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Os Novos Diálogos Herméticos - Vol.

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Edição eletrônica revista e atualizada
Ano de 2009

Aquarela da capa de
Maria João Sacagami

Canalização de José das Dores

Centro Lusitano de unificação Cultural


do Brasil

amerlantis@globalteam.com.br

Esta obra está protegida por direitos autorais, sendo proibida


a sua reprodução, no todo ou em parte, sem a expressa
autorização do autor.

ISBN: 85–85850–04–3
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

Este livro inclui perguntas de dis-


cípulos e respostas dos Mestres, sob
o tema geral de

“A Lei Universal do Amor”.

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Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

Discípulo: — É verdade que não devemos socor-


rer um Irmão em situação econômica difícil, por
força da Lei do Carma, admitindo que, carmica-
mente, ele tem que passar por essa provação?

Mestre: — Quem tem que julgar os problemas


cármicos dos indivíduos e das coletividades são
os Senhores do Carma, através de Seus Conse-
lhos Cármicos. O dever de todos aqueles que
encontram um Irmão nesse tipo de situação é o de
ajudar, na medida de suas possibilidades. A Lei do
Amor assim o obriga. Ajudar não significa somente
lhe dar ou emprestar alguns recursos monetários;
mais do que isso, é necessário lhe dar vossa aten-
ção, vosso Amor e vosso conselho amigo. Por
vezes, um conselho ministrado com sabedoria
pode surtir efeitos tendentes a modificar a vida do
indivíduo em causa, dando-lhe a oportunidade de
reverter a situação em que se encontra. Os vossos
bons ofícios no sentido de lhe ajudar a encontrar
um novo emprego, ou um novo ramo de negócio
ou atividade, podem também ser preciosos.

Discípulo: — De que forma podemos ajudar al-


guém que se encontra acometido de doença físi-
ca?

Mestre: — Relembrando as palavras, e principal-


mente as ações, d'Aquele que há dois mil anos
vos veio dar o exemplo do Amor. Imitando-O aju-

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dareis qualquer um. Vós deveis aprender a mani-


pular energias, como Ele sabia e como Ele de-
monstrou. Através de vossas mãos, mas principal-
mente de vossos corações, podem fluir as corren-
tes benéficas dos Raios da Cura, da Consolação,
do Amor. Deveis ajudar o vosso próximo pelo de-
senvolvimento de vossos dons extra-sensoriais
(que todos possuís, em grau mais ou menos de-
senvolvido) para que assim melhor possais Servir.
Muitas vezes, vossa ação, como a dos médicos e
outros profissionais da saúde, não irá surtir efeitos
visíveis nos corpos físicos, caso a hora cármica do
doente assim o determine. Mas é um esforço que
deveis de qualquer forma fazer; essas energias
não se perderão, sendo aproveitadas pelas entida-
des superiores para auxiliar o doente em outros
aspectos, além do retorno que as vossas boas
ações e intenções faz naturalmente recair sobre
vós próprios.

Discípulo: — Se um discípulo toma sobre os om-


bros a responsabilidade de servir toda a Humani-
dade, como pode perder tempo com os problemas
específicos de um ou outro irmão carente?

Mestre: — A prática do Bem, o exercício do Amor,


a dádiva altruísta, nunca são perda de tempo.
Quanto mais elevado é o grau evolutivo do discí-
pulo, maiores as suas responsabilidades no auxílio
a todos e a cada um. O Serviço parte do particular

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para o geral. Como pode alguém pretender auxiliar


toda a Humanidade se fecha seus olhos e seu
coração às necessidades do próximo? Nessa pes-
soa está realmente materializada toda a Humani-
dade num determinado momento. Nela está Deus
também e através do serviço a ele estareis igual-
mente servindo a Deus.

Discípulo: — As autoridades planetárias parecem


agora (finalmente) motivadas para a preservação
da Natureza e dos ecossistemas. Toda a destrui-
ção levada a cabo, principalmente nos últimos 150
anos, pode considerar-se um ato de coletivo desa-
mor?

Mestre: — Que se trata de um ato de desamor


não é necessária muita reflexão para concluir. Que
tenha sido um ato coletivo, já é uma inverdade. A
devastação sistemática foi levada a cabo, não pela
coletividade, mas por pequenos grupos de indiví-
duos, altamente egoístas, que decidiram apropriar-
se em proveito próprio daquilo que, isso sim, é um
bem da coletividade: o meio ambiente em que
vivemos.

Discípulo: — Como Lei do Carma é, de alguma


maneira, sinônimo de Lei do Amor, o que aconte-
cerá carmicamente aos indivíduos que assim têm

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procedido?

Mestre: — Conforme têm vindo a desencarnar,


têm sido encaminhados para esferas que lhes são
afins. Aí se desenrolarão as suas próximas encar-
nações, precisamente no meio de devastação
equivalente à que procuraram implantar na Terra.

Discípulo: — Isso refere-se tanto aos agentes


ativos (executores) quanto aos passivos
(industriais, agrários, madeireiros, caçadores, ci-
entistas, etc)?

Mestre: — Todos eles partilham de uma quota-


parte das responsabilidades cármicas, embora em
proporções diferentes, como é compreensível. No
caso a que nos referimos direi que, nas esferas
onde estão a reencarnar, os executores de ontem
são os mandantes de hoje, os executores de hoje
serão os mandantes de amanhã e vice-versa.
Assim funciona a Lei do Carma que, como disses-
tes, é, de alguma maneira, sinônimo de Lei do
Amor.

Discípulo: — Será ainda possível salvar o planeta


da situação em que se encontra e restaurar o e-
quilíbrio ecológico natural?

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Mestre: — As linhas evolutivas que já foram dizi-


madas não poderão ser recriadas, nem por meios
naturais (porque na Natureza não existe regres-
são), nem por meios artificiais (porque o Homem
não tem poderes para tal). No entanto, daquilo que
ainda sobra, se a ação for imediata e dirigida pelas
forças ligadas à Hierarquia, ainda se poderá trans-
formar a Terra novamente num Paraíso [1993].

Discípulo: — Hoje fala-se muito em Amor e inu-


meráveis definições têm sido apresentadas, nelas
se contando algumas indiscutivelmente inspiradas,
mesmo por Mestres. Ainda assim, e como semen-
te meditativa, será possível oferecerem mais algu-
ma definição?

Mestre: — Amor é a total integração no equilíbrio


do Cosmos. Toda a criação, toda a evolução, toda
a atividade, toda a energia, existem por um ato
Amoroso. Quando atingirdes uma nesga de Sabe-
doria — que é irmã-gêmea do Amor — abarcareis
melhor esta maravilhosa realidade. Até então, só
vos resta praticar o Amor por impulso intuitivo,
recebendo as vibrações Amorosas sistêmicas e
cósmicas que vos chegam através de vossos cha-
cras cardíacos.

Discípulo: — Porque razão o Amor é tão impor-

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tante na evolução e na vida espiritual?

Mestre: — Porque amar é, fundamentalmente dar,


oferecer. Quem oferece altruística e desinteressa-
damente, recebe, por via da Lei do Retorno, ou
Carma, todas as energias de que necessita para
evoluir, isto é, para passar gradualmente da vida
física para a Vida Espiritual.

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Discípulo: — É possível evoluir sem Amor?

Mestre: — É totalmente impossível evoluir sem


Amor já que, como se infere do que foi dito antes,
evolução e Amor são realidades paralelas e com-
plementares. Por isso, os seres que não pautam
suas condutas pelo Amor não se encontram no
caminho evolutivo mas no involutivo.

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Discípulo: — O Amor está relacionado com a


nossa linha evolutiva planetária ou todos os siste-
mas planetários e solares também passam pelo
Amor?

Mestre: — Todos os sistemas planetários e sola-


res evoluem através do Amor. Todavia, no caso
específico do nosso sistema solar, essa verdade é
ainda mais verdadeira, se assim pode ser dito,
porque o Logos Hélios-Vesta pertence à linha do

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Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

Segundo Raio, o que faz com que toda a manifes-


tação sistêmica o seja também. Por isso, todos os
Raios manifestados no sistema solar são, real-
mente, Sub-raios do Segundo Raio do Amor-
Sabedoria, regente do sistema.

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Discípulo: — O ódio é realmente a ausência do


Amor?

Mestre: — O ódio é mais do que meramente a


ausência do Amor: é também a ausência da Luz.

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Discípulo: — O Amor é um só ou existe em várias


graduações?

Mestre: — Ao nível da Alma evoluída e comun-


gante com o Todo Universal, o Amor é um só. As
graduações são resultado de imperfeições na for-
mação das personalidades.

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Discípulo: — Existe Amor nos Reinos Vegetal e


Animal?

Mestre: — Certamente. Para todos os seres que


se encontram na via evolutiva (como é o caso dos
que pertencem aos Reinos mencionados) a Vida

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deve ser um ato de Amor permanente, embora


sua exteriorização seja proporcional ao grau de
complexidade dos seres.

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Discípulo: — Em que ponto da nossa evolução


principiamos a amar?

Mestre: — No princípio do princípio, pois tudo foi


criado com Amor, logo, possui-o inerentemente.
Todavia, a manifestação ativa desse Amor só se
desenvolve a partir do momento em que o indiví-
duo reconhece a divindade imanente e transcen-
dente.

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Discípulo: — A evolução dos Devas ou Anjos,


também obedece ao mesmo tipo de Amor que a
nossa linha evolutiva humana?

Mestre: — Evidentemente. Só que a expressão


desse Amor é muito mais desenvolvida do que na
evolução humana no seu estado atual. O mesmo
não se pode dizer do Reino Elemental — que não
se encontra na via evolutiva.

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Discípulo: — Como pode ser definido o Amor que


os Mestres têm pelos seus discípulos?

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Mestre: — Como o Amor dos pais pelos filhos, a


compreensão dos pais pelos filhos, a compaixão
dos pais pelos filhos, em graduação infinitamente
mais elevada.

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Discípulo: — E qual deve de ser o Amor que os


discípulos devem ter por seus Mestres espirituais?

Mestre: — O Amor dos filhos pelos pais, a admira-


ção dos filhos pelos pais, a reverência dos filhos
pelos pais.

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Discípulo: — Como será o Amor entre os seres


humanos quando chegarmos ao meio da Era A-
quariana?

Mestre: — Não podemos fazer previsões de futu-


ro. O Amor desenvolver-se-á da forma que o Ho-
mem determinar pelo exercício do seu livre-
arbítrio.

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Discípulo: — O que acontece a uma alma quando


não quer ter Amor?

Mestre: — Paralisa sua evolução.

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Discípulo: — Se o ser humano tem uma constitui-


ção oculta setenária, ou seja, todos temos sete
veículos ou corpos em vários planos, em qual
deles e onde está situado o Amor?

Mestre: — Em todos. O Amor interpenetra todos


os planos e níveis de existência mas a Sede do
Amor, a fonte de recebimento e difusão do Amor,
no ser humano, situa-se na Alma.

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Discípulo: — O que é o verdadeiro Amor Divino?

Mestre: — A entrega total do Criador à criação por


um ato de Vontade Amorosa.

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Discípulo: — Qual o lugar do sexo na composição


do Amor?

Mestre: — Pode ser importantíssimo porque, fisi-


camente, o sexo representa a comparticipação do
homem e da mulher num ato divino: a criação.
Todavia, muitas vezes, a atividade sexual nada
mais representa do que a egoística procura do
prazer individual e, sendo egoísta, nada acrescen-
ta (antes pelo contrário) à capacidade de amar do
indivíduo.

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Discípulo: — Qual é a verdadeira definição de


Amor Espiritual?

Mestre: — O Amor é espiritual por natureza.


Quem já atingiu níveis de consciência elevados
ama com muito mais intensidade a tudo e a todos.

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Discípulo: — O desejo e a paixão são formas


diferentes de Amor?

Mestre: — O desejo e a paixão não são formas


diferentes de Amor. São expressões de egoísmo e
possessividade que desvirtuam o Amor.

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Discípulo: — Podemos dizer que o fanatismo


também é Amor levado ao extremo?

Mestre: — Não. O fanatismo é a antítese do A-


mor, porque quem ama oferece, enquanto que o
fanático impõe.

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Discípulo: — Quais as coisas que são amarras


para o Amor?

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Mestre: — O separatismo é a maior barreira para


o Amor. É ele que gera a possessividade e o ego-
ísmo.

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Discípulo: — Existe alguma relação entre o Amor


e os nossos vícios?

Mestre: — Os vossos vícios são um obstáculo à


plena manifestação do Amor em vós. O vício é
uma criação da personalidade que dificulta a cons-
trução da ponte de ligação com a Alma, Sede do
Amor. Quem vive no vício não conhece as zonas
superiores de consciência onde o Amor habita e
Deus está presente.

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Discípulo: — O machismo e o feminismo estão


ajudando ou prejudicando a expressão do Amor?

Mestre: — Se forem sentimentos fanáticos, preju-


dicam. Se forem sentimentos altruísticos, liberta-
dores e puros, ajudam. Todavia, os ismos são
quase sempre fanáticos e opressores.

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Discípulo: — Por que razão as relações humanas


são tão pobres em verdadeiro Amor?

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Mestre: — Porque o Homem, geralmente, não


aprendeu ainda sequer a se amar a si próprio, a
descobrir sua divindade intrínseca, a se respeitar,
a se libertar. Como pode ele então relacionar-se
com os outros de uma forma que ele não conse-
gue utilizar nem em relação a si próprio?

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Discípulo: — Por que motivo a palavra Amor está


tão vulgarizada nesta Humanidade?

Mestre: — Não é só a palavra Amor que está


vulgarizada e deturpada. Todos os conceitos ver-
dadeiramente elevados têm sido subvertidos para
proveito de indivíduos, grupos ou nações. Que
dizer da palavra Liberdade? E da palavra Religi-
ão? E da palavra Justiça? E da palavra Fraternida-
de? E da palavra Democracia?...

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Discípulo: — Qual a melhor forma de se espalhar


o Amor Universal?

Mestre: — Praticando-o, evidentemente.

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Discípulo: — Na linguagem corrente, Amor e


Harmonia são frequentemente usados quase co-
mo sinônimos — e, de fato, parece haver entre os

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dois uma estreita relação. No entanto, há certa-


mente uma distinção entre os dois conceitos, que
não designam exatamente a mesma realidade. É
possível aclarar este tema?

Mestre: — Na realidade, o conceito de Amor é


sintético e oniabarcante. No Amor se sintetizam
todas as virtudes e, sem Amor, não pode haver
Harmonia, Paz, Justiça, Liberdade, Fraternidade,
Equidade, etc. O Amor pressupõe a existência de
todos esses atributos, que são parte de si mesmo.
Assim sendo, todos eles são sinônimos parciais de
Amor. Os estados de Harmonia induzem necessa-
riamente a mais perfeitas e vividas expressões do
Amor.

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Discípulo: — Com freqüência, confunde-se senti-


mento e Amor. Também aqui, pelo menos segun-
do certas perspectivas, julgamos, contudo, ser
necessária uma distinção e uma clarificação rigo-
rosa de conceitos. É possível pronunciarem-se
sobre o tema?

Mestre: — O sentimento é um instrumento do


Amor. Ambos se ancoram no chacra cardíaco e
são atributos da Alma.

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Discípulo: — Imaginemos que, em determinada

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encarnação, um indivíduo tenha, em sua persona-


lidade, energias de raios que não o predispõem à
qualidade do Amor (certamente porque são outras
as qualidades a desenvolver). É legítimo que, sa-
bendo disso, lhe enviemos a energia dourada do
Amor, ou trata-se de uma interferência indevida,
pressupondo-se que o seu equipamento para esta
encarnação é o que melhor se adequa aos propó-
sitos da Alma?

Mestre: — Não pode existir nenhuma combinação


conjuntural de raios em qualquer dos corpos do
Homem que não predisponha à qualidade do A-
mor visto que, na Terra, todos os Raios são Sub-
Raios do Raio Dourado do Amor-Sabedoria (como
temos vindo a relembrar ao longo destes Diálo-
gos).

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Discípulo: — O que é, apesar de tudo, preferível:


um homem inteligente mas desprovido de Amor ou
um homem capaz de amar significativamente mas
com pouca inteligência?

Mestre: — Existe um certo equívoco quanto ao


termo usado, inteligência. Como sabeis, em Sabe-
doria Esotérica, considera-se a evolução do Ho-
mem em 3 fases fundamentais, de acordo com o
plano onde se focaliza sua consciência: 1) instinto,
2) inteligência (ou intelecto) e 3) intuição. O ho-
mem capaz de amar significativamente não pode,

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por definição, ter pouca inteligência. Pelo contrá-


rio, sua consciência ultrapassa já o plano da inteli-
gência para penetrar no plano da intuição, logo,
não só ele tem muita inteligência, como terá até
alguma Sabedoria, obtida no plano intuicional.
Portanto, pode haver um homem razoavelmente
inteligente desprovido de Amor mas não é possí-
vel o segundo caso.

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Discípulo: — O que representa uma maior viola-


ção da Lei Universal do Amor: a chamada mentira
piedosa ou a verdade dita cruelmente?

Mestre: — A verdade nunca pode constituir uma


violação da Lei. Por quê dizê-la cruelmente e não
amorosamente?

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Discípulo: — É correto afirmar-se que existe um


Raio de Síntese que se desdobra em (ou em que
se unificam) Sete Raios, dos quais o 2º Raio, o de
Amor-Sabedoria, é a mais direta expressão da-
quele Raio de Síntese?

Mestre: — A afirmação é perfeitamente correta no


sistema solar Hélios-Vesta.

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Discípulo: — Em certos livros esotéricos afirma-


se que a Terra representa, no sistema solar, o
centro cardíaco. Aparentemente, tal estaria em
contradição com outra obra também superiormen-
te dirigida, “Tratado Sobre o Fogo Cósmico”, que
atribui a Vênus essa posição. Podemos, contudo,
conciliar as duas afirmações lembrando a estreita
ligação da Terra com Vênus, que é mesmo oculta-
mente considerado o alter ego do nosso planeta?

Mestre: — Os centros ou vórtices energéticos dos


corpos planetários e dos sistemas não são imutá-
veis. Conforme se processa a evolução, vão sen-
do deslocados para pontos diferentes onde um
melhor equilíbrio possa ser atingido. A Terra está,
como o discípulo afirmou — e muito bem —, es-
treitamente ligada com Vênus, do qual tem recebi-
do muitas influências e ajudas. Conforme a Terra
evolui, muitas coisas têm sido transferidas de Vê-
nus para ela, como um pai vai transferindo respon-
sabilidades e obrigações para um filho quando
este começa a entrar na idade adulta. Presente-
mente, o centro cardíaco do sistema solar está em
processo de transferência de Vênus para a Terra,
podendo já afirmar-se que, ocultamente, a Terra é
o centro cardíaco do sistema. De tal forma isso é
uma realidade que recentemente (Outubro de
1995) a Terra foi graduada como Escola Crística
da nossa Galáxia.

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Discípulo: — O ciúme pode ser considerado uma


expressão exacerbada do Amor, ou trata-se de um
sentimento diferente?

Mestre: — O ciúme pouco ou nada tem a ver com


o Amor mas sim com a possessividade egoísta.

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Discípulo: — Como podemos considerar a violên-


cia em que a humanidade vive presentemente?
Designadamente:

• Nas escolas
• Nas ruas
• Nas famílias
• Nos presídios
• Nos campos de futebol
• Na política

Mestre: — O particular surto de violência e des-


respeito pela Lei do Amor ao próximo que se vive
presentemente tem, basicamente, dois grandes
motivos:

1. Dado o momento de transição radical que o


planeta atravessa, foi permitido que certas
almas muito rebeldes tivessem uma última

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oportunidade de reencarnar na Terra, numa


tentativa de regeneração antes de serem envi-
adas para reencarnações em mundos mais
primitivos. Infelizmente, a maioria delas, atra-
vés da violência e de outras ações negativas,
está dando provas de não ter merecido a opor-
tunidade que lhe foi dada.
2. A tremenda ênfase e publicidade que os meios
de comunicação social (imprensa, televisão,
cinema) dão aos atos de violência, chegando a
apresentar os mais sanguinários criminosos
como grandes heróis. Em certos aspectos cár-
micos, os profissionais desses meios que são
responsáveis por tal publicidade incorrem em
faltas mais graves ainda do que os próprios
criminosos. Queremos aqui deixar-lhes um
sério alerta: os meios técnicos e a velocidade
de difusão de informações audiovisuais de que
a Humanidade hoje desfruta devem ser coloca-
dos ao serviço do Bem, da Luz, da Virtude, da
Educação e do Lazer. Quem contribuir para
que assim não seja incorre num crime de lesa-
humanidade de conseqüências inimagináveis.
Outra forma de violência a que o discípulo não
se referiu mas que, também, reveste-se de
tremenda ferocidade é o maldizer, o boato, a
fofoca, o escárnio despudorado lançados sobre
indivíduos e instituições, quase sempre sem o
menor fundamento, quase sempre por inveja,
quase sempre por manifesta inferioridade. A
responsabilidade cármica dos lançadores de
boatos é gravíssima, principalmente aqueles

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que são veiculados através dos grandes meios


de comunicação social. Em verdade vos dize-
mos: é preferível, por caridade, ocultar uma
verdade chocante do que ser veículo da propa-
gação da mentira.

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Discípulo: — Existem realmente Almas-gêmeas?

Mestre: — Em rigor, todas as almas são gêmeas


por serem veículos de espíritos filhos de um Pai
comum. Todavia, o discípulo refere-se, certamen-
te, a almas complementares, veículos de espíritos
complementares também, que muitas vezes são
designadas por Almas-gêmeas. Acontece que, em
certa fase da evolução, certos espíritos assumem
o compromisso de evoluir em conjunto a fim de
complementarem polaridades opostas, não estáti-
cas, mas alternadas, já que as Mônadas são bipo-
lares e necessitam realizar-se em ambos os extre-
mos.

Acontece também que, certas Almas mis-


sionárias cujas tarefas são complementares, en-
carnam frequentemente em conjunto, em corpos
da mesma polaridade ou não, para darem seqüên-
cia mais perfeita ao Plano que servem.

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Discípulo: — Pressupondo que só exista uma

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Alma-gêmea de cada alma de cada ser humano, a


Ascensão só se poderá verificar quando ambas
tenham atingido o mesmo nível evolutivo?

Mestre: — Na seqüência da resposta anterior,


admitamos que duas almas (veículos de expres-
são de duas Mônadas) assumiram o compromisso
da complementaridade. A sua evolução é, nesse
caso, tão inter-relacionada que não se coloca a
hipótese de um distanciamento qualitativo. Ambas
atingem as mesmas metas quase simultaneamen-
te. Sempre que isso não sucede, alguma grave
falha terá acontecido.

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Discípulo: — Se duas Almas-gêmeas, ou comple-


mentares, se encontram na mesma encarnação e
pertencem a sexos opostos, existe algum tipo de
atração que as impulsione a formarem um casal
em termos matrimoniais?

Mestre: — Essa é, certamente, a maior das atra-


ções possíveis porque parte das almas e não uni-
camente de uma química físico-sexual.

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Discípulo: — E se acontecer que, por exemplo,


um discípulo do sexo masculino venha a encontrar
numa mesma encarnação mais do que uma Alma-
gêmea encarnada no sexo feminino, ou vice-

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Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

versa?

Mestre: — No momento atual, torna-se cada vez


mais possível essa eventualidade em virtude do
grande número de discípulos encarnados, princi-
palmente nas áreas do globo onde se desenrola-
rão os acontecimentos mais importantes no de-
senvolvimento do Plano para a Nova Era. É preci-
so administrar essas situações com a maior sabe-
doria.

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Discípulo: — Mas como administrar essa grande


atração — que não pode deixar de ter reflexos no
plano físico — por mais do que uma pessoa? Po-
de isso acabar em situações de poligamia ou poli-
andria?

Mestre: — Em relação à construção de uma vida


matrimonial existem circunstâncias cármicas ante-
riores à própria encarnação que determinam qual
o parceiro ou parceira certos para uma dada vida.
Para além disso, é necessário usar o discernimen-
to e saber viver o amor matrimonial no plano men-
tal com a mesma facilidade com que se vive no
plano físico. Estamos falando de discípulos, de
iniciados, até. Eles têm a obrigação de saber con-
viver com esse tipo de problemas tirando deles o
maior partido possível para aumentar (e não para
diminuir) a capacidade de serviço individual e gru-
pal.

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Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

É claro que situações de poligamia ou poli-


andria estão totalmente fora de questão porque
são fatores de retardamento evolutivo.

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Discípulo: — Numa Mensagem do Avatar Azem-


bor, Espírito da Paz, é dito que “... a Humanidade
nem sequer a quer (a Paz)....” Como se coaduna
esta afirmação com o trabalho para a nova dispen-
sação Crística a curtíssimo prazo?

Mestre: — O Avatar Azembor refere-se àquela


fração da Humanidade (infelizmente majoritária)
que não atingiu ainda o nível evolutivo necessário
para desejar, construir e vivenciar a Paz e, assim,
propiciar a descida do Avatar Crístico.

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Discípulo: — Podem ser ignorados ou apenas


postos de lado pessoas ou grupos que já trabalha-
ram árdua e honestamente e mostraram Serviço
durante os últimos tempos (até mesmo décadas) e
que agora não acompanham tão prontamente as
atividades de apoio mais exteriorizado — e tidas
como verdadeiras — às próximas manifestações
avatáricas?

Mestre: — Como já foi revelado em outro local,


existem Mestres Ascensionados que, por não te-
rem conseguido acompanhar o passo extrema-

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mente rápido que o Plano neste momento possui,


se afastaram de certas missões em que vinham
trabalhando. A mesma lógica é adaptável, com
muito mais sentido ainda, a grupos e pessoas
reencarnados. Isso não significa necessariamente
que, uns ou outros, tenham por isso gerado carma
negativo. Vamos contar uma história demonstrati-
va e simbólica adaptada a uma situação concreta:

Em certa agência bancária existiam cinco


funcionários fazendo o movimento de caixa. Rece-
biam cheques, letras, boletos, documentos, recebi-
am e pagavam quantias em dinheiro, etc. Todos
trabalharam competentemente naquelas funções
durante vários anos até que a presidência do Ban-
co decidiu informatizar o serviço de caixa a fim de
o tornar mais rápido e eficiente em conformidade
com o novo plano de expansão global da empre-
sa. Todos os cinco funcionários foram informados
desta decisão e foi-lhes oferecido um curso de
reciclagem para poderem continuar a desempe-
nhar as mesmas funções na nova dinâmica. Dois
deles, aprenderam imediata e rapidamente o novo
processo e passaram a trabalhar no serviço infor-
matizado. Os outros três não conseguiram adap-
tar-se a esse novo processo e pediram à gerência
que os transferisse para outro departamento onde
o serviço fosse mais tradicional e afinizado com
sua experiência anterior. Assim foi feito. Nenhum
deles foi despedido nem censurado e todos conti-
nuaram a trabalhar com competência noutro de-
partamento. Igualmente, nesse outro departamen-

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Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

to, foram encontrados três funcionários que se


mostraram interessados em assumir o novo servi-
ço de caixa, tendo, após treinamento, sido nomea-
dos para substituir os primeiros. Assim, todos ga-
nharam e ninguém foi penalizado.

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Discípulo: — O que é o Amor?

• Substância, energia, essência?


• Sensação, sentimento, pensamento, intui-
ção?
• Manifestação, percepção, consciência, vida?

1 Mestre: — O Amor é tudo o que se dá sem


esperar retorno. Assim, a palavra que melhor pode
traduzir Amor é: Deus.

2 50

3 Discípulo: — Como se manifesta o Amor?


Como é que o Amor atravessa os 7 Planos Cósmi-
cos? E como se manifesta-percepciona em cada
um deles, tanto na sua fase de descida como na
de subida?

4 Mestre: — O Amor não sobe nem desce pla-


nos nem subplanos, cósmicos, planetários ou hu-
manos. O Amor, simplesmente, É em toda a Cria-
ção.

28
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

6 51

7 Discípulo: — Qual a relação entre o Amor e a


Sabedoria? Suas semelhanças e suas diferenças?
Como equacionar as relações entre o Amor e a
Sabedoria, o Nº 2 e o 2º Raio, o positivo e o nega-
tivo, o bem e o mal, o receber e o dar, o masculino
e o feminino, e toda uma série de opostos e com-
plementares?

8 Mestre: — Não há qualquer diferença entre


Amor e Sabedoria. Na realidade, a palavra mais
correta é Amor-Sabedoria, sinônimo de Deus,
através do Seu Segundo Aspecto. Qualquer dos
Aspectos da divindade representa o Uno, pois não
há dissociação senão aparente para as mentes
humanas. Quanto aos pares de opostos, é eviden-
te que geram evolução ascendente e espiralada.

9 52

10 Discípulo: — Qual a relação entre o Amor e o


sexo? Como transmutar os opostos em comple-
mentares? Usando o Amor? E a Sabedoria? E...?

11 Mestre: — O sexo é (deve ser) uma manifesta-


ção microcósmica do Amor. Os opostos só são
transmutados em complementares num momento
único: aquele que fica entre uma inspiração e uma
expiração de Brahma.

29
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

12

13 53

14 Discípulo: — Como é que a Universal Lei do


Amor se relaciona com a Universal Lei de Atração-
Repulsão?

15 Mestre: — No ponto de equilíbrio da Atração-


Repulsão a Lei do Amor tem a sua expressão
mais elevada.

16 54

17 Discípulo: — Contrários, complementares e


semelhantes, que lugares ocupam no esquema
cósmico? Como é que a Lei do Amor preside a
seus relacionamentos? Quais os seus papéis nos
processos de individualização e coletivização, de
reunificação e de transcendência?

18 Mestre: — A Sabedoria Arcana é a essência


da Verdade, logo extremamente simples. Toda a
mecânica do Universo pode-se traduzir, não numa
Enciclopédia, não num Tratado, não numa equa-
ção, não num símbolo, mas unicamente num som.
Quando o discípulo atinge um certo grau de evolu-
ção, começando a movimentar-se livremente no
Plano Intuicional e nos que lhe estão acima, cap-
tando uma faísca desse som, não mais necessita
de elaborar esse tipo de perguntas. Por isso, a
uma pergunta complicada, responderemos com

30
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

uma resposta simples: No esquema cósmico (ou


divino; o Universo) tudo ocupa os lugares e de-
sempenha os papéis que a Vontade do Criador
determinou no momento da criação, por Amor-
Atividade-Sabedoria.

19 55

20 Discípulo: Como é que o Amor se torna o


grande co-criador e sustentador do Universo?

21 Mestre: — Pela sua própria essência divina.

22 56

23 Discípulo: — Poder-se-á afirmar que o Amor-


Sabedoria é a linha dupla que estabelece e man-
tém a ligação entre dois seres complementares,
mas também entre um ser e todos os seres, ou
entre vários seres afins?

24 Mestre: — Sim. Mas por quê afirmar o Amor-


Sabedoria como uma linha dupla? Porque não
considerar o Amor-Sabedoria como uma linha una,
já que é a tônica do Logos Solar?

25 57

26 Discípulo: — Pode-se dizer que o Amor per-


tence à fase de manifestação e a Sabedoria à de
percepção?

31
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

27 Mestre: — A dicotomia manifestação-


percepção não tem o menor fundamento, nem
lógico, nem oculto. Os animais, principalmente os
superiores, possuem percepção mas não podem
aspirar à Sabedoria. Esta pertence à fase humana
e começa a revelar-se após a construção da ponte
que liga a personalidade à Alma (antakarana).

28 58

29 Discípulo: — Poder-se-á também afirmar que


essa linha dupla — que possibilita as trocas entre
dois seres e entre todos os seres, se torna tripla
quando a união atinge a plenitude e a perfeição?

30 Mestre: — Não. Não é esse o princípio do


surgimento da Trindade Divina.

31 59

32 Discípulo: — Poder-se-á, além disso, afirmar


que a linha tripla se transmuta no único Ponto
quando, pelo milagre do Amor-Sabedoria, um ser
realiza a união com todos os seres, transcendendo
espaço-tempo-movimento, tocando o Infinito e
conscientizando ser Uno?

33 Mestre: — Não existe transmutação de triplo


em uno porque o Uno é simultaneamente Dual e
Triplo. Para que pudesse haver uma transmutação
seria necessário, não só que o Dual ou o Triplo, ou
ambos, existissem como entidades independen-

32
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

tes, o que negaria a Unidade Divina, como tam-


bém que sofressem de qualquer deficiência trans-
mutável, o que seria colocar a Perfeição Divina em
causa.

34 60

35 Discípulo: — Como se mantém simultanea-


mente a unidade e a diversidade?

36 Mestre: — A essa pergunta respondemos com


outra pergunta: Como poderia haver unidade sem
diversidade?

37 61

38 Discípulo: — Como é possível que exista si-


multaneamente uma só Consciência e todas as
consciências? Um só Ser e todos os seres?

39 Mestre: — Pela Lei Universal do Amor.

40 62

41 Discípulo: — Como é possível o Amor?

42 Mestre: — Pela total entrega e comunhão en-


tre o Criador e as criaturas.

43 63

44 Discípulo: — Quem verdadeiramente ama?

33
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

45 Mestre: — Deus e todas as Suas criaturas.

46 64

47 Discípulo: — Como vive o Universo?

48 Mestre: — O Universo vive construindo uma


Sinfonia de Louvor a Deus, embora grande parte
da Humanidade viva tentando introduzir acordes
dissonantes nessa mesma Sinfonia.

49 65

50 Discípulo: — Sabendo que o Sol é Amor, Luz


e Vida, de que modo poderemos trabalhar com
esse Ser para desenvolvermos em nós o Amor
Universal?

51 Mestre: — Expandindo mais e mais nossa


consciência Crística, reflexo do Sol interior..

52 66

53 Discípulo: — O momento do desencarne está


intimamente ligado com a Lei Universal do Amor.
Dispondo a Humanidade de pouca informação
sobre a melhor conduta dos presentes a esse
acontecimento, o que podeis dizer sobre esse
assunto?

54 Mestre: — A Humanidade não possui pouca


informação sobre esse momento. Pelo contrário,

34
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

alguns dos escritos mais antigos do mundo refe-


rem-se, precisamente, ao tema. Para citar duas
fontes, uma antiga e uma moderna, remetemos o
discípulo para o “Livro Tibetano dos Mortos” e
para o “Tratado Sobre Magia Branca” de Alice
Bailey, transmitido pelo Mestre Djwhal Khul.

55 67

56 Discípulo: — É do nosso conhecimento que


existem medicamentos homeopáticos que são
feitos a partir de animais inteiros como: abelhas,
formigas, moscas e aranhas. O seu uso não viola
a Lei do Amor?

57 Mestre: — Sabemos que este tema é por de-


mais polêmico para ser abordado numa resposta
sintética pelo que nos limitamos a dar uma respos-
ta meditativa: Animais, plantas e minerais, são, na
realidade, unos com o Homem e, por Amor das
espécies inferiores às superiores há, por vezes, a
entrega sacrificial que permite a evolução.

58 68

59 Discípulo: — Sendo o reino humano e o reino


angélico evoluções paralelas, porque razão os
humanos necessitam de encarnar e, por isso, sub-
metem-se às limitações próprias da matéria, co-
mo, estarem sujeitos à lei da gravidade, ao cansa-
ço, ao calor, etc., e os Anjos não? Como isto pare-
ce uma injustiça peço, com o devido respeito, es-

35
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

clarecimento sobre o assunto.

60 Mestre: — Os seres angélicos estão sujeitos a


tipos de limitações diferentes dos humanos. O
homem, a partir da Ascensão (5.ª Iniciação) tam-
bém deixa de estar sujeito às leis do mundo físico
e, além disso, faz parte do único grupo que foi
criado “à imagem e semelhança do Pai” — o que
também pode parecer uma injustiça...

61 69

62 Discípulo: — Como é vivenciado o Amor no


plano astral?

63 Mestre: — A esse respeito, remetemo-vos


para a resposta já dada a outra pergunta acres-
centando que, no Plano Astral, o Amor (vivenciado
pela Humanidade) é um reflexo do Amor no Plano
físico.

64 70

65 Discípulo: — Podeis falar-nos sobre a Trinda-


de e sua relação com a expressão do Amor no ser
humano, designadamente a relação de Amor que
pode existir entre a Alma e a Personalidade?

66 Mestre: — A Trindade é o Amor Manifestado


em sua mais perfeita exposição. Entre a Alma (o
Filho) e a Personalidade (a Mãe) existe uma rela-
ção de Amor perfeita mas incompreendida. A per-

36
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

sonalidade tem relutância em dar lugar à plena


expressão da Alma e deixar que esta assuma o
comando das operações por delegação do Espíri-
to, ou Mônada (o Pai). Por sua vez, a Alma, pro-
fundamente reconhecida à Personalidade por lhe
permitir uma forma de experimentação evolutiva,
vê-se obrigada, amorosamente, a contrariá-la para
cumprir a Vontade do Pai. Esta explicação pode
ser ilustrada pelo episódio relatado nos Evange-
lhos da visita de Jesus ao Templo no início da sua
adolescência e das palavras que dirigiu a sua mãe
que, aflita, O procurava.

67 71

68 Discípulo: — É correto afirmar-se que o instin-


to de conservação, ou seja, aquele impulso que
leva a maioria das pessoas a fazer todos os esfor-
ços para a conservação da vida, combatendo as
doenças, evitando os perigos, etc., é uma manifes-
tação da Lei Universal do Amor em relação ao
próprio indivíduo? Será também correto inferir-se
que o instinto de auto-destruição demonstrado por
um certo número de pessoas, através do consumo
de alimentos, bebidas e outras drogas nocivas,
prática de atividades altamente perigosas, etc., é,
pelo contrário, um desrespeito a essa Lei?

69 Mestre: — Certamente que sim. Devemos


sublinhar que muitas pessoas bem intencionadas,
talvez por excessiva modéstia, talvez por receio de
serem consideradas narcisistas, têm alguma relu-

37
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

tância em admitir o auto-Amor. Isso é um erro.


Todas as atividades humanas, principalmente
aquelas que são impulsionadas em conformidade
com as grandes leis da evolução, devem ser exe-
cutadas de dentro para fora. Esta tônica é sobretu-
do verdadeira e fundamental nos tempos presen-
tes, tendo em vista o advento da Nova Era. Logo,
é condição necessária para a expressão do Amor
universal que se comece pelo Amor individual. O
caminho natural é aquele que traduz em baixo as
grandes realidades da Verdade imutável existente
em cima. Por conseguinte,

1. O Homem deve começar por aprender a auto-


amar-se, ou seja, a amar em si próprio a ma-
nifestação divina que intrinsecamente reco-
nhece em si (1.º Aspecto).
2. Deve, seguidamente, estender esse sentimen-
to-atividade, ao seu próprio cônjuge (3.º As-
pecto), para que,
3. Da interação desse Amor-atividade possa sur-
gir o alargamento do sentimento aos filhos
dele resultantes (2.º Aspecto) e restante famí-
lia.

Destes três passos, que refletem o grande


mistério da trindade divina espelhada no Homem,
forma-se o núcleo básico da manifestação Amoro-
sa na Humanidade. É então que se torna possível
ampliar, em círculos concêntricos cada vez mais
alargados, esse Amor à cidade, à pátria, ao plane-
ta, aos outros reinos irmãos, enfim, a todas as

38
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

formas de manifestação, mesmo as anti-


sistêmicas. A isso se referem as palavras messiâ-
nicas que recomendam amar até (e principalmen-
te) os próprios inimigos.

Aqueles que começam por desamar-se e


praticam atos de auto-destruição como os mencio-
nados na pergunta, certamente que cometem gra-
ve atentado à Lei. A vida é uma dádiva preciosa
que permite a expressão da Alma através da ma-
téria, conduzindo à sua evolução e aperfeiçoa-
mento. Todos os esforços devem ser envidados
para preservá-la e prolongá-la pelo máximo tempo
possível. Assim, podem, numa só encarnação,
atingir-se objetivos que, de outra forma, poderiam
exigir duas ou até muitas mais reencarnações
para ser atingidos.

72

Discípulo: — É nossa convicção que certas atitu-


des de pacifismo, por representarem uma posição
de egoísmo, uma incapacidade de enfrentar a
Verdade e a Justiça ou um preconceito beato de
bem, não são conformes com a Lei Universal do
Amor. É possível pronunciarem-se sobre este
tema?

Mestre: — Todas as atitudes que manifestem


imobilismo são contrárias à ação, logo, ao Amor-
Atividade. Muitas vezes temos dito e repetido que
é preferível errar porque se busca um caminho do

39
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

que ficar parado à espera que a meta chegue até


nós. Este princípio aplica-se também ao tipo de
pacifismo a que o discípulo se refere.

73

Discípulo: — Aparentemente, uma vez que o


Amor induz à Universalidade, a poligamia
(considerada eticamente incorreta, na maioria dos
países) pareceria preferível à monogamia. O que
se vos oferece dizer sobre o assunto?

Mestre: — No conjunto de perguntas e respostas


que constitui o primeiro volume desta obra — e até
já mesmo no presente — afirmamos que a poliga-
mia e a poliandria são condenáveis eticamente
embora biologicamente nada haja a apontar, já
que seguem a linha predominante do reino animal.
Cremos daqui poder inferir-se que, no reino huma-
no, até mesmo biologicamente, haja algo a apon-
tar. Assim é, efetivamente. No reino humano, a
matéria deve seguir o espírito, pelo que, o que é
eticamente condenável (em termos de espírito)
não pode ser desculpável (em termos de matéria).
Sob o ponto de vista da universalidade Amorosa
aqui apontada pelo discípulo como base para o
seu raciocínio, responderemos com outra pergun-
ta: é um servidor competente aquele que serve
simultaneamente a dois (ou mais) senhores (no
mesmo plano)? Servi, pois a Deus (através do
cumprimento de Seu Plano) no plano espiritual e
servi igualmente a Deus (através da união conju-

40
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

gal) no plano físico da procriação e da partilha de


uma vida a dois. Esta é a Lei de todos os tempos.

74

Discípulo: — É possível — e mais consonante


com o Amor — em vez de exterminar certos inse-
tos ou animais nocivos ou incômodos, contatar
com a respectiva Alma-grupo e estabelecer laços
de simpatia, eliminando a impressão desagradável
que normalmente resulta da percepção de certos
animais e/ou levando a afastá-los?

Mestre: — É lógico que qualquer solução séria e


definitiva acerca do problema das criaturas incô-
modas e/ou nocivas ao Homem passa pelo con-
tacto com a respectiva Alma-grupo e com os seres
Elementais a ela associados. Quantos homens
desenvolveram a capacidade para isso? E destes,
quantos querem realmente fazê-lo?

75

Discípulo: — Em várias obras espiritualistas diz-


se, aproximadamente, que o Universo
(manifestado) é resultado (fruto) de Amor. Quereis
comentar esta asserção?

Mestre: — Tal asserção dispensa qualquer outro


comentário senão que: na contemplação do Uni-
verso (manifestado) se identifica (e compartilha
de) tal Amor. A compreensão desta afirmação em

41
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

todas as suas implicações levaria ao fim da infeli-


cidade.

76

Discípulo: — Parece consagrado através de di-


versos testemunhos, designadamente de livros de
publicação recente (e até no primeiro volume des-
tes Diálogos), que o Cristo Maitreya, em Sua ma-
nifestação messiânica, não recorrerá a meios de
atuação miraculosos, sendo mesmo possível que,
estando já a atuar no plano físico, a sua ação (e
presença) não seja (re)conhecida, até por muitos
discípulos. Não seria, contudo, mais Amorosa, a
produção de milagres e de formas de expressão
(impropriamente) ditas sobrenaturais, possibilitan-
do que mais largas franjas da Humanidade O re-
conhecessem e seguissem o Seu impulso?

Mestre: — Nesta fase de emancipação, quem tem


que produzir milagres é a Humanidade e não o
Cristo. Produza-se, pois o milagre da focalização
do pólo de atuação no plano mental superior por
parte de 1/3 da Humanidade (número capaz de
desencadear um salto quântico em toda a raça
humana) e todos O verão.

77

Discípulo: — Por que razão consentem os Mes-


tres que, mesmo nas obras mais perfeitas por Eles
transmitidas, se verifiquem algumas imprecisões?

42
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

Não seria mais amoroso (para os dedicados ca-


nais e para os interessados leitores) impedi-lo?

Mestre: — Digamos com humildade que, tanto no


plano onde os discípulos se movimentam como
naquele em que os Mestres habitam, a perfeição
ainda é uma meta a ser atingida (dadas as devi-
das proporções). Para além disso, é necessário
que o discípulo e o leitor exerçam uma auto-
vigilância permanente, não sendo possível (nem
amoroso), nem carmicamente correto, impedi-lo.

78

Discípulo: — Se Deus é Amor, porque razão o


Carma é, por vezes, tão pesado e (pelo menos
aparentemente) tão cruel? Não haverá uma forma
menos penosa de nos fazer evoluir?

Mestre: — Cada um colhe unicamente o fruto


daquilo que semeia. O que existe de cruel e peno-
so nisto que não seja da responsabilidade do pró-
prio?

79

Discípulo: — Dissestes, na resposta a uma per-


gunta anterior, da necessidade do homem se amar
a si próprio, conservar o seu corpo em forma e
pugnar pela sua máxima longevidade, como ponto
de partida para o Amor Universal. Podemos incluir
certas modificações que algumas pessoas fazem

43
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

nos seus próprios corpos, como operações plásti-


cas, etc. no número das medidas legítimas nesse
sentido?

Mestre: — Evidentemente que as operações plás-


ticas ou de estética não são medidas tendentes à
melhoria da saúde dos corpos nem à obtenção de
maior longevidade. Pelo contrário, elas submetem
os corpos a traumas e riscos completamente des-
necessários e carmicamente negativos. São refor-
mas de fachada induzidas pelo narcisismo, ou
paixão pela forma, indignas de qualquer pessoa
evoluída. Além disso, as fortunas gastas (leia-se:
desperdiçadas) nessas fantasias, constituem au-
têntico crime social contra aqueles que não têm
sequer o suficiente para se alimentar.

80

Discípulo: — Pode dizer-se que, para o Homem,


a mais perfeita e sublime expressão do Amor resi-
de no casamento?

Mestre: — Sim, mas não no casamento homem-


mulher. A mais perfeita forma de expressão huma-
na do Amor Divino reside no casamento místico
entre a Alma e a Personalidade quando esta trans-
muta o desejo em Aspiração. É este o significado,
entre os católicos, do chamado casamento místico
de Jesus (2.º aspecto, a Alma) com a Sua Igreja
(3.º aspecto, a Personalidade).

44
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

81

Discípulo: — Parece-nos do mais profundo signi-


ficado a afirmação de São Paulo na 1.ª Epístola
aos Coríntios (XIII, 2): “Mesmo que eu tivesse o
dom da profecia e conhecesse todos os mistérios
e toda a ciência; mesmo que tivesse toda a fé, ao
ponto de transportar montanhas, se não tiver o
Amor, não sou nada”. Seria útil comentar, explici-
tar, desenvolver e, eventualmente, completar a-
quele aforismo?

Mestre: — O aforismo é perfeito, pelo que nada


se pode fazer para melhorá-lo. Como apêndice,
diríamos que muitos mistérios, muita ciência, mui-
ta determinação e muitos poderes são detidos por
muitos irmãos da Grande Loja Negra. Todavia,
como o Amor não faz parte desta lista de atributos,
eles (pelo caminho que hoje percorrem) nunca
alcançarão a Sabedoria.

82

Discípulo: — Como funcionarão, no futuro, as


relações Amorosas inter-sexuais entre os seres
humanos e de que forma evoluirá a instituição do
casamento?

Mestre: — Nada podemos adiantar quanto ao


futuro porque ele depende totalmente do que está
sendo feito no presente. Poderíamos responder
usando de analogias quanto ao que aconteceu

45
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

com outras humanidades que se encontravam em


graus semelhantes ao da atual humanidade terres-
tre mas... não existem analogias de livre-arbítrio
coletivo e o próprio conhecimento do resultado de
experiências alheias poderia ser negativo para os
terrestres. Poderíamos revelar quais os arquétipos
comportamentais que estão sendo trabalhados
pelo Manu e por Seus colaboradores quanto a
esses aspectos mas isso é-nos vedado porque se
trata de matéria que não pode chegar ainda às
grandes massas.

83

Discípulo: — É o divórcio uma negação da Lei


Universal do Amor?

Mestre: — Nada o define como tal. A convivência


forçada de duas pessoas que se agridem o tempo
todo, ou pior, de uma que agride a outra sistemati-
camente, isso sim é uma grave investida contra a
Lei Universal do Amor.

84

Discípulo: — Para quando se prevê que a Huma-


nidade atinja massivamente o androginato?

Mestre: — A Humanidade passou de uma fase de


hermafroditismo que durou até cerca de metade
da 3.ª Raça-Raiz para a atual fase de separação
dos sexos (episódio bíblico de Adão e Eva). Não

46
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

mais voltará a essa fase. A re-união das polarida-


des dar-se-á em corpos sutis, quando já nem exis-
tir a reprodução por via sexual.

85

Discípulo: — Existe alguma possibilidade de o


aborto não contrariar a Lei Universal do Amor?

Mestre: — Não, salvo raríssimas exceções..

86

Discípulo: — O que pensa a Hierarquia Espiritual


planetária acerca da manipulação genética mine-
ral, vegetal, animal e humana?

Mestre: — Pensa o mesmo que um pai que vê o


filho, subitamente, descobrir a forma de fazer fogo.
Será que ele vai utilizá-lo para queimar ervas dani-
nhas ou descuidar-se-á ao ponto de lançar fogo a
toda a mata e deixar-se envolver no incêndio?

87

Discípulo: — Alguns estudantes do esoterismo


consideram que aos esoteristas não compete a
ação — designadamente o trabalho em prol da
divulgação dos princípios fundamentais da Sabe-
doria Eterna ou do Plano (e a subjacente orienta-
ção auxiliadora) para cada momento histórico —
mas, apenas, a oração, a meditação, o trabalho

47
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

interno ou o trabalho mágico. Como interpretar


esta sustentação à Luz da Lei do Amor?

Mestre: — Essa sustentação, hoje, é contrária


(que nos perdoem aqueles que a advogam) à Lei
Universal do Amor. A teoria, a interiorização, a
oração, etc. são fundamentais — sem dúvida. Mas
se não forem acompanhadas da prática, da dádiva
direta, do ensino, do esclarecimento, da cura, não
passarão de arquétipos não concretizados. Se a
ação e o contato direto fossem desnecessários,
para que serviria a descida dos Avatares? Os eso-
teristas (entenda-se: os discípulos reencarnados)
fazem parte de um corpo avatárico menor (ou de
sustentação) e é na prática que dão suas provas;
não somente na teoria.

Outrora, na Era de Peixes, quando os ho-


mens estavam menos preparados para compreen-
der certas revelações, admitia-se esse tipo de
atitude. Daí a proliferação de grupos religiosos
fechados e a existência de conventos, mosteiros,
eremitérios, lamastérios, etc. Apesar disso, o
Grande Avatar da Era de Peixes (Maitreya-Jesus)
teve uma vida de ação no seio das multidões e
nunca sequer escreveu uma única palavra (teoria)
mas falou muito (prática). Hoje, já quase em plena
Era de Aquário, o Mago tem que atuar predomi-
nantemente no contato com a matéria que deseja
transmutar — não somente à distância.

48
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

88

Discípulo: — Qual a razão por que muitas pesso-


as que se dedicam assídua, longa e porfiadamen-
te à prática de meditação parecem ter um tipo de
comportamento e de psicologia muito pouco amo-
rosos?

Mestre: — Precisamente pelos motivos que enun-


ciamos na resposta à questão anterior: a medita-
ção, se não acompanhada pela prática da comu-
nhão com o próximo, leva a estados de separativi-
dade e de egoísmo; logo, não induz a comporta-
mentos amorosos.

89

Discípulo: — À luz da Lei do Amor, como deve-


mos atuar face àqueles que, enfileirados (apenas
na aparência, talvez) no campo esotérico, repeti-
damente adotam comportamentos equívocos,
sinuosos, desleais, desconformes com a verdade
para, numa postura de competitividade, tentarem,
a todo o custo, prevalecer ou salvaguardar a sua
capela?

Mestre: — A postura do discípulo tem sempre que


ser amorosa e desapaixonada, embora firme e
inequívoca quanto à essência da Verdade. Mas
nunca cometerá a imprudência de julgar até por-
que, muitas vezes, as aparências iludem.

49
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

90

Discípulo: — Quais as principais diferenças entre


os modos como, previsivelmente, será compreen-
dido o Amor na Era de Aquário e o modo como foi
entendido na Era de Peixes?

Mestre: — Na Era de Peixes, infelizmente, o Amor


foi compreendido como um sentimento de fraterni-
dade entre alguns homens, conforme as afinida-
des de raça, nação, religião, língua, cultura, prefe-
rências, tabus, preconceitos, etc.. Raramente esse
sentimento de fraternidade se ampliou ao ponto de
ultrapassar tais barreiras.

Na Era de Aquário (constata-se já) o Amor


está a ser compreendido em toda a sua global
abrangência. As palavras messiânicas “amai até
(e principalmente) os vossos inimigos” estão, final-
mente, a ser traduzidas por “amai tudo o que é
(aparentemente) diferente de vós”. Assim o Amor
poderá, a partir da Era de Aquário, fluir livremente
entre a Criação e o Criador.

91

Discípulo: — O que devemos pensar de afirma-


ções como “a salvação consiste em adorar Jesus”
contidas em certas obras consideradas carismáti-
cas?

Mestre: — Devemos substituir (como, notavel-

50
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

mente, o fez Tomás Kempis nos primórdios do


Séc. XV) o verbo adorar (passivo) pelo verbo imi-
tar (ativo) e agir em conformidade.

92

Discípulo: — Face à Lei Universal do Amor, como


devemos interpretar os milagres e curas produzi-
dos (pelo menos aparente ou pretensamente) em
variadas e proliferantes igrejas ou seitas de termi-
nologia cristã?

Mestre: — Jesus disse a Seus apóstolos e discí-


pulos (na realidade, a todos nós): ide e fazei como
Eu fiz. Disse-nos também que seríamos capazes
de fazer até obras maiores do que as d'Ele. Assim
sendo, apontou-nos o caminho dos milagres e das
curas.

O que são milagres? Não sendo (não po-


dendo ser) fugas às Leis da Natureza, só podem
ser interpretados como formidáveis conquistas do
esforço e da vontade humanos. Todos nós nos
devemos esforçar e aperfeiçoar no sentido de
conseguir fazer amanhã aquilo que hoje seria con-
siderado milagre. Mas... atenção: que nunca essas
conquistas sejam exibidas como espetáculo mas
sim como ofertas Amorosas à Humanidade, feitas
com humildade, recato e (quando possível) anoni-
mato.

Muitos discípulos, por preguiça, por timi-

51
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

dez, medo ou ignorância, não praticam atos de


cura. Embora saibam ser aprendizes de Mago,
eles desconhecem o extraordinário potencial ener-
gético que já podem controlar e como uma parte
desse potencial pode (e deve) ser canalizada para
a cura.

Pelo que dissemos, todas as congrega-


ções (cristãs ou não) que tenham entre os seus
objetivos os milagres e as curas estão dentro du-
ma linha corretíssima e na vanguarda da Lei Uni-
versal do Amor. Quais as que serão genuínas e
quais praticarão o charlatanismo, compete ao dis-
cernimento comum detectar, principalmente na
distinção entre milagre-cura e histeria coletiva.

93

Discípulo: — Qual a mais elevada forma de filan-


tropia?

Mestre: — Aquela que é praticada sob total anoni-


mato.

94

Discípulo: — Os laços de afeto entre dois seres


humanos perdem-se pelo fato de um deles desen-
carnar?

Mestre: — Não. De maneira nenhuma!

52
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

95

Discípulo: — A ocorrência do início da formação


de laços de Amor específicos entre duas individua-
lidades humanas tem sempre lugar no plano físico
(enquanto encarnadas) ou pode verificar-se em
planos mais sutis, no período entre duas reincor-
porações?

Mestre: — O início tem sempre lugar no plano


físico, embora seja quase sempre o eco de uma
relação estabelecida antes mesmo dessa encarna-
ção. A continuidade posterior ocorre em todos os
planos.

96

Discípulo: — Consideramos que o desenvolvi-


mento da inteligência, a aquisição do conhecimen-
to e, através da compreensão, a sua transmutação
em Sabedoria é importante (mesmo imprescindí-
vel) para amarmos melhor. O que se vos oferece
dizer sobre esse assunto?

Mestre: — É uma afirmação totalmente correta.


Mas só ousará aspirar à Sabedoria aquele que
não se envaidecer com o conhecimento ou com a
inteligência. Muitos discípulos, na hora presente,
têm soçobrado à vaidade intelectual e, com isso,
posto em grave risco suas missões de Serviço.

53
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

97

Discípulo: — Afirma-se frequentemente em textos


sagrados que Deus é Amor. Não seria, porém,
mais correto, referir-se a Trindade a que também
se alude tão generalizadamenrte e, assim, dizer
que Deus é Poder, Sabedoria e Atividade?

Mestre: — O Poder e a Atividade divinos são ób-


vios até para o homem mais primitivo. A Sabedoria
divina é evidente para o homem educado. Já o
Amor divino não parece a muitos assim tão trans-
parente, principalmente porque estão influencia-
dos por muitas doutrinas destorcidas que escon-
dem esse aspecto da divindade. Por isso, nunca é
demais acentuar e demonstrar com provas que
Deus é Amor, afinal o Seu mais importante atribu-
to.

98

Discípulo: — Entre os chamados magos negros


não existe qualquer expressão, mesmo que de
muito inferior natureza, do Amor? Alguma conjun-
ção (ou cumplicidade) de atuação que revelam
não será um tímido e muitíssimo desvirtuado eco
do Amor?

Mestre: — O único vestígio que essas entidades


têm do Amor é o modelo arquetípico
(abandonado) que possuem em seus corações,
pronto a ser desperto e reativado quando e se eles

54
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

assim o determinarem.

99

Discípulo: — Se os Mestres amam a Humanidade


— e todos os seres — por que não se submetem
ao sacrifício permanente de habitarem entre nós,
no plano físico, para nos beneficiarem com Sua
presença e com o testemunho do que represen-
tam?

Mestre: — Porque, de acordo com a Lei, estão


obrigados ao sacrifício ainda maior de não pode-
rem “privar” com a Humanidade (como outrora
aconteceu, e contamos que possa, gradualmente,
voltar a acontecer), dado o carma por esta gerado
no período Atlante.

100

Discípulo: — Há possibilidade de artistas (como


os músicos) se oferecerem para serem inspirados
por seres de alta vibração de modo a suscitar nas
pessoas, através da arte, novas impressões dos
mundos superiores?

Mestre: — Claro que a possibilidade existe sem-


pre, seja na música, na pintura, na escultura, na
poesia, no teatro, ou qualquer outro ramo da arte.
A resposta dos mundos superiores depende muito
da habilidade do artista em reproduzir impressões
oriundas de planos muito superiores aos físicos. É

55
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

óbvio que Bach, Mozart, Handel, Vivaldi, Beetho-


ven, Wagner e tantos outros o conseguiram plena-
mente...

101

Discípulo: — Se quanto mais um homem alcança


o domínio do pensamento abstrato, mais o carma
se caracteriza por conflitos ou dificuldades de or-
dem psicológica, como poderia a família onde este
ser encarna ajudá-lo? Qual seria a terapia ou o
caminho de auxílio?

Mestre: — A forma de auxílio (e não tanto de tera-


pia), familiar ou não, neste e em todos os casos,
cármicos ou não, consiste no Amor ofertado sem
exigência de retorno.

102

Discípulo: — Como conciliar as afirmações profe-


ridas mais do que uma vez pelos Mestres ao longo
destes Diálogos contra a futurologia com a exis-
tência de profecias?

Mestre: — As profecias são baseadas em visões


incompletas (por vezes arquetípicas), inexplicáveis
muitas vezes para o próprio profeta, e (quando
genuínas) sempre transmitidas em linguagem
codificada, propositadamente tendente a gerar
polêmicas e despertar consciências. Raríssimas
vezes é possível decodificá-las, podendo somente

56
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

confirmar-se a sua precisão após os acontecimen-


tos se terem verificado. Assim, o livre-arbítrio hu-
mano não é prejudicado. Sempre que os Mestres
se têm referido a acontecimentos futuros (e têm-
no feito muitas vezes) fazem-no com base nos
arquétipos e não na visão de acontecimentos futu-
ros. Portanto, existe a possibilidade de erro e/ou
da posterior alteração dos ditos arquétipos. Por
isso, sempre que nos referimos a acontecimentos
futuros, atentai para a relatividade das nossas
palavras.

103

Discípulo: — Sabemos que uma das tônicas da


Nova Era é o Amor-Sabedoria, ele próprio espinha
dorsal da manifestação messiânica. Por outro
lado, o 7.º Raio — que comanda a Nova Era — é o
Raio da Misericórdia. Esse Amor, essa Misericór-
dia, têm em nós que encontrar expressão. Tais
qualidades, desenvolvidas em nós, devem por nós
ser dirigidas à Humanidade a que pertencemos.

Por outro lado, em diferentes ocasiões, é-


nos dito que não devem nossas potencialidades
energéticas, nossas preocupações mágicas, ser
canalizadas para a resolução dos problemas situa-
dos a nível da personalidade. Nos usos e práticas
pisceanas, o Amor aos irmãos — ao próximo —
sempre tem sido muito perspectivado para a solu-
ção dos problemas da personalidade. Então surge
a questão:

57
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

Qual o conteúdo e a expressão que deve


assumir o Amor pela Humanidade e a misericór-
dia, na Nova Era? Como objetivá-los? Cabe ainda
algum papel ao Amor, na perspectiva pisceana?

Mestre: — Embora o anterior Chohan do 7.º Raio


tivesse sido a Mestra Kwan Yin, conhecida tam-
bém por Deusa da Misericórdia, isso não significa
que a Misericórdia seja um atributo próprio (ou,
menos ainda, exclusivo) deste Raio. De fato, todos
os Raios são veículos de expressão da Misericór-
dia, podendo sua máxima concentração ser en-
contrada no 3.º Raio.

Na Era de Aquário — espera-se — o Amor


será mais e mais uma comunhão entre Almas (o
que devia ter acontecido mais amplamente já na
Era de Peixes, segundo os arquétipos) e a Miseri-
córdia será mais e mais a tônica da relação da
Alma com a personalidade.

104

Discípulo: — A Liberdade é um pré-requisito para


o Amor?

Mestre: — Certamente. A Liberdade é um pré-


requisito para tudo. Por isso, Deus no-la garantiu
plenamente na Criação.

58
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

105

Discípulo: — Qual é a natureza última do Amor?

Mestre: — A comunhão no seio do Uno.

106

Discípulo: — Um místico americano chegou a


dizer que o único milagre é amar a Deus. Podeis
comentar sobre isto no contexto dos dois manda-
mentos do Novo Testamento: amar a Deus e amar
ao próximo?

Mestre: — Com a devida vênia ao místico ameri-


cano, achamos que o pensamento faria muito
mais sentido ao contrário: o único milagre é Deus
(apesar de tudo continuar a) amar-nos...

107

Discípulo: — Na vida vivida desde o Séc. XX, foi


posta uma tal ênfase no sucesso material e na
conseqüente abundância em termos de consumo
que o Amor entre os homens é destruído pela
competição pelos melhores lugares. Que se vos
oferece comentar sobre isto?

Mestre: — Trata-se de uma lamentável realidade.


A maioria dos homens vêem no próximo, não um
irmão com quem cooperar mas um rival, um inimi-
go que é preciso abater. Os valores materiais as-

59
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

sumiram uma tal importância que ofuscaram qua-


se totalmente os valores espirituais — e isto é
extremamente grave.

A Hierarquia espiritual tudo tem vindo a


fazer, em conjugação com todos os discípulos
despertos e cooperantes, para ajudar a alterar
este estado de coisas. Todavia, a maioria dos
olhos e dos ouvidos daqueles que precisam de ver
e ouvir continuam fechados para a razão, só se
abrindo para a ganância. Pobres daqueles que,
não despertando para a espiritualidade, tudo que-
rem alcançar em termos materiais porque, como
diz o antigo provérbio, “quem tudo quer... tudo
perde”, eles tudo perderão, talvez até mesmo o
direito de continuar nesta esfera evolutiva.

108

Discípulo: — Como se pode compreender, à luz


da grande Lei do Amor, que existam tão grandes
disparidades sociais no seio da Humanidade, que
haja milhões de seres humanos neste planeta —
designadamente nos países chamados do 3.º
Mundo — na mais absoluta miséria e abandono,
enquanto que outros — designadamente nos paí-
ses chamados do 1.º Mundo — levam vidas de
prazer e esbanjamento, totalmente indiferentes à
sorte desses outros irmãos, ignorando mesmo a
sua existência?

Mestre: — É, realmente, muito difícil de compre-

60
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

ender e, sem dúvida, constitui elemento de peso


negativo no carma coletivo da Humanidade, no
carma grupal de muitas nações e também em
muitos carmas individuais.

109

Discípulo: — Aparentemente, grandes parcelas


quer do Velho Testamento, quer do Alcorão, pare-
cem revelar ou, mais até, parecem negar o Amor
como natureza essencial da Divindade e funda-
mento da vida espiritual. Como explicar esse(s)
fato(s)?

Mestre: — Por mais polêmica que esta afirmação


possa parecer, o enfoque das parcelas dos livros a
que o discípulo se refere é, no primeiro caso, his-
tórico e, no segundo, jurídico. Em rigor, não pode-
mos considerar essas parcelas como religiosas,
embora façam parte de livros que, globalmente, o
são. Logo, a ausência de Amor que revelam é de
origem humana; não divina.

110

Discípulo: — Na época em que fazemos esta


pergunta (Outubro de1993) o Mundo encontra-se
perplexo com o conservadorismo do atual Papa
(João Paulo II) que, nas suas mais recentes Encí-
clicas tem, por exemplo, recuado alguns passos
em relação a liberalizações anteriores e insistido
em temas como a proibição dos métodos anticon-

61
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

cepcionais e a infalibilidade papal. Que podeis


adiantar sobre estes temas preocupantes?

Mestre: — Os dogmas criados pelas diversas


religiões nas diferentes épocas são assunto da
sua exclusiva responsabilidade e raras vezes con-
duziram ou conduzirão a alguma coisa de positivo.
Não vemos qualquer razão para justificar a intro-
missão religiosa no planejamento familiar que não
seja a sua crônica e arcaica tendência para con-
trolar tudo e todos. A dita infalibilidade papal inse-
re-se nessa tendência ditatorial. Alguma vez um
ditador admitiu falibilidade?

111

Discípulo: — Quereis dizer que o controle da


natalidade em nada incorre contra a Lei do Amor?

Mestre: — Depende dos casos. As questões mo-


rais são sempre muito subjetivas, não se podendo
jamais generalizar. O que, nalguns casos, é total-
mente legítimo pode, noutros, não o ser. Clarifi-
cando: o casal que, já tendo o número ideal de
filhos (de acordo com as suas possibilidades de
tempo, dinheiro, etc.) usa meios de anticoncepção,
pouco ou nada comete de reprovável. Já aquele
que, por egoísmo ou ganância, não quer ter filhos
ou tem um número inferior às suas reais possibili-
dades, certamente que incorre em falta.

62
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

112

Discípulo: — Porque dissestes, no primeiro e-


xemplo pouco ou nada comete de reprovável?
Qual é o pouco de reprovável que ainda subsiste?

Mestre: — O eventual cerceamento de uma opor-


tunidade urgente de reencarnação a um ser cujas
condições ideais se encontrassem precisamente
nessa família.

113

Discípulo: — Quando falais de meios de anti-


concepção usais o termo sem limitações? E o
aborto? Deve ser legalizado?

Mestre: — O aborto deve ser, logicamente, evita-


do a todo o custo. Quanto à sua legalização, a
maior polêmica existe em torno de a sua prática
ser ou não ser homicídio — e não é. Já foi esclare-
cido — nos primeiros capítulos desta obra — que
a reencarnação só se dá no momento do nasci-
mento. Como sem Mônada e Alma não existe
Homem, o feto é tão-somente um embrião huma-
nóide, embora acompanhado de perto, desde o
momento da fecundação, pela entidade candidata
à reencarnação.

Por todos estes motivos, achamos que a


prática do aborto deve ser despenalizada (por
razões de assistência médica) e, simultaneamen-

63
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

te, desencorajada através de uma educação das


populações sobre as consequências físicas e espi-
rituais desse ato.

114

Discípulo: — E a opinião do Papa? Que podemos


pensar?

Mestre: — Que a infalibilidade não existe e que a


possibilidade de iniciados — como foi o caso de
João XXIII (o nosso irmão Ângelo Roncalli) —
ascenderem ao trono papal, é extremamente re-
mota.

115

Discípulo: — O sexo é, sem dúvida, uma mani-


festação inferior do Amor. Como entender a sua
banalização e a promiscuidade que hoje tão aber-
tamente se pratica?

Mestre: — Os fatos a que o discípulo se refere


são, realmente, preocupantes. Todavia são muito
comuns na fase final de uma época ou de uma
civilização — como a que se vive agora — quando
uma pequena parte da Humanidade se espirituali-
za enquanto que a maioria se animaliza, parecen-
do recuar na escala evolutiva.

64
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

116

Discípulo: — Parece-nos que, ao contrário do que


geralmente se pensa, casos há em que o conflito
não representa uma violação mas, antes, uma
expressão da Lei do Amor Universal. Quereis pro-
nunciar-vos sobre esta questão?

Mestre: — É absolutamente correta a afirmação.


Sempre que o conflito visa a obtenção de uma
plataforma mais elevada de harmonia, ele é um
instrumento do Amor. Somente quando o conflito
é, não um meio, mas um fim, ele se transforma
num instrumento do ódio.

117

Discípulo: — Amar ilimitadamente não significa


falta de equilíbrio, de bom-senso ou de prudência?

Mestre: — Se o objeto do amor for Deus (através


da globalidade da Criação, por exemplo), não. Se,
pelo contrário, o objeto do amor for parcial, limita-
do, personalizado, certamente que sim.

118

Discípulo: — Em alguns livros, o bem-amado


Senhor Maitreya e a bem-amada Mestra Nada
aparecem referidos, respectivamente, como o
Deus do Amor e como a Deusa do Amor. É possí-
vel esclarecer o significado de tais afirmações?

65
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

Mestre: — Achamos que quem tem que esclare-


cer tais afirmações são os autores dos menciona-
dos livros. Os Mestres a que vos referis não subs-
crevem para si próprios a adequação desses epí-
tetos, reservando a qualificação de Deus do Amor
para “Aquele-Sobre-Quem-Nada-Pode-Ser-
Dito”.

119

Discípulo: — O fato de continuarmos a ter pre-


sentes em nós, através da evocação do Amor, os
seres que, entretanto, já desencarnaram, prejudica
de algum modo a sua evolução?

Mestre: — A resposta é não, antes pelo contrário


— dada a forma como o discípulo colocou a per-
gunta. Todavia, se a evocação não for realmente
de puro Amor e, pelo contrário, for egoísta, obses-
siva, apaixonada, egocêntrica, então pode prejudi-
car o sossego, principalmente dos menos evoluí-
dos. Claro está que, em última análise, esse preju-
ízo retorna à origem através da roda do Carma.

120

Discípulo: — E o fato de lhes enviarmos emana-


ções conscientes de amor atrasa de alguma forma
o caminho daqueles que partiram para outros pla-
nos? Já agora, quais os efeitos das chamadas
missas por alma de... ?

66
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

Mestre: — A primeira parte da pergunta já está


implícita na resposta anterior. Quanto às missas
por alma, elas são, na maioria dos casos, inócuas,
raras vezes, perniciosas, e, raríssimas vezes, de
alguma utilidade, dada a forma superficial de que
se revestem.

121

Discípulo: — No livro “Astrologia Esotérica¨ trans-


mitido a Alice A. Bailey pelo Mestre Djwhal Khul,
afirma-se acerca das Hierarquias Criadoras: A
Hierarquia que é a quinta em ordem, e que nos
dizem estar em processo de atingir a libertação
final, ou tomar a quarta Iniciação, é a causadora
de certos fenômenos no planeta que lhe merece-
ram o cognome de Estrela do Sofrimento. Existe
um elo cármico entre o reino animal e a quinta
Hierarquia Criadora do sistema anterior que se
revela no Homem através da necessária crucifixão
da natureza animal, particularmente em relação ao
sexo? Devemos recordar que as Hierarquias tra-
balham sob a Lei da Atração que é a lei dos Cons-
trutores. Se a Lei de Atração implica sofrimento e
crucifixão, porque não substituí-la pela Lei do A-
mor? Não estaremos a ser vítimas de uma injusti-
ça?

Mestre: — O tema das Hierarquias Criadoras é


muito denso e complicado para se entrar em gran-
des detalhes numa obra de divulgação popular
como é a presente. Para simplificar, diremos que,

67
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

realmente, a via do sofrimento foi escolhida para a


Terra em determinado ponto da sua evolução co-
letiva porque era aquela que, carmicamente, me-
lhor se adaptava ao Plano Divino para este plane-
ta. Portanto, a decisão da quinta Hierarquia não foi
arbitrária ou desligada da Lei do Amor; pelo con-
trário, foi tomada em plena consciência dessa Lei,
da qual todas as outras — incluindo a de Atração
— são complementos.

Quanto à crucifixão da natureza animal e


do sexo em particular, cremos que todos sabem
tratar-se de um passo decisivo na evolução rumo
à libertação, mais explicitamente, o penúltimo pas-
so ou Quarta Iniciação.

122

Discípulo: — Se, como foi definido antes, amar é


dar sem esperar retorno, porque razão existe um
Plano Divino por via do qual, não havendo o ade-
quado retorno (resposta) por parte da Humanida-
de, a evolução não se processa? Não parece isto
contrariar a dita definição?

Mestre: — O cumprimento do Plano Divino (raras


vezes conseguido nos prazos ideais) não repre-
senta uma retribuição ao Amor de Deus-Pai mas
sim um passo em direção à realização da divinda-
de do próprio Homem. Nunca vos esqueçais: o
Homem foi criado para compartilhar da Glória do
Criador. A situação é comparável ao dever do

68
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

estudante em passar nos exames, não para retri-


buir o dinheiro que o pai gastou com os estudos,
mas para se formar e tornar independente, igual
ao pai.

123

Discípulo: — Pode considerar-se a proteção mú-


tua e o acordo tácito entre os irmãos da sombra
como uma forma débil de amor?

Mestre: — Não existem, em rigor, nem proteção


mútua, nem acordo tácito entre os irmãos da som-
bra, mas unicamente uma pontual coincidência de
propósitos cuja fragilidade é tão grande quanto um
fio de cabelo.

124

Discípulo: — Assim sendo, será correto falar-se


de Fraternidade Negra ou é preferível usar-se a
expressão Loja Negra — já que fraternidade pres-
supõe uma relação amorosa entre os membros?

Mestre: — É, de fato, impossível usar a expressão


Fraternidade Negra em relação ao conjunto de
seres a que, habitualmente, chamamos magos
negros e seus lacaios.

125

Discípulo: — O assim chamado apego é uma

69
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

forma incipiente de amor?

Mestre: — Não, o apego é uma forma enraizada


de possessividade e egoísmo, de uma manifesta-
ção de amor limitada e imperfeita.

126

Discípulo: — De acordo com a premissa de que


tudo se reflete em tudo, é possível amar verdadei-
ramente alguém de forma pura se alberga-se ódio
por outro alguém no seu coração? Por outras pala-
vras: é de confiar na integridade do amor da parte
de quem facilmente é capaz de ferir, de quem é
caracterizadamente egoísta e indiferente à dor
alheia? Ou, pelo contrário, tais venenos forçosa-
mente desvirtuarão o amor que se dedique a um
outro ou mais seres da sua predileção?

Mestre: — Na realidade, qualquer energia que se


manifeste através de uma qualidade (positiva ou
negativa) possui, patente ou latente em si, a quali-
dade oposta que a pode transformar numa energia
contrária. Assim, podemos dizer que o amor é
uma energia que, manifestando-se através da
qualidade do bem-querer tem dentro de si a se-
mente do mal-querer, que o pode transformar em
ódio. Podemos então comparar a dualidade amor-
ódio a um sistema de vasos comunicantes: quanto
mais enchemos o vaso da direita, que contém o
amor, mais esvaziamos o da esquerda, onde se
abriga o ódio — e vice-versa. Porém, se um dos

70
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

vasos não estiver totalmente cheio, coexiste em


dose que pode ser de considerável dimensão,
muita energia do lado contrário. Por isso (por mais
paradoxal que possa isto parecer-nos) existem
pessoas cuja capacidade de amar e odiar são
absolutamente equivalentes: os vasos estão a
meio. Em conseqüência, podemos fazer a afirma-
ção ainda (aparentemente) mais paradoxal: Quan-
do a quantidade de energia dos vasos está em
equilíbrio, o homem atinge o seu maior desequilí-
brio.

127

Discípulo: — A destruição pode ser um ato de


amor?

Mestre: — Sim, mas em planos que o Homem


comum não pode ainda, sequer, compreender.

128

Discípulo: — É bem conhecida dos esoteristas


mais dedicados a uma cuidadosa reflexão a espe-
cial dificuldade da distinção entre o 2.º Raio e o 3.º
Raio. Julgamos que não cabe no âmbito destes
Diálogos desenvolver esse assunto. No entanto,
atrevemo-nos a perguntar: qual é o grande Raio
do Amor — o 2.º ou o 3.º?

Mestre: — Para que melhor se compreenda o


enquadramento do que foi perguntado e do que

71
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

queremos responder, elaboramos a seguinte per-


gunta: a quem pertence o mérito (ou a culpa) de
uma boa ação (ou de uma má ação) — a quem a
idealiza ou a quem a executa? Para facilitar, em
vez de 2.º e 3.º Raios, falemos (quando nos refe-
rirmos ao amor) em Amor-Sabedoria-Atividade.
Assim não separaremos as partes do todo.

129

Discípulo: — Pode ser indicado onde se encon-


tram atualmente sediados, nas contrapartes sutis
do mundo físico, os principais Focos (ou Templos)
do Amor?

Mestre: — Podemos, unicamente, indicar que o


Templo do Amor Divino se encontra no planalto
central brasileiro, que o Templo da Ascensão se
encontra no Sudeste brasileiro e que o Templo
Tripartido do Espírito Santo tem vórtices em Portu-
gal continental, nos Açores e no Brasil.

130

Discípulo: — O que nos pode ser principalmente


recomendado para colaborarmos em ordem a uma
mais plena manifestação do Amor, nos tempos
mais proximamente vindouros?

Mestre: — Abri os vossos corações e repudiai o


preconceito.

72
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

131

Discípulo: — Numa época em que todos os Ho-


mens, de todas as religiões e filosofias, principal-
mente aqueles que dizem alinhar-se com as hos-
tes da Grande Fraternidade Branca Universal,
deviam dar as mãos numa união amorosa propícia
à manifestação dos Grandes Avatares, como se
compreendem atos como o que há algum tempo
foi perpetrado pela Ponte para a Liberdade do
Brasil, plagiando, mutilando e deturpando o livro
“As Novas Escrituras, Vol. I”, e publicando-o como
se fosse seu com um nome falso?

Mestre: — Estava anunciada para estes tempos a


queda das máscaras e a revelação pública de
quem é quem no Serviço do Plano Divino sobre a
Terra. Não nos agrada fazer comentários ou juízos
públicos nominais sobre quem se encontra no
plano físico. Os atos falam por si próprios.

132

Discípulo: — Foi já publicamente anunciado


(designadamente através de livros editados pelo
Centro Lusitano) que a manifestação messiânica
do Senhor do Amor — o Cristo Maitreya — neste
limiar da Era de Aquário e da Era do 7.º Raio se
revestirá de diversas formas. Algumas já foram
iniciadas? Quais e como?

Mestre: — Como sabeis, esta manifestação ava-

73
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

tárica é dual, sendo o Avatar Grupal responsável


por toda a movimentação energética que provoca
as correspondentes respostas por parte do Avatar
divino. Por isso não podemos, por enquanto, falar
de formas de manifestação iniciadas pelo Cristo
Maitreya mas sim de formas de ação iniciadas
pelo Avatar Grupal com a correspondente reação
energética messiânica. Nesse âmbito se contam:

• As aproximações ecumênicas entre seitas reli-


giosas.
• A pacificação e harmonização de vastas áreas
da Terra (algumas delas ainda em fase de
conflito tendente à harmonização).
• A cada vez mais presente consciência planetá-
ria adquirida e assumida por líderes políticos
como conseqüência da pressão da consciência
das massas.
• A onda avassaladora pela recuperação ecoló-
gica da Terra, com eco em áreas de poder
econômico anteriormente estanques.
• O alastramento em velocidade inaudita das
formas de comunicação, informação e informa-
tização — designadamente eletrônicas — que
transformam gradualmente a Terra numa gran-
de rede intertecida e interligada.
• Em conseqüência do fenômeno anterior, a
rápida aproximação entre os dados do conheci-
mento exotérico e da Sabedoria Esotérica, que
levará a uma interessante colaboração a muito
curto prazo.

74
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

133

Discípulo: — A dedicação à espiritualidade e a


disponibilização para o Serviço implica cortar (ou
não deixar que se gerem) laços de amor com ou-
tros seres humanos?

Mestre: — Claro que não. Pelo contrário, como já


afirmamos, o Amor deve partir de dentro para fora,
do particular para o geral, de baixo para cima,
enfim, do microcósmico para o macrocósmico. A
idéia contrária é totalmente pisceana e não tem
hoje fundamento.

134

Discípulo: — A encarnação num corpo físico fe-


minino é mais propícia à expressão do amor do
que a encarnação num corpo masculino?

Mestre: — Assim foi, de fato, no passado, por


causa dos tabus e imposições sociais acerca da
masculinidade. Hoje não existe qualquer diferen-
ça.

135

Discípulo: — É verdade que nos devemos abster


de crítica (nos moldes habitualmente praticados)
por constituir uma forma de desamor?

Mestre: — Se pela frase nos moldes habitualmen-

75
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

te praticados o discípulo significa crítica mordaz,


destrutiva, venenosa e mal-intencionada, então
sim. Todavia, a crítica construtiva, oportuna, enér-
gica, bem-intencionada e objetiva pode e deve ser
exercida pelos homens de caráter.

136

Discípulo: — Então é igualmente verdade que


devemos saber ponderar e avaliar as situações e
(onde quer que tal se imponha), dar o testemunho
da realidade?

Mestre: — Sim, sem a menor sombra de dúvida.

137

Discípulo: — Será correto a um ser humano doar


os seus órgãos após a morte física? Será isso
uma prova de amor?

Mestre: — A resposta, para ambos os casos, é


sim e trata-se de uma prova de amor e desapego.

138

Discípulo: — Li algures qualquer coisa como isto:


Se toda a Humanidade se tornasse vegetariana,
ao cabo de duas ou três gerações não haveria
mais guerras. A ser assim, podeis explicitar melhor
esta afirmação? Tem a ver com a baixa astralida-
de dos animais — e não dos vegetais — prenden-

76
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

do o Homem a planos de vibração que lhe deviam


já ser muito inferiores?

Mestre: — A citação está correta mas as hipóte-


ses justificativas dela extraídas não.

Quimicamente falando, não há grande


diferença entre as células animais e vegetais. Por
isso, a ingestão de uma coisa ou de outra não vai
alterar em muito o comportamento humano. Ou-
trossim, a evolução espiritual faz-se a partir da
mente; não do aparelho digestivo. Por outro lado,
para o Homem evoluído, o plano astral e as diver-
sas formas astralinas não representam, nem gran-
de risco, nem surpresa de maior.

O que faz com que a frase seja verdadeira,


são os acréscimos que lhe vamos ceder, reapre-
sentando-a da seguinte maneira: Se toda a Huma-
nidade se tornasse tão intrinsecamente pacifista
que se tornasse vegetariana por amor para com o
reino animal, ao cabo de duas ou três gerações
não haveria mais guerras. É obvio que quem de-
senvolveu tal compaixão pelo reino animal já ultra-
passou a hipótese de agressão para com o Reino
Humano.

139

Discípulo: — No primeiro volume dos presentes


Diálogos (recebido em 1988) afirma-se que o sis-
tema político-econômico ideal é aquele em que o

77
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

amor prevaleça sobre o desamor. É possível de-


senvolver mais um pouco esta afirmação que,
para alguns (nos quais não nos incluímos), poderá
parecer despropositada e falha de sentido prático?

Mestre: — Certamente. Fá-lo-emos, então, medi-


ante uma série de perguntas:

Num sistema político planetário em que o


amor prevaleça sobre o desamor, será possível:

1. Os políticos roubarem ou, de alguma forma,


enganarem o povo que os elegeu?
2. Os parlamentares legislarem contra os interes-
ses desse povo?
3. Os juízes julgarem iniquamente os réus?
4. O Estado ser um inimigo do cidadão?
5. O poder econômico manobrar a seu bel-prazer
os meandros da política, a fim de assegurar e/
ou aumentar os lucros abusivos de suas em-
presas?
6. A educação, a saúde e a assistência social
continuarem no estado lamentável em que se
encontram, especialmente (mas não exclusiva-
mente) nos países do terceiro mundo?
7. As potências chamadas ricas continuarem a
liquidar o que ainda resta de equilíbrio ecológi-
co no planeta e (ainda por cima) com o despu-
dor de acusar os países pobres de serem os
causadores do descalabro?
8. Que não sejam extintas as redes de tráfego de
drogas, prostituição e jogo, e justamente puni-

78
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

dos os seus promotores?


9. Que não seja assegurado o “pleno emprego” e
a justa remuneração de todos os cidadãos?
10. Que a justa distribuição fundiária continue (em
muitos países) a ser letra morta?

140

Discípulo: — Sob um ponto de vista psicológico,


a progressiva queda de fronteiras na Comunidade
Européia e em outras associações similares, de-
signadamente o Merco-Sul e a NAFTA, correspon-
de ou pode ser considerada um prenúncio de um
novo horizonte, mais alargado e abarcante, na
capacidade de amar (pela abdicação dos povos
em relação a seus estreitos e estanques domínios
afetivo-temporais)?

Mestre: — Sim. Trata-se de uma resultante da


nascente homogeneidade da consciência coletiva,
com seus naturais (e, por vezes, complexos e até
aparentemente contraditórios) processos de perfu-
são e equilíbrio energéticos. Tal corresponde à
conquista de um maior terreno para a expressão
do Amor.

141

Discípulo: — Julgo que a expressão idiomática


“Façam amor e não a guerra” (Make love, not
war), terá nascido, bem-intencionadamente, no
período da guerra no Vietnã. No entanto, partida

79
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

ao meio, e defasada do seu contexto total, afasta-


se hoje em dia, cada vez mais, da intenção, com
algum cunho moral, que a fez nascer. A propósito
de tudo e de nada, em todos os países, se diz fiz
amor com fulano, ou com fulana... Não será tempo
de desmistificar essa questão e impedir que se
reduza o amor à sexualidade física?

Mestre: — Mais uma vez afirmamos que é ilegíti-


mo impedir seja o que for, por mais negativo ou
pernicioso que possa parecer a uns ou a outros.
Para mais, se os desejos de impedimento de toda
a gente fossem satisfeitos, nada seria permitido...

Quanto à referida expressão, ela não nas-


ceu somente por um sentimento anti-guerra do
Vietnã. Nasceu também porque precisamente
nessa época se processava a revolução sexual
contra os tabus, os preconceitos, as discrimina-
ções, as mistificações e os impedimentos.

Como a guerra do Vietnã terminou há mui-


to e a revolução sexual saiu vitoriosa (ao ponto de,
em parte, ter descambado para o extremo oposto
— o que é a seqüência normal de todas as revolu-
ções) a expressão não tem hoje sentido — pelo
menos no espaço geográfico-cultural em que se
inseria originalmente.

Quanto a certas pessoas se relacionarem


sexualmente como se fossem irracionais, hoje
com um parceiro, amanhã com outro e a isso cha-

80
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

marem fazer amor, é caso unicamente para la-


mentar-se essa ignorância (tanto mais que amor
não se faz, dá-se, recebe-se, vivencia-se...).

142

Discípulo: — Está correto fazer-se uma interven-


ção esotérica (cura, problemas vários) sobre al-
guém, mesmo quando esse alguém não solicitou
(ou mesmo não quer, por motivos de esgotamento
de carma), ainda que essa intervenção seja com
as melhores intenções de serviço? Se sim, como
deve ser feito para não interferir com o esgota-
mento do carma?

Mestre: — Se, carmicamente, a pessoa em ques-


tão não puder ser ajudada pela intervenção, a
energia ofertada terá efeito sobre outrem que pos-
sa ser beneficiado através dela. Em qualquer dos
casos, o agente ativo gera carma positivo para si
próprio.

143

Discípulo: — É correto que, quando se pensa em


cura esotérica se deva pensar e atuar em medici-
na (ciência, coletivo) e não apenas no doente?

Mestre: — A pergunta do discípulo não está ela-


borada com muita clareza. Gostaríamos que a
reformulasse de uma forma que não ofereça
quaisquer equívocos ou possibilidades de dupla

81
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

interpretação.

144

Discípulo: — Devem (podem) as curas esotéricas


ser feitas sem que o próprio interessado (doente)
esteja diretamente interessado (colabore) no pro-
cesso?

Mestre: — Sim, podem. A colaboração e o inte-


resse da personalidade não são indispensáveis; já
o mesmo não pode dizer-se quanto à adesão da
Alma.

145

Discípulo: — As estórias de encantar (contos de


fadas) poderão ser consideradas como um modo
de ensinar às crianças a Lei do Amor?

Mestre: — Os contos de fadas, como as fábulas e


as parábolas, são formas muito perfeitas de se
ensinarem os grandes princípios e as grandes
verdades ocultas a vastas camadas da Humanida-
de — crianças e adultos.

146

Discípulo: — É possível darem-nos algumas re-


gras práticas para incentivar nas crianças, através
da educação, o despertar do Amor?

82
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

Mestre: — A regra prática mais eficaz é de dar,


em todas as situações, o exemplo do Amor e, em
todos os casos, evitar emanar vibrações de desa-
mor (pelas quais a sensibilidade das crianças é
especialmente ferida e perturbada). Pelo contrário,
e por causa dessa mesma sensibilidade, deve-se
pôr particular ênfase em banhar as crianças num
ambiente pleno de vibração do amor.

Pequenas histórias, fábulas ou parábolas


simples mas sugestivas são outro meio poderoso
de incentivar nas crianças a importância e o signi-
ficado do amor.

Outro cuidado, tantas vezes esquecido,


que importa sublinhar, é de não alimentar a com-
petitividade gratuita, os intuitos de prevalecer astu-
tamente e a separatividade que, frequentemente,
é até abençoada e fomentada pelos pais, mesmo
nas relações entre irmãos de tenra idade. Ensinai,
antes, o valor da sincera e espontânea coopera-
ção fraternal (embora não deixando de, simultane-
amente, ajudar a criança a não ser demasiada-
mente molestada por um meio violento e brutal
como, em grande medida, é o proporcionado pela
vossa civilização, influenciando-a a adotar uma
conduta que se paute sempre pelo verdadeiro
respeito, pela dignidade própria e de cada um dos
seres com os quais se relaciona).

83
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

147

Discípulo: — Ao longo dos tempos, todos aqueles


que pregaram na Terra o Amor e a não-violência
viram tais princípios serem repudiados não só
pelos seus adversários como até, na prática, pelos
seus seguidores. Veja-se por exemplo, os casos
de Jesus e de Gandhi. Não quererá isto dizer que
tais princípios constituem uma utopia irrealizável?

Mestre: — Não estamos totalmente de acordo


com o raciocínio evidenciado na pergunta. Em
rigor, Gandhi é um seguidor de Jesus (dos Mes-
tres) e das regras de Amor e não-violência por Ele
(e outros) pregadas, como o foram Martin Luther
King e tantos outros verdadeiros mártires, e como
o são tantos membros da Humanidade (entre os
quais porventura o próprio autor da pergunta).
Seria uma tremenda injustiça e pessimismo pen-
sar que todos os seguidores dos grandes Instruto-
res do Mundo não seguiram ou não seguem os
princípios por eles ensinados.

148

Discípulo: — De acordo com a convicção de al-


guns grupos de várias origens, o chacra cardíaco
do planeta situar-se-ia agora no Brasil, mais pro-
priamente no Estado de Goiás; mais propriamente
ainda, segundo alguns, nas imediações de Brasí-
lia; segundo outros, na região de Alto Paraíso de
Goiás. Confirmais alguma destas localizações?

84
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

Mestre: — Não, não confirmamos nenhuma delas.


O chacra cardíaco do Brasil encontra-se perto da
área referida (Goiás) mas não exatamente em
algum dos lugares citados. Quanto ao chacra car-
díaco do planeta, seguramente que não se encon-
tra na região mencionada na pergunta. Não adian-
taremos, de momento, a localização certa para
que não se desencadeiem outros movimentos
migratórios de grupos místicos que pretendem
assistir à “vinda” de Maitreya como quem se quer
sentar na primeira fila da platéia de um teatro à
espera que o pano abra. Maitreya está, estará
com todos Seus discípulos, com todo o corpo ava-
tárico grupal, onde quer que este se encontre.

149

Discípulo: — Todos os universos manifestados


são criação do Amor?

Mestre: — Sim, na sua origem.

150

Discípulo: Será correto afirmar que só se pode


falar de uma Lei Universal do Amor num Universo
manifestado (e não, consequentemente, no Imani-
festado)?

Mestre: Sim, dado que só podemos, com proprie-


dade, falar de Leis, quaisquer que sejam, num
Universo manifestado. As Leis Universais são a

85
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

própria organização da substância para cada Perí-


odo de Manifestação. Quanto ao Imanifestado, em
Si, até o mais elevado Mestre nada pode — nada
sabe — dizer.

151

Discípulo: — É verdade que, continuando muito


embora o trabalho d'Aqueles que O procederam (e
que expressaram outras qualidades divinas), o
Avatar Maitreya “fez descer” à Terra uma possibili-
dade de vivência de Amor até então ignota no
mundo dos homens (e, até, de certa forma, na
própria Hierarquia Planetária)?

Mestre: Sim. Lembremos que, anteriormente,


também o Senhor Gautama (por exemplo) veio
ampliar o leque das virtualidades que passaram a
estar definidamente abertas aos membros desta
Humanidade.

152

Discípulo: — É igualmente verdade que, na sua


presente manifestação messiânica, cabe-Lhe com-
pletar aquele trabalho, inspirando os homens a um
Amor mais universal, mais oniabarcante e mais
conscientemente ativo?

Mestre: — Também neste caso a resposta é ine-


quivocamente afirmativa, pelas razões que se
expõem em outras respostas desta obra e em

86
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

livros anteriores, quer entre os editados pelo Cen-


tro Lusitano de Unificação Cultural (antes de 1995,
designadamente, em “As Novas Escrituras”), quer
entre os que foram escritos pela irmã Alice A. Bai-
ley.

153

Discípulo: — Como se pode interpretar o ato de


alguém que arrisca a sua vida para salvar outra
pessoa?

Mestre: — Como um ato de puro amor, claro.

154

Discípulo: — O medo da morte não é um intrínse-


co reflexo da não compreensão da Lei do Amor?
Ou do desconhecimento dos desígnios da própria
Vida?

Mestre: — O medo da morte é o resultado da


união de dois sentimentos muito naturais: o medo
do desconhecido e o instinto da conservação.
Estes dois sentimentos aparecem relacionados
com a morte por pura ignorância e não por incom-
preensão da Lei do Amor. Essa ignorância (ou
desconhecimento) é o resultado de uma evolução
espiritual pouco desenvolvida. Os seres de grande
nível evolutivo não têm medo da morte — nem
tão-pouco a desejam. Sabem cumprir todas as
etapas da Vida com alegria, e saúdam a morte,

87
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

quando ela chega, como se saúda o nascer do Sol


após uma noite bem dormida.

155

Discípulo: Sabendo-se que, no passado, foram


eleitas e santificadas figuras religiosas ou míticas
com base em personalidades historicamente ine-
xistentes ou, noutros casos, cuja vida não corres-
pondeu a essa santidade, mas que, com o tempo,
granjearam a devoção dos chamados fiéis, para
onde se dirige ou canaliza essa energia amorosa
(ou devocional) doada pelos crentes? Dissipa-se,
ou é aproveitada de forma construtiva?

Mestre: — É naturalmente atraída para focos de


vibração de características idênticas às idealiza-
das nessas entidades, assim justamente reforçan-
do e alimentando a força inspiradora, irradiante e
construtiva de tais seres ou focos.

156

Discípulo: — O prazer e a dor não são apenas


instrumentos cármicos, mas também intervenien-
tes diretos na Lei do Amor. É possível corrigir e
desenvolver esta afirmação?

Mestre: — Todos os instrumentos cármicos são


intervenientes diretos na Lei do Amor. A dificulda-
de em compreender isto resulta, unicamente, da
associação de Carma com punição — o que não é

88
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

correto.

157

Discípulo: — Os elixires da longa vida encontram-


se em franco desenvolvimento. Segundo alguns
cientistas, já é possível prolongar a vida do corpo
físico até aos 130 anos. Será esta situação corre-
ta?

Mestre: — O corpo humano está preparado e


programado para ser útil durante um elevado nú-
mero de anos. Por motivos que o próprio homem
criou, a longevidade foi reduzida a níveis incrivel-
mente baixos (menos de 30 anos, em média, uni-
camente 2.000 anos atrás). Criaram-se limitações
e condicionamentos hereditários que agora come-
çam a ser desbloqueados, ao mesmo tempo que a
genética descobre que não existem motivos reais
para o envelhecimento precoce das células, mas
sim erros comportamentais, de alimentação ambi-
entação, emoção, etc, — a par de erros cármicos
— que podem ser rapidamente corrigidos. Não
falta muito tempo para que seja possível prolongar
a vida do corpo físico até mesmo mais do que 130
anos.

158

Discípulo: — Será que existe algum símbolo,


apropriado aos tempos atuais, para expressar o
amor?

89
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

Mestre: — Existem certamente muitos. Destacare-


mos o símbolo da cruz em que as rosas florescem
ou em que o sol brilha na intersecção do braço
vertical e do braço horizontal, que é um símbolo
para toda as Eras.

159

Discípulo: — E um som?

Mestre: — A palavra sagrada AUM é uma expres-


são sublime do amor universal, na linha direta do
2º Raio.

160

Discípulo: — Quando um doente entra em coma


e a manutenção de suas funções vitais é assegu-
rada artificialmente, o desligar das máquinas pode
ser considerado um ato de eutanásia? Seria possí-
vel prestarem algum esclarecimento acerca do
estado de coma, que ajudasse a decidir nestas
situações (designadamente, face à Lei Universal
do Amor)?

Mestre: — Se a Ciência puder determinar sem


margem de dúvida que o coma é irreversível, o
desligar das máquinas é um ato de amor e aque-
les que prolongam forçadamente o agrilhoamento
à matéria de um espírito que já está pronto para
se libertar, incorrem em grave falta. Isto refere-se,
tanto aos familiares (por apego egoísta) como aos

90
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

profissionais da saúde (por interesses econômi-


cos). Atenção: falamos em desligar as máquinas,
não em introduzir no corpo do doente qualquer
droga destinada a acelerar a morte que — isso
sim — seria eutanásia e homicídio voluntário,
mesmo que induzido por compaixão.

161

Discípulo: — A pena de morte é sempre reprová-


vel qualquer que seja a situação? Quais as prová-
veis conseqüências para o país que a pratique?

Mestre: — A pena de morte é sempre reprovável.


As conseqüências individuais e coletivas depen-
dem de muitos outros fatores cármicos — que
podem servir como agravantes ou atenuantes. Um
fator atenuante seria um país que se encontrasse
sob ocupação inimiga (ilegítima e/ou terrorista)
usar a pena de morte para punir os seus membros
culpados de colaboração com o opressor. Um
fator agravante, seria um Estado reintroduzir a
pena de morte quando já a havia abolido.

162

Discípulo: — Existem expressões de amor nos


reinos animal e vegetal? Em caso afirmativo, po-
deis dar alguns exemplos?

Mestre: — Certamente que sim, especialmente no


que respeita à sua relação com o reino humano e

91
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

com outros superiores a este. Duvidais do genuíno


amor de certos animais domésticos pelos seus
protetores humanos? Nunca vistes um cão chorar
a morte do seu amigo humano ao ponto de — por
vezes— morrer de desgosto? Não sabeis que o
aroma das flores, a polpa dos frutos e o mel das
abelhas são dádivas de amor? Não sentis o Amor
de toda a Criação em relação ao Criador? As plan-
tas e os animais amam no Homem a sua divinda-
de; através dele, servem a Deus.

163

Discípulo: — Muitas vezes, ao assistirmos a uma


cena de alguma violência moral ou física de pais
(ou adultos, na generalidade) para com crianças,
dizemos ou pensamos; “Ai, se fosse meu filho, não
deixava que o tratassem assim...” Não será tam-
bém nosso dever, pontualmente, intervir, de forma
educada e humana? Não será também um dever
nosso vencer a barreira do comodismo ou da ver-
gonha e intervir educada, hábil e respeitosamente
— tentando sensibilizar os adultos em questão,
implicitamente, para o fato de que as crianças não
são objetos ou propriedade dos pais e, explicita-
mente, para a inconveniência ou prejuízo desta ou
daquela ação?

Mestre: — Claro que sim. E, não resultando a


diligência e persistindo a violência, é legítima a
denúncia do fato às autoridades.

92
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

164

Discípulo: — As doenças para as quais a medici-


na humana não tem cura como, por exemplo, o
câncer (cancro) e a AIDS (SIDA), constituem uma
oportunidade especial de tomada de consciência
para quem as contrai e para os familiares que
assistem ao sofrimento de alguém que amam?

Mestre: — Como já tem sido dito muitas vezes, os


mecanismos cármicos têm sempre múltiplos efei-
tos por forma a conseguir-se sempre a máxima
economia de meios. Por isso, a resposta à pergun-
ta do discípulo é: sim, mas não só. O âmbito des-
sas doenças não se queda só pelo horizonte indi-
vidual ou familiar mas vai mais longe: no caso do
câncer (cancro), chega ao horizonte de toda a
presente Raça-Raiz; no caso da AIDS (SIDA) che-
ga (por enquanto e espera-se que somente) ao
horizonte da 6ª Sub-Raça.

165

Discípulo: — Existe algum fundamento na afirma-


ção de que as crianças resultantes da fecundação
“in vitro”, sendo artificialmente concebidas, são
desprovidas de alma? E quanto à sua essência,
não têm ligação a ela ou não a têm de todo?

Mestre: — Não existe nenhum fundamento nessa


afirmação. Primeiro, porque a efetividade da en-
carnação de uma alma nada tem a ver com a for-

93
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

ma de fecundação. Segundo, porque a encarna-


ção só se verifica se o veículo de expressão física
for adequado às condições cármicas do Ser evolu-
cionante. Terceiro, porque toda e qualquer encar-
nação (para valer como prova de compensações
cármicas) envolve o Homem total, em sua grande
trindade Mônada-Alma-Personalidade. Sem a
existência da Alma, a Mônada não estaria, real-
mente, encarnada, pois ficaria isolada da comuni-
cação com o mundo da forma. Quarto, porque não
existe fecundação artificial: se há fecundação é
porque os pressupostos naturais se verificaram,
no corpo da mulher ou no laboratório.

Finalmente, diremos que a Humanidade


terrestre — à semelhança de outras cuja evolução
está alguns passos à frente da sua — tende para
um tipo de reprodução-multiplicação que, cada vez
mais, será independente do contacto sexual direto
entre macho e fêmea. A atual forma de fecunda-
ção “in vitro” é, unicamente, um passo nessa dire-
ção — por mais controversa que a muitos pareça
esta afirmação.

166

Discípulo: — O chamado “amor” entre um casal,


pelos filhos, pelos pais, etc., não será mais uma
forma de egoísmo do que uma manifestação, a
nível humano, da Lei Universal do Amor?

Mestre: — Depende da forma como essa afeição

94
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

é vivida e praticada. Se, como em muitos casos


infelizmente acontece, ela estiver fundada numa
base separatista e até de competitividade, levando
a procurar atrair todo o tipo de prosperidade e
segurança físicas e emocionais para o próprio
núcleo familiar esquecendo e até, tantas vezes
comprometendo ou ameaçando, os outros nú-
cleos, então, temos aí uma manifestação de ego-
ísmo. Na verdade, é a essa vida familiar separatis-
ta que grande parte da Humanidade se limita. Sua
capacidade de dar e de amar não vai mais além
do seu círculo muito próximo.

Se, diferentemente, a afeição alargada ao


núcleo familiar mais próximo for um ponto inicial
de superação do puro egocentrismo e expressar
um amor que aí não se esgota mas que se alarga
para unidades coletivas (afinal, outro tipo de famí-
lias que não as de sangue) cada vez mais amplas
e abarcantes, então ela alinha-se com a Lei Uni-
versal do Amor (além de que, quem a vivencia e a
pratica, cumpre seus deveres cármicos de nature-
za familiar).

167

Discípulo: — Os Mestres da Sabedoria são tam-


bém conhecidos como Mestres da Compaixão.
Será a Compaixão um atributo essencial do Amor-
Sabedoria?

Mestre: — Certamente que sim. Aliás, a plena

95
Os Novos Diálogos Herméticos - Vol. 2

Compaixão só é possível a quem tenha atingido a


“Vitoriosa Conclusão” — ou a 5ª Iniciação. Para
que exista plena Compaixão é necessário terem-
se previamente desenvolvido as virtudes do Per-
dão e da Humildade — que também são atributos
essenciais do Amor-Sabedoria.

168

Discípulo: — Por que razão, sendo o Amor a


linha diretriz do nosso planeta, este parece (hoje
em dia) andar tão arredado das relações huma-
nas, desde o matrimônio às relações entre paí-
ses? Se não existe amor na maioria dos lares,
como podemos ambicionar que o haja no planeta
como um todo? Como poderá o Cristo descer a
um mundo tão pouco amoroso?

Mestre: — A situação não é — felizmente — tão


negativa quanto as notícias dos jornais parecem
revelar. Os atos de egoísmo e de violência que os
noticiários dos meios de comunicação veiculam
enchem-nos quase totalmente e dão-nos uma
idéia bastante dura da realidade. Todavia, se to-
dos os atos de Amor e de Altruísmo fossem relata-
dos com a mesma ênfase e destaque, não haveria
papel nem tempo suficientes para fazê-lo. Por
isso, sossegai, ó discípulos e, sobretudo, espalhai,
multiplicai as vossas dádivas de Amor. Fazei de
cada ação vossa um ato de Amor. Dai o exemplo
da tolerância e da humildade. O Cristo estará,
assim, agora e sempre, convosco!

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