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Comentários sobre a segunda Carta de São Paulo aos Coríntios

A segunda Carta de São Paulo aos coríntios é conhecida como “a carta em lagrimas” conforme
podemos ver em (2 Cor 2,1- 4). Mas porque Paulo escreveu essa carta com tanta tristeza em seu
coração?

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Vimos na primeira Carta que São Paulo fundou a Comunidade de cristã de corintos em sua
primeira viagem missionária (50/51 d C). Depois de passar um ano de meio edificando a mesma
Paulo foi para Eféso 54/57 d C, onde ficou por mais três anos.

De Éfeso ele recebe noticias que a Comunidade onde escreve a segunda Carta, com um tom
bem mais severo e enérgico (2 Cor 10,10), do que a primeira;

Esta segunda carta aos coríntios é a mais pessoal dentre as epístolas paulinas. Nela sente-se
vibrar mais intensamente os diversos sentimentos que agitam o espírito tão sensível de Paulo.
"Paulo não escreveu nada de mais eloqüente, nada de mais comovente, de mais apaixonado do
que esta epístola. A tristeza e alegria, o temor e a esperança, a ternura e o desdém vibram nela
com a mesma energia" (F. PRAT).

O conteúdo da carta: Enquanto a primeira Carta aos Coríntios falava dos problemas Comunitários
a segunda Carta fala sobre a autoridade apostólica de Paulo (2 Cor 11,5) “Na verdade, entendo
que em nada sou inferior aos “super-apóstolos”! É um livro extremamente rico pelo qual somos
privilegiados para ver o coração de uma das grandes personagens da História, o apóstolo Paulo.

Essa carta enérgica foi motivada devido ao fato de no seio da Comunidade terem surgido falsos
mestres, Judeus que se diziam contra Paulo, o que gerou grande confusão na comunidade ao
ponto de muitos cristãos duvidarem de sua autoridade.

Paulo nesse meio tempo visita Corinto, mas volta com o coração entristecido e amargurado, ao
ponto de desejar não visitar mais a comunidade. Mas um de seus cooperadores Tito volta a
Éfeso com boas noticias de que a paz voltava a Comunidade e todos desejam novamente a
presença do mesmo.

Paulo então planejando voltar a Corinto depois de voltar da Macedônia escreve a carta, contando
aos mesmos as alegrias e sofrimentos da vida apostólica, motivando os mesmos a não perder a
esperança por causa das inúmeras perseguições.

Paulo rasga seu coração para falar da autenticidade de seu ministério:

1º Revelando sua extrema paixão por Cristo (2 Cor 5,14 a) O amor de Cristo nos constrange.

2º Sua paixão pelo Evangelho (2 Cor 4,7) Ora, trazemos esse tesouro em vasos de barro, para
que todos reconheçam que este poder extraordinário vem de Deus e não de nós.

3º De sua paixão pela Comunidade: (2 Cor 6,11) Ó coríntios, nossa boca abriu-se para vos falar,
nosso coração dilatou-se.
4º As inúmeras provações que suportou por causa do ministério: (2 Cor 4,8-12; 2 Cor 6,4-10 e 2
Cor 11,23-29). A carta é um manancial de salvação para aqueles que sentem o chamado
missionário, revelando os combates de tribulações que enfrentaremos nos lançando a missão. De
fato o autor de Eclesiástico já nos preparava: Se te apresenta para servir a Deus, prepara a sua
alma para provação. (Eclo 2,1).

5º Sua experiência mística com o Senhor, quando foi arrebatado e ouviu palavras inefáveis no
terceiro céu, se tornando apóstolo de Cristo (2 Cor 12).

6º O mistério de seu espinho na carne (2 Cor 12,7) Não sabemos de esse espinho, era de ordem
espiritual, física, psicológica... Alguns dizem que era uma enfermidade nos olhos, mas sem
mencionar qual era esse espinho, a Palavra nos exorta que foi dada a Paulo essa provação para
que o mesmo não se exaltasse mediante as revelações que recebeu quando foi arrebatado.

Paulo revela que seu ministério, é fruto não de suas forças, mas da graça. BASTA-TE A MINHA
GRAÇA!

Dentro dessa Carta também podemos destacar:

O ministério da nova aliança, como diz Paulo não da letra que mata (a lei de Moisés que gerou o
farisaísmo), mas do Espírito que da a vida em Cristo (2 Cor 3,6); Se o primeiro foi revestido de
glória, o segundo é ainda maior, e nele podemos ser transformados de glória em glória segundo o
Espírito do Senhor. Nele e em Cristo somos novas criaturas, o que era antigo se passou agora
tudo se faz novo (2 Cor 5,17).

A coleta em favor dos pobres (cap 8/9) Quando Paulo foi reconhecido como Apóstolo, pelas
colunas da Igreja: ”Pedro e Tiago e João” (veja Gálatas 2,1-10 e Atos 11,27-30). Os mesmos só
lhe recomendaram somente uma coisa, que Paulo e Barnabé se lembrassem dos pobres. Paulo
não esquecendo dessa recomendação solicita a Comunidade aos Coríntios e de uma forma mais
ampla as Igrejas locais a ajudarem a Igreja mãe de Jerusalém.

No capitulo 13 Paulo revela que deseja visitar a Comunidade por uma terceira vez para visitar os
seus, edifica-los e forma-los na fé. Paz e pentecostes!

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