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Escola de Veterinária
Departamento de Zootecnia
Universidade Federal de Minas Gerais
Montes Claros
2018
2 TÓPICOS DE FORRAGICULTURA TROPICAL
SUMÁRIO
PRINCIPAIS ESTRUTURAS DOS VEGETAIS ...........................................................5
SETÁRIAS ............................................................................................................................................... 23
CAPIM ANGOLA.................................................................................................................................... 27
COAST-CROSS ....................................................................................................................................... 38
GUANDU.................................................................................................................................................. 43
SIRATRO ................................................................................................................................................. 45
CENTROSEMA ....................................................................................................................................... 46
LEUCENA................................................................................................................................................ 47
DESDMODIUM INTORTUM................................................................................................................. 49
ESTILOSANTES ..................................................................................................................................... 51
CALOPOGÔNIO ..................................................................................................................................... 54
LAB-LAB ................................................................................................................................................. 55
CUNHÃ .................................................................................................................................................... 57
AMENDOIM FORRAGEIRO................................................................................................................. 58
ALFAFA ................................................................................................................................................... 60
4 TÓPICOS DE FORRAGICULTURA TROPICAL
Neste tópico apresentaremos as principais estruturas dos vegetais que serão importantes para a
compreensão e o entendimento das particularidades do manejo das principais plantas
forrageiras.
A - RAIZ
FIG. 1
B- CAULE
Tipos: Aéreos
Subterranêos
Aquáticos
FIG. 2
Colmo: caule cilíndrico, com nós e entre-nós bem mais curtos, podem ser cheios ou
ôcos (fistulados). Ex: caule de gramíneas.
Bulbo: formado por um eixo cônico que constitui o fruto, dotado de gemas
envoltas por catáfilos (folhas modificadas). Ex: Jacinto, trevo, lírio,cebola e
alho.
C - FOLHA
Quanto à inserção no caule as folhas podem ser: Alternada: uma por nó.
Oposta: duas por nó.
Verticilada: três ou mais por nó.
8 TÓPICOS DE FORRAGICULTURA TROPICAL
D - FLOR
FIG. 3
FLOR COMPLETA
Inflorescências:
GRAMÍNEAS LEGUMINOSAS
-Habitat diverso -Idem
-Capins, cereais, cana-de-açúcar, etc. -Soja perene, leucena, siratro, guandu,
etc.
-610 gêneros -700 gêneros
-10.000 espécies -14.000 espécies
50 espécies abrangem 99% das forrageiras utilizadas --------
-Monocotiledôneas -Dicotiledôneas
-Ciclo anual ou perene -Idem
-Raízes fasciculadas e adventícias -Raízes axiais ou pivotantes e também
adventícias
-Caule aéreo ou subterrâneo -Idem
-Colmo e estolão -Prostrado, trepadeiras, herbáceos
-Algumas possuem rizoma -Idem
-Folhas simples geralmente sem -Folhas compostas pecioladas
pecíolo (bainha invaginante)
-Inserção alternada ---------
-Presença de lígula (estrutura delgada entre -Presença de pulvínulo (espessamento na
a bainha e o caule) inserção do pecíolo)
-Folhas lanceoladas com -Formas variadas, folhas com nervação
nervação paralelinervias reticulada
-Pêlos podem estar presentes -Idem
em ambas as faces
-Flor incompleta (glumas, lema e pálea) -Flor completa
Lodículas, endroceu e gineceu
- Androceu: basicamente três estames -Androceu com dez estames
-Gineceu: um ovário uniovular -Gineceu: um ovário com vários óvulos
-Fruto: cariópse - concresce com a semente -Fruto: legume ou lomento (legume com
septos transversais)
-Inflorescência: espiga ou cacho -Inflorescência: rácemos ou flores
isoladas
-Reprodução: polinização cruzada -Autofecundação, podendo ocorrer
cruzamento por ação de insetos.
GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 11
BRACHIARIA DECUMBENS
Clima e solos: Indicada para regiões com mais de 1200 mm de precipitação pluviométrica por
ano.
Adapta-se em solos de boa, média e baixa fertilidade.
Alta tolerância ao alumínio.
Não é apropriada para terrenos encharcados
Adapta-se bem em clima tropical
Resistência a Fogo, Geada e Seca: Boa resistência ao frio - queima a parte vegetativa com
as geadas, mas não morre.
Tem boa tolerância a seca, porém se a estiagem for
prolongada e por vários anos, grande número de plantas
pode morrer.
Rebrota muito bem após passagem de fogo
Utilização: Pastejo - resiste a lotações pesadas - mesmo assim deve-se ajustar a carga animal à
disponibilidade de forragem e à fertilidade do solo.
O pasto pode ser mantido baixo (15 cm)
A ingestão das toxinas do fungo Phitomyces chartarum que se desenvolve na
Brachiaria decumbens, principalmente quando ela forma densos colchões, pode
levar os animais a desenvolver a fotossensibilização. Esta se manifesta por que a
12 TÓPICOS DE FORRAGICULTURA TROPICAL
Consorciação : Difícil porque fecha o terreno, porém é possível com siratro, soja perene e
centrosema.
BRACHIARIA HUMIDICOLA
Clima e solos: Não é exigente em solos - Vegeta em solos pobres embora responda bem à
abubação.
Vai bem em solos secos, mas comporta-se melhor em locais úmidos e quentes
Resiste bem a geada
GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 13
Utilização: Pastejo
Pode ser rebaixada até ± 10 cm
Mais tolerante às cigarinhas, mas sente os ataques
Dependendo do tipo de solo pode apresentar altas concentrações de oxalato,
levando os animais a um desequilíbrio no metabolismo do cálcio.
BRACHIARIA PLANTAGINEA
Aspectos vegetativos: Gramínea anual, herbácea, sub-ereta, tenra (dá bom feno);
Muito suculenta.
Utilização: Pode ser utilizada para pastejo direto e para produção de feno, que é de excelente
qualidade. No Sul do país vem sendo utilizada com sucesso para produção de
silagem pré-secada, que pode ser fornecida até para vacas em lactação com bons
resultados.
BRACHIARIA RUZIZIENSIS
Origem: África
Nome científico: Brachiaria ruziziensis
Nomes comuns: Ruziziensis, capim congo
Clima e solos: Mais exigente em solos que a decumbens quanto a precipitação pluviometrica, é
muito semelhante à decumbens.
Propagação e Plantio: Também propaga-se por mudas, embora maior propagação seja por
sementes. Produz grande quantidade de sementes com boa viabilidade.
BRACHIARIA BRIZANTHA
Resistência a Fogo, Geada e Seca: Tolera muito bem à seca, e ao fogo; as geadas queimam a
parte vegetativa, mas a planta rebrota bem.
Solo: Exigente
Manejo:Esta planta não pode formar grandes touceiras, por que reduzirá muito a
produtividade do pasto. Dentre as braquiárias é a que menos tolera erros de manejo.
Quando passada, deve ser roçada e em último caso pode-se colocar fogo. Deve ser
mantida no pastejo contínuo entre 30 e 60cm de altura.
Mais recentemente vem sendo utilizada no pastejo rotacionado com bons resultados;
com intervalo de pastejo entre 30 e 35 dias.
Formação: Fácil e rápida. Tendo boas sementes no mercado (10 Kg sementes limpas/ha)
BRACHIARIA RADICANS
(B. arrecta)
Utilização: Pastagens
Consorciação difícil devido à forma de crescimento
Pode-se tentar com siratro, centrosema, soja perene e Stylossanthes guyanensis
CAPIM TANGOLA
Híbrido de Brachiaria radicans x Brachiaria mutica
URUCLOA MOSAMBICENSIS
Climas e solos: Se adapta a todos os tipos de solos, mas apresenta melhor desenvolvimento em
solos mais pesados.
Precipitação mínima anual de 200mm – precipitação ideal de 500 a 1000mm.
Ideal para regiões de semiárido
CAPIM ANDROPOGON
1ª introdução - década de 40
Clima e solos: Bem adaptado às condições climáticas reinantes nos cerrados (400 a 3000 mm
ppt anual)
Altitudes < 2000 m
Cresce bem em solos com alta saturação de Alúminio
Tem sistema radicular profundo, algumas raízes podem atingir até 1,20m.
Grande capacidade de extração de fósforo do solo
Kg de N/ ha ano % de PB (média)
0 6,2
28 6,2
56 6,2
112 6,9
224 7,9 Níveis geralmente anti-econômicos
448 9,6 desde que não sejam em pastejo rotacionado
896 10,4
CAPIM GORDURA
GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 19
Origem: - Cresce espontaneamente nos Estados do Brasil Central (MG, RJ, ES, SP), sendo
também utilizado no norte e nordeste. Alguns acreditam que foi introduzido junto
com navios negreiros.
2. Cabelo de Negro
Porte menor
Folhas menores e entre nós curtos
Muito resistente ao pisoteio
Mais viscoso de todos
inflorescência de cor marron escuro (quase negro)
Propagação e Plantio: - a lanço (20 a 25 Kg/ha), para facilitar misturar com terra
- em sulcos espaçados de 20 cm
Resistência a pragas e doenças: Sofre ataque de lagartas que não chegam a comprometer, a
não ser no Norte de Minas Gerais
Colchonilhas - Ataque (sem maior comprometimento)
Trips na inflorescência
CAPIM BUFFEL
Panícula com espiguetas imaturas avermelhadas, quando madura tem cor de palha
Clima e solos: É indicado para regiões com baixa precipitação (350 a 400 mm anuais)
Regiões úmidas devem ser evitadas
Oferece boa opção para áreas mais secas
Adapta-se melhor em solos leves
Adapta-se e desenvolve-se melhor em solos de pouca acidez
Manejo: Manter pasto baixo - sob pastejo contínuo não rebaixar mais que 20 cm
Capacidade de suporte: 1,0 a1,5 cab/ha
Rotacionado: entrada (0,60 - 0,80 m) saída (0,20 - 0,30)
Consorciação: Consorcia bem com siratro, Stylosanthes gracilis, Stylosanthes humilis, soja
perene, centrosema.
22 TÓPICOS DE FORRAGICULTURA TROPICAL
CAPIM JARAGUÁ
Clima e solos: Adapta-se melhor em região com precipitação acima de 800 mm/ano
Vegeta bem em solos sílico-argilosos de mediana fertilidade
Tem crescimento limitado em solos excessivamente úmidos (cor roxa) e acidos
Rendimento no corte: 90-120 toneladas de matéria verde por hectare por ano
Produz aproximadamente 200 Kg de sementes/ha/ano
Utilização: Pasto
Feno - Desidrata rapidamente se cortado na idade correta e tem bom valor
nutritivo
Consorciação: Pode consorciar-se com siratro, soja perene, centrosema e kudzu tropical
SETÁRIAS
Origem: África
CAPIM ELEFANTE
Variedades: oriundas da China: TAIWAN A-25, A-26, A-144, A-146, A-143 e A-148
Colômbia: Gigante, Merkeron, Elefante de Pinda
Índia: Napier-1, Napier-2
Costa Rica: Turrialba
GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 25
Clima e solos: Adapta-se melhor em regiões de clima tropical com ppt 1000 mm/ano
Deve-se evitar terrenos com excesso de umidade
Solos de consistência mediana, ricas em Matéria Orgânica
Produz pouco em solos pobres
Não tolera solos ácidos
Utilização: Verde: cortar com aproximadamente 1,80 m de altura, antes da saia começar a
amarelar
Pasto: Sob manejo rotacionado
Silagem: Utilizar a planta ainda nova
Variação da altura da planta e produção de massa verde do capim elefante em várias idades
Uso como Feno: É importante cortar a planta ainda nova com 1,0 a 1,2m de altura para
permitir a produção de um feno de melhor qualidade. A planta deve ser
passada em picadeira e seca em terreiros. É importante que as camadas
sejam finas. (de 5cm de altura) para permitir uma secagem rápida. O feno de
capim elefante pode também ser produzido com auxílio de calor artificial
regulável (uso de fornalhas).
Uso da capineira: O capim elefante pode ter a qualidade da forragem melhorada se a capineira
for submetida a corte no final do período chuvoso. Uma outra maneira de
utilizar as áreas com capim elefante seria a utilização como pasto até o mês
de fevereiro e a forragem produzida posteriormente seria cortada. É bom
lembrar que as capineiras devem receber adubações após cada corte.
Quando as folhas de baixo começam a amarelar significa que a capineira já
esta passando.
Uso como Silagem: Para a produção de silagem, o capim elefante deve ser cortado entre 1,50
e 2,00m de altura, sempre rente ao solo. Devido ao grande conteúdo de
água no capim elefante novo é importante submeter a forragem depois de
cortado a um pré-murchamento de 8 horas de exposição ao sol. Esta
prática melhora sensivelmente a qualidade da silagem obtida. Na
impossibilidade de execução desta técnica pode-se adotar a prática de se
adicionar material com alto conteúdo de matéria seca ao capim elefante
visando elevar a matéria seca total da massa a ser ensilada para valores
próximos a 30%. Pode ser adicionado feno de capim elefante, polpa de
citrus e milho desintegrado com palha e sabugo.
CAPIM ANGOLA
Nomes comuns: Capim angola, bengo, capim de planta, capim fino, capim de corte, paragrass
Clima e solos: Adapta-se bem desde o Rio Grande do Sul até o Amazonas
Vai melhor em regiões com mais de 1200 mm anuais de precipitação
pluviométrica
Prefere solos de baixada, férteis, com bom teor de umidade
Suporta bem as inundações, tem grande resistência a lâmina d’água permanente,
mas não pode ser totalmente coberta por longos períodos.
Não resiste bem a seca prolongada
Resistência a pragas e doenças: Atacado por colchonilhas que causam dano à produção
Utilização: Pasto
Corte - Para ser utiizado verde ou como feno
Taxa de lotação: 1,0 - 2,0 animais por hectare na época das águas
(grande variação em função do manejo)
CAPIM COLONIÃO
Tanzânia: Quando mais novo tem excelente relação folha/hate, bom valor
nutritivo. Tem baixa resistência a geada. Planta muito exigente em
fertilidade do solo
Utilização: Feno: Boa qualidade, embora tenha velocidade de secagem entre hastes e folhas
diferentes o que difuculta o processo
Silagem: pobre em carboidratos solúveis, não deve ser usado
Pasto: excelente pode superar 100 t MV/ha/ano
Entrada (0,60-0,80 m) Saída (0,30-0,40m) Alguns de porte menor com o
o gatton panic podem eventualmente ser rebaixados até 0,20 m.
30 TÓPICOS DE FORRAGICULTURA TROPICAL
CAPIM KIKUIO
Whittet: menor crescimento, folhas mais largas, talos mais grossos, entre nós mais
alongados, mais produtivo, mas de formação mais lenta, floresce bastante e produz
sementes viáveis no Rio Grande do Sul e Austrália (400.000 sementes/ Kg),
sistema radicular profundo.
Clima e solos: Exige solos férteis, não vai bem em solos arenosos e pobres, não suporta seca
prolongada e nem excesso de água
Prefere altitudes superiores a 800 m, vai melhor em precipitações acima de
1.200 mm indo bem até 2.000 mm/ano.
Exige precipitação acima de 750 mm anuais
Utilização: Pode ser utilizado como pasto e para produção de feno, devido à suas
características morfofisilógicas, suporta muito bem ao corte baixo.
Para um melhor aproveitamento no pastejo contínuo deve ser mantido entre 15 e
25 cm.
No pastejo rotacionado as alturas de entrada deven estar 30 e 40cm e as de saída
entre 15 e 20cm.
Pode perfeitamente ser utilizado como piquetes de bezerros e para criação de
bezerros em gaiolas individuais.
Na realidade o capim kikuio não favorece a infestação de bezerros por
endoparasitas conforme é crença comum entre os produtores. Apenas ele se
desenvolve muito bem em locais úmidos e ricos em matéria orgânica (fezes de
bovinos adultos). Quando os bezerros são mantidos em pastos com estas
características podem apresentar altas cargas parasitárias.
PASPALUM NOTATUM
(grama batatais)
Cultivares: Comum
Pensacola ou Bahia grass: muito usada no RS, bom pasto para eqüinos
32 TÓPICOS DE FORRAGICULTURA TROPICAL
Clima e solos: Apresenta grande número de ecotipos em função dos diferentes clima e solos
Adapta-se bem em solos pobres
Considerada invasora, cresce muito bem em solos com boa umidade
Necessita acima de 700 mm de precipitação anual
Utilização: Resiste bem ao pisoteio, deve ser mantido baixo para melhor aproveitamento.
Boa palatabilidade - Tem baixa produção de matéria seca. Excelente pasto para
equinos
PASPALUM PLICATULUM
Utilização: Pasto: pode ser mantido baixo, os animais devem sair com 0,20 m de altura
Tem a vantagem de florescer no final do verão
Produz de 30 a 40 t MV/ha/ano
Palatabilidade apenas razoável
Valor nutritivo é de razoável à baixo
Se for mal manejado permitindo-se muita sobra de capim, esta forrageira lignifica-
se e torna-se de valor nutritivo muito baixo, comprometendo o desempenho dos
animais
CAPIM DE RHODES
Origem: África
Clima e solos: Ocorre em todos os tipos de solos, exceto nos muito argilosos e ácidos
Adapta-se melhor em solos de fertilidade mediana com boa percentagem de
matéria orgânica.
Responde bem à adubação
Exige precipitação entre 650 - 1150 mm anuais
Tolera elevadas temperaturas
É uma boa opção para equinos, tanto no pastejo, como para produção de feno.
Origem: Nativa
CANARANA VERDADEIRA
Origem: Nativa
Fora da Amazônia esta planta tem-se mostrado com baixa resistência ao pisoteio.
CAPIM PANGOLA
36 TÓPICOS DE FORRAGICULTURA TROPICAL
Clima e solos: Desenvolve-se melhor em regiões com precipitação superior a 1200 mm/ano
Cresce desde o nível do mar até 1800 m
Prefere solos férteis e úmidos, adapta-se aos argilosos e arenosos
Responde bem à adubação
Adaptado à grande variedade de climas, embora prefira altas precipitações e
clima quente
Resistência a Fogo, Geada e Seca: Fogo: rebrota bem após sua passagem
Geada: Boa
Seca: Baixa, não tolera seca prolongada
TRANSVALA
ESTRELA AFRICANA
Origem: África
Clima e solos: Precipitação deve ser acima de 600 mm anuais, prefere 1.000 a 1.200 mm/ano
Prefere solos arenosos de boa fertilidade
Em terra roxa consegue produzir bem
COAST-CROSS
Origem: Plantas obtidas por cruzamentos entre plantas do gênero cynodon, nos Estados
Unidos da America do Norte
Existem várias plantas que recebem números, por exemplo coast-cross nº 1, nº2, nº3
etc...
Estas plantas basicamente se diferem por aspectos morfológicos e de adaptação à
clima e solos.
Clima e solos: Adaptam-se à grande variedade de solos, desde os leves até pesados
Toleram inundações por longos períodos mas crescem, pouco em solos
encharcados
GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 39
CAPIM GUATEMALA
Grande porte
Folhas abundantes, semelhantes às do milho
Colmo semelhante ao milho
Bainha glabra, abraçando fortemente o colmo
Florescimento raro fora do País de origem
Flores unissexuadas
Manejo: Cortar quando as plantas atingirem 1,50 m (dá até 3 cortes por ano)
Cortar a 15 cm do solo
Corte rente causa seca da touceira e também apodrecimento
Não resiste ao pisoteio
Permanece mais verde e suculento durante todo o ano que o capim elefante
Dá cortes a cada 70 - 80 dias na época das águas
CAPIM VENEZUELA
Nomes comuns: Capim Venezuela, capim-de- teso, capim colombiano, capim imperial
Clima e solos: Vegeta na zona equatorial e temperada com precipitação superior 1000 mm
Prefere solos argilo-sílico-humíferos
Propagação e Plantio: Deve ser usado o espaçamento de 60cm entre sulcos. Pode-se utilizar
pedaços de colmos ou mudas enraizadas
AVEIA FORRAGEIRA
Origem: Europa
Rendimento: Muito variável depende do manejo da cultura, se irrigada poderá produzir muito,
acima de 50 toneladas de matéria verde por hectare
Em Uberaba-MG PRINGOLAT0 et al (1981) conseguiram produção de até
7810 Kg MS/ha, quando adubaram com esterco de galinha mais superfosfato
simples (SPS), PB = 20,7% na MS, Ca = 0,78% na MS, P = 0,18% na MS
Manejo: Após 40-50 dias (pós-plantio) cortar ou pisotear, nesta idade a planta deve ter 0,30-
0,50 m
Cortar rente ao solo
Vaca consome aproximadamente 40 Kg de de matéria verde por dia
GUANDU
Utilização: Verde: cortar a 10 cm do solo. Cortar mais alto na época da seca para
reduzir a mortalidade das plantas (30 cm)
Feno: Deve ser picado para completar a secagem em galpão para evitar que as
folhas sejam perdidas
SOJA PERENE
Origem: África
CV cooper: Floresce mais cedo que o cv Tinaroo, maturação das sementes 4 a 6 semanas
após o florescimento
É o cultivar mais resistente à seca, supera Tinaroo e Clarence
Coloração cinza prateada
Forma assimétrica do folíolo, um lado mais longo
Constrição na vagem
Ramificação pronunciada
Manejo: Cuidadoso no primeiro ano; não deixar a gramínea abafar a leguminosa ( no caso de
consórcio
O campo de leguminosa solteira pode ser rebaixado ao nível do solo
Não deixar que a leguminosa domine a gramínea
Lembrando que a secagem do feno deve começar no campo e terminar no galpão
para evitar que as folhas sejam perdidas
SIRATRO
Origem: América do Sul e Central (Planta obtida do cruzamento de dois ecotipos de Phaseolus
levadas do México para a Austrália)
Clima e solos: Não tolera solos ácidos (deve-se fazer correção da acidez);
Necessita de precipitação entre 750 a 1500 mm/ano;
Exige solos de mediana fertilidade;
Exige FÓSFORO para a fixação do NITROGÊNIO;
Responde bem à adubação.
46 TÓPICOS DE FORRAGICULTURA TROPICAL
Pragas e doenças: Fungos (Oidium) são comuns em condições de alta umidade e temperatura;
Nematóides;
Insetos.
Consorciação: Vai melhor com plantas de grande porte e dotadas de crescimento cespitoso,
como o Capim Colonião, Guiné, Green-panic, Gordura e Napier.
CENTROSEMA
Clima e solos: Desenvolve-se melhor em regiões quentes e úmidas, embora produza bem em
áreas com precipitação menor que 1200 mm anuais.
Vegeta bem em solos Férteis, permeáveis, não tolera solos ácidos (necessário
fazer calagem)
GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 47
LEUCENA
Cultivares: CV Peru
CV El Salvador
Vários outros
Combater as formigas
Para corte: 10 a 20 plantas/m linear; sulcos espaçados em 0,80 a 1,0 m
Para consorciação usar sulcos com 2 a 3 m entre fileiras (1 planta/m)
Rendimento: 10 a 20 t MS/ha/ano
Utilização: Banco de proteína, pastejo direto com altura menor ou igual 2,0 m
Folhas com 20 % proteína bruta
Na formação iniciar pastejo leve a 0,60 m de altura
Resistência à pragas e doenças: Sem muitos problemas sérios. Apenas as formigas (saúvas)
causam grande prejuízo à cultura
DESMODUIM UNCINATUM
Resistência a Fogo, Geada e Seca: Seca: Baixa (menor que o Desmodium intortum)
Geada: Tolera
Fogo: sem informação
Utilização: Bom para pastejo, no entanto tem palatabilidade baixa porque tem alta
concentração de fenois
Não suporta altas taxas de lotação
DESDMODIUM INTORTUM
Clima e solos: Adaptado à grande variedade de solos desde os ácidos e mal drenados
Vai melhor em solos de média a elevada fertilidade
Tolerante à acidez
Pequena resposta ao calcário
Responde bem a fósforo, potássio e molibidênio
Necessita precipitações acima de 900 mm anuais
Utilização: Embora tenha boa resistência ao pastejo apresenta baixa palatabilidade. Pode ser
utilizada para produção de feno
DEMODIUM CANUN
Rendimento: 2 a 4 t MS/ha/ano
Pragas e doenças: Embora sem descrição acurada na literatura, sofre ataque de fungos
GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 51
OUTROS DESMÓDIOS:
ESTILOSANTES
Consorciação: Consorcia-se bem com gramíneas de porte baixo e de touceira mais aberta
como o jaraguá, pangola, Paspalum e buffel
ALFAFINHA DO NORDESTE
Origem: Brasil
Resistência a Fogo, Geada e Seca: resiste a todos após completar o seu ciclo
KUDZU TROPICAL
Origem: Ásia
Utilização: Pasto
Feno
Pasto consorciado (gordura, colonião)
Contenção de encostas, proteção contra erosão
CALOPOGÔNIO
Clima e solos: Desenvolve melhor em áreas com precipitação acima de 1200 mm anuais
Vegeta bem em solos relativamente pobres e secos
Não suporta excesso de umidade no solo
Resistência a Fogo, Geada e Seca: Seca: Suas folhas caem conforme avança a estação seca
Fogo: Boa resistência
Geada : Não resiste
AMENDOIM DE VEADO
Clima e solos: Precipitação deve superar 1000 mm anuais, ideal: 1500 mm anuais
Temperatura média de 25ºC
Solos de mediana fertilidade
Pragas e doenças: Insetos que se desenvolvem no interior das sementes ainda verdes
LAB-LAB
Origem: África
Variedades: Aproximadamente 70 -Sementes grandes e rajadas
Sementes amarelas e marrons
Rongai - Australiana
IAC - L 697
Clima e solos: Vegeta em ampla faixa de solos em clima tropical e sub-tropical com
precipitação acima de 500 mm anuais
Deve-se evitar locais sujeitos a encharcamento
Consorciação: Milho
Sorgo
MUCUNA PRETA
CUNHÃ
(CLITÓRIA)
Utilização: Verde
Feno: Cortar a 10 cm do solo com a planta com 50 cm
Não resiste ao pisoteio contínuo
SOJA ANUAL
Variedades: grande número (mais de 300) apresenta plantas com sementes, ciclos e portes
diferentes
Para forragem: Biloxi
Viçoja
Arlington
Soja Santa Maria (Sementes pretas)
Soja Santa Rosa
AMENDOIM FORRAGEIRO
Pragas e doenças: A principal praga do amendoim forrageiro é o Tetramyces urtice, ácaro que
possui ataque estacional e esporádico, sem causar danos severos a planta.
Alta resistência às Cigarrinhas
Consorciação: Consorcia-se bem com gramíneas agressivas tais como: Brachiaria decumbens,
B. humidicola, Paspalum notatum, Cynodon dactylon .
GALACTIA STRIATA
ZORNIA LATIFOLIA
ZORNIA DIPHYLLA
Origem: Índia
Aspectos vegetativos: Crescimento ereto ou decumbente
Folhas paripinadas com dois ou quatro folíolos
Ramos de 30cm de comprimento ou mais, glabros
As flores são pequenas, quando novas apresentam tonalidades
azuladas, depois se tornam amareladas.
Consorciação: com gramíneas em pastagens, já que é uma planta rústica, tolerante a seca.
ALFAFA
ETAPAS:
- Derrubada
- Queima: Branca: destroi a matéria orgânica transformando-a em cinzas Embora
destrua a matéria orgânica, a queima branca e desejável em
relação à escura porque favorece o manejo futuro da área.
Escura: sobra parte de árvores (troncos e tocos)
I - ESCOLHA DO LOCAL:
II - ESCOLHA DA FORRAGEIRA
Deve-se escolher espécies bem adaptadas à região e que atendam ao objeto da formação se é
para pastagem, para produção de feno, capineiras ou para serem ensiladas.
TOLERÂNCIA _
ESPÉCIE Resistente Moderadamente Moderadamente Susceptível
resistente susceptível
Andropogon gayanus X
Setaria sphacelata X
Panicum maximum (Makueni) X
Melinis minutiflora X
Brachiaria brizantha X
Brachiaria humidicola X
Panicum maximum X
Panicum maximum (Green panic) X
Panicum maximum (Guinezinho) X
Brachiaria decumbens X
Brachiaria ruziziensis X
Fonte: Adaptado de COSENZA (1981)
1. AMOSTRAGEM DO SOLO:
4. ÉPOCA DE AMOSTRAGEM:
6.2. (0 a 20); (20 a 40) e (40 a 60 cm) para acompanhar a evolução da fertilidade do solo,
levando a um conhecimento mais detalhado dos desbalanços nutricionais. E para plantio de
forrageiras de raizes mais profundas, por exemplo, leguminosas.
MUNICÍPIO _______________
PROPRIETÁRIO ___________
PROPRIEDADE ___________
IDENTIFICAÇÃO __________
CULTURA ________________
10. OBSERVAÇÕES:
a) Não retirar amostras simples próximas às casas, brejos, vossorocas, árvores, sulcos de
erosão, formigueiros, caminhos de pedestres, etc.
b) Nunca colocar as amostras compostas em recipientes usados ou sujos (lata de soda,
sacos de leite, adubo, calcário, cimento ou defensivos).
c) Enviar as amostras o mais cedo possível, no início do período seco.
d) As análises devem ser repetidas numa mesma gleba entre 1 e 4 anos.
Vai depender da intensidade de uso da cultura.
70 TÓPICOS DE FORRAGICULTURA TROPICAL
O material quando chega ao laboratório é colocado para secar ao ar, na sombra, e peneirado
com malha de 2 mm;
Os resultados são expressos em Volume de Terra “TERRA FINA SECA AO AR - TFSA;
Nos laboratórios integrados ao PROFERT/MG, da Comissão de Fertilidade do Solo do
Estado de Minas Gerais (CFSEMG) são as seguintes análises executadas:
pH em água;
Ca+2 : Cálcio trocável (meq/100 cm3 de solo);
Mg+2 : Magnésio trocável (meq/100 cm3 de solo);
Al+3 : Alumínio trocável (meq/100 cm3 de solo);
H + Al : Hidrogênio mais alumínio ou acidez potencial (meq/100 cm3 de solo);
K+ : Potássio disponível (ppm);
P : Fósforo disponível (ppm);
SB : Soma de bases: Ca+2 + Mg+2 + K+ (meq/100 cm3 de solo);
t = Capacidade relativa de troca de cátions (CTC efetiva)
t = SB + AL+3 ou (Ca+2 + Mg +2 + K+) + Al+3 (meq/100 cm3 de solo)
GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 71
OBSERVAÇÕES:
1. Para transformar ppm de K+ em meq de K+/100 cm3 de solo, basta dividir o valor em ppm
por 390.
2. Alguns laboratórios já executam análises de N, S e micronutrientes
3. Determina-se o teor de matéria orgânica (M.O.) que é dada em percentagem.
4. Alguns laboratórios fazem também análise granulométrica.
100 -
80 -
60 -
40 -
10 -
TEXTURA
0 5 10 ppm P - argilosa
0 10 20 ppm P - média
0 20 30 ppm P - arenosa
0 45 80 ppm K - - - - -
Teores de P e K no solo
72 TÓPICOS DE FORRAGICULTURA TROPICAL
90 10
80 20
70 MUITO 30
ARGILOSA
60 40
50 ARGILOSA 50
40 60
30 70
20 80
MÉDIA SILTOSA
10 90
ARENOSA
0 100
100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0
PORCENTAGEM DE AREIA
ADUBOS
C COMPATÍVEIS: Podem ser misturados
ORGÂNICOS
C NITRATO
SÓDIO
DE
CL COMPATIBILIDADE LIMITADA: Devem ser
C C NITRATO DE misturados pouco antes da aplicação
K
NITROCÁLCIO
C C C I INCOMPATÍVEIS: Não podem ser misturados
NITRATO AMÔINIO
C C C C
SULFATO AMÔNIO
C C C C C
C C C I I C URÉIA
FARINHA OSSO
C C C C C C C
FOSFATOS
C C C C C C C C NATURAIS
C C C C C C CL C C SUPERFOSFATO
SIMPLES
C C C C C C CL C C C SUPERFOSFATO
TRIPLO
C C C C C C C C C C C MAP
C C C C C C C C C CL CL C DAP
I C CL I I I I I I I I I I ESCÓRIAS
I C CL I I I I I I I I I I C TERMOFOSFATO
C C C C C C C C C C C C C CL CL CLORETO DE K
C C C C C C C C C C C C C CL CL C SULFATO DE K
C C C C C C C C C C C C C I I C C SULFATO K e Mg
I C CL I I I I I I I I I I C C CL CL I CAL VIRGEM E
CaCO3 CALCINADO
CALCÁRIOS
I C CL I I I I I I I I I I C C CL CL C C
GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 73
Resultados Gerais:
100 Kg de uréia 44 Kg de N
x 20 Kg de N x = 45,5 Kg de uréia
100 Kg de SS 18 kg de P2O5
y 80 Kg de P2O5 y = 444 Kg de super fosfato simples
Para achar a quantidade a ser aplicada, basta dividir qualquer dos elementos necessários/ha,
pelo elemento equivalente da fórmula comercial, multiplicando-se o resultado por 100.
Se desejarmos utilizar o fósforo: 20:80:40 é o que deve ser aplicado de cada elemento
mineral, então:
Profundidade: - de 15 a 20 cm
Época: de maio a junho
e) adubação:
Solos de Minas Gerais geralmente têm toxidez de Al+3 e baixos níveis de Ca+2 e/ou Mg+2.
PRNT é a percentagem do calcário que irá reagir para neutralizar a acidez do solo.
B- Quanto ao PRNT
A tomada de decisão sobre o corretivo a ser usado em cada região deve ser,
OBRIGATORIAMENTE, considerados os seguintes aspectos:
76 TÓPICOS DE FORRAGICULTURA TROPICAL
NC = Y x Al + [X - (Ca + Mg)]
Nesse método a calagem é calculada para elevar a saturação de bases a valores desejados.
NC = T (V2 - V1)
100
Onde:
ADUBAÇÃO ORGÂNICA
VANTAGENS:
1. Efeitos condicionadores:
1.1. Eleva a capacidade de troca de cations nos solos (CTC) altamente intemperizados e
arenosos.
1.2. Contribui para maior agregação das partículas do solo, reduzindo a susceptibilidade à
erosão.
Adubação de Formação:
Calagem:
a) Gramíneas tolerantes à acidez do solo:
¼ da dose indicada pelo método Al+3 e Ca+2 + Mg+2
Corrigir o PRNT para calcários com índice < 100
Sempre considerar o valor de Y
OBSERVAÇÕES:
“A adubação fosfatada é importante não só para garantir o estabelecimento, mas também para
facilitar a resposta ao Nitrogênio”.
Quantidade de P aplicada
ADUBAÇÃO DE MANUTENÇÃO
OBSERVAÇÕES:
1. As doses acima de P2O5 são recomendadas para solos de textura arenosa, com até 5 ppm
de P, e para solos de textura média e argilosa com até 3 ppm de P;
2. Para leguminosas tolerantes à acidez, usar até metade do P como fosfato de rocha (FR), o
restante como fonte mais solúvel;
3. Para leguminosas não tolerantes à acidez, usar apenas fonte mais solúvel;
4. Solos com potássio 80 ppm de K aplicar 30 - 60 ppm de K2O;
5. Recomenda-se a aplicação de 20 - 40 Kg de S/ha, se os adubos utilizados não os contiver,
ou não fornecerem esta quantidade;
6. Para a formação de pastagens consorciadas ou exclusivamente de leguminosas, recomenda-
se a aplicação de Zn (3 - 5 Kg/ha), de B (2 Kg/ha) e de Mo (200g/ha).
GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 83
ADUBAÇÃO DE MANUTENÇÃO
P2O5 K2O
Teor de P no solo Teor de K no solo N .
Baixo Médio Alto Baixo Médio Alto
60 30 0 60 30 0 -
CFSEMG (1989)
- Usar fonte de fósforo solúvel.
- Usar enxofre na mesma proporção da formação.
CAPINEIRAS:
Adubação orgânica:
Após o período de corte proceder a aplicação diária, na área que foi cortada, de esterco verde
disponível no estábulo.
Quando for receber ½ da calagem pode-se usar fosfato natural, incorporado entre 60 - 90
dias antes da calagem;
Se for receber calagem total, usar 2/3 da dose de P 2O5 com fosfato natural 60 - 90 dias do
plantio;
O fosfato de Rocha deve ser espalhado e incorporado
Usar 1/3 de P2O5 na forma de fosfato solúvel no fundo do sulco.
O Fosfato de Rocha deve ser espalhado a lanço e incorporado;
As doses de 100 Kg de N/ha e 100 Kg de K2O/ha devem ser parceladas em 2 aplicações,
sendo 45 dias após a brotação e no terço final do período chuvoso
Nos anos seguintes deve ser dividida em 03 aplicações, sendo no início, meio e final do
período chuvoso;
Recomenda-se a aplicação de 20 - 40 Kg de S/ha/ano, quando os fertilizantes usados não
fornecerem esta quantidade.
84 TÓPICOS DE FORRAGICULTURA TROPICAL
PRINCIPAIS ADUBOS
OUTROS ADUBOS:
PLANTIO
Plantio - O plantio deve ser feito imediatamente após a gradagem com grade niveladora ou
“Tipo Rome”. Esta operação continua visa favorecer a aderencia e nidação da
semente no solo garantindo assim uma melhor germinação e sobrevivência das
plantulas. O plantio pode ser feito a lanço ou utiizando-se plantadeiras em linha, neste
caso, há melhor aproveitamento dos nutrientes do adubo.
VC = %PUREZA x % GERMINAÇÃO
100
Densidade de semeadura recomendada de acordo com o valor cultural das sementes e número
de sementes por Kilograma (Kg)
MANEJO DE PASTAGENS
Menores taxas de lotação permitem um maior ganho por animal e um menor ganho por
área. Normalmente nesta condição aparecem na pastagem áreas subpastejadas (macegas).
No pastejo ótimo tem-se um equilibrio entre a remoção e a quantidade de forragem
produzida,. Neste caso ainda podem ser obtidos bons ganhos por animal por dia e ganhos
ótimos por área por estação de pastejo.
Na condição de superpastejo, “pasto rapado”, o ganho diário por animal é baixo e
ocorre redução do ganho por área. Nesta condição geralmente começam a aparecer invasores
e as plantas forrageiras começam a perder volume do sistema radicular.
ALTURA DE REBAIXAMENTO
Alturas médias do meristema apical de três gramíneas em diferentes idades (em cm)
_ Gamínea _
Idade Jaraguá Colonião Gordura
21 0,9 2,4 24,0
35 2,3 8,8 37,4
49 4,8 20,6 50,9
Estes dados ajudam a explicar a resistência ao pisoteio
GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 87
Funções:
a) Iniciar a rebrota
b) Garantir a sobrevivência do sistema radicular
c) Manter o sistema radicular respirando
d) Ajudar na reprodução
Variação dos teores de açúcares totais (% na MS) com a sucessão de crescimentos durante a
estação de pastejo
Idade (dias) .
14 28 48 56 70 84 94
a
Capim colonião I 6,7 8,0 6,3 4,9 4,4 4,4 5,0
II 6,9 5,6 3,2 4,6 4,2 4,7 5,4
III 6,6 6,7 5,1 7,6 6,6 7,8 8,7
IV 6,6 8,1 4,6 6,8 7,6 8,8 -
b
Capim gordura I 7,5 4,7 2,5 2,1 2,4 1,6 -
II 3,6 2,2 2,6 1,6 1,6 0,8 1,2
III - 4,4 3,6 3,0 3,2 4,0 3,7
IV 3,0 3,5 2,1 3,7 2,6 5,2 4,1
a - ARRUDA (Tese de MS - UFV/1977); b- MORAES (Tese MS - UFV/1977)
Conforme pode ser visto na tabela acima, as reservas organicas flutuam na planta ao longo da
estação de crescimento. O ideal é a planta ser pastejada quando as reservas organicas na base
do caule estiverem passando por um máximo. Felizmente existe uma alta correlação entre
altura da planta e acúmulo de reservas na base do caule. As alturas de entrada das forrageiras
recomendadas na tabela à seguir coincidem com uma quantidade de reservas na base do caule
suficientes para garantir uma boa rebrota.
88 TÓPICOS DE FORRAGICULTURA TROPICAL
Conforme mostra a tabela à seguir as plantas forrageiras apresentam um melhor valor nutritivo
quando mais novas. Se a planta não for pastejada entre 30 e 35 dias, para gramíneas
forrageiras, ocorre perda acentuada do valor nutritivo porque as plantas acumulam grande
quantidade de carboiddratos estruturais e de lignina. As leguminosas conforme mostra a tabela
tem perda de valor nutritivo menos acentuada que a das gramíneas. Isto permite um manejo
diferenciado para as áreas plantadas com leguminosas tanto para pastejo como para produção
de feno.
(vagens)
Siratro 17,4 - - 42,0 44,4 - LIMA et al, 1972
(floração) 18,0 - - 51,6 47,8 - idem
(vagens)
Soja perene 90 dias 12,8 0,23 0,88 62,9 62,9 - PEIXOTO, 1987
Soja perene 60 dias 16,4 0,22 1,00 56,9 - - RENNO, 1989
157 dias 14,1 0,19 0,97 50,9 - - idem
* VALORES IN VITRO . PB (proteína bruta); P (fósforo); Ca (cálcio); DMS (digestibilidade in vitro da MS);
NDT (nutrientes digestíveis totais); CMS (consumo de MS expressa po Kg 0.75)
GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 89
- Remoção de inflorescências;
- Pastejo alterando a fisiologia das plantas.
- A remoção de inflorescências tem efeito direto sobre a produção de sementes. Quando
pastejadas as plantas forrageiras alteram as taxas de crescimento de acordo com a intensidade
de pastejo e com as características morfofisiológicas.
Pastagens adubadas periodicamente, de acordo com a análise de solo, têm maior sobrevida,
são áreas que não perdem produtividade ao longo dos anos. No entanto, em condições
normais, a adubação não melhora o valor nutritivo da planta forrageira, mas cria condições
para emissão de maior número de aflilhos e de folhas novas que serão pastejadas seletivamente,
permitindo assim melhores desempenhos animais.
É importante lembrar que os adubos aplicados durante o período seco não trazem benefícios
para a planta forrageira nesta época do ano.
90 TÓPICOS DE FORRAGICULTURA TROPICAL
PASTO CONSORCIADO
escanificação pode ser feita por métodos físicos, químicos ou biológicos. Os mais usados são
físicos tais como uso de água quente ou desempenadeira de pedreiro. As sementes podem ser
escarificadas através de aplicação de substâncias químicas, que irão atacar o tegumento. O uso
de métodos biológicos tais como misturar as sementes no sal mineral são eficientes do ponto
de vista da escarificação, mas não são práticos, porque não garatem uma boa distribuição das
leguminosas nas pastagens.
Além do benefício da melhora do valor nutritivo da dieta selecionada, as leguminosas
também agem em simbiose com as bactérias do genero Rizhobuim e fixam consideráveis
quantidades de nitrogênio ao solo, substituindo as adubações nitrogenadas e melhorando a
produtividade das pastagens.
Pastejo Contínuo: - Trabalha-se com a mesma lotação nos períodos seco e chuvoso;
- Formação de áreas sub-pastejadas junto com áreas super-pastejadas;
- Neste sistema. é comum a formação de áreas sub-pastejadas juntamente
com áreas superpastejadas quando a pastagem não é bem dividida ou
quando não há um ajuste adequado da carga animal.
Quando ocorre formação de macega deve-se utilizar roçadeiras para
uniformizar o pasto, melhorar a produção de matéria seca da forrageira. O
fogo deve sempre ser evitado.
Pastejo Diferido: - Consiste na divisão da área em pelo menos duas partes, sendo que uma
delas fica reservada para a época da seca. Este tipo de pastejo geralmente
não permite bons desempenhos animais porque as forrageiras no período
seco apresentam-se com valor nutritivo baixo. Os ganhos de peso nestas
áreas podem ser melhorados através do uso de misturas minerais contendo
nitrogênio não protéico, principalmente uréia.
N = PD + 1 onde,
PP
N = Número de piquetes
PD = período de descanso sempre é calculado para a época das chuvas,
porque o crescimento das forrageiras é limitado pela disponibilidade de
água no solo, além da temperatura e luminosidade que são os outros
fatores que determinam o crescimento das plantas forrageiras.
COMBATE ÀS INVASORAS
Processos: a) Manual: Pode ser feito com foice, enxada e enxadão. é um processo caro e
problemático para regiões que não possuem mão-de-obra disponível. No entanto,
este tipo de limpeza das pastagens é o mais recomendável para áreas recém-
implantadas. Mesmo considerando o custo mais alto do primeiro ano, a roçada de
enxadão tende a reduzir a população de plantas no ano seguinte, ao contrário dos
processos mecânicos onde se usa roçadeiras;
b) Mecânico: Sempre que possível deve-se roçar mais de uma vez;
c) Químico (herbicidas): - é mais complexo
- pode ser mais barato
- Rápido
- É importante observar: dosagem, toxidez e período de
carência do produto;
- A adequada regulagem dos bicos
- Aplicar em dias com menor evaporação
GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 93
USO DO FOGO
CAPINEIRAS
FORMAÇÃO DE CAPINEIRAS
- Manejo:
- Capim Elefante: Deve ser cortado sempre rente ao solo. Quando a capineira for
utilizada para fornecimento no período seco, seria recomendável fazer um corte de
uniformização no final do período chuvoso visando melhorar a qualidade da forragem à ser
fornecida.
- Mesmo as áreas destinadas ao corte, podem ser pastejadas até o mês de fevereiro,
quando então sofrerão um corte de uniformização e serão adubados e reservadas para o corte
na época seca.
- Guatemala:
(80-120 t MV/ha/ano): - Corte a 15 cm do solo;
- Suporta dois cortes / ano;
- Menor conteúdo de fibra;
- Adubação semelhante;
- Baixa tolerância às geadas.
GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 95
Produção anual de massa verde (t/ha) de variedades de capim elefante em quatro localidades
da Zona da Mata de Minas Gerais no período de maio/82 a junho/831
Variedades CNPGL1 Barbacena Sarandira Rio Pomba 2 Média anual Média verão Média inverno
Taiwan A-146 113,9 99,3 85,3 162,5 115,3 85,8 29,4
Taiwan A-148 101,9 91,3 82,3 231,5 126,8 102,2 31,9
Mineiro 122,3 89,1 76,5 188,0 119,0 96,2 28,9
Napier SEA 112,6 88,0 63,2 145,0 102,2 84,2 23,3
Napier CNPGL 92,8 98,0 76,0 134,6 100,4 82,6 28,4
Cameron CNPGL 94,8 88,6 81,0 146,3 102,7 79,2 30,4
Cameron R. Pomba 108,0 ----- ----- 164,0 136,0 98,6 41,4
“Cana Africana” 149,7 ----- ----- 248,0 199,0 148,5 50,6
Cameron Sarandira 126,8 ----- 75,3 ------ 101,1 73,9 27,9
Napier Sarandira ------ ----- 91,5 ------ 91,5 65,9 25,6
Cameron Bicas 165,8 ----- ----- ------ 165,8 132,4 33,4
Cameron Lima Duarte 91,7 ----- ----- ------ 91,7 70,3 21,4
Cameron Barbacena 117,2 103,0 ----- ------ 110,1 72,2 30,8
Napier Barbacena ------ 100,2 ----- ------ 100,2 81,0 19,2
Vruckwona 60,2 ----- ----- ------ 60,2 45,7 14,5
Hb MVGx 239 DA-2 50,0 ----- ----- ----- 50,0 38,2 11,8
Média do local 107,7 94,7 78,9 177,5 110,8 84,4 28,1
1. Soma de seis cortes; 2. Soma de cinco cortes; 3. Soma de três cortes
96 TÓPICOS DE FORRAGICULTURA TROPICAL
FENO E FENAÇÃO
Vantagens:
1. Preservar o excesso de forragem para a época das secas (guardar matéria seca sob forma
palatável para o período seco).
2. Fácil de ser feito e de fácil manuseio.
3. Boa fonte de carboidratos, proteínas, Minerais, Vitaminas. A e D quando curado
devidamente.
4. Independe de qualquer processo fermentativo.
Fontes de material:
Deve ser utilizado material que tenha secagem rápida, tanto de hastes como de folhas.
Forrageiras que possuem talos muito grossos não são adequados.
2.1. Gramíneas: Jaraguá, transvala, Cynodon dactilon, angola, brachiárias, colonião, capim
elefante, coast-cross, tifton 85, estrêla africana, etc...
2.2. Leguminosas: Alfafa, estilosantes, soja perene, centrosema, desmódio, Kdzu tropical,
lab-lab, siratro, mucuna
1. Alto valor forrageiro: é função da espécie, idade, fertilidade do solo, técnica e clima.
5. Cheiro: característico.
6. Isento de microrganismos.
GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 97
1.2. Mecânico: a) Motor costal: segadeira de motor Costal, pode ser utilizada para áreas
pequenas
b)Segadeira ou ceifadeira:
Ceifam a 3 - 5 cm do solo;
Largura de 1,5 - 1,9 m;
Rendimento médio: 2 ha/h
e) Roçadeiras:
Pica e macera (não deve ser usada);
Perdas podem ser de até 55%;
Fardos pouco firmes - dificuldade no enfardamento;
Este gráfico, ilustra o problema de tempo de secagens diferentes entre hastes e folhas. Plantas
com estas características não produzem bons fenos.
GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 99
Estádio da planta: Quanto mais cedo o corte, melhor a qualidade do feno produzido. As
gramíneas não devem ser colhidas na época de floração, porque nesta fase, já estão com valor
nutritivo muito baixo. Quando se produz feno deve-se pensar sempre em obter uma forragem
de melhor qualidade.
Valor Produção
nutritivo de Matéria
Seca
Idade da planta
2. Secagem
b - Se não der ponto de feno deve-se enleirar o material à noite. As leiras devem ser
desfeitas após a saída do orvalho.
2.2. Secagem em galpões: Normalmente deve ser utilizada para completar a secagem de
forrageiras que perdem muitas folhas (leguminosas).
100 TÓPICOS DE FORRAGICULTURA TROPICAL
% H2 0
100 _
75 - 85 Forragens Verdes
75 --
60 -75 Silagem
0 --
Ponto de feno:
Deve-se retirar a umidade até 15 - 20% (ideal 15%)
3 - Usar frascos de boca larga com sal de cozinha (recuperação do sal sem grânulos):
a) Picar a forragem;
b) Encher um vidro de boca larga
c) Colocar uma colher de sal (Em dias normais, sem chuvas)
d) Tampar
e) Balançar o vidro
f) Virar de boca para baixo
g) Se recuperar o sal, o material está no ponto de ser enfardado
Armazenamento:
Perdas na fenação:
2. Perdas no armazenamento:
Material com 30% de água proporciona intensa respiração, a temperatura eleva-se até 45º
C (quando pára a respiração). Inicia-se a fermentação, elevando-se a temperatura até 70º
C, ocasionando a redução do valor nutritivo e podendo até chegar à combustão
espontânea.
Existe a possibilidade de ocorrência de Aspergillus spp em fenos mal conservados.
3. Perdas de folhas
a. Limpa-se o terreno;
b. Faz-se um sulco para drenagem;
c. Fixa-se uma vara no centro (mastro)
d. Fixa-se 2 bambus amarrados no mastro para ter-se idéia do Diâmetro maior e
do diâmetro menor;
e. Traz-se o feno que será distribuído em volta do mastro;
f. Dimensões: A altura deve ser igual ao diametro maior e uma vez e meia o
diametro menor.
USO DE FENIS:
Feno inteiro distribuido em locais apropriados que são denominados fenis. Um fenil pode ser
construido até com ajuda de bambus.
Ministração de feno:
Gado de leite: - Em muitos rebanhos o feno é fornecido durante todo o ano, mas em outros é
de aproximadamente 210 dias; em locais onde a suplementação é só no período seco
SILAGEM E ENSILAGEM
É bom lembrar que o processo de fermentação não melhora o valor nutritivo do alimento.
Quando bem elaborada, a silagem no máximo aproxima-se da forrageira que lhe deu origem.
Vantagens:
Milho
Escolha da variedade:
Embora existam muitos cultivares desenvolvidos para produção de forragem, sempre que
possível, deve-se dar preferência para cultivares graníferos que produzam boa quantidade de
massa. A silagem obtida à partir de cultivares graníferos tem melhor valor nutritivo, porque
contém maior quantidade de grãos e tornam a silagem mais energética e pode resultar em
economia de concentrados.
Um outro problema dos cultivares forrageiros é a possibilidade de acamamento, porque estes
geralmente são de porte alto. O acamamento dificulta e encarece a colheita.
Sempre que possível deve-se usar cultivares bem adaptados e já testados na região. Quanto
maior a produtividade por área, mais barato sai o custo por tonelada de silagem. O
acompanhamento agronomico é sempre desejável visando, utilizar de práticas adequadas de
preparo de solo e adubações bem balanceadas; levando a substancial economia no custo de
106 TÓPICOS DE FORRAGICULTURA TROPICAL
produção. Associa-se a isto o fato de que lavouras bem produtivas favorecem a produção de
silagens com maior proporção de grãos e portanto de mais alto valor nutritivo.
Adubação: De acordo com a análise de solo, aplicar nitrogênio, fósforo e potássio mais
zinco
Observações:
Sorgo:
- Escolha da variedade:
O sorgo também apresenta cultivares graníferos, forrageiros e de duplo proposito. Os
cultivares de duplo propósito são mais adequados para produção de silagem, porque resultam
em silagens de melhor valor nutritivo que dos forrageiros. Os sorgos graníferos não são
adequados porque produzem pequenas quantidades de massa verde.
Existem um grande número de cultivares de sorgo e a EMBRAPA/CNPMS tem
informações sobre a produtividade da maioria deles em quase todo o territorio brasileiro.
A maioria dos cultivares de sorgo possuem rebrota com altas concentrações de ácido
cianidrico (HCN). Portanto deve-se esperar 45 dias para permitir que os animais possam
pastejar a rebrota. As brotações novas possuem maiores concentrações de ácido cianidrico
portanto são necessários cuidados especiais para áreas submetidas a seca e geadas.
Capim elefante: - O capim elefante deve ser colhido entre 1,50 e 2,0m de altura. Neste ponto
ele possui muita água (80-85%) e deve ser submetido a pré-murchamento
de 8 a 10 horas de sol; Esta prática de manejo melhora em muito a
qualidade da silagem produzida porque diminui a produção de ácido
butírico dentro silo e resulta em silagens que são mais consumidas. No
entanto, submeter grandes áreas destinadas à produção de silagem ao pré-
murchamento dificulta e encarece o processo de ensilagem; o que torna está
prática aplicável apenas para áreas mais reduzidas. Quando cortado com
2,20 a 2,50m o capim elefante tem menos água (70-75%), mas neste ponto
já apresenta valor nutritivo muito baixo. Em muitos casos a solução prática
é ensilar o capim nesta fase.
Outros:
- Capim Guatemala - pouco utilizado porque tem baixos teores de carboidratos solúveis
- Capim colonião e Jaraguá - Normalmente não são utilizados porque possuem baixos
conteúdos de carboidratos solúveis, no entanto, existe e possibilidade de serem utilizados
quando bem tenros, como silagem pré-secada.
Preparo da silagem:
Momento da colheita: Milho: As melhores silagens são obtidas quando o milho possui
aproximadamente 35% de matéria seca. Deve esta em ponto de
pamonha duro e não simplemente em ponto de pamonha como
acreditam a maioria dos produtores.
Tamanho da partícula:
Silo Trincheira: - colocar lâmina de plástico nas paredes laterais (pode ser dispensável);
- encher 1 metro/dia;
- encher em forma de cunha;
- compactar com trator;
- colocar peso por cima (pneus velhos);
- cobrir com lona plástica tão logo descarregar a última
camada e colocar pneus velhos por cima.
Silo de superfície:
Por apresentar maior dificuldade de compactação o silo de superficie deve ser enchido
em apenas um dia. É preferivel fazer uma bateria de silos pequenos, a encher um único silo que
demore vários dias.
Contaminações:
Regulando bem a altura de corte, reduz-se a contaminação por terra que contém
microrganismos os quais alteram a fermentação.
GASES NO SILO: - Esses gases são tóxicos e podem matar. Constitui uma boa medida jogar
uma carreta de material dentro do silo, antes de iniciar as ações de
pisoteamento do material. Caso aconteça acidentes o socorro deve ser
prestado por pessoas amarradas em uma corda, para que possa ser içada
em situação de emergência.
- Maior problema nos silos aéreos ou silos cisterna de grande
profundidade;
GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 109
Lactobacilus
AÇÚCAR ÁCIDO LÁTICO
Streptococcus
AÇÚCAR ÁCIDO ACÉTICO
1. Fermentação butírica: material novo, úmido e rico em proteína, pode ser evitada expondo a
planta ao sol (pré-murchamento)
3. Fermentação doce: Ocorrendo quando a forragem esta com altos conteúdos de matéria seca
(40-45%). Pode ser evitada colhendo-se a planta no momento certo. Por exemplo, milho com
35% de matéria seca.
Vários sistemas e métodos podem ser propostos para classificar as silagens, pode-se
criar um sistema próprio com inclusão ou combinação de outros parametros.
Perdas na ensilagem:
Podem também ocorrer perdas no campo por acamamento da forragem (a máquina não
consegue colher). Neste caso deve-se procurar materiais genéticos das forrageiras que sejam
resistentes ao acamamento.
GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 111
Entre 0 e 30º C a respiração aumenta, a partir de 30º esta diminui até cessar
Até a fermentação láctea apresenta perda, porque o valor energético de 1 mol de glicose é
maior que 2 moles de ácido lático (677 Kcal vs. 652 Kcal)
Ocorre lixiviação quando: a forragem tem umidade excessiva; ou o material sofreu grande
compactação
Podem ser evitadas cortando a forragem com teor de MS ideal ou fazer pré-secagem e/ou
adição de material seco. Por exemplo: feno de capim elefante cortado quando novo
____________tratamentos_____________ CV dms
Parâmetros I II III (%)
a b
Matéria seca (%) 29,49 27,41 28,29ab 4,14 1,32
PB (% na MS) 11,30a 10,81a 5,34b 11,82 1,48
a a
EB (Kcal/g) 4,30 4,30 4,30a - -
pH 5,03a 4,76b 3,83c 7,78 0,10
Gonçalves (1978)
I - silagem com 0,5% de uréia mais 0,5% de carbonato
II - silagem com 0,5% de uréia
III - silagem pura
_______________tratamentos___________________
PARÂMETROS I II III IV
Consumo MS (g/Kg0,75) 64,52a 54,72b 39,88c 43,92c
A uréia não deve ser adicionada em níveis superiores à 0,5%. Mais de 0,5% deixa a silagem
com cheiro de amônia e as vacas rejeitam.
1. SILOS AÉREOS:
2. SILOS DE ENCOSTA:
3. SILO CISTERNA:
4. SILO TRINCHEIRA:
5. SILO DE SUPERFÍCIE:
“SILO CILÍNDRICO”
Nº de Diâmetro Altura Capacidade1 Área cultivada considerando-se as produções 2
Animais (m) (m) (t) 25 t/ha 35 t/ha
9 3,00 7,00 24 (20) 0,98 0,70
13 3,30 8,00 34 (30) 1,40 1,00
18 3,60 9,50 47 (41) 1,92 1,37
23 3,90 10,00 58 (51) 2,36 1,68
32 4,50 10,50 82 (72) 3,35 2,40
44 5,00 11,70 113 (99) 4,60 3,28
50 5,00 13,20 129 (113) 5,28 3,77
1 - Capacidade de armazenamento considerando-se período de alimentação de 150 dias e
consumo diário de 15 Kg/animal
* Os dados entre parênteses referem-se à quantidade de silagem disponível para alimentar
os animais, considerando-se perdas de armazenamento de 12%.
2- Para cálculos das áreas cultivadas considerou-se a capacidade de armazenagem do silo,
computadas as perdas de campo
“SILO DE SUPERFÍCIE”
Altura Largura (m) . Comprimento Dimensão da lona Capacidade 1 (t) .
(m) Base (B) Topo (T) ( m) plástica superior (m) Capim Milho ou Sorgo
1,40 - 1,60 5 4 6 8x9 21 17
1,40 - 1,60 5 4 7 8 x 10 25 20
1,40 - 1,60 5 4 8 8 x 11 29 23
1,40 - 1,60 5 4 9 8 x 12 32 26
1,40 - 1,60 5 4 10 8 x 13 36 29
1,40 - 1,60 5 4 12 8 x 15 43 35
1,40 - 1,60 5 4 13 8 x 16 47 38
1,40 - 1,60 5 4 14 8 x 17 50 41
1- Capim com aproximadamente 20 - 30% de matéria seca e o milho ou sorgo com 30 a 35%,
e tomando as densidades de 498 e 403 Kg/m3, respectivamente
a) Densidade da silagem
c) Espessura mínima para a camada de corte diário da massa ensilada (para o trato)
e) Detalhes construtivos:
- Silos cilíndricos aéreos: para cada metro de diâmetro usar 2 a 2,5m de profundidade
- Silos cisternas: usar 1 metro de diâmetro para cada 1,5 a 2,0 m de profundidade
- Silos trincheiras não devem ter altura superior a 2,5 m (ideal = 2,0 m) para descarga
manual
- Silos trincheiras devem ter base menor (b) de no máximo 4,0 m
- Silos aéreos ou de encosta não devem ter mais de 12 m de altura, devido à problemas de
enchimento e estabilidade estrutural.
1 m3 500 Kg de silagem
x 4000 Kg de silagem x = 8,0 m3/dia devem ser retirados
S = b + b + 0,5 + 0,5 b
Comprimento do silo = 120 dias x 0,30 m 36 metros (como foi maior que 20 m, dividir
por 2)
V = 26,6 x 18 V = 478,8 m3
1,0 m3 500 Kg
478,8 m3 x x = 239,4 toneladas de silagem aproximadamente
240 t
Cálculo da área a ser plantada:
1 ha 30 toneladas
x 240 toneladas x = 8 ha para encher o silo
Obs: Como a base menor superou 4,0 metros, deve-se redimencionar o silo. para tanto,
divide-se a area por 4.
b = 3,94
B = b +1 B = 4,94 m
Deve-se lembrar de que dividindo a base menor por 4, ou qualquer outro número, torna-se
necessário multiplicar-se o comprimento pelo mesmo fator, caso contrário tem-se volume e
quantidade de silagem subestimada para alimentar os animais durante o período pré-
determinado.
118 TÓPICOS DE FORRAGICULTURA TROPICAL
S = (b + b) h
2
Substituindo-se o valor de h
S=b+b+1 x2 S = 2b + 1
2
S = 9 m2
Aqui deve-se observar se a espessura diária de corte é maior do que a mínima exigida
para cada tipo de silo. No exemplo atual o mínimo para retirar é de 0,15 m/dia.
Volume Peso
1 m3 600 Kg
x 2000 kg x = 3,33 m3/dia
h = 120 x 0,3 h = 36 m
Silagens com menos de 7% de proteína bruta tem o consumo diminuido porque tem
baixa digestibilidade
Silagens com pH muito baixo (pH < 3,6) são pouco consumidas, os ruminantes
rejeitam o sabor ácido
4. Tamanho da partícula:
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
HACKER, J. B. Nutricional limits animal production from pastures. C.S. I. R. O., 1984.
PEIXOTO, A. M., MOURA, J. C., & FARIA, V. P. Pastagens na Amazônia. FEALQ, 1986.