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Lê o texto que se segue.

PEDRO ALECRIM VAI À ESCOLA

Quando a campainha atordoa todos os sítios, ninguém corre para dentro


das salas. O senhor Inácio, o contínuo, costuma dizer que parecemos bichos
gordos a caminho do açougue.
E é quase verdade. No princípio do ano, corremos para as salas para
conhecer os professores. Mas, à medida que o tempo vai passando, a vontade
esmorece. Cada professor tem a sua mania, um tique especial.
E há colegas meus que passam todo o ano a fazer provocações. Lembro, por exemplo, o dia em
que o Luís levou para a sala um rato de borracha. Pô-lo em cima da mesa, escondido entre os livros. A
professora de matemática, que tinha por hábito passar a aula de pé, percorrendo mesa por mesa, pôs uma
mão na mesa do Luís. E ele não perdeu tempo: com a ponta da esferográfica empurrou o rato
devagarinho... devagarinho. Quando chegou aos dedos da mão da professora, esta deu um grito muito
forte e, tresloucada, abriu a porta e desapareceu.
Voltou pouco depois, branca como a cal e, secamente, informou que o Luís tinha de ir ao Conselho
Executivo da escola.
O Luís lá foi e, mais tarde, não quis contar o que lá lhe tinham dito. Na aula seguinte, muito sério,
pediu desculpa à professora e explicou que lhe tinha passado aquela ideia pela cabeça: gostava de ver
como as pessoas reagiam ao verem de repente um inocentíssimo rato de borracha...
Confesso que em algumas aulas sinto o coração a bater com mais rapidez. Há disciplinas que não
são lá muito do meu agrado, e eu detesto tirar negativas.
Se eu fosse professor, explicava sempre o porquê das coisas, com palavras mais fáceis para que
toda a gente compreendesse.
Se eu fosse professor, não dizia “isto é azul”. E ponto final. Ou será que há coisas que não têm
explicação?
Nos intervalos, a afluência ao bar da escola é grande. As empregadas não têm mãos para tantos
braços levantados, tanta gritaria, tanta confusão.
Raras vezes lá apareço. Fico a um canto a falar com o Nicolau, agarrado ao pão com marmelada,
queijo ou manteiga que minha mãe nunca se esquece de meter na pasta.
O Nicolau nunca come depois das refeições. E ri:
- Se eu comesse assim, um dia destes dava um estoiro!
Não conseguimos perceber como há colegas com tanto dinheiro no bolso. E alguns até maços de
tabaco compram e fumam às escondidas.
Às vezes ninguém pode estar num quarto de banho com o fumo e o cheirete a tabaco.

António Mota, Pedro Alecrim, ASA, Alfragide, 2014

3. Localiza a ação no espaço, referindo os locais onde as personagens se movimentam.


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4. Ao longo do ano letivo, os alunos reagem de forma distinta ao toque da campainha.

4.1. Transcreve as sequências do 1.º e do 2.º parágrafos que revelam as reações dos alunos no início
e no decurso do ano letivo.
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4.2. Explica por palavras tuas a reação dos alunos ao toque da campainha “à medida que o tempo vai
passando”.
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5. Com a ponta da esferográfica, o Luís “[...] empurrou o rato devagarinho... devagarinho.”

5.1. O que pretendia Luís com o seu gesto?


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6. A professora reprovou a atitude de Luís.


Transcreve a passagem do texto que confirma esta afirmação.
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7. “[...] Voltou pouco depois, branca como a cal [...].”

7.1. Assinala com X o recurso expressivo presente na frase transcrita.

a) Enumeração c) Comparação

b) Personificação d) Onomatopeia

7.2. Explica de que modo esse recurso expressivo contribui para o sentido da frase.
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8. A narrativa serve de pretexto para algumas reflexões do narrador sobre o comportamento de certos
alunos da sua escola.
Consideras que as suas reflexões se adequam aos alunos de hoje? Justifica a tua resposta.
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Grupo III
Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas.

1. Identifica a classe e a subclasse da palavra sublinhada na frase que se segue:


Quando a campainha atordoa todos os sítios, ninguém corre para dentro das salas.

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2. Identifica a função sintática das expressões sublinhadas nas frases seguintes.

a) O Luís levou o rato de borracha para a sala.


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b) Na aula seguinte, muito sério, pediu desculpa à professora.


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2.1. Reescreve as duas frases anteriores, substituindo as expressões sublinhadas pelos pronomes
pessoais correspondentes.

a) ______________________________________________________________________________

b) ______________________________________________________________________________

3. Faz corresponder o constituinte sublinhado nas frases da coluna A à sua função sintática, indicada na
coluna B.

Coluna A Coluna B

A. No princípio do ano, os alunos correm para as salas.


B. O Luís portou-se mal.
1. complemento oblíquo
C. A professora informou secamente que o Luís tinha de
ir ao Conselho Executivo.
2. modificador
D. O Luís foi ao Conselho Executivo.
E. O Pedro não gosta de algumas disciplinas.
F. O Pedro conversou com o Nicolau no bar da escola.

A. ______ B. ______ C. ______ D. ______ E. ______ F. ______

4. Seleciona a única frase que contém um constituinte com a função de predicativo do sujeito.
a) Nós corremos para as salas para conhecer os professores.

b) A professora tinha por hábito passar a aula de pé.

c) A afluência ao bar da escola é grande.

d) Eu detesto tirar negativas.

Grupo IV
1. Com o mínimo de 140 e o máximo de 200 palavras, escreve:
A) um texto de opinião sobre a venda de guloseimas e bolos na escola.
Pensa nas razões que possam justificar a tua posição (a favor ou contra).
O teu texto deve incluir:
- uma introdução em que apresentes o assunto;
- um desenvolvimento, no qual deverás expor a tua opinião e as razões que a justificam;
- uma síntese em que reforces a tua opinião sobre o assunto.
OU
B) um texto expositivo/informativo sobre o que é necessário fazer para ter sucesso escolar.
O teu texto deve:
- conter uma introdução em que identifiques o tema que vais desenvolver;
 O que significa para ti ter sucesso escolar?
- apresentar, no desenvolvimento, informação relevante sobre os aspetos que têm influência no
sucesso escolar de um aluno;
 Quais são as características de um aluno com sucesso?
 Que condições deve ter a escola para promover o sucesso dos seus alunos?
 De que forma podem contribuir os pais e outros familiares para o sucesso dos estudantes?
- incluir uma breve conclusão em que encerres o texto.

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