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AULA PRÁTICA 13 – COEM II – ano 1

MEIOS DE IDENTIFICAÇÃO DOS ESPÍRITOS


Gustavo Leopoldo Rodrigues Daré 2006

OBJETIVOS

1) Explicar os meios de identificação dos Espíritos comunicantes.


2) Descrever as limitações da vidência como forma de identificar os Espíritos.
3) Relacionar o trabalho de identificação da linguagem dos Espíritos e a pesquisa científica social.
4) Classificar as comunicações conforme a proposta de Allan Kardec.
5) Descrever a classificação dos Espíritos proposta por Allan Kardec.
6) Analisar a influência do médium na comunicação e possível dificuldade de identificar a
personalidade do Espírito comunicante.

SELEÇÕES DE CONTEÚDOS

Livro: Curso Dinâmico de Espíritismo: O grande desconhecido.


Herculano Pires afirma: "maior caso de mistificação é a obra Os Quatro Evangelhos, de Jean
Baptiste Roustaing. A obra A Vida de Jesus Ditada por Ele Mesmo é outro caso típico de
mistificação. No Corão, de Maomé, a mistificação é transparente. (cap. XVIII – O problema
das misitificações, páginas 1134-136)

LIVRO DOS MÉDIUNS

* Cap. X (2 parte): Natureza das Manifestações

1) Comunicações Grosseiras: Caráter dos Espíritos: triviais, ignóbeis, obscena,


insolentes, arrogantes, malévolas e ímpias. Linguagem: expressões que ferem o
decoro.
2) Comunicações Frívolas: Caráter dos Espíritos: levianos, zombeteiros ou maliciosos,
mais astuciosos do que maus. Linguagem: conversas fúteis, em que muito se fala e
nada se diz, brincadeiras banais com duras verdades, a verdade é o que menos os
preocupa, malicioso prazer em mistificar.
3) Comunicações Sérias: assuntos graves e de maneira ponderada, finalidade útil.
Podem enganar de boa fé, nem sempre isenta de erros. (cuidado com comunicações
falsamente sérias, de Espíritos levianos).
4) Comunicações Instrutivas: comunicações sérias com finalidade principal de
ensinamento. Profundidade depende do grau de elevação e de desmaterialização do
Espírito. Somente com a regularidade e a freqüência dessas comunicações podemos
apreciar o valor moral e intelectual dos Espíritos.

* Cap. XXIV (2 parte): Identidade dos Espíritos.

A questão da identidade dos Espíritos é uma das mais controvertidas, e depois da


obsessão, uma das maiores dificuldades da prática espírita.
Personagens antigos: mais difícil.
Personagens contemporâneos: mais fácil, cujos hábitos e caráter são conhecidos.

1) O problema do nome: Espíritos elevados podem substitui-se mutuamente, usar o


nome como simples indício do lugar que os Espírito ocupa na Escala Espírita, cuja
natureza mais se identifique com a deles. A maioria dos Espíritos elevados não deve
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ter nomes para nós. (Diferente nas comunicações íntimas. Diferente para Espíritos
inferiores)
2) O problema da vidência: Espíritos levianos podem enganar com uma falsa
aparência, depende das qualidades do próprio Espírito do médium. (No cap. XIV, item
167: médiuns videntes em estado normal, outros só a possuem em estado
sonambúlico ou próximo ao sonambulismo. Distinguir as aparições acidentais e
espontÂneas da faculdade propriamente dita de ver os Espíritos. Há os que vêem
somente os Espíritos evocados e os que possuem a faculdade em sentido mais geral,
vendo toda a população espírita do ambiente.)
3) O problema das sensações: Há médiuns de maior ou menor impressionabilidade.
Se o Espírito do médium simpatizar com o Espírito mau, não será afetado por este.
(Cap. XIV, item 164: Médiuns sensitivos ou impressionáveis são pessoas capazes de
sentir a presença dos Espíritos por uma vaga impressão. Todos os médiuns são
necessariamente impressionáveis. Esta faculdade se desenvolve como hábito e pode
distinguir a natureza boa ou má do Espírito e também sua individualidade.) (durante a
apresentação, em debate com o Marcelo veio a questão de diferenciar das sensações
do transe mediúnico [se repetem sempre iguais e são mais físicas do que
emotivas/pensamento] das sensações dos Espíritos [vem aos poucos e englobam
pensamento e emoção])
4) O problema do confrontamento: revelação do próprio caráter através da
linguagem, emprego de expressões familiares, referência a alguns fatos significativos
e de particularidades de sua vida. Conveniente esperá-las ao invés de as provocar.
Fazer o Espírito afirmar em nome de Deus todo poderoso (curioso! Seria o Espírito ou
o médium que se amedronta? Seria cultural e hoje não serviria mais para amedrontar
o mistificador?)
5) O problema da caligrafia e assinatura: limitações dos médiuns, falsário no mundo
dos Espíritos.
6) A melhor Prova: linguagem e circunstâncias imprevistas (ex. do tenente do item
70), aspectos formais da linguagem podem ser imitados, mas não o pensamento.
(seria bom o espírita aprender as técnicas das ciências sociais de análise de conteúdo
e de análise do discurso?)

CRÍTICA RIGOROSA DA COMUNICAÇÃO

Rigoroso exame como se faz ao julgar uma obra literária: lógica e bom senso.
Somente os maus se melindram e procuram dissuadir-nos.
Não existe comunicação má que resista a uma crítica rigorosa.

Orientações para reconhecer a qualidade dos Espíritos:


1) Critério: bom senso.
2) Julgar pela sua linguagem e ações (sentimentos e conselhos).
3) Tudo que é mau não pode provir de Espírito bom.
4) Linguagem digna, simplicidade e modéstia (trivialidade = inferiores)
5) Não se prender ao aspecto formal, mas sim lhes sondar o íntimo: lógica, razão e
prudência do caráter superior.
6) Espíritos superiores não são contraditórios.
7) Espíritos bons dizem o que sabem, calando-se ou confessando a sua ignorância sobre
o que não sabem.
8) Predizem o futuro apenas quando for útil e jamais precisam as datas (levianos
predizem com precisão).
9) Espíritos bons não querem impor-se, aconselham (maus são autoritários).
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10) Espíritos bons aprovam o bem de maneira prudente (maus exageram nos elogios,
excitam o orgulho e a vaidade) (comentário de Herculano Pires: "a vaidade anula a
inteligência e a instrução).
11) Espíritos superiores acima das puerilidades formais (inferiores fazem prescrições
meticulosas).
12) Uso de nomes bizarros, ridículos e facilidade em usar nomes venerados.
13) Fim sério e útil.
14) Abrandar os erros e pregam a indulgência (os maus exageram e sopram a discórdia
com insinuações).
15) Ensinam o bem (os maus dão maus conselhos, excitam a desconfiança e a
animosidade).
16) Conselhos racionais (os maus usam do sofisma, sarcasmos,injúrias e provas materiais
do seu poder).
17) Influência da matéria: preconceitos, predileções e manias.
18) PARA JULGAR OS ESPÍRITO: NECESSÁRIO SABER JULGAR-SE A SI
MESMO (conselho de Herculano Pires: com humildade recorrer ao juízo dos outros).
19) Ação que exercem sobre o médium: ação violenta causada pelos Espíritos maus (Há
médiuns de maior ou menor impressionabilidade e a agitação não pode ser regra
absoluta. Não confundir a rapidez da escrita, produzida pela extrema flexibilidade de
certos médiuns, com a agitação convulsiva. O Espírito do médium simpatizar com o
Espírito mau, não será afetado por este).

Algumas anotações finais:


O conhecimento científico não demonstra elevação.
Espírito protetor de ordem superior pode tutelar centenas de encarnados.
Os Centros Sérios e para um ensino de ordem geral são protegidos dos Espíritos levianos.
Os Espíritos superiores podem impedir os maus de tomarem nomes falsos. Quanto piores
são os Espíritos, mais teimosos são e resistem às injunções.
Mesmo o que há de pior traz um ensinamento.
O homem tem sempre algumas esquisitices que atraem os Espíritos zombeteiros.
Médium vidente: Espíritos levianos podem enganar com uma falsa aparência, depende das
qualidades do próprio Espírito do médium.
Eficaz para expulsar Espíritos mentirosos: bom pensamento dirigido a Deus.

* Cap. XIX (2 parte): Papel do Médium nas Comunicações.

(Como delimitar e descriminar a ação do médium e a ação do Espírito no estilo, forma e


conteúdo da comunicação?)
Item 225: Com um médium cuja inteligência atual ou anterior esteja desenvolvida, nossos
pensamentos se comunicam instantaneamente, de Espírito para Espírito. Nesse caso
encontramos no cérebro do médium os elementos apropriados à roupagem de palavras, os
ditados por eles recebidos trazem sempre o cunho pessoal do médium, quanto à forma e ao
estilo. Como quando olhamos diversos lugares através de binóculos coloridos.

(cap. XV, item 180: o papel do médium mecânico é o de uma máquina, o médium intuitivo
age como um intérprete. No médium intuitivo, a comunicação do pensamento do Espírito
pode dar-se por meio do Espírito do médium,ou melhor, da sua alma. A alma do médium
dirige a mão e esta o lápis.)

(cap.XVI, item 192: classificação dos médiuns escreventes é longa e tem identificação dos
médiuns flexíveis, exclusivos (muito próximo da obsessão), de ditados espontâneos,
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poéticos, literários, incorretos, positivos, etc. o que demonstra a interferência do médium no
estilo e no conteúdo).

LIVRO DOS ESPÍRITOS


Livro 2, capítulo 1, item 100: Escala Espírita:
1) Terceira Ordem: Espíritos Imperfeitos (Impuros, Levianos, Pseudo-sábios, Neutros,
Batedores e Perturbadores)
2) Segunda Ordem: Bons Espíritos (Benévolos, Sábios, Prudentes, Superiores)
3) Primeira Ordem: Espíritos Puros.

ROTEIRO REALIZADO:

Realizado a técnica de exposição dialogada, tempestade cerebral, com anotações na lousa.


1) Pergunta aberta: qual a importância de identificar o Espírito comunicante? Como
podemos identificar os Espíritos comunicantes? (estimulando a tempestade cerebral
de idéias) (estimulei pouco a participação, como o grupo era pequeno poderia ter
estimulado a todos darem, pelo menos, uma sugestão)
2) Utilizando os pontos levantados pelos participantes enumerar e discutir os tópicos
Problemas (durante a exposição foi levantado o problema das características dos
médiuns e por isso o tópico Papel do Médium na Comunicação foi antecipado como
Problemas da Influência do Médium) Os participantes não enumeraram a caligrafia ou
assinatura como item de identificação.
3) Enumerando as características dos Espíritos bons.
4) Apresentado os comentários de Herculano Pires sobre obras que ele considera
mistificações (pensei em iniciar com o texto do Herculano Pires e perguntar como ele
pode formular esta opinião. Porém ficou no final como exemplo de avaliação crítica e
sobre a problemática de saber julgar).
5) Finalizado com o ponto de reflexão central: a capacidade de julgar exige SABER
JULGAR-SE A SI MESMO (foi legal pois finalizou com uma reflexão sobre a
responsabilidade de analisar e a necessidade de humildade).
6) Convite para todos lerem em casa a classificação dos Espíritos feito por Kardec no
Livro dos Espíritos: Escala Espírita (a idéia inicial era apresentar um resumo da
classificação, relembrando conteúdo já mencionado em aula anterior, porém faltou
tempo.)

OBS: Ficou faltando a classificação de Kardec sobre os Tipos de Comunicações (a idéia inicial
era apresentar este tópico após discutir o tópico Problemas da Identificação e antes de
apresentar o tópico Características dos Espíritos bons/superiores).

OBS: a exposição teórica durou 70 minutos, o que é muito longo, considerando a prática em
seguida, porém grupos de estudos descem as escadas com 50 e 70 minutos após o início do
nosso estudo, o que prejudicaria o período de prática. O tema é de fundamental reflexão e o
debate ajuda no aprendizado, apesar de eu achar que uma exposição não dialogada curta
seguida de prática seria melhor para a concentração para a prática.

OBS: Fui comentando e anotando na lousa. A lousa ficou confusa, sem separação dos temas,
apesar de usar canetas de cores diferentes, o que dificultou o acompanhamento por parte de
alguns participantes. Alguns se interessam em fazer anotações e por escrever com pressa,
acabei escrevendo com letra ruim e "engolindo" sílabas.

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