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O LIVRO DOS MÉDIUNS – CAP. 27


DAS CONTRADIÇÕES E DAS MISTIFICAÇÕES

Objetivos:

• Como identificar e prevenir-se das contradições e mistificações


relacionadas aos Espíritos e médiuns.
• Ressaltar a importância da postura do médium no processo de
comunicação mediúnica.
• Citar o que pode ser considerado como abuso, perigo e
inconveniente na prática mediúnica.
• Explicar porque a mediunidade não causa loucura.
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Contradições e Mistificações dos Espíritos
A Contradição se dá quando o mesmo espírito diz ora uma coisa e ora,
outra contrária. Espíritos pouco evoluídos com frequência se
contradizem, porque :
• Suas idéias nem sempre são corretas nem firmes;
• Podem estar procurando enganar a quem os ouve.

Nas mensagens dos Bons Espíri tos eventualmente poderão


ser notadas contradições, porque:
• O meio ambiente desfigurou a resposta dada;
• O meio de comunicação foi insuficiente;
• Falta comparação das coisas espirituais em nosso mundo;
• O espírito dosou o conhecimento conforme os que o ouviam, evitando ferir certos preconceitos, para poder continuar
instruindo o grupo.

Para distinguir entre a contradição culposa ou por ignorância e a simples adaptação de


conhecimentos e forma de expressão, é preciso: estudo cuidadoso e longo das
comunicações, aprofundamento das ideias expostas pelos Espíritos.
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Mistificação – o que é?
• Mi stificar: Abusar da credulidade de; enganar; iludir; burlar.
• É a comunicação da Entidade, com o objetivo de enganar ao médium ou ao grupo, tentando passar por quem não é ou
apresentando teorias ou sistemas falsos por verdadeiros.
• Consiste no engodo, na falsidade. Tanto pode ocorrer entre os homens como no intercâmbio mediúnico.
Há um escolho dentre o que chamamos de atividade mediúnica, que é a possibilidade do engodo, da falsidade e do
charlatanismo - a mistificação.
Charlatanismo mediúnico: visa enganar os incautos e crédulos, que, sem conhecerem o Espiritismo, deixam-se levar
por engodos engendrados por pessoas que, geralmente, objetivam se promover ou têm
interesse financeiro
Estou vendo o
seu futuro. Você vai
ficar muito
rico!!!!!!!!!!!!!! MISTIFICAÇÃO DO MÉDIUM
(...) Na mistificação, não é o espírito do médium que está produzindo o
fenômeno, mas o médium, como ser encarnado, que não está sendo
honesto.

A fra ude resu ltaria, portan to, da ação do consciente te do


méd ium. Diversidade dos Carismas – Hermínio Miranda
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Motivos:

 Querer atrair sobre si as atenções dos outros.

 Falha de caráter, pois trata-se de uma burla para atender aos


seus desejos inferiores.

 Parecer ser mais médium do que é, realizando prodígios falsos.


Assim que é flagrado, toda a sua produção verdadeira é
desacreditada.
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Mistificação – como identificar?


Identificar os Espíritos pela sua individualidade é questão desnecessária.
Porém identifica-los segundo suas qualidades é fundamental.

Para que se detecte as mistificações mediúnicas, basta observar a linguagem e o


comportamento do Espírito comunicante. A linguagem está sempre relacionada com o grau
evolutivo, e as ações se traduzem nos sentimentos e conselhos que são emitidos.

Recomenda-se o bom- senso e a lógica para diferenciar as comunicações sérias,


provenientes de bons Espíritos, das falsas, oriundas dos falsos sábios.

Cuidado com as comunicações que visem provocar a cobiça e a vaidade no médium. Verifique sempre se o conteúdo
da mensagem condiz com o objetivo do Espiritismo : o melhoramento moral da humanidade

Devemos observar as características dos Espíritos mistificadores e a nós mesmos para não sermos vítimas da mentira.
O s Espí rit os mist if icadores:
• Predizem o futuro facilmente, determinando acontecimentos e datas;
• Fazem exagerados elogios ao médium, estimulando o orgulho e a vaidade, embora preguem a humildade;
• Procuram exaltar a importância pessoal do médium e apresentam-se com nomes venerandos;
• Tentam a cobiça do médium anunciando heranças e tesouros ocultos.
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Mistificação – qual é a finalidade?


Aprendamos com o ensinamento de Emmanuel, em o Consolador,
Questão 401:
“A mistificação experimentada por um médium traz, sempre, uma finalidade
útil, que é a de afastá-lo do amor próprio, da preguiça no estudo de suas
necessidades próprias, da vaidade pessoal ou dos excessos de
confiança em si mesmo.”

“ Os fatos de mistificação não ocorrem à revelia dos seus mentores mais


elevados, que somente assim, o conduzem à vigilância precisa e às
realizações da humildade e da prudência no seu mundo subjetivo.”

Como prevenir-se?
O médium deve evangelizar-se para livrar-se de vícios como o egoísmo, orgulho e a vaidade - portas
frequentemente abertas aos Espíritos mistificadores, que desejam desviar-nos do caminho reto.

“Orai e vigiai” - aconselha-nos o CRISTO - esta máxima encerra toda a conduta do homem de bem,
daquele que se esforça em melhorar-se e receber do Alto os bons fluidos e conselhos.

Devemos retirar do Espiritismo apenas o que ele pode nos dar.


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Respostas dos Espíritos da Codificação


As mistificações constituem um dos escolhos mais desagradáveis do Espiritismo
prático. Haverá meio de nos preservarmos deles?

“(...) Certamente que há para isso um meio simples: o de não pedirdes ao Espiritismo senão o
que ele vos possa dar. Seu fim é o melhoramento moral da Humanidade; se vos não
afastardes desse objetivo, jamais sereis enganados (...)
“Os Espíritos vos vêm instruir e guiar no caminho do bem e não no das honras e das riquezas,
nem vêm para atender às vossas paixões mesquinhas. Se nunca lhes pedissem nada de fútil,
ou que esteja fora de suas atribuições, nenhum ascendente encontrariam jamais os
enganadores; donde deveis concluir que aquele que é mistificado só o é porque o merece.

Porém, há pessoas que nada perguntam e que são indignamente enganadas por
Espíritos que vêm espontaneamente, sem serem chamados.

“Elas nada perguntam, mas se comprazem em ouvir, o que dá no mesmo. Se acolhessem com
reserva e desconfiança tudo o que se afasta do objetivo essencial do Espiritismo, os Espíritos
levianos não as tomariam tão facilmente para joguete.”

Por que permite Deus que pessoas sinceras e que aceitam o Espiritismo de boa-fé sejam mistificadas?
Não poderia isto ter o inconveniente de lhes abalar a crença?

“Se isso lhes abalasse a crença, é que não tinham muito sólida a fé. Os que renunciassem ao Espiritismo, por um simples
desapontamento, provariam não o haverem compreendido e não lhe terem atentado na parte séria. Deus permite as
mistificações, para experimentar a perseverança dos verdadeiros adeptos e punir os que do Espiritismo fazem objeto de
divertimento.”
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O Problema das Mistificações


O problema das mistificações não deve impressionar os que se entregam às tarefas
mediúnicas, os quais devem trazer o Evangelho de Jesus no coração. Estais muito
longe ainda de solucionar as incógnitas da ciência espírita, e se aos médiuns, às
vezes, torna-se preciso semelhante prova, muitas vezes os acontecimentos dessa
natureza são também provocados por muitos daqueles que se socorrem das
suas possibilidades.

Tende o coração sempre puro. É com a fé, com a pureza de


intenções, com o sentimento evangélico, que se podem vencer
as arremetidas dos que se comprazem nas trevas
persistentes. É preciso esquecer os investigadores cheios do
espírito de mercantilismo! . . .

Permanecei na fé, na esperança e na caridade em Jesus-Cristo, jamais olvidando que só pela


exemplificação podereis vencer.
(Extraído do livro Emmanuel, p.68/69)
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Perigos e Inconvenientes
“(...) O exercício muito prolongado de qualquer faculdade acarreta
fadiga; a mediunidade está no mesmo caso (...).”
A prática prolongada sem disciplina pode caracterizar um abuso.
(LM - Questão 221, Item 2 pág. 264)

“Promover o desenvolvimento da mediunidade nas crianças ou em pessoas


com processo obsessivo é perigoso e inconveniente.”
( L M – Questão 221- Item 6 pág. 265)

“(..) A mediunidade não produzirá a loucura, quando esta já não exista em


gérmen: porém, existindo este, o bom senso está a dizer que se deve usar de
cautelas, sob todos os pontos de vista, porquanto qualquer abalo pode ser
prejudicial.”
(LM Questão 221- Item 5 pág. 265)
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Desvios

“403 — É razoável que os médiuns cogitem da solução de assuntos


materiais junto dos seus mentores no plano invisível?”
(Emmanuel, O Consolador)

Não se deve esquecer que o campo das atividades materiais é a escola sagrada
dos Espíritos incorporados no orbe terrestre. Se não é possível aos amigos
espirituais quebrarem a lei de liberdade própria de seus irmãos, não é lícito que
o médium cogite da solução de problemas materiais junto dos Espíritos amigos.
O médium que se arrisca a desviar suas faculdades psíquicas, para o terreno da
materialidade está em marcha para as manifestações grosseiras dos planos
inferiores, onde poderá contrair os débitos mais penosos.
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Desvios
"Não se deve jamais provocar ou encorajar o desenvolvimento das faculdade mediúnicas de pessoa
fracas (ou de crianças). Deve-se afastar da prática mediúnica, por todos os meios possíveis, as que
apresentem os menores sinais de excentricidade nas idéias ou de enfraquecimento das faculdades mentais,
porque são evidentemente predispostas à loucura, que qualquer motivo de superexcitação pode
desenvolver“ (Allan Kardec - O Livro dos Médiuns", Capítulo XIIIV, ite 222)

"Jamais dissimulamos os escolhos (obstáculos) encontradiços na mediunidade, razão por que multiplicamos,
em " O Liv ro dos Médiuns ", as instruções a tal respeito e não temos cessado de recomendar o seu
estudo prévio, antes de se entregarem à prática. às próprias custas. (...) sem experiência a mediunidade
tem inconvenientes, dos quais o menor seria ser mistificado pelos Espíritos enganadores e levianos.

“Fazer Espiritismo experimental sem estudo é fazer manipulações


químicas sem saber química"
Allan Kardec na "Revista Espírita", janeiro de 1863).
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Postura do
Médium
As faculdades mediúnicas estão ligadas a uma disposição orgânica.
O mesmo já não se dá quanto ao seu uso, que depende da condição moral do
médium. Se tudo depende da moral, todos nós necessitamos tê-la como farol
orientador da nossa caminhada.

Não se deve conceber a atividade mediúnica sem a Disciplina.


O domínio das nossas más inclinações é uma tarefa que precisa ser realizada.
Conhecer a si mesmo e trabalhar para dominar as próprias imperfeições é o caminho
para uma prática mediúnica sadia e o próprio progresso espiritual.

"Antes de nos dirigirmos aos Espíritos, convém, pois, encouraçarmo- nos contra o
assalto dos maus, assim como se marchássemos em terreno onde tememos
picadas de cobras. Isto se consegue, inicialmente, pelo estudo prévio, que indica a
rota e as precauções a tomar; e a seguir, a prece.
Mas é necessário bem nos compenetrarmos da verdade que o único
preservativo está em nós, na própria força, e nunca nas coisas exteriores; que nem
há talismãs, nem amuletos, nem palavras sacramentais, nem fórmulas sagradas
ou profanas que tenham a menor eficácia se não tivermos em nós mesmos as
qualidades necessárias. Assim, essas qualidades é que devem ser adquiridas"
(Allan Kardec na "Revista Espírita", janeiro de 1863).
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O LIVRO DOS MÉDIUNS – CAP. 28
DO CHARLATANISMO
E DO EMBUSTE

Charlatanismo, ou charlatanice, é a prática de


exploração da credulidade pública associada à
venda, propaganda ou prenúncio de uma pretensa
cura por vias fraudulentas, comumente descrito
como exercício ilegal da medicina, curandeirismo.
A exemplo do que ocorre em muitas nações,
charlatanismo é tipificado no artigo 283 do Código
Penal Brasileiro como crime contra a incolumidade
pública.

Na codificação espírita, Allan Kardec tratou dos


charlatões como aqueles que simulam capacidades
mediúnicas: os falsos médiuns, embusteiros,
prestidigitadores, naturalmente inclinados ao
interesse material.
MÉDIUNS INTERESSEIROS

O desinteresse é a melhor resposta que podemos


dar aos que só veem nos fatos o produto de
habilidades, porque não há charlatanismo
desinteressado.

O exercício da mediunidade sem nenhum interesse


(dinheiro ou qualquer outra recompensa) é que livra
o médium da ação dos espíritos inferiores;
ESPÍRITAS EXALTADOS

Além dos exploradores interessados na fama e em


recursos materiais, também incluímos nesse rol de
charlatões e embusteiros aqueles que, por melhor
das intenções, simulam ou que validam falsos ou
duvidosos fenômenos mediúnicos ou paranormais
anímicos a fim de evidenciar os valores espirituais e
até os conceitos espíritas — como se a
espiritualidade ou o Espiritismo carecesse desses
artifícios.
Estes incorrem no erro clássico de supor que a
consistência da Doutrina Espírita esteja na
espetacularização dos fenômenos sobrenaturais e
que as manifestações físicas sejam as melhores
motivações para o convencimento e reforma íntima,
enquanto que essa consistência reside na essência
filosófica. Esses bem-intencionados, no entanto,
assemelham-se mais à classe dos espíritas
exaltados, na descrição Kardequiana.
FRAUDES ESPÍRITAS

Em todas as coisas, as pessoas mais fáceis de


serem enganadas são as que não pertencem ao
ofício. Um estudo preliminar e atento, não só das
causas dos fenômenos, mas também das condições
normais em que eles podem ser produzidos, as
inicia no assunto e lhes fornece assim os meios de
reconhecer a fraude se ela existir.
Referências Bibliográficas
01. KARDEC, Allan. Dos inconvenientes e perigos da mediunidade. ln:_. O Livro dos
Médiuns Trad. de Guillon Ribeiro. 61. ed. Rio [Janeiro]: FEB, 1995. Questão 221,
Item 2 pág. 264.
02. —. Item 5 pág. 265.
03. —. Item 6 pág. 265.
04. —. Cap. XVI – Dos médiuns especiais
05 —. Cap. XIX – O papel dos médiuns nas
comunicações espíritas. 06 — Cap. XX – Da
influência moral do médium.
07 — Cap. XXVII – Das contradições e das mistificações Cap. XXVIII, Do
charlatanismo e do embuste. – médiuns interesseiros – fraudes espíritas.
08. .Emmanuel, p. 68/69
09. Introdução ao estudo da Doutrina Espírita. In:_. O Livro dos Espíritos Trad. de
Guillon Ribeiro. 75. ed. Rio [ Janeiro]: FEB, 1994. Item XV, págs. 41-42.
10. DENIS, Léon. Práticas e perigos da mediunidade. In:_. No Invisível Trad. de Leopoldo
Cirne. 10. ed. Rio [ Janeiro]: FEB, 1983. Pág. 352.
11. —. Perigos do Espiritismo. ln:_. Depois da Morte Trad. de João Lourenço de Souza.
8. ed. Rio [ Janeiro]: FEB, 1994. Págs. 190-191.
12. FRANCO, Divaldo Pereira. A Loucura. ln:_. Grilhões Partidos Pelo Espírito de Manoel
Philomeno de Miranda. 5. ed. Salvador, BA: Alvorada, 1988. Pág. 34 e 35.

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