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Revista e Ampliada
Estilo Vancouver
Associação Educativa Evangélica
REDAÇÃO CIENTÍFICA:
orientações e normas
Anápolis GO
2017
3ª Edição
Revista e Ampliada
ASSOCIAÇÃO EDUCATIVA EVANGÉLICA
Conselho de Administração
Presidente – Ernei de Oliveira Pina
1º Vice-Presidente – Cecílio Alves de Moraes
2º Vice-Presidente – Ivan Gonçalves da Rocha
1º Secretário – Geraldo Henrique Ferreira Espíndola
2º Secretário – Francisco Barbosa de Alencar
1º Tesoureiro – Augusto César da Rocha Ventura
2º Tesoureiro – Djalma Maciel de Lima
REDAÇÃO CIENTÍFICA:
orientações e normas
Anápolis GO
2017
3ª Edição
Revista e Ampliada
Copyright © 2016 by Associação Educativa Evangélica
92p.
ISBN: 978-85-88106-02-4
DIREITOS RESERVADOS
Impresso no Brasil
Printed in Brazil
2017
Núcleo de Apoio ao Discente (UniATENDER)
A AEE foi fundada no dia 31 de março de 1947, por missionários e
líderes evangélicos, tendo como objetivo fundamental contribuir com a
educação e a formação de crianças, jovens e adultos no estado de Goiás. A
Associação Educativa Evangélica (AEE) tem como missão promover, por meio
da excelência, o ensino (nos diferentes níveis), da pesquisa e da extensão, para
uma formação cidadã comprometida com o desenvolvimento sustentável. Tem
como marca sua visão cristã de educação, que considera o homem um ser
integral e nessa visão desenvolve seu Projeto Pedagógico Institucional que
contempla não somente a formação técnico-científica, mas também a ético-
cristã. Também constitui-se missão da AEE a formação de profissionais
capacitados para responder ao mercado de trabalho de forma comprometida
com a vida e com a cidadania.
Atuamente, a Associação Educativa Evangélica é mantenedora do
Centro Universitário de Anápolis - UniEVANGÉLICA, da Faculdade Raízes, da
Faculdade Evangélica de Goianesia e dos Colégios Couto Magalhães de
Anápolis, Couto Magalhães de Goianésia e Álvaro de Melo de Ceres.
O UniATENDER é o núcleo de apoio ao discente da Pró-Reitoria
Acadêmica (PROACAD) da UniEVANGÉLICA que responde pelo atendimento
institucional ao discente, fazendo interface com os cursos e setores no
desenvolvimento de ações integradas de apoio ao discente. Tem como objetivo
acolher, integrar, atender e acompanhar os discentes, individual ou
coletivamente, ajudando-os em suas necessidades e zelando por sua formação
humana e profissional, de modo a favorecer o desenvolvimento de princípios
éticos e cristãos, convivência saudável e responsabilidade social. O Núcleo de
apoio ao discente atende à política institucional de cumprir com as diretrizes e
exigências do Ministério da Educação (MEC), quanto ao atendimento ao aluno e
ao acompanhamento do egresso, bem como, promove ações advindas das
prioridades estabelecidas pelo Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI).
O UniATENDER desenvolve, como ação principal, a inclusão
estudantil, contribuindo com o acesso, a permanência e a conclusão dos
estudos, fundamentando e elaborando políticas sociais de atendimento ao
discente. Os principais programas desse núcleo são: apoio aos vários grupos
sociais, dentre os quais portadores de deficiência, negros, indígenas; ações de
atenção à dependência química e prevenção ao uso indevido de drogas;
programas de concluintes e egressos e Ouvidoria Geral. Atendemos, também,
discentes que apresentem problemas que possam interferir no desempenho
5
escolar, social e/ou afetivo, articulado aos programas de tutorias e monitorias
dos diferentes cursos. O propósito é o desenvolvimento de relacionamentos
saudáveis, que possibilitem a excelência no processo ensino-aprendizagem.
O UniATENDER funciona diariamente nos três turnos, em espaço
próprio. Além do atendimento diário, o Núcleo desenvolve, ao longo do semestre
letivo, fóruns, seminários, reuniões com diretores de cursos, com
representantes estudantis, com órgãos da Mantenedora e com a Reitoria. Um
dos eventos promovidos pelo UniATENDER é a Acolhida e Integração
Acadêmica, quando é disponibilizado o livro Redação Científica: orientações e
normas para os discentes do 1º período de cada curso da UniEVANGÉLICA/
Anápolis e Ceres, Faculdade Raízes e Faculdade Evangélica de Goianésia. O
livro é um instrumento orientador para a elaboração de trabalhos acadêmicos. A
autoria é de docentes da UniEVANGÉLICA.
Com esse incentivo à produção acadêmico-científica, damos as boas
vindas a todos que chegam à família acadêmica da Associação Educativa
Evangélica.
6
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO.........................................................................................................9
7
8
APRESENTAÇÃO
O presente livro pretende ser um instrumento facilitador de elaboração
de atividades acadêmicas para alunos e professores da Associação Educativa
Evangélica. Muitos alunos e professores têm encontrado dificuldades na
apresentação gráfica e normativa de trabalhos acadêmicos e científicos. Nesse
sentido, o livro serve como instrumento para elaboração escrita, mediatizada
pelas regras básicas existentes na legislação brasileira sobre normas técnicas
da apresentação de trabalhos acadêmicos, baseados nos documentos da
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT); NBR (Norma Brasileira de
Referência) 6.023:2002; NBR 10.520:2002 e NBR 14.724:2011.
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A segunda parte é composta de orientações para elaboração dos
elementos textuais. Inicialmente, apresentamos informações de como se
elabora uma introdução ao trabalho acadêmico. Em seguida, indicamos quais
são os principais aspectos que devem conter o desenvolvimento do trabalho,
como utilizar as ideias e como fazer as citações de autores estudados (para as
citações, nossa base de informações foi a NBR 10.520:2002). Enfim, são
apresentados ao leitor alguns passos na construção da argumentação que se
deve fazer no meio acadêmico. E, finalmente, indicamos sugestões de como se
deve elaborar uma conclusão, uma vez que nesta parte do trabalho acadêmico,
o autor relata se chegou a algum resultado em sua pesquisa e apresenta novas
opiniões extraídas por meio das leituras bibliográficas ou dos trabalhos de
campo.
10
ORIENTAÇÕES GERAIS - NORMAS DA ABNT
Antes de iniciarmos as indicações dos elementos constitutivos de um
trabalho acadêmico, optamos por apresentar algumas informações gerais, que
são extremamente úteis no desenvolvimento das atividades de professores e
alunos, quando da apresentação desses trabalhos. O conjunto de um texto
acadêmico deve obedecer aos indicativos abaixo.
11
12
I PARTE
ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS
1 Elementos pré-textuais
Elementos pré-textuais, segundo a ABNT em sua NBR 14.724:2011,
antecedem o texto, apresentando informações que auxiliam na identificação do
trabalho acadêmico. Os elementos obrigatórios são: capa, folha de rosto, folha
de aprovação, resumo, abstract, sumário.
Os elementos opcionais são: errata, dedicatória, agradecimentos,
epígrafe, lista de ilustrações, lista de tabelas, lista de abreviaturas e siglas e lista
de símbolos.
1.1 Capa
Deve apresentar as informações mais importantes para se identificar o
trabalho. Contem os seguintes dados: identificação da instituição (opcional),
nome do autor, título, cidade e ano da produção.
Para trabalhos de maior volume pode ser elaborado uma lombada que
contenha o nome abreviado do autor, título e ano.
1.2 Folha de rosto
Identifica o trabalho e também sua finalidade. Em um quadro
explicativo, é necessário informar a natureza do trabalho: projeto de pesquisa,
relatório de pesquisa, relatório de estágio, trabalho de conclusão de curso
(TCC), artigo científico, dissertação de mestrado ou tese de doutorado.
Os elementos essenciais são: nome do autor, título e subtítulo (quando
houver), nota de caracterização, área de concentração, nome da instituição de
ensino, nome do orientador e sua titulação, local, ano da apresentação e ficha
catalográfica (que deverá ser feita no verso da folha de rosto).
1.3 Folha de aprovação
Este espaço é reservado ao registro do resultado da avaliação por
banca própria. deve conter: nome do autor, título de sua obra, subtítulo (se
houver), número de volume (se houver), local e ano da apresentação e
aprovação do trabalho, nome e espaço para assinatura dos membros
componentes da banca examinadora e suas respectivas instituições de ensino.
O Abstract ou resume são utilizados em caso de artigo, monografia, dissertação de mestrado ou tese de doutorado.
A lombada é utilizada para trabalhos acadêmicos encadernados com capa dura.
13
1.4 Dedicatória
Este elemento é opcional, sendo um local utilizado pelo autor do
trabalho para prestar homenagem a pessoas especiais.
1.5 Agradecimentos
Este elemento é opcional, destinado a destacar a contribuição que o
autor recebeu, de maneira relevante, de outras pessoas ou instituições, na
elaboração do trabalho.
1.6 Epígrafe
Este elemento é opcional e destina-se a fazer uma referência a um
texto que tenha um significado importante para o autor. Deve conter, além da
citação, a autoria. Podem também constar epígrafes nas folhas de abertura de
cada capítulo.
1.7 Resumo
Deve ser feita uma apresentação discursiva, concisa e seletiva do
trabalho, ressaltando de forma clara e sintética o tema, os objetivos, a natureza,
os resultados e as conclusões mais importantes do trabalho. Os resumos de
artigos, teses de doutorado, dissertações de mestrado e de trabalhos de
conclusão de curso de graduação e pós-graduação, precedem o texto. O
resumo deve ser redigido no mesmo idioma do trabalho, porém nos casos de
dissertação (mestrado) e tese (doutorado) é obrigatório fazê-lo, também, em
idioma estrangeiro. As revistas científicas também exigem o resumo em outro
idioma, para publicar artigos.
O resumo deve ter até 100 palavras para comunicações breves, 250
palavras para monografias e artigos, e no máximo 500 palavras para
dissertações e teses. A redação é feita em fonte 10, sem entradas de parágrafos
e com espaço simples. O tipo de letra (no caso Time New Roman ou Arial) deve
ser o mesmo utilizado no desenvolvimento do trabalho.
Não se pode utilizar: abreviaturas, símbolos, fórmulas, equações,
diagramas, resumo de leis, indicações de mapas e fotos.
Quanto às palavras-chave, deve-se colocar até cinco palavras que
identificam o conteúdo do trabalho.
Em artigos, dissertações e teses é necessário a elaboração do resumo
e das palavras-chaves em outro idioma.
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1.8 Equações e fórmulas
Para facilitar a leitura, devem ser destacadas no texto e, se necessário,
numeradas com algarismos arábicos entre parênteses, alinhados à direita.
1.9 Lista de ilustrações
As ilustrações são elementos que explicam ou complementam
visualmente o conteúdo do trabalho. São consideradas ilustrações: desenhos,
esquemas, fluxogramas, fotografias, gráficos, mapas, organogramas, plantas,
quadros de dados extraídos de pesquisa de campo ou de informações
estatísticas, tabelas de processamento de trabalho de campo, mapas, fotos
ilustrativas etc. As referências devem ser por ordem numérica, identificando as
páginas nas quais se localizam estas ilustrações e tabelas, antecedendo o
sumário.
No corpo do texto a identificação da ilustração deve ser colocada na
parte superior. A fonte de cada informação deverá ser descrita na parte inferior.
É importante redigir uma análise do material ilustrado o mais próximo possível
da figura.
1.10 Lista de tabelas
As tabelas apresentam informações estatisticamente tratadas e
devem conter números absolutos e relativos. São elaboradas sem bordas à
direita e à esquerda da tabela.
É elemento opcional elaborado de acordo com a ordem apresentada
no texto. As tabelas são numeradas, com títulos e identificado o número da
página em que está no texto.
1.11 Lista de abreviaturas e siglas
Colocam-se, nesta lista, as siglas e abreviaturas utilizadas no decorrer
do trabalho, em ordem alfabética, iniciando a identificação pela sigla e, em
seguida, escrevendo seu significado por extenso.
1.12 Lista de símbolos
Cada símbolo utilizado no conjunto do texto deve ser identificado em
lista própria com indicação das páginas correspondentes.
1.12 Sumário
O sumário apresenta a disposição dos capítulos e sub-capítulos que
compõem o trabalho. Este item é obrigatório em trabalhos acadêmicos.
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Estrutura gráfica de um trabalho acadêmico
Índice *
Anexos *
Apêndices
*
Glossário
*
Referências
Elementos Textuais
Sumário
Lista de Símbolos
*
Lista de Abreveaturas
e Siglas
*
Lista de Tabelas *
Equações e fórmulas #
Lista de Ilustrações
*
Resumo em língua
estrangeira
Resumo na língua
vernácula
Epigrafe *
Agradecimentos *
Dedicatoria *
Folha de Aprovação
Errata
*
Folha de Rosto
Capa
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Modelo de capa: identificação da instituição (opcional), nome do autor, título
centralizado na folha, cidade e ano.
17
Modelo de folha de rosto. Para cada modalidade de trabalho, a identificação deve
ser específica (relatório de pesquisa, projeto de pesquisa, dissertação de mestrado,
monografia, trabalho acadêmico, relatório de estágio ou TCC).
18
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
19
Modelo de folha de aprovação, utilizada em dissertação e tese.
20
Exemplo de dedicatória, utilizado em trabalho de conclusão de curso,
monografia, dissertação e tese. A dedicatória é destinada a homenagear pessoas
ou instituições que tenham colaborado na execução do trabalho.
21
Aos sujeitos da pesquisa pela gentileza em contribuir com os
dados. Ao professor orientador pela dedicação e presteza durante a
orientação da pesquisa.
22
Exemplos de epigrafe, utilizada em trabalho de conclusão de curso,
monografia, dissertação e tese.
23
Exemplo de resumo de tese. Resumo de monografia e artigo contém até 250
palavras. Para tese e dissertação, o máximo são 500 palavras.
24
Exemplo de abstract de tese. abstract de monografia e artigo contém até 250
palavras. Para tese e dissertação, o máximo são 500 palavras.
25
A lista de ilustrações relaciona quadros, fotografias, desenhos, mapas, gráficos etc.
A lista de tabelas deve ser elaborada de acordo com a sua utilização no corpo do
texto, com identificação do título e página correspondente.
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da Educação Nacional
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.................................................................................................................17
CONCLUSÃO ................................................................................................................171
REFERÊNCIAS .............................................................................................................176
BIBLIOGRAFIA ..............................................................................................................182
APÊNDICES
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II PARTE
ELEMENTOS TEXTUAIS
2 Elementos textuais
2.1 Introdução
A introdução de um trabalho acadêmico é a primeira parte, contendo
entre 10% a 15% do total do trabalho (parte textual). A composição do texto
introdutório deve:
• Situar a questão (os problemas) que se quis tratar no texto; indicar o
objetivo que se propôs trabalhar o tema e justificar a importância da
escolha do tema.
• Identificar, rapidamente, como o tema vem sendo tratado nas fontes
consultadas.
• Descrever a metodologia utilizada.
• Apresentar breves resultados da pesquisa.
• Apresentar uma breve explicação do conteúdo dos capítulos.
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e precisa. Se o receptor da mensagem tiver muitas dúvidas, não se atingiu o
principal objetivo do trabalho.
No texto acadêmico evitamos utilizar muitas palavras em outros
idiomas, pressupostos, siglas sem identificação, expressões desnecessárias
(ex.:“o magistral autor”,“o excepcional estudioso” etc...) e linguagem coloquial.
Capítulo I
Revisão bibliográfica (discussão teórica, suporte teórico, base teórica).
Capítulo II
Apresentação, localização, descrição, contextualização (local,
regional, nacional, global) do objeto de estudo.
Capítulo III
Apresentação, análise e discussão dos dados (relacionar os dados
com as reflexões teóricas abordadas).
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2.4 Citações utilizadas no corpo do texto
O sistema de chamada AUTOR-DATA é o mais utilizado atualmente,
conforme ABNT - NBR 10.520:2002.
No desenvolvimento dos trabalhos acadêmicos, uma das situações
que exigem muita atenção do pesquisador são as citações. Estas nos auxiliam
porque ajudam a consolidar argumentos teóricos, enriquecem o texto, além de
serem um ponto de ligação entre nossas pesquisas de campo (empíricas) com
as pesquisas bibliográficas (teóricas).
Mesmo com as indicações acima, faz-se necessário destacar alguns
problemas na utilização incorreta das citações.
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Exemplo:
“[...] as práticas sociais verificadas em sala de aula, [...] muitas vezes podem
revelar mecanismos que reproduzem relações de poder baseadas numa
sociedade desigual [...]” (PEREIRA, 1996, p. 89)
Nos estudos realizados por Bernardes et al. (2011, p. 53) “[...] a região
dos cerrados destaca-se pelas grandes transformações ocorridas desde o início
do século XX, onde começa a se delinear sua função econômica com sua
incorporação aos sistema produtivo nacional’’.
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entre colchetes [...]. Semelhante artifício foi utilizado abaixo.
Se a citação tiver mais de 3 linhas, deve ser disposta, no texto, em
parágrafo independente, com recuo de 4 cm da margem esquerda, com
tamanho da letra 10 ou 11, sem aspas e texto justificado.
Citação de citação
Quando formos utilizar uma ideia ou argumento feito dentro da reflexão
de um autor citando outro, é preciso indicar com a palavra apud (citado por,
conforme, segundo). Exemplo de citação de citação:
Obs.: Para citação direta de fonte de meio eletrônico (internet) sugere-se indicar
o(s) sobrenome(s) do(s) autor(es) ou nome da instituição, ano da publicação ou
da consulta e online.
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Citação indireta
Além das formas de citações acima, é possível fazê-la indiretamente.
Vejamos os exemplos das citações indiretas:
Casos especiais
Ÿ Para o caso de supressão de parte do texto citado, utilizam-se três
pontos entre colchetes [...].
Ÿ Para destacar alguma parte de interesse do pesquisador,
estudante, elaborador do trabalho, colocar grifo ou negrito ou
itálico, acrescido da expressão: grifo nosso, negrito nosso, ou
itálico nosso entre parêntese.
Ÿ Para citações de palestras, debates, comunicações, entrevistas
etc, usar a expressão informação verbal. Os dados referentes à
autoria das falas devem ser creditadas em nota de rodapé.
Notas de rodapé
As notas de rodapé podem ser utilizadas para notas explicativas ou
para remeter o leitor a um conjunto de autores ou obras que analisam o mesmo
assunto. Também, podem ser utilizadas para as traduções de textos em língua
estrangeira.
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III PARTE
ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS
3 Elementos pós-textuais
Referência
As normas de referências estão apresentadas na NBR 6.023:2002.
Todos os documentos impressos ou de fonte eletrônica citados no texto devem
ser referenciados. Caso haja conveniência de referenciar material estudado e
não citado, deve-se fazer uma listra própria após a lista de referências sob o
título: Bibliografia Recomendada.
Apêndices
Apresenta material elaborado pelo autor para a construção da
pesquisa, tais como: modelo de questionário, roteiro de entrevista, transcrição
de entrevistas etc.
Anexos
Dispõe material que contribuiu para a construção do texto, mas que
não tenha sido produzido pelo autor. Ex: documentos, recortes de jornal,
imagens etc.
Glossário (opcional)
Listagem explicativa de alguns termos de origem técnica ou que
exijam alguns esclarecimentos (este item ajuda a não poluir o texto com muitas
explicações).
3.1 Referência
As normas para referência são produzidas pela Associação Brasileira
de Normas Técnicas (ABNT), que formula as Normas Brasileiras de Referência
(NBR). A NBR 6.023:2002 regulamenta a formulação de referências e material
bibliográfico de fonte eletrônica e impressa, apresentando os elementos a
serem incluídos, a ordem de disposição dos elementos bem como as
convenções necessárias na elaboração de qualquer tipo de referência.
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A ABNT apresenta também outras normas, tais como: NBR 6.032:1989
de abreviação de títulos de periódicos e publicações seriadas e NBR
10.522:1988 de abreviações na descrição bibliográfica e procedimento.
A Referência é um item obrigatório em qualquer atividade acadêmica.
Ela deve ser disposta em ordem alfabética, alinhada à esquerda, contendo as
indicações de todas as obras citadas no corpo do texto (livros, artigos, textos de
jornais, revistas, documentos, publicações eletrônicas etc).
AUTOR (ponto). Título (dois pontos) subtítulo (ponto). edição (ponto). Cidade
(dois pontos): editora (vírgula), ano (ponto). (elementos complementares
separados por ponto).
Livros
Livro com apenas uma autoria
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Para todas as referências é possível identificar o nome do autor (ou os
nomes dos autores) com apenas as letras iniciais. O sobrenome não pode ser
abreviado e deve ser escrito com todas as letras em maiúsculas. No caso de
autor que tenha NETO, JÚNIOR ou FILHO no sobrenome, coloca-se os dois
últimos com letras maiúsculas.
Pode ocorrer que utilizemos livros com mais de um autor, e nestes casos
os nomes dos autores devem ser separados com ponto e vírgula. Abaixo, temos
alguns exemplos que nos dão orientação de como devem ser utilizados. Essa
regra se aplica para livros que tenham até três autores.
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norma geral de referência creditando, à entidade, a autoria da obra.
Parte de livro
Em caso de coletânea de textos, quando utilizamos um capítulo de
uma obra, a referência deve constar a autoria do capítulo (ou artigo), título do
capítulo, a partícula IN, que significa dentro da obra, e as demais indicações da
obra,conforme o exemplo abaixo.
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Teses, dissertações e TCCs
Folheto
Dicionário
Guia
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Catálogo
Instituto
Almanaque
Anais
Periódicos
Os periódicos são editorações de artigos com uma regularidade de
publicação. Incluem artigos científicos de revistas, editoriais, matérias
jornalísticas, seções, reportagens etc. São textos utilizados com muita
frequência em virtude de apresentar as discussões atualizadas de fatos ou
novas descobertas científicas.
Para referenciar, os elementos essenciais são: título, local de
publicação editadas de início e de encerramento da publicação, se houver.
Quando necessário, acrescentam-se elementos complementares à referência
para melhor identificar o documento.
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Revista no todo
Artigo de revista
Os elementos essenciais para referenciar artigo de revista são:
autor(es), título da parte, artigo ou matéria, título da publicação, numeração
correspondente ao volume e/ou ano, fascículo ou número, paginação inicial e
final, quando se tratar de artigo ou matéria, data ou intervalo de publicação e
particularidades que identificam a parte (se houver). Se necessário,
acrescentam-se elementos complementares à referência para melhor identificar
o documento.
41
NAVES, P. Lagos andinos dão banho de beleza. Folha de São Paulo, São
Paulo, 28 jun. 1999. Folha Turismo Caderno 8, p.13.
O Estado de São Paulo. Plano ambicioso gestão duvidosa, São Paulo, p. A3, 29
jun. 2003.
KELLY, R. Eletronic publiuching at APS: its not just online jourmalism. APS News
Online, Los Angeles, Nov. 1996. Disponível em: <http://www.aps.org/apsnews/
11965.html>. Acesso em: 25 nov. 1998.
SILVA, Ives Gandra da. Pena de morte para o nascituro. O Estado de São
Paulo, São Paulo, 19 set. 1998. Disponível em: <http://www.pronidafamilia.
org/pena_morte_nascituro.htm>. Acesso em: 19 set. 1998.
42
Quando não é possível identificar o nome do autor da matéria
jornalística ou do artigo publicado no diário, a referência é feita identificando o
nome da matéria e nome do jornal.
43
Evento como um todo
nto
Inclui o conjunto de documentos reunidos num produto final do eve
Os
(atas, anais, resultados, proceedings, entre outras denominações).
) de
elementos essenciais são: nome do evento (se houver), ano e local (cidade
tas,
realização. Em seguida, deve-se mencionar o título do documento (anais, a
ata
tópico temático etc.), seguido dos dados de local de publicação, editora e d
da publicação.
REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE QUÍMICA, 20 1997,
Poços de Caldas. Química: academia, indústria, sociedade: livro de resumos.
São Paulo: Sociedade de Brasileira de Química, 1997.
44
Trabalho apresentado em evento em meio eletrônico
As referências devem obedecer aos padrões indicados para o trabalho
apresentados em eventos, acrescidas das informações relativas à descrição
física do meio eletrônico (disquetes, CD-ROM, on line etc.). Os elementos
essenciais são: entidade responsável e/ou autor, título, número da patente e
datas (do período de registro).
GUCHO, M. R. A educação à distância e a biblioteca universitária. In: SEMIÁRIO
DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIA 10 1998 Fortaleza. Anais... Fortaleza: ed
TREINA, 1998 1 CD-ROM.
Documento jurídico
Trata-se, neste caso, de referências que precisamos fazer de
documentação de caráter legal, jurisprudência (decisões jurídicas) e doutrina
(interpretação dos aspectos legais).
Legislação
Compreende a constituição, as emendas constitucionais e os textos
legais infraconstitucionais (lei complementar e ordinária, medida provisória,
decreto em todas as suas formas, resolução do Senado Federal) e normas
emanadas das entidades públicas e privadas (ato normativo, portaria,
resolução, ordem de serviço, instrução normativa, administrativa, comunicado,
aviso, circular, decisão, entre outros).
Os elementos essenciais são: jurisdição (ou cabeçalho da entidade, no
caso de se tratar de normas), título, numeração, data e dados da publicação. No
caso de Constituição e suas emendas, entre o nome da jurisdição e o título,
acrescenta-se a palavra Constituição, seguida do ano de promulgação, entre
parênteses.
45
SÃO PAULO (Estado). Decreto nº 42.822,de 20 de janeiro de 1998. Lex:
coletânea de legislação e jurisprudência, São Paulo, v. 62, n. 3, p. 21 220,1998.
46
BRASIL. Congresso. Senado. Resolução nº 17, de 1991. Autoriza o desbloqueio
de Letras Financeiras do Tesouro do Estado do Rio Grande do Sul, através de
revogação do parágrafo 2º, do artigo 1º da Resolução nº 72, de 1990. Coleção
de Leis da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, v.183, p.1156-1157,
maio/jun. 1991.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Súmula nº14. In: Súmulas. São Paulo:
Associação dos advogados do Brasil, 1994. p.16
47
10, n.103, p. 236-240, mar. 1998.
Doutrina
Inclui toda e qualquer discussão técnica sobre questões legais
(monografias, artigos de periódicos, papers etc.), referenciada conforme o tipo
de publicação.
48
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Súmula nº 14. Não é admissível, por ato
administrativo, restringir, em razão de idade, inscrição em concurso para cargo
público. Disponível em: <http://www.truenetm.com.br/jurisnet/sumusSTF.html>
Acesso em: 29 nov. 1998.
Imagem em movimento
Documento iconográfico
49
KOBAYASHI, K. Doença dos xavantes. 1980. 1 fotografia
Elementos complementares
Quando necessário, acrescentam-se elementos complementares à
referência para melhor identificar o documento.
FRAIPONT, E Amílcar II. O Estado de São Paulo, São Paulo, 30 nov. 1998.
caderno 2. Visuais. p. D2. 1 fotografia, p&b. Foto apresentada no Projeto
ABRA/Coca-cola.
Documento cartográfico
Inclui atlas, mapa, globo, fotografia aérea, entre outros. As referências
devem obedecer aos padrões indicados para outros tipos de documentos,
quando necessário. Elementos essenciais são: autor(es), título, local, editora,
data de publicação, designação específica e escala.
50
BRASIL e parte da América do Sul. São Paulo: Michalany, 1981. 1 mapa. Escala
1:600.000.
Autor pessoal
Indica(m)-se o(s) autor(es), de modo geral, pelo último sobrenome, em
maiúsculas, seguido do(s) prenome(s) e outros sobrenomes, abreviado(s) ou
não. Recomenda-se, tanto quanto possível, o mesmo padrão para abreviação
de nomes e sobrenomes, usando na mesma lista de referências. Os nomes
devem ser separados por ponto-e-vírgula, seguido de espaço.
Outros tipos de responsabilidades (tradutor, revisor, ilustrador entre
outros) podem ser acrescentados após o título, conforme aparecem no
documento.
51
Autor entidade
As obras de responsabilidade de entidade (órgãos governamentais,
empresas, associações, congressos, seminários etc.) têm entrada, de modo
geral, pelo seu próprio nome, por extenso.
Quando a entidade tem uma denominação genérica, seu nome é
precedido pelo nome do órgão superior, ou pelo nome da jurisdição geográfica à
qual pertence.
Autoria desconhecida
Em caso de autoria desconhecida, a entrada é feita pelo título. O termo
anônimo não deve ser usado em substituição ao nome do autor desconhecido.
Título e subtítulo
Em títulos e subtítulos demasiadamente longos, podem-se suprimir as
últimas palavras, desde que não seja alterado o sentido. A supressão deve ser
indicada por reticências. Quando o título aparecer em mais de uma língua,
registra-se o primeiro. Opcionalmente, registra-se o segundo ou o que estiver
em destaque, separando-o do primeiro pelo sinal de igualdade.
Local
52
Editora
Data
Descrição física
53
diferir do número de volumes físicos, indica-se o primeiro número de volumes
bibliográficos, seguido do número de volumes físicos. Quando se referenciarem
partes de publicações, mencionam-se os números das folhas ou páginas inicial
ou final, precedidos da abreviatura f. ou p, ou indica-se o número do volume,
precedido de abreviatura v, ou outra forma de individualizar a parte referenciada.
Séries e coleções
Notas
54
IV PARTE
ESTILO VANCOUVER
O Estilo Vancouver, que normatiza citações e referências para
publicação de artigos científicos da área da saúde, foi elaborado por um grupo
de pesquisadores do Comitê Internacional. Os elaboradores tomaram por
referência o padrão ANSI, adaptado pela U.S. National Library of Medicine
(NLM).
O Estilo Vancouver (ou norma Vancouver) apresenta algumas
particularidades:
· Aplica-se a artigos científicos, especialmente da área da saúde.
· Não normatiza apresentação de trabalhos acadêmicos.
· Referencia-se o(s) autor(e)s pelo seu sobrenome, sendo que
apenas a letra inicial é em maiúscula, seguida do(s) nome(s)
abreviado(s) e sem o ponto.
· Permite a relação de todos os autores nas citações e referências,
ou dos principais autores, seguidos de et al (e outros).
· A relação das referências segue a ordem das citações no texto.
· Na elaboração das referências não consta qualquer destaque
(negrito, itálico, sublinhado).
· Os títulos dos periódicos podem ser abreviados. Somente a 1ª
letra do título do artigo do periódico ou do livro deve estar em
maiúscula.
Nesse livro, apresentaremos as principais formas de uso do Estilo
Vancouver. Chamamos atenção para a consulta às normas da revista, quando
for enviar um texto para publicação. Observamos algumas particularidades, tais
como: tipo e tamanho da fonte; sistema de chamada, entre outros.
CITAÇÕES
55
Exemplo:
Chlamydia psittaci (C. psittaci) is an obligate intracellular respiratory pathogen
that has a biphasic life cycle within a non-acidified vacuole inclusion–1. C.
psittaci can cause psittacosis/ornithosis in poultry and pet birds. Moreover, it is
also a human pathogen causing atypical pneumonia after zoonotic transmission.
Recent research has reported human pneumonia of varying severity associated
with C. psittaci infection–2–3.
REFERÊNCIAS
Exemplo:
Chau S, Tso EY, Leung WS, Fung KS. Three cases of atypical pneumonia
caused by Chlamydophila psittaci. J. Hong Kong Med. 21, 272–275,
10.12809/hkmj144321 (2015).
56
Exemplo:
Karpińska, TA et al. Mixed infection by fowlpox virus and Chlamydophila psittaci
in a commercial laying hen flock. J. Acta Vet Hung. 62, 42–51, 10.1556/AVet.
2013.038 (2014).
Exemplos:
US Senate. Session 114th Congress 1st session. Protecting American Talent
and Entrepreneurship. Act of 2015. United States Senate; 2015:1-328.
https://www.congress.gov/114/bills/s1137/BILLS -114s1137rs.pdf. Accessed
April 8, 2016.
57
Referência de artigo
Exemplo:
Adams KF, Leitzmann MF, Ballard-Barbash R et al. Body mass and weight
change in adults in relation to mortality risk. Am J Epidemiol. 2014;179(2):135-
144.
Referência de Livros
Exemplo:
Glaser BG, Strauss AL. The discovery of grounded theory: strategies for
qualitative research. Adline Press; New York:
1967.
58
Exemplo:
Kanfer FH. Self-management methods. In: Kanfer FH, Goldstein AP, eds.
Helping People Change: A Textbook of Methods. 4th ed. New York, NY: Allyn &
Bacon; 1991:309-355
Exemplo:
Exemplo:
Exemplo:
59
Referência de artigo de jornal
Exemplo:
Tynan T. Medical improvements lower homicide rate: study sees drop in assault
rate. The Washington Post. 2002 Aug 12;Sect. A:2 (col. 4).
Exemplo:
Abood S. Quality improvement initiative in nursing homes: the ANA acts in an
advisory role. Am J Nurs [periódico na Internet]. 2002 Jun [acesso em 2002
Aug 12];102(6):[aproximadamente 3 p.]. Disponível em:
http://www.nursingworld.org/AJN/2002/june/Wawatch.htm.
O Estilo Vancouver contém indicação de referências para outros
documentos, tais como: jurisprudências, trabalhos apresentados em eventos
científicos, audiovisuais, mapas, cartas, atlas etc. Considerando que essa
normatização é utilizada, com maior frequência, por artigos da área da saúde, e
que as fontes referenciadas são, majoritariamente, de artigos científicos
optamos por apresentar os itens mais utilizados.
60
V PARTE
ORIENTAÇÕES PARA ELABORAÇÃO
DE TRABALHOS ACADÊMICOS
61
Projeto de pesquisa
Elementos pré-textuais: capa, folha de rosto e sumário.
Tema
A escolha do tema do projeto de pesquisa precisa ser bem pensado, de
forma a permitir um bom envolvimento com o objeto de estudo. Para tanto, é
necessário fazer a leitura exploratória de artigos científicos na temática que for
do interesse do pesquisador.
Sugere-se que o tema a ser desenvolvido na pesquisa seja envolvente
do ponto de vista pessoal e que esteja relacionado com a formação profissional.
É necessário observar, também, se a proposta é viável cientificamente,
ou seja, se tem literatura disponível e orientador com experiência naquela
temática. Verifique se haverá disponibilidade de recursos técnicos, tecnológicos
e financeiros para o desenvolvimento da pesquisa.
Após definida a temática, é preciso estabelecer limite temporal e
espacial.
62
Ao final desse texto, sugerimos indicar os problemas de pesquisa.
Os problemas são elaborados na forma de pergunta, considerando os seguintes
aspectos:
· Questão passível de investigação científica - sistemática controlada e
crítica.
· As perguntas devem ser feitas ao objeto de estudo.
· Os problemas devem ser direcionados para aquilo que se busca
solucionar.
· São questões ainda não resolvidas e que serão objeto da investigação,
apontando o norte da pesquisa – aonde se quer chegar? O que se quer
comprovar?
· Os problemas marcam o ponto de partida de uma pesquisa, por isso
precisam ser passíveis de investigação científica.
· As perguntas devem expressar uma dificuldade com a qual nos
defrontamos e que nos propomos a resolver por meio da pesquisa.
Como redigir:
Dissertar sobre o tema explicando os conceitos centrais, indicando
breves dados, introduzindo e justificando o assunto. Esse item pode incluir o(s)
problema(s) de pesquisa, que são elaborados na forma de perguntas e em
tópicos ao final do texto introdutório ou em item específico. É um texto
dissertativo breve (média de 1 página) que informa o seu grau de clareza sobre o
tema da pesquisa.
63
Os objetivos específicos devem estar relacionados aos problemas de
pesquisa.
Obs: Item a ser desenvolvido na forma de tópicos.
Como redigir:
O objetivo geral poderá ser redigido da seguinte forma:
VERBO NO INFINITO + TEMA + VERBO NO GERÚNDIO COM
COMPLEMENTO DO TEMA.
Ex: O objetivo da pesquisa é avaliar o uso de Micro corrente galvânica no
tratamento de rugas, observando se há resposta visual satisfatória ao final
tratamento.
Os objetivos específicos são escritos com verbos de ação, no infinitivo no
início de cada frase. A função é de detalhar o objetivo geral, explicando cada
variável que será pesquisada. Observe que para cada objetivo específico é
necessário pensar uma metodologia correspondente, a ser detalhada no item
METODOLOGIA.
Hipóteses (opcional)
Colocando o problema em toda sua amplitude, o autor deve enunciar as
hipóteses: a tese propriamente dita, a ideia central que o trabalho se propõe
demonstrar. Toda pesquisa científica terá sempre a forma lógica de
demonstração de uma tese proposta hipoteticamente para solucionar um
problema. As hipóteses particulares são ideias cuja demonstração permite
alcançar as várias etapas que se deve atingir para a construção total do
raciocínio. Obviamente, esta formulação de hipóteses leva em conta o quadro
teórico em que se funda o raciocínio (SEVERINO, 2000).
Víctora; Knauth e Hassen, (2000, p. 129) explicam que
[...] hipótese é uma ideia que se pretende demonstrar por meio
da pesquisa. [...] A hipótese é uma proposta de resposta à
questão de pesquisa. Se ela não se confirma a partir da
investigação, nem por isso o trabalho foi em vão.
Como redigir:
Esse item poderá ser escrito em tópicos ou texto dissertativo. Ele indica
as possíveis respostas aos problemas da pesquisa. São afirmações sobre o que
será pesquisado. As hipóteses devem ser elaboradas com base no que você
estudou sobre o assunto e com referencial de estudos similares já comprovados
pela ciência.
64
Referencial Teórico (embasamento teórico, suporte teórico,
fundamentação teórica ou revisão da literatura)
65
quem escreve) no qual se deve apresentar os aspectos teóricos,
conceitos e ideias de autores diversos que fundamentam a temática
em questão. Devem-se apresentar as contribuições mais recentes e
mais relevantes sobre o assunto. Utilizar citações (diretas, indiretas
e/ou mistas) de trechos destacados das obras dos autores
selecionados.
[...] nesta etapa, o autor expõe o que sabe sobre o assunto, permitindo
ao leitor avaliar através da fundamentação teórica se está
adequadamente informado a respeito do tema sobre o qual escreve e a
real contribuição da pesquisa ao estoque de conhecimentos
existentes.
66
Não é uma boa técnica fazer várias citações seguidas de uma
amarração pessoal intermediária. Nem é adequado apresentar um
trabalho com uma quantidade muito grande de citações e uma pequena
contribuição pessoal. [...] As poucas citações ou a ausência delas não é
característica dos trabalhos científicos. Nestes, espera-se que a
pesquisa bibliográfica feita apareça no trabalho.
Metodologia
67
éticos para pesquisas que envolvam seres humanos.
Itens da metodologia:
Para pesquisa bibliográfica (revisão sistemática da literatura):
· Método (quantitativo, qualitativo, quali/quantitativo)
· Tipos de pesquisa (analítica, descritiva etc.)
· Bases de dados para coleta da literatura (sites de revistas eletrônicas,
revistas impressas, livros etc.)
· Delimitação temporal para coleta da literatura
· Mecanismos de levantamento da literatura
· Mecanismos de seleção, classificação e análise do tema
Pesquisas que envolvam seres humanos (que necessitam ser apreciada pelo
Comitê de Ética em Pesquisa - CEP)
· Método (quantitativo, qualitativo, quali/quantitativo)
· Tipos de pesquisa (levantamento, analítica, descritiva, de campo,
clínica, de laboratório, experimental, estudo de caso, bibliográfica,
documental etc.)
· Local da pesquisa
· População e amostra
· Critérios de inclusão
· Critérios de exclusão
· Desenho do estudo (especialmente para a pesquisa clínica)
· Instrumento(s) de coleta de dados (questionário, entrevista,
observação, relato oral, história de vida etc)
· Mecanismos de análise dos dados (tratamento estatístico, análise
por categorias, análise de discurso)
· Riscos (incluir mecanismos para minimizar os riscos)
· Benefícios (destacar, especialmente, o benefício para o sujeito da
pesquisa)
· Aspectos éticos da pesquisa. Lembrar de destacar que: o projeto
segue a Resolução do Conselho Nacional de Saúde (CNS) 466/2012
de 12 de dezembro de 2012 (inclui norma operacional nº 001/2013) e
será apreciado por um Comitê de Ética em Pesquisa (CEP); os sujeitos
da pesquisa terão a identidade preservada e poderão deixar de
participar da pesquisa a qualquer momento; os dados da pesquisa
serão utilizados somente para fins da pesquisa científica, podendo ser
68
publicado em eventos e/ou revistas científicas; os dados coletados
serão arquivados por 5 anos, pelo pesquisador responsável e
posteriormente serão incinerados, os sujeitos da pesquisa não terão
qualquer ônus ou remuneração com a pesquisa.
Obs.: conferir normas para registro do projeto de pesquisa em Comitê de
Ética em Pesquisa na Plataforma Brasil localizada na página do
Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP), que integra o
Conselho Nacional de Saúde (CNS).
Cronograma
Referências
69
Apêndices
Todo material a ser utilizado na pesquisa que tenha sido elaborado pelo
pesquisador, tais como: Modelo do instrumento de coleta de dados, Carta de
aceite do orientador, TCLE – Termo de Consentimento Livre Esclarecido.
Anexos
Referência
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10.520: apresentação de
citações em documentos. Rio de Janeiro, 2002.
______. NBR 6.027: sumário. Rio de Janeiro, 1989. (Mimeo)e Janeiro, 1994. (Mimeo)
70
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Metodologia do trabalho científico. São Paulo:
Atlas, 1983
LÖWY, M. Ideologias e ciência social: elementos para uma análise marxista. 11. ed.
São Paulo: Cortez, 1996.
SEVERINO, A .J. Metodologia do trabalho científico. 21. ed. São Paulo: Cortez, 2000.
71
ORIENTAÇÕES PARA ELABORAÇÃO DE ARTIGOS CIENTÍFICOS
Cabeçalho
Título do artigo, nome(s) do(s) autor(es), grau(s) de titularidade e
função. A(s) credenciais do(s) autor(es) devem ser escritas em nota de rodapé.
Obs: os nomes dos autores devem ser citados logo abaixo do título do
artigo, justificados à direita; titularidade e funções devem aparecer como notas
de rodapé indicadas por asteriscos.
Resumo
O resumo deve ser elaborado de maneira concisa, em letra 10, sem
entrada de parágrafos, com espaço simples entrelinhas. Deve apresentar os
seguintes elementos: tema, objeto da pesquisa (corpus/ recorte), objetivos, tipo
de pesquisa, metodologia empregada, principais resultados e conclusões do
trabalho. Deve ser redigido em terceira pessoa do singular, com verbos no
presente ou passado simples ou na voz passiva sintética. (Ex: Este trabalho
apresenta...; os resultados da pesquisa apontam para...; aplicou-se o pré-teste
com o grupo experimental..., procedeu-se à coleta de dados... etc). Ao resumo,
segue-se a enumeração das palavras-chave do trabalho, iniciadas por
maiúsculas e separadas por ponto. Ex: Crítica. Carnavalização. Imaginário.
Onírico.
Deve ser evitado o uso de citações, dados estatísticos e números
exaustivos no resumo.
O resumo em português vem antes do corpo do artigo, o resumo em
inglês, ou outra língua, vem após o artigo. São chamados de Abstract ou
Summary / Résumé / Resumen.
72
Palavras-chaves
São os termos principais que englobam todo o tema desenvolvido no
artigo. Podem ser palavras isoladas ou expressões.
Em inglês, são chamadas de “key-words” ou “uniterms”.
Introdução
Texto que consiste na apresentação e descrição da matéria a ser
tratada no artigo. Deve apresentar o tema, ressaltar sua relevância para a área
de estudo em questão, apresentar os objetivos e os métodos da pesquisa,
descrevendo como será a exposição do conteúdo no artigo. A redação é em
terceira pessoa do discurso, de modo 'impessoal' (apresenta-se, discute-se,
faz-se a revisão bibliográfica do tema...).
Conclusão
Compõe o fechamento da pesquisa com as indicações feitas pelo
pesquisador, quanto aos resultados alcançados e quanto a possíveis
intervenções no problema investigado.
73
Título em língua estrangeira
Resenha
Resenhar significa fazer um levantamento das características de um
texto, enumerando seus aspectos relevantes, descrevendo as circunstâncias
que o envolvem, as condições de produção e de recepção do discurso.
74
Tipos de resenha
Tipos de resumo
·
Resumo indicativo: indica os pontos principais do texto, utilizando frases
curtas que destacam os elementos mais importantes da obra. Por sua
natureza muito concisa, não dispensa a leitura do texto original.
·
Resumo informativo: informa todos os dados necessários ao leitor para que
este possa decidir sobre a conveniência da leitura do texto inteiro. Expõe o
tema central, os objetivos, a metodologia, os resultados e as conclusões do
trabalho. É utilizado em artigos, dissertações e teses.
75
palavras segue a seguinte normalização: para comunicações breves, até 100
palavras; para artigos e monografias, até 250 palavras; para dissertações e
teses, até 500 palavras. Resumos em língua estrangeira recebem a designação
de Abstract e Summary no caso da língua inglesa, Resumé (francês) etc.
Fichamento
O fichamento é uma modalidade de atividade acadêmica que tem
como função documentar a leitura de um texto. Ele deve ser feito numa ficha ou
arquivo próprio para que sirva como arquivo das leituras efetivadas.
Existem várias funções para o fichamento. No caso do uso como
atividade acadêmica, ele pode ser “ficha de citação”. A ficha de citação é feita
com as ideias centrais do texto lido, usando as palavras do autor. Nesse caso,
cada trecho citado deve ser escrito entre aspas e com indicação da página
correspondente. A apresentação da ficha inicia-se com a referência bibliográfica
do texto lido, o conteúdo fichado e, no final, o(s) nome(s) do(s) discente(s).
Seminários
A palavra “seminário”, ligada ao sentido de semear, inclui a ideia de
plantar, colher e alimentar. É plantel e viveiro de um trabalho científico digno
desse nome. O estudante apresenta oralmente e/ou na forma escrita um tema
resultado de pesquisa. Todo desenvolvimento do seminário deve seguir a
orientação do professor.
O objetivo dessa atividade é proporcionar a todos os participantes uma
reflexão aprofundada de determinado problema, a partir de textos e em equipe.
O seminário é considerado aqui como um método de estudo e atividade didática
específica de cursos universitários.
Para alcançar seu objetivo, o seminário deve levar todos os
participantes:
Ÿ a um contato íntimo com o texto básico, criando condições para uma
análise rigorosa do mesmo;
Ÿ à compreensão da mensagem central do texto, de seu conteúdo
temático;
Ÿ à interpretação desse conteúdo, ou seja, a uma compreensão da
mensagem de uma perspectiva de situação de julgamento e de crítica
da mensagem;
Ÿ à discussão da problemática presente explícita ou implicitamente no
texto.
76
Quanto às modalidades de seminário, podem variar quanto ao tema, à
quantidade de participantes e à forma.
O tema pode ser único para todos os participantes, utilizando textos
comuns. Também pode ser um tema comum, mas cada grupo de estudantes
trabalha sobre um aspecto da temática central, por meio de diferentes fontes.
O número de participantes deve ser de, no máximo, oito alunos. Isso
facilita o desenvolvimento das atividades e permite um acompanhamento mais
personalizado.
O seminário pode ser interrogativo, no qual o professor faz uma
exposição introdutória do tema e apresenta diversas questões para aprofundar
a análise e interpretação. Cada participante tenta resolvê-las com auxílio de
literatura complementar, colocada à sua disposição. Em seguida, haverá um
debate conclusivo, terminando com uma síntese dos trabalhos feita pelo
professor.
Quanto ao seminário de análise de texto, o professor distribui entre os
participantes o texto a ser estudado (livro ou artigos). Cada componente
prepara, por escrito, uma análise global do conteúdo; faz observações sobre a
estrutura e argumentos apresentados pelo autor; levanta pontos obscuros e
discutíveis; questiona sobre a atualidade da temática em pauta e sua colocação
em contexto mais amplo. Segue a discussão em grupo, sob a orientação do
professor. Conclui-se com um relatório final, que será sujeito à apreciação de
todos.
Na modalidade de seminário temático, gira em torno de um assunto
específico que será estudado sob diferentes ângulos, a partir de bibliografia
diversificada. O debate consiste num confronto de opiniões e posições e
desemboca num resumo que expressa os resultados aos quais se chegou.
As vantagens do seminário são proporcionar atividade em equipe,
exigindo colaboração mútua e constante atenção para com o outro. Cada
membro assume responsabilidades concretas que diretamente influem no bom
andamento do trabalho. Aprende-se a difícil arte de escutar e respeitar opiniões
e posições diferentes. O seminário contribui igualmente para o desenvolvimento
de espírito crítico, onde objetividade, clareza e coerência predominam. Estimula
a autoconfiança e o senso de realismo, no que diz respeito à própria capacidade
e também às limitações pessoais. Treina para apresentação oral e em público.
Considerando que o seminário é um trabalho essencialmente de
equipe, pressupõe empenho de todos e não apenas do coordenador
responsável pelo encaminhamento dos trabalhos. Assim sendo, todos os
participantes fazem um estudo do texto para poder exercer efetiva participação
77
nos debates do seminário. Cabe aos participantes compreender e interpretar os
textos indicados, levantar problemas e participar da discussão geral.
O seminário não se reduz a uma aula expositiva apresentada por um
colega e comentada pelo professor; é um círculo de debates no qual todos os
participantes devem estudar o tema com o rigor devido.
Trabalhos acadêmicos
78
Painel
Fórum
79
Simpósio
Palestra
Mesa redonda
Oficinas e workshops
Apresentações de pôsteres
80
finais e a referência bibliográfica. Durante a exposição, os autores permanecem
junto ao poster à disposição para apresentar o conteúdo e fornecer eventuais
esclarecimentos.
81
82
VI PARTE
TEXTO COMPLEMENTAR
Universidade, pesquisa e construção do conhecimento.
83
Sem uma educação superior e sem instituições de pesquisa
adequadas que formem a massa crítica de pessoas qualificadas
e cultas, nenhum país pode assegurar um desenvolvimento
endógeno genuíno e sustentável e nem reduzir a disparidade
que separa os países pobres e em desenvolvimento dos países
desenvolvidos. O compartilhar do conhecimento, a cooperação
internacional e as novas tecnologias podem oferecer
oportunidades novas para reduzir esta disparidade.
84
modo a educar para a cidadania e a participação plena na
sociedade com abertura para o mundo, visando construir
capacidades endógenas e consolidar os direitos humanos, o
desenvolvimento sustentável, a democracia e a paz em um
contexto de justiça;
c) promover, gerar e difundir conhecimentos por meio da
pesquisa e, como parte de sua atividade de extensão à
comunidade, oferecer assessorias relevantes para ajudar as
sociedades em seu desenvolvimento cultural, social e
econômico, promovendo e desenvolvendo a pesquisa científica
e tecnológica, assim como os estudos acadêmicos nas ciências
sociais e humanas e a atividade criativa nas artes;
d) contribuir para a compreensão, interpretação, preservação,
reforço, fomento e difusão das culturas nacionais e regionais,
internacionais e históricas, em um contexto de pluralismo e
diversidade cultural;
e) contribuir na proteção e consolidação dos valores da
sociedade, formando a juventude de acordo com os valores nos
quais se baseia a cidadania democrática, e proporcionando
perspectivas críticas e independentes a fim de colaborar no
debate sobre as opções estratégicas e no fortalecimento de
perspectivas humanistas;
f) contribuir para o desenvolvimento e melhoria da educação em
todos os níveis, em particular por meio da capacitação de
pessoal docente.
85
O quadro de docentes também sofreu alterações nesta primeira
década (2000-2013). Do total de professores no ensino superior, em 2003, na
rede pública, 39,5% eram doutores, saltando para 53,2 em 2013. Mestres eram
27,3%, subindo para 29,6%, enquanto especialistas eram 33,3%, caíram para
17,2% (BRASIL. MEC. INEP, 2013). Os dados revelam que, além do número de
matrículas avançarem, a qualificação docente também melhorou. No setor não
estatal o quadro teve ligeira melhoria: doutores contratados eram 11,8% do total
em 2003, subindo para 18,2%; mestres eram 39,3%, cresceu para 47,1%;
enquanto os especialistas eram 48,9%, baixaram para 34,7%. Os índices ainda
indicam que é necessário ampliar a qualificação docente nas IES não estatais
(BRASIL. MEC. INEP, 2013), pois corremos um sério risco de perder
oportunidades construídas durante décadas para a ampliação do sistema de
educação superior e termos como resultado a formação intelectual, tecnológica,
cultural e de cidadania com baixa qualidade, transformando potenciais cidadãos
capazes de transformar e melhorar a sociedade em meros reprodutores de
receitas prontas.
De onde vem este perigo? Dos números de Instituições credenciadas e
habilitadas ao ensino superior no Brasil e dos números de matrículas dos jovens
nessas Instituições. Desde 1990, com a política voltada mais às demandas
mercadológicas houve uma forte expansão nas matrículas em IES não estatais,
voltadas prioritariamente ao ensino de técnicas e não de pesquisas (básicas ou
aplicadas). Em 2013, o total de IES no Brasil era de 2.391, com 7.526.681
matrículas. Desse total, 2.090 unidades eram consideradas não estatais, com
5.421.639 matrículas realizadas. As IES públicas e com a obrigação
constitucional de realizar ensino-pesquisa e extensão somavam 301 unidades,
com 2.105.042 matrículas.
Mesmo considerando que as IES sem fins lucrativos (comunitárias) e
algumas privadas investem muitos recursos em pesquisa e extensão, ainda
assim o Brasil tem um corpo acadêmico com baixo perfil de produção de
conhecimento (maioria de docentes com especialização e mestrado nas IES
não estatais e que concentram grande contingente de matrículas). Essa relação
potencializa a formação de acadêmicos, mas não de profissionais com perfil de
produtores de conhecimentos voltados às soluções de problemas sociais,
culturais, ou ainda, profissionais qualificados para enfrentar entraves
econômicos, gestores de políticas e de tecnologias de ponta, que coloquem na
ordem do dia o desenvolvimento e o planejamento de ações voltadas para o
crescimento global do Brasil.
Para Santos e Almeida Filho (2008, p. 42-43) a superação desses
86
desafios pode ser encontrada numa nova configuração de ação e missão das
IES. Para eles,
87
genuína não é apenas teórica e crítica, mas também autocrítica.
Portanto, qualquer educação precisa examinar questões
importantes sobre a nossa possibilidade de alcançar o
conhecimento autêntico. A prática dessas questões fornece o
oxigênio para qualquer esforço de aprendizado.
O conhecimento foi construído historicamente e permanece em
constante processo de reconstrução, sendo uma ação humana permanente e
que envolve a realização de atividades entre o ser humano e suas forças físicas
e mentais (relações sociais, culturais, políticas e econômicas) com os elementos
da natureza (ou seja, conhecimento está diretamente relacionado com o fazer
humano, o trabalho) (MARX, 1982; GATODTTI, 2002; MANACORDA, 2007).
Neste sentido, é um exercício de ações práticas, voltado à sobrevivência da
espécie e, ao mesmo tempo, reflexão do que se apreender, cumulativamente,
através de pesquisas, através da curiosidade e da dúvida.
A pesquisa abre canais de diálogo entre as exigências de elaboração
de conhecimentos através de métodos e metodologias (para desenvolver
ciência) e as necessidades cotidianas da população para desenvolver
inovações com vistas à satisfação de suas necessidades
(objetivas=sobrevivência e subjetivas=prazer em viver). Tem uma finalidade,
que é a de elaborar o saber que possibilite compreender e transformar uma dada
realidade. Este é o cenário da pesquisa que a Universidade está inserida.
Tomada num sentido amplo, pesquisa é toda atividade voltada
para a solução de problemas; como atividade de busca,
indagação, investigação, inquirição da realidade, é a atividade
que vai nos permitir, no âmbito da ciência, elaborar um
conhecimento, ou um conjunto de conhecimentos, que nos
auxilie na compreensão desta realidade e nos oriente em nossas
ações. (PÁDUA, 1996, 29)
Porém, não é a única inserção das IES e, neste campo, Pádua (1996)
fez uma advertência relevante: tem-se tornado comum, no mundo acadêmico,
confundir técnicas rigorosas de pesquisas com questões metodológicas.
88
Para Pádua (1996) as técnicas são questões instrumentais,
importantes na prática de pesquisar, mas devem ser acompanhadas de
referenciais teóricos que contextualizem uma dada realidade. O referencial
teórico de uma pesquisa deve auxiliar o pesquisador no caminho percorrido para
a produção da ciência e do conhecimento.
Por ser a ciência um conhecimento contextual, contingencial,
circunstancial, resultante da combinação de fatores sociais e culturais,
econômicos e políticos, é necessário conviver com outros saberes (cotidianos,
pragmáticos) e aplicar questionamento a si mesmo, transformando estas
inquietudes em dúvidas motivadoras de novas pesquisas e de novos
conhecimentos.
Entre os séculos XIX e XX intelectuais, pesquisadores e cientistas
criaram e experimentaram métodos e metodologias para a certificação e
desenvolvimento do conhecimento e do saber. Alguns eixos, que se
convencionou chamar de metodológicos, são instrumentos que possibilitam aos
pesquisadores obterem visão de mundo, na perspectiva de Löwy (1996) que os
auxiliam na composição de suas definições de sociedade, de saber e de ciência.
89
pesquisa (DEMO, 1998).
O Construtivismo científico vê no processo de desconstrução da
realidade uma possibilidade de construção de um novo conhecimento. “A
perspectiva construtivista assume abertamente a tese do objeto construído, [...]
legitimação dos conhecimentos científicos se constrói social e historicamente
[...]” através da crítica questionadora dos processos (DEMO, 1998, p. 77-78).
Todavia, a marca questionadora direciona o conhecimento quase que
exclusivamente para a inovação, em particular ao tornar-se a dinâmica central
da economia competitiva. As inovações forçam vender mais, comprar mais e as
empresas lucrarem mais. Nesta visão de mundo o “questionamento” serve
apenas para reformular produtos para o consumo. A inovação perde seu espírito
crítico e serve ao mercado (DEMO, 1998).
A visão dialética apresenta as leis do pensamento como as leis da
realidade. A dialética não é só pensamento, é a ação da mente que pensa com a
realidade vivida a um só tempo. Porém, a realidade vista pelo pesquisador é
contraditória, pois se constitui de um conjunto de negação. O que vemos na vida
social é uma constante disputa de interesses, em que um nega o outro, e nesta
sucessão de relações a sociedade se transforma, também transformando os
indivíduos. Lefebvre (1983, p. 172) indicava que "[...] a dialética é ciência que
mostra como as contradições podem ser concretamente idênticas, como
passam uma na outra, mostrando também porque a razão (pensamento) não
deve tomar essas contradições como coisas mortas, petrificadas, mas como
coisas vivas, móveis, lutando uma contra a outra em e através de sua luta".
Neste sentido, a sociedade cria e recria situações novas, de qualidade diferente,
vinda das contradições de situações velhas (modo de produção feudal x modo
de produção capitalista = transformações qualitativas e quantitativas). O novo
sempre nasce do velho. Mas a transformação do velho, recriando a vida social
ou natural, numa situação nova, indica que ocorreu a superação da situação
anterior, mostrando-se num estágio avançado, de qualidade diferente.
Outro elemento do pensamento dialético é a noção de totalidade, a
percepção da realidade social como um todo que está relacionado entre si (cada
fenômeno relaciona-se com alguns aspectos sociais e culturais, econômicos e
políticos, ao mesmo tempo). Nesta proposta de visão de mundo, foi possível
perceber que toda unidade de pensamento e de visão de realidade é composta
pela “unidade de contrários”.
Uma moeda, apesar do fato de ter duas faces diferentes, continua
sendo a mesma moeda, com valor monetário de igual magnitude, feita com o
mesmo metal. Uma folha de papel, mesmo tendo a página 1 e a página 2,
90
permanece com suas características originais (produzida a partir da celulose
vegetal e com a finalidade de receber letras, imagens etc). Os contrários existem
nos objetos de uso pessoal e social. Assim também ocorre nas estruturas
sociais; não existe apenas um lado da realidade, ela não é finita, os fenômenos
sociais podem ser compreendidos pela sua diversidade, mas ao mesmo tempo
é essa diversidade que consolida a sociedade. Portanto, mudanças ou
transformações sociais são possibilidades sempre presentes. Isto pode ser
considerado como as contradições apresentadas no pensamento dialético.
Estão sempre juntas, num mesmo evento. Isto é o que a dialética científica
identificou como sendo a “unidade de contrários”. Nesta visão de mundo o
objeto a ser investigado não existe sem o sujeito que realiza a ação, seja esta
ação social e da natureza e vice-versa .
Pode-se dizer que no período contemporâneo não há uma
exclusividade metodológica (de técnica e de apreensão do conhecimento) para
realização de pesquisas, como já apresentado por Bernheim e Chauí (2008).
Como o conjunto dos referenciais está recebendo críticas e a “pretensão de
validade” (verdade para Habermas) é a busca da compreensão de uma
realidade em movimento, cheia de imprecisões, identifica-se “[...] que estão
ocorrendo profundas rupturas com o conhecimento racionalista de molde
europeu-ocidental” (DEMO, 1998, p.80) construídos no decorrer dos séculos
XIX e XX. A construção do conhecimento se dá, também, com paradigmas que
não assumam rigidez formal, uma vez que a realidade social e natural não as
assumem, sendo esta realidade apresentada através de múltiplas
configurações.
Para Santos e Almeida Filho (2008, p. 40), o conhecimento
universitário foi, durante o século XX, predominantemente “disciplinar”, distante
e descontextualizado em relação às demandas do cotidiano das sociedades.
Esta prática de produção de conhecimento criou uma situação em que eram os
investigadores que determinavam os problemas científicos a serem analisados,
além de definirem a relevância, as metodologias e os ritmos das pesquisas. Para
estes autores trata-se da formulação de “[...] conhecimento homogêneo e
organizacionalmente hierárquico [...]”, uma vez que os participantes da sua
produção criavam objetivos comuns de produção de conhecimento, tendo “[...] a
mesma formação e a mesma cultura científica”. Esta prática de produção não dá
conta de compreender a sociedade contemporânea.
Os autores acima identificaram que, ao contrário do conhecimento
universitário disciplinar, no final do século XX deu-se a configuração de um tipo
de conhecimento multi e interdisciplinar, que eles denominaram “conhecimento
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pluriversitário”. É uma estrutura de conhecimento contextual na medida em que
o princípio organizador da sua produção é a aplicação que lhe pode ser dada
pelas demandas da sociedade. Sua aplicação efetiva-se num espaço extra-
universidade e centros de pesquisa, sendo que a iniciativa da formulação dos
problemas que se pretende resolver e a determinação dos critérios da
relevância destes é o resultado de um acordo entre pesquisadores e utilizadores
(ciência e sociedade).
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sociedade do conhecimento. Estamos assistindo à emergência
de um novo paradigma econômico e produtivo no qual o fator
mais importante deixa de ser a disponibilidade de capital,
trabalho, matérias-primas ou energia, passando a ser o uso
intensivo de conhecimento e informação.
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desenvolvimento econômico. A sociedade contemporânea é mais que isso. É
formada por processos sociais e culturais diferentes e divergentes. É, ainda,
formada por relações econômicas e políticas díspares que necessitam uma
reorganização, buscando atender às demandas do conjunto das pessoas.
Ao mesmo tempo em que estes fenômenos consolidam-se, as
pessoas, com tantas informações disponíveis, necessitam estabelecer
prioridades e escolhas, selecionando informações pertinentes, sendo capazes
de identificar o que é estruturalmente importante do conjunturalmente urgente.
Duas ordens de questões se colocam no início do século XXI. Em
primeiro lugar, caberia à Universidade (estatal e não estatal) recapturar o
conhecimento, trazê-lo para dentro do seu espaço, que é um ambiente público
(e também, não estatal) e de atividades coletivas, precisamente para educá-lo.
É muito importante entrar em sua lógica e em sua coerência, para poder manejar
humanamente a propensão desconstrutiva, passo decisivo para avanços
conceituais. Para Demo (1998), ser somente resistência é “nostalgia
improcedente”.
A Universidade deve buscar o “seu caminho” entre a avidez do
conhecimento inovador e as condições da instituição de ensino humanista e
construção diversificada de conhecimento. Mais ainda, a Universidade deve
reafirmar que seu “mandato soberano” é humanizar o conhecimento. Ela não
pode negar a existência das “leis gerais do mercado”, mas também não pode se
entregar a essas leis num processo de adesão não crítica. É necessário
observar o que é fundamental e permanecer enquanto processo de construção
do conhecimento e o que é “descartável”, ou apenas o que serve ao mercado,
enquanto cultura de consumo instantâneo, veloz e sem relevância social. Este
processo, todavia, não pode desconsiderar ou mesmo desconstruir o manejo
criativo do conhecimento livre e pertencente à humanidade. Neste sentido, a
produção do conhecimento cotidiano é fundamental para as relações sociais.
Em segundo lugar, é possível identificar que não só alguns processos
de construção do conhecimento envelhecem, mas também, dentro das escolas
e Universidades, o processo de ensino e extensão envelhece. O professor como
um “ator social”, repassador de conhecimento e sem criatividade tem sido
duramente criticado pelos estudantes e por parcelas significativas da
sociedade. “Querem mudar, sem se mudar” [...] “É neste contexto que se coloca
o desafio descomunal de desconstruir o professor”. (DEMO, 1998) E por quê?
Como a matéria prima do professor é trabalhar com conhecimento e este se
renova muito velozmente, este trabalhador fica exposto ao envelhecimento
precoce. Neste sentido, o quadro de qualificação docente apresentado pelo
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Censo da Educação Superior (MINISTÉRIO DA EDUICAÇÃO-INEP, 2013), que
identificou a existência de muitos especialistas com função de docência, deveria
ser superado. A realização de cursos de mestrado e doutorado é fundamental.
Aí está nosso valor histórico e que justifica a transformação nas
missões das Universidades, Centros Universitários e Faculdades. Esta
transformação deveria forjar um cidadão que sabe manejar com a construção e
desconstrução do conhecimento, transferindo para o corpo social os
instrumentos inovadores, pondo-os a serviço da cidadania.
O recorte contemporâneo do papel das Universidades configura-se a partir
da reconstrução “provisória” das metodologias utilizadas para produzir
conhecimento e coloca novas missões às IES:
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