Este documento analisa o poema "3 de maio", de Oswald de Andrade. Ele discute como o poema quebra as convenções da poesia clássica em termos de métrica e rima, refletindo o estilo modernista. Também analisa como o eu lírico vê a poesia como um meio subjetivo e livre para criar um universo próprio, sem limitações. Finalmente, discute figuras de linguagem como metáfora e pleonasmo presentes no poema.
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cafe com letras 2020 analise poema 3 de maio enviar
Este documento analisa o poema "3 de maio", de Oswald de Andrade. Ele discute como o poema quebra as convenções da poesia clássica em termos de métrica e rima, refletindo o estilo modernista. Também analisa como o eu lírico vê a poesia como um meio subjetivo e livre para criar um universo próprio, sem limitações. Finalmente, discute figuras de linguagem como metáfora e pleonasmo presentes no poema.
Este documento analisa o poema "3 de maio", de Oswald de Andrade. Ele discute como o poema quebra as convenções da poesia clássica em termos de métrica e rima, refletindo o estilo modernista. Também analisa como o eu lírico vê a poesia como um meio subjetivo e livre para criar um universo próprio, sem limitações. Finalmente, discute figuras de linguagem como metáfora e pleonasmo presentes no poema.
O poema ''3 de maio'', de Oswald de Andrade, é construído com um terceto e com
versos livres e brancos. Essas características se atrelam ao estilo modernista do poema, que justamente visam quebrar as ligações da poesia com o ''passadismo'', tornando-o livre da métrica, da estrofação e das rimas clássicas, algo que em períodos como o do Parnasianismo era considerado essencial e insubstituível. Em termos gerais deste poema, é possível analisar o caratér metalinguístico do mesmo, onde o eu lírico condiciona uma reflexão sobre a poesia e as criações desta. Nestes versos, o eu lírico não busca definir a arte da poesia em um conceito concreto e nem mesmo limitá-lo a uma área de atuação ou conjunto de práticas, mas sim abre espaço para o exercício e reflexão filosófica de compreender que a arte da poesia é um meio subjetivo em que o eu lírico tem liberdade para criar um universo próprio. Neste, não existem limitações provindas das leis naturais e nem mesmo da lógica convencional, sendo o eu lírico livre para criar um universo lirico da forma que o calhar. É importante analisar que todo este ideal de liberdade poética é característíco do período Modernista e antagoniza intrínsecamente os movimentos artísticos ''passadistas''. Nestes movimentos, não apenas limitava-se a poesia no ramo da estética (com metrificação, rimas e estrofação rigorosa), mas também a limitavam no ramo temático, predispondo temas e assuntos a serem discutidos que, caso não fossem seguidos, trariam a obra intensa rejeição popular. Analisando minuciosamente os versos do poema, é possível observar que no verso ''Aprendi com meu filho de dez anos'' um caráter antiacademicista do eu lírico. O eu lírico, ao predispor a ideia de que aprendeu com seu filho algo sobre a poesia, cria uma metáfora para expor que a arte poética não é construida com padrões e vivencias acadêmicas, mas sim é construida com a introspecção e compreensão de mundo própria de cada indivíduo, sendo justamente isso o que traz à arte da poesia seu caráter plural e individual. Seguindo com os versos ''Que a poesia é a descoberta/ Das coisas que eu nunca vi'' o eu lírico demonstra que a poesia é algo que sempre se renova e nunca se encontra estática, de forma que a experiência poética sempre traz novas sensações e compreensões a quem a vive. Além disso, o eu lírico também expõem através destes versos que a poesia não mantem-se nos mesmos moldes, estando livre de ditames como por exemplo a métrica clássica. Analisando as figuras de linguagem do poema, é importante observar que, além da construção metafórica expressa ao longo do poema, ''3 de maio'' conta com mais recursos linguísticos. Pode-se citar o uso do pleonasmo em ''Que a poesia é a descoberta/ Das coisas que eu nunca vi'', que reforça a ideia desenvolvida pelo eu lírico de que a experiência poética está em constante transformação, e a disposição dos versos de forma similar a um diário, que contribui para a noção desenvolvida ao longo do poema de que a arte poética não tem forma fixa e nem mesmo padrão definido.