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Teste Formativo1
Teste Formativo1
º1
Grupo I
Pero Meogo (CBN 1188), in A Lírica Galego-Portuguesa, Elsa Gonçalves e Maria Ana
Ramos, Lisboa: Editorial Comunicação, Coleção Textos Literários, 1983, p.268.
1
Levou-se: levantou-se.
2
louçana / velida: bela, formosa.
3
fontana: fonte.
Martin Soares (CBN 1366), in A Lírica Galego-Portuguesa, Elsa Gonçalves e Maria Ana
Ramos, Lisboa: Editorial Comunicação, Coleção Textos Literários, 1983, p.146.
1
jograr: jogral.
2
cas:casa.
3
por dom: como recompensa.
4
vv. 5-6: e foi muito pouco, em meu entender, atendendo à maneira (horrorosa) como ele canta.
5
partir: distribuir.
6
jograrom: mau jogral (aumentativo pejorativo).
Grupo II
Faltam modas
É difícil hoje perceber que uma moda alentejana fosse cantada, a plenos
pulmões, por centenas de jovens estudantes presos, transportados em carrinhas de
polícia, a caminho do governo civil de Lisboa. É que para muitos dessa geração o canto
popular significava uma afirmação de autenticidade contra o folclore postiço, encenado
e pinoca do regime de então. Era também um elo de solidariedade coletiva e um sinal de
aproximação a um povo e a uma História idealizados. Nesse contexto, canções de ronda,
letras simples e singelas que falavam do campo, de amores e desamores, de solidão,
mágoa e alegria, transmitidas fora das vias oficiais, ganhavam um sentido de rebeldia e
resistência.
A minha aproximação ao canto alentejano deu-se e confirmou-se por várias vias.
Esta não foi a menos importante. Mas lembro-me de, em miúdo, ouvir os homens a
cantar na rua da vila, das modas que as mulheres cantavam no campo, e de ouvir o meu
avô entoar baixinho, “A senhora de Aires de ao pé de Viana/ tem o seu altar feito à
romana…”. Estávamos em Alvalade, Concelho de Santiago, Baixo Alentejo, bem longe
de Viana, mas igual repertório circulava. Era a mesma irradiação. E cantavam os amigos
do meu pai, às vezes, nos piqueniques daquele tempo. E, cantariam, mais tarde, os meus
companheiros de cadeia, também.
O magnífico trabalho de harmonização e divulgação de Fernando Lopes Graça,
com o coro da Academia dos Amadores de Música fez-me conhecer algumas modas. Os
próprios membros do coro, já à vontade, em momentos de inesquecível e alegre
convívio ensinaram-me mais ainda.
Nelas afluíam o amor à terra e à natureza, a celebração terna da maternidade, os
ritos do trabalho, a contrariedade de vidas adversas e duras, o registo de sofridos
momentos históricos, os amores contrariados, o lance sentimental mais pesado ou a
brejeirice mais saltarica. Ocorrem-me retalhos de cantigas e refrões, quase sempre
incompletos, levando-me a pensar que essas reminiscências já me estão incrustadas na
própria maneira de ser.
Claro que tinha de me regozijar com o reconhecimento internacional. Fora das
alentejanas, não sou muito de modas. Mas esta pode ser que abra novos caminhos ao
cantochão daquela terra. (…)
Leitura / Gramática
1. Para responder a cada um dos itens de 1.1. a 1.5., seleciona a única opção que
permite obter uma afirmação correta.
1.1 No passado, o canto alentejano
A. era uma forma de união entre os estudantes.
B. significava a confirmação de um folclore fingido.
C. abordava temas simples, mas era um grito de revolta.
D. era apenas cantado em Lisboa.
1.2 O autor do texto confessa que, em criança,
A. ouvia os habitantes da aldeia a cantar.
B. o seu avô lhe ensinou as letras simples do canto alentejano.
C. gostava de andar no campo com as mulheres.
D. ouvia frequentemente o canto alentejano.
1.3 Segundo o autor, Fernando Lopes Graça
A. contribuiu para a divulgação do canto alentejano.
B. cantava no coro da Academia dos Amadores da Música.
C. ensinou-o a cantar as modas alentejanas.
D. era um alentejano.
1.4 A expressão «(…)já me estão incrustadas na própria maneira de ser.» (l.xx)
A. significa que as lembranças contrastam com a sua maneira de ser.
B. demonstra a sua indiferença perante o canto alentejano.
C. significa que a sua maneira de ser depende dessas memórias.
D. revela a sua íntima ligação às memórias do canto alentejano.
1.5 Mário de Carvalho confessa
A. a sua alegria com a consagração do canto alentejano.
B. a sua admiração pelas modas.
C. a sua crítica à atribuição de prémios.
D. a sua vontade de cantar algumas modas alentejanas.
Grupo III
Escrita
4
Apresenta a estrutura narrativa da cantiga de forma estruturada e 9
precisa, selecionando exemplos.
Apresenta a estrutura narrativa da cantiga de forma estruturada, não 7
3
selecionando exemplos.
2
Apresenta a estrutura narrativa da cantiga de forma incompleta, 5
apresentando exemplos.
1
Apresenta a estrutura narrativa da cantiga de forma incompleta, não 3
apresentando exemplos.
Aspetos de estruturação do discurso e correção linguística (F) …………………………6 pontos
Estruturação do discurso (E) …………………………………………………..………..3 pontos
Correção linguística (CL) ………………………………………………………..………… 3 pontos
Cenário de resposta
O poema tem uma estrutura narrativa, uma vez que há referência a personagens - a donzela e o
amigo – e há ainda uma localização espacial- a fonte. A abundância de verbos de ação, ligados a gestos e
movimentos, provocam uma visão dinâmica da realidade: 1.º a donzela levantou-se, 2.º vai lavar os
cabelos, 3.º passa o amigo, 4.º o cervo do monte volvia a água.
2. …………………………………………………………………………………………………………………………... 20 pontos
Aspetos de conteúdo ( C ) ……………………………………………………………………………… 12 pontos
Níveis Descritores do nível de desempenho Pontuação
4
Explicita em que consiste a progressão da cantiga de forma estruturada e 12
precisa, explicando a simbologia.
3
Explicita em que consiste a progressão da cantiga de forma estruturada, 9
explicando a simbologia de forma vaga.
2
Explicita em que consiste a progressão da cantiga de forma incompleta, 6
explicando a simbologia de forma vaga.
1 Explicita vagamente a progressão da cantiga. 3
Esta cantiga, apesar de alguma repetição, apresenta um avanço nas ações. Assim, a donzela
caminha para a fonte onde lavará os seus cabelos, mas é aí que se dá o encontro amoroso com o amigo
que provoca a confusão e o aturdimento de espírito. Esta progressão é portadora de uma carga afetiva
sedutora e fascinante.
3. ……………………………………………………………………………………………………………….………15 pontos
Aspetos de conteúdo (C) ………………………………………………………………………………..9 pontos
Pontuação
Níveis Descritores do nível de desempenho
4. ………………………………………………………………………………………………………………………………………20 pontos
Aspetos de conteúdo (C) …………………………………………………………………………………. 12 pontos
Níveis Descritores do nível de desempenho Pontuação
O cervo ao volver a água turva-a. O cervo do monte, enquanto símbolo masculino, constitui
uma referência simbólica ao amigo que, ao passar, deixa perturbada a inexperiente donzela. Assim, o
quadro pintado, num cenário natural, poderá constituir a representação intemporal da união entre
homem e mulher, apresentando os gestos e os sentimentos do ser humano.
B ……………………………………………………………………………………………………………………………………..30 pontos
5. ………………………………………………………………………………………………………………………………………15 pontos
Aspetos de conteúdo (C) ………………………………………………………………………………………..9 pontos
Níveis Descritores do nível de desempenho Pontuação
4
Explicita a sátira presente nesta cantiga, de forma adequada e precisa, 9
apresentando exemplos.
3
Explicita a sátira presente nesta cantiga, de forma adequada e precisa, 7
sem apresentar exemplos.
2
Explicita a sátira presente nesta cantiga, de forma imprecisa, sem 5
apresentar exemplos.
1
Explicita a sátira presente nesta cantiga, de forma vaga, e apresentando 3
exemplos.
Aspetos de estruturação do discurso e correção linguística (F) .........................6 pontos
Estruturação do discurso (E) .................................................................3 pontos
Correção linguística (CL) ......................................................................3 pontos
Cenário de resposta
Nesta cantiga, a sátira contra o jogral Lopo relaciona-se com a sua pouca perícia compositora e
literária. Os «três couces na garganta» a que teve direito como recompensa parecem insuficientes,
atendendo à maneira horrorosa como canta:« e fui-lh'escass' a meu cuidar,/segundo com'el canta».
6. ………………………………………………………………………………………………………………………………………15 pontos
Aspetos de conteúdo (C) ……………………………………………………………………………………….. 9 pontos
Pontuação
Níveis Descritores do nível de desempenho
4
Mostra, adequadamente, como a sátira contra o jogral Lopo pode 9
indiciar uma crítica ao infanção, apresentando exemplos.
3
Mostra, adequadamente, como a sátira contra o jogral Lopo pode 7
indiciar uma crítica ao infanção, sem apresentar exemplos.
2
Mostra, de forma imprecisa, como a sátira contra o jogral Lopo pode 5
indiciar uma crítica ao infanção, apresentando exemplos.
1
Mostra, de forma vaga, como a sátira contra o jogral Lopo pode 3
indiciar uma crítica ao infanção.
Aspetos de estruturação do discurso e correção linguística (F) .........................6 pontos
Estruturação do discurso (E) ................................................................. 3 pontos
Correção linguística (CL) ...................................................................... 3 pontos
Cenário de resposta
A recompensa do infanção foi parca, como comprovam os versos «Escasso foi o infançom /en
seus couces partir entom». A escassez da gratificação pode indiciar que o infanção se encontra na
penúria.
No Grupo I, nos casos em que a classificação referente aos aspetos de conteúdo (C) for
igual ou superior a um terço do previsto para este parâmetro, a pontuação máxima dos
aspetos de estruturação do discurso e correção linguística (F) será a que consta da tabela que
se segue. Sobre esse valor aplicam-se os eventuais descontos relativos aos fatores de
desvalorização previstos no seguinte quadro da página 7.
Pontuação atribuída aos Pontuação máxima dos aspetos de
Cotação total do item aspetos de conteúdo estruturação do discurso e correção
linguística
30 pontos 3 ou 6 pontos 4 pontos
20 pontos 3 pontos 3 pontos
1.1 C 5
1.2 C 5
1.3 A 5
1.4 D 5
1.5 A 5
PARÂMETRO 3
15 12 9 6
– Trata, sem desvios, – Trata o tema proposto, – Aborda lateralmente
o tema proposto. embora com alguns o tema proposto.
– Mobiliza informação desvios. – Mobiliza muito pouca
ampla e diversificada – Mobiliza informação informação e com
com eficácia suficiente, com eficácia eficácia argumentativa
argumentativa, de argumentativa: reduzida:
acordo com a tipologia • produz um discurso • produz um discurso
solicitada: globalmente coerente, geralmente
• produz um discurso apesar de algumas inconsistente e, por
coerente e sem ambiguidades; vezes, ininteligível;
qualquer tipo de • define o seu ponto de • não define um ponto
NÍVEL INTERCALAR
NÍVEL INTERCALAR
ambiguidade; vista, eventualmente de vista concreto;
• define com clareza o com lacunas que não • apresenta um texto
A seu ponto de vista; afetam, porém, a em que traços do tipo
Tema e • fundamenta a inteligibilidade; solicitado se misturam,
tipologia perspetiva adotada • fundamenta a sem critério, com os de
em, pelo menos, dois perspetiva adotada outros tipos textuais.
argumentos, distintos e em, pelo menos, dois
pertinentes, cada um argumentos adequados,
deles ilustrado com, apresentando um único
pelo menos, um exemplo significativo
exemplo significativo. (ou dois exemplos pouco
adequados), ou
fundamenta a perspetiva
adotada em apenas um
argumento, ilustrado
com, pelo menos, dois
exemplos significativos.
PONTUAÇÃO DESCRITORES DOS NÍVEIS DE DESEMPENHO (ETD)
PARÂMETRO 2
10 8 6 4
– Redige um texto bem – Redige um texto – Redige um texto com
estruturado, refletindo satisfatoriamente estruturação muito
uma planificação estruturado, refletindo deficiente e com
adequada e uma planificação com insuficientes
evidenciando um bom algumas insuficiências e mecanismos de coesão
domínio dos evidenciando um textual:
mecanismos de coesão domínio suficiente dos • apresenta um texto
textual: mecanismos em que não se
• apresenta um texto de coesão textual: conseguem
constituído por três • apresenta um texto identificar claramente
partes (introdução, constituído por três três partes
NÍVEL INTERCALAR
NÍVEL INTERCALAR
desenvolvimento, partes (introdução, (introdução,
B conclusão), desenvolvimento, desenvolvimento e
individualizadas, conclusão), nem conclusão) ou em
Estrutura e
devidamente sempre devidamente que estas estão
coesão proporcionadas e articuladas entre si insuficientemente
articuladas entre si de ou com desequilíbrios articuladas;
modo consistente; de proporção mais ou • raramente marca
• marca corretamente menos notórios; parágrafos de forma
os parágrafos; • marca parágrafos, mas correta;
•utiliza, com algumas falhas; • raramente utiliza
adequadamente, • utiliza apenas os conectores e
Conectores conectores e os mecanismos
diversificados mecanismos de coesão de coesão textual ou
e outros mecanismos textual mais comuns, utiliza-os de forma
de coesão textual. embora sem incorreções inadequada.
graves.
PONTUAÇÃO DESCRITORES DOS NÍVEIS DE DESEMPENHO (ETD)
PARÂMETRO 1
5 4 3 2
– Mobiliza, com – Mobiliza um – Utiliza vocabulário
intencionalidade, repertório lexical elementar e restrito,
recursos da língua adequado, mas pouco frequentemente
expressivos e adequados variado. redundante e/ou
(repertório lexical – Utiliza, em geral, o inadequado.
variado e pertinente, registo de língua – Utiliza
figuras de retórica e adequado ao texto, mas indiferenciadamente
tropos, procedimentos apresentando alguns registos de língua, sem
NÍVEL INTERCALAR
NÍVEL INTERCALAR
Fatores de desvalorização
Domínio da correção linguística
A repetição de um erro de ortografia na mesma resposta (incluindo erro de acentuação, uso
indevido de letra minúscula ou de letra maiúscula inicial e erro de translineação) deve ser
contabilizada como uma única ocorrência.
Fatores de desvalorização Desvalorização
(pontos)
Limites de extensão
Sempre que não sejam respeitados os limites relativos ao número de palavras indicados na
instrução do item, deve ser descontado um ponto por cada palavra a mais ou a menos, até cinco
(1x5) pontos, depois de aplicados todos os critérios definidos para o item. Se da aplicação deste
fator de desvalorização resultar uma classificação inferior a zero pontos, é atribuída à resposta a
classificação de zero pontos.
No Grupo III, a um texto com extensão inferior a oitenta palavras é atribuída a classificação de
zero pontos.