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ABR
O que é o autoconceito?
O autoconceito refere-se à descrição e avaliação que o indivíduo faz de si mesmo, incluindo as suas características psicológicas e físicas, qualidades, capacidades, papéis que
desempenha e por aí em diante. Deste modo, trata-se da perceção que tem de si e, resultante dessa análise, é formado um conceito sobre o próprio. Os autoconceitos contribuem
para o senso de identidade do indivíduo ao longo do tempo. Assim, o autoconceito pode ser classificado em diversos tipos, isto é, o físico, social, académico/profissional, emocional, e
entre outros. Cada tipo de autoconceito relaciona-se com diferentes áreas do comportamento humano. De notar que uma das componentes intrínsecas ao autoconceito é a
autoestima.
A autoestima resulta do processo de avaliação que a pessoa faz das suas capacidades, qualidades e do seu desempenho. Por conseguinte, a autoestima diz respeito ao grau em que
as qualidades ou caraterísticas inseridas no autoconceito são percecionadas como positivas. A autoestima abrange a forma como o indivíduo vê as suas realizações e capacidades, os
seus valores, e como perceciona o seu sucesso de conseguir cumprir os mesmos. De igual modo, também inclui a autoimagem física que a pessoa tem de si mesma, e a forma como os
outros vêm e reagem perante o indivíduo. Quanto mais positiva for a perceção cumulativa destas caraterísticas e qualidades, maior é a autoestima do sujeito.
Em suma, a autoestima corresponde ao grau em que o indivíduo se sente confiante, que tem valor e é digno de respeito. Assim, ela pode influenciar o bem-estar geral do sujeito, na
medida em que as pessoas que têm uma elevada autoestima, frequentemente, se sentem bem quanto a si mesmas e ao seu progresso na vida e, em oposição, quem tem baixa
autoestima (https://wecareon.com/blog/qualidades-com-baixa-auto-estima/) pode sentir vergonha e dúvidas sobre si mesmo ou em relação às suas escolhas. Estes últimos, podem
criticar muito o seu próprio comportamento ou maneira de ser e, inclusivamente, a baixa autoestima pode ser um sintoma associado a diferentes perturbações da saúde mental, tal
como a ansiedade ou a depressão.
É possível que tenha uma elevada autoestima se se identificar com alguns destes pontos:
Tem capacidade de dizer não, sem que isso lhe cause culpa, ou sentimentos de valência emocional negativa;
Sente que é uma pessoa confiante;
Consegue identificar as suas forças e fraquezas, aceitando-as como parte de si;
As experiências de valência emocional negativa não o(a) definem ou alteram a forma como se perceciona;
Sente que tem capacidade para expressar as suas necessidades.
É possível que possa vir a precisar de trabalhar a forma como se perceciona se apresentar alguns destes sinais indicadores de uma baixa autoestima:
A adolescência é uma fase de transição da infância para a idade adulta. É uma fase da vida que pode ser, igualmente, uma descoberta ou causadora de alguma desorientação. Podem
surgir questões de identidade, dificuldades associadas às suas escolhas a nível académico, em termos da sua sexualidade e/ou identidade de género, ao consumo de drogas e/ou
álcool, e também à escolha das amizades. Vários são os adolescentes que, neste período, têm uma perspetiva da vida mais egocêntrica, algo que, com o tempo, vai se modificando.
O foco da sua atenção é direcionado, na maioria das vezes, para si próprio e tende a haver esta conceção de que o mundo está focado em si. Os adolescentes poderão ter dificuldade
em lidar com as suas inseguranças ou receios de virem a ser alvo de julgamentos por parte dos outros. Nesta fase, o que é percecionado como sendo mais importante são as relações
amorosas ou com os pares, a aparência e as escolhas académicas. A antecipação destas mudanças ou a vivência das mesmas pode levar o(a) adolescente a sentir alguma ansiedade
relativamente ao desenvolvimento do seu corpo, às relações que tem com os outros e, inclusivamente, no que diz respeito aos seus planos de futuro e, embora seja natural
experienciar alguma ansiedade, é importante estar atento para os sinais que possam indicar que o(a) seu(sua) filho(a) poderá estar a experienciar esta ansiedade de uma forma
pouco saudável.
Contudo, e apesar das dificuldades que os pais possam sentir, os estudos mais recentes indicam que a maioria dos adolescentes gosta dos seus pais e sentem que têm uma boa
relação com os mesmos. A adolescência, embora seja uma das etapas da vida mais desafiante, é também um período propício a desencadear mudanças positivas e a permitir que se
ultrapasse certos problemas do passado. Os pais, muitas vezes, podem sentir que falharam ou que não estão a saber lidar com os seus filhos adolescentes, mas é relevante ter em
mente que a ansiedade ou incertezas que possam estar a experienciar, poderão ser uma reação aos períodos de infelicidade, incerteza ou turbulência que o(a) seu(sua) filho(a)
adolescente possa estar a viver.
Estratégias promover a autoestima dos
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Passo a apresentar 4 estratégias para ajudá-lo(a) a aumentar a autoestima do(a) seu(sua) filho(a) adolescente:
É frequente focar a sua atenção naquilo que o(a) seu(sua) filho(a) não fez ou que devia ter feito? Se a resposta é “sim”, então esta estratégia é para si! Experimente direcionar a sua
atenção para as coisas que o(a) seu(sua) filho(a) já fez ou alcançou. Se tem um filho que gosta de arrumar, e sente que isto é algo difícil para si, diga ao seu filho o quanto o admira pela
sua capacidade e o quanto isso o(a) ajuda a tornar a sua vida mais fácil. Note que é mais importante elogiar o esforço e investimento que fez para alcançar determinada meta do que
o resultado em si, isto é, em vez de dizer “Parabéns pela nota que tiraste! És muito bom a matemática!” diga “O tempo que dedicaste a estudar para o teste deu muito bons
resultados!”.
Repare que passou de um discurso de “tu és bom a matemática” para “tu estudaste e por esse motivo isto aconteceu”, esta mudança é importante para o(a) seu(sua) filho(a) perceber
que ele(a) pode controlar o seu esforço, mas nem sempre pode controlar o resultado. Por este motivo, é relevante reconhecer o esforço e tempo investido para que perceba que
ele(a) não é apenas digno(a) de ser elogiado(a) se for bem-sucedido(a). Demonstre que é importante esforçar-se para alcançar as suas metas, mas está tudo bem se não tiver sucesso
de todas as vezes. É importante ter em mente que ao usar esta estratégia deve ser genuíno(a) no elogio que fizer e, embora seja importante reconhecer os esforços do(a) seu(sua)
filho(a), não é preciso usar esta estratégia a todo e qualquer momento.
Os adolescentes que têm dificuldades em desenvolver uma certa competência ou tarefa podem concluir que “são um fracasso” ou que “nunca vão ser bem-sucedidos”. Se o seu filho
tiver dificuldades, por exemplo, a matemática, poderá vir a entender isso como “eu não sou esperto” ou “nunca serei bom a matemática”. Por conseguinte, é preciso explicar ao seu
filho que é possível aceitar as suas dificuldades ou falhas e, ainda assim, lutar por ultrapassar ou superá-las. Não deixe que ele atribua o rótulo de “estúpido” ou “burro” a si mesmo,
em vez disso explique que, apesar das suas dificuldades, é possível tornar-se melhor.
É importante que tenha elevadas expetativas para os seus filhos adolescentes, mas é igualmente relevante que elas sejam realistas. Assim, é pertinente solicitar que se esforce, mas
é necessário que mantenha as suas expetativas razoáveis quanto aos resultados. É importante que consiga aceitar que os seus filhos não são perfeitos, pois quando se espera que
sejam competentes ou bem-sucedidos em tudo, o mais certo é que eles percam confiança em si mesmos. Embora, por vezes, possa ser difícil, o ideal seria que conseguisse aceitar os
resultados, independentemente de ter ou não sucesso, e valorizar o esforço genuíno do seu filho, quando sabe que ele se empenhou no máximo que podia. Assim, sugere-se que
defina expetativas que os seus filhos podem, efetivamente, alcançar.
Deste modo, irão ganhar confiança para ir ao encontro de expetativas cada vez mais altas, ao passo que se colocar tudo num patamar demasiado elevado, eles poderão não
conseguir e sentir como se o(a) tivessem desiludido. Pelo contrário, ao colocar as expetativas muito baixas, também corre o risco de pensarem que não acredita que eles tenham
capacidades para fazer mais ou melhor, tal também pode levar a uma certa desmotivação. Por conseguinte, as expetativas não devem ser idênticas para todos os aspetos da vida
do(a) adolescente, ou seja, talvez possa aumentar as expetativas para a matemática, mas não possa elevar as expetativas da mesma maneira para o desporto.
Preste atenção ao que os professores devolvem sobre o desempenho do(a) seu(sua) filho(a) e oiça o que ele(a) tem para dizer sobre o seu desempenho e em que áreas pode esperar
mais. Este diálogo também irá ajudá-los a ficarem mais conscientes das suas capacidades e apetências, bem como irá ajudar a ganharem confiança para arriscarem mais e a saberem
que, mesmo que surjam contratempos, eles têm capacidade para os superar.
Os adolescentes podem tender a pensar que são autossuficientes e que têm tudo sob controle, contudo, enquanto pais, é importante investir na comunicação para estar a par da
real situação dos seus filhos. Assim, sugere-se que ao perguntar sobre algo, tente formular as questões de modo a requerer mais do que uma resposta de “sim” ou “não”. A título de
exemplo, em vez de perguntar se está tudo a correr bem na escola, se está a ter sucesso na disciplina “x” ou se está a gostar, pergunte o que estão a estudar em matemática ou como
ele(a) está a estudar para se preparar para os testes.
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É importante manter estes canais de comunicação, entre si e os seus filhos, abertos e recetivos ao diálogo. Hoje em dia, mesmo que não possa estar presente fisicamente para, por
exemplo, assistir um jogo ou competição da qual o(a) seu(sua) filho(a) irá participar, pode facilmente enviar uma mensagem em que expressa o seu desejo de que possa tudo correr
pelo melhor e, no final, referir o quanto está desejoso(a) para saber de tudo mais ao final do dia (ex.: “Torço para que consigas dar o teu melhor na competição de hoje. Estou ansioso
para chegar a casa e saber como tudo correu.”). Estes são pequenos gestos que mostram que está presente e quer apoiá-lo(a) nos seus interesses.
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