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FASE 2C
AULA 14
MANDATO MEDIÚNICO
CONTRADIÇÕES E
MISTIFICAÇÕES DOS ESPÍRITOS
O EXERCÍCIO IRREGULAR,
ABUSOS, PERIGOS E
INCONVENIENTES

DED –Diretoria de Estudos Doutrinários


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Objetivos

• Como identificar e prevenir-se das contradições e


mistificações relacionadas aos Espíritos e médiuns.
• Ressaltar a importância da postura do médium no processo
de comunicação mediúnica.
• Citar o que pode ser considerado como abuso, perigo e
inconveniente na prática mediúnica.
• Explicar porque a mediunidade não causa loucura.
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Contradições e Mistificações dos Espíritos
A Contradição se dá quando o mesmo espírito diz ora uma
coisa e ora, outra contrária. Espíritos pouco evoluídos com
freqüência se contradizem, porque :
• suas idéias nem sempre são corretas nem firmes;
• podem estar procurando enganar a quem os ouve e “
mais depressa se apanha um mentiroso que um coxo”.

Nas mensagens dos Bons Espíritos eventualmente poderão


ser notadas contradições, porque :
• o meio ambiente desfigurou a resposta dada;
• o meio de comunicação foi insuficiente;
• falta comparação das coisas espirituais em nosso mundo;

• o espírito dosou o conhecimento conforme os que o ouviam, evitando ferir certos preconceitos,
para poder continuar instruindo o grupo.

Para distinguir entre a contradição culposa ou por ignorância e a simples adaptação de


conhecimentos e forma de expressão, é preciso: estudo cuidadoso e longo das
comunicações, aprofundamento das idéias expostas pelos Espíritos.
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Mistificação – o que é?
• Mistificar: Abusar da credulidade de; enganar; iludir; burlar.
• É a comunicação da Entidade, com o objetivo de enganar ao médium ou ao grupo, tentando passar por
quem não é ou apresentando teorias ou sistemas falsos por verdadeiros.
• Consiste no engodo, na falsidade. Tanto pode ocorrer entre os homens como no intercâmbio mediúnico.

Há um escolho dentre o que chamamos de atividade mediúnica, que é a possibilidade do engodo,


da falsidade e do charlatanismo - a mistificação.

Charlatanismo mediúnico: visa enganar os incautos e crédulos, que, sem conhecerem o Espiritismo,
deixam-se levar por engodos engendrados por pessoas que, geralmente, objetivam se promover ou têm
- Estou vendo o seu
Mistificaçãointeressedo
financeiro.
futuro.Você vai ficar Médium
muito rico!!!!!!!!!!!!!! (...) Na mistificação, não é o espírito do médium que está produzindo o
fenômeno, mas o médium, como ser encarnado, que não está
sendo honesto.
A fraude resultaria, portanto, da ação do consciente do
médium. Diversidade dos Carismas – Hermínio Miranda
Motivos:
• Querer atrair sobre si as atenções dos outros.
• Falha de caráter, pois trata-se de uma burla para atender aos seus desejos
inferiores.
• Parecer ser mais médium do que é, realizando prodígios falsos. Assim que é
flagrado, toda a sua produção verdadeira é desacreditada.
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Mistificação – como identificar?


Identificar os Espíritos pela sua individualidade é questão desnecessária.
Porém identifica-los segundo suas qualidades é fundamental.

Para que se detecte as mistificações mediúnicas, basta observar a linguagem e o


comportamento do Espírito comunicante. A linguagem está sempre relacionada com o
grau evolutivo, e as ações se traduzem nos sentimentos e conselhos que são emitidos.

Recomenda-se o bom- senso e a lógica para diferenciar as comunicações sérias,


provenientes de bons Espíritos, das falsas, oriundas dos falsos sábios.

Cuidado com as comunicações que visem provocar a cobiça e a vaidade no médium. Verifique sempre se o
conteúdo da mensagem condiz com o objetivo do Espiritismo : o melhoramento moral da humanidade

Devemos observar as características dos Espíritos mistificadores e a nós mesmos para não sermos vítimas da
mentira.

Os Espíritos mistificadores:
• predizem o futuro facilmente, determinando acontecimentos e datas;
• fazem exagerados elogios ao médium, estimulando o orgulho e a vaidade, embora preguem a humildade;
• procuram exaltar a importância pessoal do médium e apresentam-se com nomes venerandos;
• tentam a cobiça do médium anunciando heranças e tesouros ocultos.
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Mistificação – qual é a finalidade?


Aprendamos com o ensinamento de Emmanuel, em o Consolador,
Questão 401:
“ A mistificação experimentada por um médium traz, sempre, uma finalidade
útil, que é a de afastá-lo do amor próprio, da preguiça no estudo de suas
necessidades próprias, da vaidade pessoal ou dos excessos de
confiança em si mesmo.”

“ Os fatos de mistificação não ocorrem à revelia dos seus mentores mais


elevados, que somente assim, o conduzem à vigilância precisa e às
realizações da humildade e da prudência no seu mundo subjetivo.”

Como previnir-se?
O médium deve evangelizar-se para livrar-se de vícios como o egoísmo, orgulho e a vaidade - portas
freqüentemente abertas aos Espíritos mistificadores , que desejam desviar-nos do caminho reto.
“Orai e vigiai” - aconselha-nos o CRISTO - esta máxima encerra toda a conduta do homem de bem,
daquele que se esforça em melhorar-se e receber do Alto os bons fluidos e conselhos.

Devemos retirar do Espiritismo apenas o que ele pode nos dar.


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Respostas dos Espíritos da Codificação


As mistificações constituem um dos escolhos mais desagradáveis do Espiritismo
prático. Haverá meio de nos preservarmos deles?

“(...) Certamente que há para isso um meio simples: o de não pedirdes ao Espiritismo senão o
que ele vos possa dar. Seu fim é o melhoramento moral da Humanidade; se vos não
afastardes desse objetivo, jamais sereis enganados (...)
“Os Espíritos vos vêm instruir e guiar no caminho do bem e não no das honras e das riquezas,
nem vêm para atender às vossas paixões mesquinhas. Se nunca lhes pedissem nada de fútil,
ou que esteja fora de suas atribuições, nenhum ascendente encontrariam jamais os
enganadores; donde deveis concluir que aquele que é mistificado só o é porque o merece.

Porém, há pessoas que nada perguntam e que são indignamente enganadas por
Espíritos que vêm espontaneamente, sem serem chamados.

“Elas nada perguntam, mas se comprazem em ouvir, o que dá no mesmo. Se acolhessem com
reserva e desconfiança tudo o que se afasta do objetivo essencial do Espiritismo, os Espíritos
levianos não as tomariam tão facilmente para joguete.”

Por que permite Deus que pessoas sinceras e que aceitam o Espiritismo de boa-fé sejam mistificadas?
Não poderia isto ter o inconveniente de lhes abalar a crença?

“Se isso lhes abalasse a crença, é que não tinham muito sólida a fé. Os que renunciassem ao Espiritismo, por um simples
desapontamento, provariam não o haverem compreendido e não lhe terem atentado na parte séria. Deus permite as
mistificações, para experimentar a perseverança dos verdadeiros adeptos e punir os que do Espiritismo fazem objeto de
divertimento.”
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O Problema das Mistificações


O problema das mistificações não deve impressionar os que se
entregam às tarefas mediúnicas, os quais devem trazer o Evangelho
de Jesus no coração. Estais muito longe ainda de solucionar as
incógnitas da ciência espírita, e se aos médiuns, às vezes, torna-se
preciso semelhante prova, muitas vezes os acontecimentos dessa
natureza são também provocados por muitos daqueles que se
socorrem das suas possibilidades.

Tende o coração sempre puro. É com a fé, com a


pureza de intenções, com o sentimento evangélico,
que se podem vencer as arremetidas dos que se
comprazem nas trevas persistentes. É preciso
esquecer os investigadores cheios do espírito de
mercantilismo! . . .

Permanecei na fé, na esperança e na caridade em Jesus-Cristo, jamais olvidando que só


pela exemplificação podereis vencer.
(Extraído do livro Emmanuel, p.68/69)
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Perigos e Inconvenientes
“(...) O exercício muito prolongado de qualquer faculdade
acarreta fadiga; a mediunidade está no mesmo caso (...).”
A prática prolongada sem disciplina pode caracterizar um abuso.
(LM - Questão 221, Item 2 pág. 264)

“Promover o desenvolvimento da mediunidade nas crianças ou


em pessoas com processo obsessivo é perigoso e
inconveniente.”
( L M – Questão 221- Item 6 pág. 265)

“(..) A mediunidade não produzirá a loucura, quando esta já não


exista em gérmen: porém, existindo este, o bom senso está a
dizer que se deve usar de cautelas, sob todos os pontos de
vista, porquanto qualquer abalo pode ser prejudicial.”
(LM Questão 221- Item 5 pág. 265)
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Desvios

Emmanuel - O Consolador – pg. 223


“ 402 — Seria justo
aceitar remuneração
no exercício da
mediunidade?

Quando um médium se “403 — É razoável que os médiuns cogitem da


resolva a transformar suas solução de assuntos materiais junto dos seus
faculdades em fonte de renda mentores no plano invisível?
material, será melhor esquecer Não se deve esquecer que o campo das atividades materiais é a
suas possibilidades psíquicas escola sagrada dos Espíritos incorporados no orbe terrestre. Se não é
e não se aventurar pelo possível aos amigos espirituais quebrarem a lei de liberdade própria de
terreno delicado dos estudos seus irmãos, não é lícito que o médium cogite da solução de problemas
espirituais. materiais junto dos Espíritos amigos.
A remuneração financeira, O mundo é o caminho no qual a alma deve provar a experiência,
no trato das questões testemunhar a fé, desenvolver as tendências superiores, conhecer o
profundas da alma, estabelece bem, aprender o melhor, enriquecer os dotes individuais.
um comércio criminoso, do
O médium que se arrisca a desviar suas faculdades psíquicas,
qual o médium deverá esperar
para o terreno da materialidade está em marcha para as manifestações
no futuro os resgates mais
grosseiras dos planos inferiores, onde poderá contrair os débitos mais
dolorosos. (...)”
penosos.”
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Desvios
"Não se deve jamais provocar ou encorajar o
desenvolvimento das faculdade mediúnicas de pessoas
fracas (ou de crianças). Deve-se afastar da prática
mediúnica, por todos os meios possíveis, as que
apresentem os menores sinais de excentricidade nas
idéias ou de enfraquecimento das faculdades mentais,
porque são evidentemente predispostas à loucura, que
qualquer motivo de superexcitação pode desenvolver“
(Allan Kardec - O Livro dos Médiuns", Capítulo XIIIV, item
222)

"Jamais dissimulamos os escolhos (obstáculos) encontradiços na mediunidade, razão por que multiplicamos, em
"O Livro dos Médiuns ", as instruções a tal respeito e não temos cessado de recomendar o seu estudo
prévio, antes de se entregarem à prática. às próprias custas. (...) sem experiência a mediunidade tem
inconvenientes, dos quais o menor seria ser mistificado pelos Espíritos enganadores e levianos.

“Fazer Espiritismo experimental sem estudo é fazer manipulações químicas


sem saber química"
Allan Kardec na "Revista Espírita", janeiro de 1863).
Postura do
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Médium As faculdades mediúnicas estão ligadas a uma disposição orgânica.


O mesmo já não se dá quanto ao seu uso, que depende da condição
moral do médium. Se tudo depende da moral, todos nós
necessitamos tê-la como farol orientador da nossa caminhada.

Não se deve conceber a atividade mediúnica sem a Disciplina.


O domínio das nossas más inclinações é uma tarefa que precisa ser
realizada. Conhecer a si mesmo e trabalhar para dominar as próprias
imperfeições é o caminho para uma prática mediúnica sadia e o
próprio progresso espiritual.

"Antes de nos dirigirmos aos Espíritos, convém, pois, encouraçarmo-


nos contra o assalto dos maus, assim como se marchássemos em
terreno onde tememos picadas de cobras. Isto se consegue,
inicialmente, pelo estudo prévio, que indica a rota e as precauções a
tomar; e a seguir, a prece.
Mas é necessário bem nos compenetrarmos da verdade que o único preservativo está em nós, na própria
força, e nunca nas coisas exteriores; que nem há talismãs, nem amuletos, nem palavras sacramentais, nem
fórmulas sagradas ou profanas que tenham a menor eficácia se não tivermos em nós mesmos as
qualidades necessárias. Assim, essas qualidades é que devem ser adquiridas"

(Allan Kardec na "Revista Espírita", janeiro de 1863).


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Referências Bibliográficas
01. KARDEC, Allan. Dos inconvenientes e perigos da mediunidade. ln:_. O Livro dos Médiuns Trad. de
Guillon Ribeiro. 61. ed. Rio [ Janeiro]: FEB, 1995. Questão 221, Item 2 pág. 264.
02. —. Item 5 pág. 265.
03. —. Item 6 pág. 265.
04. —. Cap. XVI – Dos médiuns especiais
05 —. Cap. XIX – O papel dos médiuns nas comunicações espíritas.
06 — Cap. XX – Da influência moral do médium.
07 — Cap. XXVII – Das contradições e das mistificações Cap. XXVIII, Do charlatanismo e do embuste. –
médiuns interesseiros – fraudes espíritas.
08. .Emmanuel, p. 68/69
09. Introdução ao estudo da Doutrina Espírita. In:_. O Livro dos Espíritos Trad. de Guillon Ribeiro. 75. ed.
Rio [ Janeiro]: FEB, 1994. Item XV, págs. 41-42.
10. DENIS, Léon. Práticas e perigos da mediunidade. In:_. No Invisível Trad. de Leopoldo Cirne. 10. ed. Rio [
Janeiro]: FEB, 1983. Pág. 352.
11. —. Perigos do Espiritismo. ln:_. Depois da Morte Trad. de João Lourenço de Souza.
8. ed. Rio [ Janeiro]: FEB, 1994. Págs. 190-191.
12. FRANCO, Divaldo Pereira. A Loucura. ln:_. Grilhões Partidos Pelo Espírito de Manoel Philomeno de
Miranda. 5. ed. Salvador, BA: Alvorada, 1988. Pág. 34 e 35.

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