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Corpus Juris Civilis

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O Corpus Juris Civilis ou Corpus Iuris Civilis (em português:
Compilação de Direito Civil) é uma obra jurídica fundamental,
publicada a partir do ano de 533 d.C. por determinação do
imperador bizantino Justiniano I (que assumiu o trono em 527
d.C.). Ele, dentro de seu projeto de unificar e expandir o Império
Bizantino, viu que era indispensável criar uma legislação
congruente e que tivesse capacidade de atender às demandas e
litígios vivenciados à época.

A expressão Corpus Juris Civilis não é justinianeia e sua difusão


se deve à edição publicada em 1583 por Dionísio Godofredo.
Atualmente, entende-se que o que se convencionou chamar de
Corpus Iuris Civilis compreende quatro partes: Institutas,
Digesto, Código e Novelas.

Primeira edição do "Corpus Iuris


Civilis" - Dionísio Godofredo - 1583
Índice
Código de Justiniano
Digesto ou Pandectas
Institutas
Código Novo (Codex Justinianus repetitae
praelectiones)
Novelas
Anti-semitismo
Divisão da obra
Melhor edição da obra
Estrutura da obra
As interpolações
A redescoberta do Corpus Juris Civilis
Legado da obra
Referências
Bibliografia
Ligações externas

Código de Justiniano
Pouco depois de assumir o poder, Justiniano, além de perceber a
importância de salvaguardar a herança representada pelo direito
romano, viu também a necessidade de reorganizar a legislação
que se mantinha em vigor na época e a indispensabilidade de se
manter as normas de direito romano,e assim, em 528, um ano
após ter-se tornado imperador, nomeou uma comissão de dez
membros para realizar um trabalho de seleção, catalogação e
compilação das constituições imperiais vigentes (leis emanadas
dos imperadores desde o governo do imperador Adriano, um
confuso amontoado legislativo). O encarregado dessa comissão
foi Triboniano, ministro da justiça do imperador, professor de
direito da escola de Constantinopla e jurisconsulto de grande
mérito. Triboniano podia nomear uma comissão para ajudá-lo e
cercou-se de juristas, advogados e quatro professores, dentre os
Imperador Justiniano I quais se destacaram Teófilo, professor da escola de
Mosaico na Basílica de São Vital. Constantinopla, e Leôncio, professor da escola de direito de
Berito (Beirute), com os quais inicia o enorme trabalho de
compilação.

A missão dos compiladores completou-se em dois anos. O Código era destinado a substituir o
Gregoriano, o Hermogeniano, as constituições particulares e o Código Teodosiano de 438. Em 7 de abril
de 529, com a constituição Summa rei publicae, o imperador publica o código, intitulado Novus
Justinianus Codex (Código Novo de Justiniano), e estabelece que entraria em vigor em 16 de abril
daquele ano. Essa primeira obra não chegou até nós pois foi substituída por outra, já em 534. Assim,
ficou conhecido por Codex Vetus (Código Velho), em contraposição ao de 534, chamado de Código
Novo.

Digesto ou Pandectas
O Digesto (do latim digerere, que significa pôr em ordem) ou
Pandectas (do grego pandékoma, que significa "recolho tudo"), é
uma compilação de fragmentos de jurisconsultos clássicos.
Escrito em latim e grego (daí a dupla denominação), é a obra
mais completa que a Codificação Justinianéia tem e ofereceu
maiores dificuldades em sua elaboração.

Realizada a compilação das leges (constituições imperiais), era


necessário resolver um problema com relação aos iura (direito
contido nas obras dos jurisconsultos clássicos), que não tinham
sido ainda compilados. Havia entre os jurisconsultos antigos uma
série de controvérsias a solucionar. Para isso, Justiniano expediu
50 constituições (as Quinquaginata Decisiones). É provável que
durante a elaboração delas surgisse a ideia da compilação dos
Digesto - Littera Florentina
iura.

Na constituição Deo auctore de conceptione Digestorum, de 15/12/530, o imperador expôs seu programa
referente à obra[1]. Nos fins de 530, Justiniano encarrega Triboniano de organizar comissão de 16
membros destinada a compilar os iura. Coube a Triboniano escolher seus colaboradores. Foram
escolhidos Constantino, além de Teófilo e Crátino, de
Constantinopla, Doroteu, Isidoro, da Universidade de Berito,
mais onze advogados que trabalhavam junto à alta magistratura.
A comissão era encarregada da seleção da matéria, bem como de
dirimir dúvidas e decidir em caso de diferenças de opinião.

O Digesto diferenciava-se do Código por não ter havido


anteriormente trabalho do mesmo gênero. A massa da
jurisprudência era enorme, freqüentemente difícil de ser
encontrada. Havia muitos autores, com pontos de vista diversos,
por vezes antagônicos. A tarefa parecia ciclópica, e era temerário
juntar todo esse amálgama de opiniões num trabalho homogêneo.
Para o término desse projeto grandioso, previu Justiniano prazo
mínimo de dez anos. No entanto, sob a presidência de
Triboniano, a comissão de 16 membros, depois de compulsar Triboniano
cerca de 1.625 livros (com três milhões de linhas), extratando 39
jurisconsultos, concluiu o trabalho em apenas três anos. Era o
Código de doutrinas seletas, Codex enucleati iuris, oficialmente denominado Digesto (Digesta) ou
Pandectas (Pandectae), o qual foi promulgado em 15 de dezembro de 533, para entrar em vigor daí a 15
dias. A obra é composta de 50 livros, subdivididos em aproximadamente 1.500 títulos, segundo ao
assunto. Sob cada um dos títulos figuram fragmentos de obras de mais de quarenta jurisconsultos
romanos do período clássico, de Quinto Múcio Cévola, que morreu no ano 82, a Hermogeniano e Carísio
(dos séculos III e IV).

Os dezesseis codificadores tiveram autorização de alterar os textos escolhidos, para harmonizá-los com
os novos princípios vigentes. Essas alterações tiveram o nome de emblemata Triboniani e hoje são
chamadas interpolações. A descoberta de tais interpolações e a restituição do texto original clássico é
uma das preocupações da ciência romanística contemporânea.

As Pandectas constituíam uma suma do direito romano, em que inovações úteis se misturavam a
decisões clássicas. Restritas, na prática, ao Império Bizantino, só no século XI foram descobertas pelo
Ocidente. A comparação dos manuscritos existentes no Código de Justiniano foi o primeiro passo para o
renascimento do direito, que teve como centro a Universidade de Bolonha. Quase todos os direitos
modernos decorrem do direito romano e das Pandectas.

Em 2017, a YK Editora publicou a única tradução integral em língua portuguesa, em conjunto com o
único manual em língua portuguesa acerca do Digesto[2].

Institutas
Terminada a elaboração do Digesto, mas antes de sua promulgação, Justiniano escolheu três dos
compiladores - Triboniano, Doroteu e Teófilo (estes últimos professores das escolas de Constantinopla e
de Bento) - para a organização de um manual escolar que servisse aos estudantes como introdução ao
direito compendiado no Digesto. Foram dedicadas "à juventude dedicada de estudar leis" (cupidade
legum juventati).

Os redatores foram fiéis ao plano das Institutas de Gaio (do século II a.C.), tendo-se servido de muitas
passagens desse antigo jurista. No entanto, há inovações introduzidas de acordo com o direito vigente no
Baixo-Império.
A essa comissão elaborou as Institutiones (institutas), que foi publicada em 21 de novembro de 533, um
mês antes do Digesto. Foi aprovada em 22 de dezembro, pela Constituição Tanta, e entrou em vigor
como manual de estudo no mesmo dia do Digesto, 30 de dezembro de 533. Por ser mais simples que o
Digesto, alcançou enorme difusão; prova disso são os inúmeros manuscritos que nos chegaram.

Como uma obra de professores, destinada ao ensino, as Institutas são mais simples e mais teóricas que o
Digesto. São expostas noções gerais, definições e classificações. Há controvérsias por serem excelente
campo de estudo. Esse trabalho teve a mesma divisão das Institutas, de Gaio: pessoas, coisas e ações.
Contudo, os livros dividem-se em títulos. Foram utilizadas na elaboração a res cotidianae, também de
Gaio, as Institutas, de Florentino, de Ulpiano e de Élio Marciano, e os VII libri regularum, de Ulpiano.

Código Novo (Codex Justinianus repetitae praelectiones)


A publicação de novas constituições e o fato de, com a elaboração do Digesto, ter surgido contradições
entre o Nouus Iustianianus Codex e as Pandectas tornou necessária uma segunda edição do Codex. Por
isso, Justiniano nomeou comissão de cinco membros para atualizá-lo. O Codex repetitae praelectionis, o
Código revisado, cujo conteúdo foi harmonizado com as novas normas expedidas no curso dos trabalhos,
foi publicado em 16 de novembro de 534, para entrar em vigor no dia 29 de dezembro do mesmo ano.
Essa obra chegou até nós. Como a primeira edição do código (elaborada em 528) foi revogada por esta
segunda, e, portanto, deixou de ser utilizada, dela possuímos apenas pequeno fragmento do índice,
constante de papiro encontrado no Egito no início do seculo XX. Esse papiro arrola as constituições
contidas nos títulos 11 a 16 do livro I, e mostra que é muito pequena a correspondência da ordem das
constituições aí referidas e as que se encontram nos mesmos títulos da nova edição do Código
Justinianeu, que é a que chegou até nós.

O Código redigido de acordo com o sistema das compilações anteriores é dividido em 12 livros,
subdivididos em títulos. As constituições estão ordenadas em cada título por ordem cronológica, como
nos códigos anteriores. O Código começa por uma invocação a Cristo, em que se afirma a fé de
Justiniano. Os outros títulos do Livro I são consagrados às fontes do direito, ao direito de asilo e às
funções dos diversos agentes imperiais. O Livro II trata principalmente do processo. Os Livros III a VIII
tratam do direito privado, o Livro IX do direito penal, os Livros X a XII foram consagrados ao direito
administrativo e fiscal. Como nos códigos anteriores, encontra-se nos títulos mais que nos livros uma
unidade de matéria. A técnica, porém, ainda é antiga, pois os títulos são muito numerosos e não se exclui
a interpolação de certos textos (adaptações feitas pelos compiladores). O mérito da compilação,
colocando todas as constituições no Código, é torná-lo obrigatório como lei do Império.

Novelas
As Institutas, o Digesto (Pandectas) e o Código foram as compilações feitas por ordem de Justiniano.
Depois de terminada a codificação, a qual, especialmente o Código, continha a proibição de se invocar
qualquer regra que nela não estivesse prevista, Justiniano reservou-se a faculdade de baixar novas leis. A
segunda edição do Codex Justinianeus (534) não paralisou a atividade legiferante de Justiniano, que
continuou a editar outras constituições importantes (em número de 177, da data da promulgação do
Código Novo, em 535, até sua morte, em 565), introduzindo um grande número de modificações na
legislação. Essas novas constituições (Novellae constitutiones) são conhecidas por "Novas Leis",
"Novelas" (Nouellae), Autênticas ou Plácida. A maioria foi editada em língua grega e contém reformas
fundamentais, como no direito hereditário e no direito matrimonial.
Justiniano pretendia reunir as Novelas num corpo único. Sua
morte, porém, não lhe permitiu realizar o intento, o que foi feito
posteriormente, por particulares. A coleção das Novelas constitui
o quarto volume da codificação justinianéia.

Anti-semitismo
O código Justiniano degradou os judeus a cidadãos de segunda
classe. A partir daqui a religião judaica deixaria de ser legítima.
Alguns exemplos:

Relações sexuais entre judeus e cristãos eram


proibidas, sob pena de castigo severo;
Judeus deixaram de poder obter cargos públicos;
Alguém que ousasse construir uma sinagoga perderia
os seus bens e seria punido com a morte.

Novellae constitutiones.
Divisão da obra
A obra legislativa de Justiniano, por conseguinte, consta de quatro partes: Institutas (manual escolar),
Digesto ou Pandectas (compilação de fragmentos da jurisprudência clássica - iura), Código (compilação
de constituições imperiais - leges) e Novelas (compilação de constituições promulgadas depois de 535
por Justiniano). A esse conjunto, o romanista francês Dionísio Godofredo, em 1583, na edição que dele
fez, denominou Corpus Iuris Civilis (Compilação de Direito Civil), designação essa que é hoje
universalmente adotada[3].

Melhor edição da obra


A melhor edição do Corpus Iuris Civilis é a dos alemães Mommsen, Krueger, Schoell e Kroll[4]. Os dois
primeiros editaram o Digesto (Pandectas); o segundo, as Institutas e o Código; e os dois últimos, as
Novelas. Mais antigas, mas igualmente importantes, são as edições de Dionísio Godofredo, publicadas
entre 1583 e 1664[5].

Para a língua portuguesa, há várias traduções das Institutas, uma única integral do Digesto e nenhuma
integral do Código ou das Novelas. Do Digesto, a tradução foi empreendida pelo Conselheiro
Vasconcellos nas duas primeiras décadas do século XX, mas não se tornou (à época) pública. Somente
um século depois (a partir do ano de 2017) é que ela foi adaptada, complementada e publicada por uma
equipe de professores da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo[6] [7] [8](após a descoberta
por acaso dos nove volumes do manuscrito da tradução original do Conselheiro Vasconcellos)[9] [10].

Estrutura da obra
As Institutas estão divididas em quatro livros, subdivididos em títulos, e estes em uma parte inicial
(principium) e em parágrafos. O Digesto compôe de 50 livros, divididos em títulos (exceto os livros
XXX, XXXI e XXXII), subdivididos em leis ou fragmentos (os quais são precedidos do nome do
jurisconsulto romano e da obra de onde forma retirados), e estes modernamente (nas edições antigas não
o eram) em uma parte inicial (principium) e em parágrafos. O Código é constituído de 12 livros,
divididos em títulos, subdivididos em leis (também chamadas constituições), e estas modernamente em
uma parte inicial (principium) e em paragrafos. Finalmente, as Novelas se integram de constituições
imperiais que apresentam prefácio, capítulos e epílogo.

As interpolações
Para que os iura e as leges constantes no Corpus Iuris Civiles pudessem ter aplicação na prática, foi
preciso, muitas vezes, que os compiladores fizessem substituições, supressões ou acréscimos nos
fragmentos dos jurisconsultos clássicos ou nas constituições imperiais antigas. Essas alterações
denominam-se interpolações ou tribonianismos.

Das interpolações distinguem-se os glosemas, denominação dada, em geral, aos erros dos copistas ou,
então, às alterações introduzidas, antes da época de Justiniano, nas obras de juristas clássicos por
particulares ou comissões legislativas como a que organizou o Código Teodosiano.

Tendo chegado até nós apenas parte diminuta da literatura jurídica do período clássico, para que
conheçamos o direito romano dessa época é indispensável que determinemos, aproximadamente, as
interpolações nos textos que compõe o Digesto e o Código, pois, assim, conseguiremos restaurar, até
certo ponto, o seu primitivo teor.

O estudo das interpolações só foi iniciado realmente, na Renascença, quando os jurisconsultos da Escola
Culta procuraram, com a identificação das substituições, supressões e acréscimos introduzidos nos textos
que integram o Corpus Iuris Civiles, restaurar o direito clássico romano em sua pureza. Nos séculos XVI
e XVII, muito se trabalhou nessa pesquisa, destacando-se romanistas do porte de Cujácio e Antônio
Frave. Posteriormente, o estudo das interpolações quase foi deixado de lado. Apenas no final do século
XIX, com a publicação, em 1887, da célebre obra Gradenwitz, Interpolationem in den Pandekten - na
qual se sistematizam os métodos de busca às interpolações -, é que essa pesquisa ressurgiu com grande
intensidade. No início do século XX, de tal modo se dedicaram os romanistas à caça das interpolações
que se chegou ao exagero. Presentemente, processa-se movimento de revisão crítica com referência às
passagens interpoladas.

Para a identificação das interpolações, há vários métodos. Alguns demonstram, com segurança, a
existência delas; outros não, mas servem, utilizados em conjunto, para evidenciá-los. Entre os métodos
existentes destacam-se:

1. o textual - a interpolação pode ser demonstrada quando o mesmo texto clássico chegou
até nós, com redações diferentes, no Corpus Iuris Civiles e em fonte pré-justinianéia; ou
então, quando há repetição, com alterações, do mesmo texto na própria codificação de
Justiniano;
2. o histórico - anacronismo em texto do período clássico constante do Corpus Iuris Civiles
revela a existência de interpolações;
3. o lógico - ilogismo entre as diferentes partes de um texto - e a lógica era uma das
características dos jurisconsultos clássicos - é indício de que ele foi interpolado;
4. o filológico - o vocabulário, a gramática e o estilo dos jurisconsultos clássicos e dos
bizantinos diferem acentuadamente; daí, pelo estudo desses elementos ser possível a
identificação de interpolações.
Para ilustração, um exemplo de interpolação revelada pelo método histórico. No Digesto XXX, 1
(fragmento atribuído a Ulpiano), declara-se:
"Per omnia exaequata sunt legata e fideicomissis" (em tudo são iguais legados e fideicomissos).

Ora, por outras fontes sabemos que a fusão dos legados e fideicomissos só foi feita no tempo de
Justiniano; portanto, Ulpiano, que viveu séculos antes, quando havia diferenças entre legados e
fideicomissos, não poderia ter feito essa afirmação: trata-se, pois, de um texto interpolado.

A redescoberta do Corpus Juris Civilis


O Corpus Juris Civilis vigorou no Império Romano do Oriente
até 1453. No Ocidente, no entanto, permaneceu desconhecido
durante quase toda a Idade Média, escondidas em bibliotecas
empoeiradas de alguns mosteiros. O Ocidente veio a redescobrir
o Corpus Juris Civilis perto do ano de 1100. As compilações
presentes nessa obra, então, passaram a ser estudadas nas
universidades recém-formadas.

Dessa forma, o direito romano foi se tornando o fundamento


principal da ciência jurídica em toda a Europa e, aliando-se a
elementos do direito canônico, concebeu o Ius Commune, que
significa direito comum para todo o Ocidente.

O direito do Corpus Iuris Civilis é também chamado de direito


romano erudito. A recepção desse direito foi diferente em cada
Corpus Iuris Civilis (1663).
país: na Itália e no sul da França foi tomado como base do
sistema já no século XIII, visto que o Direito Romano vulgar se
encontrava bastante arraigado. Já no norte da França, o Ius Commune possuía uma função apenas
residual, pois o Direito consuetudinário germânico foi conservado. Na Alemanha, houve uma recepção
tardia desse direito: ocorreu somente por volta do ano 1500, através de uma decisão oficial que
determinou o abandono dos antigos costumes e a adoção do Direito Romano. Enquanto na Inglaterra, a
recepção à influência do Direito Romano diverge de todas as outras: resistiu a ele quase inteiramente,
conservando seu Direito costumeiro.

São vários os fatores que fizeram com que se fosse retomado dessa forma o Direito Romano na Idade
Média. Primeiramente porque o Corpus Iuris Civilis era a síntese do Direito Romano em seu período
mais abundante e sofisticado, além de alguns fatores externos como o suporte da Igreja Romana, que
fundamentava a educação de seus juristas nele, e o apoio dos imperadores que estavam ansiosos para se
libertar dos bloqueios feudais e viam no Corpus uma reserva infinita de fundamentos para substanciar
suas opiniões.

Três escolas deram sequência ao estudo do Direito Romano, respectivamente: a Escola dos Glosadores, a
Escola dos Comentadores e a Escola Humanista.

Legado da obra
É a base da jurisprudência latina (incluindo o direito canónico eclesiástico: ecclesia vivit lege romana) e
é também um documento único sobre a vida no Império Romano no seu tempo. É uma coleção que reúne
muitas fontes nas quais as leges (leis) e outras regras eram expressas ou publicadas: leis propriamente
ditas, consultas senatoriais (senatus consulta), decretos imperiais,
lei das sentenças e opiniões e interpretações dos juristas
(responsa prudentum). Foi mérito dessa codificação a
preservação do direito romano para a posteridade.

O Corpus representou uma revolução jurídica, organizando o


direito romano numa forma conveniente e sob um esquema
orgânico, servindo como base para os Códigos Civil e Penal da
maior parte dos países ocidentais.

Referências
esto+ou+Pandectas+do+
1. Moraes, Bernardo Imperador+Justiniano).
(2017). Manual de Migalhas. 1 de junho de
Introdução ao Digesto. 2017. Consultado em 8 Caricatura de Justiniano segurando
São Paulo: YK Editora. de maio de 2019 um volume do Corpus Juris Civilis.
pp. passim
7. «Professores da USP
2. «Livro traz comentários editam as "Pandectas"
sobre o "Digesto", do de Justiniano» (https://jor
imperador Justiniano» (ht nal.usp.br/cultura/profess
tps://jornal.usp.br/atualid ores-da-usp-editam-o-pa
ades/livro-traz-comentari ndectas-de-justiniano/).
os-sobre-o-digesto-do-im Jornal da USP. 12 de
perador-justiniano/). 21 novembro de 2018.
de setembro de 2018. Consultado em 8 de
Consultado em 8 de maio de 2019
maio de 2019
8. «Obra do imperador
3. Moraes, Bernardo Justiniano é publicada no
(2017). Manual de Brasil» (https://jornal.usp.
Introdução ao Digesto. br/atualidades/obra-do-i
São Paulo: YK Editora. mperador-justiniano-e-pu
pp. 297 e ss. blicada-no-brasil/). Jornal
4. Moraes, Bernardo da USP. 14 de setembro
(2017). Manual de de 2018. Consultado em
Introdução ao Digesto. 8 de maio de 2019
São Paulo: YK Editora. 9. Moraes, Bernardo
308 páginas (2017). Manual de
5. Moraes, Bernardo Introdução ao Digesto.
(2017). Manual de São Paulo: YK Editora.
Introdução ao Digesto. pp. 317 e ss.
São Paulo: YK Editora. 10. «Digesto ou Pandectas
pp. 297 e ss. do Imperador Justiniano
6. «Lançamento da obra - Dialogando com Olcese
"Digesto ou Pandectas #2» (https://www.youtub
do Imperador e.com/watch?v=nCx7liPA
Justiniano" » (https://ww yqA). 15 de abril de
w.migalhas.com.br/Event 2019. Consultado em 9
os/18,MI259756,71043-L de maio de 2019
ancamento+da+obra+Dig

Bibliografia
MARTINS, José Eduardo Figueiredo de Andrade. Corpus Juris Civilis: Justiniano e o Direito
brasileiro. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 17, n. 3417, 8 nov. 2012.
Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/22969>. Acesso em: 20 maio 2018.
ROBERTO,Giordano Bruno S.-Introdução à História do Direito Privado-Ed. Del Rey-2003.
MORAES, Bernardo. "Manual de Introdução ao Digesto", São Paulo, YK Editora, 2017.

Ligações externas
Biblioteca Romana de Leis - Yves Lassard, Alexandr Koptev (http://web.upmf-grenoble.fr/H
aiti/Cours/Ak) (em inglês)
Corpus Juris Civilis, na edição Mommsen, Krueger, Schoell e Kroll:
http://www.archive.org/details/corpusjuriscivil01krueuoft
Corpus Iuris Civilis (http://amshistorica.unibo.it/diglib.php?inv=176), na edição Hugues de la
Porte, Lion, 1558-1560.
Digesto ou Pandectas do Imperador Justiniano, São Paulo, YK Editora, 2017.

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