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Animismo, Mistificação E Falsa Mediunidade Na Umbanda.


“O animismo é a cosmo visão em que entidades não humanas possuem uma
essência espiritual. O
animismo é usado na
antropologia da religião
como um termo para o
sistema de crenças de
alguns povos tribais
indígenas, especialmente
antes do desenvolvimento
de religiões organizadas”.

Substantivo masculino
FILOSOFIA:
“Cada uma das doutrinas que afirmam a existência da alma humana,
considerada como princípio e sustentação de todas as atividades orgânicas,
especificamente das percepções, sentimentos e pensamentos”.
ANTROPOLOGIA:
“Primeiro estágio da evolução religiosa da humanidade, no qual o homem
primitivo crê que todas as formas identificáveis da natureza possuem uma alma e
agem intencionalmente”.
O QUE É ANIMISMO?
Animismo é o "sistema fisiológico que considera a alma como a causa primária
de todos os fatos intelectivos e vitais".
O fenômeno anímico, portanto, na esfera de atividades espíritas, significa a
intervenção da própria personalidade do médium nas comunicações dos espíritos
desencarnados, quando ele impõe nelas algo de si mesmo à conta de mensagens
transmitidas do Além-Túmulo.
Assim, quando os aficionados do Espiritismo afirmam que determinada
comunicação mediúnica foi "puro-animismo" querem explicar que a alma do médium
ali interveio com exclusividade, tendo ele manifestado apenas os seus próprios
conhecimentos e conceitos pessoais, embora depois os rotulasse com o nome de
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algum espírito desencarnado.


Essa interferência anímica inconsciente, por vezes, é tão sutil, que o médium é incapaz
de perceber quando o seu pensamento intervém ou quando é o espírito comunicante
que transmite suas idéias pelo contato Peri spiritual.
Outras vezes é intencionalmente praticado, o que deixa de ser animismo para
tornar-se mistificação, fruto do mau caráter do ser humano.
- *Ramatís do livro MEDIUNISMO*.
Mistificar e seus significados.
1. O verbo mistificar significa “abusar da credulidade de; enganar,
iludir, burlar, lograr, embair, embaçar”.
Quem quer que se dedique à prática da mediunidade deve estar atento a essa
ocorrência.
A mistificação pode ser provocada pelo encarnado e também pelos
desencarnados. Em ambos os casos, é preciso cautela para não se deixar ludibriar,
porque nos acostumamos com a situação e uma vez iludido a ilusão fará parte do
nosso caminho.
2. As mistificações constituem segundo Kardec, os escolhos mais
desagradáveis do Espiritismo prático. É simples, porém, o meio de evitá-las:
basta não pedir aos Espíritos senão o que ele possa dar.
Ora, sabendo que a finalidade maior do Espiritismo é o melhoramento
moral da Humanidade, dificilmente seremos enganados se não nos afastarmos
desse objetivo, visto que não existem duas maneiras diferentes de se compreender
a verdadeira moral.
3. Dessa forma, cientes de que os Espíritos superiores procuram
sempre nos instruir e nos guiar no caminho do bem, saberemos rejeitar
qualquer instrução que objetive apenas proporcionar-nos vantagens materiais
ou favorecer nossas paixões mesquinhas, visto que instrução desse quilate não
pode provir dos Benfeitores Espirituais comprometidos com a causa do bem e
do progresso.
4. Os Espíritos levianos, no entanto, gostam de se meter em nossa
vida e causar pequenos desgostos e induzir-nos maldosamente em erro, por
meio de intrigas, mistificações e espertezas.
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A astúcia dos Espíritos mistificadores ultrapassa às vezes tudo o que se possa


imaginar. A arte com que dispõem as suas baterias e combinam os meios de persuadir
seria algo bastante curioso se nunca passassem dos simples gracejos; contudo, as
mistificações podem ter consequências bem desagradáveis e prejudicar muita gente.
Enfim chegamos a conclusão que no animismo quem opera o fenômeno é o
próprio médium
5. Entre os meios que tais Espíritos empregam podem ser colocados
na primeira linha, como sendo os mais frequentes, os que têm por fim testar a
cobiça, como a revelação de supostos tesouros, o anúncio de heranças
inesperadas ou outras fontes de riqueza.
Devem ser consideradas
igualmente suspeitas as predições com
época determinada e todas as indicações
precisas relativas a interesses materiais.
6. É preciso que não se dêem
os passos prescritos ou aconselhados
pelos Espíritos quando o fim não seja
eminentemente racional.
Importante também não se deixar
deslumbrar pelos nomes que certos guias
ou espíritos tomam para dar aparência de
veracidade às suas palavras.
Cumpre, por fim, desconfiar de
teorias e sistemas ousados e de tudo o
que se afastar do objetivo moral das manifestações.
Estes são, em tese, os meios de se evitar a mistificação na prática espírita.
Depois de todas as explicações acima gostaria de explanar sobre o trabalho de
nossos queridos trabalhadores espirituais guias e mentores.
Reparem meus irmãos que as entidades em raras situações prometem ajudar alguém,
e quando dão a certeza que estarão no auxilio, não prometem que o resultado será
favorável e sim que irão buscar uma conciliação satisfatória para o caso, porque a pior
coisa que existe é prometer e não poder cumprir em outros casos os guias evitam que
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se firme uma afinidade muito grande com os consulentes, porque esta afinidade gera
dependência e ter pessoas dependentes não faz parte dos objetivos traçados pela
umbanda e seus mantenedores e trabalhadores. Pelo menos assim deveria ser.
Creio que em sua maioria assim o é.
Vejam, os guias dentro de sua sabedoria infinita tem plena consciência de seus
limites, por tanto, é inadmissível que entidades espirituais sérias acabem por tornar-se
“adivinhos” ou ainda melhores amigos, desses de bar, a quem se contam coisas triviais
e eles opinam.
Na grande verdade, alguns consulentes tratam as entidades como um “colega”
ou como alguém que deva satisfações ou explicações, isto gera dependência
acreditem, as pessoas que a isto se sujeitam esquecem-se que o livre arbítrio é
individual e pior ainda médiuns e entidades que agem para que este vinculo seja
mantido ou aumentado, se sujeitam a serem marionetes ou joguetes nas mãos de
pessoas preguiçosas e no futuro
quando algo der errado será
acusado de desalmado,
hipócrita, e mal preparado,
porque para pessoas assim,
somente o que lhe interessa e
simplesmente ela, ou seja,
todos devem cuidar dela e nada
mais importa esta dependência
existe cabe ao médium e ao
guia alimentá-la ou não.
Isso não esta certo
sinceramente esta errado e os cambones devem policiar tais fatos, orientando os
consulentes em como dirigir-se a entidade.
Os guias estão pra umbanda, como a umbanda esta pros consulentes, de
maneira a colaborar para a elevação do assistido.
Portanto não adianta perguntar se vai morrer em uma semana ou se sua
mulher esta te traindo.
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Um guia sério respondera isso de forma com que você tire o proveito para sua
evolução. Olhando os seus erros, e aprendendo com eles.
E isso independe se esta ou não sendo traído, ou se morrera em uma semana
ou vivera mais cem anos, guia não é oráculo não é bola de cristal.
Caso tenha como ser impedido o fato de você morrer em uma semana ou ser
traído, aí sim será avisado, mas tem certas coisas que estão escritas e te informar
sobre isso antes so traria mais sofrimento. Chamamos isto de “maktub,” (Maktub é
uma palavra em árabe que significa “ "já estava escrito" ou "tinha que acontecer".)
A dosagem de nosso sofrimento é homeopática, ditada por nosso Pai maior,
pois, ele sabe o quanto temos que aprender e como.
As entidades não têm essa condição.
Qualquer entidade que brinca de ser Deus, sofre animismo de seu aparelho e é
contra isso que lutamos.
E mais, quando aos guias que prometem ajudar, ou “chutam” o que vai
acontecer na semana que vem.
Estes colocam seu aparelho em risco.
Ou no caso o animismo do aparelho ao influenciar na entidade, coloca o próprio
aparelho em risco.
Isso me lembra uma frase:
– Umbanda é coisa séria pra gente séria! (caboclo Mirim). Tantas vezes já
pronunciei esta frase que a maioria dos senhores e senhoras já a tem como lema de
aprendizado acredito eu.
Veja, quando um consulente chega desesperado ao terreiro, ele descarrega tudo o que
tem de negativo no médium, no caboclo ou preto velho que o atende, o correto é o
guia incorporado por sua vez, defender seu filho, formando um escudo protetor para
que aquele negativismo não venha a fazer parte da energia de seu aparelho, ou seja,
que o médium não fique com o carrego negativo da referida pessoa, so que se tiver
animismo serão duas pessoas enganadas, o consulente e o médium se enganando. (e
entre-nos, pegando toda a zica do consulente).
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Perguntem-se meus irmãos, quando o consulente esta em casa se e ele reflete


sobra às palavras do preto velho ou do caboclo, ele com certeza se lembra do aparelho
do preto velho, pois é o que
seus olhos puderam ver, a
sua fixação mental recairá
sobre o médium e ele
interligara o resultado ao
médium e não ao guia,
poucos são os que se
socorrem dos guias que
lembram que fora atendido
por um preto velho ou caboclo tenha certeza disso..
Sendo assim a energia do aparelho esta relacionada à do preto velho nesse
momento gerando uma cobrança para o médium.
Caso seja uma situação de animismo e a pessoa começa a praguejar contra o
atendimento recebido automaticamente se formara um cordão que unira o médium,
atendido e não terá a força maior e divina que é o guia, pois o animismo bloqueou a
comunicação ou atendimento.
E aí nessa hora que os
médiuns começam a reclamar
que sua vida “anda pra trás”
também pudera, ansiando ser
um bom médium, sai
prometendo tudo através dos
guias, e isso como esclareci gera
uma cobrança pro próprio
médium já que ele é quem é
visto.
E isso atrasa a vida mesmo. Imaginem, cinco pessoas pensando em você
dizendo:
-O cara lá falou, prometeu, garantiu e não deu certo, mentiroso!!!
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Ou:
-Ele errou, disse que não seria demitido e fui… aquele centro não presta e aquele cara
é “marmoteiro.”
Se você esta duvidando meu irmão, lembre-se daquela vez que você no final da gira,
um consulente da assistência chegou falando sobre a consulta que acabara de ter com
sua entidade…
Sim, ele acha que você sabe da vida dele inteira e que tem a mesma força que o
Guia.
Eu tenho certeza que isso já aconteceu com você, e se ocorreu, prova a veracidade de
meu texto acima, portanto o desenvolvimento mediúnico é necessário, e o animismo é
totalmente fora do que queremos para o trabalho.
Queremos entidades sérias e bem “montadas” em seus médiuns, e para isso,
nos médiuns, devemos nos preparar para sermos capacitados.
Como saber diferenciar mediunidade de animismo?
A canalização de mensagens é um processo muito delicado, mas o médium que
possui uma conduta moral elevada se esforça e se educa ao máximo para não colocar
sua opinião ao captar as mensagens de seus guias ou mentores.
Um bom
médium torna-se um
canal de forças,
energias,
informações,
orientações, idéias de
outros seres de luz, e
consegue transformar
todas essas vibrações
em uma mensagem fidedigna da sua fonte, sempre explico a todos que devemos
deixar as entidades trabalhar e que muitas vezes chego em casa após os trabalhos com
a sensação que poderia ter sido feito mais, lembram-se?
Pois este algo a mais seria justamente o meu animismo individual, porque o
guia vendo a situação pelo lado espiritual, ministrou o tratamento de acordo com a
necessidade da pessoa.
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Eu pelo lado material sem compreender os dramas envolvidos, como passados,


dívidas, carmas, queria que o atendimento fosse mais vibrante, mais potente, mais,
mais, enfim queria que a solução acontecesse ali e agora, mas não é bem assim, pois
estaremos somente vendo um lado da estória, e sabemos todos que todos que contam
um conto aumentam um ponto, e sempre seremos as vitimas, porque nunca erramos e
todas as atitudes que tomamos são corretas, acho que muitos já escutaram ou se
esconderam atrás desta verdade pessoal.
Mediunidade trabalhada e consciente dos seus deveres:
Nada que pertença ao médium deve exercer alguma interferência ou fazer
interpretações pessoais na captação e na transmissão das mensagens das entidades,
pois o médium torna-se apenas um instrumento por onde os seres de luz podem se
manifestar.
Nosso objetivo como médium e servir de instrumento de ligação entre o guia e
o assistido, não importando o seu passado e muito menos somos oráculos para
projetar seu futuro, a função da comunicação é preparar a pessoa para enfrentar seus
medos e receios, ter força para sair da inércia de pensamentos e buscar uma melhor
condição seja ela material ou espiritual, foi isto que aprendi quando comecei a
trabalhar no espiritismo e umbanda.
Portanto, entenda que no processo mediúnico, a mensagem não representa o
que um médium pensa, deseja ou acredita e sim na real necessidade da pessoa e isto
esta a cargo dos guias no caso da umbanda.
Já no processo anímico, a opinião do médium permeia a captação da
mensagem, e ele capta coisas “do ar”, intui… De forma muito sucinta, o animismo
depende das habilidades energéticas e do conhecimento de um médium, mas não da
sua mediunidade.
Animismo é uma palavra derivada de anima – do latim, “alma”. Isso nos leva a
entender que esse é um processo conduzido pela alma e pelas experiências anteriores
que o médium carrega consigo.
No entanto, só somos médiuns porque somos almas.
A mediunidade é uma capacidade inerente à alma humana.
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Por esse motivo, a relação entre mediunidade e animismo requer muita


atenção do médium para
que ele não se confunda.
Perguntas
eficientes para descobrir
se o processo é mediúnico
ou anímico
Caso você já
trabalhe e desenvolva sua
mediunidade todos os
dias, faça para si mesmo estas duas perguntas, pois podem te ajudar a discernir um
processo anímico de um mediúnico:
 “As mensagens que recebo são endereçadas do meu íntimo para
mim mesmo, ou eu as sinto como se viessem de alguém como um conselho?”.
 Se você consegue sentir que a mensagem vem outra pessoa, e
até ouve uma voz diferente da sua, é um processo mediúnico.
 Se você “ouve” a própria voz, sente que vem de você, é anímico.
 “Quando recebo mensagens, eu apenas ouço e a reproduzo
como ouvi, ou coloco minha interpretação e minhas palavras ao transmiti-las?”.
 Se você apenas ouve e repete, é mediúnico.
 Se coloca suas próprias palavras, é anímico.
Simplificando tudo o que falamos até agora, mediunidade e animismo podem
ser concebidos assim:
Mediunidade
Capacidade de intermediar, ser instrumento do plano espiritual, ser imparcial e
não interferir na mensagem.
Animismo
Capacidade de ter idéias próprias, captar idéias que vêm da própria alma (o
médium capta suas próprias idéias e expressa sua opinião).
É bem difícil um processo ser puramente mediúnico, porque o controle psíquico
requer muita prática e atenção, mas existe uma espécie “desvio padrão” aceitável da
interferência anímica quando canalizamos os fenômenos.
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A interferência anímica diminui e a percepção mais sutil do médium aumenta


com o empenho e o desenvolvimento prático da mediunidade, ou seja, quanto mais
nos esforçamos e nos
dedicamos na pratica
espiritual, menos
anímico somos, pois o
nosso eu, ou sejas aquela
voz interior não irá
interferir tanto em uma
consulta ou conselho,
porque entenderemos
que tudo tem uma razão
de ser, e todos tem o seu remédio de acordo com a doença e a dor e os guias sabem
disso muito bem acreditem.
E nesse caminhar evolutivo, os questionamentos e a racionalização da fé e da
prática são muito saudáveis e úteis para encontrarmos sentido para o que estamos
fazendo. Assim conseguimos acompanhar as experiências que vivenciamos e seguir
adiante no processo, aprendendo a distinguir cada fenômeno.
Falsa Mediunidade
Falsa mediunidade é quando ocorre uma mistificação, ou seja, uma ação
mentirosa consciente, onde alguém simula um fenômeno mediúnico e, na realidade,
não é.
É algo deliberado, pensado, criado para enganar.
A identificação de uma mistificação mediúnica passa, primeiramente, pelo
conhecimento dos conceitos acima do que é e do que não é mediunidade, embora
sejam fenômenos autênticos do psiquismo.
Eliminadas estas hipóteses, parte-se, então, para se testar a contradição do
impostor.
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Há, porém, a necessidade de se distinguir entre o médium mistificador do


médium mistificado.
O médium
mistificador é aquele que age
conscientemente para
enganar, enquanto que o
médium mistificado é
quando o espírito que o
médium recebe promove a
trapaça.
No médium mistificador não existe espírito algum, no médium mistificado, há
espírito no médium, mas é ele que gera o equívoco.
A falsa mediunidade pode ocorrer por dois mecanismos:
Animismo - No qual a médium pensa que está incorporado com uma entidade, mas na
realidade está vazio: ele está apenas sugestionando.
Isso acontece com médium mal preparado, com aqueles que não cumprem as
suas obrigações de desenvolvimento: não se concentram, não imaginam, não renovam
as suas imantações, não se preparam.
Para evitar o animismo, basta cumprir todos os passos da preparação correta.
Mistificação - Existe, mas, felizmente, é uma minoria dos casos.
Ela pode se apresentar de forma direta ou indireta:
 A Mistificação Direta ocorre quando o médium, com má fé e
propositalmente, mistifica, finge, engana propositadamente; esta é uma das
condições mais baixas de um médium, e é inadmissível.
 A Mistificação Indireta ocorre quando é o espírito que mistifica,
embora o médium esteja agindo corretamente.
 Pode acontecer, por exemplo, que um espírito de pouca vibração
se apresente como uma alta entidade do astral e comece a dar conselhos
errados.
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 O espírito mistificador pode ser identificado porque o trabalho


mediúnico ocorre de forma diferente da habitual; para evitá-lo o médium deve
ser bem preparado, de modo a poder identificar os sintomas de aproximação
das várias entidades, por isto que o tempo de desenvolvimento é longo, e
temos que entender que é bem melhor demorar a passar de grau ou função, do
que colocar a perder tudo o que fizemos através da pressa ou mal preparo.
Toda e qualquer expressão de mediunidade exige disciplina educação,
correspondente conduta moral e social do seu portador, a fim de facultar-lhe a
sintonia com os guias e espíritos superiores.
O médium irresponsável, não é
apenas aquele que, ignorando os
recursos de que se encontra
investido, gera embaraços e
perturbações, tombando nas
malhas da própria fraqueza, mas
também, aqueles outros que,
esclarecidos da gravidade do
compromisso, se permitem
deslizes morais, vontades típicas
do caráter doentio, terminando
vitimados pelas obsessões cruéis e
ganhar dinheiro em casa.
Pessoal essas explicações são extremamente válidas, mas vamos analisar
algumas questões, no que andam acontecendo em alguns terreiros de Umbanda.
““Hoje em dia estamos vendo um quadro que está sendo muito comum em
alguns lugares, acredito que muitos já ouviram a seguinte expressão”: “fulano, está
muito anímico”, na Umbanda esse termo está querendo dizer:” fulano, está colocando
o carro na frente dos bois”, vulgo passando a frente da entidade.
É muito comum ver essas falhas em casas onde há muito número de médiuns e
onde a administração da casa, não esteja dando conta do recado, vejam bem já é
complicado acompanhar um número pequeno de médiuns agora imaginem
acompanhar 50, 60, 100 médiuns ou mais, para isso é necessário colocar uma equipe
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primorosa que cada agrupamento se responsabilize por um número X de médiuns,


sempre é claro sob a outorga dos guias chefes do terreiro, mas sabemos que não é bem
assim que funciona.
No dia a dia dos
terreiros, cansamos de
ver médiuns
inexperientes,
simplesmente jogados
pelo terreiro, como se
fossem invisíveis, eu tive
a oportunidade de ver
uma cena muito triste
numa festa de Iemanjá
onde pude ver médiuns
rodando sem parar ao ponto de cair, mas triste for ver supostos guias simplesmente
afastando e deixando esses médiuns caírem de cara no chão, ou pior, ver outros
irmãos de santo rindo da situação ou simplesmente com cara de desdém e descaso,
como se rodar alguém faria ou fará alguma entidade vir em terra realmente absurda, e
mais ainda demonstra falta de conhecimento da própria espiritualidade que se cultua
dentro de um terreiro.
O ato de girar veja bem, não é o de fazer o médium se tornar um pião vivo, isso
foge completamente da funcionalidade desse procedimento, acredito que
mediunidade seja movimento, então o melhor meio de ajudar um irmão e caminhar
incentivar e se dedicar a ele, porque esta fase é rápida, logo o novato começa a sentir a
chegada do guia e em pouco tempo conseguira ter uma incorporação mesmo que não
seja longa, e alguns médiuns desconhecendo essa dinâmica correta, rodam os médiuns
novos até o ponto de caírem de tão tontos que ficam.
Mas há outra ocorrência que acontece, muitos médiuns cansados desse
sofrimento de rodar, ficar tonto e cair, acabam que se auto sugestionando, na
realidade começam a imitar guias e entidades para se livrar do roda, roda.
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E vemos em algumas linhas muito comuns, esses exageros anímicos e


perceptíveis essa falha, linha de Cosme, baianos e exus e pombo giras, nas outras
acontecem, claro que sim, mas
essas são muito evidentes.
Alguns médiuns realmente
não fazem por mal, e muitos
acreditam que estão realmente
com o guia ali em terra, mas para
quem conhece a forma de atuação
dessas linhas, é perceptível alguns
exageros, encenações, essas
inclusive ficam muito feias de se
ver. Vamos citar algumas:
Linha das crianças: médiuns que ficam jogando bolo na cara das pessoas,
guaraná, outros que ficam de cócoras mostrando o popozão e o cofrinho para a
assistência, extremamente malcriados e desobedientes, serão que precisa disso tudo?
Eu particularmente já vi muitas pessoas extremamente irritadas, consulentes que
precisavam tomar um ônibus serem totalmente lambuzados e sujos, ai pergunto será
que o guia faria isso mesmo? Ou é o médium extremamente anímico, extrapolando ali
na sua roupagem.
Só lembrando que nessa linha em especifico, alguns desses espíritos se
mostram na roupagem infantil, mas muitos desses espíritos são extremamente
evoluídos e antigos, e não carregam em si a ignorância e má educação relembrando
que já estudamos sobre isto dentro da apostila dos arquétipos lembram-se?
Veja já vi curas de Cosme, apenas o guia melando o dedo com o bolo e
colocando na boca de crianças que estavam doentes, percebem a diferença?
Uma benção.
Na linha de Exu e Pombo gira, então nem se fala, tem médium que acha que se
o seu guia não falar uma centenas de palavrões não é Exu, outros se a pombo gira não
for baixa, dar altas gargalhadas, também não é, fora as roupas extremamente
vulgares, tipo, a Pombo gira na concepção daquele médium foi uma prostituta então o
médium tem que se vestir como tal, a compostura e moralidade desse médium não
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conta, se a médium tiver mostrando os seios quase todos de fora, está tudo certo, a
médium não tem vida pessoal a imagem dela não importa.
Será mesmo?
Será que um Exu e Pombo Gira de lei precisa dessas posturas para ser quem são,
ou tem alguém ali querendo colocar certas inclinações para fora.
Exu e Pombo Gira às vezes fala um palavrão, sim fala, mas a diferença que não
soa vulgar, baixo, e não expõem o médium.
Honestamente estão confundindo Exú de lei com quiumbas.
Na linha de baianos: vemos alguns trejeitos extremamente forçados, fora é
claro o uso de certos apetrechos, já vi baiano em terra que só faltava bater o facão no
pescoço de outros médiuns, tamanho os exageros.
Cada guia e entidade trás sua cultura, seu estereótipo e características como já
falamos anteriormente, mas quando essas posturas extrapolam, estamos nos
deparando com um médium anímico ao extremo, e se isso não for consertado,
orientado, esse médium consequentemente correrá o risco de virar um mistificador.
Certa vez em
um terreiro de um
amigo meu quando
da incorporação dos
caboclos um
médium, ou melhor,
o guia em questão
pegou uma sacolinha
e para a surpresa de
todos ele começou a
se pintar com tinta guache, sim aquela tinta usada por crianças e que sai na água, ele se
pintou todo o rosto, o corpo, imaginem a cena.
Sutilmente o guia chefe, sem muito alarde, pediu para o suposto guia que
estava em terra ir embora, chamou o médium em particular e ficou um bom tempo
com ele. Observem que ele teve respeito pelo médium, não o ridicularizou em
momento algum, mas sabemos que nem sempre essa conduta é visível, muitos
médiuns são mal compreendidos e escorraçados na frente de todos.
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E ali se perde um médium, porque na grande maioria dos casos ele se cancela de
tal forma, que abandona sua trajetória mediúnica.
Um médium iniciante ele está aprendendo ainda, diferente é claro de um
médium já experiente que quer usar da roupagem de uma entidade e guia idôneo para
aparecer, para esses a conduta com certeza é outra e mais severa.
Alguns médiuns no começo do seu desenvolvimento criam muita fantasia em
torno de algumas entidades.
Se o nome do seu suposto Exu for Exu Rei, lá vem ele com coroa, cetro, trono,
capas cheias de purpurinas, eteceteras, e na realidade o Exu não quer nada daquilo na
grande maioria das vezes, até é muito humilde e discreto.
Mas o médium este sim precisa ser orientados e acompanhados bem de perto,
muita orientação, explicação. Inclusive tem-se notado que muitos Exus considerados
famosos no meio, não estão revelando seus nomes, justamente para trabalhar a
questão da vaidade e o ego do médium.
Mas pasme alguns dirigentes infelizmente quanto mais teatralidade melhor, e
acabam transformando médiuns promissores em meros atores.
O médium tem que ter um senso crítico muito aguçado para sair dessa
manipulação.
Lembro-me de quando soube de uma incorporação onde o suposto médium
achava estar incorporado com o cavalo de Ogum e isto é fato não dêem risadas não,
pois virou motivo de piadas na década de 70, onde o suposto pai de santo incorporava
o Ogum e seu Cambone o cavalo.
É muito triste ver uma casa e uma direção conivente com tais fantasias.
Dentro de um terreiro de Umbanda se alguém disser: você está anímico, fique
atento, o que a pessoa está querendo dizer que sua personalidade, está mais em
evidência que a do seu guia.
Procure orientação.
Muitos médiuns no começo
sentem o fluido da entidade, no lugar de
se concentrarem para que aquele fluido
se torne realmente a irradiação
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energética forte e verdadeira do guia, dão uma sacudidela e já acham que estão
incorporados, e começa ali o grande problema do animismo dentro da Umbanda, a
pressa é a grande culpada. Tem médiuns que parecem estarem numa competição
dentro do terreiro de quem dá passagem para o guia primeiro, outros parecem que
estão numa competição, num desfile de beleza e apresentação, quanto mais atenção
chamar, mas está bom. Disciplinas, doutrina, lhes falta, deveriam ser corrigidos no
inicio das manifestações ou8 solicitações absurda.
Terreiro é seriedade, não um palco de teatro de quem atua ou finge melhor.
Tem médium que se ele não sente a irradiação da entidade fica constrangido e
chega ao ponto de mistificar para provar algo sei lá a quem, e isto no inicio é uma coisa
natural, pois e a fase de reconhecimento de ambos os lados, do guia para conosco para
avaliar o nosso potencial e de nós para com o guia para perdermos o medo justamente
para evitar a
mistificação em minha
opinião a maior
duvida do iniciante,
sou eu, ou é o guia,
quem jaó não se
questionou sobre isto?
Eu já e muito,
nunca tive vergonha de falar.
É muito lindo ver um preto velho, um caboclo, um baiano e qualquer outra
entidade em terra, sentirmos sua essência verdadeira, nos deparar com médiuns
sérios, comprometidos e responsáveis.
Mas tomem cuidado com o tal Animismo, ele tem doses certas, e como todo
exagero é prejudicial.
Em toda incorporação há o lado anímico do médium o que não pode é o
exagero desse animismo.
Casas numerosas, atenção: quantidade nunca foi qualidade.
Desde quando comecei na umbanda aprendi que não adianta ter 50 médiuns se
somente 3 médiuns estão verdadeiramente incorporados, é melhor poucos médiuns
firmes do que muitos mal preparados,por isto os cuidados que tenho com os senhores
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e senhoras e já me ouviram falar inúmeras vezes não tenho pressa em lhes coroar,
porque quando estiverem atendendo alguém poderão ajudar, curar, abrir caminhos,
socorrer, mas por outro lado poderão da mesma forma, afundar,l adoecer, fechar os
caminhos e mais ainda ser responsabilizado por este mal atendimento e passar a fazer
parte das desilusões da pessoa que atendeu.
Tudo tem o seu tempo, e o
tempo é por demais precioso para
que o deixemos escapar perante os
nossos dedos como se fosse areia do
mar na palma de nossas mãos.
Tenha a clareza de escolher
o melhor para você, sei que todos
iremos nos espelhar em pessoas
mais antigas, isto e natural, mas
saiba filtrar as coisas boas e ignore
as falhas, todos nós a temos, mas
até nisto seja autentico construa as
suas, agindo desta maneira estará
sendo autentico, não apenas mais
um sem noção como muitos que
existem na umbanda.
Pensemos.
Espero que as orientações sirvam de alerta e reflexão realmente é um assunto
extenso, porque a nossa vida dentro do terreiro será de acordo com a nossa dedicação
e grau de conhecimento, nada nos vem de graça, temos que nos esforçar, buscar
melhorar a cada dia, sermos melhores médiuns de acordo com a confiança que temos
na relação guia médium, médium guia.
Um bom médium passa despercebido pelo trabalho dentro do terreiro, não
tem a necessidade de gritar, gesticular, falar mais alto que os demais.
Não inventa rituais ou fundamentos, ou trabalhos de alta complexidade.
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Um bom médium é aquele que procurar estar presente em todos os trabalhos


que a sua casa realiza, pois sabe de sua importância para com a egregora espiritual sua
de do local.
Um bom médium não comenta os atendimentos que realizou, apenas realiza e
ao terminar pede a bênção aos orixás, guias, padrinhos e madrinhas e vai para casa
descansar, pois fez por merecer o repouso e a reposição energética que necessita.
Um bom médium é aquele que sempre quer mais, pergunta,indaga, porque o
seu objetivo sempre será ultrapassar as metas da ignorância e somente iremos
conseguir isto nos esforçando, quando queremos aprender os orixás enviam pessoas
para nos ensinar, porque eles traçam os nossos caminhos dentro da religião de acordo
com a nossa boa vontade.
Finalizando o bom médium não perde tempo com futilidades e conversas que
nada somam a jornada que ele solicitou aos orixás, ele sabe que o tempo é por demais
preciosos e quando menos esperamos a nossa jornada esta acabando e voltamos para
a a morada ancestral e aprendi que chegaremos lá e seremos recepcionados de acordo
com a nossa trajetória que tivemos dentro da escola da vida.
A escolha é individual o caminho é compartilhado.
Um terreiro é feito de inúmeras pessoas, pais, mães filhos, cambones, ogans,
sambas, mas cada um tem a escolha do que busca e procura e infelizmente nem todos
estaremos no mesmo barco no momento de voltar para casa.
Um conselho faça por merecer a passagem.
Seu orixá torce por você, mas ele não pode interferir nas suas escolhas, acredite
ele montou um time de primeira para que você saia vencedor, mas os passos são seus e
eles serão dados de acordo com a suas escolhas.
Sarava.
Roberley Meirelles

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