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Transmissão de Energia Elétrica - Apostila PDF
Transmissão de Energia Elétrica - Apostila PDF
Campus Formiga
TRANSMISSÃO
DE
ENERGIA ELÉTRICA
eduardo.pereira@ifmg.edu.br
2012
Sumário
Capítulo 1 – Introdução
1.1 Introdução.................................................................................................... 4
1.2 A Rede de Transmissão............................................................................... 5
1.3 A Rede de Subtransmissão.......................................................................... 5
1.4 A Transmissão de Energia Elétrica no Brasil.............................................. 5
1.5 Exercícios.................................................................................................... 7
2.1 Introdução.................................................................................................... 8
2.2 Cabos Condutores....................................................................................... 8
2.3 Isoladores e Ferragens................................................................................. 9
2.4 Estruturas das Linhas de Transmissão........................................................ 9
2.5 Cabos Para-Raios........................................................................................ 11
2.6 Exercícios.................................................................................................... 11
3.1 Introdução.................................................................................................... 12
3.2 Linha de Transmissão Idelal....................................................................... 12
3.2.1 O Fenômeno da Energização da Linha........................................... 12
3.2.2 Relações de Energia........................................................................ 14
3.3 Linha de Transmissão Real......................................................................... 16
3.3.1 Análise das Linhas em Regime Permanente................................... 17
3.4 Exercícios.................................................................................................... 17
4.1 Introdução.................................................................................................... 19
4.2 Linhas Curtas (até 80 km)........................................................................... 19
4.3 Linhas Médias (entre 80 km e 250 km)....................................................... 20
4.4 Linhas Longas (maiores que 250 km)......................................................... 22
4.5 Linhas de Transmissão como Quadripolos................................................. 22
4.6 Linha Artificial............................................................................................ 25
4.7 Potência nas Linhas de Transmissão........................................................... 26
4.8 Perdas de Potência e Rendimento............................................................... 27
4.9 Linhas Trifásicas Desequilibradas.............................................................. 27
4.10 Exercícios.................................................................................................. 28
5.1 Introdução.................................................................................................... 29
5.2 Modo de Operação das Linhas de Transmissão.......................................... 29
5.2.1 Linha Entre Central Geradora e Carga Passiva.............................. 30
5.2.1.1 Operação Com Tensão Constante no Transmissor...................... 31
2
5.2.2 Linha de Transmissão Ligando uma Central Geradora a um
Grande Sistema........................................................................................ 32
5.2.3 Linha de Interligação de Sistemas.................................................. 33
5.2.4 Linha de Interligação Entre Dois Pontos de um Mesmo Sistema... 34
5.3 Meios de Controlar Tensões e Ângulos de uma Linha (Compensação das
Linhas)............................................................................................................... 34
5.3.1 Regulação do Fator de Potência...................................................... 34
5.4 Compensação das Linhas de Transmissão.................................................. 35
5.4.1 Compensação em Derivação........................................................... 36
5.4.2 Compensação Série......................................................................... 38
5.5 Dispositivos FACTS................................................................................... 39
5.6 Exercícios.................................................................................................... 40
6.1 Introdução.................................................................................................... 41
6.2 Resistência................................................................................................... 41
6.3 Indutância.................................................................................................... 43
7.1 Introdução.................................................................................................... 48
7.2 Capacitância................................................................................................ 48
3
Capítulo 1 – Introdução
1.1 Introdução
Frequência;
Nível de tensão;
Quantidade de potência transmitida;
Modo de transmissão (aéreo ou subterrâneo);
Distância entre os terminais transmissor e receptor.
4
potência. O sistema de transmissão de energia elétrica compreende toda rede que
interliga as usinas geradoras às subestações da rede de distribuição.
A permissão para novas linhas aéreas está cada vez mais demorada devido ao
grande número de estudos de impacto ambiental e oposição social. Como resultado, é
cada vez mais difícil e caro para as redes de subtransmissão alcançar áreas de alta
densidade populacional.
5
consumidores de energia. Hoje o país está quase que totalmente interligado de norte a
sul como pode ser visto na Figura 1.1.
Grande parte da região norte e uma parcela reduzida da região centro-oeste, além
de algumas localidades esparsas pelo território brasileiro, ainda não fazem parte do
sistema interligado, sendo o suprimento de energia elétrica efetuado, quando existente,
por meio de pequenos sistemas elétricos isolados.
Para atender às políticas externa e energética, o Brasil está interligado aos países
vizinhos como Venezuela (para fornecimento a Manaus e Boa Vista), Argentina,
Uruguai e Paraguai.
6
nacional. Sua operação é coordenada e controlada pelo Operador Nacional do Sistema
Elétrico (ONS).
O SIN permite que as diferentes regiões permutem energia entre si, quando uma
delas apresenta queda no nível dos reservatórios. Como o regime de chuvas é diferente
nas regiões Sul, Sudeste, Norte e Nordeste, os grandes troncos (linhas de transmissão da
mais alta tensão: 500 kV ou 750 kV) possibilitam que os pontos com produção
insuficiente de energia sejam abastecidos por centros de geração em situação favorável.
1.5 Exercícios
7
Capítulo 2 – Características Físicas das
Linhas Aéreas de Transmissão
2.1 Introdução
Constituem dos elementos ativos das linhas de transmissão. Sua escolha adequada
representa um problema de fundamental importância no dimensionamento das linhas,
pois determinam o desempenho e o custo da transmissão.
8
2.3 Isoladores e Ferragens
Os cabos são suportados pelas estruturas através de isoladores, que, como seu
próprio nome indica, os mantêm isolados eletricamente das mesmas. Devem resistir
tanto as solicitações mecânicas como às elétricas.
Um isolador eficiente deve ainda ser capaz de fazer o máximo uso do poder
isolante do ar que o envolve a fim de assegurar o isolamento adequado. A falha de um
isolador pode ocorrer tanto no interior do material (perfuração) ou pelo ar que o envolve
(descarga externa).
9
Nas linhas trifásicas empregam-se, fundamentalmente, três disposições de
condutores:
10
Para as linhas a circuito duplo preferem-se as disposições indicadas na Figura 2.4.
Sua colocação nas estruturas, com relação aos cabos condutores, é fundamental no
grau de proteção oferecido à linha, e merece ser cuidadosamente estudada.
2.6 Exercícios
I. Cite três características que um condutor deve ter para ser utilizado em
uma linha de transmissão.
II. Quais são os dois melhores metais para ser usados como condutores em
uma linha de transmissão? Qual é o mais utilizado, e quais são suas
vantagens sobre o outro?
III. O que é o Efeito Corona? Quando ele acontece? Como podemos atenua-
lo?
11
Capítulo 3 – Teoria da Transmissão da
Energia Elétrica
3.1 Introdução
12
progressivamente, campos elétricos e campos magnéticos, do transmissor ao receptor.
Dizemos que esses campos se propagam do transmissor ao receptor.
l
v km / s
T
U 1
Z0 Lv
I0 C v
Isolando v, temos:
1
v
LC
v 3 105 km / s
13
Essa é a velocidade de propagação da luz no vácuo. Nas linhas reais, em que o
fluxo interno dos condutores não é desprezível, assim como o meio em que a linha se
encontra, v é um pouco menor.
L
Z0
C
U
I0 constante
Z0
A corrente de carga de uma linha, excitada por uma fonte de tensão constante,
também independe de seu comprimento.
3.2.2Relações de Energia
R 2 Z0
Temos então:
U I 0 Z 0 I0 R 2
14
comprimento infinito, independente do valor de l. Uma linha assim terminada é
denominada linha de comprimento infinito.
a) R2 > Z0
b) R2 < Z0
15
seu valor.
r jL g jC r jx L g jb j
Nas linhas de transmissão de energia elétrica em regime permanente, nas quais a
frequência é constante, a função de propagação será constante.
r jL z
Zc
g jC y
16
3.3.1 Análise das Linhas em Regime Permanente
A condição com carga é o regime normal de operação de linhas. Para o caso onde
a impedância da carga é igual a impedância característica da linha, o fator de potência é
constante e o defasamento entre a tensão e a corrente é sempre igual. A linha não
necessita de energia reativa externa para manutenção de seus campos elétricos e
magnéticos. A única energia absorvida pela linha é energia ativa e destina-se a cobrir as
perdas por efeito Joule e dispersão.
U 22
Pc cos
Zc
U 22
P0
Z0
Apesar de ser a condição mais vantajosa, a operação constante de uma linha com
potência natural, na prática, ocorre só em condições especiais, já que a carga alimentada
não é constante, variando continuamente de acordo com a demanda do sistema.
3.4 Exercícios
I. O que ocorre com a energia dissipada pela carga, com a corrente e com a tensão
no receptor quando a carga é igual, menor e maior que a impedância natural da
linha?
II. O que é o Efeito Ferranti e quais são suas implicações?
III. Considere a linha de transmissão da Figura 3.3. Sendo f = 60 Hz a frequência
do sistema e considerando sempre, primeiramente a linha real e em seguida a
linha ideal:
17
a. Calcule a função de propagação da onda
b. O que você sabe sobre a parte real e a parte imaginária da função de
propagação da onda?
c. Calcule a impedância característica da linha
d. Calcule a impedância natural da linha
e. Calcule a potência característica da linha para a tensão de 380 kV
f. Calcule a potência natural da linha para a tensão de 380 kV
18
Capítulo 4 – Cálculo Prático das Linhas
de Transmissão
4.1 Introdução
U1 U 2
Re g% 100%
U2
I I U1 U 2
1 2
Z
O circuito equivalente que buscamos para linhas médias deverá ser simples,
principalmente tendo em vista que deverá representar as linhas em circuitos bastante
complexos dos sistemas de energia elétrica.
U 1 ZY I Z ZY
U 1 2 2 1
2 4
I I 1 ZY U
Y
1 2 2
2
20
Figura 4.3 – Circuito Pi de uma linha de transmissão
U U 1 ZY I Z
1 2 2
2
I I 1 ZY U
Y 1 ZY
1 2 2
2 4
Figura 4.4 – Diferenças entre o circuito T e Pi para efeito de inclusão das linhas em
sistemas de energia elétrica
21
4.4 Linhas Longas (maiores que 250 km)
São aquelas em cujo cálculo os processos das linhas curtas e médias são
considerados insuficientemente precisos para os fins desejados.
l
' Y tgh
Z senhl
' Z Y
2
l 2 2 l
2
z I , I
U I1 y 1 U
,U
1 1 1 2 1 2
z I , I
U I2 y 2 U
,U
2 2 1 2 1 2
a U
U , I b U
U , I
1 1 2 2 2 1 1 1
I a U
, I I b U
, I
1 2 2 2 2 2 1 2
I g E , I h U
U , I
1 1 1 2 1 1 2 1
g E , I
U 2 2 1 2 I2 h 2 U
, I
2 1
Essas equações possuem, cada qual, duas variáveis independentes e duas variáveis
dependentes relacionadas entre si pelos parâmetros dos respectivos circuitos, aos quais
as seguintes restrições são impostas:
Devem possuir apenas uma entrada e uma saída, representada por dois
pares de terminais, podendo um deles ser comum a ambos;
Devem ser passivos, o que exclui a presença de fontes de tensão;
Devem ser lineares, a fim de que a sua saída (resposta) tenha a mesma
forma que o estímulo aplicado à entrada, exigindo pois, impedâncias e
admitância de valores constantes independentes do valor da corrente e da
tensão a elas aplicados.
Devem ser bilaterais, significando que sua resposta a um estímulo aplicado
a um par de terminais é a mesma que a um estímulo aplicado ao outro.
Essa exigência exclui os retificadores de corrente.
22
Se U e I 2 do quadripolo da Figura 4.5 forem consideradas variáveis
2
a U
U , I
1 1 2 2
I a U
, I
1 2 2 2
ou seja,
U BI
AU
1 2 2
I CU DI
1 2 2
U A B
U
1 2
I
1 C D I2
e I as variáveis independentes e U
Igualmente, se considerarmos U e I as
1 1 2 2
U DU
BI
2 1 1
AI
I CU
2 1 1
b U
U , I
2 1 1 1
I b U
, I
2 2 1 1
ou
U D B U
2 1
I 2 C A I1
23
D
A
A B
BC
AD 1
C D
Linhas curtas:
A D 1 B
Z C 0
U 1 Z U
1 2
I 0 1 I2
1
Linhas médias:
Circuito T Circuito
A 1 ZY
D 1 ZY
D
A
2 2
B 1 ZY
Z Z
B
4
C Y
1 ZY
Y
C
4
Linhas longas:
D
A cosh l
Z senh l
B 1 senh l
C
Z
c
c
24
Figura 4.6 – Associação em cascata de quadripolos
25
4.7 Potência nas Linhas de Transmissão
A Figura 4.9 mostra as curvas de variação das tensões no receptor de uma linha
em função da variação das potências ativas e reativas no receptor, alimentado no
transmissor por um barramento de tensão constante. As curvas demonstram claramente
a possibilidade de existência de duas raízes para uma mesma potência ativa transmitida,
bem como os limites máximos de transmissão. A raiz menor não possui significado
prático, pois a operação com tensões baixas envolveria correntes elevadas e perdas
inadmissíveis.
Figura 4.9 – Variação da tensão no receptor de uma linha com tensão constante no
transmissor
26
Considerando uma linha sem perdas a potência ativa transmitida ao receptor é
dada por:
U1U 2
P2 sen
B
As perdas de potência de uma linha de transmissão são dadas pela diferença entre
a potência ativa P1, absorvida pela linha no transmissor, e a potência ativa P2, por ela
entregue no receptor:
Perdas P1 P2
Perdas por efeito Joule nos condutores (representam a maior parcela das
perdas nas linhas);
Perdas no dielétrico entre condutores;
Perdas causadas por correntes de Foucault e por histerese magnética na
alma de aço de condutores e em peças metálicas próximas às linhas;
Perdas por circulação nos cabos para-raios.
P2
% 100%
P1
4.10 Exercícios
28
Capítulo 5 – Operação das Linhas
5.1 Introdução
Entendemos por cargas passivas os sistemas elétricos que não possuem fontes de
energia ou outras máquinas síncronas de capacidade comparável à das centrais dos
sistema alimentador.
O mesmo pode ser dito com relação a sua representação através de potências
ativas e reativas constantes, pois estas variam igualmente em função das tensões
aplicadas.
29
5.2.1 Linha Entre Central Geradora e Carga Passiva
É uma das formas clássicas de operação das linhas para efeito de estudos. Na
prática, encontra-se, geralmente, apenas em sistemas em estágios iniciais de
desenvolvimento.
Esse fato é claramente visível na Figura 5.1, na qual estão reproduzidas as curvas
de regulação de uma linha de 138 kV. Estas nos mostram que, por exemplo, é possível
transmitir 134 MW com uma variação de tensão de 5% sob FP = 1, enquanto que, com
FP = 0,8 IND, com a mesma variação de tensão podemos transmitir apenas 33,5 MW.
Seria igualmente possível transmitir cerca de 382 MW, com os mesmos 5% de variação
de tensão, desde que FP = 0,9 CAP.
Figura 5.1 – Variação das tensões no transmissor para tensão constante no receptor de
uma linha curta
30
A Figura 5.2 mostra para a mesma linha curta, as curvas representativas das
perdas de energia ativa nas mesmas condições anteriores de transmissão. Verifica-se
claramente o aumento das perdas com o aumento de energia reativa entregue ao
transmissor.
Figura 5.2 – Variação das perdas em função da variação da energia reativa no receptor
de uma linha curta
Admitamos que a central que alimenta o sistema mantenha tensão constante junto
ao transmissor, ou que o sistema seja alimentado por um barramento de um grande
sistema capaz de manter a tensão constante. A Figura 5.3 apresenta as curvas de
31
regulação de uma linha longa operada nessas condições.
Figura 5.3 – Curvas de regulação de uma linha longa operada com tensão constante no
transmissor alimentando uma carga passiva
Observamos que:
É uma condição de operação frequentemente encontrada nos níveis mais altos dos
sistemas de energia elétrica. É o caso das centrais hidroelétricas, hoje cada vez mais
distantes e de potenciais maiores, que alimentam grandes sistemas de energia, contendo
outras centrais.
32
O sistema alimentado pela linha é considerado infinito, ou seja, sua
capacidade de receber e fornecer energia ativa e reativa é infinita no
receptor da linha;
A frequência do barramento de interligação é constante;
A tensão no barramento do receptor da linha é constante.
Uma vez que a geração de energia reativa próxima aos locais de uso é mais
econômica do que sua geração remota e consequente transporte por linhas de
transmissão, esse tipo de linha deve operar, como em geral o faz, com fator de potência
unitário no receptor.
33
5.2.4 Linha de Interligação Entre Dois Pontos de um Mesmo Sistema
Nesse tipo de linha, as tensões nos pontos de interligação variam de acordo com
as condições de carga no sistema e os ângulos de potência são função do próprio
sistema.
Se uma linha é alimentada por uma central elétrica e a variação de tensão em seu
receptor é pequena, os reguladores automáticos de tensão dos geradores podem regular
a tensão no transmissor de forma a manter a variação da tensão junto do receptor dentro
de limites razoáveis.
34
Poderá também, dispor de excesso de reativo, obrigando-a a manter tensões
indesejavelmente altas junto ao receptor. O transporte de reativos pela linha, por outro
lado, dá origem a correntes mais elevadas, portanto a maiores perdas de energia.
Nos receptores das linhas os problemas podem ser de dois tipos: necessidade de
geração de reativo para o sistema alimentado e eventualmente para a linha; e a absorção
do excesso de energia reativa da linha.
Para isso é necessário que haja compensação de energia reativa junto aos
terminais das linhas. Há dois tipos de equipamento de compensação: rotativos e
estáticos. Os primeiros são construídos principalmente por motores síncronos, enquanto
que, os segundos, por bancos de capacitores e reatores indutivos, associados ou
separados.
35
menos flexível é a própria linha, cujo parâmetros são função de suas características
físicas, rígidas para uma determinada construção. Sua alteração seria um meio de
reduzir certos efeitos indesejáveis em sua operação. Estes são tão mais acentuados
quanto maior o seu comprimento, como, por exemplo, o efeito Ferranti.
Essa energia reativa deverá ser-lhe fornecida pelo sistema gerador a alimenta linha
de transmissão, e seu valor depende de seu comprimento e de sua classe de tensão.
Quando a linha opera em vazio ou com cargas pequenas, ela se comporta como um
capacitor, representando para o sistema alimentador, um gerador de energia reativa. Por
outro lado, com cargas elevadas em cujo limite encontramos a operação em curto
circuito, a linha absorve energia reativa para o seu funcionamento, havendo nesse
regime de operação predominância dos campos magnéticos.
Somente uma parcela bastante pequena dessas potências pode ser fornecida ou
absorvida pelos sistemas, de forma que outra fontes de energia reativa são necessárias.
Já vimos que a forma de evitar o transporte de energia reativa através das linhas consiste
na produção e absorção da energia reativa junto do receptor, inclusive daquela requerida
pela rede alimentada. Para tanto, sugerimos o emprego de condensadores síncronos, ou
reatores indutivos e bancos de capacitores. Vejamos como satisfazer as necessidades de
energia reativa das linhas.
36
Ferranti, ligando-se a ambas as extremidades das linhas reatores indutivos de indutância
variável. As tensões nas extremidades da linha são mantidas no valor desejado. Na
Figura 5.4 representamos o esquema unipolar da linha compensada e o seu circuito
equivalente.
O emprego dos reatores não elimina a elevação das tensões no meio da linha,
atuando somente em suas extremidades, como mostra a Figura 5.5. As tensões em
pontos intermediários podem também ser reduzidas ao nível da tensão do transmissor,
em vazio, com a instalação de reatores em pontos intermediários.
37
Figura 5.5 – Linha em vazio, perfis de tensão: a) sem compensação; b) com
compensação; c) compensação intermediária e no receptor.
38
Melhoram a distribuição de cargas e as perdas globais no sistema.
A localização ideal para os capacitores série é junto ao meio da linha, o que requer
a construção de uma subestação e vias de acesso adequadas. Um cálculo econômico
poderá indicar a posição mais adequada: no meio ou junto à suas extremidades.
Em uma linha equipada com capacitores série, verifica-se uma redução sensível
na queda de tensão reativa, acompanhada de uma redução no ângulo de potência da
linha. Este último fato indica que o emprego dos capacitores série aumenta a capacidade
de transporte das linhas.
O fluxo de potência numa rede de transmissão está limitado por uma combinação
dos seguintes fatores:
Estabilidade;
Limites de tensão;
Limites térmicos de linhas ou equipamentos.
39
transmissão de potência relacionadas com problemas de estabilidade.
5.6 Exercícios
40
Capítulo 6 – Impedância em Série de
Linhas de Transmissão
6.1 Introdução
6.2 Resistência
l
R0
A
Pode ser usado qualquer conjunto coerente de unidades. Nos Estados Unidos às
vezes se usa especificar l em pés, A em circular mils (cmil) e ρ em ohms por circular
mil-pé. Em unidades do Sistema Internacional, l é dados em metros, A em metros
quadrados, e ρ em ohm-metro.
41
seção transversal em CM, devemos ocasionalmente usar esta unidade. A área em
milímetros quadrados é igual à área em CM multiplicada por 5,067 x 10-4.
R 2 T t2
R 1 T t1
Solução:
l 17 1000
R0 = 0, 01527
A 1113000
42
Exemplo 6.2: A resistência em corrente contínua de um condutor é 0,01527 Ω à
temperatura de 20ºC. Sabendo que para este condutor T é igual a 228, qual é sua
resistência à temperatura de 50ºC?
Solução:
R2 T t2
R 1 T t1
T t2 228 50
R 2 R1 0, 01527 0, 01712
T t1 228 20
6.3 Indutância
1
Lint 107 H/m
2
D2
L1,2 2 10 7 ln H/m
D1
A Figura 6.3 mostra um circuito com dois condutores de raios r1 e r2. A indutância
total do circuito devida apenas à corrente do condutor 1 é
43
1 D D
L1 2ln 10 7 2 10 7 ln H/m
2 r1 r '1
O raio r '1 corresponde a um condutor físico, sem fluxo interno, porém com a
mesma indutância do condutor real, de raio r1, r '1 0, 7788r1 . A indutância devida à
corrente no condutor 2 é
D
L 2 2 107 ln H/m
r '2
D
L L1 L 2 4 10 7 ln H/m
r '1 r '2
D
L 4 107 ln H/m
r'
Dm
L X 2 107 ln H/m
Ds
L L X LY
Exemplo 6.3: A Figura 6.3 mostra um circuito com dois condutores. Os fios do
condutor X possuem 0,25 cm de raio, os do condutor Y possuem 0,5 cm de raio.
Determine a indutância devida à corrente em cada lado da linha e a indutância completa.
Solução:
D m 6 D ad D ae D bd D be D cd D ce 10, 743 m
44
e para o lado Y:
10, 743
L X 2 107 ln 6, 212 10 7 H / m
0, 481
10, 743
L Y 2 107 ln 8, 503 10 7 H / m
0,153
L LX L Y 14, 715 10 7 H / m
Figura 6.3
A Figura 6.4 mostra uma linha trifásica com espaçamento equilátero. A equação
que dá a indutância por fase de uma linha trifásica é
D
La L b L c 2 10 7 ln H/m
Ds
Figura 6.4
45
O cálculo da indutância ficará mais complicado quando a linha trifásica tiver seus
condutores com espaçamento assimétrico, pois, a indutância em cada fase não é a
mesma. O circuito fica desequilibrado quando cada fase tem indutância diferente. Pode-
se restaurar o equilíbrio entre as três fases trocando, a intervalos regulares, a posição
relativa entre os condutores, de modo que cada condutor ocupe a posição original de
cada um dos outros por uma distância igual. Chama-se transposição a essa troca de
posições. Um ciclo completo de transposição é apresentado na Figura 6.5. Os
condutores de cada fase são designados pelas letras a, b e c, e as posições indicadas
pelos números 1, 2 e 3. A transposição resulta em que a indutância média de cada
condutor, em um ciclo completo de transposição, seja a mesma.
Figura 6.5
Deq
L a L b Lc 2 10 7 ln H/m
Ds
onde
D eq 3 D ab D bc D ca
Figura 6.6
Dsb D s d
46
O RMG para um cabo múltiplo de três condutores é
Dsb 3 Ds d 2
Dsb 1, 09 4 Ds d 3
Exemplo 6.4: Determine a reatância indutiva em ohms por km por fase para a
linha da Figura 6.7 por fase para d = 45 cm e Ds = 1,4 cm. Determine a reatância em
série em pu se a linha tem 160 km e uma base de 100 MVA, 345 kV.
Solução:
Dsb 0, 014 0, 45 0, 08 m
D eq 3 8 8 16 10, 08 m
10, 08 3
X L 2fL 260 2 10 7 ln 10 0, 365 /km por fase
0, 08
3452
ZBase 1190
100
0,365 160
X= 0, 049 pu
1190
Figura 6.7
47
Capítulo 7 – Capacitância de Linhas de
Transmissão
7.1 Introdução
Outra razão para que se despreze a condutância reside no fato de não existir
nenhum meio apropriado de considera-la, por ser muito variável. A fuga pelos
isoladores, que é a principal fonte de condutância, varia com as condições atmosféricas
e com as propriedades de condução da poeira que se deposita sobre os isoladores.
7.2 Capacitância
k
C ab
D
ln
r
2k
C n C an Cbn
D
ln
r
48
Figura 7.1
1 2,862 9 D
XC 10 ln m para o neutro
2fC f r
1, 779 6 D
XC 10 ln mi para o neutro
f r
Solução:
1, 779 6 20
XC 10 ln =0,1961 106 mi para o neutro
60 0, 0268
1
BC 5,10 106 S mi para o neutro
XC
2 k
Cn
D
ln eq
r
49
Exemplo 7.2: Determine a capacitância e a reatância por fase. Se o comprimento
da linha for de 175 milhas a tensão nominal de operação for de 220 kV, k = 8,85 x 10 -12,
r = 0,0462 m e Deq = 24,8 m, determine a reatância capacitiva ao neutro para toda linha
e a sua corrente de carregamento por milha, bem como os MVAr totais de
carregamento.
Solução:
1012
XC 0,1864 106 mi
2 60 8,8466 1609
220
I chg Can Van 260 8,8466 10 12 1609 0, 681 A/mi
3
0,1864 106
XC 1066 para o neutro
175
A capacitância para cabos múltiplos, como mostrada na Figura 7.2, é dada por
2k
Cn F/m para o neutro
Deq
ln b
DsC
b
DsC 3 rd 2
50
Para um cabo múltiplo de quatro condutores
b
DsC 1, 09 4 rd 3
Figura 7.2
Solução:
Figura 7.3
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