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RESUMO (PESQUISA)

●CAPÍTULO II- A (re)invenção do passado: memória, tradição e identidade baiana


em Xavier Marques

●INTRODUÇÃO DO CAPÍTULO II:

1. Após a independência do Brasil, foi no século XIX que a nação brasileira


passou a buscar a própria identidade. A Bahia, por exemplo, passou a ser
vista por muitos como a "primogenita de Cabral", mas esta visão que
engrandecia as belezas naturais da Bahia acaba por deixá-lo à margem do
poder nacional, ou seja, um estado passivo. Gilberto Ferreira Sena Junior
traz as perspetivas do escritor baiano Xavier Marques em duas obras "Uma
família baiana" e "O sargento Pedro" em que Xavier exalta a Bahia, tanto
das belas paisagens naturais quanto da população baiana.

●2.1. O romance "Uma família baiana" e as representações de baianidade:

1. Nesse romance, Xavier procura abordar a estrutura da família baiana, o


mesmo analisa as belezas e a sociedade baiana, tanto em uma ótica social-
histórica quanto em uma ótica geográfica no final do século XIX. O autor
busca analisar criticamente, partindo do social realista a "boa Bahia"
destacando elementos dos quais Salvador, como as tradições, qualidades
físicas e tbm por ser uma "subordinada" do capital, entre outros aspectos.
Ao escrever a obra, o autor se inspirou nas pessoas a sua volta, criando
persongens fictícios que faziam alusão à realidade de seu período, trazendo
assim, traços do comportamento dos soteropolitanos.

2. Apesar do autor fazer a obra criticamente, ele permaneceu com uma escrita
rebuscada, e um pouco romântica para atender às exigências da Academia
Brasileira de Letras, evitando levar o leitor a construir imagens ruins de
Salvador nesse período. A obra de linguagem culta acaba se distanciando
de alguns pontos populares. Xavier abordou as peculiaridades baianas,
qualidades físicas e tradições.

3. Marques traz a ótica de um paulista com relação às suas impressões da


Bahia. Por meio deste personagem, é notório que as imagens que a elite
baiana quer passar para os de fora é sempre a da "boa Bahia" escondendo
assim alguns elementos de intrigas entre o povo baiano, alguns dos
"desencantos" do local. O coronel Antunes, um personagem baiano, do
qual a sua família a principal no enrredo do livro, exalta a imagem do "ser
baiano" quanto à "coletividade baiana", ajudando na formação de um
imaginário coletivo brasileiro com uma ótica voltada para a exaltação do
povo baiano, dando ênfase ao orgulho baiano.

4. Na obra fica claro a busca pela formação da identidade nacional brasileira


e a existência da grande rivalidade entre colonos portugueses e baianos, e
o sentimento se pertencimento ao local em relação ao "quem somos?".
Alguns problemas da identidade era devido ao não reconhecimento da
história da Bahia. O escritor da obra tinha por objetivo restaurar o bom
cenário do passado Bahia com glórias e tradições, a fim de fazer relação
com a atual cenário de uma Bahia atrasada em relação aos demais estados
brasileiros.

●2.2. As tradições da independência e a identidade baiana no romance "O


sargento Pedro":

1. No final do século XIX para início do século XX, a Bahia passava


por um momento de acentuação da sua participação nas batalhas contra
Portugal, a fim de conquistar a independência da Bahia que hoje é
comemorada através do feriado "Dois de julho" a data que demarca a
independência do estado da Bahia do domínio português. Esse momento
foi importante para a Bahia que buscava mostrar para o Brasil que a sua
formação histórico-social foi de grande relevância o quadro político da
nação brasileira, sendo assim, as tradições baianas passaram a ser
divulgadas em todos os estados brasileiros, para construir um imaginário
coletivo da nação para a reafirmação da ótica da "boa Bahia".

2. Em "O sargento Pedro", Xavier retrata a vontade que o personagem


Pedro, um sujeito da Ilha de Itaparica, carpinteiro naval que luta pela
independência do Brasil, com isso, o autor, consegue trazer nesta obra as
"tradições da coletividade do povo baiano". Pedro é um personagem tido
como herói que representa todo um agrupamento do povo baiano nesse
período, representa o sonho dos brasileiros de ficar fora do domínio
estrangeiro e ter liberdade total. Segundo Jorge Araújo, "nenhum outro
estado pagou com tanto sangue o tributo à liberdade da nação brasileira",
o que promove ainda mais o fortalecimento do orgulho baiano.

3. Os romances "O sargento Pedro" e "Uma família baiana" ambos de


Xavier Marques, tem em comum a exaltação da beleza natural da Bahia,
enquanto sua divergência está presente quando o autor resolve pontuar "o
resgate da memória coletiva do povo baiano" no momento dos conflitos
entre brasileiros e estrangeiros colonizadores, na luta pela independência.
Segundo Gilberto Ferreira, Marques, no final do livro, pontua brevemente,
a participação feminina nas lutas, ou seja, não foi exclusividade masculina.
O romance tem seu fim com a vitória dos brasileiros, que se livraram do
domínio português.

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