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Todo pesquisador deve escrever de acordo com os padrões exigidos pela ciência. No
entanto, muitos não dominam a linguagem científica. Alguns editores apontam a “falta de
estilo” como principal defeito dos artigos enviados para publicação por cientista dos países
em desenvolvimento. Isto indica que há uma deficiência importante na formação desses
investigadores.
O ensino médio enfoca a forma literária de escrever. Esta admite frases longas, complexas e
retóricas, para passar imagens e sensações ao leitor. Ao contrário, a linguagem científica
deve ser clara, objetiva, escrita em ordem direta e com frases curtas. Portanto, os
indivíduos precisarão adequar sua redação quando se iniciam na carreira científica. Esse
assunto tem sido negligenciado pelos cursos de Pós-Graduação no Brasil, originando a
formação de Mestres e Doutores inabilitados para escrever artigos científicos. Geralmente,
esses jovens pesquisadores não têm consciência disso e passarão suas deficiências aos
futuros orientados.
Para corrigir essa falha de formação é necessário muito esforço, paciência e disposição para
ocupar quanto tempo for necessário. Acima de tudo, deve-se ter humildade para reconhecer
as próprias limitações e trabalhar continuamente para eliminá-las. Produzir um texto
adequado é tarefa árdua e demorada mesmo para aqueles que dominam a linguagem
científica.
A seguir, são apresentadas algumas regras práticas para escrever bem. Alguns pontos são
repetidos propositadamente para enfatizar sua importância:
1. Antes de iniciar, organize um roteiro com as idéias e a ordem em que elas serão
apresentadas. Estabeleça um plano lógico para o seu texto. Só se escreve com clareza
após Ter as idéias claras na mente.
5. Prefira colocar ponto e iniciar nova frase a usar vírgulas. Frase cheia de vírgulas está
pedindo um ponto. Na dúvida, use o ponto. Se a informação não merece nova frase
não é importante e pode ser eliminada.
10. Só use palavras precisas e específicas. Dentre elas, prefira as mais simples, usuais e
mais curtas.
11. Evite repetições. Procure não usar verbos, substantivos, aumentativos, diminutivos e
superlativos mais de uma vez num mesmo parágrafo.
12. Evite ecos (ex. “...avaliação da produção...”) e cacófatos (ex. “...uma por cada
tratamento...” soa como “...uma porcada...”).
14. Frases escritas em voz passiva são muito usadas em ciência, mas devem ser evitadas.
15. Evite sempre: regionalismos, jargões, modismos, lugar comum, abreviaturas que não
sejam usuais, palavras e frases longas.
16. Um parágrafo é uma unidade de pensamento. Sua primeira frase deve ser curta, enfática
e, preferencialmente, conter a informação principal. As demais devem corroborar o
conteúdo apresentado na primeira. A última frase deve servir de ligação com o
parágrafo seguinte. Pode conter a idéia principal se esta for uma conclusão das
informações apresentadas nos períodos anteriores.
19. Após a correção de cada parágrafo, em separado, leia todo o texto três vezes e faça as
correções necessárias.
20. Lembre-se sempre que textos longos e complexos, com frases retóricas e palavras
incomuns não demonstram erudição. Ao contrário, indicam que o autor não sabe
escrever.
Leitura Recomendada
MEDEIROS, J. B., GOBES, A., ALVES, F., LIMA, L. Manual de redação e revisão. São
Paulo: Atlas, 1995, 203p.
MANUAL de estilo Editora Abril. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1990, 93p.
MANUAL Escolar de Redação Folha de São Paulo. São Paulo: Ática, 1994, 184p.