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ACADEMIA TEOLÓGICA

ANGELOLOGIA

A DOUTRINA DOS
ANJOS

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expressa do autor Pr. Anor Afonso Serio [2008]…Pág. 1 de 36
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ÍNDICE

I) INTRODUÇÃO........................................................................................................................................... 3

II) A EXISTÊNCIA DOS ANJOS E SUA ORIGEM .................................................................................. 5

1. O que as Escrituras dizem a respeito ....................................................................................................... 5

III) A NATUREZA DOS ANJOS ................................................................................................................. 6

1. Características ......................................................................................................................................... 7
2. Classificação dos anjos............................................................................................................................ 8

IV) A OBRA DOS ANJOS.......................................................................................................................... 24

V) A QUEDA DOS ANJOS ....................................................................................................................... 26

VI) O DESTINO DOS ANJOS.................................................................................................................... 35

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I) INTRODUÇÃO

A Angelologia tem como objetivos:

1) Despertar o interesse relativo ao estudo dos anjos, mediante uma


descrição do conteúdo bíblico acerca do assunto;

2) Desviar a Igreja do culto aos anjos;

3) Conhecer sobre a criação dos anjos;

4) Pesquisar a natureza (qualidades) dos anjos

Embora seja um tema bastante raro nos estudos da Igreja, a Bíblia tem muito
a dizer acerca dos anjos.

Uma visão panorâmica da Bíblia revela que os anjos:

• São criaturas (foram criados por Deus)

• Adoram a Deus e a Cristo

• São espíritos ministradores

• Comunicam a vontade de Deus e de Cristo

• Obedecem à vontade de Deus e de Cristo

• Executam os propósitos de Deus

• Executam os juízos de Deus

• Celebram a Deus com louvores

• A Lei foi dada por intermédio deles (At 7:53)

• Eles anunciaram:
o A concepção de Cristo
o O nascimento de Cristo
o A ressurreição de Cristo
o A assunção e a Segunda vinda de Cristo
o A concepção de João Batista

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• Eles ministraram a Cristo

• São sujeitos a Cristo

• Executarão os propósitos de Cristo no fim dos tempos

• Acompanharão a Cristo na Sua Segunda Vinda

• Souberam do Evangelho de Cristo, embora não o entendessem; mas


alegraram-se com boas novas

• O ministério dos anjos é resultado de oração

• Regozijam-se no arrependimento de cada pecador

• Têm cuidado dos filhos de Deus, os que são herdeiros da salvação

• Dispõe-se em ordens diferentes, conforme a sua criação

• São exemplos de mansidão

• São sábios

• São poderosos

• Alguns são santos, outros ímpios

• São inumeráveis

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II) A EXISTÊNCIA DOS ANJOS E SUA ORIGEM

1. O que as Escrituras dizem a respeito


A existência de anjos é ensinada em pelo menos, 34 livros da Bíblia.
A palavra "anjo" ocorre cerca de 275 vezes.
A. O Ensino de Cristo
Cristo sabia da existência de anjos, e ensinava claramente sobre eles (Mt
18:10; 26:53).
B. Definição
C. Termos
D. Quantidade do batalhão angelical
• São inumeráveis (Dn.7:10; Hb 12:22; Mt.26:53;Lc. 2:13).

E. A Criação dos anjos

• O Fato de sua criação é demonstrado em Colossenses 1:16.


• O Tempo - Antes da criação do mundo e do homem (Jó 38:6-7).
• O Estado em que foram criados era de santidade (Jd 6).

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III) A NATUREZA DOS ANJOS

Todos nós temos uma idéia formada sobre os anjos. Geralmente, esta idéia
está muito associada às artes sacras, mas, biblicamente, qual é a definição de
um anjo?

Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, a palavra anjo, traduzida como


"mensageiro", retrata a mesma idéia. No hebraico malak, tanto quer dizer
"anjo", "ser celestial" como também "mensageiro". No grego a palavra é
Aggelos, que, tanto significa "anjo", "ser celestial", quanto "mensageiro".

Toda vez que a palavra "anjo" aparece na nossa leitura bíblica, temos um
dever: saber se anjo é aquele "ser" que Deus fez, ou se é um ser humano, um
porta-voz de Deus naquele momento.

Um texto que menciona muitos anjos, é o que aparece no livro do Apocalipse,


capítulos 2 e 3, que falam das sete Igrejas da Ásia; a essas sete Igrejas Jesus
manda uma carta. Ao mesmo João que uma vez quase adorou um anjo foi
ordenado escrever uma carta para cada anjo, correspondente a cada Igreja.
Esses anjos eram de alguma forma responsáveis por essas Igrejas.

Há uma interpretação favorável a que estes anjos sejam os pastores das


Igrejas; porém, mais importante do que entender que tais anjos sejam os
pastores das Igrejas, é entender que eles sejam os que trazem a "mensagem"
de Deus para cada uma delas.

Outro fato interessante aqui é que, embora a carta seja dirigida ao anjo da
Igreja, a Igreja não é exortada a ouvir à voz do anjo: “Quem tem ouvidos,
ouça o que o Espírito diz às Igrejas", é o que aparece no final de cada carta.

Diante desta aparente confusão de vocabulário, podemos, então, refletir um


pouco e dizer que, embora haja uma distinção dos seres, ou seja, que alguns
anjos são seres celestiais e outros, mensageiros humanos, os dois têm a
mesma função naquele momento: levar a mensagem ou a comunicação da
parte de Deus.
O livro de Hebreus fala de pessoas que receberam anjos em casa: “Seja
constante o amor fraternal. Não negligencieis a hospitalidade, pois alguns,
praticando-a, sem o saber acolheram anjos" (Hb 13.1).

É possível que este texto faça referência àqueles anjos que Abraão recebeu
em casa; e, outra vez, Gideão; ou pode também ser um lembrete a todos nós
de que, ao praticarmos a hospitalidade, poderemos estar acolhendo alguém
que venha com uma mensagem de Deus.

Qual a razão da existência dos anjos?

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Deus criou os anjos para O servirem, e também para assessorarem os seres


humanos que são a "coroa" da Sua criação.

1. Características
A. São Criaturas

São os primeiros filhos de Deus (Jó 1.6).


São seres criados do nada pelo poder de Deus (Ne. 9:6; Ap. 22:8-9).
Sendo criaturas recusam a adoração (Cl. 2:18; Ap. 19:10; 22:8-9), pois são
servos de Deus como nós, e, então, não podem ser adorados.

B. São seres espirituais (Hb 1:14)

Os anjos são descritos como espírito, porque são diferentes dos homens;
eles não estão limitados à condições naturais e físicas. Aparecem e
desaparecem, movimentam-se com rapidez inconcebível sem usar meios
naturais.

C. Foram criados em estado de perfeição, mas parte rebelou-se contra Deus

A rebelião provocada por Satanás dividiu os anjos em duas classes: Os


anjos bons ou eleitos, e anjos maus ou decaídos.
D. Não se reproduzem segundo a sua espécie (Mc 12:25)

Os anjos mencionados nas Escrituras são designados pelo sexo masculino


(Gn 18:2), porém o texto de Zc 5:9 cita uma possível exceção.

E. São Imortais e não tem sexo (Lc 20:34-36)

F. São distintos dos seres humanos (Sl 8:4-5)

G. São organizados em ordens, formando um exército, mas não são uma raça.

H. Tem grande poder (2 Pe 2:11)

I. São Obedientes (Mt. 6:10, I Pe. 3:22)

J. São Reverentes (Fl. 2:9-11)

K. São Sábios (II Sm.14:20)

L. São Mansos (II Pe. 2:11)

M. São Poderosos (Sl. 103:20)

N. São Santos (Mt. 25:31)

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O. Podem assumir a forma do corpo humano a fim de tornar visível a sua


presença ao sentido dos homens. (Gn 19:l-3)

P. São revestidos de Glória (Dn.10:5, 6; Lc 24:4; At 10:31)

2. Classificação dos anjos

A. A organização angelical1

Billy Graham afirma que não podemos estudar o assunto dos anjos na Bíblia
sem conhecer a hierarquia angélica.

A evidência bíblica revela que eles estão organizados em termos de


autoridade e glória.

Embora alguns considerem essa hierarquia celestial como mera conjetura, a


Bíblia nos informa (Cl 1:16; Rm 8:38-39) que obedecem à classificação
abaixo:

A. ARCANJOS
B. ANJOS
C. SERAFINS
D. QUERUBINS
E. PRINCIPADOS
F. AUTORIDADES
G. POTESTADES
H. TRONOS
I. VIRTUDES E DOMINAÇÕES

Os teólogos medievais dividiam os seres angélicos em nove graus. Alguns


estudiosos, entretanto, têm dúvida sobre se alguns desses graus como
principados, autoridades, potestades, tronos, virtudes e dominações, não se
referem antes a instituições humanas e seres humanos.

Para responder precisamos compreender bem o texto de Cl 1.16.

Paulo fala sobre a criação de coisas visíveis e invisíveis. Mathew Henry2 diz
que Cristo "fez todas as coisas do nada, tanto o mais elevado anjo do céu
como os homens da terra. Ele fez o mundo, o mundo superior e o inferior,
com todos os seus habitantes... (Paulo) fala aqui como se houvesse vários
coros de anjos. Tronos, dominações, principados ou potestades devem
designar os diferentes graus de excelência ou serviços e ofícios diferentes".

1
Graham, Billy. Anjos, Os Agentes Secretos de Deus. São Paulo, SP. Editora Record.
2
Henry, Matthew.Comentário Bíblico. São Paulo. SP. 1984, Edições CPAD.

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Talvez uma lista ou outra de seres angélicos possam estar erradas, porém
podemos ter a certeza de que eles diferem em poder, alguns tendo uma
autoridade que outros não possuem.

O que é relevante, porém, é que existem diferentes categorias de anjos e que a


lista dada em Colossenses refere-se a essas personalidades celestes.

A. ARCANJOS

O prefixo "arca" sugere um anjo-chefe, principal, poderoso, e um dos


“primeiros príncipes” (Dn 10:13).

Embora as Escrituras designem apenas Miguel como arcanjo (Judas 9; Ap


12:7; I Ts 4:16; Dn 10:13,21), dispomos de bases bíblicas para acreditar que
antes de sua queda Lúcifer era também um arcanjo, igual ou talvez superior a
Miguel, pois devia chefiar a terça parte de todos os anjos do céu, pois estes o
acompanharam na sua rebelião contra Deus (Ap. 12:4).

O livro apócrifo de Enoque, cap. 20: 1-7, enumera seis "anjos de poder", a
saber: Uriel, Rafael, Raguel, Miguel, Zariel e Gabriel. A leitura variante na
margem acrescenta Remiel como o sétimo.

E em Tobias 12:15, lemos: "Sou Rafael, um dos sete santos anjos que
oferecem as orações dos santos e entram perante a glória do Santíssimo".

Reconhecemos plenamente a natureza apócrifa desses livros, mas, no entanto,


eles nos mostram o que os antigos criam a esse respeito. Quer-nos parecer
que a crença era que Gabriel poderia ser classificado como um segundo
arcanjo.

Apocalipse 12:7-12 relata uma luta no céu. Há uma relação entre esta luta e o
arrebatamento da Igreja, quando aqueles poderes serão abalados: “Houve
peleja no céu, Miguel e os seus anjos pelejaram contra o dragão. Também
pelejaram o dragão e seus anjos” (Ap 12:7).

Miguel lidera os anjos bons. É uma espécie de comandante de exército, tendo


à sua disposição outros anjos. Assim, Miguel é agora o anjo acima de todos
os anjos, reconhecido como sendo o primeiro príncipe do céu.

É como o primeiro-ministro da administração divina do universo, sendo o


administrador angélico de Deus para o juízo. Ele se destaca isoladamente, de
vez que a Bíblia nunca se refere a arcanjos, apenas ao arcanjo. Seu nome
significa "o que é semelhante a Deus".

No Antigo Testamento, Miguel parece primordialmente identificado como


protetor de Israel como nação (Dn 10:13, 21 e 12:1). Deus ainda tem um

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propósito todo especial para com esta nação e o arcanjo Miguel está
supervisionando a sua segurança.

Deste modo, Deus fala de Miguel como o príncipe de Seu povo escolhido, "o
grande príncipe que defende os filhos do vosso povo" (Daniel 12.1).
Ele protege e defende em caráter especial o povo de Deus, seja lá qual for
este.
Além disso, em Daniel, ele é mencionado como "Miguel, nosso príncipe"
(Daniel 10.21). Ele é o mensageiro da lei e do julgamento de Deus. Nesta
função, ele aparece no Apocalipse 12.7-12, comandando os exércitos que
combatem Satanás, o grande dragão, e todos os seus demônios.

Miguel com os seus anjos estarão empenhados na luta titânica do universo, no


último conflito do tempo, que marcará a derrota de Satanás e de todas as
forças das trevas. As Escrituras nos dizem de antemão que Miguel finalmente
sairá vitorioso da batalha. O inferno tremerá e o céu se rejubilará, celebrando
a vitória!

Os estudiosos da Bíblia têm especulado que Miguel lançou Lúcifer e seus


anjos decaídos para fora do céu, e que Miguel entra em conflito agora com
Satanás e os anjos maus para destruir-lhes o poder e dar ao povo de Deus a
perspectiva da vitória final.

Miguel, o arcanjo, virá aos brados, acompanhando Jesus na Sua Segunda


Vinda. Não apenas proclamará a nova incomparável e emocionante de que
Jesus retorna, como também pronunciará a palavra de vida para todos os que
se encontram mortos em Cristo e aguardam a ressurreição.

“Porque o mesmo Senhor descerá do céu com um brado, e com a voz do


arcanjo, e com a trombeta de Deus: e os que morrerem em Cristo
ressuscitarão primeiro.” (I Ts 4.16)

B. ANJOS

1) O Anjo do SENHOR

Não é um anjo. É uma Cristofania, ou seja, uma manifestação visível da 2ª.


Pessoa da Trindade, no Antigo Testamento.

Uma vez que o Anjo do SENHOR deixa de aparecer depois da encarnação de


Cristo, ou seja, no Novo Testamento, infere-se que o Anjo do SENHOR no
Antigo Testamento é uma manifestação pré-encarnada do Senhor Jesus Cristo.
O nome de Deus está nEle: Ex 23:20-23; Nm. 22:23; Is 63:9; Gn 32:30; Js.
5:14-15.

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Distingue-se de quaisquer outros anjos do Senhor, pois o Anjo do SENHOR


aceita adoração, porque é Deus, e tem poder de perdoar e reter pecados.

Este Anjo do Senhor é diferente dos demais anjos também porque fala na
primeira pessoa, como sendo o próprio Deus falando.

Portanto, o Anjo do SENHOR não deve ser entendido como um anjo, mas
especificamente como O Anjo.

Sete incidentes em que o Anjo do SENHOR se manifesta:

Algumas vezes o Anjo do SENHOR se manifesta em situação de socorro, de


bênção, de conselho, de conforto e outras vezes de intervenção divina trazendo
juízo.

O Anjo do SENHOR aparece a Agar, escrava de Abraão, quando estava


fugindo de Sara, e a orienta a voltar para a sua senhora, prometendo abençoar o
filho que ela estava carregando ainda no ventre.

Outra vez ocorre quando Abraão está prestes a sacrificar seu filho Isaque em
Gn 22:11;15-18:

“Mas do céu lhe bradou o Anjo do SENHOR: Abraão! Abraão! Ele respondeu:
Eis-me aqui! Então, do céu bradou pela segunda vez o Anjo do SENHOR a
Abraão e disse: Jurei, por mim mesmo, diz o SENHOR, porquanto fizeste isso e
não me negaste o teu único filho, que deveras te abençoarei e certamente
multiplicarei a tua descendência como as estrelas dos céus e como a areia na
praia do mar; a tua descendência possuirá a cidade dos seus inimigos, nela
serão benditas todas as nações da terra, porquanto obedeceste à minha voz".

Observe que num momento é um Anjo, e logo em seguida é o próprio Deus


falando.

Aparece também a Gideão em Jz 6:22-24:


"Viu Gideão que era o Anjo do SENHOR e disse: Ai de mim, SENHOR Deus!
Pois vi o Anjo do SENHOR face a face. Porém o SENHOR lhe disse: Paz seja
contigo! Não temas! Não morrerás! Então, Gideão edificou ali um altar ao
SENHOR e lhe chamou de o SENHOR É Paz. Ainda até ao dia de hoje está o
altar em Ofra, que pertence aos abiezritas".

Gideão viu o Anjo do Senhor; teve medo, porque fazia parte da crença do povo
hebreu que quem visse a Deus, face a face, não sobreviveria (Ex 33:20).

Quando Moisés teve sua experiência no monte onde viu a sarça ardente, o
Senhor lhe disse que tirasse as sandálias porque o lugar era santo (Ex 3:2-5).

Outra vez o Anjo do SENHOR entra no caminho de um profeta rebelde em

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juízo, para impedi-lo de fazer o que planejava. Balaão sai para amaldiçoar o
povo de Deus, e é surpreendentemente usado por Deus para abençoá-lo.

Ninguém pode amaldiçoar um povo que é abençoado por Deus!

Não há nenhum tipo de maldição hereditária sobre o povo de Deus. Toda a


maldição já foi encerrada na cruz do Calvário por nosso Senhor Jesus Cristo
(Ez 18; Rm 8:1, e 2 Co 5:17).

Balaão, montado na sua jumenta, reage contra ela, sem saber que o animal está
sendo impedido de continuar seu caminho pelo Anjo do SENHOR. Passa então
a espancá-la, quando ela abre a boca e começa a falar com ele. Balaão não
percebe o fenômeno e, na sua ira, discute com o animal.

Neste caso, o Anjo do SENHOR estava agindo, trazendo juízo. Faz sentido
pensar que o Anjo do SENHOR era o próprio Jesus no Antigo Testamento,
pois Ele tanto traz bênçãos, como a salvação do mundo, quanto traz juízo sobre
ele.

O Anjo do SENHOR aparece em vários lugares, como em Gn 16:7-11. O Anjo


do Senhor é uma Cristofania; uma auto-manifestação de Cristo pré-encarnado.
Ele fala aqui como Deus, identifica-se como Deus, e reivindica para si o
exercício das prerrogativas de Deus.

2) Anjos Bons ou Eleitos, Anjos Maus ou Decaídos


Os anjos foram criados perfeitos, sem pecados, e como os homens, foram
dotados de livre encolha. (Ez.26:13-19 Is.14:12-15; II Pd.2:4; Jd.6; Ap. 12:7-
9; Mt.25:41).
Os anjos bons ou eleitos (I Tm 5:21) são os que permaneceram fieis a Deus
durante a rebelião de Satanás, e o demais são os anjos maus ou decaídos.
Chefiando os anjos de Deus (bons), temos o arcanjo Miguel e chefiando os
anjos maus (demônios), Satanás.

Os anjos foram criados como seres livres e sem defeito, mas, do ponto de
vista teológico, não poderíamos dizer que eram perfeitos.

Alguns entendem que os anjos foram criados "santos", mas depende de como
entendemos esta palavra.

Se a considerarmos como algo que é separado para Deus, então é correto


afirmar que os anjos são seres santos; porém, se entendermos a santidade dos
anjos como uma santidade subjetiva, que pode ser desenvolvida, então a
resposta seria não.

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Os anjos Maus

O reino das trevas é um reino organizado.

Mateus 12:24-29 diz: “Mas os fariseus, ouvindo isto, murmuravam: Este não
expele demônios senão pelo poder de Belzebu, maioral dos demônios. Jesus,
porém, conhecendo-lhes os pensamentos, disse: Todo reino dividido contra si
mesmo ficará deserto, e toda cidade ou casa dividida contra si mesma não
subsistirá. Se Satanás expele a Satanás, dividido está contra si mesmo; como,
pais, subsistirá o seu reino? E, se eu expulso demônios por Belzebu, por
quem os expulsam vossos filhos? Por isso, eles mesmos serão os vossos
juízes. Se, porém, eu expulso demônios pelo Espírito de Deus, certamente é
chegado o reino de Deus sobre vós. Ou como pode alguém entrar na casa do
valente e roubar-lhe os bens sem primeiro amarrá-lo? E, então, lhe saqueará
a casa".

Há menção nas Escrituras de forças espirituais do mal. Romanos 8:37-39,


assegurando-nos que este reino de Satanás não prevalecerá contra o Reino de
Deus, nem contra os Seus filhos: “Em todas estas coisas, porém, somos mais
que vencedores, por meio daquele que nos amou. Porque eu estou bem certo
de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as
coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a
profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de
Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor ".

O reino de Satanás é, sim, organizado; mas, com toda a sua organização, não
poderá resistir ao império da Luz, que é o do nosso Senhor e Salvador Jesus
Cristo.

Os anjos são seres livres

Os anjos foram criados como seres livres, com a capacidade de escolha


contrária, de escolherem tanto o Bem quanto o Mal.
A personalidade dos anjos pode ser provada, pois eles possuem:
• Intelecto (I Pe 1:12)
• Emoções (Lc 2:13)
• Vontade (Jd 6)

O que os diferencia dos seres humanos é que não é dada a oportunidade de


Salvação para aqueles que não se firmaram para com Deus, devido ao fato,
talvez, de eles terem vivido na presença de Deus, o que não lhes dá nenhuma
desculpa para o pecado.

Os anjos bons

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Sendo Deus um Ser organizado, faz com que a Sua criação obedeça a um
sistema. Assim, dentre os anjos, observamos que há vários grupos, como:

• Anjos comuns;

• Querubins

• Serafins

• Arcanjo (existe apenas um, Miguel), e

• Anjo do Senhor, o que entendemos mais como uma Cristofania, ou


seja, uma manifestação de Cristo pré-encarnado, no antigo Testamento.

Lembremo-nos de que anjo, como mensageiro de Deus, tanto pode ser um


ser celestial como um homem, dependendo do momento em que Deus queira
usar alguém para este fim.

Qual é o número dos anjos?

A Bíblia não nos diz quantos anjos há, mas em Apocalipse 5:11, lemos acerca
da existência de milhões e milhões e milhares de milhares de anjos.

A função da Teologia Sistemática é buscar nas Escrituras todas as


informações disponíveis sobre o tema escolhido, e agrupar estas informações
num tipo de compêndio.

Em Mateus 26:53, Jesus fala acerca de mais de 12 legiões de anjos para


estarem à Sua defesa no Getsêmani. Jesus não pretendia um livramento, já
que a vontade do Pai era mesmo que ele fosse até o fim.

Sabendo-se que uma legião romana era composta de 6.000 soldados, 12


legiões totalizariam 72.000 mil anjos à Sua disposição naquele momento.

Subentende-se também, por este número, que Jesus tinha uma legião de anjos
para cada tribo de Israel (total de 12).

Há outra interpretação sobre a quantidade da legião citada por Jesus, que seria
um subgrupo da legião, com 1.000 pessoas. Neste caso, Jesus queria dizer que
podia chamar 12.000 anjos, mas parece que a primeira colocação é mais
exata.

Os anjos comuns

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Estes seres celestiais têm a capacidade de subir e descer do Céu, conforme o


sonho de Jacó.

Podemos crer, sem qualquer sombra de dúvida, que existe um trânsito


vertical, que nós desconhecemos.

São facilitadores da salvação, como diz o texto de Hebreus: “Não são todos
eles espíritos ministradores enviados para servir a favor daqueles que hão de
herdar a salvação?" (Hb 1.14).

Anjo da guarda

Em Mateus 18:10, lemos: "Vede, que não desprezeis a qualquer destes


pequeninos porque eu vos afirmo que os seus anjos nos céus vêem
incessantemente a face de meu Pai celeste".

Trata-se, na verdade, de uma referencia bíblica solta, embora haja certa


indicação apontada por Jesus, o que não deve ser desprezado. É muito
perigoso desenvolver uma doutrina em cima de um único versículo, pois não
havendo outras sustentações na Bíblia, há o perigo de heresia.

Como conseqüência, a Igreja Católica Romana e vários evangélicos entendem


que cada pessoa tem, no Céu, um anjo que cuida dela, o que é discutível,
porque na realidade cada pessoa é tão importante para Deus e para Cristo, que
todo o exército celestial está à disposição de cada um de nós, se estivermos
atendendo algum propósito e vontade de Deus.

A participação dos anjos no arrebatamento da Igreja

Os anjos comuns terão uma participação especial por ocasião do


arrebatamento da Igreja.

Em Mateus 24:29-31, Jesus faz referência ao arrebatamento da Igreja: "Logo


em seguida à tribulação daqueles dias, o sol escurecerá, a lua não dará a sua
claridade, as estrelas cairão do firmamento, e os poderes dos céus serão
abalados"

Obs.: pode ser que isto trate de elementos estrelares como também uma
referência velada aos poderes satânicos.

“Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; todos os povos da


terra se lamentarão, e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do
céu, com poder e muita glória. E ele enviará os seus anjos, com grande
clangor de trombeta, os quais reunirão os seus escolhidos, dos quatro ventos,
de uma a outra extremidade dos céus" (Mt 24:30,31).

O ministério do anjo Gabriel

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Gabriel, em hebraico, significa "o herói de Deus", "o poderoso", ou ainda


"Deus grande". As Escrituras se referem freqüentemente a ele como "o
mensageiro de Jeová" ou "o mensageiro do Senhor".

Gabriel é o anjo que assiste diante de Deus (Dn 8:16, 9:21; Lc 1:19,26).

Entretanto, contrariamente à opinião popular e ao poeta John Milton, jamais


as Escrituras o chamam de arcanjo. Todavia, elas se referem à sua ação com
mais freqüência do que à de Miguel.

Gabriel é primordialmente o mensageiro da misericórdia e da promessa


divina. Ele aparece quatro vezes na Bíblia, sempre trazendo boas novas:

“E ouvi uma voz de homem nas margens do Ulai, a qual gritou, e disse:
Gabriel, dá a entender a este a visão.” (Dn 8.16)
“Estando eu, digo, ainda falando na oração, o varão Gabriel, que eu tinha
visto na minha visão ao princípio, veio voando rapidamente, e tocou-me à
hora do sacrifício da tarde. E me instruiu, e falou comigo, e disse: Daniel,
agora saí para fazer-te entender o sentido.” (Dn 9.21,22)
“E, respondendo o anjo, disse-lhe: Eu sou Gabriel, que assisto diante de
Deus, e fui enviado a falar-te e a dar-te estas alegres novas.” (Lc 1.19)
“E, no sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da
Galiléia, chamada Nazaré.” (Lc 1.26)

Podemos por em dúvida se ele toca uma trombeta de prata, de vez que esta
idéia provém de uma música folclórica e encontra apoio apenas indireto nas
Escrituras. Porém, as proclamações de Gabriel expondo os planos, propósitos
e veredictos divinos são de importância monumental.

Nas Escrituras encontramos nosso primeiro vislumbre de Gabriel em Daniel


8.15,16. Ali ele anuncia a visão de Deus para o "fim dos tempos". O Senhor
encarregou-o de transmitir a mensagem que revela o plano de Deus na
história. No versículo 17, diz Gabriel: "Entendei ... a visão se refere ao (ou a
acontecimentos que ocorrerão no) final dos tempos".

Daniel, enquanto ora, registra o segundo aparecimento de Gabriel a ele:


“Enquanto eu falava em oração, o varão Gabriel, a quem eu vira na visão
anterior, voando velozmente, me tocou perto da hora do sacrifício
vespertino” (Dn 9.21). Para Daniel ele disse: "Compreendei a visão" (Dn
9.23), e em seguida lhe revelou a grandiosa sucessão de acontecimentos no
fim dos tempos.

Gabriel, esboçando panoramicamente o desfilar dos reinos terrestres,


assegurou a Daniel que a história culminaria com o retorno de Cristo, o
Príncipe dos príncipes (Daniel 8.25).

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A proclamação profética de Daniel na sua oração a Deus é dupla. Ele se


refere expressamente ao julgamento mais imediato de Israel (Daniel 9.16) e
em seguida ao terrível prodígio do "julgamento do fim dos tempos" e
"tribulação" que será por "sete anos" (Daniel 9.27).

O anjo Gabriel no Novo Testamento

Gabriel aparece primeiro, no Novo Testamento, em Lucas 1. Ele se identifica


a Zacarias (versículo 19), anuncia o nascimento de João, o Batista, e descreve
a vida e a cooperação deste último como precursor de Jesus.

Na sua mais importante aparição, porém, Gabriel informa a Virgem Maria


acerca de Jesus, o Deus encarnado! Que mensagem para transmitir ao mundo
através de uma adolescente! Que jovem maravilhosamente santa ela deve ter
sido para ser visitada pelo poderoso Gabriel!

Ele declara: “Não temais, Maria: pois encontrastes graça diante de Deus. E
eis que conceberei no vosso ventre e dareis à luz a um filho, a quem dareis o
nome de Jesus... E ele reinará sobre a casa de Jacó para sempre, e seu reino
não terá fim” (Lucas 1.30-33).

Através dos tempos, esta divina declaração de Gabriel será a Magna Carta da
encarnação e a pedra fundamental do mundo vindouro: Deus se fez carne para
nos redimir.

C. OS SERAFINS

As ordens dos serafins e querubins seguem após as ordens dos arcanjos e


anjos.

Desta forma será definida a autoridade angélica a que Pedro se refere quando
fala de Jesus: "Que foi para o céu, e está à mão de direita de Deus, estando a
ele sujeitos os anjos, as potestades e as virtudes". (I Pedro 3.22).

A palavra "SERAFIM" vem da raiz hebraica saraph, que significa "ardente"


ou "nobre". Encontramos os serafins somente em Isaías 6.1-6.

A função dos serafins é louvar o nome e a glória de Deus no céu. Essa função
relaciona-se diretamente com Deus e o seu trono celestial, pois a sua posição
é acima do trono, diferentemente dos querubins, que estão ao lado, e embaixo
dele.

Os serafins estão por cima, voando, como que esperando qualquer ordem do
Senhor e uma ordem fora dada. Mas, mesmo assim, entendemos que eles têm
certa autoridade, porque, à medida que o profeta percebeu o seu estado

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pecaminoso, um dos serafins tomou providencia, purificando os lábios do


profeta com a brasa que tirara do altar.

Clamam e proclamam a santidade de Deus. Podemos admitir que existam


vários serafins, de vez que Isaías se refere a "cada um" e que "um gritava
para o outro".

É uma visão atemorizante esta em que o profeta em adoração contempla o


serafim de três pares de asas acima do trono do Senhor.

Os estudiosos da Bíblia não têm estado sempre de acordo acerca dos deveres
dos serafins. Contudo, de uma coisa sabemos: eles estão constantemente
glorificando a Deus.

Sabemos também através de Isaías 6.7 que Deus pode utilizá-los para tirar a
iniquidade, e lavar o pecado de Seus servos.

Eles são extraordinariamente belos. "Com duas (asas) ele cobriu o rosto, com
duas cobriu os pés, e com duas ele voou", deixando implícito que alguns
anjos voam.

As Escrituras não apóiam, entretanto, a crença comum de que todos os


anjos têm asas.

O conceito tradicional de anjos com asas provém do seu poder de se mover


instantaneamente com velocidade ilimitada de um lugar para outro, e as asas
eram consideradas capazes de permitir esse movimento ilimitado. Mas aqui,
em Isaías 6, apenas duas asas do serafim foram empregadas para voar.

A magnificência do serafim faz-nos lembrar a descrição de Ezequiel das


quatro criaturas vivas: Ele não as chamou de serafins; no entanto, eles
também desempenhavam seus serviços para Deus.

Como os serafins, eles atuavam como agentes e porta-vozes de Deus. Nos


dois casos, a magnificência manifestada constituía um testemunho a Deus,
embora somente os serafins, evidentemente, pairassem por sobre o trono
celeste como funcionários e atendentes, com a função principal de louvar a
Deus.

Em todas essas manifestações, vemos Deus desejoso de que os homens


saibam de Sua glória. Ele decide manter um testemunho adequado dessa
glória tanto nos domínios terrenos como nos celestiais.

D. OS QUERUBINS

Há cerca de 57 referências sobre os querubins nas Escrituras Sagradas.

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Na Bíblia os querubins simbolizam amiúde as coisas celestes. Ligados à


santidade de Deus, estão sempre na Sua presença (Sl. 99:1; 80:1).

Sob a direção de Deus eles foram incorporados no plano da Arca da Aliança e


do Tabernáculo (Ex. 25:22). O templo de Salomão utilizou-os na sua
decoração.

São reais e poderosos, e possuem asas, pés e mãos (Gn 3:24; Ez. 1:6).

Deus teve uma precaução para com o homem, após a queda, para que o
homem não se eternizasse como pecador: “Então, disse o Senhor Deus: Eis
que o homem se tornou como um de nós, conhecedor do bem e do mal; assim,
que não estenda a mão, e tome também da árvore da vida, e coma, e vivam
eternamente" (Gn 3:22).

E, no versículo 24, lemos: “E, expulsou o homem, colocou querubins ao


oriente do jardim do Éden, e o refulgir de uma espada que se revolvia para
guardar o caminho da árvore da vida".

Os querubins atuam como seguranças, para impedir que o homem, que agora
é caído, uma pessoa astuta, e não mais honesta, estenda a sua mão e tome do
fruto da Árvore da Vida, concretizando para sempre o seu estado pecaminoso.

Ezequiel 10:3-10 descreve em detalhes os querubins como “seres viventes”,


como tendo não apenas asas e mãos, mas sendo também "cheios de olhos",
circundados por "rodas dentro de rodas".

Ezequiel, porém, faz soar também uma nota grave no capítulo 10, e os
querubins fornecem a chave ou pista. O profeta apresenta a sua visão que
prevê a destruição de Jerusalém.

Em Ezequiel 9.3, o Senhor desceu do Seu trono acima dos querubins até o
limiar do templo, enquanto em Ez 10.1 Ele vem retomar o Seu assento acima
deles.

Na calma que precede a tempestade, vemos os querubins estacionados no


lado sul do santuário. Postados na direção da cidade, eles testemunham o
começo da retirada gradual da glória divina de Jerusalém.

Outro movimento dos querubins encontramos em Ez. 10:14, onde são


mencionados "seres viventes", conforme Ap. 4:6: “Cada um dos seres
viventes tinha quatro rostos: o rosto do primeiro era rosto de querubim, o do
segundo, rosto de homem, o do terceiro, rosto de leão, e o do quarto, rosto de
águia"

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É um ser composto de quatro características especiais: de querubim; de ser


humano; de leão e de águia.

Comparando esta informação com a dos "seres viventes" do livro de


Apocalipse, às vezes depararemos com algumas diferenças, como: quatro
rostos, e outra vez, dois rostos e outra vez, parece que têm um só rosto.

No Salmo 80:1, há uma relação do querubim com o próprio Deus: “Dá


ouvidos, ó pastor de Israel, tu que conduzes a José como um rebanho; tu que
estás entronizado acima dos querubins, mostra o teu esplendor”

Este texto fala da exaltação de Deus, acima dos demais seres celestiais, mas
alguns estudiosos entendem que os querubins sustentam o trono de Deus;
entretanto, esta opinião criaria a idéia de que Deus carece de apoio de alguém,
o que não é verdade, sob hipótese alguma.

Em Ez 10.15, o tremular de suas asas indica acontecimentos imensamente


importantes que se deverão seguir. Em seguida os querubins elevam-se,
prontos para a partida.

Embora Ezequiel 10 seja difícil de entender, um ponto claramente se define:


os querubins têm relação com a glória divina.

Este capítulo é um dos mais misteriosos e, todavia, descritivos trechos sobre a


glória divina a serem encontrados na Bíblia, e envolve seres angélicos. Deve
ser lido cuidadosa e piedosamente. O leitor adquire uma sensação da
grandeza da glória divina, como em poucas outras passagens da Bíblia.

Embora os serafins e os querubins pertençam a ordens diferentes e estejam


cercados de tanto mistério nas Escrituras, eles partilham uma coisa:
glorificam constantemente a Deus.

Vemos os querubins junto ao trono de Deus. "Vós que habitais entre os


querubins, resplandecei“ (Salmo 80.1). "Ele tem assento entre os querubins"
(Salmo 99.1).

A glória divina não será negada, e todos os seres celestes dão testemunho
silencioso ou vocal do resplendor de Deus. Em Gênesis 3.24, vemos
querubins guardando a árvore da vida no Éden. No tabernáculo, no deserto,
motivos representando os querubins guardiães faziam parte do propiciatório e
eram feitos de ouro (Êxodo 25.18).

Os querubins faziam mais do que guardar o mais sagrado dos lugares contra
aqueles que não tinham direito de acesso a Deus. Eles também garantiam o
direito do sumo sacerdote de penetrar no recinto sagrado com sangue, como
mediador junto a Deus em favor do povo.

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Ele, e somente ele, tinha permissão de entrar no santuário interno do Senhor.


Por direito de redenção e de acordo com a posição dos crentes, cada
verdadeiro filho de Deus agora, como sacerdote-crente, tem acesso direto à
presença de Deus através de Jesus.

Os querubins não recusarão acesso ao trono ao mais humilde dos cristãos.


Eles nos garantem que podemos nos aproximar sem medo devido à obra de
Cristo na cruz! O véu do templo foi rasgado.

Como diz Paulo: "Não sois mais hóspedes, nem forasteiros, mas compatriotas
dos santos e da casa de Deus" (Efésios 2.19). Ademais, Pedro assegura: "Sois
uma geração eleita, um sacerdócio régio, uma nação sagrada, um povo
especial, expressareis louvores a Quem vos chamou das trevas para a Sua
maravilhosa luz" (I Pedro 2.9).

O santuário interno do trono de Deus está sempre aberto àqueles que se


arrependeram do pecado e confiaram em Cristo como Salvador.

Muitos acreditam que as "criaturas vivas" amiúde mencionadas no


Apocalipse são querubins.

Mas, por mais magníficos que sejam os seres angélicos e celestes, tornam-se
obscuros diante da inexprimível glória do nosso Cordeiro Celeste, o Senhor
da glória, a quem todos os poderes do céu e da terra se inclinam em santa
adoração e culto.

E. PRINCIPADOS, AUTORIDADES, POTESTADES, TRONOS,


VIRTUDES, SOBERANIAS, DOMINAÇÕES (CL 1:16; EF 1:21; 3:10;
RM 8:38)

Trata-se de uma hierarquia angelical. Tinha posição de destaque na “heresia


colossense”3, que consistia no seguinte:

Paulo nunca declara expressamente o falso ensino a que se opõe na carta aos
colossenses. A natureza da heresia deve ser inferida das declarações que fez
em oposição aos mestres. Uma análise de sua refutação leva a crer que a
heresia era de diversificada natureza. Alguns dos elementos desses ensinos
eram:

1. Adoração a anjos. (Cl. 2.18).

3
Introdução ao livro de Colossenses. Bíblia de Estudo NVI. São Paulo.SP.Editora Vida.

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2. Conhecimentos secretos. Os gnósticos jactavam-se disso (v. 2.18 e o


realce que em Cl 2.2,3 Paulo dispensa a Cristo: "e em quem estão escondidos
todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento").
3. Dependência da sabedoria e da tradição humana. V. Cl 2:4,8.
4. Esses elementos parecem classificar-se em duas categorias: judaica e
gnóstica. É provável, portanto, que a heresia colossense fosse uma mistura de
uma forma extrema do judaísmo, e de uma etapa inicial do gnosticismo.
5. Depreciação de Cristo. Subentendida na maneira de Paulo ressaltar a
supremacia de Cristo (Cl 1.15-20; 2:2, 3, 9).
6. Cerimonialismo: Mantinha regras severas a respeito dos tipos
permissíveis de comida e bebida, das festas religiosas (Cl 2.16-17), e da
circuncisão (Cl 2.11; 3.11).
7. Ascetismo. "Não manuseie!" "Não prove!" "Não toque!" (Cl 2.21, 23).
Em Cl. 1:16, Paulo fala de tronos, soberanias, principados e potestades, e
acrescenta que foram criados por intermédio dEle e para Ele. Isto parece
indicar que ele está se referindo a anjos bons. Em Efésios 1:21, a referencia
parece incluir tanto os anjos bons quantos maus. Nas outras passagens, essa
terminologia se refere definitivamente apenas anjos maus (Rm. 8: 38; Ef.
6:13; Cl. 2:15).
Entretanto, não é provável que Paulo tenha pretendido apresentar em Cl. 1: 16
uma hierarquia regular dos anjos, ou que ele tivesse um sistema elaborado de
aeons para fins de teologia metafísica e ética.
No Testamentos dos Doze Patriarcas4, apócrifo escrito aproximadamente no
fim do primeiro século, encontramos o ensinamento a respeito dos sete céus.
O primeiro é desabitado, mas todos os que estão acima dele são habitados por
vários espíritos ou anjos.
Mas Paulo não ensina nenhuma gradação sistemática dos anjos desse tipo.

Podemos apenas dizer que os tronos (thronoi) se referem a seres angélicos,


cujo lugar é na presença imediata de Deus. Esses anjos são investidos de
poder real que exercem sob Deus.

Os soberanias (kuriotetes) parecem estar próximos dos thronoi em dignidade.

Os principados (archai) parecem se referir a governantes sobre povos e


nações distintos. Assim Miguel é tido como o príncipe de Israel (Dn. 10:21;
12:1); assim lemos também a respeito do príncipe da Pérsia e do príncipe da
Grécia (Dn. 10: 20). Isto é, cada é um príncipe em um destes principados.

Os potestades (exousiai) são possivelmente autoridades subordinadas,


servindo sob uma das outras ordens.

4
Testaments of the Twelve Patriarchs, (Levi 3)

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É verdade que podemos saber com certeza o significado real desses termos,
mas esses acima parecem ser uma explicação plausível.

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IV) A OBRA DOS ANJOS

1. O Ministério dos anjos

A. Geral

1. Agentes de Deus
2. Mensageiros de Deus
3. Servos de Deus

B. A Deus e a Cristo
1. Adoram a Deus e a Cristo (Ne 9:6; Hb.1:6; Fl.2:9-11)
2. Celebram os louvores a Deus (Sl 68:17; Sl.146:2; Lc 2:13-14;
Ap.5:11-13; Ap 7:11-12)
3. Obedecem a vontade de Deus e de Cristo (Mt.6:10; Sl.103:20)
4. Transmitem a vontade de Deus (At.8:26; 10:45; Ap 1:1)
5. Executam os propósitos de Deus e de Cristo (Mt. 13:39-42; Mt
Mt 24:31; Mt 28.2; Jo 5:4; Ap. 5:2)
6. Anunciaram a concepção de João Batista (Lc 1:13; Lc 1:36)
7. São sujeitos a Cristo (Ef 1:21; Cl 1:16; Cl 2.10; 1 Pe 3:22)
8. Predisseram o nascimento de Cristo (Lc 1:26-33).
9. Protegeram a criança (Mt 2:13).
10. Fortaleceram a Cristo depois da tentação (Mt 4:11).
11. Estavam preparados para defendê-lO (Mt 26:53).
12. Confortaram-nO no Getsêmani (Lc 22:43).
13. Rolaram para longe a pedra que fechava a entrada ao sepulcro
de Jesus. (Mt 28:2).
14. Glorificaram a Cristo (Jo 1:51)
15. Anunciaram a concepção de Cristo (Mt. 1:20,21)
16. Anunciaram o nascimento de Cristo (Lc. 2:10,12, 13)
17. Anunciaram a ressurreição de Cristo (Mt.28:5-7; Lc. 24:23)
18. Anunciaram a Ascensão e Segunda Vinda de Cristo (At. 1:2,
11)
19. Acompanharão a Cristo na Segunda Vinda (Mt 16:27; Mt
25:31; Mc 8:38; 2 Ts 1:7)
C. Aos Crentes
1. Seu ministério geral é de ajuda (I Rs 19:5; Hb 1:14).
2. Comunicam a vontade de Deus e de Cristo (Dn 8:16-17; Dn 9:21-
23; Mt 2:13; At 8:26; At 27:23).
3. A Lei foi dada por seu intermédio ((At 7:53; Hb 2:2)
4. Estão envolvidos com as respostas às orações (Dn.6:22; Mt
26:53; At 12:7-11).
5. Observam as experiências dos crentes (1 Co 4:9; 1 Tm 5:21).
6. Encorajam nas horas de perigo (At 27:23-24).
7. Advertem (Mt.2:13,19,20; Hb. 2:2)
8. Dão instrução (Mt. 28:2-7)
9. Estão interessados nos esforços evangelísticos dos crentes (At
8:26)
10. Alegram-se com os pecadores que se arrependem (Lc. 15:7-
10).

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11. Os anjos não pregam o evangelho enquanto a Igreja estiver na


terra (I Pe 1:12)
12. Ocupam-se com os filhos de Deus (Jz. 6:11-23; II Rs 6:14-18;
Sl 34:7; Sl 91:11; Dn 6:22; Hb 1:14).
13. Ministram aos justos na hora de sua morte (Lc 16:22; Jd 9).
14. Não devem ser adorados (Cl 2:18; Ap 19:10; Ap 22:9)

D. Às Nações

1. Miguel parece ter um relacionamento estreito com Israel (Dn


12:1).
2. Os anjos parecem ser agentes de Deus na execução de Sua
providência (Dn 10:21; Sl 104:4).
3. Os anjos estarão envolvidos nos juízos da Tribulação (Ap 8, 9).
E. Aos Descrentes
1. Anunciam juízos iminentes (Gn 19:13; Ap 14:6-7).
2. Infligem o juízo divino (Sl. 35:5,6; II Rs 19:35; At 12:23).
3. Agem como ceifeiros na separação definitiva no fim dos
tempos (Mt 13:39).

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V) A QUEDA DOS ANJOS

A Bíblia diz em Mateus 25:41: “Então dirá também aos que estiverem à sua
esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para
o diabo e seus anjos"

Este texto demonstra que muito antes da preparação da criação dos anjos, este
lugar, o inferno, já tinha sido concebido por Deus, porque Ele sabia, "a
priori", a revolta que ocorreria devido à entrada do mal na criação.

Em Isaias 14:12 lemos: “Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filho da


alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações!"

Deus, sabendo, previamente, dessa queda, já havia preparado o abismo, onde,


segundo o livro do Apocalipse, Satanás seria preso por 1.000 anos, depois
solto por um período de tempo, para cumprir mais um dos propósitos de
Deus, para depois ser confinado eternamente no Lago de Fogo.

Thiessen5tem um trabalho muito interessante na análise da queda dos anjos,


divididos em quatro tópicos: O Fato de sua Queda, a Época de sua Queda, a
Causa de sua Queda, e os Resultados de sua Queda.

1. O Fato de Sua Queda

É aqui que deveríamos discutir o problema da origem mal, pois ele se


originou no céu, e não na terra.

Com exceção de alguns filósofos hindus, que a ele se referem como "maya"
ou ilusão, e da Ciência Cristã, que o chamam de "erro da mente mortal",
todos os homens reconhecem o fato severo e solene do mal no universo.

Verdadeiramente, sua presença no mundo é um dos problemas mais


desconcertantes para a filosofia e a teologia. Isto se deve à dificuldade em
harmonizar a idéia do mal com o conceito de um Deus benevolente, santo e
infinito.

Alguns afirmam que as duas idéias são absolutamente incongruentes. Orr6


cita estas palavras de J.S. Mill: "O problema de conciliar benevolência e
justiça infinitas no Criador de um mundo como este é impossível".

5
Thiessen, Henry Clarence. Palestras em Teologia Sistemática. São Paulo.SP. IBR
6
Orr, James, The Christian View of God and The World (O Pensamento Cristão a respeito de Deus e do
Mundo) (Grand Rapids: Wm. B. Eerdmans Publ. Co.,), 165.

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Mill, portanto, adotou a posição do dualismo e afirmou que tanto o mal o bem
são eternos. De acordo com ele, portanto, o universo nunca foi perfeito e
conseqüentemente, nunca houve uma "queda".

Era assim também que pensavam os adeptos do Zoroastrismo persa, do


Gnosticismo e do Maniqueísmo.

Alguns teólogos modernos sustentam um ponto de vista bem parecido, e


ensinam que Deus é um Deus finito, e que Ele tem mantido uma luta eterna
contra o mal.

Todas essas teorias foram inventadas para absolver Deus de qualquer


responsabilidade pelo mal, mas para fazerem isto, tornaram-nO menos que
Deus.

Entretanto, tudo nos leva a crer que os anjos foram criados em estado de
perfeição. Quando nos referimos ao relato da criação em Gn. 1, lemos sete
vezes que o que Deus havia feito era bom. No último versículo desse capítulo,
lemos: "Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era multo bom". Isso
certamente inclui a perfeição dos anjos em santidade quando originalmente
criados.

Algumas pessoas acham que Ez. 28: 15 se refere a Satanás. Se assim for,
então ele é definitivamente mostrado como tendo sido criado perfeito.

Mas diversas passagens mostram alguns dos anjos como maus (Sl.78:49; Mt.
25:41; Ap. 9:11; 12: 7-9). Isto se deve ao fato de terem deixado seu próprio
principado e habitação apropriada (Judas 6) e pecado (II Pe. 2: 4).

Não há dúvida que Satanás tenha sido o chefe da apostasia. Is. 14: 12 parece
se referir à ele como sendo a Estrela da Manhã e Filho da Alva, e lamentar a
sua queda. Ez. 28:15-17 parece semelhantemente descrever sua queda. Não
pode haver dúvidas, portanto, de que houve realmente uma queda para alguns
dos anjos.

2.A Época de Sua Queda.

A Escritura silencia quanto a este ponto; mas deixa claro que a queda dos
anjos se deu antes da do homem, já que Satanás entrou no Jardim sob a forma
de serpente e induziu Eva a pecar.

Mas não podemos dizer definitivamente quanto tempo antes do incidente do


Éden os anjos caíram.

Aqueles que consideram os dias da criação como longas épocas, naturalmente


acharão que esta queda teve lugar durante esse longo período; aqueles que
afirmam que Gn. 1:2 representa a conseqüência de uma grande catástrofe,

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naturalmente colocarão a queda dos anjos em algum lugar entre os versículos


1 e 2.

De acordo com nossa preferência pela segunda interpretação, sugerimos que


ela ocorreu algum tempo após a criação dos céus e da terra e que foi a causa
principal da condição descrita em Gn. 1: 2.

3.A Causa de Sua Queda.

Este é um dos profundos mistérios da teologia. Mostramos acima que os anjos


foram criados perfeitos. Isto significa que toda a afeição de seus corações era
dirigida para Deus.

A questão é: como pôde tal ser cair? Como pôde a primeira afeição menos
santa brotar em tal coração, e como pôde a vontade receber o primeiro
impulso para se afastar de Deus?
Diversas soluções para o problema têm sido propostas. Vamos ver algumas
delas.

A primeira é a de que tudo que existe se deve a Deus.

Os que crêem nesta doutrina afirmam que, portanto, Ele deve ser o autor do
pecado também. Replicamos que se Deus for o autor do pecado, e aí condenar
a criatura por cometer pecado, então não temos um universo moral.

A segunda é a crença de que o mal resulta da natureza do mundo.

É assim que crêem todos os sistemas pessimistas, do Budismo até os nossos


tempos.

Schopenhauer afirmava que a existência do mundo era o maior de todos os


males e a fonte de todos os outros males. Hartmann chamou a criação de
crime imperdoável. Mas as Escrituras declaram repetidamente que tudo que
Deus fez é bom (Gn. 1, et al); e positivamente rejeitam a idéia de que a
natureza é inerentemente má (Cl. 2: 20-22).

A terceira é a idéia de Hegel e da maioria dos evolucionistas, a saber; que o


mal resulta da natureza da criatura. Eles afirmam que o pecado é um estágio
necessário no desenvolvimento do espírito. É simplesmente um progresso de
baixíssimas origens da existência, através do desenvolvimento evolucionário
até os mais altos pontos.

Mas as Escrituras desconhecem tal desenvolvimento evolucionário e vêem o


universo e as criaturas como originalmente perfeitas.

É bom lembrar que a criatura tinha originalmente o que os teólogos latinos o


chamavam de "posse pecare et posse non pecare", isto é, a capacidade de

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pecar e a capacidade de não pecar. Ela foi colocada na posição de poder fazer
qualquer uma das duas coisas, sem ser constrangida a fazer uma ou outra
coisa. Em outras palavras, a vontade era autônoma.

Devemos, portanto, concluir que a queda dos anjos se deu devido à sua
revolta deliberada e autodeterminada contra Deus. Foi sua escolha de seus
próprios e seus interesses em lugar de escolherem a Deus e Seus interesses.

Se indagarmos que motivo em particular pode ter estado por trás dessa
rebelião, parecemos obter diversas respostas das Escrituras.

Grande prosperidade e beleza parecem ser apontadas como possíveis causas.

O rei de Tiro parece simbolizar Satanás em Ez. 28: 11-19; e diz-se que ele
caiu devido a essas coisas (cf. I Tm. 3: 6).

Ambição desmedida e o desejo de ser mais que Deus parecem ser outra causa.

O rei da Babilônia é acusado de ter essa ambição, e ele também parece


simbolizar Satanás (Is. 14: 13, 14). Será mostrado que em qualquer um dos
casos foi egoísmo, descontentamento com aquilo que tinha e o desejo de ter
tudo o que os outros tinham.

Sem dúvida, a causa da queda de Satanás foi também a causa da queda dos
outros anjos maus e dos demônios.

4.O Resultado de Sua Queda.

Diversos resultados de sua queda aparecem nas Escrituras:

1) Todos eles perderam sua santidade original, e se tornaram corruptos em


suas natureza e conduta (Mt. 10:1; Ef. 6:11, 12; Ap. 12:9).

2) Alguns deles foram lançados no inferno (Tártaro, só aqui), e estão


acorrentados até o dia do julgamento (II Pe. 2: 4).

3) Alguns deles permaneceram em liberdade, e trabalham em definida


oposição à obra dos anjos bons (Ap. 12:7-9; Dn. 10: 12, 13; 20, 21; Judas 9).

4) Pode também ter havido um efeito sobre a criação original. Lemos que
mais tarde a terra foi amaldiçoada devido ao pecado de Adão (Gn. 3: 17.19) e
que a criação está gemendo por causa da queda (Rm. 8: 19-22).

Não é improvável, portanto, que o pecado dos anjos tenha tido algo a ver com
a ruína da criação original em Gn. 1.

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5) Eles serão, um dia futuro, atirados para a terra (Ap. 12:8, 9) e, após, virá
seu julgamento (I Co. 6: no lago de fogo (Mt. 25: 41; II Pe. 2: 4; Judas 6).

Entre os anjos maus temos dois grupos:

• uma parte dos anjos maus que estão soltos;


• uma outra parte de anjos maus que estão presos.

II Pe 2:4-9: "Ora, se Deus não poupou anjos quando pecaram, antes,


precipitando-os no inferno, os entregou a abismos de trevas, reservando-os
para juízo; e não poupou o mundo antigo, mas preservou a Noé, pregador da
justiça, e mais sete pessoas, quando fez vir o dilúvio sobre o mundo de
ímpios; e, reduzindo a cinzas as cidades de Sodoma e Gomorra, ordenou-as à
ruína completa, tendo-as posto como exemplo a quantos venham a viver
impiamente; e livrou o justo Ló, afligido pelo procedimento libertino
daqueles insubordinados (porque este justo, pelo que via e ouvia quando
habitava entre eles, atormentava a sua alma justa, cada dia, por causa das
obras iníquas daqueles), é porque o Senhor sabe livrar da provação os
piedosos e reservar, sob castigo, os injustos para o Dia de Juízo".

Note que Deus já prendeu alguns anjos:

Jd 5-7: "Quero, pois, lembrar-vos, embora já estejais cientes de tudo uma vez
por todas, que o Senhor, tendo libertado um povo, tirando-o da terra do
Egito, destruiu, depois, os que não creram; e a anjos, os que não guardaram
o seu estado original, mas abandonaram o seu próprio domicílio, ele tem
guardado sob trevas, em algemas eternas, para o juízo do grande Dia, como
Sodoma, e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se entregado
á prostituição como aqueles, seguindo após outra carne, são postas para
exemplo do fogo eterno, sofrendo punição.”

Assim encontramos dois tipos de anjos decaídos: uns que respondem em


liberdade, e outros que já estão em prisões eternas.

Estudaremos a seguir os anjos que estão aprisionados, distinguindo-os dos


anjos que estão em liberdade, dos demônios e de Satanás.

Então, daremos brevemente o que as Escrituras têm a dizer a respeito de uma


organização entre as hostes do mal.

1) Os anjos maus que são mantidos aprisionados

Estes são mencionados especificamente em II Pe. 2:4; Judas 6. Parece que


todos concordam que Pedro e Judas se referiam aos mesmos anjos.

Pedro simplesmente diz que eles pecaram e que Deus os precipitou no


Tártaro, entregando-os a abismos de trevas e reservando-os para juízo.

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Mas Judas apresenta seu pecado como sendo o de haverem abandonado seu
próprio principado e domicílio. Pode ser que Judas estivesse pensando na
passagem de Dt. 32:8 da Septuaginta. Lá diz que Deus dividiu as nações "de
acordo com o número dos anjos de Deus". Assume-se que Deus tenha
nomeado um ou mais anjos para cada uma das nações.

O fato de que várias nações estão assim sob um ou outro desses príncipes
“angélicos" é evidenciado por Daniel (10:13, 20; 11:1; 12:1). Deixar seu
próprio principado poderia assim significar infidelidade no cumprimento de
seus deveres; mas provavelmente significa que eles tentaram obter um
principado mais cobiçado. Deixar seu próprio domicílio poderia então
significar que eles abandonaram sua habitação celestial e desceram à terra.

Como castigo do seu pecado, Deus os precipitou no Tártaro. É só aqui que


esta palavra aparece no Novo Testamento, mas aparece três vezes na LXX.

Em Homero, o Tártaro é um lugar sombrio abaixo do Hades. Se os homens


maus descem ao Hades, não parece improvável que o Tártaro, o lugar onde os
anjos maus estão confinados, seja ainda mais abaixo.

Seu castigo consiste de estarem confinados em abismos de trevas e estarem


presos por algemas eternas, reservados para o juízo do grande dia. As
algemas são "eternas" (aidiois) no sentido de que nunca se desgastam. Serão
usadas, entretanto, apenas até o dia do juízo

2) Os anjos maus que estão em liberdade

Estes são normalmente mencionados em conexão com Satanás, seu líder (Mt.
25:41; Ap. 12:7-9). Sl. 78:49; Rm. 8: 38; I Co. 6: 3; Ap. 9: 14 referem-se a
eles separadamente.

Estão, é claro, incluídos em "todo principado e potestade, e poder, e domínio"


em Ef. 1:21, e são mencionados especificamente em Ef. 6: 12 e Cl. 2: 15. Sua
principal ocupação parece ser a de apoiar seu líder Satanás na luta dele contra
os anjos bons e o povo e a causa de Deus.

3) Os Demônios

Este assunto será mais detalhado na Doutrina dos Demônios.

O termo "demônio" aparece somente três vezes no Antigo Testamento (Dt.


32:17; Sl. 106:37; Lv. 17:7), apesar de Sweet7 achar que existe uma

7
Sweet, Louis Mathews, "Demons" (Demônios), Inter. Stand. Bible Ency. (Grand Rapids; Wm. B. Eerdmans
Publ. Co.,), pág. 828.

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referência a demonologia no Velho Testamento também em Lv. 16: 21, 22;


Is. 13: 21; 34: 13.

No Novo Testamento, o termo daimon ocorre no texto grego de Westcott e


Hort apenas em Mt. 8:31; e daimoniodes apenas em Tiago 3: 15. Mas o
substantivo daimonion aparece 63 vezes, e o verbo daimonizomai, 13 vezes.

No grego clássico, os termos daimon e daimonion se referem a deuses


inferiores, tanto bons como maus. Este emprego do termo aparece apenas
uma vez no Novo Testamento: na declaração de Paulo em seu discurso em
Atenas, quando se refere aos atenienses como sendo "acentuadamente
religiosos", literalmente, reverenciando os deuses além do que era comum
(At.17:22, deisidaimonesterous). Em todas as outras passagens do Novo
Testamento onde aparecem, estes termos referem-se a espíritos maus.

Quem são os demônios é uma questão mais ou menos desconcertante.

Três explicações já foram apresentadas:

a) São as almas dos homens maus, especialmente os espíritos daqueles que


apresentaram mau caráter nesta vida. É assim que pensam Filo, Josefo e
praticamente todos os escritores cristãos primitivos. Mas retrucamos que, por
toda a Escritura, os mortos não salvos aparecem no Sheol ou no Hades, e não
perambulando pela terra (S1.9:17; Ez. 32:17-24; Lucas 16:23; Ap. 20: 13).

Além disso, Nosso Senhor possui as chaves do Hades, e não é provável que
Ele vá permitir que essas almas maldosas saiam e fiquem passeando pela terra
(Ap. 1: 18).

b) São anjos caídos que não estão confinados ao Tártaro (Dn. 10: 13, 20; Ap.
12:7, 9). Este é o ponto de vista tradicional e há muito a recomendá-lo. Tem a
vantagem de ser simples, e de remover a necessidade de maiores pesquisas
quanto à origem dos demônios. Mas há duas coisas nesta teoria que nos
deixam perplexos: Antes de tudo, não é nunca sequer insinuado que um anjo
caído jamais tenha tentado se apossar do corpo de um ser humano, e em
segundo lugar, parece um pouco incongruente dizer que um homem estava
possuído por um anjo caído; o que deveríamos poder dizer se anjos caídos e
demônios fossem a mesma coisa.

c) Eles são os espíritos desincorporados de uma raça pré-Adâmica. Esta idéia


vai de encontro ao fato de que em parte alguma das Escrituras é tal raça
mencionada. Mas como a queda de Satanás, de seus anjos e dos demônios
deve ter acontecido entre Gn. 1 e 2, não é improvável que, além dos anjos,
houvesse uma raça de seres que habitava a terra, sobre quem Satanás
dominava, e que também caiu quando ele caiu.

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Como castigo para eles, Deus permite-lhes estar por aí em um estado de


desincorporação até que sejam confinados ao Geena, quando do julgamento
final de Satanás e suas hostes.

Diversos escritores modernos8 que escrevem sobre profecias aceitam este


ponto de vista, como, por exemplo, Pember, Op. cit., pág. 72; Ottman, Op.
cit., pág. 218; e segs.; e Pardington, Op. cit., pág. 122. Nevius também se
simpatiza com este ponto de vista.

Esta idéia parece explicar melhor o fato dos demônios buscarem possuir seres
humanos. A destruição a que se refere II Pe. 3: 5, 6 poderia se referir a um
julgamento sobre uma tal raça pré-Adâmica, através da qual a criação perfeita
de Deus foi transformada no caos de Gn. 1: 2.

De qualquer maneira, as palavras daimon e daimonion nunca deveriam ser


traduzidas como "diabos", pois só há um diabo. Além disso, demônios e
espíritos maus, bem como espíritos imundos, são claramente a mesma coisa
(Mt. 8:16; 10:1, 8; Lc 10:17, 20).

Portanto, aparentemente, também o são "as forças espirituais do mal, nas


regiões celestes" (Ef. 6: 12).

Por que uns anjos estão presos e outros não?

Segundo Ryrie9, "os anjos que não guardaram seu estado original, formam
um grupo especial: uma referência àquele grupo de anjos a quem Satanás
persuadiu a coabitarem com mulheres (Gn 6:1-4), e que foram
imediatamente confinados por causa da natureza escabrosa daquele pecado.
O livro apócrifo de Enoque declara como teria sido dramático o fim de tais
anjos".

Leiamos Gênesis 6:1-3: “Como se foram multiplicando os homens na terra, e


lhes nasceram filhas, vendo os filhos de Deus que as filhas dos homens eram
formosas, tomaram para si mulheres, as que, entre todas, mais lhes
agradaram. Então, disse o SENHOR: O meu Espírito não agirá para sempre
no homem, pois este é carnal; e os seus dias serão cento e vinte anos".

Há muito debate a respeito deste texto, porém não faz parte das nossas
doutrinas básicas; mas os estudos das Escrituras em Jd 5-7 podem levar-nos a
crer que estes filhos de Deus sejam anjos, uma parte dos anjos que mudaram
seu estado original.

8
Nevius, John L. Demon Possession and Allied Themes (Possessão Demoníaca e Temas Correlatos) (New
York: Fleming H. Revell Co. , 1892) pág. 269 e segs.
9
Ryrie, Charles. Bíblia Anotada. São Paulo. SP. Editora Mundo Cristão.

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Lembremos uma característica toda especial dos anjos: quando eles


aparecem, raramente aparecem como a arte sacra os retrata, com asas. Apenas
na Profecia de Isaias (cap. 6) é que os anjos aparecem com suas asas.

O anjo, mensageiro de Deus, tem a capacidade de se materializar, assumindo


forma humana.

Uma linha teológica defende que uma parte desses anjos decaídos, decidiu
invadir a Terra. Tomaram para si mulheres e Deus interveio, naquele
momento, prendendo-os; não para proteger Ele próprio, mas para proteger a
raça humana, totalmente vulnerável a esses seres, que são mais potentes que
os homens.

Porém, não podemos aceitar tal posição porque a menos que tenha havido
uma mudança na natureza dos anjos decaídos, eles normalmente não têm sexo
e não poderiam coabitar com seres humanos, conforme o ensino de Jesus em
Mc 12:25.

O fato de Satanás estar solto, não quer dizer que ele esteja à vontade. Um
exemplo disto é o efeito que a presença de Jesus, quando Ele andava aqui na
terra, causa a Satanás. Onde havia uma presença demoníaca, havia por parte
deles um grande temor, querendo fugir da divina presença.

Não deve ter sido fácil para Satanás, receber uma convocação para
comparecer ao Céu junto com os filhos de Deus (Jó 1). Ele teve que voltar
àquele lugar para prestar conta de tudo o que estava fazendo.

Outra lição, ainda no livro de Jó, é a de como Deus tem delimitidado o poder
de Satanás, colocando uma cerca de proteção ao redor dos Seus filhos.
Satanás está atuando dentro dos seus limites.

Revisando:

Temos os três grupos de anjos:


1) Os que foram criados sem defeito, com livre arbítrio (anjos bons).
2) Os anjos maus que já estão presos.
3) Os anjos maus que estão soltos, como Satanás, e que o acompanham,
porém, definitivamente debaixo do controle de Deus.

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VI) O DESTINO DOS ANJOS

Thiessen10 considera da seguinte forma o destino dos anjos bons, o destino


dos anjos maus e especialmente o destino de Satanás.

1. O destino dos Anjos Bons

Temos muitas razões para crer que os anjos bons continuarão servindo a
Deus por toda a eternidade.

Na visão que João teve da Nova Jerusalém, que certamente pertence a


uma era futura, e que está evidentemente destinada a continuar para
sempre juntamente com o novo céu e a nova terra (Ap. 21:1, 2), ele viu
anjos diante das doze portas da cidade (Ap. 21: 12).

Se pelo menos alguns anjos vão estar servindo, não há razão alguma
para não se crer que todos os anjos bons continuarão servindo nos
lugares que foram para eles designados.

2. O Destino dos Anjos Maus

A respeito dos anjos maus, temos informação definitiva de que terão


sua parte no lago de fogo (Mt. 25:41).

Enquanto isso, são mantidos acorrentados e na escuridão até o dia do


seu julgamento (II Pe. 2:4; Judas 6), como o criminoso condenado que
foi considerado culpado e mantido na prisão, aguardando o dia em que
será sentenciado oficialmente e levado para sofrer a pena por seu crime.

Quando Cristo voltar, os crentes terão parte no julgamento, ou


condenação, dos anjos maus (I Co. 6: 3).

3. O Destino de Satanás

Podemos traçar brevemente a história de Satanás, do começo ao fim,


lembrando que, com exceção daqueles confinados ao Tártaro até o dia
do julgamento, a história de Satanás é também aquela de todos os anjos
caídos (II Pe. 2: 4).

Nós o vemos primeiro no céu (Lucas 10: 18; Is. 14:12; cf. Ez. 28: 14).

Ninguém pode dizer por quanto tempo ele viveu gozando o favor de
Deus, mas veio a hora em que ele e muitos outros anjos com ele caíram.

10
Thiessen, Henry Clarence. Palestras em Teologia Sistemática. São Paulo.SP. IBR

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Encontramo-lo a seguir no Jardim do Éden, por meio de uma serpente


(Gn. 3:15; Ez. 28: 13). Aqui ele se tornou o agente da queda do homem.

Em seguida, o encontramos no ar, tendo acesso tanto ao céu como à


terra (Jó 1: 6,7 ; 2: 1,2 ; Ef. 2:2; 6: 12). Esta parece ter sido a sua sede
desde a queda do homem. Em seguida, notamos que no futuro ele
deverá ser lançado à terra (Ap. 9:1; 12:9, 10,12,13).

Aparentemente, isto acontecerá durante o período de tribulação.


Podemos nos alegrar ao observar que sua presença na terra dessa vez
será "curta". Deste lugar na terra, ele será lançado ao abismo (Ap. 20:1-
3).

O termo "cova sem fundo" é uma tradução incorreta do termo grego


abussos. Isto se dará quando Cristo voltar à terra em poder e glória para
estabelecer Seu reino.

Satanás será acorrentado e confinado ao abismo por mil anos. Então,


será solto por "pouco tempo", durante o qual tentará frustrar os
propósitos de Deus na terra (Ap. 20:3).

Mas seus planos não darão certo. Fogo descerá dos céus e destruirá os
exércitos que ele tiver reunido, e ele próprio será lançado no lago de
fogo (Ap. 20: 7-10).

E, por fim, ele e seus anjos serão lançados no inferno (Mt. 25:41), seu
destino final, onde serão atormentados para todo o sempre.

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