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Concílios pré-Nicenos[editar | editar código-fonte]

Os concílios ou sínodos pré-Nicenos foram, na sua maior parte, reuniões de natureza


regional, nunca chegando a reunir todos os bispos da Igreja. Apesar disso, estes concílios
eram muito importantes para clarificar vários aspectos doutrinais ou disciplinares nos
primórdios do Cristianismo e as suas decisões, em geral, são seguidas por muitos cristãos
e bispos que não participaram nestes encontros. O exemplo mais paradigmático destes
concílios é o Concílio de Jerusalém (49 d.C.), que libertou a Igreja cristã nascente das
regras antigas da Sinagoga e, por isso, marcou definitivamente o desligamento do
cristianismo do judaísmo e confirmou para sempre o ingresso dos gentios (não-judeus)
na cristandade. O primeiro concílio com o objectivo de reunir todos os bispos da Igreja, e
portanto ecuménico, realizou-se somente em 325 e chama-se Primeiro Concílio de Niceia.

Papas
Local e Duração do
N.º Durante o Temas principais
designação Concílio
Concílio

Os convertidos do paganismo
(novos cristãos) isentos de algumas
1 São Pedro Jerusalém Outono de 51 práticas da lei mosaica, como
a circuncisão. Ver Controvérsia da
circuncisão

Examina a questão da data


Concílio da Páscoa, celebrada
2 São Vítor I (Sínodo) de 197 diferentemente no Oriente e no
Roma Ocidente. Ver Controvérsia da
Páscoa.

Concílio Cipriano, bispo de Cartago, reúne 87


Santo
3 (Sínodo) de 256 bispos africanos. Discutem o Cisma
Estevão I
Cartago novaciano.

Concílio Reúne 19 bispos e 24 presbíteros da


Sede
4 (Sínodo) de 306 península Ibérica. Decretam
Vacante
Elvira o celibato do clero.

Concílio Constantino convoca em Arles, 33


São
5 (Sínodo) da 314 bispos africanos, na tentativa de
Silvestre I
Gália evitar o Cisma donatista.

Cronologia dos concílios ecuménicos[editar | editar código-


fonte]
Da Igreja Católica[editar | editar código-fonte]
Segundo os cânones 337 e 341 do Código de Direito Canónico, um concílio
ecuménico (ecuménico: universal, ou seja, toda a Igreja Católica) é uma reunião de todos
os Bispos da Igreja para reflectir sobre pontos de doutrina e de disciplina que precisam de
ser esclarecidos, promulgar dogmas, corrigir erros pastorais, condenar heresias e, em
suma, dirimir sobre todas as questões de interesse para a Igreja universal. É convocado e
presidido pelo Papa ou por algum Bispo, isso porque não é necessário o Papa estar
presente para a realização de um concílio, mas para ele ser válido precisa de sua
confirmação.
São 21 os concílios ecuménicos, entendendo "ecuménico", aqui, com o sentido de
"universal", com a participação de todos os bispos católicos do mundo.
Segundo a doutrina da Igreja Católica, além do Papa (quando fala ex cathedra),
o episcopado católico pleno é também infalível (em matérias de fé e moral) só quando,
reunido num concílio ecuménico, deseja propor como definitiva e obrigatória uma
doutrina [1], em comunhão (união) com o Papa, que é a cabeça do episcopado. Mas, fora
da comunhão com o Papa e da sua autoridade suprema, o concílio tem apenas
poder sinodal.

Papas Local e
Duração do
N.º Durante o designaçã Temas principais
Concílio
Concílio o

Primeiro a reunir a Cristandade.


Condena o Arianismo como
São 20 de Maio a 25 de heresia e exila Ário. Proclama a
1.º Niceia I
Silvestre I Julhode 325 igualdade de natureza entre o Pai
e o Filho. Compõe o Credo
Niceno.

Afirma a natureza divina


do Espírito Santo no Credo
niceno-constantinopolitano, que se
São Constantino Maio a Julho
2.º recita na missa. Estabelece que
Dâmaso I pla I de 381
o bispo de
Constantinopla receberá as honras
logo após o de Roma.

Condena
o Nestorianismo como heresia.
Afirma a unidade pessoal
São 22 de Junho a 17 de Cristo e a maternidade divina
3.º Éfeso
Celestino I de Julhode 431 de Maria.
A Igreja Assíria do Oriente não
reconhece este concílio e nenhum
dos posteriores.

Condenação do monofisismo.
São Leão 8 de Outubroa 1 de Afirma a unidade das duas
4.º Calcedónia
I, Magno Novembro de 451 naturezas, completas e perfeitas
em Jesus Cristo, humana e divina.
É escrita a carta dogmática "Tomo
a Flaviano" pelo Papa Leão I.
As Igrejas ortodoxas orientais não
reconhecem este concílio e
nenhum dos posteriores.

Condena os ensinamentos
Papa Constantino 5 de Maio a 2 de de Orígenes e outros. Condena os
5.º
Vigílio pla II Junho de 553 documentos nestorianos designad
os Os Três Capítulos.

7 de
Santo Constantino Novembro de 680 Dogmatiza as duas naturezas do
6.º
Agatão pla III a 16 de Cristo. Condena o monotelismo.
Setembro de 681

24 de Regula a questão da veneração de


Papa
7.º Niceia II Setembro a 23 de imagens (ícones). Condena
Adriano I
Outubrode 787 os iconoclastas.

Condenação e deposição
5 de
de Fócio, patriarca
Papa Constantino Outubrode 869 a 2
8.º de Constantinopla. Encerra
Adriano II pla IV 8 de
temporariamente o primeiro Cisma
Fevereirode 870
Ocidental.

Encerra a Questão das


Papa 18 de Março a 6 de investiduras. Independência
9.º Latrão I
Calisto II Abril de 1123 da Igreja perante o poder
temporal.

Papa Torna obrigatório o celibato para o


10.
Inocêncio Latrão II Abril de 1139 clero na Igreja Ocidental. Fim
º
II do cisma do Antipapa Anacleto II

Normas para a eleição


do Papa (maioria de 2/3) e da
Papa
11. nomeação de bispos (idade
Alexandre Latrão III Março de 1179
º mínima de 30 anos).
III
Excomungam-se os barões que,
na França, apoiavam os Cátaros.

Papa 11 de Determina que todo o cristão,


12.
Inocêncio Latrão IV Novembro a 30 de chegado ao uso da razão, é
º
III Novembro de 1215 obrigado a receber a Confissão e
a Eucaristia na Páscoa.
Condenação
dos Albigenses, Maniqueístas e V
aldenses. Definição
de transubstanciação.

Papa
13. 28 de Junho a 17
Inocêncio Lião I Deposição do Frederico II.
º de Julhode 1245
IV

Tentativa de reconciliação com


a Igreja Ortodoxa.
Beato
14. 7 de Maio a 17 de Regulamentação do conclave para
Gregório Lião II
º Julhode 1274 a eleição papal. Cruzada para
X
libertar Jerusalém. Institui o
conceito de Purgatório.

Supressão dos Templários.


Papa 16 de Discute-se a questão
15.
Clemente Vienne Outubrode 1311 a dos bordéis de Roma e a
º
V 6 de Maio de 1312 nomeação de um arcebispo em
Pequim, na China.

Extingue o Grande Cisma do


Papa Ocidente. Condenação de John
5 de
Gregório Wycliffe e de Jan Hus. Decreta
16. Outubrode 1414 a
XII e Papa Constança a supremacia do concílio sobre o
º 22 de
Martinho Papa (posteriormente ab-rogado
Abril de 1418
V pelo Concílio Vaticano I). Eleição
do Papa Martinho V

Sanciona o cânon católico (relação


oficial dos livros da Bíblia), tenta
nova união com as Igrejas
Papa Basileia-
17. orientais ortodoxas.
Eugênio Ferrara- 1431-1432
º Reconhecimento no romano
IV Florença
pontífice de poderes sobre a Igreja
Universal. Ratifica a figura
do Purgatório.

Condenação do concílio cismático


Papa Júlio 10 de
18. de Pisa (1409-1411) e
II e Papa Latrão V Maio de 1512 a 16
º do conciliarismo. Reforma da
Leão X de Março de 1517
Igreja.

19. Papa Reforma geral da Igreja, sobretudo


Trento 13 de
º Paulo por causa do protestantismo.
Dezembro de 1545
III, Papa Confirmação da doutrina acerca
Júlio a 4 de dos sete sacramentos e dos
III, Papa Dezembro de 1563 dogmas eucarísticos. Decreta a
Marcelo versão da Vulgata como autêntica.
II, Papa
Paulo
IV e Papa
Pio IV

Reforça a ortodoxia estabelecida


no Concílio de Trento. Condena
8 de o Racionalismo, o Naturalismo e
20. Beato Pio Dezembro de 1869 o Modernismo. Dogmas sobre
Vaticano I
º IX a 18 de o Primado do Papa e
Julho de 1870 da infalibilidade papal na definição
expressa de doutrinas de fé e de
costumes.

Abertura ao mundo moderno.


Reforma da Liturgia. Constituição
e pastoral da Igreja, Revelação
divina, liberdade religiosa, novo
ecumenismo (visto que o modo
tradicional de ecumenismo é bem
diferente, como mostra a
Encíclica Mortalium Animos,
de Pio XI), apostolado dos leigos.
São João 11 de
Este Concílio gera muitas
21. XXIII e Be Outubrode 1962 a
Vaticano II polêmicas, inclusive por não ser
º ato Paulo 8 de
um Concílio dogmático. Os
VI Dezembrode 1965
ditos tradicionalistas dizem que o
Concílio Vaticano II rompe de
modo herético com a tradição
bimilenar da Igreja: a Missa
Tridentina e o Canto
Gregoriano perdem importância; o
modo como todos os sete
sacramentos são celebrados
sofreu também mudanças.

Das denominações Protestantes[editar | editar código-fonte]


Anglicanos, luteranos, calvinistas e algumas denominações protestantes reconhecem os
quatro primeiros concílios ecuménicos católicos e, em alguns casos, os primeiros sete. As
demais têm visões variadas conforme a sua doutrina.

Das Igrejas ortodoxas orientais e da Igreja Assíria do


Oriente[editar | editar código-fonte]
As Igrejas ortodoxas orientais só aceitam os três primeiros concílios ecuménicos católicos
e rejeitam as decisões do Concílio de Calcedónia (8 de Outubro a 1 de Novembro de 451)
e dos outros concílios posteriores.
A Igreja Assíria do Oriente só reconhece os primeiros dois concílios ecuménicos católicos,
acabando por rejeitar o Primeiro Concílio de Éfeso.
Da Igreja Ortodoxa[editar | editar código-fonte]
A Igreja Ortodoxa aceita oficialmente os sete primeiros concílios ecuménicos
católicos. [2] que são os seguintes:

 I Concílio de Niceia I, convocado no ano 325,


 II Concílio de Constantinopla I, do ano 381,
 III Concílio de Éfeso, do ano 431,
 IV Concílio de Calcedónia, do ano 451,
 V Concílio de Constantinopla II, do ano 553,
 VI Concílio de Constantinopla III, do ano 680,
Concílio Quinissexto, ou Segundo Concílio in Trullo, do ano 692 (considerado
culminação dos dois anteriores),

 VII Concílio de Niceia II, convocado no ano 787.


Existem muitos ortodoxos que reconhecem também o Concílio Quinissexto (692),
o Quarto Concílio de Constantinopla (879-880), o Quinto Concílio de
Constantinopla (1341-1351) e o Sínodo de Jerusalém (1672) como ecuménicos. Mas,
é improvável que estes quatro concílios, apesar da importância e ortodoxia das suas
decisões, venham a ser declarados oficialmente ecuménicos.[3]

Duração
N. Local e
Convocado por do Temas principais
º designação
Concílio

Tanto o Segundo
Concílio de
Constantinopla (o quinto
ecumênico)
quanto Terceiro não
emitiram
nenhum cânone sobre
a disciplina e este
Concílio
concílio teve como
Imperador Justiniano Quinissexto o
1 692 objetivo resolver esta
II u Concílio In
questão, "completando"
Trullo
assim o trabalho de
ambos. Por isso o nome
"Quinissexto"
(em latim: Concilium
Quinisextum; Penthekte
Synodos em grego
koiné), ou seja, o
"Concílio Quinto-Sexto".

Convocado pelo
imperador como
Imperador Basílio I, o Constantinopl resposta ao Concílio de
2 879-880
Macedônio a IV Constantinopla
IV realizado dez anos
antes e apoiado
pelo Papa Adriano II.
Anulou as decisões do
Concílio anterior e
reabilitou Fócio.

Uma série de concílios


patriarcais realizados
em Constantinopla entre
1341 e 1351 para lidar
com uma disputa sobre
o hesicasmo. Por isto,
estes concílios também
Imperadores Andrônic são conhecido como
o III Paleólogo, João Constantinopl 1341 - 135 o Concílios
3
VI Cantacuzeno, João aV 1 Hesicastas ou Concílio
XIV e Isidoro I s Palamitas, uma vez
que eles discutiram
a teologia de Gregório
Palamás (Palamismo),
disputada por Barlaão
de Seminara no primeiro
e por outros nos demais
cinco.

Como na ocasião
também foi consagrada
a Igreja da
Patriarca Grego- Natividade em Belém,
Ortodoxo de Sínodo de ele também é chamado
4 1672
Jerusalém Dositeu Jerusalém de Sínodo de Belém.
Notaras Este sínodo afirmou
o cânon bíblico a ser
utilizado pela Igreja
Ortodoxa.
Pais da Igreja Católica[editar | editar código-fonte]
Os primeiros fundadores da Igreja Católica Apostólica Romana que também eram
conhecidos pelos mesmos como Padres Apostólicos ou mesmo Pais da Igreja (dentro
de duas gerações após os Apóstolos de Cristo), são normalmente chamados de Padres.
Incluem Clemente de Roma,[5] Inácio de Antioquia e Policarpo de Esmirna. Além disso, os
textos Didaquê e Pastor de Hermas são normalmente colocados entre os escritos dos
Padres Apostólicos, embora os seus autores sejam desconhecidos.

Clemente de Roma[editar | editar código-fonte]


Ver artigo principal: Clemente de Roma
Sua primeira epístola (c 96),[5] foi copiada e amplamente lida na Igreja católica dos
primeiros séculos. Clemente convida os discípulos de Cristo de Corinto a manter a
harmonia e a ordem seguindo os dogmas católicos.[5] Ela é a primeira epístola considerada
cristã fora do Novo Testamento. Clemente foi o quarto Papa e Bispo de Roma e sua
epístola afirma o primado papal.[6]

Inácio de Antioquia[editar | editar código-fonte]


Ver artigo principal: Inácio de Antioquia
Santo Inácio de Antioquia (também conhecido como Teóforo) (c . 35-110)[7] foi o terceiro
Bispo ou Patriarca de Antioquia, dizem ser um possível aluno do Apóstolo João e
supostamente ordenado pelo próprio Pedro. Inácio foi martirizado em Roma, Ele escreveu
uma série de cartas que foram preservadas com sua teologia católica. Tópicos importantes
abordados nessas cartas acerca das doutrinas pregadas no A.T e N.T das escrituras
bíblicas ensinando sacramentos, mariologia e instituição de papeis hierárquicos
como bispos, e o primado papal.[6] Nas cartas também prega-se a guarda
do domingo,[8] Além da unidade e infalibilidade da Igreja católica. Ele é o segundo depois
de Clemente a mencionar as epístolas de Paulo.[5]

Policarpo de Esmirna[editar | editar código-fonte]


Ver artigos principais: Policarpo de Esmirna e Quartodecimanismo
Policarpo de Esmirna (c. 69 - c. 155) foi bispo de Esmirna (atualmente İzmir na Turquia).
Sua vida é narrada nas Epístolas de Santo Inácio, em sua própria epístola aos
Filipenses e em algumas passagens de Ireneu de Lyon. Policarpo tentou persuadir o Papa
Aniceto, para que o Ocidente celebrasse a Páscoa, em 14 de Nisan, como no Oriente e
dos costumes relatados nas escrituras biblicas dos evangelhos dos Apostolos. O Papa
rejeitou a sugestão de que o Oriente usasse a data ocidental[9]. Em sua epístola afirma
o primado papal. Em c. 155, os esmirnenses exigiram a execução do bispo Policarpo por
ser católico, ele foi queimado vivo, como um mártir defensor do catolicismo, os seus restos
foram recuperados como relíquias e venerados.[10].

Padres gregos[editar | editar código-fonte]


Aqueles que escreveram em grego são chamados de Padres ou Pais gregos. Padres
gregos famosos incluem: Irineu de Lyon, Clemente de Alexandria, Atanásio de
Alexandria, João Crisóstomo, Cirilo de Alexandria e os Padres ou Pais da Capadócia
(Basílio de Cesareia, Gregório Nazianzeno, Pedro de Sebaste e Gregório de Níssa),
e Máximo, o Confessor.

Irineu de Lyon[editar | editar código-fonte]


Ver artigo principal: Irineu de Lyon
Santo Irineu, (século II - c. 202), foi Bispo de Lugduno na Gália (atualmente Lyon, França).
Seus escritos foram importantes no desenvolvimento da teologia cristã, ele foi um
notável apologista cristão. Ele também foi um discípulo de Policarpo.
Seu escrito mais conhecido, Contra as heresias (c. 180) enumerou as heresias e as
atacaram, especialmente o Gnosticismo.[6] Ele enfatizou os elementos tradicionais da
Igreja Católica, especialmente o episcopado, a Escritura e a Tradição [6]. Irineu escreveu
que a única maneira para os cristãos manterem a unidade era aceitar a autoridade
dos concílios e o primado papal.[6] Irineu também defendeu a canonicidade dos quatro
evangelhos [11].

Clemente de Alexandria[editar | editar código-fonte]


Ver artigo principal: Clemente de Alexandria
Clemente de Alexandria (nascido Tito Flávio Clemente, em latim Titus Flavius Clemens; c.
150 - c. 215), foi um membro notável da Igreja de Alexandria e um de seus mestres mais
ilustres. Ele foi professor de Orígenes.[12] Seus ensinamentos mais característicos são a
insistência sobre a similaridade entre a fé cristã comum e a ciência, assim como sua
interpretação alegórica do Antigo e Novo Testamento e sua defesa da Tradição.[12]

Orígenes de Alexandria[editar | editar código-fonte]


Ver artigo principal: Orígenes

Pintura de Orígenes
Orígenes Adamâncio (Adamantius, c. 185 – c. 254) foi um egípcio[13] que ensinou em
Alexandria, onde Clemente havia ensinado. O patriarca de Alexandria, o apoiou
inicialmente, mas posteriormente ele seria expulso por ter sido ordenado sem a permissão
do patriarca. Ele mudou-se para Cesareia Marítima e morreu ali[14] depois de ter sido
torturado durante uma perseguição.
Usando seu conhecimento de hebraico, ele corrigiu a Septuaginta. Ele escreveu
comentários sobre todos os livros da Bíblia. Ele também articulou a primeira exposição
filosófica da doutrina cristã, interpretou a Escritura de maneira alegórica,[5] e professou
explicitamente o primado papal.[15]
Alguns de seus escritos são polêmicos e alguns estudiosos sugerem que Orígenes
acreditaria na reencarnação da alma sucessivas vezes[16], outros estudiosos porém
afirmam que não há nenhuma prova que Orígenes acreditava na reencarnação[17] mas
muitos de seus pontos de vista sobre a Trindade e a matéria foram
declaradas anátema no século VI.[18][19]

Atanásio de Alexandria[editar | editar código-fonte]


Ver artigo principal: Atanásio de Alexandria
Iconografia de Atanásio de Alexandria.
Atanásio de Alexandria (c. 293 – 2 de maio de 373) foi um teólogo egípcio, Patriarca de
Alexandria e um notável líder do século IV. Ele é lembrado por seu papel no conflito contra
o Arianismo[20]no Primeiro Concílio de Niceia (325). Atanásio defendeu os cânones do
Novo Testamento, incluindo todos os livros aceitos[20] (as listas anteriores omitiam alguns
livros) e sua relação com o Papa Júlio I é um exemplo do primado papal.[20]

Cirilo de Alexandria[editar | editar código-fonte]


Ver artigo principal: Cirilo de Alexandria
Cirilo de Alexandria (c. 378-444) foi um teólogo e Patriarca de Alexandria. Cirilo escreveu
extensivamente e foi um protagonista principal nas controvérsias cristológicas do século IV
tardio e do início do século V. Ele foi uma figura central no Primeiro Concílio de
Éfeso em 431. Cirilo é considerado tanto um dos Padres da Igreja Católica quanto
um Doutor da Igreja Católica. Cirilo defendeu a união perfeita entre as duas naturezas de
Cristo, desenvolveu a mariologia, e sua relação com o Papa Celestino I é um exemplo
do primado papal.[21] Sua reputação no mundo cristão, tem resultado em seus títulos "Pilar
da Fé" e "Selo de todos os Padres".[22]

João Crisóstomo[editar | editar código-fonte]


Ver artigo principal: João Crisóstomo
João Crisóstomo (c. 347 - c. 407), Patriarca de Constantinopla, é conhecido como
um pregador, teólogo e liturgista. João é conhecido por ser contra o abuso da riqueza, pela
defesa do auxílio aos pobres,[23] pela veneração [24] e sua relação com o Papa Inocêncio
I é um exemplo do primado papal.[25] Depois de sua morte (ou, segundo algumas fontes,
durante a sua vida), foi lhe concedido o
sobrenome grego Chrysostomos (transliterado como Crisóstomo), que significa "boca de
ouro".[24]

Padres da Capadócia[editar | editar código-fonte]


Os Pais ou Padres da Capadócia promoveram a teologia cristã católica, e são muito
respeitados nas igrejas ocidentais e orientais como santos. Eles viveram no século IV – de
forma monástica, liderados pela Abadessa e Santa Macrina, a Jovem, que forneceu um
local central para seus irmãos estudarem e meditarem, e também para proporcionar um
refúgio de paz para a sua mãe. Macrina promoveu a educação e o desenvolvimento de
três homens que se tornaram bispos e são coletivamente designados os Padres da
Capadócia; Basílio de Cesareia, Gregório de Níssa, e Pedro de Sebaste.
Esses estudiosos, juntamente com um amigo próximo, Gregório Nazianzeno, fizeram
contribuições importantes para a definição dogmática da Trindade finalizado no Primeiro
Concílio de Constantinopla em 381.[26]
Basílio de Cesareia[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Basílio de Cesareia
Basílio, o Grande (c. 329 – 1 de Janeiro de 379)[27], teólogo e bispo de Cesareia, foi um
importante liturgista, ele também defendeu a veneração[28] e o primado papal[27]. Através
de seus exemplos e ensinamentos Basílio efetuou uma notável moderação nas práticas
austeras que anteriormente eram característicos da vida monástica.[29]
Gregório de Níssa[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Gregório de Níssa
Gregório de Níssa (? - após 385 ou 386) foi um teólogo e bispo de Níssa, ele defendeu
o asceticismo e a castidade.[30] A maioria de seus escritos tratam da Sagradas Escrituras,
ao qual Gregório interpretava alegoricamente inspirando-se em Orígenes.[30]
Pedro de Sebaste[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Pedro de Sebaste
Pedro de Sebaste (c. 340 – 391) foi um teólogo e bispo de Sebaste, assim como seus
irmãos ele defendeu o asceticismo e a castidade.[31]
Gregório Nazianzeno[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Gregório Nazianzeno
Gregório Nazianzeno (330[32] – 25 de Janeiro de 389 ou 390), também conhecido como
Gregório de Nazianzo ou Gregório, o Teólogo, foi Patriarca de Constantinopla e é
considerado um dos mais notáveis padres da Igreja[33]. Inicialmente ele pertencia a
um seita herética e foi convertido ao catolicismo por sua esposa.[34]
Ele abordou sobre as responsabilidades dos funcionários da Igreja[33], a natureza
do Espírito Santo,[35] e antes de assumir seu episcopado, aceitou o primado papal[34]. Ele
também é um Doutor da Igreja.

Padres latinos[editar | editar código-fonte]


Aqueles pais que escreveram em latim são chamados de Padres ou Pais latinos. Os
Padres latinos mais famosos incluem Tertuliano (que posteriormente se converteu para
o Montanismo), Cipriano de Cartago, Leão, o Grande, Gregório, o Grande, Agostinho de
Hipona, Ambrósio de Milão e Jerônimo de Estridão.

Tertuliano[editar | editar código-fonte]


Ver artigo principal: Tertuliano

Pintura de Tertuliano.
Quinto Setímio Florente Tertuliano (em latim: Quintus Septimius Florens Tertullianus; c.
160 - c. 225), se converteu ao cristianismo antes de 197, foi um escritor prolífico
de apologética, obras teológicas e ascéticas.[36] Ele era filho de um centurião romano.
Tertuliano era um advogado em Roma.[37]
Ele denunciou doutrinas cristãs que considerava heréticas. Tertuliano defendeu
a Santíssima Trindade, desenvolveu a mariologia, e é homenageado como o “Pai da Igreja
Latina”.[38] Após 206 ele se juntou aos montanistas, uma seita acusada de herética que
aceitava o seu rigorismo.[36] Algum tempo depois ele se separou dos montanistas e fundou
uma seita de sua autoria. Os tertulianistas restantes foram reconciliados com a Igreja
Católica por Santo Agostinho.[37] Ele demonstrou-se contra o primado papal defendido
pelo Papa Calixto I.[39]

Cipriano de Cartago[editar | editar código-fonte]


Ver artigos principais: Cipriano de Cartago e Cisma novaciano
Cipriano de Cartago (nascido Táscio Cecílio Cipriano; ? - 14 de setembro de 258) foi bispo
de Cartago e um importante escritor da Igreja no século III. Ele provavelmente nasceu no
Norte da África, talvez em Cartago, onde recebeu uma excelente e clássica educação
pagã. Após sua conversão ao cristianismo, tornou-se bispo (249) e, eventualmente,
morreu como mártir em Cartago. Cipriano teve um papel importante no cisma provocado
pelo Antipapa Novaciano, demonstrando-se fiel ao Papa Cornélio e sugerindo o primado
papal.[40] Cipriano acreditava que os pecadores que mostrassem contrição e
arrependimento verdadeiro podiam ter seus pecados perdoados. Ele convocou e dirigiu
diversos sínodos em Cartago para tratar do assunto do rebatismo dos heréticos (lapsi)[41].

Ambrósio de Milão[editar | editar código-fonte]


Ver artigo principal: Ambrósio de Milão
Santo Ambrósio (c. 338- 4 de abril de 397), foi um teólogo e bispo de Milão que se tornou
uma das figuras eclesiásticas mais influentes do século IV. Ele escreveu sobre
os sacramentos, especialmente a confissão[42], a Trindade, a salvação pela fé e boas
obras,[42] e se dedicou ao estudo da mariologia.[43]

Jerónimo de Estridão[editar | editar código-fonte]


Ver artigo principal: Jerónimo de Estridão
Jerónimo de Estridão (c. 347 - 30 de setembro de 420) é mais conhecido como o tradutor
da Bíblia do grego antigo e do hebraico para o latim, a Vulgata, sob proteção do Papa
Dâmaso I, que permanece como um texto importante da liturgia e culto da Igreja Católica e
é considerado como um Doutor da Igreja. Jerónimo também foi um Apologista cristão.
Seus escritos são extensos[44] e trataram sobre a exegese e a mariologia.[45]

Agostinho de Hipona[editar | editar código-fonte]


Ver artigo principal: Agostinho de Hipona

Pintura de Santo Agostinho, Universidade do Texas, em Austin.


Agostinho de Hipona (13 de novembro de 354 - 28 de agosto, 430), bispo de Hipona, foi
um filósofo e teólogo. Agostinho é uma das figuras mais importantes do cristianismo. Ele
moldou o conceito de pecado original e desenvolveu a crença da Igreja como a cidade
espiritual de Deus (em um livro de mesmo nome), distinta da cidade material do
homem.[46] Santo Agostinho também desenvolveu a teoria da Predestinação que foi
retomada, no século XVI, por Lutero e Calvino, figuras importantíssimas na Reforma
Protestante. Agostinho também defendia o primado e infalibilidade papais.[47] Seu
pensamento influenciou profundamente a visão do homem medieval.
Agostinho nasceu na Argélia, sua mãe era cristã, Santa Mônica. Ele foi educado no Norte
da África e resistiu às expectativas de sua mãe para se tornar cristão. Ele tomou uma
concubina, e tornou-se um Maniqueísta. Posteriormente ele se converteu ao catolicismo,
tornou-se um bispo, e lutou contra as heresias, como o Pelagianismo. Suas obras ainda
são lidas em todo o mundo.

Leão, o Grande[editar | editar código-fonte]


Ver artigo principal: Leão, o Grande
Leão I, o Grande (c. 400 - 10 de novembro de 461) foi papa de 440 a 461. Ele nasceu
na Toscana. Leão defendeu categoricamente a união perfeita entre as duas naturezas de
Cristo, e o primado papal.[48] Ele também é um Doutor da Igreja.

Gregório, o Grande[editar | editar código-fonte]


Ver artigo principal: Gregório, o Grande
Gregório I, o Grande (c. 540 - 12 de março de 604) foi papa de 590 até sua morte. Seus
escritos e métodos teológicos seriam marcantes na Idade Média. Seu estilo de canto é
denominado de “canto gregoriano”. Ele defendeu o primado papal.[49] Gregório é o santo
padroeiro dos músicos, cantores, estudantes e professores.[50] Ele também é um Doutor da
Igreja.

Padres do Deserto[editar | editar código-fonte]


Ver artigo principal: Padres do Deserto
O Padres do Deserto foram clérigos monásticos que viveram no deserto egípcio, apesar
de não terem escrito tanto, a sua influência também é grande. Padres do Deserto são
Antônio, o Grande e São Pacômio.

Antônio, o Grande[editar | editar código-fonte]


Ver artigo principal: Antão do Deserto
Antônio, o Grande (c. 251-356) foi um teólogo e monge, um dos primeiros a viver no
deserto, uma mudança geográfica que parece ter contribuído para a sua notoriedade.[51] É
considerado o “Pai de Todos os Monges”. Ele defendeu um estilo de vida baseado
no asceticismo, jejum, oração, castidade e ajuda aos pobres.[52]

Abba Pacômio[editar | editar código-fonte]


Ver artigo principal: Pacômio
Abba Pacômio (c. 292-348), também conhecido como Pacômio ou Pakhom, cujo nome
significa "o falcão”, foi o fundador do monasticismo cenobita. Ele nasceu em Tebas, e,
quando recrutado pelo exército romano, recusou-se a servir e foi preso, sendo cuidado por
cristãos. Quando libertado, foi convertido e batizado, passando a seguir uma vida asceta e
a defender o asceticismo.

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