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SUMÁRIO
8 AS LEIS MORAIS (I)
8.1 DA LEI DIVINA OU NATURAL – O bem e o mal
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sendo estudada pelo homem ligado às ciências académicas, na Física, Química, Bio-
logia, Astronomia, etc., como fenómenos do espírito, relacionado com o seu criador -
Deus - ou com os seus semelhantes - outros homens e seres da natureza: animais,
vegetais, minerais - formando as leis morais.
A lei natural, ou divina, está apropriada para cada mundo na faixa da sua evo-
lução, embora seja a mesma sob o ponto de vista universal. Todos a compreenderão
um dia, embora muitos a conheçam e não a consigam respeitar, sofrendo as conse-
quências desse desrespeito.
Como está insculpida na
consciência da criatura, ela é
tanto mais compreendida
quanto mais aperfeiçoado
(evoluído) o ser, que devido
aos seus maus instintos a
esquece. Para tanto, a Bondade
Divina providencia, de tempos
a tempos, a vinda de espíritos
superiores, que a encarnam em
extensão e profundidade.
Vivendo-a exemplarmente,
servem como modelos
catalisadores da mudança de
costumes de uma população,
de uma sociedade, da
humanidade toda, dependendo
do raio de acção de tais
missionários.
Alguns falham, não
conseguindo dar bom termo às
suas tarefas e, entre os ensinamentos reais e verdadeiros, misturam os seus erros e
fantasias, obrigando, assim, os seus seguidores a exercitarem, permanentemente, a
análise e a crítica.
Na antiguidade eram conhecidos como profetas. Os verdadeiros eram os que
não sobressaíam apenas pelas palavras, mas os que testemunhavam pelo exemplo
vivo. Entre todos os que até hoje vieram ao encontro do homem o mais perfeito foi
Jesus, que conseguiu, na sua longa jornada evolutiva, incorporar de tal forma as leis
divinas que as vivia naturalmente, respirando-as através dos seus actos.
É o modelo mais perfeito que o homem tem. Hoje, os seus ensinamentos,
vertidos em forma simbólica ou através de histórias, têm, pelo Espiritismo, uma expli-
cação mais lógica e coerente com a época e os conhecimentos actuais, fugindo das
características da antiguidade, quando os princípios das leis divinas e naturais eram
tidos como mistérios, abertos apenas a alguns iniciados.
A Doutrina Espírita, com o seu corpo de ensinamentos, vem popularizar o co-
nhecimento antes fechado às grandes massas, que tinham de se contentar em seguir
de olhos vendados os seus pretensos mestres que, gozando da possibilidade do po-
der, abusavam da ignorância do povo, impingindo-lhe crendices e temores infunda-
dos, misturando conceitos de bem e de mal.
Para a Doutrina Espírita, a moral tem que ver com o procedimento, isto é, a
ideia transformada em acção e em maneira de ser, visando o bem comum.
O bem seria a aplicação, nos limites do conhecimento e da possibilidade, das
leis divinas, e o mal a ausência da aplicação destas leis ou, no caso contrário, a
agressão a estas mesmas leis. Por intuição, o homem sabe o que é a lei divina, bas-
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tando, para isso, não se deixar dominar pelos seus interesses egoístas e vaidosos. Na
máxima cristã de não fazer aos outros o que não quer que lhe façam, e mais, fazer
aos outros o que gostaria que lhe fizessem, está o resumo de tudo. O mal não é uma
criação activa de Deus. Apresenta-se no homem como parte da sua natureza; ele é a
negação do bem que cumpre ser desenvolvido pelo homem, é a resistência criada
pelo homem para a sua própria libertação e crescimento.
À medida em que o homem se desenvolve e sabe o bem que deve fazer, e se
omite, não se esforçando por concretizá-lo, mais responsável se torna perante as leis
divinas pelo mal que pratique. Este, tanto pode ser caracterizado pelas acções con-
trárias ao bem, quanto simplesmente pela ausência deste. Por isso, o nível de res-
ponsabilidade da consciência ignorante não é o mesmo que o do homem dito escla-
recido, pois, dependendo das circunstâncias, como da falta de ocasião de praticá-lo,
só o simples desejo de perpetrá-lo já dá ao homem um sentimento de responsabili-
dade pelas suas consequências.
Todos podemos praticar o bem, porque não consiste em o indivíduo conside-
rar-se grandioso nos actos de caridade, mas, simplesmente, em tornar-se útil no nível
evolutivo em que está.
Há mérito em se resistir ao mal que provém do meio em que se vive e, às ve-
zes, isso ocorre como uma provação das nossas forças, podendo também o mal
exercer um arrastamento forte sobre o carácter do indivíduo, mas nunca irresistível,
pois a vontade é soberana em quaisquer circunstâncias, não se podendo atribuir ao
meio a responsabilidade de actos que a consciência aprova ou não.
A lei natural, tratando-se do comportamento do homem em relação ao seu
semelhante, é a do amor ao próximo como a si mesmo.
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A prece não deve ser confundida com uma adoração contemplativa, pois no
acto de orar mobilizamos recursos de natureza interior que nos permitem enfrentar
dificuldades sem nos abatermos, tanto quanto encontramos inspiração para novos
cometimentos realizados a favor dos nossos semelhantes.
A prece feita com o coração e a alma torna o homem mais senhor de si, po-
dendo lutar contra os seus maus próprios instintos, que o levam a ligações pouco
felizes com entidades perturbadas e perturbadoras. A prece funciona como um es-
cudo de protecção contra a invasão do mal de fora, que sempre se fundamenta no
mal de dentro da criatura, que assim se vê presa de influências perniciosas e deletéri-
as.
A eficácia da prece, contudo, dá-se quando quem ora consegue sair da sua
concha de egoísmo e, descendo do seu pedestal de orgulho, passa a tratar o seu
semelhante com amor e carinho, através de acções benéficas. A prece, pois, é uma
forma do homem se carregar de energias e canalizá-las para o bem geral e, conse-
quentemente, para o seu próprio bem.
De nada adianta orar, seja louvando seja pedindo perdão das faltas, se o indi-
víduo não procede a nenhuma
mudança na sua maneira de ser,
nem tão-pouco adianta simular
uma atitude de adoração.
A Lei tem a finalidade de
diminuir as dores e provas que
cada um deve passar, em
função dos seus próprios
desacertos, e da necessidade de
ultrapassar barreiras próprias e
naturais do processo evolutivo
(de crescimento espiritual).
A prece serve como
elemento de motivação para
enfrentarmos com dignidade e
elevação as provas, mas nunca
as diminuindo ou afastando-as
do nosso caminho, pois o que
mesquinhamente achamos um
grande mal, dentro da nossa
visão efémera e limitada, na
origem geral das coisas, pode
ser um bem.
A prece não muda os
desígnios de Deus, mas dá-nos
uma visão mais clara de como
devemos agir, e, quando oramos por terceiros, não os eximimos dos seus sofrimen-
tos, porém transmitimos-lhes o nosso sentimento amoroso, alcançando-os onde este-
jam, servindo a nossa prece como um refrigério às suas almas, e, a algumas, como
um toque para a sua renovação interior, para abandonarem uma posição de inércia,
trocando-a pela acção a favor de outros sofredores maiores que elas próprias. Forma-
se, assim, uma sequência de relações simpáticas e de gratidão entre os espíritos, que
aos poucos despertarão para o sentimento de amor recíproco e alcançarão, dessa
forma, as recomendações do Cristo.
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8.2.1. POLITEÍSMO
8.2.2. SACRIFÍCIOS
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O limite do trabalho é o das forças. Todo o abuso que se cometa será consi-
derado suicídio indirecto, se for autonomamente imposto pelo próprio interessado,
ou escravidão vil, se da responsabilidade de um terceiro. Tanto uma como a outra
atitude configuram uma transgressão da lei de Deus.
Num meio social que leve em conta a lei de produção e consumo, uma faixa
etária nova é responsável pelo trabalho que assegure o bem-estar dos mais velhos,
que já não podem produzir, mas que têm o direito de viver e gozar dignamente a
sua velhice, pois ajudaram na educação dos mais novos que se prepararam para con-
tribuir a favor da sociedade e do mundo.
É por isso que a lei de reprodução é importante na manutenção deste fluxo
interminável, do qual são geradas as sociedades e a própria humanidade.
Evidentemente, a lei
de reprodução é uma lei da
Natureza, que assim provê,
permanentemente, a
renovação do património
humano, não só de bens
materiais, mas culturais e
espirituais que, em
conjunto, formam a
humanidade.
Sempre crescendo
geometricamente, a
população do globo
terrestre ameaça chegar a
um nível em que as
condições da Terra não
permitirão a todos viver. O
fantasma da sobrepopulação e da saturação angustia o homem de hoje, que apenas
vê "um canto do quadro da natureza, não podendo julgar da harmonia do conjunto".
Há mecanismos naturais que impedirão a implosão da Terra por excesso de popula-
ção e escassez de meios e recursos de sobrevivência.
Velhas raças são apenas lembranças históricas que deram lugar a novas raças,
que envelhecerão e terão que ser substituídas. Uma visão limitada não permite que
entendamos com clareza os desígnios da Providência, que se fazem sem ou com o
nosso conhecimento, e sem ou com o nosso consentimento.
Embora as raças possam ser substituídas, os espíritos que as encarnam são os
mesmos seres em processo de evolução. Da força bruta dos nossos ancestrais primi-
tivos evoluiu a força da inteligência, que consegue sobrepor-se aos elementos natu-
rais, tirando-lhes, de maneira progressiva, a força, aplicando-a em benefício próprio e
colectivo, o que não conseguem os animais.
Deus manifesta-se no homem através da sua inteligência, que é colocada ao
serviço do aperfeiçoamento da própria natureza, dela extraindo forças capazes de o
ajudarem no seu bem-estar e a realizar o progresso, que se torna meritório de acor-
do com a intenção dada pelos seus construtores.
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O
casamento é um
progresso na
marcha da
humanidade e a
sua abolição seria
uma regressão à
vida animal.
Através do
casamento os seres
estabelecem entre
si um vínculo de
solidariedade fra-
terna, aprendendo
a cooperar com o
seu semelhante,
abrindo mão de
interesses pessoais
e egoísticos.
A indissolubilidade do casamento é uma lei humana, que contraria a da natu-
reza, que pré-estabelece a união geral dos seres, sem a formação fechada, perma-
nente, de grupos que se enquistam e isolam dos demais. A estabilidade do casamen-
to é dada pela união dos interesses dos cônjuges e pela sintonia espiritual que deve
haver entre eles.
O celibato voluntário, procurado ou imposto a si mesmo como um estado
meritório e de perfeição espiritual, não passa de uma grande mentira egoísta, desa-
gradando às leis naturais e enganando o mundo, muitas vezes escondendo proble-
mas de desajustes pessoais de ordem moral e sexual. O celibato torna-se meritório
quando o seu móbil é o sacrifício pessoal, voltado para o bem da humanidade, mas
sem qualquer ideia egoísta de autopromoção. O celibato deve ser aceite quando é
espontâneo e não se reveste de qualquer tipo de compensação, elevando o homem
acima da sua condição material. Ele só é verdadeiro quando não pesa para quem o
vive e para quem não precisa de utilizar outros mecanismos de acção sexual para
justificá-lo.
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8.4.3. POLIGAMIA
Os bens da Terra devem ser entendidos como tudo o que o homem pode go-
zar neste mundo e, quando o homem não alcança este gozo, não pode, nem deve
acusar a Natureza como imprevidente, mas reconhecer que é dele a responsabilidade
pelo seu sofrimento, por não saber regrar o seu viver.
Se uns têm tanto e outros têm pouco, ou nada, deve-se reconhecer, por um
lado, a existência do egoísmo que impede qualquer atitude altruísta e, por outro
lado, a indolência e a acomodação, pois quem realmente busca e se esforça, por
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Todo e qualquer esforço que se faça para a privação dos gozos inúteis des-
prende o homem das suas paixões materiais, elevando a sua alma, que se dignifica
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ainda mais quando o homem abdica dos seus prazeres para fazer a felicidade do
semelhante, através do auxílio fraternal.
A utilização de medidas simuladas, com a finalidade de apenas crescer peran-
te os olhos humanos, além de não trazer nenhum auxílio espiritual para o homem,
ainda o coloca como ser hipócrita que, com máscaras, procura impressionar o seu
semelhante.
A privação, por exemplo, de certos alimentos, é tomada como prova de supe-
rioridade, embora a constituição do homem exija, para a manutenção das suas for-
ças e da sua saúde, a ingestão de proteínas animais, sendo coerente esta privação
somente se for séria e útil, isto é, se não for apenas para sobressair, com o uso de
sentimentos de falsa superioridade.
Todo e qualquer sofrimento que não seja natural, portanto criado pelo pró-
prio homem com a finalidade de agradar a Deus, não leva a nada, porque, no fundo,
está apenas a atender ao seu egoísmo; mortifica-se inutilmente.
Melhor faria se usasse as suas energias para atender ao semelhante que sofre
dificuldades, exercitando o seu desprendimento em acções que resultassem em algo
útil para alguém e não apenas fustigando o seu corpo de maneira egoísta.
Ao que chamamos
destruição nem sempre o é; não
passa de uma forma de rege-
neração, de transformação, pois
vivemos num Universo em que
“nada se cria, nada se perde,
tudo se transforma.”
Os seres vivos, para se
alimentarem, destroem-se
reciprocamente, seguindo esta
aparente destruição dois fins:
1. Manutenção do
equilíbrio na
reprodução, que poderia tornar-se excessiva, quebrando a dinâmica de
interdependência que existe entre os seres;
2. Utilização dos despojos do invólucro exterior que sofre a destruição.
Esse invólucro é simples acessório; a parte essencial do ser pensante é o
princípio inteligente, que não se destrói, mas se elabora nas metamorfo-
ses diversas por que passa.
Os meios de preservação de que a própria Natureza é dotada têm a finalidade
de evitar que a destruição se dê antes do tempo, o que inibiria o desenvolvimento do
princípio inteligente.
O medo inconsciente do homem pela morte é a manifestação do instinto de
conservação animal; é a manifestação inconsciente da necessidade que o seu espírito
tem de se desenvolver. Por isso, deve enfrentar as provações da vida sem apelar para
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a fuga das reclamações, das acusações indevidas, nem tão-pouco aspirar à morte
física como forma de resolver os problemas que o alcançam.
A necessidade de destruição, para estabelecer o equilíbrio ecológico e psico-
lógico, é proporcional à natureza dos mundos, cessando quando o físico e o moral se
acham mais depurados do que aqui na Terra; são características de mundos mais
adiantados que o nosso. Mesmo aqui na Terra, à medida que há uma maior depura-
ção, o sentimento de preservação sobrepuja o de destruição, dando ao homem me-
lhor posição no seu desenvolvimento intelectual e moral.
O direito de destruição sobre os animais, bem como sobre os vegetais, está
regulado pela sua necessidade, pagando o homem alto preço por qualquer abuso
que cometa, denotando apenas a predominância dos seus instintos bestiais destruti-
vos.
Quando a
destruição dos animais é
evitada, por excesso de
escrúpulo ou por
imposição religiosa, o
facto, louvável em si,
passa a ser, apenas,
manifestação supersticio-
sa, pois o homem excede-
se de outra maneira. Só é
válida quando aceite
interiormente, sem riscos
para o seu bem-estar ou
sobrevivência e sem
revolta.
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8.6.1.2. Guerras
8.6.1.3. Assassínio
8.6.1.4. Crueldade
A natureza ainda inferior do homem condu-lo à destruição e à crueldade, que
é a sua maneira de ser materialista, pois apenas experimenta as necessidades da vida
do corpo os que agem cruelmente, por não se darem conta da continuidade da vida
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em outros níveis. A crueldade deriva da falta de aplicação do senso moral que grada-
tivamente se desenvolve nos seres, cumprindo aos homens bons, já moralizados,
anularem pelas suas acções a influência dos maus e pelos seus exemplos auxiliarem a
transformação gradativa dessas criaturas.
O desenvolvimento moral enfraquece o domínio das faculdades puramente
animais que predominam nos homens inferiores. Assim se abafa e neutraliza a so-
breexcitação dos instintos materiais a favor do senso moral, ainda incipiente nos
pouco evoluídos. No meio dos bons, às vezes aparece uma ovelha desgarrada, que
nada mais é que um espírito inferior, disposto esperançosamente a melhorar, mas,
não tendo estrutura, deixa-se levar pela predominância da sua natureza primitiva.
Porém, com a sucessiva passagem em diversas experiências corporais, neste ou nou-
tros mundos, todos os espíritos estão fadados a desenvolver as suas potencialidades
divinas, que são atributos inalienáveis de todo o ser criado por Deus.
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Geralmente, quem foi causa de sofrimento para o seu semelhante virá a en-
frentar situações em que sofrerá o que tenha feito sofrer a outrem, pois as leis ma-
temáticas, inscritas nos mecanismos da consciência individual, ditam a essa mesma
consciência que qualquer equilíbrio rompido deve ser recomposto com o trabalho de
quem o desajustou. Quando a pena de morte é imposta em nome de Deus comete-
se um verdadeiro sacrilégio, pois, orgulhosamente, o homem autopromove-se a cria-
ção divina de distribuidor da justiça, colocando-se, assim, distante da compreensão
verdadeira de Deus. Vaidosamente, o homem coloca-se na condição de substituto de
Deus, sobrecarregando-se com todos os males que assim promover.
RESUMO
AS LEIS MORAIS
São regras constantes e invariáveis que emanam de Deus e que têm por finalida-
de auxiliar o desenvolvimento consciencial do espírito. O Espiritismo coloca-as numa
sequência crescente, tendo como início um ponto a partir do qual elas se desenvol-
vem em espiral (símbolo da evolução), fechando ciclos que as incluem, e a cada ciclo
o espírito as retoma num nível superior, desenvolvendo-as em si próprio, e assim su-
cessivamente, na direcção de um aperfeiçoamento infinito, que significa o alarga-
mento da consciência.
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DA LEI DE ADORAÇÃO
DA LEI DO TRABALHO
DA LEI DE REPRODUÇÃO
É através dela que a humanidade se renova nos seus bens patrimoniais, sejam
materiais, culturais ou espirituais.
O crescimento geométrico da humanidade pode parecer uma ameaça ao cresci-
mento aritmético da produtividade e dos bens que o homem utiliza, mas a lei divina
provê o próprio homem de meios e recursos que, quando utilizados, instalarão na
Terra um novo modelo de relação entre os povos, baseado no respeito mútuo, na
fraternidade e no amor.
A lei de reprodução permite ao homem transmitir aos seus descendentes o seu
aprendizado, que ganhará novas dimensões a partir da contribuição criativa destes,
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os quais transmitirão os resultados das suas conquistas aos seus sucessores, e assim
sucessivamente, criando a história da humanidade.
Todo o embaraço à marcha da Natureza é contrário à lei geral. Todavia, a acção
inteligente do homem é um instrumento de que Deus dispõe para restabelecer o
equilíbrio, podendo regular a reprodução, quando necessário.
O casamento é veículo da reprodução ordenada e educativa, que tem por finali-
dade restabelecer as bases seguras de uma civilização activa e elevada, voltada para
os seus interesses espirituais de desenvolvimento moral.
O celibato, como medida defensiva da reprodução, é meio egoísta de vida e só é
louvável quando dele decorrem benefícios colectivos, quando é espontâneo, quando
não se reveste de qualquer tipo de fuga, sinais característicos de alma doente.
DA LEI DE CONSERVAÇÃO
Por terem que defender a sua vida material – instrumento de evolução do princí-
pio inteligente individualizado – os homens, seja instintiva seja racionalmente, desen-
volvem meios de conservação, caindo, no entanto, amiudadamente, em excessos.
A própria Terra oferece meios para a sua sobrevivência, desde que trabalhada
com respeito, medida e perícia.
Os defeitos da organização social e a ambição de grupos têm feito o homem to-
par com a infelicidade no trato das coisas da própria Terra. O uso abusivo de sub-
stâncias tóxicas, com vista a melhorar a qualidade e quantidade dos produtos da
Terra, tem trazido ao homem consequências nefastas no campo económico e da
saúde, fruto do egoísmo e da imprudência.
Os bens da Terra devem ser estendidos a todos os habitantes, e não a pequenas
minorias que se privilegiam graças à utilização de expedientes exploratórios, man-
tendo a grande massa em condições de subalternidade e sub-humanidade.
O egoísmo, por um lado, a indolência e a acomodação, por outro, formam triste
quadro de miséria e de fome em que a humanidade se submerge.
Tais obstáculos e impedimentos são meios de estimular os homens, primeiro para
o altruísmo e segundo para o trabalho e cooperação.
O trabalho deve ser visto e exercido como meio de desenvolvimento, e não como
instrumento de consumo. Trabalhando, o homem desenvolve o seu património inte-
lectual, moral e espiritual e deve produzir apenas o necessário para a sua subsistência
e conforto, não precisando de criar necessidades artificiais para consumir o que pro-
duziu, e que apenas dá lucro a uma pequena minoria de produtores gananciosos.
Toda as vezes que o homem ultrapassa o limite do necessário, ingressando no
campo do abuso e do excesso, desencadeia mecanismos dolorosos, que o conduzem
ao caminho do desequilíbrio.
DA LEI DE DESTRUIÇÃO
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BIBLIOGRAFIA
BIBLIOGRAFIA
Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Terceira Parte - Cap. 1 a 6 - 36.ª Edição (Popular)
da Federação Espírita Brasileira, traduzido do título original francês Le Livre des Es-
prits, editado em Paris em 18-4-1857
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