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Falta de civismo

06/09/2019 - 05:00
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Hélio Rocha

"É preciso que se volte a exercitar os sentimentos cívicos e patrióticos, a partir


da escola”

Existe uma decadência da prática de civismo no Brasil e, como resultado


disso, os feriados com maior importância cívica, caso do 7 de setembro,
passaram a ser levados em conta apenas como um dia de descanso.

Note-se que 7 de setembro deste ano sofre uma espécie de lamento por ser
sábado, existindo já, por incrível que pareça, uma expectativa em relação ao
ano que vem, quando irá ocorrer um feriadão, pois cairá em uma segunda-
feira. Tempos atrás havia um exercício de civismo entre a população. Os
estudantes, por exemplo, eram estimulados a redigir textos cívicos, como em
relação à data da independência brasileira. O dia 7 de setembro não era, como
hoje, levado em conta apenas como um feriado.

Praticamente todas as escolas tinham representação nos desfiles nesta data.


Durante os preparativos para a parada, os estudantes também se envolviam em
reflexões sobre patriotismo. A falta de civismo é algo muito negativo, pois
deixa a sociedade meio alienada, indiferente a causas do patriotismo e da
dignidade nacional.

É preciso que se volte a exercitar os sentimentos cívicos e patrióticos, a partir


da escola, formando-se, na consciência de cada um, apostólico compromisso
com o amor à Pátria.

É claro que esta decadência da prática de civismo acaba afetando


negativamente o sistema político, com a consequente queda de qualidade do
voto dos eleitores e do desempenho dos que são eleitos. É pena, isto é muito
ruim para o País.

Nada mais evidente também é o fato de que o exercício do civismo em larga


escala na sociedade contribuirá muito para a redução das práticas corruptas,
mal que tanto aflige hoje o povo brasileiro.

Nas escolas ensinava-se literatura cívica, da qual é grande exemplo a poesia


de Olavo Bilac, que em parte foi dirigida à infância. Como no caso deste
conhecido poema: “Criança! Não verás nenhum país como este! Olha que
céu! Que mar! Que rios! Que floresta! A natureza, aqui, perpetuamente em
festa. E um seio de mãe a transbordar carinhos. Vê que vida há no chão! Vê
que vida há nos ninhos, que se balançam no ar, entre os ramos inquietos! Vê
que luz, que calor, que multidão de insetos! Vê que grande extensão de matas,
onde impera, fecunda e luminosa, a eterna primavera!

Boa terra! Jamais negou a quem trabalha o pão que mata a fome, o teto que
agasalha… Quem com o seu suor a fecunda e umedece, vê pago o seu esforço,
e é feliz, e enriquece! Criança! Não verás país nenhum como este.”

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