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ABNT 3ª Edição

Revista e Ampliada
Estilo Vancouver
Associação Educativa Evangélica

REDAÇÃO CIENTÍFICA:
orientações e normas

Anápolis GO
2017
3ª Edição
Revista e Ampliada
ASSOCIAÇÃO EDUCATIVA EVANGÉLICA

Conselho de Administração
Presidente – Ernei de Oliveira Pina
1º Vice-Presidente – Cecílio Alves de Moraes
2º Vice-Presidente – Ivan Gonçalves da Rocha
1º Secretário – Geraldo Henrique Ferreira Espíndola
2º Secretário – Francisco Barbosa de Alencar
1º Tesoureiro – Augusto César da Rocha Ventura
2º Tesoureiro – Djalma Maciel de Lima

Centro Universitário de Anápolis


Chanceler - Ernei de Oliveira Pina
Reitor - Carlos Hassel Mendes da Silva
Pró-Reitor Acadêmico – Marcelo Mello Barbosa
Pró-Reitor de Pós-Graduação, Pesquisa, Extensão e Ação Comunitária -
Sandro Dutra e Silva
Associação Educativa Evangélica

REDAÇÃO CIENTÍFICA:
orientações e normas

José Paulo Pietrafesa (org)


Odiones de Fátima Borba (org)
Carlos Hassel Mendes da Silva
Libna Lemos Ignácio Pereira
Roberto Alves Pereira

Anápolis GO
2017
3ª Edição
Revista e Ampliada
Copyright © 2016 by Associação Educativa Evangélica

Editoração: Ricardo Alves de Jesus e Thiago Góis de Azevedo


Revisão textual: Ariovaldo Lopes Pereira

CIP. Brasil. Catalogação na Fonte


BIBLIOTECA CENTRAL DA ASSOCIAÇÃO EDUCATIVA EVANGÉLICA

R312 Redação científica: orientações e normas. / José


Paulo Pietrafesa; Odiones de Fátima Borba, organizadores.
-- Anápolis: Associação Educativa Evangélica, 2016.

92p.

ISBN: 978-85-88106-02-4

3ª Edição - Revista e Ampliada

1. Redação científica. 2. Orientações e normas. 3. Trabalhos


científicos - apresentação. 4. Trabalhos científicos
Pietrafesa, José Paulo. II. Borba, Odiones de Fátima. Título.

2017 CDU: 001.8(035)

DIREITOS RESERVADOS

É proibida a reprodução total ou parcial da obra, de qualquer forma ou por qualquer


meio, sem a autorização prévia e por escrito dos autores. A violação dos Direitos Autorais
(Lei nº 9610/98) é crime estabelecido pelo artigo 48 do Código Penal.

Impresso no Brasil
Printed in Brazil
2017
Núcleo de Apoio ao Discente (UniATENDER)
A AEE foi fundada no dia 31 de março de 1947, por missionários e
líderes evangélicos, tendo como objetivo fundamental contribuir com a
educação e a formação de crianças, jovens e adultos no estado de Goiás. A
Associação Educativa Evangélica (AEE) tem como missão promover, por meio
da excelência, o ensino (nos diferentes níveis), da pesquisa e da extensão, para
uma formação cidadã comprometida com o desenvolvimento sustentável. Tem
como marca sua visão cristã de educação, que considera o homem um ser
integral e nessa visão desenvolve seu Projeto Pedagógico Institucional que
contempla não somente a formação técnico-científica, mas também a ético-
cristã. Também constitui-se missão da AEE a formação de profissionais
capacitados para responder ao mercado de trabalho de forma comprometida
com a vida e com a cidadania.
Atuamente, a Associação Educativa Evangélica é mantenedora do
Centro Universitário de Anápolis - UniEVANGÉLICA, da Faculdade Raízes, da
Faculdade Evangélica de Goianesia e dos Colégios Couto Magalhães de
Anápolis, Couto Magalhães de Goianésia e Álvaro de Melo de Ceres.
O UniATENDER é o núcleo de apoio ao discente da Pró-Reitoria
Acadêmica (PROACAD) da UniEVANGÉLICA que responde pelo atendimento
institucional ao discente, fazendo interface com os cursos e setores no
desenvolvimento de ações integradas de apoio ao discente. Tem como objetivo
acolher, integrar, atender e acompanhar os discentes, individual ou
coletivamente, ajudando-os em suas necessidades e zelando por sua formação
humana e profissional, de modo a favorecer o desenvolvimento de princípios
éticos e cristãos, convivência saudável e responsabilidade social. O Núcleo de
apoio ao discente atende à política institucional de cumprir com as diretrizes e
exigências do Ministério da Educação (MEC), quanto ao atendimento ao aluno e
ao acompanhamento do egresso, bem como, promove ações advindas das
prioridades estabelecidas pelo Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI).
O UniATENDER desenvolve, como ação principal, a inclusão
estudantil, contribuindo com o acesso, a permanência e a conclusão dos
estudos, fundamentando e elaborando políticas sociais de atendimento ao
discente. Os principais programas desse núcleo são: apoio aos vários grupos
sociais, dentre os quais portadores de deficiência, negros, indígenas; ações de
atenção à dependência química e prevenção ao uso indevido de drogas;
programas de concluintes e egressos e Ouvidoria Geral. Atendemos, também,
discentes que apresentem problemas que possam interferir no desempenho

5
escolar, social e/ou afetivo, articulado aos programas de tutorias e monitorias
dos diferentes cursos. O propósito é o desenvolvimento de relacionamentos
saudáveis, que possibilitem a excelência no processo ensino-aprendizagem.
O UniATENDER funciona diariamente nos três turnos, em espaço
próprio. Além do atendimento diário, o Núcleo desenvolve, ao longo do semestre
letivo, fóruns, seminários, reuniões com diretores de cursos, com
representantes estudantis, com órgãos da Mantenedora e com a Reitoria. Um
dos eventos promovidos pelo UniATENDER é a Acolhida e Integração
Acadêmica, quando é disponibilizado o livro Redação Científica: orientações e
normas para os discentes do 1º período de cada curso da UniEVANGÉLICA/
Anápolis e Ceres, Faculdade Raízes e Faculdade Evangélica de Goianésia. O
livro é um instrumento orientador para a elaboração de trabalhos acadêmicos. A
autoria é de docentes da UniEVANGÉLICA.
Com esse incentivo à produção acadêmico-científica, damos as boas
vindas a todos que chegam à família acadêmica da Associação Educativa
Evangélica.

Carlos Hassel Mendes da Silva


Reitor-UniEVANGÉLICA

Sandro Dutra e Silva


Pró-Reitor de Pós-Graduação, Pesquisa, Extensão e Ação Comunitária

Marcelo Mello Barbosa


Pró-Reitor Acadêmico

6
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO.........................................................................................................9

ORIENTAÇÕES GERAIS NORMAS ABNT.................................................................11

I PARTE - ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS..................................................................13

II PARTE - ELEMENTOS TEXTUAIS..........................................................................29

III PARTE - ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS................................................................35

IV PARTE - ESTILO VANCOUVER ............................................................................55

V PARTE - ORIENTAÇÕES PARA ELABORAÇÃO DE


TRABALHOS ACADÊMICOS .....................................................................................61
ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO DE PESQUISA ..........................61

ORIENTAÇÕES PARA ELABORAÇÃO DE ARTIGOS CIENTÍFICOS ...................72

ORIENTAÇÕES PARA ATIVIDADES ACADÊMICAS .............................................74

VI PARTE - TEXTO COMPLEMENTAR......................................................................83

7
8
APRESENTAÇÃO
O presente livro pretende ser um instrumento facilitador de elaboração
de atividades acadêmicas para alunos e professores da Associação Educativa
Evangélica. Muitos alunos e professores têm encontrado dificuldades na
apresentação gráfica e normativa de trabalhos acadêmicos e científicos. Nesse
sentido, o livro serve como instrumento para elaboração escrita, mediatizada
pelas regras básicas existentes na legislação brasileira sobre normas técnicas
da apresentação de trabalhos acadêmicos, baseados nos documentos da
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT); NBR (Norma Brasileira de
Referência) 6.023:2002; NBR 10.520:2002 e NBR 14.724:2011.

Para esta edição incluímos um capítulo com o Estilo Vancouver,


também conhecido como Norma Vancouver. Essa normatização foi elaborada
pelo Comitê Internacional de Editores de Revistas Médicas (CIERM) e aplica-se
à artigos científicos publicados em revistas da área da saúde. Para elaboração
do capítulo tomamos por referência a publicação da PUC-Minas Gerais,
FioCRUZ e revistas disponíveis na plataforma Medline.

Este material de normas técnicas é resultado da análise dos


documentos oficiais. Muitos exemplos, bem como regras e conceitos, foram
retirados literalmente dessas normas oficiais, não se configurando, portanto,
uma autoria independente dos propositores.

Uma advertência é preciso ser feita: a obra não se dedica a discutir


teoria do conhecimento, linhas filosóficas de pesquisa científica ou mesmo
correntes ideológicas de pensamento. A intenção primeira é apresentar ao
público da AEE, indicativos para redação de trabalhos acadêmicos.

O livro está dividido em seis partes distintas. A primeira apresenta as


normas de elaboração dos elementos pré-textuais dos trabalhos acadêmicos.
As bases das informações foram extraídas da NBR 14.724:2011. Tem função de
orientar os alunos para apresentação inicial de qualquer tipo de trabalho feito
nos espaços universitários, portanto, acadêmicos, quais sejam: análises de
interpretação de texto, projetos de pesquisa, relatórios de pesquisa, relatórios
de estágios, trabalhos de conclusão de curso de graduação e pós-graduação.

9
A segunda parte é composta de orientações para elaboração dos
elementos textuais. Inicialmente, apresentamos informações de como se
elabora uma introdução ao trabalho acadêmico. Em seguida, indicamos quais
são os principais aspectos que devem conter o desenvolvimento do trabalho,
como utilizar as ideias e como fazer as citações de autores estudados (para as
citações, nossa base de informações foi a NBR 10.520:2002). Enfim, são
apresentados ao leitor alguns passos na construção da argumentação que se
deve fazer no meio acadêmico. E, finalmente, indicamos sugestões de como se
deve elaborar uma conclusão, uma vez que nesta parte do trabalho acadêmico,
o autor relata se chegou a algum resultado em sua pesquisa e apresenta novas
opiniões extraídas por meio das leituras bibliográficas ou dos trabalhos de
campo.

A terceira parte deste trabalho destina-se à elaboração dos elementos


pós-textuais, com orientações para as Referências (nossa base de informações
foi a NBR 6.023:2002). E aqui, outra advertência se faz necessária: esta é a
parte mais longa do livro, pois as diferentes referências estão exemplificadas.
Devido à multiplicidade de situações em que se exige apresentar as referências,
não foi possível fazer um resumo delas.

A quarta parte contém o elemento novo desta edição com as


orientações para citações e referências segundo o Estilo Vancouver.

A quinta parte refere-se às orientações para elaboração de trabalhos


acadêmicos, destacando projetos de pesquisa e artigos. Também poderão ser
encontradas sugestões para elaboração de resenhas, resumos, seminários,
pôsteres etc.

A sexta parte refere-se a um texto complementar que destaca


aspectos históricos da educação superior no Brasil e reflexões sobre a
produção do conhecimento nesse contexto.

Esperamos continuar recebendo críticas, uma vez que, se for


necessária uma nova edição, possamos fazê-la com as correções sugeridas.
José Paulo Pietrafesa (org)
Odiones de Fátima Borba (org)
Carlos Hassel Mendes da Silva
Líbna Lemos Ignácio Pereira
Roberto Alves Pereira

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ORIENTAÇÕES GERAIS - NORMAS DA ABNT
Antes de iniciarmos as indicações dos elementos constitutivos de um
trabalho acadêmico, optamos por apresentar algumas informações gerais, que
são extremamente úteis no desenvolvimento das atividades de professores e
alunos, quando da apresentação desses trabalhos. O conjunto de um texto
acadêmico deve obedecer aos indicativos abaixo.

• O papel a ser utilizado em todo o trabalho é branco ou reciclado


em formato A4 (21,0cm x 29,7cm).
• Tipo de letra: Times New Roman ou Arial.
• Tamanho da fonte: 14 para títulos (também é obrigatório usar
negrito), 12 para o texto, e também para os subtítulos (os
subtítulos devem ser negritados) e 10 ou 11 para citações que
necessitem de recuo (aquelas acima de três linhas – ver
normatização, NBR 10.520:2002, para citações) e também 10
para notas de rodapé.
• Margens: esquerda e superior 3 cm, direita e inferior 2 cm. A
numeração das páginas deve iniciar-se somente a partir da
segunda folha da Introdução do texto. Todas as folhas devem ser
contadas, exceto a capa.
• Espacejamento das entrelinhas e outras indicações:
- para iniciar a frase, utiliza-se parágrafo com 2 cm após a
margem esquerda.
- para as entrelinhas deve ser observado o espaço 1,5.
- em caso de citações longas que exigem o recuo de 4 cm
esquerdo, o espaço é simples.
• Toda palavra em língua estrangeira deve ser em ITÁLICO. As
citações em língua estrangeira devem ser traduzidas no texto,
porém, citadas literalmente (na língua original) em notas de
rodapé.

Os trabalhos acadêmicos compõem-se de elementos pré-textuais,


textuais e pós-textuais.

11
12
I PARTE
ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS

1 Elementos pré-textuais
Elementos pré-textuais, segundo a ABNT em sua NBR 14.724:2011,
antecedem o texto, apresentando informações que auxiliam na identificação do
trabalho acadêmico. Os elementos obrigatórios são: capa, folha de rosto, folha
de aprovação, resumo, abstract, sumário.
Os elementos opcionais são: errata, dedicatória, agradecimentos,
epígrafe, lista de ilustrações, lista de tabelas, lista de abreviaturas e siglas e lista
de símbolos.
1.1 Capa
Deve apresentar as informações mais importantes para se identificar o
trabalho. Contem os seguintes dados: identificação da instituição (opcional),
nome do autor, título, cidade e ano da produção.
Para trabalhos de maior volume pode ser elaborado uma lombada que
contenha o nome abreviado do autor, título e ano.
1.2 Folha de rosto
Identifica o trabalho e também sua finalidade. Em um quadro
explicativo, é necessário informar a natureza do trabalho: projeto de pesquisa,
relatório de pesquisa, relatório de estágio, trabalho de conclusão de curso
(TCC), artigo científico, dissertação de mestrado ou tese de doutorado.
Os elementos essenciais são: nome do autor, título e subtítulo (quando
houver), nota de caracterização, área de concentração, nome da instituição de
ensino, nome do orientador e sua titulação, local, ano da apresentação e ficha
catalográfica (que deverá ser feita no verso da folha de rosto).
1.3 Folha de aprovação
Este espaço é reservado ao registro do resultado da avaliação por
banca própria. deve conter: nome do autor, título de sua obra, subtítulo (se
houver), número de volume (se houver), local e ano da apresentação e
aprovação do trabalho, nome e espaço para assinatura dos membros
componentes da banca examinadora e suas respectivas instituições de ensino.

O Abstract ou resume são utilizados em caso de artigo, monografia, dissertação de mestrado ou tese de doutorado.
A lombada é utilizada para trabalhos acadêmicos encadernados com capa dura.

13
1.4 Dedicatória
Este elemento é opcional, sendo um local utilizado pelo autor do
trabalho para prestar homenagem a pessoas especiais.
1.5 Agradecimentos
Este elemento é opcional, destinado a destacar a contribuição que o
autor recebeu, de maneira relevante, de outras pessoas ou instituições, na
elaboração do trabalho.
1.6 Epígrafe
Este elemento é opcional e destina-se a fazer uma referência a um
texto que tenha um significado importante para o autor. Deve conter, além da
citação, a autoria. Podem também constar epígrafes nas folhas de abertura de
cada capítulo.
1.7 Resumo
Deve ser feita uma apresentação discursiva, concisa e seletiva do
trabalho, ressaltando de forma clara e sintética o tema, os objetivos, a natureza,
os resultados e as conclusões mais importantes do trabalho. Os resumos de
artigos, teses de doutorado, dissertações de mestrado e de trabalhos de
conclusão de curso de graduação e pós-graduação, precedem o texto. O
resumo deve ser redigido no mesmo idioma do trabalho, porém nos casos de
dissertação (mestrado) e tese (doutorado) é obrigatório fazê-lo, também, em
idioma estrangeiro. As revistas científicas também exigem o resumo em outro
idioma, para publicar artigos.
O resumo deve ter até 100 palavras para comunicações breves, 250
palavras para monografias e artigos, e no máximo 500 palavras para
dissertações e teses. A redação é feita em fonte 10, sem entradas de parágrafos
e com espaço simples. O tipo de letra (no caso Time New Roman ou Arial) deve
ser o mesmo utilizado no desenvolvimento do trabalho.
Não se pode utilizar: abreviaturas, símbolos, fórmulas, equações,
diagramas, resumo de leis, indicações de mapas e fotos.
Quanto às palavras-chave, deve-se colocar até cinco palavras que
identificam o conteúdo do trabalho.
Em artigos, dissertações e teses é necessário a elaboração do resumo
e das palavras-chaves em outro idioma.

14
1.8 Equações e fórmulas
Para facilitar a leitura, devem ser destacadas no texto e, se necessário,
numeradas com algarismos arábicos entre parênteses, alinhados à direita.
1.9 Lista de ilustrações
As ilustrações são elementos que explicam ou complementam
visualmente o conteúdo do trabalho. São consideradas ilustrações: desenhos,
esquemas, fluxogramas, fotografias, gráficos, mapas, organogramas, plantas,
quadros de dados extraídos de pesquisa de campo ou de informações
estatísticas, tabelas de processamento de trabalho de campo, mapas, fotos
ilustrativas etc. As referências devem ser por ordem numérica, identificando as
páginas nas quais se localizam estas ilustrações e tabelas, antecedendo o
sumário.
No corpo do texto a identificação da ilustração deve ser colocada na
parte superior. A fonte de cada informação deverá ser descrita na parte inferior.
É importante redigir uma análise do material ilustrado o mais próximo possível
da figura.
1.10 Lista de tabelas
As tabelas apresentam informações estatisticamente tratadas e
devem conter números absolutos e relativos. São elaboradas sem bordas à
direita e à esquerda da tabela.
É elemento opcional elaborado de acordo com a ordem apresentada
no texto. As tabelas são numeradas, com títulos e identificado o número da
página em que está no texto.
1.11 Lista de abreviaturas e siglas
Colocam-se, nesta lista, as siglas e abreviaturas utilizadas no decorrer
do trabalho, em ordem alfabética, iniciando a identificação pela sigla e, em
seguida, escrevendo seu significado por extenso.
1.12 Lista de símbolos
Cada símbolo utilizado no conjunto do texto deve ser identificado em
lista própria com indicação das páginas correspondentes.

1.12 Sumário
O sumário apresenta a disposição dos capítulos e sub-capítulos que
compõem o trabalho. Este item é obrigatório em trabalhos acadêmicos.

15
Estrutura gráfica de um trabalho acadêmico
Índice *
Anexos *
Apêndices
*
Glossário
*
Referências

Elementos Textuais

Sumário

Lista de Símbolos
*
Lista de Abreveaturas
e Siglas
*
Lista de Tabelas *
Equações e fórmulas #
Lista de Ilustrações
*
Resumo em língua
estrangeira
Resumo na língua
vernácula
Epigrafe *
Agradecimentos *
Dedicatoria *
Folha de Aprovação

Errata
*
Folha de Rosto

Capa

OBS: Os elementos sem destaques são obrigatórios.


Os elementos destacados com asterisco (*) são opcionais.
Os elementos destacados com sinal # são circunstanciais.
As lombadas são opcionais (parte externa da capa do trabalho
que reuni as margens internas das folhas e contém identificação
do autor, da obra e ano de publicação).

16
Modelo de capa: identificação da instituição (opcional), nome do autor, título
centralizado na folha, cidade e ano.

17
Modelo de folha de rosto. Para cada modalidade de trabalho, a identificação deve
ser específica (relatório de pesquisa, projeto de pesquisa, dissertação de mestrado,
monografia, trabalho acadêmico, relatório de estágio ou TCC).

18
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Borba, Odiones de Fátima.

A produção do espaço urbano: Goiânia e Anápolis no contexto


da expansão da educação superior [manuscrito] / Odiones de
Fátima Borba. – 2012.
185 f: figs, quadros

Orientadora: Celene Cunha Monteiro Antunes Barreira.


Tese (Doutorado) – Universidade Federal de Goiás – UFG, Instituto
de Estudos Socioambientais, 2012.
Bibliografia

Inclui listas de figuras.

Modelo de ficha catalográfica

19
Modelo de folha de aprovação, utilizada em dissertação e tese.

20
Exemplo de dedicatória, utilizado em trabalho de conclusão de curso,
monografia, dissertação e tese. A dedicatória é destinada a homenagear pessoas
ou instituições que tenham colaborado na execução do trabalho.

21
Aos sujeitos da pesquisa pela gentileza em contribuir com os
dados. Ao professor orientador pela dedicação e presteza durante a
orientação da pesquisa.

Exemplo de agradecimento, utilizado em trabalho de conclusão de curso,


monografia, dissertação e tese.

22
Exemplos de epigrafe, utilizada em trabalho de conclusão de curso,
monografia, dissertação e tese.

23
Exemplo de resumo de tese. Resumo de monografia e artigo contém até 250
palavras. Para tese e dissertação, o máximo são 500 palavras.

24
Exemplo de abstract de tese. abstract de monografia e artigo contém até 250
palavras. Para tese e dissertação, o máximo são 500 palavras.

25
A lista de ilustrações relaciona quadros, fotografias, desenhos, mapas, gráficos etc.
A lista de tabelas deve ser elaborada de acordo com a sua utilização no corpo do
texto, com identificação do título e página correspondente.

26
da Educação Nacional

Lista de abreviaturas e siglas consiste na relação alfabética das abreviaturas e


siglas utilizadas no texto.

27
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.................................................................................................................17

CAPITULO I: A DINÂMICA URBANA DE GOIÂNIA E DE ANÁPOLIS.............................24

CAPÍTULO 2: A EDUCAÇÃO SUPERIOR NO BRASIL E EM GOIÁS.............................64

CAPÍTULO 3: ASPECTOS DA DINÂMICA URBANA DE GOIÂNIA E ANÁPOLIS


PROMOVIDA PELA EXPANSÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS (UFG)
E DO CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ANÁPOLIS (UNIEVANGÉLICA)........................109

CAPÍTULO 4: A PRODUÇÃO DO ESPAÇO NA METRÓPOLE E EM UMA CIDADE


MÉDIA: O EFEITO DAS IES..........................................................................................146

CONCLUSÃO ................................................................................................................171

REFERÊNCIAS .............................................................................................................176

BIBLIOGRAFIA ..............................................................................................................182

APÊNDICES

O sumário relaciona capítulos, subcapítulos e páginas correspondentes.

28
II PARTE
ELEMENTOS TEXTUAIS

2 Elementos textuais

Os elementos textuais são compostos de três blocos: introdução,


desenvolvimento e conclusão.

2.1 Introdução
A introdução de um trabalho acadêmico é a primeira parte, contendo
entre 10% a 15% do total do trabalho (parte textual). A composição do texto
introdutório deve:
• Situar a questão (os problemas) que se quis tratar no texto; indicar o
objetivo que se propôs trabalhar o tema e justificar a importância da
escolha do tema.
• Identificar, rapidamente, como o tema vem sendo tratado nas fontes
consultadas.
• Descrever a metodologia utilizada.
• Apresentar breves resultados da pesquisa.
• Apresentar uma breve explicação do conteúdo dos capítulos.

2.2 Desenvolvimento do trabalho


O trabalho acadêmico pode ser dividido em capítulos, itens, partes ou
ser apresentado na forma de um texto corrido, sem subdivisões. Normalmente,
utiliza-se entre 70% a 80% do espaço do trabalho para esta parte. A composição
do corpo do texto deve:
Ÿ Argumentar sobre o tema, os problemas levantados, identificar se eles
foram respondidos e, também, analisar se as hipóteses criadas foram
confirmadas ou refutadas.
Ÿ Utilizar, amplamente, argumentos, contra-argumentos e críticas da
literatura analisada, vinculando as reflexões aos problemas levantados
sobre o tema.
O autor do trabalho precisa adotar uma postura crítica, desenvolvendo
uma opinião própria. Não se pode esquecer que um texto tem a função de emitir
uma mensagem a um leitor. Neste caso, esta mensagem deve ser clara, objetiva

29
e precisa. Se o receptor da mensagem tiver muitas dúvidas, não se atingiu o
principal objetivo do trabalho.
No texto acadêmico evitamos utilizar muitas palavras em outros
idiomas, pressupostos, siglas sem identificação, expressões desnecessárias
(ex.:“o magistral autor”,“o excepcional estudioso” etc...) e linguagem coloquial.

OBS: Segue, abaixo, uma proposta de estrutura para composição do


desenvolvimento de trabalhos acadêmicos, TCC’s, dissertações de mestrado e
teses de doutorado:

Capítulo I
Revisão bibliográfica (discussão teórica, suporte teórico, base teórica).

Capítulo II
Apresentação, localização, descrição, contextualização (local,
regional, nacional, global) do objeto de estudo.

Capítulo III
Apresentação, análise e discussão dos dados (relacionar os dados
com as reflexões teóricas abordadas).

2.3 Conclusão ou considerações finais


No texto conclusivo devem constar as ideias e opiniões do autor do
trabalho (pesquisador) acerca dos resultados alcançados no desenvolvimento
do tema. Neste item, pode-se apresentar reflexões sobre os problemas
levantados no desenvolvimento da pesquisa, buscar esclarecer o leitor se eles
foram solucionados e em que medida isso ocorreu. Também é importante
identificar se a bibliografia lida e analisada auxiliou na resolução dos problemas.
Não é conveniente colocar novas ideias e novas citações de autores ainda não
utilizados, ou mesmo novas reflexões de obras citadas. Caso o pesquisador
venha, de última hora, encontrar bibliografia inédita, aconselha-se dois
caminhos: primeiro, rever o desenvolvimento do trabalho encaixando as novas
reflexões; segundo, alertar o leitor que, ao final do trabalho, teve acesso a novas
reflexões e que elas são passíveis de futuras pesquisas.
Esta unidade de um trabalho acadêmico não deve ser muito longa,
representa entre 10 e 15% do espaço do trabalho, em seu conjunto.

30
2.4 Citações utilizadas no corpo do texto
O sistema de chamada AUTOR-DATA é o mais utilizado atualmente,
conforme ABNT - NBR 10.520:2002.
No desenvolvimento dos trabalhos acadêmicos, uma das situações
que exigem muita atenção do pesquisador são as citações. Estas nos auxiliam
porque ajudam a consolidar argumentos teóricos, enriquecem o texto, além de
serem um ponto de ligação entre nossas pesquisas de campo (empíricas) com
as pesquisas bibliográficas (teóricas).
Mesmo com as indicações acima, faz-se necessário destacar alguns
problemas na utilização incorreta das citações.

• Existem casos em que se utiliza uma citação sem que esteja


relacionado com o texto.
• Em outras situações, observa-se o uso de textos lido, sem
identificar a fonte, o que é caracterizado como plágio. No
momento em que se faz a análise, repete a mesma ideia como se
fosse resumo do texto anterior. Essa prática não forma um
pesquisador crítico, mas sim um “copista”.
• A citação é um recurso utilizado para reforçar ideias, confirmar ou
refutar teorias, responder a problemas científicos. Portanto, não
se deve utilizá-la como fonte apenas de resumo ou repetição.

Citações são trechos transcritos (direta ou indiretamente) de outras


fontes. As citações têm a função de completar, reforçar ou explicar o
pensamento que se está desenvolvendo, utilizando o referencial teórico sobre
assunto como base para análise e melhor compreensão do tema abordado.
Segundo a ABNT (NBR nº 10.520:2002, p.1 e 2) existem três formas de
citar: citação direta: transcrição textual do conteúdo do autor consultado; citação
indireta: transcrição livre (utilizando as ideias) do texto do autor consultado;
citação de citação: transcrição direta ou indireta de um texto ao qual não se teve
acesso no original.
O recurso da citação credita a autoria através do sistema autor-data-
página, iniciando-se pelo sobrenome do autor ou pela instituição responsável ou
título, acrescido do ano de publicação e página do trecho copiado. Quando a
citação está no corpo do texto, o sobrenome do autor deve ser escrito conforme
a norma da gramática portuguesa para substantivo próprio. O ano da publicação
e a página do trecho são escritos na sequência, entre parênteses e separados
por vírgula.

31
Exemplo:

Segundo Pereira (1913, p. 119) “[...] as práticas sociais verificadas em


sala de aula, [...] muitas vezes podem revelar mecanismos que reproduzem
relações de poder baseadas numa sociedade desigual [...]’’.

Para o caso de estarem entre parênteses, no final do verbete, devem


ser em letras maiúsculas, seguidos do ano de publicação, da página e
separados por vírgulas. Exemplo:

“[...] as práticas sociais verificadas em sala de aula, [...] muitas vezes podem
revelar mecanismos que reproduzem relações de poder baseadas numa
sociedade desigual [...]” (PEREIRA, 1996, p. 89)

Quando houver coincidência de autores com o mesmo sobrenome e


data, acrescentam-se as iniciais de seus prenomes ou os nomes completos.

(CARNEIRO, M. A., 1996, p. 89)

As citações de diversos documentos de um mesmo autor, publicados


num mesmo ano, são distinguidas pelo acréscimo de letras minúsculas após a
data e sem espacejamento. Para situações como estas, nosso exemplo ficaria:

(CARNEIRO, 1996a, p. 89).

Para as citações retiradas de fonte que tenha dois ou três autores,


separar os sobrenomes com ponto e vírgula. Para mais de três autores, coloca-
se o primeiro autor e a expressão et al. que significa “e outros”.

Nos estudos realizados por Bernardes et al. (2011, p. 53) “[...] a região
dos cerrados destaca-se pelas grandes transformações ocorridas desde o início
do século XX, onde começa a se delinear sua função econômica com sua
incorporação aos sistema produtivo nacional’’.

As citações curtas, com até três linhas, são inseridas no interior do


texto, destacadas por aspas duplas. Em situações de destaque no interior de
uma citação usam-se aspas simples. No exemplo anterior, houve também
supressão de parte do texto original e foi identificado que a parte copiada é
apenas um fragmento de um parágrafo. Nestes casos, utilizam-se reticências

32
entre colchetes [...]. Semelhante artifício foi utilizado abaixo.
Se a citação tiver mais de 3 linhas, deve ser disposta, no texto, em
parágrafo independente, com recuo de 4 cm da margem esquerda, com
tamanho da letra 10 ou 11, sem aspas e texto justificado.

Nos estudos realizados por Bernardes (1989 p.13) sobre a ocupação


do cerrado na região Centro Oeste
[...] a região dos cerrados destaca-se pelas grandes transformações
ocorridas desde o início do século XX, onde começa a se delinear sua
função econômica com sua incorporação aos sistema produtivo
nacional. Condições geográficas, como proximidade do eixo
econômico do sudeste e as condições naturais existentes, tais como
áreas de matas, pastagens e solos agricultáveis, associadas ao fato
de haver uma vasta área de terras facilmente apropriadas, livre ou de
baixo preço, foram importantes na transformação da região, seja no
desenvolvimento da agricultura ou através da criação de gado.

Citação de citação
Quando formos utilizar uma ideia ou argumento feito dentro da reflexão
de um autor citando outro, é preciso indicar com a palavra apud (citado por,
conforme, segundo). Exemplo de citação de citação:

Segundo Ferreira e Mendes (2009 apud PIETRAFESA; SAUER;


SANTOS, 2011, p. 95)

[...] para a expansão da fronteira agrícola no Estado foram


necessários investimentos em pesquisas e atividades agropecuárias,
que oferecessem informações sobre a viabilidade técnica para a
exploração dos solos do Cerrado [...].

A referência pode ser feita, ainda, no fim do texto e, neste caso, a


indicação dos nomes devem ser feitas em letras maiúsculas

“O sudoeste goiano talvez tenha sido a exceção nesse processo de


'refuncionalização' do espaço agrário, que resultou no avanço da pecuária sobre
as lavouras”. (CAMPOS, 1985 apud BORGES, 2000, p.261).

Obs.: Para citação direta de fonte de meio eletrônico (internet) sugere-se indicar
o(s) sobrenome(s) do(s) autor(es) ou nome da instituição, ano da publicação ou
da consulta e online.

33
Citação indireta
Além das formas de citações acima, é possível fazê-la indiretamente.
Vejamos os exemplos das citações indiretas:

O sociólogo José de Souza Martins (1997) foi um dos estudiosos


brasileiros que mais atenção dispensou aos fenômenos relacionados à
fronteira, termo que passou a se referir a regiões com baixa densidade
demográfica, periférica aos centros de poder político e econômico.

Ou ainda, pode ser utilizado da seguinte forma:

Recentemente Martins (1997) traçou um panorama de como esta


temática tem sido tratada pelos vários ramos das ciências sociais brasileira.
Para ele as 'frentes pioneiras' ou 'zonas pioneiras', designações utilizadas pelos
geógrafos.

Casos especiais
Ÿ Para o caso de supressão de parte do texto citado, utilizam-se três
pontos entre colchetes [...].
Ÿ Para destacar alguma parte de interesse do pesquisador,
estudante, elaborador do trabalho, colocar grifo ou negrito ou
itálico, acrescido da expressão: grifo nosso, negrito nosso, ou
itálico nosso entre parêntese.
Ÿ Para citações de palestras, debates, comunicações, entrevistas
etc, usar a expressão informação verbal. Os dados referentes à
autoria das falas devem ser creditadas em nota de rodapé.

Notas de rodapé
As notas de rodapé podem ser utilizadas para notas explicativas ou
para remeter o leitor a um conjunto de autores ou obras que analisam o mesmo
assunto. Também, podem ser utilizadas para as traduções de textos em língua
estrangeira.

34
III PARTE
ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS

3 Elementos pós-textuais

Referência
As normas de referências estão apresentadas na NBR 6.023:2002.
Todos os documentos impressos ou de fonte eletrônica citados no texto devem
ser referenciados. Caso haja conveniência de referenciar material estudado e
não citado, deve-se fazer uma listra própria após a lista de referências sob o
título: Bibliografia Recomendada.

Apêndices
Apresenta material elaborado pelo autor para a construção da
pesquisa, tais como: modelo de questionário, roteiro de entrevista, transcrição
de entrevistas etc.

Anexos
Dispõe material que contribuiu para a construção do texto, mas que
não tenha sido produzido pelo autor. Ex: documentos, recortes de jornal,
imagens etc.

Glossário (opcional)
Listagem explicativa de alguns termos de origem técnica ou que
exijam alguns esclarecimentos (este item ajuda a não poluir o texto com muitas
explicações).

3.1 Referência
As normas para referência são produzidas pela Associação Brasileira
de Normas Técnicas (ABNT), que formula as Normas Brasileiras de Referência
(NBR). A NBR 6.023:2002 regulamenta a formulação de referências e material
bibliográfico de fonte eletrônica e impressa, apresentando os elementos a
serem incluídos, a ordem de disposição dos elementos bem como as
convenções necessárias na elaboração de qualquer tipo de referência.

35
A ABNT apresenta também outras normas, tais como: NBR 6.032:1989
de abreviação de títulos de periódicos e publicações seriadas e NBR
10.522:1988 de abreviações na descrição bibliográfica e procedimento.
A Referência é um item obrigatório em qualquer atividade acadêmica.
Ela deve ser disposta em ordem alfabética, alinhada à esquerda, contendo as
indicações de todas as obras citadas no corpo do texto (livros, artigos, textos de
jornais, revistas, documentos, publicações eletrônicas etc).

3.1.1 Elaboração da referência


Para a elaboração da referência pode-se consultar a ficha
catalográfica da obra. Nessa ficha estão disponíveis as informações
necessárias para a construção da referência. O primeiro passo é identificar os
elementos essenciais e obrigatórios, quais sejam: autor (pessoa ou instituição),
título e subtítulo (se tiver), edição (a partir da segunda edição), cidade, editora e
ano de publicação. Quando necessário, acrescentam-se elementos
complementares - (ilustrador, tradutor, revisor, adaptador, compilador etc);
informações sobre características físicas do suporte material, páginas e/ou
volumes, ilustrações, dimensões, série editorial ou coleção, notas e ISBN
(International Standard Book Numbering), entre outros.
A referência poderá ser apresentada ao final do texto ou do capítulo,
antecedendo resumos, resenhas e fichamentos. As referências são alinhadas
somente à margem esquerda, com espacejamento simples e separadas, entre
cada referência, por um espaço. O título deve estar com uma forma de destaque
(negrito ou grifo ou itálico) e a pontuação é a seguinte:

AUTOR (ponto). Título (dois pontos) subtítulo (ponto). edição (ponto). Cidade
(dois pontos): editora (vírgula), ano (ponto). (elementos complementares
separados por ponto).

3.2 Exemplos de referências

Livros
Livro com apenas uma autoria

CAMPOS, Francisco Itami. Ciência política: introdução à Teoria do Estado.


Goiânia: Vieira, 2014 (2ª reimpressão).

36
Para todas as referências é possível identificar o nome do autor (ou os
nomes dos autores) com apenas as letras iniciais. O sobrenome não pode ser
abreviado e deve ser escrito com todas as letras em maiúsculas. No caso de
autor que tenha NETO, JÚNIOR ou FILHO no sobrenome, coloca-se os dois
últimos com letras maiúsculas.

TEIXEIRA NETO, Antônio; GOMES, Horiestes. Geografia: Goiás-Tocantins.


Goiânia: Editora da UFG, 2004.

Pode ocorrer que utilizemos livros com mais de um autor, e nestes casos
os nomes dos autores devem ser separados com ponto e vírgula. Abaixo, temos
alguns exemplos que nos dão orientação de como devem ser utilizados. Essa
regra se aplica para livros que tenham até três autores.

BERNARDES, Genilda D'Arc; MORAIS, Roberto Prado de. Políticas públicas:


meio ambiente e tecnologia. Goiânia: Vieira, 2010.

FRANCO, José Luiz de Andrade et al (orgs.). História Ambiental: fronteira,


recursos naturais e conservação da natureza. Rio de Janeiro: Garamond, 2012.

Destaca-se que colocar o número total de páginas, ao final da


referência, de uma obra pode ser uma informação complementar. Ela se tornará
essencial quando, numa obra, o pesquisador utilizar apenas parte do material
(um capítulo, um item, um subitem).
Quando a obra tiver mais de três autores, basta colocar o nome do
primeiro autor e utilizar o termo em latim et al., que significa “e outros”. Se a obra
for organizada, é necessário acrescentar (org.) - organizador.
Outras indicações de responsabilidade autoral também podem ser
informadas, tais como: tradutor, compilador, editor, coordenador etc.

HABERMAS, Jürgen. A inclusão do outro: estudos de teoria política.


Tradução: George Sperber; Paulo Astor Soethe e Milton Camargo Mota. São
Paulo: Loyola, 2002.

JAMESON, Fredric. Pós-Modernismo: A lógica cultural do capitalismo tardio.


Tradução: Maria Elisa Cevasco, 2. ed., 3 impressão. São Paulo: Ática, 2002.

Há casos em que a autoria é de responsabilidade de uma entidade


acadêmica, ou ainda de uma instituição pública ou privada. Para tanto, segue a

37
norma geral de referência creditando, à entidade, a autoria da obra.

BRASIL, MEC/INEP. Plano Nacional de Educação. Lei n. 10172/2001.


Brasília, Congresso Nacional, 2001.

Parte de livro
Em caso de coletânea de textos, quando utilizamos um capítulo de
uma obra, a referência deve constar a autoria do capítulo (ou artigo), título do
capítulo, a partícula IN, que significa dentro da obra, e as demais indicações da
obra,conforme o exemplo abaixo.

PIETRAFESA, José Paulo; CASTRO, Selma Simões de; TRINDADE, Silas


Pereira. A crescente produção sucroalcooleira em áreas de cerrado e o Estado
de Goiás: contribuições ao estudo sobre indicadores de sustentabilidade. In:
FRANCO, José Luiz de Andrade et al (orgs.). História Ambiental: fronteira,
recursos naturais e conservação da natureza. Rio de Janeiro: Garamond, 2012.

BORBA, Odiones de Fátima; OLIVEIRA, Ivanilton José de. A Geografia para o


ensino nas séries iniciais do Ensino Fundamental. In: BENTO, Izabella Peracini;
OLIVEIRA, Karla Annyelly Teixeira de (orgs.). Formação de professores:
pesquisa e prática pedagógica em Geografia. Goiânia: Ed. da PUC/Goiás, 2012.

No caso acima, a referência quer indicar que o texto estudado foi de


Borba; Oliveira, e que este capítulo se encontra no livro organizado por Bento;
Oliveira, 2012. Quando utilizamos este tipo de obra, o destaque em negrito é
feito ao título principal, àquele que dá o nome à obra. O exemplo a seguir
identifica uma referência em que o texto está inserido em um obra coordenada
ou organizada por vários autores.

CURY, C. R. J. Estágio Supervisionado na formação docente. In: LISITA, V. M. S.


de S; SOUSA, L. F. E. C. P. (orgs.). Políticas educacionais, práticas escolares e
alternativa de inclusão escolar. Rio de Janeiro: DP&A, 2003.

Obs.: Fontes que não contenham editoras indica-se ao final da referência a


palavra “mimeo”.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10520:


apresentação de citações em documentos. Rio de Janeiro, 2001. (Mimeo)

38
Teses, dissertações e TCCs

As teses de doutorado, dissertações de mestrado e TCCs são


produções científicas resultado de atividades acadêmicas. As normas para
referenciar tais obras seguem nos exemplos abaixo.

BORBA, Odiones de Fátima. A produção do espaço urbano: Goiânia e


Anápolis no contexto da expansão da educação superior. 185 f. Tese. 2012.
(Doutorado) – Universidade Federal de Goiás, Instituto de Estudos
Socioambientais, 2012.

RABELO, Kamila Santos de Paula. Ensino de Geografia e avaliação


formativa de aprendizagem. 149f. Dissertação. 2011. (Mestrado)
Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2010.

Seguem exemplos de outras produções passíveis de utilização em


atividades acadêmica.

Folheto

IBICT. Manual de normas de editoração do IBICT. 2. ed. Brasília, DF, 1993.


41p.

Dicionário

HOUAISS, A. (Ed.). Novo dicionário Folha Webster's: inglês/português,


português/inglês. Co-editor Ismael Cardim. São Paulo: Folha da Manhã,1996.
Edição exclusiva para assinante da Folha de São Paulo.

Guia

BRASIL. Roteiros turísticos. São Paulo: Folha da Manhã,1995. 319p, Il.


(Roteiros turísticos Fiat). Inclui Mapa rodoviário.
Manual

SÃO PAULO (Estado). Secretaria do Meio Ambiente. Coordenadoria de


Planejamento Ambiental. Estudo de impacto ambiental EIA, Relatório de
impacto ambiental RIMA: manual de orientação. São Paulo, 1989. 48p (Série
Manuais).

39
Catálogo

MUSEU DA IMIGRAÇÃO (São Paulo, SP). Museu da Imigração São Paulo:


catálogo. São Paulo, 1997. 16p. 48p.

Instituto

MOREIRA SALLES. São Paulo de Vincenzo Pastore: fotografias: de 26 de


abril a 3 de agosto de 1997, Casa de Cultura de Poços de Caldas, MG. [S.I.],
1997. 1 folder. Apoio Ministério da Cultura: Lei Federal de Incentivo à cultura.

Almanaque

TORELLY, M. Almanaque para 1949: primeiro semestre ou Almanaque d'A


Manhã. Ed. Fac-sim. São Paulo. Studioma: Arquivo do Estado, 1991. (Coleção
Almanaques do Barão de Itararé). Contém iconografia e depoimentos sobre o
autor.

Anais

BAYER, A. R. A; MEDEIROS, C. B Incorporação do tempo em SGBD orientado a


objetos. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE BANCO DE DADOS, 1994. São Paulo.
Anais... São Paulo: USP, 1994. 16-29.

Periódicos
Os periódicos são editorações de artigos com uma regularidade de
publicação. Incluem artigos científicos de revistas, editoriais, matérias
jornalísticas, seções, reportagens etc. São textos utilizados com muita
frequência em virtude de apresentar as discussões atualizadas de fatos ou
novas descobertas científicas.
Para referenciar, os elementos essenciais são: título, local de
publicação editadas de início e de encerramento da publicação, se houver.
Quando necessário, acrescentam-se elementos complementares à referência
para melhor identificar o documento.

40
Revista no todo

REVISTA EDUCAÇÃO E MUDANÇA. Centro Universitário de Anápolis -


UniEVANGÉLICA , 2015. Semestral. ISSN 2237-5805.

REVISTA JURÍDICA. Anápolis: Curso de Direito da UniEVANGÉLICA, 2014.


Semestral. 2006/2017. ISSN 1519-7476

Artigo de revista
Os elementos essenciais para referenciar artigo de revista são:
autor(es), título da parte, artigo ou matéria, título da publicação, numeração
correspondente ao volume e/ou ano, fascículo ou número, paginação inicial e
final, quando se tratar de artigo ou matéria, data ou intervalo de publicação e
particularidades que identificam a parte (se houver). Se necessário,
acrescentam-se elementos complementares à referência para melhor identificar
o documento.

SILVA, Germano Campos. Da aposentadoria antecipada: conceito e natureza


jurídica. REVISTA JURÍDICA. Anápolis: Faculdade de direito de Anápolis:
FAEE, ano II, n.2, p.95-106, jan/dez. 2000.

BARBALHO, Maria Gonçalves da Silva; CASTRO, Selma Simões de.


Compartimentação morfopedológica como subsídio ao planejamento do uso da
terra da bacia do Rio Claro e dos Bois, Estado de Goiás. FRONTEIRAS:
Anápolis, UniEVANGÉLICA, v.3, n.2 (2014). p. 111 a 131.

Artigo e/ou matéria de jornal diário


Incluem comunicações, editoriais, entrevistas, recensões,
reportagens, resenhas e outros. Os elementos essenciais são: autor(es) (se
houver), título, título do jornal, local de publicação, data de publicação, seção,
caderno ou parte do jornal e a paginação correspondente. Quando não houver
seção, caderno ou parte, a paginação do artigo ou matéria precede a data.

ARRUDA, Roldão. Sem-terra intensificam ações em áreas ricas do país. O


Estado de São Paulo, São Paulo, p. 4, 29 jun. 2003.

LEAL, L. N. MP fiscaliza com autonomia total. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro,


p. 3, 25 abr. 1999.

41
NAVES, P. Lagos andinos dão banho de beleza. Folha de São Paulo, São
Paulo, 28 jun. 1999. Folha Turismo Caderno 8, p.13.

Quando não é possível identificar o nome do autor da matéria


jornalística ou do artigo publicado no diário, a referência é feita pelo nome do
jornal.

O Estado de São Paulo. Plano ambicioso gestão duvidosa, São Paulo, p. A3, 29
jun. 2003.

Publicações feitas em meio eletrônico:

Artigo e/ou matéria de revista, boletim etc. em meio eletrônico


As referências devem obedecer aos padrões para artigo e/ou matéria
de revista, boletim de acordo com o item anterior, acrescidas do endereço
eletrônico e da data do acesso.

GOIÁS. Secretaria de Estado de Gestão e Planejamento/Instituto Mauro


Borges. Estatísticas Municipais. Disponível em <www.goias.go.gov.br>.
Acesso em 2015.

Obs: quando o artigo é de responsabilidade de instituição a autoria é creditada a


esta instituição.

Artigo e/ou matéria de jornal em meio eletrônico


As referências devem obedecer aos padrões indicados para o artigo
e/ou matéria de jornal, acrescidas do endereço eletrônico e da data do acesso.

KELLY, R. Eletronic publiuching at APS: its not just online jourmalism. APS News
Online, Los Angeles, Nov. 1996. Disponível em: <http://www.aps.org/apsnews/
11965.html>. Acesso em: 25 nov. 1998.

SILVA, Ives Gandra da. Pena de morte para o nascituro. O Estado de São
Paulo, São Paulo, 19 set. 1998. Disponível em: <http://www.pronidafamilia.
org/pena_morte_nascituro.htm>. Acesso em: 19 set. 1998.

42
Quando não é possível identificar o nome do autor da matéria
jornalística ou do artigo publicado no diário, a referência é feita identificando o
nome da matéria e nome do jornal.

ARRANJO tributário. Diário do Nordeste Online, Fortaleza, 27 nov. 1998.


Disponível em: <http://www.diariodonordeste.com.br>. Acesso em: 28 nov.
1998.
Monografia em meio eletrônico
Os elementos essenciais para referenciar monografias ou partes
delas, obtidas através de meio eletrônico, são: autor (es), título/subtítulo (da
parte e/ou obra como um todo), dados da edição, dados da publicação (local,
editor, data). Em seguida, acrescenta o endereço eletrônico e a data do acesso.
Quando se tratar de obras consultadas em meio eletrônico, são
essenciais as informações sobre o endereço eletrônico, apresentado entre os
sinais <>, precedido da expressão “Disponível em.” e a data de acesso do
documento, precedida da expressão: “Acesso em:”.
NOTA: Não se recomenda referenciar material eletrônico que tenha
curta duração nas redes.

Materiais diversos por meios eletrônicos (dicionários, enciclopédias,


anais)

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Aurélio da Língua


Portuguesa online. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. Disponível em:
<http://www.dicionariodoaurelio.com/>. Acesso em fevereiro de 2015.

Se necessário, acrescentar os elementos complementares à referência


para melhor identificar o documento.

SEMINÁRIOS DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 1998, Fortaleza. Anais.


Fortaleza: Tec Treina, 1998. CD-ROM.

SABROZA, P. C. Globalização e saúde; impacto nos perfis epidemológicos das


populações. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE EPIDEMOLOGIA, 4, 1998, Rio
de Janeiro. Anais eletrônicos... Rio de Janeiro: ABRASCO, 1998. Mesa-
redonda. Disponível em: <http://www.abrasco.com.br/epirio98/>. Acesso em: 17
jan. 1999.

43
Evento como um todo
nto
Inclui o conjunto de documentos reunidos num produto final do eve
Os
(atas, anais, resultados, proceedings, entre outras denominações).
) de
elementos essenciais são: nome do evento (se houver), ano e local (cidade
tas,
realização. Em seguida, deve-se mencionar o título do documento (anais, a
ata
tópico temático etc.), seguido dos dados de local de publicação, editora e d
da publicação.
REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE QUÍMICA, 20 1997,
Poços de Caldas. Química: academia, indústria, sociedade: livro de resumos.
São Paulo: Sociedade de Brasileira de Química, 1997.

Evento como um todo em meio eletrônico

As referências devem obedecer aos padrões indicados para evento


como um todo, acrescidas do endereço eletrônico e da data do acesso.

CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UFPe, 4, 1996, Recife. Anais


eletrônicos... Recife: UFPe, 1996. Disponível em:
<http://propesq.ufpe.br/anais/anais.htm>. Acesso em: 21 jan. 1997.

Trabalho apresentado em evento


Inclui trabalhos apresentados em evento. Os elementos essenciais
são: autor (es), título do trabalho apresentado, seguido da expressão In: nome
do evento, numeração do evento (se houver), ano e local (cidade) de realização,
título do documento (anais, atas, tópico temático etc.), local, editora, data de
publicação e página inicial e final da parte referenciada.

BRAYNER, A. R. A; MEDEIROS, C. B. Incorporação do Tempo em SGBD


orientado a objetos. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE BANCO DE DADOS, 9.
1994, São Paulo. Anais... São Paulo: USP, 1994. p. 16-29.

SOUZA, L. S; BORGES, A. L; REZENDE, J. O. Influência da correção e do


preparo do solo sobre algumas propriedades químicas do solo cultivado em
bananeiras. In: REUNIÃO BRASILEIRA DE FERTILIDADE DO SOLO E
NUTRIÇÃO DE PLANTAS, 21, 1994. Petrolina. Anais... Petrolina: EMBRAPA,
CPATSA, 1994. p. 3-4.

44
Trabalho apresentado em evento em meio eletrônico
As referências devem obedecer aos padrões indicados para o trabalho
apresentados em eventos, acrescidas das informações relativas à descrição
física do meio eletrônico (disquetes, CD-ROM, on line etc.). Os elementos
essenciais são: entidade responsável e/ou autor, título, número da patente e
datas (do período de registro).
GUCHO, M. R. A educação à distância e a biblioteca universitária. In: SEMIÁRIO
DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIA 10 1998 Fortaleza. Anais... Fortaleza: ed
TREINA, 1998 1 CD-ROM.

SILVIA, R. N; OLIVEIRA, R. Os limites pedagógicos do paradigma da qualidade


total na educação. In: CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UFPe, 4,
1996, Recife. Anais eletrônicos... Recife: UFPe, 1996.
Disponível em: <http://www.propesq.ufpe.br/anais/anais/
educ/ce04.htm>. Acesso em: 21 jan. 1997.

Documento jurídico
Trata-se, neste caso, de referências que precisamos fazer de
documentação de caráter legal, jurisprudência (decisões jurídicas) e doutrina
(interpretação dos aspectos legais).

Legislação
Compreende a constituição, as emendas constitucionais e os textos
legais infraconstitucionais (lei complementar e ordinária, medida provisória,
decreto em todas as suas formas, resolução do Senado Federal) e normas
emanadas das entidades públicas e privadas (ato normativo, portaria,
resolução, ordem de serviço, instrução normativa, administrativa, comunicado,
aviso, circular, decisão, entre outros).
Os elementos essenciais são: jurisdição (ou cabeçalho da entidade, no
caso de se tratar de normas), título, numeração, data e dados da publicação. No
caso de Constituição e suas emendas, entre o nome da jurisdição e o título,
acrescenta-se a palavra Constituição, seguida do ano de promulgação, entre
parênteses.

45
SÃO PAULO (Estado). Decreto nº 42.822,de 20 de janeiro de 1998. Lex:
coletânea de legislação e jurisprudência, São Paulo, v. 62, n. 3, p. 21 220,1998.

BRASIL. Medida provisória nº 1.569-9,de 11 de dezembro de 1997. Diário


Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 14
dez. 1997. Seção1, p. 29.514.

BRASIL. Decreto-lei nº 5.452, de 1 de maio de 1943. Lex: coletânea de


legislação: edição federal, São Paulo, v. 7, 1943. Suplemento.

GONÇALVES, Carlos Roberto. Código Civil Brasileiro: Teoria Geral das


Obrigações. 12. ed. São Paulo: Saraiva, 2015.

BRASIL. Congresso. Senado. Resolução nº17, de 1991. Coleções de Leis da


República Federativa do Brasil, Brasília, DF, v. 183, p. 1156-1157, maio/jun.
1991.

BRASIL. Constituição (1988). Ementa constitucional nº 9, de 9 de novembro de


1995. Lex: legislação federal e marginália, São Paulo, v. 59, p. 1966, out./dez.
1995.

Quando necessário, acrescentam-se elementos complementares à


referência para melhor identificar o documento.

SÃO PAULO (Estado). Decreto nº 42.822, de 20 de janeiro de 1998. Dispõem


sobre a desativação de unidades administrativas de órgãos da administração
direta e das autarquias do Estado e da providências correlatas. Lex: coletânea
de legislação e jurisprudência, São Paulo, v. 62, n.3, p. 217-220, 1998.

BRASIL. Medida provisória nº 1.569-9,de 11 de dezembro de 1997. Estabelece


multa em operações de importação, e dá outras providências. Diário Oficial
[da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 14 dez.
1997. Seção 1, p. 29514.

BRASIL. Decreto-lei nº 5.452,de 1 de maio de 1943. Aprova a consolidação das


leis do trabalho. Lex: coletânea de legislação: edição federal, São Paulo, v. 7,
1943. Suplemento.

46
BRASIL. Congresso. Senado. Resolução nº 17, de 1991. Autoriza o desbloqueio
de Letras Financeiras do Tesouro do Estado do Rio Grande do Sul, através de
revogação do parágrafo 2º, do artigo 1º da Resolução nº 72, de 1990. Coleção
de Leis da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, v.183, p.1156-1157,
maio/jun. 1991.

BRASIL. Constituição (1988). Emenda constitucional nº 9, de 9 de novembro de


1995. Dá nova redação ao art. 177 da Constituição Federal, alterando e
inserindo parágrafos. Lex: legislação federal e marginalia, São Paulo, v. 59.
p.1966, out./dez. 1995.

Jurisprudência (decisões judiciais)


Compreende súmulas, enunciados, acórdãos, sentenças e demais
decisões judiciais. Os elementos essenciais são: jurisdição e órgão judiciário
competente, título (natureza da decisão ou ementa) e número, partes envolvidas
(se houver), relator, local, data e dados da publicação.

BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Súmula nº14. In: Súmulas. São Paulo:
Associação dos advogados do Brasil, 1994. p.16

BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Habeas-corpus nº 181. 636-1, da 6ª


Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, Brasília, DF, 6 de
dezembro de 1994. Lex: jurisprudência do STJ e Tribunais Regionais Federais,
São Paulo, v. 10, n. 103, p. 236-240, mar. 1998.

BRASIL. Tribunal Regional Federal (5.Região). Apelação cível nº 42.441-PE


(94.05.01629-6). Apelante: Edilemos Mamede dos Santos e outros. Apelada:
Escola Técnica Federal de Pernambuco. Relator: Juiz Nereu Santos. Recife, 4
de março de 1997. Lex: jurisprudência do STJ e Tribunais Regionais Federais,
São Paulo, v. 10, n. 103, p. 558-562, mar. 1998.

Quando necessário, acrescentam-se elementos complementares à


referência para melhor identificar o documento.

BRASIL. Superior Tribunal de Justiça Processual Penal. Habeas-corpus.


Constrangimento ilegal. Habeas-corpus nº 181.636-1, da 6ª Câmara Cível do
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, Brasília, DF, 6 de dezembro de
1994. Lex: jurisprudência do STJ e Tribunais Regionais Federais, São Paulo, v.

47
10, n.103, p. 236-240, mar. 1998.

BRASIL. Tribunal Regional Federal (5.Região). Administrativo. Escola Técnica,


Federal, pagamento de diferenças referente a enquadramento de servidor
decorrente da implantação de Plano Único de Classificação e Distribuição de
Cargos e Empregos, instituído pela Lei nº 8.270/91. Predominância da lei sobre
a portaria. Apelação cível nº 42.441-PE (94.05.01629-6). Apelante: Edilemos
Mamede dos Santos e outros. Apelada: Escola Técnica Federal de
Pernambuco. Relator: Juiz Nereu Santos. Recife, 4 de março de 1997. Lex:
jurisprudência do STJ e Tribunais Regionais Federais, São Paulo, v. 10, n. 103,
p. 558-562, mar. 1998.

Doutrina
Inclui toda e qualquer discussão técnica sobre questões legais
(monografias, artigos de periódicos, papers etc.), referenciada conforme o tipo
de publicação.

BARROS, Raimundo Gomes de Ministério Público: sua legitimação frente ao


Código do Consumidor. Revista Trimestral de Jurisprudência dos Estados,
São Paulo, v. 19, n.139, p. 53-72, ago. 1995.

Documento jurídico em meio eletrônico


As referências devem obedecer aos padrões indicados para
documento jurídico, acrescidas das informações complementares.

LEGISLAÇÃO brasileira: normas jurídicas federais, bibliografia brasileira de


direito. 7 ed. Brasília, DF: Senado Federal, 1999.1 CD-ROM. Inclui Resumos
padronizados das normas jurídicas editadas entre janeiro de 1946 e agosto de
1999, assim como textos integrais de diversas normas.

BRASIL. Regulamento dos benefícios da previdência social. In: SISLEX:


Sistema de Legislação, Jurisprudência e Pareceres da Previdência e
Assistência Social. [S.I.]: DATAPREV, 1999. 1 CD-ROM.

BRASIL. Lei nº 9.887, de 7 de dezembro de 1999. Altera a legislação tributária


federal. Diário Oficial [da] Republica Federativa do Brasil, Brasília, DF, 8 dez.
1999. Disponível em: <http://www.in.gov.br/mp_leis/leis_texto.asp?|d=
lei%209887>. Acesso em: 22 dez.1999.

48
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Súmula nº 14. Não é admissível, por ato
administrativo, restringir, em razão de idade, inscrição em concurso para cargo
público. Disponível em: <http://www.truenetm.com.br/jurisnet/sumusSTF.html>
Acesso em: 29 nov. 1998.

Imagem em movimento

As referências a seguir indicam como expressar graficamente


materiais utilizados de filmes, DVD’s, entre outros. Os elementos essenciais
são: título, diretor, produtor, local, produtora, data e especialização do suporte
em unidades físicas.

O lixo extraordinário. Direção Lucy Walker. Rio de Janeiro, youtube.

Quando necessário, acrescentam-se elementos complementares à


referência para melhor identificar o documento.

CENTRAL do Brasil. Direção: Walter Salles Júnior. Produção: Martire de


Clemont-Tonnerre e Arthur Cohn. Intérpretes: Fernanda Montenegro; Marilia
Pera; Vinícius de Oliveira; Sônia Lira; Othon Bastos; Matheus Nachtergaele e
outros, ZRoteiro: Marcos Bemstein, João Emanuel Cameiro e Walter Sales
Júnior.[S.I.]: Le Studio Canal: Riofilme: MACT Productions,1998. 1 bobina
cinematográfica (106min), son., Color, 35 min.

BLADE Runner. Direção: Ridley Scott. Produção: Michael Deeley. Intérpretes:


Harrison Ford; Rutger Hauer; Sean Young; Edward James Olmos e outros.
Roteiro: Hampton Fancher e David Peoples. Música: Vangelis. Los Angeles:
Wamer Brothers, c 1991. 1 DVD (117 min), widescreen, color. Produzido por
Wamer Video Home. Baseado na novela “Do androids dream of electric sheep?”
de Philip K.Dick.

Documento iconográfico

Inclui pintura, gravura, ilustração, fotografia, desenho técnico, filme,


material estereográfico, transparência, cartaz, entre outros. Elementos
essenciais são: autor, título (quando não existir, deve-se atribuir uma
denominação ou a indicação sem título, entre colchetes), data e especificação
do suporte.

49
KOBAYASHI, K. Doença dos xavantes. 1980. 1 fotografia

Elementos complementares
Quando necessário, acrescentam-se elementos complementares à
referência para melhor identificar o documento.

KOBAYASHI, K. Doença dos xavantes. 1980. 1 fotografia, color, 16 cm x 56 cm.

FRAIPONT, E Amílcar II. O Estado de São Paulo, São Paulo, 30 nov. 1998.
caderno 2. Visuais. p. D2. 1 fotografia, p&b. Foto apresentada no Projeto
ABRA/Coca-cola.

SAMÚ, R. Vitória,18,35 horas. 1 gravura, serigraf., Color., 46 cm x 63 cm.


Coleção particular.

MATTOS, M. D. Paisagem-Quatro Barras. 1987. 1 original de arte, óleo sobre


tela, 40 cm x 50 cm. Coleção particular.

LEVI, R. Edifício Columbus de propriedade de Lamberto Ramengoni à Rua da


Paz, esquina da Avenida Brigadeiro Luiz Antônio: n. 1930-33. 1997. 108 f.
Plantas diversas. Originais de papel vegetal.

DATUM CONSULTORIA E PROJETOS. Hotel Porto do sol São Paulo: ar


condicionado e ventilação mecânica: fluxograma hidráulico, central de água
gelada. 15 jul. 1996. Projeto final. Desenhista: Pedro. N. da obra:1744/96/
Folha.

Documento cartográfico
Inclui atlas, mapa, globo, fotografia aérea, entre outros. As referências
devem obedecer aos padrões indicados para outros tipos de documentos,
quando necessário. Elementos essenciais são: autor(es), título, local, editora,
data de publicação, designação específica e escala.

ATLAS Mirador Internacional. Rio de Janeiro: Enciclopédia Britânica do


Brasil,1981.1 atlas. Escalas variam.

INSTITUTO GEOGRÁFICO E CARTOGRÁFICO (São Paulo, SP). Regiões de


Governo do Estado de São Paulo. São Paulo, 1994.1 atlas. Escala 1:2.000.

50
BRASIL e parte da América do Sul. São Paulo: Michalany, 1981. 1 mapa. Escala
1:600.000.

BRASIL e parte da América do Sul: mapa político, escolar, rodoviário, v turístico


e regional. São Paulo: Michalany, 1981. 1 mapa, color, 79 cm x 95 cm. Escala
1:600.000.

INSTITUTO GEOGRÁFICO E CARTOGRÁFICO (São Paulo). Projeto Lins


Tupã: foto aérea. São Paulo, 1986.1 fotografia aérea. Escala 1:35.000. Fx 28,
n.15.

LANDSAT TM 5: Imagem de satélite. São José dos Campos: Instituto Nacional


de Pesquisas Espaciais,1987-1988.1 fotografia aérea. Escala 1:100.000.
Canais 3,4 e 5.

Documento cartográfico em meio eletrônico

As referências devem obedecer aos padrões indicados para material


cartográfico, acrescidas das informações de acesso e data da consulta.

Documento de acesso exclusivo em meio eletrônico

Inclui bases de dados, listas de discussão, site, arquivos eletrônicos,


programas, entre outros.
Os elementos essenciais são: autor(es), título do serviço ou produto,
versão (se houver) e descrição de acesso e data da consulta.

Autor pessoal
Indica(m)-se o(s) autor(es), de modo geral, pelo último sobrenome, em
maiúsculas, seguido do(s) prenome(s) e outros sobrenomes, abreviado(s) ou
não. Recomenda-se, tanto quanto possível, o mesmo padrão para abreviação
de nomes e sobrenomes, usando na mesma lista de referências. Os nomes
devem ser separados por ponto-e-vírgula, seguido de espaço.
Outros tipos de responsabilidades (tradutor, revisor, ilustrador entre
outros) podem ser acrescentados após o título, conforme aparecem no
documento.

51
Autor entidade
As obras de responsabilidade de entidade (órgãos governamentais,
empresas, associações, congressos, seminários etc.) têm entrada, de modo
geral, pelo seu próprio nome, por extenso.
Quando a entidade tem uma denominação genérica, seu nome é
precedido pelo nome do órgão superior, ou pelo nome da jurisdição geográfica à
qual pertence.

BRASIL. Ministério da Saúde. Plano de Contingência Nacional para


epidemias de dengue. Disponível em <http://portalsaude.saude.gov.br>.
Acesso em: 23/02/2015.

Quando a entidade, vinculada a um órgão maior, tem uma


denominação específica que a identifica, a entrada é feita diretamente pelo seu
nome. Em caso de duplicidade de nomes, deve-se acrescentar no final da
unidade geográfica que identifica a jurisdição, entre parênteses.

Autoria desconhecida
Em caso de autoria desconhecida, a entrada é feita pelo título. O termo
anônimo não deve ser usado em substituição ao nome do autor desconhecido.

Título e subtítulo
Em títulos e subtítulos demasiadamente longos, podem-se suprimir as
últimas palavras, desde que não seja alterado o sentido. A supressão deve ser
indicada por reticências. Quando o título aparecer em mais de uma língua,
registra-se o primeiro. Opcionalmente, registra-se o segundo ou o que estiver
em destaque, separando-o do primeiro pelo sinal de igualdade.

Local

O nome do local (cidade) de publicação deve ser indicado tal como


figura no documento. No caso de homônimos de cidades, acrescentam-se o
nome do estado, do país etc. Quando houver mais de um local para uma só
editora, indica-se o primeiro ou mais destacado. Quando a cidade não aparece
no documento, mas pode ser identificada, indica-se entre colchetes. Não sendo
possível determinar o local, utiliza-se a expressão sine loco, abreviada, entre
colchetes [S.I].

52
Editora

O nome da editora deve ser indicado tal como figura no documento,


abreviando-se os prenomes e suprimindo-se palavras que designam a natureza
jurídica ou comercial, desde que sejam dispensáveis para identificação.
Quando houver duas editoras, indicam-se ambas, com seus respectivos locais
(cidades). Se as editoras forem três ou mais, indica-se a primeira ou a que
estiver em destaque. Quando a editora não puder ser identificada, deve-se
indicar a expressão sine nomine, abreviada, entre colchetes [S.N]. Quando o
local e o editor não puderem ser identificados na publicação, utilizam-se ambas
as expressões, abreviadas e entre colchetes [S.I.: s.n.]. Quando a editora é a
mesma instituição ou pessoa responsável pela autoria e já tiver sido
mencionada, não é indicada.

Data

A data de publicação deve ser indicada em algarismo arábicos. Por se


tratar de elemento essencial para a referência, sempre deve ser indicada uma
data, seja da publicação, distribuição, do copyright, da impressão, da
apresentação (depósito) de um trabalho acadêmico, ou outra. Se a data de
publicação não for identificada registra-se uma data aproximada entre
colchetes. Em lista e catálogos, para as coleções de periódicos em curso de
publicação, indica-se apenas a data inicial seguida de hífen e um espaço. Em
caso de publicação periódica, indicam-se datas inicial e final do período de
edição, quando se tratar de publicação encerrada. Os meses devem ser
indicados de forma abreviada, no idioma original da publicação. Se a publicação
indicar, em lugar dos meses, as estações do ano ou as divisões do ano em
trimestres, semestres etc, transcrevem-se os primeiros tais como figuram no
documento e abreviam-se os últimos.

Descrição física

Pode-se registrar o número da última página, folha ou coluna de cada


sequência, respeitando-se a forma encontrada (letra, algarismos romanos e
arábicos). Quando o documento for constituído de apenas uma unidade física,
ou seja, um volume, indica-se o número total de páginas ou folhas, seguido da
abreviatura p. ou f. Se o documento for publicado em mais de uma unidade
física, ou seja, mais de um volume, indica-se a quantidade de volumes, seguido
da abreviatura v. Em situações em que o número de volumes bibliográficos

53
diferir do número de volumes físicos, indica-se o primeiro número de volumes
bibliográficos, seguido do número de volumes físicos. Quando se referenciarem
partes de publicações, mencionam-se os números das folhas ou páginas inicial
ou final, precedidos da abreviatura f. ou p, ou indica-se o número do volume,
precedido de abreviatura v, ou outra forma de individualizar a parte referenciada.

Séries e coleções

Após todas as indicações sobre os aspectos físicos, podem ser


incluídas as notas relativas a série e/ou coleções. Indicam-se, entre parênteses,
os títulos das séries e coleções, separados, por vírgula, da numeração, em
algarismos arábicos, se houver.

Notas

As notas podem ser incluídas sempre que necessário à identificação


da obra como informações complementares, ao final da referência, sem
destaque tipográfico.
Em documentos traduzidos, pode-se indicar a fonte da tradução. No
caso de tradução feita com base em outra tradução, indica-se, além do idioma
do texto traduzido, a do texto original.

54
IV PARTE
ESTILO VANCOUVER
O Estilo Vancouver, que normatiza citações e referências para
publicação de artigos científicos da área da saúde, foi elaborado por um grupo
de pesquisadores do Comitê Internacional. Os elaboradores tomaram por
referência o padrão ANSI, adaptado pela U.S. National Library of Medicine
(NLM).
O Estilo Vancouver (ou norma Vancouver) apresenta algumas
particularidades:
· Aplica-se a artigos científicos, especialmente da área da saúde.
· Não normatiza apresentação de trabalhos acadêmicos.
· Referencia-se o(s) autor(e)s pelo seu sobrenome, sendo que
apenas a letra inicial é em maiúscula, seguida do(s) nome(s)
abreviado(s) e sem o ponto.
· Permite a relação de todos os autores nas citações e referências,
ou dos principais autores, seguidos de et al (e outros).
· A relação das referências segue a ordem das citações no texto.
· Na elaboração das referências não consta qualquer destaque
(negrito, itálico, sublinhado).
· Os títulos dos periódicos podem ser abreviados. Somente a 1ª
letra do título do artigo do periódico ou do livro deve estar em
maiúscula.
Nesse livro, apresentaremos as principais formas de uso do Estilo
Vancouver. Chamamos atenção para a consulta às normas da revista, quando
for enviar um texto para publicação. Observamos algumas particularidades, tais
como: tipo e tamanho da fonte; sistema de chamada, entre outros.

CITAÇÕES

A(s) fonte(s) é(são) indicada(s) por números consecutivos, que


reportam à(s) referência(s) correspondente(s) no final do artigo. As citações
podem ser diretas (quando reproduz o texto citado na íntegra) ou indiretas
(quando elaborada com base no autor citado - uma paráfrase).

55
Exemplo:
Chlamydia psittaci (C. psittaci) is an obligate intracellular respiratory pathogen
that has a biphasic life cycle within a non-acidified vacuole inclusion–1. C.
psittaci can cause psittacosis/ornithosis in poultry and pet birds. Moreover, it is
also a human pathogen causing atypical pneumonia after zoonotic transmission.
Recent research has reported human pneumonia of varying severity associated
with C. psittaci infection–2–3.

REFERÊNCIAS

Nas referências é necessário indicar todas as fontes citadas no artigo.


O sobrenome do(s) autor(es) deve ser citado com a primeira letra em maiúscula,
acompanhado das iniciais dos nomes, sem vírgula entre sobrenome e iniciais do
nome e sem ponto entre as iniciais dele. A entrada é pela sequência que aparece
no corpo do texto.
Na lista de referências, as fontes deverão ser numeradas
consecutivamente, conforme a ordem constante no texto.

Autor(es) (pessoa física) - de um até seis autores

Os elementos essenciais da referência são: autor(es) – sobrenome


e iniciais do(s) nome(s). Título. Revista. Número, páginas correspondentes.
Ano.
Quando o artigo citado possui de um até seis autores, citar todos os
autores, separados por vírgula.

Exemplo:
Chau S, Tso EY, Leung WS, Fung KS. Three cases of atypical pneumonia
caused by Chlamydophila psittaci. J. Hong Kong Med. 21, 272–275,
10.12809/hkmj144321 (2015).

Autor(es) - mais de seis autores


Quando o documento possui mais de seis autores, a norma permite
que se indique todos os autores ou o principal(is) autor(es) seguidos da
expressão latina “et al”.

56
Exemplo:
Karpińska, TA et al. Mixed infection by fowlpox virus and Chlamydophila psittaci
in a commercial laying hen flock. J. Acta Vet Hung. 62, 42–51, 10.1556/AVet.
2013.038 (2014).

Solomon MM, Schechter M, Liu AY et al. The safety of HIV pre-exposure


prophylaxis in the presence of hepatitis B infection. Paper presented at the 8th
International AIDS Society Conference on HIV Pathogenesis, Treatment, and
Prevention (IAS 2015); July 21, 2015; Vancouver, Canada.

Autoria de instituição ou organização

Em situações de autoria institucional ou organização, indique o


nome da instituição e demais itens que identifiquem o documento, conforme o
exemplo.
Quando a autoria for de duas ou mais organizações, separe-as por
ponto-e-vírgula.

Exemplos:
US Senate. Session 114th Congress 1st session. Protecting American Talent
and Entrepreneurship. Act of 2015. United States Senate; 2015:1-328.
https://www.congress.gov/114/bills/s1137/BILLS -114s1137rs.pdf. Accessed
April 8, 2016.

National Institute for Health and Care Excellence. Venous thromboembolic


diseases: diagnosis, management and thrombophilia testing. 2012.
https://www.nice.org.uk/guidance/cg144. Accessed February 1, 2016.

Artigos de periódicos algumas orientações

Os títulos dos periódicos devem ser abreviados conforme lista de


abreviaturas de periódicos do Index Medicus (base de dados Medline), que
pode ser consultado na internet.
A abreviatura dos títulos de periódicos nacionais e latino-americanos
estão disponíveis no site: http://portal.revistas.bvs.br.

57
Referência de artigo

Os elementos essenciais para referência de artigo científico são:


Autor(es) do artigo. Título do artigo. Título do periódico abreviado. Ano de
publicação; volume(número): página inicial-final do artigo.

Exemplo:

Adams KF, Leitzmann MF, Ballard-Barbash R et al. Body mass and weight
change in adults in relation to mortality risk. Am J Epidemiol. 2014;179(2):135-
144.

Referência de Livros

Para referência de livros, os elementos essenciais são: Autor(es) do


livro. Título do livro. Editora. Cidade de publicação: ano de publicação.

Exemplo:
Glaser BG, Strauss AL. The discovery of grounded theory: strategies for
qualitative research. Adline Press; New York:
1967.

Na identificação da cidade da publicação, a sigla do estado pode ser


acrescentada entre parênteses. Ex.: Berkeley (CA); e quando se tratar de país
pode ser acrescentado por extenso. Ex.: Brasília (Brasil).
Quando for a primeira edição do livro, não há necessidade de identificá-
la. A indicação do número da edição será de acordo com a abreviatura em língua
portuguesa. Ex.: 4ª ed.

Referência de capítulo de livro

Os elementos essenciais para referenciar capítulo de livro são:


autor(es) do capítulo. Título do capítulo. “In”: nome(s) do(s) autor(es) ou
editor(es). Título do livro. Edição (Editora). Cidade de publicação: Editora; Ano
de publicação. Página inicial-final do capítulo.

58
Exemplo:

Kanfer FH. Self-management methods. In: Kanfer FH, Goldstein AP, eds.
Helping People Change: A Textbook of Methods. 4th ed. New York, NY: Allyn &
Bacon; 1991:309-355

Referência de livro de autoria institucional

Os elementos essenciais para referência de livro de autoria


institucional são: nome da instituição/organização. Título. Cidade de
publicação: editora; ano de publicação.

Exemplo:

Royal Adelaide Hospital; University of Adelaide, Department of Clinical Nursing.


Compendium of nursing research and practice development, 1999-2000.
Adelaide (Australia): Adelaide University; 2001.

Referência de dissertação, tese e trabalho de conclusão de curso

Para esse tipo de fonte, os elementos essenciais são: Autor. Título do


trabalho [tipo do documento]. Cidade de publicação: editora; ano de defesa do
trabalho.

Exemplo:

Borkowski MM. Infant sleep and feeding: a telephone survey of Hispanic


Americans [dissertação]. Mount Pleasant (MI): Central Michigan University;
2002.

Exemplo:

TANNOURI AJR, SILVEIRA PG. Campanha de prevenção do AVC": doença


carotídea extracerebral na população da grande Florianópolis [trabalho de
conclusão de curso]. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina.
Curso de Medicina. Departamento de Clínica Médica, 2005.

59
Referência de artigo de jornal

Para referências de artigos de jornal ou qualquer publicação periódica


diária ou semanas, os elementos essenciais são: autor do artigo. Título do
artigo. Nome do jornal. Data; Seção: página (coluna).

Exemplo:

Tynan T. Medical improvements lower homicide rate: study sees drop in assault
rate. The Washington Post. 2002 Aug 12;Sect. A:2 (col. 4).

Referência artigo de periódico em formato eletrônico

Os artigos de periódicos em formato eletrônico, utilizados nos artigos


científicos normatizados pelo Estilo Vancouver, devem ser referenciados com os
seguintes itens: Autor do artigo. Título do artigo. Título do periódico abreviado
[periódico na Internet]. Data da publicação [data de acesso com a expressão
“acesso em”]; volume(número): [número de páginas aproximado]. Endereço do
site com a expressão “Disponível em:”.

Exemplo:
Abood S. Quality improvement initiative in nursing homes: the ANA acts in an
advisory role. Am J Nurs [periódico na Internet]. 2002 Jun [acesso em 2002
Aug 12];102(6):[aproximadamente 3 p.]. Disponível em:
http://www.nursingworld.org/AJN/2002/june/Wawatch.htm.
O Estilo Vancouver contém indicação de referências para outros
documentos, tais como: jurisprudências, trabalhos apresentados em eventos
científicos, audiovisuais, mapas, cartas, atlas etc. Considerando que essa
normatização é utilizada, com maior frequência, por artigos da área da saúde, e
que as fontes referenciadas são, majoritariamente, de artigos científicos
optamos por apresentar os itens mais utilizados.

60
V PARTE
ORIENTAÇÕES PARA ELABORAÇÃO
DE TRABALHOS ACADÊMICOS

ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO DE PESQUISA

Um projeto de pesquisa é uma peça científica que indica a intenção de


realização de um estudo, portanto é algo a SER desenvolvido no futuro.
O projeto de pesquisa é a fase inicial para o desenvolvimento da
pesquisa científica e consiste no planejamento das etapas a serem percorridas
na construção do trabalho de conclusão de curso, dissertação ou tese. A
elaboração do projeto é necessária por ser ele o instrumento da definição do
objeto de estudo e dos meios de analisar esse objeto à luz da teoria e da
realidade pesquisada. Todo conteúdo do projeto é depois incorporado ao
trabalho final: o referencial teórico compõe um dos capítulos; os objetivos,
justificativa, metodologia, problematização, são utilizados como inspiração para
redação da introdução do trabalho.
O projeto não se conclui - ele é flexível, mas deve ser seguido da forma
mais fiel possível, pois se for necessário alterá-lo no processo da coleta de
dados e/ou análise, é porque ele não ficou bom. Quanto mais claro e objetivo o
projeto, mais fácil será a pesquisa e melhor será o resultado.
A hipótese levantada no projeto poderá ser confirmada ou refutada. Se
for refutada isso não significa que a pesquisa foi invalidada, muito pelo contrário,
é um resultado novo e poderá ser objeto de pesquisas futuras.
Os primeiros passos para elaboração do projeto é fazer uma leitura
exploratória daquela área em que se teve maior afinidade na formação
acadêmica. A pesquisa deve ser pensada como a base para as especializações
futuras, portanto o tema precisa ser motivante, inspirador e prazeroso. A leitura
de artigos científicos é um bom instrumento para buscar inspiração sobre temas
de pesquisas, bem como monografias, teses, dissertações, anais de evento,
revistas da área de conhecimento. Nessas publicações são apresentadas
muitas pesquisas ou experiências que podem contribuir para a definição do
objeto de estudo. Outro aspecto é observar a realidade da área do
conhecimento e verificar problemas para serem analisados cientificamente.
Conversar com prováveis orientadores ou profissionais da área também é
importante, pois eles já passaram por essa experiência e podem dar dicas.

61
Projeto de pesquisa
Elementos pré-textuais: capa, folha de rosto e sumário.
Tema
A escolha do tema do projeto de pesquisa precisa ser bem pensado, de
forma a permitir um bom envolvimento com o objeto de estudo. Para tanto, é
necessário fazer a leitura exploratória de artigos científicos na temática que for
do interesse do pesquisador.
Sugere-se que o tema a ser desenvolvido na pesquisa seja envolvente
do ponto de vista pessoal e que esteja relacionado com a formação profissional.
É necessário observar, também, se a proposta é viável cientificamente,
ou seja, se tem literatura disponível e orientador com experiência naquela
temática. Verifique se haverá disponibilidade de recursos técnicos, tecnológicos
e financeiros para o desenvolvimento da pesquisa.
Após definida a temática, é preciso estabelecer limite temporal e
espacial.

Apresentação do Tema (problematização, introdução – inclui a justificativa


do tema)
O texto da apresentação é breve e deve expressar a visão geral do tema,
contendo as intenções da pesquisa e sua delimitação temporal e espacial. O
texto precisa propiciar uma visão conceitual, destacando o objeto de estudo.
Para isso, evite descrições longas e apresentação de resultados e julgamentos.
Nesse primeiro momento, é importante destacar as intenções para se
realizar a pesquisa, justificando o seu projeto. A justificativa responde à pergunta
por quê? O texto é uma

Exposição das razões de ordem teórica e dos motivos de ordem prática


que tornam importante a realização da pesquisa. [...] o estágio em que
se encontra a teoria respeitante ao tema; as contribuições teóricas que
a pesquisa pode trazer.” (LAKATOS; MARCONI, 2001, p. 219).

Víctora; Knauth e Hassen, (2000, p. 129) definem a justificativa como

[...] razão da pesquisa, sua relevância e necessidade; enfim, para que


serve a pesquisa. [...] é preciso apontar o seu interesse científico,
revestido de caráter social, político e cultural.

62
Ao final desse texto, sugerimos indicar os problemas de pesquisa.
Os problemas são elaborados na forma de pergunta, considerando os seguintes
aspectos:
· Questão passível de investigação científica - sistemática controlada e
crítica.
· As perguntas devem ser feitas ao objeto de estudo.
· Os problemas devem ser direcionados para aquilo que se busca
solucionar.
· São questões ainda não resolvidas e que serão objeto da investigação,
apontando o norte da pesquisa – aonde se quer chegar? O que se quer
comprovar?
· Os problemas marcam o ponto de partida de uma pesquisa, por isso
precisam ser passíveis de investigação científica.
· As perguntas devem expressar uma dificuldade com a qual nos
defrontamos e que nos propomos a resolver por meio da pesquisa.

Como redigir:
Dissertar sobre o tema explicando os conceitos centrais, indicando
breves dados, introduzindo e justificando o assunto. Esse item pode incluir o(s)
problema(s) de pesquisa, que são elaborados na forma de perguntas e em
tópicos ao final do texto introdutório ou em item específico. É um texto
dissertativo breve (média de 1 página) que informa o seu grau de clareza sobre o
tema da pesquisa.

Objetivos (geral e específicos)

O objetivo geral de um projeto de pesquisa é sua espinha dorsal.


Deve expressar claramente aquilo que o pesquisador pretende
conseguir com sua investigação. [...] delimitam e dirigem os
raciocínios a serem desenvolvidos. (SANTOS, 2004, p. 72)

(o quê? onde? Quando?)


O objetivo deve indicar o que se pretende com o desenvolvimento da
pesquisa, os propósitos estabelecidos e a delimitação do tema (especificação,
limitação geográfica e temporal).
São subdivididos em dois: geral (abrangente/global) e específicos
(desdobramento do objetivo geral em outros menores, que constituirão
possíveis capítulos na elaboração do relatório final de pesquisa).

63
Os objetivos específicos devem estar relacionados aos problemas de
pesquisa.
Obs: Item a ser desenvolvido na forma de tópicos.

Como redigir:
O objetivo geral poderá ser redigido da seguinte forma:
VERBO NO INFINITO + TEMA + VERBO NO GERÚNDIO COM
COMPLEMENTO DO TEMA.
Ex: O objetivo da pesquisa é avaliar o uso de Micro corrente galvânica no
tratamento de rugas, observando se há resposta visual satisfatória ao final
tratamento.
Os objetivos específicos são escritos com verbos de ação, no infinitivo no
início de cada frase. A função é de detalhar o objetivo geral, explicando cada
variável que será pesquisada. Observe que para cada objetivo específico é
necessário pensar uma metodologia correspondente, a ser detalhada no item
METODOLOGIA.

Hipóteses (opcional)
Colocando o problema em toda sua amplitude, o autor deve enunciar as
hipóteses: a tese propriamente dita, a ideia central que o trabalho se propõe
demonstrar. Toda pesquisa científica terá sempre a forma lógica de
demonstração de uma tese proposta hipoteticamente para solucionar um
problema. As hipóteses particulares são ideias cuja demonstração permite
alcançar as várias etapas que se deve atingir para a construção total do
raciocínio. Obviamente, esta formulação de hipóteses leva em conta o quadro
teórico em que se funda o raciocínio (SEVERINO, 2000).
Víctora; Knauth e Hassen, (2000, p. 129) explicam que
[...] hipótese é uma ideia que se pretende demonstrar por meio
da pesquisa. [...] A hipótese é uma proposta de resposta à
questão de pesquisa. Se ela não se confirma a partir da
investigação, nem por isso o trabalho foi em vão.
Como redigir:
Esse item poderá ser escrito em tópicos ou texto dissertativo. Ele indica
as possíveis respostas aos problemas da pesquisa. São afirmações sobre o que
será pesquisado. As hipóteses devem ser elaboradas com base no que você
estudou sobre o assunto e com referencial de estudos similares já comprovados
pela ciência.

64
Referencial Teórico (embasamento teórico, suporte teórico,
fundamentação teórica ou revisão da literatura)

Para elaborar um projeto de pesquisa é necessário estar atualizado


quanto à produção científica no seu tema de pesquisa. O estudo sistemático do
assunto possibilitará familiaridade com o tema, bem como os argumentos
teóricos para dar suporte à sua proposta. Nenhuma pesquisa científica se inicia
no vácuo, é importante ter domínio dos conceitos básicos e do estado da arte
daquilo que será investigado. A atualidade da literatura analisada é um indicador
importante de qualidade da pesquisa. “É imprescindível correlacionar a
pesquisa com o universo teórico, optando-se por um modelo teórico que sirva de
embasamento à interpretação do significado dos dados e fatos colhidos ou
levantados”. (LAKATOS; MARCONI, 2001, p. 224).
A redação do referencial teórico exige muito estudo. Inicialmente, faça
um levantamento da literatura pertinente ao tema e relacione livros dos
principais autores e artigos de revistas científicas indexadas. Posteriormente,
faça um fichamento do material coletado. DE QUE FORMA: faça uma primeira
leitura exploratória do tema; depois uma leitura analítica em que você irá
sublinhar as ideias centrais do texto e destacando os principias conceitos;
elabore a referência bibliográfica no topo da página; transcreva aquelas ideias
centrais antes grifadas, com o cuidado de indicar as páginas correspondentes e
aspas, já que o texto é do autor da obra.
Depois de concluído o fichamento dos diversos textos, faça uma leitura
deles e monte um esquema do seu referencial teórico. Atenção para iniciar com
os aspectos gerais e conceituais e finalizar com os particulares, mais
direcionados à temática.
Com o esquema pronto e com um bom conhecimento do assunto você
será capaz de redigir o seu texto teórico, lembrando-se de que é necessário
escrever com uma boa coesão textual, articulando as ideias dos vários autores,
dialogando com esses autores. CITE, NÃO COPIE SEM INDICAR A FONTE.
Os autores que trabalham com metodologia científica são unânimes em
valorizar esse item, pois propicia clareza teórica do tema. Por outro lado, permite
demonstrar o seu grau de conhecimento da temática em estudo.
Apesar de ser um item elaborado com o apoio da literatura, é necessário
elaborar um texto próprio, contendo citações diretas e indiretas. Segundo
Tachizawa e Mendes (1999, p. 62),

O referencial ou embasamento teórico é texto próprio (elaborado por

65
quem escreve) no qual se deve apresentar os aspectos teóricos,
conceitos e ideias de autores diversos que fundamentam a temática
em questão. Devem-se apresentar as contribuições mais recentes e
mais relevantes sobre o assunto. Utilizar citações (diretas, indiretas
e/ou mistas) de trechos destacados das obras dos autores
selecionados.

A literatura deve estar descrita com bastante propriedade no seu


referencial teórico, mas articulada por argumentos do autor. O que se espera de
um bom referencial teórico é que contenha os principais conceitos de diferentes
fontes, com coerência e coesão. Nesse sentido, Deslardes (1994, p. 40)
destaca:

Devemos tomar cuidado para não reescrevermos a obra dos autores


que embasam a teoria escolhida, reconstruindo um verdadeiro tratado
e certamente de menor qualidade. Devemos, então, ser sintéticos e
objetivos, estabelecendo, primordialmente, um diálogo entre a teoria e
o problema a ser investigado.

Para Chaves (2002, p. 74),

[...] nesta etapa, o autor expõe o que sabe sobre o assunto, permitindo
ao leitor avaliar através da fundamentação teórica se está
adequadamente informado a respeito do tema sobre o qual escreve e a
real contribuição da pesquisa ao estoque de conhecimentos
existentes.

As normas de citação precisam ser utilizadas em todo o referencial, já


que o texto é uma exposição de diferentes ideias e de diferentes fontes. O texto
não pode ser somente de citações e nem com ausência de citações, conforme
observa Santos (2004, p. 108):

Citações são normalmente utilizadas como ideias secundárias nos


parágrafos. ideias de outros autores são utilizadas como reforço,
esclarecimento, explicação, para ideias próprias. [...] Um texto
construído apenas com ideias pessoais de um autor corre o risco de ser
meramente opinativo, um ensaio científico, cuja validade seria
respaldada apenas no notório saber do autor. [...] Por outro lado, o
excesso de citações, com pouca ou nenhuma contribuição pessoal,
causa a impressão de colcha-de-retalhos.

No que se refere a citações Nunes, (1997 apud SANTOS, 2004, p.


108/109) indica que,

66
Não é uma boa técnica fazer várias citações seguidas de uma
amarração pessoal intermediária. Nem é adequado apresentar um
trabalho com uma quantidade muito grande de citações e uma pequena
contribuição pessoal. [...] As poucas citações ou a ausência delas não é
característica dos trabalhos científicos. Nestes, espera-se que a
pesquisa bibliográfica feita apareça no trabalho.

Enfim, o referencial teórico representa a espinha dorsal de todo o projeto.


Tudo o que for escrito nesse item do projeto será transposto ao texto final, após a
conclusão da pesquisa. Considerando que a literatura está em constante
atualização, leia sempre sobre o tema para aperfeiçoar o seu referencial. Para
Víctora; Knauth e Hassen, (2000, p. 129),

[...] o pesquisador demonstra conhecer a teoria que confere base sólida


à investigação. Aqui, são apresentados os conceitos fundamentais e as
reflexões teóricas existentes sobre o tema, bem como o manejo e/ou
entrecruzamento entre elas. Deve-se evitar o simples despejo de
transcrições ou citações. Na fundamentação teórica, o pesquisador
deve promover o diálogo entre os autores que já se ocuparam do tema,
isto é, ele apresenta, mas também compara e analisa autores e teorias.
Dicas:
· Siga uma linha filosófica para abordar o seu objeto de estudo.
· Utilize de vários autores e obras diferentes, o mais atualizadas
possíveis, sem abrir mão dos clássicos relacionados àquele tema.

Metodologia

Responde à questão: Como? Com quê? Onde?


A metodologia indica os caminhos que serão percorridos para se
alcançar os objetivos da pesquisa e responder aos problemas levantados.
Atenção para reler os objetivos e elaborar a metodologia de forma a permitir a
execução do que foi proposto nos objetivos. Os objetivos dizem o que será
investigado e a metodologia, como será investigado, com que instrumentos e
meios e a forma de obtê-los.
Víctora; Knauth e Hassen (2000, p. 129) relatam que a metodologia
“'costura' todos os elementos da pesquisa e inclui a definição de técnicas a
serem utilizadas e, também, o universo de pesquisa”.
A metodologia deve conter o método, os tipos de pesquisa, a delimitação
do universo da pesquisa com os procedimentos para amostragem, os
instrumentos de coleta, os mecanismos de análise dos dados e os requisitos

67
éticos para pesquisas que envolvam seres humanos.

Itens da metodologia:
Para pesquisa bibliográfica (revisão sistemática da literatura):
· Método (quantitativo, qualitativo, quali/quantitativo)
· Tipos de pesquisa (analítica, descritiva etc.)
· Bases de dados para coleta da literatura (sites de revistas eletrônicas,
revistas impressas, livros etc.)
· Delimitação temporal para coleta da literatura
· Mecanismos de levantamento da literatura
· Mecanismos de seleção, classificação e análise do tema

Pesquisas que envolvam seres humanos (que necessitam ser apreciada pelo
Comitê de Ética em Pesquisa - CEP)
· Método (quantitativo, qualitativo, quali/quantitativo)
· Tipos de pesquisa (levantamento, analítica, descritiva, de campo,
clínica, de laboratório, experimental, estudo de caso, bibliográfica,
documental etc.)
· Local da pesquisa
· População e amostra
· Critérios de inclusão
· Critérios de exclusão
· Desenho do estudo (especialmente para a pesquisa clínica)
· Instrumento(s) de coleta de dados (questionário, entrevista,
observação, relato oral, história de vida etc)
· Mecanismos de análise dos dados (tratamento estatístico, análise
por categorias, análise de discurso)
· Riscos (incluir mecanismos para minimizar os riscos)
· Benefícios (destacar, especialmente, o benefício para o sujeito da
pesquisa)
· Aspectos éticos da pesquisa. Lembrar de destacar que: o projeto
segue a Resolução do Conselho Nacional de Saúde (CNS) 466/2012
de 12 de dezembro de 2012 (inclui norma operacional nº 001/2013) e
será apreciado por um Comitê de Ética em Pesquisa (CEP); os sujeitos
da pesquisa terão a identidade preservada e poderão deixar de
participar da pesquisa a qualquer momento; os dados da pesquisa
serão utilizados somente para fins da pesquisa científica, podendo ser

68
publicado em eventos e/ou revistas científicas; os dados coletados
serão arquivados por 5 anos, pelo pesquisador responsável e
posteriormente serão incinerados, os sujeitos da pesquisa não terão
qualquer ônus ou remuneração com a pesquisa.
Obs.: conferir normas para registro do projeto de pesquisa em Comitê de
Ética em Pesquisa na Plataforma Brasil localizada na página do
Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP), que integra o
Conselho Nacional de Saúde (CNS).

Cronograma

Contém a descrição das atividades com o respectivo tempo previsto


para execução de cada uma das fases a serem realizadas durante a realização
da pesquisa. Portanto, após a conclusão do projeto de pesquisa.
· O cronograma deve obedecer às etapas anunciadas no item
Metodologia. A cada etapa a ser realizada, já descrita na metodologia,
um item deve ser identificado no cronograma.
· A apresentação gráfica do cronograma pode ser redigida em quadro,
no qual uma das colunas indica as atividades e as outras colunas os
meses em que se realizarão essas atividades.

Orçamento (elaborar somente para pesquisas que serão apreciadas


pelo CEP ou pesquisas financiadas)

· Despesas com investimento (máquinas, equipamentos, veículos,


linhas telefônicas etc...).
· Despesas de custeio (viagens, hospedagens, alimentação,
combustível, material de escritório: papel, cartuchos de tinta, canetas,
grampos, fotocópias etc...).
· Despesas com serviços de terceiros (digitação, encadernação;
tratamento estatístico etc...).

Referências

Relação da literatura citada no corpo do texto, conforme norma da ABNT,


elaborada, por sequência de sobrenomes, em ordem alfabética, alinhada
somente à esquerda.

69
Apêndices

Todo material a ser utilizado na pesquisa que tenha sido elaborado pelo
pesquisador, tais como: Modelo do instrumento de coleta de dados, Carta de
aceite do orientador, TCLE – Termo de Consentimento Livre Esclarecido.

Anexos

Relacionar todo material de fontes externas. Ex: folha do CONEP (sem


preencher), instrumentos de coleta, já validadas, e outros documentos que não
foram elaborados pelo pesquisador e que serviram de fonte para a pesquisa.

Referência
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10.520: apresentação de
citações em documentos. Rio de Janeiro, 2002.

______.NBR 6.021: informação e documentação publicação periódica científica


impressa Apresentação. Rio de Janeiro, 2003. (Mimeo)

______.NBR 6.022: apresentação de artigos em publicações periódicas. Rio de Janeiro,


2003. (Mimeo)

______.NBR 6.023: referências bibliográficas. Rio de Janeiro, 2000. (Mimeo)

______.NBR 6.024: numeração progressiva das seções de um documento. Rio de


Janeiro, 2001. (Mimeo)

______. NBR 6.027: sumário. Rio de Janeiro, 1989. (Mimeo)e Janeiro, 1994. (Mimeo)

______.NBR 6.027: resumo. Rio de Janeiro, 1990. (Mimeo)

______.NBR14.724: informação e documentação trabalhos acadêmicos -


Apresentação. Rio de Janeiro, 2011. (Mimeo)

GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas,1999.

HÜHNE, L. M. (Org.). Metodologia científica: caderno de textos e técnicas. Rio de


Janeiro: Agir, 2000.

KÖCHE, J. C. Fundamentos de metodologia científica: teoria da ciência e prática de


pesquisa.17. ed. Petrópolis: Vozes, 2000.

70
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Metodologia do trabalho científico. São Paulo:
Atlas, 1983

________Fundamentos de metodologia científica. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2001.

LÖWY, M. Ideologias e ciência social: elementos para uma análise marxista. 11. ed.
São Paulo: Cortez, 1996.

LUNGARZO, C. O que é ciência. 3. ed. São Paulo: Brasiliense, 1991.

MATOS, H. C. J. Aprenda a estudar: Orientações metodológicas para o estudo.


Petrópolis, RJ: Vozes, 1994

MINAYO, M. C. de S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde.7.


ed. São Paulo: Hucitec, 2000.

_______Pesquisa social: teoria método e criatividade. Petrópolis: Vozes, 2001.

PÁDUA, E. M. M. de. Metodologia da Pesquisa: abordagem teórico-prática.


Campinas, SP: Papirus, 2000.

RUDIO, F. V. Introdução ao projeto de pesquisa científica. 26. ed. Petrópolis: Vozes,


1999.

SANTOS, A. R. dos. Metodologia científica: a construção do conhecimento. 6. ed.


(rev.) Rio de Janeiro: DP&A, 2004.

SEVERINO, A .J. Metodologia do trabalho científico. 21. ed. São Paulo: Cortez, 2000.

THIOLLENT, M. Metodologia da pesquisa-ação. 7. ed. São Paulo: Cortez, 1996.

TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em Ciências Sociais. São Paulo: Atlas,


1995.

71
ORIENTAÇÕES PARA ELABORAÇÃO DE ARTIGOS CIENTÍFICOS

Estrutura do texto e normas para elaboração


Os artigos científicos são textos publicados em revistas científicas
especializadas que consistem em resultados de pesquisa e/ou revisões
bibliográficas sobre temas relevantes.
Os artigos podem compreender: revisão de literatura, estudo de caso,
pesquisa de campo descritiva ou experimental.
A estrutura do artigo segue as normas da ABNT NBR 6022:2003,
considerando os elementos a seguir:

Cabeçalho
Título do artigo, nome(s) do(s) autor(es), grau(s) de titularidade e
função. A(s) credenciais do(s) autor(es) devem ser escritas em nota de rodapé.
Obs: os nomes dos autores devem ser citados logo abaixo do título do
artigo, justificados à direita; titularidade e funções devem aparecer como notas
de rodapé indicadas por asteriscos.

Resumo
O resumo deve ser elaborado de maneira concisa, em letra 10, sem
entrada de parágrafos, com espaço simples entrelinhas. Deve apresentar os
seguintes elementos: tema, objeto da pesquisa (corpus/ recorte), objetivos, tipo
de pesquisa, metodologia empregada, principais resultados e conclusões do
trabalho. Deve ser redigido em terceira pessoa do singular, com verbos no
presente ou passado simples ou na voz passiva sintética. (Ex: Este trabalho
apresenta...; os resultados da pesquisa apontam para...; aplicou-se o pré-teste
com o grupo experimental..., procedeu-se à coleta de dados... etc). Ao resumo,
segue-se a enumeração das palavras-chave do trabalho, iniciadas por
maiúsculas e separadas por ponto. Ex: Crítica. Carnavalização. Imaginário.
Onírico.
Deve ser evitado o uso de citações, dados estatísticos e números
exaustivos no resumo.
O resumo em português vem antes do corpo do artigo, o resumo em
inglês, ou outra língua, vem após o artigo. São chamados de Abstract ou
Summary / Résumé / Resumen.

72
Palavras-chaves
São os termos principais que englobam todo o tema desenvolvido no
artigo. Podem ser palavras isoladas ou expressões.
Em inglês, são chamadas de “key-words” ou “uniterms”.

Introdução
Texto que consiste na apresentação e descrição da matéria a ser
tratada no artigo. Deve apresentar o tema, ressaltar sua relevância para a área
de estudo em questão, apresentar os objetivos e os métodos da pesquisa,
descrevendo como será a exposição do conteúdo no artigo. A redação é em
terceira pessoa do discurso, de modo 'impessoal' (apresenta-se, discute-se,
faz-se a revisão bibliográfica do tema...).

Revisão de literatura / Referencial teórico


O texto consiste em análise das bases teóricas, ou seja, uma revisão
de determinada literatura sobre o tema abordado. Deve-se ressaltar a
importância da pesquisa bibliográfica nos clássicos – obras de referência do
tema e artigos científicos.

Material e métodos / relato do caso


Apresentação dos métodos e técnicas utilizados na pesquisa,
incluindo material: tipo de pesquisa, tipo de método etc.
Descrição detalhada do caso estudado: problema, diagnóstico,
hipóteses, fases do tratamento ou treinamento.

Resultados e / ou discussão / comentários


Apresentação dos resultados da pesquisa, comparados com a revisão
de literatura, dentro de uma discussão do assunto.
Os resultados podem vir separados da discussão.
Em relatos de caso, substituir esses itens por um comentário ou
descrição do caso.

Conclusão
Compõe o fechamento da pesquisa com as indicações feitas pelo
pesquisador, quanto aos resultados alcançados e quanto a possíveis
intervenções no problema investigado.

73
Título em língua estrangeira

Abstract ou Summary / Resumen/ Résumé - resumo em língua estrangeira


Palavras-chave em língua estrangeira (key-words/ uniterms)
Referências
Anexos

ORIENTAÇÕES PARA ATIVIDADES ACADÊMICAS


As atividades acadêmicas contêm estrutura diferente, de acordo com a
sua finalidade. Quanto aos objetivos, podem servir como estratégia para
estudos ou para apresentação de resultados de pesquisa. Quanto às
modalidades de trabalhos acadêmicos, tanto da graduação quanto da pós-
graduação (lato e stricto sensu), são apresentados de forma oral e/ou escrita, na
universidade e em eventos científicos. Veja a classificação no quadro a seguir

Quadro 1: atividades acadêmicas

Atividades utilizadas para


Resultados de pesquisa Eventos científicos
fins de estudo acadêmico
· Relatório descritivo · Artigo Científico/ paper · Pôster
· Seminário · Ensaio · Painel
· Resumo · Relatório científico · Mesa-redonda
· Resenha · Monografia · Oficinas e workshops
· Fichamento · Trabalho de Conclusão · Simpósio
· Trabalhos de Curso (graduação ou · Congresso científico
acadêmicos especialização) · Fórum
· Síntese · Tese de doutorado · Seminário
· Relatos de caso · Dissertação de mestrado · Jornada
· Pôster · Encontros
· Colóquio

Resenha
Resenhar significa fazer um levantamento das características de um
texto, enumerando seus aspectos relevantes, descrevendo as circunstâncias
que o envolvem, as condições de produção e de recepção do discurso.

A resenha está incluída no rol dos textos técnico-científicos pela sua


natureza objetiva e linguagem técnica.

74
Tipos de resenha

A resenha informativa é um tipo de resenha mais completa e


abrangente que apresenta um resumo detalhado do texto original, ressaltando
os diferentes aspectos do conteúdo. O texto deve ser redigido com as próprias
palavras do resenhista, de acordo com a sequência lógica do assunto.
A resenha crítica é um tipo de resenha em que se formula um
julgamento sobre o texto original. Deve-se apresentar primeiramente o resumo
do conteúdo do texto original para depois proceder-se ao comentário ou
apreciação crítica de seus vários aspectos: relevância do assunto, forma de
apresentação do assunto, sequência lógica, correção e adequação da
linguagem etc.
A estrutura da resenha deve conter uma breve apresentação
biográfica do autor da obra, seguido do resumo e análise crítica do resenhista.
As revistas científicas especializadas contêm esse tipo de resenha.

Resumo (NBR 6028:1990)

O resumo, enquanto atividade acadêmica, é a apresentação concisa dos


pontos relevantes de um texto. A elaboração formal do resumo varia de acordo
com sua natureza.

Tipos de resumo
·
Resumo indicativo: indica os pontos principais do texto, utilizando frases
curtas que destacam os elementos mais importantes da obra. Por sua
natureza muito concisa, não dispensa a leitura do texto original.
·
Resumo informativo: informa todos os dados necessários ao leitor para que
este possa decidir sobre a conveniência da leitura do texto inteiro. Expõe o
tema central, os objetivos, a metodologia, os resultados e as conclusões do
trabalho. É utilizado em artigos, dissertações e teses.

A localização do resumo deve preceder o texto quando escrito no


idioma original do autor; suceder o texto quando escrito em outro idioma ou ser
publicado separadamente em anais e cadernos de resumo. Nesse caso, o
resumo deve ser precedido da referência bibliográfica do texto original.
O resumo deve ser redigido, preferencialmente, na terceira pessoa do
singular, com o verbo na voz ativa, evitando-se o uso de parágrafos. Deve-se
utilizar o tipo 10 de letra, com espaço simples entre linhas. O número de

75
palavras segue a seguinte normalização: para comunicações breves, até 100
palavras; para artigos e monografias, até 250 palavras; para dissertações e
teses, até 500 palavras. Resumos em língua estrangeira recebem a designação
de Abstract e Summary no caso da língua inglesa, Resumé (francês) etc.

Fichamento
O fichamento é uma modalidade de atividade acadêmica que tem
como função documentar a leitura de um texto. Ele deve ser feito numa ficha ou
arquivo próprio para que sirva como arquivo das leituras efetivadas.
Existem várias funções para o fichamento. No caso do uso como
atividade acadêmica, ele pode ser “ficha de citação”. A ficha de citação é feita
com as ideias centrais do texto lido, usando as palavras do autor. Nesse caso,
cada trecho citado deve ser escrito entre aspas e com indicação da página
correspondente. A apresentação da ficha inicia-se com a referência bibliográfica
do texto lido, o conteúdo fichado e, no final, o(s) nome(s) do(s) discente(s).

Seminários
A palavra “seminário”, ligada ao sentido de semear, inclui a ideia de
plantar, colher e alimentar. É plantel e viveiro de um trabalho científico digno
desse nome. O estudante apresenta oralmente e/ou na forma escrita um tema
resultado de pesquisa. Todo desenvolvimento do seminário deve seguir a
orientação do professor.
O objetivo dessa atividade é proporcionar a todos os participantes uma
reflexão aprofundada de determinado problema, a partir de textos e em equipe.
O seminário é considerado aqui como um método de estudo e atividade didática
específica de cursos universitários.
Para alcançar seu objetivo, o seminário deve levar todos os
participantes:
Ÿ a um contato íntimo com o texto básico, criando condições para uma
análise rigorosa do mesmo;
Ÿ à compreensão da mensagem central do texto, de seu conteúdo
temático;
Ÿ à interpretação desse conteúdo, ou seja, a uma compreensão da
mensagem de uma perspectiva de situação de julgamento e de crítica
da mensagem;
Ÿ à discussão da problemática presente explícita ou implicitamente no
texto.

76
Quanto às modalidades de seminário, podem variar quanto ao tema, à
quantidade de participantes e à forma.
O tema pode ser único para todos os participantes, utilizando textos
comuns. Também pode ser um tema comum, mas cada grupo de estudantes
trabalha sobre um aspecto da temática central, por meio de diferentes fontes.
O número de participantes deve ser de, no máximo, oito alunos. Isso
facilita o desenvolvimento das atividades e permite um acompanhamento mais
personalizado.
O seminário pode ser interrogativo, no qual o professor faz uma
exposição introdutória do tema e apresenta diversas questões para aprofundar
a análise e interpretação. Cada participante tenta resolvê-las com auxílio de
literatura complementar, colocada à sua disposição. Em seguida, haverá um
debate conclusivo, terminando com uma síntese dos trabalhos feita pelo
professor.
Quanto ao seminário de análise de texto, o professor distribui entre os
participantes o texto a ser estudado (livro ou artigos). Cada componente
prepara, por escrito, uma análise global do conteúdo; faz observações sobre a
estrutura e argumentos apresentados pelo autor; levanta pontos obscuros e
discutíveis; questiona sobre a atualidade da temática em pauta e sua colocação
em contexto mais amplo. Segue a discussão em grupo, sob a orientação do
professor. Conclui-se com um relatório final, que será sujeito à apreciação de
todos.
Na modalidade de seminário temático, gira em torno de um assunto
específico que será estudado sob diferentes ângulos, a partir de bibliografia
diversificada. O debate consiste num confronto de opiniões e posições e
desemboca num resumo que expressa os resultados aos quais se chegou.
As vantagens do seminário são proporcionar atividade em equipe,
exigindo colaboração mútua e constante atenção para com o outro. Cada
membro assume responsabilidades concretas que diretamente influem no bom
andamento do trabalho. Aprende-se a difícil arte de escutar e respeitar opiniões
e posições diferentes. O seminário contribui igualmente para o desenvolvimento
de espírito crítico, onde objetividade, clareza e coerência predominam. Estimula
a autoconfiança e o senso de realismo, no que diz respeito à própria capacidade
e também às limitações pessoais. Treina para apresentação oral e em público.
Considerando que o seminário é um trabalho essencialmente de
equipe, pressupõe empenho de todos e não apenas do coordenador
responsável pelo encaminhamento dos trabalhos. Assim sendo, todos os
participantes fazem um estudo do texto para poder exercer efetiva participação

77
nos debates do seminário. Cabe aos participantes compreender e interpretar os
textos indicados, levantar problemas e participar da discussão geral.
O seminário não se reduz a uma aula expositiva apresentada por um
colega e comentada pelo professor; é um círculo de debates no qual todos os
participantes devem estudar o tema com o rigor devido.

Quanto à apresentação, deve-se seguir o seguinte roteiro:


· Introdução do tema pelo professor.
· Apresentação do grupo pelo aluno coordenador do seminário e uma breve
introdução do tema.
· Apresentação pelos demais componentes do grupo e debate com a turma.
· Síntese final de responsabilidade do professor.
O objetivo da técnica só poderá ser alcançado se os participantes não
se limitarem a ouvir uma exposição, mas discutir o tema; e, para isso, precisam
dispor de uma fonte de subsídios (ex: texto-roteiro,conjunto de textos, filme-
documentário etc.) suficientes para a informação e análise dos participantes.

Trabalhos acadêmicos

Exigidos, sobretudo, nos cursos de graduação como tarefas da própria


escolaridade, são relatórios científicos dos estudos realizados pelos alunos.
Trata-se de uma atividade que faz parte intrínseca da formação técnica ou
científica do estudante, já que leva os alunos a buscar, nas devidas fontes,
elementos complementares àqueles adquiridos no próprio curso. Esses
trabalhos didáticos não podem ser deixados à pura espontaneidade criativa do
aluno. O tema, as fontes de pesquisa e os objetivos devem ser apresentados e
orientados pelo professor.
Dependendo do nível em que se encontra o estudante, dos objetivos
do curso e do próprio trabalho, ele poderá ser mais ou menos monográfico. Não
se exige originalidade nesses trabalhos: são geralmente recapitulativos, com
síntese de posições encontradas em outros textos ou em outras pesquisas. O
que qualifica esse tipo de trabalho é o uso correto do material preexistente, a
maneira adequada de tratá-lo para que traga alguma contribuição inteligente à
aprendizagem e a referência às fontes de pesquisa.
Obs.: Esses trabalhos podem ser apresentados por escrito(dentro das
normas técnicas) e/ou oralmente.

78
Painel

O objetivo é apresentar ao grupo um quadro de informações e


análises, complementares ou divergentes, a respeito de um tema.
Como procedimento para operacionalizar estes objetivos, pode-se
recorrer a três tipos de painel:
· Painel de especialistas: expositores, em número conveniente,
apresentam suas posições e análises acerca de um tema; em seguida,
coordenados por um mediador, debatem entre si problemas e
divergências surgidas das exposições.
· Painel de interrogação: exposições de especialistas (professores,
convidados, estudantes que se aprofundaram no tema) são seguidas de
perguntas formuladas por outros especialistas.
· Painel de exposição: dois especialistas, ou duas pequenas equipes de
especialistas expõem suas posições divergentes e se interrogam
mutuamente.
Em qualquer um destes procedimentos, após as exposições, é
oportuno, destinar um período para apresentação de questões e considerações
dos ouvintes, pois isto enriquece e renova o interesse nas discussões.
A validade da técnica, de um lado, reside na possibilidade de compor
diante do ouvinte um quadro de pontos de vista diversificados, principalmente
se o tema for complexo ou polêmico, o que amplia os horizontes da discussão.
De outro lado, quando usada em sala de aula, a técnica exige do aluno um
razoável domínio do assunto.

Fórum

O objetivo é permitir que um grupo participe e aproveite, ao máximo,


em termos de tempo e qualidade, a exposição de um especialista.
O palestrante realiza sua exposição sem interrupção. Em seguida, o
grupo se divide em subgrupos para trocar ideias e formular perguntas ao
expositor. É importante a presença de um coordenador, que recolherá,
organizará e apresentará as perguntas.

79
Simpósio

O objetivo é realizar um debate aprofundado sobre um tema ou


problema em seus múltiplos aspectos.
O tema ou problema é dividido em sub-grupos, que vão estudá-los em
profundidade. O relator de cada subgrupo apresentará as conclusões
alcançadas e prestará esclarecimentos aos participantes. Isso proporciona a
todos os participantes uma visão simultaneamente geral e aprofundada do
assunto, permitindo abrirem-se os debates.
O simpósio é frequentemente confundido com o seminário ou com o
painel. A diferença está no fato de que o simpósio permite desenvolver a
temática contando com a contribuição acadêmica de pesquisadores
especialistas na área.

Palestra

É uma exposição oral de um especialista seguida de debates com os


participantes. Geralmente, é realizada em eventos científicos.

Mesa redonda

A mesa-redonda visa à apresentação de pontos de vista diferentes


sobre uma mesma temática, por especialistas da área.

Oficinas e workshops

São eventos específicos em termos de número de expositores e de


participantes. Destinam-se à execução de cursos práticos, apresentação de
experiências e resultado de pesquisas.

Apresentações de pôsteres

São trabalhos apresentados em eventos científicos no qual utilizam-se


cartazes ou banners com fotos, figuras, esquemas, quadros e textos concisos,
resultado de pesquisa científica.
O pôster contém um título, nome dos integrantes, credenciais dos
autores e instituição. Nas caixas de texto coloca-se a introdução, a metodologia
(material e métodos), os resultados da pesquisa ou análise, as considerações

80
finais e a referência bibliográfica. Durante a exposição, os autores permanecem
junto ao poster à disposição para apresentar o conteúdo e fornecer eventuais
esclarecimentos.

Observações gerais para as atividades acadêmicas

Na apresentação de seminários e de outros trabalhos didáticos e


científicos, os acadêmicos devem ser orientados quanto à postura (gestos,
linguagem, material didático-pedagógico), ao conteúdo a ser ministrado, às
fontes de pesquisa e aos objetivos a serem alcançados com a atividade.
O fundamental é que os estudantes busquem formas de apresentação
de trabalhos que atendam às necessidades de aprendizagem e se constituam
em meios para o desenvolvimento de uma formação intelectual rigorosa, crítica
e sintonizada com os objetivos do curso.

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82
VI PARTE
TEXTO COMPLEMENTAR
Universidade, pesquisa e construção do conhecimento.

José Paulo Pietrafesa


Odiones de Fátima Borba

Universidade e seus vários contextos

 No Brasil do século XX, na Europa do século XI ou nos Estados Unidos


do século XIX, a história da construção de cada Universidade é marcada pelas
características de sua época, sejam elas sociais, culturais, econômicas ou
políticas. As Universidades foram construídas como um fenômeno dos centros
urbanos, assim como consolidadas pelos grupos de poder hegemônicos com
interesses de várias ordens, desde os políticos, econômicos até os
eclesiásticos. Por isso, ao se discutir a construção da Universidade, é
importante ter em conta tal diversidade histórica (MENEZES, 2000). Portanto,
quando refletimos sobre as práticas universitárias (ensino, pesquisa e
extensão), fazemos dentro de campos de disputas bem definidos, seja no
campo social, seja no campo da construção do conhecimento. Apesar das várias
disputas, e predominantemente durante o século XX, uma questão unificou as
reflexões sobre este setor de ensino:

Diferentemente dos Colleges, as Universidades são muito mais


do que centros de formação superior ou de treinamento técnico,
são instituições onde, além de educação superior, se produz
cultura, se faz ciência e se desenvolve tecnologias. (MENEZES,
2000, p. 9)

No final do século XX (1998, em Paris), atendendo às pressões do


modelo de desenvolvimento socioeconômico do capitalismo hegemônico, a
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
(UNESCO, 1998, p. 2) realizou uma conferência sobre as necessidades de
ajustes e expansão das atividades de ensino superior. No documento de
encerramento da Conferência elaborou-se a “Declaração Mundial sobre a
Educação Superior”, que apresentou no seu preâmbulo:

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Sem uma educação superior e sem instituições de pesquisa
adequadas que formem a massa crítica de pessoas qualificadas
e cultas, nenhum país pode assegurar um desenvolvimento
endógeno genuíno e sustentável e nem reduzir a disparidade
que separa os países pobres e em desenvolvimento dos países
desenvolvidos. O compartilhar do conhecimento, a cooperação
internacional e as novas tecnologias podem oferecer
oportunidades novas para reduzir esta disparidade.

Nesta Conferência, identificaram-se demandas sem precedentes de


educação superior, bem como maior consciência sobre a sua importância, “[...]
vital tanto para o desenvolvimento sociocultural e econômico como para a
construção do futuro [...]”, para que as gerações mais jovens se preparem com
novas habilidades, conhecimentos e ideais renovados. A educação superior,
neste novo contexto, compreende atitude de estudos, formação, ou mesmo
treinamento para realizar pesquisas de caráter útil, seja para a ciência, seja para
a sociedade, oferecidos por Universidades (públicas ou privadas e de capital
aberto, conveniadas, confessionais, sem fins lucrativos ou comunitárias - não
estatais) autorizadas como instituições de educação superior pelo Ministério da
Educação e Cultura (MEC).
Em inúmeros documentos de Universidades e Centros Universitários
no Brasil e no exterior, pode-se encontrar várias atribuições e missões das
Instituições de Ensino Superiores (IES). Destaca-se a elaborada pela
Declaração da UNESCO (1998, p. 4), que apesentou um conjunto dessas
atribuições que as Instituições, num mundo em constantes transformações,
mudanças e alterações de rumos, deveriam cumprir.

1 A missão das IES é educar, formar e realizar pesquisas,


contribuindo para o desenvolvimento sustentável e o
melhoramento da sociedade como um todo:

a) educar e formar pessoas qualificadas, cidadãs e cidadãos


responsáveis, capazes de compreender e atender às
necessidades de sua população nos aspectos da atividade
humana, por isso as IES devem oferecer qualificação relevante,
combinando conhecimentos teóricos e práticos de alto nível
mediante cursos e programas que se adaptem constantemente
às necessidades presentes e futuras da sociedade;
b) prover um espaço aberto de oportunidades para o ensino
superior e para a aprendizagem permanente, oferecendo uma
ampla gama de opções e a possibilidade de alguns pontos
flexíveis de ingresso e conclusão dentro do sistema, assim como
oportunidades de realização individual e mobilidade social, de

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modo a educar para a cidadania e a participação plena na
sociedade com abertura para o mundo, visando construir
capacidades endógenas e consolidar os direitos humanos, o
desenvolvimento sustentável, a democracia e a paz em um
contexto de justiça;
c) promover, gerar e difundir conhecimentos por meio da
pesquisa e, como parte de sua atividade de extensão à
comunidade, oferecer assessorias relevantes para ajudar as
sociedades em seu desenvolvimento cultural, social e
econômico, promovendo e desenvolvendo a pesquisa científica
e tecnológica, assim como os estudos acadêmicos nas ciências
sociais e humanas e a atividade criativa nas artes;
d) contribuir para a compreensão, interpretação, preservação,
reforço, fomento e difusão das culturas nacionais e regionais,
internacionais e históricas, em um contexto de pluralismo e
diversidade cultural;
e) contribuir na proteção e consolidação dos valores da
sociedade, formando a juventude de acordo com os valores nos
quais se baseia a cidadania democrática, e proporcionando
perspectivas críticas e independentes a fim de colaborar no
debate sobre as opções estratégicas e no fortalecimento de
perspectivas humanistas;
f) contribuir para o desenvolvimento e melhoria da educação em
todos os níveis, em particular por meio da capacitação de
pessoal docente.

 A Universidade brasileira, neste mesmo período de realização da


Conferência-UNESCO (1998) e na primeira década do século XXI, enfrentou e
vem enfrentando desafios de duas naturezas distintas. De um lado, as IES
deveriam superar o processo secular de exclusão de jovens dos bancos
escolares em nível superior. De outro lado, também superar a baixa qualificação
docente e a falta de infraestrutura para desenvolvimento científico em que se
encontravam as Universidades. Do início dos anos 2000, com
aproximadamente 2,7 milhões de matrículas e, mais precisamente no ano de
2013, ultrapassando a marca de 7,5 milhões de matrículas, o país assistiu a um
rápido crescimento em seu contingente de universitários (BRASIL. MEC. INEP,
2013 ). Em dados percentuais, correspondeu a 4% do total da população
brasileira e de quase 30% da população na faixa etária de 18 a 24 anos, período
em que esta parcela busca estudos em Universidades, Centros Universitários e
Faculdades (BRASIL. MEC. INEP, 2013). A distribuição dessas matrículas nas
IES configuravam-se: 70,8% das matrículas em Universidades (Públicas e
Privadas-não estatais); 25,2% em Centros Universitários; 3,2% em Faculdades
Isoladas e 0,8% nos Institutos Federais (BRASIL. MEC. INEP, 2013).

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 O quadro de docentes também sofreu alterações nesta primeira
década (2000-2013). Do total de professores no ensino superior, em 2003, na
rede pública, 39,5% eram doutores, saltando para 53,2 em 2013. Mestres eram
27,3%, subindo para 29,6%, enquanto especialistas eram 33,3%, caíram para
17,2% (BRASIL. MEC. INEP, 2013). Os dados revelam que, além do número de
matrículas avançarem, a qualificação docente também melhorou. No setor não
estatal o quadro teve ligeira melhoria: doutores contratados eram 11,8% do total
em 2003, subindo para 18,2%; mestres eram 39,3%, cresceu para 47,1%;
enquanto os especialistas eram 48,9%, baixaram para 34,7%. Os índices ainda
indicam que é necessário ampliar a qualificação docente nas IES não estatais
(BRASIL. MEC. INEP, 2013), pois corremos um sério risco de perder
oportunidades construídas durante décadas para a ampliação do sistema de
educação superior e termos como resultado a formação intelectual, tecnológica,
cultural e de cidadania com baixa qualidade, transformando potenciais cidadãos
capazes de transformar e melhorar a sociedade em meros reprodutores de
receitas prontas.
 De onde vem este perigo? Dos números de Instituições credenciadas e
habilitadas ao ensino superior no Brasil e dos números de matrículas dos jovens
nessas Instituições. Desde 1990, com a política voltada mais às demandas
mercadológicas houve uma forte expansão nas matrículas em IES não estatais,
voltadas prioritariamente ao ensino de técnicas e não de pesquisas (básicas ou
aplicadas). Em 2013, o total de IES no Brasil era de 2.391, com 7.526.681
matrículas. Desse total, 2.090 unidades eram consideradas não estatais, com
5.421.639 matrículas realizadas. As IES públicas e com a obrigação
constitucional de realizar ensino-pesquisa e extensão somavam 301 unidades,
com 2.105.042 matrículas.
Mesmo considerando que as IES sem fins lucrativos (comunitárias) e
algumas privadas investem muitos recursos em pesquisa e extensão, ainda
assim o Brasil tem um corpo acadêmico com baixo perfil de produção de
conhecimento (maioria de docentes com especialização e mestrado nas IES
não estatais e que concentram grande contingente de matrículas). Essa relação
potencializa a formação de acadêmicos, mas não de profissionais com perfil de
produtores de conhecimentos voltados às soluções de problemas sociais,
culturais, ou ainda, profissionais qualificados para enfrentar entraves
econômicos, gestores de políticas e de tecnologias de ponta, que coloquem na
ordem do dia o desenvolvimento e o planejamento de ações voltadas para o
crescimento global do Brasil.
 Para Santos e Almeida Filho (2008, p. 42-43) a superação desses

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desafios pode ser encontrada numa nova configuração de ação e missão das
IES. Para eles,

À medida que a ciência se insere mais na sociedade, esta


insere-se mais na ciência. A universidade foi criada segundo um
modelo de relações unilaterais com a sociedade e é esse
modelo que subjaz à sua institucionalidade actual. O
conhecimento pluriversitário substitui a unilateralidade pela
interactividade, uma interactividade enormemente potenciada
pela revolução nas tecnologias de informação e de
comunicação.

 A partir desses desafios, as Universidades abrem nova fase de


demandas que, prioritariamente, se referem a um processo de abertura e
reconquistas de suas relações com a sociedade como um todo e às
necessidades de novos instrumentos de desenvolvimento que respondam às
crises apresentadas no início do século XXI.

Construção do conhecimento e universidade

Para Bernheim e Chauí (2008), o conhecimento científico é um


instrumento potencialmente grande para perceber “erros e combater ilusões”.
Porém, na história de seu desenvolvimento, os paradigmas que deram suporte
à ciência criaram e podem criar “algumas ilusões”, e não há teoria científica que
seja imune ao erro.

Além disso, o conhecimento científico não pode se preocupar


exclusivamente com temas epistemológicos, filosóficos e
éticos. A educação precisa dedicar-se a detectar fontes de
erros, ilusões e formas de cegueira mental. A racionalidade é a
melhor barreira contra o erro e a ilusão. (BERNHEIM;
CHAUÍ, 2008, p. 11)

Os autores acima identificam em Garcia (2001, p. 20) que a


racionalidade crítica é exercida particularmente sobre os erros e ilusões de
crenças, doutrinas e teorias e cria a necessidade de reconhecer na “educação
para o futuro um princípio de incerteza racional”:

[...] quando deixa de manter sua vigilância autocrítica, a


racionalidade corre constantemente o risco de recair na
racionalização da ilusão. Em outras palavras, a racionalidade

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genuína não é apenas teórica e crítica, mas também autocrítica.
Portanto, qualquer educação precisa examinar questões
importantes sobre a nossa possibilidade de alcançar o
conhecimento autêntico. A prática dessas questões fornece o
oxigênio para qualquer esforço de aprendizado.
 O conhecimento foi construído historicamente e permanece em
constante processo de reconstrução, sendo uma ação humana permanente e
que envolve a realização de atividades entre o ser humano e suas forças físicas
e mentais (relações sociais, culturais, políticas e econômicas) com os elementos
da natureza (ou seja, conhecimento está diretamente relacionado com o fazer
humano, o trabalho) (MARX, 1982; GATODTTI, 2002; MANACORDA, 2007).
Neste sentido, é um exercício de ações práticas, voltado à sobrevivência da
espécie e, ao mesmo tempo, reflexão do que se apreender, cumulativamente,
através de pesquisas, através da curiosidade e da dúvida.
A pesquisa abre canais de diálogo entre as exigências de elaboração
de conhecimentos através de métodos e metodologias (para desenvolver
ciência) e as necessidades cotidianas da população para desenvolver
inovações com vistas à satisfação de suas necessidades
(objetivas=sobrevivência e subjetivas=prazer em viver). Tem uma finalidade,
que é a de elaborar o saber que possibilite compreender e transformar uma dada
realidade. Este é o cenário da pesquisa que a Universidade está inserida.
Tomada num sentido amplo, pesquisa é toda atividade voltada
para a solução de problemas; como atividade de busca,
indagação, investigação, inquirição da realidade, é a atividade
que vai nos permitir, no âmbito da ciência, elaborar um
conhecimento, ou um conjunto de conhecimentos, que nos
auxilie na compreensão desta realidade e nos oriente em nossas
ações. (PÁDUA, 1996, 29)

Porém, não é a única inserção das IES e, neste campo, Pádua (1996)
fez uma advertência relevante: tem-se tornado comum, no mundo acadêmico,
confundir técnicas rigorosas de pesquisas com questões metodológicas.

Quando se fala em pesquisa na Universidade, muitas vezes esta


atividade tem sido entendida como o domínio de um conjunto de
procedimentos, de técnicas, sob a denominação de
metodologia; nesta perspectiva a questão do método é reduzida
a uma simples aplicação de técnicas, como, se em decorrência
do rigor desta aplicação, pudéssemos ter pesquisas melhores
ou piores. Este entendimento deve ser superado. (PÁDUA,
1996, 30)

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 Para Pádua (1996) as técnicas são questões instrumentais,
importantes na prática de pesquisar, mas devem ser acompanhadas de
referenciais teóricos que contextualizem uma dada realidade. O referencial
teórico de uma pesquisa deve auxiliar o pesquisador no caminho percorrido para
a produção da ciência e do conhecimento.
 Por ser a ciência um conhecimento contextual, contingencial,
circunstancial, resultante da combinação de fatores sociais e culturais,
econômicos e políticos, é necessário conviver com outros saberes (cotidianos,
pragmáticos) e aplicar questionamento a si mesmo, transformando estas
inquietudes em dúvidas motivadoras de novas pesquisas e de novos
conhecimentos.
 Entre os séculos XIX e XX intelectuais, pesquisadores e cientistas
criaram e experimentaram métodos e metodologias para a certificação e
desenvolvimento do conhecimento e do saber. Alguns eixos, que se
convencionou chamar de metodológicos, são instrumentos que possibilitam aos
pesquisadores obterem visão de mundo, na perspectiva de Löwy (1996) que os
auxiliam na composição de suas definições de sociedade, de saber e de ciência.

O estruturalismo nos mostrou, ao estudar questões


culturais (vida nativa de várias nações indígenas, por
exemplo) “[...] que por baixo da complexidade dos mitos
indígenas, existem eixos comuns e invariantes. [...] O
equívoco do estruturalismo foi postular uma correlação
direta entre método e realidade. (DEMO, 1998, p. 50).
As estruturas criadas para dar suporte às relações
sociais (família, estado, leis, etc...) e as estruturas que a
natureza desenvolveu (composição genética, as leis da
física, as reações químicas, o processo evolutivo, etc...)
são as bases iniciais das pesquisas e das descobertas
dos cientistas, nesta visão de mundo, visão de
realidade.

Para o pensamento positivista o conhecimento é um processo de


descobertas e não de construção, em que as relações sociais e históricas só
podem ser interpretadas (e não analisadas) a partir de uma evolução de fatos e
situações que o pesquisador descreve ao fazer sua pesquisa. A perspectiva não
histórica e factual da realidade não permite ao positivismo perceber as
influências das relações sociais na vida do agrupamento que está sendo objeto
de estudo, até porque, para o positivismo o pesquisador relaciona-se com
objetos de pesquisas e não com os sujeitos envolvidos na realidade e na

89
pesquisa (DEMO, 1998).
O Construtivismo científico vê no processo de desconstrução da
realidade uma possibilidade de construção de um novo conhecimento. “A
perspectiva construtivista assume abertamente a tese do objeto construído, [...]
legitimação dos conhecimentos científicos se constrói social e historicamente
[...]” através da crítica questionadora dos processos (DEMO, 1998, p. 77-78).
Todavia, a marca questionadora direciona o conhecimento quase que
exclusivamente para a inovação, em particular ao tornar-se a dinâmica central
da economia competitiva. As inovações forçam vender mais, comprar mais e as
empresas lucrarem mais. Nesta visão de mundo o “questionamento” serve
apenas para reformular produtos para o consumo. A inovação perde seu espírito
crítico e serve ao mercado (DEMO, 1998).
A visão dialética apresenta as leis do pensamento como as leis da
realidade. A dialética não é só pensamento, é a ação da mente que pensa com a
realidade vivida a um só tempo. Porém, a realidade vista pelo pesquisador é
contraditória, pois se constitui de um conjunto de negação. O que vemos na vida
social é uma constante disputa de interesses, em que um nega o outro, e nesta
sucessão de relações a sociedade se transforma, também transformando os
indivíduos. Lefebvre (1983, p. 172) indicava que "[...] a dialética é ciência que
mostra como as contradições podem ser concretamente idênticas, como
passam uma na outra, mostrando também porque a razão (pensamento) não
deve tomar essas contradições como coisas mortas, petrificadas, mas como
coisas vivas, móveis, lutando uma contra a outra em e através de sua luta".
Neste sentido, a sociedade cria e recria situações novas, de qualidade diferente,
vinda das contradições de situações velhas (modo de produção feudal x modo
de produção capitalista = transformações qualitativas e quantitativas). O novo
sempre nasce do velho. Mas a transformação do velho, recriando a vida social
ou natural, numa situação nova, indica que ocorreu a superação da situação
anterior, mostrando-se num estágio avançado, de qualidade diferente.
Outro elemento do pensamento dialético é a noção de totalidade, a
percepção da realidade social como um todo que está relacionado entre si (cada
fenômeno relaciona-se com alguns aspectos sociais e culturais, econômicos e
políticos, ao mesmo tempo). Nesta proposta de visão de mundo, foi possível
perceber que toda unidade de pensamento e de visão de realidade é composta
pela “unidade de contrários”.
Uma moeda, apesar do fato de ter duas faces diferentes, continua
sendo a mesma moeda, com valor monetário de igual magnitude, feita com o
mesmo metal. Uma folha de papel, mesmo tendo a página 1 e a página 2,

90
permanece com suas características originais (produzida a partir da celulose
vegetal e com a finalidade de receber letras, imagens etc). Os contrários existem
nos objetos de uso pessoal e social. Assim também ocorre nas estruturas
sociais; não existe apenas um lado da realidade, ela não é finita, os fenômenos
sociais podem ser compreendidos pela sua diversidade, mas ao mesmo tempo
é essa diversidade que consolida a sociedade. Portanto, mudanças ou
transformações sociais são possibilidades sempre presentes. Isto pode ser
considerado como as contradições apresentadas no pensamento dialético.
Estão sempre juntas, num mesmo evento. Isto é o que a dialética científica
identificou como sendo a “unidade de contrários”. Nesta visão de mundo o
objeto a ser investigado não existe sem o sujeito que realiza a ação, seja esta
ação social e da natureza e vice-versa .
 Pode-se dizer que no período contemporâneo não há uma
exclusividade metodológica (de técnica e de apreensão do conhecimento) para
realização de pesquisas, como já apresentado por Bernheim e Chauí (2008).
Como o conjunto dos referenciais está recebendo críticas e a “pretensão de
validade” (verdade para Habermas) é a busca da compreensão de uma
realidade em movimento, cheia de imprecisões, identifica-se “[...] que estão
ocorrendo profundas rupturas com o conhecimento racionalista de molde
europeu-ocidental” (DEMO, 1998, p.80) construídos no decorrer dos séculos
XIX e XX. A construção do conhecimento se dá, também, com paradigmas que
não assumam rigidez formal, uma vez que a realidade social e natural não as
assumem, sendo esta realidade apresentada através de múltiplas
configurações.
Para Santos e Almeida Filho (2008, p. 40), o conhecimento
universitário foi, durante o século XX, predominantemente “disciplinar”, distante
e descontextualizado em relação às demandas do cotidiano das sociedades.
Esta prática de produção de conhecimento criou uma situação em que eram os
investigadores que determinavam os problemas científicos a serem analisados,
além de definirem a relevância, as metodologias e os ritmos das pesquisas. Para
estes autores trata-se da formulação de “[...] conhecimento homogêneo e
organizacionalmente hierárquico [...]”, uma vez que os participantes da sua
produção criavam objetivos comuns de produção de conhecimento, tendo “[...] a
mesma formação e a mesma cultura científica”. Esta prática de produção não dá
conta de compreender a sociedade contemporânea.
Os autores acima identificaram que, ao contrário do conhecimento
universitário disciplinar, no final do século XX deu-se a configuração de um tipo
de conhecimento multi e interdisciplinar, que eles denominaram “conhecimento

91
pluriversitário”. É uma estrutura de conhecimento contextual na medida em que
o princípio organizador da sua produção é a aplicação que lhe pode ser dada
pelas demandas da sociedade. Sua aplicação efetiva-se num espaço extra-
universidade e centros de pesquisa, sendo que a iniciativa da formulação dos
problemas que se pretende resolver e a determinação dos critérios da
relevância destes é o resultado de um acordo entre pesquisadores e utilizadores
(ciência e sociedade).

É um conhecimento transdisciplinar que, pela sua própria


contextualização, obriga a um diálogo ou confronto com outros
tipos de conhecimento, o que o torna internamente mais
heterogêneo e mais adequado a ser produzido em sistemas
abertos menos perenes e de organização menos rígida e
hierárquica. (SANTOS; ALMEIDA FILHO, 2008, p. 41)

Essa proposta de construção de conhecimento (pluriversitário)


concretiza-se de forma mais consistente nas parcerias universidade-empresa e,
portanto, sob a forma de conhecimento mais voltado às questões de mercado.
Essa prática é comum em países desenvolvidos e em desenvolvimento. O
contexto da aplicação destas pesquisas tem de forma cooperativa, solidária
entre os pesquisadores e a sociedade, através de parcerias entre empresas,
sindicatos, organizações não governamentais (ONGs), “[...] movimentos
sociais, grupos sociais especialmente vulneráveis (imigrantes ilegais,
desempregados, doentes crônicos, idosos, portadores de HIV/AIDS etc.),
comunidades populares, grupos de cidadãos críticos e activos”. Estas
experiências demonstram que tem sido um grande contingente de utilizadores
que estabelecem novas relações especialmente e de forma “[...] mais intensa
com a ciência e a tecnologia e que, por isso, exige uma maior participação na
sua produção e na avaliação dos seus impactos”. (SANTOS; ALMEIDA FILHO,
2008, p. 41).
 A sociedade contemporânea, com o desenvolvimento das tecnologias
de informação, tecnologias sociais, robótica, realidade virtual, dentre outros
processos, demanda uma quantidade e uma qualidade cada vez maior de
técnicas e de processos de conhecimento, pois as ações científicas de caráter
disciplinares não contemplam suas necessidades. Neste sentido, Bernheim e
Chauí (2008, p. 7) refletiram:

[...] uma das características da sociedade contemporânea é o


papel central do conhecimento nos processos de produção, ao
ponto do qualificativo mais frequente hoje empregado ser o de

92
sociedade do conhecimento. Estamos assistindo à emergência
de um novo paradigma econômico e produtivo no qual o fator
mais importante deixa de ser a disponibilidade de capital,
trabalho, matérias-primas ou energia, passando a ser o uso
intensivo de conhecimento e informação.

O conhecimento contemporâneo, neste modelo de sociedade,


apresenta crescimento acelerado, com alto grau de complexidade e com “[...]
tendência para a rápida obsolescência”. Alguns autores têm chamado este
período de “explosão do conhecimento” e consideram um fenômeno tanto
quantitativo quanto qualitativo, no sentido de que o volume de conhecimento
disciplinar aumenta e, ao mesmo tempo, surgem novas disciplinas e
subdisciplinas, algumas das quais transdisciplinares. Neste caso, pode-se
averiguar a existência de uma “[...] explosão epistemológica”. Para se ter uma
ideia do potencial de criação de processos e de desenvolvimento científico,
Bernheim e Chauí (2008, p. 8) apresentaram os números a seguir:

De acordo com dados fornecidos por James Appleberry, citados


por José Joaquín Brunner, o conhecimento com base disciplinar
registrado internacionalmente levou 1.750 anos para duplicar
pela primeira vez, contando a partir do princípio da era cristã;
depois disso, a cada 150 anos e, por fim, a cada 50 anos.
Atualmente, ele é multiplicado por dois a cada cinco anos, e
projeta-se que, em 2020, duplicará a cada 73 dias. Estima-se
que a cada quatro anos duplica a quantidade de informação
disponível; como os analistas observam, porém, somos capazes
de dar atenção apenas a cerca de 5 a 10% dessa informação.

Esta nova realidade, na produção do conhecimento científico, porém,


não pretende abrir espaços para “simplificações analíticas”. A realidade é
imprecisa, “todavia a ciência não pode ser imprecisa para poder tratar a
imprecisão da realidade. Sua maneira de tratar a realidade é
caracteristicamente precisa, porque fundada na sistematicidade de categorias e
conceitos, medidas e formalizações, teorias e práticas. O erro formal não é
admissível em ciência” (DEMO, 1998, p. 48). Seria um “erro formal” ver a
desconstrução e construção do conhecimento a partir da lógica do mercado, que
privilegia as inovações tecnológicas criando necessidades de consumo e
consolidação de atitudes competitivas entre pesquisadores e professores.
 A visão transdisciplinar (BERNHEIM; CHAUÍ, 2008) e o conhecimento
pluriversitário (SANTOS; ALMEIDA FILHO, 2008), são indicações de que é
necessário superar a visão puramente pragmática e mercantil de processos de

93
desenvolvimento econômico. A sociedade contemporânea é mais que isso. É
formada por processos sociais e culturais diferentes e divergentes. É, ainda,
formada por relações econômicas e políticas díspares que necessitam uma
reorganização, buscando atender às demandas do conjunto das pessoas.
Ao mesmo tempo em que estes fenômenos consolidam-se, as
pessoas, com tantas informações disponíveis, necessitam estabelecer
prioridades e escolhas, selecionando informações pertinentes, sendo capazes
de identificar o que é estruturalmente importante do conjunturalmente urgente.
Duas ordens de questões se colocam no início do século XXI. Em
primeiro lugar, caberia à Universidade (estatal e não estatal) recapturar o
conhecimento, trazê-lo para dentro do seu espaço, que é um ambiente público
(e também, não estatal) e de atividades coletivas, precisamente para educá-lo.
É muito importante entrar em sua lógica e em sua coerência, para poder manejar
humanamente a propensão desconstrutiva, passo decisivo para avanços
conceituais. Para Demo (1998), ser somente resistência é “nostalgia
improcedente”.
A Universidade deve buscar o “seu caminho” entre a avidez do
conhecimento inovador e as condições da instituição de ensino humanista e
construção diversificada de conhecimento. Mais ainda, a Universidade deve
reafirmar que seu “mandato soberano” é humanizar o conhecimento. Ela não
pode negar a existência das “leis gerais do mercado”, mas também não pode se
entregar a essas leis num processo de adesão não crítica. É necessário
observar o que é fundamental e permanecer enquanto processo de construção
do conhecimento e o que é “descartável”, ou apenas o que serve ao mercado,
enquanto cultura de consumo instantâneo, veloz e sem relevância social. Este
processo, todavia, não pode desconsiderar ou mesmo desconstruir o manejo
criativo do conhecimento livre e pertencente à humanidade. Neste sentido, a
produção do conhecimento cotidiano é fundamental para as relações sociais.
Em segundo lugar, é possível identificar que não só alguns processos
de construção do conhecimento envelhecem, mas também, dentro das escolas
e Universidades, o processo de ensino e extensão envelhece. O professor como
um “ator social”, repassador de conhecimento e sem criatividade tem sido
duramente criticado pelos estudantes e por parcelas significativas da
sociedade. “Querem mudar, sem se mudar” [...] “É neste contexto que se coloca
o desafio descomunal de desconstruir o professor”. (DEMO, 1998) E por quê?
Como a matéria prima do professor é trabalhar com conhecimento e este se
renova muito velozmente, este trabalhador fica exposto ao envelhecimento
precoce. Neste sentido, o quadro de qualificação docente apresentado pelo

94
Censo da Educação Superior (MINISTÉRIO DA EDUICAÇÃO-INEP, 2013), que
identificou a existência de muitos especialistas com função de docência, deveria
ser superado. A realização de cursos de mestrado e doutorado é fundamental.
Aí está nosso valor histórico e que justifica a transformação nas
missões das Universidades, Centros Universitários e Faculdades. Esta
transformação deveria forjar um cidadão que sabe manejar com a construção e
desconstrução do conhecimento, transferindo para o corpo social os
instrumentos inovadores, pondo-os a serviço da cidadania.
O recorte contemporâneo do papel das Universidades configura-se a partir
da reconstrução “provisória” das metodologias utilizadas para produzir
conhecimento e coloca novas missões às IES:

a) A ciência gira em torno da 'pretensão de validade'- verdade para


Habermas (2004) que lhe aguça o senso de pesquisa - curiosidade
científica para Rubem Alves (2005).
b) O ambiente propício ao conhecimento é aquele marcado pela
liberdade de pesquisa, desde que sobre bases lógicas e sistemáticas.
O pluralismo teórico e metodológico de um centro de pesquisa,
unidade acadêmica ou instituto é condição central de produtividade e
inovação do conhecimento.
c) Reconstrução provisória deve ser conjugada com a educação
permanente: [...] aprender a aprender, ser capaz de realizar
autoformação permanente.
d) A vida acadêmica contextualizada na sociedade contemporânea
(concorrente, desigual, conflitiva em interesses diversos) é aquela
marcada pela produção individual e coletiva de maneira independente
e autônoma, sistemática e inovadora, dentro de um contexto pluralista
e interdisciplinar.

Referências
ALVES, Rubem. Filosofia da Ciência. Introdução ao jogo e a suas regras. 10. ed. São
Paulo: Loyola, 2005.
BERNHEIM, Carlos Tünnermann e CHAUÍ, Marilena de Souza. Desafios da
universidade na sociedade do conhecimento: cinco anos depois da conferência
mundial sobre educação superior. – Brasília: UNESCO, 2008. Disponível em
http://unesdoc.unesco.org/images/0013/001344/134422por.pdf . Acesso em 21 de

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