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OFICINA DE REDAÇÃO

Professores: Genivaldo – Hilton - Rakell


1. A estrutura do parágrafo:

Dica 1: É primordial que você entenda que o parágrafo deve ser constituído de apenas uma ideia, que aqui
chamaremos de ideia-núcleo;

Dica 2: As ideias desenvolvidas em cada parágrafo devem estar relacionadas com a ideia principal do texto, que
geralmente é apresentada na introdução;

Dica 3: Para iniciar seu parágrafo, apresente o tópico frasal. Mas o que é um tópico frasal? O tópico frasal nada mais
é do que a frase inicial de cada parágrafo, frase que resumirá a ideia a ser desenvolvida;

Dica 4: Um tópico frasal longo pode ocultar a palavra-chave do parágrafo;

Dica 5: E quanto ao tamanho ideal de um parágrafo?

Dica 6: Existem diferentes formas de organização de parágrafos, contudo, nos textos dissertativo-argumentativos e
também em alguns gêneros do universo jornalístico, os parágrafos geralmente seguem uma estrutura-padrão;

Dica 7: Os parágrafos existem para dar um intervalo entre um assunto e outro dentro do mesmo tema;

Dica 8: Se ao final de seu texto você perceber que acabou misturando ideias diferentes em um mesmo parágrafo, não
se desespere: tenha paciência e reestruture-os.
2. Tipos de tópicos frasais

Existem seis formas diferentes de construir um tópico frasal:

2.1. Declaração inicial;


– Exemplo:
“Não há ligação direta entre a violência urbana e a pobreza ou o racismo. Suas raízes estão lançadas, na
verdade, sobre uma sociedade desigual, que privilegia uma minoria, deixando todos os demais à margem da
sociedade, distante de oportunidades iguais”.

2.2. Definição;
- Exemplo:
“A pena de morte é o grito lancinante de uma sociedade sem fé e esperança. Ela determina que todos os limites
foram extrapolados e que a única possibilidade de manter a convivência social é eliminando o criminoso para
evitar a reincidência do crime”.

2.3. Contraste ou comparação;


- Exemplo:
“De um lado estão os professores: mal remunerados, sem estímulo e abandonados pelo poder público. Do outro,
gastos exacerbados com computadores e inovação. Esse é o paradoxo da educação brasileira“.
2.4. Divisão;
- Exemplo:
“A educação é minuciosa, complexa e demora. Ela se divide em três etapas: educação básica, ensino médio
e ensino superior. Apenas a qualidade constante nessas diferentes fases constroem um ser humano maduro,
capaz de tomar decisões equilibradas e definir com sabedoria seu destino”.

2.5. Alusão histórica;


- Exemplo:
“Depois da derrubada do muro de Berlim, teve fim o antagonismo leste-oeste. O mundo, então, parece ter
aberto as portas para a globalização em definitivo, com uma economia em acelerada rota de competição“.

2.6. Interrogação.
– Exemplo:
“Aumentar a carga de impostos vai, de fato, melhorar a saúde no Brasil? O contribuinte desacreditou do
sistema, pois tira cada vez mais dinheiro do bolso e não vê retorno nas áreas administradas pelo Estado.
Por isso, o povo se sente lesado.
3. Natureza do Parágrafo:

3.1. Introdução: Exemplo de Redação Nota 1.000 INEP

"Ao longo de toda a história brasileira, diversos entraves foram


encontrados na tentativa de desenvolvimento da nação. Infelizmente, dentre
eles, destaca-se, devido à sua recorrência na conjuntura hodierna, a difícil
democratização do acesso ao cinema no Brasil. A partir de uma análise desse
impasse, percebe-se que ele está vinculado não só à desigualdade regional —
que é enorme no país —, mas também à ineficácia do Estado na solução
desse infortúnio.
3.2. Desenvolvimento:

Em primeiro plano, é incontrovertível a grande concentração de investimentos em apenas


algumas partes do Brasil, ao passo que em outras eles inexistem. Em 1808, ao chegar ao Rio
de Janeiro, a família real, com o intuito de modernizar a cidade para seu próprio proveito,
construiu muitos ambientes de difusão de cultura — como a Biblioteca Nacional —, além de
fomentar a criação de infraestrutura para futuros projetos, como salas de cinema. No
entanto, desde o século XIX, tais investimentos ocorreram apenas nos grandes centros
populacionais do país, o que negligenciou locais menos favorecidos — como o Norte e o
Nordeste —, e fez com que, segundo dados do site "Meio e Mensagem", apenas cerca de
17% da população possa ir frequentemente ao cinema. Dessa forma, evidencia-se que a
desigualdade regional, que existe desde o período colonial, é um dos fatores primordiais na
elitização do acesso ao cinema, o que faz com que ele não seja democrático.
Ademais, é irrefutável a ineficiência das autoridades na resolução desse problema,
visto que ele persiste no contexto atual. De acordo com o filósofo e sociólogo
iluminista, John Locke, esse fato configura uma quebra do contrato social, uma vez
que, ao revogar o "Estado de Natureza" — momento em que o homem não é
obrigado a seguir leis e tem total liberdade —, com objetivo de ser governado pelo
Estado, os cidadãos esperam que esse amenize as mazelas sociais e promova a
igualdade de direitos a todos, o que não ocorre atualmente no Brasil. Desse modo, o
contrato é diariamente quebrado no país, posto que os habitantes de regiões mais
carentes nem sequer têm acesso à cultura presente em salas de cinemas, o que,
lamentavelmente, aumenta a desigualdade social e impede que todos tenham as
mesmas oportunidades. Logo, é inegável que essa situação, que ocorre devido às
disparidades regionais, apenas intensifica, porquanto o governo não age em prol da
resolução dela.
3.3. Conclusão:

Portanto, partindo-se do pressuposto de que a democratização do


acesso ao cinema no Brasil é árdua, é mister que medidas sejam
implementadas para solucionar essa problemática. Sendo assim, o governo,
por ser o responsável por esse impasse, deve, por meio da construção de
cinemas em locais menos favorecidos, garantir o acesso de todos os
cidadãos a esses ambientes culturais, com o fito de que todos os brasileiros
possam ter, finalmente, iguais condições de usufruir dos filmes exibidos nas
salas de cinemas. Isso, consequentemente, acarretará uma diminuição da
desigualdade sociorregional vigente no território nacional e uma melhor
qualidade de vida à população. Somente dessa maneira o Brasil poderá se
desprender das amarras da colonização e progredir em direção ao futuro
mais justo e mais humano."
A participante demonstra excelente domínio da modalidade escrita
formal da língua portuguesa, uma vez que a estrutura sintática é
excelente e o texto não apresenta desvios de escrita.

Há também, nessa redação, um repertório diversificado de recursos


coesivos, sem inadequações. Há articulação tanto entre os parágrafos
(“Em seguida”, “Portanto”) quanto entre as ideias dentro de um mesmo
parágrafo (como “esse movimento” e “tal processo”, no 1º parágrafo; “de
modo que” e “uma vez que”, no 2º parágrafo; “ainda” e “assim”, no 3º
parágrafo; e “Para tanto” e “essa proposta”, no 4º parágrafo).
COMPETÊNCIAS E HABILIDADES:

Domínio da escrita formal da língua portuguesa - São seis níveis de desempenho:


2. Compreender o tema e não fugir do que é
proposto:
3. Selecionar, relacionar, organizar e interpretar
informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de
um ponto de vista.
4. Conhecimento dos mecanismos linguísticos
necessários para a construção da argumentação.
5. Respeito aos direitos humanos.
https://youtu.be/fPdG1sa_LBA
Confira 7 motivos para tirar zero na redação do Enem:

1. Fugir do Tema;

2. Não obedecer o tipo de redação solicitado;

3. Não atingir o número mínimo de linhas;

4. Usar formas propositais de anulação;

5. Desrespeitar os Direitos Humanos;

6. Entregar a folha de Redação Oficial em branco;

7. Não conseguir demonstrar as cinco competências avaliadas.

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