O poema "Nossa Senhora dos Cordões" de Oswald de Andrade é constituído por 20 versos livres sem rima ou métrica definida, exaltando as festividades do carnaval no Rio de Janeiro e pedindo proteção ao Rei Momo para que o cortejo seja luxuoso e agrade o povo carioca. O poema pertence ao livro "Pau-Brasil" e propõe uma cultura brasileira original para ser exportada ao mundo.
O poema "Nossa Senhora dos Cordões" de Oswald de Andrade é constituído por 20 versos livres sem rima ou métrica definida, exaltando as festividades do carnaval no Rio de Janeiro e pedindo proteção ao Rei Momo para que o cortejo seja luxuoso e agrade o povo carioca. O poema pertence ao livro "Pau-Brasil" e propõe uma cultura brasileira original para ser exportada ao mundo.
O poema "Nossa Senhora dos Cordões" de Oswald de Andrade é constituído por 20 versos livres sem rima ou métrica definida, exaltando as festividades do carnaval no Rio de Janeiro e pedindo proteção ao Rei Momo para que o cortejo seja luxuoso e agrade o povo carioca. O poema pertence ao livro "Pau-Brasil" e propõe uma cultura brasileira original para ser exportada ao mundo.
O poema “Nossa Senhora dos Cordões”, de Oswald de Andrade é
constituído por 20 versos brancos e livres, que são consecutivamente, versos sem um esquema de rimas ou métrica definidos. Essa despreocupação com tendências temáticas ou regras estilísticas mostra tanto a relação direta do autor com os movimentos vanguardistas –movimentos inovadores nos campos artísticos, e que possuíam uma estética mais focada na liberdade de expressão –, que no Brasil se caracterizavam por esse foco especial na criação de uma identidade nacional brasileira na arte, quanto a liberdade com que Oswald de Andrade escrevia, contradizendo totalmente o movimento anterior, o do Parnasianismo, que buscava a perfeição em suas obras por meio de estruturações fixas para as criações literárias deste período, e que para o autor era apenas uma “máquina de fazer versos”. Caracteriza-se por pertencer ao gênero lírico, pelo expressão de sentimentos –nos caso o eu lírico expressa sua visão das festas de momo ou carnavalescas-, uma linguagem na primeira pessoa e uma presentificação com o tema em questão. Pertence a espécie poema-piada, onde há a presença de uma leve ironia, verificada no seguinte verso: “E da imprensa Brasileira/ Acérrima defensora da verdade e da razão”, quando nem sempre a imprensa busca se a defensora e difusora de verdades, focando apenas naquilo que é de seu interesse. O poema analisado em questão está contido no livro “Pau-Brasil”, inspirado diretamente pelo “Manifesto do Pau-Brasil”, de autoria do próprio Oswald, onde há uma preocupação com a valorização e criação de uma cultura propriamente brasileira, exaltando elementos como a diversidade étnica e da nossa natureza tropical –especificamente nesse poema, exalta festividades como o carnaval-. Ele traz também a proposta de produção poética de exportação, ou seja, uma cultura que possa ser levada e disseminada mundo afora, já que o Brasil até então era apenas importador de estéticas culturais principalmente europeias, consideradas superiores. A partir do primeiro verso, podemos logo identificar do que se trata quando há o emprego da palavra “Evoé”, exclamação que na antiguidade era usada para saudar a divindade terrena Baco, também chamada de Rei Momo. Em seguida, chama essa mesma divindade de “Protetora do carnaval em Botafogo”, exaltando-a como a regente do carnaval no Rio de Janeiro. A todo o tempo o eu lírico exalta o Rei Momo, pedindo seu auxílio e proteção. Em “auxiliadora dos artísticos trabalhos/ Do barracão” o eu lírico exalta mais uma vez o Rei Momo, afirmando que é ele o auxiliador dos trabalhos relacionados à preparação do carnaval das comunidades, chamadas por ele de barracões. Já no oitavo verso: “Protege nosso querido artista Pedrinho”, o eu lírico traz à tona possíveis personagens, que podem ser tanto os imperadores do Brasil, quanto o Pedro Álvares Cabral, que são figuras históricas e que foram de suma importância para a constituição e formação do Brasil que hoje conhecemos; com isso, o eu lírico pede proteção para algumas destas figuras, chamadas de artistas, “Para que o brilhante cortejo”, que estes “sobremeteriam a apreciação/ Do culto povo carioca”, “Seja o mais luxuoso, novo e original”. Ao dizer isso, o eu lírico aparentemente pede ao Rei Momo que cuide para que as festividades tenha o veredito unânime e ganhem a luta, no poema chamada de “prélio”, para que “dentro de poucas horas”, eles -o povo carioca também exaltado, associados a “hostes aguerridas” - possam festejar e desfrutar “Do riso e da loucura”. Portanto, trazendo tudo isso que o poeta e o poema tem a nos dizer, é completamente correto afirmar que não há “nenhuma fórmula para a contemporânea expressão do mundo”.