5 0 ,8 9 36,26 - - 1
400 2 5 ,0 5 200 -
6 7 -6 300
0 ,8 0 1,45 5 ,6 4 7 8 5 ,7 1 7 5 1 ,5 4 34,17 -
1 6 ,3 5
1 6-1 300 9, 15
150
100
0 ,9 3 2 ,0 0 7 ,6 4 7 8 3 ,7 1 7 5 3 ,9 3 29,78 -
2 1-2 1, 17 4,92 1 2 ,5 6 7 7 8 ,7 9 7 5 5 ,9 5 2 2 ,8 4
300
- - -
1,35 100 O, 1 7 0 ,1 4 12,71 7 7 8 ,6 4 7 5 8 ,0 5 20,59 o, 14 0,63
-
680
Rede de d1stribuíçao I Capitulo 14
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 12.217 (NB 587189): Estudos de concepção
de sistemas púbUcos de abastecimento de água. Rio de Janeiro, 1992.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNt NBR 12.218: Projeto de rede de distribuição de
água para abastecimento público. Rio de Janeiro, 1994.
PUPPI, 1. C. Estruturação sanitária das cidades. São Paulo: CETESB, 1981 . 320 p.
TSUTIYA, M. t Abastecimento de água. São Paulo: Departamento de Engenharia Hidráulica da Escola Poli-
técnica da USP, 2004. 643 p.
VIVAS, José Venancio Teixeira. Utilização do "Modelo Cardellini" como tecnologia apropriada de lançamento
de redes de distribuição de água para comunidades de pequeno e médio portes - Estudos de casos: Canápolis
e Mirat em Minas Gerais. 1995. 118 f. Dissertação (Mestrado em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos
Hídricos) - Escola de Engenharia Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 1995.
WIENDL, Wolfgang G. Tubulações para água. São Paulo: CETESB, 1973. 339 p.
681
-
Capítulo 15
Tubulações e acessórios
•
Emília Kiyomi Kuroda
Valter Lúcio de Pádua
15.1 Introdução
683
Abastecimento ·d& água para consumo humano,
_ figura 15.1 - Alguns marcos na história das tubulações (c.=cerca de., a.e .: antes de Cristo)
f onte: Baseado em PRlNCE (2002)
Para escolher o tipo de tubulação a ser utilizado numa determinada obra, o proje-
tista deve considerar diversos fatores, incluindo aspectos técnicos e econômicos. Os
aspectos técnicos, tais como vazão, rugosidade, resistências física e química às ações
interna e externa, facilidade de montagem, manutenção, dentre outros, devem asse-
gurar a qualidade sanitária da água e o desempenho satisfatório do sistema projetado,
de forma a minimizar a ocorrência de interrupções no abastecimento de água e garan-
tir a segurança do sistema. Os aspectos econômicos devem permitir a execução da
obra de acordo com o planejamento e o cronograma previamente definidos, conside-
rando-se, também, os custos de manutenção durante a vida útil da obra. Decisões
baseadas exclusivamente em aspectos econômicos, sem as devidas consideraçõestéc-
nicas, podem conduzir a fracassos que comprometem a credibitidade do profissional
responsável pela especificação da tubulação.
Na Tabeta 15.1 são apresentados os principais fatores que devem ser considerad.as
na escolha da tubulação. O projetista deve estar ciente de que os custos podem variar
significativamente, em decorrência da entrada de novas empresas no mercado e deaper-
feiçoamentos nos processos de fabricação.
684
Tubulações e acessórios I Capitulo 15
685
ara cons urno hl.1 11'1 ª "º
.... 4gua P
,Ab••te<I,n en to "ª •
força da água
.
.b la ção de água (...) provocou o alagam
' de um a tu u · en to d
"A 'explosão de ix ou ou tra s 2 0 0
1 . e 93
. 16 pess oas e m1 co m as to rn e,ras secas P
as as feri u f ar ra stad as pe la co
· . · elo
C ' . ssoa s oram rre n te za, 1nc u1ndo uma cr,an d
1
menos cinco pe A s ví tim as so d ' . ça e
rn de 76 anos. · fr era m ,ver sa s es co ria çõ es . ( ) d
3 e um ho me . . . ··· 0 n e
. de fe rro fun d id o , de 80 centímetros de diâmetro ( )
sa va um cano .
antes pas t a de 1o metros de compr1m en
t . ...
se um a era er o, p o r cinco de largu ra
formou- d' d de 'P ar ec . . d d h - d
· de profun I a · ia um a ca ch o e ira sa 1n o o c ao, a altura do f'ie
quatro · . dvogado que mora a 3 0 metros da cratera o
do Poste' ' disse o ar e teve O carro
m et ro s. (... d
)Ainda de madruga a, a Defesa Civil interd i-
arra stado na rua po 50
. . . or ca us a de d e sa ba m e n to s e ra c h d A f · , ·
to u oito ,m6veis p . a ur as . s am,lias seriam
a de pa re ntes ou hotéis pagos pela companhia de saneamento .
levadas para a eas . .
(... ) Os prejufzos dos moradores do ~airro sena . ·
m ressarcidos pelo seguro da pró-
pria companhia de saenamento (... )
• PSA - Pressão de se . .
cont ínua e em . rv iço admissível com to ta l· segurança, de
regime h'd , • forma
• PM s - Pre - .
1
ra u 1ico
pe rmanente, excluindo o golpe de aríete;
. 55
tar, inclui nd o ao m áxima d ·
O e serviço que um c o m p o n e n te pode sup r-
goIpe de aríete· o
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686
Tubulações e acessórios I Capítulo 15